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15/02/2023 07:25 Psicoterapia em contextos específicos

Psicoterapia
em contextos
específicos
Prof. Pedro Rodrigues

Descrição

Compreensão de processos psicoterapêuticos e de serviços psicológicos aplicados a contextos


específicos, tais como na clínica com crianças e idosos, no tratamento de transtornos mentais e em
situações emergenciais e extremas.

Propósito

Os conhecimentos sobre a psicoterapia e seus recursos são fundamentais para capacitar profissionais para
avaliar as realidades humanas desde a infância até à velhice. Além disso, também são essenciais em
quadros psicopatológicos e emergenciais, favorecendo intervenções efetivas por meio da ludicidade,
promovendo a qualidade de vida e o cuidado em situações extremas ou de crise.

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Objetivos

Módulo 1

Psicoterapia infantil
Reconhecer a condução psicoterapêutica das demandas infantis vinculada à orientação dos cuidadores.

Módulo 2

Psicoterapia com idosos


Identificar como é feito o manejo psicoterapêutico com o público idoso.

Módulo 3

Psicoterapia e transtornos mentais


Identificar os processos avaliativos e interventivos no tratamento dos transtornos mentais.

Módulo 4

Atendimento de emergências e o plantão psicológico


Reconhecer o serviço emergencial dos plantões psicológicos.

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meeting_room
Introdução
Você já deve ter lido que o sofrimento é inerente à vida humana e o desenvolvimento pessoal de cada um de
nós é marcado por uma série de desafios. No entanto, é provável saber que a Medicina vem evoluindo ao
longo do tempo para auxiliar na prevenção, no tratamento e na cura de doenças orgânicas, promovendo a
sobrevivência e a qualidade de vida que tanto buscamos. Além disso, é possível já ter ouvido falar que o
sofrimento emocional e os desafios comportamentais e sociais são temas estudados pela Filosofia há
muito tempo.

É seguindo essa mesma preocupação com o bem-estar humano que, atualmente, as ciências psicológicas
impulsionam seus estudos, proporcionando resultados relevantes por intermédio de seus procedimentos e
suas aplicações, como é o caso da prática psicoterápica.

A psicoterapia é um processo cuja finalidade é o tratamento de demandas psicológicas. Ela pode ser
praticada sob diversas metodologias, é adaptável a diferentes públicos ou quadros clínicos, pois conta com
um amplo arsenal de estratégias, protocolos e especialidades. Qualquer pessoa pode ser beneficiada por
esse serviço, ainda que não tenha um diagnóstico formal e independentemente da idade ou urgência.

Entretanto, não basta conhecermos as teorias psicológicas e não utilizarmos o seu imenso potencial de
aplicações. É justamente por isso que neste conteúdo estudaremos as especificidades da psicoterapia
voltada para o público infantil e para os idosos. Além disso, também exploraremos a atuação do plantão
psicológico em situações de crise e emergências, para que futuramente possa colocar em prática os
conhecimentos adquiridos.

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1 - Psicoterapia infantil
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a condução psicoterapêutica das
demandas infantis vinculada à orientação dos cuidadores.

Processo terapêutico com crianças


Começaremos falando sobre o processo terapêutico com crianças e algumas de suas particularidades. Faz
parte do primeiro contato com os responsáveis o estabelecimento do contrato clínico, que inclui os horários,
honorários, modo de conduzir faltas e férias, além de esclarecimentos sobre a forma de trabalhar do
profissional e de alguns componentes éticos. É justificável a ausência da criança nesse primeiro encontro
com os responsáveis, porque algumas questões que visem preservá-la talvez precisem ser abordadas.

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A anamnese é feita na primeira entrevista, com o objetivo de conhecer a história de vida da criança e da
família. Primeiro, o profissional acessa a queixa da família e, logo depois, a da criança. Saiba que elas nem
sempre correspondem.

O objetivo central desse primeiro encontro é a coleta de dados sobre a criança. Basicamente, procura-se
levantar as seguintes informações:

motivos da busca pela psicoterapia, se ela já passou por tratamentos anteriores ou se há tratamentos em
andamento;
hábitos da criança;
dados gerais sobre a sua história de vida (incluindo saúde, sono, alimentação, relações familiares e
relações com outras crianças);
informações sobre a vida escolar;
noções sobre desde quando o problema comportamental é apresentado;
informações sobre em quais contextos ele costuma aparecer;
condutas habituais das pessoas para tentar lidar com a situação-problema.

Além disso, o profissional começa a avaliar o contexto familiar e o perfil dos pais. Isso dá uma noção do que
ele pode encontrar pela frente, a partir dessa perspectiva dos cuidadores. Assim, o profissional pode
planejar as primeiras sessões tendo em vista a avaliação feita por meio do relato dos pais.

O segundo passo é a avaliação psicológica, na qual o profissional acessa e conhece diretamente a criança.
Esse trabalho inclui os seguintes exame de aspectos:

Cognitivos

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Emocionais

Comportamentais
É possível identificar experiências que a criança tem vivido e como ela as processa, tudo dentro de uma
abordagem lúdica, utilizando técnicas projetivas e psicométricas.

Suponhamos que a sessão tenha duração de 50 minutos. Uma estrutura de tempo possível é a seguinte:

Primeira parte

Separar os primeiros 35 minutos com atividades planejadas pelo profissional, conforme os objetivos
terapêuticos.

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Segunda parte

Deixar os últimos 15 minutos dedicados às atividades ou brincadeiras escolhidas pela própria criança.

Afinal, a sessão não pode ser recheada de brincadeiras e diversão sem que haja o claro propósito da coleta
de dados ou a aplicação de intervenções importantes.

Mesmo nessa segunda parte da sessão o clínico não deve perder o foco dos objetivos do trabalho, pois
todos os comportamentos apresentados na sessão podem trazer informações importantes.

Uma orientação inicial é de não abordar diretamente a queixa com a criança.


Podemos considerar, por exemplo, que se a queixa da família é que ela não está se
desenvolvendo na escola, provavelmente a criança já sabe que ela está com
dificuldade nas matérias, nas provas ou nas relações com os amigos.

Então, em vez de começar abordando esse assunto desconfortável diretamente com ela, podemos trilhar
primeiro um caminho de fortalecimento do espaço terapêutico perguntando sobre o que ela gosta e em que
ela acha que é boa para a construção do vínculo terapêutico. Nesse momento, podemos investigar se ela
consegue falar bem de si mesma, isto é, avaliar como está sua autoestima.

Vejamos a seguir três estágios de abordagem que podemos seguir.

Primeiro estágio expand_more

Na primeira sessão com a criança, é importante abordarmos aspectos positivos. É comum elas
gostarem de algum personagem de desenho animado ou série de TV, e o profissional pode levar
esse personagem para a sessão com o objetivo de criar esse vínculo. Ele também pode propor
alguma atividade que a criança já pratique e ache agradável.

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Segundo estágio expand_more

Só depois de começarem a construir essa relação de confiança é que o profissional deverá abordar
os incômodos da criança diretamente com ela.

É imprescindível que todo psicoterapeuta infantil domine a psicologia do desenvolvimento infantil


entendendo os parâmetros do que relativamente se espera de uma criança em cada faixa etária,
compreendendo os “saltos” de desenvolvimento e a evolução do repertório comportamental. Assim,
é possível identificar se há algum atraso ou imaturidade no desenvolvimento e qual é a discrepância
desse atraso.

Terceiro estágio expand_more

Em um terceiro estágio, temos o momento da devolutiva para os cuidadores, quando o profissional


compartilha com eles os resultados da sua avaliação, as hipóteses formuladas e as propostas de
tratamento ou intervenção. Nessa devolutiva, o psicoterapeuta esclarece se há necessidade de
outros processos avaliativos dentro da psicoterapia ou até mesmo com outros profissionais.

Orientação de cuidadores
Podemos chamar os responsáveis pela criança de cuidadores porque nem sempre são os pais que tomam
conta e se responsabilizam por ela. Sendo assim, esses cuidadores podem ser os avós, os tios ou até
mesmo um irmão mais velho.

Desde o primeiro contato com os cuidadores é importante corrigir expectativas disfuncionais que eles
possam vir a ter em relação ao processo terapêutico, pois o profissional não vai se comprometer a tratar
exatamente daquilo que eles querem ou esperam.

Também faz parte do trabalho explicar a eles que existe um consenso científico de que a origem dos
transtornos psicológicos é multifatorial, ou seja, os quadros clínicos não possuem uma única causa, nem
são por ela determinados, pois é comum que eles se sintam culpados pelos problemas da criança.

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É importante termos em mente que uma criança tem características próprias e a terapia com ela deverá
seguir de acordo com essas condições específicas, ou seja, não adianta tentar tratá-la como se fosse um
“miniadulto”.

É necessário esclarecer que o processo clínico da criança não é uma saída mágica para os problemas dela.
De forma equivocada, os adultos podem supor que uma vez que a criança está submetida a esse tipo de
serviço, eles não precisam mais se preocupar em promover mudanças na realidade à qual ela está
submetida. Esse é um erro de interpretação comum entre os cuidadores e que precisa ser desfeito já no
início do processo terapêutico.

A psicoterapia infantil acontece conjugada com a orientação dos pais, pois o profissional espera
continuamente deles:

registros;
feedbacks;
reforçamento extraconsultório;
acompanhamento;
supervisão.

Afinal, o psicoterapeuta não exerce uma função parental e não substitui o papel dos responsáveis pela
criança.

Exemplo

O psicoterapeuta não define se a criança pode jogar ou não videogame, até que horas ou que tipo de jogo.
Essas são decisões dos pais. O psicoterapeuta é o facilitador de um processo de desenvolvimento
psicológico.

Não é recomendável que os pais retratem a figura do psicoterapeuta como um fiscal ou aplicador de
punições, dizendo, por exemplo: “se você não fizer seu dever de casa, eu vou falar para a sua psicóloga”.
Estratégias desse tipo sabotam a relação terapêutica entre o profissional e a criança. Em vez disso, os pais
precisam colaborar para que a criança sinta confiança e segurança no espaço terapêutico.

Os encontros da criança permitem que o psicoterapeuta estabeleça avaliações sobre o problema e até
intervenha, obtendo algumas mudanças. Entretanto, é nos contextos naturais, como na família ou na escola,
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que mudanças podem ser realizadas alterando o repertório comportamental da criança.

Por isso, paralelamente às sessões da criança, os responsáveis podem frequentar sessões de família, a fim
de experimentar e revisar novas formas de agir com a criança. A interação com os cuidadores pode ocorrer
semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, dependendo do caso.

Acessando as condutas dos cuidadores mais de perto, o psicoterapeuta pode examinar o estilo parental
predominante. Existem quatro tipos de estilo parental, que são os modos como os pais lidam com a criança
e a educam para o mundo. Esses perfis podem ser categorizados de acordo com a ocorrência de condutas
relacionadas ao afeto e ao limite. Confira!

Negligente

Aquele que carece de provisão de afeto e estabelecimento de limites.

Autoritário

Excede no estabelecimento de limites e descuida da afetividade.

Permissivo

Excede na afetividade, mas relaxa na provisão de limites.

Participativo
E ilib f t li it d t É
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Equilibra afeto e limite na dose certa. É o estilo mais saudável e o objetivo da orientação dada
aos cuidadores.

Uso de recursos lúdicos


É natural que a criança não tenha a mesma capacidade de expressar suas angústias, incômodos e
problemas como os adultos o fazem. Muitas delas nem são verbais ainda e isso não é um problema para a
psicoterapia infantil, porque “palavra” é diferente de “expressão”. Ainda que a criança não verbalize, ela pode
expressar suas questões ou seu mundo interior de outras formas. Essa expressão pode ser muito fluida por
meio de fantasias, do simbólico e da dramatização, uma vez que ela geralmente tem poucas barreiras ou
mecanismos defensivos.

O psicoterapeuta deve adaptar suas técnicas e seus procedimentos a cada um dos seus pacientes,
considerando o estágio específico de desenvolvimento em que eles se encontram, descobrindo sua
linguagem própria e entrando nesse seu mundo mental.

É nesse ponto que entra o lúdico, já que pelas brincadeiras é possível que a criança exponha aquilo que ela
vivencia. No ato de brincar, a criança pode narrar histórias criativamente que revelam a sua dinâmica mental
interna – a forma como ela lê o mundo, o seu contexto e suas experiências.

Ela externaliza seus pensamentos e sentimentos diante dos estímulos que a rodeiam, projetando seu modo
de ser na relação que ela estabelece com o brinquedo.

O recurso lúdico é aquilo que traz a expressão psicológica por meio do brincar, da fantasia e da imaginação.
Esses recursos podem ser variados e incluir elementos como os seguintes:

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Bichos de pelúcia

Argila

Bonecos

Massinha de modelar

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Pintura

Instrumentos musicais
Os brinquedos e jogos devem ser diversificados para poder atender as necessidades de cada paciente.

O profissional pode utilizar fantoches para teatralizar experiências da criança, bem como jogos que
envolvam regras que ela tenha dificuldades em seguir. Também é importante reunir uma variedade de livros
e materiais gráficos que facilitem o processo terapêutico.

Recomenda-se evitar o uso do termo “tarefa” ao se referir às atividades passadas na psicoterapia para casa,
pois esse termo remete à ideia de “tarefas escolares”, podendo fazer com que o paciente se torne resistente
à realização delas. As técnicas vão sendo adaptadas para se tornarem mais atrativas ao universo infantil.

O treinamento de reconhecimento das emoções é importante porque muitas crianças não diferenciam
alguns dos seus sentimentos, como:

tristeza;
tédio;
raiva.

Então, utilizando a criatividade, podemos desenhar carinhas ou utilizar baralhos com diferentes expressões
e posturas corporais que especificam de forma ilustrada cada emoção. Com isso, elas aprendem que
existem emoções agradáveis e desagradáveis, e mesmo as desagradáveis são naturais de serem
experimentadas ao longo da vida.

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A criança pode aprender também a identificar seus pensamentos categorizando-os como pensamentos que
ajudam e pensamentos que não ajudam. Isso é feito utilizando a cor verde para sinalizar os que são
favoráveis e a cor vermelha para indicar aqueles que são disfuncionais.

As técnicas de modelagem comportamental podem ser aplicadas no formato de “economia de fichas”, na


qual a criança é motivada a avançar etapa por etapa. Para cada avanço comportamental ela recebe fichas,
tais como estrelinhas ou uma carinha alegre, que depois ela pode trocar por recompensas ou reforçadores
em geral.

Por fim, recomenda-se fortemente que o desligamento ou encerramento da psicoterapia não seja feito de
maneira abrupta, pois devemos considerar que a finalização desse trabalho envolve a separação da criança
de uma pessoa que provavelmente se tornou importante para ela. Com base nisso, podemos estabelecer
um espaçamento entre as sessões, para que o clínico avalie a experiência desse desligamento gradual, ao
mesmo tempo que obtém feedback sobre a manutenção dos ganhos obtidos em psicoterapia. Cabe ao
profissional encerrar o processo de forma agradável e deixando aberta a possibilidade de os cuidadores
procurarem novamente ajuda profissional quando for realmente necessário.

video_library
O psicoterapeuta aceita a experiência da criança
Neste vídeo, o especialista fará uma reflexão sobre a importância do psicoterapeuta aceitar a experiência da
criança, com exemplos dos limites básicos estabelecidos com a criança e a família.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

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Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Os estilos ou perfis parentais são diferentes formas de educar uma criança. Um dos estilos apresenta
um padrão de exceder em afetividade e negligenciar o estabelecimento de limites. Ele é chamado de

A estilo negligente.

B estilo autoritário.

C estilo permissivo.

D estilo participativo.

E estilo assertivo.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A permissividade parental acontece pela dificuldade em prover limites ao mesmo tempo em que
compensa no atendimento às necessidades emocionais da criança. Já o estilo negligente carece em
afeto e limites. O estilo autoritário excede em limites e descuida do afeto. Por fim, o participativo
equilibra as provisões psicológicas. Assertividade não é um estilo parental.

Questão 2

A ludoterapia é a abordagem que reúne jogos, brincadeiras e artes para adaptar processos avaliativos e
interventivos no trabalho psicoterápico com crianças. Sobre esse aspecto fundamental da clínica
infantil, podemos afirmar que

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A o lúdico é focado em abrir caminhos verbais variados para a criança se expressar.

B no ato de brincar, a criança se concentra em narrar histórias estruturadas pelo jogo.

C os recursos lúdicos são organizados por faixa etária.

a criança pode projetar o seu modo de ser na relação que ela estabelece com o
D
brinquedo.

E os jogos são recursos lúdicos superiores aos demais brinquedos.

Parabéns! A alternativa D está correta.

No contato com os recursos lúdicos, a criança pode revelar a sua dinâmica mental interna. Não há um
foco na verbalização, pois há diferentes formas de se expressar nas quais a criança pode construir
narrativas criativamente. Não há organização etária ou hierárquica dos recursos lúdicos, embora
existam adaptações e recomendações de acordo com as particularidades do caso.

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2 - Psicoterapia com idosos


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar como é feito o manejo psicoterapêutico
com o público idoso.

Processo terapêutico com idosos


Agora que já estudamos um pouco sobre as características da psicoterapia com crianças, vamos entender
melhor como é esse trabalho em uma faixa etária totalmente distinta.

No processo terapêutico com idosos, o primeiro aspecto a pontuar são os cuidados com as limitações
sensoriais desse público. Como, em geral, as abordagens psicoterápicas estão fundamentadas na troca
verbal, é preciso lembrar que os idosos podem ter uma diminuição da audição e, a partir daí, terem
dificuldades de compreensão durante a sessão, justamente por ouvirem pouco.

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É necessário ter cuidado também com tarefas que exijam registro de informações, tais como diários, pois
os idosos podem ter dificuldades motoras por motivos variados, como, por exemplo, a doença de Parkinson.
Esse raciocínio serve também para o uso de filmes ou imagens, uma vez que eles podem ter diminuição da
capacidade visual.

De modo geral, o profissional precisa estar atento às capacidades sensoriais do paciente para realizar as
adaptações necessárias, tais como:

Falar mais alto e mais pausadamente para facilitar a compreensão auditiva;

Realizar leituras;

Auxiliar no preenchimento de questionários.

Em muitos casos, até mesmo o atendimento domiciliar pode ser recomendável.

O psicoterapeuta também pode conversar com o médico prescritor dos medicamentos do idoso sobre a
possibilidade de adaptação do horário do medicamento para facilitar a psicoterapia ou fazer o caminho
contrário: mudar o horário da terapia para facilitar a ação do medicamento.

Desde o início do processo terapêutico com o idoso, o psicoterapeuta diferencia velhice de envelhecimento.
Confira!

Velhice
É uma fase avançada da vida, cronologicamente falando.

Envelhecimento
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É um processo pelo qual todos nós estamos passando desde que nascemos.

O profissional trabalha, então, a aceitação da velhice dentro de um contexto cultural que, muitas vezes, faz
relação com algum tipo de limitação e elementos negativos como:

doença;
bengala;
ócio;
cadeira de rodas;
remédio;
pílulas.

No entanto, podemos construir uma visão otimista da velhice, mostrando o quanto existem idosos:

Sábios

Produtivos

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Cooperativos

Felizes
O profissional também conta com a possibilidade de acessar, conhecer e orientar os cuidadores formais e
informais. Conheça a seguir as diferenças.

Cuidadores formais

São aqueles remunerados para auxiliar o idoso. Em geral, são profissionais responsáveis pelas atividades
domésticas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais etc.

Cuidadores informais

São os familiares com uma ligação afetiva com o idoso. E, normalmente, são eles os que mais sofrem no
desempenho desse cuidado.

Os familiares que vivem e cuidam do idoso podem ser ativos no processo, ajudando, por exemplo, na
implementação de atividades terapêuticas na rotina do paciente. Mas o fato de eles serem ativos no
processo não significa que o profissional pode violar o direito ao sigilo psicoterapeuta-paciente, que
claramente o idoso também tem.

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É importante termos em conta que o idoso pode apresentar menor flexibilidade cognitiva (a capacidade de
adaptar suas crenças adotando novas perspectivas em uma mesma situação), o que dificulta tirar dele uma
interpretação ou visão diferente para uma mesma realidade. Também é necessário avaliar e respeitar a
previsível alta conscienciosidade do idoso, que pode ser identificada pela tendência que ele tem de
estabelecer regras para viver uma vida planejada e evitar o inédito.

Além desses cuidados, também é indispensável realizarmos a confrontação empática de crenças


improdutivas ou disfuncionais desse tipo de paciente.

Exemplo
Um idoso pode acreditar que não é capaz de visitar lugares pela cidade. Diante disso, o psicoterapeuta pode
responder com uma fala empática do tipo: “Eu imagino como você se sente”, naturalizando essa
insegurança, mas, logo em seguida, questionando essa crença que pode impedi-lo de experimentar
vivências potencialmente satisfatórias.

O idoso pode hiperdimensionar a própria fragilidade e isso influencia a forma como ele vê os outros, pois se
ele se enxerga como muito frágil, então, os outros são figuras ameaçadoras, nas mãos de quem ele ficaria
suscetível e poderia ser atacado. Logo, ele não poderia sair de casa e circular por aí porque ficaria
desprotegido, restando apenas um quadro de abandono, isolamento e rejeição.

As teorias do envelhecimento postulam que há várias formas de viver a velhice e que esse estágio não é
igual para todos.

A esfera biológica não é um único fator da velhice, pois ela também é atravessada por fatores individuais,
isto é, a história singular daquela pessoa. Além disso, fatores socioculturais também são importantes, pois
países que valorizam os idosos, por exemplo, podem contribuir para a qualidade de vida e a saúde mental
deles.

Ao analisarmos mais de perto as duas faixas etárias estudadas até aqui, verificamos que existe um
contraponto teórico entre a fase de crescimento e a velhice, já que, inicialmente, a criança busca a alocação
de novos recursos cognitivos, enquanto o idoso visa à preservação daquilo que já foi obtido. Ou seja, o
desenvolvimento psicológico do idoso é bastante marcado pela manutenção de gostos e de recursos, e pela
regulação de perdas.

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Relação do psicoterapeuta com idoso e cuidadores


Os cuidadores podem ser orientados a não gerar uma “dependência comportamental aprendida”, ou seja,
quando a pessoa tem uma necessidade de ajuda comportamental relacionada a algo que ela poderia fazer
por ela mesma. Nesse sentido, é preciso evitar fazer pelo idoso aquilo que ele pode fazer sozinho.

Podemos até mesmo diferenciar a dependência da seguinte forma:

Congruente

Revela uma necessidade real a partir de uma limitação da pessoa.


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Incongruente

Sabota a autonomia do idoso e reforça um autoconceito de fragilidade e incapacidade.

O psicoterapeuta também pode acompanhar e validar a seletividade socioemocional, encarando-a como um


mecanismo natural da velhice que diz respeito à busca preferencial por relações qualitativas e por pessoas
que proporcionem experiências positivas e agregadoras.

Isto é, o idoso, com o seu senso de finitude e urgência, em termos sociais busca menor quantidade de
relações e maior qualidade de interações.
O profissional examina, portanto, quem o idoso gostaria que estivesse próximo a ele e convivendo com ele.

Faz parte do trabalho terapêutico ajudar o idoso a construir um estilo existencial alicerçado nos seus
valores, verificando o que realmente é importante e essencial para ele. Por exemplo, um paciente idoso

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comenta que uma qualidade que ele aprecia e almeja ter é “ser um bom avô”. Podemos otimizar esse valor
desdobrando-o em níveis, seguindo cinco critérios:

1. ser específico, examinando o que é ser um bom avô para ele;


2. ser significativo, conferindo se realmente aponta para um valor particular, que individualmente ele
aprecia;
3. ser realista, porque precisa ser alcançável;
4. ser adaptativo, porque precisa ser ajustável ao contexto;
5. ter um prazo razoável para que se possa acompanhar o avanço de suas implementações.

Um idoso pode ser expert em metas fáceis, alcançáveis, acessíveis e significativas. E os valores que mais
podem aparecer especificamente no público idoso incluem o pertencimento, a autonomia, a autoestima e a
aceitação.

Uma das dificuldades de se trabalhar com idosos é a presença de crenças muito enraizadas, ou seja,
crenças centrais formadas durante o seu desenvolvimento e fortalecidas durante toda a sua vida.

É possível que essas crenças sejam modificáveis, se estivermos falando de um paciente de 20 anos, ele
ainda terá até duas décadas de fortalecimento de uma crença. Um paciente de 70 anos já contabiliza mais
do que o triplo desse tempo para a cristalização de um modo de pensar.

É muito comum encontrarmos idosos que acreditam que nunca mudarão, pois foram de determinado jeito a
vida inteira, não vai ser “agora” que vão conseguir ser de outro.

É importante sabermos diferenciar quando o idoso tem uma limitação física real ou
se ele apenas acredita que possui uma limitação muito maior do que de fato ela é.

Também devemos examinar o impacto de algumas crenças geracionais em suas vidas. Tais crenças são
identificadas por modos de pensar característicos de pessoas nascidas em determinado período ou
participantes de um mesmo grupo historicamente definido. O idoso pode sinalizar esse tipo de crença
dizendo algo como: “na minha época não era assim”.

É possível que o idoso aborde as diferenças geracionais ao mencionar características do mundo atual e o
seu funcionamento e compará-lo com décadas anteriores, quando ele estruturou as bases de sua
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personalidade. Assim, ele pode apresentar crenças sobre como deve ser a estrutura familiar ideal, como as
pessoas devem se comportar em determinados lugares, como devem se vestir e o quanto devem trabalhar.
Tudo isso pode gerar um desconforto significativo e até mesmo alguns embates com os mais jovens da
família.

É comum encontrarmos idosos com vulnerabilidade à depressão porque não estão mais envolvidos em
funções ou atividades pelas quais se interessavam e nas quais se sentiam úteis, mas devido a mudanças
contextuais ou limitações pessoais eles não podem mais exercê-las.

Isso pode levá-los a uma ideia de desvalor por começarem a achar que não há mais nada que podem fazer
para contribuir com a sociedade.

Antigamente, os adultos idosos eram considerados “seres dotados de saber”, então, podiam encontrar
algum conforto nesse lugar e desempenhar esse papel na sociedade. Entretanto, hoje em dia essa ideia é
confrontada pelo advento da tecnologia, pois a internet tem sanado muitas dúvidas das crianças, dos
adolescentes e dos adultos mais jovens. A atual era da informação tem transcendido, muitas vezes, o que a
experiência pode ensinar, pois nem sempre cronologia ou idade avançada são sinônimo de maturidade (que
poderia ser descrita aqui como não apenas o quanto uma pessoa viveu, mas sim o quanto aprendeu de suas
experiências). Em um mundo extremamente tecnológico como o nosso, é fácil encontrarmos filhos tendo
que ensinar os pais a mexerem no computador, no celular ou em outros aparelhos digitais.

Demências e alterações capacitivas


Os sintomas mais comuns nas demências são os seguintes:

Déficits de memória;

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Dificuldades em executar tarefas domésticas;

Problemas com vocabulário;

Desorientação no tempo e espaço;

Incapacidade de julgar situações;

Problemas com raciocínio abstrato;

Disposição de objetos em lugares equivocados;

Alterações de humor e de comportamento;

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Alterações de personalidade;

Perda de iniciativa;

Passividade.

Existem diferentes tipos de demências e elas percorrem caminhos igualmente distintos, mas todas tendem
a um mesmo afunilamento do comprometimento.

A psicoterapia é indicada principalmente nas fases iniciais de quadros demenciais. O objetivo não é a cura,
mas proporcionar o máximo de qualidade de vida e preservar a autonomia daqueles que progressivamente
vão perdendo as suas habilidades.

Mas devemos ficar atentos, pois não é possível identificarmos como perda aquilo que o idoso não teve.
Veja!

Exemplo

O profissional constata uma dificuldade cognitiva que já estava presente ao longo da vida do paciente,
dentro de um histórico de pouca instrução e capacitação cognitiva. Nesse caso, não houve perda, já que se
trata de uma defasagem crônica.

O psicoterapeuta também pode avaliar a organização da rotina, pois muitos idosos vivem uma rotina
excessivamente repetitiva. Por exemplo, acordam, tomam café, tomam remédio, vão ao banheiro e, em
seguida, ficam na frente da televisão até o horário do almoço. Depois, voltam à televisão e assim por diante.
Alguns idosos com quadros mais severos, como o Alzheimer, podem precisar de uma rotina mais fixa para
não sofrerem tanto. Já outros devem variar suas atividades para poderem obter prazer e motivação.

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Além dessas, mais duas adaptações estruturais do trabalho podem ser implementadas para o atendimento
a idosos. Confira!

Primeira adaptação

Talvez seja necessário mais de uma sessão na semana. Isso é útil tanto para acelerar o processo de
vinculação do psicólogo com o idoso, como também para não correr o risco de o idoso se esquecer do
profissional e de tudo o que foi dito na sessão, em casos de prejuízo mnemônico.

Segunda adaptação

Diminuir o tempo das sessões. Por exemplo, reduzir a sessão para em torno de trinta minutos, dependendo
da capacidade do paciente em manter a atenção e participar ativamente dela. Como estratégia de
compensação, alguns exercícios podem ser passados para casa para reforçar os conteúdos da sessão e
ajudar o idoso a memorizar e a se apropriar deles.

A seguir, vamos conhecer outras cinco possibilidades comuns de atuação psicoterapêutica com idosos:

Primeira possibilidade expand_more

O psicoterapeuta pode ajudar o idoso na aceitação e compreensão do seu diagnóstico, ajudando a


entender o prognóstico do seu quadro. Diante de um diagnóstico de uma doença progressiva
incurável, alguns idosos podem sofrer tanto a ponto de manifestarem ideações suicidas. Mas eles
também podem aprender que, apesar do diagnóstico e das perdas potenciais que virão, é possível,
sim, terem uma vida com bastante qualidade nos anos seguintes.

Segunda possibilidade expand_more

Possibilidade de intervenção é ajudar na prevenção ou atenuação de sintomas depressivos, pois


quando a pessoa recebe um diagnóstico ainda nos estágios iniciais da doença, ela tem a sua
capacidade cognitiva preservada e poderá perceber, no entanto, que está piorando. Nesses casos, o

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psicoterapeuta pode ajudá-la a cuidar dessas emoções, buscar propósitos e reestruturar sentidos
para a sua existência.

Terceira possibilidade expand_more

Possibilidade de atuação é o psicoterapeuta ajudar o paciente a desenvolver estratégias


compensatórias, que funcionam quando utilizamos recursos externos do ambiente para enfrentar
uma dificuldade interna. Por exemplo, a pessoa pode colocar o despertador para tocar e lembrá-la da
hora de tomar remédio. Nesses casos, examinamos o cotidiano e a rotina desse paciente para
criarmos estratégias que compensem as dificuldades cognitivas. Essa é uma atuação conjugável
com a terapia ocupacional.

Quarta possibilidade expand_more

Ajudar o idoso a ressignificar experiências passadas, perdoando conflitos e mágoas muitas vezes
relacionadas aos próprios familiares. Isso é muito importante porque, ao longo do tempo, a pessoa
pode perder a capacidade de se reconectar com essas pessoas e talvez nem se mais lembre delas.
Ou ela pode falecer sem ter se reconciliado com pessoas do seu passado. Porém, é possível que ao
se reaproximar dessas pessoas, o idoso consiga até mesmo fortalecer a sua rede de apoio.

Quinta possibilidade expand_more

Possibilidade de atuação está relacionada às “diretivas antecipadas de vontade”. Ou seja, a


oportunidade de a pessoa poder escolher algumas questões relacionadas ao seu futuro. No começo
de um quadro demencial, o idoso ainda tem capacidade de tomar decisões e de pensar sobre a vida
de uma forma lógica e racional, mas conforme a doença progride ele vai perdendo essa capacidade.
Isso significa que outras pessoas, em geral seus familiares, terão que tomar decisões em seu lugar.

video_library
O trabalho com as crenças e o bem-estar do idoso
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Neste vídeo, o especialista fará uma reflexão sobre as principais crenças dos idosos, com exemplos de
estratégias clínicas para proporcionar bem-estar e qualidade de vida nessa fase do desenvolvimento
humano.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Tanto o idoso quanto a família podem manifestar angústias relacionadas à velhice. Portanto, uma
possibilidade importante de atuação na psicoterapia com idosos está relacionada às “diretivas
antecipadas de vontade”, que dizem respeito

A às adaptações de espaço, ao funcionamento da sessão e aos recursos terapêuticos.

B às escolhas do paciente sobre algumas questões relacionadas ao seu futuro.

C ao uso de recursos lúdicos segundo a vontade do paciente.

D às avaliações iniciais focadas em definir objetivos terapêuticos.

E à coordenação dos cuidadores informais.

Parabéns! A alternativa B está correta.

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As “diretivas antecipadas de vontade” dizem respeito à construção e expressão de decisões sobre o


seu futuro, principalmente no começo de um quadro demencial, quando ele ainda tem capacidade
lógica-racional. Adaptações de espaço, de sessão e de recurso são necessárias devido às capacidades
ou limitações do público idoso, de acordo com o caso. Ludicidade é mais característico na terapia com
crianças, sendo que também é utilizada com fins terapêuticos e não segundo a vontade do paciente.
Essas diretivas são decisões quanto ao futuro, não são focadas nos objetivos do trabalho clínico, nem
na orientação de outros profissionais (cuidadores informais).

Questão 2

Os cuidadores podem ser orientados a evitar fazer pelo idoso algo que ele pode fazer sozinho, para não
sabotarem a autonomia dele e reforçarem ainda mais um autoconceito de fragilidade e incapacidade.
Esse fenômeno resultante da tutela excessiva é denominado

A estilo parental permissivo.

B vínculo terapêutico.

C transtorno depressivo.

D autorreferência.

E dependência comportamental aprendida.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Os cuidadores podem auxiliar quando há uma real necessidade (dependência congruente), mas devem
evitar ajudar quando o idoso tem capacidade, para não sabotarem sua autonomia (dependência
incongruente). O estilo parental permissivo é um padrão de criação de crianças baseado em pouco
limite e muito afeto. Vínculo terapêutico é a relação de colaboração ou implicação para o trabalho
clínico entre o psicoterapeuta e o paciente. Depressão é um quadro que transtorna os níveis de

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felicidade e esperança. Autorreferência corresponde ao comportamento de partir de si para tecer


análises sobre a realidade, ensimesmar-se, autocentrar-se.

3 - Psicoterapia e transtornos mentais


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os processos avaliativos e interventivos
no tratamento dos transtornos mentais.

Transtorno mental e sofrimento psíquico


É notável como leigos e até mesmo profissionais utilizam um diagnóstico de modo a sobrepô-lo à
identidade da pessoa. Por exemplo, uma mãe que diz: “meu filho é TDAH” e “meu marido é bipolar”. Ou um
profissional que comunica ao paciente: “você é borderline”. Chegam até a chamar equivocadamente
desilusão e tristeza de depressão, distração de TDAH e variação de humor de bipolaridade. Alguém pode
inclusive afirmar: “ai, estou com pânico”, mas nem saber o que de fato é o transtorno de pânico. É comum as
pessoas usarem conceitos como esses de forma corriqueira e tecnicamente distorcida. Por falta de
informação, muitos também associam transtornos mentais à loucura, à fraqueza ou ao perigo iminente.

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DSM-5 já está na sua quinta edição.

Para resolver esses usos imprecisos podemos recorrer à literatura técnica oficial. As maiores classificações
aceitas pela comunidade de profissionais de saúde são a Classificação Internacional de Doenças (CID), da
Organização Mundial de Saúde, e também o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM), publicado pela Associação de Psiquiatria Americana, que reúne mais de 300 classificações em sua
quinta edição. O avanço dos estudos sobre os transtornos mentais fundamenta-se em uma descrição de
validade pragmática e instrumental, especificando categorias de transtornos de humor, ansiedade, controle
por impulso e de personalidade, por exemplo.

Muitas pessoas, hoje em dia, sofrem com depressão ou algum transtorno de ansiedade. Os transtornos
mentais ou psiquiátricos são quadros patológicos para os quais os profissionais de saúde, a partir de uma
avaliação de seus determinantes, podem definir um tratamento combinando atividade física, meditação,
psicoterapia, medicação, entre outras intervenções e procedimentos.

Inicialmente, o termo utilizado era doença mental, na tentativa de justificar que esses quadros de
adoecimento psíquico eram de ordem biológica e que a psiquiatria seria a área responsável por curar essas
alterações.

Como o termo “doença” passava a conotação de que esses quadros estavam relacionados a fatores físicos
e biológicos, descrevendo o sofrimento humano com uma lógica biomédica, posteriormente surgiu o termo
“transtorno mental”, para abarcar uma multifatorialidade presente nessas vivências, para além do orgânico.

“Transtorno mental” é uma tradução da expressão mental disorder. Contudo, o olhar psicoterapêutico
mostra que as pessoas não são portadoras de transtorno mental, como se isso fosse um fardo relacionado
à sua personalidade ou caráter. É claro que existem muitas controvérsias do que seja uma “ordem mental” e,

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por conseguinte, o que seria uma “desordem mental”. Encontramos muitas variações nesse sentido,
inclusive, de acordo com a cultura vigente.

O psicoterapeuta deve ficar atento para enxergar a pessoa primeiro e depois sua demanda. Por isso, surgiu
a ideia de utilizarmos mais precisamente o termo “sofrimento psíquico” ou mental, de modo a trazer para a
prática uma perspectiva mais humanizada e apontando que, naturalmente, as pessoas estão sujeitas ao
sofrimento. Contudo, existe ainda o uso das expressões “pessoas portadoras de transtornos mentais” e
“pessoas em sofrimento psíquico”.

Mas o que é um transtorno mental?

É uma condição que altera pensamentos, sentimentos e comportamentos, podendo refletir disfunções nos
processos biológicos e no desenvolvimento psicológico, envolvendo sofrimento ou prejuízo em diversos
âmbitos da vida do indivíduo e das pessoas com quem ele se relaciona.

Exemplo
Vamos imaginar uma pessoa com quadro de transtorno de pânico. Devido às crises de ansiedade, ela
começa a faltar ao trabalho e à faculdade. Além disso, fica com receio de usar transportes públicos,
começando a evitar compromissos sociais e tendo dificuldades em estabelecer uma vida funcional e de
qualidade. São quadros que “transtornam” a vida, causando um impacto negativo significativo.

Mas devemos ter cuidado para não cairmos em um reducionismo exagerado e acabarmos restringindo o
indivíduo a um psiquismo, pois o termo “transtorno mental” parece sugerir que há apenas questões mentais
relacionadas. Em vez disso, os indivíduos precisam ser compreendidos em sua totalidade, cientes de que
são seres biológicos, culturais, sociais e assim por diante.

A psicoterapia tem uma atuação ampla e deve examinar a pessoa que está por trás do rótulo. Ela não é um
estudo limitado às características do transtorno em si e avalia o que na pessoa está afetado pelo transtorno,
mas também o que nela não está afetado e segue funcionalmente. Ou seja, o profissional pode fazer
perguntas diretamente sobre o transtorno e como ele se manifesta, com que frequência, desde quando,
como ocorre e quais reações são disparadas. Todavia, em algum momento ele pode perguntar sobre a
pessoa para além daquele transtorno, contextualizando o quadro de sofrimento à luz de uma história
pessoal.

Combinação entre medicação e psicoterapia

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Enquanto o médico trabalha com o organismo da pessoa, o psicoterapeuta trabalha com a experiência de
vida dela. Enquanto a medicina promove a sobrevivência, a psicoterapia promove a vivência. Isto é, o
remédio opera no organismo regulando a fisiologia e promovendo a disposição no dia a dia, mas não atua
na construção da maneira de ser da pessoa.

É inquestionável a importância do tratamento medicamentoso em muitos quadros. Principalmente em


casos crônicos e agudos em que, sem medicação, o paciente sequer estaria em condições de participar de
uma sessão psicoterápica. A intervenção medicamentosa tem a função de regular ou restabelecer a
fisiologia do organismo do paciente. Contudo, podemos pontuar três limitações dos medicamentos:

Primeira limitação

Os remédios não mudam o passado, nem o significado que mantemos na relação com as
vivências históricas que tivemos.

Segunda limitação

Os remédios não mudam o contexto atual, que pode ser adoecedor ou perpetuador de
sintomas.

Terceira limitação

Os remédios não ensinam novas habilidades adaptativas ou funcionais.

As queixas mais comuns dos idosos em psicoterapia estão relacionadas às impressões deles sobre o seu
espaço nessa sociedade atual que muda rapidamente, ocasionando pensamentos e sentimentos de não
pertencerem mais a ela. Junto a isso, também temos questões relacionadas a sua capacidade física e
cognitiva, perda de habilidades, múltiplas perdas de amigos, parentes, companheiros que se vão ou de
papéis e funções que antes exerciam, sofrendo o julgamento equivocado de associação da velhice com
doença ou inutilidade.

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A psicoterapia é uma das intervenções não farmacológicas, ou seja, que não envolvem o uso de medicação,
e pode ajudar no tratamento e na qualidade de vida das pessoas com demência.

Em função de muitas limitações que podem aparecer, o idoso pode vir a diminuir a sua atuação rotineira e
passar a ideia de que está desmotivado, enquanto isso pode ser um estágio inicial de demência.
Clinicamente falando, mudanças bruscas de comportamento no idoso precisam ligar o sinal de alerta,
principalmente aquelas ligadas à comunicação.

Assim, na fase de avaliação inicial, o psicoterapeuta pode aplicar um exame de estado mental por meio de
um instrumento de rastreio de déficits, explicando que esse exame tem a finalidade de avaliar a qualidade
de suas capacidades mentais superiores para também compará-lo aos resultados obtidos ao final de um
processo terapêutico.

O fato de já ter conversado sobre esses assuntos com o idoso pode aliviar bastante a família nos próximos
anos para que eles possam tomar decisões mais assertivas com relação, por exemplo, à institucionalização,
onde ou com que pessoa gostaria de ser enterrado, em que cidade, se gostaria de passar os últimos dias
em casa, no hospital ou em uma casa de repouso.

São muitas decisões para as quais o paciente e a família não têm um espaço para desenvolver essas
questões, pois a sociedade tende até a inibir esse tipo de conversa e transforma o tema da morte em um
tabu, como se o fato de falar sobre ela fosse o mesmo que desejá-la. No entanto, pode ser um alívio para a
pessoa poder falar sobre a morte, uma vez que ao ser diagnosticada com demência ela já consegue
vislumbrar o próprio fim.

Abordar esse assunto permite que a pessoa compartilhe seus pensamentos sobre
o tema, em vez de ficar refletindo sozinha sem ter com quem dividir isso.

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A psicoterapia entende que pensamentos, sentimentos, ações e falas, por exemplo, podem ser sintomas de
experiências conflitivas, situações inacabadas, traumas históricos etc. Nesse sentido, é necessário
compreender os reais determinantes do modo de ser atual para que o tratamento seja efetivo. A pessoa
precisa aprender a deixar de ser a causa do que se queixa para se tornar a causa do que deseja. Para isso,
os profissionais podem dominar diversas intervenções, como, por exemplo:

vivencial;
expositiva;
modeladoras de repertório comportamental;
dramatização;
reflexão.

Alguns quadros clínicos, como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), podem precisar
de medicação por toda a vida, assim como certos quadros orgânicos, como diabetes ou pressão alta, que
são continuamente tratados para a pessoa seguir uma vida funcional. Em muitos casos, o tratamento dos
transtornos mentais combina intervenção medicamentosa e psicoterapia, embora vários outros possam ser
tratados apenas com a última.

Múltiplas abordagens psicoterápicas


A psicoterapia é um serviço fundamental para o tratamento de uma série de transtornos mentais, ainda que
consideremos que muitos pacientes em um processo terapêutico não reúnam critérios necessários para um
diagnóstico formal. Ou seja, mesmo pessoas sem diagnóstico podem buscar ferramentas psicoterápicas
para lidar com desafios e dificuldades da vida.

Algumas correntes de psicoterapia se afinam mais com os sistemas classificatórios da psicopatologia.


Outras não fazem questão de se aproximar desses sistemas, mas recebem quadros para trabalho clínico,
considerando-os como manifestações de sofrimento. Existe uma variedade de abordagens de psicoterapia
e algumas delas podem ser mais indicadas para determinados quadros clínicos, o que torna o
encaminhamento a elas algo mais específico.

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Ainda que os transtornos sejam descritos de forma classificatória e reúnam critérios objetivos, o
psicoterapeuta os analisa à luz de uma história e de um contexto particular. Como diz uma máxima da
clínica: cada caso é um caso. Logo, cada paciente precisa de uma avaliação e uma intervenção próprias.

A chave é compreendermos melhor a “experienciologia” dos transtornos psicológicos. Isso se dá mediante a


investigação da trajetória de predisponentes que levaram o indivíduo ao quadro psicopatológico, dos
contextos atuais ou estímulos que precipitam os sintomas e dos fatores mantenedores que perpetuam o
padrão disfuncional, mostrando os déficits do desenvolvimento psicológico que mantêm a pessoa em
vulnerabilidade psicológica.

Por isso, é feita uma anamnese singular, que considera a subjetividade daquela pessoa em atendimento,
como:

Sua trajetória histórica;

Valores particulares;

Ambientes que frequenta;

Crenças que carrega sobre como interpreta a si mesmo, o mundo e seu futuro.

Os tratamentos psicoterapêuticos podem acontecer na modalidade individual, de grupo, familiar ou


conjugal. Independentemente da modalidade, o psicoterapeuta cria um ambiente de empatia, aceitação, não

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julgamento, segurança e confiança para ajudar a pessoa na identificação da origem do seu problema e na
ampliação de possibilidades para enfrentá-lo.

Ainda que a psicoterapia seja conhecida como uma psicoterapia baseada na conversa, hoje em dia as
psicoterapias reúnem diferentes abordagens e modalidades de intervenção. Longe da pretensão de
apresentarmos aqui todas as abordagens psicoterápicas com aprofundamento, vamos tentar descrever de
forma sintetizada algumas delas a seguir:

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Psicoterapia comportamental expand_more

É uma abordagem clínica que tem o objetivo de ajudar as pessoas a substituírem comportamentos
inadequados por um repertório mais saudável e funcional. Ela também pode utilizar técnicas de
exposição para tratar fobias, por exemplo, quando a pessoa é exposta a situações ansiogênicas com
a finalidade de dessensibilizar reflexos desconfortáveis que causavam medo. Essa intervenção
expositiva, denominada dessensibilização sistemática, é a base para extinguir reações emocionais
problemáticas em vários transtornos, tais como os de ansiedade, de controle por impulso e bipolar.

Psicoterapia cognitiva expand_more

Ajuda o paciente a identificar pensamentos distorcidos, compreendendo o impacto dessas


distorções na sua vida. Além disso, ela promove a flexibilidade cognitiva, ensinando o paciente a
pensar de maneiras diferentes quando diante de uma mesma situação. De acordo com essa
abordagem, muitos transtornos são determinados e mantidos por “erros” de raciocínio, como é o
caso dos transtornos depressivos, nos quais os pacientes costumam apresentar crenças de
desvalor, desamor e desesperança.

Psicanálise expand_more

É uma abordagem clássica da psicologia que visa ao aprofundamento do autoconhecimento, e como


processos do passado se repetem no presente, ajudando a pessoa no desenvolvimento de novas
formas de atuação nas suas experiências. Ela trabalha com inconsciente, memórias traumáticas,
desejos reprimidos e mecanismos de defesa, a partir de uma técnica não diretiva, denominada de
associação livre. A psicanálise é aplicável a diferentes quadros clínicos, como nas neuroses
histéricas e obsessivas.

Psicoterapia sistêmica expand_more

É focada no trabalho clínico com casais e famílias, considera que o paciente pode manifestar
sintomas determinados pelo contexto em que vive. Sendo assim, o trabalho consiste em examinar

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suas dinâmicas familiares e em como ele é influenciado por elas.

Gestalt-terapia expand_more

Compreende o ser humano na sua totalidade, ajudando a pessoa a buscar uma congruência entre o
pensar, o sentir e o agir. Ela visa aumentar a consciência da pessoa em relação às suas próprias
necessidades e como pode ajustar-se criativamente para atendê-las.

É importante lembrarmos que a psicoterapia pode ser efetiva tanto para prevenir quanto para tratar grande
parte dos transtornos mentais. Quando falamos de prevenção temos que considerar a inclusão de serviços
de saúde mental em comunidades, escolas e empresas, promovendo a conscientização e a capacitação de
pais, professores e outros profissionais.

video_library
Transtorno mental e tratamento multidisciplinar
Neste vídeo, o especialista fará uma reflexão sobre o tratamento por equipe multidisciplinar para
potencializar os ganhos obtidos na psicoterapia, complementando a abordagem clínica do médico e os
benefícios do tratamento medicamentoso.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Os quadros de sofrimento tratados em psicoterapia vêm recebendo diferentes nomes ao longo da


história, tais como “doença mental”, “transtorno mental” ou “sofrimento psíquico”. O termo “doença

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mental” foi cunhado

A porque a neurociência conseguiu provar a existência da mente.

sob a justificativa de que o adoecimento mental era de ordem biológica e tratável pela
B
psiquiatria.

C porque são quadros com sintomas psicológicos e não físicos.

D com o intuito de promover mais clareza à população sobre esse assunto.

porque, sendo mentais e abstratas, a medicina pode curar essas patologias mais
E
efetivamente do que as doenças orgânicas.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O termo foi cunhado sob uma lógica biomédica. O conceito de mente não é provado cientificamente
porque se trata de uma metáfora, o que avançou foi o conhecimento científico sobre o sistema nervoso.
São quadros com características cognitivas, emocionais e comportamentais. Há um consenso de que
os quadros psicopatológicos podem ser tratados, levando em conta que “cura” é um termo da lógica
biomédica também. Não são quadros abstratos, pois podem ser parametrizados objetivamente e
medidos em certas dimensões.

Questão 2

Em geral, os estudos apontam que os tratamentos combinados – medicação e psicoterapia – são os


mais eficientes em relação aos transtornos mentais. Basicamente, a intervenção medicamentosa tem a
função de

A facilitar diretamente a modificação de pensamentos distorcidos.

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B desenvolver repertórios sociais.

C ressignificar lembranças.

D regular ou restabelecer a fisiologia do organismo do paciente.

E promover o autoconhecimento.

Parabéns! A alternativa D está correta.

De modo geral, os medicamentos potencializam ou atenuam reações corporais, regulando os


processos fisiológicos. Modificar pensamentos, desenvolver repertório, ressignificar lembranças e
promover autoconhecimento são processos modificados ou desenvolvidos em psicoterapia por meio
de técnicas cognitivas, emotivas ou comportamentais.

4 - Atendimento de emergências e o plantão psicológico

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Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o serviço emergencial dos plantões
psicológicos.

Características e funcionamento do plantão psicológico


Plantão psicológico é uma modalidade de atendimento imediato, voltada ao instante em que uma crise está
ocorrendo ou o mais próximo possível dessa ocorrência. Não é meramente um momento de desabafar, não
tem agendamento, nem fila de espera, não tem estruturação ou protocolo de sessão. A estrutura do plantão
consiste em não burocratizar o acesso ao serviço e acompanhar o movimento da pessoa.

O paciente não precisa ter passado por uma triagem para buscar esse serviço. O plantão psicológico
valoriza esse momento de procurar ajuda, quando a pessoa tem alguma questão vigente ou um sofrimento
“gritando” dentro de si. Então, ela procura o serviço, preenche uma pequena ficha de cadastro e, em seguida,
já pode iniciar seu atendimento.

O plantão envolve uma abordagem não planejada que lida com o inesperado, o novo, o inédito. Ele pode
simplesmente ajudar na tolerância para esperar um atendimento convencional, como também pode ser o
suficiente para permitir que a pessoa lide com as questões que a levaram a buscar ajuda naquele momento.
Ele não tem a finalidade de resolver ou aprofundar um problema, mas de oferecer um momento de
compreensão daquele sofrimento.

Não é raro o plantão ser uma porta de entrada para encaminhamentos profissionais
que sejam necessários, pois ele também pode ter um forte caráter preventivo.

Assim, ele evita que uma situação pontual se agrave para uma desordem mais estruturada, ou que uma
situação aguda patológica se torne um quadro crônico, ou que um quadro crônico não seja piorado por uma
crise aguda, levando a uma incapacidade irrecuperável ou definitiva.

O plantão psicológico é do tipo emergencial e se adapta para receber muitas pessoas. Ele se organiza para
oferecer uma abertura ampla e ajustável a diferentes contextos, tais como em comunidades,
proporcionando acolhimento nos momentos de crise.

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Os plantões detêm uma plasticidade geográfica, pois o lugar onde um plantão pode ser realizado é
altamente flexível, já que ele pode ser adaptado a um banco de praça na rua ou a uma sala na universidade.
Em última análise, isso permite uma grande mobilidade do plantão, uma vez que ele cabe em muitos
espaços.

Muitas vezes, a pessoa que chega para ser atendida no plantão manifesta uma experiência bastante
superficial ou de pouco contato com aquilo que se passa consigo. Então, aquele espaço poderá amplificar
seu contato interno, pois observamos que, às vezes, a pessoa fala de si mesma como se estivesse falando
de outra pessoa.

Em princípio, o plantonista é efetivo ao estar aberto para receber o que as pessoas têm para lhe trazer, em
vez de tentar fazer com que elas caibam na sua ideia de como manejar uma sessão. Isso não significa que
o plantão seja desprovido de parâmetros para acontecer, como se pudesse ocorrer de forma aleatória.

O plantonista não precisa ficar coletando dados sociodemográficos, pois os elementos significativos de vida
dessas pessoas vão aparecer naturalmente ao longo da sessão.

O profissional reconhece a pessoa atendida como alguém capaz de cuidar do seu próprio sofrimento a
partir dessa relação terapêutica, que vai lhe oferecer um olhar mais claro e curativo. Ou seja, a pessoa não
vai mais se sentir sozinha no seu próprio sofrimento e poderá se sentir cuidada e acompanhada.

Se o plantonista se preocupa demais com o que vai responder ou com o que precisa fazer, ele já não
consegue se ligar autenticamente ao outro e nem estar realmente presente vivenciando aquela troca. Ou
seja, a preocupação do plantonista não pode ser com a própria performance, mas com o que o outro está
falando.

A sabedoria do plantonista reside exatamente no reconhecimento da própria ignorância em relação à


história do outro. A escuta qualificada é a melhor oferta do plantonista e seu interesse genuíno pelo outro se

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sobrepõe à técnica. A atuação do plantonista acontece como um pêndulo de um relógio que transita entre a
estranheza do encontro e a familiaridade de todos os referenciais teóricos e técnicos já estabelecidos.

O que não caracteriza um plantão psicológico


Podemos estruturar três dimensões do plantão. Confira!

Primeira dimensão expand_more

O acolhimento integral da pessoa que chega com uma demanda ativada dentro de si. Não existe
uma definição prévia do tempo de duração da sessão, uma vez que o plantonista não prevê qual é a
demanda que vai chegar para ele. A sessão acontece na articulação entre a necessidade daquele
que procura o plantão e a disponibilidade do plantonista, portanto, sua duração não é definida a priori
e ela pode levar desde apenas dez minutos até se estender por três horas, por exemplo. O plantão é
focado em receber emergências emocionais, ou seja, situações de sofrimento psíquico que não
podem ser adiadas.

A pessoa pode chegar em uma condição caótica, mas encontra um plantonista disponível para uma
escuta ativa e profunda que, percebendo a experiência dela, devolve terapeuticamente o que ela
compartilhou. Isso por si só já pode ser organizativo e promotor de resiliência, mas vale ressaltar
que não é qualquer ajuda que ajuda e que nem toda escuta é terapêutica. Entretanto, a escuta
qualificada do profissional pode aliviar, legitimar e resgatar a esperança de quem o procura.

Segunda dimensão expand_more

Refere-se à construção do pedido de ajuda, na qual o profissional examina melhor o que a pessoa
precisa naquele momento. Por exemplo, a pessoa pode chegar falando que está com depressão,
mas cabe ao profissional buscar compreender o que ela quer dizer com isso, o que significa ou o que
ela aponta com essa fala. Ou seja, a construção do pedido de ajuda ocorre em conjunto. Talvez a
pessoa esteja pedindo uma prescrição medicamentosa, um encaminhamento médico, uma inserção
em políticas públicas, ou o acesso à psicoterapia.

Terceira dimensão expand_more


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Diz respeito ao fechamento da sessão. Nesse sentido, o plantão não pode focar em um
psicodiagnóstico. Por mais que uma sessão de plantão possa ter o seu desfecho em um
encaminhamento, os atendimentos de plantão não são sessões de triagem e o plantonista visa
construir um atendimento realmente significativo.

Podemos mencionar ainda cinco erros ou confusões comuns sobre o plantão psicológico. O primeiro deles
é achar que plantão psicológico é uma psicoterapia de sessão única. Isso acontece porque há profissionais
com ideias prévias sobre a psicoterapia e imaginam que o plantão deve ser um tipo de sessão condensada
com alguma técnica muito efetiva.

O segundo erro é achar que para uma coisa ser resolvida ou ter efeitos terapêuticos você precisa ter muito
tempo. Em um momento de crise isso não é verdade e podemos explicar melhor com uma analogia. Todos
sabemos que para uma pessoa ter um bom funcionamento cardíaco é muito importante a atividade física
regular.

Porém, quando alguém está tendo uma parada cardíaca, não é indicado levá-la para a esteira ergométrica e
ali começar a sua rotina de exercícios. Uma parada cardíaca exige uma ação pontual naquele momento para
que ela se recupere e, a partir dali, consiga tocar sua vida novamente.

O terceiro erro é achar que o plantão tem o objetivo de resolver algum problema rápido efetivamente. O
objetivo não é a resolução efetiva de um problema, mas uma relativa estabilização emocional. O intuito do
plantonista não é aplicar técnicas e conduzir um processo terapêutico, mas acolher uma pessoa em crise e
facilitar para que ela continue a sua rota, aproveitando o próprio movimento da pessoa.

O quarto erro é achar que o plantonista precisa aplicar técnicas e intervenções de psicoterapia. O plantão
não precisa se aprofundar nos assuntos ali tratados, mas escutar o sofrimento vigente da pessoa de forma
aprofundada. O atendimento do plantão psicológico é pontual e emergencial.

Excepcionalmente, como nos casos de ideação suicida, é necessário que o plantonista elabore um plano de
segurança com o cliente para que ele tenha recursos potentes que evitem esse ato, mas é preciso reforçar
que o plantão é um atendimento não planejado e situacional que maneja circunstâncias extremas.

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Por fim, o quinto erro é achar que plantão psicológico é uma triagem, que deve informar os serviços
disponíveis da rede de apoio para a pessoa. De fato, o plantonista pode realizar encaminhamentos, mas o
plantão não deve ser confundido com um posto de indicação de serviços disponíveis e, ali na sessão, ser
deixado de lado o principal, que é a escuta qualificada da experiência da pessoa.

Plantão psicológico, psicoterapia breve e outros


serviços
Nem sempre uma pessoa que precisa de um serviço psicológico precisa de psicoterapia. Talvez a pessoa
precise de um contato acolhedor e orientador no momento de crise, sentindo-se à vontade para colocar o
que a está afligindo e aumentando sua consciência sobre o que está vivenciando.

Nesse caso, a psicoterapia de longo prazo é o que a pessoa precisa e o que vai beneficiá-la. Trata-se de
realizar uma triagem para compreender a queixa principal do cliente e encaminhá-lo para o serviço
adequado.

Para explicar isso melhor, pensemos na seguinte analogia. Imagine uma pessoa que esteja se afogando.
Naquele momento, a melhor ajuda não seria começar a ensiná-la a nadar, mas jogar uma boia para evitar
seu afogamento. Ninguém quer aprender a nadar na hora que está se afogando.

O plantão psicológico tem a necessidade de oferecer prontamente um atendimento psicológico às pessoas


no momento de sua urgência ou crise, pois o horário de uma sessão agendada pode não coincidir com a
ocorrência de um sofrimento. Nele, a pessoa que está em sofrimento pode descobrir a necessidade de se
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cuidar e construir diferentes posicionamentos frente a sua questão. Ou seja, é um atendimento com um
grande potencial de modificação, uma vez que, a partir dali, ela pode escolher se o tipo de atendimento que
deseja é um aconselhamento, uma orientação ou uma psicoterapia.

O plantão psicológico não é uma proposta de psicoterapia alternativa, nem visa substituir essa modalidade,
pois há distinções claras entre os dois. Na psicoterapia, quem guia e estrutura a agenda é o profissional,
enquanto no plantão, quem direciona a agenda é a pessoa necessitada.

A psicoterapia costuma estruturar e fortalecer o vínculo ao longo das sessões. Já o plantão não tem todo
esse tempo. Além disso, a sessão de plantão não pretende medir ou controlar o que o cliente traz, mas
esclarecer a demanda emergencial dele.

Afinal, se o plantonista ficar preocupado em encaminhar adequadamente, ele se distrai de como aquela
sessão pode realmente entregar um benefício para quem ele está atendendo. O plantonista sabe que aquele
atendimento pode ser a única sessão daquela pessoa, portanto, a sessão de plantão é um atendimento
inteiro: contém início, meio e fim. Ele não termina a sessão dizendo que ficou alguma pendência e que é
possível reagendar o próximo encontro. Naquela mesma sessão, a pessoa tem a sua demanda entendida,
escutada e esclarecida, pois pode ser a primeira vez que o plantonista a vê e, não raras vezes, será a última.

O plantão psicológico não é um tipo de psicoterapia breve. A psicoterapia breve é um tratamento


psicológico com foco e tempo determinados, com objetivo específico, prazos e seleção de estratégias. Já o
plantão psicológico é uma intervenção disponível para acolher pessoas em situações de urgência,
oferecendo um primeiro espaço de apoio para que elas possam se estabilizar e seguir a vida ou buscar um
atendimento mais longo ou especializado.

O plantão tampouco é um aconselhamento psicológico, que é uma técnica utilizada


para conduzir alguém em algum processo decisório. O plantão acontece
concentrado na escuta empática e no acolhimento sem julgamento.

O plantão psicológico também não é triagem, pois, em geral, a triagem tem três objetivos: coletar
informações pessoais do cliente, ouvir sua demanda e realizar um breve diagnóstico para encaminhá-la
adequadamente ao final do encontro.

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Na triagem, o profissional demanda informações e cabe à pessoa fornecê-las. Há uma distância


considerável nessa relação. No plantão, após ouvir a queixa e o pedido da pessoa atendida, o
encaminhamento principal é focado no cuidado de si – como tem lidado com o problema e como pode
projetar-se para lidar de uma maneira mais saudável e funcional. Nesse caso, a pessoa participa mais
ativamente do seu encaminhamento do que na triagem.

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Plantão psicológico em diversos contextos
Neste vídeo, o especialista fará uma reflexão sobre o plantão psicológico, com exemplos de sua aplicação
em diversos contextos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O plantão psicológico não funciona com estruturação de sessão ou definição a priori de objetivos,
acompanhando o próprio movimento da pessoa que chega com sua urgência. No entanto, podemos
citar três dimensões da sua atuação. A primeira delas é o acolhimento integral da pessoa que chega
com uma demanda emergencial. A segunda refere-se à construção do pedido de ajuda. E a terceira diz
respeito

A ao encaminhamento multidisciplinar.

B ao fechamento da sessão.

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C ao processo de psicodiagnóstico.

D ao agendamento das próximas sessões.

E ao estabelecimento de prazos para os objetivos terapêuticos.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A sessão de plantão é um atendimento inteiro com início, meio e fim. Ele não é uma triagem ou
psicodiagnóstico que visa realizar encaminhamentos, embora também possa fazê-los, nem propõe
agendamentos na direção de um acompanhamento ou tratamento psicoterápico. O foco é o todo, ou
seja, o benefício que a sessão pode proporcionar naquele momento, não estabelecendo metas para
além daquela sessão em curso.

Questão 2

Os profissionais podem confundir plantão com psicoterapia, triagem ou aconselhamento, por exemplo.
No entanto, cada um desses serviços tem suas particularidades. Profissionais com ideias prévias sobre
psicoterapia podem compreender equivocadamente o que caracteriza um plantão psicológico, como

A não precisar ficar coletando dados sociodemográficos.

B um espaço que amplifica o contato da pessoa com sua dinâmica mental interna.

C o paciente não precisa ter passado por uma triagem para buscar o plantão.

projetar que o plantão é uma psicoterapia de sessão única que condensa técnicas
D
efetivas.

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E considerar um forte caráter preventivo do plantão.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O equívoco está em tentar condensar uma estrutura psicoterápica em uma sessão imediata e
emergencial, que lida com o inusitado. As demais opções caracterizam corretamente o plantão
psicológico. Os elementos significativos de vida da pessoa vão aparecer naturalmente ao longo da
sessão, não sendo necessária uma coleta guiada deles. De fato, frequentemente o paciente manifesta
superficialidade com o que se passa consigo e às vezes fala de si mesmo como se estivesse falando
de outra pessoa. Existe um caráter não burocrático do plantão, pois a pessoa pode ser atendida
prontamente. O plantão pode evitar que algo pontual se agrave para uma desordem mais estruturada,
que um quadro agudo se torne crônico ou que um quadro crônico evolua para alguma limitação
definitiva.

Considerações finais
Agora que terminamos o conteúdo desse estudo, podemos redirecionar nossa capacitação e atuação
psicoterápica em contextos específicos, da infância à velhice, nas psicopatologias ou nas emergências.

Como são múltiplas as demandas relacionadas ao sofrimento psíquico, os profissionais precisam estar
aptos a coordenar adaptações atentas e necessárias aos quadros de seus pacientes, centrando-se em
promoção de potencialidades comportamentais, rearranjos contextuais, correção e ressignificação de
pensamentos distorcidos e limitantes, estabilização emocional, desenvolvimento de autoconhecimento e
sociabilidade, entre outros resultados possíveis de serem alcançados com a psicoterapia.

A partir dessa base, psicoterapeutas e demais profissionais de saúde podem transcender a compreensão
dos processos de sofrimento e de desenvolvimento psicológico, alinhando forças e acelerando resultados
sob uma consistente orientação ética focada em cada realidade.

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Podcast
Neste podcast, o especialista apresentará a psicoterapia em contextos específicos, considerando as
diferentes fases do desenvolvimento humano, bem como a atuação do psicólogo em equipes
multidisciplinares para o tratamento dos transtornos mentais.

Referências
BARLOW, D. H. (Org.). Manual clínico dos transtornos psicológicos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

BARLOW, D. H.; DURAND, V. M. Psicopatologia: uma abordagem integrada. São Paulo: Cengage Learning,
2008.

FREITAS, E. R.; BARBOSA, A. J. G.; NEUFELD, C. B. (Orgs.). Terapias cognitivo-comportamentais com idosos.
Novo Hamburgo, RS: Sinopsys, 2016.

MAHFOUD, M. (Org.). Plantão psicológico: novos horizontes. São Paulo: Companhia Ilimitada, 2012.

MUCIDA, A. O sujeito não envelhece: psicanálise e velhice. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

OAKLANDER, V. Descobrindo crianças: abordagem gestáltica com crianças e adolescentes. São Paulo:
Summus, 1978.

PETERSEN, C.; WAINER, R. Terapias cognitivo-comportamentais para crianças e adolescentes: ciência e


arte. Porto Alegre: Artmed, 2011.

RANGÉ, B. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. 2 ed. Porto Alegre:


Artmed, 2011.

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TASSINARI, M. A.; CORDEIRO, A. P. S.; DURANGE, W. T. (Orgs.). Revisitando o plantão psicológico centrado
na pessoa. Curitiba: CRV, 2013.

Explore +
Para compreender um pouco mais sobre algumas das dificuldades frequentes que pacientes idosos
passam, pesquise na internet o artigo Queixa de problemas com a memória e o diagnóstico de demência,
de Osvaldo P. Almeida, publicado na revista Arquivos de Neuro-Psiquiatria em 1998.

Conheça como se dá o processo psicoterapêutico com crianças, desde a queixa até a alta, pela abordagem
analítico-comportamental lendo o artigo Direcionamentos para a condução do processo terapêutico
comportamental com crianças, de Cynthia Borges de Moura e Marlene Bortholazzi Venturelli, publicado na
Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva em 2004.

Aprimore seus conhecimentos sobre o plantão psicológico com o artigo de Melina Rebouças e Elza Dutra
intitulado Plantão psicológico: uma prática clínica da contemporaneidade, publicado na Revista da
Abordagem Gestáltica, em 2010, e disponível on-line.

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