MÉTODO RODA DE CONVERSA

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Cadeiras de espaguetes dispostas em círculo, ou em meia lua, no terreiro
de uma casa de alpendre alto, as pessoas mais velhas sentadas nas
cadeiras, e as mais novas, no chão, a ouvir os "causos" contados, vividos e
revividos. Era assim que as histórias iam sendo passadas de geração em
geração. Era assim que os vizinhos se conheciam e criavam laços que
duravam anos. Era assim que os mais novos forjavam sua cultura, sua
identidade, era assim [...] O tempo acabou levando com ele esse hábito da
conversa fácil e, na era digital, as palavras ouvidas estão dando lugar às
palavras lidas em dispositivos móveis, em relações virtuais, mas a saudade
da conversa audível permanece [...] (MOURA; LIMA,2014, p.98).

SURGIMENTO DO MÉTODO RODA DE CONVERSA

Silva (2012) - método da Roda de Conversa surgiu, a partir, dos trabalhos
sobre a alfabetização de adultos que Paulo Freire -1950 no Nordeste do
Brasil, devido aos contatos que teve durante sua adolescência com os
trabalhadores rurais e seus filhos. O início do que se chamaria de concepção
pedagógica transformadora, quando as experiências da vivência de
mundo, não podiam ser ignoradas no processo de ensino-aprendizagem.
Freire instituiu o que de início foi chamado de Círculo da Cultura, também
conhecido por Método Paulo Freire, voltado para o povo.

Com o passar dos anos, a Roda foi-se tornando um instrumento

metodológico experimentado e compartilhado por vários autores que
destacam o seu valor e sua importância na pesquisa, na educação e que é
utilizado na comunidade, na academia, nas escolas, etc., como um
método que de forma espontânea, capta nuances de situações
vivenciadas por atores em processos diversos, promove a autonomia e
estimula a cidadania .
CARACTERÍSITICAS
faz com que os sujeitos reflitam, falem e se coloquem como protagonistas
de suas histórias.
Método de avaliação não tradicional.
Participativo e democrático - valoriza a experiência e o caminhar de cada
participante do processo de ensino-aprendizagem.
Uma forma de produzir dados
É rica de relatos e vozes que anseiam em revelar seus sentidos e
aprendizados.
Mas a grande característica da Roda é a liberdade.

CONCEITO
As Rodas de Conversa, metodologia utilizada nos processos de leitura e
intervenção comunitária, consistem em um método de participação
coletiva de debates sobre uma temática, através da criação de espaços de
diálogo, nos quais os sujeitos podem se expressar e, sobretudo, escutar os
outros e a si mesmos. Tem como principal objetivo motivar a construção
da autonomia dos sujeitos por meio da problematização, da socialização de
saberes e da reflexão voltada para a ação. Envolve, portanto, um conjunto
de trocas de experiências, conversas, discussão e divulgação de
conhecimentos entre os envolvidos nesta metodologia. (TAJRA, 2015).

OBJETIVO
A Roda de Conversa é um dispositivo dialógico elaborado com o objetivo
de se obter uma representação do que foi vivenciado por pessoas em algum
processo. O que foi experimentado por cada um, deverá aflorar da forma
que foi apreendido, verdadeiramente sentido, produzido e talvez
transformado.
O USO/ MANEJO DO MÉTODO

A avaliação, no contexto da roda de conversa, não poderá ser uma ação

mecânica.
Na avaliação realizada por meio de Rodas de Conversa, o avaliador dispõe
de um roteiro previamente elaborado para que sejam contempladas todas
as vertentes da pesquisa realizada ou do trabalho realizado, porém, deve-
se ter esse roteiro como trilha e não como trilho no processo de avaliação,
permitindo dessa forma, adequações e navegação por outros mares que
porventura possam surgir no seu curso.

É necessário, portanto, ponderar e buscar o equilíbrio entre o que se quer

e onde se pretende chegar.
Normas rígidas não cabem nesse processo, nem seguir um curso sem um
norte que oriente. (No que acreditamos? O que pretendemos transformar?
) As respostas não são definitivas, mas sim permanentemente refletidas e
reconstruídas.

Na mediação da Roda, quando se adota um roteiro, esse serve de guia

condutor para o desenrolar da conversa, porém, as respostas muitas vezes
levam a novos desdobramentos e o próprio mediador também pode
instigar os participantes a irem mais longe ou simplesmente podem abortar
determinado assunto.

Melo e Cruz (2014) referiram que escolheram a Roda de Conversa

principalmente por sua característica de permitir que os participantes
expressem, concomitantemente, suas impressões, conceitos, opiniões e
concepções sobre o tema proposto, assim como permite trabalhar
reflexivamente as manifestações apresentadas pelo grupo.
POSTURA DO AVALIADOR
Para essa técnica de pesquisa exige cuidados metodológicos a serem
observados pelo pesquisador/avaliador / mediador:
O pesquisador se insere como sujeito da pesquisa pela participação na
conversa e, ao mesmo tempo, produz dados para discussão.
O avaliador transporta para o papel o que aflora nas falas dos participantes.
(trata-se de memória).
Exige uma conduta ética, verdadeira e fiel ao que é observado, presenciado
e ouvido.
Manter o foco nos objetivos.
Dar liberdade para que os participantes consigam exprimir suas
experiências por meio de suas falas.
Garantir um ambiente de respeito entre os participantes. (cuidados
fundamentais para que a Roda transcorra bem e atinja seus objetivos).

RESULTADOS OBTIDOS
Utilizando-se o método da Roda como avaliação:
Pode se auferir um feedback das ações que foram realizadas e necessitam
prosseguir seu fluxo ou reorientar sua trajetória.
(É necessário sempre reestruturar o pensar e o agir, agregando valor e
legitimidade as suas práticas, tendo essa prática como elemento
transformador do cotidiano).
(Avaliar é refletir sobre, é querer sempre o melhor daquilo que se faz).