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15/02/2023 07:24 Teorias e técnicas em outras correntes

Teorias e técnicas
em outras correntes
Prof.ª Clara Matuque

Descrição

Existência de diferentes correntes, teorias psicológicas e psicoterapêuticas como alternativa à psicanálise e ao


comportamentalismo, além da sua importância para a ciência psicológica moderna.

Propósito

O conhecimento das diferentes perspectivas teóricas e práticas no campo da ciência psicológica, tais como a abordagem
humanista e existencial, a abordagem sistêmica e a psicologia positiva, são fundamentais para que o estudante e o
profissional de psicologia possam responder adequadamente aos diversos desafios no campo da saúde mental, tanto no
nível individual quanto no comunitário.

Objetivos

Módulo 1

Abordagem existencial e humanista

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Reconhecer os principais aspectos das abordagens humanista e existencial na Psicologia.

Módulo 2

Gestalt-terapia

Identificar os principais conceitos da Gestalt-terapia.

Módulo 3

Terapia familiar e sistêmica

Identificar os principais aspectos da terapia familiar e sistêmica.

Módulo 4

Logoterapia e psicologia positiva


Reconhecer a logoterapia e a psicologia positiva como correntes da psicologia moderna.

meeting_room
Introdução
A Psicologia como ciência apresenta diferentes perspectivas e abordagens, muitas contraditórias entre si, o que mostra
como é complexo o objeto de seu estudo: o ser humano.

Nesse sentido, existem diferentes abordagens e movimentos que, ao longo da história da Psicologia, apresentam-se como
uma resposta ao tempo e às experiências concretas das pessoas. Elas geram um fértil campo de discussões que se
complementam. Isso acontece principalmente quando, de uma forma ou de outra, tais abordagens deixam de responder
às necessidades de um contexto humano específico.

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Convidamos você a conhecer um pouco sobre diferentes abordagens na Psicologia que, embora não tão famosas como a
Psicanálise ou o Comportamentalismo (sendo este último atualmente representado pela terapia cognitivo-
comportamental e a análise do comportamento), são de grande importância para o estudante e o profissional da
Psicologia. Além disso, essas abordagens são também relevantes para outras áreas das ciências humanas, uma vez que
apresentam aproximações à realidade da pessoa de forma a compreendê-la de maneira mais integral, evitando, portanto,
reducionismos e aproximações deterministas do fenômeno humano.

1 - Abordagem existencial e humanista


Ao final deste módulo você será capaz de reconhecer os principais aspectos das abordagens humanista e
existencial na Psicologia.

Existencialismo e humanismo: Juntos ou separados?

O homem é livre. Livre para decidir o que fazer consigo mesmo. Livre, como já dizia o filósofo existencialista Jean-Paul
Sartre (1905-1980), para decidir o que fazer com aquilo que as pessoas fizeram com ele.

Além disso, o homem é responsável. E responsável não só por se construir ou por assumir suas escolhas, mas também
pelo gênero humano, pela humanidade como um todo. Ainda segundo Sartre, quando uma pessoa age, ela representa não
somente a si mesma, mas todo o gênero humano.

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Essas afirmações divergem significativamente das compreensões psicanalíticas e comportamentais que, no início da
psicologia moderna, marcaram o campo da psicologia experimental e da psicologia clínica. Contudo, elas fazem parte da
ampla gama de premissas das abordagens existencial e humanista na Psicologia.

Em sua pequena obra O existencialismo é um humanismo (2014), fruto de uma conferência proferida em Paris em 1945,
Sartre busca demonstrar que o existencialismo e o humanismo são passíveis de diálogo, defendendo, dessa forma, um
humanismo existencialista.

Comentário
Já Viktor Emil Frankl (1905-1997), eminente representante da psicologia existencial e de uma das correntes da
psicoterapia existencial, a logoterapia, questiona o quanto é humanista a chamada psicologia humanista e, nesse sentido,
não acredita que a logoterapia possa ser reconhecida como uma psicoterapia humanista (Frankl, 2016).

Esses dois exemplos servem para pontuar como o existencialismo e o humanismo, embora possam ter aspectos em
comum, também se diferenciam. Ao longo da história desses movimentos, diferentes perspectivas ora admitiam a
possibilidade de que ambos podiam dialogar, ora entendiam que eles se contrapunham em suas premissas essenciais.

De qualquer maneira, é importante compreendermos que o humanismo e o existencialismo representam tanto correntes
filosóficas como fenômenos que abarcaram as artes e a literatura, e fazendo o seu caminho até a Psicologia, uma ciência
moderna que apresentava limitações em sua tentativa de compreender o fenômeno humano.

Em linhas gerais, segundo Mendonça (2020) a expressão humanismo pode ser compreendida como:

[...] um conjunto de princípios que estabelecem a valorização e dignidade inerentes à


pessoa, independentemente de qual seja a sua condição atual no mundo, prescrevendo
que cada homem deve ser tratado por qualquer outro homem e por todas as instituições
sociais sob a regência de valores morais como respeito, justiça, honra, amor, liberdade,
solidariedade etc.

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(MENDONÇA, 2020, p. 89)

Ainda que possamos falar do humanismo como movimento artístico-literário italiano do século XIV, ou como um conjunto
de doutrinas filosóficas, o ponto comum é a ênfase na dignidade do homem e o reconhecimento dele como merecedor de
reverência e respeito.

Assim, o humanismo vai ressaltar o valor do homem, considerar seus aspectos positivos e se aproximar dele por meio de
uma perspectiva mais integral. Esse movimento acabará influenciando uma psicologia que, desde o seu desenvolvimento
inicial, vinha se debruçando sobre o homem por uma perspectiva notadamente experimental e patológica.

O existencialismo também é um conceito que designa diferentes coisas, mas, em síntese, é compreendido em sua
acepção moderna como o conjunto de doutrinas filosóficas que têm em comum a análise da existência como forma de se
aproximar da realidade da pessoa.

Isso quer dizer que, para o existencialismo, o importante é o aprofundamento na experiência concreta do vivente, não
concordando com a elaboração de sistemas de compreensão sobre o homem nos quais ele seja reduzido apenas a um
conceito. Mesmo existencialistas como Martin Heidegger (1889-1976) – que defendia a possibilidade de se chegar, pela
análise do existente, a uma concepção geral do ser, ou seja, uma ontologia – manifestam que é a pessoa única e singular
que deve ser analisada em toda a sua concretude, na sua quotidianidade. Segundo Jolivet (1975, p. 5) a análise da
existência é “a análise da experiência concreta e vivida, debruçando-se diretamente sobre o homem”.

O existencialismo também influenciará importantes nomes da Psicologia, sobretudo aqueles que se localizavam em solo
europeu. Isso ocorre, principalmente, pelo fato de que grande parte da Europa foi assolada por duas grandes guerras,
acabando por proporcionar um contexto social e econômico (ambiental) de profundo desespero e perda do sentido da
vida, mas, ao mesmo tempo, de resiliência e descoberta de novos sentidos. Isso gerou outras questões abarcadas por
pensadores que vieram a ser os maiores representantes do pensamento existencial moderno, como Martin Heidegger,
Jean-Paul Sartre e Gabriel Marcel (1889-1973).

Psicologia humanista e psicologia existencialista


A psicologia humanista e a psicologia existencialista (ou existencial) se constituem como abordagens que surgiram em
resposta às abordagens psicanalíticas, comportamentalistas e de ênfase da psicologia experimental, que reinavam na

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Psicologia na primeira metade do século XX.

Embora compartilhem aspectos em comum, as abordagens existenciais e humanistas em Psicologia também apresentam
pontos de divergência.

Inicialmente, é importante considerarmos que a psicologia existencial surgiu eminentemente no contexto da psicologia
europeia, sendo que sua principal crítica se dirigia à Psicanálise e ao modelo médico-científico que permeava a Psiquiatria
e a Psicopatologia da época.

Atenção!
A fenomenologia e o existencialismo foram um fértil campo para se obter tanto um método alternativo ao experimental,
como uma aproximação da realidade da pessoa de forma mais integral, considerando os diversos aspectos de sua
realidade e não reduzindo-as somente às manifestações biológicas, sociológicas e até mesmo psicológicas.

enomenologia
“Segundo o filósofo alemão Edmund Husserl (1859-1938), a fenomenologia é um método de investigação que tem o propósito
de apreender o fenômeno, isto é, a aparição das coisas à consciência, de uma forma rigorosa" (Fonte: Site Brasil Escola).

Belmino (2021, p. 56) afirma que as filosofias fenomenológicas e existencialistas vão servir de base para a construção de
novas correntes na Psicanálise e na Psiquiatria, e essas perspectivas farão parte daquilo que mais tarde serão chamadas
de psicoterapias fenomenológico-existenciais.

Contudo, uma questão importante repousa no âmbito da psicoterapia existencial e, aqui, entra em jogo uma das principais
críticas à abordagem existencial no âmbito clínico: a falta de técnicas.

Há controvérsias sobre o quanto a psicoterapia existencial se preocupou com a estruturação de técnicas de intervenção
para sustentar seu modelo. Em certa medida, os psicólogos existenciais estavam muito mais preocupados com o
desenvolvimento de uma aproximação mais integral da realidade da pessoa, considerando sua liberdade,
responsabilidade, sua motivação para um sentido de vida e sua orientação para valores em vez do desenvolvimento de
técnicas terapêuticas.

Nesse sentido, Rollo May (1974, p. 18), nome que vamos abordar mais à frente, afirma que a psicoterapia existencial “não
é um conjunto de técnicas por si mesmas, mas é um interesse pela compreensão da estrutura do ser humano e sua
experiência que deve sustentar todas as técnicas”.

Yalom (1984, p. 15) manifesta que a psicoterapia existencial é um enfoque dinâmico cujo ponto central “são as
preocupações enraizadas na existência do indivíduo”. Para ele, as quatro principais preocupações essenciais são a morte,
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a liberdade, o isolamento existencial (ou solidão) e o sentido de vida (ou a falta desse sentido).

Aqui não estamos falando do medo de morrer, muito presente nos ataques de pânico, mas da percepção existencial da
finitude que, embora possa gerar tensão, não necessariamente gera desespero. Como aborda Viktor Frankl em sua
Logoterapia, se existe um sentido na vida, também a morte deve possibilitar o encontro de um sentido.

A questão do isolamento existencial, ou da solidão, também é um aspecto da preocupação existencial, ainda que haja
diferentes percepções dentro do campo desse tipo de psicoterapia.

Na maior parte dos psicólogos existencialistas há a premissa de que o homem é um “ser-com” ou “ser-para”, algo próprio
do pensamento de Martin Heidegger, importante filósofo existencialista. No entanto, a discussão da solidão se refere a
quanto o homem é ou não, no fim das contas, um ser que está sozinho.

Alguns psicólogos existencialistas veem no amor a quebra dessa condição de isolamento, sendo que na atitude amorosa
há o rompimento da distância entre um eu e um tu. A fenomenologia do amor, desenvolvida por Viktor Emil Frankl, é um
exemplo disso.

Reflexão

A última preocupação trazida por Yalom (1984) é o sentido da vida. Certamente esse tema é caro à psicologia
existencialista, só que não no sentido de responder qual é o sentido da vida, mas de proporcionar um questionamento,
entendendo sempre que esse questionamento não é sinal de doença mental. Pelo contrário, trata-se da manifestação
daquilo que é mais autêntico no homem.

O grande nome que deu início ao movimento da psicologia humanista foi Abraham Maslow (1928-1970). Maslow, em
1954, contatou um grupo de pessoas para iniciar um diálogo cujo objetivo era abordar os aspectos positivos da realidade
da pessoa e temáticas, como a criatividade, o amor, os valores e a felicidade desde a perspectiva psicológica.

Maslow criticava a ciência psicológica de sua época pelo foco nos aspectos negativos da realidade da pessoa, sobretudo
pela aproximação da natureza humana como passiva, egoísta, utilitarista, desconsiderando a bondade, o altruísmo, a
sociabilidade e o quanto tais aspectos são importantes para o desenvolvimento da pessoa.

ACP de Carl Rogers e psicologia existencial de Rollo May


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Carl Rogers, psicólogo norte-americano, teve um papel de grande importância na psicologia humanista, principalmente
pelo desenvolvimento da abordagem centrada na pessoa (ACP) ou, como alguns afirmam, da terapia centrada na pessoa.

De certa maneira, o termo abordagem parece melhor, já que, ao longo dos anos, a proposta de Rogers se ampliou para
muito além da clínica, abarcando, por exemplo, o campo da educação e das organizações.

Assim, a terapia centrada na pessoa deve ser compreendida como um dos galhos da árvore que é a abordagem centrada
na pessoa. Esta teria como característica principal não a técnica ou, como dizemos hoje em dia, o know-how, mas um
conjunto de indicações que apontam para um modo de ser.

Esse modo de ser, conforme pondera Amatuzzi (2010, p. 36), envolve “uma perspectiva de vida positiva; respeito pelo
indivíduo, por sua autonomia e dignidade; flexibilidade de pensamento e ação; um senso de humor, humildade e
curiosidade”.

Segundo Cooper e colaboradores (2013), a psicoterapia centrada na pessoa tem como características uma visão
radicalmente contrária à patologização das pessoas, que traz uma perspectiva humanista de como contribuir para o
crescimento delas e que é baseada em evidência.

Essa é uma questão sempre problematizada pelos críticos das teorias humanistas, ou seja, a pouca evidência científica de
suas afirmações. No entanto, Rogers (2020) se esforça para demonstrar ou mesmo considerar a importância da
legitimação científica de seus postulados.

Entretanto, Rogers (2020) entende que é na relação com o cliente que se abre a possibilidade de cura e seu
desenvolvimento. Por isso, o psicólogo norte-americano vai pontuar quais são os aspectos necessários para uma relação
de ajuda eficiente, para ele, sinônimo de uma terapia igualmente eficiente.

Esses aspectos se apresentam em três atitudes ou condições essenciais que o psicoterapeuta deve possuir:

Congruência (ser autêntico ou genuíno)

Aceitação

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Empatia

Rogers (2020) acredita que na relação terapêutica, e até mesmo na relação de ajuda que ocorre em outros âmbitos, as três
atitudes mencionadas são incorporadas. Abre-se, então, o espaço para a autoatualização da pessoa, seu amadurecimento
e desenvolvimento sadios.

Ainda que se possa questionar a não existência de uma técnica no âmbito da terapia centrada na pessoa, há um modelo
de atuação que, segundo Rogers (2020), pode ser confirmado nas diversas pesquisas sobre a eficiência psicoterapêutica.

Tais pesquisas apontam que a confiança no psicoterapeuta, a percepção do paciente de que era compreendido pelo
terapeuta e o sentimento de independência na sua expressão, por exemplo, eram fatores que contribuíam no processo
psicoterapêutico.

Como dito, a abordagem centrada na pessoa se expandiu para muito além da clínica e da terapia centrada na pessoa. Ela
permeou os campos da educação e das organizações, ressaltando a importância das relações para o desenvolvimento
saudável da pessoa.

Em se tratando da psicologia existencial, Rollo May (1909-1994) foi de grande importância para a expansão dessa
abordagem nos Estados Unidos, por traduzir muitas obras de psicólogos existencialistas e por ajudar a sistematizar as
contribuições dessa abordagem.

May (1988) vai traçar também quais são as contribuições fundamentais da psicoterapia existencial. Segundo ele, a
principal contribuição é a compreensão do homem como ser. Com isso, ele quer dizer que a psicoterapia existencial tem
uma aproximação mais integral da pessoa. Ela pode considerar o papel dos impulsos ou do ambiente no comportamento,
mas sempre dentro do contexto de uma realidade pessoal e, portanto, existencial. Nas palavras de May (1988):

Entretanto, o que realmente interessa é que a percepção da existência na outra pessoa


ocorre num nível diferente do nosso conhecimento de suas peculiaridades. Evidentemente,
um conhecimento dos impulsos e mecanismos em operação no comportamento da outra
pessoa é sempre útil; uma familiaridade com seus padrões de relacionamento
interpessoais; uma informação a respeito do seu condicionamento social, o significado de

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certos gestos especiais e ações simbólicas são importantes e, assim, ad infinitum. Mas
tudo isso é transportado a um nível diferente quando nos confrontamos com o mais
doloroso e real dos fatos – ou seja, a própria pessoa ali presente.

(MAY, 1988, p. 100)

Aqui podemos ver como May se apropria da análise da existência como meio de aproximação da realidade da pessoa
concreta, demonstrando a influência do existencialismo na prática psicoterapêutica.

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Encontro entre as abordagens existencialistas e humanistas
Neste vídeo, a especialista fará uma reflexão sobre as principais influências, pontos em comum e diferenças entre as
abordagens existencialistas e humanistas.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A Psicologia é permeada por diferentes abordagens que, de alguma forma, tentam dar uma resposta à realidade do
ser humano. Entre essas abordagens, aquela que tem como principais características a consideração do homem
como um ser dotado de dignidade, capaz de se desenvolver e se autorrealizar em conjunto com os demais é a
abordagem

A gestaltista.

B psicanalítica.

C humanista.

D cognitivista.

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E comportamentalista.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A abordagem humanista na Psicologia recebe influência do humanismo notadamente quanto à valorização do


homem. Além disso, sua visão de homem é otimista, acreditando que ele é capaz de se desenvolver, motivado a
realizar valores e a se autorrealizar. Esses aspectos a diferem significativamente da psicanálise e do
comportamentalismo, sendo que a primeira tem uma perspectiva mais negativa da natureza humana, e a segunda
compreende o homem desde uma aproximação determinista. O cognitivismo, embora não defenda uma visão
negativa do homem, não é claramente voltado ao estudo da autorrealização, e a abordagem gestaltista teve mais a
contribuir em outros aspectos, tais como as leis da Gestalt e a visão mais integral da realidade da pessoa.

Questão 2

A abordagem centrada na pessoa pode ser considerada uma abordagem que surge dentro do contexto da psicologia
humanista e tem como um de seus troncos a terapia centrada na pessoa. Com relação a esta última, podemos
afirmar que as atitudes ou condições essenciais que o psicoterapeuta deve possuir são

A conhecimento de técnicas de intervenção, congruência e uma atitude pouco ativa.

B uma atitude ativa, congruência e empatia.

C congruência, empatia e conhecimento de técnicas de intervenção.

D congruência, empatia e aceitação incondicional.

E aceitação incondicional, atitude ativa e congruência.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Segundo Carl Rogers, fundador da abordagem centrada na pessoa e da terapia centrada na pessoa, são três as
atitudes essenciais do terapeuta: a congruência (ser autêntico), a aceitação incondicional do paciente e a empatia. O
conhecimento de técnicas não seria um aspecto central, visto que a terapia centrada na pessoa entende que a relação

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é significativamente importante para a cura. A atitude ativa, embora esteja presente, não é considerada uma condição
essencial.

2 - Gestalt-terapia
Ao final deste módulo você será capaz de identificar os principais conceitos da Gestalt-terapia.

Influências na constituição da Gestalt-terapia


Você já pode ter tido contato com um pouco da história dos movimentos humanista e existencial na Psicologia. Os
aspectos importantes desses movimentos, bem como suas diferenças, são pontos importantes que todo profissional de
psicologia precisa conhecer ao longo de sua formação.

Neste módulo, vamos apresentar uma abordagem que geralmente está inserida dentro da prática psicoterapêutica
humanista, ainda que ela também tenha sofrido influências do existencialismo: a Gestalt-terapia.

A Gestalt-terapia pode ser compreendida como uma abordagem psicoterapêutica (método) e uma filosofia existencial, que
tem como fundador Friederich Perls (1893-1970), ainda que seja mais correto compreender sua origem como fruto da
discussão do chamado "grupo dos sete", formado por Isadore From, Paul Goodman, Paul Weisz, Sylvester Eastman, Elliot
Shapiro, Ralph Hefferline e Laura Perls, além do próprio Friederich Perls (mais conhecido como Fritz Perls).

Curiosidade

O interessante desse grupo dos sete é que ele era formado por pessoas com diferentes aproximações que vieram a se
complementar. Por exemplo, Laura Perls tinha uma formação que passava tanto pelo existencialismo quanto pelo

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gestaltismo, pois tinha sido aluna de Max Wertheimer (1880-1943), importante nome da teoria da Gestalt.

Paul Goodman (1911-1972) era um escritor bastante reconhecido pela sua defesa do anarquismo. Outros integrantes do
grupo discutiam sobre a Psicanálise, gerando esse ambiente fértil para o desenvolvimento da Gestalt-terapia. Além disso,
percebemos que em sua teoria a Gestalt-terapia recebe influências da teoria da Gestalt, do humanismo, do
existencialismo, da fenomenologia e da teoria do campo.

O marco de surgimento da Gestalt-terapia é o ano de 1951, com a publicação de Gestalt-therapy: excitement and growth in
the human personality, cujos autores foram Fritz Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline.

A Gestalt-terapia surge no contexto da psicologia humanista americana, ainda que Perls fosse alemão e deva muito de sua
construção teórica ao período em que viveu na África do Sul na década de 1930.

Muitos dos pressupostos e das compreensões da Gestalt-terapia encontram eco no movimento humanista da Psicologia.
Um exemplo, como pontua Frazão (2020, p. 13), é que "a Gestalt-terapia não se preocupa apenas com 'a cura', mas sim
com o desenvolvimento do ser humano e com seu crescimento, incluídas aí suas potencialidades". A partir dessa fala, já é
possível percebermos como a ideia da Gestalt-terapia dialoga bem com os princípios da psicologia humanista em relação
à busca por uma abordagem menos psicopatológica da realidade da pessoa, bem como a ênfase em seu crescimento.

A fenomenologia também influenciou a Gestalt-terapia e vai se apresentar nessa outra abordagem como uma forma de se
aproximar do fenômeno da awareness, que possui um trajeto na teoria da Gestalt-terapia.

A fenomenologia dá ênfase na suspensão de quaisquer “pré-conceitos” para, em vez deles, poder focar no fenômeno e na
ideia de intencionalidade da consciência.

Na Gestalt-terapia a fenomenologia se apresentará na postura do terapeuta, que se mostra disponível, mesmo diante
daqueles acontecimentos da vida do paciente que se apresentam como óbvios na sessão. Conforme afirmam Orgler e
colaboradores (2016, p. 118) ao falarem da fenomenologia na prática do terapeuta: “ao terapeuta importa pontuar o modo
‘como’ esses acontecimentos se mostram desde si na atualidade da sessão, retornem eles do passado, dirijam-se eles ao
futuro”.

Atenção!

Além da fenomenologia, a teoria da Gestalt ou gestaltismo vai se manifestar em vários aspectos da Gestalt-terapia. O
gestaltismo se apresenta como um movimento, surgido no início do século XX, como uma crítica às posições
mecanicistas, elementaristas e associacionistas da Psicologia da época, que buscou tornar mais próxima a relação entre
ciência e experiência vivencial, exercendo influência não somente no delineamento da pesquisa psicológica, mas nos
estudos do campo da percepção, memória e aprendizagem.

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Laura Perls teve contato com Max Wertheimer, grande nome do gestaltismo, por isso, muitas concepções teóricas da
Gestalt-terapia se baseiam nos pressupostos desse movimento.

Diante dessa miríade de influências, qual seria a definição de Gestalt-terapia? Segundo Orgler e colaboradores (2016, p.
138), citando Perls, a Gestalt-terapia é “uma psicoterapia que enfatiza concentrar na estrutura da situação concreta;
preservar a integridade da concretude, encontrando a relação intrínseca entre fatores socioculturais, animais e físicos”.

É interessante perceber que a Gestalt-terapia não tem como objetivo a cura, no sentido de reparação de um distúrbio, mas
a construção de um bem-estar que parte da perspectiva de alcance de um equilíbrio, entendido aqui de acordo com o
princípio da homeostase.

Gestalt-terapia: conceitos importantes

Fritz Perls, em seu livro A abordagem gestáltica e a testemunha ocular em psicoterapia, busca apresentar os fundamentos
da Gestalt-terapia. Um deles é o chamado princípio da homeostase.

Perls (2020, p. 20) afirma que “nossa premissa seguinte é que todos os comportamentos são governados pelo processo
que os cientistas chamam de homeostase e que os leigos chamam de adaptação”. Segundo Perls (2020), a homeostase
era central dentro da realidade de um organismo e, portanto, de uma pessoa.

O funcionamento psicológico da pessoa vai ser compreendido dentro da busca por um equilíbrio que acontece por meio
da autorregulação do indivíduo com o meio.

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Essa pessoa ou organismo está em contato com o meio e, além disso, é dotada de necessidades. Perls (2020), a partir
dos princípios da psicologia da Gestalt, e sobretudo pela lei da figura e fundo, apresenta sua compreensão do
funcionamento humano.

A lei de figura e fundo é uma das leis da teoria da Gestalt que buscam explicar a experiência psicológica. Vamos tentar
demonstrá-la na prática. Neste momento, você está olhando para uma tela e vendo caracteres que são letras, que formam
palavras que, por sua vez, formam frases.

Sem que você se dê conta, ocorre um processo no qual, quando você lê, existe uma figura (os caracteres que formam
palavras…) e um fundo (o layout, ou a borda do celular ou do computador). Focar em um é desfocar o outro. Isso somente
é possível pela lei da figura e fundo, que afirma que nós somente conseguimos manter o foco em uma das realidades ao
mesmo tempo.

Perls (2020) afirma algo semelhante quanto às necessidades humanas. Vamos traduzir novamente para uma experiência:
imagine que você, neste momento em que está estudando, perceba que está com sede.

Quando isso ocorre, o estudo, que era a figura, ou seja, aquilo que estava em primeiro plano e que servia à “necessidade”
de aquisição de conhecimento, parte para o fundo, e a figura que então se apresenta passa a ser a de um copo de água
bem gelado. Nas palavras de Perls (2020, p. 23): “a necessidade dominante do organismo, em qualquer momento, torna-se
a figura de primeiro plano, e as outras necessidades recuam, pelo menos temporalmente, para o segundo plano”.

Quando se tem uma necessidade, portanto, é preciso satisfazê-la e, quando isso ocorre, fecha-se a Gestalt. Se a
necessidade não é satisfeita, isso mantém a Gestalt aberta e aponta para um possível processo neurótico.

Tudo poderia ser muito simples se não houvesse um meio onde, muitas vezes, essa interação entre a necessidade e sua
satisfação se vê, de alguma forma, prejudicada. Esse aspecto é muito importante na Gestalt-terapia: a premissa de que a
pessoa não é autossuficiente, isto é, ela se encontra em um campo, em um meio. Confira o que pensam Orgler e
colaboradores sobre Gestalt-terapia!

Uma terapia existencial-fenomenológica que objetiva aumentar a awareness do cliente, no


aqui e agora da relação terapêutica e, para isso, utiliza recursos como experimentos,
frustração, fantasias dirigidas, e outros, facilitando o desenvolvimento do autossuporte, a
capacidade de fazer escolhas e a organização da própria existência.

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(ORGLER et al., 2016, p. 139)

Essa premissa é muito importante, pois a pessoa, na Gestalt-terapia, não é entendida separada de seu meio. Ela não é um
resultado dele, nem o meio é resultado da ação dessa pessoa, pois eles são o que são devido à relação que se estabelece
entre eles. Somente podemos compreender a pessoa quando a olhamos em relação, ou melhor, quando ela se encontra
em contato, sendo que esse contato é outro construto importante para a Gestalt-terapia.

Com relação ao campo, Fritz Perls tinha a grande ambição de construir uma teoria sobre esse tema na Psicologia, ainda
que Kurt Lewin (1890-1947), importante psicólogo alemão, tivesse desenvolvido uma teoria de campo que, em síntese,
afirmava que o comportamento da pessoa era uma função da relação dela com o seu meio.

Percebemos, portanto, o quanto a pessoa só consegue ser compreendida dentro desse contexto que é seu ambiente. Este
último somente pode ser corretamente abarcado levando-se em consideração a pessoa.

Gestalt-terapia: O aqui e agora

Voltando ao nosso exemplo anterior, a água que atenderia a sua necessidade de acabar com a sede e, com isso, fechar a
Gestalt (levando, portanto, à homeostase), deve ser considerada, segundo Perls (2020), como dotada de uma catexia
positiva, ou seja, é uma figura que satisfaz uma necessidade e ajuda a pessoa a retomar o equilíbrio.

No entanto, existem figuras que não atendem à necessidade do organismo ou que não o ajudam a entrar em equilíbrio.
Imagine que, no seu caso, em vez de obter um pouco de água, você consiga um copo de café bem quente e sem açúcar.
Será que nesse caso a sua necessidade seria satisfeita ou é possível que não houvesse o fechamento dessa Gestalt?

A pessoa deve buscar a satisfação de suas necessidades nessa interação com o meio. Continuando nesse mesmo
exemplo da sede, vamos pensar agora que você está estudando em um local onde não há água filtrada disponível e, com
isso, você percebe que vai precisar arranjar água potável com algum desconhecido. Só que ao pensar nisso você começa
a se sentir desconfortável, percebendo o quão custoso seria para você interagir com aquelas pessoas e o quanto seria
complexo pedir um copo de água para elas.

Nesse caso, poderia ocorrer uma fuga, ou seja, embora haja a necessidade (sede) e o objeto água (figura), há também um
problema, pois você deixou de buscar a satisfação da sua necessidade. Com isso, não houve o fechamento da Gestalt,
levando a uma experiência de desequilíbrio e, portanto, a uma neurose.

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Reflexão
Perls (2020) afirma que uma característica do neurótico é não conseguir realizar um bom contato, isto é, uma adequada
relação com o meio. Também é uma característica dele não conseguir fugir quando se depara com uma catexia negativa,
ou seja, algo que o desequilibre.

No exemplo mencionado, se você conseguisse parar, respirar, focar no aqui e agora e, com isso, pedir a água, estaria se
afastando da situação negativa (seus pensamentos sobre as dificuldades em interagir com os outros) e se aproximando
do fechamento da Gestalt (beber água).

Aqui temos um gancho para outro ponto importante da Gestalt-terapia:

O aqui e agora.

Essa é uma questão determinante nessa abordagem. A Gestalt-terapia não está focada no futuro ou atenta ao passado,
pois ela se volta para o presente. Esse é o tempo dela, esse é o tempo para a homeostase.

A importância do presente para a Gestalt-terapia está transcrito em Perls (1973, p. 27). O autor, em suas palestras, já tinha
o propósito de transmitir o significado da palavra “agora”, que seria o mesmo que:

O processo de conscientização do aqui e agora é, portanto, de suma importância na Gestalt-terapia. O Gestalt-terapeuta


busca contribuir para que o cliente/paciente aumente a sua awareness no aqui e agora.

Awareness é um conceito que possui uma história dentro da Gestalt-terapia, mas que pode ser compreendido como a
concentração no contato, uma forma de experienciar o aqui e agora, estando vigilante àquilo que se apresenta como mais
importante no campo (ou seja, no âmbito da relação indivíduo/ambiente).

[...] um continuum e sem interrupção de awareness leva a um Ah! A uma percepção


imediata da unidade óbvia de elementos díspares no campo. A awareness é sempre
acompanhada de formação de Gestalt. Totalidades significativas novas são criadas por
contato de aware. A awareness é, em si, a integração de um problema.

(YONTEF, 1998, p. 215)

Todo esse processo ocorre em um organismo unificado. Temos outro ponto importante dentro da Gestalt-terapia: o
holismo. A doutrina holística na Gestalt-terapia contribui de diferentes formas para a estruturação do método

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psicoterapêutico.

Uma dessas formas é o questionamento de relações causais, se aproximando de uma abordagem sistêmica na qual as
inter-relações são necessárias para a melhor compreensão de um determinado fenômeno.

Além disso, a doutrina holística demarcou a necessidade de se aproximar da pessoa como uma realidade unificada,
questionando a dualidade corpo/alma e compreendendo essa relação de forma sistêmica e integrada, ou seja, os fatos
não ocorrem a nível físico ou mental, pois eles acontecem em uma pessoa, que é uma unidade físico-mental.

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Gestalt-terapia: Como ampliar a awareness?
Neste vídeo, a especialista fará uma reflexão sobre o objetivo da Gestalt-terapia, com exemplos de como ampliar a
awareness.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A Gestalt-terapia surge no contexto da psicologia humanista, nos Estados Unidos. Seu principal nome é Friederich
Perls que, junto com outros seis nomes, desenvolvem a base da Gestalt-terapia. Um aspecto que pode ser
considerado comum à Gestalt-terapia e à psicologia humanista é

A ambas defendem uma visão mecanicista de homem, que é determinado pelo seu meio.

B ambas enfatizam a importância da experimentação na Psicologia.

C a Gestalt-terapia, para além da cura, tem como objetivo o desenvolvimento da pessoa.

D a Gestalt-terapia e a psicologia humanista são adeptas a um modelo médico-científico.

E ambas apresentam uma visão trágica da existência humana, ressaltando a morte e o sofrimento.

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Parabéns! A alternativa C está correta.

A Gestalt-terapia, assim como a psicologia humanista, na qual ela está inserida, tem uma atuação que vai além da
doença e da cura da pessoa, pois visa seu crescimento e desenvolvimento, não apenas seu tratamento. Sua visão de
homem é integral, otimista, despatologizante, não querendo reduzir a pessoa a rótulos, como ocorre em um modelo
médico-científico.

Questão 2

Entre as diversas psicoterapias, aquela que tem como objetivo contribuir para que o cliente tenha aumentado a sua
awareness, utilizando-se de diferentes técnicas, tais como experimentos e dramatizações é a

A Psicanálise.

B Logoterapia.

C Psicoterapia positiva.

D Terapia centrada na pessoa.

E Gestalt-terapia.

Parabéns! A alternativa E está correta.

A Gestalt-terapia tem como um dos seus principais objetivos contribuir para o aumento da awareness do cliente,
entendida como uma percepção imediata dos elementos que compõem o ambiente (campo) da pessoa. Além da
relação terapêutica, diferentes técnicas serão utilizadas nesse processo. Já a logoterapia é mais conhecida como
terapia do sentido de vida. A psicanálise, por sua vez, não trabalha com técnicas como dramatização e experimento. A
psicoterapia positiva visa atuar em aspectos psicopatológicos com ênfase na utilização das forças pessoais do
cliente. Por fim, a terapia centrada na pessoa não tem a meta de aumentar o awareness do cliente.

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3 - Terapia familiar e sistêmica


Ao final deste módulo você será capaz de identificar os principais aspectos da terapia familiar e
sistêmica.

Família: O que é?
“Família, família/ Papai, mamãe, titia/ Família, família/ Almoça junto todo dia”. Essa famosa música do grupo Titãs (1986)
fala da realidade tão comum e tão complexa que todos nós conhecemos: a família.

Ao longo da história, pode-se acompanhar as diferentes modificações pelas quais a família passou, mas não há quem que
não tenha passado por uma estrutura familiar ou que ao menos busque estar inserido nela de alguma maneira.

A Psicologia e a psicoterapia não poderiam deixar de abordar essa realidade e de desenvolver aproximações, teorias e
técnicas para intervir naquela que para muitos é a principal célula de uma sociedade e base para o seu adequado
desenvolvimento.

Neste módulo, vamos falar rapidamente sobre o conceito de família e, posteriormente, vamos entrar no campo da terapia
familiar e de suas principais abordagens.

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Apresentar um histórico do conceito de família levaria à necessidade de desenvolvermos aqui um longo trabalho. Isso
porque, além de diferentes perspectivas em relação à história do conceito de família, há também uma série de
modificações às quais essa realidade tão humana foi sendo submetida ao longo do tempo.

Talvez um dos maiores desafios seja identificar o que demarca a família como algo específico. A seguir, listamos alguns
questionamentos para refletir mais sobre esse tema, como, por exemplo:

A família se define pelos vínculos consanguíneos ou o que define a família são os vínculos de afeto?

Mas o que seria o afeto?

Se o afeto acabar, isso significa que a família também termina?

É possível que todas as formas de se viver junto sejam exemplos de família? Complexo, não?

E para você, o que é uma família?

De certa forma, a família é um fenômeno que se apresenta em quase todas as sociedades e, geralmente, marcada por dois
eixos: o de uma relação conjugal e o de uma relação entre pais e filhos.

Podemos dizer que o cerne da família está na característica do ser humano de ser uma espécie relacional, ou seja, a
pessoa se realiza e se desenvolve dentro de um contexto em que ela interage com os outros. Podemos dizer que a

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necessidade de uma relação para o desenvolvimento humano é primordial, sendo que o próprio amadurecimento saudável
do sistema neurofisiológico depende do contato, do afeto.

Saiba mais

Esse ponto parece ser o primeiro que precisa ser demarcado: a família é uma relação. Mas que tipo de relação seria essa?
Donati (2008) afirma que a característica que torna a família específica é que essa relação é ou deve ser de reciprocidade
entre os sexos e as gerações.

Essa questão de reciprocidade plena é fundamental no contexto da família, já que envolve a entrega total entre as pessoas
que dela fazem parte. Isso, de certa forma, a diferencia de outros grupos primários que, embora possam ter características
semelhantes à família, não possuem essa característica de reciprocidade.

No entanto, há que se pensar que a família também é definida ou abordada de outras formas. Um exemplo seria tratá-la
não no singular, mas no plural, como famílias, observando a sua configuração.

Wagner, Tronco e Armani (2011, p. 21) definem a configuração familiar como um “conjunto de elementos/personagens que
compõem o núcleo familiar”. Nesse sentido, podemos ter a chamada família:

Tradicional

Formada por pai, mãe e filhos.

Monoparental

Na qual somente se tem um pai ou uma mãe e o(s) filho(s).

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Reconstituída

Quando as partes se separam e, posteriormente, iniciam um novo relacionamento conjugal.

Homoparental

Formada por progenitores que compartilham o mesmo gênero.

Adotada

Em que há a adoção de um filho.

Podemos perceber que, ao abordarmos a questão da família, temos diferentes perspectivas e diferentes formas de
conceitualizá-la. Mas e a Psicologia diante dessa realidade? Vamos falar agora um pouco sobre a psicologia de família e
as intervenções psicoterapêuticas nesse contexto.

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O que é a psicologia de família?


Já afirmamos aqui que a família pode ser considerada a célula principal de uma sociedade, sendo vista por muitos autores
como o berço da socialização e o contexto no qual a pessoa receberá e aprenderá padrões que repercutirão durante toda a
sua vida, tanto para o seu desenvolvimento quanto para o seu adoecimento.

Existem diferentes formas de abordar a realidade da família. Um exemplo disso seria tratarmos dela por uma perspectiva
histórica, na qual se busca compreender como as famílias se organizaram e se constituíram ao longo da história humana.

Outra forma seria por meio da chamada psicologia de família, campo da Psicologia que busca compreender as dinâmicas
que envolvem os integrantes de uma mesma família, além do adoecimento e do ciclo de vida de cada grupo familiar.
Dentro da psicologia de família teremos diferentes abordagens, que se ocupam tanto da compreensão de seu
funcionamento quanto da intervenção necessária a cada caso. Como exemplos, temos as abordagens:

settings_backup_restore
Sistêmica

psychology
Psicanalítica

Cognitivo-comportamental

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Existencial-fenomenológica
Dentro do campo da psicologia de família encontraremos diferentes entendimentos e aproximações sobre o que seria ou
deveria ser uma terapia de família. Desse modo, é interessante percebermos que, ainda que os modelos iniciais de
psicoterapia estivessem focados em intervenções individuais (como era o caso da psicanálise), a consideração da família
como importante e, inclusive, determinante nos processos de desenvolvimento e adoecimento das pessoas, também era
demarcada.

Segundo Nichols e Schwartz (2007, p. 26), “a terapia familiar floresceu não só devido a sua efetividade clínica, mas
também porque redescobrimos a interligação que caracteriza a nossa comunidade humana”. Em outras palavras, a prática
psicoterapêutica individual foi demonstrando o quanto a realidade relacional humana se fazia importante e que o
adoecimento mental não era de somente um indivíduo, mas sim de um sistema.

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Perceba que o aspecto relacional é central tanto na conceitualização de uma família quanto no entendimento da
necessidade de uma terapia de família.

No início, havia certa resistência dos terapeutas individuais em atenderem suas famílias, independentemente da
abordagem. Entretanto, a partir da década de 1950, diversos acontecimentos levaram à compreensão da família como um
sistema vivo e que a mudança de uma pessoa modificava toda a sua dinâmica. De algum modo, se antes a pessoa era o
paciente oficial, começou-se a pensar a família como uma espécie de paciente extraoficial.

Nesse contexto, diferentes escolas de psicoterapia familiar foram se desenvolvendo, por meio da aplicação dos modelos
teóricos da psicoterapia individual a essa outra configuração. Contudo, o paradigma que mais se desenvolveu ao longo
desse período foi o sistêmico, que levou a uma compreensão mais ampla do que seria a família e o seu funcionamento. O
modelo terapêutico desenvolvido a partir desses pressupostos acabou sendo naturalmente denominado de terapia
sistêmica. Vamos aprender um pouco sobre esse tipo de psicoterapia.

Saiba mais

A terapia sistêmica vai considerar não somente os aspectos daquele sistema no presente, mas também no passado. Para
a abordagem sistêmica, a intergeracionalidade, entendida como aqueles padrões familiares que passam por diferentes
gerações, são de grande importância.

Sabemos que a família é um ambiente de aprendizado. Podemos afirmar que ela é nosso primeiro local de socialização,
sendo comum repetirmos padrões do passado que foram construídos. Podemos dizer que um dos principais objetivos da
terapia sistêmica é ajudar as pessoas a compreenderem quais são esses aprendizados, essas “bagagens” que elas
carregam, esses padrões que elas repetem e que, muitas vezes, são disfuncionais e geram sofrimento.

Terapia sistêmica: Um olhar ampliado sobre o fenômeno


humano

O pensamento sistêmico surgiu na década de 1930, apresentando-se como um novo paradigma e ganhando força,
principalmente, com a teoria geral dos sistemas formulada pelo biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy (1901-1972).

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Dentro da perspectiva sistêmica temos três eixos principais. Sanchez (2012, p. 38) define tais eixos quando afirma que “as
características-chave de um sistema são a complexidade, a instabilidade e a intersubjetividade. Tudo está em relação com
tudo, nada está isolado e os seres coexistem com todos os outros seres do universo”.

A seguir, conheceremos cada um desses três eixos dentro do pensamento sistêmico.

Complexidade

Apresenta-se na psicoterapia quando o psicoterapeuta considera que a pessoa, a família ou o casal está inserido em uma
série de contextos que se apresentam como novos sistemas de relação ou, para alguns, como subsistemas.

Pensemos, por exemplo, em uma família tradicional. Nesse sistema familiar, teremos os subsistemas:

Conjugal

Forrmado pela relação do casal.

Parental

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Formado pela relação do pai e mãe com o(s) filho(s).

Fraternal

Formado pelas relações entre os filhos (irmãos).

Compreender o sistema familiar passa pelo entendimento de todos esses subsistemas.

Aqui não estamos considerando outros contextos, como escola, trabalho, família estendida e religião, que interferem
positiva ou negativamente no funcionamento desse sistema. Você consegue perceber o nível da complexidade e o motivo
pelo qual ela define tão bem esse primeiro eixo?

Instabilidade

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Aponta para a ideia de que todos os sistemas estão em constante mudança e evolução, sendo que tais mudanças trazem
novas perspectivas para os sistemas de relação.

É necessário compreender os tipos de transformações que estão ocorrendo para podermos identificar a melhor maneira
de intervir e realizar uma leitura do sistema de uma forma mais pertinente.

Por exemplo, voltando a nossa família tradicional. Imaginemos que o sistema familiar com a configuração de pai, mãe e
dois filhos receba a notícia de que a mãe da mulher passará a morar com eles. A chegada da sogra certamente trará
modificações para esse sistema familiar, criando novas rotinas nas relações, podendo modificar padrões de fronteiras
entre os subsistemas e até mesmo as regras da família.

Intersubjetividade

É o conjunto de relações e de construções do sujeito dentro do sistema. As partes, ainda que se influenciem, não perdem
sua subjetividade, são particulares dentro de uma totalidade é diferente de apenas a soma dessas partes.

Vamos voltar ao nosso exemplo de família. Imagine que ao longo da história familiar do pai haja evidências de práticas
punitivas com castigos físicos, e que esse pai, ainda que não espanque seus filhos, utilize castigos físicos em alguns
momentos, ocasionando sofrimento. Com a chegada da sogra, aumentam as brigas entre ele e a esposa. Já temos um
ótimo motivo para uma terapia de família, não acha?

A intervenção, nesse caso hipotético, deve considerar esses padrões, mas também os sentimentos, sobretudo os do pai,
com relação ao seu passado, aos castigos físicos infringidos a ele e como ele percebe tal situação agora.

Note que essa intervenção poderia ocorrer tanto de forma individual como no caso de um casal ou família. A abordagem
sistêmica permite uma compreensão desde o indivíduo até o seu contexto maior, ou seja, sua família.

No caso desse pai hipotético, a conscientização dele sobre o seu histórico de relacionamento com os próprios pais e
sobre uma prática punitiva inadequada pode fazer com que ele mude tais comportamentos. A compreensão desse
histórico por outros membros da família, inclusive a sogra, é capaz de causar uma atitude menos crítica e mais
cooperativa no sentido de reforçar os momentos de comportamentos paternos adequados. Assim, muda-se a dinâmica do
sistema, gerando seu aprimoramento e evolução.

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Atenção!

O entendimento sistêmico requer uma compreensão dentro de um contexto, de modo a conhecer a natureza das relações.
A principal característica da organização dos organismos vivos é a natureza hierárquica, isto é, a tendência a formar
estruturas multiniveladas de sistemas dentro de sistemas.

Para compreender esse entendimento, uma técnica bastante utilizada é o genograma, que é a representação gráfica da
família. Nele são retratados os diferentes membros da família, o padrão de relacionamento entre eles e as suas principais
questões hereditárias, emocionais, psicológicas e comportamentais.

O genograma permite a identificação de padrões repetitivos e de tendências familiares. Trata-se de uma “árvore
genealógica” sistêmica, por meio da qual são investigadas as dinâmicas e os aspectos disfuncionais do sistema familiar.

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Minha família é um fenômeno!
Neste vídeo, a especialista fará uma reflexão sobre a família como fenômeno estudado pela Psicologia, com exemplos
das relações conjugal, entre pais e filhos e de reciprocidade plena.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Existem diferentes perspectivas e formas de compreender a realidade e o conceito de família. Alguns autores
defendem inclusive o uso do termo “famílias” para se referir a essa realidade plural. No entanto, Donati (2008) ressalta
que a família possui uma característica que a diferencia de outros grupos, que seria(m)

A os vínculos sanguíneos.

B os vínculos de afeto.

C os vínculos patrimoniais.

D o contrato jurídico.

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E uma relação de reciprocidade.

Parabéns! A alternativa E está correta.

As concepções de família, bem como a consideração do que constitui um grupo em uma família é um campo de
múltiplas aproximações. No entanto, Donati (2008) vai considerar sobretudo a relação de reciprocidade entre os sexos
e as gerações como o ponto crucial na realidade de uma família, apontando para um vínculo que considera a
existência individual e grupal. Os vínculos sanguíneos, os de afeto, os patrimoniais e mesmo o jurídico, nesse sentido,
ainda que não negados como importantes, não são o que definem a família para esse autor.

Questão 2

A perspectiva sistêmica contribui de forma significativa para a compreensão da pessoa, do seu ambiente e de suas
relações, revelando-se um pensamento presente em muitas abordagens psicoterapêuticas modernas. Com relação à
perspectiva sistêmica, seus três eixos principais são

A a complexidade, a instabilidade e a intersubjetividade.

B a complexidade, a individualidade e a instabilidade.

C a complexidade, a estabilidade e a individualidade.

D a individualidade, a instabilidade e a intersubjetividade.

E a simplicidade, a instabilidade e a intersubjetividade.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Os eixos principais da perspectiva sistêmica são a complexidade, a instabilidade e a intersubjetividade, frutos da


premissa de que tudo se relaciona com tudo e nada está isolado no universo. Essa aproximação explica o quanto a
complexidade e a instabilidade vão ser próprios dos sistemas, já que as mudanças dos elementos afetam o sistema, e
este, por sua vez, afeta os elementos. Esse aspecto aponta para a intersubjetividade presente nos sistemas.

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4 - Logoterapia e psicologia positiva


Ao final deste módulo você será capaz de reconhecer a logoterapia e a psicologia positiva como correntes
da psicologia moderna.

Logoterapia de Viktor Emil Frankl


A seguir conheceremos uma frase que certamente poderia ser um slogan da logoterapia e foi pronunciada por Viktor Emil
Frankl, fundador dessa corrente psicoterapêutica.

“Encontrei o significado da minha vida ajudando os outros a encontrarem o sentido de suas vidas.”

Ela ecoa na prática de todo logoterapeuta e é ela que nos permite afirmar que a logoterapia é a psicoterapia do sentido da
vida.

Viktor Emil Frankl (1904-1997) foi um neurologista e psiquiatra vienense contemporâneo de Freud, conhecido pelo
desenvolvimento da logoterapia e análise existencial, também conhecida como a terceira escola vienense de
psicoterapia. A teoria da logoterapia se confunde facilmente com a vida de seu autor, já que ele foi preso em campos de
concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, perdendo sua esposa, sua mãe, seu pai e um irmão para a
barbárie da guerra (FRANKL, 2016).

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O autor afirma que a logoterapia é uma forma de terapia que tem como base a análise existencial por ele desenvolvida.
Entretanto, devido a confusões terminológicas com a Daseinsanalise desenvolvida por Ludwig Binswanger (1881-1966),
Frankl, ao longo de sua vida, começou a utilizar o termo logoterapia como um sinônimo para análise existencial, no intuito
de evitar confusões.

Para esse teórico, toda psicoterapia terá implícita ou explicitamente uma visão de mundo e uma visão de homem. Esses
aspectos, aos quais denominou de “implicações metaclínicas da psicoterapia”, são importantes, já que influenciam o
modo de tratamento, a atitude do psicoterapeuta e, poderíamos até mesmo dizer, o próprio sucesso da psicoterapia.

No que diz respeito à visão de homem da logoterapia, ela está ancorada em três pilares: a liberdade da vontade, a vontade
de sentido e o sentido da vida. Vamos falar brevemente desses três pilares!

Liberdade da vontade expand_more

Você já deve ter percebido que esse é um tema caro à psicologia existencial. Ao falar da liberdade, Frankl não nega
as condições que podem limitar o agir humano e seria até contraditório um homem que ficou preso em um campo
de concentração negar os condicionamentos sociais aos quais fora submetido. No entanto, ele diz que mesmo
nessas condições o homem é capaz de tomar uma atitude, pois, embora não tenha controle sobre o que lhe
aconteceu, continua tendo um “para quê”, isto é, continua livre para decidir o que fazer em cada circunstância, seja
ela qual for.

Vontade de sentido expand_more

Frankl desenvolve uma teoria da motivação em resposta às perspectivas da psicanálise de Freud (1856-1939), e da
psicologia individual de Alfred Adler (1870-1937), pois ele entende que a psicanálise vê que o homem é, sobretudo,
movido pela vontade de prazer. Já a psicologia individual afirmava que o homem era movido pela vontade de poder.
No entanto, segundo Frankl, nenhuma das duas teorias explicaria satisfatoriamente a situação humana (FRANKL,
2021).

Sentido da vida expand_more

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Vitor Frankl entende que o homem, na realidade, busca um sentido na vida, tem uma vontade de sentido que,
quando frustrada, gera o vazio existencial. Com isso, ele não somente desenvolve uma teoria da motivação, mas
também uma psicopatologia existencial, entendendo que além das doenças psicogênicas e somatogênicas (com
sua etiologia psicológica e somática) existiria também uma neurose noogênica, ou seja, uma neurose
caracterizada pelo não encontro de um sentido de vida pela pessoa.

Entretanto, o que seria o sentido de vida? Esse é o terceiro pilar para Vitor Frankl (2021). Ele não afirma que a
logoterapia e, por extensão, o logoterapeuta, deva dar um sentido de vida para o seu paciente, pois esse sentido
não pode ser dado, ele deve ser encontrado.

Mas o sentido não é somente uma questão subjetiva. Ele se dá na concretude da existência da pessoa como uma
resposta concreta a uma realidade. De forma matemática, o sentido da vida é como uma resposta à equação (2 +2
= ?).

Isso quer dizer que, em cada situação, a pessoa concreta, única e singular é chamada a dar uma resposta ao que a vida
lhe indaga. Nessa resposta, ela vai encontrando o sentido da vida. Furtar-se a responder é cair no vazio existencial, é
deixar de exercer a liberdade e a responsabilidade.

Ainda que cada pessoa seja chamada pela vida para encontrar um sentido, Frankl reconhece que o sentido de vida
geralmente pode ser encontrado em três realidades: amando alguém (sentido do amor), dedicando-se a um trabalho ou a
uma causa (sentido do trabalho) e superando um sofrimento (sentido do sofrimento).

Técnicas da logoterapia: Intenção paradoxal e derreflexão


Para a logoterapia, o homem tem uma dimensão espiritual e, da realidade humana, nascem duas capacidades:

Autodistanciamento

O autodistanciamento se refere à capacidade que o ser humano tem de se afastar de si mesmo, para, enquanto se
observa, tomar uma atitude frente às situações em que está inserido. Frankl, em vários de seus escritos, cita o humor
como um dos exemplos de autodistanciamento. Não o humor de chacota com os outros que, hoje em dia, vemos aos
montes, mas aquele humor que se volta para o riso de si mesmo, das situações problemáticas em que estamos, e que
com essa atitude se tornam mais suportáveis.
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Autotranscendência

A autotranscendência se refere à capacidade que o ser humano tem de se orientar para além de si mesmo, seja por
meio de um trabalho a realizar, seja por uma pessoa a quem amar. Na realidade, o amor é o exemplo perfeito de
autotranscendência, sendo ele a atitude do homem que, indo além de si, capta o mais profundo da existência de um tu,
de um outro. Bonito, né? Mas deixemos a fenomenologia do amor para outro momento.

A intenção paradoxal e a derreflexão se ancoram nessas duas capacidades, sendo que a intenção paradoxal pode,
inclusive, ser aplicada como técnica em outras abordagens psicoterapêuticas, ainda que não com esse nome.

De acordo com esse autor, a intenção paradoxal era útil quando nos deparávamos com um paciente que apresentava um
quadro de temor, fosse nas chamadas neuroses de angústia, fosse nas chamadas neuroses obsessivas.

Exemplo

Imagine uma pessoa que apresente um quadro de agorafobia, ou seja, medo de situações ou locais que podem
desencadear um ataque de pânico. Essa mesma pessoa, ao chegar a uma loja e ali permanecer algum tempo, começa a
imaginar que desmaiará e que ficará à mercê de desconhecidos.

No momento exato em que esse pensamento surge, a pessoa percebe o coração disparando e ela amplia sua atenção
para qualquer sinal que possa indicar um desmaio, ficando hipervigilante, ofegante e, assim, caminhando para um ataque
de pânico. Esse é um quadro clássico de muitas pessoas que sofrem de ansiedade, especificamente o transtorno de
pânico. A pergunta que fazemos é: como a intenção paradoxal seria utilizada nesse caso?

Observe que a intenção paradoxal pontua dois aspectos:

mood_bad
Ela leva o paciente a desejar o que teme.

mood
Ela tem que estar permeada por um pouco de humor.

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Lembre-se de que a intenção paradoxal está ancorada no autodistanciamento e que o humor é uma forma de se
autodistanciar (FRANKL, 2016).

Então, utilizando a intenção paradoxal, sugeriríamos ao paciente que, quando diante da situação de medo de desmaiar,
desejasse de fato desmaiar. Só que não serviria qualquer desmaio tímido e sem graça, mas sim aquele marcado por uma
coreografia clássica de cinema, na qual a pessoa dá uma meia volta rodando, jogando os braços para cima, dando um
grito lancinante e caindo estatelada! Está rindo? Bom, essa era a ideia e, mesmo que os pacientes no início tivessem
alguma resistência, Frankl cita várias intervenções nas quais essa técnica surtiu efeito.

A segunda técnica seria a da derreflexão e seria útil, sobretudo, nos casos de ansiedade antecipatória e de obsessão pela
observação. Na realidade, a derreflexão está ancorada na capacidade de autotranscedência. O sofrimento de muitos
pacientes estaria relacionado ao fato do foco e da atenção deles estarem demasiadamente fechados em algo que não os
levaria para além de si mesmos (FRANKL, 2016).

Vamos a outro exemplo? Ele começa com um exercício de imaginação que na verdade é bem simples, basta obedecer a
seguinte orientação: gostarámos que você não pensasse, em hipótese alguma, em um urso polar branco. Conseguiu?
Difícil, né? No momento em que damos esse comando, você provavelmente buscou mentalmente uma imagem de um
urso polar branco e, com isso, acabou pensando nele.

O foco na imagem do urso polar branco pode causar grande sofrimento em algumas pessoas, pois, o tempo todo, seu
esforço está em não pensar nela, acabando por pensar. Dessa maneira, a derreflexão seria utilizada para ajudar o paciente
a observar algo além, ou seja, a sair de si e da obsessão em não pensar no urso polar branco para, por exemplo, pensar no
sentido ou objetivo. Por exemplo, não pensar no urso polar branco ajudaria você a ganhar pontos para a prova final.

Em resumo, podemos entender melhor nas palavras de Frankl (2016, p. 210): “apenas consigo ignorar algo – ou seja, fazer
a derreflexão solicitada – à medida que passo ao largo desse algo, à medida que existo para outra coisa”.

Psicologia positiva: Elementos do bem-estar


O que você mais deseja na vida? Saúde, dinheiro, uma casa em um local tranquilo, viajar? Por que você deseja isso? Talvez
você responda que é devido a acreditar que isso lhe trará felicidade. Para muitos, a busca pela felicidade é a maior
motivação humana. Mas o que é a felicidade?

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Esse é um interessante problema filosófico, até mais que filosófico, pois acompanha a realidade humana desde seus
primórdios. E a psicologia positiva decidiu, de alguma forma, debruçar-se sobre essa realidade.

A psicologia positiva pode ser compreendida como um movimento que surgiu no contexto da Psicologia norte-americana
no final da década de 1990 e início dos anos 2000, trazendo uma crítica à Psicologia da época e retomando temas e
premissas anteriormente abordados pela Psicologia, mas, segundo os principais nomes desse movimento, sem uma
sólida metodologia científica.

Embora a psicologia positiva seja formada por diferentes nomes, podemos afirmar que seu principal representante é
Martin Seligman, psicólogo norte-americano que foi presidente da Associação Americana de Psicologia.

Seligman (2004) defende que a Psicologia deve retornar os seus dois objetivos anteriores: contribuir para a que as
pessoas tenham vidas mais realizadas e possam desenvolver seus talentos.

A psicologia positiva define que seus três pilares são:

Estudo da experiência subjetiva positiva

Caracterizada aqui principalmente por emoções positivas como o bem-estar, o contentamento, o otimismo,
a experiência de fluxo (flow) e a felicidade.

Traços individuais positivos

Engloba virtudes, forças de caráter, talentos, pontos fortes e habilidades interpessoais.

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Instituições positivas

Consideradas desde o nível grupal e que abrangem o trabalho ético, a cidadania e a responsabilidade.

Inicialmente, a psicologia positiva se voltava muito mais para a promoção da saúde e a potencialização daquilo que estava
em funcionamento na pessoa do que para o tratamento de transtornos.

Por isso mesmo, em seus anos iniciais, não se falava de uma psicoterapia positiva (RASHID; SELIGMAN, 2019). Hoje em
dia, no entanto, além de uma abordagem de promoção e potencialização, a psicologia positiva também apresenta uma
aproximação psicoterapêutica, com a utilização de suas premissas no tratamento de transtornos como a depressão e a
ansiedade.

Uma das intervenções utilizadas com esse propósito é o exercício das três bênçãos. Nesse exercício, você é convidado a
escrever, ao fim do dia, três coisas boas que lhe aconteceram e o porquê você as considera boas. Essa inoculação de
gratidão leva a uma modificação positiva do humor e serve como um antídoto contra a depressão.

Saiba mais

Outra grande área da psicologia positiva e que vale muito a pena você explorar mais é o campo do estudo dos aspectos
positivos da personalidade das pessoas, principalmente as chamadas virtudes e forças pessoais.

Peterson e Seligman (2004) desenvolveram uma vasta pesquisa sobre as principais virtudes reforçadas pela humanidade
ao longo de sua história, bem como a apresentação dessas virtudes de forma mais concreta na realidade das pessoas, as
chamadas forças pessoais.

Na psicologia positiva os elementos do bem-estar (ou felicidade) estão ancorados no exercício das forças pessoais, sendo
que elas são o motor para o desenvolvimento de um sentido de vida, para alcançar experiências de fluxo (engajamento),

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para experimentar emoções positivas, para estabelecer relacionamentos positivos e para alcançar realização.

É importante considerar que a psicologia positiva se expandiu para outras áreas. Nesse sentido, alguns de seus teóricos a
veem não somente como um movimento dentro da Psicologia, mas como um movimento dentro da ciência em geral, no
qual existe uma orientação para o desenvolvimento das pessoas. Podemos definir dois tipos de desenvolvimentos:

Educação positiva

É aquela na qual a meta da educação não é somente a aquisição de conhecimentos, mas também de habilidades para
alcançar o bem-estar, desenvolver as forças pessoais e se integrar em uma comunidade maior.

Economia positiva

Denominada também como ciência da felicidade aplicada aos modelos econômicos. Por exemplo, o Butão, país asiático,
desenvolveu o chamado FIB (Felicidade Interna Bruta) para verificar não somente o desenvolvimento econômico do país,
mas também o nível de bem-estar de seus habitantes.

A psicologia positiva ainda está a todo o vapor, sendo que tanto o desenvolvimento de novas áreas como a correção de
algumas inadequações nas construções teóricas desse movimento vêm sendo apresentados nos últimos anos.

video_library
Logoterapia: Humanização de perspectivas sobre a pessoa
humana
Neste vídeo, a especialista fará uma reflexão sobre a Logoterapia de Viktor Emil Frankl, com exemplos das principais
técnicas utilizadas.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A logoterapia é reconhecida como terceira escola vienense de psicoterapia, tendo surgido após a psicanálise e a
psicologia individual, de Freud e Adler, respectivamente. Com relação à logoterapia e às chamadas “implicações
metaclínicas”, podemos afirmar que

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as implicações metaclínicas se referem às técnicas logoterapêuticas da intenção paradoxal e da


A
derreflexão.

toda psicoterapia deve ter uma visão de mundo e um conjunto de técnicas, sendo essas as chamadas
B
implicações metaclínicas.

com implicações metaclínicas, Frankl quer dizer que toda corrente psicoterapêutica apresenta uma
C
visão de mundo e uma visão de homem (cosmologia e antropologia).

as implicações metaclíncias se referem às vivências do terapeuta e o quanto ele possuía abertura para
D
uma autoanálise, visando melhorar sua prática.

as implicações metaclínicas se referem às técnicas que toda psicoterapia deve adotar para ser
E
reconhecida como tal.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Com o uso da expressão “implicações metaclínicas”, Frankl chama a atenção para o fato de que toda psicoterapia
possui, implícita ou explicitamente, uma visão de homem e uma concepção de mundo, sendo que tais aspectos
influenciam na práxis terapêutica. Por isso mesmo, ele desenvolve uma rica antropologia que está na base de sua
formulação de intervenção técnica em logoterapia. Mas embora a visão de mundo e de homem se relacionem com o
terapeuta, elas não estão no âmbito da autoanálise.

Questão 2

A psicologia positiva tem como seu principal nome o psicólogo norte-americano Martin Seligman, ex-presidente da
APA (Associação Americana de Psicologia), embora outros grandes nomes tenham se envolvido no desenvolvimento
dessa abordagem. Quanto a seus pilares, é correto afirmar que

o intuito da psicologia positiva era o estudo das experiências subjetivas positivas, dos traços
A
individuais positivos e das instituições positivas.

visava retomar as principais premissas do existencialismo como o valor do sofrimento para o


B
crescimento humano.

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C está baseada na premissa de que os transtornos mentais são inerentes à realidade da pessoa, sendo
necessárias novas formas de tratamento baseados em evidência.

defende a criação de um modelo de psicoterapia baseado nas forças pessoais, sendo essa a sua
D
principal meta inicial.

baseia-se em uma visão de homem como ser determinado e que somente busca alcançar o máximo
E
de prazer e o mínimo de sofrimento.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Inicialmente, a psicologia positiva se voltava para a potencialização e promoção do florescimento humano, sendo que
seus pilares ou objetivos de estudo eram as experiências subjetivas positivas (como a felicidade), os traços
individuais positivos (como as virtudes) e as instituições positivas. Embora ela retome algumas perspectivas da
psicologia existencial, sua ênfase não era no sofrimento humano, nem nos transtornos mentais, sendo que
inicialmente não visava ao desenvolvimento de uma psicoterapia, o que somente ocorreu anos depois de seu início.
Sua visão de homem é a de que ele, de certa forma, é dotado de algum grau de liberdade e movido por uma tendência
pró-social.

Considerações finais
A Psicologia é uma ciência rica em diferentes perspectivas e abordagens que buscam, de alguma maneira, compreender a
realidade da pessoa, seu funcionamento, sua forma de se relacionar com o mundo e com as dificuldades que
inevitavelmente surgem.

Neste conteúdo, procuramos apresentar a você diferentes perspectivas nos âmbitos teórico e técnico, sendo importante
destacar que tanto a reflexão sobre o mistério da pessoa quanto o desenvolvimento de técnicas cientificamente
embasadas fazem parte da missão de uma Psicologia que tenta se firmar como ciência.

Nesse sentido, a abertura àquilo que é desconhecido no outro e a nós mesmos se constitui como a atitude mais
importante que o psicólogo precisa ter para que possa trilhar seu caminho de desenvolvimento e crescimento na ciência e
na profissão.

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Podcast
Neste podcast, a especialista apresentará os objetivos e técnicas da psicologia positiva, considerando a sua aplicação em
diferentes áreas de atuação do psicólogo.

Referências
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BELMINO, M. C. Os movimentos humanista-existencial e fenomenológico-existencial na psicologia: entrelaçamentos


históricos em uma narrativa breve. Porto Alegre: Simplíssimo, 2021.

COOPER, M. et al. (ed.). The handbook of person-centred psychotherapy and counselling. London: Macmillan International
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DONATI, P. Família no século XXI: abordagem relacional. São Paulo: Paulinas, 2008.

FENOMENOLOGIA In: ORGLER, S.; LIMA, P.; D'ACRI, G. (ed.). Dicionário de Gestalt-terapia: gestaltês. São Paulo: Summus
Editorial, 2016.

FRANKL, V. E. A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da logoterapia. Rio de Janeiro: Paulus, 2021.

FRANKL, V.  E. Teoria e terapia das neuroses: introdução à logoterapia e à análise existencial. São Paulo: É Realizações,
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FRAZÃO, L. M. Um pouco da história… um pouco dos bastidores. In: FRAZÃO, L. M.; FUKUMITSU, K. O. Gestalt-terapia:
fundamentos epistemológicos e influências filosóficas. São Paulo: Summus Editorial, 2020. p. 11-23.

GESTALT-TERAPIA In: ORGLER, S.; LIMA, P.; D'ACRI, G. (Ed.). Dicionário de Gestalt-terapia: gestaltês. São Paulo: Summus
Editorial, 2016.

JOLIVET, R. As doutrinas existencialistas de Kierkegaard a Sartre. São Paulo: Livraria Tavares Martins, 1975.

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NICHOLS, M. P.; SCHWARTZ, R. C. Terapia familiar: conceitos e métodos. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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YONTEF, G. M. Processo, diálogo e awareness: ensaios em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus Editorial, 1998.

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Para conhecer suas principais forças pessoais mencionadas no item sobre a psicologia positiva, você pode responder,
gratuitamente, ao inventário disponível no site do VIA Character Institute localizado no item Character Strengths.

A vida de Viktor Frankl, criador da logoterapia, é emocionante. Você pode vê-lo falando sobre suas próprias teorias! Assista
a uma entrevista que ele concedeu a um programa de TV norte-americano, disponível no YouTube, no canal Tratado de
Logoterapia, sob o título Viktor Frankl no programa Man Alive 1977 legendado em português.

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