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A
INTERSECCIONALIDADE
NA PRÁTICA CLÍNICA
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AUTORAS
Carolyne Batista Juvenil
Psicóloga pela UFRJ, com atuação em
Terapia Cognitivo-comportamental.
Terapeuta do Esquema (Wainer Psicologia/
International Society of Schema Therapy).
Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa
Integrada do Estresse - LINPES/IPUB/UFRJ.
Pesquisa questões relativas a racismo e
promoção de saúde mental da população
negra em terapia cognitivo-comportamental
e terapia do esquema.
Diana Soledade Camera
Mestra em psicologia pela UFRJ.
Colaboradora do NUDS/IPUB/UFRJ (Núcleo
de Disfunções Sexuais), pesquisa
estereótipos sobre minorias sexuais e de
gênero, sexualidade de pessoas LGBT e
demandas específicas de pessoas
transgênero.
Fernanda Paveltchuk
Mestre pela PUC-Rio. Pesquisa estresse de
minorias, vulnerabilidade psicossocial e
saúde mental de pessoas LGB. Atualmente é
doutoranda no IPUB/UFRJ, e estuda
possíveis efeitos negativos de um protocolo
de manejo de estresse de minoria em
clientes LGB.
Karla Glória
Psicóloga formada pela UFRJ. Pesquisadora
do Laboratório Integrado de Pesquisas do
Estresse IPUB/UFRJ. Estuda questões
relativas a violência doméstica e Transtorno
de Estresse Pós-Traumático.
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O QUE É
INTERSECCIONALIDADE?
Kimberlé Crenshaw
2
Todos os indivíduos têm múltiplas
identidades sociais. Algumas dessas
identidades são baseadas em privilégios e
outras, em opressões.
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Não apenas intersecções de
opressões existem, mas também
intersecções mistas e intersecções
de privilégio.
4
O que é o estresse de
minoria interseccional?
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Entende-se que, desde a concepção da teoria, por falar em
status cumulativo de minoria, e consequente, contato
cumulativo com estressores específicos de minoria, Brooks
desenvolveu um modelo teórico interseccional, embora não
tenha utilizado a palavra propriamente dita.
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Mas a clínica deve ser
interseccional?
7
Uma revisão sistemática recente
investigou quão interseccionais são
as intervenções em saúde mental
para pacientes de minorias sexuais,
classificando o grau de discussão de
Interseccionalidade em baixo, médio
e alto (Huang, Ma, Craig, Wong, &
Forth, 2020).
Os autores encontraram um baixo número de
artigos explorando essa questão de maneira
adequada: dos 43 artigos analisados, apenas 7
foram classificados como grau alto em relação à
interseccionalidade(Huang et al., 2020).
A perspectiva da Interseccionalidade pode nos
auxiliar na prática clínica mesmo atendendo a
pessoas que fazem parte de grupos privilegiados
– mas especialmente quando recebemos pessoas
em vulnerabilidade biopsicossocial no
consultório. A compreensão de que temos
experiências diferentes vivendo em uma mesma
estrutura político-social é crucial ao avaliar o
caso e planejar o tratamento.
8
E como promover uma
clínica interseccional?
9
Para avaliar, conceitualizar o caso, realizar análise
funcional e propor um plano de tratamento,
pesquisadores como Pachankis, Safren (2019) e
Skinta (2020) sugerem contemplar aspectos, que
aqui, sistematizamos da seguinte forma:
10
No que diz respeito a intervenções, as ferramentas
comumente utilizadas na TCC podem ser úteis se
estiverem em consonância com o que foi
compreendido através da conceitualização e da
análise funcional. Muitos clientes que vivenciam
diferentes estressores de minorias podem se
beneficiar ao buscar e manter uma rede de suporte
social, reestruturar crenças e pensamentos
distorcidos a seu respeito, criar estratégias de
enfrentamento de resistência, manejar possíveis
riscos e desenvolver uma identidade positiva
(Juvenil & Camera, no prelo)
11
Assim, podemos pensar que a postura de
humildade cultural, com interesse em
diversidade e reflexão sobre seu próprio
lugar social, deve ser associada ao
aprendizado de competências específicas
para atender às demandas de sujeitos de
minorias sociais. É por isto que dizemos que
empatia e compaixão são bons pontos de
partida, mas não são a linha de chegada. Os
conhecimentos do psicólogo clínico
precisam ser atualizados para que a prática
clínica não produza efeitos negativos para
pessoas em vulnerabilidade social e
promova a saúde psicológica.
12
Como acontece na
prática?
13
Alguns exemplos são:
14
CONCLUSÃO
15
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BIBLIOGRAFIA
Referências:
Boroughs, M. S., Bedoya, C. A., O’Cleirigh, C., & Safren, S. A. (2015). Toward
defining, measuring, and evaluating LGBT cultural competence for
psychologists. Clinical Psychology: Science and Practice, 22(2), 151–171.
https://doi.org/10.1111/cpsp.12098
Borsa, J. callegaro. (2019). Avaliação psicológica aplicada a contextos de
vulnerabilidade psicossocial. São Paulo: Vetor.
Brooks, V. R. (1981). Minority stress and lesbian women. Lexington. MA:
Lexington Books. doi, 10, 2068618.
Crenshaw, K. (1989). Demarginalizing the intersection of race and sex: A
black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and
antiracist politics. u. Chi. Legal f., 139.
Flentje, A. (2020). AWARENESS: Development of a cognitive–behavioral
intervention to address intersectional minority stress for sexual minority
men living with HIV who use substances. Psychotherapy, 57(1), 35–49.
https://doi.org/10.1037/pst0000243
Huang, Y. T., Ma, Y. T., Craig, S. L., Wong, D. F. K., & Forth, M. W. (2020). How
intersectional are mental health interventions for sexual minority people?
A systematic review. LGBT health, 7(5), 220-236.
Juvenil, C.B. & Camera, D.S. L. (no prelo) Manejo da interseccionalidade
entre sexismo, cissexismo e racismo na terapia cognitivo-
comportamental. Sexualidade e gênero em psicoterapia: práticas
baseadas em evidências.
Pachankis, J. E., & Safren, S. A. (2019). Handbook of Evidence-Based Mental
Health Practice with Sexual and Gender Minorities. Canada: Oxford
University Press.
Santana, C. (2018). Humildade cultural: conceito estratégico para abordar
a saúde dos refugiados no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 34(11).
https://doi.org/10.1590/0102-311x00098818
Skinta, M. D. (2020). Contextual Behavior Therapy for Sexual and Gender
Minority Clients: A Practical Guide to Treatment. Routledge.
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A INSTITUIÇÃO
Temos a missão de oferecer o ensino de excelência em
psicologia clínica, na abordagem cognitivo-
comportamental, tendo como referência a prática
baseada em evidências;
Rafael Thomaz
Psicólogo Clínico.
Doutor e Mestre em saúde mental pela UFRJ.
Diretor da Foco TCC
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