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Revista Com Censo - Estudos Educacionais do Distrito Federal - RCC#31 - novembro 2022

RCC#31
ARTIGOS DOSSIÊS TEMÁTICOS
Trabalho fala sobre militarização QUALIDADE DE VIDA NO
da vida civil, transferência de TRABALHO
valores militares e a repressão
no sistema educacional de A INSTALAÇÃO DAS ESCOLAS NO Escaneie o QR Code
Brasília entre 1964-1975 DISTRITO FEDERAL - DÉCADA DE 1980 e acesse pelo celular ISSN 2359-2494 • v. 9 • n. 4 • Brasília-DF • novembro 2022
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Ibaneis Rocha - Governador
Paco Britto - Vice-Governador

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO


Hélvia Miridan Paranaguá Fraga - Secretária
Isaías Aparecido da Silva - Secretário Executivo

SUBSECRETARIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOS


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Maria das Graças de Paula Machado - Subsecretária

DIRETORIA DE ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO PEDAGÓGICO E PESQUISA
Orlando Corrêa Matos Cerqueira Filho - Diretor

EDITORA-CHEFE
Raquel Oliveira Moreira (SEEDF)

EDITORAS ADJUNTAS
Andressa Marques da Silva (SEEDF)
Camilla Cristina Silva (SEEDF)

EDITORES DE SEÇÃO
Alzira Neves Sandoval (SEEDF)
Danilo Luiz Silva Maia (SEEDF)
Robson Santos Câmara Silva (SEEDF)

COMITÊ GESTOR
Adriana Almeida Sales de Melo (UnB)
Ana Cláudia Nogueira Veloso (SEEDF)
Gilvan Charles Cerqueira de Araújo (SEEDF)
Henrique César de Oliveira Fernandes (SEEDF)
Ingrid Dittrich Wiggers (UnB)
Maria das Graças de Paula Machado (SEEDF)
Orlando Corrêa Matos Cerqueira Filho (SEEDF)
Remi Castioni (UnB)

CONSELHO EDITORIAL
Adriana Almeida Sales de Melo (UnB)
Bruno Portigliatti (FCU)
Célio da Cunha (UCB)
Frederico Augusto Barbosa da Silva (IPEA)
Girlene Ribeiro de Jesus (UnB)
Gustavo Henrique Moraes (INEP)
Ingrid Dittrich Wiggers (UnB)
Jaqueline Moll (UFRGS)
José Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquerque (UFC)
Lêda Gonçalves de Freitas (UCB)
Maria Helena Guimarães de Castro (UNICAMP)
Odorico Ferreira Cardoso Neto (UFMT)
Ormezinda Maria Ribeiro (UnB)
Raquel Nery Lima Bezerra (UFBA)
Remi Castioni (UnB)
Rosemary Dore Heijmans (UFMG)

ARTE DA CAPA
Yiara Hillebrand
Imagem gentilmente cedida

DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO FINAL


Danilo Luiz Silva Maia

IMPRESSÃO
Secretaria de Estado de Educação
Tiragem: 900 exemplares

ISSN 2359-2494

A Revista Com Censo (RCC) é um periódico científico, de acesso livre, que


adota o processo de avaliação por pares (peer review), fundado em 2014 e
publicado trimestralmente desde 2016.
O periódico é vinculado à Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
(SEEDF), Brasil.
As opiniões veiculadas nos trabalhos publicados em edições da RCC são
de responsabilidade exclusiva de seus (suas) autores(as) e não representam
necessariamente a posição da revista ou da SEEDF.
A revista promove o uso de estatísticas educacionais, especialmente dos dados
censitários relativos ao desenvolvimento de políticas públicas na área de educação.
As edições publicadas e a lista do corpo de pareceristas da revista encontram-se em:

www.periodicos.se.df.gov.br/index.php/comcenso
Editorial: Fomento e partilha de conhecimento
como fonte de inspiração na Educação Básica

Criada como semente em 2014, a Revista Com Censo (RCC) celebra, em 2022, os seus oito anos de existência e, na edição deno-
vembro, partilha com a Rede de Ensino do DF avanços importantes desde então, coincidindo com a publicação do dossiêQualidade-
deVidanoTrabalho–o qual corrobora aexperiênciaeditorialda revista comumatemáticatãocaraatodososprofissionaisdaeducação.Para dar
continuidade às mudanças estratégicas de formato da revista, empreendidas nestes anos e que vem se aprimorado desde março de
2022, destacam-se também as seguintes ações: a consolidação de parcerias, como aquelas que propuseram temas relevantes ao debate
contemporâneo sobre educação; a ampliação de ações externas como as Oficinas de Escrita Científica e eventos de lançamento/apresen-
tação da revista promovidos pela Revista e pela Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE); a produção
e publicação deartigos e livros sobre letramento Científico, a partir de pesquisas realizadas pela equipe editorial da RCC; a participação
em congressos científicos dentro e fora do DF; e a consolidação das Rodas de Estudos, realizadas quinzenalmente, sempre contando com
a participação de convidados especialistas para debater assuntos de interesse editorial.
Dessas ações, destacam-se estas Rodas de Estudos e Pesquisas, sobretudo na ampliação do repertório cultural e técnico da equipeedi-
torial da RCC, assim como no crescimento da participação da RCC em eventos científico e culturais, a exemplo do XII COPENE – Congres-
so Nacional de Pesquisadores/as Negros/as, onde se publicou um artigo nos anais do encontro; da 74º Reunião da Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência – SBPC, na Universidade de Brasília (UnB) e a Feira do Livro de Brasília (FELIB). Com destaque à publicação de
um capítulo sobre pesquisar na educação básica, no Livro “Letramento Científico em tempos de negacionismo: estudos conetemporã-
neos”. Estes foram espaços generosos onde se pôde não apenas divulgar, mas, essencialmente, evidenciar a razão principal da existência
da Revista: o Letramento Científico na Educação Básica, tendo a pesquisa como princípio formativo, a partilha de práticas pedagógicas
e a difusão de pesquisas, sempre aliando à formação continuada. Também foi nesses eventos que a Revista Com Censo Jovem teve suas
primeiras aparições e divulgação de sua edição inaugural, contando com a participação de estudantes e professores-pesquisadores da
rede pública de ensino, além de distintos públicos interessados na produção de conhecimento e valorização da ciência.
Com essas experiências até aqui vivenciadas, buscou-se consolidar o caminho da produção de conhecimento junto com o professor-
-pesquisador dentro e fora da rede pública de ensino do Distrito Federal. E, agora, também com/para os jovens estudantes da Rede, de
modo que se possa propiciar mais espaços de disseminação daquilo que se produz. Aliado a isso mantemos o alinhamento aos parâ-
metros da CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,apropriando-nos progressivamente dos preceitos e
critérios de um periódico científico, mantendo o compromisso de primar pela transparência e lisura do processo editorial, tendo por
princípio a qualidade das publicações realizadas em cada edição.
Fechamos esta edição celebrando também um marco importante, fruto desses oito anos de crescimento e aprendizado produzido
pelos autores, pareceristas, editores, gestores institucionais e, principalmente, leitores da RCC: desde agosto de 2022, a Revista Com
Censo é Qualis B1, na última avaliação da CAPES, e isso nos orgulha muito.
Para 2023, o desejo é consolidar os avanços e também as parcerias, qualificando as boas relações até aqui construídas e, quiçá, ir
mais longe.

Boa Leitura!

Raquel Oliveira Moreira


Editora-chefe

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 3


ÍNDICE

6 APRESENTAÇÃO

ARTIGOS

9 A experiência do diálogo em uma classe especial na pandemia da covid-19

Rita de Cassia de Almeida Rezende

18 A trajetória de preservação da Vila Planalto

Beatriz Coroa Couto

28 Educação para as relações étnico-racial: o papel do professor na construção da identidade antirracista

Alex Leonardo Ribeiro , Juliane Pereira da Silva e Anna Emanuelle Ribeiro

38 A educação nas escolas públicas de Divinópolis-MG: sondagem dos indicadores de aprendizagem da Prova Brasil

Laís de Souza Rédua, Maraiza de Lourdes Silva, Ariadne Oliveira Miranda e Mateus Guimarães Carneiro

51 Militarização da vida civil: transferência de valores militares e repressão no sistema educacional de Brasília (1964-1975)

João Antônio Gouveia e Silva

4 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


RELATOS DE EXPERIÊNCIA

63 Conhecer nossa cultura faz bem! Uma experiência de implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08

Andreza Mara da Fonseca

CADERNOS RCC

69 DOSSIÊ TEMÁTICO
Qualidade de Vida no Trabalho

CADERNOS RCC

171 DOSSIÊ TEMÁTICO


A Instalação das Escolas no Distrito Federal - Década de 1980

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 5


APRESENTAÇÃO

A edição de número 31 da Revista dos colaboradores em decisões de gestão, de preservação, ao longo de 60 anos de
Com Censo é um convite para pensar valorizando a experiência de debates no existência e de 32 anos de tombamento.
a Qualidade de Vida – QVT – como um planejamento e replanejamento de ativida- A autora observa que a Vila Planalto teve
elemento importante a ser considerado des com vistas à otimização de processos, seu patrimônio reduzido a alguns poucos
na atuação dos profissionais da educa- de resultados e ao bem comum e iii) o con- traços: urbanísticos, paisagísticos e arquite-
ção. Conforme a literatura científica am- ceito de bem-estar profissional e pessoal tônicos; que permaneceram em situação
plamente revisada pelos trabalhos aqui relacionado a determinadas práticas que precária ante a ocupação e adensamento
publicados, vários fatores determinam o favorecem condições seguras e saudáveis quase irrestritos na área, incluindo sua área
desempenhodos profissionais nas insti- de trabalho, propósito, ética, eficácia de tutela, que, a priori e a rigor, é conside-
tuições educativas, tais como: a media- pessoal, carga horária justa, sensação rada não edificável.
ção de conflitos, feedbacks produtivos, de prazer no desempenho de atividades Por sua vez, o artigo A educação
boas condições de trabalho, saúde social laborais, autonomia, apoio de superiores para as relações étnico-raciais: o pa-
e mental, perspectiva de estabilidade e de colegas de trabalho, reconhecimento pel do professor educador na cons-
em cargos e funções, de crescimento na de competências e relacionamentos positi- trução da identidade do educando
carreira, a remuneração, os planos de vos. Considerando tudo isso, os trabalhos negro, de Juliane Pereira da Silva, Alex
recompensa, os benefícios, a satisfação aqui reunidos apontam algumas respostas Leonardo Ribeiro e Anna Emanuelle Ri-
com o trabalho realizado. Neste sentido, para uma questão urgente: quais ações de beiro discorrem sobre a educação para as
os trabalhos publicados demonstram que QVT beneficiam a atuação dos profissio- relações étnico-raciais, com objetivo de
ações sistemáticas de QVT são capazes nais da educação, contribuindo para siste- investigar qual o papel do professor na
de gerar motivação; reduzir a rotativi- matizar o debate e orientar a prática em construção da identidade do educando
dade dos profissionais dentro das insti- torno deste tema? negro. Os autores justificam o trabalho
tuições educacionais; reduzir a vacância Aedição traz o Caderno Regular eo a partir da necessidade de combate ao
de cargos, gerar uma perspectiva de sa- Dossiê Temático sobre QVT. A seção de racismo institucional em sala de aula e
tisfação pessoal; profissional e familiar Artigos do Caderno Regular se inicia fomento da diminuição da evasão esco-
e promover uma cultura organizacional com o texto A experiência do diálogo lar por parte de alunos negros.
primada pela busca de aperfeiçoamento em uma classe especial na pandemia No caso do trabalhoA educação
profissional objetivando, por um lado, a da Covid-19, de Rita de Cássia Almeida nas escolas públicas de Divinópolis
constante melhoria dos processos de tra- Rezende que apresenta um estudo de (MG): sondagem dos indicadores de
balho e, por outro lado, a busca por novas caso de uma professora com de mais de aprendizagem da Prova Brasil, escri-
oportunidades dentro da rede de ensino. 20 anos em classe especial que conseguiu to por Lais de Souza Redua, analisou o
Trabalhar com educação requer o resultados positivos para o aprendizado desempenho na avaliação externa inti-
planejamento de ações que estejam fun- de seus alunos no contexto da pandemia tulada Prova Brasil, realizada no ano de
damentadas em três conceitos nucleares provocada pela COVID-19, por meio de 2019, pelas turmas do 5º ano do Ensino
- os quais fazem da QVT, “um guarda- replanejamento pedagógico, articulando Fundamental matriculadas nas escolas da
-chuva teórico”, na perspectiva do pes- experiências positivas adquiridas nas au- cidade de Divinópolis, estado de Minas
quisador Jáder dos Reis Sampaio - quais las presenciais, pela pedagogia do diálo- Gerais. Fundamentada nos dados obti-
sejam: i) o humanismo, por meio do qual go e pela interação professor-aluno. dos e na literatura específica, a autora
tratamos sobre a motivação e sobre a sa- Já no artigo A trajetória de preser- avalia como urgente a necessidade de
tisfação das necessidades humanas dos vação da Vila Planalto, da autora Bea- se repensar as formas de avaliação ex-
envolvidos no processo, este conceito é triz Coroa Couto, rememora a trajetória terna ou até mesmo investir em outras
capaz de refletir até mesmo a satisfação da vila situada no Distrito Federal a partir metodologias avaliativas como parâme-
do colaborador com a própria vida, em da análise de diferentes instâncias de ges- tro para determinar o desempenho dos
um contexto individual; ii) a participação tão, de estudos, normas e instrumentos estudantes no processo educativo.

6 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Por fim, o artigo Militarização da de Vida no Trabalho: a profissão do- Vida no Ambiente de Trabalho e dos Ser-
vida civil: transferência de valores cente em questão, de Rosana Carneiro vidores Aposentados - PQVT/SEEDF.
militares e repressão no sistema edu- Ferreira, que aborda o tema da Qualida- Por sua vez, o texto Clube de Ciên-
cacional de Brasília (1964-1975), es- de de Vida no Trabalho (QVT) a partir de cias Biológicas Virtual (CCBV): im-
crito por João Antônio Gouveia e Silva, uma perspectiva ampla, sistêmica, para plantação e importância na formação
traz uma análise sobre a institucionaliza- além das condições materiais e ergonô- do estudante de biologia no ensino
ção de políticas que corresponderam a micas. O texto apresenta dados quanti- médio e na qualidade do trabalho do
um processo de militarização de escolas tativos relevantes e o impacto de fatores professor durante e após a pande-
no DF. Foram observados os eixos pelos relacionados à QVT que podem interferir mia da Covid-19, de Marcos da Fonseca
quais esse processo tomou corpo e os na quantidade de docentes atuantes.O Júnior Borzuk e Maria Fernanda Nince
diálogos com a perspectivados gestores trabalho destaca ainda a necessidade Ferreira, faz uma abordagem sobre a
militares. A ênfase do artigo está sobre o de se promover a QVT na Secretaria de temática da perspectiva de um trabalho
processo de implementação de políticas Educação do Distrito Federal, reservando prático junto aos estudantes. O texto
educacionais como o projeto disciplinar espaço institucional mais amplo, a par- apresenta os Clubes de Ciências como
da “Educação Moral e Cívica” e a atua- tir dos setores já existentes destinados espaços de trocas de experiências e com-
ção dos órgãos envolvidos no projeto, no à promoção de bem-estar, bem como partilhamento de tecnologias e vivências.
contexto escolar. espaço para a ampla discussão e imple- O Clube de Ciências Biológicas Virtual
A seção Relatos de Experiência,- mentação da Política de QVT. (CCBV) é um espaço de educação não
que encerra o Caderno Regular, traz o O artigo A busca pela qualidade de formal onde há estímulo à construção
trabalho Conhecer nossa cultura faz vida do trabalhador da Secretaria de investigativa de uma mentalidade crí-
bem! Uma experiência de implemen- Estado de Educação do Distrito Fe- tica sobre questões que envolvam o
tação das Leis 10.639/03 e 11.645/08. deral: registro histórico, de Khrissley estudo e a aprendizagem de Biologia
Este relato, assinado pela autora Andreza Guimarães de Oliveira Lopes, faz uma pelos estudantes. Sua implantação se
Mara da Fonseca, apresenta um projeto retrospectiva de um progressivo esforço justifica por resultar num espaço de
de cunho interdisciplinar desenvolvido institucional das equipes de gestão de discussões sobre variados temas, partici-
pela autora. O projeto tem a proposta pessoas da SEEDF para a construção de pação em eventos e importante na dimi-
de transitar pela dança (técnicas corpo- uma cultura de promoção e valorização nuição do déficit de aprendizagem que
rais afro/indígenas/brasileiras), música, da QVT - Qualidade de Vida no Trabalho. foi acentuado durante a pandemia de
literatura, natureza e sociedade. O traba- O artigo traz um registro histórico da te- COVID-19. Entre outros resultados ob-
lho foi desenvolvido na Educação Infantil mática e seu processo de evolução na úl- servados: a superação das dificuldades
e foi finalista do projeto EDUCAMINAS tima década. Além disso, o texto contex- possibilitando também maior conforto
para a Igualdade Racial, em 2012. tualiza a temática conceitualmente em sócio emocional de discentes e docen-
Abrindo o Dossiê TemáticoQualida- perspectiva nacional e também mundial. tes durante o período da pandemia.
de de Vida no Trabalho (QVT) há duas Em seguida, o texto Projeto de Vida A seção Relatos de Experiências
entrevistas importantes para o debate – caminho para o bem-estar docen- do Dossiê Temático se inicia com o
sobre o tema: a primeira é com prof. Dr. te, de Alessandra Gmaf Teixeira Fidelis trabalho Políticas públicas nas áreas
Mario César, da Universidade de Brasí- e Tamar Rabelo Castro,traz uma reflexão da saúde e da qualidade de vida dos
lia (UnB) onde aborda o sentido da QVT visando apresentar a percepção subjeti- profissionais da Secretaria de Educa-
como dispositivo“civilizatório do traba- va do impacto do percurso Bem-Estar e ção do Distrito Federal: um levanta-
lho humano e como promotor de saúde, Qualidade de Vida - Projeto de Vida na mento das possíveis redes de apoio
bem estar duradouro e forjador de nossa trajetória dos profissionais da educação ao bem-estar e a saúde mental dos
identidade”. A segunda entrevista, com nos campos pessoal, profissional e na professores. Escrito por Lidiane Oliveira
Epitácio do Nascimento S. Junior, Secre- compreensão do próprio projeto de vida. Eduardo Mota, o texto apresenta a pes-
tario Executivo de Valorização e Quali- A pesquisa é longitudinal e tem como quisa “Possíveis fatores de risco e pro-
dade de Vida, da Secretaria de Fazenda foco os resultados que mostram a am- teção para o bem-estar e saúde mental
do DF. Ele oferece reflexões importantes pliação da percepção de bem-estar dos da categoria docente: um estudo bioe-
sobre iniciativas institucionais do GDF na participantes da formação continuada, cológico com professores readaptados
promoção da qualidade de vida no tra- em 2021, na Subsecretaria de Formação da SEDF”. Nela foi constatado que a
balho nas instituições do governo e os Continuada - EAPE. Comprovou-se que maioria dos docentes da SEDF não tem
benefícios sociais e econômicos no inves- a percepção de bem-estar se apresentou conhecimento de tais políticas e nem
timento em QVT. de forma consistente e duradoura. Cons- das redes de apoio disponíveis. Um dos
Já a seção dos artigos no Dossiê tatou-se, também, por meio da análi- objetivos da pesquisa foi fazer um levan-
Temático inicia-se como texto Por uma se de dados, que esta é uma das ações tamento desses dados e dar maior visibi-
abordagem sistêmica da Qualidade bem-sucedidas da Política de Qualidade lidade a tais ações. Esse levantamento foi

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realizado junto à Subsecretaria de Segu- com a melhoria da saúde, do bem-estar Comunitária para o atendimento de
rança e Saúde no Trabalho, ao Sindicato e da qualidade de vida no trabalho dos estudantes antes, durante e depois da
dos Professores e à própria SEDF. Os re- profissionais de educação que atuam nas pandemia provocada pela Covid-19. Os
sultados foram apresentados na pesquisa escolas públicas do Distrito Federal. autores concluem que, em geral, é possí-
e são objeto desse artigo. Sobre o Relato de Experiência – Roda vel perceber que a participação nas rodas
Já o relato Mãos unidas costuram a de Conversa para Servidores Readap- traz importantes contribuições no campo
paz: reflexões sobre a qualidade de tados por voz da Secretaria de Esta- da saúde de forma integral.
vida no trabalho dos profissionais da do da Educação do Distrito Federal, Por fim, encerrando a seção de rela-
educação, das autoras Danielle Daiane de Luana Carolina Santos, o texto discor- tos de experiência do Dossiê Temático,
Reis e Clemência Rodrigues da Silva San- re sobre a relevância de uma ação volta- há o texto A importância da forma-
tos,aborda alguns contributos para refle- da para os servidores da Rede Pública de ção continuada com foco na promo-
xão a respeito da QVT dos profissionais Ensino do Distrito Federal, pertencentes ção da saúde vocal do professor,
da educação. As atividades foram reali- à Carreira Magistério da Secretaria de de autoria de Ivonete da Silva Olivei-
zadas uma instituição da rede pública de Estado de Educação do Distrito Federal, ra. Este relato de experiência ocorre a
ensino do Distrito Federal, como possibi- readaptados por redução na capacidade partir da oferta do curso Bem-estar e
lidade de acolhimento e valorização de de uso da voz, que tiveram que sair do qualidade de vida: usos e desusos da
todos os funcionários e demais atores da ambiente de sala de aula e precisaram se voz do profissional da educação, pela
comunidade escolar. A motivação para reinventar para exercer a atividade pro- instituição EAPE, no ano de 2021, para
escrita surgiu após vivências em rodas de fissional em outro espaço escolar. Por os profissionais da SEE-DF. Conforme
conversa durante a realização do curso meio de Rodas de Conversa, estas foram a autora, a importância de um curso
“Bem-Estar e Qualidade de Vida: (Re) idealizadas com o objetivo de propiciar de formação continuada com foco na
construindo a imagem pessoal e profis- o cuidado com a saúde vocal, orientar o saúde vocal veio após uma pesquisa
sional”, ofertado pela Subsecretaria de uso correto da voz e permitir a partilha das e reflexões acerca da necessidade do
Formação Continuada dos Profissionais experiências vividas sobre o processo de profissional da educação reconhecer a
da Educação (EAPE). deixar de trabalhar no ambiente de sala de voz como um recurso de trabalho que
Em seguida, o relato (Trans) Forma- aula por motivos de disfonia funcional. necessita de cuidados diários para a re-
ção continuada: o despertar dos pro- O Dossiê traz aindao relato Terapia alização das atividades sem causar alte-
fissionais da educação para o bem- comunitária na FUP-UNB: saúde uni- rações no aparelho fonador que o levem
-estar pessoal, profissional e para a versitária na pandemia de Covid-19 o servidor ao afastamento, temporário
qualidade de vida no ambiente de e na volta às aulas presenciais, de ou definitivo, das atividades laborais.
trabalho, de autoria de Roseane Cristia- autoria de Eliete Ávila Wolff, Dulcicleide Desejamos a todos uma excelente lei-
ne Correia Lima dos Reis, cujo trabalho de Araújo Melo, Helio da Costa Marin tura e inspiração para que as práticas de
apresenta aexperiência do Projeto (Trans) e Gelciene da Cunha Fernandes. O tra- QVT sejam em breve, uma realidade em
Formações para a Vida, que propôs um balho relata a experiência da prática da todas as unidades da rede pública de en-
ciclo de formação continuada vivenciado Terapia Comunitária Integrativa-TCI no sinodo DF e que possam se consolidar na
em formato de oficina, no espaço da co- contexto universitário da Universidade cultura organizacional da SEEDF tendo
ordenação pedagógica das escolas par- de Brasília, Campus Planaltina, em espe- no bem estar a tônica do cotidiano dos
ticipantes, com o objetivo de contribuir cífico, a implantação da Roda de Terapia trabalhadores desta instituição.

Maria das Graças de Paula Machado


Subsecretária de Formação Continuada dos
Profissionais da Educação – EAPE/SEEDF

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ARTIGOS

A experiência do diálogo em uma classe especial


na pandemia da covid-19
The experience of dialogue in a special class in the pandemic of covid-19

Rita de Cassia de Almeida Rezende *

Resumo: A educação especial possui sua dinâmica própria devido às suas exigências e de adaptações de peque-
no e/ou de grande porte para o atendimento aos estudantes. São desafios diários que se avolumaram diante
Recebido em: 26 mar. 2022
Aprovado em: 30 out. 2022

da epidemia da COVID-19, que chegou ao Brasil em meados de fevereiro de 2020 e impôs a suspensão das
aulas presenciais de modo geral e que estas fossem, posteriormente, retomadas pelos meios virtuais. Diante dos
obstáculos já existentes na educação especial, a dificuldade de acesso à tecnologia, bem como as dificuldades
inerentes a cada deficiência tornou as aulas virtuais quase impossíveis. Contudo, por meio de replanejamento,
experiências positivas adquiridas nas aulas presenciais, pela pedagogia do diálogo e pela interação professor-
-aluno, uma professora com experiência de mais de 20 anos em classe especial conseguiu resultados positivos
para o aprendizado de seus estudantes. Ela, em sua prática pedagógica, elege o diálogo como mola propulsora
para o aprendizado e delineia como percurso pedagógico a pedagogia dialógica como possível caminho para
alcançar estudantes com deficiência e contribuir com sua formação plena, levando em consideração seu meio
ontológico para desenvolver o epistemológico. Este trabalho, por meio do estudo de caso, tem como objetivo
explanar sobre a construção de uma prática pedagógica e mostrar que é possível, por meio do diálogo, desenvolver
o aprendizado dos estudantes e contribuir com sua formação como pessoa. O trabalho pretende mostrar, também,
que a interação do professor pode trazer vantagens para processo pedagógico sendo ele presencial ou virtual.

Palavras-chave: Diálogo. COVID-19. Inclusão. Pedagogia Dialógica.


—‌
Abstract: Special education has its own dynamics due to its pedagogical requirements and small and/or large
adaptations to serve students. These are daily challenges that have increased due to the COVID-19 epidemic,
which arrived in Brazil in mid-February 2020 and imposed the suspension of in-person classes in general and
which were later resumed by virtual means. Given the existing obstacles in special education, the difficulty in
accessing technology, as well as the difficulties inherent to each disability, made virtual classes almost impossi-
ble. However, through re-planning, positive experiences in face-to-face classes, the pedagogy of dialogue and
teacher-student interaction, a teacher with more than 20 years of experience in special classes, achieved positive
results for the learning of her students. She, in her pedagogical practice, elects dialogue as a driving force for
learning and outlines dialogical pedagogy as a pedagogical path as a possible way to reach students with disa-
bilities and contribute to their full education, taking into account their ontological means to develop the epis-
temological. This work, through the case study, aims to explain the construction of a pedagogical practice and
show that it is possible, through dialogue, to develop students’ learning and contribute to their education as a
person. The work also intends to show that the teacher’s interaction can bring advantages to the pedagogical
process, whether face-to-face or virtual.
Keywords: Dialogue. COVID-19. Inclusion. Dialogical Pedagogy.

* Rita de Cassia de Almeida Rezende é doutoranda e mestra em Educação pela Universidade Católica de Brasília. Professora da
Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. E-mail: ritinhademaria@gmail.com.

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Introdução Os professores do ensino especial foram impulsiona-
dos a chegar até estes estudantes, mesmo com as difi-
Os primeiros casos da COVID-19, que mais tarde a culdades de interação e de comunicação efetiva, além
OMS – Organização Mundial da Saúde – declarou como do fator financeiro, pois muitos estudantes não têm
pandemia, foram registrados na China, em Wuhan, na condições de ter computadores. Além destes empeci-
província de Hubei, no final de dezembro de 2019. Em lhos citados, há ainda o fato de alguns pais não pos-
fevereiro de 2020, foi registrado no Brasil o primeiro caso; suírem estudo suficiente para ajudar seus filhos com as
diante do aumento vertiginoso do número de infectados plataformas digitais, com a tecnologia e com as tarefas.
no país, o Ministério da Saúde, de acordo com as reco- Retomando às necessidades dos estudantes com de-
mendações da OMS, sugeriu a suspensão das aulas em ficiência como um todo, o termo inclusão, neste tra-
todo território nacional em meados de março de 2020. balho, é visto sob a ótica de diferentes especificidades
Repentinamente, as escolas se fecharam e todos da ao longo da formação da sociedade, a inclusão do ser
comunidade escolar precisaram se adequar para dar humano se torna ainda mais penosa, visto que fatores
continuidade aos processos educativos, com vistas ao étnicos e financeiros, bem como, necessidades espe-
ensino e à aprendizagem, contudo, agora com o de- cíficas contribuíram para que houvesse uma exclusão
safio da impossibilidade de estarem juntos dentro da ainda maior.
escola. O Ministério da Educação e o Conselho Nacional A Declaração de Salamanca (1998) enumera os pres-
de Educação tiveram que reorganizar a substituição das supostos da educação inclusiva, reforça a necessidade
aulas presenciais por aulas no meio digital e atender ao ca- de proporcionar uma educação nivelada de aprendiza-
lendário escolar tendo como base as leis do ensino remoto gem para toda criança, levando em consideração que
e das aulas à distância (BRASIL, 2020a; BRASIL, 2020b). todos têm suas especificidades e habilidades diversas.
Este processo tornou-se adverso para escolas particu- Este tópico ressalta ainda que os sistemas educacionais
lares, que já conviviam com o uso de tecnologias digi- devem levar todas estas especificidades em considera-
tais no cotidiano pedagógico e, especialmente, para as ção nos programas pedagógicos.
escolas públicas que ainda não tinham o recurso tecno- Ensinar os estudantes com deficiência por meio do
lógico tão presente em seu cotidiano, além da dificulda- ensino remoto foi o desafio apresentado aos profes-
de dos meios para adquiri-los. sores de classes especiais, bem como auxiliá-los com
Reuniões, decisões, possíveis alternativas entre ou- adaptações pedagógicas para que o aprendizado pu-
tros posicionamentos, e, finalmente, as aulas on-line desse acontecer. Assim, para o enfretamento desta si-
foram determinadas como a forma de os estudantes tuação e com o objetivo de dar condições favoráveis
continuarem a estudar. A utilização deste novo meio de para o aprendizado, surgem o diálogo e a interação
ensino foi desafiante para muitos, incluindo para os mi- como possíveis caminhos para a consolidação desta
lhares de professores que tiveram que se tornar, quase meta. Esta trajetória será apresentada neste estudo de
do dia para a noite, profissionais com domínio em tec- caso intitulado a “Experiência do diálogo em uma clas-
nologia. Modelski, Girafffa e Casartelli (2019) alertam se especial na pandemia da COVID 19”.
que o fato de o professor ser um usuário de tecnologia
não garante que ele seja capaz de utilizar todos os re- O diálogo
cursos possíveis para fazer a mudança midiática. Esta
verdade é vivida pela maioria dos docentes. Síveres (2016, p. 69) define que “o diálogo como
Aos poucos, as aulas começaram a ser ministradas diálogo seria a expressão da própria condição humana
on-line por meio de vídeos, aulas gravadas em platafor- que busca a plena realização no encontro com o outro”.
mas digitais e atividades impressas para estudantes sem Como foi apresentado na citação, o ser humano é um ser
acesso à internet, pois como está na nossa Constitui- dialógico, esta condição faz parte da sua essência, é algo
ção, no artigo 205 (CF, 1988), a educação é um direito natural, é uma exigência existencial (FREIRE, 1980).
e este deve ser garantido a todos os nossos estudantes Dialogando com o que foi apresentado por Durkheim
tanto pelo Estado como pela família. (2013) a respeito do lado social do humano, e de o ho-
Foram inúmeros os percalços para conseguir dar con- mem ser dialógico (FREIRE, 1980; SÍVERES, 2016), po-
tinuidade ao ano de 2020, sobretudo para o ensino es- de-se construir a premissa de que o homem está para
pecial. Os obstáculos foram ainda maiores, uma vez que o diálogo, como o diálogo está para o homem. Sendo
os estudantes desta modalidade de ensino têm dificulda- que se entende como diálogo natural, a relação efe-
des de atenção, de interação, de visão, de audição entre tiva entre os homens, o voltar-se para o outro com o
outras adversidades, se levarmos em consideração a sua objetivo de contribuir para o desenvolvimento pessoal
deficiência, e além destes problemas, muitos estudantes de ambas as partes que estão neste processo dialógico.
não têm destreza para utilizar os meios tecnológicos. Referindo-se também à definição de diálogo, Buber

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(2003) o define como o voltar-se para o outro, por meio ter intencionalidade pois, por meio dele, há a possibi-
da reciprocidade e da disposição interior das pessoas. lidade de realização pessoal e de transformação social,
Este autor ainda afirma que o diálogo é a palavra dire- conforme a pedagogia freireana nos apresenta.
cionada para o outro, para que ocorra o encontro entre O diálogo, que nutre a comunicação, é a mola propul-
as pessoas, o EU-TU. Depois de construído o conceito sora do processo educativo do ser humano. E, por meio
de diálogo, há de se refletir sobre as condições para que deste processo dialogal, há o cenário oportuno para sur-
ele ocorra realmente e que exerça seu papel dentro da gir o que Freire (1960) chamou de “vocação ontológica
sociedade e, em questão primordial, na escola. para a humanização”. Esta vocação prima pela liberdade,
Buber (2003) apresenta a abertura e a reciprocida- pelo diálogo, pela humanização, pela superação dos limi-
de como sendo perspectivas determinantes para que o tes e por ver reascender o potencial de cada um. Para
diálogo ocorra. Desenvolvendo a definição destas duas criar assim, por meio da educação, a possibilidade de criar
condições, temos, primeiramente, a abertura, que é o inédito viável, que para Freire, nos livros Pedagogia do
ficar disponível para o outro, abrir-se para a empatia, oprimido (1960) e Pedagogia da esperança (1992), apre-
ter a disposição em compartilhar as experiências mú- senta esse inédito como sendo os obstáculos e as barreiras
tuas, para que o outro passe a ser presença em mim e vencidas por meio da educação, mesmo que para alguns
vice-versa. Após a abertura vem a reciprocidade, que estudantes este inédito seja inviável, para outros, com o
proporciona a troca de medos, de sonhos, de alegrias, diálogo e a interação positiva, torna-se, sim, viável.
de dores e que permite ser incluído na vida do outro e
incluir o outro em nossas vidas. Interação
O diálogo, como afirma Freire (1992), é a base da
vida do ser humano e da educação e, na escola, o dis- Do ponto de vista etimológico e de acordo com o
curso do professor é o meio para comunicar-se com os Dicionário Houaiss (2001) “interação” advém do pre-
estudantes e este discurso deve ter intencionalidade e fixo “inter”, que significa interior, entre ou relação de
valores, bem como deve ser polissêmico para alcançar o reciprocidade; e pela palavra “ação” que tem como
indivíduo que veio de contextos diferentes. Freire (1992) significado atividade, energia, movimento e capacidade
apresenta que a educação é comunicação, é o diálogo de agir. Deste modo, unindo os dois significados, po-
entre sujeitos que se respeitam. Dentro da sala de aula, de-se concluir que interação é a relação recíproca que
o diálogo desenvolve o lado crítico tanto do professor possibilita agir. Levando esse conceito para a área da
quanto do estudante para que haja a práxis educativa. educação, que é o foco desse estudo, interação pode
Para que haja o diálogo, em consonância com Frei- ser definida como uma relação de ação social entre in-
re (1960), é necessário que exista amor, fé, confiança, divíduos com uma intencionalidade de ação.
humildade, esperança e criticidade; e esse só se tornará Ao analisar o conceito de interação, entre tantos ou-
eficaz, se houver práxis e inter-relação. Sendo assim, o tros que há, o que melhor se enquadra, no que é per-
diálogo pode ser visto como a união do falar e do agir e tinente à área de educação, é a relação de influência
deve estar recoberto com sentimentos que inspirem envol- recíproca em que o comportamento dos envolvidos se
vimento, inspiração, convicção. O diálogo é a relação do torna estímulo um para o outro. A interação pedagógi-
falar e do agir com base na relação afetiva com o outro. ca é baseada em dois atores fundamentais para a ação
Portanto, o diálogo se posiciona como patente cami- educativa: o professor e o estudante. Esta interação
nho para que a interação entre professor e estudante apresenta estes atores como complementares e estru-
seja eficaz, recíproca e transformadora. Na presença turantes entre si; um condiciona a existência do outro e
da interação não há lugar para o autoritarismo, mas as ações de ambos se orientam mutuamente.
sim para a autoridade, pois esta é dada ao professor Ao professor cabe o direcionamento de seu agir para
pela tradição do grupo social, mas ela deve vir, princi- a formação da autonomia do estudante e, assim, perce-
palmente, da competência e do carisma do educador be-se que a interação entre professor-aluno apresenta
(DUBET, 1991). Diante disto, o diálogo, conforme apre- relevância no contexto escolar, pois ela pode construir
senta Freire (1960), transformará o espaço da sala de um clima adequado para que ocorra a aprendizagem
aula, pois nele haverá a autoridade do professor para significativa e transformadora.
dar liberdade e autonomia ao estudante, fechando o O processo interacional entre professor-aluno é
lado negativo do autoritarismo. construído, principalmente, na escola, pois, como res-
Assim sendo, o diálogo é um processo relacional que salta Wallon (1968), a escola é um importante recurso
influencia as relações pessoais, epistêmicas e ontológi- de desenvolvimento, uma vez que ela, desde os primei-
cas. O ser humano é um indivíduo de convivência que ros anos da vida escolar, passa a ser o centro das rela-
conversa consigo, com o outro, com a cultura e com a ções que guiam o desenvolvimento cognitivo, interacio-
natureza. E por esse motivo, na escola, o diálogo deve nal e afetivo do estudante. Desta forma, o indivíduo se

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constitui a partir do meio em que vive, e a escola é um Wallon (1968) declara que o professor, no processo
desses meios (WALLON, 1968). No estudo de Oliveira e interacional, é quem pode possibilitar o aprendizado,
Alves (2005), a escola é vista como um espaço físico e um pois todo o sujeito tem natural tendência ao aprendi-
espaço de relações humanas e, por esta razão, ela deve ser zado, e a pessoa tem, em suas mãos, a escolha dos
capaz de permear as relações que ali se constroem. focos de sua atenção para que haja o aprendizado. O
A escola, como nos apresenta Vygotsky (2007), deve professor tem grande influência sobre a formação do
aliar o contexto em que o estudante vive e o conteúdo estudante, por isso, ele precisa apresentar saberes de
científico. Pois para a abordagem vygotskiana, a escola diferentes áreas, par que possa diminuir a distância en-
deve ser muito mais que transmissora de conhecimen- tre a realidade e o sonho do estudante. O professor não
tos, ela deve dar condições para que algo novo seja acres- deve ser educador-bancário, antidialógico e conteudis-
centado ao desenvolvimento do indivíduo, o que confir- ta, mas, sim, deve ser o educador-educando que prima
ma, mais uma vez, a importância do espaço “escola”. pelo diálogo e pela problematização do conteúdo pelo
Vygotsky coloca a afetividade como uma das primí- desvelamento e pela reciprocidade (FREIRE, 1960).
cias para o aprendizado, a interpretação que damos ao Sendo assim, o professor deve ensinar conhecimen-
mundo é intrinsicamente ligada ao modo como o sen- tos, da mesma maneira que deve ensinar valores que
timos e à forma como interagimos com o contexto. As- contribuirão para que o estudante seja capaz de exercer
sim, na escola, cabe ao professor, auxiliar os estudantes a alteridade e a criticidade dentro da escola e da socie-
nesse processo por meio de uma prática pedagógica dade. Aliar cognição e afetividade no processo pedagó-
eficaz, pois é essa prática que vai proporcionar a eles gico também é defendida no trabalho de Müller (2002),
uma postura de protagonista ou de mero espectador o autor afirma que o professor deve se preocupar com
dentro de sala de aula (HAHN; FERRANO, 2018). o cognitivo, mas também com o conteúdo emocional
Wallon (1968) e Vygotsky (2007) afirmam que o e afetivo que ajudará na aprendizagem e na formação
meio social e cultural deve ser levado em consideração como um todo.
na relação pedagógica. Estes autores reforçam que, na Outro ponto de relevância para esse processo inte-
escola, por meio da interação entre professor e estu- racional é o que Wallon (1968) aborda a respeito da
dante, o cognitivo deve ser desenvolvido, mas também, formação do indivíduo. De acordo com o autor, é ne-
o motor e o afetivo devem estar em foco no desenvolvi- cessário conhecer os comportamentos, as dificuldades
mento e no aprendizado. Reiterando a importância des- e as relações estabelecidas entre o indivíduo e o seu
ta relação, há as palavras de Síveres e de Balluz (2016), meio. Com isso, essa relação indivíduo-contexto precisa
em que eles apresentam a escola como importante ser levada também em consideração no processo peda-
locus interacional humano que ultrapassa a formação gógico da sala de aula. Essa posição também é compar-
cognitiva; pois no ambiente escolar há a possibilidade tilhada nos estudos de Oliveira e Alves (2005), que re-
de aproximar as pessoas, restaurar vínculos e valores. forçam a importância de levar o contexto do estudante
Sendo assim, é possível afirmar que tanto para Vy- em consideração no planejamento pedagógico.
gotsky como para Wallon, a relação afeto-intelecto Toda essa explanação se remete à pedagogia da
(SANTOS; MARQUES, 2019) está presente no contexto autonomia de Freire (1980), nela, a interação deve ser
de sala de aula, uma vez que esta relação se consolida benéfica, harmoniosa e afetuosa entre professor e es-
no processo de aprendizagem influenciada pela afetivi- tudante, em que tanto o professor como o estudante
dade vivenciada. são agentes nesse processo, e para que isto ocorra re-
Piletti (2013) ressalta que é na sala de aula que o corre-se ao diálogo, à compreensão e à afetividade. A
professor tem o poder de exercer influência sobre esse visão freiriana concebe a educação como forma de hu-
estudante, destacando aqui, que a recíproca também manização do mundo por meio da cultura e da vida dos
ocorre. Por isso, a percepção de que o professor gera a sujeitos agentes nesse processo e os estudantes devem
respeito do estudante e vice-versa, pode, sim, influen- ser vistos como autônomos e como protagonistas no
ciar a relação entre esses indivíduos, como também processo educacional e dialógico.
pode interferir na relação com os outros que fazem
parte deste campo escolar de convivência. O percurso da pedagogia dialógica na prática
Apesar do domínio pedagógico estar, na maioria das de uma professora
vezes, encabeçando a interação social entre professor-
-aluno, Ribeiro (2010) aponta, em seus estudos, que, A pesquisa qualitativa foi feita por meio do estudo
apesar do domínio afetivo ficar à margem do processo de caso com a coleta de dados baseada em entrevis-
educativo, é ele que melhor permeia o processo de in- ta, observações de áudios, vídeos, atividades e relatos
teração entre os envolvidos no processo pedagógico e de experiências vivenciadas em aula presencial e virtu-
esta afetividade contribui também com a dialogicidade. al (STAKE, 2016). A análise exploratória foi embasada

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no caso específico de uma professora de escola públi- Aos poucos, o diálogo foi tomando conta de suas
ca situada em comunidade vulnerável de Ceilândia, a aulas, as trocas de experiências, conversas sobre os
9ª Região Administrativa do Distrito Federal, que terá gostos diversos, como estavam se sentindo; tudo isto
seu nome omitido, e ao referir-se a ela, teremos como foi tornando as aulas acolhedoras e os estudantes se
codinome Angélica. A Unidade de Ensino é Centro Edu- tornaram mais confiantes por serem respeitados e
cacional e abarca as modalidades de classes especial, edu- vistos como únicos e, ao mesmo tempo, como parte
cação de jovens e adultos interventiva I e II, 8º e 9º anos daquele convívio.
do ensino fundamental e todas as séries do ensino médio. A definição do diálogo, sendo a expressão da pró-
A professora Angélica trabalha com a classe especial, tem pria condição de ser humano que busca o encontro
15 estudantes com diferentes transtornos e deficiências. com o outro para sua plena realização (SÍVERES,
Angélica é professora há mais de 23 anos da SEDF 2016) foi colocada em prática dentro desta sala de
(Secretaria de Educação do Distrito Federal) e trabalha aula. Pois, para haver o diálogo, é necessário que
com classe especial desde 19991. No cotidiano de sala haja o encontro para gerar a reciprocidade, o com-
de aula, ela tinha preocupações que embasavam o seu partilhar, a troca de experiência e a empatia. Sendo
planejamento pedagógico: como ter a atenção dos es- assim, o diálogo será transformador para todos os
tudantes?; como não os deixar se sentirem isolados?; envolvidos no processo relacional, uma vez que todos
como não os deixar regredirem? Estes questionamentos inseridos neste contexto poderão ser mais humanos,
acompanhavam a professora e estas indagações foram mais compromissados e mais disponíveis a contribuir
base para sua metodologia pedagógica no atendimen- com o desenvolvimento do outro e, consequente-
to de seus estudantes. Para sanar estes problemas, a mente, com o desenvolvimento próprio.
professora iniciou seu trabalho dando ênfase à necessi- Todo este processo dialógico promovido pela profes-
dade individual de cada estudante, utilizando algo que sora Angélica dialoga com a visão de Buber (2003), pois
fizesse sentido à realidade deles e o meio em que eles é possível depreender que existe o EU-TU na relação
vivem (OLIVEIRA; ALVES, 2005). professor-aluno, visto que ela estabeleceu a reciproci-
Esta postura de Angélica, remete-nos à pedagogia dade com seus estudantes, ela se abriu ao diálogo e
de Paulo Freire (1960) e nos mostra, mais uma vez, a fez o diálogo. Ela tornou seu estudante visível (SANTOS,
necessidade de se reavaliar os paradigmas da educação 2007) e respeitou seu lado ontológico para, posterior-
e dos métodos pedagógicos para atender às necessida- mente, desenvolver o lado epistemológico. Indo ao en-
des dos estudantes, ressaltando ainda que esta postura contro das ideias que apresenta Santos (2007), em sua
poderia ser seguida por todos os professores na hora teoria da ecologia dos saberes; que diz ser necessário
de seu planejamento, independentemente se seus estu- existir o diálogo entre o conhecimento científico e o co-
dantes precisam de adaptações ou não. nhecimento humanístico, pois só assim o ser humano
Diante de sua experiência pedagógica, a professora torna-se visível. Diante destas reflexões, a professora
Angélica compreendeu que a pedagogia da inclusão optou por valorizar o conhecimento humano dos seus
percorre vários caminhos educacionais e um dos pontos estudantes para, assim, contribuir com o conhecimento
mais recorrentes, ao analisar a inclusão, é a necessida- cognitivo. Tudo isto com a intencionalidade de melho-
de notória de reformular e reestruturar o processo edu- rar o aprendizado de seus estudantes.
cacional para que todos os estudantes tenham acesso
a todas as oportunidades de aprendizagem. Ao longo A prática do diálogo
do tempo em classe especial, Angélica percebeu que
recebia estudantes com 14 anos ou mais e que ainda Em março de 2020, as escolas se fecham em decor-
não haviam desenvolvido conhecimentos básicos como rência da epidemia do COVID-19. E os órgãos compe-
diferenciação de cores, identificação de quantidades, tentes decretam o ensino remoto como continuidade
distinção de datas e, até mesmo, o desenvolvimento da do ano letivo. Diante desta realidade imposta pela pan-
coordenação motora fina. demia, a professora que trabalha em uma comunidade
Sendo assim, a professora mudou sua metodologia, vulnerável da Ceilândia, sabia que seria um desafio dar
começou a conhecer mais o seu estudante por meio continuidade às suas aulas, pois seus estudantes, em
de conversas distraídas, bate-papos sobre assuntos di- sua maioria, não tinham acesso às ferramentas tecnoló-
versos e a escuta das preferências que seus estudantes gicas necessárias para o ensino remoto2. Além disto, ela
apresentavam. Além destas conversas, o diálogo tam- sabia que seus estudantes precisariam de muito mais
bém abordou questões pessoais, familiares, atitudinais que ferramentas tecnológicas para que seu crescimento
e emocionais. Com os resultados positivos alcançados pedagógico acontecesse.
por esta prática, a professora elegeu o diálogo como Diante desta nova realidade pandêmica, a professora
base de suas aulas e de sua metodologia. Angélica se volta para sua experiência de interação e

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para a relação afetiva já construída com seus estudan- Figura 1.

tes (WALLON, 1968; RIBEIRO, 201O). Deste modo, ela


replaneja suas aulas na tentativa de manter seu diálogo,
sua interação e o compromisso com a educação.
Para ministrar as aulas, a ferramenta tecnológica
mais usada pela professora foi o telefone celular, por
meio do aplicativo WhatsApp, pois os estudantes, em
geral, não tinham computadores. Ela usou mensagens
de áudio, vídeos, telefonemas síncronos e os materiais
impressos, garantidos para todos os estudantes que Fonte: Elaborado pela autora (2022).
não têm acesso à internet.
Os diálogos, agora de forma virtual, foram feitos ou pede-se a gravação de áudio do estudante lendo
com os estudantes e com os pais. Angélica mantém a tarefa e, por fim, a professora faz a sua mediação
sua prática pedagógica dialógica e segue a rotina de enquanto educadora, tirando as dúvidas, ressaltando o
dar explicações sobre as atividades individualmente, e trabalho realizado e incentivando-os para as próximas
os estudantes mandarem áudios com suas conclusões atividades. A Figura 1 explicita como a professora colo-
e/ou dúvidas. Nos vídeos feitos na hora de realizar as ca em prática a pedagogia dialógica.
atividades impressas, a professora faz toda a parte pe- A explicitação apresentada na Figura 1 mostra como
dagógica para o desenvolvimento cognitivo do estu- a pedagogia dialógica, baseada na inclusão, nos pres-
dante, e os prepara para suas próximas atividades dan- supostos ontológicos e no EU-TU (BUBER, 2003), ob-
do o feedback necessário a cada estudante. jetiva a formação plena do estudante. O diálogo entra
Este diálogo consolidado entre professora, estudan- como uma ponte que permeia a interação do estudante
tes e responsáveis extrapola a formação cognitiva, já e da professora, para que aliando afetividade (ACOLHI-
que tanto pais como estudantes fizeram chamadas de MENTO) e a mediação discente (ACOMPANHAMENTO
áudio e de vídeo para contar algo que aconteceu ou PEDAGÓGICO) prevaleça a teoria afeto-intelecto, e, as-
para saber sobre como a professora está ou pedir con- sim, realize-se o APRENDIZADO efetivo e que este estu-
selhos, falar de assuntos diversos, receber estímulos. dante se torne protagonista de sua formação também.
Rotina que era comum na sala de aula presencial e que
foi levada para o diálogo virtual, pois a relação dialógica Conclusão
já estava construída e consolidada.
A interação da professora é constante e ela faz ques- Apesar de haver inúmeras pesquisas sobre o processo
tão de que o diálogo seja eficaz para ambas as partes. de educação inclusiva, ainda há muito a se fazer quan-
O incentivo, nos diálogos virtuais, esteve presente tam- to à inclusão de estudantes com necessidades especí-
bém. Outro ponto interessante é quando o estudante ficas. Para que ocorra efetiva qualidade dos processos
não tem “zap”, a professora estabelece, primeiramen- de ensino-aprendizagem da educação inclusiva, torna-
te, o diálogo com os pais, e por meio da mediação de- -se necessário cumprir-se a reorganização pedagógica,
les, ela alcança o estudante para realização das práticas investir na capacitação dos professores, e primar pela
pedagógicas. A professora ressalta que a família é fun- aplicação das leis existentes e que legislam a respeito
damental na formação do estudante e que no caso dos deste assunto.
estudantes com deficiência, a participação da família é A tecnologia é necessária na sociedade atual e,
ainda mais imprescindível. como em todos os setores, ela chegou à educação e,
A rotina para os estudantes com deficiência é muito por causa da pandemia, abruptamente, invadiu as salas
importante e por isso a professora manteve o horário de aula. Agora ela já se inseriu na prática pedagógica
vespertino para assegurar o diálogo com eles, pois este de forma irreversível, mas para que ela seja eficaz no
era o horário das aulas presenciais. A sequência da aula processo educativo, são necessárias mudanças e inves-
começa com questionamentos sobre como cada estu- timentos na parte estrutural e material para possibilitar
dante está, se algo o está preocupando e a conversa o acesso às inovações tecnológicas para as escolas, para
estabelece o EU-TU (BUBER, 2003); posteriormente, a os professores e para os estudantes.
professora Angélica direciona a conversa para as ativi- Diante dos desafios enfrentados pela educação de
dades pedagógicas. modo geral, no Brasil, com a pandemia da COVID-19
Para realizar as atividades, a professora pede para percebe-se a necessidade de melhorias necessárias tan-
que o estudante faça a tarefa, ora impressa, ora uma to na parte estrutural como na parte material da nos-
atividade de relato ou de contagem de números; de- sa educação, além do compromisso dos órgãos com-
pois de finalizada a atividade, é solicitada a foto dela, petentes, e da valorização a respeito da formação dos

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professores. Quanto ao professor, surgem dois cami- positivamente, por meio do diálogo polissêmico e on-
nhos para melhorar a sua formação e capacitá-lo para tológico, pois sua aproximação com os estudantes lhe
o que a educação do século XXI dele exige: o primeiro permite conhecer e interagir com o processo pedagó-
ponto é a valorização do profissional com boas condi- gico. Dentro da sala de aula, o diálogo permite de-
ções de trabalho, boa remuneração e benefícios que senvolver o lado crítico tanto do professor quanto do
possam contribuir com o seu bem-estar; segundo, é estudante para que haja a práxis educativa.
a formação continuada, que é uma das exigências da O pressuposto relevante presente nesta análise
Base Nacional Comum Curricular - BNCC, de 2017, e é o princípio da dialogicidade como sendo alicerce para
que deve ser incentivada por parte dos órgãos compe- que todas as mudanças positivas possam ocorrer e que
tentes, da mesma forma que é necessária a conscien- haja eficácia no processo de formação do ser humano.
tização do professor em saber que precisa se atualizar É interessante ressaltar que o diálogo, mesmo virtual,
para melhor desempenhar sua função. foi primordial para o desenvolvimento dos estudantes
Assim o ponto que se destaca nesta situação desa- e contribuiu com seu desenvolvimento como um todo,
fiadora, é o papel do professor, pois sua prática é ba- além de dar a eles a garantia à educação e à possibilida-
silar para que ocorra o aprendizado, seja ele presencial de de viver a inclusão na prática.
ou virtual. Ao priorizar o diálogo para chegar aos seus Estas inferências salientam que a pedagogia do di-
estudantes, a professora constrói a interação necessá- álogo seja o caminho mais apropriado para melhor
ria para que a formação cognitiva do docente seja de- atender às mudanças tão necessárias que precisam
senvolvida e que esta reflita na formação plena de seu acontecer na educação inclusiva e na educação como
estudante. Estudante este que muitas vezes já esteve um todo, seja ela presencial ou virtual, pois o diálogo
excluído do direito à educação, por não ter acesso à perpassando o fazer pedagógico, pode transformar a
formação que levasse em consideração suas potenciali- educação como um todo.
dades. Sendo assim, infere-se que a postura da profes- Após usar o diálogo como procedimento pedagó-
sora Angélica, dentro de sala, apresenta uma sequência gico, a professora Angélica relata os resultados signi-
de pontos que reflete uma pedagogia diferencial para ficativos de aprendizado de seus estudantes e o cres-
os seus estudantes. cimento autônomo por meio do processo pedagógico
O diálogo e todas as suas nuances construídas com que cada um construiu. Diante destes relatos e das vi-
os estudantes proporcionaram à professora a possibili- vências desafiadoras que a educação, como um todo
dade de adentrar em situações socioemocionais. Esta viveu, está vivendo e ainda viverá diante da pandemia
postura desenvolveu a segurança para que os estu- da COVID-19, atrevemo-nos a dizer que as implicações
dantes sentissem pertencentes ao meio educacional e desta pandemia vão ser contabilizadas por muitos anos
pudessem desenvolver a autonomia frente aos desafios à frente ainda, e que o diálogo e a interação são cami-
pessoais. Desse modo, a pedagogia dialógica se apre- nhos para que estes impactos possam ser diminuídos
senta, também, como possibilidade de inclusão que pri- ao longo dos anos em que trabalharemos para resgatar
ma pela empatia e pela interação mútua. o que foi perdido durante este período ímpar para a
A pedagogia dialógica, além de inclusão, pode pro- educação do Brasil e do mundo.
porcionar a interação positiva para o desenvolvimento Concordamos com os autores destacados neste tra-
dos estudantes. Outro ponto positivo desta pedagogia balho que o amadurecimento e espectativa de plenitu-
dialógica é o desenvolvimento da resiliência dos estu- de emerge do diálogo com o outro. E este não seria o
dantes, sendo esta postura para pessoas com deficiên- objetivo da trajetória humana: desenvolver-se para se
cia, em especial, necessária diante dos obstáculos en- tornar pleno? Sendo assim, depois de todo esse período
frentados ao longo da vida. complexo, vivenciado com a pandemia da COVID-19, o di-
Dentro da sociedade, de modo geral, o diálogo é álogo e a interação poderão propiciar, ao meio educacio-
a base para a comunicação, e a necessidade de que nal, o amadurecimento necessário para contribuir, ainda
exista a relação de diálogo entre estudante e profes- mais, com a formação de cidadãos e ao desenvolvimento
sor é incontestável para que haja uma boa interação. de valores para acolher a todos, indistintamente, e com
Sendo assim, o professor tem condições de influenciar, o devido respeito às suas individualidades.

Notas

1
As classes especiais para o atendimento aos estudantes com deficiência intelectual destinam-se, extraordinária e transitoriamente, aos
que estiverem na faixa etária dos 8 (oito) aos 14 (quatorze) anos e para estudantes acima de 14 anos, com a orientação curricular de
Educação de Jovens e Adultos e adequações necessárias. Atendendo aos princípios de uma educação efetivamente inclusiva, a aber-
tura de classes especiais para essa área de atendimento específica, somente será permitida em Diretorias Regionais de Ensino que não

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possuam Centro de Ensino Especial. Ressalta-se, entretanto, que, mesmo nesses casos, a classe especial deve ser sugerida somente
em situações em que a proposta da inclusão não se adéqua às necessidades imediatas do estudante. Entretanto, as classes especiais
existentes poderão ser mantidas, mas tem-se o objetivo de alcançar a redução gradativa do número dessas classes direcionadas às
pessoas com deficiência intelectual/mental e, para tanto, a Diretoria Regional de Ensino deverá reagrupar os estudantes das classes
especiais existentes, considerando as possibilidades educacionais desses, bem como sua faixa etária, não devendo a diferença entre eles
ultrapassar o limite de quatro anos.
2
Pesquisa feita pelo Sinpro-DF junto a gestores de escolas indicou que há 120.842 alunos sem equipamento eletrônico adequado para
assistir as aulas. O número representa 26,27% dos 460 mil estudantes da rede pública de ensino do DF (CRUZ, 2020).

Referências

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ARTIGOS

A trajetória de preservação da Vila Planalto


The trajectory of preservation of Vila Planalto

Beatriz Coroa Couto*

Resumo: O presente artigo consiste em rememorar a trajetória da Vila Planalto, a partir da análise de diferentes
instâncias de gestão, de estudos, normas e instrumentos de preservação, ao longo de 60 anos de existência e
Recebido em: 10 fev. 2020
Aprovado em: 25 mar. 2022

de 32 anos de tombamento. A Vila Planalto teve seu patrimônio reduzido a alguns poucos traços: urbanísti-
cos, paisagísticos e arquitetônicos; que permaneceram em situação precária ante a ocupação e adensamento
quase irrestritos na área, incluindo sua área de tutela, que, a priori e a rigor, é considerada não edificável. Tal
descaracterização resultou da atuação e da omissão do poder público, associados à apropriação e práticas irre-
gulares da sociedade civil. Diante desse quadro, a permanência do Conjunto Fazendinha, que hoje representa
as últimas construções originais remanescentes especialmente pelo estado de deterioração e abandono em que
se encontra, torna-se ainda mais significativa e emblemática, como símbolo de resistência e de esquecimento. E
também, demonstra de que o instrumento do tombamento, sem a correspondente capacidade técnica e conti-
nuidade institucional, além do comprometimento público e privado na gestão conjunta do patrimônio cultural,
não sustenta, por si só, o acordo que chancela. Nesse sentido, resta, por fim, a reflexão dos caminhos possíveis
para buscar harmonizar as variantes do contrato social democrático – variação de interesses políticos, estrutura
e vulnerabilidades institucionais, conflito entre interesses público e privados – na gestão compartilhada dos bens
tombados no Distrito Federal.

Palavras-chave: Gestão urbana. Patrimônio cultural. Vila Planalto.


—‌
Abstract: The present article consists of recalling the trajectory of Vila Planalto, from the analysis of different
management instances, studies, norms and preservation instruments, over 60 years of existence and 32 years
of heritage protection. Vila Planalto had its heritage reduced to a few traits: urban, landscape and architectu-
ral; that remained in a precarious situation due to the almost unrestricted occupation and densification of the
area, including its area of protection,
​​ which, a priori and strictly speaking, is considered unbuildable. Such mis-
characterization resulted from the action and omission of the public power, associated with the appropriation
and irregular practices of civil society. In view of this situation, the permanence of the Conjunto Fazendinha,
which today represents the last remaining original buildings, especially due to the state of deterioration and
abandonment in which it is found, becomes even more significant and emblematic, as a symbol of resistance
and oblivion. It also demonstrates that the instrument of tipping, without the corresponding technical capaci-
ty and institutional continuity, in addition to the public and private commitment to the joint management of
cultural heritage, does not sustain, by itself, the agreement it seals. In this sense, it remains, finally, to reflect
on the possible ways to seek to harmonize the variants of the democratic social contract – variation of political
interests, institutional structure and vulnerabilities, conflict between public and private interests – in the shared
management of heritage sites in the Federal District.

Keywords: Educational legislation. Public policy. Learning cycle.

* Beatriz Coroa Couto. Contato: biaccouto@yahoo.com.br

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A Vila Planalto, localizada entre a Esplanada e o Pa- II – a área de tutela será nonaedificandi, com preservação da
lácio da Alvorada, é um conjunto urbano não previsto cobertura vegetal do cerrado nativo e os trechos livres serão
no Plano Piloto de Lucio Costa para a capital federal. arborizados na forma de bosque de maneira a reforçar a pre-
Originado de acampamentos operários das empresas sença da vegetação sobre as edificações;
III – preservação do traçado urbano original, caracterizado por
encarregadas da construção do Palácio da Alvorada e
quarteirões, ruas, largos, e praças;
do Brasília Palace Hotel,
IV – preservação da identidade, pontos se encontro e relações
de vizinhança próprias a cada um dos acampamentos da Vila;
com o final dessas obras, entre 1957 e 1958, seus acampa-
V – preservação da linguagem arquitetônica peculiar;
mentos foram transferidos para o local conhecido hoje como
VI – preservação dos espaços de valor simbólico e referencial
Vila Planalto, para a construção do Eixo Monumental e da Pra-
para a população e história do conjunto da Vila Planalto;
ça dos Três Poderes, quando também outras vinte construto-
VII – preservação de sua estrutura urbana original, admitindo-
ras se instalaram em áreas próximas às obras. Nessa época,
-se apenas a restauração das unidades em ruína. (Decreto nº
o conjunto da Vila Planalto se estendia desde o local agora
11.079/1988)
ocupado pelos Anexos dos Ministérios, Senado Federal, Palácio
do Planalto, Setores de Embaixadas e Clubes Norte até perto
do Palácio da Alvorada. (SEDUMA, 2008).
Nessa época, a unidade administrativa responsável
pelos processos de reconhecimento, pela elaboração de
Assim como previsto para outros assentamentos diretrizes de preservação, assim como pela fiscalização
operários, a maior parte da estrutura da Vila Planalto sobre os bens tombados, de qualquer modalidade, era
foi demolida, e sua população transferida para as então o então Departamento de Patrimônio Histórico e Artís-
cidades-satélites, que deram origem às atuais Regiões tico (DePHA), ligado ao órgão de cultura, e criado como
Administrativas. As ocupações que deram origem à Vila Divisão do Departamento de Cultura, em 1975 (Decre-
Planalto, são remanescentes dos acampamentos conhe- to nº 2.893/1975). A esse respeito, faz-se necessário
cidos por Rabelo, Pacheco Fernandes, DFL e Tamboril, esclarecer a peculiaridade, de natureza e gestão do pa-
que atualmente delimitam a Vila em pequenos bairros. trimônio, em Brasília, que, até a reestruturação do
Em função de seus significados intrínsecos – rema- Governo do Distrito Federal - GDF, em 2000, atribuía
nescentes da arquitetura modernista em madeira, a responsabilidade sobre o tombamento urbanístico,
assentamento provisório que reuniu uma população juntamente com o tombamento de bens móveis, edi-
vinda de várias partes do país – e da mobilização dos fícios e monumentos isolados, conjuntos urbanos e
moradores pioneiros, em 1988, ano seguinte ao re- sítios históricos, paisagens naturais e arqueológicas3,
conhecimento de Brasília como Patrimônio Mundial, a um único órgão, nesse caso, o DePHA. No entanto,
o Governo do Distrito Federal (GDF) tombou o con- a partir de 2000, conforme Decreto n 21.288 e nº
junto urbano da Vila Planalto como patrimônio cultu- 21.675/2000, a atribuição sobre o tombamento de
ral do DF, juntamente com o início de sua regulariza- conjuntos urbanos, especialmente o Conjunto Urba-
ção fundiária1, por meio do Decreto nº 11.079/1988 nístico de Brasília-CUB, passou à responsabilidade do
e do Decreto nº 11.080/1988, respectivamente, que órgão de planejamento urbano4.
previa uma área de entorno2, também tutelada pelo Dada a complexidade, importância política e visibili-
instrumento de tombamento. dade pública que a preservação e fixação da Vila obte-
A Vila Planalto foi inscrita no Livro do Tombo sob a ve, à época, a gestão da área passou a ser compartilha-
categoria Conjuntos Urbanos e Sítios Históricos, atra- da entre a Companhia Imobiliária de Brasília –TERRA-
vés do Decreto n° 11.079, assinado no dia 21 de abril CAP5, a Secretaria de Viação e Obras, a Secretaria de
de 1988. É, portanto, Patrimônio Cultural do Distrito Cultura, a Secretaria de Serviços Sociais, a Secretaria de
Federal, além de estar incluída na poligonal do Con- Serviços Públicos, e o Programa de Habitação do Dis-
junto Urbanístico de Brasília, tombado em nível federal trito Federal, de forma integrada, “tendo como órgão
e distrital, e reconhecido como Patrimônio Cultural da executivo o GEAP, vinculado diretamente ao Gabine-
Humanidade pela Organização das Nações Unidas para te do Governador” (SEDUMA, 2008). As principais
a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). atribuições do GEAP – Grupo Executivo para Assen-
O Decreto de tombamento da Vila Planalto, nº tamento e Preservação – foram definidas pelo De-
11.079/1988, definiu os seguintes aspectos relevan- creto nº 11.149/1988, alinhadas às atuais diretrizes
tes para a preservação dos valores e significados atri- nacionais de política urbana, cuja perspectiva ampla,
buídos ao seu conjunto urbano, da perspectiva do multidisciplinar e integrada previa acompanhamento
patrimônio cultural: contínuo da participação social:

- assegurar a integridade do conjunto da Vila Planalto como


I – preservação das características de mimetização da Vila na
patrimônio histórico6 do DF, através da proposição de medidas
paisagem;

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 19


que preservem as características de sua estrutura sócioespacial; - preservação das características de não uniformidade da ma-
- promover o assentamento da população e preservação da Vila lha atual, com reavaliação apenas de aspectos problemáticos;
Planalto, conforme estabelecido nos Decretos nº 11.079/1988, - reforço da hierarquia viária;
nº 11.08/1988 e 11.104/1988; - preservação da diversidade no parcelamento dos lotes de um
- estimular a participação e a integração dos moradores neste Acampamento para o outro;
processo; - Preservação da predominância da massa vegetal sobre o es-
- elaborar, ouvindo o Conselho Comunitário, o Plano Diretor paço construído;
para assentamento e preservação da Vila Planalto, adequando- - preservação integral das áreas verdes, tanto da vegetação na-
-o às necessidades da comunidade; tural quanto da exótica (SEDUMA, 2008).
- orientar a elaboração dos programas e a execução dos proje-
tos integrantes do Plano Diretor; A compreensão dos significados e valores que cul-
- acompanhar e atuar junto aos órgãos do GDF, na execução minaram no tombamento da Vila Planalto alinha-se, de
de medidas relacionadas ao assentamento e preservação da certa forma, à perspectiva de preservação pluralista e
Vila Planalto; integradora proposta pelo Grupo de Trabalho, criado
- solicitar e propor aos órgãos competentes, soluções técnicas
em 1981, para a Preservação do Patrimônio Histórico
apropriadas ao assentamento e preservação da Vila Planalto;
e Cultural de Brasília, conhecido como GT-Brasília. Esse
- manter articulações permanentes com o Conselho Comunitá-
rio, através de reuniões regulares;
Grupo foi responsável pela elaboração do dossiê de
- denunciar qualquer descumprimento das normas estatuídas candidatura de Brasília à Lista de Patrimônio Cultural
nos Decretos nº 11.104, 11.080 e 11.104 de 1988. (Decreto da Humanidade, da UNESCO, em 1987, mesmo ano
nº 11.149/1988) em que o GDF decretou a sua preservação, com desta-
que para os acampamentos operários originais (Decreto
Dessa forma, as diretrizes de preservação da Vila fo- nº 10.829/1987)7. O grupo resultou da ação conjunta
ram definidas com base nos aspectos relacionados à entre Governo do Distrito Federal -GDF, por meio do
sua formação, importância e valores histórico, cultural e então DePHA, Universidade de Brasília - UnB e Minis-
social, especialmente, quanto aos aspectos arquitetôni- tério da Educação e Cultura - MEC, sob coordenação
co, urbanístico e paisagístico: da então Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional e Fundação Nacional Pró-Memória -SPHAN/
a) Quanto a sua formação e relevância histórica: Pró-Memória, atual Instituto do Patrimônio Histórico e
- manutenção da identidade de cada uma das partes consti- Artístico Nacional – IPHAN, e foi o primeiro grupo inte-
tuintes da Vila (acampamentos); rinstitucional criado no processo de sistematização das
- manutenção da diferenciação morfológica entre o espaço da práticas de preservação na cidade. O Grupo identificou
Vila Planalto e do Plano Piloto; como remanescentes importantes à trajetória histórica
- melhor articulação entre as partes da Vila, transformando
do DF, além do patrimônio modernista de concreto, o
áreas intersticiais em áreas de transição entre acampamentos.
patrimônio vernáculo pré-existente referente aos núcle-
b) Quanto à silhueta:
os de Planaltina (1959), Brazlândia (1933), as sedes de
- manutenção das alturas dos planos verticais, com o atual nú-
mero de pavimentos e características da textura de suas unida-
fazendas goianas, os acampamentos pioneiros e o meio
des componentes; natural, que compunham a totalidade e diversidade
- reforço dos grupos tipológicos genuínos do período inicial da paisagem do DF. Para tanto, defendia a preserva-
da Vila; ção não por meio do tombamento, mas pela gestão
- preservação da situação de realce apenas naquelas edifica- do território, por meio de instrumentos e parâmetros
ções de grande valor simbólico para a Vila. urbanísticos coerentes com os aspectos relevantes a
c) Quanto à tipologia: serem preservados (COUTO, 2015). No entanto, o que
Foi identificada uma predominância de edificações habitacio- se verificou após o reconhecimento, tanto do Conjunto
nais na Vila, porém sem exclusividade de usos ou rígida setori- Urbanístico de Brasília, quanto do conjunto urbano da
zação de atividades. Vila Planalto, foi a paulatina e crescente desarticulação
(...) da gestão pública e do enfraquecimento das normas de
Frente às diferenças existentes entre as tipologias, foram feitas
preservação.
as seguintes observações:
Em cumprimento ao tombamento da Vila Planalto,
- preservação dos elementos e relações de composição das fa-
os parâmetros e normas urbanísticas elaborados pelo
chadas, próprios aos vários grupos tipológicos;
- preservação dos telhados com pouca inclinação com varieda-
GEAP8, caracterizaram a Vila pelo uso predominante-
de de direcionamento do caimento das águas; mente residencial, e definiram a categoria de “áreas de
- preservação das relações volumétricas predominantemente preservação rigorosa” para as 06 áreas de valor sim-
horizontais, particularizando as características dos vários gru- bólico e referencial, equiparando-as à tutela do regime
pos tipológicos, conforme os acampamentos onde se inserem; jurídico do tombamento de edifícios isolados.
d) Quanto à morfologia espacial: Em 1992, a Administração Regional do Plano Piloto

20 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


(RA-I) passou a auxiliar o GEAP no cumprimento das possui construções irregulares consolidadas; o Antigo
normas urbanísticas do Decreto nº 14.053/1992, e, Alojamento Operários dos Solteiros, composto por
portanto, na preservação de seu patrimônio cultural. doze galpões, previsto para abrigar o “setor comercial”
Com a extinção do GEAP e do Conselho Comunitário da Vila, também foi demolido em função de seu estado
em 1993, Decreto nº 14.663/1993, a gestão da Vila precário; o Antigo Alojamento dos Engenheiros Soltei-
Planto passou à responsabilidade da RA-I. A partir ano ros foi totalmente descaracterizado. A única área que
seguinte essas atribuições foram delegadas ao Núcleo restou como remanescente de construções originais foi
da Circunscrição Administrativa da Vila Planalto, Lei nº o chamado Conjunto Fazendinha e, nem mesmo ele,
722/1994, que passou a ser denominado Subadminis- encontra-se em bom estado de conservação.
tração Regional, cinco anos depois, conforme Lei nº O Conjunto Fazendinha é formado pela composição
2.384/1999, posteriormente extinta, em 2007 pelo De- de cinco casas, originalmente construídas para abrigar
creto nº 27.591/2007. as residências provisórias dos altos cargos da construto-
A despeito de toda a relevância e importância his- ra Pacheco Fernandes, distinguindo-se por uma maior
tórica, social, cultural arquitetônica e urbanística, da qualidade arquitetônica em relação às demais residên-
resistência dos moradores pioneiros, da articulação, tra- cias dos operários e engenheiros. Posteriormente, as
balhos e instrumentos institucionais que a trajetória da casas foram “transformadas em residências funcionais
Vila Planalto ensejou, o que se observou com a extinção dos dirigentes da TERRACAP e de altos funcionários do
da instância governamental específica para a preser- GDF após a inauguração de Brasília” (SEDUMA, 2008).
vação do patrimônio da Vila, foi a gestão pulverizada Ao lado do antigo Hospital Juscelino Kubitschek de
e fragmentada entre os diversos órgãos envolvidos: Oliveira - HJKO, e do atual Museu Vivo da Memória
A proprietária – TERRACAP; o órgão gestor da área – Candanga -MVMC, o Conjunto Fazendinha representa
Administração Regional de Brasília (RA-I); o órgão de um dos raros exemplares, no mundo, de conjunto de
planejamento urbano – atual Secretaria de Desenvolvi- construções modernistas em madeira, e, no DF, um dos
mento Urbano e Habitação (SEDUH); o órgão de cultura cada vez mais raros exemplares da memória da época
– atual Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SE- da construção de Brasília.
CEC); e o de fiscalização – atual Secretaria de Proteção As casas do Conjunto Fazendinha ficaram conhecidas
da Ordem Urbanística, conhecido como DF Legal. pelo nome das instituições que usam ou usaram cada
Em 2007, com a nova mudança de governo, e no imóvel: Centro de Orientação Socioeducativo - COSE –
marco de comemorações dos 60 anos da criação da Vila casa nº 01; Parque de Ação Paroquial - PAP – casa nº
Planalto e dos 20 anos do reconhecimento do patrimô- 02; Associação de Mães, Pais, Amigos e Reabilitadores
nio de Brasília, foi elaborado o Relatório de Verificação de Excepcionais -AMPARE – casa nº 03; Comunidade
nº 02/2007 - SEDUMA, que constatou diversas irregula- Kolping, casa nº 04 e Subadministração, casa nº 05.
ridades que descaracterizaram o conjunto tombado da Pode-se dizer que, dos sete aspectos descritos no De-
Vila, cuja responsabilidade conjunta entre poder públi- creto de tombamento do conjunto da Vila Planalto, res-
co e sociedade, correspondeu à prática quase irrestrita taram apenas três, referentes ao seu traçado urbanísti-
de demolições, construções, alteração de usos, vendas, co, à divisão dos acampamentos, e à uma das seis áreas
cercamentos e ocupações de áreas de uso público, al- de preservação rigorosa. Das cinco casas do Conjunto
terações dos parâmetros urbanísticos praticados, com- Fazendinha, uma encontra-se em avançado em estado
prometendo os aspectos que levaram ao tombamento de arruinamento, duas casas encontram-se em estado
do conjunto, bem como à qualidade do espaço urbano de abandono, uma casa encontra-se quase totalmente
e, consequentemente, à qualidade de vida. desmontada, e apenas uma casa encontra-se em bom
A respeito das ocupações irregulares que se conso- estado de conservação.
lidaram ao longo de todo o território da Vila Planalto, Diante desse quadro, a permanência do Conjunto
existe o caso gravíssimo do chamado “setor de cháca- Fazendinha, especialmente pelo estado de deterioração
ras”, caracterizado por invasões na área de tutela do e abandono em que se encontra, torna-se ainda mais
conjunto tombado, que seria responsável por preservar significativa e emblemática, como símbolo de resistên-
e “mimetizar” a Vila na paisagem mais ampla de Brasí- cia e de esquecimento, além da demonstração de que
lia, e definida em lei como área nonaedificandi. o instrumento do tombamento, sem a correspondente
Das áreas de preservação rigorosa a antiga Escola de- capacidade técnica e continuidade institucional, além
teriorou-se até ser totalmente demolida, após o tomba- do comprometimento público e privado na gestão con-
mento; a Igreja Nossa Senhora de Pompéia foi recons- junta do patrimônio cultural, não sustenta, por si só, o
truída com características diferentes, após um incêndio; acordo que chancela.
o Campo DLF, previsto para abrir um Clube de Vizi- Em função da constatação de descaracterização
nhança, nunca foi implantado, de fato e, atualmente do bem tombado, como decorrência do Relatório de

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 21


Verificação nº 02/2007, em 2008 a então Secretaria de processos de restauração das casas do Conjunto Fazen-
Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente dinha pela TERRACAP e pela Administração de Brasília
(SEDUMA), atual Secretaria de Estado de Desenvolvi- que, no entanto, nunca foram concretizados.
mento Urbano e Habitação – SEDUH, promoveu o “1º No ano seguinte, visando a execução do Plano de
Seminário SEDUMA – A Vila Planalto em Proposta”9, Ação, foi criado um GT-Executivo, por meio do De-
sobre a situação da Vila quanto aos seus parâmetros ur- creto no 31.074/2009, como instância articuladora
banísticos praticados, a legislação vigente e a preserva- encarregada de coordenar os vários órgãos envolvi-
ção do patrimônio tombado. Como consequência, foi dos na concretização das ações definidas para a pre-
criado um Grupo de Trabalho intersetorial, conforme servação e regularização do conjunto tombado da
Decreto nº 29.652/2008, que elaborou o documento Vila Planalto, em atenção à importância histórica e
intitulado “Plano de Ação para a Vila Planalto”, com a territorial do conjunto.
participação de representantes do Instituto do Meio Am- Novamente, em função da troca de gestão no GDF,
biente e de Recursos Hídricos do DF - IBRAM, da então em 2010, as ações conjuntas previstas nos moldes da
Coordenadoria das Cidades, da Agência de Fiscalização perspectiva integradora, realizada à época do GEAP,
do DF - AGEFIS, atual DF Legal, da antiga Diretoria de não tiveram, por si só, força e atratividade política su-
Patrimônio Histórico e Artístico - DePHA, Subsecretaria ficiente para sua continuidade, restando a decisão dis-
do Patrimônio Cultural, da Administração Regional de cricionária de interrupção dos trabalhos, em detrimento
Brasília (RA-I), da TERRACAP, Companhia Energética de da normativa, do planejamento e de todo esforço ante-
Brasília - CEB e da antiga Empresa Brasileira de Turismo riormente realizados. A esse respeito, inclusive, pode-se
- Brasiliatur, atual Secretaria de Turismo. citar a primeira revisão do Plano de Ordenamento Terri-
O referido Plano ampliou o universo de análise das torial do DF, em 2009, Lei Complementar nº 803/2009,
componentes anteriormente apresentadas no Relatório que tornou-se mais uma lei relegada, em detrimento de
de Verificação, em função da constatação da gravidade, variações e prioridades políticas, ao reforçar as diretri-
complexidade e abrangência das desconformidades levan- zes de intervenção no conjunto da Vila Planalto definin-
tadas, passando a apresentar propostas conjuntas de: do o resgate das características essenciais.
Em função disso, o Ministério Público do Distrito Fe-
I – Ações de governança; interrupção das obras irregulares; deral e Territórios - MPDFT emitiu a Recomendação nº
II – Estrutura de gestão; preservação do conjunto tombado; 01/2012, à então proprietária da maioria dos lotes, TER-
III – Adequação e revisão do parcelamento e das Normas de RACAP, para que adotasse
uso e ocupação do solo;
IV – Revitalização do patrimônio histórico; qualificação dos es-
os procedimentos necessários para a restauração, reconstrução
paços;
e conservação das edificações e espaços classificados no Plano
V – Titularidades dos lotes; adequação e controle das edifica-
de Ação para a Vila Planalto como preservação rigorosa, quais
ções irregulares;
sejam, o Conjunto Fazendinha da Pacheco Fernandes – casas
VI – Desenvolvimento turístico e social. (Plano de Ação para a
nº 01, 02, 03, 04 e 05, a Escola Classe nº 1 do Planalto, a Igreja
Vila Planalto)
Nossa Senhora do Rosário, o Campo do DFL – Clube Unidade
de Vizinhança, o Campo da Rabelo – Praça, o Alojamento dos
Como propostas emergenciais, o Plano de Ação pre- Operários Solteiros da Rabelo, Processo nº 141.003.838/1999
viu a ação integrada dos órgãos envolvidos na regulari- e o Alojamento dos EngenheirosSolteiros da Rabelo.(MPDF-
zação das desconformidades urbanísticas na Vila Planal- Recomendação nº 01/2012)
to, por meio das seguintes frentes:
Diante da inação do Estado, como consequência, o
- interrupção imediata das obras;
MPDFT abriu a Ação Civil nº 2013.01.1.013915-3, a
- divulgação prévia à comunidade sobre a situação de irregula-
partir da qual o GDF foi condenado, por meio da Se-
ridade das obras e da iminente atuação do governo;
- identificação das obras em andamento;
cretaria de Estado de Cultura, entre outras demandas
- realização de ações fiscais regulares previstas no Manual de aos demais órgãos envolvidos, a realizar um cronogra-
Procedimentos Fiscais – Especialidade Obras; ma preciso para a Componente 6 do Plano de Ação
- avaliação dos descumprimentos e das reincidências; “Revitalização do Patrimônio Histórico”, que abrangia
- elaboração de relatório final, abordando a evolução das ações as ações referentes às áreas de preservação rigorosa10.
fiscais e judiciais; Ainda em 2013, no âmbito de atuação do órgão de
- elaboração de estudos técnicos e edição de normas para re- planejamento urbano, a então Secretaria de Estado de
gularização. (Plano de Ação para a Vila Planalto) Desenvolvimento Urbano e Habitação - SEDHAB, ela-
bora minuta do Plano de Preservação do Conjunto Ur-
Paralelamente à verificação das irregularidades no banístico de Brasília (PPCUB) que dá origem ao PLCn°
conjunto tombado, a parir de 2007 foram iniciados 78/2013, que de modo geral, incorporou os atributos

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discriminados no decreto de tombamento da Vila Pla- e valorização do Conjunto Fazendinha. A atuação da
nalto, afirmando que consultora contratada, a arquiteta e urbanista Yara Re-
gina Oliveira, paralelamente ao estudo realizado, pos-
Devem ser asseguradas as características essenciais que confe- sibilitou a aproximação e articulação entre gestores da
rem caráter peculiar à vila por meio de medidas que garantam Secretaria de Cultura e representantes da comunidade
os princípios do tombamento, quais sejam: I – prevalência da local, visando, inicialmente, ações emergenciais para evitar
escala bucólica; II – preservação do traçado original das vias; o arruinamento da casa do antigo COSE, no Conjunto Fa-
III – preservação das edificações e dos espaços de valor simbó- zendinha, e posterior restauro das demais casas.
lico; IV – manutenção da área de tutela nonaedificandi. (PLCn°
Dessa forma, o primeiro produto da consultoria apre-
78/2013)
sentou estudos de caso representativos de estruturas e
instrumentos de gestão em intervenções urbanas com
Quanto às edificações que deveriam ser preservadas,
participação social, em torno da temática da cultura,
o PPCUB cita expressamente que
identidade e memória; além de traçar um histórico de
ocupação, fixação e reconhecimento da Vila Planalto. A
Há muitas alterações volumétricas, irregulares, frente às nor-
mas vigentes para o local. As residências simples estão dando
partir dos elementos que analisou, a consultora propôs
lugar a residências de maior porte, com até três pavimentos, uma metodologia que busca apreender o espaço da
com alteração de estrato social. O valor histórico está cada vez Vila Planalto como fruto da interação da comunidade
mais limitado ao traçado urbano. Indica-se a preservação e a local e de seu meio ambiente. A chamada abordagem
restauração imediata das seguintes edificações e espaços: Con- da “paisagem cultural” – associada à mobilização e ar-
junto Fazendinha da Pacheco Fernandes – casas n° 01, 02, 03, ticulação com segmentos representativos da base social
04 e 05; Escola Classe n° 1 do Planalto; Igreja Nossa Senhora envolvida; com vistas à proposição final da consulto-
do Rosário; Campo do DFL – Clube de Unidade de Vizinhança; ria – instrumentos e mecanismos de subsídio à política
Campo da Rabelo – Praça; Alojamento dos Operários/Enge- de direito à cidade, aplicados na gestão, preservação e
nheiros Solteiros da Rabelo” (PLCn° 78/2013) valorização do Conjunto Fazendinhaque, desde a ela-
boração do Plano de Ação em 2009, não foi objeto de
Em consonância com o trabalho anterior sistematiza- nenhuma iniciativa estruturante por parte da Secretaria
do no Plano de Ação para a Vila Planalto. de Estado de Cultura, enquanto órgão de preservação
Como medida inicial de regularização fundiária, em do Patrimônio Cultural do DF.
dezembro de 2014 a TERRACAP doa o restante dos O segundo produto apresentou um diagnóstico com
imóveis da Vila ao GDF, incluindo o Conjunto Fazen- estudos e análises da configuração espacial da Vila Pla-
dinha, se isentando de maiores responsabilidades na nalto, além de levantamentos sobre sua estrutura so-
preservação e regularização do conjunto, a despeito de cioeconômica, coleta de informação por entrevistas e,
sua posse, deveres e responsabilidades acumulados ao acompanhamento e registro da articulação com repre-
longo dos 26 anos anteriores. sentantes da comunidade, visando identificar deman-
Em seguida, por solicitação do Promotor da 1ª Pro- das, gargalos e oportunidades para a preservação do
motoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Pa- patrimônio cultural do conjunto urbano, no âmbito da
trimônio Cultural - 1ª PRODEMA/MPDFT, o GDF cria elaboração de políticas públicas e da gestão do patri-
um novo Grupo de Trabalho por meio do Decreto nº mônio cultural11.
37.157/2016, para revisão do “Plano de Ação para a O terceiro produto apresentou levantamentos de
Vila Planalto” e execução de algumas das ações previs- diagnóstico, prognóstico e análises específicos para
tas, considerando a necessidade de algumas atualiza- cada uma das casas do Conjunto Fazendinha, além de
ções, em função do tempo decorrido. Nove Secretarias continuar as atividades de auxílio na articulação com
de Estado, Administração Regional, a então AGEFIS, representantes da comunidade local.
NOVACAP e TERRACAP participariam, no entanto, esse Pode-se dizer que o trabalho de consultoria, como
GT Executivo, não chegou sequer a ser nomeado. um todo, possibilitou a realização de um tipo de labora-
Somente em 2018, por sensibilização do então Sub- tório de interação entre poder público e representantes
secretário do Patrimônio Cultural, a atuação na Vila da comunidade. O trabalho também tomou o Conjunto
Planalto foi retomada pelo poder público. Nesse sen- Fazendinha como propulsor da dinamização cultural,
tido, a Subsecretaria do Patrimônio Cultural da então econômica e ambiental da Vila Planalto, por suas carac-
Secretaria de Estado de Cultura do DF - SUPAC/SEC, terísticas históricas, identitárias, institucionais e de ocu-
por meio de um trabalho de consultoria, no marco do pação, visando integrar as ações de restauração ao con-
acordo PRODOC com a UNESCO, viabilizou a elabora- texto urbano e de gestão do bem tombado, no escopo
ção de estudos e análises de subsídio na proposição de conceitual da metodologia da “paisagem cultural”.
estruturas e instrumentos de gestão para a preservação Por fim, o quarto produto trouxe propostas de

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 23


instrumentos, normas e mecanismos de gestão e valori- para a preservação do patrimônio e para a gestão com-
zação do Conjunto Fazendinha a partir de três domínios: partilhada, de fato.
Dessa forma, o objetivo geral do Plano de Trabalho
- modelos e instrumentos de gestão – pela necessidade de foi firmar um acordo com a previsão de instrumentos e
minimizar fragilidades institucionais quanto à continuidade de ações dos órgãos públicos envolvidos, assim como das
ações, assim como pela necessidade de envolvimento da co- entidades que ocupam as casas e coletivos culturais e
munidade na elaboração e execução e avaliação de políticas religiosos da comunidade local.
pública no Conjunto; Os objetivos específicos foram definidos como:
- destaque da dimensão e valores culturais nos instrumentos
urbanísticos – pela necessidade de desenvolver e aprimorar - favorecer mecanismos para a estruturação do plano de ação
instrumentos de uso do solo que possibilitem a integração de para restauração e gestão do Conjunto Fazendinha;
aspectos culturais dos espações e participação da comunidade - pactuar acordos estabelecidos ao longo da articulação entre
como forma de dinamização do território; órgãos públicos, entidades que ocupam as casas do Conjunto
- e desenvolvimento de ações paralelas de educação patrimo- Fazendinha, coletivos culturais e religiosos da comunidade da
nial – pela necessidade básica de estruturar e associar ações Vila Planalto;
formativas e informativas sobre o universo do patrimônio cul- - criar instância de gestão compartilhada com os envolvidos na
tural ao processo de articulação e, posteriormente, de gestão articulação. (Plano de Trabalho)
do Conjunto, como forma de fortalecimento do processo e da
valorização do patrimônio cultural. (PRODOC/UNESCO)
Com relação aos princípios, o plano buscou desen-
volver-se sobre as premissas da gestão compartilhada,
A proposta trazida pela abordagem da “paisagem participativa e democrática, definidas no âmbito do Es-
cultural”, somada à criação de um comitê gestor para tatuto da Cidade, Lei nº 10.257/2001, para fortaleci-
o Conjunto Fazendinha, na perspectiva da Portaria nº mento da relação entre sociedade civil e Administração
299/2004-IPHAN, que cria o Plano de Preservação de Pública na eficiência, eficácia, transparência e conti-
Sítios Históricos - PPSH, visa, justamente, efetivar a in- nuidade das políticas de preservação do patrimônio do
clusão da dimensão cultural como parâmetro de arti- Conjunto Fazendinha.
culação de políticas e ações setoriais, assim como ga- Entre as principais diretrizes para a gestão do Con-
rantir o espaço de participação da comunidade local na junto Fazendinha foi definido conjuntamente:
preservação e valorização de sua identidade, memória,
história e preservação do patrimônio cultural. - garantia da preservação das características arquitetônicas e
Em função das principais vulnerabilidades institucio- paisagísticas das casas e do conjunto nos projetos de restauro,
nais – descontinuidade política, fragilização normativa, obras, manutenção e usos;
insuficiência de quadro técnico e falta de participação - garantia do uso institucional cultural, social ou administrativo,
popular – essa proposta de gestão pode ser aplicada voltado diretamente para atender a comunidade local – os pro-
em outros “núcleos históricos” do DF que possuam re- jetos de recuperação física das casas do Conjunto não podem
manescentes e base social articulada ou atuante, tais estar dissociados de um acordo coletivo quanto à utilização
como: Planaltina, antiga Vila Paranoá, Candangolândia, dos imóveis;
Unidade de Vizinhança, entre outros. Tal modelo de - garantia da participação/representação efetiva da comunida-
gestão apresenta-se como alternativa para o necessário de local nas ações e tomadas de decisão sobre o Conjunto
Fazendinha;
fortalecimento das relações entre sociedade civil e po-
- respeito ao princípio da transparência – o poder público deve
der público na preservação e valorização da memória,
realizar as ações assegurando a comunidade amplo acesso à
identidade e história da formação do DF, incluindo suas
informação;
pré-existências. Uma vez constatado no DF que, além - previsão e garantia de fontes orçamentárias e outras fontes
do patrimônio cultural comumente carecer de priorida- de financiamento das ações de manutenção, preservação, ati-
de política, o modelo de gestão pública que se tem pra- vidades e usos;
ticado pelos sucessivos governos, não tem atingido o - formas, estruturas e articulações para a continuidade e esta-
interesse público e difuso na preservação do patrimônio bilidade do processo. (Lei nº 10.257/2001)
como na gestão urbana.
As ações de articulações integradas à atuação da A prioridade absoluta nas ações de restauro e recu-
consultora trouxeram, de forma embrionária, o alinha- peração física deve ser o antigo COSE, para a retoma-
mento institucional e social necessário à definição de da dos atendimentos oferecidos através do Centro de
um plano de trabalho emergencial para contenção do Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Em segundo
avançado estado de deterioração do antigo COSE, para lugar, foi definida atuação na antiga casa da Subadmi-
o esboço de diretrizes e princípios, com intuito de orien- nistração, com vistas à instalação de uma Gerência de
tar os desdobramentos posteriores, que são necessários Articulação ligada à Administração de Brasília, visando

24 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


garantir o atendimento às demandas da Vila Planalto em andamento foram paralisados, deixando de ser
como conjunto diferenciado do restante de Brasília. Em prioridade para os novos gestores, a despeito de todo o
terceiro lugar, foi escolhida a casa tutelada pela Comu- esforço, trabalho, avanços e do estado de precariedade
nidade Kolping, com a especificidade de que o comi- das casas. Independentemente do órgão público que
tê gestor será responsável por definir os futuros usos. possui a carga patrimonial do Conjunto Fazendinha, ele
Com relação à casa do Parque de Ação Paroquial, que deve ser preservado, recuperado e mantido conforme
foi parcialmente demolida, ficou acordado que a Secre- suas diretrizes de preservação, em função de sua histó-
taria de Cultura prestará as orientações necessárias à ria, representatividade, proteção e permanência.
adequação do imóvel às características originais. Já com
relação à Ampare, que está em bom estado de conser- Considerações finais
vação, foi acordado que necessita de revisão emergen-
cial da parte elétrica. Diante da trajetória de atuação e omissão do poder
Também foi verificada a necessidade essencial da público ao longo dos 32 anos de tombamento da Vila
criação de uma instância estratégica e institucionaliza- Planalto, resta a reflexão: Como harmonizar as varian-
da de articulação entre representantes da comunidade tes do contrato social democrático, diante da existên-
local, das entidades que ocupam e ocuparão as casas e cia de redes de interesses diversos que influenciam a
dos órgãos envolvidos, de forma alinhada com o que tomada de decisão no âmbito do poder discricionário;
prevê o art. 9º da Portaria nº 299/2004-IPHAN (PPSH) – da necessidade de segurança jurídica na aplicação e
Comissão Gestora Local, na realização das ações emer- consolidação da normativa vigente e na continuidade
genciais contidas no Plano, assim como para buscar de estruturas e ações; da necessidade de garantia da
garantir o cumprimento e continuidade dos aspectos e participação popular; e da necessidade de predomínio
linhas gerais de gestão compartilhada delineados. do interesse público; na gestão compartilhada dos bens
Como atribuições para cada um dos órgãos e enti- tombados no DF?
dades envolvidos no uso, tutela e gestão do Conjunto Um caminho pode ser iniciado através de ações for-
Fazendinha, foi estabelecida a matriz de responsabilida- mativas, informativas e de articulação, voltadas para
des constante no Quadro 1. os diversos públicos envolvidos – gestores, morado-
No entanto, novamente, com a mudança de gestão res, parlamentares, turistas, entre outros – com am-
em 2019, todas as ações, compromissos e processos pla difusão de conceitos e informações sobre os bens
Quadro 1.
Ente Atribuições
- Fazer cumprir o plano de ações emergenciais de prevenção e combate a incêndio e prevenção de desmoronamento;
- Proceder à adequação e atualização dos instrumentos de cessão de uso das casas para as entidades;
- Priorizar o Conjunto Fazendinha no recebimento de financiamento por meio do FUNDURB;
SEGETH - Elaborar, em conjunto com a SEC, estudo com estratégia de mobilização de recursos e linhas de financiamento para a gestão, preservação e valorização do Conjunto
Fazendinha;
- Elaborar, em conjunto com a SEC, o projeto executivo de restauro e adequação das cinco casas que integram o Conjunto Fazendinha,
- Transferir a carga patrimonial do Conjunto Fazendinha para a Administração de Brasília.
- Receber em sua carga patrimonial o Conjunto Fazendinha.
ADMINISTRAÇÃO DE BRASÍLIA (RA I) - Após a conclusão da reforma da casa nº 05, encarregar-se de sua gestão e nela instalar Gerência de Articulação ligada à Administração de Brasília, como posto
avançado com vistas a garantir o atendimento das demandas da Vila Planalto como área diferenciada no contexto do Conjunto Urbanístico de Brasília.
- Após a conclusão da reforma da casa nº 01, reativar o Centro de Orientação Socioeducativo e encarregar-se de sua gestão.
SEDESTMIDH
- Integrar a política da SEDESTMIDH com as outras casas (Kolping e Ampare) incentivando o uso sociocultural.
- Elaborar o plano de gestão para a preservação e valorização do Conjunto Fazendinha como área de preservação rigorosa remanescente e local simbólico da história,
memória e identidade da Vila Planalto e dos operários pioneiros;
- Criar e coordenar o comitê gestor do Conjunto Fazendinha;
- Encarregar-se da publicação dos instrumentos e instâncias previstos no presente Plano;
- Elaborar, em conjunto com a SEGETH, o projeto básico de restauro e adequação das cinco casas que integram o Conjunto Fazendinha, com levantamentos de
SECULT propostas e orçamentos, considerando a integralidade do Conjunto;
- Elaborar, em conjunto com a SEC, estudo com estratégia de mobilização de recursos e linhas de financiamento para a gestão, preservação e valorização do Conjunto
Fazendinha;
- Elaborar manual de manutenção e preservação preventiva das casas e do conjunto;
- Identificar as organizações sociais e atividades culturais já existentes na comunidade, realizando parcerias para a execução de ações de educação patrimonial e
culturais no Conjunto Fazendinha.
- Colaborar com a elaboração e propor reavaliações no plano de gestão para a preservação e valorização do Conjunto Fazendinha;
- Definir o modelo de gestão para o Conjunto Fazendinha;
COMITÊ GESTOR
- Definir usos, atividades e grupos de caráter social ou cultural que serão abrigados na antiga casa da Subadministração,
- Revisar o uso e tutela das atividades da casa nº 4 (casa Kolping).
- Zelar pela preservação das características arquitetônicas e paisagísticas das casas e do conjunto, pautando-se pelo manual de manutenção e preservação preventiva
OCUPANTES DAS CASAS (Ampare,
das casas e do conjunto desenvolvido pela Secretaria de Cultura;
PAP, Kolping, Cose e Administração da
- Garantir o uso institucional cultural, social ou administrativo, voltado diretamente para atender à comunidade local, sendo vedado o uso residencial de acordo com o
RAI).
decreto 19.082/98.
- A comunidade da Vila Planalto, como principal interessada pela preservação do Conjunto Fazendinha, referência cultural da Vila Planalto deve participar efetivamente
das ações e tomadas de decisão sobre o Conjunto Fazendinha.
COLETIVOS CULTURAIS, RELIGIOSOS - Acompanhar e fiscalizar a manutenção e preservação do Conjunto Fazendinha, como forma de garantir que o espaço seja gerido de forma eficaz e sustentável e, ao
E COMUNIDADE DA VILA PLANALTO mesmo tempo, que o patrimônio tombado seja preservado e valorizado;
- Propor atividades culturais diversas nos espaços do Conjunto Fazendinha;
- Mobilizar-se para produzir Inventário Participativo da Vila Planalto com levantamento histórico local.
MPDFT - Acompanhar e fiscalizar o cumprimento do presente plano de trabalho.

Fonte: própria autora

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tombados, suas trajetórias, estruturas e instrumentos de cotidiano. Ainda assim, a consolidação de uma política
gestão, visando sua apropriação como bem público. Nesse de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural do
processo, e diante da flutuação político-institucional, des- DF, ainda a ser alcançada, e que inclui a componente
taca-se, também, o importante papel e compromisso do da Educação Patrimonial como eixo transversal da atu-
servidor público, para além de perspectivas particulares: ação pública, deve se fundamentar, minimamente, em
na preservação e transmissão da memória institucional, uma estrutura orgânica, quadro técnico, instrumentos e
na manutenção ou recomposição de articulações entre rotinas condizentes com a realidade quantitativa e qua-
os atores envolvidos, na apresentação de diagnósticos e litativa dos bens tombados e registrados, que não sejam
prognósticos setoriais aos gestores recém chegados; visan- tão passíveis de oscilações políticas.
do combater a vulnerabilidade existente na continuidade Como atores imprescindíveis à continuidade e efe-
das ações necessárias à atuação estatal, e visando garantir tividade das ações que compõem as políticas públicas
a predominância do interesse público, da fundamentação setoriais, há que se reiterar a participação da sociedade
técnica, normativa e dos acordos vigentes. civil, organizada ou não, assim como do Ministério Pú-
O conjunto dessas ações e posturas, mesmo que blico que, muitas vezes, aciona os gestores públicos a se
aparentemente pontuais e isoladas, constituem, tam- manifestar quanto ao que deveriam estar executando,
bém, o universo de atuação da Educação Patrimonial, conforme a legislação vigente, suas atribuições, plane-
no exercício puro e simples do trabalho administrativo jamentos e ações previamente iniciadas.

Notas

1
Os moradores adquiriram a concessão de uso por 25 anos, prorrogável por mais 25 anos, mas a questão da regularização e escrituração
das casas é ainda uma grande demanda da comunidade.
2
Na legislação de proteção distrital, a área de entorno que busca preservar a ambiência e a visibilidade do bem tombado, já citadas desde
a Carta de Veneza (1964), na Convenção de Nairóbi (1976) e, mais recentemente, na Declaração de Xi’na – China (2005), recebe o
nome de “área de tutela” (art. 9º da Lei nº 47/1989 – dispõe sobre o tombamento pelo DF).
3
Essas categorias correspondem, de forma geral, aos Livros de Tombo definidos pela Lei nº 47/1989, que dispõe sobre o tombamento
no DF.
4
Ao contrário do que se podia esperar, em teoria, com tal transferência, a preservação do patrimônio urbano se enfraqueceu, tanto em
função da mudança de perspectiva cultural para a perspectiva de ordenamento territorial, quanto em detrimento de pressões das redes
de interesse em torno do valor da terra, sobre o órgão de planejamento urbano, assim como da ineficácia do planejamento estatal
que, em certa medida, muitas vezes transformou-se em ação regularizatória de ocupações particulares sem controle e consolidadas.
5
Essa área do DF pertencia à antiga Fazenda Bananal, desmembrada do Município de Planaltina. Inicialmente desapropriada para a
Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (NOVACAP), foi transferida, à TERRACAP. Em dezembro de 2004, a Companhia
Imobiliária dou quase a totalidade dos imóveis do conjunto, ao GDF, destinando o uso do chamado Conjunto Fazendinha para uso da
então Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDHAB), anterior SEDUMA e SEGETH, cuja a atual sigla é SEDUH.
6
Desde a Constituição Federal de 1988, a noção de patrimônio histórico e artístico foi institucionalmente incorporada à compreensão
mais ampla de patrimônio cultural, que engloba as várias categorias de valores: histórico, artístico, etnográfico, científicos, literário,
iconográfico, etnográfico, social, entre outros.
7
O tombamento do Conjunto Urbanístico de Brasília, em nível federal, ocorreu somente em 1990.
8
Projeto de Urbanismo – URB 90/90, Memorial Descritivo – MDE 90/90 e Normas de Edificação, Uso e Gabarito – NGB 90/90, 163/90,
164/90 e 165/90: correspondem às características tipológicas e morfológicas da área e referem-se basicamente, aos afastamentos dos
limites dos lotes, volumetria, sistema construtivo das edificações e definição de usos permitidos.
9
Disponível em https://pt.scribd.com/document/56748586/Seminario-sobre-a-Vila-Planalto.
10
Somente em 2018 será retomado o trabalho de diagnóstico e prognóstico para o Conjunto Fazendinha, e ações pontuais de regulariza-
ção, com entregas de escrituras a antigos moradores, por meio do Decreto 38.846/2018 – que Regulamenta a Lei nº 5.135/2013, que
dispõe sobre a alienação de imóveis na Vila Planalto. No entanto, nenhuma outra medida é sistematicamente tomada para reverter a
descaracterização do conjunto e a deterioração dos principais remanescentes.
11
O trabalho de leitura territorial realizado com base no conjunto urbano tombado, na memória e identidade da comunidade com o
lugar, além da identificação de dinâmicas culturais, subsidiou a SUPAC na elaboração de diretrizes de intervenção na área de tutela da
Vila Planalto, integrante do Parque de Uso Múltiplo da Vila Planalto (criado pelo Decreto nº 24.213/2003), apresentadas aos órgãos
responsáveis pela elaboração e aprovação do projeto do Parque, no âmbito do DF (SEGETH e IBRAM).

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Referências

COUTO, Beatriz C. do. O processo de elaboração do plano de preservação do conjunto urbanístico de Brasília:
uma representação conceitual da política de preservação urbana no DF. Natal: UFRN/PPGAU, 2015.
GDF/SEC. Processo SEI/GDF nº 00150-00011192/2018-94. Brasília: GDF/Secretaria de Estado de Cultura, 2018.
GDF/SEDUMA. 1º Seminário da Vila Planalto. Brasília: GDF/Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Am-
biente, 2008.
GDF/SEDUMA. Relatório de Verificação nº 02/2007– Análise da Vila Planalto para avaliação de parâmetros ur-
banísticos praticados, legislação vigente e preservação do patrimônio tombado. Brasília: GDF/Secretaria de
Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, jul/2007 a fev/2008.

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 27


ARTIGOS

Educação para as relações étnico-racial: o papel


do professor na construção da identidade
antirracista
Education for ethnic-racial relations: the teacher’s role in the construction of anti-racist identity

Alex Leonardo Ribeiro *


Juliane Pereira da Silva **
Anna Emanuelle Ribeiro ***

Resumo: Este artigo discorre sobre a educação para as relações étnicas raciais. Tem como objetivo investigar
qual o papel do professor na construção da identidade antirracista. O texto justifica-se pela necessidade de com-
Recebido em: 11 dez. 2020
Aprovado em: 11 nov. 2022

batero racismo institucional em sala de aula e assim contribuir paraa diminuição da evasão escolar por parte de
alunos negros. O artigo visaainda responder, sobre quais práticas pedagógicas os professores podem elaborar
para construção da identidade do estudante? Como método, será utilizada a pesquisa qualitativa com técnicas
de revisão bibliográfica e análise de conteúdo.
Palavras-chave: Construção de identidade. Práticas Pedagógicas. Negros.
—‌
Abstract: This article discusses education for ethnic racial relations. It aims to investigate the role of the teacher
in the construction of an anti-racist identity. It is justified by the need to combat institutional racism in the clas-
sroom and thus promote the reduction of school dropout by black students. The text still aims to answer about
which pedagogical practices teachers can elaborate to build the student’s identity? As a method will be used
qualitative research with techniques of literature review and content analysis.

Keywords: Identity construction. Practices pedagogical. Blacks.

* Alex Leonardo Ribeiro é pedagogo, sociólogo, psicanalista; especialista em Educação e Promoção da Saúde – UnB; em Educação
Para Diversidade e Cidadania em Direitos Humanos – UFG; em Análise Política e Políticas Públicas – UnB; mestre em Ciências e
Tecnologias em Saúde – UnB. Assessor de Natureza Especial na SEL/DF. Contato: alexleonardoribeiro@gmail.com
** Juliane Pereira da Silva é Pedagoga. Professora no Colégio Projeção. Contato: professora.julianesilva@gmail.com
*** Anna Emanuelle Ribeiro é licenciada em Letras Port/Inglês. É pedagoga. Especialista em Gestão Educacional. Diretora Escolar
em CEPI. Contato: annaemanuelle@gmail.com

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Introdução uma orientação e justificativa plausível para orientar as
ações propostas.
A discussão sobre as relações raciais no Brasil é uma
temática polêmica e intensa nas relações humanas pois, Movimentos sociais, vinculados a diferentes comunidades étni-
é perceptível a variação da conduta de indivíduos tan- cas, desenvolveram uma história de resistência a padrões cul-
to no Brasil, como no mundo, quando se trata da plu- turais que estabeleciam e sedimentava justiça. Gradativamente
ralidade racial em suas diversas esferas, muitas vezes, conquistou-se uma legislação anti-discriminatória, culminando
negando consciente e inconscientemente que a igual- com o estabelecimento, na Constituição de 1988: 1), da dis-
dade é um direito humano universal de todas e todos. criminação racial como crime. Mais ainda, há mecanismos de
proteção e de promoção de identidade étnicas, como a ga-
Portanto no Brasil, esse direito não se cumpre quando:
rantia, a todos, do pleno exercício dos direitos culturais. 2),
segrega, exclui,invisibiliza e estigmatiza pessoas por
assim como apoio e incentivo à valorização e difusão das ma-
motivação étnico-racial.
nifestações culturais. 1. Art. 5º, parágrafo XLII: “a prática do
Não é difícil nos depararmos com situações de racis- racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
mo no nosso cotidiano, segundoFelici (2010), a escola pena de reclusão, nos termos da lei”.2. Art. 5º, parágrafos VI e
é um espaço produtor de preconceitos, seja por meio IX: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença; é livre
de piadas com termos pejorativos diminuindo os alunos a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de
negros, levando-os apensar que não são capazes de ir comunicação. (SOUZA, 2001 apud CAVALLEIRO, 2001, p. 55).
além do serviço braçal, ou, em outras ocasiões, há a
omissão ou até mesmo racismo por parte dos profes- Favorável às orientações propostas pelos PCNs, para
sores.Conforme Moreira; Carneiro (2019), a sociedade uma educação antirracista, em 1988 conquistou-se o
brasileira, habituou-se a escamotear o preconceito e a direito constitucional, como menciona a autora, que
discriminação, com humor e brincadeiras, cítricas, habi- torna discriminação racial, ou prática de racismo como
to enraizado que contribui para que comportamentos crime e prevê também direito a liberdade de expressão
inaceitáveis sejam perpetrados. Para Moreira (2019), o e exercício das práticas culturais de diferentes etnias,
racismo disfarçado de humor é um projeto de domina- englobando toda parte cultural e diversificada da cultu-
ção social, que busca de certa forma “democratizar” ra e ancestralidade do povo negro.
a prática de racismo, sendo no cotidiano escolar bem E mesmo com esses documentos, apoiadores ao en-
comum o racismo recreativo. sino que enfatizam as raízes africanas, afro-brasileiras,
Quando não é dada a devida importância à situação, em busca de um processo educacional saudável para
cria-se um constrangimento, promovendo uma cultura a comunidade escolar, já que o racismo nas relações es-
imposta aos alunos negros ou de outras etnias, que são colares atinge alunos, professores e familiares, fazemos
hostilizados e se sentem deslocados, excluídos e não aindagação: Qual o papel do professor na construção da
bem-vindos. Tal comportamento reflete sobre sua pre- identidade do educando para uma cidadania antirracista?
sença e aceitação a um grupo coletivo de alunos, uma Por meio da leitura de algumas obras já realizadas,
turma e até mesmo em toda escola, estabelecendo di- pretende-se: investigar qual o papel do professor na
ficuldades de aceitar suas origens,por vergonha, medo construção da identidade do educando para cidadania
e angustia de frequentar o ambiente escolar, deixando antirracista. Além disso, este artigo visa(1) refletir so-
esse aluno mais suscetível ao analfabetismo formal e a bre a relevância do ensino e conscientização acerca da
evasão escolar, sendo as motivações que justificam a riqueza cultural e histórica dos afrodescendentes; (2)
escolha do tema de pesquisa. verificar as dificuldades enfrentadas pelos professores
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de ao abordar a história de nossos ancestrais; e, (3) carac-
Domicílios Contínua (PNAD Educação 2019) do Institu- terizar as responsabilidades da escola para romper com
to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 71,7% preconceito racial.
dos jovens fora da escola são negros, e apenas 27,3% Desta forma, esse artigo foi desenvolvido com abor-
destes são brancos. O mesmo estudo demonstra a de- dagem qualitativa que segundo Godoy (1995) se dá por
sigualdade de acesso à educação nos índices de anal- caráter descritivo, tem o ambiente natural como fonte
fabetismo. Em 2019, 3,6% das pessoas brancas de 15 de dados e o pesquisador como instrumento principal.
anos ou mais eram analfabetas, enquanto entre as pes- A pesquisa qualitativa é uma metodologia de caráter
soas negras esse percentual chega a 8,9%. exploratório, seu foco está no caráter subjetivo do ob-
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs indicam jeto analisado, em outras palavras, busca compreender
Pluralidade Cultural e, de acordo com Souza (2001), o comportamento do objeto de pesquisa, estudando
teria sido uma maneira de atender aos movimentos as suas particularidades e experiências individuais, en-
negros da década de 80, para que fossem descritas e tre outros aspectos, preocupa-se, portanto, com as-
trabalhadas as diferenças de culturas e, portanto, faltou pectos da realidade que não podem ser quantificados,

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centrando-se na compreensão e na explicação da dinâ- hierarquizada para que uns tenham privilégios e vanta-
mica das relações sociais. gens sobre o outro: é também um conceito construído
Para Gil (1991), as técnicas de pesquisa estão rela- para justificar o crime da escravização de pessoas.
cionadas à coleta de dados (parte prática da pesquisa), A Declaração Universal dos Diretos Humanos se abre
portanto, as técnicas são conjuntos de normas usadas com a afirmativa de que, todos os seres humanos nas-
especificamente em cada área das ciências, podendo-se cem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados
afirmar que a técnica é a instrumentação específica da de razão e consciência e devem agir em relação uns
coleta de dados. A pesquisa científica proporciona a re- aos outros com espírito de fraternidade (Artigo I, p. 04).
solução de problemáticas relevantes para a sociedade. Consideramos que a Declaração fala de igualdade em
Como técnica será utilizada a revisão de bibliografias, direitos e dignidade, assim entendemos que o Ser hu-
onde será retirado os principiais dados, para legitimar mano é único, sem distinção de valores, raça, cultura
a pesquisa, com o intuito de acrescer ao conhecimento ou religião, pois esses aspectos não fazem uma pessoa
do professor e despertar o interesse para melhor apro- superior à outra.
veitar a oportunidade de contribuir com a formação de Em seu artigo IV a Declaração Universaldos Diretos
uma sociedade antirracista por meio da educação. Humanos cita sobre a escravidão, onde diz que “nin-
Justificando a revisão bibliográfica será usado a aná- guém será mantido em escravidão ou servidão; a es-
lise de conteúdo como técnica, em sua vertente qua- cravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em to-
litativa, parte de uma série de pressupostos, os quais, das as suas formas”. Este parágrafo deixa claro contra
na averiguação de um texto, servem de suporte para qualquer configuração de escravidão, neste contexto
captar seu sentido simbólico e produção de sentido co- não se fala apenas dos homens negros, mas generali-
tidiano. Estes sentidos nem sempre são manifestos e za, abominando a escravidão e o tráfico de escravos. O
o seu significado não é único, sendo que, as ciências documento discorre ainda sobre igualdade de justiça,
sociais não trabalham com verdades únicas. direito de defesa, assistência médica, direitos de fundir
De acordo com o conceito de Gil (1991) a pesquisa uma família, liberdade de pensamento, escolha de re-
bibliográfica é elaborada a partir de material já publi- ligião entre outros que contribuíram significativamente
cado. Foram pesquisados os sites da Scientífic Eletronic no avanço e busca por igualdade social.
Library Online (SciELo), destacando alguns conteúdos- Como resultado da busca pela igualdade foi con-
teóricos as obras de diversos autores tais como: Ribeiro quistado perante a Constituição Federal de 1988 a Lei
(2012), Munanga (2005) e Cavalleiro (2001). que determina a prática do racismo crime inafiançável
e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, (Art. 5º, inc.
Marco Histórico e Político XLII), também na Constituição é garantido o direito e
liberdade de expressão artística e religiosa.
Ao longo da História da humanidade foram diversas Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
as lutas e consequentemente as conquistas em bus- a Educação é direito que possibilita o desenvolvimento
ca da igualdade social, humana e por direitos “igua- do sujeito, sendo a escola a responsável por socializar,
litários”, alguns documentos importantes têm como enfatizam ainda sobre a pluralidade cultural que dá a
intenção principal, extinguir pensamentos e atitudes ideia da importância de tratar as questões culturais Afri-
racistas e visam asseguraros direitoshumanos e das canas já que fazem parte da construção da identidade
pessoas negras, como exemplo: a Declaração Universal do brasileiro, porém, não é de cunho obrigatório, pois
dos Direitos Humanos (1948); no Brasil, a Lei Afonso não se trata de uma Lei.
Arinos (1951), que proíbe a discriminação racial no País Em 2003 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
e, a partir daí, surgem diversos movimentos em prol cional (LDB) oficializa a obrigatoriedade do ensino da
da extinção de qualquer forma de preconceito racial. História e Cultura Africana e Afro Brasileira nas escolas,
Conforme Guimaraes, “Raça é um conceito que não mais especificamente nos Ensinos Fundamental e Médio,
corresponde a nenhuma realidade natural. Trata-se, ao percebemos então a necessidade de extinção do racismo
contrário de um conceito que denota tão somente uma por meio da escola, da educação e da conscientização:
forma de classificação social, baseada numa atitude
Capítulo II - Da Educação Básica Seção I - Disposições Gerais
negativa frente a certos grupos sociais” (GUIMARAES,
Art. 26 - Os currículos do ensino fundamental e médio devem
1999, p.11). Assim, as classificações, estigmas, rótulos
ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada
dado ao povo negro gera um marcador de diferenças,
sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte
com finalidade de excluir, diminuir e ridicularizar grupos diversificada, exigida pelas características regionais e locais da
uma comunidade que representa com 56% da popu- sociedade, da cultura, da economia e da clientela. § 4º - O en-
lação brasileira, de acordo com o IBGE em 2018, para sino da História do Brasil levará em conta as contribuições das
alguns estudiosos, raça é uma construção sociológica, diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,

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especialmente das matrizes indígenas, africana e europeia. estudar e compreender a pluralidade cultural e a igual-
(BRASIL, p. 1, 1996) dade social e onde professores e alunos estão frente a
frente com todas questões plurais existente o universo
De acordo com Cavalleiro (2001), a aplicação e o escolar. É um local em que diversas situações são des-
aperfeiçoamento da legislação são decisivos mas não favoráveis ao educando negro, assim como de outras
suficientes. Para que se consiga êxito na construção de etnias. Ribeiro (2018) destaca que é preciso que estados
uma sociedade livre de preconceitos e práticas racistas, e municípios promovam políticas de formação perma-
há a necessidade de uma educação com medidas vol- nente e continuada para os profissionais da educação,
tadas para a construção de uma ética, que resgate vín- ainda forneçam cursos de formação para educandos e
culos em relação aos que foram historicamente alvo de seus familiares, construindo redes antirracistas. É tam-
injustiça. Assim todo avanço diante das Leis, precisa de um bém na escola onde a criança é alfabetizada que cons-
longo e árduo trabalho de inclusão que envolva o campo troem suas inter-relações, lugar onde o pré-adolescente
educacional visando formar novos cidadãos, livres de pen- e adolescentes vão desenvolvendo suas personalidades
samentos e atitudes estereotipadas e discriminatórias. e identidades, espaço de pertencimento de fala e em-
poderamento do discurso, aprendendo se expressar
A Educação Escolar e as Exclusões com clareza, o convívio social sendo importante para
trabalhar as várias diferenças existentes entre os sujei-
Conforme Trindade (2002), por mais que se esteja tos, construindo uma sociedade que respeite e entenda
vivendo em uma sociedade moderna e desenvolvida, as identidades de gêneros, as identidades raciais, as di-
ainda ocorre no cotidiano das escolas, da rua, e da so- versidades culturais, religiosas compreendendo diferen-
ciedade como um todo, preconceitos absurdos e sem o tes modos de vida que não são iguais em suas vivências.
mínimo de respeito pela dignidade humana. Vivemos As experiências negativas vivenciadas pelas crianças
em um país onde a mistura de raças é bem nítida e a e adolescentes negros, no modelo de sociedade discri-
prática de preconceito para com o outro em diversos minatória brasileira, fazem com que elas sejam levadas
âmbitos da sociedade é ainda comum e é a partir da a construir negativamente imagens sobre si mesmas,
educação da convivência de comunidades de jovens, sobre suas raízes e até mesmo uma negativa acerca da
nas turmas que o preconceito começa a se manifestar. Por ancestralidade. Ribeiro (2018) afirma que a escola pú-
isso é importante que ele seja combatido quando ainda o blica, no entanto, que é basicamente constituída pela
preconceito ainda s se apresenta como “brincadeiras”. população empobrecida, filhos de trabalhadores, em
Segundo Moreira (2018), o conceito de racismo re- sua maioria negra - deverá atentar para o perfil psicoló-
creativo aponta para uma política cultural que utiliza gico e o quadro adverso em que se desenvolve a socia-
o humor para expressar, preconceito, racismo, machis- lização desse seu público-alvo.
mo, misoginia, homofobia e hostilidade em relação a A escola tem o papel preponderante para a elimi-
minorias raciais e sociais. O humor racista se sustenta nação das discriminações e para a emancipação dos
como uma engrenagem cultural que fomenta a discri- grupos discriminados ao propiciar conhecimento cien-
minação, mas que ao mesmo tempo permite que pessoas tífico, registros culturais diferenciados e conquista de
brancas possam manter uma autoimagem positiva de si racionalidade que rege as relações sociais e raciais, além
mesmas, buscando justificativas para o discurso racista. de conhecimentos avançados indispensáveis para con-
De acordo com Calhau (2009), o bullyingse alicerça solidação e concerto das nações como espaços demo-
em ameaçar ou intimidar alguém, humilhar por qual- cráticos igualitários.
quer motivo, excluir, segregar, discriminar por cor, raça,
etnia, deficiência física ou metal, identidade de gênero A democratização da escola pode (e deve) ser incentivada e ga-
ou orientação sexual, falar mal sem motivos, etc. Agres- rantida pela direção, pela supervisão, pela orientação pedagógica
sões verbais são mais comuns do que agressões físicas e por outros setores responsáveis; mas jamais vai se implantar se
e, na escola, elas ocorrem com bastante frequência se não houver vontade, interesse, “consciência” de alunos e pais e/
configurando em diversas formas, ora por práticas re- ou responsáveis. (PEREIRA, 2005 apud ROMÃO, p. 46, 2005)
creativas ofensivas, ora por ofensas em sua integrali-
dade, sendo necessária a escola e seus pares, busquem É nesse momento que o conhecimento da história,
recursos pedagógicos educativos, conscientizado sobre a valorização das relações étnico-raciais e ações
os malefícios do bullyinge todas formas de discrimina- educativas fazem diferença na formação de cidadãos
ções e preconceitos, deixando bem claro aos estudan- que repudiam as discriminações raciais (racismo). Para
tes quais consequências que são geradas na vítima. que as instituições de ensino desempenhem a contento
Segundo Munanga (2005), a escola quando instru- o papel de educar tendo pro base a educação antirracis-
mentalizada é um lugar importante para se trabalhar, ta, é necessário que constituam um espaço democrático

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de promoção e divulgação de conhecimentos e de pos- sua experiência como assessora e docente em um pro-
turas que visam uma sociedade justa elevando a educa- jeto de educação intitulado “A interação plurirracial
ção que promova a justiça social. em meio escolar”, através da fala dos profissionais de
Na visão de Munanga (2005), não é essencialmente educação perceber-se que, mesmo os professores ten-
esse o trabalho que as equipes pedagógicas vêm de- do conhecimentodas construções sociais estereotipadas
senvolvendo nas escolas. O meio escolar por diversas dos negros nos livros didáticos, esses professores, con-
vezes tem contribuído para a prática ou reprodução do tinuavam a trabalhar o material em sua totalidade sem
racismo, preconceito e discriminação racial sejam por distinção ou senso crítico sobre o conteúdo. Assim, a
meio do aspecto físico, moral ou religioso. Esta percep- perspectiva depositada nas crianças negras por parte de
ção tem herança desdea colonizaçãodo Brasil e se per- seus professores era menor que a credibilidade dada às
petua na educação brasileira, por meio naquilo que se outras crianças, apontando sobre o que realmente os
denomina racismo institucional que insiste em permear docentes pensam ou acreditam sobre igualdade racial,
a gestão educacional. Assim, é importante construir di- racismo, discriminação, sem buscar compreender o que
álogos acerca das vivências sobre o racismo, para des- o aluno sente, com invisibilidade social. A maioria dos
colonização institucional no ambiente escolar. docentes acreditava que o problema da discriminação
Segundo Pereira (2005), a escola continua sendo o tinha raiz na família, negando que o racismo é uma
meio mais importante de inclusão do sujeito, os menos questão social, institucionalizado em toda sociedade.
favorecidos depositam nas escolas públicas a esperança No relato abaixo fica notório a discriminação e o pre-
de melhorias significativas na vida do sujeito até então conceito, por meio a falta de credibilidade:
excluso. Temos também as escolas privadas que em sua
maioria oferece um ensino considerado de qualidade Em várias falas se revelava a existência de uma menor expecta-
elevada comparada às escolas públicas e que atendem tiva por parte dos professores diante de crianças negras, como
a uma classe tida como abastecida em nossa sociedade. pode ser ilustrado pela fala de uma professora, que revelou ter
Essas instituições particulares, assim como as públicas, ficado assustada quando chegou numa escola nova e encon-
trou a sala “cheia de meninos... e “tudo” assim.. escuros... ne-
têm a função de educar e conscientizar seus alunos
gros” (diz baixinho e com constrangimento). Diz que ficou pre-
para o crescimento social e a consciência igualitária.
ocupada, imaginando que o trabalho não daria certo; que seria
Pereira (2005), destaca que todas as escolas pos-
uma classe de indisciplinados. A surpresa, segundo ela, foi à
suem essa obrigação, mas as escolas particulares por classe ter se revelado ótima, de excelentes alunos... Educados e
cobram mensalidades pelos serviços educacionais, estudiosos”. (SANTOS, 2001 apud CAVALLEIRO, 2001, p. 104)
possuem melhores estruturas e consequentemente os
alunos dessas escolas dispõem de benfeitorias que as A discriminação racial e o racismosão uma questão
escolas públicas nem sempre têm ao seu dispor, apesar social e devem ser tratado com muita atenção por pro-
de contarem com recursos governamentais. fessores, pais, alunos e todos que constituem a comuni-
O autor observacontudo que a educação pública em dade escolar, sendo o papel fundamental do professor
nosso país vem mudando sendo que o Estado vem siste- promover ações educativas em combate a todo tipo de
maticamenteinvestindo mais na educação básica, ensino preconceito e discriminação. Isto porque astemáticas
técnico e superior nos anos de 2003 a 2016. Dessa forma, raciais, sobre orientação sexual, identidade de gênero,
o país cresce, desenvolve uma mão de obra mais capaci- bullying e outros assuntos estão previstos nas partes
tada e intelectualizada, embora o desenvolvimento social diversificadas pela Base Nacional Comum Curricular –
não seja principal motivo para este investimento. BNCC e aqui, no Distrito Federal, são abraçados pelas
Santos (2001) menciona que na década de 1980 al- teorias pós-críticas, alicerce do Currículo em Movimen-
guns pesquisadores fizeram levantamentos das práticas to da Secretaria de Educação. Portanto, a escola é a
que poderiam ser tidas como racistas dentro da escola, instituição que está em contato direto com as crianças
um bom exemplo dessa prática são os livros didáticos, diariamente, devendo realizar discussões, debates e
que em sua maioria trazem a pessoa negra em posição atividades para abolir esse mal (racismo), que afeta as
inferior aos brancos. Nas suas ilustrações o afrodes- crianças negras, indígenas, asiáticas entre tantas outras
cendente é o trabalhador de classe não qualificada, as questões sociais que adentram a escola. As instituições
mulheres são amas-de-leite, que não possuem família e de ensino não podem ser coniventes com esta prática,
até com traços animalizados, já o papel de pessoa bem- devendo romper com todo institucionalidade ou bana-
-sucedida fica com o branco. Essa prática tem influência lização do racismo no cotidiano escolar e cabe à gestão
com a formação dos alunos, já que o livro didático é um da escola promover projetos interdisciplinares na pro-
meio de apoio no aprendizado ofertado na escola. moção da igualdade racial.
Outra forma de promover o racismo é por meio da
omissão: no relatado de Cavalleiro (2006), abaixo, em Professora Planejando as atividades da Semana Santa pergunta

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aos alunos: Vamos fazer um teatro sobre a paixão de Cristo. assim como dos temas transversais. Se esse reconheci-
Para tal, precisaremos de um aluno que se disponha a fazer o mento não acontecer, não há como trabalhar a igualda-
papel de Jesus. Quem topa? A.A.B. criança negra, extrovertida, de racial nas escolas, já que em grande parteensina-se
responde: eu topo. Silêncio absoluto. Ninguém diz nada nem a visão da história, dos europeus. A educação no Brasil
as outras crianças brancas, nem a professora. Após cinco se-
reflete a submissão ao modelo hegemônico educacio-
gundos é o A. quem quebra o silêncio: Pode deixar não quero
nal europeu, desprezando assim, sua própria cultura,
mais não!! A professora contou o episódio para a vice-diretora
pedindo para que não comentasse o ocorrido com os pais do
que possui elementos de cultura indígena e principal-
aluno, pois a mesma afirma ter ficado desarmada, sem saber o
mente de cultura negra.
que falar. (BRITO, 1998, p. 57)
A importância da cultura afrodescendente
No relato acima, o silêncio foi o instrumento de dis- na educação escolar
criminação para com o aluno que desistiu de interpretar
o papel de Jesus Cristo na peça teatral. A reação da Consoante Cruz (2005), durante séculos, os negros
classe, que demonstrou espanto com a intenção de seu tiveram apagadas e invisibilizadas sua história, suas lu-
colega em representar Jesus Cristo, acontece porque a tas e conquistas de construção da formação da socieda-
imagem atribuída a Jesus é de um homem branco, de de brasileira. Isto se dá por quem fez os registros históri-
olhos claros, cabelos lisos e claros, heterossexual, judeu cos, seja nos livros, seja nas políticas públicas.Do negro
e rei (eurocentrismo), ou seja, dentro dos padrões euro- sempre foi relatada a sua condição de escravo, cativo
peus, diferente do aluno que se propôs a interpretá-lo, da África, que veio ao Brasil para trabalhar nas lavouras
que era negro, fato que o desqualificou do papel. O e engenhos, sem explicar de fato como foram trazidos,
despreparo apresentado por parte da professora, que tratados e explorados. Para Carneiro (2005), o episte-
com seu silêncio legitimou o ato discriminatório, mostra micídio se concretiza através de múltiplas ações que se
a deficiência que o sistema educacional brasileiro apre- alinham com o acesso e/ou a permanência no sistema
senta ao tratar de assuntos que abordam a questão do educacional, como com o rebaixamento da capacidade
racismo em sala de aula. cognitiva do alunado negro
Conforme afirma Silva (2005), a educação formal
A negação da identidade, da racialidade negra, no qual a misci-
brasileira vem se deparando com questões que outro-
genação é um operador, implica no plano político em destituir
ra não tinham visibilidade no cenário nacional devido o negro da condição de um grupo de interesse a ser reconhe-
o silenciamento ao qual eram submetidos. Entre elas cido, é uma estratégia de controle e anulação do sujeito político.
podemos destacar o estranhamento das tradições cul- Em relação a esses danos que a educação escolar e na família em
turais de matrizes africanas. Não há dúvidas de que esse geral se omite, silencia, e permite sua perpetuação comprometen-
assunto se encontrava ausente, excluído do rol de preo- do a autonomia das pessoas negras. (CARNEIRO, 2005, p, 282)
cupações de quase totalidade dos especialistas de ensi-
no. Ao emergirem temas que não são necessariamente De acordo com Cruz (2005), não se encontram regis-
novos, mas que se traduzam novos para educadores en- tros de participações dos negros em momentos impor-
torpecidos pelo olhar hegemônico de inspirações eurocên- tantes da consolidação da independência da república,
tricas a pensarem alternativas para os rumos da escola. e na formação social de nosso País e, para obter essas
Silva (2005), ainda afirma que, a forma como a edu- informações, deve-se procurar especialistas que empe-
cação brasileira é aplicada nas instituições de ensino em nham grande parte de suas vidas para não deixar essa
geral, faz com que a discriminação racial comece no história ocultada se perder. A participação dos negros
ambiente escolar, já que se tem uma doutrinação cristã no Brasil desde o seu descobrimento foi de extrema im-
e europeia que distanciam os negros e indígenas de portância, pois os povos negros e indígenas foram os
suas raízes, inviabilizam a história africana e dos povos grandes construtores dessa nação.
originários. Como consequência, se promove a cultura Em conformidade, Munanga (2004) rela que essa
eurocentrista dominante em detrimento da cultura afri- omissão levou ao esquecimento à trajetória dos negros,
cana e de povos origináriosdesqualificandosua manifes- as contribuições, as participações em batalhas, nas or-
tações artísticas, religiosas e sociais. ganizações agrícolas, econômicas e religiosas de nosso
Essas ações trazem uma deturpação das manifesta- país. Devido a essa omissão não nos demos conta de
ções afro-religiosas, afrogastronômicas, e afro-culturais que cada igreja, cada engenho, cada lavoura e cada
que passam a viver às margens da história oficial do casa erguida no período colonial, imperial e republica-
nosso país, que precisa admitir que a influência do povo no, contaram com o trabalho, o suor e o sangue dos
negro escravizado e dos povos indígenas, que foram negros e que, posteriormente, não tiveram sequer a
fundamentais para a formação do povo brasileiro e não oportunidade de poder visitar esses lugares depois de
pode ficar fora dos livros didáticos e nem dos (PCNs), prontos. E assim foi se construindo uma história do

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Brasil branco, que não se assume a participação ativa sentido, Ribeiro (2018) aponta que, ao se tratar de prá-
desse povo que veio trazido do continente africano à ticas educativas no Brasil, não se pode desconsiderar
força, sem nenhum direito de escolha e nem onde que- sua realidade, pluralidade, contextos, objetividades e
ria trabalhar e cujo corpo era vendido como animais subjetividades históricas e socioeconômicas, sendo um
irracionais e sem alma. Além disso, os negros eram visto país com dimensões continentais, está consequente-
como objetos particulares de seus donos. mente marcado por sua diversidade cultural e racial. Por
O autor ainda relata que a inclusão de uma temá- outro lado, a organização da escola reflete a organiza-
tica transversal que realmente contasse a verdadeira ção da sociedade e suas instituições (escola/família/igre-
história da população negra na construção desse país ja/partidos), destacando as projeções criadas no tocante
foi resultado de diversas lutas. Uma história que não se de humanidade e a complexidade das relações entre os
restringe apenas àquelas famosas contribuições como diferentes sujeitos e grupos sociais que as compõem.
acarajé, samba e capoeira que são veiculadas nos livros Assim, nelas revelam-se as contradições e os conflitos
didáticos. A contribuição dos afrodescendentes é muito que se manifestam por meio dos indivíduos que cotidia-
mais na formação da sociedade, na questão das políti- namente nela se inter-relacionam (ibidem, 2018).
cas raciais e na participação econômica. Portanto, enfatiza Munanga (2004) que o sistema
Hoje, conseguiu-se que a Lei de Diretrizes e Bases educacional Brasileiro tem a obrigação de trabalhar em
(LDB) nº 9.394/96 em seu artigo 26A, fosse alterada sala de aula temas que contemplam a Cultura Afrodes-
para a introdução da história e da cultura negra afro- cendente, a história da resistência do negro no Brasil,
-brasileira e indígena nos currículos das escolas da Edu- assim como suas contribuições socioculturais que, du-
cação Básica, do Ensino Superior e das escolas privadas. rante muitos séculos foram omitidas por governantes,
A inclusão vem como uma temática e não como uma intelectuais e principalmente, pelo sistema educacional
matéria, mas que sejam enfatizadas principalmente nas brasileiro, que valorizou apenas a participação europeia
disciplinas de história, artes e literatura, tem sido alvo na construção dos conhecimentos que envolvem a his-
de aprofundadas e qualificadas reflexões para todo tória da nação brasileira, contribuindo de forma direta
contexto educacional, no campo curricular, para os sis- com a discriminação racial no Brasil. Sendo assim, se a
temas de ensino, para a construção dos planejamentos, introdução de dados de forma geral, verdadeira e po-
para a prática docente e elaboração de materiais didáti- sitiva sobre a participação do negro na construção da
cos, paradidáticos e literários, criando engenharias que identidade do brasileiro for inclusa nas escolas, certa-
possam construir uma sociedade mais consciente de sua mente contribuirá para a formação da identidade do
ancestralidade. Nesse sentido, é de grande importância educando negro de forma positiva, bem como a extin-
refletir sobre como as alterações do artigo 26-A da LDB ção do preconceito racial.
são significativas para pensar didático e pedagógico.
A partir do momento em que as questões da cultu- O professor na construção da identidade do
ra, das heranças e da tradição africana e afro-brasileira educando negro
forem contempladas na sala de aula, a estima da po-
pulação negra se elevará, deslanchará o interesse pelo Ribeiro (2012) afirma que o racismo faz parte do coti-
estudo da sua própria história. Isto porque o que ocorre diano escolar e prejudica o desenvolvimento do educan-
hoje em sala de aula é que os conteúdos relacionados do negro e indígena, não somente no processo escolar,
ao tema Preconceito Raciais, são trabalhadosapenas em mas também nas relações com todos os envolvidos.
datas comemorativas, como o Dia da Abolição da Escra-
vatura (13 de maio) e o Dia da Consciência Negra (20 O racismo faz parte do cotidiano escolar e afeta a relação entre
de Novembro), quando caem em dia letivo. Além disso, alunas/os e professoras/es e também afeta o desenvolvimento
das/os alunas/os que são cometidas/os por preconceito racial.
apenas alguns educadores trabalham o tema o que sinali-
Em minhas experiências educacionais, em vários momentos as/
za que para alguns a temática não é de grande importân-
os estudantes referiam-se a alunas/os negros como: macaco,
cia, esquecendo até mesmo de sua própria origem.
negra maluca, negra/o safada/o, só podia ser coisa de negra/o,
Cunha Jr. (2005), destaca outro ponto importante, negra/o quando não caga na entrada caga na saída e outros
que é o reconhecimento dos líderes que lutavam dura e colóquios que fazem parte do cotidiano escolar, são repre-
bravamente para conquistar não só a própria liberdade, sentações do grau de preconceito reproduzidas em diversas
mas a de todos os negros do Brasil, dando suas vidas e instituições sociais tais como família, escola, igreja e Estado.
tendo como recompensa o descaso e o esquecimento (RIBEIRO, p. 04, 2012).
das gerações posteriores a eles, gerados por uma omis-
são das elites pensadoras que se preocupavam em va- No relato em que o autor cita suas experiências, nota-
lorizar e impor a cultura europeia como a única a ser -se falas inicialmente “normais”, “ingênuas”, “brinca-
estudada, divulgada e respeitada em nosso País. Neste deiras”, tudo que se coaduna com o racismo recreativo,

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porém, não menos agressivas, racistas, tendenciosas, diversidade e ações educativas fazem diferença na formação
discriminatórias e criminosas que qualquer uma outra de cidadãos que repudiam as discriminações raciais e os ou-
em referência ao preconceito racial. Cabe ao profes- tros diversos modos de preconceito. Para que as instituições
sor, educar, esclarecer quanto a gravidade dessas falas de ensino desempenhem a contento o papel de educar, é ne-
cessário que constituam em espaço democrático de promoção
que são enraizadas nas famílias, sociedade e reproduzi-
e divulgação de conhecimentos e de posturas que visam uma
das no ambiente escolar. Desta forma estará cuidando
sociedade justa, digna e soberana. (RIBEIRO, p. 6, 2012)
em trazer orgulho de suas descendências no educan-
do negro. Não se sentir envergonhando das suas ori-
A valorização da história e cultura negra está direta-
gens, suas raízes, é muito importante na construção da
mente ligada ao êxito, na construção da identidade do
identidade dos afrodescendentes, o papel do educador
aluno negro, promovendo igualdade social e respeito,
nesse processo é como mediador da produção do co-
o que ocasiona uma sociedade íntegra,promotora direi-
nhecimento, formador de opinião.
tos e oportunidades em iguais escalas sem a interferên-
Os saberes para a prática pedagógica onde se pode combater
cia da cor da pele, cultura ou quaisquer outros aspec-
o preconceito racial converte-se em uma questão para qual a tos, pois esses não interferem na capacidade do sujeito.
escola deve está aberta a fim de produzir conhecimento em Sendo esse o meio mais plausível e justo, para se obter
forma de credenciar as/os professores no combate e tais práticas, sucesso quando se quer obter orgulho na identidade
ou seja, a escola deve ser a principal base de combate na luta. dos afrodescendentes.
Inverter esse quadro no cotidiano escolar deve ser para a escola e
o educador um marcador de divisão. (RIBEIRO, p, 8. 2012). Resultados

A comunhão entre esforço do professor educador e Respondendo à problemática do presente artigo:


ointeresse da escola aopromover o combate ao racis- Qual o papel do professor na construção da identidade
mo é importante para ter sucesso no processo, pois de do educando para uma cidadania antirracista? Median-
acordo com RIBEIRO (2018), é notória que a questão te as investigações feitas por meio das leituras sobre a
da construção da identidade no aluno negro vai muito temática proposta, é percebido que o papel do profes-
além de cumprir obrigações de uma lei estabelecida, sor na construção da identidade do educando, é de um
essa construção se dá primeiramente em cada um, é profissional que possibilite uma educação crítica com
como uma internalização, o professor não pode ocultar ética social; um orientador que permite uma reflexão
seus conhecimentos em sala, já que nas escolas não há ativa em sua prática pedagógica partindo das experiên-
,em sua maioria, assim como na escola pesquisada pelo cias reais de seus educandos; construindo coletivamente
autor, um projeto específico que trabalhe as temáticas sentimento de pertencimento aos grupos sociais; pro-
sobre preconceito racial. movendo ações de conhecimentos e habilidades para
O professor deve ir em busca do conhecimento, a promoção da igualdade racial, com vistas a formar
através de cursos de formação continuada, pesquisas, um cidadão em sua totalidade, com ênfase na ética,
observações entre tantos outros meios que o educador moral, civilidade, respeito, diálogo fundamentando-se
tem para se aperfeiçoar, e principalmente atuar para nos princípios éticos, políticos e estéticos presentes na
o orgulho negro e o respeito às diferenças sejam afi- BNCC. É por meio de exploração da cultura e história
xados na vida dos alunos, não somente em sala, mas afro-brasileira e dos povos originários que poderá obter
também enquanto cidadãos que abominam todo tipo respeito, orgulho, sentimento de pertencimento e tam-
de desigualdade, tornando-se sujeitos emancipados, bém contribuir na aquisição de conhecimentos signifi-
respeitosos e orgulhosos de si e dos outros em suas di- cativos para a transformação da sociedade.
versidades, sejam em gênero, cultura, raça ou etnia. Verificou-se que existem dificuldades a serem su-
O autor enfatiza também a importância da escola ter peradas pelos professores que pretendem ultrapassar
um projeto institucional fixo, que facilite e possibilite um a obrigação de cumprir apenas leis, mas que querem
trabalho digno por parte do professor no combate ao ra- incluir como rotina o olhar de repúdio a não aceitação
cismo e na formação da identidade do aluno negro, assim da origem negra, indígenaou o racismo, para sucesso
como se faz importante o companheirismo dos colegas de nessa transformação, o olhar atento a qualquer indício
trabalho, seja outros professores ou gestão escolar, pois preconceituoso, seja na fala de um colega, ou em um li-
do contrário o autor acredita que a falta de interesse em vro didático ajuda de fato o professor na desconstrução
todos os envolvidos no ambiente escolar, em combater o de estereótipos preconceituosos.
racismo poderá passar a falsa impressão de que não se faz
Dentro da realidade da educação brasileira inserida em um
importante esse combate na escola.
contexto político, social, cultural e religioso, são enfrenta-
O conhecimento da história, a valorização racial, respeito à dos pelas/os professoras/es diversas barreiras para realizar

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 35


um trabalho coerente acerca da visão dos direitos huma- história do negro no Brasil, pode ser decisivo no re-
nos. Há diversas dificuldades enfrentadas e questionadas sultado final da temática.
por familiares, coordenadoras/es, diretoras/es e professoras/ É inegável que a escola precisa fazer esforço para que
es quando se fala em temáticas da sexualidade, relação de tenha um trabalho conjunto com o professor, promo-
gênero, relação racial, visto a prevalência de uma política
vendo discussões, debates e dando foco ao assunto em
de poder capitalista, heteronormativa, machista e patriarcal,
seu Projeto Político Pedagógico, sendo o professor um
sendo que o estudo está dirigido a relações etinicorraciais.
(RIBEIRO, p. 05, 2012).
apoiador e não menosprezando o aprendizado acerca
da história real que abrange o povo negro.
Foram caracterizadas também, algumas atitudes
No Brasil, a educação, de modo geral, e a formação de profes-
que a escola precisa executar ao comprometer-se para
sores, em específico - salvo honrosas exceções -, são perme-
um trabalho conjunto ao docente na conscientização, adas por uma grande desinformação sobre a nossa herança
principalmente em aniquilar o preconceito, começando africana e sobre as realizações do negro brasileiro na atualida-
dentro da própria instituição, sendo preciso formação de. Ainda quando se fala em África na escola e até mesmo no
permanente e continuada, projetar ações com foco nos campo da ´pesquisa acadêmica, reporta-se mais ao escravismo
problemas centrais enfrentados pela instituição, pois e ao processo de escravidão (GOMES, p, 74, 2013)
segundo Ribeiro (2012), a escola é sim palco de ati-
tudes preconceituosas, mas “deve efetivar sua prática Fica notório que existe muito a ser feito no con-
pedagógica com ações afirmativas para o rompimento texto escolar, o trabalho conjunto feito com esforço
de preconceito, sendo que, essas ações devem descons- e seriedade pode ser decisivo no futuro na forma-
truir atitudes e ações excludentes, racistas, existentes ção de uma sociedade livre de estereótipos e precon-
no cenário escolar”. ceitos raciais que promovem a desigualdade em nosso
meio.O inter-olhar do professor em sala, cessando com
Considerações finais todo tipo de manifestação que se configure racista, que
possa envergonhar o aluno negro, seja em pequenas
Com base em pesquisas bibliográficas Gomes atitudes ou palavras mesmo que julgadas inocentes ou
(2017), Gomes (2013), Munanga (2005),Ribeiro recreativas, pode passar o oprimido ao papel de apro-
(2012), e outros, embasado empráticas educativas priado de sua raça e sua história que foi, e é, de suma
obtidas em relatos de diversos artigos, evidencia-se importância para nós brasileiros, assim agregamos valo-
que o professor pode sim, transformar os sentimen- res, orgulho, considerações e gratidão aos negros, que
tos de não pertencimento de estudantes discrimina- são ancestrais da maioria dos brasileiros.
dos em orgulho. Transformarmedo em segurança, Para que a prática pedagógica seja eficiente é
ódio em amor. Se, tratando da identidade, objetivi- preciso formação permanente e continuada do
dade, subjetividade e aceitação do educando negro, professor, que permeie por temáticas que enfati-
inserindo em sua prática pedagógica a exclusão por zem a diversidade, direitos humanos, inclusão e
modo de conscientização de algumas falas, atitudes exclusão, a instituição escolar deve ser a porta de
e olhares preconceituosos dentro de sala e no co- entrada para debates que incluam toda comunida-
tidiano escolar, estará contribuindo para formação de escolar, vinculando à sua proposta pedagógica,
respeitosa do sujeito. O uso da criatividade por parte projetos que abarquem temáticas com olhar na in-
do docente ao abordar de maneira positiva e real a tegralidade do estudante.

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Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 37


ARTIGOS

A educação nas escolas públicas de


Divinópolis-MG: sondagem dos indicadores de
aprendizagem da Prova Brasil
Education in the public schools of Divinópolis-MG: survey of the learning indicators of the Brazil Test

Laís de Souza Rédua *


Maraiza de Lourdes Silva **
Ariadne Oliveira Miranda ***
Mateus Guimarães Carneiro ****

Resumo: Neste artigo, foi realizada sondagem correlacionada ao desempenho das escolas da cidade de Divi-
nópolis-MG na primeira fase do Ensino Fundamental, considerando os resultados da Prova Brasil de 2019. Para
Recebido em: 21 fev. 2022
Aprovado em: 11 nov. 2022

tanto, algumas questões foram idealizadas para o desenvolvimento dessa discussão: Qual o panorama dos
resultados da Prova Brasil nas escolas de Divinópolis? As escolas melhor classificadas atendem quais realidades
(econômicas e sociais) da cidade? O objetivo foi analisar os resultados da última Prova Brasil, aplicada no ano
de 2019, nas turmas do 5º ano, anos iniciais do Ensino Fundamental, das escolas públicas da cidade de Divi-
nópolis-MG. Fundamentando nos dados e autores estudados, indica-se a necessidade em repensar as formas
de avaliação ou até mesmo investir em outras metodologias avaliativas como parâmetro do processo educativo
dos sujeitos, sobretudo nas etapas da educação básica que precisam deliberar medidas mais democráticas da
formação, pois, a avaliação interfere diretamente em políticas públicas educacionais.

Palavras-chave: Avaliação em larga escala. Educação básica. Índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB).
—‌
Abstract: In this article, a survey correlated with the performance of schools in the city of Divinópolis-MG in
the first phase of Elementary School was carried out, considering the results of the 2019 ProvaBrasil. What is
the outlook for the results of ProvaBrasil in schools in Divinópolis? The best-ranked schools meet which realities
(economic and social) of the city? The objective was to analyze the results of the last ProvaBrasil, applied in
2019, in the 5th grade classes, early years of Elementary School, in public schools in the city of Divinópolis-MG.
the need to rethink the forms of evaluation or even invest in other evaluation methodologies as a parameter of
the educational process of the subjects, especially in the stages of basic education that need to deliberate more
democratic measures of formation, since the evaluation directly interferes in public educational policies.

Keywords: Large-scale evaluation. Basic education. Basic Education Development Index.

* Laís de Souza Rédua é mestre em Educação, professora da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). E-mail: lais.redua@uemg.br.
** Maraiza de Lourdes Silva é graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). E-mail: maraiza.
silva@hotmail.com.
*** Ariadne Oliveira Miranda é graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). E-mail: ariadne.
oliveira.miranda@gmail.com.
**** Mateus Guimarães Carneiro é graduado em Pedagogia pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). E-mail: ma-
teusguimaraes301@yahoo.com.br.

38 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Introdução O objetivo geral do trabalho é, analisar os resultados
da última Prova Brasil, aplicada no ano de 2019, nas
As primeiras experiências e aprendizados cognitivos turmas do 5º ano, anos iniciais do Ensino Fundamental,
ou sociais no âmbito familiar, apresentam grande re- das escolas públicas da cidade de Divinópolis-MG. Os
levância para o processo de aprendizagem da criança, objetivos específicos foram organizados em: a) Sistema-
pois é na família que ela terá o contato inicial com o tizar os dados da Prova Brasil e caracterizar as escolas
mundo externo como crenças, valores e preceitos ne- do município; b) Analisar a escala de desempenho das
cessários para viver em sociedade. Contudo, para o de- notas. O percurso metodológico se pautou em uma
senvolvimento integral da criança é necessária à apren- pesquisa qualitativa do tipo descritiva, utilizando os
dizagem de conteúdo específicos escolares. Participan- resultados que estão disponíveis na plataforma Qedu1
do de ambientes sociais como escola e comunidade, a e sondagem dos dados frente às questões e objetivos
criança construirá competências relevantes, conseguin- colocados aqui.
do ser um cidadão consciente de seus deveres e direi- Nesse cenário educacional, a organização dos pro-
tos. Por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação cessos educativos perfaz um conjunto de procedimen-
Nacional (LDBEN) de nº 9.394/96, no Art. 205, percebe- tos de modo a analisar, validar e reformular o desenvol-
-se que a educação pública e com qualidade deve estar vimento dos estudantes frente a formação básica. Con-
disponível para todos os cidadãos, o que provoca assim tudo, as instituições escolares realizam avaliações, por
a socialização independentemente de etnia, cultura, ou meio de instrumentos sistematizados, com capacidade
classe social. unicamente de quantificar o aluno ao invés de qualificar
A escola é uma instituição de extrema importância a educação e o aprendizado.
para a sociedade, desenvolvendo o cognitivo, o emo-
A avaliação, a despeito do conteúdo e do método, impõe um
cional, o social e o físico dos sujeitos, fomentando suas
“modelo de raciocínio”, uma “forma de pensar’, uma forma
habilidades e competências para vida escolar efetiva
de o professor se relacionar com o aluno, embutida em suas
(BRASIL, 1998, vol. 1, p. 17). De acordo com o docu-
práticas específicas. Estes modelos também se tornam objeto
mento supracitado, a escola além de fazer a formação de avaliação e, portanto, definem a aprovação ou não, a con-
do indivíduo relacionado ao conhecimento, valores e tinuidade ou não, o acesso ao conhecimento sistemático ou
comportamentos, é necessário amplificar para serem não. (FREITAS et al., 2009, p. 17 apud LANDIM,2019, p.66).
cidadãos com empatia, possuindo consciência de seu
papel na sociedade, construindo uma vivência saudá- Esse ato ou instrumento tem como intencionalida-
vel e de bem-estar com toda comunidade. Para que de buscar o diagnóstico das apreensões feitas pelos
esse processo seja fomentado, o Estado estabelece, por estudantes em relação às questões trabalhadas no seu
meio da Lei Nº 9.394/96, Art.4,º inciso IX, que sejam processo de formação, isto é, no caso da educação é
garantidos padrões de qualidade do ensino para todos propiciar uma formação cidadã que compreenda dife-
os alunos. Assim, como os insumos (tamanho das tur- rentes faces do conhecimento e vivências sociais. Lu-
mas, materiais didáticos, bibliotecas, equipamentos de ckesi (2000) evidencia que durante esse processo in-
informática, dentre outros) indispensáveis para o de- vestigativo é possível visualizar caminhos para melhorar
senvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, é desempenhos frente aos objetivos traçados. Nesse sen-
possível um trabalho escolar com equidade, em que, “a tido, a avaliação produz um indicativo e mostra outras
ideia de equidade se refere a uma concepção de dis- possibilidades que emergem mediante a garantia desse
tribuição justa, que respeita a igualdade de direitos”. resultado de qualidade formativa. Ball menciona que,
Scotti (2007, p.2) diz que “[...] a distribuição dos bens “o gerencialismo transforma o íntimo dos profissionais
em questão deve respeitar uma proporção relativa ao da educação, pois, busca incutir a performatividade na
direito de cada um. Distribuição equitativa não é equi- alma do trabalhador, que passa a se sentir responsável
valente à ideia de distribuição igualitária”. Assim a es- não apenas pelos seus próprios resultados, mas pelo
cola pode cumprir com seu papel social. de seus pares, assim como de sua instituição”. (BALL,
Considerando essas relações mobilizadas até aqui, 2005b apud LANDIM E BORGHI 2018, p. 994).
busca-se realizar um recorte desse debate olhando para O ato de avaliar é entendido por Luckesi (2000) e
a realidade da educação básica em Divinópolis, com o Hoffmann (2000) em dois sentidos gerais: “por meio de
intuito de refletir sobre os resultados da Prova Brasil. uma disposição acolhedora que qualifica alguma coisa,
Para tanto, algumas questões foram traçadas para o de- objeto, ação ou pessoa, permitindo assim, tomar uma
senvolvimento dessa discussão. Qual o panorama dos decisão sobre ela” (LUCKESI, 2000, p. 3) e “o classifica-
resultados da Prova Brasil nas escolas de Divinópolis? As tório pautado em “transmitir-verificar-registrar” quan-
escolas melhor classificadas atendem quais realidades tificando o aprendizado e as competências através das
(econômicas e sociais) de Divinópolis? armas de classificação, notas, ranking e competição”

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 39


(HOFFMANN, 2000, p.51). Isso significa que a avaliação ensino. Contudo os resultados sondados podem não
deve seguir elementos formativos. Loch reitera que o corresponder totalmente aos resultados reais informa-
ato de avaliar: dos pelos dados aferidos. Para tanto, devemos consi-
derar os tipos de avaliações aplicadas nas instituições
[...] não é dar notas, fazer médias, reprovar ou aprovar os alu- escolares e se estas constituem caráter formativo ou
nos. Avaliar, numa nova ética, é sim avaliar participativamente classificatório.
no sentido da construção, da conscientização, busca da auto-
As avaliações formativas não visam somente resulta-
crítica, autoconhecimento de todos os envolvidos no ato edu-
dos, mas sim que todos os alunos durante o processo
cativo, investindo na autonomia, envolvimento, compromisso
avaliativo construam conhecimentos e adquiram com-
e emancipação dos sujeitos. (LOCH, 2000, p.31).
petências. Quando não se alcança o desenvolvimento
O processo de avaliar não deve ser pautado somen- satisfatório, o aluno e professor analisam o problema:
te em apresentar quantidade, e sim como um suporte o aluno revisando seu empenho e comportamento, en-
ao trabalho docente para o ensino formativo visando quanto os professores repensam seus planejamentos,
desenvolver saberes e competências. Em contrapartida, suas metodologias para que o conteúdo seja aprendi-
encontra-se a avaliação classificatória, lançada como do pelos estudantes. Segundo Landim, “a avaliação da
normativa nas escolas pelo estado, objetivada a quan- aprendizagem, importante ferramenta de suporte ao
tificar o trabalho do professor, o desempenho e o de- trabalho docente, em sua mais importante representa-
senvolvimento do aluno. Essa quantificação do aprendi- ção, é aquela que oferece subsídios ao professor para
zado pode ser por intermédio de notas e classificação. a escolha de metodologias e para a reorganização do
Nesse cenário, a Prova Brasil é um modelo avaliativo trabalho ao longo do ano” (2019, p.64). Dessa forma,
em larga escala, classificatória, aplicada nas séries que ambos têm possibilidade de traçar outras estratégias
estão em transição de modalidade de ensino, ou seja, para o resultado satisfatório do aprendizado e que es-
ao final do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental. Os re- tejam em constante evolução.
sultados médios da prova são calculados com a taxa de
A essência da concepção formativa está no envolvimento do
aprovação, reprovação e evasão escolar, indicando o Ín-
professor com os alunos e na tomada de consciência acerca
dice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) da
do seu comprometimento com o progresso deles em termos
escola. No entanto, a Prova Brasil não pode ser usada de aprendizagens – na importância e natureza da intervenção
como critério de aprovação dos estudantes. pedagógica. A visão formativa parte do pressuposto de que, sem
Pensando no modelo classificatório da Prova Brasil, e orientação de alguém que tenha maturidade para tal, sem desa-
que essa seriação entre escolas age como indicativos da fios cognitivos adequados, é altamente improvável que os alunos
qualidade escolar, esse modelo coloca limites nos mo- venham a adquirir da maneira mais significativa possível os co-
dos formativos da instituição operar com o propósito nhecimentos necessários ao seu desenvolvimento, isto é, sem que
de correlacionar a classificação da escola frente à qua- ocorra o processo de mediação (HOFFMANN, 2018, p. 3).
lidade do ensino. É preciso ponderar fatores externos
para além do ambiente escolar, bem como os forma- Considerando o supracitado e em correlação a essa
tos que buscam assegurar qualidade desse processo, e proposta avaliativa, a forma de avaliação que mais per-
não considerar o contexto do ensino de acordo com a corre as instâncias educacionais, é a avaliação quanti-
realidade social do aluno das classes populares, fomen- tativa e classificatória. Esse modelo avaliativo é coloca-
ta a evasão escolar ou eleva os índices de reprovação. do quase como obrigatório pelo sistema educacional
Essas condições propiciam o que os autores Soares e brasileiro, na qual propende classificar os alunos como
Baczinski (2018) definem por fracasso escolar, advindo aptos e inaptos, gerando diferenças de ensino e segre-
de uma relação direta com a visão meritocrática edu- gações sociais quando postos a prova em avaliações
cacional, apontando que as avaliações em larga escala externas e internas, sem considerar fatores intrínsecos
não possuem uma inter-relação com as práticas escola- e extrínsecos. No entanto, é importante dizer que essa
res cotidianas. Assim, “o fato de existirem escolas dis- prática classificatória não contribui para uma tomada
poníveis para a população traz a falsa impressão de que de decisão que busque avanços no processo de ensino
todos possuem garantias a uma educação de qualidade e aprendizagem, ainda tornando o ensino preocupan-
e com acesso igualitário”, é garantido, então, o acesso te, pois, têm elementos incoerentes no que se refere à
ao ensino e não à permanência, contribuindo para evi- qualidade (LUCKESI, 2013).
denciar desigualdades sociais nesses espaços (SOARES E Na generalidade as avaliações, possuem caráter
BACZINSKI, 2018, p. 41). quantitativo e classificatório e, desta forma, abrem pre-
Partindo da perspectiva da avaliação dos indicadores cedentes para questionamentos se realmente o méto-
e a sua relação com a qualidade do ensino, as avaliações do aplicado será eficiente para o processo de ensino
em larga escala buscam medir e verificar a qualidade do e aprendizagem, principalmente em escolas públicas

40 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


majoritariamente frequentadas pelas camadas popula- não pode ser materializada na educação, pois a educa-
res. Segundo: ção, ferramenta essencial para o desenvolvimento da
sociedade e diminuição das desigualdades sociais, deve
As camadas populares podem ser definidas em primeiro lugar, ser desvinculada da hierarquização social.
no contexto da discussão sobre a “natureza das clivagens so- A Prova Brasil é uma avaliação em larga escala criada
ciais”, para além da posse/não posse dos meios de produção. para estimar a qualidade do ensino na Educação Básica
E articulada à noção de classe social para extensão das famílias, e, a partir dela, traçar estratégias que visem garantir o
as etnias, as culturas, os espaços, o estilo de vida, o processo sucesso dos alunos na escola e propiciar um aprendi-
de escolarização. Em segundo lugar, seriam definidas conside-
zado qualitativo para todos (BRASIL, 2018). Sendo este
rando certa homogeneidade da diversidade social e cultural, ao
o objetivo explícito na avaliação em larga escala, é ne-
mesmo tempo em que, se mostra heterogênea numa socieda-
de complexa, apresentando características que as aproximam
cessário levantar discussões referentes a outros fatores
como a dependência e a precariedade econômica e “formam que passaram a influenciar as políticas públicas educa-
um universo social relativamente homogêneo: linguagem, cionais no Brasil.
condição juvenil, lazeres dominicais, formas de sociabilidade. Seguindo as linhas neoliberalistas,após a reforma do
(BOSC, 1993 apud VIANA, 1998, p.4). estado durante a década de 1990, regida pelos presi-
dentes Fernando Collor de Mello (1989-1992) e Fernan-
Na perspectiva da cidade de Divinópolis-MG, as es- do Henrique Cardoso (1995-2003), as portas do mer-
colas localizadas em zonas periféricas possuem um pú- cado nacional foram abertas para se efetivar o sistema
blico de classe social baixa. Geralmente, sua moradia capitalista e as ideologias propostas pelo mercado in-
nem sempre possuirá saneamento básico, sem infra- ternacional, com a intenção de “uma efetiva democra-
estrutura, complementando com fatores diferenciados tização do acesso ao conhecimento em todos os seus
socialmente como a facilidade de acesso à violência seja níveis” (FRIGOTTO; CIAVATT, 2003, p.97). Esses an-
familiar ou nas ruas. Há ainda um alto índice de desem- seios passaram a ter reflexos na educação, sendo vista
prego entre outros fatores que contribuem para a baixa como mercado e sujeita a todos os princípios colocados
no desempenho escolar dos estudantes. Em contrapar- pelo neoliberalismo, em que, “o conhecimento se torna
tida, as escolas localizadas em áreas centrais normal- mercadoria, moeda de troca entre alunos e professo-
mente são frequentadas por alunos com condições eco- res, uma vez que équantificado e qualificado pela nota”
nômicas mais favoráveis, beneficiando ao aprendizado (FREITAS et al. 2009, p. 22 apud LANDIM, 2019, p. 66).
qualitativo. Assim, a relação centro-periferia atribuída Mello (2014, p.51) discute que nos “dados locais
às desigualdades sociais, frente à perspectiva educativa para uma investigação mais aprofundada sobre estra-
de uma avaliação única, rígida e que não considera as tégias de melhorias baseadas nas propostas do Banco
realidades, potencializa uma educação classificatória e Mundial, podemos notar que tem havido uma regula-
evasão dos alunos. Libâneo descreve que: ção mais incisiva dos resultados educativos no âmbito
estadual, o que reforça a cultura avaliativa”. Sendo as-
[...] as posições explicitariam tendências polarizadas, indicando sim, o governo brasileiro iniciou medidas ao nível na-
o dualismo da escola brasileira em que, num extremo, estaria cional para conhecer o sistema educacional brasileiro,
a escola assentada no conhecimento, na aprendizagem e nas institucionalizando o Sistema Nacional de Avaliação da
tecnologias, voltada aos filhos dos ricos, e, em outro, a escola Educação Básica (Saeb) com as influências do neolibera-
do acolhimento social, da integração social, voltada aos pobres lismo, impostas pelo mercado internacional, entre elas
e dedicada, primordialmente, a missões sociais de assistência e o controle do sistema educacional.
apoio às crianças. (LIBÂNEO, 2012, p. 16). O Saeb buscava identificar problemas e mapear o
contexto cultural e socioeconômico das escolas e seus
A padronização das avaliações, sendo principalmen- alunos, e estes dados iniciais eram uma generalização
te de parâmetros classificatórios, pode atuar como ins- de uma sondagem que não mostrava toda a realidade
trumento excludente contribuindo, assim, para a per- da educação no Brasil. No entanto, serviram de início
petuação das desigualdades sociais que se iniciam na para a criação e desenvolvimento de políticas públi-
escola e podem perdurar pela vida do aluno. cas para educação em âmbito nacional. Esse sistema
Faz-se necessário que as autoridades que organizam começou a ser desenvolvido no final dos anos 1980,
a educação busquem alternativas visando conhecer mas, somente em 1990 foi aplicado pela primeira vez
o meio social onde as escolas estão inseridas. Dessa com o objetivo de oferecer subsídios para formulação,
maneira, poderão elaborar políticas públicas, metodo- reformulação e monitoramento de políticas públicas e
logias e avaliações que promovam o desenvolvimento programas de intervenção, ajustados às necessidades
integral dos alunos, da escola e da sociedade. A cultura diagnosticadas nas áreas e etapas de ensino avaliadas
da exclusão por meio das avaliações em larga escala (IBGE, 2020). Participavam do Saeb,as instituições de

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ensino localizadas nas áreas urbanas e rurais das redes As escolas devem realizar o planejamento institucional
públicas e privadas. As instituições submetidas à avalia- anual de acordo com a Base Nacional Comum (BNCC),
ção eram escolhidas por sorteios, bem como os alunos já que o recorte da avaliação só pode ser feito com base
que iriam realizar a prova, o que gerava muitas incerte- em métricas aferíveis, ou seja, indicadores e resultados
zas em relação à eficiência do exame e seus resultados. que possam ser mensurados. Englobam todo o currícu-
lo escolar e não devem ser confundidas com procedi-
Não são obtidos resultados que reflitam a eficiência de cada mentos e estratégias (INEP, 2019).
escola isoladamente, porque as turmas sorteadas, na maio- Os conteúdos aplicados na Prova Brasil são referen-
ria das vezes, não são quantitativa (sic) nem qualitativamente tes à disciplina de Matemática, com foco na resolução
representativas da realidade daquela escola, mas apenas em de problemas e Língua Portuguesa com foco em lei-
conjunto com outras turmas “espelham” o estrato que repre- tura e interpretação, contendo também um questioná-
sentam. (IBGE, 2020).
rio socioeconômico para que os estudantes forneçam
informações sobre fatores de contexto socioeconômi-
No percurso da análise e comprovação da ineficiên-
cos que podem estar associados ao desempenho. Os
cia do Saeb frente ao demonstrativo da realidade da
professores e diretores das turmas e escolas avaliadas
educação no Brasil, em 2005, foi criada a Prova Brasil,
respondem questionários para coletar dados demográ-
visando à necessidade de uma análise mais detalhada
ficos, perfil profissional e dados sobre as condições de
do sistema, oferecendo dados detalhados no âmbito
trabalho (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2020). Assim,
nacional, estadual e municipal. Em 2007, a Prova Brasil
“as avaliações externas surgem a fim de fiscalizar e ga-
foi integrada ao Saeb, por usar a mesma metodologia,
rantir que os resultados esperados sejam alcançados”
que “possibilitaria retratar a realidade de cada escola,
(LANDIM,2019, p.74) indo na contramão da qualidade
em cada município, avaliando assim as competências
educacional brasileira.
construídas e as habilidades desenvolvidas a fim de
As vulnerabilidades pedagógicas, físicas e sociais
detectar as dificuldades de aprendizagem dos alunos”
podem ser ocultadas ao serem tratadas apenas por
(KUSIAK, 2012, p. 3). Cabe ainda pontuar que, em
meio das notas e questionários, o aprendizado e de-
2007 o Governo Federal lançou o Plano de Desenvol-
senvolvimento dos alunos vão muito além do que
vimento da Educação (PDE) com o objetivo de tornar a
apenas atividades quantitativas, Luckesi (2000, p.1)
educação oferecida no Brasil equitativa (KUSIAK, 2012,
discute o assunto da seguinte maneira, “a avaliação
p. 2). E para certificar dessa distribuição de forma justa
da aprendizagem não é e não pode continuar sendo
o Ministério da Educação criou o IDEB propondo uma
a tirana da prática educativa, que ameaça e submete
educação de qualidade a todos os alunos.
a todos” (LUCKESI, 2000, p.1). A partir das questões
O PDE tem como propósito contribuir para que as
sondadas até aqui podemos ponderar com base em
escolas e secretarias de educação possam proporcionar
Freitas que:
um atendimento de qualidade aos alunos com foco nas
salas de aula. Para isso, é necessário identificar as redes
Uma sociedade capitalista, a educação tem como objetivos
de ensino municipal ou estadual que revelam maiores
fundamentais a capacitação das pessoas para o funciona-
dificuldades no desempenho escolar, e assim, ofere- mento da economia e uma formação em que seja possível o
cer uma maior atenção, apoio financeiro e de gestão controle político, ou, mais especificamente, a exclusão e a su-
a estas instituições. A partir do cálculo do Índice de bordinação dos estudantes. Diante disso, por mais que exista
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é possível resistência, o papel da instituição não muda, assim como as
visualizar uma estimativa referente à qualidade da edu- intenções da sociedade também não mudam (FREITAS et al.,
cação básica em todas as escolas do Brasil, por meio de 2009, p. 18apud LANDIM, 2019, p. 66).
dois indicadores: “o fluxo escolar (passagem dos alunos
pelas séries sem repetir, avaliado pelo Programa Educa Desse modo as instituições e todos os integrantes,
Censo) e desempenho dos estudantes avaliados pela envolvidos diretores, professores e alunos são acome-
Prova Brasil nas áreas de Língua Portuguesa e Matemá- tidos as avaliações externas, sendo cobrados somente
tica” (KUSIAK, 2012, p. 2- 3). pelos resultados, ou seja, “avaliação externa passa a
A Prova Brasil é aplicada pelo Ministério da Educação determinar os objetivos, os métodos utilizados pelos
(MEC) aos estudantes do 5º e 9º ano do ensino funda- professores e inclusive os conteúdos” (LANDIM, 2019,
mental, sendo de responsabilidade do Instituto Nacio- p.75). Considerando esse aporte da literatura que tem
nal de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira se debruçado nessa temática, será sistematizado os re-
(INEP) a elaboração e distribuição para as escolas públi- sultados da Prova Brasil do 5º ano feita pelas escolas do
cas urbanas e rurais do Brasil, podendo ainda ser utili- Município de Divinópolis com intuito descritivo e analí-
zada como unidade balizadora também para o ensino tico desse desempenho frente às considerações teóricas
particular (é facultativa nesta categoria institucional). desenvolvidas até aqui.

42 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Processo metodológico Resultados da Prova Brasil (2019): os indica-
dores de aprendizado e fluxo das escolas bá-
Esse trabalho se insere em uma pesquisa de cará- sicas de Divinópolis
ter qualitativo, que segundo Ludke e André (1986) e
Bourguignon (2019, p.90). A pesquisa qualitativa “de- Para entendermos o cálculo da nota faz-se necessá-
manda procedimentos que valorizem e facilitem o di- rio abordar os elementos utilizados para o resultado,
álogo entre diferentes formas e expressões do conhe- considerando que a nota é calculada sobre o produto
cimento humano”, ou seja, faz-se necessário um en- do índice de aprendizagem e o fluxo escolar, em que,
tendimento das abordagens e dos fenômenos sociais apresenta-se o Índice de Desenvolvimento da Educação
acerca dos estudos e dos resultados, com a intenção Básica (IDEB).
de mensurar mediante análise de dados, os objetivos O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é
e as investigações inicialmente propostas. Nesse senti- uma ferramenta criada pelo INEP para ser um indicador
do, a estrutura da pesquisa se pautou em pesquisa em da educação brasileira, que examina resultados e o flu-
documentos com foco na análise descritiva, sendo que xo escolar, obtidos por meio da Prova Brasil, do Saeb e
essa técnica “possibilita coletar dados em documentos do Censo Escolar (FERNANDES, 2007). O IDEB é o in-
que registrem informações consideradas autênticas e dicador, objeto para a verificação do cumprimento das
que expressem diferentes formas de manifestação des- metas fixadas no Termo de Adesão ao Compromisso
tas informações (orais, visuais e escritas)” (BOURGUIG- Todos pela Educação, eixo do Plano de Desenvolvimen-
NON, 2019, p.97). O documento utilizado como objeto to da Educação, do Ministério da Educação, que trata
de estudo são os resultados da Prova Brasil, do ano de da educação básica (FERNANDES,2007, p.2).
2019, do município de Divinópolis-MG. Os fatores que delimitam o resultado são o indicador
Foi realizado a sondagem e tabulação de dados dos de aprendizado que está baseado no conhecimento ad-
índices de proficiência da educação básica nas discipli- quirido pelos alunos nas disciplinas de Português e Ma-
nas de Português e Matemática extraídos da avaliação temática, variando de 0 até 10 e, o fluxo escolar que é
da Prova Brasil das instituições de ensino estaduais e a taxa de aprovação, reprovação/abandono e distorção
municipais da referida cidade, que foram disponibili- de idade-série de todas as séries do ensino básico.
zados na plataforma online Qedu. A finalidade dessa Considerando os termos abordados e para compre-
sondagem de dados partiu do princípio da necessidade ender a situação de cada escola, são analisados três pa-
de apresentar aos profissionais da educação uma visão râmetros em relação ao IDEB: 1) se a escola atingiu a
ampliada do campo de atuação, afim de contribuir para meta prevista para 2019; 2) se houve aumento no IDEB
a identificação de alguns aspectos sobre a qualidade do em relação a 2017; 3) se chegou ao valor de referência
ensino e sua relação sobre a proficiência disponibilizada 6,0. Os parâmetros demonstram o desempenho da es-
pela avaliação em larga escala, bem como a relação do de- cola no IDEB e posteriormente são classificadas dentro
sempenho escolar e as questões sociais que as permeiam. da plataforma Qedu de acordo com as escalas “aler-
Pressupondo a relação do desempenho escolar e as ta, atenção, melhorar, manter”. Isso é feito conforme
questões sociais que se entrelaçam, a intenção foi apre- a nota obtida ou se a escola está a caminho da meta
sentar e discutir, a partir dos resultados da Prova Brasil, IDEB de 2021.
um panorama das escolas de Divinópolis embasado na O índice “alerta” significa que as escolas não avan-
prova em larga escala. A sondagem apresentou o pa- çaram no IDEB, não atingiram sua meta e estão abaixo
norama classificatório das escolas básicas de Divinópolis de 6.0. É colocado para esse índice o desafio de crescer
referente às turmas do 5º ano do ensino fundamental, para atingir as metas planejadas. Em “atenção” diz res-
discutindo as relações das escolas mais bem classifica- peito às escolas que não foram bem em três critérios,
das, assim como, as realidades sociais e econômicas do se a escola atingiu a meta prevista para 2019, se cres-
público atendido. ceu o IDEB em relação a 2017 ou se chegou ao valor
de referência 6,0, é sinalizado para essas instituições
Resultados e discussões o desafio de crescer para atingir as metas planejadas.
No índice “melhorar” as instituições atingiram a meta,
Com base nas discussões traçadas até aqui, a apre- porém, podem aperfeiçoar seu crescimento no IDEB,
sentação e sondagem dos resultados será feita em dois nesse quesito, a escola tem como desafio manter o
momentos: a) sistematização dos resultados das ava- crescimento do índice para atingir as metas planejadas
liações das escolas de Divinópolis-MG que atendem o e superar o 6.0. No caso do índice “manter” as escolas
5º ano do ensino fundamental pelos indicadores de estão em melhores situações frente à meta a ser atin-
aprendizado e de fluxo; b) discussão dos indicadores e as gida, por isso, devem manter sua atual situação alme-
inferências das avaliações externas na prática pedagógica. jando crescerem no IDEB, atingiram a meta e superou o

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6.0. O desafio desse índice é manter o crescimento do Campo Grande, Chácaras Novo Horizonte, Cidade Jardim, Paraíso, Costa Azul,
Mangabeiras, Maria Helena, Santa Rosa, Ponte Funda, Nações, Sagrada Família,
IDEB para garantir o aprendizado de todos os alunos. Interlagos, Antônio Fonseca, Santa Tereza, Nossa Senhora das Graças e Porto
Nesse aspecto, a Prova Brasil é comparada a um ter- Velho. Na região Sudoeste encontramos os bairros Chanadour, Jardim Copaca-
mômetro, pois situa o aprendizado do aluno de acor- bana, Planalto, São José, Morada Nova, Belvedere, Nova Vista, Bela Vista, São
Judas Tadeu, Catalão. Santa Luzia, São Miguel, Jardim Alterosa,Itacolomi, Via
do com os parâmetros abordados e com a escala Saeb Castelo, Cond. VilleRoyalle, Castelo, Realengo e São Paulo. Na região Sudoes-
reformulada pelo INEP. Por esses parâmetros descritos te Distante temos os bairros Quintino, Marajó, Cacôco, Chácaras Bom Retiro,
nos índices, ainda que algumas escolas estivessem com Chácaras Siarom, Granjas do Sheik, Jardinópolis, Jardim Zona Sul, João Paulo,
J.K, Yanes, Campina Verde, Casa Nova, Chácaras Santa Rita, Nilda Barros,
notas próximas ou iguais, possuem indicadores dife- Jardim Real, José Antônio Gonçalves, Morumbi, Padre Herculano, Geraldo Pe-
rentes. Isso ocorre ao realizar o comparativo da evo- reira, Jardim das Acácias, Floresta, Santo André, São Cristóvão e Vivendas Das
lução do aprendizado da escola pela proficiência, isto Exposições. A região Nordeste Distante é constituída pelos bairros Fazenda da
Usina, Estância do Gafanhoto, Ipanema, Nova Suíça, São Simão, Savassi, Gra-
é, o domínio da competência avaliada que o aluno jaú, Jardim dos Candidés, Floramar; Icaraí, Lagoa dos Mandarins, São Caetano,
apresentou, análise da evolução ao longo dos anos e São Miguel, Eldorado, Cid. Ind. Cel. Jovelino Rabelo, Chácaras Beira Rio e na
se háinterferência diretamente na nota da instituição e região Nordeste os bairros Niterói, São Luiz, Del Rey, Primavera, Halim Souki,
Jardim das Mansões, Vila Romana, Vila Rica, São Geraldo, São João de Deus,
na classificação. Manoel Valinhas, Danilo Passos II, Do Carmo, Universitário, Vila Espírito Santo;
Será apresentado a relação das escolas públicas que Da Luz, Dr. José Tomaz, Itaí, São Lucas. Região Central Vila Belo Horizonte, Dom
realizaram a Prova Brasil do 5º ano do ensino funda- Pedro Vila, Santo Antônio, Esplanada, Francisco Machado Filho, Capitão Silva,
Jardim Nova América, Ipiranga, Vila Minas Gerais, Garcia Leão, Vila Concórdia,
mental da cidade de Divinópolis-MG. Por ter a intenção Vila Cruzeiro, Vila Central do Divino. No Oeste São Roque, Rancho, Núcleo
de localizar geograficamente as escolas dentro dos ín- L.P. Pereira, Jardim Brasília, L.P.Pereira, Walchir Resende Costa, Dona Ceci, Belo
dices, antes será mostrado a distribuição dos bairros de Vale, Jardim Betânia, Sion, Fábio Notini, Dr. Oulphe Pinto de Aguiar, Orion,
Tietê. No Noroeste Xavante, Cod. Recanto das Águas, Nova Fortaleza, Anchie-
Divinópolis (Figura 1). ta, Oswaldo M. Gontijo, Serra Verde, Nossa Senhora da Conceição, Alvorada,
Santa Martha, Oliveiras, Jardim Candelária, Residencial Dom Cristiano, Jardim
Figura 1: Mapa Bairros de Divinópolis
das Oliveira, Padre Libério, Bom Pastor, Vila das Oliveiras, Santa Clara, Afonso
Pena, Liberdade e São Sebastião. Na região Noroeste Distante Jardim Primavera,
Vista Alegre, Florermida, Erminópolis, Santa Cruz, C. Ind. Santo Ant. Campos
e Chácaras Santa Mônica. Noroeste Rural: Amadeu Lacerda: Branquinhos, Ca-
choeira, Cachoeirinha, Chácaras Samambaia, Choro, Djalma Dutra, Fortaleza,
Furtados, Inhame, Jararaca, Junco, Lagoa, Lajes, Lava-Pés, Lixas, Lopes, Mata
dos Coqueiros, Mutirão, Olaria, Perobas, Piteiras, Posses, Quilombo: Rua Gran-
de e Tamboril.

O mapa da Figura 1 apresenta um panorama das re-


giões da cidade de Divinópolis-MG e consequentemen-
te a localidade das escolas a fim de auxiliar na análise
dos resultados da Prova Brasil. Algumas das escolas es-
tão localizadas na área central que abrange os bairros
Esplanada, Jardim Nova América, Ipiranga, Sidil entre
outros. E em áreas periféricas encontramos os bairros
Ferrador, Jardim Candidés, Quintino, Santa Lúcia, Serra
Verde, Terra Azul e etc. Esses resultados serão demons-
trados de acordo com os parâmetros “alerta, atenção,
melhorar, manter” e a nota no IDEB. Como pode-se
observar, participaram da avaliação 46 escolas de Divi-
nópolis, que realizaram a prova para a modalidade no
ensino fundamental 1 (5º ano). Dessas escolas 24 são
municipais e 22 estaduais, sendo, 33 localizadas em
regiões periféricas. O quadro abaixo elenca as escolas
avaliadas e classificadas dentro da situação “manter”
do índice de avaliação do IDEB.
Fonte: https://planodiretordedivinopolis.wordpress.com/2013/03/21/mapa-das-
-regioes-de-divinopolis/. Adaptada do Plano Diretor Participativo de Divinópolis:
As notas indicadas no Quadro 1, “Manter”, perten-
Configuração Territorial de Divinópolis. cem às escolas que superaram a metaindividual impos-
ta pelo Ministério da Educação, cresceram no IDEB em
Legenda: Região Sudoeste Rural é composta pelos bairros Boa Esperança, Boa
vista, Buritis, Cachimba, Chácaras Belo Horizonte, Córrego da Divisa, Córrego
relação ao ano de 2017 e também superaram a meta
do Paiol, Ferrador, Paivas, Pari, Passagem, Roseiras e Tavares. Na região Sudeste geral brasileira do ano de 2019 que equivale a 6,00.
temos os bairros Alfavile, Vila da Roseiras, Santa Lúcia, Davanuze, Vale do Sol, Pode-se observar que das 46 escolas avaliadas somente
Dona Rosa, Novo Paraíso, Padre Eustáquio, São Bento, Jusa Fonseca, Nossa
Senhora de Lurdes, Mar e Terra, Nova Holanda, Maria Peçanha, Terra Azul,
08 encontram-se nesta situação totalizando um percen-
Quinta das Palmeiras, Jardim Dona Quita, Santos Dumont, Aeroporto, Chácaras tual de 17,39%, em que, metade das escolas (quatro

44 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Quadro 1: Apresentação das escolas de Divinópolis (MG) classificadas com notas pela escala “manter” do IDEB.

Meta da
Bairro Região Escola IDEB
escola
Alvorada Noroeste EE ILÍDIO DA COSTA PEREIRA 6,7 7,9
Planalto Sudoeste EE MANOEL CORRÊA FILHO 6,6 7,3
São Luís Nordeste EE NOSSA SENHORA DO SAGRADO CORAÇÃO 5 6,2
Oliveiras Noroeste EE VICENTE MATEUS 6,4 6,8
Zona Rural (Choro) Noroeste Rural EM EMÍLIO RIBAS 6,2 6,6
Quintino Sudoeste Distante EM JOSÉ QUINTINO LOPES 6,5 6,5
Paraíso Sudeste EM MARIA FONSECA PEÇANHA 6,8 6,9
Santa Lúcia Sudeste EM PROFESSORA EVELINA GRECO SANTOS 6,1 6,3
Fonte: Produção Autoral.

instituições) pertence à Secretaria Estadual de Educa- elencam as escolas que atingiram dois critérios dos
ção e a outra metade das escolas (quatro instituições) três parâmetros estipulados pelo Ministério da Educa-
pertence à Secretaria Municipal de Educação. As esco- ção para o ano de 2019. Pode-se observar que das 46
las citadas estão localizadas nas regiões Noroeste (E.E. escolas totais avaliadas 21 encontram-se nesta escala,
Ilídio da Costa Pereira e E.E.Vicente Mateus), Nordes- totalizando um percentual de 45,70%, em que, 12 ins-
te (E.E.Nossa Senhora do Sagrado Coração), Noroeste tituições pertencem à Secretária Estadual de Educação
Rural (E.M. Emílio Ribas), Sudeste (E.M.Maria Fonseca e nove pertencem à Secretaria Municipal de Educação.
Peçanha e E.M. Professora Evelina Greco Santos), Su- Observa-se que cincos escolas apresentam crescimento
doeste (E.E. Manoel Corrêa Filho) e Sudoeste Distante comparado à última avalição, porém não atingiram a
(E.M. José Quintino Lopes). nota individual para 2019, em outra ótica observa-se
Em uma primeira leitura, é possível analisar que ne- que 16 escolas atingiram a meta individual para 2019,
nhuma destas escolas atende à região denominada todavia não apresentaram crescimento em relação à
central. Analisando a demografia dos bairros apresen- última avaliação (2017). Ainda assim, a meta geral bra-
tados no Quadro 1, os que apresentam uma melhor in- sileira para o ano de 2019 que equivale a 6,00 foi su-
fraestrutura são o bairro Alvorada localizado na região perada por todas as instituições. As escolas desta esca-
Noroeste e o bairro Planalto localizado na região Sudo- la atendem a oito regiões distintas (Central, Noroeste,
este, havendo uma maior disponibilidade de serviços, Noroeste Distante, Oeste, Sudeste, Sudoeste, Sudoeste
o que influencia diretamente na qualidade de vida de Distante e Sudoeste Rural), sendo que cinco escolas es-
sua população. Os demais bairros (São Luís, Oliveiras, tão localizadas em bairros da região central (E.E.Enge-
Quintino, Paraíso e Santa Lúcia) estão localizados em nheiro Pedro Magalhães, E.E. Miguel Couto, E.E. Padre
regiões denominadas periféricas e que apresentam alto Matias Lobato, E.E. São Francisco De Assis e E.M. São
índice de vulnerabilidade social, famílias de classe baixa- Geraldo), onde estão localizadas a população de classe
-média, e as escolas com infraestrutura medianas para média/alta e famílias com um poder aquisitivo elevado,
atendimento aos alunos, esses bairros possuem alto ín- também são escolas que possuem melhor infraestrutu-
dice de pobreza, assim, como infraestrutura precária e ra, dispõem de biblioteca, quadra de esportes, cantina e
índice elevado de violência. sala de informática. Observa-se uma escola (E.M.Benja-
Ainda de acordo com o Quadro 1, podemos obser- min Constant) pertencente à região Sudoeste Rural, na
var uma escola (E.M. Emílio Ribas) pertencente à região Comunidade Buritis, analisando o Censo na plataforma
Noroeste rural, mais precisamente localizada na Comu- Qedu, embora seja uma escola rural, possui infraestru-
nidade Rural denominada Choro, a escola desta loca- tura adequada, saneamento básico, a dependência da
lidade pertence a prefeitura de Divinópolis. Sua estru- escola possui sala de informática, sala de leitura e sala
tura é regular para atendimento aos alunos, conforme de atendimento especializado.
descrito no Censo. Contudo, não dispõe de biblioteca, Também é importante pontuar as escolas que encon-
quadra de esportes, laboratório de ciências e sala de tram na situação “atenção”, conforme o Quadro 3.
atendimento especial. Os alunos atendidos pela escola As escolas que pertencem a escala de situação
são moradores da comunidade, que possuem fonte de “atenção”, demonstram resultados abaixo da meta in-
renda ligada a agricultura de subsistência. dividual da escola, ou seja, não superaram a meta im-
A seguir, os resultados mostram a situação “melho- posta pelo Ministério da Educação para o ano de 2019,
rar” no que se refere aos resultados da Prova Brasil. consequentemente não cresceram no índice do IDEB
As notas indicadas no Quadro 2, “melhorar”, em relação ao ano de 2017, porém atingiram a meta

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 45


Quadro 2: Apresentação das escolas de Divinópolis (MG) classificadas com notas pela escala “melhorar” do IDEB.

Meta da
Bairro Região Escola IDEB
escola
Serra Verde Noroeste CAIC EM PE JOÃO BRUNO 6,5 6,4
São Sebastião Noroeste CENTRO TÉCNICO PEDAGÓGICO - CETEPE 5,8 6,6

Nossa Senhora das Graças Sudeste EE ANTÔNIO GONÇALVES DE MATOS 6,6 6,9

São José Sudoeste EE ARMANDO NOGUEIRA SOARES 6,4 7


Belo Vale Oeste EE DO BAIRRO BELO VALE 6,8 7,2
Esplanada Central EE ENGENHEIRO PEDRO MAGALHÃES 6,9 6,9
Catalão Sudoeste EE HALIM SOUKI 7,2 7,5
São José Sudoeste EE HENRIQUE GALVÃO 6,7 7,3
Interlagos Sudeste EE LAURO EPIFÂNIO 6,9 7,1
Porto Velho Sudeste EE LUIZ DE MELO VIANA SOBRINHO 6,5 6,6
Ipiranga Central EE MIGUEL COUTO 6,5 6,5
Santa Clara Noroeste EE MONSENHOR DOMINGOS 7,1 7,3
Centro Central EE PADRE MATIAS LOBATO 7,4 8,2
Jardim Nova América Central EE SÃO FRANCISCO DE ASSIS 7,5 7,5
Comunidade Buritis Sudoeste Rural EM BENJAMIN CONSTANT 5,7 6,1
Davanuze Sudeste EM JOÃO SEVERINO DE AZEVEDO 6,5 6,5
Dona Rosa Sudeste EM PROFESSORA MARIA LOURDES TEIXEIRA 6,2 6,6
Florermida Noroeste Distante EM PROFESSORA VENEZA G. OLIVEIRA 6,7 6,7
Casa Nova Sudoeste Distante EM PROFESSOR ODILON SANTIAGO 7 6,9
Bela Vista Sudoeste EM PROFESSORA HERMINIA CORGOZINHO 7 6
Centro Central EM SÃO GERALDO 7,8 7,6
Fonte: Produção Autoral.

geral brasileira do ano de 2019 que equivale a 6,00. Educação. As escolas da situação “atenção” estão loca-
Das 46 escolas públicas de Divinópolis elencadas, 12 lizadas em sete regiões distintas da cidade de Divinópo-
encontram-se nesta situação totalizando um percentual lis-MG (Central, Nordeste, Nordeste Distante, Noroeste,
de 26,1%. Dessas, seis pertencem à Secretaria Estadual Oeste, Sudeste e Sudoeste). Dentro desta escala, apre-
de Educação e seis pertencem à Secretaria Municipal de senta-se uma escola pertencente a Polícia Militar do

Quadro 3: Apresentação das escolas de Divinópolis (MG) classificadas com notas pela escala “atenção” do IDEB.

Meta da
Bairro Região Escola IDEB
escola

Jardim Nova América Central COLÉGIO TIRADENTES PMMG - UNIDADE DIVINOPOLIS 8,6 8,2

Vila Espírito Santo Nordeste EE ANTÔNIO OLIMPIO DE MORAIS 6,8 6,2


Santa Clara Noroeste EE JOVELINO RABELO 7 6,7
Danilo Passos II Nordeste EE PROFESSOR CHICO DIAS 6,5 6,4
Vila Romana Nordeste EE ROSA VAZ DE ARAÚJO 6,6 6,5
Icaraí Nordeste distante EE SÃO FRANCISCO DE PAULA 6,8 6,7
Manoel Valinhas Nordeste EM ADOLFO MACHADO 7,3 6,9
Realengo Sudoeste EM DONA MARIA ROSA 6,2 6
Maria Helena Sudeste EM DR SEBASTIÃO GOMES GUIMARÃES 6,7 6,4
Tietê Oeste EM OTÁVIO OLIMPIO DE OLIVEIRA 6,5 6,4
Orion Oeste EM PE GUARITA 6,8 6,5
Dona Rosa Sudeste EM PROFESSOR PAULO FREIRE 6,9 6,3
Fonte: Produção Autoral.

46 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Estado de Minas Gerais (COLÉGIO TIRADENTES PMMG sendo uma escola pertence à Secretaria Estadual de
- UNIDADE DIVINOPOLIS), na qual possui acesso restrito Educação e quatro pertence Secretaria Municipal de
aos alunos herdeiros da classe militar. Educação. As escolas desta situação estão localizadas
O Colégio Tiradentes PMMG possui infraestrutura em quatro regiões distintas da cidade (Nordeste Distan-
diferenciada dentre as demais escolas do município. De te, Noroeste, Sudoeste e Sudeste). Essas regiões estão
acordo com o Censo do Qedu, todos os insumos ne- localizadas em áreas que dispõem de alta vulnerabilida-
cessários para uma formação adequada aos estudantes de social, famílias carentes.
estão disponíveis no espaço escolar, que fica localizado As duas escolas da região Sudeste E.M. Professor
na região central, dentre esses insumos, pode-se citar Bahia e a E.M. Antonieta Fonseca estão localizadas em
laboratório de informática, laboratório de ciências, sala áreas que atendem bairros mais pobres, com pessoas
de leitura, biblioteca, quadra de esportes, etc. O ensino em vulnerabilidade social da região como: Terra Azul,
dentro do colégio militar possui regimentos internos, Quinta das Palmeiras, Santos Dumont, Nova Holanda e
código de ética e conduta. O processo de seleção é entornos. A escola da região Nordeste distante E.M Sid-
aberto através de Edital de vagas e composto por Ava- ney José de Oliveira, atende crianças dos bairros Jardim
liação diagnóstica (Disciplinas de Língua Portuguesa e Cândides, Floramar (onde está localizado o presídio Flo-
Matemática), após aprovado o aluno/candidato ainda ramar) e arredores, encontram-se em situação de alta
será submetido a testes psicopedagógicos e deverá vulnerabilidade social, como extrema pobreza, alto ín-
apresentar exames e ficha de saúde. (COLÉGIO TIRA- dice de criminalidade, entre outros fatores. A escola da
DENTES PMMG - UNIDADE DIVINÓPOLIS, 2021). região Noroeste E.M João Gontijo da Fonseca atende a
Seguindo o contexto, e analisando o restante das população dos bairros São Lucas, Primavera, São Luís,
escolas que pertencem à escala “atenção”, podemos Del-Rey entre outros, a população é carente e de classe
verificar que, de acordo com o Censo, elas possuem baixa. A escola E.E. Dona Diva de Oliveira está localiza-
infraestrutura adequada, porém, estão na situação de da no bairro São José uma das regiões privilegiadas da
alerta, devido à estagnação no índice individual plane- cidade no aspecto econômico, contudo, a escola aten-
jado. Portanto, faz-se necessário uma análise crítica de de a população mais carente, residentes na Vila João
classificação dos indicadores, visto que, mesmo com ín- Cota (Vila Operária), bairros São Miguel e Catalão, a
dice elevado, IDEB de 8,20 e demonstrando o melhor escola possui infraestrutura deficitária se comparada a
índice entre as 46 escolas, o COLÉGIO TIRADENTES outras escolas da região.
PMMG - UNIDADE DIVINÓPOLIS encontra-se em es- Faz-se necessário descrever que das cinco escolas que
tado de “Alerta” devido ao formato de análise dos se enquadram no estado de “alerta”, quatro (Antonie-
parâmetros de desempenho escolar impostos pelo ta Fonseca, João Gontijo da Fonseca, Professor Bahia
Ministério da Educação. e Sidney José de Oliveira) atendem bairros carentes de
Por fim, apresentaremos as escolas classificadas em Divinópolis-MG com altos índices de criminalidade, po-
situação de “Alerta”, nas notas indicadas no Quadro 4. breza e a falta de infraestrutura local. A escola Dona
São as escolas que não atingiram nenhum dos parâme- Diva de Oliveira, localizada em região privilegiada (Bair-
tros de análise, sendo que não cresceram no IDEB em ro São José), também atende os alunos de baixa renda
relação ao ano de 2017, não atingiram a meta indivi- e possuem em comum a necessidade de uma atenção
dual planejada e principalmente estão abaixo da meta especial devido à realidade social dos alunos.
geral brasileira para o ano de 2019 que equivale a 6,00. A partir da análise dos dados sondados da última
Um ponto importante é que somente 5 escolas (Dona Prova Brasil, podemos observar que o município, in-
Diva de Oliveira, Antonieta Fonseca, João Gontijo da cluindo as escolas estaduais e municipais, obteve nota
Fonseca, Professor Bahia e Sidney José de Oliveira) das geral de 6,8 do total de 10 pontos. Essa nota é com-
46 escolas avaliadas em Divinópolis-MG encontram-se posta pelo aprendizado vezes o número do fluxo (6,95
nesta situação, totalizando um percentual de 10,9%, x 0,98 respectivamente).
Quadro 4: Apresentação das escolas de Divinópolis (MG) classificadas com notas pela escala “alerta” do IDEB.

Meta da
Bairro Região Escola IDEB
escola
São José Sudoeste EE DONA DIVA DE OLIVEIRA 6,7 5,7
Quinta das Palmeiras Sudeste EM ANTONIETA FONSECA 6,3 5
Primavera Noroeste EM JOÃO GONTIJO DA FONSECA 5,9 4,7
Nova Holanda Sudeste EM PROF BAHIA 6,9 5,9
Jardim Cândides Nordeste distante EM SIDNEY JOSÉ DE OLIVEIRA 6,4 5,1
Fonte: Produção Autoral.

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 47


As escolas encontram-se em situações distintas na grande preocupação e comprometimento do aprendi-
classificação de acordo com os parâmetros abordados e zado. As notas dessas escolas em avaliação em larga
a escala IDEB; as que se encontram na escala “manter” escala podem demonstrar o reflexo de fatores, como a
que correspondem 17,39% das 46, não necessaria- desigualdade social, a pobreza, a vulnerabilidade social,
mente apresentam um melhor desempenho em relação infraestruturas precárias para o atendimento dos alu-
às demais instituições avaliadas. O que as classificam nos, porém para afirmarmos a influência social é neces-
na escala são o cumprimento dos requisitos impostos sária uma análise detalhada desse fator.
pelo Ministério da Educação: crescimento no índice em
relação ao último ano avaliado, alcance da meta indivi- Considerações finais
dual e atingimento da meta geral brasileira para o ano
de 2019 que é 6,00. Com base no objetivo geral de sondar os resultados
As escolas E.E. Nossa Senhora do Sagrado Coração, da Prova Brasil (2019) das escolas públicas de Divinópo-
E.E. Vicente Mateus, E.E. Ilídio da Costa Pereira, E.M. lis foi observado que, as avaliações em larga escala in-
Jose Quintino Lopes, E.M. Maria Fonseca Peçanha e terferem diretamente na política da escola e na tomada
E.M. Emilio Ribas são localizadas em regiões periféri- de decisões que são peculiares de cada instituição, po-
cas e nos fazem refletir a relação de supervalorização e demos concluir a ineficiência dessas avaliações perante
desdenho devido à localização quando comparadas de a realidade vivida nas escolas.
acordo com as idealizações sociais. Dessa forma a educação formativa, em que o en-
sino pretende construir conhecimento e competências
A escola vai tratar a todos por igual. Entretanto, eles não são para formar cidadãos críticos, reflexivos, autônomos e
iguais. Em função, para uns tantos será insuficiente aquilo que preparados para viver em sociedade passa a tornar-se
a escola lhes dá; para outros não. Uns triunfaram outros irão quase uma utopia, uma vez que o estado, por meio de
fracassar. Esse triunfo confirmara aqueles aquem a sociedade avaliações em larga escala, classifica as escolas em pa-
forneceu meios paratriunfar. E o fracasso geralmente confir- râmetros que não visam à inclusão social, alavancando
mará odesprezo àqueles que a sociedadecondicionou como as desigualdades educacionais.
inferiores (NIDELCOFF,1985, p. 10). Em Divinópolis-MG, das 46 escolas públicas avaliadas,
nas esferas municipais e estaduais, 33 estão localizadas
Diante do cenário observado, podemos analisar que em regiões periféricas e 13 em regiões centrais. Diante
essas instituições quebram o paradigma social de que, da sondagem, nota-se que não houve discrepância em
somente escolas centrais podem oferecer um ensino de relação aos índices quando considerado a localização,
qualidade. A qualidade do ensino ofertado envolve vá- onde escolas situadas em regiões periféricas obtiveram
rios elementos (corpo docente, empenho dos pais no bom desempenho na avaliação e estão presentes na es-
processo de escolarização dos filhos, infraestrutura da cala “manter”, ao mesmo, tempo que se constata que
instituição, motivação dos discentes, etc). há escolas que se encontram em escala “alerta” que
Posteriormente, observa-se que existem 33 escolas estão localizadas em regiões de periferia com alto ín-
que ocupam a escala “melhorar” e “atenção” corres- dice de vulnerabilidade social e carência em relação às
pondendo a 71,8% das 46 escolas que realizaram a outras escolas que ocupam as demais escalas.
prova. A porcentagem apresentada nos traz um pano- Portanto, os resultados revelam a necessidade de re-
rama preocupante no que tange a qualidade do ensino, pensar as formas de avaliação ou até mesmo investir
pois indica que, estas instituições não atingiram todos em outras lógicas avaliativas como parâmetro do pro-
os quesitos impostos pela avaliação. A escala do IDEB cesso educativos dos sujeitos, sobretudo nas etapas da
não considera o índice geral das escolas para análise, educação básica, necessitando deliberar medidas mais
tanto que se analisar dentro da classificação “melho- democráticas da formação. Sendo de entendimento
rar” e “atenção” existe escolas com índices elevados. que esse método aplicado não é o único modelo de
O público atendido pelas escalas intermediárias a avaliação, mas interfere diretamente em políticas pú-
“melhorar” e “atenção” englobam 10 das 11 regiões blicas educacionais, instigando na manutenção da in-
da cidade de Divinópolis-MG, portanto, atendem diver- fraestrutura física e dos princípios educacionais que as
sificados públicos, classes sociais baixa, média e alta, instituições mobilizam. Os insumos físicos, como mate-
estão localizadas em regiões centrais e periféricas não rial didático, biblioteca, equipamentos de informática,
sendo possível um demonstrativo da realidade social turmas com números de alunos adequados, entre ou-
dos alunos. tros, são importantes, porém os processos avaliativos
Por fim, as escolas avaliadas na escala “alerta” que decorrentes apenas pela classificação potencializam de-
correspondem a 10,9% do total de escolas, não al- sigualdades pelo distanciamento das realidades sociais
çaram nenhum dos quesitos de avaliação, expondo e a realidade escolar.

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Notas

1
A plataforma Qedu encontra-se disponível no endereço: https://www.qedu.org.br. Criado em novembro de 2012, o site QEDU é uma
plataforma online pertencente à Fundação Lemann, que disponibiliza e divulga os dados da educação básica brasileira de forma clara e
abrangente aos profissionais da educação e instituições de ensino, visando à melhoria da qualidade do debate sobre educação. Dentro
da plataforma está elencado os dados do IDEB (Índice da Educação Básica), Prova Brasil, Censo Escolar e Enem (Exame Nacional do En-
sino Médio), estes dados podem ser visualizados por meio de filtros, onde o pesquisador pode selecionar a região, cidade e a instituição
de ensino na qual deseja realizar a pesquisa. (Fonte Site QEDU)

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ARTIGOS

Militarização da vida civil: transferência de


valores militares e repressão no sistema
educacional de Brasília (1964-1975)
Militarization of civilian life: transfer of military values and repression in Brasília’s educational
system (1964-1975)

João Antônio Gouveia e Silva *

Resumo: Durante a ditadura civil-militar, os militares mantiveram forte controle dos campos político e social, im-
primindo nessas dimensões sua influência enquanto grupo particular. Isso resultou na militarização de diversas
Recebido em: 27 abr. 2022
Aprovado em: 25 ago. 2022

instâncias da vida civil, onde é possível destacar o interesse dos militares na área educacional. Dessa forma, atra-
vés da revisão bibliográfica e análise documental, analisou-se a institucionalização de políticas que correspon-
deram a um processo de militarização da educação em Brasília ao observar os eixos pelos quais esse processo
tomou corpo e como dialoga com o pensamento militar da época. Em especial, no que tange à implementação
de políticas educacionais como o projeto disciplinar da “Educação Moral e Cívica” e da atuação dos órgãos de
repressão no contexto escolar. A partir disso, a análise busca identificar como a educação se inseriu nos projetos
ditatoriais ao sofrer a influência do pensamento militar e como esse movimento reverberou e estruturou, no
contexto educacional de Brasília, novas estruturas organizacionais escolares e práticas educativo-pedagógicas
entre 1964 e 1975 (período no qual ocorreu a formulação e implantação desses projetos).

Palavras-chave: Ditadura civil-militar. Militarização. Educação. Brasília. Educação Moral e Cívica.


—‌
Abstract: During the Brazilian civil-military dictatorship, the military maintained strong control over the
political and social fields, influencing these dimensions as a particular group. This resulted in the militari-
zation of several instances of civil life, among them the interest of the military in the educational area can
be highlighted. Thus, through a bibliographic review and document analysis, the institutionalization of
policies that corresponded to a process of militarization of education in Brasília was analyzed by observing
the axes through which this process took shape and how it dialogue with the military thought of the time.
Especially, with regard to the implementation of educational policies such as the disciplinary project of
“Moral and Civic Education” and the performance of enforcement agencies in the school context. No-
ting from this, how education was inserted in dictatorial projects when suffering the influence of military
thought, and how this movement reverberated and structured, in the educational context of Brasília, new
school organizational structures and educational-pedagogical practices between 1964 and 1975 (period
in which the formulation and implementation of these projects took place).
Keywords: Civil-military dictatorship. Militarization. Education. Brasilia. Moral and civic education.

* João Antônio Gouveia e Silva é licenciado em Ciências Sociais e bacharelando em Sociologia pela Universidade de Brasília. Pro-
fessor temporário da Secretaria de Estado e Educação do Distrito Federal. Contato: 262.joao@gmail.com.

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 51


Introdução nacional entre o período de 1889 a 1964, o desferir
do golpe não configurou, em primeiro momento, no-
O presente trabalho, fruto de pesquisa de iniciação vidade em relação à atuação das Forças Armadas nas
científica no âmbito da Universidade de Brasília procura questões políticas do país. De fato, a identidade e a cul-
observar as mudanças transcorridas com a instalação tura das Forças Armadas foram historicamente funda-
da ditadura civil-militar, no que tange à influência que mentadas através de sua relação política com o Estado
a cultura militar desse ordenamento político pôde oca- brasileiro, via de regra, pretendendo estabelecer uma
sionar nas propostas da educação básica e seus reflexos relação assimétrica entre o poder civil e militar que privi-
em Brasília. legiasse a institucionalização das concepções sócio-po-
Dessa forma, este texto se presta à análise de um líticas advindas deste poder militar na conformação da
processo sistemático que ocorreu com a estrutura do própria estrutura societal e estatal do país. Tal estrutura
aparelho estatal e com os discursos imiscuídos nas po- de pensamento evoluiu de tal maneira no interior da
líticas públicas a partir do golpe de 1964, processo que identidade militar, ao ponto de, na década de 1930, o
pode ser chamado de militarização dos campos civis de General Góis Monteiro pontuar que: “sendo o Exército
atuação político-social. Neste caso, em especial, através um instrumento essencialmente político, a consciência
de uma forma de militarização a se efetivar através da coletiva deve-se criar no sentido de se fazer a política
formulação de políticas que viabilizassem algum grau do Exército e não a política no Exército” (Góis Monteiro
de transferência de valores advindos da cultura castren- apud SANTOS, 2010, Grifo do autor). Nesse tom, Góis
se para a área educacional. Monteiro sintetizaria a centralidade com a qual os mili-
Para isso, e observando as políticas de ensino “como tares pretendiam ocupar posições no interior do espaço
um mecanismo que permite avaliar os projetos e as político nacional, como parte de um projeto de poder
ações do governo nas políticas sociais” (MATHIAS, histórico que tem seus primórdios ainda na transição do
2003, p. 149), optou-se pelo uso da revisão biblio- império para a república e cuja continuidade se desen-
gráfica e análise documental1 referentes aos projetos volveria (com seus fluxos e refluxos) ao longo de toda a
e processos de militarização do ambiente escolar-civil história da república.
no recorte temporal entre os anos de 1964 e 1975. Tal relacionamento entre política e militares, deve-
Tal recorte foi escolhido por representar o período de -se à conjectura do Estado brasileiro ter-se organizado
institucionalização daquelas propostas direcionadas à antes da formação de uma efetiva sociedade brasileira.
educação básica correspondentes ao processo de trans- E, com efeito, o Estado, ao aparecer como “entidade
ferência dos valores militares dispersados na vida civil, anterior [à sociedade] vai, paulatinamente, amalga-
especialmente em Brasília. mando essa nova sociedade, portanto, criando-a”. E,
Para vislumbrar os sentidos desse movimento de mi- consequentemente, “a ocupação desse espaço estatal
litarização e seus desdobramentos no contexto educa- [...] configurará uma posição estratégica importante em
cional do Brasil e Brasília, este trabalho expõe uma bre- relação ao controle da vida societal” (COELHO, 1976;
ve contextualização histórica sobre as Forças Armadas SANTOS, 2010).
e sua relação com a atuação política. Reflete também Dessa maneira, despontando como uma das primei-
sobre as possíveis definições do fenômeno da milita- ras instituições de Estado a se profissionalizar no iní-
rização e as concepções dos militares em relação à cio do processo de fortalecimento do próprio Estado,
área educacional. as Forças Armadas “adquiriram graus de autonomia
e organicidade suficientes para impor suas vontades à
As Forças Armadas: Aspectos de Atuação Po- sociedade civil, caracterizando, efetivamente, a estru-
lítica no Brasil turação de relações de dominação” (SANTOS, 2010,
p. 89). Ao mesmo tempo, esse grau de autonomia e
Em busca de compreender os motivos que sustenta- capacidade de definir parte de suas vontades institucio-
ram a ditadura de 1964, bem como a atuação históri- nais frente à sociedade civil, só foi possível através do
co-política das Forças Armadas, neste tópico será levan- movimento simultâneo da formulação identitária das
tado um breve histórico da relação entre a formação Forças Armadas enquanto instituição que procurava re-
política do Brasil e a instituição militar. Assim como a presentar e, ao mesmo tempo, definir as concepções
consequente estruturação de relações de poder de tipo básicas dos valores nacionais e do próprio arranjo de
assimétricas entre militares e civis proveniente dessa in- sociedade no Brasil, que ainda se encontrava em estado
teração (SANTOS, 2010). de organização.
Como bem atesta a série de interferências diretas, re- Desse modo, a identidade interna da instituição mi-
voltas, golpes e a centralidade com a qual as Forças Ar- litar se construirá na medida em que também pretende
madas ocuparam o sistema político ao longo da história sintetizar uma identidade nacional simétrica à própria

52 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


identidade militar. Esta última, vista como moralmente também do espírito anticomunista. Àquela época, já
superior e mais bem preparada ao comando do país acomodado no interior das Forças Armadas.
comparativamente aos civis, segundo a visão castrense. Nesse sentido, para Motta (2020), o aspecto antico-
Neste sentido, a atividade do militar profissional (ide- munista caracterizaria também parte central da identi-
almente subordinado ao poder civil) se confunde com dade de nossas instituições militares e policiais a partir
a proposição do ser cidadão (aquele que atua politica- de um longo processo de desenvolvimento de sua men-
mente), consubstanciando no imaginário militar a per- talidade institucional. Onde os eventos históricos trans-
cepção do “soldado-cidadão” (SANTOS, 2010, p. 81). corridos, após a revolução soviética de 1917, o cresci-
Com isso, observam-se quais serão as concepções mento da influência do Partido Comunista Brasileiro, e
utilizadas como justificativas pelas Forças Armadas o posterior relevo da União Soviética na organização do
acerca de sua atuação na vida política do país. Essas mundo bipolar da Guerra Fria, seriam incorporados ao
concepções “justificatórias”, e, ao mesmo tempo, iden- pensamento militar como contraexemplos e ameaças
titárias, começam a se estabelecer nas Forças Armadas ao projeto social e político pretendido pelos militares (e
desde seus primórdios enquanto instituição de Estado outros grupos sociais solidários à causa anticomunista).
relativamente amadurecida (o que ocorre ao final do Assim, esta nova característica incorporada ao inven-
período imperial e, em grande parte, a partir dos des- tário da identidade institucional militar (especialmente
dobramentos da Guerra do Paraguai) (COELHO, 1976). após a tentativa de levante comunista em 1935 e do
Onde essa inclinação presente em sua identidade insti- golpe de 1937), passou a, cada vez mais, sintetizar a
tucional, continuaria a se desenvolver ao longo da Re- noção interna dos militares como garantidores de um
pública em movimentos de relevo político como o Te- projeto de poder político e social progressivamente
nentismo, a Revolução de 1930 e a participação militar “ameaçado” por uma infiltração e expansão comunista
no golpe do Estado Novo (para citar alguns exemplos). no Brasil e no mundo. Neste momento, o comunismo
Como resultado desse processo histórico, os militares (ou qualquer posição política considerada como tal)
passariam a se estabelecer como “‘núcleo duro’ den- passa a se plasmar nesse imaginário como a síntese
tro do Estado brasileiro, dando-lhes maior autonomia opositora e subversiva aos preceitos de uma “democra-
diante das adversidades políticas e, portanto, oferecen- cia-cristã”, da moral ocidental e do verdadeiro patriotis-
do-lhes capacidade para penetrar na sociedade, possi- mo (MOTTA, 2020).
bilitando um importante passo na agenda da consolida- Com a escalada da Guerra Fria e o consequente de-
ção de estruturas de dominação civil-militares no Brasil” senvolvimento de seus conflitos em ordem nacional e
(SANTOS, 2010, p. 83). internacional, o viés anticomunista do ideário militar
Como resultado desse processo, formular-se-ia como atingiria então seu ponto máximo. Por conseguinte,
parte da identidade militar e da cultura política nacio- nesse período, o anticomunismo passa a se configurar
nal (que tencionava utilizar o aparato militar como ins- como elemento de mais alto relevo para mobilizar os
trumento de seus interesses), a prática recorrente pela militares e outros grupos sociais (como o empresariado,
qual os militares clamariam para si o “direito” de inter- a igreja católica e as classes médias), em torno de uma
venção ou tutela nas questões internas em momentos “cruzada” contra um inimigo em comum que justifica-
de crise. Dado que, segundo esse pensamento, a ca- ria, por fim, nova investida dos militares rumo à interfe-
serna “simbolizaria” a vontade e interesses nacionais, rência política nacional em 1964 (MOTTA, 2020).
por incorporar em sua identidade, e dela “emanar” (ao
menos segundo o imaginário castrense), os próprios va- A ruptura institucional de 1964
lores do que constituiria a nacionalidade e patriotismo.
E, por conta disso, adquirindo, o suposto “direito” à O Brasil do início dos anos 1960, se via em contexto
participação nas atividades políticas do país. Uma das de progressivo agravamento de sua crise política, eco-
consequências da formulação desse tipo específico de nômica e social, instando a radicalização dos atores po-
identidade, seria a de tomar o conjunto de sentidos e líticos, que iam das elites econômicas até à mobilização
interesses de um grupo particular (os militares), como das camadas sociais. Como era o caso de trabalhadores
representativo do interesse geral da população nacional e camponeses, até então subalternizados na população
num processo que Santos (2010), chamaria de mecanis- brasileira, mas que conseguiram se organizar ao longo
mo de dissimulação ideológica. do breve período de democratização iniciado em 1946,
Foi seguindo essa “bula”, que, em 1964, um novo alcançando maior vulto no início da década de 1960.
golpe seria dado com o objetivo de “regenerar” o país Como sequela das tensões que se formavam e da
da crise política, econômica e de uma suposta crise mo- crescente mobilização de setores marginalizados da so-
ral que o afligia durante o governo eleito de João Gou- ciedade, despertou-se nas elites brasileiras (não acos-
lart. Suposta crise moral esta, que não pode se apartar tumadas a ceder minimamente frente às reivindicações

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das camadas subalternizadas), o medo do avanço das de guerra elaboradas pelos Estados Unidos no pós-
pautas populares, que em sua mentalidade correspon- -guerra) também funcionaria como elemento de arti-
deria a uma “cubanização” do Brasil (ALVES, 2005). Tal culação e alinhamento dos militares brasileiros com as
contexto (re)mobilizou o já endêmico sentimento an- formulações ideológicas e propostas geopolíticas dos
ti-popular e anti-comunista/anti-esquerda nutrido por Estados Unidos (ALVES, 2005; SANTOS, 2010; WAS-
esses grupos (iniciado principalmente durante os anos SERMAN, 2004).
1930), e agora incrementado pela influência do contex- De maneira extremamente simplificada, a DSN ope-
to internacional da Guerra Fria. racionalizou a estrutura de pensamento da Guerra Fria
Diante de tal situação de recrudescimento dos con- no contexto brasileiro. Para isso, ela amalgamou uma
flitos entre os atores políticos e econômicos (nacionais posição de alinhamento e defesa do bloco ocidental-ca-
e internacionais) em jogo no Brasil, as Forças Armadas pitalista encabeçado pelos Estados Unidos, em adição a
tomaram a iniciativa de encabeçar um golpe de Esta- um ideário que sustentava o desenvolvimento econô-
do, com apoio do empresariado nacional e do interesse mico capitalista nacional como condicionado àquele ali-
internacional. Tal conspiração se pautou nos preceitos nhamento. Assim como, visava a DSN o asseguramento
componentes da cultura institucional militar exposta no da ordem/segurança interna pela remoção dos “óbi-
tópico anterior, com o objetivo de estabelecer um novo ces” para esse mesmo desenvolvimento econômico.
ciclo de interferência castrense que buscasse reestabe- Para isso, a doutrina incorporava o conceito de Guer-
lecer a “ordem” econômica e social-moral do país. Por ra Total, a qual envolvia não apenas a disputa militar em
sua vez, debelando a crescente organização e reivin- sua forma clássica de combate direto entre exércitos,
dicações das camadas populares e dos próprios milita- mas abrangia adicionalmente todos os campos da vida
res de patentes rasas. Movimentos entendidos como humana (econômico, político, militar e “psicossocial”,
desestabilizadores da ordem, e que abririam espaço segundo a terminologia concebida pelo General Gol-
para os agentes “subversivos” (instigados pela “inter- bery) como frentes de disputa passíveis e necessárias à
nacional comunista”), a inverterem a tradicional ordem ação militar.
brasileira instituída como país democrático (com isso Neste caso, a guerra - além do seu conceito clássico
subentende-se capitalista) e de bases cristãs, segundo o de embate entre exércitos profissionais - tomaria cor-
imaginário das elites brasileira e dos militares. po de forma indireta através da “invasão” de valores
Assim, comparado às anteriores intervenções milita- do inimigo no corpo social e psicológico da população
res - caracterizadas por maior “pontualidade” -, o golpe interna, configurando a chamada “Guerra Revolucioná-
de 1964, entretanto, assinalaria um novo marco neste ria”, ou, “subversão”. Por sua vez, qualquer indivíduo
histórico. Pois, com o contexto radicalizado da Guer- da população nacional torna-se potencial inimigo a ser
ra Fria e o desenvolvimento da Doutrina de Segurança “controlado, perseguido e eliminado”. (ALVES, 2005;
Nacional, os militares buscaram implementar uma nova WASSERMAN, 2004).
relação assimétrica de poder militar-civil de cunho per- A instrumentalização prática dessa doutrina no inte-
manente e mais radicalmente institucionalizada no Es- rior do Estado pós-golpe, passaria a se expressar através
tado brasileiro. da impressão de sua ideologia na formulação de polí-
Tal iniciativa, demandaria o uso de instrumentais que ticas nacionais e pelo arranjo dos sistemas burocráticos
procurassem legitimar e operar formas de geração e estatais. Isso, por sua vez, abriu maior espaço para pro-
imposição de “consenso” ante a população nacional, a moção de processos militarizantes no interior da estru-
fim de justificar a posição dos militares como dirigentes tura do Estado e da sociedade brasileira. Uma vez que,
das estruturas do país (relação assimétrica de poder). os setores públicos com presença militar tiveram esta
Ao mesmo tempo em que seria necessário promover presença acrescida, e diversos setores até então pouco
a eliminação de qualquer oposição mais contundente ou não tangidos pela interferência militar, passaram a
à manutenção dos militares no centro nevrálgico do sentir sua influência direta ou indireta.
poder político. Ao caminhar por essa seara, é de valiosa contri-
Para esses fins, o núcleo articulador dos mecanismos buição conceitual, observar as maneiras pelas quais o
montados para legitimação e manutenção da ditadura processo da militarização pode tomar forma. Segundo
militar-civil, correspondeu à aplicação da ideologia de Suzeley Kalil Mathias (2003), o fenômeno da militari-
Segurança Nacional, sintetizada na Doutrina de Segu- zação pode se expressar em 3 configurações distintas
rança Nacional e Desenvolvimento (DSN), teorizada no (ainda que complementares e interdependentes): (1) a
interior das Forças Armadas e, em especial, no interior militarização pode ocorrer pela ocupação física direta
da Escola Superior de Guerra (ESG) - centro privilegia- de postos administrativos civis pelos militares, transmi-
do da produção e articulação ideológica dos militares. tindo os interesses militares para o sistema político; (2)
Além disso, a DSN (amplamente baseada nas doutrinas ela pode aparecer como “realização [...] das doutrinas

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defendidas ou formuladas pelos militares”; e, por fim se fez, principalmente, através do segundo e terceiro tipos
(3) militarização como transferência dos valores milita- de militarização acentuados anteriormente. Vislumbra-se
res para os civis e para os processos de decisão polí- assim, que a militarização ocorreu menos pela “invasão”
ticos, “de tal forma que o ethos político, seria a reali- direta de militares em cargos públicos - já que o Ministé-
zação do ethos militar”, configurando uma influência rio da Educação e Cultura (MEC) manteve alto percentual
mais subjetiva (assim entendida na medida em que de civis em seus cargos. E mais pela implementação de
atinge a própria construção das subjetividades indivi- políticas de interesse dos militares e pela transferência de
duais e sociais) no campo civil. seus valores para políticas e projetos de âmbito nacionais
Feitas estas reflexões, pode-se partir para uma bre- formulados pelo MEC (MATHIAS, 2003).
ve compreensão acerca de como os campos de disputa As formas efetivas pelas quais essa militariza-
intitulados “social” e “psicossocial”, nos planos estra- ção se expressou, apareceu na influência dos militares
tégicos da DSN (GOUBERY apud ALVES, 2005), se des- na burocracia do MEC e pelos diversos programas e po-
dobraram em novas políticas e discursos educacionais líticas educacionais lançadas pelo Ministério (MOBRAL,
durante o período ditatorial. Projeto Rondon, a escolha dos livros didáticos, entre
outros), que incorporavam valores formativos da identi-
A “estratégia psicossocial” e a educação dade militar em suas elaborações, ao mesmo tempo em
que objetivavam disciplinar a sociedade para sustentar
A institucionalização de um ordenamento político- a ordem arbitrária instituída (MARTINS, 2014). Todos
-ideológico autoritário, invariavelmente preocupa-se esses projetos incorporaram preceitos ideológicos caros
com a manutenção de uma ordem social que a susten- às elites dominantes durante a ditadura: como o clero
te. Tendo isso em mente, a ditadura iniciada em 1964 católico, mas, em especial, os militares, no que tange
demandou o sistema educativo formal, na medida em aos enfoques de temas que transferissem ao corpo so-
que o controle da educação representa o comando sob cial, os elementos de seu projeto ideológico capazes de
um vital mecanismo de construção da hegemonia ide- justificar relações de poder assimétricas entre militares
ológica para legitimação e manutenção da ordem po- e civis (tanto circunstancialmente; como a longo prazo,
lítica. Isso, ao mesmo tempo em que, pelo controle do ao visar institucionalizar essa assimetria no funciona-
aparelho de Estado, era vislumbrado um dos campos de mento político-social brasileiro).
combate da “estratégia psicossocial” militar, por meio Com essas propostas, muitas políticas educacionais
da qual se introjetariam os valores “cívicos”, “morais” passaram a centrar-se na afirmação de temas como: o
e “espirituais” capazes de fazer frente ao combate psi- papel das Forças Armadas como “garantidoras” da ordem
cológico da “guerra revolucionária” a qual o “comu- e tutela política, a institucionalização da DSN, obediência
nismo internacional” instigava (ALVES, 2005; MOTTA, à ordem e hierarquia das instituições e tradições nacionais
2014; MATHIAS, 2003). inspiradas no cristianismo, no anticomunismo e demais
Dessa forma, o campo educacional ocuparia posição conceitos caros à identidade militar (LEMOS, 2011).
central na política de Segurança Nacional e Desenvol- Assim, na esteira dessas iniciativas, a intenção mais
vimento. Atendendo aos requisitos da “segurança”, a bem estruturada no sentido de transferir para o corpo
educação seria utilizada para formar e “regenerar” na da sociedade parte do ethos da caserna, foi a imple-
população brasileira o “fortalecimento de suas ener- mentação da obrigatoriedade da Educação Moral e Cí-
gias morais e cívicas”2 (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, vica (EMC), através do Decreto-Lei 869 de 1969, como
1972), incutindo o alinhamento da opinião pública aos disciplina e prática de ensino em todos os níveis de ensi-
interesses do governo. Enquanto, pelo viés do “desen- no. Como disciplinas congêneres desse mesmo projeto,
volvimento”, a educação seria concebida por valores os distintos níveis de ensino contemplariam também:
tecnicistas, objetivando a produção de mão-de-obra, Organização Social e Política do Brasil (OSPB), no ensi-
em grande parte precarizada e “obediente ao traba- no médio; e Estudos dos Problemas Brasileiros (EPB), no
lho”. De maneira a sustentar o crescimento econômico ensino superior.
(ainda que desigual) do país3. Crescimento esse a ser, Em síntese, a EMC - cujo anteprojeto havia sido for-
simultaneamente, utilizado como argumento para sus- mulado pela Associação de Diplomados da Escola Su-
tentação do próprio regime (LEMOS, 2011). perior de Guerra (ADESG), ainda que o projeto final
Neste sentido, os militares, observando a educação tenha sofrido alterações do Conselho Federal de Edu-
como campo essencial de intervenção na “Guerra psico- cação (CFE) (LEMOS, 2011) - foi tomada pelo governo
lógica” e como meio para o crescimento econômico, de- ditatorial como “uma resposta educativa urgente para
dicaram especial atenção à formulação de políticas que modificar o ciclo de subversão da ordem social e da des-
reestruturassem o campo educacional conforme a estra- moralização pela qual passavam as instituições tradicio-
tégia da DSN. Destarte, a militarização nesse setor público nais” (MARTINS, 2014, p. 46).

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Para tanto, a EMC tinha como preocupação, transmi- por conseguinte, o desenvolvimento moral e econômi-
tir ao alunato aquelas concepções caras ao pensamento co desejado pelo projeto militar.
social das elites investidas pela ditadura. Opondo-se, Sendo assim, ao difundir esses ideais tão caros e ar-
portanto, aos assaltos da “subversão” posta em mar- ticulados à identidade institucional militar ao conjunto
cha pela guerra não apenas militar, mas psicológica, so- da população, o projeto da Educação Moral e Cívica
cial e moral das forças consideradas “comunistizantes”. desponta como o eixo principal correspondente à busca
Nesse sentido, as ditas concepções veiculadas pela pela transferência dos valores militares para a vida civil
EMC podem ser expressas pela defesa da ideia de uma - ou seja, militarização - através do sistema educacional
“democracia cristã/ocidental” nacionalista (MOTTA, formal. Ainda que esse eixo principal da EMC seja orbi-
2020, p. 67). Concepção a ser compreendida da se- tado ou transpassado por outros projetos, ações peda-
guinte forma: (1) a noção de democracia aqui se con- gógicas e formas de organização educacional que, em
funde recorrentemente com os princípios liberais da todo o seu conjunto relacional se prestavam aos objeti-
manutenção da propriedade privada e de um sistema vos dessa transferência de valores.
econômico e social que valoriza o indivíduo como áto- Essas outras políticas transversais à Educação Moral e
mo e elemento principal de sua organização enquanto Cívica - núcleo articulador da militarização escolar -, se-
tal. Em oposição à estrutura econômica estatizante do riam compostas pelos demais projetos e ações comple-
socialismo e do indivíduo como parte de uma estrutura mentares ao objetivo estratégico de propagar os valores
de classes, na qual a organização coletiva é valoriza- militares ao sistema escolar. Desse modo, novos conte-
da. Nessa definição, além do alinhamento a preceitos údos ou formas de sua abordagem nos livros didáticos,
liberais, (2) democracia é entendida como sinônimo da a própria criação de novos livros escolares, a criação
cultura ocidental judaico-cristã hegemônica. Ou seja, é de eventos e centros cívicos no interior das escolas e a
realizada uma mixórdia e simplificação entre o que se- elaboração de cursos universitários e de magistério vol-
ria a democracia com os valores históricos transmitidos tados para o ensino de Educação Moral e Cívica rever-
através da colonização e dos princípios da formação na- beravam, aditivamente, o conjunto de valores tratados
cional oficial do Brasil como uma nação de identidade anteriormente neste projeto de cunho militarizante.
cristã, preponderantemente movida pela espiritualida- Assim, em suma, a imposição dessa série de políticas
de, moral, costumes católicos e europeizados. Fazendo, educacionais visava “sanear” o campo estratégico psi-
com isso, contraste ao enfoque materialista, de crítica cossocial da “subversão” através de uma proposta de
à religião e às categorias clássicas do pensamento oci- “regeneração cívico-moral-espiritual” e do disciplina-
dental realizadas pela teoria marxista. Bem como, (3) mento da população. Isso, com o objetivo de instaurar
se objeta ao preceito internacionalista do socialismo ao formas autoritárias de consenso ao redor do projeto di-
propugnar uma concepção de nacionalismo ufanista, tatorial e de instigar a perpetuação de relações políticas
também, como característica sine qua non para essa assimétricas entre militares e civis.
suposta noção de democracia. Entretanto, e cabe salientar, aos indicativos de “fa-
Relacionado ainda ao último ponto, a EMC advoga, lha” ou morosidades desses empreendimentos mais
adicionalmente, seu cunho ufanista e conservador, na me- “subjetivos” de formação/imposição de consenso, se-
dida em que buscava combater a ideia “desintegradora” riam, então, “justificáveis” ações repressivas contun-
da luta de classes negando a existência desse fenômeno. dentes para a consecução dos objetivos ditatoriais.
Uma vez que a ideologia malsã dessa luta, ao “incentivar”
a divisão interna da nação coesa em classes antagônicas, Desdobramentos no sistema escolar de Brasília
serviria apenas aos propósitos da “subversão” e da “guer-
ra revolucionária” animada pela esquerda. Nascida a partir do desenvolvimentismo de Juscelino
Todos esses aspectos, além de se alinharem com as Kubitschek e da utopia modernista, a fundação de Bra-
concepções de outros grupos sociais que sustentavam sília representou um marco da inserção do Brasil como
a ditadura, adequam-se também com as prerrogativas país que se pretendia moderno e inovador. Esse espírito
da Doutrina de Segurança Nacional (DSN). Visto que, pioneiro ecoaria igualmente na concepção do sistema
ao buscar ensinar os valores do patriotismo, das tra- educacional da nova capital, que, tendo Anísio Teixeira
dições nacionais baseadas na cultura e espiritualidade como seu principal formulador, vislumbrava uma edu-
judaico-cristã, do anticomunismo e dos valores sociais cação “inovadora, concebida como modelo alternativo
da ordem e hierarquia (tão pertinentes à lógica militar), ao existente” e que constituísse “exemplo para o siste-
a Educação Moral e Cívica aparece como um projeto de ma educacional do país”. Para isso, o sistema proposto
disciplinamento social com a finalidade de promover a incorporaria as elaborações escolanovistas de Teixeira e
segurança e a coesão interna contra o comunismo in- do pragmatismo de John Dewey: propugnando méto-
ternacional e a subversão interna do país. Garantindo, dos da educação ativa do educando e preocupando-se

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com a instalação de uma educação pública e de qua- De fato, a adoção de formas mais centralizadas e
lidade, orientada pela “construção de uma escola de- menos participativas na gestão escolar, vai ao encontro
mocrática, tanto em seus propósitos como nas formas com o discurso disciplinador e de obediência à autorida-
de organização e nas suas práticas”. Desenvolvendo a de/hierarquia estabelecida, que os militares desejavam
escola como centro de participação conjunta de estu- imprimir no campo “psicossocial”, a fim de cumprir a
dantes, educadores e sua comunidade, aliado à grande tese de “regeneração moral” da população. Incutindo-
liberdade para formular a gestão administrativo-peda- -a do espírito de união patriótica pela disciplinarização
gógica das escolas (PEREIRA, et. al., 2011). e obediência às autoridades e tradições nacionais com
Contudo, esse projeto inovador não seria implemen- vistas a “resistir” aos ataques desagregadores e ques-
tado sem percalços e resistências daqueles opostos às tionadores da ordem realizados pela ação “subversiva”.
suas inovações e pelos abalos de investimento sofridos du- Simultaneamente ao incremento dessa disciplinariza-
rante e após o governo JK. Dessa forma, o ano de inaugu- ção da máquina pública e dos estabelecimentos edu-
ração da capital (1960) já seria marcado por instabilidades cativos (principalmente durante os chamados “anos
na educação. O que levou à primeira greve de professo- de chumbo”), como visto anteriormente, a ditadura
res da nova capital. E, no mesmo ano, Paulo de Almeida também lançara mão daquele que foi (ao menos inten-
Campos (um dos idealizadores do sistema educacional), se cionalmente) o seu instrumento mais sistematizado na
demitiria da Comissão de Administração do Sistema Edu- busca de legitimação e militarização dos espaços civis-
cacional de Brasília (CASEB) por pressões internas. -escolares através do transplante dos valores militares
Em 1962, com carência de recursos, o ensino em para o conjunto do sistema social: a implantação da
tempo integral proposto se viu praticamente inoperan- Educação Moral e Cívica (EMC) como disciplina e prá-
te e, em 1963, o Centro de Ensino Médio Elefante Bran- tica educativa obrigatória nos sistemas escolares pelo
co (CEMEB) testemunhou a “demissão coletiva de pro- Decreto-Lei 869, de 12 de setembro de 1969.
fessores, diretores e assessores”, indicando que já nesse Como disciplina, a EMC deveria prever um espaço
período não havia sido “possível conciliar os ideais de com carga horária definida e ministrada por professo-
ensino, a luta pela escola participativa, com o arbítrio res com a devida formação na área na grade curricular
[de intervenções políticas], tanto no campo pedagógi- das escolas. E, como prática educativa, ela deveria ser
co, como no campo administrativo”. Como consequ- também tratada de maneira global, “percorrendo todas
ência, se iniciaram as desconfigurações do ensino em as ações educativas, e intenções subjacentes a todas as
Brasília e, “apesar da resistência [dos educadores, essa experiências propiciadas pela escola” (CFE, Parecer nº
situação] estava inserida num contexto maior [de recru- 540/77). O que se deu, principalmente, pela implemen-
descimento político que] tem encerrado seu ciclo” com tação de atividades extracurriculares, palestras, celebra-
o golpe de 1964 (GUNZBURGER; BALTAR, 1960, p. 7). ção de “eventos cívicos” e atividades desenvolvidas no
Com o golpe, as listas de demissões dos “atos da re- interior dos chamados “Centros Cívicos” instalados nas
volução” atingem os educadores da capital e os sindica- escolas (e igualmente previstos pelas normativas que
tos são fragilizados. Ao mesmo tempo, a centralização implementaram a EMC).
e limitação das estruturas de gestão e administração Dessa maneira, já no início de 1970, o sistema educa-
dos órgãos coordenadores da educação e das próprias cional de Brasília buscava se adequar à implementação
escolas, fizeram perder grande parte de sua autonomia da EMC pelo Decreto-Lei 869/69. Como atestam os pa-
administrativa-pedagógica, característica essencial do receres 03, 04, 39 e 100 do Conselho de Educação do
projeto de Anísio Teixeira para a educação em Brasília Distrito Federal (CEDF), ao recomendar a fixação de, ao
(VASCONCELOS, 2011). menos, uma aula de EMC semanalmente nas escolas.
Esta centralização das instâncias de decisão nas es- Eram igualmente perceptíveis, a reprodução dos dis-
colas e seus órgãos correlatos, aliadas à posterior ado- cursos oficiais propagandeados pelos militares (como a
ção de concepções educativas tecnicistas, aumentaram exaltação da “revolução”, dos projetos nacionais pro-
progressivamente ao endurecimento do regime, que postos pelos militares e a oposição ao “materialismo
atingiu seu ápice em fins da década de 1960. Fato que ateu”) em atividades escolares do período.
resultou em grave desvirtuamento das propostas iniciais A relativa celeridade do processo de implementação
para educação em Brasília (PEREIRA, et. al., 2011). Dis- de tais políticas na educação de Brasília, encontra corres-
so, deu-se prosseguimento a uma maior verticalização pondência, também, na promoção dos discursos, capita-
das estruturas escolares de gestão administrativo-pe- neados pelo próprio Secretário de Educação e Cultura do
dagógica, a restrição do movimento estudantil com a Distrito Federal em exercício neste período: o diplomado
limitação da atuação dos grêmios estudantis4 e a disso- da ESG e General reformado Júlio de Castilhos Cachapuz
lução do Diretório Central dos Estudantes Secundaristas de Medeiros. Tomando posse em 05 de dezembro de
de Brasília (DCESB), em 1968. 1969, Júlio de Castilhos administrou a pasta de educação

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até 1975 com forte influência dos valores militares, sin- possível aventar ainda, que os sintomas desses mesmos
tetizados pelo binômio “segurança e desenvolvimento” processos de militarização também se fizeram sentir na
da DSN e do combate à subversão pela disciplinarização própria concepção da ação dos aparelhos de repressão.
do ambiente escolar, de acordo com os valores castrenses Uma vez que estes, ao transformarem as dimensões psi-
formulados pela Escola Superior de Guerra5. cológicas e sociais, parte da estratégia de guerra à “sub-
Em 1971, são oferecidos cursos especiais de forma- versão”, dispensariam à população interna, ação repressi-
ção para orientadores, diretores e professores em EMC6. va tal qual se dispensa a um agente inimigo externo.
No mesmo ano, o Parecer 03/71 do CEDF, aprova “o Assim, os aparatos de repressão - militarizados devi-
elenco de disciplinas para o Ensino Médio Oficial”, que do ao modus operandi de sua ação executória pautadas
estipula a quantidade de aulas semanais de cada disci- nas teses da Doutrina de Segurança Nacional, idealiza-
plina do sistema educacional, e reservando para EMC e das pelos militares -, atuariam, também, como agentes
sua congênere OSPB, a seguinte carga: duas aulas nas militarizadores do campo civil ao tratá-lo como espaço
terceiras séries dos cursos técnicos e cursos colegiais; de manobra dos objetivos militares. O resultado da uti-
uma aula de EMC da 1ª à 3ª série do curso ginasial diur- lização desse aparato, é o lançamento de seus meca-
no; três aulas de OSPB na 4ª série dos cursos ginasiais nismos de discriminação entre atores/espaços hostis e
diurnos; e duas aulas semanais (uma de EMC e outra não-hostis à “Segurança Interna”, sobre a população
de OSPB) nas quartas séries do ginasial noturno. brasileira - discriminação esta que representa, também,
Atendendo à normativa da prestação de EMC como a prática da separação entre “amigos” e “inimigos”,
prática escolar (além de disciplina com carga horária característica à estrutura de pensamento militar (CAS-
fixa), ainda em 1971, aparecem registros da realização TRO, 1990). Inserindo, consequentemente, a sociedade
de palestras ministradas por militares nos Centros de civil como alvo no interior do projeto de uma estratégia
Ensino Básico. Estas abordavam temas ligados à exalta- militar geral.
ção das tradições pátrias oficiais, em especial a própria Como resultado, têm-se a transformação dos espa-
história das Forças Armadas e a temas ligados à DSN, ços civis em campo aberto de combate. Tornando es-
em palestras como: “As Forças Armadas, Segurança ses espaços militarizados através da própria atuação de
Nacional e Constituição”, “Segurança Nacional”, “As cunho militar, ou, pela consecução dos interesses mili-
Forças Armadas” e “Caxias e o Exército Brasileiro”7. tares, desempenhado pelos agentes de repressão nes-
Como pode-se perceber pelos títulos das palestras e ses locus. A integralidade dos processos sociais passa a
em outros materiais orientadores dessas práticas rela- ser interesse da deliberação e ação estratégica militar
cionadas ao ensino de moral e civismo, como no livro enquadrada nos preceitos da Doutrina de Segurança
“Guia de Civismo” (1971), estas atividades escolares Nacional (DSN).
buscavam sustentar a posição dos militares como sujei- Esse tipo de ação mais contundente dos aparelhos
tos políticos legítimos a ocupar os cargos de mando do de repressão, traziam em seu bojo o cumprimento dos
país ao apelar para a imagem das Forças Armadas como mesmos objetivos pelos quais a militarização de tipo
instituição moralizante e detentora de um histórico de “indireto” e “subjetivo” (assim entendido na medida
intervenções políticas no Brasil, e portanto, mais bem em que atinge a própria construção das subjetividades
preparadas para o comando do país. Ao mesmo tempo, individuais e sociais) também se prestavam. Quais se-
essas iniciativas ao buscar legitimar o poder político mi- jam: limitar e excluir as diversas formas de dissenso e
litar, objetivavam oferecer uma impressão de legalidade oposição à ordem instituída, seja pela eliminação física
às ações arbitrárias das Forças Armadas evocando a su- ou pela formação/imposição de “consenso”, através
posta constitucionalidade de suas ações intervencionis- do partilhamento da “cosmovisão” autoritária de uma
tas e discricionárias. unidade nacional básica. Isso, com vistas a legitimar a
Além disso, até o ano de 1975, pelo menos todas as permanência do governo ditatorial e, a longo prazo,
Escolas-Parque em funcionamento contavam com seus institucionalizar na própria composição sociopolítica
respectivos Centros Cívicos “dedicados à irradiação na nacional, as relações de poder e dominação instituídas
comunidade local, das atividades de Moral e Cívica e com a ditadura. Onde, dentro dessas relações de po-
ao aperfeiçoamento de caráter do educando” (Parecer der, destaca-se, especialmente relacionado à ideologia
03/70 CEDF). Centros nos quais eram destinados o mí- militar brasileira, a perpetuação assimétrica do poder
nimo de uma hora semanal de atividades cívicas. político entre os setores militares e civis.
Dessa maneira, a área da educação também será vis-
Repressão ta pelos agentes de repressão como área essencial de
sua atenção. Uma vez que o aparelho educativo possui-
Indissociável da assimilação dos valores militares na ria a capacidade de instigar tanto o “dissenso”, como
formação societal durante a ditadura civil-militar, é o “consenso” em relação à ordem instituída. Com isso,

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em Brasília, a atuação dos agentes de repressão no com as distintas formas de transferência dos valores
contexto educacional será patente e intensa. Isso é de- militares (militarização) para situação escolar, compu-
monstrado, em relatórios internos da “comunidade de nham, simultaneamente, a totalidade de um processo
informações”8, onde órgãos de repressão mantinham militarizante nos espaços educacionais, em específico, e
firme vigilância sobre os centros escolares (geralmente no bojo da vida civil ao compreender esse processo de
de nível médio) e sua comunidade. maneira ampliada.
Para citar alguns exemplos dessas ações, dossiês
sobre os(as) estudantes e professores(as) suspeitos(as) Conclusão
ou considerados(as) como “subversivos(as)” eram con-
tumazmente realizados com o objetivo de relatar suas Este trabalho buscou discutir as intenções, as ações
atividades nas escolas e espionar frequentemente a do governo e o conjunto de princípios (explícitos ou
vida pessoal desses “suspeitos” para além de suas vidas implícitos) que orientam as práticas sociais da ação e
escolares. Igualmente, eram confeccionados relatórios pensamento militar em relação ao campo civil. Com o
mais “gerais” com o objetivo de levantar, com certa objetivo de observar o impacto da inserção da ideologia
periodicidade, a “situação estudantil” e outros eventos militar na formulação de certas políticas educacionais e
considerados relevantes nas escolas9. sua influência na estruturação do sistema educacional
Ainda em relação à atuação dos aparatos de inves- de Brasília na primeira década da ditadura civil-militar.
tigação e repressão, em especial no Colégio Elefante Assim, foi possível constatar a inserção do campo
Branco (escola recorrentemente citada nos arquivos in- educacional no interior do pensamento militar como
ternos desses órgãos), foi observada a atuação da cen- uma área prioritária de atenção, dadas as necessida-
sura oficial no interior do estabelecimento, ao realizar, des de garantir a legitimação da ordem ditatorial, e
por exemplo, a liberação/proibição de letras de músicas como meio de veiculação da Doutrina de Segurança
dos festivais musicais realizados pela escola durante os Nacional preconizada pelos militares. Onde, a imple-
anos de 1970 e 198010. mentação da Educação Moral e Cívica, correspon-
A mesma escola chegou a ser invadida em 21 de deu a um dos principais eixos da ação militarizante
agosto de 1968 pela Polícia Militar a fim de efetuar a dentro do sistema educacional, na medida em que
prisão, sem ordem escrita para tal, do estudante e objetivava a transferência do ethos militar para o
presidente do grêmio estudantil, Luiz Carlos Montei- corpo social civil.
ro Guimarães, envolvido em manifestações estudan- Concomitantemente, por meio da revisão bibliográfi-
tis naquele ano. Durante a ação, o diretor da escola ca e análise documental oficial do período, verificou-se
foi agredido ao protestar verbalmente contra a prisão como, desde os momentos iniciais do golpe de 1964,
do estudante11. o sistema educacional de Brasília foi afetado pelas con-
Outra escola atingida por dura repressão da Polícia cepções educacionais apregoadas pela ditadura. Sen-
Militar no ano de 1968, foi o Colégio Agrícola de Bra- do possível demarcar o relativo sucesso com o qual os
sília (CAB), localizado em Planaltina, que se encontrava projetos educacionais inspirados no interesse militar
ocupado pelos seus estudantes em forma de protesto encontraram seu espaço de reprodução no interior das
contra a política educacional da ditadura e em reivindi- escolas da capital.
cação por melhores condições educacionais na referida Contudo, convém apontar para o fato de que, esta
escola (que se encontrava em estado bastante precá- pesquisa, ao analisar a formulação e institucionalização
rio). Sem oferecer resistência, os(as) estudantes que de políticas públicas que ensejaram dentro de si algum
ocupavam o colégio foram detidos(as) na madrugada processo de militarização, se furtou (devido a própria
do dia sete de junho de 1968 por 200 policiais que inva- delimitação de recursos e do objeto do trabalho) de
diram o estabelecimento com auxílio de bombas de gás desenvolver uma demonstração dos níveis de sucessos
lacrimogêneo lançadas nos alojamentos, que estavam e insucessos na aplicação dessas políticas de acordo
sendo usados como dormitórios pelos(as) estudantes. com os interesses ditatoriais do período. Bem como,
Ainda, como resultado do evento, diversos(as) estudan- não puderam ser exploradas, as formas de resistências
tes foram expulsos(as) do colégio, segundo documenta- desenvolvidas em relação a esses projetos no interior
ção e reportagem da época12. das escolas e nos aparelhos de decisão ou execução
Em suma, ações como as citadas, inseriram o contex- burocrática políticas e educacionais do período. Resis-
to educacional brasiliense na estrutura de “saneamento tências estas que ocorreram, por exemplo, através da
subversivo” elaborado pelos militares. Essa estrutura in- apropriação e ressignificação das aulas de EMC e dos
corporava o espaço escolar e seus sujeitos como alvo do “Centros Cívicos” como espaços (ainda que muitas ve-
esquema militar em seu projeto estratégico de repres- zes velados) de reflexão e crítica à ditadura civil-militar e
são. Em que, enfim, a integração dessa ação repressiva de mobilização estudantil13.

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 59


Com isso, à guisa de conclusão, a discussão deste e civis (SANTOS, 2010). E, nesse sentido, ao olhar para
trabalho busca contribuir com a observação histórica da o presente, este trabalho também pretende instigar
educação em Brasília durante a ditadura sem desconsi- reflexões mais profundas acerca do desenvolvimen-
derar o contexto geral na qual ela se inseriu. Bem como, to histórico e atual das mudanças, continuidades e
refletir sobre as relações políticas entre os poderes ci- eventuais novas formas de relações políticas entre
vis e militares no período. Constatou-se, ainda, que os civis e militares em um momento no qual a classe
processos de militarização fizeram e fazem parte da ex- militar recupera espaço como sujeito coletivo inserido
pressão de uma ideologia militar cujo objetivo é o de es- na máquina estatal e nas disputas políticas que per-
tabelecer relações de poder assimétricas entre militares meiam a sociedade atual.

Notas

1
Para esta pesquisa, devido às limitações impostas pela pandemia de COVID-19, foram utilizadas fontes documentais (pareceres, leis,
discursos, relatórios de investigação e publicações do período) disponíveis nos acervos on-line do Arquivo Nacional, Museu da Educação
do Distrito Federal, Câmara Legislativa, entre outros. Foi possível, também, por breves momentos, consultar o acervo físico do Arquivo
Público do Distrito Federal (ArPDF), que foi de essencial contribuição no fornecimento da documentação utilizada neste trabalho. É
cabível ressaltar, adicionalmente, que, entre o período de escrita e publicação deste artigo, muitos dos documentos consultados através
do Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN), não se encontram mais disponíveis para consulta on-line. A indisponibilidade
dos arquivos citados pode-se dever a atual gestão pela qual tem passado o Arquivo Nacional, que vem sofrendo com o esvaziamento
de projetos, exoneração de funcionários experientes e indicação de pessoal inapto ao serviço histórico-arquivístico. Do mesmo modo,
o Decreto 10.148, de 2019, parece contribuir para uma explicação sobre a atual indisponibilidade dos arquivos citados. O referido
decreto, põe em risco a estrutura e acesso a diversos documentos guardados pelo SIAN, já que tem como principal matéria, retirar
do Arquivo Nacional a competência de autorizar a eliminação de parte de seu acervo, passando essa competência para outros órgãos
ausentes da qualidade técnica de realizar esse tipo de apreciação. Nesse sentido, esses e outros atos realizados no atual governo dificul-
taram, mormente, o acesso a diversos arquivos do sistema, em especial a documentação do período da ditadura militar, disponibilizada
desde 2005 pelo projeto “Memórias Reveladas”. De todo modo, o autor optou por manter nas notas, os códigos dos arquivos e fundos
arquivísticos pelos quais podem ser localizados a documentação consultada no acervo físico do Arquivo Nacional.
2
Fragmento do discurso proferido por Emílio Garrastazu Médici na aula inaugural dos cursos da Escola Superior de Guerra em 10 de
março de 1970 reproduzido no “Programa do 2º Período do Ano Letivo de 1972” da Escola Superior de Guerra.
3
É importante ressaltar que a estruturação da educação a partir de concepções tecnicistas, já constituía tendência no Brasil. Mas, durante
a ditadura civil-militar, essa tendência foi intensamente incrementada.
4
Em 12 de agosto de 1968, frente ao contexto de grandes manifestações em Brasília, o Grêmio Estudantil do Elefante Branco chegaria
mesmo a ser dissolvido por 30 dias, tendo também cancelados os mandatos da diretoria eleita do Grêmio após reunião do “Conselho
Técnico do Centro de Ensino Médio Elefante Branco”. Após a dissolução do grêmio, foi convocada nova comissão mista de estudantes
e docentes para “reformular a problemática da representação estudantil”, na qual estava vedada a participação dos(as) antigos(as)
membros(as) da diretoria do Grêmio recém dissolvido. Na mesma reunião do “Conselho Técnico”, foi proibida “toda e qualquer
manifestação pública que contrarie a legislação, em especial convocação ou participação em assembléia”. A resolução do Conselho
Técnico do CEMEB sobre a dissolução do grêmio está disponível no Arquivo Nacional, Fundo Conselho de Segurança Nacional - BR
DFANBSB N8, BR DFANBSB N8.0.PRO, PAI.3321, Arquivo: br_dfanbsb_n8_0_pro_pai_3321_d0001de0001. Disponível em: <http://
imagem.sian.an.gov.br/acervo/derivadas/br_dfanbsb_n8/0/pro/pai/3321/br_dfanbsb_n8_0_pro_pai_3321_d0001de0001.pdf>. Acesso
em 04 de agosto de 2022.
5
De todos(as) os(as) cinco secretários(as) de Educação e Cultura do Distrito Federal durante a vigência da ditadura civil-militar, Júlio de
Castilhos foi o único militar (ainda que já reformado) a ocupar o cargo. Entretanto, é sintomático que um militar reformado e advindo
dos quadros da ESG tenha ocupado a pasta da educação no momento de maior recrudescimento da ditadura.
6
“Anexo 3_A Educação Primária no Distrito Federal”. Disponível em: <http://samudex.museudaeducacao.com.br/documents/2673/docu-
mentshow>. Acesso em 08 de agosto de 2021.
7
Tais palestras são registradas nos arquivos “br_dfanbsb_2m_0_0_0654_v_02_d0009de0019”, “br_dfanbsb_2m_0_0_0604_v_02_
d0003de0039” (FUNDO: Estado-Maior das Forças Armadas - BR DFANBSB 2M) e “br_dfanbsb_v8_mic_ptr_cor_ofs_1971_
d0024de0035”.
8
Aqui, destaca-se, em especial, o Sistema Nacional de Informações (SNI), Centro de Informações do Exército (CIE), Centro de Informações
da Marinha (CENIMAR) e Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica (CISA). Órgãos mais frequentemente referenciados como
produtores da documentação estudada para este trabalho.
9
As fontes acerca da atividade dos órgãos de repressão e inteligência nas escolas de Brasília, foram consultadas através do acervo on-line
do Arquivo Nacional.
10
Os documentos dos festivais musicais do CEMEB submetidos à avaliação da “Divisão de Censura de Diversões Públicas” consultados
se referem aos seguintes arquivos do fundo “Divisão de Censura de Diversões Públicas - BR DFANBSB NS” do Arquivo Nacional:
“br_dfanbsb_ns_cpr_mui_lmu_18229_d0001de0001”; “br_dfanbsb_ns_cpr_mui_lmu_32722_d0001de0001”; “br_dfanbsb_ns_cpr_

60 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


mui_lmu_32835_d0001de0001”; “br_dfanbsb_ns_cpr_mui_lmu_33351_d0001de0001”; “br_dfanbsb_ns_cpr_mui_lmu_35855_
d0001de0001”; “br_dfanbsb_ns_cpr_mui_lmu_37017_d0001de0001”; “br_dfanbsb_ns_cpr_mui_lmu_37933_d0001de0001”; “br_
dfanbsb_ns_cpr_mui_lmu_37364_d0001de0001”.
11
Arquivos consultados: “BR_DFANBSB_VAZ_0_0_37719_d0001de0001” (FUNDO: Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica
- BR DFANBSB VAZ, BR DFANBSB VAZ.0.0.37719 - encaminhamento n° 205 : situação estudantil no centro de ensino médio elefante
branco - Dossiê) e “BR_DFANBSB_VAZ_0_0_37720_d0001de0001” (FUNDO: Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica - BR
DFANBSB VAZ, BR DFANBSB VAZ.0.0.37720 - informe n° 352 : movimento estudantil - Dossiê).
12
Arquivos consultados: “br_dfanbsb_n8_0_pro_pai_2993_d0001de0001” (FUNDO: Conselho de Segurança Nacional - BR DFANBSB
N8); “br_dfanbsb_aa1_0_cmd_0033_d0001de0001” (FUNDO: Assessoria de Segurança e Informações da Universidade de Brasília
- BR DFANBSB AA1, BR DFANBSB AA1.0.CMD.33 - panfletos estudantis recolhidos pelos agentes de segurança. - Dossiê). E em con-
sulta ao Acervo da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional no jornal do Rio de Janeiro digitalizado: Jornal do Brasil. Disponível
em: <http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=030015_08&pesq=%22colegio%20agricola%20brasilia%22&pasta=a-
no%20196&pagfis=116594>. Acesso em 08 de agosto de 2021.
13
A ressignificação desses espaços pode ser constatada através de alguns registros em documentos de espionagem de professores reali-
zados pelo Sistema Nacional de Informações (SNI) e em publicações informais de mobilização estudantil que incitava a ocupação dos
“Centros Cívicos” com o objetivo de ocupar os espaços institucionais e mobilizar a classe estudantil, apartada de grande parte de sua
autonomia enquanto sujeito social desde 1968.

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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO DISTRITO FEDERAL. Parecer nº 04, de 02 de março de 1970. Orienta a
CEM sobre Educação Moral e Cívica.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO DISTRITO FEDERAL. Parecer nº 39, de 26 de junho de 1970. Interpreta-
ção dos artigos 45 e 46 da L.D.B, tendo em vista o Decreto 869, de 12-09-1969.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO DISTRITO FEDERAL. Parecer nº 100, de 18 de dezembro de 1970. Aprova
currículo dos estabelecimentos de Ensino Médio da rede oficial do Distrito Federal.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO DISTRITO FEDERAL.. Parecer nº 03, de 12 de abril de 1971. Aprova o
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62 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


RELATOS DE EXPERIÊNCIA

Conhecer nossa cultura faz bem! Uma


experiência de implementação das leis
10.639/03 e 11.645/08

Andreza Mara da Fonseca *

Resumo: Resumo: Com o intuito de atender a Lei nº 10.639/03 e a Lei nº 11.645/08, que
versam sobre a temática da “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículo da
educação nacional - cujos objetivos estão:de ampliar o repertório cultural, promover o res-
peito e o bem, além de despertar nas crianças o sentimento de pertencimento e incentivan-
do o protagonismo de cuidado histórico e social e da natureza,- proponho este trabalho
“Conhecer nossa cultura faz bem!”. A iniciativa faz parte de um projeto que integra um
projeto institucional intitulado “FAZER O BEM FAZ BEM!”. Tem cunho interdisciplinar e tem
a proposta de transitar pela dança (técnicas corporais afro/indígenas/brasileiras), música,
literatura e natureza e sociedade,oportunizando às crianças lançar mão do que já conhecem
para lidar com a novidade, criar expectativas e interesses sobre o que vão ver, ouvir, sentir,
conhecer, descobrir, fazer e aprender. O projeto foi desenvolvido com as turmas de Educa-
ção Infantil (de março à dezembro, do ano de 2012), num total de 50 crianças de 5 anos de
idade que tinham como características a espontaneidade, alegria e grande interesse em pin-
tar, desenhar, modelar, cantar e dançar. Esse trabalho foi finalista do projeto EDUCAMINAS
para a Igualdade Racial, em 2012. As atividades desenvolvidas oportunizaram a aquisição e
compartilhamento de conhecimentos e debates sobre a temática racial (negra). Essas ativi-
dades foramplanejadas com intencionalidade pedagógica, voltadas à para a aprendizagem
de novos conteúdos e ressignificação de outros, em outros lugares e sob outras perspectivas
que envolveram as crianças, suas famílias e toda a comunidade escolar. Elas foram desen-
volvidas com vistas a uma educação das relações étnico-raciais. De fato, o projeto trouxe
para a escola as histórias afro-indígenas e africanas, fortalecendo laços com a comunidade
e outros projetos da escola.

Palavras-chave: Educação Infantil. Relações étnico-raciais; Lei 10.639/03. Lei 11.645/08.

* Andreza Mara da Fonseca é pedagoga, doutoranda em Educação pela UNESP-RC, mestra em Educação, servidora da Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte. Contato: a.m.r.oliveira@edu.pbh.gov.br.

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 63


Introdução nº 11.645/08, de ampliar o repertório cultural, promo-
ver o respeito e o bem, além de despertar o sentimento
Com o intuito de atender as Leis 10.639/03 e de pertencimento e incentivar o protagonismo de cui-
11645/2008, ampliar o repertório cultural, promover o dado histórico e social e da natureza nas crianças, pro-
respeito e o bem, além despertar nas crianças o senti- ponho este trabalho “Conhecer, vivenciar e valorizar
mento de pertencimento e incentivar o protagonismo nossa cultura faz bem!” , um projeto que é parte do
de cuidado histórico e social e da natureza, realizei o projeto institucional da E.M.D.L.R.A. intitulado “FAZER
trabalho “Conhecer nossa cultura faz bem!” que faz O BEM FAZ BEM!”
parte do projeto institucional da Escola Municipal De- O projeto institucional “FAZER O BEM FAZ BEM!”
sembargador Loreto Ribeiro de Abreu( E.M.D.L.R.A). visava criar momentos de aprendizagem e ações favo-
Todos nós nascemos imersos num mundo de sons, ges- ráveis à reflexão e atuação frente aos desafios da con-
tos, palavras, cores e sabores e experimentamos diver- vivência em sociedade e com a natureza, semeando
sas situações de significados e sensações diferentes de atitudes gentis, fazendo o bem, e traz a importância
caráter individual, coletivo e social. do protagonismo para e na construção de um mundo
O conhecimento é adquirido na interlocução, o qual melhor através da vivência do bem.
evolui por meio do confronto, da observação e da escu- O presente trabalho de cunho interdisciplinar ao
ta. Assim, a linguagem segundo Bakhtin (1992) é cons- transitar pela dança (técnicas corporais afro/indígenas/
titutiva, isto é, o sujeito constrói o seu pensamento a brasileiras), música, literatura, natureza e sociedade,in-
partir do pensamento do outro, portanto, uma lingua- tentou oportunizar diferentes formas de conhecer o
gem dialógica. mundo e trabalhar com a diversidade no ambiente es-
colar . Elaborado para que as 50 crianças de 5 a 6 anos
A vida é dialógica por natureza. Viver significa participar de pudessem lançar mão do que já conhecem para lidar
um diálogo: interrogar, escutar, responder, concordar, etc. Neste com a novidade, criar expectativas e interesses sobre o
diálogo, o homem participa todo e com toda a sua vida: com os que vão ver, ouvir, sentir, conhecer, descobrir, fazer e
olhos, os lábios, as mãos, a alma, o espírito, com o corpo todo, aprender de forma protagonista e criativa.
com as suas ações. Ele se põe todo na palavra e esta palavra entra
no tecido dialógico da existência (BAKHTIN, 1992, p. 112). Desenvolvimento

Assim, aprendemos através de interações com ou- Um projeto precisa ser estruturado por intencionalida-
tras pessoas, com a natureza, com as tecnologias, com des pedagógicas e estas são descritas por meio dos objeti-
a espiritualidade, enfim, com o mundo por meio dos vos. Os objetivos elencados para este trabalho foram:
sentidos. Dessa forma, a escola da infância quanto mais
experiências alicerçadas em relacionamentos atrela- • Promover a autoestima e afirmação de identidades;
das aos valores sócios-culturais trazidos pelas crianças, • Ampliar o repertório cultural buscando um outro
tentando recriar suas histórias, costurando-as ao saber olhar para a cultura afroindígena;
acadêmico/pedagógico, poderemos agir na formação • Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corpo-
de cidadãos conscientes e capazes de enfrentar as de- rais para expressar em brincadeiras, danças e outras
sigualdades romper as armadilhas do preconceito. Sen- interações, valorizando a oralidade e a corporeidade;
do assim, estaremos reafirmando e garantindo a escola • Conhecer as potencialidades, limites e cuidado
como um espaço participativo e de conquista de direi- da imagem do seu próprio corpo;
tos no combate às exclusões étnico-raciais. • Adquirir segurança e confiança em suas capaci-
As culturas africanas e indígenas fazem parte do nosso dades motoras;
cotidiano, formando assim aspectos primordiais de nossa • Incentivar a cultura do bem, através do respeito
visão de mundo, da cultura (ritmos, danças, gastronomia, (a todos os indivíduos) e da reflexão.
língua) que necessitam ser incluídas nos currículos.
As Leis nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003 alterada Para alcançar esses objetivos foi utilizada a metodo-
pela a Lei 11645 de 10 de março de 2008 instituiu a logia da contação de histórias e sensibilização por meio
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro- de rodas de diálogos, que oportunizou para a cultura
-Brasileira e Indígena” no currículo escolar da Educação escolar e para a cultura infantil algumas histórias, músi-
Básica. Essa decisão resgata historicamente a contribui- cas, brincadeiras e atividades exploratórias que auxilia-
ção dos negros e indígenas na construção da sociedade ram no trabalho com as diferenças, a riqueza cultural
brasileira, e as suas contribuições nas áreas social, eco- e a biodiversidade, com os valores como o bem e sua
nômica e política, pertinentes à história do Brasil. prática, a amizade, o respeito, a persistência, a colabo-
Com o intuito de atender a Lei nº 10.639/03 e a Lei ração, dentre outros.

64 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


O trabalho foi marcado também por vivências cultu- • Em rodas de conversas, fazer questionamentos
rais, atividades coletivas e individuais, pesquisas, conta- sobre África (perguntar se conhecem, como ima-
ção de histórias, recontos, rodas de conversas, observa- ginam ou quais as imagens que já viram sobre o
ções, visitas, confecção do livro de pano com o reconto continente africano); a partir daí, com exposição,
da história do Maculelê, exibição de vídeos e filmes, apre- localizar no mapa-múndi o continente africano e
sentações artísticas e mostras culturais, registros variados. construir, com as crianças, um mapa – contorno do
Com o intuito de promover atividades artísticas (mú- continente africano;
sicas, danças, contação de histórias, colagens, pinturas • Contação de histórias sobre modos de vida afri-
- estudo de autor que aborda a temática), confeccio- cana, com variados registros subsequentes - iniciar
nou -se materiais, brinquedos relacionados ao projeto, com o livro “Bruna e a galinha d’Angola” Pallas
em parceria com as crianças e famílias. Também foram Editora, já que, no texto, a avó conta histórias da
produzidos mapas, murais, desenhos e textos coletivos, sua terra natal, que é a África, trabalhando com
exposições e apresentações artísticas com o intuito de as crianças como chamamos os descendentes de
compartilhar os conhecimentos adquiridos ao longo do africanos (isto é, pessoas que são filhos e netos de
projeto também fizeram parte deste trabalho. As famí- africanos nascidos fora do continente, os afrodes-
lias foram convidadas a participar de reuniões, apresen- cendentes);
tações, confecção de objetos, oficinas e se envolverem • Após essa história, problematizar a diáspora afri-
plenamente no desenvolvimento do nosso projeto. cana, a escravização e como vemos a população
O projeto foi realizado de março a dezembro de 2012. negra (contribuições e preconceitos), sondando o
que as crianças sabem do assunto, pesquisando na
Ações Propostas com pais e/ou responsáveis (comu- internet, em livros, e com rodas de conversas, atra-
nidade escolar): vés dos debates; tentar desconstruir visões e con-
cepções estereotipadas, além de colher hipóteses
• Oferecer oportunidades para exposição e debate sobre como a população escravizada conseguiu a
do tema a ser trabalhado; textos de formação espe- liberdade;
cífica, vídeos, dando a todos os envolvidos a opor- • Após essa leitura problematizar com as crianças
tunidade de problematizar diferenças étnico-raciais suas descobertas, de forma a debater suas hipóte-
e vivências a elas relacionadas; ses - principalmente sobre os quilombos. De pos-
• Realizar conversas e debates em torno da te- se dessas informações, contar a história “O amigo
mática para tentar romper com o silêncio sobre a do rei” (Rocha,2003), que narra a amizade entre
discriminação, enfatizando a construção de uma duas crianças - uma escravizada e a outra dona
pedagogia do respeito e da valorização da diversi- de escravos – descobrindo-se, ao final, que o me-
dade. Discussão com a comunidade sobre as visões, nino escravizado era um rei, que fugiu da fazenda,
dificuldades, avanços e entraves para o trabalho; foi para um quilombo e lutou muito para libertar
• Participar de visitas e exposições e contribuir para o seu povo;em especial o Quilombo de Palmares e
exploração mais sistemática de recursos e materiais Zumbi, que como o protagonista do livro “O amigo
já existentes na escola e na comunidade; do rei”, também lutou pela liberdade do povo ne-
• Ampliar oportunidades de realização do “Chá de gro. Assim, a proposta é contar a história “Zumbi,
histórias”, para a família contar suas histórias, for- o pequeno Guerreiro” (Kayodê) e mostrar vídeos e
talecendo vínculos e laços afetivos e culturais; imagens, fazendo pesquisas e discussões sobre a re-
• Avaliar, em reuniões de pais, o andamento do sistência negra e a formação dos quilombos;
trabalho e as propostas de mudança ou consolida- • Pesquisar também sobre os indígenas; assistir a
ção do processo. vídeos sobre algumas nações indígenas e contar
histórias do autor Daniel Munduruku e outros, além
Ações propostas com as crianças: de conhecer um pouco do modo de vida de algu-
mas tribos/etnias indígenas. Após assistir aos vídeos
• Assistir aos filmes “Kirikú e a Feiticeira” e “Kirikú e ouvir as histórias compartilhadas, em uma roda
e os Animais Selvagens” (Michel Ocelot, ano?) - a de conversas, as descobertas e as observações so-
partir deles, observar o modo de vida africano, em bre os acontecimentos, fotos, filmagens e o registro
roda de conversas, para identificação de percep- dessas vivências através de desenhos, esculturas e
ções e questionamentos das crianças sobre o filme pinturas;
e os personagens. O momento pode ser aproveita- • Leitura e contação de algumas histórias sobre o
do para expor que são filmes produzidos a partir da Maculelê para depois produzir o próprio reconto
mitologia africana (histórias milenares); coletivo sobre a temática;

Revista Com Censo #30 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 65


• Realização do reconto da história sobre o Macu- Figura 1: Caderno de registros do projeto

lelê, com as ilustrações das crianças. Essa foi uma


maneira de conhecer, mostrar a importância de
preservar e divulgar o patrimônio cultural e contar
uma história de resistência dos nossos antepassa-
dos. Construção do livro de pano com este reconto
realizado e construído coletivamente;
• Organização de oficinas de bonecas Abayomi
com as crianças, contando a história dessas bo-
necas, apresentações artísticas e culturais com e
para as crianças.
• Desenvolvimento atividades complementares e
paralelas: confecção de cartazes, murais, exposição
de fotografias e mostra de vídeos para as crianças
e toda a comunidade escolar, interlocução com o
Fonte: Arquivos do acervo próprio, 2012.
projeto Escola Integrada na oficina de percussão.
• Importante também apontar os materiais utili-
zados foramutilizados como CD, computador, Da-
tashow, tecidos (americano cru, tnt, estampado), Figura 2: Registros do projeto

tintas cores variadas, pincéis, papéis de texturas,


gramaturas e tamanhos variados, caneta para te-
cido, linha de costura, cola relevo, Micro System,
TV, cabos de vassoura, fita adesiva colorida, cola
colorida, instrumentos musicais (bandinha); livros
do kit de literatura afro (fornecido pela Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte - PBH)
• A dinâmica e realização do projeto foi apoiada
pela gestão da EMDLRA com a disponibilização de
materialidade, espaços e tempos para uma condu-
ção efetiva.
• As imagens a seguir ilustram um pouco do que
foi construído e experienciado durante a realização
deste projeto e a relevância para todos os envolvi-
Fonte: Arquivos do acervo próprio, 2012.
dos e a comunidade escolar.

XI COPENE 2020 - RELAÇÕES ÉTNICO-RA-


CIAIS: espaço escolar e não escolar na efeti- Figura 3: Oficinas do projeto
vação da luta antirracista

As imagens na Figura 1 apresentam o portfólio, onde


estão as memórias, os registros fotográficos, desenhos
e escritas realizados pelas crianças no desenvolvimento
e evolução do projeto. São várias imagens, mas para
esta publicação foram elencadas somente algumas ima-
gens para ilustrar minimamente o relato.
Essa colagem de imagens na Figura 2 mostra a rique-
za dos registros infantis no reconto sobre a história de
Maculelê. Registros em desenho feitos pelas crianças,
tendo a professora como escriba da história coletiva.
Na Figura 3, os registros são de algumas das ofici-
nas de bonecas como Abayomi, percussão e contação
de histórias. Essas oficinas foram realizadas durante o
projeto, com intuito de promovermos uma postura social
frente a necessidade de se garantir uma igualdade racial. Fonte: Arquivos do acervo próprio, 2012.

66 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Inserir a temática das relações raciais na escola des- percebam, se assumam, se valorizam, tenham opor-
de a Educação Infantil é fundamental para uma prática tunidade de, como sujeitos, se apropriarem de suas
educativa que respeite a diversidade e crie condições próprias histórias e das histórias de seus antepassa-
para que as crianças possam construir “referenciais po- dos, construindo sua autoestima e tendo possibilidade
sitivos sobre as identidades etnicorraciais sem precon- de interferir no resgate da autoestima dos seus familia-
ceitos” (BRASIL, MEC/SECAD, 2006, p.21). res” (ROCHA, 2008, página 32).
O papel da escola, nos debates étnico-raciais, é de Por meio de uma proposta pedagógica bem funda-
estimular a formação de valores, hábitos e comporta- mentada, a educação infantil deve propiciar situações
mentos que respeitem as diferenças e as característi- de cuidado, brincadeiras, aprendizagens e vivências
cas próprias dos diversos grupos que compõem o país culturais orientadas de forma integrada que contribu-
(BRASIL, 2004), se colocando como um dos espaços am para o desenvolvimento das capacidades infantis,
fundamentais no processo de educação das relações das relações interpessoais, favorecendo uma atitude de
entre esses grupos e de valorização dos patrimônios his- aceitação, respeito e confiança em si e no outro.
tóricos e culturais da população negra. De acordo com
Cavalleiro (2000, p. 198) “o silêncio que atravessa os Considerações finais
conflitos étnicos na sociedade é o mesmo que sustenta
o preconceito e a discriminação no interior da escola”. A avaliação ocorreu a partir da observação do de-
Esse projeto foi construído, desenvolvido e experiencia- senvolvimento, interesse e participação das crianças nas
do para romper com estes silêncios. rodas de conversas, debates e contação de histórias,
De acordo com o texto das Diretrizes Curriculares nos registros e atividades propostas. Foram construídos
Nacionais (DCNs) para a Educação das Relações etni- alguns registros com as crianças, realizados momentos
co-raciais, coletivos de contação de histórias, exibição de vídeos,
rodas de conversas, apresentações artísticas para as ou-
tras turmas da escola e famílias, oficinas temáticas com
(...) pedagogias de combate ao racismo e à discriminação ela-
as famílias.
boradas com o objetivo de educação das relações etnicorra-
ciais positivas visam fortalecer entre os negros e despertar en-
O diálogo com as famílias foi constante, na primeira
tre os brancos a consciência negra. Entre os negros, poderão reunião de apresentação do projeto para as famílias e
oferecer conhecimentos e segurança para orgulharem–se da em todo o processo de desenvolvimento do mesmo. E
sua origem africana; para os brancos, poderão permitir que também na participação da confecção do reconto em
identifiquem as influências, a contribuição, a participação e a livro de pano da história do Maculelê, nas músicas, dan-
importância da história e da cultura dos negros no seu jeito ças, brincadeiras e outros.
de ser, viver, de se relacionar com as outras pessoas. (BRASIL: As atividades desenvolvidas oportunizaram a aqui-
MEC/SECAD, 2005. p. 16) sição e compartilhamento de conhecimentos, e deba-
tes sobre a temática racial (negra) e indígenas. Essas
Por isso, se faz necessário que em qualquer nível da atividades, planejadas e com intencionalidade pedagó-
educação essa temática seja trabalhada, para tentar su- gica, para a aprendizagem de novos conteúdos e res-
perar as facetas do preconceito e apostar numa posição significação de outros, em outros lugares e sob outras
de transformação. O trabalho cotidiano precisa incor- perspectivas que envolveram as crianças, suas famílias
porar o discurso da diferença não como desvio, mas e toda a comunidade escolar, com vistas a uma educa-
como algo que enriquece as práticas pedagógicas e as ção das relações étnico-raciais. De fato o projeto trou-
relações entre as crianças, possibilitando, desde cedo, xe para a escola as histórias afro-indígenas e africanas,
o enfrentamento de práticas de racismo, a construção fortalecendo laços com a comunidade e outros projetos
de posturas mais abertas às diferenças e, consequen- da escola.
temente, a construção de uma sociedade mais plural. E, além disso, o envolvimento e participação das fa-
As propostas pedagógicas a serem desenvolvi- mílias e de toda a comunidade escolar foram imprescin-
das na Educação Infantil devem criar possibilidades díveis para o desenvolvimento deste trabalho.
para que as crianças “possam vivenciar uma pedago- Esse trabalho foi finalista do projeto EDUCAMINAS
gia com a qual tenham identidade, sejam vistas, se para a Igualdade Racial, em 2012.

Referências
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Educação/UFMG, 2004, 50’.
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KIRIKU E A FEITICEIRA . Direção e Roteiro: Michel Ocelot. Vozes/Cast.França / Bélgica /Luxemburgo:1998 Gênero: Animação,
Aventura, Família. Duração: 74 minutos.
KIRIKU E OS ANIMAIS SELVAGENS. Direção e Roteiro: Michel Ocelot. Vozes/Cast.França / Bélgica /Luxemburgo:1998 Gênero:
Animação, Aventura, Família. Duração: 71 minutos.
LIVROS ANIMADOS (várias histórias). A Cor da Cultura. Canal Futura. SEPPIR/MEC.Disponível em ww.acordacultura.org.br.
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68 Revista Com Censo #31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


qualidade de vida
no trabalho RCC
Cadernos

Brasília-DF • Cadernos RCC#31 • v. 9 • n. 4 • novembro 2022


GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Ibaneis Rocha - Governador
Paco Britto - Vice-Governador

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO


Hélvia Miridan Paranaguá Fraga - Secretária
Isaías Aparecido da Silva - Secretário Executivo

SUBSECRETARIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOS


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Maria das Graças de Paula Machado - Subsecretária

DIRETORIA DE ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO PEDAGÓGICO E PESQUISA
Orlando Corrêa Matos Cerqueira Filho - Diretor

EDITORA-CHEFE
Raquel Oliveira Moreira (SEEDF)

EDITORAS ADJUNTAS
Andressa Marques da Silva (SEEDF)
Camilla Cristina Silva (SEEDF)

EDITORES DE SEÇÃO
Alzira Neves Sandoval (SEEDF)
Danilo Luiz Silva Maia (SEEDF)
Robson Santos Câmara Silva (SEEDF)

EDITORAS CONVIDADAS
Fernanda Patrícia Pereira (SEEDF)
Khrissley Guimarães de Oliveira Lopes (SEEDF)

COMITÊ GESTOR
Adriana Almeida Sales de Melo (UnB)
Ana Cláudia Nogueira Veloso (SEEDF)
Gilvan Charles Cerqueira de Araújo (SEEDF)
Henrique César de Oliveira Fernandes (SEEDF)
Ingrid Dittrich Wiggers (UnB)
Maria das Graças de Paula Machado (SEEDF)
Orlando Corrêa Matos Cerqueira Filho (SEEDF)
Remi Castioni (UnB)

CONSELHO EDITORIAL
Adriana Almeida Sales de Melo (UnB)
Bruno Portigliatti (FCU)
Célio da Cunha (UCB)
Frederico Augusto Barbosa da Silva (IPEA)
Girlene Ribeiro de Jesus (UnB)
Gustavo Henrique Moraes (INEP)
Ingrid Dittrich Wiggers (UnB)
Jaqueline Moll (UFRGS)
José Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquerque (UFC)
Lêda Gonçalves de Freitas (UCB)
Maria Helena Guimarães de Castro (UNICAMP)
Odorico Ferreira Cardoso Neto (UFMT)
Ormezinda Maria Ribeiro (UnB)
Raquel Nery Lima Bezerra (UFBA)
Remi Castioni (UnB)
Rosemary Dore Heijmans (UFMG)

ARTE DA CAPA
Yiara Hillebrand
Imagem gentilmente cedida

DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO FINAL


Danilo Luiz Silva Maia

IMPRESSÃO
Secretaria de Estado de Educação
Tiragem: 900 exemplares

ISSN 2359-2494

A Revista Com Censo (RCC) é um periódico científico, de acesso livre, que


adota o processo de avaliação por pares (peer review), fundado em 2014 e
publicado trimestralmente desde 2016.
O periódico é vinculado à Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
(SEEDF), Brasil.
As opiniões veiculadas nos trabalhos publicados em edições da RCC são
de responsabilidade exclusiva de seus (suas) autores(as) e não representam
necessariamente a posição da revista ou da SEEDF.
A revista promove o uso de estatísticas educacionais, especialmente dos dados
censitários relativos ao desenvolvimento de políticas públicas na área de educação.
As edições publicadas e a lista do corpo de pareceristas da revista encontram-se em:

www.periodicos.se.df.gov.br/index.php/comcenso
PRÓLOGO

Abordar o tema da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é trazer à tona um assunto essencial para os tra-
balhadores, em especial da educação pública no Brasil.
O adoecimento dos profissionais, identificado de forma mais concreta pelo número de licenças para trata-
mento da própria saúde e de profissionais readaptados, é o sinal amarelo de que algo sério está acontecendo
e precisa ser identificado e combatido.
Os estudos sobre Qualidade de Vida no Trabalho tiveram início nos anos 1950, e estão coadunados com
pesquisas e estudos sobre sofrimento e adoecimento no trabalho, bem-estar no trabalho e ergonomia da
atividade. Mais recentemente, estas pesquisas expandiram para temas como felicidade, engajamento,
satisfação, entre outros, e foram compondo a base do conhecimento de muitos dos estudiosos atuais
sobre o tema, incluindo-se aí os servidores da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEE-
DF) que se dedicam ao assunto.
No entanto, é através das pesquisas realizadas pelos servidores desta Rede Pública de Ensino do Distrito Fe-
deral, das demais Instituições de Ensino Superior e daqueles advindos de outros Estados da Federação - como
poderão constatar nesta rica edição -, em que o próprio trabalhador pode ser ouvido em sua relação direta
com o fazer cotidiano; onde o prazer e o sofrimento se encontram em uma espiral de emoções individuais e
coletivas; é também quando a vida em sua integridade é experimentada e modificada em cada encontro, em
cada olhar, em cada escuta, que os dados para subsidiar as ações, projetos, programas e políticas públicas se
consolidam.
Na SEEDF, desde 2008, algumas ações - inicialmente embrionárias - foram tomando corpo e encontrando
ressonância em outras áreas, em outros profissionais e até em outros órgãos do GDF. Hoje, a existência de
uma unidade orgânica dedicada à Qualidade de Vida dos trabalhadores da educação; uma formação conti-
nuada que preconiza o autocuidado; uma Política de Qualidade de Vida no Trabalho inovadora no DF e no
Brasil; e, agora, esta edição temática sobre QVT, na Revista Com Censo - mais um dos nossos orgulhos na
Rede! - são indicativos e também a comprovação de que este é um assunto a ser assumido por todas e todos
que se afetam com a necessidade de que nossos servidores estejam saudáveis e realizados, dedicando-se
cotidianamente a oferecer aos estudantes o que temos de melhor: nós próprios!

Fernanda Patrícia Pereira


Khrissley Guimarães de Oliveira Lopes
Editoras Convidadas

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 71


ÍNDICE

DOSSIÊ - ENTREVISTAS

74 Mário César Ferreira

77 Epitácio do Nascimento S. Junior

DOSSIÊ - ARTIGOS

79 Por uma abordagem sistêmica da Qualidade de Vida no Trabalho – a profissão docente em questão

Rosana Carneiro Ferreira

A busca pela qualidade de vida do trabalhador da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – registro
90 histórico

Khrissley Guimarães de Oliveira Lopes

103 Reconexão com o projeto de vida: caminho para o bem-estar docente

Alessandra Gmaf Teixeira Fidelis e Tamar Rabelo Castro

Clube de Ciências Biológicas Virtual (CCBV): implantação e os impactos na formação do estudante de biologia no
115 ensino médio e na qualidade do trabalho do professor durante e após a pandemia de Covid-19

Marcos Borzuk da Fonseca Júnior e Maria Fernanda Nince Ferreira

72 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DOSSIÊ - RELATOS DE EXPERIÊNCIA

Políticas públicas nas áreas da saúde e da qualidade de vida dos profissionais da Secretaria de Educação do Distrito
125 Federal: um levantamento das possíveis redes de apoio ao bem-estar e a saúde mental dos professores
Lidiane Oliveira Eduardo Mota

136 Mãos unidas costuram a paz: reflexões sobre a qualidade de vida no trabalho dos profissionais da educação

Danielle Daiane Reis e Clemência Rodrigues da Silva Santos

(Trans)Formação continuada: o despertar dos profissionais da educação para o bem-estar pessoal, profissional e para a
143 qualidade de vida no ambiente de trabalho

Roseane Cristiane Correia Lima dos Reis

Roda de Conversa para Servidores Readaptados por Redução na Capacidade de Uso da Voz na Secretaria de Estado da
149 Educação do Distrito Federal (SEEDF)

Luana Carolina Correa Santos

158 Terapia comunitária na FUP-UNB: saúde universitária na pandemia de covid-19 e na volta às aulas presenciais

Eliete Ávila Wolff, Dulcicleide de Araújo Melo, Helio da Costa Marin, Gelciene da Cunha Fernandes e Ana Luiza Oliveira Leal

165 A importância da formação continuada com foco na promoção da saúde vocal do professor

Ivonete da Silva Oliveira

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 73


DOSSIÊ - ENTREVISTA
Ergonomia da Atividade
Divulgação: Mário Ferreira

Aplicada à Qualidade de
Vida no Trabalho:
Problemas e soluções

Prof. Dr. Mário César Ferreira

Entrevistadora:
Khrissley Guimarães de Oliveira Lopes (SEEDF)

Perfil: 1. O senhor tem dedicado anos de sua formação e atuação


profissional acadêmica ao tema da qualidade de vida no tra-
Dr. Mário César Ferreira é Psicólogo do Trabalho. balho. O que o motivou a seguir esta linha de estudos? Qual
Professor titular do Instituto de Psicologia da Univer- a importância deste tema para o trabalhador, em especial, o
sidade de Brasília (UnB). Tem doutorado em Ergono- trabalhador da educação?
mia pela École Pratique des Hautes Études, França.
Tem pós-doutorado em Ergonomia Aplicada à Qua- Prof. Dr. Mário César Ferreira: Quando decidi pelo curso de
lidade de Vida no Trabalho (QVT) pela Universidade graduação, almejava com a Psicologia poder conhecer mais o ser
Paris 1, Sorbonne, França. É especialista em Quali- humano e contribuir para a sua saúde mental. Havia também de-
dade de Vida no Trabalho (QVT) com diversas inter- sejo de autoconhecimento. Mas, tão logo iniciei o curso fui perce-
venções no contexto do serviço público brasileiro. É bendo que o campo da clínica e das psicoterapias não me empol-
também autor e organizador de 12 livros no campo gava, sobretudo pela hegemonia de atendimento individualizado.
da relação trabalho-saúde e Qualidade de Vida no Eu queria uma prática profissional em Psicologia de natureza mais
Trabalho (QVT). coletiva, mais social. A minha militância no movimento estudantil
no período final da ditadura militar-empresarial no Brasil, primei-
ra metade da década de 1980, me motivara fortemente para este
caminho de práxis profissional. Foi neste contexto e com base em
minhas leituras em filosofia, história, sociologia e na própria psi-
cologia que bem cedo elegi o trabalho como objeto de estudo,
conhecimento e formação. Fui, em “doses homeopáticas”, com-
preendendo o caráter ontológico do trabalho para a constituição
da espécie humana. Me apaixonei pelo tema do trabalho e suas
múltiplas implicações para a nossa história pessoal e das socieda-
des. Tema genuinamente universal, transversal e estratégico para
compreendermos as virtudes e as mazelas da existência humana na
contemporaneidade e também na história.
Para os trabalhadores da educação, forjadores incansáveis das
gerações futuras, a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é uma
questão essencial para o saudável exercício do métier. Ela é indis-
sociável das vivências de bem-estar no trabalho, de segurança e

74 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


dos cuidados em preservar a saúde pessoal e coletiva. Trabalho Afinal, são eles que conhecem mais o próprio trabalho que
em educação sem Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é sinô- realizam, os efeitos de suas ações sobre si próprios, sobre os
nimo de sofrimento, presenteísmo, absenteísmo, adoecimento, outros e sobre as situações. Conhecem também certos riscos
acidentes de trabalho, erros, retrabalho, sobrecarga etc. Um ce- para a saúde e a segurança pessoal. Cada escola e seu coletivo
nário muito negativo em que todos perdem: os educadores, as de trabalhadores, por exemplo, tem singularidades preciosas
unidades administrativas, as escolas, os educandos, as famílias e, para contextualizar a necessidade e a urgência de QVT. Com
por extensão, a própria sociedade. Quem está no dia a dia das base neste paradigma, construímos uma tecnologia de ponta,
escolas sabe bem do que falo, pois vivenciam diversos problemas ancorada em Ergonomia da Atividade e na Psicologia do Traba-
(ex. falta de pessoal e de concursos; baixo comprometimento de lho, que tem ajudado as organizações e seus trabalhadores em
pais ou responsáveis; falta de acessibilidade para pessoas com de- diagnóstico de Qualidade de Vida no Trabalho e na concepção
ficiências; excesso de demandas; condições precárias de trabalho; de Política e Programa de QVT (PPQVT). A Ergonomia da Ati-
distância casa-trabalho etc.). Os governos deveriam adotar uma vidade Aplicada à Qualidade de Vida no Trabalho (EAA_QVT)
diretriz do tipo: QVT para educar, educar para QVT! se estrutura em dois níveis analíticos complementares: macro
diagnóstico organizacional e micro diagnóstico situacional de
2. Em suas palestras, artigos e livros o senhor procura di- QVT. O nosso Inventário de Avaliação de Qualidade de Vida
ferenciar uma QVT assistencialista e hegemônica daquela no Trabalho (IA_QVT), instrumento quanti-quali de pesquisa
promotora de bem-estar no trabalho, ou contra hegemô- empregado na etapa de macro diagnóstico, permite conhecer
nica. Como o senhor define as duas? Quais as principais com rigor científico as fontes reais de bem-estar e mal-estar
diferenças entre elas? no trabalho e com base nelas formular tanto Política quanto
Programa de QVT para uma dada organização. A EAA_QVT
Prof. Dr. Mário César Ferreira: A Qualidade de Vida no se apoiam em fundamentos teóricos, metodológicos e éticos
Trabalho de viés hegemônico em empresas e órgãos públicos para que a QVT seja forjadora de uma cultura organizacional
tem se caracterizado por oferecer aos trabalhadores uma es- de valorização efetiva (e não retórica) dos trabalhadores. Te-
pécie de “cardápio” de atividades anti estresse, pleno de alter- mos mais de duas décadas trabalhando com esta abordagem
nativas (massagem, yoga, tai chi chuan, meditação etc.). Nas de Qualidade de Vida no Trabalho no setor público brasileiro.
nossas pesquisas encontramos até alternativas do tipo “mapa Ela já atingiu certo grau de maturidade e confiabilidade e tem
astral” e “saudando o sol” para a promoção da QVT. Temos ajudado as organizações e seus trabalhadores na promoção
todo respeito com estas abordagens, pois certamente devem sustentável de QVT.
ter, hipoteticamente, o seu valor quando aplicadas em outros
contextos, situações. Mas, imaginar que elas promovem QVT 4. Os governos utilizam as avaliações em nível local e
é um equívoco. Uma ilusão ilusionista. Puro assistencialismo. nacional para avaliar a qualidade da educação básica. O
Na prática funcionam como uma espécie de “ofurô” corpo- senhor acredita que possa existir alguma relação entre os
resultados desses exames e a qualidade de vida do traba-
rativo. O que se passa é que tais ações de QVT não agem de
lhador da educação, em especial do professor? Como isso
fato nas causas mais profundas das vivências de mal-estar no pode ser observado?
trabalho que estão presentes nas empresas, nas escolas, nas
repartições públicas. Elas são paliativas.As raízes dos problemas Prof. Dr. Mário César Ferreira: Penso que os resultados
permanecem inatacadas, incólumes. Nossas pesquisas na UnB, que chegam de tais avaliações locais e nacional são uma espé-
sobre QVT, mostram que este viés hegemônico de Qualidade cie de ponta do iceberg do que o setor educacional tem podido
de Vida no Trabalho tem fôlego curto, prazo de validade. Os e conseguido produzir. Assim como os limites e problemas que
trabalhadores não demoram a perceber sua inocuidade e as tais avaliações evidenciam ou sugerem. Subjacente em cada ci-
abandonam. A rigor a QVT com verniz de “ofurô” veicula uma fra de tais avaliações há um mundo a ser mais bem conhecido,
concepção de ser humano, trabalho e organização de viés pro- investigado e explorado em termos de presença ou ausência de
dutivista. Em contrapartida, a nossa abordagem contra hege- Qualidade de Vida no Trabalho. A obtenção de resultado X ou
mônica de QVT busca resgatar o sentido civilizatório do traba- Y em uma avaliação é indissociável de desafios, por vezes in-
lho humano como promotor de saúde, bem-estar duradouro e contornáveis, nos âmbitos das condições, frequentemente, pre-
forjador de nossa identidade. Isto aumenta de importância no cárias de trabalho, das relações socioprofissionais conflituosas
contexto do serviço público cuja missão não é lucro, rentabili- (ex. práticas de assédio moral e sexual no trabalho), das práticas
dade e competitividade de mercado. de gestão produtivistas e adoecedoras, de salários aviltados,
de baixa perspectiva de carreira e ascensão profissional, bem
3. O senhor, em conjunto com outros estudiosos do tema,
como da desvalorização social. Tais avaliações educacionais são
propõe como alternativa contra-hegemônica a utilização
da abordagem identificada como “Ergonomia da Ativida- fundamentais e estratégicas para o país, mas deveriam tam-
de Aplicada à Qualidade de Vida no Trabalho – EAA-QVT”. bém (e prioritariamente) virem acompanhadas de avaliações e
Do que se trata? Como pode ser utilizada para a identifi- política pública no campo da Qualidade de Vida no Trabalho
cação de problemas e soluções referentes à Qualidade de para os educadores. Os trabalhadores da educação são heróis
Vida no Trabalho? anônimos neste imenso Brasil. Ao cuidarem da formação das
crianças e dos jovens são verdadeiros artífices do futuro. As
Prof. Dr. Mário César Ferreira: Preconizamos uma abor- notas das avaliações infelizmente pouco ou nada dizem sobre
dagem que tem como paradigma o olhar dos trabalhadores. o custo humano do trabalho inerente para produzi-las.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 75


5. Quais os avanços, caminhos e obstáculos que o senhor no Brasil. Quanto aos caminhos, eles precisam ser forjados co-
vislumbra para a QVT nas instituições públicas e privadas, letivamente. Eles devem ser obra de todos que almejam a QVT
em especial na área de educação, no momento atual? duradoura, sustentável. Nesta perspectiva, entre tantas tarefas,
é imperioso que os trabalhadores da educação compreendam
Prof. Dr. Mário César Ferreira: Quanto aos avanços, penso bem a distinção entre Estado e Governo. Governos passam,
que a Qualidade de Vida no Trabalho de natureza sustentável servidores ficam. É igualmente imperioso abolir o enquadra-
tem avançado especialmente nas instituições federais dos três mento “trabalhadores da área fim” e “trabalhadores da área
poderes da República, ainda que de modo incipiente. Há lon- meio”. Tais vínculos, de raiz taylor-fordista, tem se revelado
go caminho a percorrer. Além disto, os trabalhadores cada vez muito nocivos para a efetiva promoção da Qualidade de Vida
mais tomam consciência de que bem-estar no trabalho não se no Trabalho. Eles terminam sendo geradores de subculturas orga-
delega. Ao contrário, o bem-estar no trabalho cobra protago- nizacionais, fontes de conflitos e, sobretudo, de sentimentos de
nismo de cada indivíduo para cuidar de si mesmo e ajudar a injustiça. É preciso instaurar uma QVT pra valer e durar. Ela não
cuidar dos outros. Não é demais lembrar que nosso país tem pode ser modismo passageiro. Afinal são os trabalhadores que
pouco mais de 500 anos e dois terços deste tempo estava em forjam cotidianamente a riqueza do planeta e são merecedores de
vigência o horror do escravagismo. A mentalidade “casa gran- Qualidade de Vida no Trabalho. A promoção da QVT no Brasil e,
de e senzala” é ainda forte e presente nas relações de trabalho sobretudo no setor educacional, é tarefa pra ontem.

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DOSSIÊ - ENTREVISTA
Foto: Fabiano Neves/Sequali
A Qualidade de Vida
no Trabalho no serviço
público do GDF

Epitácio do Nascimento S. Junior

Entrevistadora:
Khrissley Guimarães de Oliveira Lopes (SEEDF)
1. A qualidade de vida do trabalhador (QVT) é um assunto
relativamente recente e que vem sendo estudado em diversos
Perfil: aspectos, como o da psicologia, sociologia, administração e
economia, por exemplo. Na sua visão, qual a importância dos
Epitácio do Nascimento S. Junior é servidor público
estudos nesta área?
federal, gestor e administrador público, foi Superin-
tendente do Instituto de Gestão Estratégica em Saú-
Epitácio do Nascimento S. Junior: Há algumas décadas, pes-
de do DF, Subsecretário de Logística e Articulação
quisadores das mais variadas cadeiras vêm debatendo os impactos
da Secretaria de Economia e hoje ocupa o cargo de
diretos da qualidade de vida no trabalho para o trabalhador e toda
Secretário Executivo de Valorização e Qualidade de
a sociedade. São inúmeros estudos que mostram os benefícios so-
Vida da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal
ciais e econômicos neste investimento.
Levando isso para um ambiente público, quando investimos na
qualidade de vida do servidor público percebemos que além dos
aspectos sociais, como queda no absenteísmo, há uma melhora na
saúde do trabalhador e da família,assim como aumento da escola-
ridade por estímulo à capacitação, satisfação pessoal e profissional,
redução do adoecimento (impacto no sistema de saúde) e ainda
temos como consequência direta a melhora na qualidade dos servi-
ços ofertados para o cidadão.
Por isso, acredito que esta é uma área de grande importância
como fonte de estudos para que possamos evoluir nas técnicas de
bem-estar e no estímulo à melhora na gestão pública.

2. Em geral, as instituições e empresas que desenvolvem ações


voltadas à QVT são privadas. O GDF, além de ter uma Secreta-
ria Executiva de Valorização e Qualidade de Vida como parte
do organograma do setor público, publicou os princípios e as
diretrizes gerais para que cada órgão elaborasse sua Política
de QVT. A Secretaria de Estado de Educação tem sido pioneira
nesta área no GDF e no Brasil. Qual a importância de políticas
públicas voltadas para a saúde, bem-estar e qualidade de vida
do trabalhador?

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 77


Epitácio do Nascimento S. Junior: Trabalhamos a qua- 4. Sabe-se que com qualidade de vida no ambiente laboral
lidade de vida para o servidor do GDF voltada em cinco de- pode-se reduzir o adoecimento do trabalhador. Quais as
terminantes de QVT: condições de trabalho, organização do ações concretas que o senhor destacaria para a melhoria
trabalho, relações sócio profissionais, crescimento e desenvolvi- da QVT nos órgãos públicos do GDF?
mento profissional e o elo entre o trabalho e vida pessoal.
Baseada nestes princípios que é construída a política de Epitácio do Nascimento S. Junior: O Plano Distrital de
QVT. A qualidade de vida no trabalho compõe um conjunto Qualidade de Vida no Trabalho, lançado neste ano, é um docu-
de ações que envolve desde o diagnóstico até a implantação mento que norteia as ações de QVT em todo o GDF. A constru-
de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estrutu- ção do documento foi uma ação coletiva que reuniu agentes de
rais dentro do ambiente de trabalho, visando propiciar con- qualidade de vida de vários órgãos, conforme previa o Decreto
dições plenas de desenvolvimento humano para a realização 42.375, de 9 de agosto de 2020, que instituiu os princípios e
do trabalho. diretrizes gerais da Política e programas de Qualidade de Vida
Entendemos que o Investimento em saúde física, mental e na no Trabalho para os servidores do GDF.
qualificação profissional permanente e acessível, aumenta direta- A política de QVT é fundamentada em cinco eixos:profis-
mente a qualidade das ações que são entregues à sociedade. Para sional, pessoal, estima, saúde e estrutura. Avaliamos que
muito além da saúde física do trabalhador, os programas de quali- um programa de qualidade de vida deve abordar os ser-
dade de vida no ambiente profissional devem envolver o estilo de vidores como um todo, baseando as ações na satisfação
vida e o clima organizacional como um todo. de cada um desses eixos. Realizamos nestes mais de dois
anos da SEQUALI/SEFAZ dezenas de ações diretas que im-
3. Já existem estudos, no GDF, que comprovam a relação pactam os servidores.
entre a promoção da Qualidade de Vida no Trabalho e a Levamos a todas as Regiões Administrativas do DF a Cara-
melhoria dos serviços prestados à população? Como da- vana de Qualidade de Vida e a Carreta Trabalhador Saudável.
dos como estes podem colaborar com a gestão de órgãos Mais de 10 mil pessoas foram atendidas nas ações realizadas,
públicos? levando promoção da saúde, conhecimento e divulgação da
política de QVT. Este é um exemplo de ação direta, que envol-
Epitácio do Nascimento S. Junior: Por ser recente, e ain- veu a maioria dos órgãos públicos distritais.
da em fase de construção dos planos em muitos órgãos, não Criamos o Berçário Buriti, no Anexo do Palácio do Buriti,
conhecemos ainda um estudo de impacto dos serviços diretos o espaço atende 60 crianças, de seis meses a dois anos, de
à população. servidoras do GDF; o Programa de Atenção Materno Infantil
Mas temos várias ações que já estão em funcionamento, (PROAMIS); o Clube de Descontos que faz uma parceria entre
beneficiando diretamente centenas de servidores. Na constru- empresas locais para oferecer desconto aos servidores; DF Su-
ção destas políticas, planos e ações, foram mobilizados diver- perior que oferece descontos em cursos de graduação e pós-
sos atores, desde mobilização para implementação da cultura -graduação a servidores e familiares;Espaço Qualidade de Vida
no ambiente laboral, como a sensibilização de gestores para que proporciona um ambiente de bem estar aos servidores; e a
criação de políticas próprias. Toda essa rede que está sendo Academia Buriti que oferece modalidades esportivas gratuitas
formada já começa a mostrar resultados positivos. aos servidores.

78 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DOSSIÊ - ARTIGOS

Por uma abordagem sistêmica da Qualidade de Vida


no Trabalho – a profissão docente em questão
Reflections For a systemic approach to Quality of Life at Work – the teaching profession in question

Rosana Carneiro Ferreira *

Resumo: O presente artigo busca abordar o tema da Qualidade de Vida no Trabalho a partir de uma perspectiva
ampla, sistêmica, para além das condições materiais e ergonômicas. Parte da crise vivenciada pelos cursos de
Recebido em: 29 jul. 2022
Aprovado em: 18 nov. 2022

licenciatura, que formam professores e professoras, devido à redução na demanda, passando a abordar a desis-
tência da profissão pela impossibilidade de conciliar a formação recebida com o cotidiano escolar. Além disso, o
trabalho apresenta dados quantitativos relevantes e apresenta o impacto de fatores relacionados à Qualidade de
Vida no Trabalho que podem interferir na quantidade de docentes atuantes, a médio e longo prazos, principal-
mente em algumas áreas específicas do conhecimento. O adoecimento, particularmente o psíquico, tem lugar
de destaque no mal-estar docente, revelando a necessidade premente de se cuidar do ambiente de trabalho e
suas múltiplas e complexas relações, desde a sala de aula, até as relações com a comunidade escolar, passando
pelos pares profissionais. O texto destaca a necessidade de se promover a QVT na Secretaria de Educação do
Distrito Federal, reservando espaço institucional amplo, a partir dos setores já existentes destinados à promoção
de bem-estar, reservando espaço para a ampla discussão e implementação da Política de QVT, promulgada,
porém não implementada.

Palavras-chave: Crise das licenciaturas. Relações complexas. Promoção de QVT.


—‌
Abstract: This article seeks to address the issue of Quality of Work Life/QWL, from a broad, systemic perspective,
beyond material and ergonomic conditions. Part of the crisis experienced by graduation courses, which train
teachers, due to the reduction in demand and also to abandonment of the profession due to the impossibility
of reconciling the training received with the school routine. It presents relevant quantitative data and presents
the impact of factors related to the QWL that can interfere in the number of active teachers, in the medium and
long term, mainly in some specific areas of knowledge. Illness, particularly psychological illness, has a prominent
place in teacher malaise, revealing the urgent need to take care of the work environment and its multiple and
complex relationships, from the classroom to relationships with the school community, passing by professional
peers. It highlights the need to promote QWL in the Department of Education of the Federal District, reserving
ample institutional space, from the existing sectors intended for the promotion of well-being, reserving space for
the broad discussion and implementation of the QWL Policy, enacted, however not implemented.

Keywords: Graduation courses crisis. Complex relationships. QWL improvement.

* Rosana Carneiro Ferreira é historiadora, mestra em Educação e Ecologia Humana (UnB) e professora aposentada da SEEDF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 79


Introdução além dos conteúdos, passa pela preparação humana e hu-
manística de profissionais que lidarão, em seu cotidiano, com
No mundo do trabalho a profissão docente, que já uma imensa gama de relações, desde os alunos, pares profis-
ocupou papel de destaque social, sendo “a profissão que sionais, pais e responsáveis, além da própria instituição.
forma as profissões” enfrenta, ao longo dos últimos anos, A abordagem sistêmica da Qualidade de Vida no Traba-
uma dupla crise. Uma crise externa que, em função da lho/QVT, dos profissionais docentes da Secretaria de Esta-
intensa diversificação das modalidades profissionais e da do de Educação do Distrito Federal/SEEDF, requer de toda
desvalorização sistemática da docência frente às demais, a instituição um esforço de compreensão dos diversos
tem visto reduzida a procura por vagas de formação nas aspectos, objetivos e subjetivos, envolvidos na temática,
diferentes instituições de ensino e, consequentemente, a bem como uma mudança profunda na cultura institucio-
oferta de cursos de licenciatura. E uma outra crise, inter- nal que permita, efetivamente se lançar um olhar sensível
na, que aponta para um crescente adoecimento docente, sobre os problemas nela envolvidos.
como reflete Medeiros: O que se pretende analisar no presente estudo são al-
guns dos principais fatores que já se apresentam como
As condições desfavoráveis de trabalho em todo o país – baixos
risco significativo e que podem, a médio e longo prazo,
salários, salas superlotadas, infraestrutura precária com falta de
representar comprometimento para a substituição dos
materiais básicos para o desempenho das atividades cotidianas profissionais docentes aposentados, readaptados e/ou
e, mais recentemente, o fenômeno da violência contra os profes- que abandonaram o exercício da profissão.
sores – são do conhecimento geral. Mas nos últimos anos as do- Assim, o presente trabalho busca trazer alguns elemen-
enças que acometem a categoria vêm chamando a atenção. São tos que pretendem contribuir para a discussão, sobre a
doenças as mais diversas, normalmente desenvolvidas em decor- promoção de QVT e os benefícios a serem alcançados,
rência do exercício da profissão – “doenças laborais”, como Lesão não somente para os professores e trabalhadores da edu-
por Esforço repetitivo – LER, depressão, distúrbios das cordas vo- cação como um todo, mas também para a qualidade da
cais e alcoolismo, entre outras, que afastam professores das salas educação pública ofertada pela SEEDF.
de aula, muitos de forma definitiva. (MEDEIROS, 2010, p. 13).
Crise das licenciaturas – Magistério, profissão
O exercício da docência se revela uma atividade com- de risco (?)
plexa, na medida que envolve diversos aspectos materiais,
pessoais e relacionais em seu cotidiano. Assim, a qualidade Ao longo dos últimos anos, o Brasil vem presenciando
da formação inicial de professores e professoras se revela um recuo significativo na oferta de licenciaturas, conforme
de fundamental importância para a qualidade de vida demonstrado pela tabela abaixo, disponibilizada pelo Ins-
no exercício da profissão, tanto quanto as condições tituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP
materiais e relacionais durante o percurso profissional. (2020), sob o número 2.01 no documento de origem.
O papel das Instituições de Ensino Superior/IES, para A tabela 1, que cobre um período analisado de 10
Tabela 1 - Cursos de Graduação, por Modalidade de Ensino e Grau Acadêmico (Brasil 2010-2020)

Fonte: Mec/Inep; Tabela elaborada por Inep/Deed

80 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


anos, apresenta dados referentes à oferta de cursos de em licenciaturas do país. O desinteresse por dar aulas não é um
bacharelado, licenciatura e tecnológicos, tanto na mo- fenômeno só brasileiro, embora no país a situação seja mais
dalidade presencial quanto a distância. Cabe ressaltar grave. O relatório Políticas Eficientes para Professores, da Or-
que as Instituições de Ensino Superior (IES) abrangidas ganização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), apontou que o percentual de adolescentes estudantes
representam organizações de natureza pública e priva-
(até 15 anos) interessados na carreira docente caiu de 6% para
da, incluindo Universidades, Centros Universitários, Fa-
4,2% na última década. No Brasil, que também fez parte do estu-
culdades, Institutos Federais (IF) e Centros Federais de do, o interesse dos jovens teve uma queda de 7,5% para 2,4%.
Educação Tecnológica (CEFET).
Na “modalidade presencial” observa-se, no período
E prossegue,
analisado, um aumentode aproximadamente 25,4% no
quantitativo total de cursos de bacharelado e 33,8%
[...] cursos universitários que formam professores para os ensi-
nos cursos tecnológicos. Já os cursos de licenciatura ti-
nos fundamental e médio seguem com matrículas em queda.
veram uma reduçãoda ordem de 16,1% na oferta pelas Química e Física, por exemplo, juntas, não chegam a 5% de to-
diferentes IES. dos os alunos das licenciaturas no país, o que representa pouco
Já a “modalidade a distância” apresenta um qua- mais de 65 mil candidatos a professor. Matérias humanísticas,
dro ainda mais dramático, com aumentos da ordem de como Sociologia, Música e Filosofia, têm menos estudantes ainda.
899,4% na oferta de cursos de bacharelado e 1.129,9% [...]
nos cursos tecnológicos, enquanto os cursos de licen- E o panorama de desinteresse pelas carreiras docentes se man-
ciatura incrementaram sua oferta em apenas 190,2%. tém estável nos últimos 10 anos, segundo o Inep. Em 2009,
Outra tabela do INEP (2020), sob número original os cursos de licenciatura representavam 20,8% das matrículas
3.02 aponta, ainda, uma estagnação na oferta de ma- nas graduações[...], em 2019, o índice baixou para 19,7%.
trículas nos cursos de licenciatura na IES públicas, tanto
na modalidade presencial (458.737 em 2010 X 454.046 Diante do panorama descrito acima, uma questão se
em 2020) quanto a distância (102.984 em 2010 X impõe: o que influencia e/ou determina a redução na
104.469 em 2020). Já as IES privadas registraram, no procura (e consequente oferta) por cursos da carreira
mesmo período, redução nas matrículas da modalida- para formação de professoras e professores?
de presencial (470.011 em 2010 X 222.406 em 2020) Não existem respostas fáceis. Sua busca passa pelo
e um aumento considerável na modalidade a distância exercício complexo da profissão docente, profissão de
(323.257 em 2010 X 882.760 em 2020). natureza multirrelacional, cujo exercício muitas vezes
A observação dos dados apresentados pelas duas ta- extrapola os muros escolares e se estende às relações
belas delineia a crise enfrentada, do ponto de vista da sociais amplas e seus muitos desafios, que chegam às
formação inicial, para a profissão docente, particular- escolas pelas mãos dos estudantes, pares profissionais e
mente nas IES particulares, que se baseiam na demanda gestores. Afinal, todo aspirante a professor foi, um dia,
para disponibilização de seus cursos. estudante e nessa condição pode perceber, de forma
Associado aos dados de oferta de cursos e matrículas objetiva ou não, as condições de trabalho e relações
apresentados acima, outro aspecto bastante preocu- estabelecidas no cotidiano escolar.
pante, também apresentado pelo Censo da Educação
Superior - INEP (2020) diz respeito à relação ingres- Abandono da profissão – quando a conquista
santes versus concluintes, onde o curso de Pedagogia, se torna frustração
que forma professores para as séries iniciais do ensino
fundamental além de orientadores educacionais ocu- Em sua dissertação de mestrado Fonseca (2013) parte
pa, alternadamente, os primeiros lugares no quadro de da própria vivência para analisar possíveis causas para o
cursos gerais em taxa de evasão. Entretanto, a evasão abandono da profissão docente, mais especificamente
nos cursos de graduação não representa um problema a partir do exercício da regência de classe. Formada em
exclusivo das licenciaturas, sendo um fenômeno bas- Pedagogia pela Universidade de Brasília – UnB a auto-
tante abrangente, que merece uma análise ampliada, ra reflete, inicialmente, sobre sou próprio período de
que contemple sua complexidade social. atuação nas séries iniciais de ensino fundamental, após
Outras áreas específicas do conhecimento, como é o ingressar nos quadros efetivos da SEEDF. Fonseca relata
caso de Química, Física e Matemática também sofrem sua pesarosa constatação:
com a carência crônica de professores.
Segundo análise de dados disponibilizados pelo INEP, Você já se imaginou sendo espectador de si mesmo e se decep-
realizada por Ilha (2021), para o jornal online Extraclasse: cionando com o que vê? Foi essa, por 1 ano e 3 meses, a minha
sensação sendo professora na escola pública: eu era algo de
O curso de Pedagogia [...] concentra quase 50% das matrículas que, com toda minha convicção, eu discordava. (p. 12)

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 81


Prossegue descrevendo as diferentes situações por ela forma multifacetada, na figura dos pares institucio-
vivenciadas em sua experiência profissional junto à SEEDF. nais (colegas e gestores), como também alunos, que se
Relata sua frustração tanto junto aos alunos, responsabi- apresentam em coletivos (turmas), além dos pais e/ou
lizando-se pela “incapacidade” em lidar com as crianças, responsáveis, num todo complexo e desafiador.
como também pela falta de apoio da direção, considerada O relato, trazido por Fonseca retrata o confronto en-
sua situação de recém ingressada na profissão. frentado por cada profissional, quando de sua inserção
no mercado de trabalho. Para Dubar, “não se trata so-
[...] não havia uma Direção que ajudava. Passados os primeiros mente de uma situação de ‘escolha de ofício’ ou de
meses, a Diretora me chamou em sua sala para “conversar” obtenção de diplomas, mas da construção pessoal de
(leia-se “pagar um sapo”). Disse que minha turma não estava
uma estratégia identitária que põe em jogo a imagem
dando certo, que eu cheguei ali com “ideias da UnB”, muito
do eu, a apreciação de suas capacidades, a realização
liberais, mas que a realidade da escola era diferente e as crian-
de seus desejos”.(DUBAR, 1997, p.114).
ças só entendiam a linguagem da disciplina [...] exigia que eu
utilizasse a bronca, a cobrança, a chantagem, a comparação e
O estudo de Fonseca (2013, pp.26-27) prossegue
o medo para conseguir realizar as atividades. Disse-me que se apontando, a partir dos sujeitos participantes de sua
a turma da Márcia1, no ano anterior, tinha todos “os piores” escuta de pesquisa, dez egressos da UnB aprovados no
e dava certo, a minha turma também tinha que dar. Amea- concurso de 2008, que assumiram o cargo, mas já não
çou-me, dizendo que a Mariana (professora recém-nomeada faziam mais parte dos quadros da SEEDF, tendo aban-
como eu) já tinha saído da escola porque não deu conta e que donado a profissão. Os resultados da escuta revelam
eu poderia ser a próxima, se não melhorasse. Enfim, chamou- que a maior parte dos participantes declarou ter esco-
-me de incompetente. (p. 14-15) lhido o curso de Pedagogia em função da baixa “nota
de corte” no vestibular. Destacou-se, ainda, que o an-
O trecho acima revela questões bastante instigantes seio em cursar uma universidade pública foi determi-
para a reflexão tanto acerca do exercício do magisté- nante na escolha.
rio como para a vivência de mal-estar que podem levar Como é de conhecimento geral, a carreira magistério
ao abandono da carreira, já nas primeiras experiências, é das áreas de atuação com maior demanda por pro-
como no caso relatado. fissionais, em função da necessidade de atendimento
A autora apresenta aspectos relativos à expectativa obrigatório a estudantes de larga faixa etária, conforme
acerca do exercício da profissão, que se mostra distan- previsto no Art. 208 da Constituição Federal, que de-
ciada da realidade cotidiana. A formação acadêmica, termina a obrigatoriedade da oferta do ensino funda-
sem contato profundo com a realidade do exercício mental, público e gratuito, dos 04 aos 17 anos, além da
profissional pode gerar, para o estudante de licencia- progressiva universalização do acesso ao ensino médio.
tura, uma sensação de incapacidade para si e diante de (BRASIL, 1988).
seus pares. Entretanto, o relato aponta, também, uma Assim sendo, a escolha da profissão pode se dar,
falta de preparo da gestão quanto ao acolhimento e muitas vezes, não em função de perfil, competências
orientação, nos momentos iniciais, assim como a ten- e habilidades pessoais (diferentemente dos propagados
tativa de imposição de um modelo de atuação pedagó- “dons” e/ou “vocação”, que remetem a concessões
gica pautado no autoritarismo, na ameaça e no medo. divinas) necessárias ao exercício da profissão, mas de
A necessidade de aceitação e acolhimento pelos pa- acordo com a disponibilidade vagas no ensino superior
res, no início da carreira, é fator de grande relevância e consequente facilidade de acesso, como também em
para os novos profissionais, uma vez que a identidade função da oferta de vagas no mercado de trabalho. É
profissional, assim como a pessoal, se constitui na rela- comum ouvir-se o ditado “se tudo der errado na vida
ção com o outro. de bacharel, você pode virar professor”.
Nesse sentido, O magistério demanda aptidões que necessitam ser
exercitadas, para além da dimensão teórica, desde o
[...] Dubar (1997) aponta para a dualidade presente na defi-
início da formação acadêmica. Nesse sentido, no que
nição de identidade, sendo intrínseca a ela. Identidade para
se refere à suficiência da formação acadêmica para a
si e identidade para o outro estão, conforme o autor, ligadas
de maneira inseparável e problemática. Inseparável na medida
atuação na realidade escolar, a pesquisa realizada por
em que “a identidade para si é correlativa da identidade para Fonseca (2013, p.78) revela que nenhum dos partici-
o Outro e do seu reconhecimento.” (p.104); e problemática, pantes declarou ter sido formado adequadamente para
uma vez que é preciso que nos apoiemos nas diversas formas a atuação. Entretanto, quatro declararam terem tido
de comunicação para saber qual identidade nos é atribuída experiência em sala de aula antes do ingresso na SEEDF,
pelo outro. (MEDEIROS, 2010 p. 43) afirmando que tal período concedeu maior segurança.
Como forma de melhorar a atuação docente foi
No caso do magistério esse outro se constitui de sugerida, pelos participantes da pesquisa, uma maior

82 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


integração entre a Faculda- Tabela 2: Aposentadorias da Carreira Magistério Público (CMP) por tipo – evolução

de de Educação e as esco-
las públicas. “O currículo
de pedagogia é um assun-
to que se reflete nas esco-
las, por isso,a Secretaria
de Educação deve ser vista
como uma parceira em to-
dos os momentos, e não
somente para os estágios
supervisionados”. (FONSE-
CA, 2012, p. 80).
A Comissão Internacio-
nal sobre Educação para o
século XXI, em seu Relató-
rio para a UNESCO (2001)
aponta, no capítulo 7, os pi-
lares para a formação inicial Fonte: Dados tratados a partir de sistematização encaminhada por e-mail khriss.lopes@gmail.com SEEDF, em 3 jul. 2022
de professores, sendo eles: às 15:42 (GDF, SE, SUGEP, 2022) documento interno

aprender a conhecer , que envolve o domínio de instrumentos


licenciaturas e, também, pelo magistério, enquanto ló-
de conhecimento que conduzam ao prazer de compreender e
cus principal da atuação docente.
descobrir o mundo, de aprender a aprender; aprender a fazer, Outros fatores como profissões mais valorizadas e
valorizando o desenvolvimento de competências pessoais; apren- vantajosas, com menores desgastes e melhores salários,
der a viver junto, o que supõe a compreensão da diversidade, da também podem ser grandes atrativos, impulsionando o
interdependência e do respeito mútuo; e o aprender a ser, que desligamento voluntário da carreira magistério.
implica em uma compreensão holística do ser: “a educação deve Um aspecto bastante relevante, que também se
contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito e cor- soma aos fatores já apontados até aqui para caracte-
po, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade rizar a crise do magistério, é o número significativo de
pessoal, espiritualidade”. (UNESCO, 2001, p. 99). aposentadorias que a SEEDF tem verificado ao longo dos
últimos anos, tanto as voluntárias (por tempo de serviço)
Para Rodrigues, a formação inicial de professores, nos quanto as por invalidez (incapacidade permanente para o
moldes tradicionalmente estabelecidos, necessita ser re- trabalho), sem a devida e necessária reposição dos quadros
pensada. “Conhecimento e desenvolvimento pessoal pas- efetivos da Carreira Magistério Público (CMP), no GDF.
sam a ser percebidos como aliados inseparáveis do proces- No período assinalado, conforme tabela 2, pode-se
so formativo de professores”. (RODRIGUES, 2003, p.23). observar um crescimento significativo no quantitati-
Cabe aqui um destaque para o avanço alcançado vo de aposentadorias voluntárias na CMP, o mesmo
com a publicação, em fevereiro de 2018, do Progra- ocorrendo com as aposentadorias por invalidez, sendo
ma de Residência Pedagógica, foi instituído pela Por- que essas últimas chamam atenção por representarem
taria MEC nº 38 (2018), que integra a Política Nacional 11,4% do total das aposentadorias no período.
de Formação de Professores. Seu objetivo central era Cabe aqui ressaltar que as aposentadorias por inva-
proporcionar o aprimoramento do estágio curricular lidez necessitam ter seu nexo de causalidade (relação
supervisionado, nos cursos de licenciatura, buscando entre adoecimento causador da invalidez permanente
fortalecer a relação universidade/escola, por meio da e o trabalho) estabelecido em perícia médica específica,
promoção da imersão dos licenciandos nas escolas de para que o servidor tenha direito a proventos integrais.
educação básica, a partir da segunda metade de seu Nos demais casos, onde não há verificação de nexo, os
curso. Tal iniciativa ainda se revela embrionária, já que proventos são proporcionais, acarretando perdas financei-
foi interrompida, entre outros fatores, pelo advento da ras significativas, conforme previsto no Art. 15 do Decreto
pandemia do coronavírus. 34.023 de 10/12/2012 (DISTRITO FEDERAL, 2012):
Assim, verifica-se que, além do possível desinteresse
prévio pela profissão, o próprio exercício da docência Art. 15. Findo o prazo da licença, o servidor poderá ser subme-
pode gerar frustração e abandono, provocados por di- tido à nova inspeção médica pericial que concluirá pelo retorno
ferentes fatores ligados tanto à formação inicial quan- ao serviço, pela prorrogação da licença, pelo encaminhamen-
to às condições humanas e materiais do exercício da to ao Programa de Readaptação Funcional, ou pela aposen-
profissão, fatores que agravam a crise vivenciada pelas tadoria por invalidez, comproventos proporcionais ou

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integrais, quando se tra- Gráfico 01 – Posses/Aposentadorias/Exonerações - CMP/SEDF - 2016 a 2019
tar de acidente em ser-
viço, doença profissional
ou doença grave, conta-
giosa ou incurável, espe-
cificada em lei.
Parágrafo único. O laudo so-
mente concluirá pela aposen-
tadoria por invalidez quando
não houver capacidade labo-
rativa residual que permita
readaptação profissional do
servidor. (Grifo nosso)

Os relatos dão conta de


que, no caso dos adoeci-
mentos como distúrbios
da voz e/ou de natureza Fonte: Dados tratados a partir de sistematização de documento interno e Quadro demonstrativo do quantitativo de
servidores empossados e exonerados da SEDF no período de 2016 a 04/07/2022, conforme memorando SEI 89938918.
osteomuscular, a relação * Servidores empossados
de causalidade é verifica- ** Servidores Exonerado a pedido (mais) Aposentadorias (voluntárias/por invalidez)
da com maior frequência, *** Entradas (menos) Saídas
o que não ocorre com os Situações dessa natureza impactam a qualidade de
adoecimentos psíquicos, cuja origem multicausal difi- vida de todo o conjunto de servidores das unidades
culta sobremaneira o estabelecimento da relação com o escolares, devido à imprevisibilidade de muitas dessas
trabalho, levando a aposentadorias proporcionais, com situações, como no caso dos adoecimentos, mas tam-
prejuízos ao servidor, tanto financeiros quanto em rela- bém sobre a incerteza acerca do suprimento de algu-
ção ao estigma da invalidez. mas carências que, desde o início do ano letivo, não
A observação do Gráfico 1, que cobre um período conseguem ser supridas, uma vez que as contratações
de quatro anos (2016 a 2019), aponta dados compa- temporárias, por força de lei, somente podem ser reali-
rativos referentes ao número de servidores empossados zadas para carências também de natureza temporária.
no período (entradas), servidores exonerados a pedido, Nesse sentido o esforço anual da gestão de pessoas
acrescido das aposentadorias, tanto voluntárias quanto na SEEDF, por meio do Programa Carência Zero da Sub-
por invalidez (saídas) e finalmente sinaliza para o saldo” secretaria de Gestão de Pessoas (SUGEP), busca ame-
entre esses valores, revelando um déficit no número de nizar, desde os primeiros dias de aula, a ausência de
professores efetivos atuantes na carreira. professores sem, entretanto, conseguir assegurar que
Ainda que o dado não discrimine as áreas específi- em algumas áreas do conhecimento a ausência de pro-
cas de atuação, o quantitativo de carências se mostra fissionais se prolongue para além do suportável, princi-
bastante significativo, primeiro no que tange o núme- palmente em algumas regionais de difícil lotação.
ro absoluto bastante significativo (- 2808) professores
em quatro anos, mas também aponta para o não su- Qualidade de Vida no Trabalho - um objetivo
primento de carências ao longo dos anos letivos. Dada a ser perseguido
a complexidade que circunda a gestão de pessoas na
SEEDF, os dados ora apresentados apenas sinalizam Aqui chegamos ao contexto da Qualidade de Vida no
para a necessidade de estudos mais aprofundados que Trabalho (QVT), aspecto cuja percepção pode determi-
contemplem questões de difícil solução, como a relação nar tanto a escolha da profissão, a partir do olhar indi-
entre demanda por novas matrículas na rede pública e a vidual e coletivo/social sobre a profissão que se deseja
redução de contratações de profissionais efetivos. exercer, como também a permanência em seu exercício.
Cabe ressaltar que a ausência de professores no Limongi-França (2004, p.156) esclarece acerca da QVT:
cotidiano das unidades escolares gera pressão dire-
ta, não somente sobre gestores (responsáveis últi- Qualidade de vida no trabalho é uma compreensão abrangen-
mos por assegurar aos estudantes o cumprimento da te e comprometida das condições de vida no trabalho, que
carga horária e dias letivos previstos no calendário inclui aspectos de bem-estar, garantia da saúde e segurança
escolar), como principalmente sobre os demais pro- física, mental e social e capacitação para realizar tarefas com
fessores regentes, demandados para suprir, com ati- segurança e bom uso da energia pessoal.
vidades, as ausências registradas. A origem do conceito está ligada às condições humanas e a ética

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do trabalho, que compreende desde exposição a riscos ocupa- E é exatamente o conjunto das relações pessoais e
cionais observáveis no ambiente físico, padrões de relação entre institucionais que vai definir a qualidade de vida no tra-
trabalho contratado e a retribuição a esse esforço – com suas im- balho dos profissionais da educação, sendo estabeleci-
plicações éticas e ideológicas – até a dinâmica do uso do poder do ao longo do exercício da profissão docente, numa
formal e informal; enfim, inclui o próprio significado do trabalho.
relação dinâmica com alunos, pares e comunidade es-
colar, definindo a própria cultura institucional, coorde-
No exercício da docência, seja em regência de classe nada por ações e emoções.
ou nas diferentes outras funções que o cotidiano profis- Para Limongi-França (2008, p. 167), a qualidade de vida
sional possa exigir, o conceito de QVT ganha um nível de no trabalho está intimamente ligada ao bem-estar integral
complexidade ainda mais elevado estando, inclusive, inti- do trabalhador e, para que se efetive, necessita que sejam
mamente ligado à qualidade da formação inicial docente, articuladas ações voltadas à melhoria das condições de
cuja efetividade será colocada à prova, como verificado no trabalho relativas à gestão, inovações tecnológicas sem,
relato de Fonseca (2013), anteriormente descrito. entretanto, desconsiderar a cultura organizacional.
A unidade escolar, vista de forma sistêmica, integra Entretanto, é preciso considerar que a QVT não se
uma diversidade de relações e aspectos pedagógicos estabelece de forma dissociada do ambiente social, ex-
que vão desde a sala de aula, lócus central do exercício terno ao do trabalho, já que estão intimamente relacio-
da profissão, à interação com toda a comunidade es- nados. A vida acontece como um todo, e não em partes
colar, inserida num contexto social muito mais amplo. estanques. Fatores já conhecidos contribuíram, ao lon-
Medeiros (2010, p. 32) destaca a natureza sistêmi- go dos anos, para o comprometimento da qualidade de
ca e, portanto, complexa, das relações desenvolvidas vida no trabalho, na educação:
dentro da escola enquanto o lócus onde se efetiva a
educação formal em nossa sociedade, alertando para
sua natureza fragmentada sob diversos aspectos (espa- • A desvalorização, tanto financeira quanto social,
ço físico, das classes sociais e categorias funcionais que da carreira magistério frente às demais profissões
abriga, das disciplinas e tantos outros). Entretanto, a de ensino superior no mercado de trabalho;
autora recorre a Morin (1997, p. 119) para definir siste- • A ampliação do acesso à educação escolar (ocor-
mas como constituídos pelas relações e interações entre rida no início dos anos 2000), sem a devida revisão
unidades complexas. da formação inicial docente e do próprio modelo
Assim sendo, da mesma forma que um organismo de ensino, que já revelava sua crise desde meados
vivo não se constitui apenas a partir do seu conjunto de do século passado, com especial destaque para o
células, mas das relações complexas estabelecidas entre distanciamento entre a formação acadêmica e o co-
elas, “o mesmo equivale dizer que são as relações entre tidiano escolar;
as pessoas de uma unidade escolar que caracterizam • As condições materiais objetivas, como material
o sistema escolar e não somente cada um de seus ele- de expediente, equipamentos adequados e acesso
mentos”. (MORAES, 2004, pp. 80-81). às novas tecnologias;
Assim, este “ecossistema”, que representa a unidade • O crescente registro de violência contra profissio-
escolar, é constituído a partir de um todo complexo, for- nais da educação no exercício de suas atividades; e
mado pelos espaços físicos e humanos que a compõem, • O quadro de adoecimento, (particularmente
bem como pelos diferentes segmentos da comunidade es- mental, seguido das doenças osteomusculares,
colar e seu contexto social. (MEDEIROS, 2010 p. 34). como veremos adiante), que alcançou níveis alar-
Medeiros recorre a Maturana para conceituar cultura mantes, principalmente o adoecimento crônico,
como “uma rede fechada de conversações que constitui que desencadeou o afastamento não somente de
e define uma maneira de convivência humana como uma profissionais da carreira magistério com também da
rede de coordenações de emoções e ações”. No mesmo assistência à educação, particularmente docentes
fluxo de pensamento, a autora estabelece cultura institu- atuantes em regência de classe, atividade central da
cional, de maneira análoga à descrita por Maturana: profissão e tida, por muitos e de forma equivocada,
como a única função real do magistério.
[...] sendo que as conversações, descritas como o entrelaça-
mento do linguajear com o emocionar, ocorrem, pela mesma Todos esses fatores, aliados aos efeitos nocivos da re-
dinâmica, no ambiente profissional/institucional, determinan- cente pandemia da COVID-19, configuram um quadro
do as relações aí estabelecidas. (MATURANA, 2004, p.33). de consequências severas para o exercício da profissão
docente não só para a educação presencial como tam-
Nesse contexto a cultura institucional desempenha bém para os profissionais da educação que lutavam,
um papel de grande relevância para estabelecer as rela- há muito, para se adaptarem às novas tecnologias e ao
ções dentro do ecossistema escolar. avanço da informática com suas inovações recorrentes.

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A promoção de bem-estar e qualidade de vida no ensino e, consequentemente, sobre toda a sociedade
ambiente de trabalho, no âmbito da SEEDF, passou a nos mais deferentes aspectos.
ser mais efetivamente pautada a partir do fenômeno
do adoecimento docente crônico, que na última déca- Adoecimento docente - um sinal de alerta
da verificou um crescimento vertiginoso, com destaque
para as doenças psíquicas, ou mentais, conforme vere- O adoecimento docente na SEDF merece especial
mos a seguir. destaque por tratar-se de um acometimento que alte-
A readaptação funcional de professoras e professo- ra profundamente a condição pessoal do profissional,
res, decorrente da limitação permanente das atividades muitas vezes de forma crônica e irreversível, podendo
laborais, particularmente a regência de classe (gerando chegar à invalidez permanente.
a necessidade de substituição desses profissionais), cha- Na Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
mou atenção da instituição. o absenteísmo (ausência do local de trabalho) por do-
Em 2011 foi criada, no organograma da SEEDF, a ença do próprio servidor, é um importante fator objeti-
Gerência de Acompanhamento dos Servidores com Li- vo a ser considerado. Destaque-se que o adoecimento
mitação de Atividades (GEASLA), junto ao gabinete da psíquico, que considera vários fatores em suas causas, é
Subsecretaria de Gestão de Pessoas (SUGEP) e que teve o preponderante na rede tanto na Carreira Magistério
como principal foco de atuação prestar assistência aos quanto na Assistência.
servidores já readaptados, orientando a reconfiguração A tabela 3, elaborada a partir de dados extraídos do
das atividades na nova condição, buscando tirar esses Painel Estatístico do Absenteísmo-Doença na Secretaria
servidores da situação de invisibilidade e exclusão em de Educação 2007 a 2018, elaborado pela Diretoria de
que se encontravam. Epidemiologia, da Subsecretaria de Segurança e Saú-
Em 2015, a gerência foi extinta, dando lugar à Dire- de no Trabalho - SUBSAÚDE, vinculada à Secretaria de
toria de Acompanhamento e Apoio ao Servidor (DISER), Economia - SEEC, Distrito Federal (2019, p.08) permite
também no âmbito da SUGEP e que, ampliando o esco- elaborar algumas considerações.
po de atuação da GEASLA, passou a atuar também com
Tabela 3 – Licenças Médicas 2016 – 2018/Total de servidores
a promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida
no trabalho de todos os servidores da SEEDF. Assim,
vários programas foram desenvolvidos, dando origem à
primeira experiência de QVT no GDF, servindo de inspi-
ração para as demais secretarias de Estado.
Entretanto, de forma surpreendente, consideradas as
dimensões da Secretaria, bem como as necessidades de
enfrentamento ao adoecimento crescente e de promo- Fonte: GDF/SEEC/SUBSAÚDE: Tabela 04
ção de qualidade de vida no ambiente de trabalho, a
DISER foi extinta na reestruturação ocorrida na SEEDF Como se observa claramente na tabela 3, a Carreira
em maio de 2021, sendo que suas atividades passaram Magistério concentra a quase totalidade dos atestados
à responsabilidade da atual Unidade de Qualidade de médicos emitidos no período analisado. Entretanto, o
Vida e Bem-Estar no Trabalho (UQVT), vinculada ao ga- quadro carece de uma análise proporcional ao total de
binete da SUGEP, numa estrutura bem mais enxuta. servidores de cada carreira, dado não disponibilizado
Da mesma forma, a Portaria 281 de 10 de junho de nos Relatórios de Gestão da SEEDF, referentes ao perí-
2021, que instituiu a Política de Qualidade de Vida, Saú- odo analisado, sendo apresentados apenas os totais de
de e Bem-estar para Servidores Públicos da Secretaria de servidores efetivos, por ano. Ainda assim, fica patente
Estado de Educação do Distrito Federal no Ambiente de o nível predominante de adoecimento e absenteísmo
Trabalho e para Servidores Aposentados – PQVT/SEEDF relacionado à Carreira Magistério.
permanece, após um ano de sua publicação, sem a im- O mesmo documento da SUBSAÚDE traz, em sua Ta-
plementação de suas principais diretrizes, por meio da bela 06 a distribuição percentual dos registros de afasta-
efetivação do Comitê Central e dos Comitês Regionais, mento para tratamento de saúde, organizados segundo
assegurando a capilaridade das ações de QVT junto à os capítulos da Classificação Internacional de doenças
extensa rede de unidades da Secretaria. – CID 10, dos servidores da SEEDF. Nela destacam-se o
Faz-se necessário, portanto, ter a QVT como ob- Capítulo V (Transtornos mentais e comportamentais) que,
jetivo permanente, uma vez que os benefícios aufe- no mesmo período de 2016 a 2018 apontam, respectiva-
ridos com sua promoção alcançam não somente os mente 19,53%, 27,69% e 28,64%; seguido do Capítulo
próprios servidores, tendo reflexos diretos sobre a XIII (Doenças do tecido osteomuscular e do tecido conjun-
qualidade da educação ofertada na rede pública de tivo), com 15,16%, 18,82% e 17,98% respectivamente.

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Tais dados, vistos de forma associada, apontam para séries iniciais do ensino fundamental, onde o vínculo
um comprometimento físico e mental bastante acentu- das crianças com suas professoras é mais perceptível,
ado para os profissionais da Carreira Magistério, princi- mas também nos demais níveis de ensino devido à di-
palmente professoras e professores que, em sua maio- ficuldade de substituição. por falta de profissionais dis-
ria atuam em regência de classe, ou foram afastados poníveis, como visto anteriormente (Física e Química,
dessa atividade central do exercício docente, em função por exemplo) tornam o quadro ainda mais dramático.
da readaptação funcional, ou seja, pelo adoecimento Cabe considerar, ainda, que o absenteísmo tem im-
crônico, parcialmente incapacitante. pacto financeiro bastante relevante sobre a folha de
Assim sendo, percebe-se claramente que existem fa- pagamentos da educação. Segundo o Relatório emitido
tores comprometedores da qualidade de vida no traba- pela SUBSAÚDE, Distrito Federal (2021, p.06), intitula-
lho desses profissionais. Como sabido, o adoecimento do Perfil do Absenteísmo-Doença dos Servidores Públi-
não afeta os profissionais de forma homogênea, sendo cos Estatutários da Secretaria de Estado de Educação do
assim, algumas áreas adoecem mais que outras, caben- Governo do Distrito Federal Ano 2020 aponta, no Qua-
do, inclusive um estudo mais aprofundado sobre tal dro 3 – Análise do Custo Absenteísmo-Doença por mês,
fenômeno, que aborde as metodologias de ensino e re- aponta um total de R$ 135.721.000,76 para o ano de
quisitos pedagógicos e didáticos que possam favorecer 2020 na SEEDF.
a atuação docente nas áreas mais sensíveis.
Como também é sabido, o confinamento provocado Considerações finais
pela pandemia do coronavírus desencadeou o agrava-
mento das doenças mentais da população em geral e, A abordagem sistêmica da QVT, adotada no presen-
com a adoção do teletrabalho em condições adversas, te artigo, permitiu verificar a complexidade da atuação
relativas ao domínio e disponibilização das tecnologias docente desde a crise das licenciaturas, vivenciada pelas
necessárias e jornadas de trabalho e domésticas sobre- IES, a partir da redução da procura por tais cursos, pas-
postas, esse quadro se agravou consideravelmente. En- sando pela formação inicial dos profissionais que ne-
tretanto, os dados de saúde relativos ao período pandê- cessita ser repensada com vistas à preparação dos pro-
mico não estão, ainda, totalmente acessíveis para uma fissionais para uma atuação efetiva para si e, também,
análise mais acurada. para os estudantes, no ambiente escolar.
O adoecimento profissional de professoras e pro- A QVT, normalmente tratada a partir de uma aborda-
fessores, seja temporário ou crônico (provocando a gem centrada nos aspectos físicos e materiais, necessita
readaptação), afeta a organização escolar de forma ser pensada em seu contexto amplo, dentro da SEEDF.
profunda. Como sabido, a regência de classe é a única A docência, enquanto profissão relacional, conta com
atividade profissional que necessita, obrigatoriamente, uma gama de interações cotidianas que poucas outras
de substituição para a recomposição da carga horária profissões detêm. Tal intensidade de interações expõe
devida ao aluno, constitucionalmente. Tanto é que o os profissionais a inúmeras vulnerabilidades.
quadro de professores substitutos cresce anualmente A pandemia do coronavírus trouxe desafios ainda
na SEEDF. O último levantamento, disponível no portal maiores, que se estenderam além dos muros das es-
eletrônico da SEDF, aponta um total de 23.485 profes- colas, revelando as dificuldades crônicas da categoria
sores efetivos e 11.250 temporários (dados atualizados com as tecnologias e ampliando as jornadas, já extenu-
até 24/02/22 às 18h09). antes, das mulheres professoras, que passaram a lidar,
Cabe destacar que a atuação dos profissionais subs- concomitantemente, com diversos afazeres pessoais,
titutos não se restringe às substituições de efetivos em familiares e profissionais, comprometendo ainda mais
casos de adoecimento, estendendo-se a outras situa- a qualidade de vida.
ções, de natureza temporária (como Licenças Prêmio Tal complexidade demanda da SEEDF, enquanto ins-
Assiduidade, Licenças Maternidade, entre outras), res- tituição contratante e, portanto, responsável pela QVT
salvado aqui o caso atípico das readaptações de regen- de seus quadros, um olhar profundo, que permita com-
tes que, por não configurarem vacância no cargo como preender a atuação de professores e professoras para
nos casos de aposentadoria por invalidez, não geram além da regência de classe. A escola se constitui em
novas contratações de efetivos. muito mais que salas, conteúdos e notas. A qualidade
Os múltiplos aspectos relacionados ao adoecimen- das relações aí estabelecidas marca o futuro de nossas
to docente se estendem para muito além do princi- gerações, mas também permanência e persistência de
pal impacto, relativo ao sofrimento humano – físico e nossos profissionais na difícil arte de educar.
psíquico – por ele provocados. Os prejuízos causados Assim, a implementação da Política de Qualidade de
pela descontinuidade no desenvolvimento das ativida- Vida, formalizada por meio da Portaria nº 281 de 10 de
des pedagógicas em sala de aula, particularmente nas junho de 2021, torna-se imperiosa, enquanto obrigação

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 87


patronal, mas também oportunidade de se oferecer uma estende para as unidades escolares, além de todo e
metodologia que permita o aprimoramento das condições qualquer espaço de convivência social. Resgatar essa di-
de trabalho por meio dos comitês ali instituídos. mensão ampla, pode ser uma das principais alternativas
A educação necessita ser vista como fenômeno so- para o próprio resgate da profissão docente e da escola
cial, que tem início na família e na comunidade e se como espaço privilegiado de educação.

Notas

1
Fonseca (2013) ressalta que os nomes dos profissionais são fictícios.

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Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 89


DOSSIÊ - ARTIGOS

A busca pela qualidade de vida do trabalhador


da Secretaria de Estado de Educação do Distrito
Federal – registro histórico
Quality of life of the education worker at the Education Department of Federal District – historical report

Khrissley Guimarães de Oliveira Lopes *

Resumo: O alto índice de adoecimento dos profissionais da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) tem
estimulado o desenvolvimento de ações, por parte de seus profissionais, na busca pela melhoria da qualidade de vida, saúde
Recebido em: 12 ago. 2022
Aprovado em: 18 nov. 2022

e bem-estar dos trabalhadores da educação. A criação de uma unidade orgânica, no organograma da SEEDF, com atribuições
voltadas ao combate do adoecimento dos servidores é fundamental para se garantir a institucionalização de ações voltadas
ao tema, por meio de uma gestão de pessoas humanizada. Este artigo visa apresentar um registro histórico de alterações
na estrutura da SEEDF, na última década, com este fim. Procurar-se-á apresentar, brevemente, a trajetória percorrida, as
principais ações desenvolvidas, as dificuldades enfrentadas em sua condução e ampliação, além de alguns dos resultados
alcançados, entre dezembro de 2011 e maio de 2021, quando da criação e extinção da Gerência de Acompanhamento de
Servidores com Limitação de Atividades (GEASLA) e, posteriormente, da criação e extinção da Diretoria de Acompanhamento
e Apoio ao Servidor (DISER). Para tanto, lançou-se mão de estudos sobre legislações, documentos institucionais, pesquisas e
análise de dados, facilitados pela atuação da autora com o tema desde sua institucionalização. O texto também apresenta
as dificuldades em se aferir a efetividade dessas ações, em função da interferência de um fator situacional inesperado, como
a pandemia pela COVID-19. Em função disso, este artigo propõe que sejam consideradasa análise de afastamentos por LTS
e dos questionários de acompanhamento a serem aplicados aos servidores participantes dos projetos e ações desenvolvidas.
Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho. Saúde. Adoecimento. Gestão de pessoas. Profissional da educação.
—‌
Abstract: The high rate of illness among professionals at the Department of Education of Federal District - SEEDF, has stimu-
lated the development of actions by its professionals, in the search for improvement in the quality of life, health and well-be-
ing of education workers. The creation of an organic unit in the organizational chart of SEEDF, with attributions aimed at
combating the illness of public servants, proved to be fundamental to guarantee the institutionalization of actions focused
on the theme, through a humanized management of its workers. This article aims to present a historical record of changes
in the structure of the SEEDF, in the last decade, with this purpose. An attempt will be made to present, briefly, the path fol-
lowed, the main actions developed, the difficulties faced in their conduction and expansion, in addition to some of the results
achieved, between December 2011 and May 2021, when the Management of Monitoring of Servants with Activity Limita-
tions (GEASLA) was created and terminated and, later, the creation and extinction of the Direction of Servant Monitoring and
Support (DISER). For that, studies on legislation, institutional documents, research and data analysis were made, facilitated by
the author’s work with the theme since its institutionalization. It also presents the difficulties in measuring the effectiveness
of these actions, due to the interference of an unexpected factor which has been the COVID-19 pandemic. Thus, this article
proposes that it is necessary to evaluate the effectiveness of the actions carried out, through the analysis of absences due
to LTS and through the follow-up questionnaires to be applied to the civil servants participating in the developed projects.
Keywords: Quality of life at work. Health. Illness. People management. Education professionals.

* Khrissley Guimarães de Oliveira Lopes é graduada em Economia Doméstica pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(1990). Professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Membro da Unidade de Bem-estar e Qualidade de
Vida no Trabalho-UQVT da Subsecretaria de Gestão de Pessoas/SEEDF. Contato: khriss.lopes@gmail.com

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Introdução de conceituações, devido possivelmente às diversas
disciplinas que estudam este fator. Fernandes (1996)
Os normativos brasileiros, em níveis Federal e Dis- nos apresenta uma tentativa de conceituação como
trital, trazem referências importantes que justificam “a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos,
a necessidade de considerarmos a qualidade de vida tecnológicos e sócio-psicológicos que afetam a cul-
do trabalhador como fator fundamental para o bom tura e renovam o clima organizacional, refletindo-se
desenvolvimento das funções do Estado, por meio de no bem-estar do trabalhador e na produtividade das
seus servidores públicos. empresas” (FERNANDES, 1996, p.45).
A Política de Qualidade de Vida, Saúde e Bem-es- Em seu Art. 2°, a PQVT/SEEDF fundamenta Qualida-
tar para Servidores Públicos da Secretaria de Estado de de de Vida no Ambiente de Trabalho, como aquela que:
Educação do Distrito Federal no Ambiente de Trabalho
diz respeito aos aspectos objetivos e subjetivos, contando com
e para Servidores Aposentados – PQVT/SEEDF, publi-
múltiplos fatores que se associam para a sua realização. Sob
cada como Portaria 281, de 10 de junho de 2021, no
essa perspectiva, compreende-se a qualidade de vida no am-
Diário Oficial do Distrito Federal (GDF, 2021), apresen-
biente de trabalho como uma das ramificações da qualidade
ta em seus considerandos vários desses embasamentos de vida como um todo, integrante dos objetivos fundamentais
jurídicos como, por exemplo, a Constituição Federal da República Federativa do Brasil e prioritária no Distrito Fede-
de 1988, que em seu preâmbulo, cita que o bem-estar ral e, portanto, demanda atuação do Poder Público em políti-
deve ser assegurado como um dos fatores de uma cas, programas, projetos e ações, que beneficiem seus servido-
sociedade fundada na harmonia social; em seu Art. 196 res públicos. Para fins desta Política, compreende-se qualidade
estabelece a “saúde como direito de todos e dever do de vida no ambiente de trabalho como a condição de atuação
Estado, garantido mediante políticas sociais e econô- profissional que possibilitem ações produtivas, de bem-estar
micas que visem à redução do risco de doença e de físico, mental e social a partir de uma gestão organizacional
outros agravos”; e, sendo bastante explícita, diz em seu humanizada, da promoção à saúde integral e de relações so-
Art.39, § 3º, que a “redução dos riscos inerentes ao cioprofissionais saudáveis; (GDF, 2021)
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e se-
gurança é um dos direitos dos servidores ocupantes de Ambos os conceitos sugerem que a QVT oferece
cargo público”. benefícios para o trabalhador e a instituição empre-
Como identificado na PQVT, a CF/88 ressalta gadora, sendo o bem-estar para um e a produtivida-
ainda que a“valorização dos profissionais da edu- de para outro.
cação escolar é um dos princípios constitucionais No entanto, relatos de servidores retratando o nível
que fundamentam a forma do ensino brasileiro de insatisfação com o trabalho; dados sobre os fatores
(art. 206, V)”, afirmação corroborada pelos Pla- de risco ao bem-estar do servidor, levantados pela pes-
nos Nacional e Distrital de Educação (Lei Nacional quisa “Saúde no Trabalho: a perspectiva do servidor da
nº13.005/2014 e a Lei Distrital nº 5.499/2015), e SEEDF” (PEREZ-NEBRA, A. R., QUEIROGA, F, 2018); o
pela Lei Distrital nº 4.751/2012 sobre o Sistema de alto índice de adoecimento dos profissionais da educa-
Ensino e a Gestão Democráticado Sistema de Ensino ção, comprovados pelos números relativos aos atesta-
Público do Distrito Federal. dos médicos para tratamento da própria saúde (SEEC,
Segundo a PQVT, diversas Leis e Decretos no âm- 2021) e o crescente quantitativo de readaptações fun-
bito do Distrito Federal também chancelam a neces- cionais, podem representar possíveis vivências de mal-
sidade de que os órgãos públicos ofereçam mecanis- -estar no trabalho por parte dos servidores da Secretaria
mos que atuem na promoção da saúde e prevenção de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF.
do adoecimento físico e mental; do bem-estar men- Segundo Ferreira (2011, p.180), “o bem-estar no tra-
tal e social individual e coletivo; do aprimoramento balho é um fator de saúde que os trabalhadores viven-
e harmonização das relações profissionais; da reali- ciam nos ambientes de trabalho”, e
zação e reconhecimento profissional; assim como da
a manifestação recorrente, o caráter prevalente e a vivência
ampliação da competência profissional e melhoria
duradoura dos sentimentos isolados ou associados de mal-es-
dos processos de trabalho e dos serviços oferecidos.
tar no trabalho delineiam um cenário resultante de ausência
(LODF/1993; Lei 6.557/2020; Decreto 36.561/2015; de Qualidade de Vida no Trabalho e, desta forma, aumentam
Decreto nº 37.648/2016; Decreto nº 38.631/2017; o risco de ocorrência de diversos indicadores críticos que reper-
Decreto nº 39.587/2018) cutem negativamente sobre os indivíduos, o funcionamento
O atendimento a essas demandas jurídicas pas- das organizações e a sociedade (FERREIRA, 2011, p.183).
sa pela compreensão do significado da expressão
Qualidade de Vida no Trabalho – QVT. No entan- Entre os indicadores críticos estão fatores de condi-
to, estudos na área demonstram uma pluralidade ções de trabalho, organização de trabalho e relações

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socioprofissionais, que juntamente com o reconhecimen- Desenvolvimento
to no trabalho e crescimento profissional, precisam ser
foco de ações de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), Nos anos de 2010 e 2011, a Coordenação Regional
por parte das organizações (FERREIRA, 2011, p. 174). de Ensino do Plano Piloto/Cruzeiro (CREPPC), desenvol-
Segundo Julião (2001): veu algumas ações voltadas à orientação dos professo-
res readaptados, lotados em suas escolas. A importân-
São muitos os benefícios da QVT. Veja a seguir alguns deles:
cia dessas ações, o noticiário na mídia sobre a falta de
redução do absenteísmo, redução da rotatividade, atitude favorá-
vel ao trabalho, redução/eliminação da fadiga, promoção da saú-
professores nas escolas e o custo oriundo das contrata-
de e segurança, integração social, desenvolvimento das capaci- ções de professores substitutos, despertou os gestores
dades humanas e aumento da produtividade (JULIÃO, 2001, p.4) da SEEDF para a necessidade de ampliação deste traba-
lho para toda a Rede Pública de Ensino.
De acordo com Claus Moller (1992) é muito mais Nesse sentido, optou-se pela criação de uma gerên-
vantajoso investir em qualidade, pois não fazer nada sai cia vinculada à então Subsecretaria de Gestão dos Pro-
mais caro, assim como é sabido que a prevenção custa fissionais da Educação (SUGEPE), que viesse a desenvol-
muito menos aos cofres públicos do que a recuperação ver ações voltadas aos servidores readaptados e seus
e reabilitação da saúde. gestores que, além de terem que lidar com todas as
A readaptação funcional, que comprova o adoeci- demandas da unidade escolar, se viam agora com um
mento crônico do profissional e a cada ano retira gran- considerável número de profissionais, principalmente
de número de servidores da principal função para a qual professores, que não poderiam atuar como os demais
foram contratados, como comprovado no Quadro 1, e e, em geral, precisariam se reinventar.
os custos referentes ao afastamento para tratamento A Gerência de Acompanhamento dos Servidores
da própria saúde na Rede Pública de Ensino, que foi de com Limitação de Atividades - GEASLA foi então inserida
R$162.642.949,40, em 2020 (SEEC, 2021), justificam o na estrutura da SUGEPE, com a publicação do Decreto nº
investimento na Política de QVT e Programas, Projetos e 33.409, de 12 de dezembro de 2011 (GDF, 2011).
Ações na área e apresentam-se como importantes fato- Com a finalização do processo de readaptação, torna-
res que potencializam a emergência de ações na área. va-se necessária a orientação aos servidores que passavam
na maioria das vezes por um processo de perda de identi-
Quadro 1. Número de novas readaptações, por carreira e por ano, entre dade profissional, visto que a readaptação lhes retirava a
2016 e 2019. principal tarefa para a qual haviam sido contratados, seja
ela limpeza, preparo de alimentos, regência ou outra.
Quanto aos docentes readaptados, esta afirmação
pode ser comprovada por Medeiros (2010), em pesqui-
sa realizada com docentes readaptados de escolas pú-
blicas no Distrito Federal-DF, quando relata que

os readaptados escutados revelaram alteração não somente nas


relações com os colegas, como também com o fazer profissional,
que se desconfigura, gerando impacto em sua identidade profis-
sional e promovendo a marginalização desse professor dentro do
Fonte: NUGINF/GADEP/DISER/SUGEP/SEEDF, em 03/07/2019. ambiente escolar. (MEDEIROS, 2010, p. 201)

Entende-se que a SEEDF tem buscado desenvolver Nem os gestores, nem os profissionais readaptados ou
ações que visem ao atendimento dessas premissas de mesmo seus pares não readaptados, compreendiam as su-
maneira mais institucionalizada, a partir de 2010, como tilezas dessa nova condição. Abria-se assim, as portas para
pretende-se mostrar neste artigo, com o objetivo de dar o isolamento, a exclusão, a discriminação, a desvalorização
clareza ao processo e disseminar informações quanto à e, em muitos casos, o aprofundamento do adoecimento
sua evolução até maio de 2021. por questões psicoemocionais, como observado nas res-
Para tanto, foram acessadas legislações e documentos postas dos servidores readaptados por ocasião dos Fóruns
como relatórios das ações desenvolvidas pelas unidades sobre Readaptação, realizados em 2012 (Gráfico 1).
orgânicas com atuação voltada à saúde do servidor, cons- Um importante marco legal, que contribuiu com o
tituídas a partir de 2011 no âmbito da Subsecretaria de estabelecimento de procedimentos padrões na condução
Gestão de Pessoas – SUGEP, acesso este facilitado por ter do processo de readaptação funcional foi o Artigo 277,
a autora participado deste processo desde o início. da Lei Complementar 840, de 23 de dezembro de 2011:

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Gráfico 1 – Autopercepção dos readaptados enquanto trabalhadores da SEEDF Gráfico 2 – Professores readaptados em relação ao total - por disciplina: abso-
luto/percentual. 2014

Fonte: Apresentação PPT. DISER para Curso de Formação para Gestores-E-


Fonte: Relatório dos Fóruns Regionais Sobre Readaptação - Construindo o Pro- APE. 2015.
grama de Qualidade de Vida no Trabalho e Readaptação de Servidores da SEE-
DF”, GEASLA, 2012, p. 45. Entre outras ações destacam-se os cursos oferecidos
Art. 277. Ao servidor efetivo que sofrer redução da capacidade aos readaptados atuantes em Salas de Leitura e Biblio-
laboral, comprovada em inspeção médica, devem ser propor- tecas Escolares, realizado na então, Escola de Aperfei-
cionadas atividades compatíveis com a limitação sofrida, res- çoamento dos Profissionais da Educação (EAPE), em
peitada a habilitação exigida no concurso público. 2012 e 2014. Outro destaque foi a Mostra de Experiên-
Parágrafo único. O servidor readaptado não sofre prejuízo em cias Significativas dos Servidores Readaptados, realiza-
sua remuneração ou subsídio (GDFa, 2011). da durante o Circuito Distrital de Ciências, no ano de
2014, com o objetivo de reconhecer e dar visibilidade
Dessa forma foi possível estabelecer com mais seguran-
aos profissionais readaptados.
ça os procedimentos administrativos e pedagógicos para
Foram realizados, ainda, os “FÓRUNS REGIONAIS
a orientação aos servidores readaptados e seus gestores.
SOBRE READAPTAÇÃO - Construindo o Programa de
A partir das demandas identificadas durante os aten-
Qualidade de Vida no Trabalho e Readaptação de Servi-
dimentos, a GEASLA apresentou diversas propostas de
dores da SEEDF”, em 2012, com a elaboração da carti-
condutas administrativas e pedagógicas, grupos de estu-
dos, cartilhas, cursos, fóruns, regulamentações e parcerias lha “Construindo o Programa de Qualidade de Vida no
intra e interinstitucionais, visando o encaminhamento de Trabalho e Readaptação de Servidores da SEEDF: Mó-
soluções imediatas ou de médio e longo prazos. dulo I – Readaptação Funcional”, abrangendo aspectos
Além dos atendimentos realizados pela Gerên- médico-periciais, burocrático-administrativos, jurídicos
cia, outra fonte de informação fundamental foram e pedagógicos, de forma a orientar os gestores e os
os próprios processos de readaptação. Cada proces- servidores readaptados, quanto a seus direitos e deve-
so era analisado e, sendo verificada alguma incon- res,em parceria com a Gerência de Saúde Ocupacional
sistência, os encaminhamentos eram dados para as e Segurança do Trabalhador – GESOST, da Coordena-
retificações necessárias, permitindo assim acertos ção de Saúde Ocupacional – COSAÚDE e a Gerência de
financeiros, de contagem de tempo para aposenta- Legislação Direitos e Deveres – GELDID/SUGEPE.
doria, publicação das readaptações no Diário Oficial A partir dos Fóruns foi constituído um Grupo de Tra-
do Distrito Federal (DODF), oficializando a situação balho (GT dos Readaptados) com representantes dos
funcional do servidor readaptado, até então não sis- participantes de cada polo, para a elaboração de uma
tematizada na Rede. Este trabalho, no entanto, foi portaria que subsidiasse a organização do trabalho dos
dificultado pela falta de informações quanto a quem servidores readaptados nas unidades escolares, com a
eram os servidores readaptados, onde estavam e qual intenção de contribuir com a melhoria de sua qualidade
o número do processo, por exemplo. Assim, todas as de vida e bem-estar no trabalho e maior efetividade em
informações relativas aos readaptados e sua situação seu desempenho profissional. Antes que este trabalho
funcional passaram a ser sistematizadas. fosse concluído, no entanto, a GEASLA,que já havia
Dentre os diversos dados coletados exemplifica-se tido seu nome alterado para Gerência de Readaptados
aqui a relação percentual de readaptação por disciplina – GEREAD (em maio de 2014), foi extinta em uma nova
ministrada que, corroborando a pesquisa de Medeiros reestruturação, em janeiro de 2015.
(2010), permitiu refletir sobre o fenômeno da readap- Em outubro do mesmo ano foi apresentada uma
tação funcional em função da habilitação/atuação em proposta de criação de uma diretoria que desenvol-
regência e levantao debate sobre possíveis adequações vesse ações não somente com os servidores envolvidos
nas metodologias de trabalho, por exemplo (Gráfico 2). com a temática da readaptação funcional, mas voltada

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a todos os servidores e agentes públicos da educação O trabalho com as diferenças em suas especi-
com foco na redução do adoecimento do profissional e ficidades
melhoria de sua qualidade de vida no trabalho.
Assim, o espaço de atuação da antiga Gerência se A GSIFE trazia a experiência dos três anos de atuação
ampliou a partir da publicação do Decreto nº 36.828, da GEASLA/GEREAD. As demandas dos gestores, os
de 22 deoutubro de 2015 (GDF, 2015), que criou a atendimentos aos servidores em situação funcional es-
Diretoria de Acompanhamento e Apoio ao Servidor – pecífica, a análise dos processos e os dados levantados
DISER, vinculada à, agora, Subsecretaria de Gestão de foram sendo aperfeiçoados.Os atendimentos passaram
Pessoas – SUGEP, que também ampliou seu escopo de a ter seus registros em um sistema informatizado e não
atuação, passando a ter as pessoas como centro dos mais em papel, facilitando o levantamento de dados e
procedimentos administrativos. o controle das informações.
A atuação da nova diretoria, composta por quatro ge- Em 2017, foram publicadas as Portarias nº 12 e 13,
rências, foi oficializada com a publicação do Regimento In- nos dias 13 e 17 de janeiro, respectivamente, responsá-
terno da SEEDF, pelo Decreto nº 38.631, de 20 de novem- veis por normatizar a modulação e a atuação dos pro-
bro de 2017. Entre suas principais atribuições estavam: fessores readaptados em unidades escolares da SEEDF.
Foi a coroação do trabalho do GT dos Readaptados,
Art. 113. A Diretoria de Acompanhamento e Apoio ao Servidor iniciado após os Fóruns sobre Readaptação, em 2012.
– DISER, unidade orgânica de direção e supervisão, diretamente A portaria buscou atender uma demanda de anos,
subordinada à Coordenação de Gestão de Pessoas, compete: relativa às possibilidades de atuação dos professores re-
[...] adaptados e ao número desses profissionais por escola.
II – planejar as atividades relacionadas à humanização das rela- Para os professores readaptados a portaria trouxe a
ções servidor-servidor e administração pública-servidor; oportunidade de desenvolver ações que mais se ade-
III – promover o assessoramento às unidades orgânicas da Se- quavam às suas habilitações, habilidades e limitações
cretaria quanto à melhoria do ambiente de trabalho e ao bem-
sofridas pelo adoecimento; proposição de novos pro-
-estar do servidor;
jetos; validação dos projetos inseridos no Projeto Políti-
[...]
co Pedagógico; reintegração ao grupo de professores,
Art. 114. À Gerência de Sistematização e Análise de Informa-
ções para a Gestão – GSAIG, unidade orgânica de execução,
como profissional produtivo; pontuação para escolha
diretamente subordinada à Diretoria de Acompanhamento e de projetos a serem desenvolvidos e garantia de lotação
Apoio ao Servidor, compete: na Unidade Escolar.
I – promover, no âmbito da Secretaria, a sistematização e a Outra importante regulamentação foi a portaria que
análise das informações relativas à gestão de pessoas, de modo incluiu os professores readaptados no procedimento de
a otimizar a qualidade dos serviços prestados, com foco na remanejamento, igualando seus direitos aos de seus pa-
transparência e na agilidade dos atendimentos ao público; res não readaptados, a partir de 2017.
[...] Expandindo sua atuação para outro grupo de ser-
Art. 115. À Gerência de Apoio e Desenvolvimento de Pessoas vidores em situação funcional específica, a GSIFE/DISER
– GADEP, [...], compete: realizou, em 2018, o Fórum de Servidores PCDs. O evento
[...] foi fonte de importantes informações para a equipe, como
IV – propor, no âmbito da Secretaria, ações voltadas ao desen-
demonstrado no Quadro 2.
volvimento contínuo de relações profissionais construtivas no
Optou-se aqui por apresentar o item negativo mais
ambiente de trabalho, com foco nas relações humanas e na
citados pelos participantes dos Fóruns, em cada um dos
melhoria dos processos de trabalho e dos serviços oferecidos; e
[...]
fatores (infraestrutura, equipamentos/recursos, mobili-
Art. 116. À Gerência de Mediação de Conflitos – GMEC, [...], ário, sentimentos, relações, informações/legislação, di-
compete: nâmica do trabalho, fatores biopsicofisiológicos), iden-
I – planejar, coordenar, executar e avaliar, no âmbito da Secreta- tificados após a compilação das respostas dadas em
ria, ações de prevenção, gestão e autocomposição de conflitos formulário próprio, conforme consta em relatório do
relacionados ao ambiente de trabalho, envolvendo servidores; evento (GSIFE, 2018).
[...] A partir desse Fórum e levando-se em consideração
Art. 117. À Gerência de Acompanhamento de Servidores em a relevância das informações levantadas, foi formado o
Situação Funcional Específica – GSIFE, [...], compete: Grupo de Trabalho para estudo e elaboração de uma
I – acompanhar e orientar os servidores em situação funcio- política voltada aos servidores PCDs da Rede, o principal
nal específica: readaptação, restrição temporária de função, encaminhamento retirado do evento.
pessoa com deficiência, contratação temporária, prestação de
Apesar das conquistas, ações importantes foram in-
serviços terceirizados e professores habilitados somente em
viabilizadas pela falta de recursos humanos e tecnoló-
componentes curriculares considerados extintos;
gicos disponíveis, como por exemplo a realização do II
[...] (GDF, 2017)

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Fórum sobre Readaptação; a Quadro 2. Citações mais frequentes quanto aos aspectos negativos vivenciados pelos servidores PCDs, na SEEDF
portaria de atuação dos pro-
fissionais da Carreira Assistên-
cia à Educação readaptados; o
acompanhamento mais siste-
mático da modulação e atua-
ção dos professores readapta-
dos nas unidades escolares; e
a Segunda Mostra Significativa
de Trabalhos dos Servidores
Readaptados, por exemplo.
Outras não obtiveram os re-
sultados esperados. Exemplo
disso foram os registros infor-
matizados dos atendimentos,
que não tiveram continuidade
e, consequentemente, o levan-
tamento de dados estatísticos
ou acompanhamento da evo-
lução dos encaminhamentos
dados foram prejudicados.
A interrupção das publica-
ções das readaptações no Di-
ário Oficial do DF, por falta de Fonte: Relatório Final - I Fórum da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Estado de Educação do DF: Construindo
definição da unidade orgânica a Política de Inclusão dos Servidores PCD’s.GSIFE, Nov. 2018.
responsável por tal tarefa, cau-
sou preocupação pela insegu- individuais continuaram sendo a demonstração do nível
rança jurídica na vida funcional do readaptado, quando de especificidade de cada caso, exigindo escuta atenta
da não publicação. e conhecimento dos procedimentos próprios de cada
No ano de 2019 houve a necessidade de nova rees- situação. A redução no quantitativo de problemas iden-
truturação na SEEDF, por meio do redimensionamen- tificados nos processos analisados pela equipe é uma
to dos cargos nas Subsecretarias. Para atender a esta possível demonstração do sucesso do trabalho
demanda, uma das alterações foi transformar a GSIFE
em Núcleo de Apoio ao Servidor – NUAPS, com a pu- O servidor à frente de sua matrícula
blicação do Decreto nº 39.773, de 12 de abril de 2019
(GDF, 2019). A alteração da Gerência em Núcleo não foi exclusivida-
Já enquanto Núcleo, foi possível realizar o projeto de da GSIFE. A GSAIG, foi criada para sanar um dos gran-
“Para Além da Regência de Classe” nos anos de 2019, des problemas enfrentados ainda nos estudos de mestra-
presencial, e 2020 em versão on-line, substituindo a do sobre a readaptação funcional (MEDEIROS, 2010): a
Mostra de Experiências Significativas. Com a chegada falta de informações baseada em dados estatísticos.
de profissionais da área da psicologia, foram oferecidas Para atender as atribuições definidas no Regimento
ações direcionadas à melhoria da qualidade de vida dos Interno, o acesso aos dados do Sistema de Informações
servidores atendidos pelo NUAPS. de Gestão de Recursos Humanos- SIGRH, foi funda-
Os contatos com a Gerência de Readaptação Funcio- mental, no entanto, não atendeu a todas as demandas.
nal, da SUBSAÚDE, continuaram na busca por soluções Rapidamente foram identificados problemas como falta
às demandas dos servidores adoecidos ou seus gestores. de códigos que correspondessem às situações funcio-
Os lançamentos dos dados funcionais relativos à res- nais específicas, ou lançamentos incompletos, incorre-
trição temporária, à readaptação e à não-regência para tos ou em duplicidade. Apesar disso, a GSAIG conse-
professores com deficiência, somaram grande parte das guiu atender as demandas internas quanto a dados que
atividades realizadas pela equipe, acrescidas de novo le- pudessem subsidiar ações de planejamento das direto-
vantamento para elaboração da lista de publicação de rias da SUGEP.
readaptações no DODF, que finalmente, foi considera- Dados relativos à raça, gênero, idade, tempo de atu-
da atribuição do Núcleo. ação, primeira e segunda habilitações, carreira, licenças
Contudo, a análise dos processos e os atendimentos diversas, aposentadoria e outros, na Instituição como

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um todo ou por CRE, ou ainda, por modalidade ou ti- autonomia anterior sem, contudo, abandonar a integra-
pologia escolar, era uma parte constante do trabalho ção e cooperação iniciais, administradas pela Diretoria.
da equipe. As demandas externas oriundas principal-
mente dos órgãos de fiscalização, pesquisadores e po- Bem-estar x mal-estar
líticos, em geral transcorriam sobre número de servido-
res, atendimento às necessidades de profissionais das A GESOST/COSAÚDE tinha entre suas atribuições
unidades escolares e, em número crescente de vezes, desenvolver ações de prevenção ao adoecimento. Com
sobre os afastamentos por motivo de doença. sua extinção em 2015, por causa da unificação das pe-
Essas demandas eram anteriormente atendidas por rícias médicas dos órgãos do GDF, este trabalho foi in-
cada unidade orgânica responsável pelo assunto na terrompido ainda em fase de consolidação.
SUGEP, isso impedia uma padronização dos métodos Por ocasião da criação da DISER, em 2015, essa pro-
de extração de dados o que aumentava a insegurança posta acabou sendo contemplada e ampliada pela GA-
quanto à sua pureza, exigindo mais tempo e esforço DEP, pois estava claro que não bastava normatizar e
para seu levantamento. A atuação da GSAIG eliminou orientar a vida funcional dos adoecidos. Tornou-se im-
este problema. prescindível evitar e reduzir o adoecimento.
Esta Gerência, no entanto, não se limitou à extração Esta Gerência, desde seu início, passou por constante
de dados. Apesar dos parcos recursos tecnológicos bus- processo de construção de sua identidade. Como não
cou entre seus profissionais a habilidade de programa- havia experiência anterior na Rede com tamanha pro-
ção de sistemas e criou o módulo no SIGRHWEB em par- porção e amplitude foi necessário um trabalho inten-
ceria com a Secretaria de Estado de Economia – SEEC, para o so e constante de embasamento e direcionamento por
registro de dados relativos à condição de restrição tempo- parte de seus servidores. Estudos sobre Qualidade de
rária e readaptação e o Controle de Atendimentos, utiliza- Vida, Saúde, Bem-estar e Mal-estar no Trabalho, Pla-
dos pela GSIFE. Criou também o SISGMEC, que permitia nejamento Estratégico Situacional, Clima e Cultura
o registro dos procedimentos de Mediação de Conflitos Organizacional, Trabalho e Trabalho no Serviço Públi-
realizados por outra gerência da DISER, além de outros co, foram a base para o planejamento das primeiras
sistemas internos para gestão de gerências da SUGEP, ações da Gerência.
garantindo maior confiabilidade das informações pres- Três desafios importantes foram superados pela
tadas em conjunto. equipe. O primeiro foi não se permitir ser confundida
Ampliando-se ainda mais o olhar para as necessida- com gerência de promoção de eventos, uma provável
des de acesso e disponibilização de informações relati- tendência, visto que a falta de conhecimento e não
vas ao universo da gestão de pessoas na Secretaria de compreensão do significado de promoção de qualidade
Educação, a equipe propôs a criação de um Anuário de vida no trabalho e bem-estar como ação de trans-
Digital, onde os dados estariam disponíveis para acesso formação estrutural na Instituição, poderia levar a ideia
de gestores e interessados internos e externos, tendo de que eventos rápidos, pontuais e bem organizados
sua atualização programada e realizada em períodos fossem suficientes.
pré-estabelecidos. O segundo foi o de não ser confundido com a EAPE,
O projeto piloto foi apresentado, mas por dificulda- atual Subsecretaria de Formação dos Profissionais da
des tecnológicas e administrativas não foi concluído. Educação. A expressão “desenvolvimento de pessoas”
Limitações também que impediram a continuidade dos que nomeia a Gerência abriu essa possibilidade,
lançamentos dos atendimentos da GSIFE e dos procedi- como constatado no Curso de Formação para Ges-
mentos no SISGMEC, que tiveram seus dados perdidos, tores, oferecido pela EAPE, em 2015, onde, quando
prejudicando os trabalhos das referidas Gerências/Núcleo, solicitado que procurassem identificar a atribuição da
assim como a extração de dados pela própria GSAIG. GADEP, a partir de seu nome, a maioria associou-a à
Apesar de sua importância estratégica, a GSAIG Formação Continuada.
também passou pela reestruturação em 2019, sendo A reunião de informações mais amplas sobre o adoe-
transformada em Núcleo de Gestão da Informação- cimento dos servidores, necessária ao seu combate,
NUGINF. Foi garantida a qualidade dos dados e in- se materializou com a aplicação de três pesquisas de
formações, mas não lhe foi possível avançar com a grande porte realizadas entre os anos de 2016 e 2019.
elaboração do Anuário, dar suporte aos sistemas ou Enfrentou-se, então, o terceiro desafio: a desconfiança
mesmo criar outros sistemas. dos servidores participantes. Durante a aplicação-teste
Quando os Núcleos NUGINF e NUAPS foram criados da pesquisa “Saúde no Trabalho: a perspectiva do ser-
passaram a ser organicamente vinculados a uma outra vidor da SEEDF” e da capacitação oferecida aos Coor-
gerência pertencente à DISER, a GADEP. Por terem man- denadores Pedagógicos Locais, que contribuíram com
tido as atribuições regimentais, atuavam com a mesma sua aplicação nas unidades escolares, os participantes

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trouxeram questões como “- É claro que vou avaliar bem No processo de reestruturação em que as Gerências
a chefia, não sou boba!”; ou “- O que vão fazer com es- GSIFE e GSAIG foram transformadas em Núcleos, cou-
ses dados? Toda hora vem alguém fazer pesquisa aqui e be à GADEP e sua gestão acolhê-las sob sua hierarquia,
a gente nunca vê os resultados!”; ou ainda “- A gente respeitando-se, no entanto, a autonomia e atribuições
parece rato de laboratório!” (GADEP, 2018). regimentais que não foram alteradas. Este trabalho
Além disso, ao estabelecer parceria com a Diretoria foi mais dificultado pela adoção do teletrabalho e a
de Avaliação – DIAV, da Subsecretaria de Planejamento dificuldade de acesso aos sistemas da Intranet, o que
e Avaliação- SUPLAV, para que a pesquisa de “Ambien- exigiu uma gestão bem articulada da Gerência e seus
te Organizacional” fosse inserida na Avaliação Institu- Núcleos com a DISER e a própria SUGEP.
cional - AVI aplicada aos servidores em 2017, foi-nos
informada sobre a baixa adesão dos professores em res- Mediando a superação dos conflitos
ponder ao questionário anterior [AVI Equipe Docente
–2015 (27,0%)]. Em 2017, sendo aplicada a todos os Como sabemos, conflitos são inerentes à convivência
servidores efetivos, a adesão foi de 45,5%. Em compa- social e podem ser vistos como oportunidade de revisão
ração com o percentual de respostas obtidos quando de conceitos e comportamentos. No ambiente de tra-
da aplicação aos gestores [AVI Gestor Público –2014 balho eles são comuns e cotidianos. Alguns conflitos,
(80,0% de participação) e AVI Gestor Público – 2016 no entanto, dependendo da motivação dos envolvidos,
(97,0%)] (SEEDF, 2017, p. 61), percebeu-se ali, a neces- da estratégia usada na busca de solução, do tempo de
sidade de um trabalho de divulgação e conscientização duração, entre outros fatores, podem vir a exigir uma
em larga escala para se combater possível desconfian- intervenção externa.
ça dos servidores. Na pesquisa aplicada aos servidores Em geral, isso acontece buscando-se auxílio entre os
ingressantes, nos anos de 2020 e 2021, alcançou-se servidores do próprio local de trabalho, como os ges-
20,66% do retorno dos questionários (UQVT, 2021, tores, caso não estejam envolvidos, ou colegas mais
p.3). Sugerindo que mesmo os servidores recém-em- próximos. Quando não é possível a resolução, busca-se
possados talvez não se sintam seguros em participar de a intermediação em instâncias superiores, no caso das
pesquisas institucionais. escolas, a CRE. Análise da situação, diálogo, pondera-
A mudança de paradigmas é um processo longo que ção e consideração dos normativos são os primeiros
passa pela conquista da confiança na Instituição e seus passos geralmente seguidos na tentativa de resolução
representantes. A ampliação da equipe a partir de 2018, dos conflitos. Apesar de todos os esforços, nem sempre
foi um passo fundamental na direção da consolidação se consegue que os conflitos entre profissionais sejam
da GADEP como protagonista de promoção da saúde resolvidos dessa maneira.
e prevenção ao adoecimento e, merecedora do reco- Na SEEDF, alguns casos eram encaminhados à Coor-
nhecimento e confiança de toda a Rede. As ações em denação de Procedimento Administrativo Disciplinar
parceria também foram um marco importante na cons- - CPROD, hoje Corregedoria da Educação - CORRED,
tituição de suas características, como no caso do “Pro- para abertura de Processo Administrativo Disciplinar,
grama de Orientação para Aposentadoria”, em parceria o temido PAD. Observando-se que alguns dos PADs
com a SUBSAÚDE; participação no “Curso Monitores eram, na verdade, situações de conflitos que poderiam
em Formação: competências e desafios”, em parceria ser resolvidos de outra forma, que não um procedimen-
com a EAPE; e demanda do “Curso de Atendimento ao to administrativode tal porte, optou-se pela criação do
Público”, para a EGOV. Núcleo de Mediação de Conflitos- NUMEC, vinculado
A partir de 2020 houve um aumento de material dis- à CPROD, pela publicação da Portaria nº 150, de 28
ponibilizado voltado às questões de saúde mental. Isto de agosto de 2014(GDF, 2014), para onde passaram a
deveu-se, em parte, ao fato de que o isolamento social, ser encaminhados os processos que não configuravam
o teletrabalho e o retorno híbrido às atividades, em fun- crime, por exemplo.
ção da pandemia pela COVID-19, decretada pela Or- O nome do Núcleo remetia à técnica de Mediação
ganização Mundial de Saúde - OMS, exigiu da equipe de Conflitos, escolhida entre outras possibilidades pelo
uma força-tarefa voltada a dar algum suporte aos ser- protagonismo dos servidores envolvidos no processo.
vidores que vivenciavam, assim como seus estudantes Os profissionais ali lotados (principalmente psicólogos
e familiares, um momento de insegurança, incertezas e advogados, mas não necessariamente) passaram por
e ameaça à vida, gerando medo e desenvolvendo ou diversas formações na área. Apesar da intenção de so-
potencializando os diversos tipos de adoecimento, mas lução com menor impacto sobre os profissionais envol-
principalmente os de origem mental e comportamental. vidos, por estar hierarquicamente ligado à CPROD, os
As ações realizadas online permitiram a adesão de um procedimentos ainda mantinham o peso do processo
maior número de servidores. administrativo e foi constatado, empiricamente, que ter

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o nome envolvido em um PAD era, em muitos casos, a ori- de parcerias intra e interinstitucionais; suporte à orga-
gem ou potencialização de adoecimento do profissional. nização e divulgação de eventos, pesquisas e projetos
Com a criação da DISER e a perspectiva de atuação das Gerências; esclarecimentos e orientações a gestores
mais humanizada da SUGEP, percebeu-se grande po- e servidores quanto à sua temática de atuação; análise,
tencial de atuação da Mediação de Conflitos, agora apoio e articulação para implementação dos projetos
com a formatação de Gerência, vinculada à nova Dire- das Gerências; e participação em formações para ser-
toria. Os servidores da GMEC trouxeram a experiência vidores do órgão ou outros órgãos do GDF e entida-
do trabalho no NUMEC; aprofundaram seus conheci- des sindicais; além de propositora, coordenadora e/ou
mentos e técnica com novas formações na área; adap- participante efetiva de grupos de trabalho e comissões
taram seus procedimentos para uma atuação mais ade- diversas, fez com que a dinâmica da atuação da DISER
quada à nova proposta; elaboraram minuta de portaria estabelecesse um patamar sólido em relação às suas
para regulamentar sua atuação; além de integrarem atribuições quanto à qualidade de vida, saúde e bem-
suas ações às das demais Gerências da Diretoria, com- -estar no trabalho do profissional da educação do DF,
pletando o elo de acompanhamento e apoio ao servi- apesar da novidade do tema nos órgãos públicos.
dor, proposto por esta. A atuação pioneira tanto na SEEDF quanto nos de-
O procedimento para o acesso aos serviços da GMEC mais órgãos do GDF, trouxe ônus e bônus à DISER. En-
iniciava por demanda do próprio servidor envolvido tre os bônus pode-se citar a criação de uma proposta
no conflito ou pelo gestor. No primeiro contato eram conforme suas convicções e oportunidades do momen-
explicados os procedimentos para o atendimento to. Enquanto ônus, como era de se esperar, foram mui-
à demanda e, caso houvesse interesse do servidor, tas as dificuldades em administrar uma temática ainda
marcava se o acolhimento. inexplorada na Instituição. Apesar do reconhecimento
Às vezes o que havia começado como um conflito de que ações pontuais e personificadas em servidores
gerava um atrito entre os envolvidos. Em casos assim, lotados em outras unidades orgânicas, atentos à realida-
nem sempre os envolvidos aceitavam a atuação dos de do mal-estar existente entre os colegas de trabalho, aos
servidores da GMEC por meio da Mediação, esses poucos eram desenvolvidas e identificadas pela Diretoria,
processos eram encaminhados à Corregedoria que nenhuma delas tinha um alcance Institucional.
analisava a necessidade de instauração de PAD. A Diretoria não se limitou a aprovar ou orientar o
Quando eram aceitos, no entanto, os resultados eram trabalho das Gerências. Ela atuou na construção dos
de satisfação com a Mediação oferecida. laços de integração e cooperação que iriam garantir a
A atuação da GMEC não se limitou aos atendimen- efetividade das ações de toda a equipe.
tos. Foram realizados oito Encontros de Mediação abor- O processo de convencimento dos gestores quanto
dando diferentes aspectos do trabalho, entre os anos à importância de se repensar o adoecimento na Rede
de 2016 e 2020, parte deles presencial e parte virtual. e de se identificar suas possíveis causas foi lento, mas
Por seu protagonismo pela atuação com Mediação de produtivo. Os dados levantados pela GSAIG/NUGINF e
Conflitos na área administrativa dos órgãos do GDF, a os divulgados pela SUBSAÚDE em seus Relatórios Epi-
equipe participou de formações e reuniões sobre sua demiológicos, além dos fatores identificados na pesqui-
atuação, contribuindo com os debates sobre a viabilida- sa “Saúde no Trabalho: a perspectiva do servidor da
de da Mediação de Conflitos em outros espaços. SEEDF”, conduzida pela GADEP, foram importantes
instrumentos neste processo.
Cabeça e corpo se completam A compreensão dos procedimentos relativos à vida
funcional do servidor e as legislações pertinentes, por
Coube à DISER, cumprir o papel de propositora e parte da DISER, foi imprescindível para que situações
articuladora das ações, projetos e programas de suas tidas como possível fonte de mal-estar como, está-
Gerências e, posteriormente, Núcleos, chamando para gio curricular; edital de concurso; estágio probatório;
si responsabilidades e competências fundamentais para avaliação do servidor; eleição de diretores escolares;
o cumprimento de seus objetivos. modulação, atuação, remanejamento de readapta-
Articulações com os superiores hierárquicos; reuniões dos; adequação para atuação dos PCDs; aposentado-
semanais com os gerentes das equipes; análises cons- ria; e outras, fossem consideradas espaço de atuação
tantes de processos e procedimentos; estudo da legis- da Diretoria e suas Gerências, visando a melhoria dos
lação; elaboração e proposição de portarias; condução procedimentos e a geração de bem-estar entre os
das definições de atribuições de cada unidade orgânica profissionais da Educação, apesar de em vários destes
vinculada; estudos de caso e orientações aos servidores assuntos, as propostas de melhoria não terem sido
da equipe; orientação e apoio ao acolhimento individu- efetivadas ou mesmo, analisadas com profundidade
al aos servidores e gestores atendidos; estabelecimento pelos responsáveis das áreas.

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Intensas e constantes negociações nos procedimen- – PQVT/SEEDF (GDF, 2021); a publicação e divulgação
tos da SUBSAÚDE relativos aos processos de readapta- de materiais diversos como cartilhas, cards, cartazes,
ção, restrição temporária e adequação para servidores e-books; a participação no planejamento e realização
PCDs, realizadas juntamente com a GSIFE/NUAPS, por de eventos como o Seminário Nacional de QVT da SE-
exemplo, trouxeram resultados importantes para os ser- EDF, Semana do Servidor Público, Encontros de Media-
vidores. Assim como a ação conjunta para a realização ção; a participação na elaboração da Política de QVT
do Fórum de Servidores PCDs. do GDF e do Plano Distrital de QVT, são exemplos do
DISER e GADEP trabalharam em conjunto no pla- interesse de seus gestores em dar prosseguimento aos
nejamento e execução do Colóquio Formação Inicial e trabalhos de disseminação da QVT e bem-estar entre os
Adoecimento do Professor; na definição, aplicação, in- servidores e agentes públicos da SEEDF.
terpretação e divulgação dos dados da pesquisa “Saú- Adequações ao formato do trabalho em função do
de no Trabalho: a perspectiva do servidor da SEEDF” teletrabalho e trabalho híbrido, do uso dos recursos de
e, consequentemente, na elaboração do Caderno de tecnologia até então desconhecidos da equipe, a im-
Ações 2019-2022; na construção da Política de Qua- portância em se manter e intensificar os projetos volta-
lidade de Vida, Saúde e Bem-estar no Trabalho da SE- dos aos servidores e agentes públicos em plena condi-
EDF, entre outras, atuando intensamente na dissemi- ção pandêmica, a ampliação do número de servidores
nação do tema da promoção à saúde e prevenção ao da equipe, foram experiências administradas pelos ges-
adoecimento, em toda a Rede. tores que proporcionaram a ampliação dos projetos e
A consolidação dos procedimentos de Mediação de o acesso de maior número de servidores interessados.
Conflitos na área administrativa exigiu muita articula- Apesar do reconhecimento da gestão da SUGEP
ção interna e externa à Secretaria, que conduzida pela quanto à importância das ações da DISER, suas Ge-
Diretoria em conjunto com a GMEC, logrou sucesso rências e Núcleos, a necessidade de resolver questões
com a publicação da Portaria nº 352, de 30 de outubro relativas a pagamento dos professores substitutos e a
de 2018, de regulamentação da atuação da Gerência carência de recursos financeiros para tal, levou a mais
(GDF, 2018). uma reestruturação em seu organograma. Sendo as-
A definição, em conjunto com a GSAIG/NUGINF, sim, a Diretoria de Acompanhamento e Apoio ao Ser-
dos critérios para extração de dados sobre os servido- vidor foi extinta e as equipes da GADEP e do NUAPS
res e agentes públicos da SEEDF, ofereceu segurança foram reunidas, na então criada, Unidade de Qualidade
aos gestores da Instituição quanto a maior proximidade de Vida e Bem-estar no Trabalho – UQVT.
com a realidade possível, em função dos erros de cadas- Os servidores do NUGINF foram alocados no Gabi-
tro nos sistemas existentes. nete da SUGEP e, posteriormente, foram lotados na
Como é possível perceber, ações capitaneadas pela Diretoria de Modernização de Processos de Pessoal
DISER com participação ativa de uma ou mais de suas – DIMOP, criada para acolher a proposta de levanta-
Gerências ou de parceiros, foram demarcando seus ter- mento de dados.
ritórios, que em alguns casos, extrapolaram os limites A GMEC foi reconduzida à CORRED.
da Secretaria, como pela participação na elaboração da
Política de QVT do GDF. Considerações finais
As mudanças de gestão da Diretoria, mesmo tra-
zendo certo impacto quanto à visão ampla e complexa A complexa realidade do sistema público de educa-
construída anteriormente, em função da menor expe- ção no Brasil, permite, muitas vezes, que decisões sejam
riência com o tema por parte dos novos gestores e do tomadas sem o embasamento técnico-científico neces-
menor espaço de atuação permitido a estes, contou sário para se garantir o sucesso de cada uma delas.
com sua dedicação e interesse e manteve a seriedade, No registro histórico apresentado neste artigo é pos-
competência e qualidade dos serviços prestados aos sível constatar que estudos acadêmicos, formação con-
servidores da SEEDF. tinuada, pesquisas acadêmicas e institucionais, litera-
O apoio à atuação das Gerências/Núcleos, a articu- tura consistente, profissionais afetos à temática, dados
lação com outras unidades orgânicas da Secretaria; a seguros, liderança democrática e, identidade do traba-
composição em GTs e Comissões; o pioneirismo na apli- lho consolidada, foram fundamentais para que cada
cação da Mediação de Conflitos no âmbito da Adminis- etapa fosse percorrida e avançasse em seus propósitos.
tração Pública e na publicação da Portaria nº 281, de 10 É inequívoco, no entanto, perceber que a conjuntura
de junho de 2021, que Institui a Política de Qualidade política e financeira,em função dos desgastes com as
de Vida, Saúde e Bem-estar para Servidores Públicos da notícias constantes de falta de professores nas escolas,
Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal no além do alto custo oriundo das contratações de profes-
Ambiente de Trabalho e para Servidores Aposentados sores substitutos, constantemente questionadas pelos

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órgãos de controle, foramcondições que contribuíram adoecimento e de comprometimento do processo de
com a institucionalização das ações voltadas à saúde e ensino-aprendizagens.
bem-estar do trabalhador da educação. Sendo assim, entende-se ser necessária uma análise
Constata-se, então que política, economia,ciência e mais detalhada da efetividade das ações da DISER, in-
competência profissional, quando voltados para um in- clusive as que tiveram continuidade por intermédio das
teresse em comum podem obter resultados efetivos no atuais UQVT/SUGEP, DIPROM/SUGEP e GMEC/CORRED,
alcance de seus objetivos. por exemplo, pela análise das Licenças para Tratamento
O trajeto percorrido na SEEDF para que a Gestão de da Própria Saúde - LTS dos servidores antes e após sua
Pessoas pudesse contribuir com um ambiente organiza- participação na ação; assim como, das respostas aos for-
cional harmonioso e a melhoria dos serviços prestados à mulários de acompanhamento de mudança de comporta-
população, nos últimos 10 anos, oportunizou reflexões mento dos participantes, a ser disponibilizado meses após
que extrapolaram os “muros da escola”, remetendo a a participação do servidor em um projeto ou ação.
processos de formação inicial e continuada; experiên- A continuidade de pesquisas como a de “Saúde
cias práticas antecedentes à efetivação do servidor, no Trabalho: a perspectiva do servidor da SEEDF”e a
como as modalidades de estágio para licenciandos; de Ambiente Organizacional, adotada pela Política de
normativas e condutas administrativas e burocráticas, Qualidade de Vida, Saúde e Bem-estar no Trabalho da
que vão do edital de concurso aos benefícios pós-apo- SEEDF – PQVT, como métrica para avaliação da efetivi-
sentadoria;ou ainda, ao preparo dos gestores;à orga- dade da referida Política, com o nome de “Qualidade
nização do trabalho,perpassando pela distribuição das de Vida, Saúde e Bem-estar dos Servidores”, é mais um
atividades cotidianas, até a proximidade entre local de passo no processo de avaliação das ações, projetos e
trabalho e moradia, por exemplo. programas desenvolvidos para este fim, pela SEEDF.
Outras temáticas como as condições de trabalho, Contudo, com a SEEDF recebendo o primeiro lugar
que vão desde a disponibilização de recursos com qua- na premiação do Selo QUALIVIDA, oferecido pelo GDF,
lidade até a adequação do trabalho às necessidades dos por intermédio da Secretaria Executiva de Valorização e
profissionais PCDs; a percepção da importância do auto- Qualidade de Vida - SEQUALI/SEEC, referente às ações
cuidado e dos relacionamentos profissionais respeitosos e desenvolvidas no ano de 2020, pode-se inferir que a
construtivos; a responsabilidade Institucional em relação Instituição obteve sucesso com o caminho traçado en-
ao bem-estar,à saúde e àqualidade de vida dos profissio- tre Dezembro de 2011 e Maio de 2021.
nais da educação, como observado no registro deste arti- Espera-seque as informações apresentadas possam
go, não passou desapercebido na busca pelo bem-estar conduzir ao atendimento dos anseios dos profissionais
sustentável na SEEDF, ou seja, o equilíbrio entre bem-estar que atuam na unidade orgânica responsável pelo tema
e desempenho dos trabalhadores na Instituição. da QVT, na SEEDF, com o retorno de uma unidade or-
Como as ações desenvolvidas tiveram como objetivo gânica de maior porte, voltada ao atendimento dos
final reduzir o adoecimento dos profissionais da Rede profissionais da educação quanto aos aspectos de sua
Pública de Ensino e melhorar a qualidade do ensino Qualidade de Vida, Saúde e Bem-estar, com a amplitu-
oferecido à população, o número de afastamento para de necessária para que ações de alcance estrutural pos-
tratamento da própria saúde, de readaptações funcio- sam voltar a ser implementadas, garantindo-se assim
nais e os resultados nos processos avaliativos internos a efetividade da QVT na Rede, pois sendo a instituição
e externos à SEEDF, seriam os melhores indicadores de a responsável pelos serviços públicos educacionais, en-
efetividade a serem analisados. No entanto, devido à tende-se que a qualidade da educação oferecida aos
interferência da situação pandêmica vivenciada mun- estudantes da SEEDF, pode vir a ser afetada positiva-
dialmente,entende-se que pode haver um comprome- mente, caso sejam alcançados bons níveis de bem-estar
timento desta análise em função desse fator situacional e saúde dos profissionais da educação, por meio de sua
ter sido/ser, por si só, fonte de importante índice de melhoria da qualidade de vida no trabalho.

Referências

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102 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DOSSIÊ - ARTIGOS

Reconexão com o projeto de vida: caminho para


o bem-estar docente
Life project: a path to teachers’ well being

Alessandra Gmaf Teixeira Fidelis *


Tamar Rabelo Castro **

Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar o impacto do percurso formativo Bem-Estar e Qualidade de Vida:
Projeto de Vida na percepção subjetiva dos profissionais da educação das Carreiras Assistência e Magistério nos cam-
Recebido em: 19 jul. 2022
Aprovado em: 16 nov. 2022

pos pessoal, profissional e na compreensão do seu próprio projeto de vida. Esta pesquisa é longitudinal e tem como
foco os resultados que mostram a ampliação da percepção de bem-estar dos participantes da formação continuada,
em 2021. Foram submetidos aos cursistas dois formulários: o primeiro logo após o término do percurso formativo em
junho de 2021 e o segundo um ano após sua conclusão, envolvendo os mesmos participantes.Neste trabalho reali-
za-se a análise comparativa do resultado de ambos. Buscou-se identificar se o percurso formativo foi capaz de gerar
ampliação da percepção de bem-estar dos cursistas a partir da consolidação dos construtos preditores de bem-estar:
autoaceitação, relacionamento positivo, autonomia, domínio do ambiente, propósito com a vida, crescimento pro-
fissional, emoções positivas, engajamento, sentido e realização, fundamentos das teorias do bem-estar psicológico e
da teoria do bem-estar na Psicologia Positiva. Comprovou-se que a percepção de bem-estar se apresentou de forma
consistente e duradoura nas respostas dos participantes. Constatou-se, também, que a hipótese foi validada com
resultados positivos em todos os dados das amostras, considerando-se que esta é uma das ações bem-sucedidas da
Política de Qualidade Vida no Ambiente de Trabalho e dos Servidores Aposentados - PQVT/SEEDF.
Palavras-chave: Bem-estar Subjetivo. Bem-estar Psicológico. Qualidade de Vida.Projeto de Vida. Profissionais da Ed-
ucação. Formação Continuada.
—‌
Abstract: This article aims to present the impact of the training path Welfare and Quality of Life: Life Project on the
subjective perception of education professionals in Assistance and Teaching in the personal and professional fields and
in the understanding of their life’s project’s Careers. This research is longitudinal and focuses on the results that show
the expansion of the perception of well-being of the participants of continuing education in 2021. Two forms were
submitted to the course participants: the first right after the end of the course in June 2021 and the second one year
after its completion, involving the same participants. In this work, a comparative analysis of both the results is carried
out. We sought to identify whether the course was able to generate an increase in the students’ perception of well-
-being based on the consolidation of the constructs that predict well-being: self-acceptance, positive relationship, au-
tonomy, mastery of the environment, purpose in life, professional growth , positive emotions, engagement, meaning
and fulfillment, foundations of theories of psychological well-being and theory of well-being in Positive Psychology. It
was proven that the perception of well-being was presented in a consistent and lasting way in the responses of the
participants. It was also found that the hypothesis was validated with positive results in all sample data, considering
that this is one of the successful actions of the Quality Life Policy in the Workplace and Retired Servers - PQVT/SEEDF.
Keywords: Subjective Well-being.Psychological Well-being.Quality of Life.Life Project. Education Professionals. Con-
tinuing Education.

* Alessandra Gmaf Teixeira Fidelis é professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Contato: alessandra.
gmaf@edu.se.df.gov.br
** Tamar Rabelo Castro possui habilitação específica para o Magistério (1993), Licenciatura Plena em Letras - Língua Portuguesa
e suas respectivas literaturas pela Universidade Católica de Brasília (1998); mestre em Teoria Literária - Universidade de Brasília
(2004). Integra o Grupo de Trabalho de Projeto de Vida para implementar a nova unidade curricular Projeto de Vida na SEEDF,
coordena a equipe de formação continuada de professores de Projeto de Vida na SEEDF. Contato: tamarrabelo2@gmail.com

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Introdução Quadro 01 - Composição do Percurso Formativo Bem-Estar e Qualidade de Vida
Percurso Comum Percurso Específico Formadoras

Este trabalho tem o objetivo de apresentar a expe- O despertar do ser musical Idelvania Passos de Araújo Oliveira
riência vivenciada no percurso formativo Bem-Estar e
Bem-Estar e (Re)Construindo a imagem
Qualidade de Vida - Projeto de vida, que foi elaborado Qualidade de vida pessoal e profissional
Raquel Caixeta da Silva

para profissionais da educação pertencentes às Carrei- Usos e desusos da voz Ivonete da S. Oliveira
ras Assistência e Magistério da Secretaria de Estado de Projeto de Vida
Alessandra Gmaf Teixeira Fidelis
Tamar Rabelo de Castro
Educação do Distrito Federal - SEDF, a fim de atender
Fonte - Proposta de Curso apresentada e aprovada pela EAPE
a uma demanda da Portaria nº 287, de 26 de setem-
bro de 2018, que regulamenta a Política de Valoriza- emocional; o reconhecimento das características huma-
ção, Promoção de Bem-estar e de Qualidade de Vida no nas positivas; a construção de pontos fortes e de rela-
Ambiente de Trabalho de servidores e demais agentes ções positivas no espaço do trabalho; o estabelecimento
públicos da Secretaria de Estado de Educação do Distrito de metas pessoais; a compreensão de como a carreira
Federale apresenta ações de prevenção e intervenção ao pode se tornar facilitadora da expressão de virtudes, ta-
adoecimento/absenteísmo dos profissionais da educação. lentos e forças pessoais; culminando com a construção
Tendo em vista os desafios enfrentados pelos pro- do mapa de valores e de um plano estratégico pessoal
fissionais da educação que levam ao adoecimento e que englobou várias áreas da vida. Tais atividades foram
absenteísmo, faz-se necessário observar com zelo essa catalisadoras e demonstraram ser capazes de ampliar a
problemática no serviço público, que muito além de autopercepção do bem-estar e consequentemente da
custos financeiros, gera custos humanos muitas vezes qualidade de vida desses servidores.
irreparáveis, devido ao adoecimento e aos transtornos A pesquisa apresentada neste trabalho tem caráter
mentais.Conforme análise de dados apresentados no longitudinal e atende ao objetivo III -Formação Conti-
relatório do Perfil do Absenteísmo-Doença dos Servi- nuada, do Artigo 7° da Portaria n° 287, de 26 de se-
dores Públicos Estatutários da Secretaria de Estado de tembro de 2018. Traz como centro da pesquisa a inves-
Educação do Governo do Distrito Federal Ano 2020: tigação da seguinte hipótese: profissionais da educação
que se reconectam com o seu projeto de vida se sentem
[...] observou-se que 7154 servidores da Secretaria de Edu- mais fortalecidos para enfrentar os desafios da profis-
cação se afastaram pelo menos uma vez para tratamento da são e recebem implemento positivo no seu bem-estar,
própria saúde, o que gerou 14293 licenças e uma soma de que se mantém estável ao longo do tempo.
390608 dias afastados. [...] Esses afastamentos na Secretaria Para este estudo utilizaremos as teorias do Bem-Estar
de Educação obteve uma estimativa do custo do absenteísmo Psicológico (RYFF e KEYES, 1995, apud SIQUEIRA & PA-
de R$ 135.721.000,76 (BRASÍLIA, 2020) DOVAN, 2008); Bem-Estar Subjetivo (DIENER e LUCAS
2000, apud SIQUEIRA & PADOVAN, 2008); e Bem-Estar
Este problema é multifatorial e requer uma amplia- na Psicologia Positiva (SELIGMAN, 2016); a importância
ção nas ações que buscam solução, devendo, portanto, do Projeto Vital (DAMON, 2009) a fim analisar os dados
ser enfrentado de várias formas. A formação continua- e observar se o percurso formativo obteve sucesso no
da é uma das intervenções que podem transformar a objetivo a que se propôs.
compreensão a respeito de si e do próprio trabalho, a Os resultados demonstraram ser o percurso formati-
fim de gerar implemento na percepção do bem-estar vo um processo metodológico que possibilitou o desen-
que se faz cada vez mais urgente. Os dados demons- volvimento da autopercepção, da autoanálise e a des-
tram que o adoecimento por transtornos mentais e coberta de talentos e forças - elementos essenciais para
comportamentais correspondem a 40,19% de licenças a construção de projetos e planos sintonizados com os
para tratamento de saúde ea 51,18% de afastamento propósitos de vida dos profissionais atendidos. Os re-
do trabalho, conforme dados do Relatório de Absen- sultados indicam que os participantes conferiram maior
teísmo(BRASÍLIA, 2020). sentido ao trabalho e, em estado de presença, engaja-
Uma das ações de enfrentamento ao adoecimento ram-se com as ações cotidianas de forma a perceber
decorrente da implementação da Portaria Nº 287 (BRA- que seu trabalho tinha um propósito e gerava trans-
SÍLIA, 2018), realizada pela EAPE, foi a criação da Coor- formação social. Esses resultados manifestaram-se em
denaçãoBem-Estar e Qualidade de Vida no Trabalho, na ações que se demonstraram importantes na prevenção
Gerência de Orientação Educacional e Eixos Transver- do adoecimento, podendo até reduzir o afastamento
sais - GOET, em dezembro de 2020. Foram construídas, do trabalho (SELIGMAN, 2011).
então,trilhas formativas conforme o Quadro 01. Para fins de realização deste artigo, foi utilizada a
O Percurso Formativo Bem-estar e Qualidade de pesquisa bibliográfica e a qualitativa, longitudinal. Com
vida: Projeto de Vida teve como foco o fortalecimento a finalidade de saber se o percurso formativo trouxe os

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recursos internos e pessoais necessários para a conso- A quarta revolução industrial não está mudando apenas o que
lidação da percepção de bem-estar, foi realizado um fazemos, mas também o que somos. O impacto sobre nós
levantamento das falas dos profissionais participantes como indivíduos é múltiplo, afetando nossa identidade e as
do percurso formativo, por meio de questionário com muitas facetas relacionadas a ela – nosso senso de privacidade,
nossas noções de propriedade, nossos padrões de consumo, o
questões fechadas e abertas, sobre o impacto da for-
tempo que dedicamos ao trabalho e ao lazer, a forma de de-
mação em seu bem-estar ao final do percurso forma-
senvolvermos nossas carreiras e cultivarmos nossas competên-
tivo. Após um ano de conclusão, de forma anônima, cias. Ela irá influenciar o modo como conhecemos as pessoas
e sem contato com as formadoras, foi aplicado novo e consolidamos nossos relacionamentos, as hierarquias das quais
questionário cujo resultado foi comparado ao anterior. dependemos, nossa saúde, e talvez mais cedo do que pensamos,
A análise da amostra está alinhada aos conceitos poderá levar a formas de aperfeiçoamento humano. Tais altera-
de bem-estar subjetivo (DIENER & LUCAS, 2000, apud ções provocam excitação e medo à proporção que avançamos a
SIQUEIRA & PADOVAN) e baseia-se nos relatos e na uma velocidade sem precedentes (SCHWAB, 2016, p.99)
mensuração da autopercepção da satisfação pessoal e
profissional dos sujeitos da pesquisa. O desafio que se impõe é grandioso, pois é importan-
te ressaltar que a sociedade global passa por uma revo-
Desafios que afetam o bem-estar do profis- lução que o autor denomina de A Quarta Revolução
sional da educação Industrial, a qual tem transformado a forma de pensar,
sentir e agir das novas gerações, que estão entrando
Compreender as múltiplas causas do índice de adoe- num mundo disruptivo no qual o que é fixo e definitivo
cimento entre profissionais da educação tem se tornado está se tornando cada vez mais transitório e desafiador.
um desafio para os pesquisadores, quando se trata das Neste cenário, o profissional da educação vivencia
questões intersubjetivas relacionadas à saúde mental, de forma direta esta transformação das gerações e é
a complexidade é ainda maior. Quando observados de impactado pela dicotomia entre a mudança de compor-
perto, muito do sofrimento destes profissionais apare- tamento das novas gerações e a manutenção do mode-
ce como esgotamento emocional, despersonalização e lo de escola que ainda se utiliza de meios tradicionais
desrealização profissional, por vários motivos, mas um e obsoletos. Tal descompasso gera uma carga ainda
que cabe ressaltar é a percepção de que seus esforços maior sobre os trabalhadores da área educacional, o
não são recompensados ou não trazem os resultados que pode trazer impactos negativos a sua própria per-
esperados (SATO, 2005). cepção de realização profissional, tornando-a um dos
A investigação sobre a saúde mental das pessoas que fatores que contribuem para o adoecimento.
trabalham é antiga, encontram-se pesquisas, já na dé- Além desses múltiplos enfrentamentos, os educa-
cada de 1940, com temas relativos à saúde mental dos dores têm o desafio de direcionar a vida de crianças
trabalhadores (SATO, 2005). Considerando que o de- e jovens. O que antes era ação de maior responsabi-
bate não é novo e que tais problemas não foram ainda lidade da família, hoje é considerado pela Base Nacio-
resolvidos, acresce a isso o fato de o espaço escolar ser nal Comum Curricular - BNCC uma função da escola.
uma parte complexa do tecido social, um recorte de A grande questão é que as infâncias, adolescências e
realidade onde todas as questões sociais, econômicas juventudes são múltiplas, e muitos destes sujeitos de
e políticas se encontram. Tal condição torna os enfren- aprendizagem encontram-se em pleno desengajamen-
tamentos da realidade posta ainda mais desafiadores, to com a própria vida (DAMON, 2009), o que confere
uma vez que os profissionais da educação enfrentam uma complexidade ainda maior à tarefa de ensinar.
problemas multidimensionais sobre os quais nem sem- Neste cenário, o debate sobre a saúde do trabalha-
pre tem poder de ação. Para além desta complexidade, dor da educação vem ganhando força. Um dos pontos
há ainda as incertezas provocadas por uma transição de sensíveis dessa conversa é a constatação de que, muitas
paradigmas em nível mundial. vezes, coloca-se sobre o profissional da educação toda a
O Século XXI nasce sob o signo da transformação e responsabilidade pelo fracasso escolar e pela resolução
coloca a sociedade frente a um sujeito que precisa se de demandas sociais que transbordam a sua atuação.
reconhecer, identificar e agir sobre a nova realidade. Essa culpabilização docente pode acarretar conflitos re-
De acordo com KLAUS SCHWAB (2016), o mundo está lacionais entre os pares, sensação de solidão diante de
imerso em uma revolução tecnológica que transforma- seu processo decisório, questionamentos sobre a carrei-
rá de forma irreversível as relações em vários níveis, tan- ra escolhida e insatisfação com os poucos recursos que
to pessoal quanto profissional. Nesta nova organização lhe são oferecidos para exercer seu ofício.
social e do conhecimento, a perspectiva, o alcance e Surge, então, a necessidade de se desenvolver
a complexidade das transformações produzirão efeitos no profissional da educação as competências socioemo-
que o ser humano jamais experimentou. cionais, bem como, o autoconhecimento, autocuidado e

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liderança positiva, pois necessita construir o planejamento como a condição de atuação profissional que possibilite ações
de ações para o seu próprio projeto de vida, compreen- produtivas, de bem-estar físico, mental e social a partir de uma
dendo-se como protagonista no cenário que está posto, gestão organizacional humanizada, da promoção à saúde inte-
reconhecendo seus limites, o seu papel e sua função, a fim gral e de relações socioprofissionais saudáveis (BRASÍLIA, 2021).
de tomar decisões mais assertivas e confiantes.
Portanto, há que se pensar em espaços formativos
É imprescindível, então, que a formação seja com-
que gerem reflexão e mudança de comportamento, a
posta de reflexões necessárias para a mudança de mo-
fim de implementar novas práticas de liderança e de
delo mental do profissional da educação, que passa a
ações dos servidores da educação no ambiente laboral
humanizar as relações, deixa de ser o centro do proces-
da SEEDF. A mudança institucional, prescinde da trans-
so educacional e compartilha suas decisões, aprende a
formação do modo de pensar, sentir e agir das pessoas
buscar ajuda e a encontrar seu ponto de equilíbrio emo-
que dela fazem parte, construindo colaborativamente
cional, de forma que possa trazer-lhe maior bem-estar e
uma nova cultura organizacional.
consequentemente, qualidade de vida.
O bem-estar e a qualidade de vida no trabalho são
termos que apresentam um largo espectro conceitual,
Bem-estar e qualidade de vida no trabalho podendo se restringir ao âmbito da saúde física, ou
abranger múltiplos aspectos: ergonômicos, econômi-
Ao apresentar uma política de qualidade de vida cos, sociais, emocionais, culturais e relacionais. Há au-
no trabalho, não há como dissociá-la de um conceito tores que apresentam o bem-estar como um processo
de bem-estar,uma vez que a percepção de bem-estar pessoal, em que o indivíduo assume a responsabilidade
é um dos princípios necessários para que os profissio- por sua própria qualidade de vida. Outros autores apre-
nais, ao desenvolverem uma vida com qualidade ele- sentam os contextos e as instituições como fonte do ado-
vada, apresentam maior produtividade no trabalho. A ecimento, apontando a necessidade de as organizações se
visão abordada neste artigo está alinhada à percepção voltarem para a promoção do cuidado, na perspectiva de
de Paschoal & Tamayo (2008) que ressalta a necessi- uma gestão humanizada (GILL &FEINSTEIN, 1994)
dade de incluir no cotidiano do trabalho o predomínio Neste artigo, portanto, adotamos como referencial
de emoções positivas. Os autores consideram que, ao para a análise das amostras, o bem-estar psicológico
exercer suas competências e habilidades, os trabalha- preconizada por RYFF & KEYES (1995), o Bem-estar
dores apresentam bom desempenho e seus resultados Subjetivo (DIENER, 1984) e a teoria do bem-estar que
profissionais contribuem para a sua satisfação pessoal. de acordo com Martin Seligman (2019) é um construto
É necessário enfatizar que o bem-estar no trabalho re- composto de cinco elementos.
duz o absenteísmo e a rotatividade de trabalhadores A primeira das teorias abordadas aqui é a do bem-
em seus postos de trabalho. -estar psicológico que “se apoia em diversas teorias
A PQVT traz a concepção de que saúde não é ape- clássicas da psicologia, como desenvolvimento huma-
nas a ausência de doenças físicas, mas um conjunto de no, existencial-humanista e saúde mental, buscando
condições e contextos favoráveis a uma vida plena e compreender a dinâmica do funcionamento psicológico
salutar. Assim, o documento que institui esta política positivo” (RANGEL, 2018).
define que: Esta teoria apresenta alguns construtos preditores de
bem-estar que segundo Ryff e Keyes (1995), são conce-
Os conceitos de Qualidade de Vida, Saúde e Bem-estar no Am- bidos por meio de seis componentes: a autoaceitação,
biente de Trabalho se traduzem, nesta Política, como o equilí- que ocorre por meio do autoconhecimento levando o
brio na vida profissional e pessoal dos servidores de tal modo indivíduo a obter uma percepção positiva sobre si mes-
que possam conviver em um ambiente saudável e prazeroso, mo; o relacionamento positivo com outras pessoas,
que resulte na satisfação da realização de seu trabalho (BRA- que contribui na melhoria das relações interpessoais; a
SÍLIA, 2021) autonomia, que traz maior independência às ações;
o domínio do ambiente, que capacita o indivíduo a
Desta forma, a Qualidade de Vida no Trabalho deve escolher ou criar ambientes adequados às suas caracte-
ser promovida por intermédio de várias ações institu- rísticas; o propósito com a vida, que dá sentido e di-
cionais, a fim de gerar benefícios para as pessoas e me- reção mediante a vida; e o crescimento profissional,
lhores resultados para a própria instituição que, no caso que traz a necessidade de aprimoramento e crescimen-
da SEEDF, tem como foco central o desenvolvimento to pessoal / profissional.
da sociedade por meio da oferta educacional. Para fins Outra teoria abordada é a do bem-estar subjetivo
desta Política: que tem sido objeto de estudo de inúmeros pesquisa-
dores e versa sobre a forma que as pessoas avaliam sua
[...] compreende-se qualidade de vida no ambiente de trabalho vida e percebem essa experiência positivamente. Diener

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(1984) sugere três importantes aspectos do bem-estar que sejam balizadores desta autoavaliação, uma vez
subjetivo: a subjetividade que há na experiência indivi- que elementos do contexto ou da situação vivenciada
dual; o bem-estar não apenas como ausência de fatores no momento atual podem interferir na percepção que
negativos, mas também como prevalência de fatores cada um apresenta sobre o seu próprio bem-estar (SE-
positivos; além de perceber o bem-estar de forma mais LIGMAN, 2011).
ampla, que vai muito além de aspectos específicos e
limitados. A reconexão com o Projeto de Vida como ca-
A terceira teoria abordada nesta análise é a do Bem- minho para o bem-estar docente
-estar modelo teórico “PERMA”, foi uma importante
abordagem geradora de recursos internos para amplia- Até aqui, apresentamos elementos que são importantes
ção do bem-estar e da qualidade de vida dos servidores para a construção de uma vida com bem-estar e o quanto
que participaram do percurso formativo Bem-Estar e estes aspectos interferem no trabalho. Tais embasamentos
Qualidade de Vida - Projeto de Vida. Advindo da Psico- levaram à construção de uma formação para profissionais
logia Positiva, este modelo baseia-se em cinco elemen- da educação com foco no seu projeto de vida.
tos do bem-estar, formado pelas Emoções Positivas A concepção de projeto de vida não é nova e o le-
(P), Engajamento (E), Relacionamentos Positivos vantamento conceitual realizado por Dellazzana-Zanon
(R), Sentido (M) e Realização (A), que são essenciais e Freitas (2015) apresentou uma diversidade de concep-
para o constructo de qualidade de vida no trabalho (SE- ções, apontando elementos que o sustentam, dentre os
LIGMAN, 2011). quais: a necessidade de se perceber um propósito na-
As três teorias que ancoram esse estudo mostram-se quilo que se almeja realizar;tomar decisões conscientes
correlatas em diversos pontos e complementares em para a realização do propósito identificado; empreen-
outros, fortalecendo os efeitos geradores de bem-estar der esforço para desenvolver habilidades na realização
no sujeito, como o seu próprio engajamento, que de das tarefas necessárias; e gerenciamento de tempo para
acordo com Rangel (2018) pode trazer vigor e dedica- realizações de ações no presente com direcionamento
ção. Segundo a autora: para o futuro. As autoras destacam, também, que este
projeto é constituído ainda na infância e começa a se
[…] o vigor é caracterizado por altos níveis de energia e resi- consolidar na adolescência:
liência mental durante o trabalho e disposição de investir esfor-
ços para persistir, mesmo diante das dificuldades. A dedicação Para alguns autores (BORGES& COUTINHO, 2010; MARCELI-
refere-se a um forte envolvimento com o trabalho no qual o NOet al., 2009; NASCIMENTO, 2006), o projeto de vida come-
indivíduo experimenta um senso de significância, entusiasmo, ça a ser construído desde a infância. Borges e Coutinho (2010)
inspiração, orgulho e desafio. (Schaufeli et al.. apud RANGEL, e Marcelino et al. (2009) assinalam a importância do convívio
2018, p.27 ) familiar e comunitário para a elaboração do projeto de vida.
Nascimento (2006) chama atenção para o fato de que, embora
Ao desenvolver tais componentes internamente, o inicie na infância, o projeto de vida se torna mais claro durante
trabalhador passa a perceber a sua realização na di- a adolescência, graças a demandas biopsicossociais (DELLAZ-
mensão profissional. Considerando que o trabalho em ZANA-ZANON& FREITAS, 2015, P. 288)
si apresenta recursos geradores de satisfação pessoal,
colocando cada sujeito como ator no seu processo de Concordando com ideia de que os projetos vitais
crescimento. Ou seja, quando há um engajamento pes- acompanham o sujeito ao longo da vida, Damon (2009)
soal com suas funções, o trabalhador supera obstácu- aponta que a maior parte das pessoas tem um projeto
los e desafios, experimentando conquistas e realizações de vida, no entanto, muitas não desenvolvem consciên-
tanto profissionais, quanto pessoais, sendo capaz de cia sobre suas escolhas, apresentando quatro tipos de
gerar bem-estar em várias outras áreas da vida. projetos vitais: os sonhadores, aqueles que nunca conse-
Desta perspectiva, não é a função ocupada pelo pro- guem realizar os projetos; os superficiais, que mudam de
fissional que gera a satisfação, mas a capacidade de in- projeto muito rapidamente a ponto de não haver enrai-
tegrar seus potenciais, a partir de uma adequação da zamento; os engajados, que trazem consciência de seu
tarefa às qualidades da pessoa que a executa, gerando propósito desde muito cedo; e os desengajados, que não
um crescimento pessoal a partir do desenvolvimento de conseguem encontrar um propósito a que se dedicar.
suas rotinas cotidianas no ambiente do trabalho (SELIG- Muitos destes jovens se tornam adultos sem com-
MAN, 2011). preenderem o quanto a consciência do propósito nos
Para mensurar o bem-estar, passou-se a observar processos decisórios e no engajamento com seu pro-
de forma científica, a partir da autopercepção do su- jeto de vida interfere na constituição do seu bem-es-
jeito, critérios relacionados a sua satisfação geral com tar. Assim, encontramos relatos, dentre os profissio-
a vida. Diante disso, é necessário apresentar elementos nais que participaram da pesquisa, que desconheciam

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a importância de pensar sobre o seu projeto de vida. Na segunda trilha do percurso formativo, houve um
Desta forma, pode-se inferir que alguns deles viviam trabalho mais específico de vivências e reflexões a partir
sem consciência do propósito de suas escolhas de vida, das quatro dimensões do Projeto de Vida. Na Dimen-
muitas vezes guiados pelas circunstâncias, conduzidos são Pessoal, foi realizada a identificação de forças, per-
por forças externas. Como consequência, nem sempre fis comportamentais e inteligências. Um dos recursos
desenvolviam a autoria, a autonomia e o protagonismo apresentados foi a teoria do Bem-Estar da Psicologia
conectados aos seus projetos de vida. Positiva que o define como um construto que pode
Damon (2009) afirma que projeto vital é uma cons- ser desenvolvido diariamente quando há o investimen-
ciência de si que estrutura toda a vida e tem sua base to intencional nos cinco elementos denominados no
na compreensão do propósito, o qual é traçado a partir acrônimo PERMA - emoções positivas, engajamento,
da questão: “para que eu faço eu o que faço?” (DA- relacionamentos, sentido/propósito e realização. Hou-
MON, 2009, p. 53). Define-o como “uma intenção es- ve também a abordagem da Inteligência Emocional e
tável e generalizada de alcançar algo que é ao mesmo da Neurociência e as emoções. Ao compreender todos
tempo significativo para o eu e que gera consequências estes aspectos sobre si, foi vivenciado um percurso for-
no mundo para além do eu” (DAMON, 2009, p. 14). mativo de autocuidado, incluindo as várias áreas da
Apresenta-o como elemento de engajamento e, segun- vida e, sobretudo, a importância da autocompaixão. A
do o autor, as pessoas que têm consciência de seu pró- identificação dos valores pessoais e sociais foi um tra-
prio projeto demonstram “um desejo de fazer diferença balho importante desta dimensão, uma vez que levou à
no mundo, de realizar algo de sua autoria que possa percepção de como crenças profundas podem ser de-
contribuir para a sociedade” (DAMON, 2009, p.14). finidoras de escolhas e decisões que impactam a vida.
Para o autor, os projetos vitais estão relacionados A partir do fortalecimento dos recursos internos e
ao propósito de vida e são baseados em valores e diante da compreensão de si, os participantes pude-
princípios que expressam as escolhas, interesses e ram explorar a Dimensão Social. Foi fundamental com-
potencialidades por meio de uma postura otimista, preender-se como parte de um sistema social e de toda
persistente e empreendedora. a transformação de modelo de mundo que estamos vi-
Diante disso, realizar um percurso formativo em pro- venciando como humanidade. A reflexão sobre como
jeto de vida auxiliou os participantes na reconexão com estamos percebendo todo o encantamento com a tec-
o seu projeto vital, trazendo à consciência a necessi- nologia, os recursos e o conforto que o admirável mun-
dade de construir sentidos para a tarefa que se exe- do novo tem nos trazido, ressaltou a ideia de que junto
cuta. Ao perceber-se integrado ao trabalho a partir do com as maravilhas do novo mundo, também vieram a
reconhecimento de suas habilidades, talentos e forças, instabilidade emocional, as incertezas e a fragilidade,
houve uma nova percepção de si e do seu potencial de elementos que fizeram dele um ambiente com gran-
ação na instituição. O percurso formativo Bem-Estar e de potencial adoecedor. Advém daí a identificação das
Qualidade de Vida: Projeto de Vida nasce, portanto, várias fontes do adoecimento que colocou em relevo a
para trazer aos profissionais da educação a consciência premência da assunção de novos comportamentos, a
de que seus projetos vitais existem e precisam florescer, fim de desenvolver habilidades para lidar com os desa-
desenvolvendo suas quatro dimensões: Pessoal, Social, fios próprios dessa mudança.
Profissional e Organização, Planejamento e Acompa- Outro aspecto importante abordado nessa dimensão
nhamento - OPA. foi a compreensão de que fazemos parte de uma insti-
Na trilha comum do percurso formativo Bem-Estar tuição e que existe uma relação dupla neste espaço: a
e Qualidade de vida, vários temas foram abordados relação pessoal estabelecida entre colegas e pares; e a re-
para que se pudesse refletir sobre três aspectos princi- lação profissional estabelecida com a instituição. Apesar
pais: eu comigo, eu com o outro, e eu com a instituição de a instituição ter regimentos e leis, ela é constituída de
tais como: fontes de inspiração para a seleção da carrei- pessoas, portanto é fundamental identificar novas formas
ra profissional; a identificação de seus talentos, habili- para construir relações, desenvolver interações humaniza-
dades, forças e outras características pessoais positivas; das e aprender novas formas de comunicação e de cui-
a conexão desse autoconhecimento com os critérios dado com o outro. Cabe ressaltar que nesta dimensão o
utilizados para as suas escolhas de vida; aspectos rela- valor da vida é o centro das reflexões, portanto, o cuidado
cionados ao adoecimento, considerando a relação do com o outro vai além do respeito pelos seres humanos
sujeito com a instituição; aspectos geradores de saúde e e sua diversidade, engloba também toda a existência de
de engajamento nas relações do trabalho; direitos e de- vida não humana. Enfim, compreender a importância do
veres do profissional e papel na construção das relações papel social que cada um exerce na construção de uma
positivas e o papel do sujeito e o da instituição no pro- sociedade mais saudável é fundamental para alinhar-se a
cesso de interação saudável no ambiente do trabalho. um projeto de vida propositivo.

108 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Agora que o profissional pode se compreender Metodologia
como um ser integrado ao todo, agrega-se a esta
reflexão, os contextos da Dimensão Profissional e A metodologia adotada para análise, discussão e
de como se dá o processo de realização, saúde ou conclusão deste artigo, teve como base tanto a pesqui-
adoecimento dos educadores no ambiente de traba- sa bibliográfica, que fundamentou este trabalho a par-
lho: aprender os limites da pessoa e da instituição, os tir de pesquisas sobre bem-estar e qualidade de vida,
direitos e deveres de cada um; refletir sobre o papel quanto a teoria do bem-estar subjetivo, que nos permi-
social que exerce e a importância dele para si e para a te avaliar a percepção dos sujeitos sobre o seu próprio
comunidade; identificar sua contribuição social efeti- bem-estar. A teoria do bem-estar subjetivo apresenta,
va e seu engajamento com as tarefas executadas; ob- portanto, a forma subjetiva como as pessoas avaliam
servar se a função exercida se alinha ao seu potencial; sua própria vida, com base em suas expectativas, valo-
e, entre outros elementos, reconstruir a percepção res, emoções e experiências.
sobre o seu propósito com o trabalho. Além disso, Ao vivenciar uma experiência, é possível medir por
foi estimulado o desenvolvimento de comportamen- meio dessa teoria se houve alteração na percepção de
tos empreendedores como colaboração e participa- Bem-estar antes e depois, assim, o resultado dessa ava-
ção, estabelecendo princípios que são balizadores liação possibilita identificar se o sujeito construiu um
de uma relação produtiva que levam a um modelo novo conceito sobre si e sua existência. Desta forma, o
de liderança positiva nas relações com seus pares e pesquisador pode perceber se houve nova concepção
superiores hierárquicos. do sujeito a partir das metodologias utilizadas, ou seja,
Na Dimensão Organização, Planejamento e Acom- se o indivíduo demonstrou obter recursos internos que
panhamento - OPA utilizou-se recursos de planeja- ampliaram sua percepção de bem-estar.
mento pessoal, como gestão de tempo, medições do Neste contexto, o percurso formativo Bem-estar Qua-
índice satisfação com a vida e construção de planos e lidade de Vida: Projeto de Vida se constituiu como um
projetos, tanto para a melhoria do ambiente do tra- método que por meio da realização de encontros virtu-
balho, quanto para a implementação na vida pessoal. ais síncronos, conduziu os participantes a percorrerem
Ao final, o profissional refletiu sobre a importância os princípios das quatro dimensões do projeto de vida,
de sonhar, agora reconhecendo seus potenciais, seus de forma vivencial, e a entrarem em contato com o pró-
pontos de melhoria, como agir para construir pontos prio projeto de vida. Após a conclusão deste percurso
fortes, assim como a importância de construir obje- formativo, responderam um formulário para avaliar se
tivos e metas claras, factíveis e criar mecanismos de houve a construção de novos conceitos e a assunção de
acompanhamento da evolução do seu processo. novos comportamentos geradores de bem-estar.
Ao identificar seus potenciais, os participantes de- Nesse contexto, os dados da amostra foram cole-
monstraram reconhecimento das suas opções profis- tados de acordo com os princípios da metodologia da
sionais, se reconectando com a escolha realizada no pesquisa qualitativa a fim de captar a compreensão dos
passado. Não houve, entre os participantes, relato de participantes por meio de questões fechadas e abertas,
desejo de mudança de carreira - o que parece ter tra- uma vez que esse tipo de pesquisa:
zido a percepção de estarem na jornada profissional
adequada aos seus talentos e forças. Foi possível per- [...] está relacionada aos significados que as pessoas atribuem
ceber, então,que a necessidade destes profissionais às suas experiências do mundo social e a como as pessoas
compreendem esse mundo. Tenta, portanto, interpretar os
era reconectar-se ao seu projeto de vida.
fenômenos sociais (interações, comportamentos, etc.), em ter-
O movimento de reconexão com o próprio pro-
mos de sentidos que as pessoas lhes dão; em função disso, é
jeto de vida, amplia a consciência de si. Este é um comumente referida como pesquisa interpretativa (BRANDÃO,
movimento que conduz aos poucos à inteireza. De 2001, p.13-14).
acordo com Kashdan e Biswas-Diener (2016, p.10)
“pessoas capazes de usar todos os seus dons psico- Para a análise dos dados, as respostas dos cursistas
lógicos naturais - as que ficam à vontade com o po- enviadas no formulário de avaliação final do percurso
sitivo e o negativo [...] - são mais saudáveis e, muito formativo, em junho de 2021, foram consideradas a fim
frequentemente, mais bem sucedidas”. Assim, de- de identificar se houve a mudança de modelo mental a
senvolver a consciência sobre o próprio projeto de partir da compreensão dos seguintes construtos predi-
vida é uma das ações que auxilia a construir sentidos tores de bem-estar: autoaceitação, relacionamento po-
de vida mais profundos, lidar com emoções negativas sitivo, autonomia, domínio do ambiente, propósito com
que passam a ser vivenciadas com mais naturalidade, a vida, crescimento profissional, emoções positivas, en-
exercitar ações intencionais para gerar emoções posi- gajamento, sentido e realização. Posteriormente, foi
tivas, construindo um bem-estar duradouro. coletada outra amostra, por meio de novo formulário,

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 109


um ano após o término do percurso formativo, em ju- masculino, entre 32 e 65 anos de idade; 61,1% casa-
nho de 2022. Os cursistas, então, foram convidados a dos, 27,8% solteiros; 5,6% separados ou divorciados,
responderem voluntariamente com o objetivo de cap- 5,6% viúvos; 11,1% possuem curso superior completo
tar se a mudança de percepção do próprio bem-estar, e 88,9% possuem especialização; 100% são servidores
identificada no final do percurso formativo, manteve-se efetivos da SEEDF, sendo 83,3% professores, 11% orien-
ao longo do tempo. tadores educacionais, 5,6% carreira assistência. A média
Ambos os questionários eram compostos por ques- de tempo de atuação é em torno de 5 a 20 anos; sendo
tões fechadas e abertas. As questões fechadas do pri- 72,2% com mais de 20 anos de atuação na secretaria de
meiro questionário foram transformadas em gráficos e educação; 11,1% entre 15 e 20 anos; 5,6% entre 10 e 15
demonstraram claramente a mudança de pensamento anos; 11,1% entre5 e 10 anos de atuação.
a respeito dos temas abordados. As respostas do se- O primeiro formulário foi utilizado para identificar
gundo questionário demonstraram a manutenção da como os cursistas transformaram seu modelo mental,
percepção de bem-estar ao longo do tempo. As res- gerando construtos facilitadores do bem-estar, de acor-
postas abertas de ambos foram analisadas por meio de do com as teorias utilizadas. A avaliação foi elaborada
categorias que corroboraram com a identificação das com questões que abordavam especificamente o tema
teorias abordadas. de cada módulo e foi solicitado que marcasse numa
escala Likert de 1 a 5, o nível de clareza atribuída a
Análise dos resultados cada temática abordada antes e depois da vivência de
cada um deles. Para esta análise foram selecionadas
Esta pesquisa foi realizada com base no percurso for- três questões centrais (1A e 1B; 2A e 2B; 4A e 4B) que
mativo ofertado na EAPE -SEEDF, no primeiro semestre foram consideradas suficientes para demonstrar a mu-
de 2021, com duração de 100h, registrando 50 inscritos dança de compreensão dos cursistas participantes, ao
e 42 concluintes. O formulário de avaliação final destes final do percurso formativo, em julho de 2021.
42 cursistas foi analisado para identificar os construtos de Foram feitas, também, questões abertas específicas
bem-estar que foram consolidados. Um ano após a con- referentes a cada módulo do percurso formativo com
clusão do percurso formativo, 18 concluintes responderam duas variáveis para cada questão - “antes eu pensava
ao novo questionário, de forma espontânea e anônima, que” “e agora eu penso que”. Desta forma cada item foi
perfazendo uma amostra com 42.86% de respondentes. avaliado por meio de um gráfico e de respostas livres, ge-
A amostra total dos participantes se apresenta rando dois tipos de dados para cada módulo vivenciado.
como sendo 94,4% do sexo feminino e 5,6% do sexo A questão 1A, diz respeito a como ele se percebia
antes da formação e a questão 1B como ele se perce-
Quadro 2 - Dados demográficos dos respondentes bia depois da vivência do módulo. O objetivo foi captar
Dados Demográficos se houve transformação de modelo mental no modo
Variável -Tempo Intervalo como identificavam suas forças e lidavam com os elo-
Idade De 32 a 65 anos gios recebidos. Os dados dos Gráficos 1 e 2 demons-
Variável - Sexo Porcentagem tram que houve uma transformação positiva na forma
Sexo Feminino 94,4% do sexo feminino de pensar sobre si mesmo, aumentando as opções das
Sexo Masculino 5,6% do sexo masculino
escalas com índice maior clareza.
Variável - Estado Civil Porcentagem
As perguntas que foram construídas em um primei-
Casados 61,10%
Solteiros 27,80%
ro momento para analisar se o percurso formativo foi
Separados ou Divorciados 5,60% Gráfico 1. Autopercepção da Dimensão Pessoal antes do módulo.
Viúvos 5,60%
Variável - Formação Porcentagem
Superior Completo 11,10%
Especialização 88,90%
Variável - Carreira Porcentagem
Magistérion - Professor 88,30%
Magistério Orientador Educacional 11%
Assistência 5,60%
Variável - Tempo de Atuação na SEEDF Porcentagem
Mais de 20 anos 72,20%
De 15 a 20 anos 11,10%
De 10 a 15 anos 5,60%
DE 5 a 10 anos 11,10%
Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico

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Gráfico 2. Autopercepção da Dimensão Pessoal depois do módulo. Gráfico 3. Autopercepção da Dimensão Profissional antes do módulo

Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico

Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico
Quadro 3 - Autopercepção da modificação de consciência antes e após o mó-
dulo Eu Comigo.
Questão aberta do formulário aplicado aos participantes, no término do percurso formativo em julho de 2021
Gráfico 4. Autopercepção da Dimensão Profissional l depois do módulo
Antes do 1° Encontro : Eu comigo ; eu Depois do 1° Encontro : Eu comigo ; eu Campo semântico / Teoria
pensava que… pensava que...
8° Não confiava no meu potencial, não 8° Tenho melhorado bastante, tentando autoaceitação
sabia receber elogios acreditar mais em mim, na minha
capacidade. Já recebo com mais autonomia
tranquilidade / Bem-estar psicológico
9° Não tinha valor, pois não sabia dos 9° sou muito importante e posso fazer algo realização
meus super poderes diferente na minha vida e nas dos outros à autoaceitação, autonomia
minha volta. relacionamentos positivos / Bem-estar
psicológico e Psicologia Positiva
11° Necessidade de mudança mas sem 11° Autocompaixão,capacidade de dizer relacionamento positivo
saber por onde começar não com assertividade. autoaceitação
autonomia / Bem-estar psicológico e
Psicologia Positiva

Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico

capaz de gerar aprendizados significativos, mostraram-


-se fundamentais para balizar a percepção dos elemen- Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico
tos essenciais para a construção do bem-estar. As vivên-
Quadro 4 – Autopercepção da modificação de consciência antes e após o mó-
cias e reflexões foram suficientes para gerar construtos dulo Eu com a Instituição
preditores de bem-estar. Tal mudança de modelo mental Questão aberta do formulário aplicado aos participantes, no término do percurso formativo em julho de 2021
foi corroborada pelas respostas abertas nas quais pode-se Antes do 2° Encontro : Eu com a Depois do 2° Encontro : Eu com a
Campo Semântico/ Teoria
Instituição , eu pensava que... Instituição , eu penso que...
observar os campos semânticos das palavras autocuidado, 1° A secretaria contribuiu para meu
crescimento profissional/
1° O trabalho na secretaria me constituiu engajamento / Bem-estar
autoaceitação, relacionamentos positivos e realização que crescimento
psicológico e Psicologia Positiva

passaram a se tornar claros na percepção dos participan- 5° tudo dependia da instituição 5° a responsabilidade é dividida... se eu me
domínio do ambiente / Bem-
apenas, eles tinham total conhecer e conhecer mais o outro, as
tes como podem ser identificadas no Quadro 3. responsabilidade relações se tornam mais prazerosas
psicológico

Na questão dois foram solicitadas, também, duas 10° Obrigação, desiludida 10° Satisfação, prazer, orgulho
emoções positivas/ Bem- estar
Psicologia Positiva
respostas 2A e 2B para indicar a forma como pensavam Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico
antes e depois das atividades e reflexões do módulo.
Esta escala do percurso formativo diz respeito à reco- A questão 4 referia-se às escolhas intencionais ou
ocasionais feitas ao longo do seu percurso de vida, e
nexão com a motivação da escolha profissional/concur-
de como obter clareza sobre o seu Projeto de Vida e
so da SEEDF e o quanto resgatar essa motivação inicial
direcionar-se à ele pode contribuir para o seu bem-
pode contribuir para o bem-estar. Houve também uma
-estar. A análise foi feita a partir das questões que
nova forma de pensar sobre a profissão, como pode
captaram as impressões dos cursistas 4A antes e
mostrar o gráfico 3. 4B depois da vivência do módulo. Este item buscou
Tal mudança de pensamento indica que houve uma identificar como eles percebiam o projeto de vida que
transformação sobre a maneira como passaram a per- os trouxe até o presente momento de suas vidas e
ceber a identificação com a tarefa que executam, sua como se conectar a ele. Diante do questionamento,
relação com a instituição e o papel que o trabalho exer- os cursistas demonstraram uma mudança significati-
ce na realização de sonhos e projetos em outras áreas va na forma como pensavam sobre seus projetos de
da vida. Houve também uma compreensão da impor- vida conforme gráfico 5.
tância social da função exercida, modificando a percep- Quando feito o cruzamento da análise das respos-
ção de si em relação ao trabalho e sua função social. tas do gráfico com as respostas abertas, observou-
Tais percepções podem ser observadas nas respostas e -se que, ao se reconectarem com seus projetos de
na identificação dos campos semânticos, relacionados vida, apresentaram vários dos construtos conside-
aos construtos das teorias pesquisadas. rados preditores de bem-estar tanto pela teoria do

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Gráfico 5. Autopercepção do Projeto de Vida antes do módulo Quadro 5 – Autopercepção da modificação de consciência antes e após o mó-
dulo Projeto Vital.
Questão aberta do formulário aplicado aos participantes, no término do percurso formativo em julho de 2021
Antes do 4° Encontro : Projeto Vital
Depois do 4° Encontro : Projeto Vital : sua
: sua importância , eu pensava Campo Semântico/Teoria
importância , eu penso que...
que...
3° Podia deixar meus projetos para realização / Bem-estar Psicologia
3° Consegui focar mais em meus objetivos
depois Positiva

autonomia

5° eu deixava as coisas 5° tenho noção de como importante saber realização


acontecerem apenas onde quero chegar, e como chegar propósito com a vida
sentido de vida / Bem -estar
psicológico e Psicologia Positiva
autonomia
15°ter um projeto vital pré - estabelecido é realização
15°era importante, mas por vezes
valoroso para enfrentar as situações propósito com a vida
Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico me perdi dele.
adversas. sentido de vida / Bem -estar
psicológico e Psicologia Positiva
Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico
Gráfico 6. Autopercepção do Projeto de Vida depois do módulo
Gráfico 7. Mensuração de bem-estar geral com a vida

Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico
Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico
bem-estar psicológico, quanto da teoria do bem-es-
tar da Psicologia Positiva. Como pode ser observado bastante ampliação no seu bem-estar, sendo que com
no quadro 5. relação à vida pessoal, os dados se repetiram, com pe-
A partir destas constatações, o percurso formativo quena alteração no percentual. No entanto, confirmam
demonstrou ser eficiente como uma metodologia que o aumento da percepção de bem-estar na vida em geral
oportuniza a construção de elementos geradores de e na dimensão pessoal.
bem-estar, e tais resultados estão em conformidade Quando perguntados sobre o aumento ou não de
com as teorias abordadas. Apontaram para a importân- sua percepção de bem-estar relacionada à realização
cia de modificar as causas geradoras do adoecimento profissional, os percentuais ficaram um pouco diferen-
como ação importante para manutenção do bem-estar. tes, demonstrando que apesar de haver uma percepção
Diante disso, restou a indagação sobre como estes cur- de melhora na dimensão pessoal, ainda há desafios que
sistas estavam após um ano de vivência deste percurso podem prejudicar seu bem-estar e qualidade de vida na
formativo. Teriam eles mantido este estado de percep- dimensão profissional.
ção do bem-estar? Quando perguntados se houve ampliação na pre-
Para responder a esta segunda pergunta, foi enviado venção ao adoecimento mental, há outra redução nos
um questionário um ano após a conclusão da forma- dados do gráfico, embora nenhum respondente tenha
ção, em julho de 2022, com a finalidade de captar a considerado o 0 ou o 1 da escala como resposta, houve
percepção atual dos egressos do percurso formativo e Gráfico 8. mensuração de bem-estar na Dimensão Pessoal
verificar se houve prevalência da ampliação do bem-es-
tar nos aspectos pessoais, profissionais, na prevenção
ao adoecimento/saúde mental e ainda para o seu bem-
-estar de forma geral.
Neste segundo questionário, quando perguntados se
perceberam alguma ampliação do seu bem-estar, após
a vivência do percurso formativo em uma escala de 0 a
5, sendo 0 nenhuma ampliação e 5 bastante ampliação,
100% dos respondentes marcaram entre 3 a 5 na es-
cala, 22,2% identificaram ampliação mediana, 22,2%
identificaram boa ampliação e 55,6% identificaram Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico

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Gráfico 9. Mensuração de bem-estar na área profissional um respondente que definiu um baixo impacto neste
quesito, escolhendo a escala 2. Tais dados podem su-
gerir uma pesquisa mais aprofundada para observar
quais os elementos do trabalho estão gerando esta não
satisfação, a fim de provocar novas intervenções pos-
teriores. Entretanto, a amostra de uma forma geral de-
monstrou-se positiva, uma vez que 83,3% dos respon-
dentes se mantiveram entre a escala 4 e 5, consideradas
ampliação boa e bastante.
Como resultado do trabalho desenvolvido com os
Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico cursistas participantes do percurso formativo Bem-estar
e Qualidade de Vida - Projeto de Vida, observamos, por
meio de questões abertas, a transformação das repre-
sentações negativas que se originam de situações viven-
Gráfico 10. Mensuração de bem-estar na prevenção ao adoecimento/ampliação ciadas pelos profissionais da educação. O contato com
da saúde mental os construtos que acionam o bem-estar oportunizou o
retorno ao trabalho de uma servidora que permanecia
afastada por depressão há algum tempo. Como pode-
mos comprovar no quadro que se segue, identificamos
nas respostas abertas, mesmo um ano após o percurso
formativo, a permanência de concepções alinhadas aos
campos semânticos das teorias abordadas (Quadro 6).
O padrão de mudança de modelo mental se demons-
trou consolidado, uma vez que as respostas abertas
apresentaram uma manutenção das concepções que
Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico
foram associadas aos campos semânticos das teorias,
(autoaceitação, relacionamento positivo, autonomia,
domínio do ambiente, propósito com a vida, cresci-
mento profissional, emoções positivas, engajamento,
Quadro 6 - Respostas abertas do Formulário aplicado sentido e realização), assim, oferecer formações que
Questão aberta do formulário de pesquisa aplicado em 27/06/2022 possam implementar ações voltadas para a reconexão
Você gostaria de ressaltar algum depoimento sobre a relevância, ou não, do percurso supracitado na sua vida pessoal e
profissional?
com o projeto de vida, pode auxiliar na construção de re-
“Tive a oportunidade de participar do curso em 2021, porém, autoaceitação cursos internos que ampliem a percepção de bem-estar
este ano, tenho vivido significativas dificuldades no trabalho,
algumas em um grau muito intenso e outras que não imaginaria favoreçam a manutenção de uma vida saudável.
ter que experienciar na SEEDF. Graças aosrecursos
aprendidos no curso tenho conseguido lidar com esses
desafios de forma muito mais assertiva . É claro que há dias autonomia
mais difíceis, em que manter o bem-estar, sobretudo realização Considerações finais
emocional, parece uma batalha perdida, mas relembrar os engajamento
conceitos e técnicas do curso me ajuda a recomeçar com mais domínio do ambiente
força , mais autocuidado e cuidado com os que estão ao meu
relacionamentos positivos
lado, tanto no trabalho, quanto na família …”
emoções positivas / Bem -estar psicológico e Psicologia Apresentamos este artigo com o intuito de compar-
Positiva
“Quando iniciei o curso Bem estar e Qualidade de vida-Projeto autoaceitação
tilhar dados comprobatórios e relevantes que possibili-
Vida, estava em um quadro de depressão e afastada das minhas
atividades laborais. Com o decorrer do curso fui me sentindo tem fundamentar teórica e legalmente novas ações for-
melhor, conseguindo reagir a doença , fui fazendo pequenas
atividades cotidianas e por fim consegui voltar ao trabalho. mativas voltadas para a implementação do bem-estar
Hoje estou trabalhando , me sinto bem melhor , algumas
recaídas espaçadas, mas já consigo resolver sozinha com mais autonomia e qualidade de vida dos servidores públicos da SEEDF.
propriedade …”. engajamento
emoções positivas / Bem -estar psicológico e Psicologia
A Formação Continuada ofertada pela EAPE atendeu
“Nestes dias cheios de desafios... É fundamental parar para
Positiva
realização
a implementação da PQVT, ao trabalhar a valorização
despertar o bem estar e a qualidade de vida ! Precisamos
aprender a planejar e praticar ações referentes ao tema... Isto
do servidor na perspectiva da promoção da saúde e
dá sentido à vida ! Amei fazer o curso e, tendo oportunidade, autonomia
sempre recomendo e farei todos os relacionados. Muito propósito com a vida do aperfeiçoamento do desenvolvimento. Ao resgatar
crescimento
obrigada pela oportunidade de crescimento e de vida !”
emoções positivas / Bem-estar psicológico e Psicologia a memória de seus processos decisórios, e identificar
Positiva
“O Curso "Bem Estar e Qualidade de Vida - projeto de vida", realização
conquistas, sucessos e possibilidades, reconheceu-se o
me abriu um grande leque de possibilidades, pois hoje me
sinto mais pertencente ao meu espaço de trabalho e sei que
esforço e a garra necessários para que os participantes
sempre posso contar com uma rede de apoio, no momento em
que surgir alguma adversidade …”
domínio do ambiente chegassem até este ponto da jornada. Neste momento,
crescimento
relacionamentos positivos foi fundamental que se considerasse o propósito que os
emoções positivas / Bem-estar psicológico e Psicologia
Positiva trouxe até aqui e, em algumas situações, ressignificar
“O curso foi um pontapé muito importante para uma
mudança enorme na minha vida .”
realização / Bem-estar Psicologia Positiva
ou construir novos propósitos para reiniciar o ciclo de
Fonte Própria: Dados dos formulários de pesquisa para fins de artigo científico conquistas no próprio ambiente de trabalho.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 113


As respostas dos participantes validaram a hipótese servidores se reconstruírem, a partir da percepção de
de que participar desta formação ampliou a percepção suas escolhas de vida, consolidarem novos sentidos e
de bem-estar a partir das variáveis estabelecidas nesta direcionarem a vida e a carreira, de forma a gerar moti-
pesquisa. Uma vez que o profissional da educação teve vação e engajamento com a profissão. Tais recursos se
acesso a informações, recursos e vivências que foram demonstraram importantes para gerar bem-estar dura-
capazes de gerar transformação de hábitos, atitudes douro, que perpassou o período de vivência do percur-
e crenças sobre si mesmo e sobre os outros, além de so formativo e se apresentou em outros momentos da
fortalecer seus recursos internos para lidar com desa- vida, um ano após a sua conclusão e sem contato com
fios inerentes da profissão. Tudo isso possibilitou aos as pesquisadoras.

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114 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DOSSIÊ - ARTIGOS

Clube de Ciências Biológicas Virtual (CCBV):


implantação e os impactos na formação do
estudante de biologia no ensino médio e na
qualidade do trabalho do professor durante e
após a pandemia de Covid-19
Virtual Biological Sciences Club (CCBV): implantation and consequences in the training of high
school students and in the quality of the teacher’s work during and after the COVID-19 pandemic

Marcos Borzuk da Fonseca Júnior*


Maria Fernanda Nince Ferreira**

Resumo: Os Clubes de Ciências são espaços de trocas de experiências e compartilhamento de tecnologias e vivências.
O Clube de Ciências Biológicas Virtual (CCBV) é um espaço de educação não formal onde há estímulo a construção
Recebido em: 24 maio 2022
Aprovado em: 16 nov. 2022

investigativa de uma mentalidade crítica sobre questões que envolvam o estudo e aprendizagem de Biologia pelos
estudantes. Sua implantação se justifica por resultar num espaço de discussões sobre variados temas, participação em
eventos e importante na diminuição do déficit de aprendizagem que foi acentuado durante a pandemia de COVID-19.
Para o alcance dessa aprendizagem o objetivo dessa pesquisa foi analisar a implantação e os desdobramentos do CCBV
sobre a formação do estudante em uma escola públicade ensino médio do Distrito Federal e como isso poderia in-
fluenciar na aprendizagem dos estudantes. A coleta de dados da pesquisa foi baseada na utilização de ferramentas da
plataforma google e em questionário estruturado. Os dados da pesquisa foram examinados quali-quantitativamente
usando como base o domínio cognitivo da Taxonomia de Bloom. Entre as conclusões,foi possivel observar que o CCBV
mostrou ganhos no ensino e aprendizagem de Biologia, motivou a participação na etapa regional de evento educacio-
nal e melhorou a qualidade de vida e trabalho do professor de Biologia, mesmo que de forma remota.
Palavras-chave: Clube de Ciências Biológicas Virtual. Ensino de Biologia. Ensino Remoto.
—‌
Abstract: Science Clubs are spaces for exchanging experiences and sharing technologies and experiences. The Virtual
Biological Sciences Club (CCBV) is a non-formal education space where there is a stimulus for the investigative cons-
truction of a critical mindset on issues involving the study and learning of Biology by students. Its implementation is
justified as it results in a space for discussions on various topics, participation in events and important in reducing the
learning deficit that was accentuated during the COVID-19 pandemic. To achieve this learning, the objective of this re-
search was to analyze from the implementation to the importance of CCBV in a high school in the Federal District and
how it could influence student learning. The research data collection was based on the use of google platform tools
and a structured questionnaire. Research data were qualitatively and quantitatively examined using Bloom’s Taxonomy
cognitive domain as a basis. Among the conclusions, the CCBV showed gains in the teaching and learning of Biology,
motivated participation in the regional stage of an educational event and improved the quality of life and work of the
Biology teacher, even if remotely.
Keywords: Virtual Biological Sciences Club. BiologyTeaching. Remote Learning.

* Marcos Borzukda Fonseca Júnior possui Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Espe-
cialista em Educação e Meio Ambiente. É professor efetivo da Secretaria de Estado de Educação do DF. Mestrando pelo Programa
de Pós Graduação em Rede de Ensino de Biologia (PROFBIO) da Universidade de Brasília (UnB). Contato: biozuk@gmail.com
** Maria Fernanda Nince Ferreira é professora, doutora e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), Instituto de Biologia (IB),
Departamento de Genética e Morfologia (GEM). Coordenadora de Extensão do Polo UnB Cerrado e Coordenadora de Extensão
do Centro de Estudos UnB Cerrado (CER). Professora e orientadora no PROFBIO - Contato: mfnf@unb.br

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Introdução já que se configura num espaço de autonomia e de
educação não formal para estudantes e professores que
Para Sasseron (2018), o ensino de ciências é algo em dele participam.Sobre a Educação a Distância, moda-
que os estudantes possam desenvolver sua autonomia lidade de educação em que o CCBV tem significativa
intelectual, sendo agentes ativos do processo de apren- relação, Camacho et al. (2020) mencionam a neces-
dizagem. Um grande desafio das escolas e dos profes- sidade de que as instituições de ensino e seus alunos
sores de Ciências no Brasil é fazer com que o ensino tenham preparo, condições pedagógicas, humanas e
acompanhe a linguagem dos tempos atuais. Com isso tecnológicas para que possam de fato realizá-la.Edu-
percebe-se que não é só adaptar-se a um período sem cação a Distância e educação remota são dois termos
aulas presenciais ou ao oferecimento de aulas ou ativi- amplamente difundidos como sinônimos, mas Arruda
dades online, mas adaptar-se à necessidade de conhe- (2020) considera que a Educação a Distância torna-se
cer ferramentas que podem ser utilizadas para divulgar mais abrangente, porque implica não somente no uso
conhecimento e que se aproximem do cotidiano dos de sistemas online, mas também analógicos, como ma-
alunos (NASCIMENTO, 2020). teriais impressos.
Os espaços não formais surgiram por volta do século Com a pandemia de COVID-19, a tomada de deci-
XX, desmitificando a ideia de que apenas a escola era sões a respeito do modelo de funcionamento da educa-
espaço que detinha o conhecimento científico, pois até ção básica ficou, essencialmente, sob os cuidados dos
essa época se via o ensino apenas como transmissão e estados, que apresentaram iniciativas de substituição da
repetição de ensinamentos. (SANTIAGO; SANTOS; FER- educação presencial pelas aulas remotas ou adoção da
REIRA, 2014). modalidade a distância na educação básica (ARRUDA,
Quando se está à frente de algum espaço de edu- 2020).Com isso a tecnologia surge como uma alterna-
cação não formal, principalmente Clubes de Ciências, tiva viável para atenuar a situação do distanciamento
é necessário ter todo cuidado em preparar as ativida- social e escolar presencial (OLIVEIRA, 2020), acentuado
des para o público alvo, pois a princípio quando se cria na pandemia de COVID-19.
um espaço como esse é para despertar no estudante a Para Silva (2011) o uso da tecnologia já facilitavaas
vontade de aprender de forma interativa e investigativa, atividades extraclasse e ampliava a interação entre os
buscando nele o florescer de suas curiosidades científi- estudantes e professor e entre estudantes-estudantes.
cas e estimulá-lo a resolver suas questões (SANTIAGO; Tal interação em tempos “pós” COVID-19, se torna es-
SANTOS E FERREIRA, 2014). sencial para o trabalho do professor.
Em síntese a educação não formal é uma ferramenta Em 2020, diante da pandemia em diversos países,
importante no processode formação e construção da foram tomadas medidas de isolamento social para pre-
cidadania das pessoas, em qualquer nível social ou de venir e atenuar a propagação da COVID-19. No Brasil,
escolaridade, destacando sua relevância no campo da foi decretada a Medida Provisória nº 934, de 1º de abril
juventude (GOHN, 2020).Rosito e Lima (2015), conce- de 2020, que estabeleceu normas excepcionais sobre
bem os Clubes de Ciências como ambientes não for- o ano letivo da Educação Básica e do ensino superior
mais de aprendizagem com foco no desenvolvimento (BRASIL, 2020). Dentre as medidas, o fechamento pre-
do pensamento científico, por meio da pesquisa, do sencial de instituições de ensino as quais tiveram que
debate e do trabalho em equipe, destacando a flexibi- propiciar aulas de outra maneira, normalmente à dis-
lidade de temas e métodos de investigação desenvolvi- tância (CAMACHO, et al., 2020).
dos nesses espaços. Para Borges, Silva e Lima, (2017) a No Distrito Federal, foi publicado o decreto 40.817
importância dos Clubes de Ciências está no desenvol- que dispôs sobre as medidas para enfrentamento da
vimento das habilidades dos alunos, de questionamen- emergência de saúde pública de importância interna-
to, construção de argumentos, proposição de soluções cional decorrente do novo coronavírus. Foi decretado
para os desafios suscitados e comunicação dos enten- que ficariam suspensas as atividades educacionais pre-
dimentos construídos coletivamente.Em se tratando da senciais em todas as escolas, universidades e faculda-
implementação de um Clube de Ciências, não existe des, das redes de ensino público e privado, no âmbito
uma receita aplicável a todos os Clubes, pois cada um do Distrito Federal (DF). Essas medidas foram flexibiliza-
tem sua individualidade e atende aos anseios dos seus das ao longo do ano de 2021.
participantes em coerência com as particularidades da O isolamento social, um dos protocolos de combate
comunidade em que está inserido. (BORGES; TEIXEIRA; a COVID-19, promoveu transformações econômicas se-
LIMA; e ROSITO, 2018). veras imediatas, a parada obrigatória de inúmeros seto-
Nessa seara o Clube de Ciências Biológicas Virtual res e, no caso da educação, promoveu desconstruções
(CCBV), por ser remoto, se tornou uma alternativa para sob a forma como o ensino e a aprendizagem eram vis-
atenuar o excesso de trabalho do professor de Biologia tos socialmente, tornando a escola um dos espaços mais

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temidos pelo risco da transmissão (ARRUDA, 2020). a entender melhor o conteúdo de Biologia no ensino
Aliando-se o isolamento social como um problema médio. A participação em Feiras de Ciências se mostrou
mundial à realidade da educação brasileira, houve um uma inspiração para 1 em cada 3 estudantes efetivos
aprofundamento dos problemas relacionados a apren- do CCBV. O Clube mostrou significativa importância na
dizagem e às desigualdades na educação (MARANHÃO; aprendizagem de Biologia pelos estudantes efetivos as-
SENHORAS, 2020). sim como na atuação dos estudantes que participaram
De acordo com Xiao e Li apud Arruda (2020) um dos do Circuito Regional de Ciências, que tiveram fortaleci-
desafios encontrados na educação remota provocada da sua aprendizagem baseada em investigação.
pelo isolamento social é o de manter os alunos atentos O CCBV pode ser importante ferramenta de auxílio
e concentrados bem como a dificuldade dos docentes a professores de biologia e à sua saúde mental. Impor-
em realizar leituras corporais e manter um ambiente tante ressaltar que essa pesquisa foi financiada pela
mais interativo no ensino remoto. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Sobre a saúde do professor no ensino remoto, Araú- Superior (CAPES) e apoiada pela Escola de Aperfeiçoa-
jo et al (2021) destaca que o trabalho remoto emer- mento dos Profissionais de Educação (EAPE). Este pro-
gencial foi marcado por adaptações, desafios e dile- jeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e
mas, ante a Pandemia de COVID-19, sugerindo a Pesquisa da Faculdade/Campus de Ceilândia (CEP/FCE)
realização de pesquisas cientificas que monitorem os in- da Universidade de Brasília, tendo como Certificado de
dicadores de saúde dos trabalhadores da Educação, de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) o número
forma a subsidiarem políticas de prevenção de agravos 40474120.7.0000.8093. A aprovação foi deferida em
e de proteção à saúde do trabalhador docente. 30/04/2021, estando os protocolos dessa pesquisa em
Nesse contexto de pandemia e de busca de alterna- consonância com a resolução 466/12 do Conselho Na-
tivas educacionais factíveis e viáveis para a construção cional de Saúde e a qual obteve como parecer de con-
de uma aprendizagem baseada em ensino por inves- firmação dessa aprovação o número 4.683.626.
tigação essa pesquisa, embasada principalmente em
um dos seus objetivos específicos, se justificou porque Metodologia
pretendeu: promover junto aos estudantes, discussões
sobre temas como ambiente, ciência e tecnologia, lives Para a busca da resposta aos objetivos supracitados
sobre temasdiversos relacionados a Biologia, estimular foram utilizados: formulários google (questionários pre-
ações como a elaboração de vídeos, projetos, com foco liminares); googlemeet; sala de aula virtual (googleclas-
na participação em feiras de ciências (durante e pós sroom); questionário estruturado e a observação por
pandemia) e também implementar e analisar o CCBV parte do pesquisador. Tal metodologia utilizou pesquisa
como produto importante na aprendizagem extraclasse exploratória de cunho quali-quantitativo e que buscou
com foco no ensino de Biologia. entender de maneira geral, as experiências coletivas dos
Diante do que foi exposto percebeu-se que o isola- estudantes durante a criação e implantação do Clube,
mento social e o ensino remoto obrigatório trouxeram assim como analisar a importância do Clube de Ciências
a possibilidade de pesquisa para um importante proble- Biológicas Virtual como ferramenta auxiliar de aprendi-
ma a ser respondido: Um Clube de Ciências Biológicas zagem para os estudantes e como isso pode influenciar
Virtual poderia auxiliar os estudantes que dele partici- na saúde do professor, durante a pandemia.
pam a aprender Biologia de maneira investigativa?
Para auxiliar na resposta ao problema apontado A Escola
propomos como objetivo principal: Implantar o Clube
de Ciências Biológicas Virtual no Colégio Cívico-Militar A pesquisa foi realizada junto aos estudantes parti-
Centro Educacional 07 e analisar como essa implan- cipantes do CCBV em um colégio público que possui
tação influenciou na aprendizagem dos estudantes. ensino médio. Em 2020 contava com aproximadamen-
Assim, procuramos também observar a relação dessa te 2400 estudantes e mais de 150 professores. Para a
aprendizagem a qualidade de vida especificamente do criação e uso do CCBV o acesso a internet por parte dos
professor de Biologia. participantes da pesquisa foi necessária e os trabalhos
Quanto a aplicação metodológica e sua relação com foram realizados à distância (especificamente no forma-
a implementação do CCBV, foram utilizadas as seguin- to remoto).
tes ferramentas metdológicas: criação de uma página
no Instagram, formulários google, um questionário tra- Os Participantes
dicional de papel e uma sala de aula virtual do CCBV.
Entre os variados resultados por volta de 75% dos Os estudantes dessa pesquisa possuíam faixa etária
estudantes efetivos acreditam que o CCBV os ajudou que variava de 14 a 19 anos, a maioria moradores das

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regiões próximas a escola e cursando a segunda série • Um questionário estruturado final, a fim de anga-
do Ensino Médio. A quantidade máxima de participan- riar informações de todos os estudantes do CCBV,
tes, entre estudantes e professores da pesquisa, foi de principalmente daqueles que tiveram dificuldades
100 pessoas. Entre os participantes não estudantes da de acesso a plataforma.
pesquisa estão uma professora de Biologia, duas orien- • Observação e anotação de dados pelo pesquisador;
tadoras educacionais e o professor pesquisador que • Uma Sala de Aula Virtual do CCBV a qual está
possuíam até data da coleta de dados da pesquisa a localizada na plataforma Google Classroom e teve
faixa etária de 25 a 40 anos. funções que vão desde a sua utilização como espa-
ço de eventos assíncrono até a disponibilização dos
A Implantação e Implementação do Clube de questionários preliminares respondidos, a publici-
Ciências Biológicas Virtual (CCBV) dade das lives (meet), avisos, entre outros.

A implantação, implementação e suas coletas de da- A Taxonomia de Bloom como método de Im-
dos contaram com o amparo legal do Plano Distrital de plementação do CCBV e ferramenta essencial
Educação (PDE, 2015, p. 19), quando se fala em “fo- para aprendizagem pelos estudantes
mentar o circuito de ciências nas escolas da rede públi-
ca do Distrito Federal, em níveis local e regional, com Observações, questionários e demais dados coleta-
culminância na feira distrital do circuito de ciências das dos, tiveram como base a Taxonomia de Bloom (1979),
escolas públicas do Distrito Federal”. que possui os domínios cognitivo, afetivo e psicomo-
O CCBV foi criado no primeiro semestre de 2021, tor.O domínio cognitivo trabalha com habilidades mentais
como projeto de incentivo e valorização da ciência e a como pensamentos que envolvem lembranças, cognição,
busca por uma aprendizagem baseada em ensino de resolução de problemas e criatividade (BLOOM, 1979).
ciências biológicas por investigação. Para as reuniões Nesta pesquisa houve ênfase sobre o domínio cogni-
virtuais do CCBV foi utilizada a plataforma Google Clas- tivo por acreditarmos ser suficiente na busca dos obje-
sroom a qual possui como um de seus aplicativos auxi- tivos pretendidos e porque o uso correto da metodolo-
liares o meet, que é de fácil manuseio e foi o instrumen- gia aliada a sua aplicação com os verbos pode ser uma
to utilizado pela SEEDF para a realização dos encontros facilitadora e influenciar na qualidade do trabalho do
virtuais e aulas síncronas com professores e estudantes. professor de Biologia junto ao CCBV. A taxonomia de
A decisão por optar pela utilização dessa plataforma foi Bloom serviu de base para a confecção das perguntas
do pesquisador, por acreditar que tal plataforma é de do questionário estruturado final.
fácil utilização e disponível aos alunos gratuitamente, já O domínio cognitivo da Taxonomia de Bloom passou
que havia o convênio. por alguns ajustes ao longo dos anos e em 2001 foi
Para uma implementação mais eficiente do CCBV, revisado por David Krathwohl e equipe com o objetivo
foram traçadas e aplicadas algumas metas como: de melhorar a transição entre as subcategorias e conse-
quentemente a autoaprendizagem dos estudantes. Na
• Criação do nome; versão revisada, os níveis cognitivos foram modificados,
• Produção da logomarca; no qual os substantivos da versão original foram substi-
• Criação da página do CCBV no Instagram para tuídos por verbos (RIGHI, 2021).
fins de divulgação;
Resultados e Discussão
Cabe ressaltar que o Instagram foi montado exclusiva-
mente para divulgação das atividades virtuais produzidas Criação do produto CCBV
pelo CCBV.Para coleta de dados esta pesquisa utilizou:
O CCBV foi o produto implantado no CCMCEd07.
• Formulários Google: usados prioritariamente Para a implementação do CCBV foi utilizada parte da
para a busca de dados referentes aos questionários tecnologia educacional e virtual disponível, a qual foi
preliminares, os quais foram disponibilizados aos de considerável valia para essa implementação porque
estudantes após cada live ocorrida, com o intuito favoreceu as coletas de dados para as análises necessá-
de buscar informações imediatas e relacionadas a rias à essa pesquisa, assim como a diminuição do déficit
essas lives. Esses questionários, com até cinco per- de aprendizagem dos estudantes em Biologia. Com isso
guntas, procuravam ser objetivos na busca de res- o Clube se tornou importante ferramenta de trabalho
postas que complementassem o questionário final para os professores de Biologia e estudantes que dele
e facilitassem análises que respondessem aos obje- participam, influenciando positivamente na efetividade
tivos e a questão problema observada. do trabalho do professor

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A Implantação do CCBV corrobora com o que Rodri- utilizados no questionário final, por facilitarem a descrição
gues; Jesus; Games e Costa (2021), mencionam em seu do objeto de estudo dessa pesquisa propondo uma me-
artigo, que a implementação de um Clube de Ciências lhor exploração do objetivo principal: a aprendizagem.
contribui para os processos de ensino e aprendizagem Avelino (2020) menciona que o Brasil precisa urgen-
e ainda é capaz de promover o desenvolvimento da al- temente de uma reformulação na educação, pois é evi-
fabetização científica. Importante ressaltar que o CCBV dente que o sistema de ensino vigente não apresenta
pode ser peça importante na melhoria do trabalho do bons resultados. Concluiu, diante da atual conjuntura
professor e consequentemente em sua rotina “pós” pandêmica, que os responsáveis educacionais buscas-
pandemia, por ser um facilitador de conexões entre os sem manter as aulas a todo custo sendo necessário
participantes e tornar o ambiente não formal do qual que professores tivessem melhor formação em tecno-
faz parte, mais propício a aprendizagem. logias e que alunos tivessem melhor conexão com a
internet. Por isso a importância de uma boa qualida-
Escolha do Nome de no trabalho, quando aliada a uma boa conexão de
internet para os professores.
Para essa escolha foram sugeridos pelo grupo os no- Importante ressaltar que na pandemia (2020-2021) o
mes de três grandes biólogas brasileiras. Depois das dis- ensino ocorreu por meio de plataformas virtuais usadas
cussões, foi realizada uma votação onde o nome ven- por professores e estudantes, as quais foram fundamen-
cedor foi o de HelgaWinge, o qual passou a nomear o tais para a continuidade dos estudos, na melhora da qua-
Clube. Hoje o chamamos de CCBV HelgaWinge. lidade do trabalho do professor e também de sua qualida-
A ideia de ter um nome feminino foi bem recebida de de vida. Cabe enfatizar que essa continuidade muitas
por 85,7% dos estudantes em pergunta disponibilizada vezes é dificultada, pois vários professores e estudantes
no primeiro questionário preliminar. não possuem computador pessoal e seus aparelhos mó-
veis são única forma de acesso à internet.
Criação da página do Clube no Instagram Sobre o questionário estruturado final, é importante
notar que entre as respostas abaixo foi colocado o item
Sabe-se hoje que as redes sociais são um importante de resposta NPNPNCR (Sigla correspondente a respos-
meio de divulgação sendo sugerida sua criação. Uma ta: Não Participei em Nada Por isso Não Consigo Res-
participante se voluntariou e criou a página do CCBV ponder), essa opção foi dada pois por vários momentos
HelgaWinge no Instagram. A página do CCBV Hel- e pelos mais variados motivos, muitos integrantes do
gaWinge é encontrada no endereço eletrônico “https:// CCBV não puderam participar, dessa forma se torna
www.instagram.com/clubedecienciasbiologica/”, nela possível fazer a proporção percentual daqueles que efe-
se encontram todas as publicações e trabalhos desen- tivamente participaram e conseguir uma resposta esta-
volvidos pelos participantes no CCBV. tística mais próxima da realidade.
Concordando com De Souza e Figueiredo (2021), No CCBV houve estudantes efetivos, que são aqueles
percebe-se que o Instagram pode ser utilizado como que participaram ao menos de uma, algumas ou to-
um instrumento pedagógico importante para o pro- das as ações promovidas pelo CCBV e os estudantes
cesso de ensino e aprendizagem, já que interfere na que apesar de estarem matriculados nas três turmas
mudança de concepções do professor como detentor não participaram de nenhum evento do Clube. Reite-
único do conhecimento, algo comum visto na educação ra-se que essa diferenciação se fez necessária para que
tradicional. Os autores acreditam que essa rede social é houvesse separação estatística significativa entre os que
importante junto aos professores, pois pode influenciar efetivamente participaram e os que não participaram.
em sua maneira de ensinar propiciando experiências, as As perguntas abaixo foram previamente seleciona-
quais seriam limitadas, apenas em sala de aula, devido aos das e implementadas no questionário final, porque es-
diversos fatores que acontecem no ambiente escolar. tão baseadas nos verbos da Taxonomia de Bloom que,
A rede social escolhida foi e será importante para utilizados nesse questionário, facilitam a descrição do
diminuição de variados desafios durante e, também objeto de estudo dessa pesquisa propondo uma me-
“pós” pandemia para os professores, por ser claramen- lhor exploração do objetivo principal: a aprendizagem,
te uma facilitadora na aquirição de aprendizagem. como mencionado anteriormente.
É sabido que a Taxonomia de Bloom é uma clássica
Síntese dos Principais Resultados teoria de aprendizagem, importante na progressão
educacional e que as perguntas do questionário final
Antes de citar os principais resultados é importante tem então, estrita relação com ela em seus níveis cog-
mencionar que a Taxonomia de Bloom e especificamen- nitivos.
te alguns de seus principais verbos foram essencialmente Segundo Martínez et al. (2004) a palavra

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“Taxonomia”, é a rotulação de dados, que favorecem Contudo pode-se fugir um pouco desta realidade, usando es-
a organização sistemática de uma informação, de ma- tratégias que permitam ao discente vivenciar, discutir e refletir
neira a possibilitar um mapa da área que auxiliará na sobre novas experiências em sua caminhada escolar, proporcio-
obtenção do conhecimento. nando um processo de ensino aprendizagem significativo, que
contribui com a ampliação de suas percepções dentro destas
Tratando da perspectiva de aprendizagem educacio-
temáticas em sua realidade, no qual os estudantes precisam
nal, a Taxonomia de Objetivos de Aprendizagem, ou
utilizar os conhecimentos científicos como instrumentos que
simplesmente Taxonomia de Bloom pareceu a mais ofereçam novos significados e percepções sobre o mundo,
adequada para essa pesquisa. criando outras possibilidades de interação com a realidade.
Seguem, então, as perguntas mais relevantes e
suas respectivas análises sobre o CCBV, sua implan- E pensando em vivenciar essas novas experiências,
tação e importância. que ajudem os estudantes na aprendizagem significati-
va é que o CCBV foi pensado. Um quarto dos estudan-
Pergunta 01: Você reconhece a Biologia como uma tes afirmaram que suas ideias e aprendizagens sobre
ciência importante em seu ensino médio, de maneira Biologia e outras disciplinas foi melhor definida. Imagi-
que te auxilie em sua aprendizagem em casa ou em na-se que para que mais estudantes tenham a mudan-
sala de aula? ça nessas ideias e aprendizagens serão necessárias mais
discussões, conversas e reflexões.
Quase 75% dos estudantes que responderam A autonomia dos estudantes no Clube acabou por
a essa pergunta reconhecem a Biologia como uma ratificar o aumento da qualidade do trabalho do pro-
ciência importante no ensino médio e na aprendi- fessor de Biologia, já que tais discussões trouxeram o
zagem em sala de aula. O valor proporcional dos mínimo da aprendizagem desejada.
que efetivamente participaram do CCBV sobe para
96,7%. Percebe-se que quase a totalidade daque- Pergunta 03: Ao participar do CCBV, provavelmente
les que participaram de alguma atividade do CCBV você obteve algum conhecimento novo. Por exemplo,
acreditam que ele pode ter ajudado os estudantes quando você vê ou assiste a reportagens sobre ciências,
no reconhecimento da importância da Biologia, prin- principalmente em Biologia, você passou a ver essa re-
cipalmente em sala de aula. Tal resposta demonstra portagem com outro olhar. Portanto você acredita que
que no caso do Clube, o trabalho a distância pode o CCBV te ajudou a entender melhor o conteúdo de
também melhorar a qualidade do trabalho do profes- Biologia do ensino médio?
sor de Biologia e consequentemente propiciar melhor
aprendizagem pelos estudantes. Santos (2010) acre- Entre aqueles estudantes que responderam, quase
dita que os Clubes de Ciências objetivam trabalhar de 40% acreditam que o Clube os ajudou a entender me-
maneira mais branda a aprendizagem de temas espe- lhor o conteúdo de Biologia no ensino médio. Como
cíficos, no entanto é necessário despertar a curiosi- pouco mais de 46% dos que responderam ao questio-
dade dos estudantes e das questões que envolvem a nário não participaram de nenhuma atividade, então
comunidade em que residem. proporcionalmente o número daqueles que acreditam
que o CCBV os ajudou a entender melhor a Biologia
Pergunta 02: Você acredita que o CCBV HelgaWin- do ensino médio equivale a faixa de 73,1%. Tal dado
ge te ajudou a definir ideias e outras aprendizagens so- mostra que a dinâmica abordada no Clube teve bom
bre a Biologia e outras disciplinas? alcance no quesito, entendimento de Biologia.
Melo et al. (2017, p. 5), menciona que o ensino de
Treze por cento dos estudantes que responderam ciências costuma apresentar conteúdos grandes e difí-
a pergunta acima acreditam que a Biologia pode in- ceis, onde, muitas vezes, a memorização dos conceitos é
fluenciar na aprendizagem em outras disciplinas o que o principal fator de aprendizagem, o que faz com que o
demonstra a necessidade de maior relação com ou- estudante se torne menos motivado a aprender ciências.
tras disciplinas e com os seus respectivos professores.
Importante notar que 45% dos estudantes marcaram Pergunta 04: Se você tivesse a oportunidade de cons-
NPNPNCR por não participarem de nenhuma das ativi- truir um Clube de Ciências, de que maneira você o faria?
dades virtuais do grupo. Essas não participações acon-
tecem por variados motivos, desde trabalho, até pro- O item mais marcado foi o que sugere aproveitar a
blemas com internet ou familiares. Proporcionalmente ideia do CCBV e tentar melhorá-lo, com o proporcio-
aos que participaram, esse número então se eleva para nal de 39,6%. Esse feedback é importante para que o
24,3%, o que equivale a quase ¼ dos participantes. Clube possa se manter e se tornar atrativo. Para que o
Citando Giordan apud Leite (2019, p. 1); Clube possa aumentar sua importância os estudantes

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precisam participar efetivamente das reuniões e lives fu- estudantes informações inteiramente novas e aumen-
turas e contribuir com ideias e ações significativas. tando o interesse deles pela ciência. Portanto participar
Para Santos e Santos (2008), apud Dantas (2021) o de um trabalho como esse pode instigar no estudante
Clube deve surgir com direcionamento do professor e a aprendizagem de maneira investigativa, já que ele ne-
pela vontade dos alunos, iniciando com um levanta- cessita desenvolver habilidades em que atividades como
mento do quantitativo de alunos interessados em se as Feiras de Ciências, favorecem.
associarem ao Clube de Ciências. E concordando com
os autores acima, esse deve ser o ponto de partida para Pergunta 07: Como você classificaria o CCBV Helga
a criação de um Clube de Ciências, algo semelhante ao Winge hoje?
que ocorreu na implementação do CCBV.
Aproximadamente 75% dos participantes (propor-
Pergunta 05: Imagine que você tenha que construir cionalmente) que efetivamente participaram dos even-
um novo CCBV, mas com os antigos participantes. O tos do CCBV marcaram os itens: Bom, Ótimo ou Ex-
que faria para diferenciar o antes e depois dos partici- celente. Tal dado demonstra que a dinâmica do clube
pantes do clube? agradou significativamente os estudantes, de tal ma-
neira a levar a conclusão de que o CCBV deve ter con-
Fazer uma reunião foi o item mais marcado. Con- tinuidade, apesar de acreditarmos que ele necessita de
versar em grupo e debater as ideias é uma necessidade reformulações.
para 55,5% dos que efetivamente participaram. A tro- Dantas (2021) comenta que as atividades educacio-
ca de ideias parece ser algo muito importante para os nais em espaços não formais (como o CCBV) são valio-
participantes. sas e apresentam flexibilidade de horários para encon-
Para Dantas (2021) o Clube de Ciências deve propi- tros, proporcionam práticas, leituras, troca de saberes e
ciar situações de aprendizagem que permitam aos estu- podem motivar os estudantes a buscar conhecimentos
dantes se apropriar do conhecimento, criar, empreen- além das salas de aulas. Tal flexibilidade influencia na
der projetos presentes e futuros levando em considera- qualidade do trabalho do professor, já que possuir tem-
ção o bem-estar da comunidade e meio ambiente. En- po hábil e disponível é importante para o desenvolvi-
tão caso os estudantes optassem por construir um novo mento de bons trabalhos.
CCBV poderiam levar em consideração tais situações,
para criar uma diferenciação entre o antes e depois. Pergunta 08: Pensando no CCBV HelgaWinge, que
Percebe-se daí, que toda “experiência” educacional você participa: Você recomendaria o CCBV a alguém?
em que o estudante tem autonomia para desenvolver,
influencia na qualidade de vida e na diminuição dos Quase a metade dos participantes efetivos que res-
afazeres do professor, que desenvolve junto com os es- ponderam a essa questão (proporcionalmente), reco-
tudantes trabalhos que trazem aprendizagem significa- mendariam o CCBV a alguém e quase a outra metade,
tiva e diminuem a pressão sobre o professor. optou pelo “talvez”, isso pode demonstrar, realmente
a necessidade de reformulação para que esse número
Pergunta 06: Você se sente inspirado(a) em partici- alcance um patamar mais significativo. Cabe ressaltar
par da Feira Regional de Ciências de Ceilândia? que para que haja essa reformulação, reuniões com os
participantes serão necessárias.
Um a cada três participantes efetivos do Clube (pro- Amaral (2014, pág. 7) conclui em sua tese que:
porcionalmente) sente-se inspirado em participar da
O Clube de Ciências pode possibilitar o desenvolvimento de
Feira Regional de Ciências de Ceilândia, tal dado mos-
ações que promovem o letramento científico, assim como se
tra que após todas as lives e reuniões ofertadas pelo
revela um espaço de formação dos envolvidos. Desta forma,
CCBV, 1/3 dos estudantes acredita ter a capacidade de contribui como espaço pedagógico de desenvolvimento inte-
participar dessa, que é a segunda etapa do circuito de gral, sendo um meio para diversificar processos de ensino e de
ciências da escola públicas do Distrito Federal. Apresen- aprendizagem, tendo o propósito de educar e ampliar a cultura
tar um trabalho em uma feira regional exige dedicação científica dos frequentadores.
e afinco e perceber que um a cada 3 estudantes tem
essa vontade, pode ter relação com a dinâmica do gru- Quando um participante do Clube o recomenda a
po durante o semestre. alguém faz com que o trabalho do professor se torne
Durmaz, OguzhanDinçer e Osmanoglu (2017), co- menos cansativo e demostra efetividade.
mentam que participar de Feiras de Ciências para os
estudantes pode ser fator de motivação para compar- Pergunta 09: Se você tivesse que participar de uma
tilharem aquilo que aprenderam, possibilitando aos prova sobre os temas recentemente abordados na

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 121


disciplina de Biologia e nas lives, quantas questões você Para Caniçali (2014, pág. 35), sobre a importância da
acredita que acertaria? interdisciplinaridade e Feiras de Ciências

Schmitz e Tomio (2019) vêm os Clubes como meios (...) a participação das escolas em Feiras de Ciências, mostras
específicos de experiências de aprendizagem, compar- culturais e o desenvolvimento de projetos de ciências podem
tilhado por participantes com interesses comuns e que potencializar a construção de diversos valores na escola, bem
funcionam em escolas ou universidades, acompanhan- como promover a diminuição das barreiras entre as disciplinas
do as trajetórias de vida dos estudantes. E, corroborando por meio da interdisciplinaridade, possibilitando, desse modo,
com os autores acima, quase 30% dos participantes do uma educação pautada nas questões sociais e na criticidade.
Esses projetos propõem romper a fragmentação e a rotina im-
CCBV (proporcionalmente) acreditam acertar a maioria
posta pelo modelo disciplinar hegemônico de ensino e apren-
das questões em provas sobre os temas abordados nas
dizagem, uma vez que os espaços e os tempos escolares não
lives, 43,1% acreditam acertar a metade das questões favorecem a interdisciplinaridade, tampouco a contextualiza-
e menos de 2% acreditam não acertar nenhuma ques- ção por meio de projetos de trabalho.
tão. Tal dado demonstra a importância da implantação
e implementação do CCBV no CCMCEd 07 e justifica Percebeu-se dessa pergunta e das vivências obtidas
sua constante reformulação para um aumento robusto no CCBV da sua necessidade de ampliação, que de Clu-
nas notas desses estudantes. be essencialmente virtual relacionado a Biologia, para
uma atuação mais ampla e interdisciplinar, podendo o
Pergunta 10: Quanto ao CCBV, o que faria para tor- mesmo ter atuação presencial, de maneira a ampliar o
ná-lo mais produtivo? leque de interações e aprendizagens.
No primeiro questionário preliminar que inspirou a
confecção dessa pergunta, foi perguntado aos estudan- Considerações finais
tes o que poderiam fazer para tornar o CCBV atrativo
(e essa pergunta tem relação com a produtividade) e Participar do CCBV fez com que os estudantes se
percebeu-se das respostas que o item participação mais sentissem mais inseridos no convívio social, tivessem
efetiva predomina como o mais marcado, o que parece um aumento na aproximação entre colegas de sala,
demonstrar pelos estudantes efetivos a vontade em re- mesmo na pandemia de COVID-19 e de modo geral
alizar algo, mesmo que ainda sem muitas ideias e inter- demonstraram uma aprendizagem significativa.
venções. Um CCBV mais atrativo pode aumentar nesses A página do CCBV no Instagram é (ela ainda exis-
estudantes a aprendizagem. te) importante como ponto de apoio e divulgação das
A observação acima corrobora com Schmitz e Tomio ações do grupo, já que o CCBV tem características es-
(2019) em que: sencialmente virtuais, além de se tornar uma ferramen-
ta interativa auxiliar de aprendizagem tornando-o mais
(...) os participantes de um Clube de Ciências associam-se por dinâmico. Mesmo com algumas dificuldades quanto à
interesses comuns e que, portanto, compartilham e elaboram sa- participação em reuniões e lives, percebeu-se significa-
beres em uma convivência que valoriza e ensina a participação tiva participação na resposta aos questionários e for-
com heterogeneidade e diversidade como contribuintes para o mulários disponibilizados na sala do CCBV sediada na
enfrentamento dos problemas a serem resolvidos, dos projetos plataforma google.
investigados ou a ampliação das diferentes formas de convívio.
• Percebeu-se que mais de 88% dos participantes
Pergunta 11: Caso você participasse da Feira de Ci- do Clube acreditam que o CCBV pode auxiliar na
ências da regional de ensino de Ceilândia (circuito de aprendizagem;
ciências), que projeto(os) teria vontade de desenvolver? • Observou-se que problemas diversos, como di-
ficuldade de conexão com a internet, trabalho no
Entre os experimentos relatados pelos estudantes, horário contrário de aula, problemas familiares, fo-
citam-se: “Foguetes, experimentos biológicos, proje- ram fatores que dificultaram uma presença maior
tos sustentáveis, vulcões, tornar o Clube Virtual em um de estudantes nos eventos síncronos (remotos) re-
Clube presencial, projetos com magnetismo, agricultu- alizados no Clube. Tais fatores podem atrapalhar a
ra familiar, vídeo game e robótica, projeto com base na qualidade do trabalho do professor e tornaram-se
fotossíntese das plantas ou energia solar, projeto rela- importantes desafios a serem superados.
cionado com plantas”. • Verificou-se que mais de 60% dos estudantes
Alguns estudantes relataram não ter ideias ou que- efetivos do CCBV, acreditam que ele os ajudou a
riam fazer algo novo que nunca havia sido feito antes e entender melhor conceitos de Biologia em sala de
que chamasse a atenção do público. aula. Esse dado corrobora com a importância do

122 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CCBV para a aprendizagem dos estudantes em Bio- CCBV acreditam que a Biologia pode influenciar na
logia, como já observado nos resultados. aprendizagem em outras disciplinas.
• A participação na Feira de Ciências foi importan- • Por volta de 75% dos estudantes efetivos acre-
te aos estudantes porque fez com que se tornas- ditam que o CCBV os ajudou a entender melhor o
sem construtores do próprio conhecimento, já que conteúdo de Biologia no ensino médio, isso pode
foram eles os responsáveis por produzirem o con- mostrar que a dinâmica abordada no Clube teve
teúdo dos vídeos, assim como sua edição, os quais bom alcance no quesito, entendimento de Biologia.
foram requeridos para a participação no Circuito de • Quase 40% dos estudantes efetivos do CCBV, su-
Ciências das escolas públicas de 2021. geriram aproveitar a ideia do CCBV e tentar melhorá-
• O CCBV, como forma de projeto apresentado -lo. Para que o Clube possa melhorar, os estudantes
pelos estudantes no Circuito de Ciências, pro- precisam participar efetivamente das reuniões e lives
piciou-lhes a desenvolverem potencial crítico, futuras e contribuir com ideias e ações significativas.
inovador e criativo e aprendizagem da prática • Pouco mais da metade dos estudantes efetivos
científica inestigativa. Isso aconteceu porque os do CCBV acredita que fazer uma reunião pode ser
próprios estudantes colocaram a “mão na mas- importante para diferenciar o antes e o depois dos
sa” um dos momentos em que a aprendizagem participantes do clube, isso traz a tona a necessida-
significativa ocorre. Importante ressaltar a im- de de se conversar em grupo e debater ideias.
portância do pesquisador na orientação, o qual • A participação em Feiras de Ciências se mostrou
foi essencial para essa aprendizagem e diminui a uma inspiração para 1 em cada 3 estudantes efeti-
pressão sobre o trabalho do professor melhoran- vos do CCBV.
do a sua qualidade de vida. • Aproximadamente 75% dos estudantes efeti-
• A orientação em Feiras de Ciências durante a vos do CCBV o consideraram como “Bom, Ótimo
pandemia foi um significativo desafio para o pro- ou Excelente”.
fessor de Biologia, pois a falta do contato com os • Quase 30% dos estudantes do CCBV, acredi-
estudantes e a observação da montagem de vídeos tam acertar a maioria das questões e outros 43,1%
e experimento in loco demandou muitas aprendiza- acreditam acertar a metade das questões, em pro-
gens a todos os envolvidos. vas sobre os temas abordados nas lives. O desafio
• Como os estudantes se envolveram com situa- das avaliações internas e externas é inerente ao pro-
ções-problema e as resolveram, para a submissão fessor que auxiliará na formação do estudante.
do projeto ao Circuito de Ciências, obtiveram de • O CCBV mostrou significativa importância na apren-
modo investigativo uma aprendizagem significativa. dizagem investigativa de Biologia, pelos estudantes que
• Quase 97% dos estudantes efetivos do CCBV re- participaram do Circuito Regional de Ciências, assim
conhecem a Biologia como uma ciência importante como na melhoria da qualidade do trabalho do profes-
no ensino médio e na aprendizagem em sala de aula sor de Biologia, durante a pandemia e será bastante útil
• Por volta de 25% dos estudantes efetivos do no desafio de ensinar Biologia, “pós” pandemia.

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Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 123


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124 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DOSSIÊ - RELATOS DE EXPERIÊNCIA

Políticas públicas nas áreas da saúde e da


qualidade de vida dos profissionais da Secretaria
de Educação do Distrito Federal: um levantamento
das possíveis redes de apoio ao bem-estar e a
saúde mental dos professores
Public policies in the areas of health and quality of life for professionals at the Federal District Edu-
cation Department: a survey of possible networks to support the well-being and mental health of
the teachers

Lidiane Oliveira Eduardo Mota *

Resumo: Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicaram que a depressão seria a segunda causa mais
incapacitante no mundo no ano de 2020, somente atrás de doenças do coração. A Organização Internacional do Tra-
balho (OIT) aponta a categoria docente como sendo a segunda a apresentar doenças ocupacionais, das quais, em sua
maioria relacionadas a questões de saúde mental. No contexto da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
(SEEDF), somente no primeiro semestre de 2018, 15% dos professores foram afastados de sala de aula, a maioria
dos atestados médicos apresentados foram por doenças psíquicas. Durante a pandemia ocasionada pelo Covid-19,
o bem-estar e a saúde mental dos professores foram consideravelmente afetados. Diante desse cenário, a SEEDF em
parceria com outras Secretarias e órgãos, vem desenvolvendo políticas públicas de qualidade de vida e proporcionando
redes de apoio ao bem-estar e saúde mental aos docentes. Contudo, foi constatado que a maioria dos docentes da
SEEDF não têm conhecimento de tais políticas e nem das redes de apoio disponíveis. Um dos objetivos da pesquisa
foi fazer um levantamento desses dados e dar maior visibilidade a tais ações. Esse levantamento foi realizado junto à
Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, ao Sindicato dos Professores e à própria SEEDF. Os resultados foram
apresentados na pesquisa utilizada como base e serão o objeto desse relato.

Palavras-chave: Políticas públicas. Redes de apoio. Qualidade de vida. Bem-estar. Saúde mental. Professores.
—‌
Abstract: Estimates from the World Health Organization (WHO) indicate that depression would be the second most
disabling cause in the world in the year 2020, only behind heart diseases. The International Labor Organization (ILO)
points out the teaching category as the second to have occupational diseases, most of which are related to mental
health issues. In the context of the Federal District Education Department (SEEDF), only in the first half of 2018, 15%
of the teachers were removed from the classroom, most of the medical certificates presented were due to mental ill-
nesses. During the Covid-19 pandemic, teachers’ well-being and mental health were significantly affected. Given this
scenario, SEEDF, in partnership with other Departments and agencies, has been developing public policies for quality
of life and providing support networks for the well-being and mental health of teachers. However, it was found that
most teachers at SEDF are not aware of such policies or available support networks. One of the research objectives
was to survey these datas and give greater visibility to such actions. This survey was carried out with the Subsecretary
of Safety and Health at Work, the Teachers’ Union and SEEDF itself. The results were presented in this research used
has a basis and will be the object of this report.

Keywords: Public policies. Support networks. Life quality. Well-being. Mental health. Teachers.

* Lidiane Oliveira Eduardo Mota é mestra em Educação pela Universidade de Brasília – UnB e professora na Secretaria de Estado
de Educação do Distrito Federal – SEEDF. Contato: lidianeeduardo@gmail.com.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 125


Introdução Além desses dados, não é difícil encontrar na litera-
tura autores que apontam a profissão docente como
O presente relato de pesquisa propõe a divulgação produtora de adoecimento emocional. Albuquerque et
das políticas públicas de qualidade de vida e as redes de al. (2018), Costa e Silva (2019), Dielh e Marin (2016),
apoio ao bem-estar e saúde mental dos professores da Penteado e Neto (2019), Trindade, Morcerf e Oliveira
SEEDF, com base na dissertação de mestrado “Possíveis (2018) e vários outros, afirmam que a profissão docente
fatores de risco e proteção para o bem-estar e saúde tem se constituído uma atividade geradora de adoeci-
mental da categoria docente: um estudo bioecológico mento e sofrimento mental, pois a prática do ensino se
com professores readaptados da SEEDF”,realizada com tornou algo desgastante, com repercussões na saúde
oito professoras em processo de afastamento e rea- física, mental e no desempenho profissional.
daptação por questões de bem-estar e saúde mental Nesse sentido, Tostes et al.salienta que “o profes-
(MOTA, 2022). Foi realizado ainda, junto às participan- sor, em seu trabalho, enfrenta inúmeros desafios e
tes do estudo, um levantamento de sugestões e possi- assume grandes responsabilidades, constituindo uma
bilidades de programas e redes de apoio, que também das categorias profissionais mais sujeitas a apresentar
serão expostos nesse relato. sofrimento mental”(TOSTES et al.,2018, p. 90). Por sua
Embora a pesquisa base tenha sido realizada com vez, Albuquerque et al. (2018), apresenta uma reflexão
um grupo pequeno de docentes, por se tratar de um considerando o contexto contemporâneo do trabalho
estudo qualitativo de viés fenomenológico, reuniu in- docente e o colocando como uma atividade de risco,
formações que fornecem um vislumbre geral da cate- afirmando que:
goria no Distrito Federal e que embora tenha sido re-
O trabalho do professor constitui, na atualidade, uma atividade
alizada com professores em processo de afastamento
de risco, pois a docência é uma das profissões mais estressan-
e readaptação funcional, as percepções consideram
tes no âmbito do capitalismo contemporâneo [...] caracteriza-
o trabalho num todo, não somente focado à essa es-
do pelo extremo aumento da exploração da força de trabalho
pecificidade. Contudo, para o desenvolvimento deste e pela produção maciça de enfermidades, entre as quais se
relato de pesquisa, o foco não estará no processo de destacam os transtornos mentais [...]. (ALBUQUERQUE et al.,
afastamento e readaptação, nem nos fatores de risco 2018, p. 1288).
e proteção, propostos na dissertação, e sim nas redes
de apoio ao bem-estar e saúde mental dos professo- Inúmeros são os fatores que afetam o bem-estar e a
res da SEEDF. Os outros assuntos podem ser frutos saúde mental dos docentes, Barroso (2008, p. 75) faz
de futuros artigos, tendo em vista a importância de menção a alguns deles:
tais temáticas.
A relevância de pensar e executar políticas públicas [...] estudos apontam como causa do sofrimento do professor;
de qualidade de vida e redes de apoio ao bem-estar a indisciplina na escola, a violência, falta de sensibilidade da
e saúde mental dos professores da SEDF pode ser en- administração com os problemas do professor: pais omissos,
tendida com base em dados da Organização Mundial transferências involuntárias, críticas da opinião pública, clas-
da Saúde (OMS), da Organização Mundial do Trabalho ses lotadas, falta de autonomia, salários inadequados, falta de
(OIT) e do Conselho Nacional de Secretários de Estado perspectiva de ascensão na carreira, falta de qualificação, falta
da Administração (CONSAD). Conforme estimativas da de uma rede social de apoio dentre outros.
OMS, a depressão seria a segunda causa mais incapa-
citante no mundo no ano de 2020, somente atrás de Mota (2022, p. 54) aponta ainda:
doenças do coração (OMS, 2013). Já a OIT aponta a
Muitos são os desafios da profissão docente, entre eles: rela-
categoria docente como sendo a segunda a apresentar
ção professor aluno e família, relação entre os pares, violência,
doenças ocupacionais, das quais, em sua maioria rela- insegurança, indisciplina, falta de materiais pedagógicos, es-
cionadas a questões de saúde mental, (DIELH; MARIN, truturas precárias, baixos salários, carga horária elevada, sobre-
2016; COSTA; SILVA, 2019). carga de trabalho, não reconhecimento por parte da sociedade
O CONSAD apontou que entre os anos de 2011 e e ainda a dificuldade de relacionamento com os supervisores.
2012, a SEEDF foi o órgão com maior percentual de
servidores públicos afastados por doenças no Distrito Os fatores supracitados desencadeiam sintomas
Federal (DF), (TAKARNIA, 2015). Ainda, segundo Olivei- como desgastes osteomusculares e transtornos men-
ra (2018), no primeiro semestre de 2018, cerca de 15% tais como apatia, estresse, desesperança e desânimo,
dos profissionais, aproximadamente 3.900 professores, que são as principais formas de adoecimento identifi-
foram afastados de sala de aula no DF, sendo que a cadas em professores (DIEHL; MARIN, 2016), demos-
maioria dos atestados médicos apresentados foram por trando que de fato, a profissão docente está entre as
doenças psíquicas. mais desafiadoras.

126 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Importante destacar que os dados apresentados e apropriadas), foram apontados por Guimarães (2021)
as reflexões com base nos autores supracitados são de e Oliveira e Santos (2021) como sendo fatores desen-
antes da pandemia ocasionada pelo Covid-19 e que to- cadeadores de estresse laboral intensificando o adoeci-
mou proporções inimagináveis a partir do ano de 2020. mento emocional da categoria no período pandêmico.
Por isso, um levantamento sobre o bem-estar e a saúde Além desses desafios, Brito et al. (2021, p. 3), destacam:
mental dos professores frente a essa realidade também
se faz necessário. Neste contexto, além dos desafios relacionados ao manuseio
das TICs, aos docentes é requerido um conjunto de ações para
Bem-estar e saúde mental de professores e a o seguimento do ano letivo e da qualidade do ensino, como
a produção e distribuição de conteúdos, acompanhamento,
pandemia do Covid-19
orientação, avaliação e estímulo aos alunos. Não são poucas e
fáceis as cobranças voltadas a este profissional multifacetado,
Várias reportagens com a temática de saúde mental que podem levar ao seu adoecimento.
entre os professores durante a pandemia foram reali-
zadas nos últimos dois anos, mostrando que houve um Os docentes tiveram que se adaptar de forma abrup-
agravo e uma preocupação com relação ao tema. No ta a essa nova realidade, sem que lhes perguntassem se
meio científico não foi diferente, diversos pesquisado- sabiam ou tinham ao menos o básico. Como foi uma
res se empenharam em estudos sobre o bem-estar e a realidade que pegou a todos de surpresa, tiveram que
saúde mental dos professores em tempos de pandemia. aprender fazendo, mas as consequências vieram, entre
Mota (2022) fez uma revisão de literatura e agrupou elas, a necessidade de fazer do seu lar, o seu local de
os estudos publicados no segundo semestre de 2020 e trabalho, conciliando os afazeres domésticos com o pla-
primeiro trimestre de 2021, expostos na tabela 1. nejamento pedagógico, as inúmeras reuniões com as
Temas como sobrecarga de trabalho durante a pan- aulas virtuais dos filhos, trocando seu tempo de descan-
demia, excesso de atividades profissionais associadas so pela gravação de vídeos e postagens de materiais.
às de cunho pessoal, falta de preparo para lidar com
as novas tecnologias, ausência de recursos básicos [...] fazer do próprio ambiente doméstico o local de trabalho,
de qualidade (internet, computador, mesa e cadeira em tempo integral, trouxe consequências pouco exploradas
Tabela 01 - Literatura sobre bem-estar e saúde mental docente em tempos de pandemia

Mês/Ano de
Autores Título Tipo de Publicação
Publicação
Saúde mental docente: um olhar para o profissional da rede pública de
Almeida et al . Artigo de Pesquisa fev/21
ensino
Ensino remoto, prática docente e saúde mental em tempos de pandemia da
Brito et al . Trabalho de Congresso jan/21
covid-19: notas introdutórias
Retorno ao trabalho? Indicadores de saúde mental em professores durante a
Cruz et al . Artigo de Pesquisa dez/20
pandemia da COVID-19
Guimarães A pandemia (covid-19): consequências para a saúde mental dos professores Monografia fev/21
Saúde Mental e Condições de Trabalho Docente Universitário na Pandemia
Monteiro e Souza Artigo de Revisão ago/20
da COVID-19
Oliveira e Santos Adoecimento mental docente em tempos de pandemia Artigo Teórico abr/21
Pandemia, as reinvenções educacionais e o mal-estar docente: uma
Pachiega e Milani Artigo Teórico set/20
contribuição sob a ótica psicanalítica
Pereira, Santos e Saúde mental de docentes em tempos de pandemia: os impactos das
Artigo Teórico set/20
Manenti atividades remotas
Rocha e Rossetto Saúde Mental de professores em contexto de pandemia Trabalho de Congresso dez/20
Santos, Silva e COVID-19: ensino remoto emergencial e saúde mental de docentes
Artigo de Revisão fev/21
Belmonte universitários
Saraiva, Traversini
A educação em tempos de COVID-19: ensino remoto e exaustão docente Artigo de Pesquisa ago/20
e Lockmann

Souza et al . Trabalho remoto, saúde docente e greve virtual em cenário de pandemia Ensaio set/20
Enfrentamento da COVID-19 e as possibilidades para promover a saúde:
Souza et al . Artigo de Pesquisa fev/21
diálogos com professores
Fonte: Mota, 2022, p. 33.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 127


para a saúde dos profissionais da educação que sustentam, Segurança e Saúde no Trabalho, visando reduzir e/ou eliminar
por longa data, esse híbrido entre compromissos contratuais e os riscos aos quais os servidores públicos distritais possam estar
afazeres da vida privada (SOUZA et al., 2021, p.3). expostos quando da realização das suas atividades;
V – promover e preservar a saúde integral do conjunto dos
Contudo, existe uma realidade revelada e que mere- servidores públicos distritais;
ce ser refletida: a categoria docente já enfrentava sérias IX – instituir programas voltados à prevenção, recuperação e
questões no campo do bem-estar e da saúde mental, reabilitação física, psicológica, social e profissional (DISTRITO
sendo tais questões trazidas à tona e intensificadas com FEDERAL, 2015).
os desafios do Covid-19. Segundo Guimarães (2021),
frente ao cenário vivido, os níveis de ansiedade e de Com relação ao Decreto 37.648/2016 que institui a
estresse em indivíduos saudáveis foram elevados e os Política de Valorização de Servidores do Distrito Federal,
sintomas dos que já apresentam algum distúrbio psiqui- podemos citar o Art. 2º, que trata dos objetivos, desta-
átrico pré-existente, se intensificaram. cando alguns:
Dessa forma, nunca fez tanto sentido e nunca se
mostrou de tamanha urgência pensar e executar políti- I - contribuir para realização profissional e o reconhecimento
cas públicas de qualidade de vida e proporcionar redes por parte da organização em que trabalha;
de apoio ao bem-estar e a saúde mental de professores. II - aprimorar as relações socioprofissionais por meio do aper-
Vejamos então o que está previsto, o que está sendo feiçoamento das práticas de liberdade de expressão, respeito
e cooperação;
feito e o que ainda pode ser executado no âmbito da
IV - cooperar para a harmonização e o bem-estar no ambiente
Secretaria de Educação do Distrito Federal como supor-
de trabalho (DISTRITO FEDERAL, 2016).
te aos docentes e, ainda, se estes têm acesso e conhe-
cimento à tais ações.
Concernente ao Plano Distrital de Educação - PDE
Políticas públicas de qualidade de vida aos (2015/2024), Lei nº 5.499/2015, frisaremos o disposto
na meta número 7, na estratégia 7.16 que versa sobre
professores no contexto da SEEDF
o estabelecimento de “Ações efetivas, especificamente
O Distrito Federal vem pensando e executando voltadas à promoção, prevenção, atenção e atendimen-
ações nos últimos anos relacionadas a políticas públicas to à saúde e à integridade física, mental e emocional
de qualidade de vida de seus servidores, abrangendo dos profissionais da educação, como condição para a
também a categoria docente. Entre elas citaremos os melhoria da qualidade educacional” (DISTRITO FEDE-
Decretos nos 36.561/2015 e 37.648/2016 que tratam, RAL, 2015).
respectivamente, das Políticas de Atenção à Saúde e E por último, a Política de Qualidade de Vida, Saúde
da Valorização do Servidor Público do Distrito Federal. e Bem-estar para Servidores Públicos da Secretaria de
Além do Plano Distrital de Educação - PDE (2015/2024), Estado de Educação do Distrito Federal no Ambiente
Lei nº 5.499/2015,e da Política de Qualidade de Vida, de Trabalho e para Servidores Aposentados – PQVT/SE-
Saúde e Bem-estar para Servidores Públicos da Secreta- EDF, normatizada pela portaria 281, de 10 de Junho
ria de Estado de Educação do Distrito Federal no Am- de 2021, com sua primeira versão datada de setem-
biente de Trabalho – PQVT/SEEDF, Portaria 281, de 10 bro de 2018, e que abarca conceitos importantíssimos
de Junho de 2021. como qualidade de vida e saúde no trabalho, bem-estar
O Decreto nº 36.561/2015, institui a Política Integra- e mal-estar no trabalho, absenteísmo, fatores de risco
da de Atenção à Saúde do Servidor Público do Distrito e proteção; traça valores e diretrizes; divide-se em Eixos
Federal e possui três eixos, descritos no Art. 1º, parágra- Temáticos que contemplam várias áreas e outros. 
fo 2º. O primeiro deles diz o seguinte: Esses quatro documentos tratam de políticas públicas
instituídas no âmbito do Distrito Federal e que emba-
I - Prevenção e Promoção à Saúde: ações com o objetivo de sam, preveem e norteiam ações relacionadas a qualidade
intervir no processo de adoecimento do servidor, tanto no as- de vida de servidores num todo e ainda, no caso da PQVT/
pecto individual quanto nas relações coletivas e no ambiente SEEDF, uma política de qualidade de vida específica para
de trabalho (DISTRITO FEDERAL, 2015). servidores da SEEDF, demostrando que existem previsões
e aparatos legais para um trabalho que busca promover o
Esse Decreto estabelece ainda no Art. 2º, onze obje- bem-estar e a saúde mental dos professores. 
tivos da Política Integrada de Atenção à Saúde do Servi- Veremos agora, como estão sendo realizados na prá-
dor Público do Distrito Federal, dos quais, alguns serão tica, alguns programas que já foram previstos e norma-
expostos a seguir: tizados e que serão chamados aqui de redes de apoio,
com foco no bem-estar e saúde mental dos professores.
I – desenvolver e dar execução a um sistema de gestão da O levantamento dessas redes de apoio foi feito durante

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a pesquisa “Possíveis fatores de risco e proteção para No dia 21 de setembro de 2021, Mota (2022) reali-
o bem-estar e saúde mental da categoria docente: um zou entrevista via plataforma de reuniões on-line com
estudo bioecológico com professores readaptados da uma servidora da SEEDF atuante na Unidade de Qua-
SEDF” (MOTA, 2022), considerando as percepções que lidade de Vida do Trabalho (UQVT), antiga Diretoria de
as oito professoras participantes da pesquisa tinham so- Acompanhamento e Apoio ao Servidor (DISER), unidade
bre a temática. vinculada à Subsecretaria de Gestão de Pessoas (SUGEP). 
Destaca-se que essa verificação referente às redes Como aponta Mota (2022), segundo relato da entre-
de apoio foi apenas uma das áreas investigadas na vistada, há pelo menos 10 anos a SEEDF vem se preo-
pesquisa, que versa sobre os fatores de risco, fatores cupando com a questão do bem-estar e saúde mental
de proteção, bem-estar e saúde mental na profissão dos servidores/professores, inclusive criando programas
docente, além dos processos de afastamento e rea- específicos para os servidores/professores readaptados. 
daptação funcional por questões relacionadas à saú- Ao longo desse tempo, algumas ações foram elabo-
de mental, realizando uma discussão intensa sobre radas, entre as quais: programas de educação finan-
os temas com base nas percepções das participantes, ceira; rodas de conversa com professores readaptados,
que fizeram contribuições incríveis para o estudo, pessoas com deficiência (PCDs) e professores dos Cen-
mas que para fins desse relato não serão profunda- tros de Ensino Especial; ações de exames periódicos em
mente abordados, pois a ideia central aqui é expor parceria com a SUBSAÚDE; elaboração da Política de
sobre as políticas públicas nas áreas da saúde e da Qualidade de Vida, Saúde e Bem-Estar para Servidores
qualidade de vida dos profissionais da SEEDF, trazen- da SEDF no Ambiente de Trabalho (PQVT/SEEDF); pesqui-
do um levantamento das redes de apoio ao bem-es- sas diversas sobre a qualidade de vida no trabalho, entre
tar e a saúde mental dos professores, com base nos as quais, a que originou o Caderno de Ações 2019-20221,
resultados obtidos pela pesquisa supracitada. que versa sobre ações de prevenção ao adoecimento e
promoção à saúde dos servidores da SEEDF. 
Redes de apoio ao bem-estar e saúde mental A servidora entrevistada apontou que a propagação
dos professores da SEEDF de tais ações é realizada por meio do site da SEEDF e
encaminhada via Sistema Eletrônico de Informações
As informações trazidas por Mota (2022) apontaram (SEI) a todas as regionais de ensino e unidades escola-
que uma das participantes fazia acompanhamento psi- res, cabendo aos responsáveis tornarem público os do-
cológico por meio do Sindicato dos Professores do DF cumentos aos demais profissionais da educação. Dessa
(SINPRO-DF) e outra participou de terapias em grupo forma, reconheceu-se que há uma distância entre o que
ofertadas na Subsecretaria de Segurança e Saúde no é realizado e o que é de fato, de conhecimento da ca-
Trabalho (SUBSAÚDE), sendo que as demais participan- tegoria num geral. É possível notar ainda, que a SEEDF
tes não indicaram nenhuma rede de apoio relacionada realizou significativos estudos dentro da área de quali-
diretamente à SEEDF. Dessa forma, Mota (2022) rea- dade de vida e saúde. Contudo, a necessidade de ações
lizou entrevistas com servidores da própria Secretaria práticas continua sendo uma realidade.
de Educação, para investigar os programas e redes de Mota (2022) não traz em sua pesquisa um levanta-
apoio ofertadas pelo órgão. A pesquisa de Mota (2022) mento sobre os cursos de formação ofertados pela Es-
culminou então, na investigação de redes e programas cola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação
de apoio desde a SEEDF, até o SINPRO-DF e a SUBSAÚ- (EAPE) que é vinculada à SEEDF, nas áreas de qualidade
DE. As informações colhidas serão expostas a seguir. de vida, bem-estar e saúde mental, pois as participantes
de seu estudo não a mencionaram. Contudo, será ex-
posto a seguir a oferta de cursos da EAPE nos anos de
Redes de apoio ofertadas pela Secretaria de
2021 e primeiro semestre de 2022, que contemplem as
Educação do Distrito Federal
áreas supracitadas (Tabelas 2 e 3). 

Tabela 2 –Oferta de cursos na EAPE nas áreas de qualidade de vida, bem-estar e saúde mental no ano de 2021

2021
Curso 1 Bem-estar e qualidade de vida - projeto de vida
Curso 2 Bem-estar e qualidade de vida: o despertar musical por meio da flauta doce
Curso 3 Bem-estar e qualidade de vida: re(construindo) a imagem pessoal e profissional
Curso 4 Bem-estar e qualidade de vida: usos e desusos da voz do profissional de educação
Fonte: elaborado pela autora.

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Tabela 3 - Oferta de cursos na EAPE nas áreas de qualidade de vida, bem-estar e saúde mental no ano de 2022, primeiro semestre

1º/2022
Curso 1 Qualidade de vida no trabalho: autoconhecimento e gestão de finanças pessoais
Curso 2 Cultura de paz: desenvolvimento socioemocional, cidadania e sustentabilidade
Fonte: elaborado pela autora.

É possível notar uma redução no número de cursos Redes de apoio ofertadas pelo SINPRO-DF
ofertados dentro da área de qualidade de vida entre
os anos de 2021 e primeiro semestre de 2022, desta- Uma das professoras participantes da pesquisa de
cando ainda que o curso “Cultura de paz: desenvol- Mota (2022) informou que fazia acompanhamento
vimento socioemocional, cidadania e sustentabilidade” psicológico por meio do programa do SINPRO-DF. Em
acabou sendo suspenso, não sendo possível identificar entrevista com a psicóloga do SINPRO-DF foi possível
se o curso previa o desenvolvimento socioemocional realizar o levantamento de programas e ações que o
voltado aos professores ou aos estudantes. Observa-se, Sindicato realiza visando a qualidade de vida, bem-estar
também, que não há nenhum curso até o momento, di- e saúde mental de professores. Segundo Mota (2022),
recionado especificamente para a saúde mental dos do- a psicóloga informou que seu trabalho é vinculado à
centes. E neste ponto, é necessário expor o que aponta Secretaria para Assuntos de Saúde do Trabalhador. As
Mota (2022, p. 17):  informações das ações e programas realizados pelo Sin-
dicato contidas na entrevista, encontram-se no site do
[...] é preciso desmistificar a ideia de só se falar em saúde men-
tal e bem-estar por áreas como a psicologia, enfermagem, saú-
SINPRO-DF, no campo da Clínica do Trabalho2 e serão
de e ergonomia [...]. É possível construir políticas que envolvam descritas a seguir:
possibilidades de apoio à saúde mental e promoção de bem- Pesquisa longitudinal no estilo pesquisa-ação (sendo
-estar desde a área de educação para educadores, por meio de o único Sindicato a desenvolver uma pesquisa nesse
atividades interdisciplinares, educativas e pedagógicas. modelo), que visa entender o que se passa com os pro-
fessores nas escolas, contando também com visitas e
No mesmo sentido, Silva e Gois (2019, p. 2) destacam: palestras sobre a saúde do trabalhador; Duas pesquisas
  realizadas em 2020: Pesquisa Epidemológica de Aces-
A expressão saúde mental tem sido amplamente discutida em sibilidade - que buscou investigar com diretores (as) de
distintas áreas do conhecimento [...]. Nessa perspectiva, falar em escola questões relativas às condições de trabalho dos
saúde mental atualmente não quer dizer que estamos falando
servidores com deficiência na rede de ensino - e Retra-
num campo de natureza distinta, que se limita aos saberes da
tos da Saúde na Rede de Ensino do DF, uma análise
medicina e da saúde. O campo de políticas que envolvem a saúde
mental implica englobar [...] a educação e áreas afins.
clínica do trabalho, que por meio da escuta de 2.300
  servidores buscou levantar indicadores do adoecimento
Embora tenhamos observado que a SEEDF tem se na categoria docente.
preocupado com a qualidade de vida e o bem-estar de Além disso, são disponibilizados cartilhas temáticas
seus professores e que algumas garantias e programas sobre acidentes de trabalho, assédio moral, licenças
foram pensados e estão sendo executados, é preciso médicas, readaptação, suicídio e outras, com o intuito
considerar que ações de natureza mais prática e dire- de informar, mostrar os direitos dos servidores e sanar
ta precisam ser mais exploradas e um excelente espaço algumas dúvidas da categoria. O conteúdo completo
que o órgão tem para isso é a EAPE. pode ser verificado no site do SINPRO-DF, endereço em
Destaca-se que o campo Qualidade de Vida no Tra- nota de rodapé.
balho (QVT) dentro da EAPE é relativamente novo, tal- Como redes de apoio mais diretas oferecidas pelo
vez por isso, não se tenha tantos cursos na área. É preci- SINPRO-DF, estão os atendimentos psicológicos indivi-
so reconhecer o avanço em se criar uma área dentro da duais para servidores em sofrimento emocional, sendo
formação de professores relacionada à QVT, mas nosso eles professores efetivos e temporários, e orientadores,
desejo é que ela se amplie e solidifique, pois, como ex- desde que sindicalizadoseas Palestras em Escolas3, vol-
posto na introdução deste relato de pesquisa, o adoeci- tadas em especial para os servidores, onde busca-se te-
mento emocional entre os professores é algo alarman- mas dentro da psicodinâmica do trabalho.Além dessas
te. Ações práticas de promoção do bem-estar e saúde ações ofertadas pela Clínica do Trabalho, foi informado
mental de docentes nunca se fizeram tão necessárias, também que o SINPRO-DF oferece apoio jurídico aos
pois é preciso cuidar de quem cuida. filiados (MOTA, 2022).

130 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Redes de apoio ofertadas pela SUBSAÚDE de qualidade de vida e tem por objetivo oferecer
apoio à gestante e proteção à infância. As atividades
Em sua pesquisa, Mota (2022) aponta que uma das são desenvolvidas pela SEQUALI e parte do serviço
professoras participantes relata ter participado de te- do PROAMIS é realizado pela SUBSAÚDE, entre eles
rapias em grupo para servidores do Distrito Federal, o acompanhamento psicoterapêutico para gestantes,
ofertadas na SUBSAÚDE, que é a Subsecretaria de Se- puérperas e luto materno. Interessados devem fazer a
gurança e Saúde no Trabalho, um órgão do Governo do inscrição por meio do site http://www.proamis.df.gov.br/
Distrito Federal, vinculado à Secretaria de Estado de Fazen- (MOTA, 2022).
da, Planejamento, Orçamento e Gestão e é responsável
por tratar assuntos relacionados a saúde de servidores do Expectativa x realidade: o não conhecimento das políti-
Distrito Federal, entre os quais, os professores da SEEDF. cas públicas e das redes de apoio por parte dos profes-
A pesquisadora entrevistou uma servidora e um psi- sores da SEEDF
cólogo da SUBSAÚDE, e lhes perguntou quais eram os
programas relacionados ao bem-estar e saúde mental Como já informado ao longo do texto, este relato é
ofertados para os professores da SEEDF. Os entrevista- baseado na pesquisa realizada por Mota (2022) e visa
dos informaram que trabalham na Gerência de Saúde expor os resultados referentes aos programas e redes
Mental e Coletiva (GESM), que é vinculada à SUBSAÚ- de apoio ofertados aos professores da SEEDF, com
DE e à Secretaria Executiva de Valorização e Qualidade base nas respostas das oito professoras participantes.
de Vida da Secretaria de Economia do DF (SEQUALI), A pesquisadora ao investigar se as participantes tinham
e que por meio desses órgãos, alguns programas são ciência de algum programa de apoio ao bem-estar e
ofertados a todos os servidores do DF, incluindo pro- à saúde mental e, ainda, de ações que pudessem aju-
fessores. São eles: Plantões Psicológicos; Programas de dar professores em situações de adoecimento, expôs
Suporte Psicológico; Programa de Atenção ao Depen- que a maioria das entrevistadas declarou não saber de
dente Químico; Programa de Saúde Mental na Mater- nenhum especificamente, com exceção de duas parti-
nidade; Programa de Preparação para Aposentadoria. cipantes, que informaram o apoio psicológico realiza-
Os Plantões Psicológicos estavam sendo realiza- do pelo SINPRO-DF e a terapia em grupo realizada via
dos on-line devido à pandemia. Esses plantões não SUBSAÚDE, já descritas em tópico anterior.  Contudo,
se configuram psicoterapia, pois têm caráter emer- nota-se que nenhuma dessas ações são ofertadas di-
gencial devido à grande demanda. São realizados até retamente pela SEEDF, e sim por órgãos relacionados
trêsatendimentos na forma de plantão e é feito o en- a ela, como no primeiro caso e adjacentes, como no
cerramento. Havendo a necessidade de se manter o segundo caso. 
acompanhamento psicológico, é passado uma lista com O que Mota (2022) revela em sua pesquisa, é que
clínicas sociais e, ainda, de acordo com a demanda, o as demais participantes citaram ações isoladas, oferta-
servidor pode ser encaminhado para os outros serviços das em dias de formação ou por interesse da direção,
que a GESM oferece. As terapias em grupo informadas não caracterizadas como um programa estruturado de
por uma das participantes da pesquisa (MOTA, 2022), apoio, como demonstrado a seguir por meio da expo-
foram suspensas devido à pandemia e até o período da sição de algumas respostas do estudo. Antes, contudo,
entrevista (janeiro de 2022) não haviam retornado. ressalta-se que a pesquisadora adotou nomes fictícios
Entre os programas de Suporte Psicológico está o para as participantes, com o intuito de preservar a iden-
acompanhamento por médico psiquiatra da SUBSAÚ- tidade das mesmas.
DE, cujo encaminhamento dos servidores e professores A participante Bia mencionou uma live com profes-
é realizado por meio dos psicólogos do programa. Se- sores readaptados durante a pandemia. A participante
gundo Mota (2022) indicou, para se inscrever no plan- Carol declarou que o apoio que recebeu foi dos profis-
tão psicológico, o servidor deve enviar um e-mail com sionais da saúde e dela mesma: “o que me ajudou foi
nome, matrícula e telefone para plantao.saudemental@ eu mesma, meu dia a dia e os profissionais”, (MOTA,
economia.df.gov.br. Para o Programa de Atenção ao 2022, p. 105). A participante Duda relatou que a SEEDF
Dependente Químico, o servidor deve enviar um e-mail promoveu um encontro com os profissionais readapta-
também com nome completo, matrícula e telefone para dos e um encontro sobre saúde mental, do qual ela par-
acolhimentoabusossubstancias@economia.df.gov.br, ou ticipou somente do segundo. A professora Fabi citou
então, a chefia faz um processo sigiloso via (SEI) solici- uma palestra com fonoaudióloga, contudo, fez uma crí-
tando o atendimento do servidor.  tica dizendo “em 22 anos foi a única vez que eu vi, que
Foi informado, ainda, acerca do Programa de Aten- foi efetivo, algo que chegou até mim” (MOTA, 2022,
ção Materno Infantil do Distrito Federal (PROAMIS/DF), p. 122). A docente Gigi, por sua vez, foi direta ao di-
para todos os servidores do GDF, que é um programa zer: “da Secretaria eu esperava mais, mas infelizmente

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nunca tive nenhum apoio” (MOTA, 2022, p. 129), as- Seja como for, somente apontar possíveis fragili-
sim como Helen, que também relatou falta de apoio dades não nos fazem avançar, por isso, Mota (2022)
por parte da SEEDF (MOTA, 2022).  perguntou às professoras o que poderia, na percep-
A percepção das participantes com relação aos pro- ção delas, ser ofertado como possibilidade de progra-
gramas e redes de apoio ofertadas pela SEEDF com rela- mas de apoio ao bem-estar e à saúde mental dos pro-
ção ao bem-estar e saúde mental, nos permitem refletir fessores da SEEDF. Algumas deram respostas visando
sobre algumas possibilidades: primeiro, o que é oferta- a categoria num todo, outras responderam tendo em
do pela SEEDF não contempla a todos os professores vista os profissionais em processo de readaptação,
ou não está tendo a devida divulgação; segundo, é pre- lembrando que o estudo foi realizado com professo-
ciso estabelecer ações mais práticas que cheguem até ras em tal situação, sendo os motivos que culmina-
os professores dentro das escolas, via SEEDF, e não so- ram no afastamento e readaptação, relacionados à
mente por interesse de um diretor ou equipe; terceiro, é saúde mental. 
preciso incentivar os professores a buscarem tais ações As sugestões das professoras participantes do estudo
e não somente esperar que cheguem até eles.  foram compiladas na figura 1.
Figura 01: Sugestões de programas de apoio ao bem-estar e saúde mental para professores da SEEDF É possível perceber que uma par-
te das professoras sugeriram cursos
de autocuidado e prevenção ao
adoecimento, outra parte sugeriu
trabalhos como rodas de conversas
para professores em restrição, afas-
tamento e readaptação, demostran-
do a necessidade que o grupo tem
de um fortalecimento, outras par-
ticipantes sugeriram programas
que contemplem os professores
num todo (voz, postura, alimen-
tação), outra participante sugeriu
que fosse realizado um programa
não somente com professores,
mas também com gestores e por
fim, uma das participantes suge-
riu o que é quase como um sonho
para nós professores: o apoio psi-
cológico para todos os professo-
res da SEEDF.
 
Onde procurar ajuda? Redes
de apoio aos professores da
SEEDF

Diante da constatação de que


existem sim políticas públicas vol-
tadas à qualidade de vida e, ain-
da, programas e redes de apoio ao
bem-estar e saúde mental dos pro-
fessores, a necessidade de dar maior
visibilidade e divulgar tais ações se
mostrou necessária. Por isso, Mota
(2022) desenvolveu como um dos
produtos técnicos de sua pesquisa,
um infográfico informativo conten-
do o nome das unidades que ofe-
recem apoio, com os serviços e/ou
Fonte: Mota, 2022, p. 199. programas ofertados e as formas de

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acessá-los, com base nas entrevistas realizadas com a Ressalta-se que as redes de apoio ofertadas pelo
psicóloga do SINPRO-DF, com a servidora e psicólogo SINPRO-DF no que diz respeito às visitas nas escolas são
da SUBSAÚDE e com a servidora da UQVT da SEEDF.  acessíveis a toda a rede de ensino do DF, desde que solici-
Figura 02: Infográfico com as redes de apoio aos professores da SEEDF
tado previamente. No que diz respeito ao atendimento psi-
cológico e ao apoio jurídico, são para professores e orien-
tadores sindicalizados, podendo ser profissionaisefetivos e
de contrato temporário. Sobre os programas da SUBSAÚ-
DE, estes são disponibilizados para todos os servidores do
GDF em regime estável. Já as redes de apoio no âmbito da
SEEDF são da Secretaria para todos os servidores da rede
pública de ensino, considerando professores readaptados,
aposentados, efetivos e contratos temporários.

Considerações finais

O presente relato de pesquisa vislumbrou abordar a


temática de políticas públicas nas áreas da saúde e da
qualidade de vida dos profissionais da SEEDF, fazendo
um levantamento das possíveis redes de apoio ao bem-
-estar e à saúde mental dos professores, tendo por base
o estudo desenvolvido por Mota (2022), que identificou
existirem políticas públicas e programas de qualidade
de vida ofertadas aos professores da rede. Contudo,
não são de conhecimento geral, sendo necessário uma
melhor divulgação de tais ações e, ainda, a ampliação
de outras práticas no intuito de intensificar as ações vol-
tadas ao bem-estar e saúde mental dos profissionais da
educação, considerando que a profissão docente já era
uma profissão adoecedora antes da pandemia, tendo
a categoria sofrido agravos em seu bem-estar e saúde
mental durante o referido período e que estão repercu-
tindo ainda nos dias atuais.
Além disso, um questionamento é levantado: será
que as políticas públicas em saúde mental e qualidade
de vida oferecidas pela Secretaria de Estado de Educa-
ção do Distrito Federal estão sendo efetivas, tendo em
vista que é crescente o número de profissionais adoe-
cidos emocionalmente? O fato é que as políticas exis-
tentes precisam ser solidificadas e ampliadas, e novos
programas e redes de apoio precisam ser incorporados,
para começarmos a vislumbrar uma SEEDF com me-
nores índices de adoecimento e um local que propicie
bem-estar e qualidade de vida aos seus servidores.
É preciso pensar num trabalho interdisciplinar e mais
unificado, pois sabe-se que o Sindicato por si só não
dará conta da demanda e ele não age na causa e sim no
sintoma, assim como a SUBSAÚDE. A SEEDF, por sua vez, é
a que tem acesso direto aos profissionais e à realidade das
escolas, mas sozinha também não conseguirá agir, contu-
do, é aqui, onde as ações que impactarão de forma mais
direta os professores devem ser realizadas, é principalmen-
te daqui que deve partir novos projetos ou a ampliação de
Fonte: Mota, 2022, p. 263. projetos já existentes, é aqui, onde podemos proporcionar

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 133


por meio da EAPE, das formações nas CRES e coordena- Secretaria começou a pensar no professor para além da
ções pedagógicas um espaço de debate, reflexão, diálogo sala de aula, estamos no início de uma jornada, não po-
e consequentemente, fortalecimento emocional. demos parar, mas precisamos nos fortalecer para fazer
O que foi apresentado nesse relato, mostra que a um bom percurso e chegar bem ao final.

Notas

1
Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2019/04/Caderno_de_Ac%C3%B5es-para-o-servidor-2019-2022-su-
gep.pdf . Acesso em: 18 set. 2022.
2
Para mais informações acessar o sítio do sindicato. Disponível em: https://www.sinprodf.org.br/clinica-do-trabalho/ . Acesso em: 18 set. 2022.
Interessados em participar do atendimento psicológico ou escolas interessadas em agendar palestras, devem entrar em contato pelo
3

e- mail faleconoscosaudetrabalhador@sinprodf.org.br ou pelos telefones: (61) 33434211/992443839, sendo chamados de acordo com
a ordem de inscrição nos programas.

Referências

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DISTRITO FEDERAL. Decreto nº 37.648/2016, de 22 de setembro de 2016, que Institui a Política de Valorização de
Servidores no âmbito da administração direta, autárquica e fundacional do Distrito Federal. Sistema Integrado de
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Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 135


DOSSIÊ - RELATOS DE EXPERIÊNCIA

Mãos unidas costuram a paz: reflexões sobre a


qualidade de vida no trabalho dos profissionais
da educação
United hands sew peace: reflections on the quality of work life of educational professionals

Danielle Daiane Reis *


Clemência Rodrigues da Silva Santos **

Resumo: Este trabalho aborda alguns contributos para a reflexão da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)
dos profissionais da educação. Apresentamos um relato de experiência, em uma instituição da rede pública de
ensino do Distrito Federal, como possibilidade de acolhimento e valorização de todos os funcionários e demais
atores da comunidade escolar. A motivação para escrita surgiu após vivências em rodas de conversa durante a
realização do curso “Bem-Estar e Qualidade de Vida: (Re)construindo a imagem pessoal e profissional”, ofertado
pela Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE). Nosso objetivo é compartilhar
sobre a promoção de uma educação que envolva aspectos que permitam qualidade de vida nas relações esta-
belecidas no cotidiano. Como profissionais da educação é essencial a busca por uma educação que perceba a
importância de cada segmento, no construto das vivências tendo respeito à valorização da vida.

Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho. Profissionais da educação. Identidade profissional.


—‌
Abstract: This work addresses some contributions to the reflection on the Quality of Life at Work (QWL) of
education professionals. We present an experience report, in an institution of the public education network
in the Federal District, as a possibility of welcoming and valuing all employees and other actors of the school
community. The motivation for writing arose after experiences in conversation circles during the course “Well-
-being and Quality of Life: (Re)constructing a personal and professional image”, offered by the Undersecretariat
for Continuing Training for Education Professionals (EAPE). Our objective is to share about the promotion of an
education that involves aspects that allow quality of life in the relationships established in everyday life. As edu-
cation professionals, it is essential to search for an education that perceives the importance of each segment, in
the construction of experiences with respect to the appreciation of life.

Keywords: Quality of work life. Education professionals. Professional identity.

* Danielle Daiane Reis é mestra em Educação e Especialista em Docência da Educação Infantil pela Universidade de Brasília – UnB.
Professora de Atividades na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF. Atua na Educação Infantil e nas séries
iniciais do Ensino Fundamental. Contato: prof.daniellereis@gmail.com
** Clemência Rodrigues da Silva Santos é especialista em Psicopedagogia pela Universidade Católica de Brasília – UCB e pós-gra-
duada em Docência no Ensino Superior Faculdade Intervale. Graduada em Pedagogia com Habilitação em Orientação Educacional
pelo Instituto Científico de Ensino Superior e Pesquisa – ICESP. Atualmente é Pedagoga Orientadora Educacional na Secretaria de
Educação do Distrito Federal – SEEDF. Contato: clemenciakely@gmail.com

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Introdução ser essencial a busca por uma educação que perceba
a importância de cada segmento, no constructo das vi-
De acordo com Chiavenato (1999), a qualidade de vências e com respeito à valorização da vida.
vida tem se tornado um fator primordial nas instituições
e está diretamente relacionada à maximização do po- Identidade Profissional: quem são os profis-
tencial humano, e isto depende do quão bem as pesso- sionais da educação?
as se sentem trabalhando na instituição. Nesse aspecto,
uma organização que se preocupa e tem ações voltadas Compreender a noção de profissionalidade e da pe-
à qualidade de vida de seus funcionários passará con- curialidade que a define torna-se uma preocupação das
fiança aos mesmos, pois são organizações que se preo- políticas de formação. Nessa perspectiva, a identidade
cupam com o bem-estar, satisfação, segurança, saúde profissional abrange as relações sociais constituídas,
e motivação dos profissionais (BORTALOZO; SANTANA, que definem situações significativas de convivência.
2011). De acordo com Alcoforado (2014), a vida profissional
Para garantir o bem-estar no trabalho, a instituição se constitui como uma articulação dinâmica de tempos
precisa se preocupar não apenas com o ambiente físico, e espaços que permitem aos profissionais (re)construí-
mas com o aspecto socioemocional e físico de todos rem, em permanência, as suas formas de ação, proje-
os profissionais que atuam neste espaço. No contexto tando, através delas, e em cada momento, todas as di-
educacional, a motivação é um fator essencial para que mensões emocionais, utópicas, sociais e simbólicas que
o profissional da educação tenha melhor desempenho contribuem para a sua formação, sempre inacabada,
e compromisso com suas atividades laborais. Sendo as- enquanto pessoas. Neste sentido, o desenvolvimento
sim, a instituição, que ressalta a motivação dos profis- profissional é entendido como o conjunto de modifica-
sionais como um todo, valoriza a identidade e propicia ções e estabilidades que interferem no comportamento
também um ambiente de trabalho agradável. de uma pessoa, ao longo da sua vida profissional (AL-
Alcoforado (2014) argumenta que, mais que trans- COFORADO, 2014).
formar alguém num trabalhador, para que haja o sen- No caso dos profissionais da educação, esta ideia de
timento de pertencer a uma corporação profissional é desenvolvimento profissional tem vindo a constituir-se
necessário garantir ao cidadão a construção decisiva da como uma unidade de análise de forte valor compreen-
sua identidade social, associando-a a qualquer proces- sivo (MARCELO, 2009) e, por isso mesmo, colocada no
so de apresentação pessoal. Para constituição de uma centro dos debates e trabalhos de pesquisa. O autor de-
identidade profissional, é preciso compreender que fende uma interação prolongada com todos os agentes
estas identidades “não são expressões psicológicas de da comunidade escolar, nos diferentes atos educativos
personalidades individuais, nem produtos de estruturas e noutras formas de participação, gerando mudanças
econômicas que se impõem de cima, mas construções específicas na própria pessoa e nos contextos, resol-
sociais que implicam a interação entre trajetórias indi- vendo, em cada momento, de uma forma nem sempre
viduais e sistemas de trabalho, emprego e formação” equilibrada, a tensão constante entre ambas as partes
(ALCOFORADO, 2014, p. 69). (MARCELO, 2009).
Pretendemos trazer, ao longo deste trabalho, alguns Diante dessas perspectivas conceituais, considera-
contributos para reflexão da Qualidade de Vida no Tra- mos relevante compreender quem são os profissionais
balho (QVT) dos profissionais da educação. Apresenta- da educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
mos um relato de experiência – a partir de roda de con- Nacional (BRASIL, 1996) define como profissional da
versa sobre QVT e confecção da colcha de retalhos – em educação,  todos os que militam na área, sejam os
uma instituição da rede pública de ensino do Distrito da atividade-fim ou da atividade-meio (inclusive zela-
Federal, como possibilidade de acolhimento e valoriza- dores, merendeiras, secretários de escola, funcionários
ção de todos os funcionários e demais atores da comu- administrativos), além dos docentes e funcionários
nidade escolar. A motivação para escrita surgiu após de apoio direto.
vivências em rodas de conversa durante a realização do O manual do Fundo de Manutenção e Desenvolvi-
curso “Bem-Estar e Qualidade de Vida: (Re)construindo mento da Educação Básica e de Valorização dos Pro-
a imagem pessoal e profissional”, ofertado pela Subse- fissionais da Educação – Fundeb, produzido pelo Mi-
cretaria de Formação Continuada dos Profissionais da nistério da Educação, apresenta a classificação desses
Educação (EAPE). profissionais da seguinte maneira: 
Nosso objetivo é compartilhar sobre a promoção de
uma educação que envolva aspectos que permitam - Trabalhadores da educação básica, com ou sem cargo de di-
qualidade de vida nas relações estabelecidas no coti- reção e chefia;
diano. Como profissionais da educação, acreditamos - Profissionais do Magistério - docentes e profissionais que

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oferecem suporte pedagógico direto ao exercício da docência: principalmente, na área da educação básica. Como a
direção ou administração escolar, planejamento, inspeção, super- QVT está relacionada, a priori, à saúde e ao bem-estar
visão, orientação educacional e coordenação pedagógica; do indivíduo, buscam-se alternativas de melhorias para
- Profissionais que prestam serviços de psicologia e de serviço ocorrências quanto aos riscos tanto físicos quanto men-
social para atender às necessidades e prioridades definidas pelas
tais dos profissionais da educação. Alguns impasses
políticas de educação, por meio de equipes multiprofissionais.
ocorrem desde as condições básicas de trabalho até a
- Servidores que atuam na realização de serviços de apoio téc-
nico-administrativo e operacional (BRASIL, 2021).
ausência de políticas públicas importantes à viabilização
da QVT dos profissionais no ambiente escolar.
Destacamos a importância de reconhecer além des-
ses profissionais, aqueles que não estão expressos dire- Roda de conversa sobre QVT com profissio-
tamente nos documentos oficiais, mas que fazem parte nais da educação
da rotina escolar e muito contribuem para o desenvol-
vimento da instituição, tais como auxiliares da limpeza, Em função da pandemia de COVID-19, em que os
agentes da portaria, vigilantes, merendeiras, monitores, profissionais atuaram no formato de teletrabalho, esses
educadores sociais, entre outros que exercem sua pro- percalços foram ainda mais intensos. Durante este perí-
fissão em escolas ou órgão/unidade administrativa da odo, foi promovido o “Curso Bem-estar e qualidade de
educação básica. vida: (Re) construindo a imagem pessoal e profissional”,
o material foi utilizado em uma instituição escolar da
Qualidade de Vida no trabalho (QVT): pressu- rede pública de ensino do DF, propiciando experiências
postos conceituais vividas para resgatar a reflexão proporcionada no curso
no contexto com os profissionais que estavam traba-
Para Maximiano (2000), “a Qualidade de Vida no lhando no presencial e online.
Trabalho - QVT baseia-se em uma visão integral das Ainda assim, foi possível estruturar uma roda de
pessoas, que é o chamado enfoque biopsicossocial o conversa virtual acerca do QVT envolvendo os segmen-
enfoque origina-se da medicina psicossomática que tos de profissionais de educação tendo a utilização do
propõe a visão integrada. Ou holística, do ser huma- vídeo em que a Dra. Amália Perez traz em foco ques-
no” (MAXIMIANO, 2000, p. 498). O autor explica que tões das relações constituídas no espaço escolar e pes-
a motivação pode ser interpretada como processo pelo soal. Após sua fala, com o título “Bem estar e qualidade
qual um conjunto de razões ou motivos explica, induz, de Vida no Trabalho”1, foram direcionadas as seguintes
incentiva, estimula ou provoca algum tipo de ação ou questões: como me sinto diante do Período Pandêmi-
comportamento humano. Conforme relata, a motiva- co? Quais foram às potencialidades e fragilidades nos
ção pode ser entendida como uma razão que leva as contextos de trabalho?
pessoas a terem uma determinada ação ou atitude. Além disso, foi fundamental a parceria com a direto-
A promoção da qualidade de vida no trabalho é um ra e vice-diretora da escola, analisando o material e or-
campo que prioriza o respeito e a valorização da vida ganizando o espaço físico com telão e data show para
individual e coletiva (SAUER; RODRIGUEZ, 2014). Ape- que os demais profissionais de educação pudessem par-
sar de ser um termo amplamente utilizado na literatura ticipar do momento de reflexão. Foram geradas pon-
e na prática das organizações percebe-se algumas di- derações que oportunizaram conhecimento, respeito
vergências teóricas e metodológicas acerca do que ca- e partilhas das realidades de vidas tanto no presencial
racteriza a QVT. Sampaio (2012) afirma que não existe como no online. A proposta foi retomar a nossa caminha-
um conceito chave para o termo qualidade de vida no da como profissionais de educação valorizando a trajetória
trabalho, os desafios e perspectivas ocorrem de acordo de cada um, tendo a identidade profissional como refe-
com a realidade de cada contexto escolar. rência na caminhada da formação continuada.
Sauer e Rodriguez (2014) definem a QVT como a “área Com base nas expectativas do trabalho na instituição
do conhecimento interessada em investigar as caracterís- que foi realizada a roda de conversa, as exposições, nes-
ticas do contexto laboral, bem como seus impactos no se sentido, foram compartilhadas a respeito do tema.
bem-estar do trabalhador” (SAUER; RODRIGUES, 2014, Houve uma profissional que relatou suas fragilidades
p. 98). As autoras destacam que para colocar ações de e potencialidades com relação ao trabalho e à busca
promoção de QVT na prática se faz necessária a realização pessoal em relação à formação continuada, afirmando
do diagnóstico dos problemas e limitações das atividades a necessidade do “cuidado consigo e com o outro”.
ocupacionais, para diante disso, ser possível o planejamen- Agradeceu pelo espaço de fala, ponderou sobre suas
to de ações com uma visão de longo alcance. fragilidades e citou: “que a vida é um momento único
No contexto educacional, os estudos apontam que que precisa de valorização”. Dois dias após a roda de
as problemáticas centrais sobre a QVT são elevadas, conversa ela faleceu.

138 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Gerou tristeza, valorização do tempo presente em Figura 2 – Segmentos: professoras e crianças

relação às buscas pessoais e profissionais, medo, mas


possibilitou também um olhar para si, para vida e para
que cada um retomasse sua trajetória em situações vivi-
das. “Ela” nos deixou saudades e um aprendizado que
pode transformar realidades. Cuidar de si para cuidar
do outro exige de cada um de nós investimento na
Qualidade de Vida Pessoal e Profissional. Como profis-
sional de educação estas foram suas palavras.

Mãos unidas costuram a paz: acolhimento e


valorização dos profissionais da educação

Buscamos no outro, não a sabedoria do conselho, mas o si-


lêncio que escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que
acolhe (ALVES, 1994)
Fonte: Acervo pessoal.

Visando integrar a comunidade escolar construímos,


com a participação de todos os segmentos, uma colcha
de retalho com tema “Mãos Unidas Costuram a Paz”. Figura 3 – Segmentos: professoras e crianças
A participação de cada funcionário e de familiares co-
laborando com sua visão sobre a escola como espaço
físico, as relações intrapessoais e interpessoais lançaram
sementes na questão do pertencimento. Geraram escutas
que necessitam de acolhimento e investimento para que
germinem e deem frutos ao longo do processo de apren-
dizagem, com melhoras em suas relações constituídas e
atividades laborais. Expor as potencialidades e fragilidades
geradas pela falta de pertencimento e qualidade de vida
no contexto da educação são reflexões necessárias.
As oficinas com os profissionais da educação gera-
ram acolhimento, pertencimento e compromisso com
segmentos dos profissionais, crianças, familiares e res-
ponsáveis beneficiando toda comunidade escolar. As
habilidades e competências ficaram em evidência dan-
Fonte: Acervo pessoal.
do oportunidade ao conhecimento profissional e valori-
zação da autoestima.
Foi realizada uma exposição na entrada da escola
com as confecções realizadas pelos segmentos, confor- Figura 4 – Exposição da colcha em construção envolvendo a comunidade escolar
me representado pelas imagens das Figuras 1 a 4.
Figura 1 – Segmentos: merendeiras, porteiras, vigilantes, auxiliares da limpeza
e monitora

Fonte: Acervo pessoal. Fonte: Acervo pessoal.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 139


Contudo, oportunizar momentos de reflexões no em assuntos relativos à sua área de atuação; além de atender
contexto escolar, que favoreçam a valorização de cada a comunidade escolar com cordialidade, presteza e eficiência ”
segmento, em uma rotina pré-estabelecida no início do (DISTRITO FEDERAL, 2019, p. 22.
ano letivo, com cronograma das gerências da Secreta-
ria de Estado de Educação, a ser executada na semana À coordenação pedagógica, por sua vez, compete
pedagógica, dificulta a interação, integração e colabo- o planejamento, a realização e a avaliação do espaço-
ração no processo educativo envolvendo os segmentos -tempo da Coordenação Pedagógica, também de res-
dos profissionais de educação para que participem de ponsabilidade da equipe gestora em colaboração com
decisões que envolvam o trabalho coletivo e melhora das todos os profissionais da educação da unidade escolar,
relações constituídas dentro e fora do contexto escolar. em articulação com as equipes de Coordenação Inter-
Diante dessa realidade, buscamos trazer em evidên- mediária e Central. Também compete à área “articu-
cia, as orientações que estão em consonância com Re- lar ações pedagógicas entre os diversos segmentos da
gimento Interno SEEDF (DISTRITO FEDERAL, 2019), que unidade escolar e a Coordenação Regional de Ensino,
abrangem os segmentos profissionais em que somos assegurando o fluxo de informações e o exercício da
corresponsáveis pela formação continuada articulada. gestão democrática” (DISTRITO FEDERAL, 2019, p. 57).
Consta no Regimento Interno na Subseção I, do Art. Conforme salienta o Regimento Interno da SEEDF
9º, da Direção e Vice- Direção as seguintes atribuições: (DISTRITO FEDERAL, 2019), as atribuições dos segmen-
“zelar para que o trabalho dos profissionais da unidade tos citados pautam pela corresponsabilidade do atendi-
escolar seja realizado de maneira articulada” (DISTRI- mento a comunidade escolar. Portanto, os profissionais
TO FEDERAL, 2019, p. 18). A Equipe Gestora em suas da educação que não foram citadas as atribuições, fa-
atribuições necessita priorizar o trabalho coletivo envol- zem parte da comunidade escolar e merecem o mesmo
vendo, aqueles que não constam suas atribuições, no direito com relação à participação nas formações articu-
referido documento. ladas e decisões coletivas.
Os desafios do trabalho da Direção e Vice-direção Em relação à atribuição da Orientação Educacional,
provêm de um processo de conhecimento de histórias o Pedagogo Orientador Educacional é profissional con-
de vidas, especialmente devido ao momento pandêmi- cursado e parte integrante da equipe pedagógica da
co, para que a gestão contemporânea conheça as ne- unidade escolar. Como integrante da Equipe de Apoio,
cessidades das famílias, que perderam seus entes que- fica em evidência a relevância da articulação do trabalho
ridos, empregos, moradias e que viveram e vivem em entre a Equipe de Apoio à Aprendizagem, a Orientação
situações de riscos e lutos. Educacional e Atendimento Educacional Especializado/
O teletrabalho trouxe em evidência as demandas Sala de Recursos e envolvendo os demais segmentos no
citadas, em que a impessoalidade do distanciamento trabalho coletivo. Suas atribuições são: articular ações
favoreceu as violências virtuais e presenciais, geran- em parceria com as redes sociais e outros setores da
do medo, insegurança e perdas financeiras. Levar em SEEDF; participar de programas de formação continua-
conta a realidade financeira da comunidade escolar faz da com o objetivo de fomentar a práxis; articular ações
toda diferença ao construir metas a serem alcançadas. junto à EEAA e á Sala de Recursos na promoção de uma
Quanto às atribuições do supervisor, o Regimento In- educação inclusiva a fim de contribuir para a superação
terno aponta: “acompanhar sistematicamente as ativi- de dificuldades de aprendizagem (DISTRITO FEDERAL,
dades realizadas pelos profissionais de apoio, adotando 2019, p. 60).
ações que visem ao fortalecimento do trabalho articu- No que diz respeito às atribuições do corpo docente
lado; zelar pelo cumprimento das disposições contidas da unidade escolar, constituído por professores legal-
neste Regimento” (DISTRITO FEDERAL, 2019, p. 22). O mente habilitados e pertencentes à carreira de Magisté-
documento especifica a corresponsabilidade no proces- rio Público do Distrito Federal, estão: participar das ati-
so educativo, citando alguns segmentos. Entretanto, es- vidades de articulação da unidade escolar com a família
clarece que a articulação envolve os Profissionais de Edu- e com a comunidade; desenvolver ações, programas e
cação. O momento atual com retorno presencial na escola projetos que visem à melhoria qualitativa e contínua do
é marcado por desafios e aspectos positivos e fragilidades. processo educacional, implementados pela SEEDF (DIS-
Na subseção referente à secretaria escolar, o Regi- TRITO FEDERAL, 2019, p. 111).
mento interno define que, em articulação com os de- Convém ressaltar, no entanto, que as mudanças de
mais profissionais da equipe gestora, paradigmas diante das relações constituídas ao longo
da vida, no contexto pessoal ou profissional, reforçam
compete o planejamento e a execução de atividades de escri- as concepções com relação às experiências positivas
turação escolar, de arquivo, de expediente e de atendimento a (SELIGMAN, 2004), trazendo em foco também com
estudantes, a professores, às famílias e/ou responsáveis legais a concepção de esperançar (FREIRE, 2008) diante da

140 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


articulação e investimentos das ações a serem desen- realizado. Sendo prioridade as atribuições de cada pro-
volvidas, valorizando as vivências de cada um. fissional que faz parte da rotina da escola.
Neste sentido, a psicologia positiva pretende se de-
bruçar sobre as experiências positivas como emoções Considerações finais
positivas, felicidades, esperança e alegria; características
positivas individuais como caráter, forças e virtudes e Acreditamos que as vivências coletivas nas rodas de
instituições positivas organizações baseadas no sucesso conversa sobre QVT e as oficinas na construção da col-
e potencial humano, sejam locais de trabalho, escolas, cha de retalho “Mãos Unidas Costuram a Paz”, realizadas
famílias, hospitais, comunidades ou sociedades (LAR- em uma instiuição da rede pública de ensino do DF, deram
RAURI, 2006; MARUJO et al 2007; SELIGMAN, 2004). oportunidade a cada profissional de educação perceber
Cabe destacar que, no contexto educacional, pensar suas habilidades, potencialidades e fragilidades.
em participação é ponderar sobre a parceria articula- No desenvovimento da colcha, as pessoas costura-
da com os profissionais da educação, para contribuir ram, desenharam, pintaram, escreveram no tecido, con-
na formação de uma comunidade escolar que, reflita taram histórias, refletiram sobre palavras-chave que trou-
acerca de seu papel na sociedade. Consideramos que xeram significados à realidade da comunidade escolar.
a confecção da colcha de retalhos juntamente com a Dessa forma, as análises dos espaços formativos
realização das oficinas é um caminho possível para o e observações sobre ações, procedimentos e atitudes
acolhimento e valorização de todos os segmentos que com vista à ressignificação de práticas vivenciadas na
atuam na instituição escolar. As experiências em mo- escola, à luz da teoria estudada, criou espaço que pos-
mentos como as Oficinas na confecção da Colcha de sibilitou novas oportunidades de aprender e ensinar.
retalho, em formato presencial, deixaram aprendizados No percurso da construção da colcha, em consen-
significativos, assim como as rodas de conversas online. so com os participantes do processo, foi feita uma
Acreditamos que essa integração pode ocorrer por rifa, em que o valor foi revertido em melhoria do con-
meio de uma escuta sensível, visando uma educação que texto escolar. Dar significado aos momentos viven-
aproxima, de forma afetiva e amorosa, os aprendizes e ciados demonstra metacognição que influenciam ao
profissionais de educação, com desenvolvimento do au- longo da vida.
toconhecimento, respeitando suas características pesso- O momento vivido nas roda de conversa com a par-
ais, como seres únicos em sua essência. Portanto, para ticipação dos profissionais de educação, que compar-
conhecer o outro e respeitar, faz-se necessário o cuidado tilharam suas experiências em relação à qualidade de
consigo e com o outro. Nessa dimensão a conotação de vida pessoal e no trabalho, nos permitiu um novo olhar,
acolhimento é conhecer para respeitar as diversidades. sobre o que almejamos em relação à qualidade de vida
Diante dessas reflexões, a complexibilidade do tra- pessoal e profissional, refletindo sobre as melhorias no
balho desenvolvido pelos profissionais da educação de- ambiente escolar, visto que essa busca depende do com-
manda considerações com o processo educativo a ser promisso individual de cada sujeito que o constitui.

Notas

1
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142 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DOSSIÊ - RELATOS DE EXPERIÊNCIA

(Trans)Formação continuada: o despertar dos


profissionais da educação para o bem-estar
pessoal, profissional e para a qualidade de vida
no ambiente de trabalho
(Trans)Formational training: the awakening of education professionals for personal and professio-
nal well-being and for the quality of life in the work environment

Roseane Cristiane Correia Lima dos Reis *

Resumo: Este trabalho apresenta o relato de experiência do Projeto “(Trans)Formações para a Vida: Qualidade
de Vida no Trabalho, Bem-Estar, Saúde e Projeto de Vida”, que propôs um ciclo de formação continuada a ser
vivenciado em formato de oficina/encontro, no espaço da coordenação pedagógica das escolas participantes,
com o objetivo de contribuir com a melhoria da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida no trabalho dos
profissionais de educação que atuam nas escolas públicas do Distrito Federal. Nasceu na instância intermediária
da Coordenação Regional de Ensino do Recanto das Emas - CRE- REMAS, no âmbito da Secretaria de Estado
de Educação do Distrito Federal – SEEDF, e alcançou 283 profissionais da educação, em 13 unidades escolares,
no primeiro semestre de 2022, constituindo-se como uma ação exitosa da Política de Bem-estar e Qualidade
de Vida dos Profissionais de Educação no Ambiente de Trabalho, e dos Servidores Aposentados - PQVT/ SEEDF,
publicada em junho de 2022.
Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho. Bem-estar. Adoecimento. Profissionais de educação. Formação
continuada.
—‌
Abstract: This report presents the experience of the Project “(Trans)Formation for Life: Quality of Life at Work,
Well-Being, Health, and Life Project”, which proposed a continuous formation cycle to be held as workshops/en-
counters in the ambit of the pedagogical coordination of the participating schools, with the aim of contributing
to the improvement of health, well-being, and quality of life at work of the education professionals acting at the
Federal District public schools. The project was conceived in the intermediate instance of the Regional Coordina-
tion of Education of Recanto das Emas (CRE-REMAS), within the State Department of Education of the Federal
District (SEEDF), and has reached 283 education professionals in 13 school units, constituting a successful action
resulting from the Policy of Well-Being and Quality of Life at Work of the Education Professionals and Retired
Servants - PQVT / SEEDF, published in June 2022.
Keywords: Quality of life at work. Well-being. Illness. Education professionals. Continuousformation.

* Roseane Cristiane Correia Lima dos Reis é especialista em Gramática da Língua Portuguesa pelo Centro de Ensino Superior do
Brasil - CESB e graduada em Letras-Português pelo Centro Universitário de Brasília - UniCEUB. Professora da Secretaria de Educa-
ção do Distrito Federal. Contato: roseane.cristiane@edu.se.df.gov.br.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 143


Introdução para o de instituição de regeneração, de salvação e de
reparação da sociedade.
“Ninguém transforma ninguém; ninguém se transforma sozi- Contudo, as aprendizagens se tornam possíveis
nho. Nós nos transformamos no encontro.” quando as necessidades da vida pessoal e social dos es-
(Roberto Crema) tudantes são atendidas. Uma criança que sente fome,
está em sofrimento pela separação dos pais ou foi ví-
O encontro com um profissional da educação já tima de violência doméstica não está disponível para
transformou a história de milhares de pessoas pelo aprender. É necessária uma atuação sistêmica da rede
mundo. É possível que você seja uma delas. Poder ler de proteção como, por exemplo, saúde, assistência so-
este relato de experiência indica que você é fruto do cial e segurança pública na garantia de seus direitos.
trabalho de muitos educadores. Uma escola não é feita A crença na onipotência da escola gera um ambiente
apenas de professores. Merendeiras, vigias, porteiros, tóxico, promotor de adoecimento, tanto para os pro-
secretários, auxiliares- administrativos, bibliotecários, fissionais da educação, quanto para os estudantes.
coordenadores pedagógicos, supervisores, diretores, Somam-se a esse contexto, a desvalorização da profis-
orientadores educacionais, pedagogos, psicólogos es- são docente, a superlotação das salas de aula, as más
colares, professores da sala de recursos, todos somos condições de trabalho, a política salarial, as condições
educadores, protagonistas de ações educativas nos am- acústicas do prédio escolar, a rotina pedagógica, etc.
bientes escolares. Ainda que de forma gradual, a invi- De acordo com o Relatório de Absenteísmo-doença
sibilidade está dando lugar à valorização de todos os dos Servidores Públicos Estatutários da Secretaria de
integrantes da escola. Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), feito
A transformação vivenciada pela Educação decor- em 2020, num universo de trinta e três mil seiscentos
re da mudança de modelo de mundo. A metamorfose e cinquenta e três servidores ativos, a grande maioria
ativada pela quarta revolução industrial não transforma do sexo feminino, foram registradas 14.293 homologa-
apenas o estado das coisas, afeta a identidade e o modo ções de licenças para tratamento da própria saúde. Os
de existir das pessoas (SCHWAB, 2006). Esta mudança profissionais da educação estão adoecendo. Para além
acelerada pela pandemia da covid-19, quando associa- dos problemas de voz, das doenças do sistema osteo-
da aos novos desafios impostos à escola do século XXI muscular e do tecido conjuntivo, 40,19% das licenças
cria um ambiente escolar, muitas vezes, adoecedor. foram motivadas por transtornos mentais e comporta-
mentais (BRASÍLIA, 2021).
O adoecimento vai à escola
A Política de Qualidade de Vida, Saúde e
O retorno presencial à escola na “pós-pandemia” Bem-estar como remédio
trouxe, de forma mais intensa, à mesa do professor con-
textos difíceis como, por exemplo, a violência domésti- Dentro da SEEDF, iniciou-se um ciclo de atenção ao
ca, a pobreza e a fome, situações de vida com as quais problema do absenteísmo e uma busca por soluções de
os docentes, muitas vezes, não souberam lidar. Um dos enfrentamento ao adoecimento. Nesse contexto, publi-
fatores de adoecimento apontados pelos profissionais é cou-se a Portaria de nº 281 de 10/06/2021 que instituiu
a sensação de impotência frente a história de vida dos a Política de Qualidade de Vida no Trabalho da SEEDF.
alunos. É comum o impulso de sair do lugar de professor O texto define em seu artigo 3º que:
para ocupar o lugar de salvador. Esse deslocamento,
muitas vezes, é sinalizado pela sensação de sobrecar- Os conceitos de Qualidade de Vida, Saúde e Bem-estar no Am-
ga e exaustão, estar fora do lugar de professor gera biente de Trabalho se traduzem, nesta política, como o equilíbrio
adoecimento. O profissional da educação, muitas ve- na vida profissional e pessoal dos servidores de tal modo que pos-
zes, acumula funções perante os alunos, exercendo o sam conviver em um ambiente saudável e prazeroso, que resulte
papel de pai, mãe, psicólogo, extrapolando seu limite na satisfação da realização de seu trabalho (BRASÍLIA, 2021)
de atuação.
Em algum momento de sua jornada, acreditou que, O projeto aqui relatado é uma ação que colabora
para ser um bom profissional, seria necessário abar- na implementação desta PQVT. Foiidealizado e reali-
car todas as necessidades dos estudantes, uma tarefa zado, no primeiro semestre de 2022, pela professora
impossível. Segundo defende o autor António Nóvoa A2,coordenadora intermediária que atua em Unidade
(2009, p.20), a escola vive o mesmo processo de assu- de Educação Básica sob a chefia imediata de A3, den-
mir uma infinidade de tarefas que são de responsabili- tro da CRE-REMAS, sob a coordenação da professora
dade primeira de outras instituições e, assim, desloca-se A4. A proposta pertence ao Eixo temático 1-Formação
de seu papel de organização centrada na aprendizagem Continuada desta PQVT, definida no artigo XXIII como

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“atividade crítico-reflexiva de natureza teórico-prática, da identidade pessoal e profissional. Vamos ao relato!
que possibilita o desenvolvimento pessoal e laboral dos Os participantes foram convidados, primeiramente, a
profissionais da educação” (BRASÍLIA, 2021). observar como se sentiam no início daquele dia de tra-
balho. Foram disponibilizadas as cartas dos sentimentos
A (Trans)Formação continuada como projeto (jogo Grock) e foi pedido que cada pessoa observasse
de Bem-estar na escola qual daqueles sentimentos estaria mais vivo em si na-
quele momento. Cada um escolhia uma carta e fazia
Conforme mostram os depoimentos, este projeto seucheck-in apresentando-se a partir do sentimento.
cumpriu o objetivo de criar um espaço de formação Em seguida, foram convidados a escrever no papel uma
que ampliasse a percepção do profissional sobre si mes- característica que admiravam em si mesmos e outra que
mo, seu lugar de pertencimento, suas relações e seu admiravam em algum colega do grupo.
ambiente de trabalho, e o instrumentalizasse a adotar Na hora da partilha, era comum haver uma identi-
hábitos e atitudes que aumentassem sua percepção de ficação entre a característica positiva que o professor
bem-estar. Duzentos e oitenta e três profissionais da reconhecia em si mesmo e a forma como era elogiado
educação, lotados em diferentes unidades escolares, pelos colegas. Por exemplo, a professora A do Centro
participaram desta ação formativa. de Educação Infantil 304 disse que admirava o bom hu-
Dentre todos os temas disponibilizados, foram esco- mor em si mesma e recebeu elogios de outras pessoas
lhidos os que se relacionavam com Bem-estar, Auto- dizendo que admiravam nela exatamente essa mesma
conhecimento e Autocuidado. Os temas selecionados característica. Nesse caso, bom humor se configurava
foram: Bem-estar docente: fortalecendo a identidade como uma força para esta profissional, uma vez que era
pessoal e profissional; ProfesSOU: ocupar meu lugar na percebida por elamesma e por outras pessoas.
vida e na escola; Maternar-se: a arte de cuidar de si; Depois dessa apresentação positiva, foi proposta
ProfesSOU: indo à sala de aula com potência e leveza; uma reflexão sobre a importância de exercitar o auto-
e, Experiência pedagógica vivencial para desenvolver conhecimento (identificação de características positivas e
a inteligência emocional. Na realização dos encontros pontos de melhoria), a apreciação de si mesmo e do outro
com as temáticas “Bem-estar docente: fortalecendo a (reconhecimento de pontos fortes em si e nos colegas) e
identidade pessoal e profissional” e “Maternar-se: a o autocuidado por meio da adoção de hábitos saudáveis.
arte de cuidar de si” o projeto contou com a colabora- Quando solicitados a refletir sobre a qualidade de
ção da professora A5, coordenadora intermediária na vida no ambiente escolar, a maioria dos profissionais
Unidade de Educação Básica do Recanto das Emas. o identificou como um espaço que promove adoeci-
mento. Rotina pedagógica, acústica do prédio, relações
Bem-estar docente: fortalecendo a identida- socioprofissionais tóxicas, dificuldade em lidar com as
de pessoal e profissional histórias de vida dos estudantes, foram algumas das
causas apontadas pelos participantes.
O tema mais solicitado, por cerca de 40% das esco- Depois de refletirem sobre o adoecimento presente
las participantes, foi Bem-estar docente: fortalecendo no contexto escolar, tomaram ciência da existência da
a identidade pessoal e profissional. Por esse motivo, Unidade de Qualidade de Vida e Bem-estar do Trabalho
para fins deste relato, optou-se por descrever a expe- - UQVT, vinculada à Subsecretaria de Gestão de Pessoas
riência vivida neste encontro que trabalhou a temática - SUGEP, responsável por elaborar e implementar ações
do Bem-estar na perspectiva dos professores. No relato de promoção de bem-estar e qualidade de vida no traba-
desta oficina, em particular, o foco da linguagem fará lho do servidor em sua integralidade como, por exemplo,
referência aos docentes, no entanto, a reflexão alcança a PQVT. Este foi um momento de grande celebração, que
todos os profissionais da educação. gerou nos participantes um bem-estar imediato.
A escolha pelo formato oficina/encontro se deu pela Após tomarem conhecimento desta política tão
necessidade de promover uma experiência em que os importante para os trabalhadores da educação, foram
professores pudessem experimentar com o próprio cor- provocados a pensar sobre o conceito de Bem-estar e o
po sua capacidade de criar bem-estar em si e no am- que ele tem a ver com a qualidade de vida no trabalho.
biente. De uma escola para outra, o formato do en- Dentro desta perspectiva, conheceram a definição de
contro foi sendo modificado para melhor atender ao Bem-estar pessoal no trabalho descrita no texto da
objetivo proposto: criar uma experiência de aprendiza- PQVT como uma “avaliação subjetiva de satisfação no
gem, dentro da coordenação pedagógica, em que os trabalho, envolvimento com este e comprometimento
professores pudessem trabalhar seu desenvolvimento organizacional afetivo, que se traduzem em sentimen-
pessoal, aumentando sua percepção de bem-estar, por tos positivos como entusiasmo, orgulho, contentamen-
meio de atividades que promovessem o fortalecimento to, confiança e dedicação” (BRASÍLIA,2021).

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Esta avaliação subjetiva é a percepção que o traba- Ao promover dentro da coordenação pedagógica
lhador tem de que aquele trabalho gera satisfação pes- das escolas participantes um espaço de formação que
soal. Um sentimento positivo que não está associado abrisse a perspectiva do desenvolvimento pessoal, foi
à tarefa, mas à possibilidade de se sentir pertencente, possível estimular práticas de autoformação, ou seja,
usar suas forças pessoais, se comprometer com seu um momento em que os docentes entraram em conta-
crescimento pessoal e profissional, se engajar em suas to com a narrativa que construíram sobre suas próprias
funções e reconhecer que seu trabalho oferece uma histórias de vida pessoal e profissional.
contribuição social importante. Neste ponto de contato com a própria história, o
Uma avaliação subjetiva só pode ser feita por um su- sujeito-professor pode promover uma transformação
jeito que pensa sobre si e sobre o mundo, que está em em si mesmo, na relação com seus estudantes e na sua
processo de conhecer-se e reconhecer-se. Daí a impor- prática pedagógica. Um professor participante, ao final
tância deste profissional, que agora começa a colocar do encontro, compartilhou que tomou consciência de um
a atenção em seu bem-estar no ambiente de trabalho, aspecto em sua postura que precisava de transformação:
se abrir para desenvolver algumas competências como,
por exemplo, o Autoconhecimento e o Autocuidado: O que entrou no meu coração hoje foi sobre nós sermos nos-
sas próprias mensagens. Eu entendi isso hoje de maneira muito
forte porque eu sou um professor que sou teoricamente mais
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emo-
novo né do que a maioria dos professores, então é muito co-
cional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhe-
mum quando eu entro na sala, os estudantes não me perce-
cendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capaci-
berem como alguém que tem um… assim... que é uma pessoa
dade para lidar com elas. A competência trata do aprendizado
que ta pronta a ter um ensinamento que é ah... ancestral... que
que crianças e jovens devem adquirir a respeito de si mesmos,
realmente é importante pra eles, então eu percebo que isso
sendo capazes de identificar seus pontos fortes e fragilidades,
talvez isso tenha a ver com a maneira como eu me porto. Eu
lidar com suas emoções e manter a saúde física e o equilíbrio
trato com eles, às vezes, de uma maneira muito jovial, (...) eles
emocional (BRASIL, 2018, p.12).
me enxergam como um adolescente como eles. E, às vezes,
isso me incomoda, sabe? Será que eu devo mudar um pouco
Os servidores foram convidados a refletir sobre a im- isso? Será que eu devo mexer aqui e ali? Então, isso me pro-
portância da decisão de iniciar seu processo de auto- vocou reflexões (...) sobre a mensagem que eu tenho passado
conhecimento e autocuidado. Um dos pontos centrais pra eles e também a mensagem que eu passo para os outros
do projeto aqui relatado é a premissa de que o profes- colegas. (Professor A)
sor ensina aquilo que ele “é”. Quem é este professor?
Como se sente? O que pensa? Ele compartilha em sala Como foi possível observar no depoimento, o traba-
de aula o que vive ou ensina uma teoria desconectada lho que um professor realiza em si mesmo, com base no
de sua vida? Com um pouco de atenção, é possível ob- autoconhecimento, autocuidado, autoanálise, autorre-
servar que se ensina muito mais pelo comportamento e flexão e autoformação, tem o potencial de transfor-
exemplo, do que com palavras e instruções. mar tanto a percepção que possui sobre seu bem-estar
O português António Nóvoa1 nos convida a obser- pessoal, quanto a sua prática pedagógica. Esse cami-
var que os professores estão retornando ao centro nho de desenvolvimento do ser professor propicia um
das preocupações educativas, “estamos no tempo dos amadurecimento profissional que pode contribuir com
professores” (NÓVOA, 2019, p.11). Por isso, defende a promoção do bem-estar no ambiente de trabalho e
a necessidade de construir a profissionalidade docen- potencializar as aprendizagens dos estudantes.
te dentro da pessoalidade do professor, uma vez que
no processo de ensino as dimensões profissionais são Pertencimento e Bem-estar: reconexão com a
indissociáveis das dimensões pessoais. Durante todo o força de vida transmitida pelo grupo familiar
encontro, os educadores foram chamados a iniciarem
ancestral
um trabalho em si mesmos, a partir da reflexão propos-
ta pelo autor:
No contexto do desenvolvimento pessoal e huma-
no, identificou-se um aspecto basilar do Bem-estar
Ao longo dos últimos anos, temos dito (e repetido) que o pro-
fessor é a pessoa, e que a pessoa é o professor. Que é impos-
docente que é a reconexão com a força de vida an-
sível separar as dimensões pessoais e profissionais. Que ensina- cestral que cada pessoa tem: o Pertencimento. Trata-
mos aquilo que somos e que, naquilo que somos, se encontra -se de uma das necessidades básicas do ser humano
muito daquilo que ensinamos. Que importa, por isso, que os que, se for negligenciada, gera sofrimento e uma
professores se preparem para um trabalho sobre si próprios, sensação de sentir-se sempre fora do lugar onde quer
para um trabalho de auto-reflexão e de auto-análise(NÓVOA, que esteja. O não pertencimento produz uma sensa-
2019, p.15). ção de falta de sentido na vida. Por isso, um aspecto

146 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


tão elementar à saúde da psiquê humana precisava pela história do estudante, sem julgar sua família, sem
ser contemplado nesta ação formativa. ter expectativas, sem ter pena. Ao reconhecer que to-
O filósofo Bert Hellinger2 (1998, p.20), em seus es- dos têm força para viver a própria história, o professor
tudos sobre as relações humanas, identificou o Perten- transmite aos seus alunos essa confiança e os ajuda a
cimento como um princípio da vida. Tem como funda- desenvolver a autoconfiança e a esperança ativa. Um
mento a ideia de que quem pertence, pertence. O per- professor que respeita a história de vida de seus estu-
tencimento é um direito recebido com o nascimento. dantes, que enxerga neles a força da vida, alcança-lhes
Ao olhar para esta linhagem de ancestrais, comumente o coração e abre caminhos para as aprendizagens, de
conhecida como família, é possível verificar que a vida forma mais leve e saudável.
não começou no pai e na mãe. A vida veio de muito No final do encontro, que teve duração de 2h30min,
longe, chegou nos pais e transbordou para os filhos. os participantes foram convidados a dizerem em uma
A criança recebeu a vida que foi sendo transmitida de palavra o que levavam consigo desta experiência. Con-
geração a geração, junto com limites e possibilidades, tentamento, gratidão, leveza, aprendizado, reflexão,
dons e talentos, crenças e ideias, costumes e saberes conhecimento, otimismo, surpresa, esperança, foram
próprios de cada família. Esta é a força de vida que cada algumas das expressões que mais apareceram entre as
professor pode acessar quando se reconecta com sua falas e confirmam que uma ação formativa criada para
história e sua ancestralidade. Ao vivenciar o exercício de promover o desenvolvimento pessoal dentro da coorde-
reconexão com a ancestralidade, um professor partici- nação pedagógica, é urgente.
pante deu o seguinte feedback: Essa proposta de formação, além de gerar a per-
cepção de bem-estar imediato para os servidores da
Ah foi muito bom! (...) a gente esquece muito desse lado da educação, pode estimulá-los a assumirem o lugar de
nossa saúde mental, do nosso equilíbrio, da nossa paz interior, protagonistas na concepção de outras estratégias
da nossa origem familiar né?! É…  eu também lembrei do meu que colaborem com a construção de uma escola que
sogro, ele gostava muito de agradecer os antepassados dele promova Bem-estar e Qualidade de Vida - um espa-
e ele ficava fazendo isso, agradecia e orava (trecho inaudível) ço saudável em que todos possam aprender juntos e
(...). É verdade isso aí, a gente não considera muito nossos an- conviver em paz.
tepassados, mas o que a gente observa é que nós somos eles
e somos nós também. Muito obrigada por tudo! (Professor B)
Considerações finais
Um profissional da educação que se recorda de sua A ação realizada pelo Projeto (Trans)Formações para
origem familiar, de seu lugar dentro da sua família an- a Vida foi realizada com sucesso em treze escolas pú-
cestral, ganha força. O reconhecimento do próprio per- blicas na cidade do Recanto das Emas, promovendo o
tencimento faz com que ele ocupe seu lugar na vida encontro do profissional da educação consigo mesmo
e esse movimento interno é capaz de fazê-lo acessar e com o outro, num ambiente de aprendizagem criado
níveis mais elevados de bem-estar. Ele não precisa fazer para que pudesse vivenciar o desenvolvimento pessoal,
nada para ser aceito por ninguém e, enfim, sentir-se com foco no Bem-estar e na Qualidade de vida no Tra-
pertencente, porque sabe que seu pertencimento não é balho. Em apenas um encontro foi possível obter como
dado por terceiros, ele já pertence. Sente que sua atu- resultado o aumento da percepção de Bem-estar do
ação fica mais leve porque, da mesma forma que inte- grupo atendido por meio de avaliação oral. Este projeto
grou em si sua própria história de vida, consegue entrar se constitui, portanto, como uma ação que contribui
em contato com a história de vida de seus estudantes, com a implementação da PQVT e se soma a tantas ou-
sem assumir o papel de salvador. tras ações exitosas espalhadas pela SEEDF.
Ou seja, aprender a lidar com os alunos que estão em É importante iluminar o fato de que o enfrentamento
sofrimento em decorrência do contexto familiar em que ao mal-estar vivenciado na escola não é uma responsa-
vivem, a partir do seu lugar de educador, e agir de acor- bilidade única dos profissionais da educação. É neces-
do com o que lhe compete no âmbito da escola, apenas sário que a Instituição, via gestão humanizada, assuma
como professor, sem cair na tentação de chamar para si sua responsabilidade na criação de um ambiente mais
a função de pai ou mãe dos estudantes é um aprendiza- saudável. Outro ponto a ser considerado é que o Bem-
do essencial para quem deseja ser protagonista de seu -estar dentro das instituições não pode se configurar
bem-estar. Dessa forma, o profissional pode cumprir como um “ofurô corporativo”3 em que os profissionais
sua tarefa sem desrespeitar seus limites, nem se sobre- participam, por exemplo, de uma atividade de medi-
carregar, protegendo assim, sua saúde mental e física. tação, vivem um momento de relaxamento, mas logo
Outro aprendizado fundamental para o docente é retornam ao mesmo contexto escolar adoecedor.
desenvolver uma postura interna de respeito absoluto Uma pergunta fundamental a ser feita é: o que é

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 147


necessário fazer para construir uma cultura organi- consciência. A transformação do ambiente de tra-
zacional de assunção do Cuidado na criação de um balho exige uma transformação pessoal em cada
ambiente de trabalho que promova Bem-estar e Qua- integrante que faz parte do grupo e, como vimos
lidade de Vida? Não há uma resposta pronta. Este na introdução deste trabalho, nas palavras de Ro-
é um caminho singular que exige estudo, pesquisa berto Crema (2017): “ninguém transforma ninguém;
e disponibilidade de quem decide fazer diferente. ninguém se transforma sozinho, nos transformamos
A mudança de práticas prescinde da mudança de no encontro”.

Notas

1
António Nóvoa é reitor da Universidade de Lisboa, professor catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Uni-
versidade de Lisboa e presidente da Associação Internacional de História da Educação.
2
Bert Hellinger estudou filosofia, teologia e pedagogia. Trabalhou durante 16 anos como missionário para uma ordem católica entre os
Zulus na África do Sul, onde esteve intensamente envolvido com a influência da dinâmica de grupo. Tornou-se psicanalista e completou
várias formações em Terapia Primária, Análise Transacional, Hipnoterapia Ericksoniana e Programação Neurolinguística. Ao longo dos
anos, criou seu próprio método: Constelação Familiar (Familien-Stellen).
3
Segundo Ferreira (2011, p. 100), o “ofurô corporativo” caracteriza-se como uma forma de dominação capitalista disfarçada de cuidado,
não representa uma ação séria de construção de uma cultura organizacional promotora de Bem-estar e Qualidade de Vida.

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148 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DOSSIÊ - RELATOS DE EXPERIÊNCIA

Roda de Conversa para Servidores Readaptados


por Redução na Capacidade de Uso da Voz na
Secretaria de Estado da Educação do Distrito
Federal (SEEDF)
Conversation Circles aimed to Public Servants Readapted due to a Reduction in the Ability to Use
the Voice at the State Department of Education of the Federal District

Luana Carolina Correa Santos *

Resumo: Este trabalho relata a relevância de uma ação voltada para os servidores da Rede Pública de Ensino do Dis-
trito Federal, pertencentes à Carreira Magistério da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, readaptados
por redução na capacidade de uso da voz, que tiveram que sair do ambiente de sala de aula e precisaram se reinventar
para exercer a atividade profissional em outro espaço escolar. A ação foi realizada por meio de Rodas de Conversa,
idealizada com o objetivo de propiciar o cuidado com a saúde vocal, orientar o uso correto da voz e permitir a partilha
das experiências vividas sobre o processo de deixar de trabalhar no ambiente de sala de aula por motivos de disfonia
funcional. As Rodas de Conversa, enquanto metodologia de pesquisa e de intervenção, puderam mostrar, de forma
prática, a importância dos exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal. A ação Roda de Conversa foi realizada
em três momentos, a saber: em 2019, como um projeto piloto para os servidores readaptados lotados na área admi-
nistrativa, em 2021 e em 2022 para os demais servidores das Coordenações Regionais de Ensino. Observou-se que as
Rodas de Conversa, como espaço de fala e escuta sensível, puderam contribuir com a melhoria da qualidade de vida e
do bem-estar no trabalho dos servidores atendidos.

Palavras-chave: Voz. Readaptados por voz. Saúde vocal. Qualidade de vida. Trabalho.

—‌

Abstract: This work reports the relevance of an action aimed at the public servants of the Public Education Network
of the Federal District, belonging to the Teaching Career of the State Department of Education of the Federal District,
readapted due to a reduction in the ability to use the voice, who had to leave the classroom environment and had to
reinvent themselves to work in a different school setting. The Conversation Circles were designed with the objective
of providing care for vocal health, guiding the correct use of the voice and allowing the sharing of experiences about
the process of quitting the work in the classroom environment for reasons of functional dysphonia. The Conversation
Circles, as a research and intervention methodology, were able to show, in a practical way, the importance of vocal
warm-up and cool-down exercises. The Conversation Circle action was carried out in three moments, namely: in 2019,
as a pilot project for the readapted servers located in the administrative area, in 2021 and in 2022 for the other servers
of the Regional Teaching Coordinations. It was observed that the Conversation Circles as an opportunity to speak and
sensitive listening could help to improve the quality of life and well-being in the work of the public servant assisted..

Keywords: Voice. Voice readapted. Vocal health. Quality of life. Work.

* Luana Carolina Correa Santos é servidora da Secretara de Estado de Educação do Distrito Federal; gestora em Políticas Públicas
e Gestão Educacional do GDF no cargo de Fonoaudiólogo; graduada em Bacharel em Fonoaudiologia pelo CESUBRA - Centro
de Ensino Superior Unificado de Brasília em Dezembro 2001; especialista em Fonoaudiologia Hospitalar (2003) pela Universidade
Estácio de Sá; e em voz pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (2021). Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília
(2016). Contato: santosluanacarol0702@gmail.com

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 149


Apresentação forjando laços duradouros de cooperação interindividu-
al e, desta forma, promovendo as vivências de bem-es-
A docência é a atividade profissional de maior risco tar no trabalho. QVT deve ser sempre uma obra coleti-
vocal, uma vez que a voz é o recurso audiovisual mais va. Uma conquista coletiva que nasce da participação e
importante à disposição do professor (BEHLAU et al., das contribuições individuais. Para as instituições, essa
2005). Entretanto, durante sua formação, os profes- abordagem pode ajudar para que os seus atores pos-
sores não recebem nenhum preparo vocal específico. sam compreender as causas mais profundas que, roti-
Além disso, o professor inicia e, muitas vezes, mantém neiramente, impactam positivamente ou negativamen-
sua carreira sem qualquer preparo ou orientação vocal te na Qualidade de Vida no Trabalho.
(BEHLAU et al., 2005), geralmente apresenta dificuldade No contexto da rede pública de ensino do Distri-
para identificar alterações vocais, mostrando satisfação to Federal, a Portaria nº 287, de 26 de setembro de
com a própria voz (ALVES et al., 2009) mesmo quando 2018, institui a Política de Valorização, Promoção de
alterada. Em geral, os docentes não apresentam o co- Bem-Estar e de Qualidade de Vida no Ambiente de
nhecimento de que o trabalho fonoaudiológico pode Trabalho de Servidores e demais agentes públicos da
auxiliar a reverter problemas vocais e a melhorar sua Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
performance em sala de aula (FERREIRA, 2001). e a Portaria nº 281, de 10 de junho de 2021, institui
De acordo com Oliveira et al (2015), o distúrbio de a Política de Qualidade de Vida, Saúde e Bem-Estar
voz, isoladamente, é considerado uma incapacidade para Servidores Públicos da Secretaria de Estado de
unifuncional, ou seja, incapacita o professor apenas Educação do Distrito Federal no Ambiente de Traba-
para a regência e não para outras atividades laborais lho e para Servidores Aposentados.
e quase sempre apresenta caráter temporário, po- As referidas políticas subsidiam o trabalho da Uni-
dendo ser definitivo. dade de Qualidade de Vida e Bem-estar no Trabalho
Segundo Medeiros (2010), a categoria professores, – UQVT, que vinculada à Subsecretaria de Gestão de
dentro da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Pessoas – SUGEP, da Secretaria de Estado de Educação
Federal, compreende aqueles profissionais que atuam do Distrito Federal - SEEDF, promove ações, projetos e
em sala de aula e abrange outros profissionais da Car- programas que visam prevenir o adoecimento além de
reira Magistério que, por algum motivo, estão fora da oferecer aos servidores já adoecidos, oportunidades de
sala de aula. Neste último recorte, encontram-se, entre revisitar sua experiência profissional, visando o compar-
outros, os professores que passaram pelo Programa de tilhamento de vivências e a reelaboração de processo
Readaptação Funcional – PRF. A limitação de atividades de sofrimento, se for o caso.  
é a designação formal/legal dada à condição daqueles Sabe-se que a voz é um recurso profissional utilizado
professores que, após afastamento da regência de clas- por todos os servidores da educação como o principal
se por motivos de saúde, veem-se diante da situação de meio de comunicação. Exatamente por isso, a voz é
readaptar-se a novas atividades escolares; normalmente uma das principais razões de afastamento laboral dos
deixando a sala de aula e passando a atuar em outros profissionais docentes. Partindo deste princípio, a UQVT
espaços e atividades, sofrendo, pois, limitações em sua realizou uma proposta de Roda de Conversa, em três
atuação docente. edições, voltadas para os Servidores Readaptados por
Ainda segundo Medeiros (2010), as mais diversas redução na capacidade de uso da voz. Na SUGEP, em
doenças que acometem a categoria, normalmente são 2019, os servidores que ali estavam lotados participa-
desenvolvidas em decorrência do exercício da profissão. ram da ação como um projeto piloto e, nos anos 2021
São as chamadas “doenças laborais”, como a Lesão por e 2022, a proposta foi oferecida a todos os servidores
Esforço Repetitivo – LER, depressão, distúrbios das pre- readaptados por voz, cadastrados no Sistema Integrado
gas vocais e alcoolismo, entre outros. Tais lesões podem de Gestão de Recursos Humanos – SIGRH/SEEDF, totali-
levar os professores a se afastarem das salas de aula, zando 350 servidores.
muitos de forma definitiva. O objetivo geral das referidas ações foi o de com-
Conforme Pinho e Scarpel (2001), a saúde vocal é es- partilhar as experiências vividas no processo de saída
sencial para uma longa carreira profissional. O aqueci- da sala de aula por motivos de redução da capaci-
mento e desaquecimento da musculatura envolvida no dade vocal, possíveis perspectivas de trabalho nas
processo da fonação são requisitos básicos para a boa unidades administrativas e escolares, bem como, pre-
performance e saúde da voz.  venção e promoção de qualidade de vida e bem-estar
Ferreira (2011) enfatiza que a Qualidade de Vida no vocal. Além de resgatar a identidade profissional do
Trabalho (QVT), do ponto de vista institucional, é funda- professor readaptado por redução da capacidade vo-
mental para que os contextos laborais se transformem cal para o aproveitamento ao retorno das suas novas
em territórios coletivos de harmonia socioprofissional, realidades de trabalho.

150 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Os principais objetivos específicos foram: a) mapear Ao término, houve explicação da diferença dos exer-
os professores readaptados e o quadro principal de res- cícios de aquecimento vocal e dos terapêuticos.
trição do distúrbio vocal; b) sensibilizar os gestores por O encontro seguinte, em 26/06/2019, compareceu
intermédio destes quanto à necessidade de diferentes uma servidora, já que dois estavam de licença médica
atuações na unidade escolar do professor com altera- e duas com demanda de trabalho. O tema foi proje-
ção vocal e, c) promover atividades de cuidados vocais ção vocal e foram abordados conceito, uso, prática e
favorecendo melhora na qualidade de vida. principais orientações. Os resultados foram boa inte-
gração, participação e empenho da servidora. Entre-
Metodologia tanto, a ação desenvolvida de forma individual gerou
desconforto nas atividades. Faz-se necessário, para os
Para a ação da Roda de Conversa destinada aos ser- próximos encontros, que o número seja a partir de
vidores readaptados por redução da capacidade vocal, dois de participantes. O terceiro encontro não foi rea-
das Carreiras Magistério Público e Assistência à Edu- lizado, previsto para 14/08/2019, remarcado para o dia
cação da SEEDF, foi realizado levantamento de dados 15/08/2019 na tentativa de ter mais participantes e infe-
sobre a situação funcional destes servidores, num total lizmente não aconteceu por motivos de licença médica de
de trezentos e cinquenta servidores, extraído em abril dois servidores, de duas que estavam com demanda de
de 2022, via Sistema Integrado de Gestão de Recursos trabalho e apenas uma confirmada. Fez-se necessário o
Humanos (versão WEB) - SIGRHWEB da própria SEEDF, cancelamento, pois a proposta da ação não é a interven-
quanto à matrícula e lotação, condição profissional (re- ção individual.
adaptados e motivo específico por voz) e tempo de re- No dia 05/11/2019, houve o fechamento da Roda
adaptação. A estes servidores foram encaminhados do- de Conversa, realizado no Auditório da CRE PP, com
cumento, por meio de Circular às Unidades Administra- três servidoras, com o objetivo de avaliar a proposta do
tivas e Escolares da instituição, e mensagem por e-mail trabalho da ação. Ao final dos três encontros, obteve-se
a cada um, informando e convidando para a ação. um total de oito horas de atividades (Quadro 1).
O projeto piloto realizado em 2019, com a proposta
de execução de dois encontros mensais, conforme Qua- Quadro 1: Cronograma Roda de Conversa 2019
dro 1, foi desenvolvido com os servidores readaptados Mês jun/19
12/06/2019
ago/19
14/08/2019
set/19
11/09/2019
out/19
09/10/2019
nov/19
13/11/2019
dez/19
11/12/2019
por voz que encontravam-se lotados na Subsecretaria Dias
26/06/2019 28/08/2019 25/09/2019 23/10/2019 27/11/2019 ----------

de Gestão de Pessoas – SUGEP/SEEDF, à época. Após Fonte: autora


listagem extraída, cada servidor foi diretamente contac-
tado nas suas lotações, até atingir o número total de 05 As ações da Roda de Conversa por Voz, nos anos
(cinco) servidores, destes, quatro participaram em pelo 2021 (1ª edição) e 2022 (2ª edição), tiveram a inscrição
menos um dos encontros. Quanto ao perfil dos servi- feita a partir do formulário via Google Formulário para
dores foram cinco da Carreira Magistério, quanto ao descrever o perfil de cada participante. Algumas ferra-
gênero: quatro feminino e um masculino. Os trabalhos mentas foram utilizadas para a divulgação, tais como:
realizados aconteceram de forma presencial na Coor- circular via Sistema Eletrônico de Informações - SEI,
denação Regional de Ensino do Plano Piloto – CREPP/ e-mails pessoais, divulgação nos grupos do WhatsApp e
SEEDF. Houve apenas três encontros no ano de 2019, Instagram da SUGEP. O total de respondentes, no ano de
devido à demanda de trabalho. 2021, foi quarenta (40) e, no ano de 2022, dezenove (19).
No primeiro encontro, em 12/06/2019, compare- Após o planejamento da proposta da ação, de for-
ceram duas servidoras do total de cinco servidores re- ma on-line em 2021 e hibrido (presencial e on-line) em
adaptados por voz, dois servidores estavam de licen- 2022, seguiram-se as seguintes etapas de execução:
ça para tratamento de saúde e uma não foi liberada elaboração de check list da ação; elaboração de Minuta
do trabalho. A proposta foi apresentação individual, de Circular com informações dos encontros; levanta-
dinâmica vocal (cantarolar Parabéns a você com vi- mento do quantitativo de servidores readaptados por
bração de língua), reflexão de “Como está sua voz? voz; definição do quantitativo de participantes por en-
(conforto e desconforto)”, expectativa do grupo para contro; definição da plataforma virtual para obtenção
ação e cronograma dos outros encontros. A apresen- do link; elaboração do Formulário Google para inscri-
tação individual foi um momento de acolhida bem ção na ação e avaliação da ação pelos participantes;
como a escuta da história sobre a temática da voz: e-mail de confirmação de inscrição com link para a sala;
tempo de regência, cuidados vocais antes do adoe- elaboração de listas de presença; elaboração de roteiro
cimento, experiências da vida profissional e da rea- básico para os encontros; criação de cards para divulga-
daptação. A dinâmica foi aceita pelo grupo e perce- ção nas mídias sociais da SEEDF com link para inscrição;
beram-se as facilidades e dificuldades em realizá-la. avaliação final dos trabalhos realizada pelos membros

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 151


responsáveis, da antiga Diretoria de Acompanhamento e Gráfico 5 – ANO 2021: Orientação Vocal com a Equipe de Fonoaudiologia

Apoio ao Servidor - DISER, atualmente integrado à UQVT.


Dos Gráficos 1 a 12 são mostrados os dados obtidos a
partir do formulário on-line.

Gráfico 1 - ANO 2021: Lotação dos Servidores Readaptados por Voz

Fonte: autora

Gráfico 6 – ANO 2022: Orientação Vocal com a Equipe de Fonoaudiologia

Fonte: autora

Gráfico 2 - ANO 2022: Lotação dos Servidores Readaptados por Voz

Fonte: autora

Gráfico 7 – ANO 2021: Orientação Vocal durante vida profissional

Fonte: autora

Gráfico 3 - ANO 2021: Situação Funcional dos servidores inscritos

Fonte: autora

Fonte: autora

Gráfico 4 - ANO 2022: Situação Funcional dos servidores inscritos Gráfico 8 - ANO 2022: Orientação Vocal durante a vida profissional

Fonte: autora Fonte: autora

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Gráfico 9 – ANO 2021: Revisão da questão vocal Gráfico 11 – ANO 2021: Melhora vocal após a readaptação

Fonte: autora Fonte: autora

Gráfico 10 – ANO 2022: Revisão da questão vocal Gráfico 12 – ANO 2022: Melhora vocal após a readaptação

Fonte: autora Fonte: autora

Quanto aos temas ofertados nos anos de 2021 e Quadro 2: Cronograma das Rodas de Conversa 2021 e 2022
2022: a proposta temática nos encontros foi dividida ANO 2021 ANO 2022
em dois momentos: área da Fonoaudiologia e a área da 19/08: Apresentação / Palestra Vocal 12/04: Apresentação / Palestra Vocal
26/08: Oficina Prática de Aquecimento e 19/04: Oficina Prática de Aquecimento e
Psicologia. Os temas desenvolvidos na área da voz estão Desaquecimento Vocais Desaquecimento Vocais
relacionados no Quadro 2, e aos da psicologia foram cons- 02/09: Vivência Vocal 1 – Projeção Vocal
26/04: Vivência Vocal 1 – Projeção Vocal /
Articulação
truídos de acordo com a resposta do formulário de inscri- 11/09: Vivência Vocal 2 – Respiração
03/05: Vivência Vocal 2 – Respiração /
ção, que não serão abordados neste relato de experiência. Relaxamento
16/09: Cantoterapia 10/05: Cantoterapia
Entretanto, foram incluídos para melhor aproveitamento
25/09: Avaliação Final e encerramento 17/05: Ativação Corporal / Encerramento
os temas de articulação, de relaxamento e proposta temá-
Fonte: autora
tica de ativação corporal, praticada em 2022.
Quanto ao número de encontros, foi ponderado em Google Meet no link http://meet.google.com/ewp-am-
seis momentos, em datas e temas seguidos para melhor qm-pnx e tivemos, em 2022, o formato híbrido: (qua-
ajuste e participação. A carga horária obtida no ano de tro encontros presenciais e dois encontros on-line, para
2021 foi de doze horas e no ano de 2022, dezoito ho- facilitar a participação dos que ainda não podiam sair
ras. Nos quatro primeiros encontros, nas duas edições, de casa.). A importância da ação nos diferentes modos
realizou-se revisão do encontro anterior dos temas re- gerou impactos quanto à participação do número de
lacionados à saúde vocal, para uma melhor fixação. No participantes, valorização do cuidado do servidor mes-
último encontro de 2021, foi apresentado um vídeo mo durante a Pandemia da COVID-19, principalmente,
com resumo dos temas abordados com o título VOZ, O no tema de prevenção vocal e uso da máscara, uma
SOM NOSSO. No ano de 2022, houve uma abordagem situação diferente vivida por muitos professores, além
relacionada à temática da ativação corporal para ajudar do compromisso com o autocuidado.
os participantes a melhorar a questão da ergonomia no
trabalho, postura e cuidados com a tensão muscular Discussão
que podem alterar a voz.
Durante os encontros tivemos uma pequena partici- Segundo Oliveira et al (2015), os objetivos do Pro-
pação dos servidores, a saber: dos quarenta (40) inscri- grama de Saúde Vocal – PSV –das escolas públicas do
tos no ano 2021, tivemos onze (11) participantes. Em Distrito Federal são: 1. Divulgar os hábitos de saúde vo-
2022, dos dezenove inscritos, apenas quatro (4). Ade- cal; 2. Identificar professores com distúrbios da voz; 3.
mais, o formato foi diferente: em 2021, devido à pan- Orientar e encaminhar os professores com distúrbios da
demia provocada pela COVID-19, a ação foi remota, via voz para avaliação otorrinolaringológica e tratamento e

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 153


4. Realizar o controle e o monitoramento dos professo- Quadro 3 - ANO 2022 – Resposta dos participantes quanto ao tempo de atu-
ação na SEEDF
res com alteração vocal.
Entretanto, esse programa não contempla os pro- Pergunta: Possui quanto tempo de
fessores que estão em restrição de regência de classe
e em processo de readaptação funcional, que serão
atuação na SEEDF? (anos e meses)
os readaptados por voz. Por essa ocasião, observou- 19 respostas
-se a importância dessa ação para beneficiar esses ser-
vidores que não são contemplados após o “adoecimen-
22 anos e 1mês
to crônico”. 9 anos e um mês
De acordo com Ferreira (2011), os indicadores crí-
24 anos
ticos sobre os trabalhadores, que merecem destaque
são os seguintes: doenças do trabalho e licenças-saú- 19 anos
de que se multiplicam e desenham um perfil epide- 26 e 6 meses
miológico que fortalece o nexo com os contextos de
trabalho nos quais os acometidos estão ou estiveram 25 anos e 1 mês
inseridos. Além disso, outro fator diz respeito à ati- 25 anos.
vidade “trabalho” como sendo uma fonte de prazer.
Nesse caso, a ideia de Qualidade de Vida no Trabalho 9 anos e 2 meses
se apoia, fundamentalmente, na premissa da ativida- 26 anos e 8 meses
de-trabalho como uma vivência de bem-estar. Esse
fator ocupa lugar central na fala dos trabalhadores 24 anos e meio
e desempenha uma função psicológica estruturadora 22 anos e 1 mes
da representação mental que estes fazem de Quali-
dade de Vida no Trabalho. 17 anos
Ainda segundo Ferreira (2011), a ênfase é de que o 25 ANOS E 9 MESES
trabalho é fonte de prazer quando é um trabalho sem
riscos para a saúde (sentido amplo), a segurança pesso-
23 anos
al e a própria família. Assim, o trabalho fonte de prazer 27 anos 10 meses
promove saúde, previne doenças e acidentes. Este traço
coloca a temática da segurança e, em especial, a segu-
32 anos
rança no trabalho como fatores importantes no manejo 22 anos
da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), no contexto 24 anos e 9 meses
organizacional.
Essa ação de Roda de Conversa veio, portanto, mani- 26 anos e 7 meses.
festar um acolhimento e possibilidade de favorecer para Fonte: autora
os servidores readaptados por redução da capacidade história de outros servidores e o cuidado com o servi-
vocal uma experiência do trabalho como fonte de pra- dor. Perguntado sobre o tempo de atuação, descrito
zer, mesmo com a limitação de atividade da regência no Quadro 3, no formulário de inscrição no ano de
em sala de aula. 2022, observou-se que 78,94%, de quinze partici-
As contribuições da referida ação, obtidas no ano pantes, apresentou um tempo maior que vinte anos
de 2019, no encerramento das atividades, foram: 1. de atuação profissional. Entretanto, apenas quatro
A sugestão para que as próximas Rodas de Conversa participantes, totalizando 21,06% com tempo me-
acontecessem nas Coordenações Regionais de Ensi- nor de atuação.
no, com a realização de palestra sobre orientações Quanto às respostas do Formulário de Avaliação, em
vocais em 04 (quatro) polos; realizar encaminhamen- 20211, observamos que responderam: onze (11) servi-
tos para a Subsaúde, para avaliação vocal (a pedido doras da Carreira Magistério, 07 servidoras readaptadas
do servidor); os temas vocais propostos: respiração, por voz, três (03) não readaptadas e um (01) em pro-
projeção vocal, aquecimento; realizar o levantamen- cesso de readaptação. Em relação à lotação de atuação
to do quantitativo de servidores readaptados por voz; foram cinco (05) servidoras de Ceilândia, três (03) do
2. As dificuldades encontradas para a realização da Plano Piloto/ Cruzeiro, dois (02) de Taguatinga e um
ação surgiram pela demanda do trabalho que dificul- (01) de Santa Maria. Algumas informações específicas
tou o comparecimento nos encontros, bem como, o sobre disciplinas que ministravam os participantes e for-
número de encontros mensal; 3. Os pontos positivos mações não foram perguntadas, pois não eram objeto
foram aprendizado sobre o uso da voz; conhecer a dessa ação.

154 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Gráfico 13 – ANO 2021 – Respostas dos participantes quanto à condição atual. Gráfico 15 – ANO 2022: Lotação atual

Fonte: autora
Fonte: autora
Gráfico 14 – ANO 2021: Respostas dos servidores participantes quanto à lotação Gráfico 16 – ANO 2022: Temas áreas da Voz

Fonte: autora Fonte: autora

As respostas abertas sobre a ação foram: Quadro 4: Temas importantes para a área da Voz.
3.1 - Sobre os temas da área da Voz, marque qual Vivencia Vocal 1 - Projeção Vocal (1)
deles não pode faltar em Rodas de Conversas para Re- Oficina prática de Aquecimento e Desaquecimento Vocais (7)
adaptados por Voz? Vivência Vocal 2 – Respiração (1)
5.2 - Caso se sinta à vontade para apresentar suas Cantoterapia (2)
sugestões ou fazer observações a respeito das Rodas de Fonte: autora
Conversas para os Servidores Readaptados por voz, por
observamos que responderam 04 (quatro) servidores,
favor, utilize esse espaço. Algumas respostas:
com apenas três respostas válidas, sendo 03 (três) da
Relato 1 “Eu sugiro fortemente que esse curso seja
Carreira Magistério e readaptadas por voz. Sendo 02
oferecido para todos os professores da secretaria de
(duas) lotadas na CRE Plano Piloto/Cruz e 01 (um)
educação. Ele é fundamental!!!!!”
Núcleo Bandeirante/ Riacho Fundo. Apenas uma (1)
Relato 2 “Queridos e queridas agradeço imensamen-
resposta não foi identificada.
te a todos da UQVT por esse projete tão precioso para
As respostas abertas foram:
nós readaptadas. Renovei as forças, lembrei de ainda 3.1 - Sobre os temas da área da Voz, marque qual
cuidar da VOZ e trabalhei meu eu com as palestras da deles não pode faltar em Rodas de Conversas para Re-
querida HELOISA. Dei vários passos passo melhorar meu adaptados por Voz?
dia a dia, me senti acolhida e acalentada. GRATIDAO. As respostas foram: Vivência Vocal 1 - Projeção Vo-
Ah e já estou pondo em prática as técnicas as sugestões cal / Articulação (1); Palestra Vocal (1); Oficina prática
dadas. Beijo no coração de vocês”. de Aquecimento e Desaquecimento Vocais (1); Vivência
Relato 3 “Somente agradecer fui muito confortada Vocal 2 – Respiração (0); Cantoterapia (0) e Ativação
e acolhida. Além de aprender coisas que em 2 anos de Corporal (0).
fono não sabia”. 5.2 - Caso se sinta à vontade para apresentar
Relato 4 “O curso superou minhas expectativas, afi- suas sugestões ou fazer observações a respeito das
nal não foi só sobre a voz, foi autoconhecimento, res- Rodas de Conversas para os Servidores Readaptados
peito, autoestima, atenção, relacionamento…” por voz - 2ª edição, por favor, utilize esse espaço.
Relato 5 “Sugiro que essa formação seja oferecida aos Foram 2 respostas:
Servidores no início de carreira, de forma preventiva”. Relato 1 “Os profissionais que ofertaram os saberes
Relato 6 “Eu fiquei muito feliz! Deveria ter sempre são todos competentes e não deixaram nada a desejar.
esses encontros. Ficamos mais fortalecidas!” Deixo aqui uma vez mais meus parabéns e sugiro que
No ano de 2022, destacamos que foi inserido o também possam oferecer cursos na modalidade on-li-
termo do aceite nos formulários de inscrição e de ne. Gratidão pela oportunidade”.
avaliação devido à Política de Privacidade do Usu- Relato 2 “pra mim foi muito bom esse segundo en-
ário para a segurança dos dados pessoais. Quanto contro. Aprendi muitas coisas e passei minhas experiên-
às respostas do Formulário de Avaliação, em 20222, cias como readaptada .foi muito valioso pra mim”.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 155


Quadro 5 - ANO 2022 – Resposta dos participantes quanto ao interesse no projeto. No Quadro 5, mostra-se o interesse demonstrado
Pergunta: O que desencadeou o seu interesse em pelos participantes quanto ao projeto, ação Roda de
participar deste projeto? Conversa em 2022. Esses relatos demonstram a impor-
19 respostas tância desse trabalho quanto aos cuidados com a voz
Aprender mais sobre os cuidados com a voz e partilha de experiência que foi o objetivo dessa ação.
A oportunidade de melhorar minha voz
Considerações finais
acho sempre interessante aprender um pouco mais
O mérito dessa ação Roda de Conversa para os ser-
sobre as questões que me levaram a readaptação
vidores readaptados por voz é de ofertar momentos de
Pq sou readaptada e acredito q seja um encontro bem-estar vocal além da escuta sensível das experiên-
importante mesmo pra quem não foi readaptado cias que esses servidores enfrentam ao sair da rotina de
pela voz. sala de aula.
Aprendizado Apesar do número pequeno de contemplados, quase
Por compartilhar com outros professores com o trinta servidores, em um universo de aproximadamente
mesmo problema , o trabalho diário. quatrocentos servidores readaptados por voz da Secre-
ouvir e passar experiencia taria de Estado de Educação do Distrito Federal, foi pre-
ciso iniciar essa feitura.
A proposta como um todo me chamou a atenção. Não temos o trabalho vocal como foco único dessa
ação, valorizamos também os cuidados pós-readapta-
Fui readaptada por problema de voz e fiquei
ção, descritos nos interesses dos participantes, e o uso
interessada no tema do projeto.
deste momento como oportunidade de fala, onde fo-
Passar e ouvir experiencias
ram ressaltadas as dificuldades de relacionamento com
Conhecer pessoas que compartilham os mesmos
os seus pares no ambiente de trabalho, que muitas ve-
problemas.
zes enxergavam o readaptado como alguém que en-
Por ser relacionado a voz controu um caminho “fácil” para se retirar das obriga-
NECESSIDADE E VONTADE
ções de sala de aula.
Ja participei1 x e foi muito bom.
A recomendação das próximas edições é que a ação
Novas abordagens sobre o assunto.
Gosto de cantar e quero muito aprender sobre a
possa chegar com antecedência aos servidores readap-
voz. tados de função por redução na capacidade de uso da
Sou Readaptada e acabo usando muito minha voz
voz, para aperfeiçoar a participação dos mesmos que
porque trabalho com alunos todos os dias poderão restabelecer a qualidade de vida e bem-estar
no trabalho mesmo com sua condição de readaptado.
passar e ouvir experiencias. Sugere-se continuar anualmente, especialmente no
Ter qualidade de vida profissional na nova mês da voz, com atividades para os professores readap-
atividade. tados por voz lotados nas diversas Coordenações Re-
Fonte: autora gionais do Distrito Federal.

Notas

1
Formulário de Avaliação - Rodas de Conversas para os Servidores Readaptados por Voz. Disponível em: http://gg.gg/avaliacaorodacon-
versareadaptados
2
Formulário de Avaliação - Rodas de Conversas para os Servidores Readaptados por Voz - 2ª Edição 2022. Disponível em: http://gg.gg/
inscricaorodaconversareadaptados2022

Referências

ALVES et al. Alterações da saúde e a voz do professor, uma questão de saúde do trabalhador. Rev Latino-am
Enfermagem. 2009, julho-agosto; 17(4).
BEHLAU, M. et al. Voz profissional: aspectos gerais e atuação fonoaudiológica. In: BEHLAU, M. (Org.). Voz: o livro do
especialista. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. v. 2, cap. 12, p. 287-407.

156 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DISTRITO FEDERAL. Portaria nº 281, de 10 de junho de 2021. Institui a Política de Qualidade de Vida, Saúde e Bem-
-estar para Servidores Públicos da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal no Ambiente de Trabalho
e para Servidores Aposentados – PQVT/SEEDF. DODF 109, Seção 1 p. 04, de 14.06.2021. Disponível em: https://
www.dodf.df.gov.br/index/visualizar-arquivo/?pasta=2021|06_Junho|DODF%20109%2014-06-2021|&arquivo=DO-
DF%20109%2014-06-2021%20INTEGRA.pdf. Acesso em: 09 jul. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação. Portaria nº 287, de 26 de setembro de 2018. Regulamenta a Política
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Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 157


DOSSIÊ - RELATOS DE EXPERIÊNCIA

Terapia comunitária na FUP-UNB: saúde


universitária na pandemia de covid-19 e na
volta às aulas presenciais
Community therapy at FUP-UNB: university health in the covid-19 pandemic and back to in-class
classes

Eliete Ávila Wolff *


Dulcicleide de Araújo Melo **
Helio da Costa Marin ***
Gelciene da Cunha Fernandes ****
Ana Luiza Oliveira Leal *****

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência da prática da Terapia Comunitária Integrativa-TCI no contexto
universitário da Universidade de Brasília-UnB, na Faculdade UnB Planaltina-FUP, em específico, a implantação da TCI para o atendi-
mento de estudantes antes, durante a pandemia de Covid-19 e na volta às aulas presenciais. A TCI define-se como uma abordagem
centrada na saúde e não na doença, nas possibilidades e não nas dificuldades. Utiliza as potencialidades de cada pessoa para alavan-
car mudanças e melhorias das condições que impactam na qualidade da saúde mental. Surgiu no nordeste brasileiro, por meio do
trabalho do psiquiatra, antropólogo e professor da Universidade Federal do Ceará-UFC, Dr. Adalberto Barreto, criador desta proposta
terapêutica na década de 1980. Atualmente, a TCI faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares de Saú-
de- PNPICS/MS como parte do Sistema Único de Saúde-SUS. Na UnB as Rodas iniciaram em 2019 de forma presencial e durante a
pandemia passaram a ser realizadas de forma remota, aumentando consideravelmente o número de atendimentos na comunidade
universitária. Na FUP a Roda de TCI, em 2022 passou a dar atenção especial para as mães universitárias camponesas do curso de
Licenciatura em Educação do Campo-LEdoC. A proposta é resultado da parceria entre o Decanato de Assuntos Comunitários-DAC/
UnB, o Movimento Integrado de Saúde Comunitária do DF-MISMECDF e o PET-Saberes e Sabores Sustentáveis do Campo-LEdoC.
Apresentamos aqui os resultados iniciais da pesquisa, que será realizada continuamente, sobre os efeitos dessa Roda. Em geral, é
possível perceber que a participação nas rodas traz importantes contribuições no campo da saúde integral do/da estudante univer-
sitário/a.

Palavras-chave: Terapia Comunitária Integrativa. Educação do Campo. Pandemia Covid 19. Saúde Integral.

—‌

Abstract: The present article aims to report the experience of the Integrative Community Therapy practice, in the university context
of UnB-Planaltina-FUP, in specific, the implantation of the Community Therapy Circle for student service before, during the Covid-19
pandemic and in the return of presential classes. The CTI defines itself as having a health-not-disease centered approach, focusing
in the possibilities rather than the difficulties. It utilizes the potentialities in each person to leverage changes and improvements in
the conditions that impact in the quality of mental health. The practice emerged in the Brazilian northeast, through the work of the
psychiatrist, anthropologist and university professor (UFC), Dr. Adalberto Barreto, creator of this therapeutic proposal in the 1980s.
Currently, the CTI is part of the Integrative and Complementary Health Practices National Policy – PNPICS/MS as part of the Unified
Health System – SUS. In UnB the Circles started in 2019 in the face-to-face regime and started to be carried out remotely, increasing
considerably the number of visits in the university community. In FUP the CTI Circle, in 2022 started to give special attention to college
student farmer mothers in the Bachelor’s Degree in Rural Education – LedoC. The proposal is a result of the partnership between
the Dean of Community Affairs, the Community Health Integrated Movement from DF – MISMECDF and the Tutorial Educational
Program – Sustainable Knowledge and Flavors of the Countryside (PET-LEdoC). Here we introduce the initial results of the research
on the effects of this Circle. In general, it is possible to notice that the participation in the circles brings important contributions to
the field of integral health.

Keywords: Integrative Community Therapy. Field Education. Integral Health. Covid-19 pandemic.

* Eliete Ávila Wolff é professora UnB.


** Dulcicleide de Araújo Melo – MISMECDF.
*** Helio da Costa Marin - Secretaria de Justiça DF.
**** Gelciene da Cunha Fernandes - Graduação UnB.
***** Ana Luiza Oliveira Leal - Graduação UnB.

158 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Introdução Mapa 1 – Polos Formadores em Terapia Comunitária Integrativa no Brasil

O presente trabalho tem


como objetivo relatar a ex-
periência da Terapia Comu-
nitária Integrativa (TCI) no
contexto da UnB-Planalti-
na, em específico a implan-
tação da Roda de Terapia
para o atendimento de es-
tudantes antes e durante
as aulas remotas, devido à
pandemia de Covid-19 e na
volta às aulas presenciais.
A TCI foi criada pelo Dr.
Adalberto Barreto(UFC),
na década de 1980. Pela
Portaria nº 8439, de 27 de
março de 20171, foi incluí-
da na Política Nacional de
Práticas Integrativas e Com-
plementares (PNPIC), instituí-
das pela Portaria nº 971/GM/
MS, de 3 de maio de 2006,
passando a contribuir para
a prevenção de doenças e
a recuperação da saúde in-
tegral em complemento aos
serviços de atendimento à
saúde pública e estabelecen-
do um caminho de cuidado
para enfrentar os desafios e
as inquietações do cotidia-
no. Favorece o acolhimento,
a inclusão e a promoção da
saúde individual, comuni-
tária e planetária pelas tro-
cas de experiências e vem
se mostrando como prática Fonte: Barreto e Barreto (2021b)
efetiva na prevenção de do-
o crescimento da utilização das PICS no Brasil. No caso
enças psicossociais (Mapa 1). A TCI está presente em
da Terapia Comunitária Integrativa-TCI, houve um au-
27 países, na América Latina, Europa e Ásia. No Brasil, mento de cerca de 300%, de participação, de 2017
conforme Mapa 1 sobre os Polos Formadores em TCI para 2019. Tais dados demonstram um maior acesso
no Brasil (BARRETO, BARRETO, 2021b, p. 65), observa- da população a essa atividade terapêutica, por meio do
-se que esta prática terapêutica atua em quase todo o sistema de saúde pública, sinalizando um crescimento
território nacional. Estima-se que milhares de Terapeu- da oferta de prevenção à saúde.
tas Comunitárias(os) já foram capacitados pelos Polos Na UnB as Rodas acontecem desde 2019 na mo-
Formadores, incluindo mais de 4000 trabalhadores da dalidade presencial e durante a pandemia passaram a
saúde e lideranças comunitárias, capacitados por meio ser realizadas de forma remota, aumentando conside-
de parcerias governamentais (CAMAROTTI, 2011). ravelmente o número de atendimentos. Na FUP-UnB a
Conforme Quadro 1, referente à oferta de ativida- Roda, iniciada na mesma época, foi presencial e aberta
des/procedimentos coletivos e número de participantes para o público em geral, acolhendo também pessoas
por PICS na Atenção Primária à Saúde-APS, de 2017 a da comunidade externa. Após o início da pandemia
2019 (apresentado como imagem), podemos observar de Covid-19, em 2022, passou-se a incluir, além do

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 159


público anterior, as mães Quadro 1: Oferta de atividades/procedimentos coletivos e número de participantes por PICS na APS de 2017 a 2019
universitárias camponesas
do Curso de Licenciatura
em Educação do Campo-
-LEdoC, como um de seus
focos, devido à parceria en-
tre o Decanato de Assuntos
Comunitários-DAC/UnB,
MISMECDF e o PET-LEdoC
na promoção desta Roda.
A LEdoC visa preparar
educadores e educadoras
para atuar nas escolas do/
no campo e tem como pú-
blico principal, a população
da região rural. A formação
ocorre em tempos alterna-
dos entre universidade e de gerações, sem disputa de significados, fortalecendo os
comunidade (Tempo Universidade-TU e Tempo Comu- vínculos solidários de cuidados (BARRETO, 2010).
nidade-TC). O período de aulas na UnB-Planaltina (TU) O isolamento, provocado pela pandemia, gerou per-
acontece por cerca de 60 dias, sendo que os(as) estu- das significativas na qualidade da formação acadêmica,
dantes se instalam no alojamento na própria Faculdade. pois, a presencialidade permite o aprofundamento da
Algumas mães trazem suas crianças que são cuidadas conexão com os conteúdos a serem estudados. Per-
por um coletivo de estudantes, voluntárias(os) e/ou bol- mite, ainda, o estabelecimento de vínculos mais fortes
sistas, por meio do Projeto de Extensão Educação Infan- entre as pessoas, sobretudo de jovens, estimulando a
til Ciranda. O espaço “Ciranda” acolhe crianças de até troca de afetos e o cumprimento de compromissos in-
quatro anos, enquanto suas mães estudam. O PET LEdoC dividuais e coletivos.
elegeu as mães camponesas como seu principal objetivo A apesar da importância da volta às aulas presen-
de trabalho, tendo iniciado com esse perfil em 2021. ciais, a TCI da FUP manteve-se remota a fim de dar con-
Com a pandemia de Covid-19 no início de 2020 as tinuidade aos encontros e fortalecer os vínculos criados
aulas presenciais foram suspensas e o atendimento às no espaço/tempo estabelecidos durante a pandemia e
mães passou a ser remoto. Buscou-se identificar formas permitir o acesso à Roda de pessoas de diferentes terri-
de apoio àquelas que passavam por momentos difíceis, tórios. Refletimos aqui o alcance da TCI na comunidade
de desgaste físico e emocional, devido ao isolamento universitária e os resultados iniciais de nossa pesquisa
social. Uma das formas encontradas foi a realização de sobre os efeitos da pandemia na roda estudada. Em ge-
Rodas remotas de TCI, promovidas pela UnB, buscando ral, é possível perceber que a participação nas rodas traz
proporcionar auxílio no contexto de crise2. Em fevereiro importantes contribuições no campo da saúde integral.
de 2022 reiniciamos a oferta da Roda de TCI na FUP de
forma remota e quinzenal, buscando a participação das O que é a Terapia Comunitária Integrativa
mães universitárias camponesas, a fim de que encon-
trassem um espaço para falar sobre suas dificuldades A Terapia Comunitária Integrativa-TCI nasceu na dé-
pessoais e acadêmicas. Nestes primeiros meses tivemos cada de 1980. Uma experiência sistematizada e coorde-
a participação de cerca de 50 pessoas. nada pelo Dr. Adalberto Barreto (UFC), e pelo advoga-
As Rodas de TCI incentivam as pessoas a partilharem do Airton Barreto, seu irmão, que atuava no Centro de
o que vivem no seu dia a dia, permitindo que saiam Direitos Humanos da Comunidade do Pirambu, a maior
do lugar de espectadores passivos para perceberem a favela de Fortaleza, no Estado do Ceará, Brasil. Airton
importância de seu potencial pessoal e da autonomia atendia a essa população que necessitava de apoio ju-
na melhoria de sua saúde e bem-estar para si e para o rídico, mas que em sua maioria também buscava res-
outro. Um movimento circular e horizontal que permi- postas para as suas “dores da alma”, decorrentes dos
te a convivência respeitosa e colaborativa, onde todos fatores associados à realidade social em que estavam
compartilham estratégias de enfrentamento para os de- inseridos e que se assemelhavam aos de emergência so-
safios do cotidiano. Um ambiente de promoção da saúde cial e humanitária (BARRETO, BARRETO, 2021b).
que identifica o potencial daquele que sofre, a partir da Para atender às demandas de sofrimentos psíqui-
socialização dos diferentes saberes construídos ao longo cos apresentadas por essa população, o Dr. Adalberto

160 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Barreto foi até a comunidade com seus alunos e propôs e a horizontalidade do diálogo. Na prática da TCI todos têm
um cuidado coletivo, dando início à construção da prá- igualmente direito a “vez e voz”, o que significa uma prática de
tica da Roda de Terapia Comunitária Integrativa. Surgiu horizontalidade. Não há hierarquia, não há ”donos do saber”;
então, a TCI do encontro entre o “saber científico” e o todos os participantes de uma roda podem aprender com os re-
latos de histórias vividas e com as soluções encontradas por cada
“saber popular” (SILVA, 2016).
um. As histórias contadas nessas rodas são verdadeiras pérolas
Essa proposta de atenção comunitária tem como
que produzem impacto na saúde e no estilo de vida das pesso-
foco o fortalecimento das potencialidades e qualidades as presentes. Na escuta dessas histórias, vimos a possibilidade de
das pessoas, e a promoção da formação de redes so- abrir espaços para o campo da investigação científica, procurando
ciais de apoio para o enfrentamento das inquietações compreender as mudanças que ocorriam nas pessoas a partir da
do cotidiano. É um espaço de palavra que liberta, pois participação delas nas rodas de terapia (FERREIRA FILHA, LAZARTE
“quando a boca cala os órgãos falam”. Que dá visi- E BARRETO, 2015).
bilidade à dor, ao sofrimento. É um espaço de escuta
ativa, quando o outro fala dele, cada um(a) escuta de Por ser um mecanismo de cuidado comunitário, fun-
si, começando a gerar identificações, que podem for- damenta-se também no conceito de saúde da Orga-
mar redes de afeto, de vínculos e de comunidade. As nização Mundial de Saúde-OMS, que integra todas as
pessoas vão chegando isoladas e aos poucos começam áreas da vida, reconhecendo o bem-estar físico, mental,
a perceber que a dor humana é a mesma, é universal, e, social e planetário humano, valorizando os recursos e as
quando juntos, partilham suas dores e descobrem que parcerias disponíveis na rede de apoio de cada comuni-
também podem partilhar as soluções e as estratégias de dade (BARRETO, 2019). Segundo Barreto (2019, p. 39),
superação. Compreende-se que o isolamento fragiliza, criador da TCI, os objetivos desta proposta são:
mas a união protege as pessoas (CARÍCIO, 2010).
A TCI se define como uma abordagem centrada na 1. Reforçar a dinâmica interna de cada indivíduo para que este
saúde e não na doença, nas possibilidades e não nas possa descobrir seus valores, suas potencialidades, e tornar-se
dificuldades. Utiliza as competências de cada pessoa e mais autônomo e menos dependente; 2. Reforçar a autoesti-
de cada sistema como alavancas para mudanças e me- ma individual e coletiva; 3. Redescobrir e reforçar a confiança
lhorias das condições que impactam na qualidade da de cada indivíduo na sua capacidade de evoluir e de se desen-
saúde integral. volver como ser humano; 4. Valorizar o papel da família e da
Terapia é uma palavra de origem grega que significa rede de apoio que existe em seu meio; 5. Estimular o desejo de
união e valorização cultural por meio das instituições culturais
acolher, atender, servir. “Portanto, o terapeuta comuni-
e da família; 6. Conectar o saber popular e o científico. 7.
tário é aquele que acolhe e cuida das pessoas de forma
Estimular a participação e o diálogo comunitário.
calorosa” (BARRETO, 2019, p. 37). A palavra comuni-

dade se refere a algo em comum, e no caso do encon-
A TCI na sua trajetória tem sido aplicada em dife-
tro da terapia, as pessoas têm dificuldades, sofrimentos
rentes contextos, tais como hospitais, postos de saú-
em comum e buscam encontrar saídas nesse coletivo.
de, centros comunitários, escolas, empresas etc. Onde
A vida comunitária pode oferecer para sua gente um
um grupo de pessoas se interessa pelo apoio oferecido
lugar de diálogo, colaboração, solidariedade e busca de
por esta comunidade de terapeutas, pode nascer uma
solução de problemas comuns. A TCI oferece algo além
Roda de Terapia Comunitária. Muitas rodas necessitam
do que podem oferecer o serviço público. Este último,
se reinventar para acolher pessoas no enfrentamento
já muito precarizado pela falta de recursos, deixa de
de situações como: lutos, inseguranças, medos e suas
atender e de oferecer condições mínimas de vida para a
consequências, que geram sofrimentos que nem sem-
população que depende e necessita do apoio do Esta-
pre precisam ser medicalizados, mas sim, acolhidos. A
do. Nesse contexto, a TCI adquire um papel fortemente
TCI propõe que a promoção de saúde se dê por meio
social, além de ser terapêutico e comunitário.
da construção coletiva de parcerias em que vários seg-
mentos colocam seus saberes à disposição do coletivo.
A experiência dos Terapeutas comunitários tem sido sempre mui-
to rica em processos de elevação da força coletiva e individual,
A condução das Rodas de TCI são realizadas por tera-
por meio da redescoberta da humanidade e do valor de se es- peutas comunitários(as), capacitados por Polos Forma-
tender a mão ao outro. A TCI ajuda a formar vínculos, afetivos dores em TCI, reconhecidos pela Associação Brasileira
e sociais, criando ou recriando comunidades, onde o sentido de de Terapia Comunitária-ABRATECOM. Em Brasília, o
pertencimento não existe ou está fragilizado. As pessoas deixam Polo Formador MISMECDF, há 20 anos forma terapeu-
de se sentir estranhas e sem raízes, reconstroem a sua identida- tas comunitários, sendo que durante a Pandemia de
de por semelhança, com as histórias de vida de quem está ao Covid-19, adaptou o modelo de capacitação e ofere-
seu lado, e que até então eram desconhecidas. Criam-se laços, ceu, pela primeira vez, a formação híbrida.
amizades, simpatias, empatia. Na TCI existe o respeito à partici- O processo de capacitação nos convida a conhecer a
pação e ao protagonismo. Valoriza-se a singularidade dos sujeitos metodologia da TCI, como uma prática complementar

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 161


em saúde que está alicerçada em cinco eixos teóricos: O A terapia comunitária na FUP: mães universi-
Pensamento Sistêmico; A Teoria da Comunicação; An- tárias e camponesas
tropologia Cultural; Resiliência e A Pedagogia de Paulo
Freire (2014). Em 2019 a UnB iniciou sua oferta de TCI como
serviço de atenção à saúde de estudantes universi-
Paulo Freire acreditava que a superação da opressão só é possí- tárias/os, em parceria com a Gerência de Práticas In-
vel por meio da educação como prática libertadora, esta, vinda tegrativas em Saúde (GERPIS) da Secretaria de Saúde
por meio dos próprios oprimidos, pois são eles que verdadeira-
do DF (SES/DF). A partir daí e ao longo de dois anos
mente sofrem e sentem o significado de uma sociedade opres-
de isolamento social, devido à pandemia de Covid
sora (FREIRE, 2014).
19, a Diretoria de Atenção à Saúde Comunitária Uni-

versitária, vinculada ao DAC, realizou mais de dois mil
Da mesma forma que a educação se expande como
atendimentos por meio da rede de terapeutas comuni-
prática libertadora ao dar voz e vez ao sujeito, tornan-
tários(as) voluntários(as).
do-o protagonista de seu próprio processo de cresci-
Os encontros foram promovidos em 2019, de for-
mento e desenvolvimento, a saúde integral se expande,
ma presencial. Com o isolamento e o início das aulas
ao compreender a cura como um caminho articulado
remotas, a TCI passou a ser ofertada nesta modalida-
entre o fortalecimento individual e coletivo de sujeitos
de, sendo possível verificar um aumento significativo
que compartilham sofrimentos e se unem para encon-
na frequência de estudantes nas Rodas. A adaptação
trar estratégias para lidar com eles, para superá-los ou,
para o formato on-line possibilitou a continuidade do
pelo menos, para melhor compreendê-los.
acolhimento emocional e o cuidado de estudantes
Quando se busca alívio ou cura nos profissionais de
que se viram diante de uma nova situação, em mui-
saúde, muitas vezes são encontrados limites, já que as
tos casos de grande isolamento e medo.
diversas faces do sofrimento são pouco discutidas na
A partir do retorno às aulas presenciais em 2022,
própria formação acadêmica, onde o modelo médico
a Roda de TCI da FUP continuou no formato remoto,
está voltado para a identificação de doenças e sua res-
que cumpriu um papel essencial durante a pande-
pectiva cura. Assim, surgem dificuldades nestes profis-
mia, buscando acolher estudantes de comunidades
sionais para abordar síndromes indefinidas como: an-
distantes, como as mães universitárias camponesas.
siedade, estresse, angústia, depressão, medos e dores
As Rodas de TCI remotas possibilitam também a
inespecíficas. A TCI, lida com tais casos resgatando a
participação da comunidade do entorno da universi-
força e a autonomia individual, por um lado, e tecendo
dade, e inclusive de outras cidades, estados e regiões
redes, por outro, buscando a tomada de consciência
do país, que normalmente não seriam atendidos, se
dos recursos já disponíveis, muitas vezes presentes na
não fosse esse recurso virtual.
vida cotidiana (FUENTE-ROJAS,2011)
Para conhecermos as contribuições da Roda de
Para tanto, existem os protocolos básicos e as técni-
TCI, via remota, na FUP, aplicamos um questionário
cas criadas para organizar o funcionamento das Rodas
aos 25 participantes que integram, atualmente, o
de TCI, a fim de que se estabeleça um diálogo possível
grupo, que o receberam via whatsapp. O formulário
entre os(as) terapeutas comunitários(as) no contexto
do “google forms” contém 29 perguntas e aborda
das rodas. A sequência das Rodas é desenvolvida em 6
questões relativas à experiência e a contribuição da
(seis) etapas, são elas:
roda. Foi respondido por 14 pessoas, dentre as quais
Primeira etapa: o ACOLHIMENTO - acolhe o grupo e apresenta
78% são estudantes da UnB. Este universo da pes-
as regras que orientam o diálogo respeitoso no desenvolvimento
quisa será ampliado na medida em que a Roda da
da roda. Segunda etapa - A ESCOLHA DA INQUIETAÇÃO - in- UnB-Planaltina for se consolidando, possibilitando a
centiva o grupo a partilhar as inquietações do cotidiano e escolher continuidade deste estudo.
uma para refletir na roda do dia. Terceira etapa – a CONTEX- Sobre a percepção do acolhimento da roda, 71%
TUALIZAÇÃO, objetiva compreender a inquietação do protago- afirmou se sentir muito acolhida/o. As razões que le-
nista por meio de perguntas que favoreçam uma reflexão de si e varam à decisão de participar da roda foram, em ordem
seus vínculos, seus valores/crenças, entre outras. Quarta etapa decrescente: 1. Sentir muita angústia e ansiedade (64%);
- a PARTILHA DE EXPERIÊNCIAS, objetiva fazer emergir situ- 2. Se sentir só (35%); 3. Se sentir deprimida/o (14%).
ações semelhantes vivenciadas e suas respectivas estratégias de Acerca do interesse em seguir participando da
enfrentamento pelos participantes do grupo. Quinta etapa – o Roda, 64% afirmou ter muito interesse. Como ape-
ENCERRAMENTO - amplia o significado das experiências vividas, nas uma inquietação é escolhida em cada roda, a
possibilitando renovação e mudança consigo e com os outros.
maioria das pessoas (42%) afirma que o tema eleito
Sexta etapa – a APRECIAÇÃO- reflexão da ação desenvolvida
gera muitas contribuições para si, mesmo não tendo
como um caminho para aprimorar ações futuras (BARRETO e
sido ela que o sugeriu. Neste caso, 50% considera
BARRETO, 2021a).

162 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


que as reflexões sobre os temas as ajudam bastan- se encontra em sofrimento devido às demandas da
te, e contribuem para seu fortalecimento. Para cada vida acadêmica. Pedir auxílio neste contexto onde as
inquietação selecionada pelo grupo, surgem estraté- provas de força, capacidade e superação são exigidas
gias para lidar com elas, vindas dos próprios partici- constantemente, é um ato de auto respeito, auto valo-
pantes. Neste sentido, 80% afirma que elas são úteis rização e até de reconhecimento dos próprios limites.
para lidar com o cotidiano, Esse reconhecimento é, em si, um indicador de saúde,
O funcionamento da Roda supõe regras que auxi- é o sofrimento que leva à busca de auxílio.
liam e organizam o trabalho terapêutico, conforme As Rodas realizadas dentro da universidade, de
relatado anteriormente, democratizando a participa- forma remota, reuniram estudantes e funcionários
ção. As regras são: fazer silêncio (desligar os microfo- de distintas faculdades, incluindo pessoas externas à
nes nas rodas remotas); não dar conselhos, julgar ou instituição. Pode-se dizer que esta foi uma realidade
fazer críticas ao outro; falar de si e de sua própria ex- presente durante a pandemia, modificando de forma
periência. Por outro lado, a roda acolhe contribuições significativa as relações interpessoais que já não esta-
de músicas significativas para os temas debatidos ou vam mais ligadas a um espaço físico. Neste sentido,
momentos de reflexão, assim como ditados, poesias os processos afetivos acontecem durante o tempo/
e até piadas, que possam ajudar a compreender uma espaço de existência da Roda, sendo que sua dimen-
situação difícil, olhá-la com serenidade e retirar dela são coletiva se estabelece dentro destes mesmos limi-
aprendizagens. Diante da pergunta sobre a utilidade tes. O que a roda proporciona é uma conscientização
das regras para o funcionamento do trabalho tera- da necessidade das redes de apoio, ou mesmo do
pêutico, mais de 90% entende que são necessárias reconhecimento dos recursos presentes na vida das
e que auxiliam o desenvolvimento da roda. Por outro pessoas que estão participando. A Roda propõe que
lado, existe uma sequência na dinâmica da roda (aco- a pessoa valorize os recursos que ela já possui, fora
lher, comemorar, identificar as inquietações, falar da academia e daquele grupo.
sobre as inquietações, identificar as estratégias) que Mesmo assim, os encontros de TCI se caracterizam
deve ser seguida. Ao comentar sobre isso, da mesma pela mútua ajuda por meio da troca de estratégias,
forma, o grupo entende que enriquece as aprendiza- da escuta, do reconhecimento da força individual, da
gens do processo. valorização das qualidades de cada um ou cada uma.
Mesmo tendo um impacto muito positivo em todas Durante o trabalho terapêutico busca-se articular a
as pessoas que responderam o formulário, a frequ- dimensão subjetiva, familiar, social, e física apoiando
ência varia muito. Barreto, em suas palestras, afirma a qualidade e a capacidade e não a dificuldade e a
que não existe um número mínimo de rodas para que carência. As inquietações apresentadas estimularam
aconteça algum tipo de mudança positiva. Pode ser a força e a autonomia individual. O acolhimento ca-
uma ou mais. Cada roda é única e traz um momento loroso, o cuidado, o servir e o atender é o ponto de
de reflexão que pode repercutir imediata ou posterio- partida para a criação de saídas das dificuldades. A
mente. Uma única descoberta, compartilhamento ou TCI tem a intenção de reforçar a dinâmica interna de
escuta pode ter uma grande importância e impacto cada indivíduo, sua autoestima, sua confiança em si
na vida cotidiana. mesmo, a valorização da sua ação no mundo, seu pa-
De acordo com os estudos realizados por Ferreira pel na família e nos grupos dos quais participa. Favo-
e Schneider (2020), Alves et al (2021) e Castro et al rece a construção e reconstrução de relações sociais e
(2022), os resultados apontam que a Terapia Comuni- culturais, assim como a reflexão e o diálogo.
tária Integrativa pode fazer parte de projetos mais am- Para o grupo é importante que se estabeleçam re-
plos voltados à compreensão dos sofrimentos coletivos, lações horizontais de abertura para as falas, permi-
à saúde do trabalhador e para contribuir na elabora- tindo a manifestação, sem julgamentos. Diante do
ção de políticas públicas de instituições de ensino. Seu contexto exigente da universidade, dar-se a oportu-
efeito na diminuição de tensões sempre presentes no nidade de participar de uma roda de TCI pode ser
trabalho coletivo se evidencia, sendo possível, inclusive sinal de grande sofrimento, mas também é um ato de
sua contribuição em contextos escolares. maturidade presente na busca e no pedido de auxílio.
A Terapia Comunitária Integrativa se propõe a
Considerações finais abertura de novas descobertas sobre as formas alter-
nativas de encarar as exigências da vida. No contexto
A Terapia Comunitária tornou-se um recurso de universitário, e principalmente, para as mães universi-
promoção e prevenção da saúde no contexto univer- tárias camponesas, esse fortalecimento é necessário. A
sitário da UnB, tendo se fortalecido durante a pan- pesquisa apresentada permite identificar os primeiros
demia. Permite estimular o fortalecimento de quem resultados destes benefícios alcançados.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 163


Notas

1
MINISTÉRIO DA SAÚDE (2017) é uma portaria que inclui a Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia,
Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares.
2
O Projeto de Extensão Educação Infantil Ciranda, iniciou, em junho de 2020, um Grupo de Apoio Psicossocial para estudantes da LEdoC.
Tratava-se de um grupo de acolhimento cujo objetivo foi o de reunir estudantes em geral, de forma a possibilitar a reflexão e o diálogo
sobre o estado de incerteza e insegurança vivenciado. O grupo tinha como objetivo principal apoiar as mães universitárias camponesas
e continuou sua atuação até o ano de 2021, via remota, oferecendo, pelo whatsapp, recursos diversos (textos, vídeos, apresentações,
músicas, jogos, etc).

Referências

ALVES, Mariane Inaraí; FELIPE, Adriana Olimpia Barbosa; BRESSAN, Vânia Regina; RESCK Zélia Marilda Rodrigues; MOREIRA,
Denis da Silva. Efeito da Terapia Comunitária Integrativa sobre os sintomas de ansiedade em adolescentes no
contexto escolar. Research, Society and Development, v. 10, n. 3, e5010312986, 2021.
BARRETO, Adalberto de Paula. Terapia Comunitária, passo a passo, 5ª ed. revisada e ampliada. Fortaleza: Gráfica LCR, 2019. 
BARRETO, A. P.; BARRETO, M.C.R. Guia para a prática em Terapia Comunitária Sistêmica Integrativa. Fortaleza: Gráfica
Sergio, 2010. BRASIL.
BARRETO Adalberto de Paula; BARRETO M. C. R. - Coletânea - A Prática da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) - Desafios
e Possibilidades – Vamos pensar juntos? Caderno Pedagógico 3 - As Etapas da Terapia Comunitária Integrativa , 2021(a).
BARRETO Adalberto de Paula; BARRETO M. C. R. - Coletânea - A Prática da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) -
Desafios e Possibilidades – Vamos pensar juntos? Caderno Pedagógico 4 - Praticando a restituição, as perguntas na
contextualização, e o mote, 2021(b).
CAMAROTTI, Maria Henriqueta; GUEDES, Tereza C. G. de P. F; BARRETO, Adalberto de Paula. Terapia Comunitária Integra-
tiva sem fronteiras. Compreendendo suas interfaces e aplicações. Brasília, DF: MISMECDF, 2011.
CAMAROTTI, Maria Henriqueta; GUEDES, Tereza C. G. de P. F; BARRETO, Adalberto de Paula. A Terapia Comunitária Inte-
grativa no cuidado da saúde mental. Brasília: Kiron, 2013.
CARÍCIO, Márcia Rique. Terapia comunitária: um encontro que transforma o jeito de ver e conduzir a vida. João Pes-
soa: UFPB/CCS, 2010. 133f. Mestrado
CASTRO, R.; FREITAS, C. A.; RODRIGUES, E. P.; SILVA, M. B. Terapia comunitária sistêmica e integrativa como instru-
mento de avaliação e diagnóstico da saúde de servidores da secretaria de educação de Uberaba-MG. Temas em
Educação e Saúde , Araraquara, v. 12, 2016. DOI: 10.26673/tes.v12i0.9814. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.
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SILVA, Priscila Maria de Castro. A terapia comunitária como estratégia de intervenção para o empoderamento de
usuários de CAPS em processo de alta. João Pessoa, 2016. Tese de Doutorado, UFPB.

164 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DOSSIÊ - RELATOS DE EXPERIÊNCIA

A importância da formação continuada com


foco na promoção da saúde vocal do professor
The importance of continuing education with a focus on promoting the vocal health of the teacher

Ivonete da Silva Oliveira *

Resumo: O presente relato de experiência ocorre como uma aprendizagem vivencial na execuçãodocurso Bem-estar
e qualidade de vida: usos e desusos da voz do profissional da educação, ofertado na EAPE em 2021, para os profis-
sionais da SEE-DF. A importância de um curso de formação continuada com foco na saúde vocal veio após a pesquisa
acadêmica e reflexões acerca da necessidade do profissional da educação reconhecer a voz como um recurso de
trabalho que necessita de cuidados diários para a realização das atividades sem causar alterações na voz que o levem
ao afastamento, temporário ou definitivo, de suas atividades laborais. Dessa forma, compreendeu-se que esse pro-
cesso de formação para o conhecimento sobre a voz precisa considerar as experiências e as necessidades de saberes
dos profissionais, considerando, inclusive, a falta de conhecimentos evidenciada nos relatos e falas dos participantes.
Assim, compreendemos uma formação continuada que vai além da simples apresentação de técnicas ou repetição
de exercícios vocais, mas um trabalho educativo importante no desenvolvimento de reflexões sobre o uso da voz,
como um recurso pessoal e profissional, com conhecimentos relevantes para manter a voz saudável durante toda a
vida profissional. No que se refere à pesquisa qualitativa e os aspectos metodológicos, utilizamos conversas informais,
perguntas e respostas, diálogos e os registros reflexivos com os participantes, os quais reforçaram a relevância dos
conhecimentos adquiridos, durante a participação no curso, para atitudes e comportamentos mais conscientes visando
à saúde vocal individual e coletiva no ambiente de trabalho.
Palavras-chave: Voz. Saúde vocal. Voz do professor. Formação continuada.
—‌
Abstract: The present experience report occurs as an experiential learning in the execution of the course Well-being
and quality of life: uses and disuse of the voice of the education professional, offered at EAPE in 2021, to the profes-
sionals of SEE-DF. The importance of a continuing education course focused on vocal health came after a research
and reflections on the need for the education professional to recognize the voice as a work resource that needs daily
care to carry out activities without causing changes in the voice that take him/her to leave, temporarily or permanent-
ly, from his/her work activities. Thus, it was understood that this process of training for knowledge about the voice
needs to consider the experiences and needs of knowledge of professionals, considering, even, the lack of knowledge
evidenced in the reports and statements of the participants.Thus, we understand a continuous training that goes
beyond the simple presentation of techniques or repetition of vocal exercises, but an important educational work in
the development of reflections on the use of voice, as a personal and professional resource, with relevant knowledge
to maintain a healthy voice throughout professional life. Regarding methodological aspects, we used bibliographic
research, informal conversations, questions and answers, dialogues and reflective records with the participants, which
reinforced the relevance of the knowledge acquired during the participation in the course for more conscious attitudes
and behaviors aimed at individual and collective vocal health in the work environment.
Keywords: Voice. Vocal health. Teacher’s voice. Continuing education.

* Ivonete da Silva Oliveira é graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário do Distrito Federal, e em Fonoaudiologia pela Uni-
versidade Paulista-Brasília, mestre em Educação pela Universidade de Brasília. Professora da Secretaria de Estado de Educação do
Distrito Federal (SEEDF); professora formadora na Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação – EAPE.
Contato: ivonete.oliveira@edu.se.df.gov.br

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 165


Introdução para a melhor comunicação. Hoje, a arte de falar em
público – a oratória- é uma habilidade comunicativa
O presente relato de experiência tem o objetivo que pode ser treinada e melhorada, por meio de téc-
principal discutir a formação continuada com foco na nicas e regras aprendidas com o objetivo de informar,
voz e como importante ação educativa para o profes- entreter e influenciar o ouvinte.
sor, um profissional da voz que necessita desenvolver A produção da voz não apresenta um padrão de-
hábitos e atitudes que promovam a própria saúde e finido, ou seja, uma única voz dita como “normal”,
o bem-estar profissional. Como objetivos específicos, pois há um número de fatores (biológico, psicológico,
o relato propõe alguns conceitos básicos acerca da sócio educacional) e de modificações nesse processo.
voz, além das contribuições evidenciadas no pla- Mas desejamos que a voz tenha qualidade no proces-
nejamento e desenvolvimento do curso, a partir das so comunicativo. Na área da fonoaudiologiao princípio
necessidades dos professores participantes, ou seja, da qualidade vocal (ou saúde vocal) é a realizaçãoque
entender como o grupo está usando a sua voz; des- passa a impressão ao ouvinte de que o falante não está
cobrir a visão de cada professor sobre a voz e os pro- realizando esforço, tensões ou transtornos durante a
blemas que precisam ser resolvidos. produção do som da voz e da fala, ou seja, um som
A voz humana é o som que resulta de uma ação fi- bem adaptado às características do indivíduo e produzi-
siológica, identificando a pessoa quanto à sua idade, do sem dificuldade ou desconforto
sexo, raça, tamanho físico. Cada indivíduo tem uma De acordo com Behlau et. al. (2001), um som dito
voz como tem a sua impressão digital, pois o som de boa qualidade para os ouvintes é a eufonia, e o con-
que forma a voz depende da estrutura das cavida- trário é a disfonia. Desse modo, uma boa voz é aque-
des de ressonância e dos órgãos articuladores. Dessa la produção vocal bem adaptada às características de
forma, nascemos dotados de uma capacidade para cada indivíduo apresentando uma qualidade aceitável
produzir a voz, que empregamos naturalmente des- socialmente; produção que não interfere na inteligibi-
de os primeiros momentos de nossa existência.Nas lidade da fala; permite o desenvolvimento profissional;
aquisições da fala, características de personalidade e apresenta frequência, intensidade, modulação e pro-
estado emocional ocorrem naturalmente por meio da jeção apropriadas para o sexo e a idade do falante e
interação com os outros seres humanos, completando transmite a mensagem emocional do discurso.
a nossa identidade vocal. Entre o grupo de profissionais que usa a voz para o
trabalho está o professor. Esse como profissional da
O homem na produção da sua voz e fala tem a capacidade de
voz necessita de qualidade vocal para manter uma voz
influenciar, informar, se expressar com o outro de forma criati-
va e consciente, pois é um animal que dispõe da faculdade de
saudável no desenvolvimento das atividades docentes,
se comunicar na perspectiva de mudar sua própria realidade. porque abusos vocais causam afastamentos, má quali-
A voz é o meio que torna possível a transmissão da palavra dade de vida no ambiente de trabalho, nos contextos
falada, coexistindo comumente com a linguagem, a fala, a familiares e sociais.
língua e o pensamento. (VALLE, 1996, p.73) De acordo com o Consenso Nacional de Voz Profis-
sional (2004),o abuso vocal é caracterizado quando um
A princípio, a transmissão da palavra falada não indivíduo utiliza a sua voz acima dos limites saudáveis,
era objeto de estudo, aprendia-se pela prática e se- mesmo com a utilização de uma boa técnica vocal.
guindo exemplos. Há diferentes teorias sobre a ori- Dessa forma, podemos identificar comportamentos de
gem do estudo formal da oratória como uma arte a abuso vocal como o uso incorreto da voz:gritar, falar
ser ensinada e aprendida. Nesse trabalho citamos de em ambientes ruidosos, uso forçado e excessivo da voz
Aristóteles e Demóstenes por seus estudos relevantes quando existe uma mudança tecidual, pigarreio exces-
acerca da oratória. Aristóteles foi um filósofo grego sivo. E comportamentos de mau uso da voz, quando
que através dos seus estudos e ideias compôs uma distorcem o funcionamento normal da voz: falar muito
importante obra: o livro “A Retórica”, um trabalho de alto, tensão/esforço ao nível do pescoço e ombros no
referência que definiu bases do conhecimento daarte ato de produção da fala, falar durante longos períodos
de falar bem, na capacidade de falar de forma clara. de tempo, falar a uma velocidade muito rápida, falar
Demóstenes foi um grande orador grego que buscou durante a inspiração.
no autoconhecimento e na aprendizagem meios para Os conceitos acima apresentados foram compreendi-
melhorar o seu discurso e superar um problema: ele dos na vivência da formação, por meio de práticas indi-
era gago. Assim,pegava várias pedras de pequena di- viduais e coletivas para desenvolver o autoconhecimen-
mensão e colocava na boca para treinar a articulação. to do corpo, uma compreensão do funcionamento das
Desse modo, podemos inferir o quanto é antiga a estruturas que produzem a voz, com maior consciência
necessidade do homem de aperfeiçoar a voz e fala de suas potencialidades e limitações.

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A formação continuada: bem-estar e qualida- atuam na profissão sem qualquer conhecimento e pre-
de de vida usos e desusos da voz do profis- paro sobre o uso da voz (SILVA OLIVEIRA, 2020).Mas,
sional da educação na atual edição do curso sobre saúde vocal identifica-
mos algumas mudanças. O assunto “voz” não se apre-
Inovadora que é, foi bem aceita a proposta de for- senta como uma temática nos espaços e conversas de
mação continuada sobre o comportamento vocal do trabalho, pouco se fala sobre cuidados e saúde vocal,
profissional de educação, afinal,a proposta favorece o porém essa realidade pode estar mudand , de acordo
autoconhecimento e a conscientização do mecanismo da com alguns relatos de professores participantes da edi-
voz falada, munindo o profissional de técnicas para uma ção do curso de 2021. Eles começaram a relatar o in-
melhor emissão vocal, a fim de evitar alterações na voz e, teresse pelo curso a partir de conversas eindicação dos
por fim, promover a saúde e o bem-estar no trabalho. colegas que participaram da versão anterior, outro mo-
Durante a formação, os participantes relataram o in- tivo foi observarem o próprio desconforto vocal e acredi-
teresse em aprender a usar a voz no trabalho por con- tarem que na formação terão orientações e instituições de
siderarem não ter conhecimentos suficientes. O que se ensino estão incluindo no projeto pedagógico palestras e
deve a, por um lado, não terem tido essa formação na oficinas para falar sobre saúde vocal. Assim, verificamos
graduação e, por outro lado, por observarem colegas a importância da continuidade da ação educativa que
de trabalho que adquiriam problemas de voz que os podeestar influenciando na mudança da realidade.
levaram a restrições no trabalho. Destacamos que o curso de formação “Usos e desu-
Para realizar a pesquisa, trabalhamos com profissio- sos da voz do profissional de educação”, nas versões
nais inseridos em dois perfis: profissionais com pouco anteriores de 2021, foio meu trabalho desenvolvido
tempo de trabalho docente e profissionaiscom mui- como professora formadora da EAPE e objeto de es-
tos anos de trabalho. Na grande maioria dos perfis os tudo da pesquisa acadêmica intitulada Professor, onde
professores são do gênero feminino; atuam nos anos está a sua voz? Como está a sua voz: uma proposta
iniciais do ensino fundamentale com formação em Pe- de formação continuada. Esta pesquisa evidenciou que
dagogia.Os profissionais que falaram sobre orientações arealização do curso na opinião dosparticipantesapre-
e conhecimentos no uso da voz na graduação tinham sentou um impacto positivo, pois levou os participantes
licenciatura na área musical ou teatral. Mas como pro- após a formação integrar elementos de cuidados com a
fissionais atuantes, regentes ou não regentes, na rede de própria voz na vida pessoal e profissional. Desse modo,
ensino público do DF,a grande maioria falou a realidade: é importante registrar aqui um ponto importante: a de-
poucos pensam ou foram orientados no início de sua car- cisão pela continuidade da formação ocorreu após um
reira no magistério público a respeito do uso da voz. Afir- longo processo de avaliação, pesquisa e reavaliação.
maram não ter recebido antes desta formação uma orien- Durante todo este período de oferta e reoferta bus-
tação sobre saúde ou qualidade da voz como se pode ob- cou-se adequar a formação continuada à realidade dos
servar nos dois depoimentos abaixo apresentados: profissionais da educação, por meiode uma construção
coletiva. Entendemos que essa ação educativa dialógi-
Confesso que ao longo da minha vida raramente parei para
ca, reflexiva e participativa permite uma renovação e
observar a minha voz. Porém, alguns episódios de desconforto
adequação do curso ao momento de oferta, na busca
vocal, após um dia intenso de trabalho, despertaram meu inte- por compreender as reais necessidades do público-alvo.
resse por este curso (C.F.,T4,2021). Assim, a oferta está em consonância comas Diretrizes
A preocupação com a voz e o interesse por preservá-la surgiu de Formação da Eape como referência a formação críti-
há dois anos, depois de uma consulta ao otorrinolaringologista co-emancipadora dos sujeitos, levantamento prévio das
que examinando a minha garganta identificou uma pequena demandas de formação continuada, com base nas ne-
fenda nas cordas vocais. (M.L. T4,2021). cessidades e prioridades da SEEDF.
Recentemente uma conquista dos trabalhadores de
Essa realidade, a falta de preparação do professor, educação fundamenta o aprimoramento da formação
também foi evidenciada em pesquisas recentes. Quin- continuada dos profissionais do magistério: a nova Política
tanilha (2006) pesquisou 149 professores do ensino bá- de Qualidade de Vida, Saúde, Bem-estar para Servidores
sico da SEEDF e concluiu que 83,5% declararam não Públicos da Secretaria de Educação do Distrito Federal no
haver recebido durante a formação de graduação ne- Ambiente de Trabalho e para Servidores Aposentados –
nhum tipo de conteúdos e conhecimentos sobre voz ou PQVT/SEEDF, instituída por meio da Portaria nº 281, de
cuidados com a voz. Em outro trabalho de pesquisa,o 10 de junho de 2021. A atual versão do curso se insere
qual sou autora, foi possível evidenciar que: dototal de no contexto deste documento como uma ação da políti-
100 professores, 79% procurou participar da formação ca de Qualidade de vida e Bem-estar, a fim de promover
continuada “Usos e Desusos da voz” por relatarem que o desenvolvimento integral do profissional da educação,

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 167


dentro da abordagem das políticas públicas existentes e prática como fonoaudióloga essa escuta é evidenciada
atendendo algumas metas e estratégias do Plano Distrital no espaço do tratamento clínico. Assim, minha forma-
de Educação -PDE 2015/2024 – Lei nº 5.499/2015. ção e experiência como profissional da educação e da
No ano de 2021, o curso de formação continuada saúde me permitiu unir uma ação educativa visando a
Bem-estar e qualidade de vida: usos e desusos da voz saúde e por isso o momento foi definido como: dar a
do profissional de educaçãofoi ofertado, para todos voz ao docente, para o docente cuidar da voz, ou seja,
os profissionais da rede pública de ensino, pela Sub- esse momento tem como objetivo levar o professor a
secretaria de Formação Continuada dos Profissionais usar a voz para falar impressões e percepções sobre a
da Educação- EAPE. Esta também tem nas diretrizes a produção da própria voz falada conforme seus conhe-
pesquisa como ação constitutiva da formação, de modo cimentos, visando um despertar do auto cuidado, da
a fomentar uma relação próxima à escola e ficando in- promoção da saúde e da atenção no uso da vozcom
cumbida no aprimoramento da rede de ensino. O cur- suas potencialidades e limitações. Dessa maneira enca-
so em uma realidade impactada por um contexto de deamos umarelação teoria vocal/prática vocal na ação
pandemia provocado pela COVID-19 foi adaptado. Ele de falar da própria voz - dar a voz ao docente – para
foi realizado na modalidade híbrida, com carga horária eledespertar a consciência da existência e importância
de100 horas. A organização composta por um percur- desse recurso pessoal – a voz - que o docente precisa
so formativo comum voltado para o bem-estar e qua- cuidar com entendimento e autonomia no seu uso diá-
lidade de vida no trabalho e percursos específicos com rio profissional.
temáticas relacionadas à promoção do bem-estar e da Nessa perspectiva de trabalho usamos poemas, tre-
saúde. Dentre os percursos específicos, está o percur- chos de textos, gravamos a voz; exploramos o seu uso,
so relacionado à voz. A voz do professor como um re- bem como, a comunicação em várias nuances. Após
curso de trabalho necessitou também de adaptações e esse processo, desenvolvido para encorajar a participa-
usos frente às novas possibilidades de transmissão do ção de forma plena e prazerosa, pudemos vislumbrar
conhecimento oferecidas pela tecnologia. Na formação vozes e falas de profissionais com suas potencialidades
online (aulas remotas) alguns professores relataram a e responsabilidades, refletindo sobrea importância do
diminuição do esforço vocal, porém outros sentiram um seu próprio recurso de trabalho: a voz.Nessa proposta
esforço maior gravando várias sequências de aulas. O construímos além do trabalho de oratória, incentivamos
retorno no contexto da sala de aula tradicional exigiu otrabalho de reflexão por meio da escrita de textos so-
um novo desafio: o uso da máscara de proteção. Neste bre a voz: Como está a sua voz? Onde está a sua voz?
momento o esforço para se comunicar com clareza exi- No momento do relato sobre a própria voz alguns
giu aprendizados no uso da voz profissional com foco professores identificaram tipos de vozes: roucas, trans-
na articulação, respiração e expressão eficientes. Assim, mitindo ao ouvinte a impressão de cansaço; voz com-
a experiência revela a importância da formação da EAPE primida, dando a impressão de esforço e tensão e entre
como princípio formativo (ou educativo) para professo- tantas características apresentadas; algumas reflexões
res se reconhecerem produtores de conhecimentos e de foram feitas, tais como: qual a reação emocional e com-
avaliação que tornam a realidade capaz de ser transfor- portamental dos ouvintes (entre estes os alunos) com
mada pela sua própria ação. vozes que transmitem a impressão de cansaço, tensão,
Neste contexto, trabalhou-se com a forma dinâmica desequilíbrio? Sendo a voz um recurso importante nes-
do Planejamento Estratégico e Comunicativo- PEC (SIL- se processo de comunicação do professor com o aluno
VA OLIVEIRA, 2020), como um caminho para o diag- e no processo de aprendizagem.
nóstico e a condução dos conteúdos de interesse dos Utilizamos os recursos e as atividades da plataforma
participantes, como também a construção de um pla- Moodle. Um ambiente virtual de aprendizagem que
nejamento significativo, com estudos e conhecimentos possibilitou o acompanhamento e a participação no
convergentes entre interesses e necessidades de todos curso em momentos síncronos e assíncronos. Os re-
os participantes. Estudos, conversas e debates se for- cursos nos permitiram disponibilizar diversos arquivos
maram entre interesses, necessidades e a instrumenta- de vídeos na plataforma e contribuiu para minimizar
lização dos participantes como um profissional da voz. um problema de reprodução de vídeos on-line, pois a
Usamos mas não abusamos da voz! Este foi o nosso instabilidade do sinal de internet, em alguns momentos
lema principal, para o estudo e para o diálogo durante no encontro síncrono, tirava a qualidade do material e
o processo de ensino e aprendizagem. Criamos diversos exigia dos participantes mais tempo e paciência. Entre-
momentos na formação continuada para ouvir e escu- tanto, essa prática permitiu desenvolver encontros com
tar a fala e a voz de cada professor, porque observamos mais diálogos e debates sem a centralidade de infor-
que pouco ou nada se fala sobre cuidar da própria voz mações no professor formador, pois os participantes
no ambiente de trabalho dos professores. Na minha aceitaram explorar os conteúdos a serem trabalhados

168 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


antes do momento síncrono e, assim, houve uma maior O que são as experiências senão acervos de conhecimentos,
participação de todos permitindo trabalhar a dimensão que vão sendo guardados e constituem os saberes das pesso-
dos conteúdos e as abordagens interdisciplinares neces- as? Cada indivíduo compõe o seu acervo conforme sua identi-
sárias que permeiam os campos de conhecimento da voz dade tanto pessoal, quanto profissional. Os professores com-
põem seu acervo guardando conhecimentos da docência, do
e saúde vocal que são novos para a maioria dos professo-
ser enquanto professor. São essas experiências que dão iden-
res. Professor, onde está a sua voz? Como está a sua voz?
tidade a cada profissional, geram novos conhecimentos que
possibilitam mudanças no fazer e no pensar do cotidiano da
Metodologia sala de aula. É a partir delas que se estabelece a possibilidade
de pensar do cotidiano da sala de aula. É a partir delas que
Destacamos, mais uma vez, que este relato de ex- se estabelece a possibilidade pensar a educação pela própria
periência é resultado de uma formação constituída atitude de refletir sobre a prática e experienciar novas ações
de várias vozes de pessoas que integraram os plane- (RIBEIRO et. al. 2004, p.1023-1035).
jamentos, estudos, reflexões e avaliações das ações
iniciadas na EAPE nos anos 2016-2018 , da pesquisa O processo de avaliação desta proposta de ação edu-
acadêmica nos anos de 2019- 2020 e do retorno a cativa surgiu de relatos reflexivos, que foiintitulado Car-
EAPE que permitiu o novo curso e a continuidade da ta do Aprendiz, no contexto do curso de formação. Este
formação para uma prática transformadora baseada consistiu em um recurso para que cada participante pu-
na ação-reflexão-ação. Desse modo, este processo desse conceber sua trajetória inicial e final no curso. O
iniciado no ambiente de formação da EAPE, levado registro reflexivo pôde permitir reflexões sobre a pró-
para o ambiente acadêmico constituiu na primeira pria prática (ZABALZA, 2004). O instrumento permitiu a
pesquisa da Faculdade de Educação da Universidade análise da trajetória pessoal e profissional de cada pro-
de Brasília com a temática voz do professor e forma- fessor e possibilitou investigar o impacto da formação
ção continuada. Assim, iniciamos e reiniciamos o continuadaBem-estar e qualidade de vida: usos e desu-
caminho da formação a cada vivência, mas sempre sos da voz do profissional, como uma prática educativa
o caminho foi mediado por perguntas na perspectiva para a promoção da saúde, saúde vocal e bem-estar
de investigar e conhecer o problema, a fim de insti- dos profissionais participantes.
gar os participantes ebuscar as melhores soluções. O
processo não esteve centralizado em um único recur- Considerações finais
so, método ou em uma pessoa, mas se construiu nas
relações e na valorização das experiências do grupo: A formação continuada com foco na saúde vocal evi-
dencia que a profissão docente demanda conhecimen-
Partamos de uma análise da pergunta, da criatividade das res-
tos que vão além de uma transmissão de conteúdos e
postas como ato de conhecimento, como processo de pergun- informações de técnicas sobre o uso da voz. Realmen-
ta-resposta que deveria ser realizado por todos os que partici- te, é necessário um trabalho, na formação continuada,
pam do processo educativo (FREIRE e FAUNDEZ, 1985, p. 28). que modifique a realidade, que permita a experiência.
Não realizamos um trabalho de reprodução de técnicas,
Com uma ação comunicativa informal e indicada mas um trabalho reflexivo, crítico e participativo.
pela pergunta criamos momentos recíprocos de ouvir e Os professores são considerados profissionais da voz.
falar, registrar e refletir os diálogos possíveis.Esse modo Eles usam a voz no trabalho e esperamos que use como
exploratório que interpreta o uso da voz do professor um importante recurso. Contudo, muitos não recebe-
falando do contexto profissional visa uma participação ram orientações sobre saúde vocal em sua formação
ativa, promove a reflexão da ação de sua prática, no para desenvolver a atividade docente, apresentando um
uso da voz, a consciência de uma experiência que despreparo (BEHLAU, 2005). Dessa forma, verificamos
modifique comportamentos abusivos e inadequados. que a falta de conhecimentos e a percepção do despre-
Compreendemos esse explorar, o fazer da pesquisa da paro está levando a um número maior de profissionais
mesma maneira que Thiollent (1988), como a pesqui- interessados em formações que os preparem para usar
sa que não se limita a uma especulação: pretende-se a voz e falar melhor para o seu próprio bem-estar como
aumentar o conhecimento dos pesquisadores e o co- pessoa e profissional.
nhecimento ou o “nível de consciência” das pessoas e Os participantes do curso de formação, por meio
grupos considerados (THIOLLENT, 1988, p. 16). do registro reflexivo, expressaram mudanças pessoais
Em momentos de interação entre a professora/for- e profissionais no que diz respeito ao comportamento
madora e os participantes do curso, escutamos as vozes vocal, após o curso. Apresentamos alguns trechos:
dialogando, refletindo e expondo a experiência. A ex-
periência que declaram Ribeiro et. al. (2004): ...Muita aprendizagem ficou, porém a que mais me chamou

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 169


atenção foi que é necessário o aquecimento e desaquecimento EAPE configura uma importante área de formação de
vocal, antes e após o trabalho. Aprendemos técnicas de respi- ação educativa para a prevenção e promoção da saú-
ração, a importância de estar em posição agradável, de contro- de vocal não somente para professores, mas, inclusive
lar o sistema nervoso e concentrarmos onde, com vários exer- para todos os profissionais da educação que necessitam
cícios, pode-se aumentar a potência dos pulmões. Foi falado
da voz para realizar o seu trabalho. Dessa maneira, a
também sobre vários fatores que são muito prejudiciais ao nos-
principal conclusão desse relato, após exposições e re-
so trabalho aos quais precisamos ficar atentos. (A.,T4,2021)
...Antes eu nem observava muito a minha voz, e como ela po-
flexões, é a confirmação da validade e da importância
deria se adequar para uma melhor emissão, o curso me trouxe
desse trabalho para os profissionais que buscaram a
conteúdo sim de qualidade, informações de grande interesse formação desejando construir um caminho de autocui-
sim, o cuidado não foi só da voz, sinto que foi uma mudan- dado, mudanças de hábitos e atitudes propositivas em
ça de alma… Eu precisava conhecer para transformar hábitos relação ao uso da voz. Assim, dedicamos o poema abai-
ruins em comunicação eficiente, cuidada e saudável. Aprendi xo a todos os profissionais que descobriram a própria
prática dos aquecimentos, para nunca mais abandonar. (C. voz como um importante recurso pessoal e profissional:
F.L.S., T4, 2021)
...Meus cuidados com a voz mudaram, estou me reorganizan- Voz Docente Não dá.
do e me reconectando com a vocalidade, estudando, fazendo E agora, professor? Precisa de eufonia
os exercícios e tentando manter minha voz o mais saudável Onde está a sua voz? A voz é recurso
possível, até porque, o retorno presencial se aproxima e te- Como está a sua voz? É instrumento
remos que nos habituar a falar em altas intensidades e de Presa na garganta É registro, identidade.
máscara. Agora é seguir! “Melhorando” a minha voz e com- Na afonia, na disfonia E agora, professor?
partilhando saberes, informações e conhecimentos sobre a voz De cada dia Onde está a sua voz?
docente. Quero oferecer um momento com meus colegas no No respirar da agonia Como está a sua voz?
retorno presencial e falar sobre essas questões tão pertinentes Sem ar, sem esperança Autora:
para nossa profissão. (G.B,T3,2021). Sem cuidar Ivonete da Silva Oliveira
...O curso contribuiu muito para a melhoria do meu trabalho, Na sua profissão
considerando que agora consigo usar melhor a voz sem sentir
dores na garganta. (C.,T1,2021).
E você leitor, professor ou não professor, onde está a
Enfim, consideramos que esse trabalho realizado na sua voz? Como está a sua voz?

Referências
BEHLAU, Mara; AZEVEDO, R.; PONTES, P. Conceito de voz normal e classificação das disfonias. In: BEHLAU, M. Voz: o livro do
especialista. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. v. 1, cap. 2, p. 53-79.
BEHLAU, Mara. A voz que ensina. Rio de Janeiro: Revinter, 2005.68p.
CONSENSO NACIONAL SOBRE VOZ PROFISSIONAL (CNV): voz e trabalho: uma questão de saúde e direito do trabalhador; 13-14
ago. 2004. Rio de Janeiro: ABORL-CCF; 2004.
FREIRE, Paulo & FAUNDEZ, Antônio. Por uma pedagogia da pergunta. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Portaria nº 287 - Regulamenta a Política de Valorização, Promoção de Bem-Estar e de Qualidade
de Vida no Ambiente de Trabalho de Servidores e demais Agentes Públicos da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.
Brasília: Sistema Integrado de Normas Jurídicas do DF, 2018.
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Lei nº 5.499/2015 - Plano Distrital de Educação – 2015/2024.
QUINTANILHA, J.K.M.C. - Características vocais de uma amostra de professores da Secretaria de Estado de Educação do Dis-
trito Federal. Dissertação de mestrado em Ciências Médicas da Faculdade de Medicina. Universidade de Brasília.
RIBEIRO JR., Wilson A. A arte da retórica. Portal GraeciaAntiqua, São Carlos. URL: greciantiga.org/arquivo.asp?num=0876. Data da
consulta: 10/11/2022.
RIBEIRO, Ormezinda M. et al. Construindo caminhos e evitando atalhos: o percurso de construção da identidade de um centro
de formação continuada da professores. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, 12., 2004, Curitiba.
Anais [...]. Curitiba-PR, 2004. p. 1023-1035.Tema: Conhecimento local e conhecimento universal
SILVA OLIVEIRA, Ivonete da.Professor, onde está a sua voz? Como está a sua voz?Uma proposta de formação continuada.
194p. Universidade de Brasília, Distrito Federal, 2020. (Dissertação de Mestrado).
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 8. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
VALLE, Mônica. A voz da fala. Rio de Janeiro: Revinter,1996.
ZABALZA, M. A. Diário de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimentoprofissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.

170 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


7

A Instalação das Escolas


no Distrito Federal
Década de 1980

Cadernos

RCC
Brasília-DF • Cadernos RCC#31 • v. 9 • n. 4 • novembro 2022
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Ibaneis Rocha - Governador
Paco Britto - Vice-Governador

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO


Hélvia Miridan Paranaguá Fraga - Secretária
Isaías Aparecido da Silva - Secretário Executivo

SUBSECRETARIA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOS


PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Maria das Graças de Paula Machado - Subsecretária

DIRETORIA DE ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO PEDAGÓGICO E PESQUISA
Orlando Corrêa Matos Cerqueira Filho - Diretor

EDITORA-CHEFE
Raquel Oliveira Moreira (SEEDF)

EDITORAS ADJUNTAS
Andressa Marques da Silva (SEEDF)
Camilla Cristina Silva (SEEDF)

EDITORES DE SEÇÃO
Alzira Neves Sandoval (SEEDF)
Danilo Luiz Silva Maia (SEEDF)
Robson Santos Câmara Silva (SEEDF)
COMITÊ GESTOR
Adriana Almeida Sales de Melo (UnB)
Ana Cláudia Nogueira Veloso (SEEDF)
Gilvan Charles Cerqueira de Araújo (SEEDF)
Henrique César de Oliveira Fernandes (SEEDF)
Ingrid Dittrich Wiggers (UnB)
Maria das Graças de Paula Machado (SEEDF)
Orlando Corrêa Matos Cerqueira Filho (SEEDF)
Remi Castioni (UnB)

CONSELHO EDITORIAL
Adriana Almeida Sales de Melo (UnB)
Bruno Portigliatti (FCU)
Célio da Cunha (UCB)
Frederico Augusto Barbosa da Silva (IPEA)
Girlene Ribeiro de Jesus (UnB)
Gustavo Henrique Moraes (INEP)
Ingrid Dittrich Wiggers (UnB)
Jaqueline Moll (UFRGS)
José Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquerque (UFC)
Lêda Gonçalves de Freitas (UCB)
Maria Helena Guimarães de Castro (UNICAMP)
Odorico Ferreira Cardoso Neto (UFMT)
Ormezinda Maria Ribeiro (UnB)
Raquel Nery Lima Bezerra (UFBA)
Remi Castioni (UnB)
Rosemary Dore Heijmans (UFMG)

FOTO DA CAPA
Arquivo público - Plano Piloto de Bras´ília

DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO FINAL


Danilo Luiz Silva Maia

IMPRESSÃO
Secretaria de Estado de Educação
Tiragem: 900 exemplares

ISSN 2359-2494

A Revista Com Censo (RCC) é um periódico científico, de acesso


livre, que adota o processo de avaliação por pares (peer review),
fundado em 2014 e publicado trimestralmente desde 2016.
O periódico é vinculado à Secretaria de Estado de Educação do
Distrito Federal (SEEDF), Brasil.
As opiniões veiculadas nos trabalhos publicados em edições da
RCC são de responsabilidade exclusiva de seus (suas) autores(as) e não
representam necessariamente a posição da revista ou da SEEDF.
A revista promove o uso de estatísticas educacionais, especialmente
dos dados censitários relativos ao desenvolvimento de políticas
públicas na área de educação.
As edições publicadas e a lista do corpo de pareceristas da revista
encontram-se em:
www.periodicos.se.df.gov.br/index.php/comcenso
ÍNDICE

174 LISTA DE SIGLAS

A INSTALAÇÃO DAS ESCOLAS NO DISTRITO FEDERAL: DÉCADA DE 1980

176 Vanessa de Paula Reis, Lucilene Dias Cordeiro e Adriana Maria Barbosa Machado

APÊNDICE

186 Escolas criadas na década de 1980

188 Relação de escolas criadas na década de 1980 e que iniciaram suas atividades anteriormente

207 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1980

251 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1981

281 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1982

287 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1983

300 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1984

310 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1985

347 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1986

355 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1987

366 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1988

376 Relação de escolas que iniciaram as atividades em 1989

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 173


Lista de siglas
BIA Bloco Inicial de Alfabetização do Ensino Fundamental
CAUB Conglomerados Agrourbanos de Brasília
CD Conselho Diretor
CED Centro Educacional
CEDF Conselho de Educação do Distrito Federal
CEEDV Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais
CEF Centro de Ensino Fundamental
CEI Centro de Educação Infantil
CIL Centro Interescolar de Línguas
CILC Centro Interescolar de Línguas de Ceilândia
COMEL Condomínio Mansões Entre Lagos
COOPA/DF Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal
COPERBRÁS Companhia Avícola e Pecuária de Brasília
CREC Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia
CRESo Coordenação Regional de Ensino de Sobradinho
DEx. Diretor Executivo
DGP Diretoria Geral de Pedagogia
DINFE Diretoria de Informações Educacionais
DODF Diário Oficial do Distrito Federal (até junho de 1976 era apenas DF)
EC Escola Classe
EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
FEDF Fundação Educacional do Distrito Federal
GAB Gabinete
GDF Governo do Distrito Federal
Gerência de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação
GPAV
Educacional
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Inep
Teixeira
nº Número
NOVACAP Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil
PAD-DF Programa de Assentamento Dirigido do DF
PDOT Plano Diretor de Ordenamento Territorial
PROEM Promoção Educativa do Menor
Profª Professora
RCG Regimento de Cavalaria de Guarda
SE ou SEDF Secretaria de Educação do Distrito Federal
SEC Secretaria de Educação e Cultura
SEE ou SEEDF Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
SEGETH Secretaria de Estado Gestão do Território e Habitação
SEI Sistema Eletrônico de Informações
SES Secretaria de Estado de Saúde
SINJ-DF Sistema Integrado de Normas Jurídicas do Distrito Federal
SINPRO Sindicato dos Professores
SUBEP Subsecretaria de Educação Pública
SUPLAV Subsecretaria de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação

174 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Siglas dos endereços

AOS Área Octogonal Sul (Sudoeste)


CPC ou CP Comunitária Caixa Postal Comunitária
EPTG Estrada Parque Taguatinga/Guará
EQN Entrequadra Norte (Asa Norte)
EQNL Entrequadra Norte L (Taguatinga)
EQNN Entrequadra Norte N (Ceilândia)
EQNN Entrequadra Norte L (Taguatinga)
EQNP Entrequadra Norte P (Ceilândia)
EQR Entrequadra residencial (Candangolândia)
PIQ Projeção Interna da Quadra
QE Quadra Externa (Guará)
QELC Quadras Econômicas Lúcio Costa (Guará)
QI Quadra Interna (Lago Sul e Norte)
QNL Quadra Norte L (Taguatinga)
QNM Quadra Norte M (Taguatinga / Ceilândia)
QNN Quadra Norte N (Ceilândia)
QNO Quadra Norte O (Ceilândia)
QNP Quadra Norte P (Ceilândia)
QS Quadra Sul
S/N Sem número
SGAN Setor de Grandes Áreas Norte (Asa Norte)
SGAS Setor de Grandes Áreas Sul (Asa Sul)
SH Setor Habitacional
SHIN Setor de Habitações Individuais Norte
SQN Superquadra Norte (Asa Norte)
VC Trecho de rodovia vicinal (Paranoá)

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 175


DOSSIÊ TEMÁTICO

A instalação das escolas no


Distrito Federal: Década de 1980
Vanessa de Paula Reis *
Lucilene Dias Cordeiro **
Adriana Maria Barbosa Machado ***

Resumo: Este trabalho apresenta o levantamento das unidades escolares públicas existentes na década de
1980 no Distrito Federal, dada a necessidade de preencher a lacuna de informações sobre as escolas nesse
período. É também apresentado um breve histórico sobre os órgãos responsáveis pela educação na déca-
da, as reformas ocorridas e o impacto na educação do Distrito Federal. O estudo está fundamentado em
documentos oficiais e registros encontrados em uma intensa pesquisa documental sobre essas instituições
educacionais. Foram pesquisadas 77 Unidades de Ensino que foram criadas na década de 1980. Todas as
informações são apresentadas, quando possível, com as datas das alterações, criações e extinções de cada
unidade de ensino, citando os respectivos dispositivos legais da época até os dias de hoje. Nos casos onde
a pesquisa não encontrou amparos legais, apresentamos o que foi possível levantar de informação de tal
forma a esclarecer ao máximo possível a evolução de cada escola. À medida que documentos, relatos e
informações reconhecidas sejam localizados, as informações poderão ser revistas e atualizadas.

Palavras-chave: Criação de escolas. Década de 1980. Educação em Brasília. Fundação Educacional do


Distrito Federal. Histórico de escolas públicas no Distrito Federal.

* Vanessa de Paula Reis é graduada em Matemática pela Universidade Católica de Brasília (1993), e em Análise de Sistemas pela
Universidade Católica de Brasília (2000), pós-graduada em Gestão Escolar pela Universidade Castelo Branco (2005). Professora da
Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Contato: vanessa.sedf2015@gmail.com.
** Lucilene Dias Cordeiro possui graduação em Matemática pela Universidade de Brasília (1986), graduação em Estatística pela
Universidade de Brasília (1990) e mestrado em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1998). Professora da Se-
cretaria de Estado de Educação do DF. Contato: lucilenecordeiro@gmail.com.
*** Adriana Maria Barbosa Machado é graduada em Pedagogia - Administração Escolar pela Universidade Católica de Brasília e
pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universo. Professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Contato:
adriana.machado@edu.se.df.gov.br.

176 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Introdução Com a crise instalada, sob o ponto de vista político,
aumentou a pressão sobre o governo militar por eleições
O objetivo deste artigo é dar continuidade ao trabalho resultando no movimento “Diretas Já” (REIS, 2020).
de levantamento de escolas existentes no Distrito Federal
(REIS; CORDEIRO, 2021), apresentando as unidades esco- A década de 1980 foi marcada por transições em diversas áre-
as, que a partir de então levou o Brasil a mudanças socialmente
lares públicas existentes na década de 1980 no Distrito
necessárias à economia, política e educação. Nesses anos 80,
Federal. Para tanto, o artigo será fundamentado em do-
o seu principal e/ou mais importante marco, foi à transição
cumentos oficiais e registros encontrados em uma intensa
de um modelo político ditatorial para um modelo de redemo-
pesquisa documental sobre essas instituições educacio- cratização. A partir deste, pensou-se o Brasil com importantes
nais. Este artigo pretende contribuir no preenchimento mudanças na organização e ação da sociedade civil (SILVA; BE-
dessa lacuna, com informações sobre o inicio e a evolução ZERRA; SANTOS, 2017, p. 2)
do sistema educacional público, trazendo documentos ofi-
ciais e registros sobre instituições educacionais que funcio- Nesse contexto, um dos principais ganhos da popu-
navam ou foram criadas na década de 1980. lação brasileira nos anos de 1980 foi a promulgação
Todas as informações são apresentadas, quando da Constituição Federal em 1988. Conhecida como
possível, com as datas das alterações, criações e extin- “Constituição Cidadã”, por receber emendas populares
ções de cada unidade de ensino, citando os respectivos absorvendo grande parte das reivindicações do movi-
dispositivos legais da época até os dias de hoje. Além mento de “Participação Popular na Constituinte” (RO-
disso, estes dados são dispostos com a seguinte com- CHA, 2008). Na área educacional, estabeleceu medidas
posição: escolas criadas à época e ativas até hoje; as relacionadas à educação, tais como a responsabilidade
inativas; as extintas posteriormente e também aquelas entre as esferas públicas com relação aos diferentes ní-
transformadas ou incorporadas. veis de ensino, a elaboração de uma nova Lei de Dire-
Assim, este trabalho está estruturado da seguinte trizes e Bases da Educação e o estabelecimento de um
forma: inicialmente é apresentado um breve histórico Plano Nacional de Educação, além de enfatizar a edu-
sobre os órgãos responsáveis pela educação na déca- cação básica, onde se encontravam a educação infantil,
da, as reformas ocorridas e o impacto na educação do fundamental e o ensino médio, defendendo a escola
Distrito Federal. Em seguida, apresenta-se, a lista das pública e eficiente (FÁVERO; HORTA; FRIGOTTO, 1992;
escolas que existiam à época ou que foram criadas na SILVA; BEZERRA; SANTOS, 2017).
década de 1980 (Quadro 1, Apêndice). Por fim, faz-
-se um histórico com informações sobre estas escolas A Constituição de 1988 inclui dispositivos importantes relacio-
e, quando for o caso, os dados atualizados de 2021 nados à política educacional. Entre outras medidas estabelece
dessas unidades de ensino. Em casos onde a pesquisa uma distribuição mais clara das responsabilidades entre as es-
realizada não encontrou amparos legais apresenta-se o feras públicas com relação aos diferentes níveis de ensino (art.
que foi possível levantar de informação de tal forma a 211); amplia o percentual da receita resultante de impostos a
esclarecer ao máximo possível a evolução de cada uni- ser aplicado em educação (art. 212); limita a transferência de
dade escolar aqui apresentada. As informações sobre recursos públicos para as escolas privadas (art. 213); dispõe
endereço, situação de funcionamento, localização den- sobre a elaboração de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (art. 22, XXIV) e sobre o estabelecimento de um Pla-
tre outras, resultantes do Censo Escolar da Educação
no Nacional de Educação (art. 214). Foi intensa a participação de
Básica, levantamento estatístico anual coordenado pelo
grande número de entidades da sociedade civil nos debates ocor-
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
ridos por ocasião dos trabalhos da Assembleia Nacional Consti-
Anísio Teixeira – Inep, que reúne as informações de- tuinte, assim como na preparação e discussão do projeto da LDB
claradas pelas Unidades de Ensino. Ressaltamos que as e seus substitutivos (FÁVERO; HORTA; FRIGOTTO, G. 1992, p. 6).
informações poderão ser revistas na medida em que
novos documentos forem encontrados. A política educacional se mostrou presa à transição
político-econômica, do declínio do regime militar para
Histórico a “redemocratização”, cuja herança foi a expansão do
sistema escolar público sem o devido investimento, re-
A década de 1980 foi palco de acontecimentos e sultando na deterioração da qualidade do ensino, na
movimentos marcantes no cenário brasileiro e mundial. redução dos salários dos professores, na falta de insu-
Do ponto de vista econômico, ficou conhecida como a mos básicos e na contratação de profissionais sem a
década perdida, por conta da estagnação econômica, devida qualificação para exercer o magistério (PORTAL
do baixo crescimento do PIB e da acentuada inflação MEMÓRIAS DA DITADURA, [s.d]).
no período, acontecimentos contrários aos vividos na A volta das eleições diretas para governador, em
década anterior marcada pela expansão econômica. 1982, possibilitou certa autonomia aos estados para

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 177


a implantação de políticas Figura 1 – Ocupação urbana do Distrito federal. Anos 1964, 1975 e 1986

educacionais próprias, além


de fortalecer a participação
na construção das definições
e perspectivas para a política
educacional brasileira.

[...] ao mesmo tempo que


fortaleceu a participação
dos estados na definição
de perspectivas para a po-
lítica educacional brasileira,
ampliando a possibilidade
de consenso sobre as no-
vas propostas educacionais
para o país, que agora se
pautavam na modernização
educativa visando à prepa-
ração de mão de obra ade-
quada as necessidades do
mercado globalizado (POR-
TAL EDUCAÇÃO, 2022).

No Distrito Federal, na
década de 1980, há que se
destacar o fluxo migratório
que, iniciado em anos ante-
riores, continuou intenso, Fonte: Distrito Federal, 2007.
principalmente de pessoas
em busca de oportunidades na nova capital e nas áreas Figura 2 – Divulgação do lançamento do primeiro Plano de Educação e Cultura
1980-83
limítrofes. Neste contexto, o sistema educacional con-
tinuou sofrendo o impacto de uma demanda crescente
em todas as etapas de ensino Figura 1.
Na área educacional o crescimento populacional im-
pôs demandas, como a necessidade de ampliação da
oferta de ensino para atender o fluxo de imigrantes
para a região, intensificada pela carência de unidades
escolares para o enfretamento de uma realidade de dis-
torções idade-série já existente dos alunos que já eram
atendidos no DF (DISTRITO FEDERAL, 2001, p. 85; DIS-
TRITO FEDERAL, 1985a, p. 16).
Dentro deste contexto, providências de natureza cor-
retiva foram tomadas ao longo dos anos, e essa correção
gradativa resultou na redução, em 1982, do atraso médio
para apenas 0,3 anos (DISTRITO FEDERAL, 2001; p. 97).
Em 16 de maio de 1980 foi lançado, pelo Governador
Aimé Lamaison, o Plano de Educação e Cultura do Distrito
Federal, para o período 1980-1983, que pela primeira vez
integrava as duas funções da secretaria: a educação e a
cultura (Figura 2). O lançamento foi realizado na solenida-
de de comemoração dos 20 anos do Centro Interescolar
Caseb e da instalação da rede oficial de ensino no Distrito
Federal. O Plano foi aprovado pelo Parecer nº 14/80, do
Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF) (MUSEU
DA EDUCAÇÃO, 1980; DISTRITO FEDERAL, 1980, p.110). Fonte: MUSEU DA EDUCAÇÃO, 1980.

178 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Segundo o documento, a política educacional esta- Figura 3 - Projeto ABC. Estudos Experimentais em Alfabetização

va norteada por vários princípios distribuídos em sete


programas e respectivos subprogramas. O programa
1- Oportunidades educacionais, por exemplo, tratou do
indivíduo e do dever social da educação e o comprome-
timento da rede oficial com a obrigatoriedade e gratui-
dade do ensino de 1º grau para a população de 7 a 14
anos (DISTRITO FEDERAL, 1980).
Em 1981 foi apresentado o relatório de atividades
descrevendo o cenário um ano após o lançamento do
Plano Educacional, mostrando que nem todos os projetos
foram deflagrados, uma vez que, alguns estavam previstos
para 1980, e outros seriam desencadeados no decorrer Fonte: Distrito Federal, 1984a.
dos anos de 1981 e 1982 (DISTRITO FEDERAL, 1981).
Em 1984, foi aprovado pelo Parecer nº 111/84 o Pla- Distrito Federal – 1980/83, um projeto específico – o
no Quadrienal 1984/87 de educação e Cultura, dando Projeto ABC (DISTRITO FEDERAL, 1984b). De acordo
continuidade ao plano executado no triênio anterior com o relatório sobre o Projeto, em 1982, os estudos
(1980/83). Nesse plano, pode-se destacar a ênfase nos experimentais foram aplicados na 1ª série do 1º grau
problemas educacionais da área rural, onde se encon- do Complexo Escolar “A” – Núcleo Bandeirante, se es-
tendendo a outros Complexos no ano seguinte e com
travam as menores taxas de escolarização, maiores índi-
perspectivas de expansão a outras classes de alfabetiza-
ces de evasão e de repetência, bem como a população
ção (Figura 3).
da periferia urbana, definida como área de concentra-
De acordo com o histórico apresentado na Reco-
ção de população mais carente nas cidades satélites,
mendação nº 04/87 – CEDF, em meados da década
sendo essas localidades, em grande parte o destino da
de 1960, a rede oficial adotou o esquema de fases e
maioria de migrantes que se dirigiam para o Distrito Fe-
etapas, correspondendo a 1ª fase às duas primeiras sé-
deral em busca de oportunidades (DISTRITO FEDERAL,
ries, do então ensino primário, subdivididas em quatro
2001, p. 111; DISTRITO FEDERAL, 1984a, p.285). etapas. A 2ª fase correspondia à 3ª série e finalmente
Em junho de 1987, foi aprovado pela Resolução nº a 3ª fase, à 5ª e 6ª. Em 1969, retornou-se ao controle
02/87, do Conselho de Educação do Distrito Federal equivalente ao regime seriado incluindo a reprovação.
(CEDF), o Plano Quadrienal de Educação (PQE), para o A partir de 1986, para o equivalente à 1ª série, uni-
período 1987-1990, cujas metas eram: estabelecer as versalizou-se o Ciclo Básico de Alfabetização, que, em
prioridades politico-pedagógicas da rede pública, reor- 1987, englobaria a 2ª série (DISTRITO FEDERAL, 1987).
ganizar a máquina burocrático-administrativa, mobili- Como mencionado anteriormente, com a finalida-
zar e motivar profissionais, estudantes e comunidade, de de buscar alternativas voltadas para a correção de
além de prever recursos financeiros a serem investidos índices elevados de reprovação/evasão escolar nas series
na educação pública do DF, ou seja, tinha como prio- iniciais do 1º grau, o Distrito Federal, em 1986, voltou
ridade o resgate do ensino público do Distrito Federal a implantar o Ciclo Básico de Alfabetização (CBA). Esta
(ROSSI, 1990; DISTRITO FEDERAL, 2001, p. 113, 114). proposta pedagógica consistia basicamente na ausência
De acordo com Tolentino (2007), o Distrito Federal, do fenômeno reprovação. A reorganização das ativida-
assim como outros sistemas educacionais estaduais e des iniciais do 1º grau tinha como finalidade assegurar
municipais, mudaram o sistema de séries para ciclos de ao aluno o domínio da leitura e escrita, respeitando seu
formação, na busca por alternativas para o enfrenta- ritmo de atividade. Basicamente, no sistema de Ciclos
mento da grave situação de reprovação e evasão esco- as séries iniciais são agrupadas em dois, três ou quatro
lar vivenciada principalmente nos anos iniciais do ensi- anos num só bloco, que é subdividido em etapas, onde
no fundamental. Os ciclos consistiam em agrupamento as atividades educacionais se desenvolvem de forma di-
a cada três anos, conforme as fases de desenvolvimento ferenciada daquelas do sistema seriado, com caracterís-
da criança. No início da década de 80 o Projeto ABC ticas próprias. (CARVALHO, 2015; DISTRITO FEDERAL,
(1984) e no final da década o Ciclo Básico de Alfabeti- 1987; DISTRITO FEDERAL, 1989).
zação (CBA). Em 1986, firmou-se um acordo1 entre o Sindicato
O Projeto ABC surgiu a partir de estudos sobre al- dos Professores e Secretaria de educação do Distrito Fe-
fabetização realizados entre 1978 e 1979. Como es- deral (SEDF), no qual o diretor, cargo de confiança, de
ses estudos não possibilitaram conclusões que fossem cada unidade escolar da Fundação educacional do Dis-
utilizadas nas séries iniciais do ensino fundamental foi trito Federal (FEDF) deveria ser eleito por voto secreto.
decidido inserir no Plano de Educação e Cultura do Este acordo se deu em 01 de março, firmando que esta

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 179


eleição deveria ser realizada até o dia 14 de novembro Resolução nº 453 de 18 de fevereiro de 1981 (SEEDF,
daquele ano. No entanto, os eleitos não tinham habili- 1985, p. 427).
tação específica para exercerem o cargo, conforme pre- Em 18 de março de 1985, foi autorizado o funciona-
conizava a Lei nº 5.692/71, assim como na Resolução nº mento da Escola do Parque da Cidade Promoção Educa-
01/74 – CEDF (DISTRITO FEDERAL, 2001, p.112). tiva do Menor - PROEM pelo Parecer nº 34/85 – CEDF.
Assim, a FEDF, propôs à SEEDF a instituição de uma Neste documento, a instituição foi descrita como aquela:
direção colegiada, em caráter experimental, pelo perío-
do de três anos, nas escolas onde os professores eleitos [...] que reflete sobretudo a consciência crítica dos problemas
não eram habilitados e que deveriam passar a ser dirigidos educacionais da atualidade. Na redefinição de concepções e
por um Conselho Diretor, conforme a Resolução nº 06/85, objetivos consagrados pela escola convencional, na construção
publicado no DODF nº 21 de 30/01/1986. (DISTRITO FE- de uma escola aberta, em termos de currículos e funcionamen-
to está seu grande mérito – preservação do direito inalienável
DERAL, 2001, p.113; DISTRITO FEDERAL, 1986).
do menor à educação, cuja história de vida exige tratamento
Neste contexto, o CEDF aprovou sua implantação
especial, diferente do oferecido no ensino regular (DISTRITO
em 84 escolas. No entanto, devido às diversas interpre-
FEDERAL, 1985b)
tações sobre o artigo 9 da referida Resolução, apenas
após Parecer jurídico da Procuradoria Jurídica definin-
Inicialmente chamado de Projeto “Promoção Educa-
do que o cargo de diretor pedagógico não era função
tiva do Menor - PROEM”, ele foi proposto para atender
comissionada, foi possível o início das indicações dos
menores trabalhadores culturalmente desfavorecidos.
diretores pedagógicos (Figura 4) (MUSEU DA EDUCA-
Atualmente, é voltado para a Educação Integral e a in-
ÇÃO, 1986).
clusão de jovens em situação de vulnerabilidade pessoal
Figura 4 – Sobre o processo de implantação de direção colegiada no Distrito e social. Seus alunos tem idade entre 11 e 18 anos, e
Federal em 1986. Problemas e soluções
se encontram em defasagem idade/série, ou em situa-
ção de risco pessoal e social. Em 2000, pelo Decreto n°
21.397- GDF, de 31/07, passou a integrar a estrutura
orgânica da Secretaria de Estado de Educação. Atual-
mente sua denominação é Escola do Parque da Cidade
– PROEM.
O Centro para Educação Profissional – Ceilândia foi
criado pela Resolução nº 453, de 18/02/1981, sendo
inaugurado em 21/05/1981, começando suas ativida-
des neste mesmo dia. Em 11/08/1982, através da Re-
solução nº 787-CD, sua denominação foi alterada para
Centro de Educação para o Trabalho – CET. A justifica-
tiva para aprovação do Plano de Funcionamento foram
os problemas relacionados aos elevados índices de de-
Fonte: MUSEU DA EDUCAÇÃO, 1986, p. 4.
fasagem, ao ingresso de menores no mercado de traba-
lho, às condições socioeconômicas da população, dentre
outros. Dentre as análises apresentadas pelo Parecer nº
De acordo com DISTRITO FEDERAL (1992), o Conse-
45/85, Processo nº 030.002.539/85 temos na Figura 5.
lho Diretor de Estabelecimentos de Ensino da rede ofi-
Atualmente a instituição é denominada Centro de
cial encerrou suas atividades em 1988, sem pronuncia-
Educação Profissional – Escola Técnica de Ceilândia,
mento quanto a sua continuação pela área executiva.
fazendo parte da estrutura da Secretaria de Estado de
A década de 1980 também foi época de criação da
educação do Distrito Federal.
Escola do Parque da Cidade - PROEM, do Centro para
De acordo com FIGUEIREDO (2006), a existência da
Educação Profissional – Ceilândia - CET- Ceilândia, da
Educação de Jovens e Adultos remonta aos tempos
Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educa-
coloniais, com as missões de religiosos e missionários
ção – EAP, assim como da aprovação da proposta de
empenhados em catequizar, instruir e evangelizar os
educação de jovens adultos na rede de ensino do Dis-
índios. Durante o período colonial os jesuítas fundaram
trito Federal.
escolas, mas direcionadas aos filhos dos colonos, com
O PROEM surgiu como um projeto experimental e
clara denotação elitista. De lá até os anos de 1980, esta
se firmou como a primeira escola de horário integral,
modalidade de ensino, passou por vários desafios, prin-
tendo como missão promover a integração escolar e
cipalmente na época da ditadura, em que:
social do aluno. Essa escola foi criada com a denomina-
ção “Escola do Parque da Cidade – PROEM” a partir da O golpe militar impediu a continuidade de diversos programas

180 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Figura 5 – Parecer nº 45/85 Figura 6 – Parecer n° 27/86 – CEDF que trata da proposta de educação de adultos

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1984b, p. 148.

de alfabetização, pois eram encarados como uma ameaça para


o governo. Somente foram liberados programas conservadores
e de caráter assistencialista (FIGUEIREDO, 2006, p. 13).
Fonte: Distrito Federal, 1986, p.154.

Com a reabertura política nos anos 80, programas organização dos movimentos populares de Ceilândia
e projetos foram implantados, assim como vários que em meados de 1980, desencadeada a partir do resulta-
se encontravam suspensos, restaurados, reavaliados do de projetos de pesquisa de estudantes da Universida-
ou atualizados. Como exemplo disso, a educação de de de Brasília (UnB), realizados na região, que resultou
jovens e adultos, que passou por diversas mudanças na reivindicação da comunidade na alfabetização de
e suspensões de programas durante o regime militar. adultos, além da continuidade dos estudos no supletivo
Nesse período o governo criou o Movimento Brasileiro Fase II, da Rede Oficial de Ensino do Distrito Federal:
de Alfabetização – MOBRAL cuja principal característica
foi o de estar alinhado aos interesses políticos vigentes. Dentre outras ações, que foram ressurgindo a partir do final da
No entanto, em meados da década de 1980, este pro- década de 1970 e início de 1980, destaca-se mais uma vez a
iniciativa dos estudantes da UNB, nesse momento, alunos/as7
grama se encontrava desgastado, sendo então extinto e
de mestrado da Faculdade de Educação, que realizaram seus
substituído pelos programas Fundação Educar, Funda-
projetos de pesquisa na cidade-satélite de Ceilândia, em 1985,
ção Nacional para Educação de Jovens e Adultos (EJA)
com alunos da Escola Normal8, em turmas de alfabetização
(FIGUEIREDO 2006, p.15). de jovens e adultos. Uma das dissertações, especificamente,
Neste contexto, no Distrito Federal, a partir da aná- consistiu em estudo teórico-metodológico das propostas de
lise de dados existentes sobre o ensino supletivo, fruto alfabetização de Paulo Freire, por meio da observação direta
do documento “Avaliação Diagnóstica da situação dos da atuação das normalistas em uma turma de alfabetização de
Cursos Supletivos, com Avaliação no Processo em Fun- adultos. O resultado desta pesquisa não se reduziu à produção
cionamento no Distrito Federal – Secretaria de Educa- das dissertações dos mestrandos, mas desencadeou um processo
ção e Cultura (1984)” (Figura 4) (Distrito Federal, 1986, de organização dos movimentos populares de Ceilândia na rei-
p.154), foi encaminhado ao CEDF a proposta de edu- vindicação por alfabetização de adultos e, por continuidade dos
cação de adultos para a rede oficial de ensino do Distri- estudos no supletivo Fase II, da Rede Oficial de Ensino do Distrito
to Federal, sendo aprovado pelo Conselho. O Processo Federal (COSTA; OLIVEIRA; MACHADO, 2019, p. 89-90).
(nº 030.011931/85) foi então homologado e publicado
no Diário Oficial do Distrito Federal - DODF nº 58 de Na segunda metade dos anos 1980, além da obser-
26/03/1986, p. 9 (Figura 6) (DISTRITO FEDERAL, 2022b). vação de movimentos populares em prol da alfabetiza-
No Distrito Federal, um fato a ser destacado foi a ção tanto de adultos como de jovens, foi um período

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 181


marcado pela atuação de órgãos oficiais e de “outros Figura 7 – Jornal Distrito Federal de 12/08/1988. Apresentação da proposta
aprovada da criação da EAP
atores que surgiram no cenário da alfabetização”:

No contexto do final do Regime Militar até os anos 1990, no


Distrito Federal, observa-se uma dinâmica de atuação dos ór-
gãos oficiais e dos movimentos populares em alfabetização
não mais apenas de adultos, mas de jovens e adultos. A expe-
riência iniciada pelos mestrandos da UnB na década de 1980,
foi sendo assumida por outros atores que surgiram no cenário
dessa proposta de alfabetização:, jovens de grupos da Igreja
Católica, militantes estudantis secundaristas e pessoas ligadas
a outros movimentos Alfabetização de jovens e adultos no dis-
trito federal – disputas de concepções nas décadas de 1950 a
1990 da sociedade civil, o que resultou na criação do Centro
de Educação Paulo Freire de Ceilândia (Cepafre), em setembro
de 1989, uma Organização Não Governamental (ONG), que
continua até os dias de hoje, atuando não apenas na frente de
alfabetização de adultos, mas em outras defesas que envolvem
os movimentos populares (COSTA, OLIVEIRA e MACHADO,
2019, p. 90-91).

Cabe ressaltar que o que hoje é EJA foi chamado, por


muito tempo, de ensino supletivo.

A mudança de “ensino supletivo” para “Educação de Jovens


e Adultos” não é mera atualização vocabular. Houve um alar-
gamento do conceito ao mudar a expressão de ensino para
educação. Enquanto o termo “ensino” se restringe à mera
instrução, o termo “educação” é muito mais amplo, compre-
endendo os diversos processos de formação ARROYO (2011,
apud VASQUES, ANJOS e SOUZA, 2019, p. 2).

No ano de 1988, foi criada a Escola de Aperfeiçoa-


mento Educacional – EAP, pela Resolução nº 2.416
daquele ano, com a finalidade de promover o aperfei-
çoamento de professores das séries iniciais, da 5ª a 8ª
e também do 2º grau da Fundação Educacional do Dis-
trito Federal.
Em matéria apresentada no Jornal Satélites2 em
12/08/1988, há divulgação da proposta de criação da
EAP, aprovada pelo Conselho Diretor (Figura 7). Na edi-
ção no mesmo Jornal no dia 16/09/1988, é publicada
mais informações sobre o funcionamento da escola,
bem como os integrantes da comissão que está implan-
tando a Escola de Aperfeiçoamento (Figura 8).
Em 16/11/1988 é publicado no DODF nº 237 (19/12
do mesmo ano), a alteração no artigo 1º do Regimento
da EAP, com alteração no nome da escola para Escola de
Aperfeiçoamento de Pessoal da Fundação Educacional
do Distrito Federal – EAP, ampliando sua finalidade de
promover o aperfeiçoamento profissional de especialis-
tas, professores e demais servidores da FEDF (DISTRITO
FEDERAL, 2022c)
Em 1993 foi fechada, por cerca de dois anos, sendo
oficialmente recriada em 1997 a partir da Lei nº 1.619,
de 22 de agosto, de autoria da Câmara Legislativa do Fonte: Distrito Federal, 12/08/1988, p 08.

182 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Figura 8 – Jornal Distrito Federal de 16/09/1988 – Escola vai aperfeiçoar profes- E, no ano seguinte, pela Lei nº 60, de 05/12/89, pu-
sor. Detalhes da EAP e a Comissão Especial de Implantação da Escola.
blicada no DODF de 06/12/88, é extinta a Regional de
Ensino do Núcleo Bandeirante e Guará e são criadas as
Regionais de Ensino do Núcleo Bandeirante e do Guará,
da Fundação Educacional do Distrito Federal (DISTRITO
FEDERAL, 2022f).

Considerações finais

Este estudo procurou apresentar dinâmica educacional


na década de 1980, dando continuidade ao trabalho de
levantamento de escolas existentes no Distrito Federal
nesse período. Nesse sentido buscou apresentar sucin-
tamente eventos que afetaram o sistema educacional
existente naquela década.
A década de 1980 foi um período de acontecimen-
tos e movimentos importantes no Brasil e no mundo.
No Brasil, a crise econômica acentuou a crise política,
com a pressão sobre o governo militar, culminando
dentre outros eventos, no movimento “Diretas Já” e
a promulgação da Constituição Federal em 1988. Foi
um período de intensa migração para o interior do país.
Neste contexto, o Distrito Federal, que já experimenta-
va a chegada de migrantes, continuou a receber fluxos
migratórios oriundos de varas regiões do país, principal-
mente do nordeste e centro-oeste, de pessoas e famí-
Fonte: Distrito Federal, 16/09/1988 lias inteiras que vinham em busca de oportunidades na
nova capital e nas áreas limítrofes.
Na área educacional o crescimento populacional
Figura 9 – Complexos Escolares extintos e regionais criadas segundo Resolução
nº 2.391 de 19/06/1988 impôs a necessidade de ampliação de oferta, além da
busca de soluções para realidade de distorções existen-
tes dos alunos que já eram atendidos no DF ocorridas
desde o inicio da construção de Brasília, para atender
a crescente demanda das comunidades que, cada vez
mais, exigiam garantias de políticas educacionais que
atendessem suas necessidades. São criados programas
como os Planos Quadrienais, o projeto ABC, o sistema
de ciclos, dentre outros.
Cabe destacar a educação de jovens e adultos que
ainda hoje é uma modalidade atuante, consequência
das distorções e evasões ainda existentes.
Outro destaque é a Escola de Aperfeiçoamento dos
Fonte: Distrito Federal, 2001, p.113.
Profissionais da Educação – EAPE, criada nos anos de
Distrito Federal – CLDF e sancionada pelo governa- 1980, entre dificuldades e instabilidades, atualmente
dor Cristóvão Buarque, com a denominação Escola de tem papel importante na formação continuada dos pro-
Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação – EAPE fissionais da SEEDF.
(AMORIM, SILVA, 2022; DISTRITO FEDERAL, 2022d). Foram pesquisadas 77 Unidades de Ensino que fo-
Em 29/06/1988, o Conselho Diretor, através da ram criadas na década de 1980. Atualmente, 73 delas
Resolução nº 2.391, publicado no DODF nº 177, de (94,81%) estão ativas e 4 (5,19%) inativas. Ressaltamos
16/09/1988, atendeu à necessidade de reestruturação ainda que, do total dessas escolas, 60 (77,92%) são ur-
do sistema educacional. Foram extintos os Complexos banas, 17 (22,08%) foram criadas como unidades es-
Escolares, criados em 1976, e então criadas as Dire- colares rurais.
torias Regionais de Ensino (DREs) (DISTRITO FEDERAL, E, assim como nos estudos das décadas anteriores,
2022e; Figura 9). nos casos onde a pesquisa não encontrou amparos

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 183


legais, apresentamos o que foi possível levantar de in- à medida que documentos, relatos e informações reco-
formação de tal forma a esclarecer ao máximo possível nhecidas sejam localizados, as informações poderão ser
evolução de cada escola. No entanto, ressaltamos que, revistas e atualizadas.

Notas

1
Desse acordo derivaram as normas complementares para eleições dos diretores dos Complexos escolares (DISTRITO FEDERAL, 2001, p. 112).
2
A edição do Jornal Satélites circulava com o DF Diário Oficial.

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Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 185


Quadro 1 - Escolas criadas na década de 1980

Ano de
Início das
Regional de Ensino Código Inep Nome Atual Primeiro nome da Escola Criação Situação em 2022
Atividades
Oficial
Planaltina 53006518 Escola Classe Paraná Não houve alteração 1980 1978 Ativa
Paranoá 53006720 Centro Educacional do PAD/DF Escola Classe PAD-DF 1980 1978 Ativa
(Programa de Assentamento Dirigido do DF)
Ceilândia 53008120 Escola Classe Córrego das Corujas Não houve alteração 1984 1979 Ativa
Planaltina 53006380 Escola Classe Córrego do Meio Não houve alteração 1981 1979 Ativa
Ceilândia 53008340 Escola Classe 35 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1979 Ativa
Ceilândia 53007913 Escola Classe 36 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1979 Ativa
Ceilândia 53007964 Escola Classe 43 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1979 Ativa
Ceilândia 53007530 Centro Educacional 06 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53003802 Centro de Ensino Especial 01 de Ceilândia Escola Classe 42 de Ceilândia 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007930 Escola Classe 38 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007999 Escola Classe 46 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007344 Centro de Ensino Fundamental 13 de Ceilândia Escola Classe 49 de Ceilândia 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007522 Centro de Ensino Fundamental 25 de Ceilândia Centro Educacional 05 de Ceilândia 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007980 Escola Classe 45 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53008014 Escola Classe 48 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53008030 Escola Classe 52 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007972 Centro de Ensino Fundamental 33 de Ceilândia Escola Classe 44 de Ceilândia 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007352 Centro de Ensino Fundamental 14 de Ceilândia Escola Classe 51 de Ceilândia 1980 1980 Ativa
Plano Piloto 53001842 Escola Parque 210-211 Norte Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007905 Escola Classe 34 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Paranoá 53006879 Escola Classe Lamarão Não houve alteração 1981 1980 Ativa
Ceilândia 53008006 Escola Classe 47 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007956 Escola Classe 40 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53008022 Escola Classe 50 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007395 Centro de Ensino Fundamental 18 de Ceilândia Escola Classe 41 de Ceilândia 1980 1980 Ativa
Gama 53003055 Escola Classe Ponte Alta de Cima Não houve alteração 1980 1980 Ativa
Ceilândia 53007310 Centro de Ensino Fundamental 10 de Ceilândia Escola Classe 53 de Ceilândia 1980 1981 Ativa
Plano Piloto 53009410 Centro de Ensino Fundamental 01 do Lago Norte Escola Classe e Jardim de Infância Lago Norte 1981 1981 Ativa
Ceilândia 53007328 Centro de Ensino Fundamental 11 de Ceilândia Escola Classe 54 de Ceilândia 1980 1981 Ativa
Plano Piloto 53001010 Centro de Ensino Médio Asa Norte - CEAN Centro Educacional Asa Norte - CEAN 1981 1981 Ativa
Ceilândia 53007948 Escola Classe 39 de Ceilândia Não houve alteração 1980 1981 Ativa
Ceilândia 53007603 CEP – Escola Técnica de Ceilândia Centro de Educação Profissional - Ceilândia 1981 1981 Ativa

Planaltina 53006372 Escola Classe COPERBRÁS Não houve alteração 1983 1981 Ativa

Planaltina 53006348 Escola Classe Barra Alta Não houve alteração 1981 1981 Ativa
Paranoá 53006860 Centro de Ensino Fundamental Jardim II Escola Classe Jardim II 1982 1981 Ativa
Plano Piloto 53001893 Escola do Parque da Cidade - PROEM (Promoção Educativa
Não do Menor)
houve alteração 1981 1981 Ativa
Plano Piloto 53001966 Escola Classe da Ação Social do Planalto Incorpora a Escola Anchieta `a Escola da Ação 1981 1981 Paralisada
Social do Planalto
Ceilândia 53007921 Centro Educacional 11 de Ceilândia Escola Classe 37 de Ceilândia 1980 1982 Ativa

Planaltina 53006232 Escola Classe 07 de Planaltina Não houve alteração 1982 1982 Ativa

Brazlândia 53005023 Centro Educacional 02 de Brazlândia Não houve alteração 1982 1983 Ativa
Planaltina 53006070 Centro de Ensino Médio 02 de Planaltina Centro Educacional 02 de Planaltina 1982 1983 Ativa
Plano Piloto 53008855 Escola Classe 08 do Cruzeiro Não houve alteração 1982 1983 Ativa
Plano Piloto 53009436 Centro de Ensino Fundamental 01 do Varjão Escola Classe do Varjão 1984 1983 Ativa
Taguatinga 53004388 Centro de Ensino Fundamental Vila Areal Escola Classe Vila Areal 1988 1983 Ativa
Plano Piloto 53001524 Escola Classe 115 Norte Não houve alteração 1983 1984 Ativa
Plano Piloto 53001664 Escola Classe Beija Flor Escola Classe 316 Norte 1983 1984 Ativa
Planaltina 53006240 Centro de Ensino Fundamental 08 de Planaltina Escola Classe 08 de Planaltina 1984 1984 Ativa
Brazlândia 53004990 Centro de Ensino Fundamental 01 de Brazlândia Centro de Ensino de 1º Grau 01 de Brazlândia 1984 1984 Ativa
Sobradinho 53005791 Escola Classe Sítio das Araucárias Não houve alteração 1985 1985 Ativa

Centro de Ensino de 1º Grau 02 do Núcleo


Núcleo Bandeirante 53009312 Centro de Ensino Fundamental 01 da Candangolândia 1985 1985 Ativa
Bandeirante

186 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Ano de
Início das
Regional de Ensino Código Inep Nome Atual Primeiro nome da Escola Criação Situação em 2022
Atividades
Oficial

Centro de Ensino Fundamental INCRA 07 de


Brazlândia 53005198 Escola Classe INCRA 07 1985 1985 Ativa
Brazlândia

Brazlândia 53005155 Escola Classe Bucanhão Não houve alteração 1985 1985 Ativa
Brazlândia 53005163 Escola Classe Chapadinha Não houve alteração 1985 1985 Ativa

Brazlândia 53005201 Escola Classe Polo Agrícola da Torre Não houve alteração 1985 1985 Ativa

Taguatinga 53004299 Escola Classe 55 de Taguatinga Escola Classe 48 de Taguatinga 1985 1985 Ativa
Sobradinho 53009444 Escola Classe Olhos D'Água Não houve alteração 1985 1985 Ativa
Taguatinga 53004280 Centro de Ensino Fundamental 16 de Taguatinga Escola Classe 47 de Taguatinga 1985 1985 Ativa
Paranoá 53006747 Escola Classe 01 do Paranoá Não houve alteração 1985 1985 Ativa
Paranoá 53005716 Escola Classe Cora Coralina Escola Classe Córrego de Sobradinho 1985 1985 Ativa
Gama 53009380 Centro Educacional Casa Grande Escola Classe Casa Grande 1987 1985 Ativa
Paranoá 53006887 Escola Classe Natureza Não houve alteração 1985 1985 Ativa
Planaltina 53006909 Escola Classe São Bernardo Escola Classe Colônia Agrícola São Bernardo 1985 1985 Extinta
Núcleo Bandeirante 53006968 Centro Educacional Agrourbano Ipê Riacho Fundo Centro de Ensino de 1º Grau Agrourbano Ipê 1988 1986 Ativa
Taguatinga 53004302 Centro de Educação Infantil 06 de Taguatinga Escola Classe 49 de Taguatinga 1986 1986 Ativa
Ceilândia 53004353 Escola Classe 55 de Ceilândia Não houve alteração 1989 1986 Ativa
Brazlândia 53005112 Escola Classe 06 de Brazlândia Não houve alteração 1988 1987 Ativa
Núcleo Bandeirante 53009320 Escola Classe 01 da Candangolândia Escola Classe Candangolândia 1988 1987 Ativa
Taguatinga 53004310 Escola Classe 50 de Taguatinga Não houve alteração 1987 1987 Ativa
Plano Piloto 53000714 Setor de Deficientes Visuais do Centro do
Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais - CEEDV 1987 1987 Ativa
Centro Ensino Especial 02 de Brasília
Sobradinho 53005600 Centro Interescolar de Línguas de Sobradinho Não houve alteração 1988 1988 Ativa
Núcleo Bandeirante 53006992 Escola Classe Agrovila II Não houve alteração 1989 1988 Ativa
Ceilândia 53003969 Centro Interescolar de Línguas de Ceilândia Não houve alteração 1988 1988 Ativa
Ceilândia sem Código Escola Classe 54 de Ceilândia Escola Classe da QNM 14 Ceilândia Norte 1988 1988 Extinta
Ceilândia 53008065 Escola Classe 57 de Ceilândia Escola Classe QNP 14 1988 1988 Extinta
Taguatinga 53004329 Centro de Educação Infantil 03 de Taguatinga Escola Classe 51 de Taguatinga 1989 1989 Ativa
Paranoá 53006755 Escola Classe 02 do Paranoá Não houve alteração 1989 1989 Ativa
Guará 53008707 Jardim de Infância Lúcio Costa Não houve alteração 1989 1989 Ativa

Fonte: Dados elaborados pelas autoras.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 187


Escolas criadas na década de 1980 e que
iniciaram suas atividades
anteriormente

188 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Paraná
Código do Inep:
53006518

Endereço:
Quadra 01, Vila Buritís

Região Administrativa:
Planaltina

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Planaltina

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte: FACEBOOK, 2020. Coordenadas:


-15.615154; -47.645482
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 334 - CD, de 1ª Diretora: 16 de março de 1978
21/05/1980; DODF 105, de Maria Emília Ribeiro de Siqueira Inauguração:
04/06/1980, p. 07 05 de abril de 1978
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 77 - DEx., de 29/01/1980; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


1 Escola Classe Paraná
Atos Normativos da FEDF, v. III,p. 1.244 Planaltina

Parecer nº 142 - CEDF, de 05/08/1981,


homologado em 19/08/1981; DODF 169, Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe Paraná
de 04/09/1981, p. 09 - republicado no unidade de ensino
DODF 171, de 09/09/1981, p. 07

Concede reconhecimento ao
Portaria nº 43 - SEC, de 19/08/1981;
3 Escola Classe Paraná estabelecimento de ensino da Rede
DODF 171, de 09/09/1981, p. 06
Oficial

Extingue o Complexo Escolar "A" de


Resolução nº 2.391 - CD, de 29/06/1988;
4 Escola Classe Paraná Planaltina e vincula a escola à
DODF 177, de 16/09/1988, p. 09
Regional de Ensino de Planaltina

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22-
Escola Classe Paraná
5 Escola Classe Paraná autorizada pela Resolução nº 6.854 - CD,
(Mantém a mesma denominação)
de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Passa a integrar a estrutura orgânica


Decreto n° 21.397 - GDF, de 31/07/2000;
6 Escola Classe Paraná da Secretaria de Estado de
DODF 146, de 01/08/2000, p. 54-59
Educação

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
7 Escola Classe Paraná mantidas pelo poder público do
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 288;DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 189


EC Paraná

Segundo o Projeto Político-Pedagógico “esta


escola foi construída pela Premence Engenharia,
ocupando uma área de 1.368,80 m2 e entregue à
comunidade no dia 05 de abril de 1978, sendo
governador do Distrito Federal Elmo Serejo Farias e
Secretário de Educação e Cultura Wladimir do Amaral
Murtinho. Suas atividades tiveram início no mesmo ano
de sua entrega, atendendo a alunos de 1ª a 4ª séries do
Ensino Fundamental. A escola funcionava como anexo
da Escola Classe 03, por ainda não ter diretora”
(DISTRITO FEDERAL, 2021a, p.04).

Fonte:FACEBOOK, 2011.

Fonte:RÁDIO VERDE OLIVA, [20--].

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

190 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro Educacional do PAD/DF
(Programa de Assentamento Dirigido do DF)
Criado pela Resolução nº 325 - CD, de 14/05/1980, como Escola Classe PAD-DF

Código do Inep:
53006720

Endereço:
Rodovia BR 251 - km 7 - Estrada de Unaí

Região Administrativa:
Paranoá

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Paranoá

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:FACEBOOK, 2020.
-16.009737; -47.556966
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: Setembro de 1978
1ª Diretora:
Resolução nº 325 - CD, de 14/05/1980;
Maria Neuza Gatto
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Inauguração:
08 de agosto de 1978

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Parecer nº 142 - CEDF, de


05/08/1981, homologado em
Escola Classe do Programa de Aprova o plano de funcionamento da
1 19/08/1981; DODF 169, de
Assentamento Dirigido do DF - PAD-DF unidade de ensino
04/09/1981, p. 09 - republicado no
DODF 171, de 09/09/1981, p. 07

Concede reconhecimento ao
Escola Classe do Programa de Portaria nº 43 - SEC, de 19/08/1981;
2 estabelecimento de ensino da Rede
Assentamento Dirigido do DF - PAD-DF DODF 171, de 09/09/1981, p. 06
Oficial

Instrução nº 137 - DEx., de


Escola Classe do Programa de Vincula ao Complexo Escolar "A" de
3 15/05/1984; Atos Normativos da
Assentamento Dirigido do DF - PAD-DF Planaltina
FEDF, v. V, p. 244

Resolução nº 1.360 - CD, de Centro de Ensino de 1º Grau 01 do


Escola Classe do Programa de
4 28/02/1985; DODF 55, Suplemento de Programa de Assentamento Dirigido
Assentamento Dirigido do DF - PAD-DF
21/03/1985, p. 22 do DF - PAD-DF

Centro de Ensino de 1º Grau 01 do Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de
5 Programa de Assentamento Dirigido do 29/06/1988; DODF 177, de Planaltina e vincula a escola à
DF - PAD-DF 16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Planaltina

Resolução de 22/03/99; DODF 80, de


Centro de Ensino de 1º Grau 01 do 28/04/1999, p. 03
6 Programa de Assentamento Dirigido do Referendada pela Resolução nº 6.548 Centro Educacional do PAD/DF
DF - PAD-DF - CD, de 19/05/1999; DODF 102, de
28/05/1999, p. 09

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 191


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro Educacional do Programa de
7 autorizada pela Resolução nº 6.854 - Centro Educacional do PAD/DF
Assentamento Dirigido do DF - PAD-DF
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
8 Centro Educacional do PAD/DF 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
9 Centro Educacional do PAD/DF
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Alteração de vinculação da Regional


Portaria nº 300 - SEE, de 29/09/2005;
10 Centro Educacional do PAD/DF de Ensino de Planaltina para Regional
DODF 200, de 20/10/2005, p. 17
de Ensino do Paranoá

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, de 23 de abril de 2009, atualizada
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício pela Lei Complementar nº 854, de 15
11 Centro Educacional do PAD/DF nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV de outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 299; DODF; SINJ-DF.

CED do PAD/DF

Em conformidade com o Projeto Político-Pedagógico “a sede do CED PAD/DF foi inaugurada em 18 de


agosto de 1988, no Governo de José Aparecido de Oliveira, com o nome de Centro de Ensino de 1° Grau do
Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal - PAD-DF[...]
Anteriormente a essas datas, a região era atendida primeiramente pela professora Neusa Gato, que foi
convidada a vir para Brasília ministrar aulas em uma sala improvisada na Cooperativa Agropecuária da Região do
Distrito Federal (COOPA/DF), instituição criada pelos
trabalhadores que vieram para a região. [...] Por desejar
que seus filhos tivessem acesso a uma educação formal,
essa comunidade de agricultores fez o convite à
educadora, que se tornou então a primeira professora da
primeira escola criada no PAD-DF, iniciando os trabalhos
em 1º de agosto de 1988, onde trabalhou com os
estudantes em uma sala improvisada, dentro da
cooperativa [...]. Com o tempo, a sala improvisada na
COOPA/DF já não comportava o número de alunos a
serem atendidos, então, foi necessária a construção de
uma edificação que suprisse a demanda por educação da
região. A inauguração da nova escola em 1988 possibilitou
também a ampliação da oferta” (DISTRITO FEDERAL,
2021b, p.13-14).

Fonte:Portal G1, [20--].

192 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Córrego das Corujas
Código do Inep:
53008120

Endereço:
Setor Habitacional Pôr do Sol, Ceilândia

Região Administrativa:
Sol Nascente/Pôr do Sol

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 2021. Coordenadas:


-15.836769; -48.183835
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
01 de março de 1979
Resolução nº 1.196 - CD, de 1ª Diretora:
25/04/1984; DODF 90, de 11/05/1984, Antonia Cruz Morais
Inauguração:
p. 05
Não localizada

Denominação Legislação Transformação / Alteração


Instrução nº 135 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe Córrego das Corujas 30/04/1984; Atos Normativos da
Taguatinga
FEDF, v. V, p. 243

Parecer nº 193 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe Córrego das Corujas 12/12/1985; DODF 07, Suplemento de
escola
10/01/1986, p. 05

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


3 Escola Classe Córrego das Corujas 29/06/1988; DODF 177, de Taguatinga e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Taguatinga

Portaria nº 135 - SE, de 23/07/1999; Credencia a unidade de ensino, por 3


4 Escola Classe Córrego das Corujas
DODF 142, de 26/07/1999, p. 04 (três) anos

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Córrego das Corujas
5 Escola Classe Córrego das Corujas autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe Córrego das Corujas 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe Córrego das Corujas
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 193


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Alteração de vinculação da Regional
Portaria nº 111, de 10/04/2013; DODF
8 Escola Classe Córrego das Corujas de Ensino de Taguatinga para
74, de 11/04/2013, p. 08
Regional de Ensino da Ceilândia.

Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, De acordo com a Lei Complementar nº


de 24/07/2018, em resposta ao Ofício 803, 23 de abril de 2009, atualizada
pela Lei Complementar nº 854, de 15
nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV
9 Escola Classe Córrego das Corujas de outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 328; DODF; SINJ-DF.

EC Córrego das Corujas

Em conformidade com Projeto Político-Pedagógico a Escola Classe Córrego das Corujas (EC CC) está
“localizada no Núcleo Rural Machado Margem, na BR 070- Setor de chácara Córrego das Corujas, em meio ao
cerrado e com poucas chácaras em volta. Atualmente, o terreno no qual a escola está inserida encontra-se em
processo de regularização, visto que segundo os relatos de moradores dos arredores o terreno é oriundo de uma
doação de um antigo morador do loteamento, o qual havia sido cedido pela NOVACAP para uso de chacareiros. [...]
A EC CC, passou por gestões anteriores que deram início a sua criação. A professora Rosane Marques e sua
vice Suelia foram as primeiras diretoras da EC
CC e, durante 24 anos, fizeram o seu melhor para
que as crianças pudessem ter um excelente
ambiente educativo” (DISTRITO FEDERAL, 2021,
p. 06-07).
Segundo a análise do Parecer nº 193/85
– CEDF, Boletim 20, p. 525, a Escola Classe
Córrego das Corujas foi descrita da seguinte
maneira:
“c) O Plano de funcionamento foi
analisado pela DGP/FEDF[...]
A função da Diretora não foi criada ainda,
estando a escola sob responsabilidade da Profª.
Maria Teixeira da Fonseca, com habilitação
específica de 2º Grau para exercício de
Magistério de 1º Grau e autorização do DIE/SEC
de acordo com o Parecer nº 68/79-CEDF (Escola
Rural)”(DISTRITO FEDERAL, 1985, p. 525).

Fonte:TWITTER, 2019.

O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

194 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Fonte: GOOGLE EARTH, 2018.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 195


Escola Classe Córrego do Meio
Código do Inep:
53006380
Endereço:
BR-020 km 18, DF-444, Chácara
Córrego do Meio
Região Administrativa:
Planaltina

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Planaltina

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: ECOATIVOS.ORG.BR, 2018. -15.695685; -47.707593
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 474 - CD, de 1ª Diretora: 16 de março de 1979
11/03/1981; DODF 67, de Profª Rosângela de Castro Inauguração:
08/04/1981, p. 07 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Parecer nº 238 - CEDF, de 02/12/1981; Aprova o plano de funcionamento da


1 Escola Classe Córrego do Meio
DODF 244, de 29/12/1981, p. 16 unidade de ensino

Portaria nº 79 - SEC, de 21/12/1981; Autoriza o funcionamento da unidade


2 Escola Classe Córrego do Meio
DODF 06, de 11/01/1982, p. 04 escolar

Instrução nº 95 - DEx., de 20/03/1981; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


3 Escola Classe Córrego do Meio
Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. 112 Planaltina

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


4 Escola Classe Córrego do Meio 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Planaltina e vincula a escola à Regional
p. 09 de Ensino de Planaltina

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p.13-22 -
Escola Classe Córrego do Meio
5 Escola Classe Córrego do Meio autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica da
6 Escola Classe Córrego do Meio 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
7 Escola Classe Córrego do Meio
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

196 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada pela
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício Lei Complementar nº 854, de 15 de
8 Escola Classe Córrego do Meio nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural

Fonte:DISTRITO
TRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 276; DODF; SINJ
SINJ-DF.

EC Córrego do Meio

ise do Parecer nº 238/81 – CEDF,Boletim 16, p. 544, a Escola Classe Córrego do Meio foi
Segundo a análise
descrita da seguinte maneira:
“A Escola Classe Córrego do Meio foi criada pela Resolução nº 474-CD/FEDF,
CD/FEDF, de 11/03/81. Está localizada
na chácara do mesmo nome, próxima ao Colégio Agrícola de Brasília[...]
2.2 -De acordo com os autos do processo,pode-
se verificar que se trata de uma escola rural, instalada,
precariamente,
ente, em 1979 e que, hoje, dispõe de prédio
construído, especificamente, para fins escolares. A área
construída é de 200 m2, com as seguintes
dependências: sala de aula, secretaria, depósito, cantina,
banheiros (masculino, feminino e para professores) e
aposentos
osentos para professor encarregado e (quarto e sala).
Porém, a Escola, ainda, não possui iluminação elétrica
[...]
2.4 - O corpo docente é considerado de 2 (dois)
professores legalmente habilitados, dos quais um é
responsável pela escola e regente de classe
class e o outro
apenas regente”” (DISTRITO FEDERAL, 1991, p. 544).
544)

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 2021.

Fonte: DISTRITO FEDERAL


FEDERAL, 2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 197


O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

198 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe 35 de Ceilândia
Código do Inep:
53008340

Endereço:
Quadra EQNP 9/13, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE. -15.812607; -48.128945
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 10 de agosto de 1979
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Maria da Penha Lucindo Lages Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Escola Classe 35 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244
Parecer nº 124 - CEDF, de
22/07/1981; DODF 156, de Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 35 de Ceilândia
18/08/1981, p. 06 - republicado no unidade de ensino
DODF 160, de 24/08/1981, p. 05
Concede reconhecimento aos
Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 35 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 1.408 - CD, de


Jardim de Infância e Escola Classe 35
4 Escola Classe 35 de Ceilândia 29/03/1985; DODF 66, de 10/04/1985,
de Ceilândia
p. 11

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


Jardim de Infância e Escola Classe 35
5 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
de Ceilândia
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p.13-22 -
Jardim de Infância e Escola Classe 35
6 autorizada pela Resolução nº 6.854 - Escola Classe 35 de Ceilândia
de Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09
Decreto n° 21.397 - GDF, de
Passa a integrar a estrutura orgânica
7 Escola Classe 35 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
8 Escola Classe 35 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p.157; DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 199


EC 35 de Ceilândia

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

200 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe 36 de Ceilândia
Código do Inep:
53007913

Endereço:
Quadra EQNP 5/9, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2021. -15.807337; -48.096429
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora: 10 de setembro de 1979
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980; Maria Anunciação Ferreira de
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Sousa Inauguração:
08 de agosto de 1979

Denominação Legislação Transformação / Alteração


Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Escola Classe 36 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244

Parecer nº 124 - CEDF, de


22/07/1981; DODF 156, de Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 36 de Ceilândia
18/08/1981, p. 06 - republicado no unidade de ensino
DODF 160, de 24/08/1981, p. 05

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 36 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


4 Escola Classe 36 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 36 de Ceilândia
5 Escola Classe 36 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 36 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 36 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p.159; DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 201


EC 36 de Ceilândia

Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

202 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe 43 de Ceilândia
Código do Inep:
53007964
Endereço:
Quadra EQNP 14/18, Área Especial,
S/N
Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2022. -15.843880; -48.109995
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 334 - CD, de 1ª Diretora: 22 de outubro de 1979
21/05/1980; DODF 105, de Zilda de Freitas Queiroz Inauguração:
04/06/1980, p. 07 08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 43 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Parecer nº 120 - CEDF, de 22/07/1981,


homologado em 10/08/1981; DODF Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 43 de Ceilândia
156, de 18/08/1981, p. 06 - republicado unidade de ensino
no DODF 160, de 24/08/1981, p. 05

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 43 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 43 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Ceilândia e vincula a escola à Regional
p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 43 de Ceilândia
5 Escola Classe 43 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 43 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 43 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 107; DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 203


EC 43 de Ceilândia

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

204 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Referências bibliográficas – até 1980

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2021. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF).Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1981-1982, volume IV. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1983-1984, volume V. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Resoluções – 1980 e
Instruções – 1965 / 1980,volume III. Brasília-DF, 1981.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume I. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume II. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Governo do Distrito Federal. Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Disponível em:
https://sei.df.gov.br/.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1979, Boletim 14. Brasília, p. 329-332. Escolas Classes Rurais.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1981, Boletim 16. Brasília, p. 544. Escola Classe Córrego do Meio.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1985, Boletim 20. Brasília, p. 525. Escola Classe Córrego das Corujas.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.Projeto Pedagógico 2021 da Escola
Classe Córrego das Corujas, Brasília, 2021, p. 06-07. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2020/07/pp_ec_corrego_das_corujas.pdf. Acesso em: 17 jan. 2021.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.Projeto Político-Pedagógico 2021 da
Escola Classe Paraná, Brasília, 2021a, p. 04. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_parana_planaltina.pdf. Acesso em: 21 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal.Projeto Político-Pedagógico 2021 do
Centro Educacional do PAD/DF, Brasília, 2021b, p. 13-14. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ced_do_pad_df_paranoa.pdf. Acesso em: 21 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF),2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de imagens

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Pedagógico 2021 da Escola
Classe Córrego das Corujas, Brasília, 2021, p. 01. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2020/07/pp_ec_corrego_das_corujas.pdf. Acesso em: 17 jan. 2021.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Pedagógico 2021 da Escola
Classe Córrego do Meio, Brasília, 2021, p. 01-02. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2020/07/pp_ec_corrego_das_corujas.pdf. Acesso em: 17 jan. 2021.
ECOATIVOS.ORG.BR. Escola Classe Córrego do Meio, captura de imagem em: 25 nov. 2018. Disponível em:
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FACEBOOK. Escola Classe Paraná, captura de imagem em: 26 maio 2020. Disponível em: https://bit.ly/3JYyZbx.
Acesso em: 10 jan. 2022.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 205


FACEBOOK. Centro Educacional do PAD/DF, captura de imagem em: 26 ago. 2020. Disponível em:
https://bit.ly/3feHtgA. Acesso em: 11 jan. 2022.
GOOGLE EARTH. Escola Classe 35 de Ceilândia, captura de imagem [20--]. Disponível em: https://is.gd/SSb2vA.
Acesso em: 14 out. 2022.
GOOGLE EARTH. Escola Classe 36 de Ceilândia, captura de imagem [20--]. Disponível em: https://is.gd/QoN9ZL.
Acesso em: 14 out. 2022.
GOOGLE EARTH. Escola Classe Córrego do Meio, captura de imagem [20--]. Disponível em: https://is.gd/BvfpNJ.
Acesso em: 14 out. 2022.
GOOGLE EARTH. Escola Classe Paraná, captura de imagem [20--]. Disponível em: https://is.gd/ApH74X. Acesso
em: 26 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 35 de Ceilândia, captura de imagem em: jun. 2019. Disponível em:
https://is.gd/g1xE9B. Acesso em: 10 mar. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 35 de Ceilândia, captura de imagem por Islandy Matias LS, em: nov. 2019.
Disponível em: https://bit.ly/3qgI3kg. Acesso em: 11 jan. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 36 de Ceilândia, captura de imagem por Islandy Matias LS, em: set. 2019.
Disponível em: https://is.gd/yTICHK. Acesso em: 18 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 43 de Ceilândia, captura de imagem por Paulo Santos, em: nov. 2019. Disponível
em: https://is.gd/whrApr. Acesso em: 18 out. 2022.
PORTAL G1. Centro Educacional do PAD/DF, captura de imagem por Silvânia da Silva/Arquivo Pessoal, [20--].
Disponível em: https://glo.bo/3qeLiZd. Acesso em: 11 jan. 2022.
RÁDIO VERDE OLIVA. Ministério da Defesa, Exército Brasileiro. Escola Classe Paraná, captura de imagem pelo
Exército Brasileiro, [20--]. Disponível em: https://is.gd/1fIkYK. Acesso em: 15 set. 2022.
TWITTER.Escola Classe Córrego das Corujas, captura de imagem em: 16 set. 2019. Disponível em:
https://twitter.com/mpdft/status/1173718415200149512?lang=cs. Acesso em: 30 set. 2022.

206 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas que iniciaram as atividades
em 1980

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 207


Centro Educacional 06 de Ceilândia
Código do Inep:
53007530

Endereço:
Quadra QNP 16, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2022. -15.844510; -48.115588
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 20 de fevereiro de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Marisa de Castro Silva Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Centro Educacional 06 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243
Parecer nº 149 - CEDF, de
Aprova o plano de funcionamento da
2 Centro Educacional 06 de Ceilândia 12/08/1981; DODF 169, de
unidade de ensino
04/09/1981, p. 09
Concede reconhecimento ao
Portaria nº 44 - SEC, de 25/08/1981;
3 Centro Educacional 06 de Ceilândia estabelecimento de ensino da Rede
DODF 167, de 02/09/1981, p. 07
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Centro Educacional 06 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino Médio 06 de
5 Centro Educacional 06 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Médio 06 de Passa a integrar a estrutura orgânica
6 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Médio 06 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Centro de Ensino Médio 06 de Portaria nº 118 - SEE, de 22/04/2005;


8 Centro Educacional 06 de Ceilândia
Ceilândia DODF 76, de 25/04/2005, p. 16

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 133; DODF; SINJ-DF.

208 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CED 06 de Ceilândia

.
Fonte:SINPRO/DF, 2020.

Fonte:FACEBOOK, 2021.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 209


Centro de Ensino Especial 01 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Escola Classe 42 de Ceilândia

Código do Inep:
53003802

Endereço:
Quadra EQNP 10/14 Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte:GOOGLE MAPS, 2018. Coordenadas:


-15.839818; -48.113586
48.113586
Fonte: BRASIL,, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora: 20 de fevereiro de 1980
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980; Tárcisia Catarina Santana
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Guimarães Inauguração:
Não localizada
localizad
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;


Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 42 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Resolução nº 453 – CD, de


Centro de Ensino Especial 01 de
2 Escola Classe 42 de Ceilândia 18/02/1981; Atos Normativos da
Ceilândia
FEDF, v. IV, p. 27-36

Parecer nº 204 - CEDF, de


Centro de Ensino Especial 01 de Aprova o plano de funcionamento da
3 11/12/1984; DODF 06, de 09/01/1985,
Ceilândia unidade de ensino
p. 05

Instrução nº 141 - DEx., de


Centro de Ensino Especial 01 de Vincula ao Complexo Escolar "B" de
4 14/06/1984; Atos Normativos da
Ceilândia Ceilândia
FEDF, v. V, p. 245

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


Centro de Ensino Especial 01 de
5 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
Ceilândia
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 - Centro de Ensino Especial 01 de
Centro de Ensino Especial 01 de
6 autorizada pela Resolução nº 6.854 - Ceilândia (Mantém a mesma
Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de denominação)
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Especial 01 de Passa a integrar a estrutura orgânica
7 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
E
01/08/2000, p. 54-59

210 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Credencia as instituições educacionais
Centro de Ensino Especial 01 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
8
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 129; DODF; SINJ-DF.

CEE 01 de Ceilândia

Segundo o Projeto Político-Pedagógico“o Centro de


Ensino Especial 01 de Ceilândia foi criado a partir da
Resolução nº 453 de 18/02/1981, atendendo uma demanda da
comunidade local à grande procura de orientação para
estudantes com necessidades educacionais especiais”
(DISTRITO FEDERAL, 2021, p.06).

Fonte:GOOGLE MAPS, 2013.

O Centro de Ensino Especial 01 de Ceilândia,


conforme o Parecer 204/84-CEDF, Boletim 19, p. 540,
descreve que “quanto ao mérito do trabalho educativo
desenvolvido pelo Estabelecimento, em termo de atendimento
à clientela, o mesmo iniciou suas atividades em 1981, com 56
alunos, atendendo atualmente a 125” (DISTRITO FEDERAL,
1984, p. 543).

Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 211


Escola Classe 38 de Ceilândia
Código do Inep:
53007930

Endereço:
Quadra EQNP 15/19, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2022. -15.808581; -48.134896
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 25 de fevereiro de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Nilza Moraes Pessoa Silva Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Escola Classe 38 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244
Parecer nº 124 - CEDF, de
22/07/1981; DODF 156, de Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 38 de Ceilândia
18/08/1981, p. 06 - republicado no unidade de ensino
DODF 160, de 24/08/1981, p. 05
Concede reconhecimento aos
Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 38 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


4 Escola Classe 38 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 38 de Ceilândia
5 Escola Classe 38 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 38 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 38 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 163; DODF; SINJ-DF.

212 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 38 de Ceilândia

Fonte:FACEBOOK, 2020.

Fonte:FACEBOOK, 2020.

Fonte:FACEBOOK, 2020.

Fonte:FACEBOOK, 2020.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 213


Escola Classe 46 de Ceilândia
Código do Inep:
53007999

Endereço:
EQNP-16/20, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:DISTRITO FEDERAL, 2021.
-15.846873; -48.1138342
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 25 de fevereiro de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Dircea Rufino Pereira Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 46 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Parecer nº 120 - CEDF, de


22/07/1981; DODF 156, de Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 46 de Ceilândia
18/08/1981, p. 06 - republicado no unidade de ensino
DODF 160, de 24/08/1981, p. 05

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 46 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 46 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 46 de Ceilândia
5 Escola Classe 46 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 46 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 46 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 113; DODF; SINJ-DF.

214 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 46 de Ceilândia

Segundo o Projeto Político-Pedagógico


“inicialmente chamava-se Escola da QNP 16/20 Setor
‘P’ Sul de Ceilândia, posteriormente denominada:
Escola Classe 46 de Ceilândia, através da Portaria nº
42 de 10 de agosto de 1981 e oferecia o ensino de 1ª a
6ª séries do 1º grau” (DISTRITO FEDERAL, 2021a,
p.10).

Fonte: FOURSQUARE, 2020.

Fonte: FOURSQUARE, 2020.

Fonte: FOURSQUARE, 2020.

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 2021, p.10.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 215


Centro de Ensino Fundamental 13 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Escola Classe 49 de Ceilândia

Código do Inep:
53007344

Endereço:
Quadra EQNP 30/34, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.
-15.849140; -48.117466
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 25 de fevereiro de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Leontina de Paula Vieira Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 49 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Parecer nº 119 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 49 de Ceilândia 15/07/1981; DODF 149, de
unidade de ensino
07/08/1981, p. 10

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 49 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 917 - CD, de


Centro de Ensino 1º Grau 13 de
4 Escola Classe 49 de Ceilândia 23/02/1983; DODF 71, Suplemento de
Ceilândia
15/04/1983, p. 02-03

Instrução nº 115 - DEx., de


Centro de Ensino 1º Grau 13 de Vincula ao Complexo Escolar "B" de
5 10/03/1983; Atos Normativos da
Ceilândia Ceilândia
FEDF, v. V, p. 99

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


Centro de Ensino 1º Grau 13 de
6 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
Ceilândia
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino 1º Grau 13 de Centro de Ensino Fundamental 13 de
7 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Ceilândia Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Fundamental 13 de Passa a integrar a estrutura orgânica
8 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

216 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Fundamental 13 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
9
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 127; DODF; SINJ-DF.

CEF 13 de Ceilândia

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 217


Centro de Ensino Fundamental 25 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Centro Educacional 05 de Ceilândia

Código do Inep:
53007522

Endereço:
Quadra QNP 9, Área Especial, S/ N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2021. -15.814990; -48.128232
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora: 27 de fevereiro de 1980
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980; Deuzuita Coelho de Sousa
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Cunha Inauguração:
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Centro Educacional 05 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244
Parecer nº 189 - CEDF, de
07/10/1981, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
2 Centro Educacional 05 de Ceilândia
27/10/1981; DODF 219, de unidade de ensino
19/11/1981, p. 06,

Portaria nº 60 - SEC, de 27/10/1981; Autoriza o funcionamento da unidade


3 Centro Educacional 05 de Ceilândia
DODF 209, de 05/11/1981, p. 05 escolar

Parecer nº 163 - CEDF, de


Aprova o reconhecimento do
27/10/1982, homologado em
4 Centro Educacional 05 de Ceilândia estabelecimento de ensino da Rede
05/11/1982; DODF 245, de
Oficial
29/12/1982, p.08
Concede reconhecimento ao
Portaria nº 48 - SEC, de 05/11/1982;
5 Centro Educacional 05 de Ceilândia estabelecimento de ensino da Rede
DODF 245, de 29/12/1982, p.08
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


6 Centro Educacional 05 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino Médio 05 de
7 Centro Educacional 05 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Médio 05 de Passa a integrar a estrutura orgânica
8 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

218 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Credencia as instituições educacionais
Centro de Ensino Médio 05 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
9
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Centro de Ensino Médio 05 de Portaria nº 117 - SEE, de 22/04/2005; Centro de Ensino Fundamental 25
2 de
10
Ceilândia DODF 76, de 25/04/2005, p. 16 Ceilândia

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 175; DODF; SINJ


SINJ-DF.

CEF 25 de Ceilândia

Fonte:GOOGLE MAPS, 2021.

Fonte:
Fonte:CORREIO BRAZILIENSE, 2021.

Fonte: VERAS, 2016.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 219


Escola Classe 45 de Ceilândia
Código do Inep:
53007980

Endereço:
Quadra EQNP 12/16, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.
-15.842132; -48.1173454
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 03 de março de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Iêda Maria Costa Melo Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 45 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Parecer nº 119 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 45 de Ceilândia 15/07/1981; DODF 149, de
unidade de ensino
07/08/1981, p. 10

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 45 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 45 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 45 de Ceilândia
5 Escola Classe 45 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 45 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 45 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 111; DODF; SINJ-DF.

220 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC45 de Ceilândia

Fonte:GOOGLE MAPS, 2013. Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2022.

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2022.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 221


Escola Classe 48 de Ceilândia
Código do Inep:
53008014

Endereço:
Quadra EQNP 26/30, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2021.
-15.844549; -48.1208716
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 03 de março de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Vandira de Oliveira Rodrigues Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 48 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Parecer nº 119 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 48 de Ceilândia 15/07/1981; DODF 149, de
unidade de ensino
07/08/1981, p. 10

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 48 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 48 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 48 de Ceilândia
5 Escola Classe 48 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 48 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 48 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 117; DODF; SINJ-DF.

222 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 48 de Ceilândia

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 223


Escola Classe 52 de Ceilândia
Código do Inep:
53008030

Endereço:
Quadra EQNP 32/36, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2022. -15.852203; -48.1205
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 03 de março de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Maria Cândida de Jesus Sousa Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 52 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Parecer nº 119 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 52 de Ceilândia 15/07/1981; DODF 149, de
unidade de ensino
07/08/1981, p. 10

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 52 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 52 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 52 de Ceilândia
5 Escola Classe 52 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 52 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 52 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 123; DODF; SINJ-DF.

224 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 52 de Ceilândia

Fonte:FACEBOOK, 2020.

Fonte:FACEBOOK, 2020.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 225


Centro de Ensino Fundamental 33 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Escola Classe 44 de Ceilândia

Código do Inep:
53007972

Endereço:
Quadra QNP 12, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:FACEBOOK, 2019. -15.840014; -48.1189625
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 03 de março de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Valdete Ferreira Bonfim Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 44 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243
Parecer nº 120 - CEDF, de
22/07/1981, homologado em
Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 44 de Ceilândia 10/08/1981; DODF 156, de
unidade de ensino
18/08/1981, p. 06 - republicado no
DODF 160, de 24/08/1981, p. 05
Concede reconhecimento aos
Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 44 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 44 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 44 de Ceilândia
5 Escola Classe 44 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09
Decreto n° 21.397 - GDF, de
Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 44 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59
Credencia as instituições educacionais
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 44 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Portaria nº 80 - SEE, de 10/04/2013; Centro de Ensino Fundamental 33 de


8 Escola Classe 44 de Ceilândia
DODF 74, de 11/04/2013, p. 05 Ceilândia

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 109; DODF; SINJ-DF.

226 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CEF 33 de Ceilândia

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

Fonte:VILELA, 2021.

Fonte:FACEBOOK, 2017.

Fonte:FACEBOOK, 2017.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 227


Centro de Ensino Fundamental 14 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Centro Escola Classe 51 de Ceilândia

Código do Inep:
53007352

Endereço:
Quadra EQNP 28/32, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa
Fonte:GOOGLE MAPS, 2019. Coordenadas:
-15.847289; -48.124344
48.124344
Fonte: BRASIL,, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora: 10 de março de 1980
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980; Sueli Gonçalves Andrade da
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Conceição Inauguração:
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 51 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Parecer nº 119 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 51 de Ceilândia 15/07/1981; DODF 149, de
unidade de ensino
07/08/1981, p. 10

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 51 de Ceilândia estabelecimentos de ensino
e da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 51 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Resolução nº 3.777 - CD, de


Centro de Ensino 1º Grau 14 de
5 Escola Classe 51 de Ceilândia 20/05/1992; DODF 112, Suplemento
Ceilândia
de 05/06/1992, p. 26
Parecer nº 135 - CEDF, de
Aprova, em caráter excepcional, por 4
Centro de Ensino 1º Grau 14 de 05/07/1993, homologado em
6 (quatro) anos, a partir de 1993, a
Ceilândia 03/08/1993; DODF 159, Suplemento
transformação da unidade de ensino
de 06/08/1993, p. 06
Aprova a transformação da unidade de
Centro de Ensino 1º Grau 14 de Portaria nº 67 - SE, de 17/08/1993; ensino e autoriza o funcionamento do
7
Ceilândia DODF 172, de 25/08/1993, p. 10 Centro de Ensino 1º Grau 14 de
Ceilândia
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino 1º Grau 14 de Centro de Ensino Fundamental 14 de
8 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Ceilândia Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

228 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Decreto n° 21.397 - GDF, de
Centro de Ensino Fundamental 14 de Passa a integrar a estrutura orgânica
9 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Fundamental 14 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
10
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p.121; DODF; SINJ-DF.

CEF 14 de Ceilândia

Segundo o Parecer 135/93-CEDF, Boletim 28, p. 279, a transformação da Escola Classe 44 de Ceilândia em
Centro de Ensino Fundamental 14 de Ceilândia é descrito como:

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1993, p. 279.

Fonte:FACEBOOK,2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 229


Escola Parque 210-211 Norte
Código do Inep:
53001842

Endereço:
Quadra EQN 210/211

Região Administrativa:
Brasília

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
-15.7542529; -47.8837378 Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
1ª Diretora: 07 de abril de 1980
Resolução nº 334 – CD, de
Martha Salustiano Pereira
21/05/1980; DODF 105, de 04/06/1980, Inauguração:
Santiago
p. 07 27 de março de 1980
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 75 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Parque 210-211 Norte Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Brasília
1.242

Parecer nº 129 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Parque 210-211 Norte 22/07/1981; DODF 157, de
unidade de ensino
19/08/1981, p. 05

Concede reconhecimento ao
Portaria nº 40 - SEC, de 07/08/1981;
3 Escola Parque 210-211 Norte estabelecimento de ensino da Rede
DODF 153 de 13/08/1981, p. 10
Oficial

Extingue o Complexo Escolar "B" de


Resolução nº 2.391 - CD, de Brasília e vincula a escola à Regional
4 Escola Parque 210-211 Norte 29/06/1988; DODF 177, de de Ensino do Plano Piloto e do
16/09/1988, p. 09 Cruzeiro, hoje Regional de Ensino do
Plano Piloto
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Parque 210-211 Norte
5 Escola Parque 210-211 Norte autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Parque 210-211 Norte 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Decreto nº 28.007 - GDF, de Relacionada na estrutura


7 Escola Parque 210-211 Norte 30/05/2007; DODF 137, de administrativa da Secretaria de Estado
18/07/2007, p. 01-07 de Educação do Distrito Federal

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 169; DODF; SINJ-DF.

230 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EPAR210-211 Norte

De acordo com o Projeto Pedagógico de 2020 a Escola Parque 210-211 Norte atende na Rede Integradora
as escolas:
 Escola Classe Vila RCG,
 Escola Classe Aspalha,
 Escola Classe 405 Norte e
 Escola Classe 411 Norte(DISTRITO FEDERAL, 2020, p. 12).

Segundo o Parecer 129/81-CEDF, Boletim 16, p. 300, a Escola Parque 210-211 Norte é descrita como:

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1981, p. 300.

Fonte: FOURSQUARE, 2016.Fonte: BLOGSPOT, 2016.

Fonte: BLOGSPOT, 2016.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 231


Escola Classe 34 de Ceilândia
Código do Inep:
53007905

Endereço:
Quadra EQNP 13/17, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA,2020. -15.807337; -48.130360
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 14 de abril de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Maria Ivone de Oliveira Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Escola Classe 34 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244

Parecer nº 124 - CEDF, de


22/07/1981; DODF 156, de Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 34 de Ceilândia
18/08/1981, p. 06 - republicado no unidade de ensino
DODF 160, de 24/08/1981, p. 05
Concede reconhecimento aos
Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 34 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


4 Escola Classe 34 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 34 de Ceilândia
5 Escola Classe 34 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 34 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
7 Escola Classe 34 de Ceilândia mantidas pelo poder público do
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 155; DODF; SINJ-DF.

232 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 34 de Ceilândia

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA,2020.

Fonte:FACEBOOK, 2020.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 233


Escola Classe Lamarão
Código do Inep:
53006879
Endereço:
Núcleo Rural Lamarão, BR-251,
BR km 6, DF-
285, km 22/VC 4413, DF-285,
DF VC-441
Região Administrativa:
Paranoá

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Paranoá

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2021.
-15.965220; -47.501023
47.501023
Fonte: BRASIL,, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 446 - CD, de 1ª Diretora: 07 de maio de 1980
21/01/1981; DODF 46, de Joana D'Arque Ferreira Inauguração:
10/03/1981, p. 07 Não localizada
localizad
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 91 - DEx., de 26/01/1981; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


1 Escola Classe Lamarão
Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. 111 Planaltina

Parecer nº 142 - CEDF, de 05/08/1981,


homologado em 19/08/1981; DODF Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe Lamarão
169, de 04/09/1981, p. 09 - republicado unidade de ensino
no DODF 171, de 09/09/1981, p. 07
Concede reconhecimento ao
Portaria nº 43 - SEC, de 19/08/1981;
3 Escola Classe Lamarão estabelecimento de ensino da Rede
DODF 171, de 09/09/1981, p. 06
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


4 Escola Classe Lamarão 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Planaltina e vincula a escola à Regional
p. 09 de Ensino de Planaltina

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Lamarão
5 Escola Classe Lamarão autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém
antém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica da
6 Escola Classe Lamarão 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
7 Escola Classe Lamarão
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

Alteração de vinculação da Regional de


Portaria nº 300 - SEE, de 29/09/2005;
8 Escola Classe Lamarão Ensino de Planaltina para Regional de
DODF 200, de 20/10/2005, p. 17
Ensino do Paranoá.

234 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
De acordo com a Lei Complementar nº
803, 23 de abril de 2009, atualizada pela
Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, de
Lei Complementar nº 854, de 15 de
24/07/2018, em resposta ao Ofício nº
9 Escola Classe Lamarão outubro de 2012 – Plano Diretor de
146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV (Processo
Ordenamento Territorial do Distrito
SEI nº 00080-00091517/2018-49)
Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural
Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 283; DODF; SINJ-DF.

EC Lamarão
Em conformidade com a Proposta Pedagógica “a Escola
Classe Lamarão, localizada na BR 251 km 06 DF 285 VC 441,
Núcleo Rural Lamarão, Paranoá / DF foi construída em 1979, tendo
seu funcionamento iniciado em fevereiro de 1980. Por se tratar de
escola rural inserida em uma comunidade com apenas 28 chácaras
seu número de alunos era abaixo de cem (100). Haviam poucos
professores e as turmas eram multisseriadas. Até o ano de 1993 não
possuía diretora, o cargo era ocupado por uma professora intitulada
‘responsável’, que também atuava em sala de aula e somente no
ano de 1994 foi criado o cargo de ‘diretor para escolas rurais’. [...]
A Escola Classe Lamarão é uma escola do campo, situada
na Colônia Agrícola Lamarão, localizada a aproximadamente 65 km
do Paranoá [...]” (DISTRITO FEDERAL, 2021b, p. 06).
Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 235


Escola Classe 47 de Ceilândia
Código do Inep:
53008006

Endereço:
Quadra EQNP 22/26 Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020.
-15.840410; -48.1243912
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora: 02 de junho de 1980
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980; Marlene das Graças Pires
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Michalski Inauguração:
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 47 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243
Parecer nº 119 - CEDF, de
15/07/1981, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 47 de Ceilândia
27/07/1981; DODF 149, de unidade de ensino
07/08/1981, p. 10
Concede reconhecimento aos
Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 47 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 47 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 47 de Ceilândia
5 Escola Classe 47 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 47 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 47 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 115; DODF; SINJ-DF.

236 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 47 de Ceilândia

Fonte:INSTAGRAM, 2022.

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 237


Escola Classe 40 de Ceilândia
Código do Inep:
53007956

Endereço:
Quadra EQNP 7/11, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2022. Coordenadas:


-15.818799; -48.130848
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora: 04 de agosto de 1980
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980; Ernestina Maria Cavalcante
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Queiroz Inauguração:
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Escola Classe 40 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244
Parecer nº 120 - CEDF, de
22/07/1981, homologado em
Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 40 de Ceilândia 10/08/1981; DODF 156, de
unidade de ensino
18/08/1981, p. 06 - republicado no
DODF 160, de 24/08/1981, p. 05
Concede reconhecimento aos
Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 40 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


4 Escola Classe 40 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 40 de Ceilândia
5 Escola Classe 40 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 40 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 40 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 167; DODF; SINJ-DF.

238 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 40 de Ceilândia

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2022.

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2022.

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2022.

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2022.

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2022.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 239


Escola Classe 50 de Ceilândia
Código do Inep:
53008022

Endereço:
Quadra QNP 24, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.
-15.842883; -48.1278423
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 25 de agosto de 1980
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Iêda Maria Costa Melo Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 50 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243
Parecer nº 119 - CEDF, de
15/07/1981, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 50 de Ceilândia
27/07/1981; DODF 149, de unidade de ensino
07/08/1981, p. 10
Concede reconhecimento aos
Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 50 de Ceilândia estabelecimentos de ensino o da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


4 Escola Classe 50 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 50 de Ceilândia
5 Escola Classe 50 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09
Decreto n° 21.397 - GDF, de
Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 50 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 50 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 119; DODF; SINJ-DF.

240 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 50 de Ceilândia

Fonte:GLOBO.COM, 2019.

Fonte:GLOBO.COM, 2019.

Fonte:GLOBO.COM, 2019.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 241


Centro de Ensino Fundamental 18 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Escola Classe 41 de Ceilândia

Código do Inep:
53007395

Endereço:
Quadra QNP 10, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2019. -15.837297; -48.115290
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora: 15 de setembro de 1980
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980; Marlene das Graças Pires
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Michalski Inauguração:
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 41 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243
Parecer nº 120 - CEDF, de
22/07/1981, homologado em
Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 41 de Ceilândia 10/08/1981; DODF 156, de
unidade de ensino
18/08/1981, p. 06 - republicado no
DODF 160, de 24/08/1981, p. 05
Concede reconhecimento aos
Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 41 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial
Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de
4 Escola Classe 41 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia
Resolução nº 2.812 - CD, de
Centro de Ensino de 1º Grau 18 de
5 Escola Classe 41 de Ceilândia 22/11/1989; DODF 30, Suplemento de
Ceilândia
12/02/1990, p. 100
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino de 1º Grau 18 de Centro de Ensino Fundamental 18 de
6 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Ceilândia Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09
Decreto n° 21.397 - GDF, de
Centro de Ensino Fundamental 18 de Passa a integrar a estrutura orgânica
7 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Fundamental 18 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
8
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 105; DODF; SINJ-DF.

242 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CEF18 de Ceilândia

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 243


Escola Classe Ponte Alta de Cima
Código do Inep:
53003055

Endereço:
Núcleo Rural Ponte Alta de Cima

Região Administrativa:
Gama

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Gama

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020.
-16.047537; -48.147039
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora: 23 de fevereiro de 1980
Resolução nº 315 - CD, de 16/04/1980; Maria Terezinha Ribeiro da
DODF 87, de 09/05/1980, p. 07 Costa Inauguração:
17 de abril de 1980
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 74 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "A" do
1 Escola Classe Ponte Alta de Cima Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Gama
1.241

Portaria nº 17 - SEC, de 07/07/1980; Concede reconhecimento do


2 Escola Classe Ponte Alta de Cima DODF 129, suplemento de estabelecimento de ensino da Rede
10/07/1980, p. 07-09 Oficial
Parecer nº 142 - CEDF, de
05/08/1981, homologado em
Aprova o plano de funcionamento da
3 Escola Classe Ponte Alta de Cima 19/08/1981; DODF 169, de
unidade de ensino
04/09/1981, p. 09 - republicado no
DODF 171, de 09/09/1981, p. 07
Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" do
4 Escola Classe Ponte Alta de Cima 29/06/1988; DODF 177, de Gama e vincula a escola à Regional de
16/09/1988, p. 09 Ensino do Gama

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Ponte Alta de Cima
5 Escola Classe Ponte Alta de Cima autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe Ponte Alta de Cima 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe Ponte Alta de Cima
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

244 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício pela Lei Complementar nº 854, de 15
8 Escola Classe Ponte Alta de Cima nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV de outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 207; DODF; SINJ-DF.

EC Ponte Alta de Cima

Com a transferência da Capital da República


para o Planalto Central, muitas fazendas foram
desapropriadas, entre elas a Fazenda Ponte Alta, que
deu origem a comunidade da qual a escola faz parte e
herdou o nome; comunidade Núcleo Rural Ponte Alta
de Cima (DISTRITO FEDERAL, 2021).

Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.

O Parecer 142/81-CEDF, Boletim 16, p. 323,


informa na análise, no item 3 – Recursos Humanos,
que a Escola Classe Ponte Alta de Cima não
possuía, à época de sua criação, diretor responsável
pela unidade escolar, mas apenas 2 professores.
Conforme o Parecer 68/79-CEDF esta função
poderia ser exercida por professores sem habilitação
específica, mediante autorização do DIE/SEC.
Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 245


O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.


[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.

246 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Referências bibliográficas – 1980

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2021. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Administração Regional do Gama, Conheça a RA. Brasília, 2021. Disponível em:
https://www.gama.df.gov.br/category/sobre-a-ra/conheca-a-ra/. Acesso em: 17 maio 2022.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1981-1982, volume IV. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1983-1984, volume V. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Resoluções – 1980 e
Instruções – 1965 / 1980, volume III. Brasília-DF, 1981.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume I. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume II. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Governo do Distrito Federal. Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Disponível em:
https://sei.df.gov.br/.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1979, Boletim 14. Brasília, p. 329-332. Escolas Classes Rurais.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1981, Boletim 16. Brasília, p. 300. Escola Parque 210-211.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1993, Boletim 28. Brasília, p. 279. Centro de Ensino Fundamental 14 de Ceilândia.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1984, Boletim 19. Brasília, p. 543. Centro de Ensino Especial 01 de Ceilândia.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político 2020 da Escola
Parque 210-211 Norte, Brasília, 2020, p. 12. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2020/07/pp_ep_210_211_norte_plano_piloto-1.pdf. Acesso em: 21 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 do
Centro Ensino Especial 01 de Ceilândia, Brasília, 2021, p. 06. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_cee_01_ceilandia.pdf. Acesso em: 21 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico
2021/2023 da Escola Classe 46 de Ceilândia, Brasília, 2021a, p. 01. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_46_ceilandia.pdf. Acesso em: 17 jan. 2021.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2021 da
Escola Classe Lamarão, Brasília, 2021b, p. 06. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_lamarao_paranoa.pdf. Acesso em: 21 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de imagens

AGÊNCIA BRASÍLIA.Escola Classe 40 de Ceilândia, imagem de Álvaro Henrique, Ascom/SEEDF, em: 04 mar.
2022. Disponível em: https://www.flickr.com/search/?text=Escola%20Classe%2040%20de%20Ceil%C3%A2ndia.
Acesso em: 20 out. 2022.
AGÊNCIA BRASÍLIA. Escolas aconchegantes como coração de mãe. Escola Classe Ponte Alta de Cima, imagem
de Acácio Pinheiro, em: 15 jun. 2020. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/06/13/escolas-
aconchegantes-como-coracao-de-mae/. Acesso em: 17 jun. 2021.
AGÊNCIA BRASÍLIA. Escolas de Ceilândia entram na segunda fase de reformas. Escola Classe 34 de Ceilândia,
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https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/04/22/escolas-de-ceilandia-entram-na-segunda-fase-de-reformas/. Acesso
em: 17 jun. 2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 247


AGÊNCIA BRASÍLIA. Escolas de Ceilândia entram na segunda fase de reformas. Escola Classe 47 de Ceilândia
imagem de Acácio Pinheiro, em: 22 abr. 2020. Disponível em:
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/04/22/escolas-de-ceilandia-entram-na-segunda-fase-de-reformas/. Acesso
em: 17 jun. 2021.
AGÊNCIA BRASÍLIA. GDF vai construir duas escolas no Sol Nascente. Escola Classe 45 de Ceilândia, imagem
de Lúcio Bernardo Jr, em: 03 mar. 2022. Disponível em: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/distrito-
federal/gdf-vai-construir-duas-escolas-no-sol-nascente. Acesso em: 19 out. 2022.
AGÊNCIA BRASÍLIA. Reforma nas escolas de Ceilândia. Centro de Ensino Fundamental 13 de Ceilândia, imagem
de Acácio Pinheiro, em: 25 ago. 2020. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/08/25/reforma-nas-
escolas-de-ceilandia/. Acesso em: 17 jun. 2021.
BLOGSPOT. Escola Parque 210-211 Norte, captura de imagem em: 10 jun. 2016. Disponível em:
http://escolaparque210norte.blogspot.com/2016/06/a-nossa-escola-e-bonita-demais.html. Acesso em: 20 out. 2022.
CORREIO BRAZILIENSE Gestores escolares são contra retomada presencial na rede pública. Centro de Ensino
Fundamental 25 de Ceilândia, imagem do Sinpro-DF, em: 25 fev. 2021. Disponível em: https://is.gd/nDPCAy. Acesso
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DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico
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https://www.facebook.com/Minoru.e.Samurai. Acesso em: 14 out. 2022.
FACEBOOK. Escola Classe 38 de Ceilândia,publicado por Minoru e Samurai, em: 09 out. 2020. Disponível em:
https://www.facebook.com/Minoru.e.Samurai. Acesso em: 14 out. 2022.
FACEBOOK. Escola Classe 39 de Ceilândia, publicado por Minoru e Samurai, em: 14 jun. 2021. Disponível em:
https://www.facebook.com/Minoru.e.Samurai. Acesso em: 14 out. 2022.
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https://is.gd/IFKOya. Acesso em: 20 out. 2022.
FACEBOOK. Escola Classe 48 de Ceilândia,publicado por Minoru e Samurai, em: 09 jul. 2022. Disponível em:
https://www.facebook.com/Minoru.e.Samurai. Acesso em: 14 out. 2022.
FACEBOOK. Escola Classe 52 de Ceilândia,publicado por Minoru e Samurai, em: 25 jun. 2020. Disponível em:
https://www.facebook.com/Minoru.e.Samurai. Acesso em: 14 out. 2022.
FOURSQUARE. Escola Parque 210-211 Norte, captura de imagem por Carlos R., em: 17 set. 2016. Disponível
em:https://is.gd/ILqJw8. Acesso em: 20 out. 2022.
FOURSQUARE. Escola Parque 303-304 Norte, captura de imagem por Marcos Augusto, em: 03 dez. 2020.
Disponível em:https://is.gd/x9Bbfp. Acesso em: 19 out. 2022.
GLOBO.COM, Globoplay. Escola Classe 50 de Ceilândia está com vários problemas.Escola Classe 50 de
Ceilândia, imagem de André Lima, em: 02 ago. 2019. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/7812401/. Acesso
em: 20 out. 2022.

248 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


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https://is.gd/nbjlFd. Acesso em: 21 out. 2022.
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https://is.gd/NeyFB6. Acesso em: 26 out. 2022.
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Acesso em: 20 out. 2022.
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Acesso em: 20 out. 2022.
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Acesso em: 20 out. 2022.
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https://is.gd/bTNqtc. Acesso em: 14 out. 2022.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 249


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GOOGLE MAPS. Escola Classe 50 de Ceilândia, captura de imagem em: maio 2019. Disponível em:
https://is.gd/NH0UZb. Acesso em: 10 mar. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 52 de Ceilândia, captura de imagem em: jan. 2022. Disponível em:
https://is.gd/ZAPVoK. Acesso em: 14 out. 2022.
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Disponível em: https://is.gd/KLxw6B. Acesso em: 15 set. 2022.
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VILELA, Roosevelt-Deputado Distrital. Centro de Ensino Fundamental 33 de Ceilândia, captura de imagem em: 28
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250 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas que iniciaram as atividades
em 1981

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 251


Centro de Ensino Fundamental 10 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Escola Classe 53 de Ceilândia

Código do Inep:
53007310
Endereço:
Quadra EQNN 23/25, Área Especial,
S/N
Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2019. -15.805006; -48.124673
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 16 de fevereiro de 1981
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Dalmy de Carvalho Cintra
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07 Inauguração:
19 de março de 1981
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Escola Classe 53 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244

Resolução nº 453 – CD, de


Centro de Ensino 1º Grau 10 de
2 Escola Classe 53 de Ceilândia 18/02/1981; Atos Normativos da
Ceilândia
FEDF, v. IV, p. 27-34
Parecer nº 125 - CEDF, de
Centro de Ensino 1º Grau 10 de 22/07/1981, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
3
Ceilândia 28/07/1981; DODF 157, de unidade de ensino
19/08/1981, p. 05
Concede reconhecimento ao
Centro de Ensino 1º Grau 10 de Portaria nº 41 - SEC, de 10/08/1981;
4 estabelecimento de ensino da Rede
Ceilândia DODF 154, de 14/08/1981, p. 06
Oficial

Instrução nº 140 - DEx, de


Centro de Ensino 1º Grau 10 de Vincula ao Complexo Escolar "C" de
5 14/06/1984; Atos Normativos da
Ceilândia Ceilândia
FEDF, v. V, p. 245

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


Centro de Ensino 1º Grau 10 de
6 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
Ceilândia
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino 1º Grau 10 de Centro de Ensino Fundamental 10 de
7 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Ceilândia Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09
Decreto n° 21.397 - GDF, de
Centro de Ensino Fundamental 10 de Passa a integrar a estrutura orgânica
8 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

252 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Fundamental 10 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
9
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 171; DODF; SINJ-DF.

CEF 10 de Ceilândia

Fonte:FACEBOOK, 2021.

Fonte:FACEBOOK, 2021.

Fonte:FACEBOOK, 2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 253


Centro de Ensino Fundamental01 do Lago Norte
Criado pela Resolução nº 453 - CD, de 18/02/1981, como Escola Classe e Jardim de Infância Lago Norte

Código do Inep:
53009410

Endereço:
Quadra SHIN QI 4/6, Área Especial

Região Administrativa:
Lago Norte

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte: JORNAL DE BRASÍLIA,2019. Coordenadas:


-15.733503; -47.873251
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 453 – CD, de 18/02/1981 1ª Diretora: 23 de fevereiro de 1981
- Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. Nanci Lima Camelho Inauguração:
27-36 26 de fevereiro de 1981
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 94 - DEx., de 17/03/1981;
Escola Classe e Jardim de Infância Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Atos Normativos da FEDF, v. IV, p.
Lago Norte Brasília
111
Parecer nº 109 - CEDF, de
Escola Classe e Jardim de Infância 22/07/1982, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
2
Lago Norte 04/08/1982; DODF 150, de unidade de ensino
09/08/1982, p.04

Escola Classe e Jardim de Infância Portaria nº 35 - SEC, de 04/08/1982; Autoriza o funcionamento da unidade
3
Lago Norte DODF 150, de 09/08/1982, p.04 de ensino

Extingue o Complexo Escolar "B" do


Resolução nº 2.391 - CD, de Cruzeiro e vincula a escola à Regional
Escola Classe e Jardim de Infância
4 29/06/1988; DODF 177, de de Ensino do Plano Piloto e do
Lago Norte
16/09/1988, p.09 Cruzeiro, hoje Regional de Ensino do
Plano Piloto
Resolução nº 2.460 - CD, de
03/11/1988; DODF 35, Suplemento de
Escola Classe e Jardim de Infância 19/02/1990, p. 10 - revogada pela Centro de Ensino nº 01 do Lago Norte
5
Lago Norte Resolução nº 3.205 - CD, de Revogada a Resolução
24/10/1990; DODF 217, Suplemento
de 09/11/1990, p. 29

Resolução nº 4.313 - CD, de


Centro de Ensino de 1º Grau 01 do
Escola Classe e Jardim de Infância 17/11/1993; DODF 235, de
6 Lago Norte
Lago Norte 23/11/1993, p. 12 - republicado no
Aprovada a transformação
DODF 237, de 25/11/1993, p. 20

Escola Classe e Jardim de Infância Parecer nº 84 - CEDF, de 16/05/1994; Aprova a transformação da unidade de
7
Lago Norte DODF 105, de 31/05/1994, p. 29 ensino

254 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Portaria nº 58 - SE, de 07/06/1994;
Escola Classe e Jardim de Infância DODF 110, de 08/06/1994, p. 20 - Centro de Ensino de 1º Grau 01 do
8
Lago Norte republicado no DODF 115, de Lago Norte
15/06/1994, p.25
Parecer nº 241 - CEDF, de
Centro de Ensino de 1º Grau 01 do 25/09/1995, homologado em Aprova o reconhecimento da unidade
9
Lago Norte 29/09/1995; DODF 191, de de ensino
03/10/1995, p. 05

Portaria nº 82 - SE, de 29/09/1995;


DODF 190, de 02/10/1995, p. 15 -
Centro de Ensino de 1º Grau 01 do republicado no DODF 232, de Concede o reconhecimento da unidade
10
Lago Norte 04/12/1995, p. 04 e de ensino
Portaria nº 98 - SE, de 28/11/1995;
DODF 230, de 30/11/1995, p. 05

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino de 1º Grau 01 do Centro de Ensino Fundamental 01 do
11 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Lago Norte Lago Norte
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Fundamental 01 do Passa a integrar a estrutura orgânica
12 31/07/2000; DODF 146, de
Lago Norte da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Fundamental 01 do Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
13
Lago Norte DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Aguardando a regulamentação do Em processo de implementação do


Projeto de Gestão Compartilhada, Projeto de Gestão
Centro de Ensino Fundamental 01 do entre a Secretaria de Estado de Compartilhadatransformando em
14
Lago Norte Educação do Distrito Federal e a Colégio Cívico-Militar do Distrito
Secretaria de Estado de Segurança Federal.
Pública do Distrito Federal
Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 167; DODF; SINJ-DF.

CEF 01 do Lago Norte

Fonte:GOOGLE MAPS, 2021.Fonte:GOOGLE MAPS, 2019.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 255


Fonte: FOURSQUARE, 2020.

De acordo com o Parecer 84/94-CEDF, Boletim 29, p. 198, o histórico da transformação da Escola Classe e
Jardim de Infância Lago Norte em Centro de Ensino foi descrito como:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1994, p. 198.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

256 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro de Ensino Fundamental 11 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Escola Classe 54 de Ceilândia

Código do Inep:
53007328

Endereço:
Quadra EQNN 24/26, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.


Coordenadas:
-15.839920; -48.104452
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 25 de março de 1981
1º Diretor:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Yoshio AraKawa Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
Não localizada
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 76 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 54 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.243

Resolução nº 453 – CD, de


Centro de Ensino 1º Grau 11 de
2 Escola Classe 54 de Ceilândia 18/02/1981; Atos Normativos da
Ceilândia
FEDF, v. IV, p. 27

Parecer nº 95 - CEDF, de 01/07/1982,


Centro de Ensino 1º Grau 11 de Aprova o plano de funcionamento da
3 homologado em 08/07/1982; DODF
Ceilândia unidade de ensino
133, de 15/07/1982, p. 05

Centro de Ensino 1º Grau 11 de Portaria nº 30 - SEC, de 15/07/1982; Autoriza o funcionamento da unidade


4
Ceilândia DODF 139, de 23/07/1982, p. 09 de ensino

Instrução nº 141 - DEx, de


Centro de Ensino 1º Grau 11 de Vincula ao Complexo Escolar "C" de
5 14/06/1984; Atos Normativos da
Ceilândia Ceilândia
FEDF, v. V, p. 245

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "B" de


Centro de Ensino 1º Grau 11 de
6 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
Ceilândia
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Parecer nº 45 - CEDF, de 28/02/1994,


Centro de Ensino 1º Grau 11 de Aprova o reconhecimento do Centro de
7 homologado em 16/03/1994; DODF
Ceilândia Ensino 1º Grau 11 de Ceilândia
56, de 23/03/1994, p. 38

Concede reconhecimento ao
Centro de Ensino 1º Grau 11 de Portaria nº 35 - SE, de 23/03/1994;
8 estabelecimento de ensino da Rede
Ceilândia DODF 59, de 28/03/1994, p. 21
Oficial

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 257


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino 1º Grau 11 de Centro de Ensino Fundamental 11 de
9 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Ceilândia Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Fundamental 11 de Passa a integrar a estrutura orgânica
10 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Fundamental 11 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
11
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 125; DODF; SINJ-DF.

CEF 11 de Ceilândia

De acordo com o Parecer 95/82-CEDF, Boletim 17, p. 416, no histórico, descreve a transformação da Escola
Classe 54 de Ceilândia em Centro de Ensino da seguinte forma:

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1982, p. 416.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2018.Fonte:FACEBOOK, 2020.

258 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro de Ensino Médio Asa Norte – CEAN
Criado pela Resolução nº 453 – CD, de 18/02/1981, como Centro Educacional Asa Norte - CEAN

Código do Inep:
53001010

Endereço:
SGAN 606, Módulo G, Área Especial

Região Administrativa:
Brasília

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa
Fonte: GOOGLE MAPS,2019.
Coordenadas:
-15.7665057; -47.8750957
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 453 – CD, de 18/02/1981 1ª Diretora: 27 de abril de 1981
- Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. Terezinha de Azevedo Santos Inauguração:
27-36 04 de maio de 1981
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 94 - DEx., de 17/03/1981;
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Centro Educacional Asa Norte - CEAN Atos Normativos da FEDF, v. IV, p.
Brasília
111

Parecer nº 233 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Centro Educacional Asa Norte - CEAN 02/12/1981; DODF 244, de
unidade de ensino
29/12/1981, p. 16

Concede reconhecimento do Centro de


Portaria nº 78 - SEC, de 21/12/1981;
3 Centro Educacional Asa Norte - CEAN Ensino e autoriza o funcionamento da
DODF 244, de 29/12/1981, p. 16
Unidade Escolar

Extingue o Complexo Escolar "B" de


Resolução nº 2.391 - CD, de Brasília e vincula a escola à Regional
4 Centro Educacional Asa Norte - CEAN 29/06/1988; DODF 177, de de Ensino do Plano Piloto e do
16/09/1988, p. 09 Cruzeiro, hoje Regional de Ensino do
Plano Piloto
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino Médio Asa Norte -
5 Centro Educacional Asa Norte - CEAN autorizada pela Resolução nº 6.854 -
CEAN
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Médio Asa Norte - Passa a integrar a estrutura orgânica
6 31/07/2000; DODF 146, de
CEAN da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Médio Asa Norte - Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7
CEAN DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 177; DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 259


CEM Asa Norte – CEAN

“No ano de 1980, enquanto se construía o prédio, a escola dividiu espaço com o antigo CAN – Colégio da
Asa Norte (atual Paulo Freire), onde funcionou o turno diurno, e com a Escola Classe 407 Norte, para atendimento do
noturno. Finalmente, em 04 de maio de 1981 a escola foi inaugurada em sua sede própria, ocasião em que passou a
se chamar Centro Educacional da Asa Norte 11 – CEAN. Em 1996, a escola deixa de oferecer o ensino fundamental,
extingue os cursos profissionalizantes e implanta a Lei 8.044/82 com o ensino acadêmico.
No ano 2.000 ocorre uma mudança nas tipologias de muitas escolas da rede pública e, em consequência, há
mudanças de nomenclatura nas escolas públicas e as escolas de 2º grau passaram a chamar-se Centro de Ensino
Médio – CEM.
Nesse contexto, o CEAN é nomeado, oficialmente, de Centro de Ensino Médio Asa Norte – CEMAN. Nesse
ponto da história iniciou-se o movimento pela
manutenção e respeito à sua identidade. A
escola é e quer continuar sendo reconhecida
como CEAN. Instaurou-se, então, o seguinte
conflito: os parceiros e instituições externas à
rede pública de ensino encaminham os
documentos ao CEAN – Centro de Ensino
Médio Asa Norte; os órgãos oficiais do Governo
do Distrito Federal encaminham as
documentações ao CEMAN; e a escola
responde a todos como CEAN – Centro de
Ensino Médio Asa Norte. Diz o ditado que “água
mole em pedra dura tanto bate até que fura”,
atualmente a maioria dos documentos do
governo do Distrito Federal já registra CEAN, o
seu nome próprio” (DISTRITO FEDERAL, 2018,
p. 10-11).

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

260 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe 39 de Ceilândia
Código do Inep:
53007948

Endereço:
Quadra EQNP 11/15, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.


Coordenadas:
-15.814115; -48.133038
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 04/05/1981
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Anilda Silva Chaves Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
Não localizada
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;


Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Escola Classe 39 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244

Parecer nº 126 - CEDF, de


22/07/1981, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 39 de Ceilândia
28/07/1981; DODF 149, de unidade de ensino
07/08/1981, p. 10

Concede reconhecimento aos


Portaria nº 42 - SEC, de 10/08/1981;
3 Escola Classe 39 de Ceilândia estabelecimentos de ensino da Rede
DODF 156, de 18/08/1981, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


4 Escola Classe 39 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 39 de Ceilândia
5 Escola Classe 39 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 39 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 39 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 165; DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 261


EC 39 de Ceilândia

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

262 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro de Educação Profissional –
Escola Técnica de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 453 - CD, de 18/02/1981, como Centro de Educação Profissional - Ceilândia
Código do Inep:
53007603

Endereço:
Quadra QNN 14, Área Especial

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2021. -15.829296; -48.109331
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico

Ato de Criação: Início das Atividades:


1º Diretor:
Resolução nº 453 - CD, de 18/02/1981; 21/05/1981
Luiz da Rocha Vianna Neto
Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. 27 (Mesma data de inauguração)

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Resolução nº 787 - CD, de


Centro de Educação Profissional - Centro de Educação para o Trabalho -
1 11/08/1982; DODF 170, Suplemento
Ceilândia Ceilândia
de 06/09/1982, p. 13

Parecer nº 45 - CEDF, de
Centro de Educação para o Trabalho - Aprova o plano de funcionamento e os
2 01/04/1985; DODF 71, de
Ceilândia planos de curso da unidade de ensino
17/04/1985, p. 02

Concede reconhecimento ao
Centro de Educação para o Trabalho - Portaria nº 21 - SEC, de 03/04/1985;
3 estabelecimento de ensino da Rede
Ceilândia DODF 73, de 19/04/1985, p. 05
Oficial

Parecer nº 43 - CEDF, de Aprova o novo plano de funcionamento


Centro de Educação para o Trabalho -
4 18/03/1991; DODF 79, de e os planos de curso da unidade de
Ceilândia
26/04/1991, p. 13 ensino

Portaria nº 24 - SE, de 26/04/1991; Aprova o novo plano de funcionamento


Centro de Educação para o Trabalho -
5 DODF 81, Suplemento de e os planos de curso da unidade de
Ceilândia
30/04/1991, p. 01 ensino

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


Centro de Educação Profissional de
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Educação para o Trabalho - Ceilândia (CEP - Ceilândia) Vinculado
6 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Ceilândia à Subsecretaria de Educação Pública
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
(SUBEP)
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Educação Profissional de Passa a integrar a estrutura orgânica
7 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia (CEP - Ceilândia) da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 263


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Credencia as instituições educacionais
em funcionamento, mantidas pelo
poder público do Distrito Federal –
Centro de Educação Profissional de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
8 Secretaria de Estado de Educação do
Ceilândia (CEP - Ceilândia) DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal.
Vinculada à Subsecretaria de
Educação Pública - SUBEP

Decreto n° 28.276 - GDF, de


Centro de Educação Profissional de Centro de Educação Profissional de
9 14/09/2007; DODF 179 de
Ceilândia (CEP - Ceilândia) Ceilândia é transferido para SECT
17/09/2007, p. 01

Decreto n° 30.695 - GDF, de


Centro de Educação Profissional de
10 13/08/2009; DODF 157, de Escola Técnica de Ceilândia
Ceilândia (CEP - Ceilândia)
14/08/2009, p. 05

Decreto n° 31.788 - GDF, de


Escola Técnica de Ceilândia é
10/06/2010; DODF 111, de
transferida para SEDF.
11 Escola Técnica de Ceilândia 10/06/2010, p. 03 - revogada pelo
Vinculada à Subsecretaria de Gestão
Decreto nº 31.878/2010; DODF 130,
Pedagógica e Inclusão Educacional
de 08/07/2010, p. 21

Centro de Educação Profissional de


Decreto nº 31.877 - GDF, de
Ceilândia.
12 Escola Técnica de Ceilândia 07/07/2010; DODF 130, de
A Instituição é transferida para SEDF e
08/07/2010, p. 21
alterada a denominação

Decreto nº 33.869 - GDF, de


Centro de Educação Profissional de Vinculado à Regional de Ensino
13 22/08/2012; DODF 170, de
Ceilândia Ceilândia
23/08/2012, p. 07-14

Centro de Educação Profissional de Portaria nº 197 - SEE, de 01/08/2013; Centro de Educação Profissional –
14
Ceilândia DODF 159, de 05/08/2013, p. 04 Escola Técnica de Ceilândia

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 415; DODF; SINJ-DF.

CEP - Escola Técnica deCeilândia

De acordo com o Parecer 45/85-CEDF, Boletim 20, p. 148, o CEP - Escola Técnica de Ceilândia, foi descrito
em 1985 como:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1985, p. 148.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2021.

264 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Fonte:MAPIO.NET, [20--].Fonte:METRÓPOLES, 2021.

Fonte:MAPIO.NET, [20--].

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 265


Escola Classe COPERBRÁS
Código do Inep:
53006372

Endereço:
DF-250/355, Chácara 172

Região Administrativa:
Planaltina

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Planaltina

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2013. -15.761346; -47.545912
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
1ª Diretora: 26 de maio de 1981
Resolução nº 985 - CD, de
Elizabeth Silva Pacheco
11/05/1983; DODF 110, de Inauguração:
Guimarães
13/06/1983, p. 04 Não localizada
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 119 - DEx., de 19/05/1983; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


1 Escola Classe COPERBRÁS
Atos Normativos da FEDF, v. V, p. 107 Planaltina

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


2 Escola Classe COPERBRÁS 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Planaltina e vincula a escola à Regional
p. 09 de Ensino de Planaltina

Parecer nº 61 – CEDF, de 29/04/1991,


Autoriza o funcionamento da unidade
3 Escola Classe COPERBRÁS homologado em 08/05/1991; DODF 94,
escolar
Suplemento de 17/05/1991, p. 04-05

Portaria nº 27 - SE, de 14/05/1991;


Autoriza o funcionamento da unidade
4 Escola Classe COPERBRÁS DODF 94; Suplemento de 17/05/1991,
escolar
p. 02

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe COPERBRÁS
5 Escola Classe COPERBRÁS autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica da
6 Escola Classe COPERBRÁS 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
7 Escola Classe COPERBRÁS
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

266 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
De acordo com a Lei Complementar nº
Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada pela
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício Lei Complementar nº 854, de 15 de
8 Escola Classe COPERBRÁS nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural
Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 275; DODF; SINJ-DF.

EC COPERBRÁS

De acordo com o Projeto Político-Pedagógico“em 1980, foi criada a empresa COPERBRÁS (Companhia
Avícola e Pecuária de Brasília) que tinha como principal atividade econômica a produção de ovos e empregava cerca
de 400 funcionários. [...]
No início, as residências eram dispersas em uma área aproximada de 1.500 ha, divididas em 22 glebas, onde
existia um galpão para a criação de aves e duas casas destinadas a duas famílias. Com a presença das famílias e o
aumento da população em idade escolar, deu-se início a construção da Escola Classe COPERBRÁS que começou a
funcionar em 1981 com 40 alunos matriculados,
oferecendo as 4 primeiras séries. Os alunos residiam em
casas distribuídas pela fazenda e eram transportados
num caminhão baú da própria empresa. Na escola
recebiam uma refeição.
No início, como recursos humanos, a escola
contava apenas com a professora a Sr.ª Elisabeth Silva
Pacheco Guimarães que trabalhava 20 horas como
professora regente e as outras 20 horas como professora
responsável, respondendo também pela direção da
escola. [...]
Em julho de 2000, a Companhia Avícola e
Pecuária de Brasília (COPERBRÁS) é extinta, as terras
vendidas para a fazenda Sete Veredas, grande produtora
de grãos, algodão e atividades pecuárias” (DISTRITO
FEDERAL, 2021a, p. 03-04).

Fonte: GOOGLE MAPS, 2013.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2013.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 267


De acordo com o Parecer 61/91-CEDF, Boletim 26, p. 248, a Escola Classe COPERBRÁS foi descrita como:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1991, p. 248.

O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

268 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Barra Alta
Código do Inep:
53006348

Endereço:
DF-260, Chácara 210

Região Administrativa:
Planaltina

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Planaltina

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2017. -15.848047; -47.457510
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 475 - CD, de 1ª Diretora: 1º de junho de 1981
11/03/1981; DODF 67, de 08/04/1981, Joana D'Arc Ferreira Inauguração:
p. 07 Não localizada
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 116 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe Barra Alta 14/03/1983; Atos Normativos da
Planaltina
FEDF, v. V, p. 100
Parecer nº 52 - CEDF, de
Escola Classe Barra Alta (citada como 07/04/1986; homologado em Não aprova o plano de funcionamento
2
Escola Rural Barra Alta) 17/04/1986; DODF 78, Suplemento da unidade de ensino
de 28/04/1986, p. 02
Parecer nº 261 - CEDF, de
14/12/1987, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
3 Escola Classe Barra Alta
30/12/1987; DODF 20, Suplemento unidade de ensino
de 29/01/1988, p.02-03

Concede reconhecimento ao
Portaria nº 51 - SE, de 30/12/1987;
estabelecimento de ensino da Rede
4 Escola Classe Barra Alta DODF 20, Suplemento de
Oficial e aprova o plano de
29/01/1988, p. 01
funcionamento

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


5 Escola Classe Barra Alta 29/06/1988; DODF 177, de Planaltina e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Planaltina

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Barra Alta
6 Escola Classe Barra Alta autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica da
7 Escola Classe Barra Alta 31/07/2000; DODF 146, de
Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 269


Denominação Legislação Transformação / Alteração

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
8 Escola Classe Barra Alta
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada pela
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício Lei Complementar nº 854, de 15 de
9 Escola Classe Barra Alta nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 269; DODF; SINJ-DF.

EC Barra Alta

Segundo o Projeto Político-Pedagógico “a Escola Classe Barra Alta foi fundada em 17 de junho de 1960 e
está registrada pela Fundação Educacional do Distrito Federal-Decreto N.48.297.
A Escola Classe Barra Alta foi construída por iniciativa do senhor Leônidas Francisco dos Santos, pequeno
produtor rural, pai de oito alunos, que necessitava de escola para seus filhos e na região não havia escola para a
faixa etária da família. A construção se deu por meio de mutirão com o auxílio do Governo [...]” (DISTRITO
FEDERAL, 2021, p. 08).
“Sucinto relato da História da Comunidade Barra Alta nos seus aspectos fundiários e socioeconômicos. Fins
de 1979 para 1980 os primeiros que chegaram por aqui, não eram invasores, assentados ou posseiros e sim
arrendatários das terras título está concedido pela Fundação Zoobotânica DF, a todos que recebiam as terras para
produzirem, segundo os Planos de Utilização – PU, elaborados pela EMATER, segundo o que a terra podia
produzir.[...] esta área rural era um acréscimo ao Núcleo Rural de Tabatinga, e não tinha nome definido, o chamava
Capão dos Porcos, outros Barra Alta, este último vindo a predominar por ser de fato um relevo de altitude de faixa
reta, sendo uma Barra Alta, como um platô” (DISTRITO FEDERAL, 2021, p. 174).
De acordo com a análise no Parecer nº 261 – CEDF, de 14/12/1987, Boletim 22, a Escola Classe Barra Alta,
2
foi descrita como: “O prédio com 184,50 m de área foi construído para fins escolares pela Secretaria de Agricultura
do Distrito Federal e transferido para aFEDF, tendo este órgão providenciado a instalação de equipamentos e
material didático” (DISTRITO FEDERAL, 1987, p.790).

O Parecer 52/86-CEDF, Boletim 21, p. 203, informa no histórico do processo que:

270 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Na análise do Parecer 52/86-CEDF, foi descrito que:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1986, p. 203.

O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 271


Centro de Ensino Fundamental Jardim II
Criado pela Resolução nº 788 - CD, 11/08/1982, como Escola Classe Jardim II

Código do Inep:
53006860
Endereço:
Núcleo Rural do Jardim, Rodovia DF
285, km 23, BR 251 & DF 285
Região Administrativa:
Paranoá

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Paranoá

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.


Coordenadas:
-16.0169197; -47.3804884
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
03 de agosto de 1981
Resolução nº 788 - CD, 11/08/1982; 1ª Diretora:
DODF 170, Suplemento de Águida Eliete Alvarenga
Inauguração:
06/09/1982, p. 14
Não localizada

Denominação Legislação Transformação / Alteração


Instrução nº 108 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe Jardim II 19/08/1982; Atos Normativos da
Planaltina
FEDF, v. IV, p. 245

Parecer nº 200 - CEDF, de


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe Jardim II 16/12/1985; DODF 07, Suplemento de
escola
10/01/1986, p. 06

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


3 Escola Classe Jardim II 29/06/1988; DODF 177, de Planaltina e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Planaltina

Parecer nº 120 - CEDF, de


Concede reconhecimento do
15/07/1991, homologado em
4 Escola Classe Jardim II estabelecimento de ensino da Rede
24/07/1991; DODF 145, Suplemento
Oficial
de 29/07/1991, p. 09

Portaria nº 45 - SE, de 06/08/1991; Concede reconhecimento do


5 Escola Classe Jardim II DODF 160, Suplemento de estabelecimento de ensino da Rede
16/08/1991, p. 11 Oficial

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Jardim II
6 Escola Classe Jardim II autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
7 Escola Classe Jardim II 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

272 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Credencia as instituições educacionais
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
8 Escola Classe Jardim II
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Alteração de vinculação da Regional


Portaria nº 227 - SEE, 17/07/2006;
9 Escola Classe Jardim II de Ensino de Planaltina para Regional
DODF 136, de 18/07/2006, p. 04
de Ensino do Paranoá

Portaria nº 491 - SEE, de 09/12/2009; Centro de Ensino Fundamental Jardim


10 Escola Classe Jardim II
DODF 238, de 10/12/2009, p. 06 II

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício pela Lei Complementar nº 854, de 15
Centro de Ensino Fundamental Jardim
11 nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV de outubro de 2012 – Plano Diretor de
II
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 282; DODF; SINJ-DF.

CEF Jardim II

Conforme o Projeto Político-Pedagógico descreve “o Centro de Ensino Fundamental Jardim II foi criado por
meio da Portaria nº 492 de 09/12/2009, porém iniciou as atividades escolares no dia 03 de agosto de 1981 como
Escola Classe no Centro Comunitário. Na ocasião a escola não contava com os serviços de fornecimento público de
água e luz elétrica. A primeira diretora foi a professora Ágda Alvarenga que exercia as funções de docente e gestora
[...]” (DISTRITO FEDERAL, 2021b, p. 14).
O nome da escola tem origem na comunidade da qual faz parte e “a escola está localizada no Núcleo Rural
Jardim II, distante a 82 km do Paranoá” (DISTRITO FEDERAL, 2021, p. 17).
De acordo com a análise do Parecer nº 120 – CEDF, de 15/07/1991, Boletim 26, p. 363, a Escola Classe
Jardim II, foi descrita como: “prédio desta escola é de alvenaria, foi construído pela Fundação Zoobotânica e cedido à
Fundação Educacional” (DISTRITO FEDERAL, 1991, p.363).

O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 273


Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Fonte:Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

274 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola do Parque da Cidade – PROEM
(Promoção Educativa do Menor)
Código do Inep:
53001893

Endereço:
Quadra SGAS 909, lote 27

Região Administrativa:
Brasília

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte: GOOGLE MAPS,2019. Coordenadas:


-15.8091194; -47.9133745
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 453 – CD, de 18/02/1981 1ª Diretora: 1981
- Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. Lygia Martins Lourenço Inauguração:
27-36 Não localizada
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 92 - DEx., de 17/03/1981;
Escola do Parque da Cidade - PROEM Vincula ao Departamento Geral de
1 Atos Normativos da FEDF, v. IV, p.
(Promoção Educativa do Menor) Pedagogia
111

Parecer nº 34 - CEDF, de 18/03/1985,


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola do Parque da Cidade - PROEM homologado em 28/03/1985; DODF
unidade de ensino
64, de 08/04/1985, p. 06

Portaria nº 18 - SEC, de 28/03/1985; Concede reconhecimento do


3 Escola do Parque da Cidade - PROEM DODF 92, Suplemento de 20/05/1985, estabelecimento de ensino da Rede
p. 11 Oficial

Vinculada administrativamente, à
Instrução n° 735, de 20/06/2000;
4 Escola do Parque da Cidade - PROEM Regional de Ensino do Plano
DODF 119, de 23/06/2000, p. 15
Piloto/Cruzeiro

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Vinculada à Subsecretaria de
5 Escola do Parque da Cidade - PROEM autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Educação Pública (SUBEP)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola do Parque da Cidade - PROEM 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59
Credencia as instituições educacionais
em funcionamento, mantidas pelo
poder público do Distrito Federal –
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; Secretaria de Estado de Educação do
7 Escola do Parque da Cidade - PROEM
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 Distrito Federal.
Vinculada à Regional de Ensino do
Plano Piloto/Cruzeiro, hoje Regional de
Ensino do Plano Piloto
Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 427; DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 275


Escola do Parque da Cidade – PROEM

Em conformidade com o Projeto Político-Pedagógico“a criação da EPC – PROEM fundamentou-se como


escola aberta no Projeto Experimental: Promoção Educativa do Menor – PROEM. [...]
A EPC – PROEM nasceu como um projeto experimental para atender crianças e adolescentes oriundos de
classes desfavorecidas e evadidos do ensino regular da rede pública do DF devido à necessidade de contribuírem
para a renda familiar” (DISTRITO FEDERAL, 2021c, p. 06).

No Parecer 34/85-CEDF, Boletim 20, p. 116-117, o projeto da Escola do Parque da Cidade – PROEM é
descrito como:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1985, p.116-117.

276 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas Inativas

Escola Classe da Ação Social do Planalto


Código do Inep: Endereço:
53001966 SGAS 616, Módulo 116/114 – Área Especial

Região Administrativa: Situação de Funcionamento:


Brasília Paralisada

Histórico
Ato de Criação:
Resolução nº 453 – CD, de 18/02/1981 - Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. 27-36

Denominação Anterior Legislação Alteração / outros

Portaria nº 38 - SEC, de 18/11/1976;


Escola Anchieta mantida pela Ação Autoriza o funcionamento da unidade
1 CEDF, Pareceres 1976 - Boletim 11,
Social do Planalto de ensino
p. 452

Resolução nº 534 - CD, de


Incorpora a Escola Anchieta à Escola
2 17/06/1981; DODF 130, de Escola da Ação Social do Planalto
da Ação Social do Planalto
13/06/1981, p. 08

Instrução nº 93 - DEx., de 17/03/1981; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


3 Escola da Ação Social do Planalto
Atos Normativos da FEDF, v. IV, p.111 Brasília

Parecer nº 110 - CEDF, de


22/07/1982, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
4 Escola da Ação Social do Planalto
04/08/1982; DODF 150, de unidade de ensino
09/08/1982, p.04

Autoriza o funcionamento da unidade


Portaria nº 34 - SEC, de 04/08/1982; de ensino e aprova a incorporação da
5 Escola da Ação Social do Planalto
DODF 150, de 09/08/1982, p.04 Escola Anchietaà Escola da Ação
Social do Planalto

Resolução nº 1.406 - CD, de Aprova convênio entre a Escola da


6 Escola da Ação Social do Planalto 29/03/1985; DODF 66, Suplemento de Ação Social do Planalto - AEsP e a
10/04/1985, p. 10 FEDF

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe da Ação Social do
7 Escola da Ação Social do Planalto autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Planalto
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Escola Classe da Ação Social do Passa a integrar a estrutura orgânica
8 31/07/2000; DODF 146, de
Planalto da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Relacionada como Escola Inativa da


Escola Classe da Ação Social do Edital nº 01 – SES de 06/01/2016; Secretaria de Educação
9
Planalto DODF 04, de 07/01/2016, p. 21 Acervo se encontra no Centro de
Ensino Fundamental 05 de Brasília

Fonte: DISTRITO FEDERAL, v.I, 1985, p. 85.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 277


EC da Ação Social do Planalto

No Parecer 110/82-CEDF, Boletim 17, p.440, a Escola Classe da Ação Social do Planalto está descrita em
sua análise como:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1982, p.440.

278 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Referências bibliográficas – 1981

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2021. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1981-1982, volume IV. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1983-1984, volume V. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Resoluções – 1980 e
Instruções – 1965 / 1980, volume III. Brasília-DF, 1981.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume I. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume II. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1976, Boletim 11. Brasília, p. 452. Escola Classe da Ação Social do Planalto.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1979, Boletim 14. Brasília, p. 329-332. Escolas Classes Rurais.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1982, Boletim 17. Brasília, p. 416. Centro de Ensino Fundamental 11 de Ceilândia.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1982, Boletim 17. Brasília, p. 440. Escola Classe da Ação Social do Planalto.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1985, Boletim 20. Brasília, p. 148. Centro de Educação Profissional – Escola Técnica de Ceilândia.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1985, Boletim 20. Brasília, p. 116-125. Escola do Parque da Cidade - PROEM.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1986, Boletim 21. Brasília, p. 203. Escola Classe Barra Alta.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1987, Boletim 22. Brasília, p. 790. Escola Classe Barra Alta.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1991, Boletim 26. Brasília, p. 248. Escola Classe COPERBRÁS.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1991, Boletim 26. Brasília, p. 363. Escola Classe Jardim II.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1994, Boletim 29. Brasília, p. 198. Centro de Ensino Fundamental 01 do Lago Norte.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2018 do
Centro de Ensino Médio Asa Norte - CEAN, Brasília, 2018, p. 10-11. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/07/pp_cem_cean_plano_piloto-1.pdf. Acesso em: 21 mar.
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DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 da
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Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 279


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https://tinyurl.com/ycs4kv6y. Acesso em: 17 jan. 2022.
JORNAL DE BRASÍLIA. NaMoral chega ao Lago Norte. Centro de Ensino Fundamental 01 do Lago Norte, captura
de imagem em: 27 ago. 2019. Disponível em: https://jornaldebrasilia.com.br/brasilia/cef-01-do-varjao-arrecada-cestas-
basicas-para-os-estudantes-em-situacao-de-vulnerabilidade/. Acesso em: 17 jan. 2022.
METRÓPOLES. Com casos de COVID, mais uma escola pública suspende aulas presenciais no DF. CEP -
Escola Técnica de Ceilândia, captura de imagem em: 21 set. 2021. Disponível em:
https://www.metropoles.com/distrito-federal/com-casos-de-covid-mais-uma-escola-publica-suspende-aulas-
presenciais-no-df. Acesso em: 03 mar. 2022.

280 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas que iniciaram as atividades
em 1982

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 281


Centro Educacional 11 de Ceilândia
Criado pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980, como Escola Classe 37 de Ceilândia

Código do Inep:
53007921
Endereço:
Quadra EQNP 1/5, Bloco A, Área Especial,
S/N
Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2019. -15.822900; -48.125343
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 04 de janeiro de 1982
1ª Diretora:
Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980;
Adelaide Pereira de Oliveira Inauguração:
DODF 105, de 04/06/1980, p. 07
08 de agosto de 1979
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 78 - DEx., de 29/01/1980;
Vincula ao Complexo Escolar "C" de
1 Escola Classe 37 de Ceilândia Atos Normativos da FEDF, v. III, p.
Ceilândia
1.244
Parecer nº 125 - CEDF, de
12/08/1982, homologado em Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe 37 de Ceilândia
20/08/1982; DODF 167, de unidade de ensino
01/09/1982, p. 13

Portaria nº 36 - SEC, de 20/08/1982; Autoriza o funcionamento da unidade


3 Escola Classe 37 de Ceilândia
DODF 167, de 01/09/1982, p. 13 de ensino

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "C" de


4 Escola Classe 37 de Ceilândia 29/06/1988; DODF 177, de Ceilândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Ceilândia
Parecer nº 57 - CEDF, de 14/03/1994,
Aprova o reconhecimento do
5 Escola Classe 37 de Ceilândia homologado em 24/03/1994; DODF
estabelecimento de ensino
59, de 28/03/1994, p. 23

Concede reconhecimento ao
Portaria nº 40 - SE, de 06/04/1994;
6 Escola Classe 37 de Ceilândia estabelecimento de ensino da Rede
DODF 66, de 06/04/1994, p. 09
Oficial

Resolução nº 5.345 - CD, de


Centro de Ensino de 1º Grau 23 de
7 Escola Classe 37 de Ceilândia 23/02/1996; DODF 48, de 11/03/1996,
Ceilândia
p. 1.875

Resolução nº 6.364 - CD, de


Centro de Ensino de 1º Grau 23 de
8 07/10/1998; DODF 198, de Centro Educacional nº 13 de Ceilândia
Ceilândia
19/10/1998, p. 08

Portaria nº 149 - SE, de 13/08/1999; Credencia a unidade de ensino por 3


9 Centro Educacional nº 13 de Ceilândia
DODF 157, de 16/08/1999, p. 05 (três) anos

282 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Resolução nº 6.800 - CD, de
Centro Educacional 11 de Ceilândia
10 Centro Educacional nº 13 de Ceilândia 14/03/2000; DODF 68, de 07/04/2000,
(Aprova a alteração de denominação)
p. 11

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro Educacional 11 de Ceilândia
11 Centro Educacional 11 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
12 Centro Educacional 11 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Portaria nº 197 - SEE, de 30/04/2002; Centro de Ensino Médio 11 de


13 Centro Educacional 11 de Ceilândia
DODF 82, de 02/05/2002, p. 07 Ceilândia

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Médio 11 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
14
Ceilândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Resolução nº 119 - SEE, de


Centro de Ensino Médio 11 de
15 22/04/2005; DODF 76, de 25/04/2005, Centro Educacional 11 de Ceilândia
Ceilândia
p. 16
Fonte: DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 161; DODF; SINJ-DF.

CED 11 de Ceilândia

Segundo a análise do Parecer nº 125/82 –


CEDF, Boletim 17, p. 454, a Escola Classe 37 de
Ceilândia, hoje Centro de Ensino Médio 11 de
Ceilândia, foi descrita em 1982 da seguinte
maneira:
“01 – O estabelecimento em referência foi
criado pela Resolução nº 334, de 21 de maio de
1980. Previsto seu funcionamento para 1981, teve
o início de suas atividades adiada para fevereiro
do corrente ano” (DISTRITO FEDERAL, 1982,
p.454).

Fonte:GOOGLE MAPS, maio 2019.

Fonte:GOOGLE MAPS, maio 2019.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 283


Escola Classe 07 de Planaltina
Código do Inep:
53006232

Endereço:
Quadra 45, N 13

Região Administrativa:
Planaltina

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Planaltina

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte: GOOGLE MAPS, 2018. Coordenadas:


-15.642005; -47.663710
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
1ª Diretora: 26 de fevereiro de 1982
Resolução nº 659 - CD, 17/02/1982;
Lúcia de Fátima Monteiro de
Atos Normativos da FEDF, v.IV, p.
Castro Inauguração:
156
Não localizada

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 102 - DEx., de 12/03/1982; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


1 Escola Classe 07 de Planaltina
Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. 240 Planaltina

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


2 Escola Classe 07 de Planaltina 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Planaltina e vincula a escola à Regional
p. 09 de Ensino de Planaltina

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 07 de Planaltina
3 Escola Classe 07 de Planaltina autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica da
4 Escola Classe 07 de Planaltina 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
5 Escola Classe 07 de Planaltina
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 265; DODF; SINJ-DF.

284 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC07 de Planaltina

Fonte: SARDINHA, 2018.

Fonte: SARDINHA, 2018.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 285


Referências bibliográficas – 1982

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2021. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1981-1982, volume IV. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Resoluções – 1980 e
Instruções – 1965 / 1980, volume III. Brasília-DF, 1981.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume I. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume II. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1982, Boletim 17. Brasília, p. 454. Escola Classe 37 de Ceilândia.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de imagens

GOOGLE EARTH. Escola Classe 07 de Planaltina, captura de imagem [20--]. Disponível em: https://is.gd/LxFwXc.
Acesso em: 21 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro Educacional 11 de Ceilândia, captura de imagem em: maio 2019. Disponível em:
https://is.gd/MtRPYt. Acesso em: 03 mar. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro Educacional 11 de Ceilândia, captura de imagem por Islandy Matias LS, em: nov. 2019.
Disponível em: https://is.gd/qPh6fq. Acesso em: 03 mar. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 07 de Planaltina, captura de imagem em: dez. 2018. Disponível em:
https://tinyurl.com/mc6yjkd9. Acesso em: 27 jan. 2022.
SARDINHA, Reginaldo-Deputado Distrital. Escola Classe 07 de Planaltina, captura de imagem em: 25 set. 2020.
Disponível em: https://is.gd/WWeFAR. Acesso em: 21 out. 2022.

286 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas que iniciaram as atividades
em 1983

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 287


Centro Educacional 02 de Brazlândia
Código do Inep:
53005023

Endereço:
Praça do Laço, Área Especial

Região Administrativa:
Brazlândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Brazlândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte: GOOGLE MAPS, 2018. Coordenadas:


-15.6806986; -48.1981885
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação:
Início das Atividades:
Resolução nº 659 - CD, de 17/02/1982; 1º Diretor:
22 de fevereiro de 1983
Atos Normativos da FEDF, v.IV, p. Celso Grise
(Mesma data de inauguração)
156-160

Denominação Legislação Transformação / Alteração


Instrução nº 101 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Centro Educacional 02 de Brazlândia 12/03/1982; Atos Normativos da
Brazlândia
FEDF, v. IV, p. 240

Parecer nº 196 - CEDF, de


11/12/1986; homologado em Aprova a autorização de
2 Centro Educacional 02 de Brazlândia
19/01/1987; DODF 20, de 29/01/1987, Funcionamento da unidade escolar
p. 06

Portaria nº 02 - SE, de 19/01/1987; Autoriza o funcionamento da unidade


3 Centro Educacional 02 de Brazlândia
DODF 20, de 29/01/1987, p. 06 escolar

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


4 Centro Educacional 02 de Brazlândia 29/06/1988; DODF 177, de Brazlândia e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Brazlândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro Educacional 02 de Brazlândia
5 Centro Educacional 02 de Brazlândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Centro Educacional 02 de Brazlândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Centro Educacional 02 de Brazlândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

288 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Aguardando a regulamentação do
É transformado em Colégio Cívico-
Projeto de Gestão Compartilhada,
Militar do Distrito Federal.
entre a Secretaria de Estado de
8 Centro Educacional 02 de Brazlândia A Efetiva alteração de denominação
Educação do Distrito Federal e a
aguarda regulamentação da Secretaria
Secretaria de Estado de Segurança
de Estado de Educação
Pública do Distrito Federal

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 37; DODF; SINJ-DF.

CED 02 de Brazlândia

De acordo com o Projeto Político-Pedagógico “o Centro


Educacional 02 foi construído em 1982 e foi inaugurado em 22
de fevereiro de 1983, quando iniciou suas atividades sob a
direção do professor Celso Grise” (DISTRITO FEDERAL, 2021,
04).

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 289


Centro de Ensino Médio 02 de Planaltina
Criado pela Resolução nº 659 - CD, de 17/02/1982, como Centro Educacional 02 de Planaltina

Código do Inep:
53006070

Endereço:
Setor Educacional, Lotes J/L

Região Administrativa:
Planaltina

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Planaltina

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE. -15.621730; -47.653629
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 659 - CD, de 17/02/1982; 1ª Diretora: 23 de fevereiro de 1983
Atos Normativos da FEDF, v.IV, p. Zita Fortes Boveres Inauguração:
156 25 de fevereiro de 1983
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 102 - DEx., de 12/03/1982; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


1 Centro Educacional 02 de Planaltina
Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. 240 Planaltina

Parecer nº 141 - CEDF, de 10/09/1984, Aprova o plano de funcionamento e o


2 Centro Educacional 02 de Planaltina homologado em 18/09/1984; DODF reconhecimento da unidade de
184, de 24/09/1984, p. 05-06 ensino

Concede reconhecimento ao
Portaria nº 35 - SEC, de 18/09/1984;
3 Centro Educacional 02 de Planaltina estabelecimento de ensino da Rede
DODF 184, de 24/09/1984, p. 05
Oficial

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


4 Centro Educacional 02 de Planaltina 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Planaltina e vincula a escola à
p. 09 Regional de Ensino de Planaltina

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino Médio 02 de
5 Centro Educacional 02 de Planaltina autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Planaltina
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Médio 02 de Passa a integrar a estrutura orgânica
6 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Planaltina da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Centro de Ensino Médio 02 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
7 mantidas pelo poder público do
Planaltina DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 309; DODF; SINJ-DF.

290 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CEM 02 de Planaltina

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Fonte:FACEBOOK, 2022.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 291


Escola Classe 08 do Cruzeiro
Código do Inep:
53008855

Endereço:
Quadra AOS 6/8, lote 03, Área Especial

Região Administrativa:
Sudoeste/Octogonal

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2021. -15.8039099; -47.9454356
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação:
1ª Diretora: Início das Atividades:
Resolução nº 659 - CD, de 17/02/1982;
Maria Berenice Freitas 1º de março de 1983
Atos Normativos da FEDF, v.IV, p.
Guimarães (Mesma data de inauguração)
156-159

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Parecer nº 92 - CEDF, de 18/06/1984; Aprova a instalação e o plano de


1 Escola Classe 08 do Cruzeiro
Pareceres 1984 - Boletim 19, p. 248 funcionamento da unidade de ensino

Portaria nº 31 - SEC, de 06/09/1984; Autoriza o funcionamento da unidade


2 Escola Classe 08 do Cruzeiro
DODF 184, de 19/09/1984, p. 08 de ensino

Instrução nº 100 - DEx., de 12/03/1982; Vincula ao Complexo Escolar "A" do


3 Escola Classe 08 do Cruzeiro
Atos Normativos da FEDF, v. IV, p. 240 Cruzeiro

Extingue o Complexo Escolar "A" do


Resolução nº 2.391 - CD, de Cruzeiro e vincula a escola à
4 Escola Classe 08 do Cruzeiro 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Regional de Ensino do Plano Piloto e
p. 09 do Cruzeiro, hoje Regional de Ensino
do Plano Piloto

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 08 do Cruzeiro
5 Escola Classe 08 do Cruzeiro autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 08 do Cruzeiro 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
7 Escola Classe 08 do Cruzeiro mantidas pelo poder público do
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação
Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 197; DODF; SINJ-DF.

292 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 08 do Cruzeiro

Segundo o Memorando nº 38, de 03


de setembro de 2015, encaminhado pela
escola, em resposta à Circular nº 73/2015 –
SUPLAV, a Escola Classe 08 do Cruzeiro foi
inaugurada no mesmo dia em que iniciou
suas atividades (1º de março de 1983).

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE, 2017.

Fonte: FOURSQUARE, 2014.

Fonte:GLOBO.COM, 2019.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 293


Centro de Ensino Fundamental 01 Varjão
Criado pela Resolução nº 1.151 - CD, de 01/03/1984, como Escola Classe do Varjão

Código do Inep:
53009436
Endereço:
Vila Varjão do Torto, Quadra 07, conjunto
D, lote 2, Área Especial
Região Administrativa:
Varjão

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2019. -15.7092064; -47.8783231
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 1.151 - CD, de 1ª Diretora: 15 de março de 1983
01/03/1984; DODF 63, Suplemento Maria do Carmo Aragão Monteiro Inauguração:
de 30/03/1984, p. 05-06 21 de março de 1984
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 127 - DEx., de 08/03/1984; Vincula ao Complexo Escolar "B" de


1 Escola Classe do Varjão
Atos Normativos da FEDF, v. V, p. 241 Brasília

Parecer nº 192 - CEDF, de 12/12/1985,


Aprova o plano de funcionamento da
2 Escola Classe do Varjão homologado em 31/12/1985; DODF 07,
escola
Suplemento de 10/01/1986, p. 05

Extingue o Complexo Escolar "B" de


Resolução nº 2.391 - CD, de
Brasília e vincula a escola à Regional de
3 Escola Classe do Varjão 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988,
Ensino do Plano Piloto e do Cruzeiro,
p. 09
hoje Regional de Ensino do Plano Piloto

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Varjão
4 Escola Classe do Varjão autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica da
5 Escola Classe do Varjão 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
6 Escola Classe Varjão
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

Portaria nº 310 - SEE; DODF 193 de Centro de Ensino Fundamental 01


7 Escola Classe Varjão
09/10/2018, p. 09 Varjão

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 165; DODF; SINJ-DF.

294 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CEF 01 Varjão

Conforme o Projeto Político-Pedagógico


Político relata“a
Escola Classe Varjão nasceu no ano de 1984, da
necessidade da população em possuir uma escola na
cidade, para atender a demanda de escolarização da
comunidade. Em estrutura metálica, funcionava com três
turnos, sendo um o turno intermediário, com um total de
211 alunos” (DISTRITO FEDERAL, 2021a,
2021 p. 09).

Fonte:GOOGLE MAPS, 2018.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2018.

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2019.

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2019.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 295


Centro de Ensino FundamentalVila Areal
Criado pela Resolução nº 2.464 - CD, de 09/11/1988, como Escola Classe Vila Areal

Código do Inep:
53004388
Endereço:
Quadra QS 06, conjunto 430-B, Área
Especial
Região Administrativa:
Águas Claras

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Taguatinga

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
-15.859926; -48.025089
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Diretora nomeada em 1992:
Resolução nº 2.464 - CD, de 09/11/1988; 1983 (Prédio de madeira)
Olibia Falcão de Carvalho
DODF 35, Suplemento de 19/02/1990, p. 10 e
(DODF 20, Suplemento de Inauguração:
Lei nº 103 - GDF, de 30/05/90; DODF 103, de
29/01/1992, p. 33) 11 de novembro de 1986
31/05/1990, p. 03
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Parecer nº 168 - CEDF, de
02/09/1991, homologado em Aprova o funcionamento da
1 Escola Classe Vila Areal
13/09/1991; DODF 189, unidade de ensino
Suplemento de 25/09/1991, p. 11

Portaria nº 53 - SEC, de
Autoriza o funcionamento da
2 Escola Classe Vila Areal 01/10/1991; DODF 197,
unidade de ensino
Suplemento de 04/10/1991, p. 10

Instrução nº 324 -DEx., de


19/06/1990; CEDF, Pareceres
Vinculada à Regional de Ensino de
3 Escola Classe Vila Areal 1991 - Boletim 26, p. 436
Taguatinga
(Informação descrita no Parecer
nº 168 – CEDF, de 02/09/1991)
Portaria nº 129 - SEE, de
18/07/2000; DODF 137, de
19/07/2000, p. 13-22 - autorizada Escola Classe Vila Areal
4 Escola Classe Vila Areal
pela Resolução nº 6.854 - CD, de (Mantém a mesma denominação)
09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09
Decreto n° 21.397 - GDF, de Passa a integrar a estrutura
5 Escola Classe Vila Areal 31/07/2000; DODF 146, de orgânica da Secretaria de Estado
01/08/2000, p. 54-59 de Educação
Credencia as instituições
Portaria nº 03 - SEE, de educacionais em funcionamento,
6 Escola Classe Vila Areal 12/01/2004; DODF 14, de mantidas pelo poder público do
21/01/2004, p. 10-14 Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação
Portaria nº 324 - SEE, de
Centro de Ensino Fundamental
7 Escola Classe Vila Areal 24/08/2009; DODF 163, de
Vila Areal
14/08/2009, p. 05
Fonte:DODF; SINJ-DF.

296 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CEF Vila Areal

Em conformidade com breve histórico relatado no Parecer nº 168 - CEDF, de 02/09/91, Boletim 26, p. 435,
“para atender a clientela em idade escolar obrigatória, residente na chamada Vila Areal, área de invasão localizada
no setor sul de Taguatinga, a Fundação Educacional iniciou, em 1983, o funcionamento desta escola em instalações
provisórias de madeira (fl. 29). Em 1986, foi construído em prédio em concreto pré-moldado, inaugurado em 11.11.86.
O processo teve uma longa e morosa tramitação, motivada, entre outros, pela localização da escola em área de
invasão (o que impedia a regularização do loteamento e do terreno) e pela alteração na legislação do Distrito Federal
devido a promulgação da Carta Constitucional de 1988.
A criação da escola somente veio a ocorrer em 09/11/88 pela Resolução nº 2.464 do Conselho Diretor da
Fundação Educacional do Distrito Federal (fl. 77) e,
posteriormente, pela Lei 103, de 30.05.90, sancionada pelo
Sr. Governador após aprovação pelo Senado Federal. A
Instrução nº 324, de 19.06.90, da Diretoria Executiva –
FEDF, vinculou o estabelecimento, para fins de supervisão
e controle, à Diretoria Regional de Ensino de Taguatinga (fl.
101)” (DISTRITO FEDERAL,1991, p. 435-436).
Segundo o Projeto Político-Pedagógico 2021 a
“Escola Classe Vila Areal já funcionava em estrutura
provisória no início da década de 80, porém a atual gestão
não tem documentos exatos de quando a escola realmente
iniciou suas atividades, mas há relatos de pais de alunos
que estudaram antes de 1988” (DISTRITO FEDERAL,
2021b, p. 06).

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 297


Referências bibliográficas – 1983

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2022. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1981-1982, volume IV. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1983-1984, volume V. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1984, Boletim 19. Brasília, p. 248. Escola Classe 08 do Cruzeiro.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1991, Boletim 26. Brasília, p. 435-436. Escola Classe Vila Areal.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume I. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume II. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 do
Centro Educacional 02 de Brazlândia, Brasília, 2021, p.04. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ced_02_brazlandia.pdf. Acesso em: 06 abr. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 do
Centro de Ensino Fundamental 01 Varjão, Brasília, 2021a, p.09. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/09/ppp_cef_01_varjao_plano_piloto.pdf. Acesso em: 13
maio 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 do
Centro de Ensino Fundamental Vila Areal, Brasília, 2021b, p. 06. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/09/ppp_cef_vila_areal_taguatinga.pdf. Acesso em: 23
mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de imagens
AGÊNCIA BRASÍLIA.Reforma da Escola Classe 01 do Varjão. Centro de Ensino Fundamental 01 Varjão, imagem
de Lúcio Bernardo Jr, em: 05 fev. 2019. Disponível em:
https://www.flickr.com/photos/agenciabrasilia/46997797021/in/album-72157678419098358/. Acesso em: 25 out.
2022.
CORREIO BRAZILIENSE. Escola Classe 08 do Cruzeiro, captura de imagem em:21 nov. 2017. Disponível em:
https://is.gd/CVVVu6. Acesso em: 28 set. 2022.
FACEBOOK. Centro de Ensino Médio 02 de Planaltina, captura de imagem em: 12 ago. 2022. Disponível em:
https://bit.ly/3feHtgA. Acesso em: 20 out. 2022.
FOURSQUARE. Escola Classe 08 do Cruzeiro, captura de imagem por Willian M., em: 13 mar. 2014. Disponível
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GLOBO.COM, Globoplay. Ensino integral preocupa pais de alunos da Escola Classe 08 no Cruzeiro.Escola
Classe 08 do Cruzeiro, em: 05 nov. 2019. Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/8060711/ /. Acesso em: 24
out. 2022.
GOOGLE EARTH. Centro Educacional 02 de Brazlândia, captura de imagem [20--]. Disponível em:
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https://is.gd/UeBK9I. Acesso em: 25 out. 2022.
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Acesso em: 26 out. 2022.

298 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


GOOGLE MAPS. Centro Educacional 02 de Brazlândia, captura de imagem por Fernando Isaac, em: jan. 2018.
Disponível em: https://tinyurl.com/4mjs6f39. Acesso em: 25 jan. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro de Ensino Fundamental 01 Varjão, captura de imagem por Gleuber Lucio, em: out. 2018.
Disponível em: https://is.gd/niLQWY. Acesso em: 25 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro de Ensino Fundamental 01 Varjão, captura de imagem, em: maio 2019. Disponível em:
https://is.gd/sYt0qh. Acesso em: 25 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 08 do Cruzeiro, captura de imagem por Nelson Guimarães, em: set. 2021.
Disponível em: https://tinyurl.com/y8alaasf. Acesso em: 17 jan. 2022.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 299


Escolas que iniciaram as atividades
em 1984

300 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe 115 Norte
Código do Inep:
53001524

Endereço:
Quadra SQN 115, Área Especial

Região Administrativa:
Brasília

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
-15.7410982; -47.892796 Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
20 de fevereiro de 1984
Resolução nº 917 – CD, de 1ª Diretora:
23/02/1983; DODF 71, Suplemento de Dionne Paiva do O' Fernandes
Inauguração:
15/04/1983, p. 02-03
13 de março de 1984

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 136 - DEx., de


Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 115 Norte 03/05/1984; Atos Normativos da
Brasília
FEDF, v. V, p.244

Extingue o Complexo Escolar "B" de


Resolução nº 2.391 - CD, de Brasília e vincula a escola à Regional
2 Escola Classe 115 Norte 29/06/1988; DODF 177, de de Ensino do Plano Piloto e do
16/09/1988, p. 09 Cruzeiro, hoje Regional de Ensino do
Plano Piloto

Portaria nº 59 - SE, de 26/05/1999;


DODF 102, de 28/05/1999, p. 06 e Credencia, por 3 (três) anos, a unidade
3 Escola Classe 115 Norte
Portaria nº 126, de 14/07/1999; DODF de ensino
135, de 15/07/1999, p. 09

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 115 Norte
4 Escola Classe 115 Norte autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
5 Escola Classe 115 Norte 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
6 Escola Classe 115 Norte
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 131; DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 301


EC 115 Norte

Fonte: HOME, 2016.

Fonte: HOME, 2016. Fonte: CORREIO BRAZILIENSE, 2016.

Fonte: YOUTUBE, 2017.

302 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Beija-Flor
Criada pela Resolução nº 917 – CD, de 23/02/1983, como Escola Classe 316 Norte

Código do Inep:
53001664

Endereço:
Quadra SQN 316, Área Especial

Região Administrativa:
Brasília

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2018. -15.7389096; -47.8966194
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 917 – CD, de 1ª Diretora: 20 de fevereiro de 1984
23/02/1983; DODF 71, Suplemento de Ângela Maria da Silva Pereira Inauguração:
15/04/1983, p. 02-03 23 de fevereiro de 1984
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 136 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 316 Norte 03/05/1984; Atos Normativos da
Brasília
FEDF, v. V, p.244

Extingue o Complexo Escolar "B" de


Resolução nº 2.391 - CD, de Brasília e vincula a escola à Regional
2 Escola Classe 316 Norte 29/06/1988; DODF 177, de de Ensino do Plano Piloto e do
16/09/1988, p. 09 Cruzeiro, hoje Regional de Ensino do
Plano Piloto

Portaria nº 117 - SE, de 06/07/1999; Credencia a unidade de ensino, por 3


3 Escola Classe 316 Norte
DODF 129, de 07/07/1999, p. 11 (três) anos

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 316 Norte
4 Escola Classe 316 Norte autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
5 Escola Classe 316 Norte 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
6 Escola Classe 316 Norte
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Portaria nº 84 - SEE, de 10/04/2013; Centro de Ensino Fundamental 316


7 Escola Classe 316 Norte
DODF 74 de 11/04/2013, p. 05 Norte

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 303


Denominação Legislação Transformação / Alteração

Centro de Ensino Fundamental 316 Portaria nº 305 - SEE, de 02/10/2018;


8 Centro de Educação Infantil 316 Norte
Norte DODF 189, de 03/10/2018, p. 05

Portaria nº 103 - SEE, de 10/03/2021;


9 Centro de Educação Infantil 316 Norte Escola Classe Beija-Flor
DODF nº 49, de 15/03/2021, p. 05

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. I, 1985, p. 141; DODF; SINJ-DF.

EC Beija-Flor

De acordo com o Projeto Político-


Pedagógico”em janeiro de 2021, tivemos a missão
de escolher o novo nome da escola, pois com a
implantação do ciclo BIA (Bloco Inicial de
Alfabetização do Ensino Fundamental), passamos a
ser uma Escola Classe e não mais um Centro de
Educação Infantil (CEI) de acordo com a
designação adotada pela SEEDF. A escolha do
nome foi inspirada na fraternidade que tanto nos
moveu em 2020, assim escolhemos o nome Escola
Classe Beija-flor. Com inspiração na fábula do
Beija-flor, do sociólogo brasileiro Herbert José de
Souza conhecido como Betinho, que diz assim:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2018.
Houve um incêndio na floresta e enquanto todos os bichos
corriam apavorados, um pequeno beija-flor ia do rio para o incêndio
levando gotinhas de água em seu bico. O leão, vendo aquilo, perguntou
para o beija-flor: ‘Ô beija-flor, você acha que vai conseguir apagar o
incêndio sozinho?’ E o beija-flor respondeu: ‘Eu não sei se vou conseguir,
mas estou fazendo a minha parte’(SOUZA, O beija-flor)” (DISTRITO
FEDERAL, 2021, p. 09).

Fonte:NEGOCIO.SITE, 2018.

Fonte:NEGOCIO.SITE, 2018.

304 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro de Ensino Fundamental 08 de Planaltina
Criado pela Resolução nº 1.151 - CD, de 01/03/1984, como Escola Classe 08 de Planaltina
Código do Inep:
53006240
Endereço:
Quadra Entrequadra 03/04, Projeção H,
Vila Buritís
Região Administrativa:
Planaltina

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Planaltina

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2018.
-15.621369; -47.645804
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
06 de agosto de 1984
Resolução nº 1.151 - CD, de 1ª Diretora:
01/03/1984; DODF 63, Suplemento Lourdes Silva Maciel
Inauguração:
de 30/03/1984, p. 05-06
17 de agosto de 1984

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 128 - DEx., de 08/03/1984; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


1 Escola Classe 08 de Planaltina
Atos Normativos da FEDF, v. V, p. 241 Planaltina

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


2 Escola Classe 08 de Planaltina 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Planaltina e vincula a escola à Regional
p. 09 de Ensino de Planaltina

Parecer nº 79 - CEDF, de 16/04/1997,


Aprova o funcionamento da unidade de
3 Escola Classe 08 de Planaltina homologado em 12/05/1997; DODF 93,
ensino, por 4 (quatro) anos
de 19/05/1997, p. 3.736

Portaria nº 82 - SE, de 21/05/1997; Autoriza o funcionamento da unidade


4 Escola Classe 08 de Planaltina
DODF 97, de 23/05/1997, p. 3.536 de ensino, por 4 (quatro) anos

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p.13-22 -
Escola Classe 08 de Planaltina
5 Escola Classe 08 de Planaltina autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 08 de Planaltina 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 08 de Planaltina
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 305


Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 82 - SEE, de 10/04/2013; Centro de Ensino Fundamental 08 de


8 Escola Classe 08 de Planaltina
DODF 74, de 11/04/2013, p. 05 Planaltina

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v.I, 1985, p. 267; DODF; SINJ-DF.

CEF 08 de Planaltina

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 2022.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

306 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro de Ensino Fundamental 01 de Brazlândia
Criado pela Resolução nº 1.151 - CD, de 01/03/1984, como
Centro de Ensino de 1º Grau 01 de Brazlândia
Código do Inep:
53004990

Endereço:
PIQ 06, lote 02

Região Administrativa:
Brazlândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Brazlândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.
-15.6667087; -48.2009434
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 1.151 - CD, de 1ª Diretora: 13 de agosto de 1984
01/03/1984; DODF 63, Suplemento Marinete de Pontes e Silva Inauguração:
de 30/03/1984, p. 05-06 23 de agosto de 1984
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Centro de Ensino de 1º Grau 01 de Instrução nº 129 - DEx., de 08/03/1984; Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1
Brazlândia Atos Normativos da FEDF, v. V, p. 241 Brazlândia

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


Centro de Ensino de 1º Grau 01 de
2 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Brazlândia e vincula a escola à
Brazlândia
p. 09 Regional de Ensino de Brazlândia

Parecer nº 297 - CEDF, de 20/11/1995,


Centro de Ensino de 1º Grau 01 de Aprova o funcionamento da unidade de
3 homologado em 22/11/1995; DODF
Brazlândia ensino
227, de 27/11/1995, p. 10

Centro de Ensino de 1º Grau 01 de Portaria nº 97 - SE, de 27/11/1995; Autoriza o funcionamento da unidade


4
Brazlândia DODF 229, de 29/11/1995, p. 11 de ensino

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino de 1º Grau 01 de Centro de Ensino Fundamental 01 de
5 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Brazlândia Brazlândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Fundamental 01 de Passa a integrar a estrutura orgânica
6 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Brazlândia da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Fundamental 01 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7
Brazlândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 31; DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 307


CEF 01 de Brazlândia

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: FOURSQUARE, 2020.

Fonte: FOURSQUARE, 2020.

308 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Referências bibliográficas – 1984

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2022. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume I. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume II. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 da
Escola Classe Beija-Flor, Brasília, 2021, p. 09. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_beija_flor_plano_piloto.pdf. Acesso em: 22 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de imagens
CORREIO BRAZILIENSE. Operadoras deverão tirar torres e antenas telefônicas de escolas.Escola Classe 115
Norte, captura de imagem em: 15 jul. 2016. Disponível em: https://is.gd/WGJsAr. Acesso em: 25 out. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica de 2022 do
Centro de Ensino Fundamental 08 de Planaltina. Brasília, 2022, p. 15. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/07/ppp_cef_08_de_planaltina.pdf. Acesso em: 15 set.
2022.
FOURSQUARE. Centro de Ensino Fundamental 01 de Brazlândia, captura de imagem em: 24 abr. 2014.
Disponível em:https://is.gd/xMjus8. Acesso em: 21 out. 2022.
GOOGLE EARTH. Centro de Ensino Fundamental 08 de Planaltina, captura de imagem [20--]. Disponível em:
https://is.gd/ueU0W5. Acesso em: 25 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro de Ensino Fundamental 08 de Planaltina, captura de imagem em: dez. 2018. Disponível
em: https://tinyurl.com/3rmfaasv. Acesso em: 03 mar. 2022.

GOOGLE MAPS. Centro de Ensino Fundamental 08 de Planaltina, captura de imagem por Lissandros Marra, em:
out. 2022. Disponível em: https://is.gd/ThUBDL. Acesso em: 25 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 115 Norte, captura de imagem por Lígia Paes Silva, em: out. 2019. Disponível em:
https://tinyurl.com/ydeh4yun. Acesso em: 17 jan. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe Beija-Flor, captura de imagem por Alice Souza, em: out. 2018. Disponível em:
https://tinyurl.com/ycm87dx8. Acesso em: 17 jan. 2022.

HOME. Escola Classe 115 Norte, captura de imagem em: jul. 2016. Disponível em:
https://escolaclasse115norte.org.br/historia/.Acesso em: 25 out. 2022.
NEGOCIO.SITE. Escola Classe Beija Flor, captura de imagem em: jan. 2018. Disponível em:
https://escola316norte.negocio.site/. Acesso em: 25 out. 2022.
YOUTUBE. Escola Classe 115 Norte, captura de imagem em: 29 jan. 2017. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=lH1H6UB8QMM. Acesso em: 25 out. 2022.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 309


Escolas que iniciaram as atividades
em 1985

310 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Sítio das Araucárias
Código do Inep:
53005791
Endereço:
CP Comunitária DF-440, km 10 -
Núcleo Rural de Sobradinho, VC 257
Região Administrativa:
Sobradinho

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Sobradinho

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2018. -15.697868; -47.742986
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 1.474 - CD, de 1ª Diretora: 25de fevereiro de 1985
28/08/1985; DODF 172, Márcia Amaura de Araújo Inauguração:
Suplemento de 10/09/1985, p. 17 11 de fevereiro de 1985
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 162 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe Sítio das Araucárias 02/09/1985; Atos Normativos da FEDF,
Sobradinho
v. VI, p. 131

Parecer nº 18 - CEDF, de 29/02/1988,


Aprova o funcionamento da unidade de
2 Escola Classe Sítio das Araucárias homologado em 05/04/1988; DODF 68,
ensino por 4 (quatro) anos
Suplemento de 12/04/1988, p. 06

Portaria nº 10 - SE, de 05/04/1988;


Autoriza o funcionamento da unidade de
3 Escola Classe Sítio das Araucárias DODF 68, Suplemento de 12/04/1988.
ensino por 4 (quatro) anos
p. 05

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


4 Escola Classe Sítio das Araucárias 29/06/1988; DODF 177, de Sobradinho e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Sobradinho

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Sítio das Araucárias
5 Escola Classe Sítio das Araucárias autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica da
6 Escola Classe Sítio das Araucárias 31/07/2000; DODF 146, de
Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais em


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; funcionamento, mantidas pelo poder
7 Escola Classe Sítio das Araucárias
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 311


Denominação Legislação Transformação / Alteração
De acordo com a Lei Complementar nº
Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada pela
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício Lei Complementar nº 854, de 15 de
8 Escola Classe Sítio das Araucárias nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080
00080- Ordenamento Territorial do Distrito Federal
00091517/2018
00091517/2018-49) - PDOT, esta escola está localizada em
Macrozona Rural

Fonte:DODF; SINJ-DF.

EC
CSítio das Araucárias

Segundo o Memorando nº 65, de 17 de setembro de 2015,


encaminhado pela escola à GPAV - Sob (Gerência de Planejamento,
Acompanhamento e Avaliação Educacional de Sobradinho), esta unidade
escolar informou que a primeira Diretora, na época da inauguração,
foiMárcia Amaura de Araújo,
jo, que as atividades da escola se iniciaram em
25 de fevereiro de 1985 e sua inauguração, bem como a apresentação
apres
dos professores, ocorreram em 11 de fevereiro de 1985.
De acordo com a análise do Parecer nº 18 – CEDF, de
29/02/1988, Boletim 23, p. 92,, a Escola Classe Sítio das Araucárias, foi
descrita como:
a)A escola está sob responsabilidade da Profª Délia Lucinda
“a)A
Farage,, e no turno vespertino, a Profª Ângela Maria Vilni Morosino é a
regente de classe; [...]
b) A escola funciona em casa de alvenaria, cedida pela Mareisa
– Materiais de Construção Ltda, adaptada para fins escolares [...]
c) A escola vem funcionando desde março de 1985[...]”
(DISTRITO FEDERAL, 1988, p.92).

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: PERPÉTUO, 2017.

Fonte: PERPÉTUO, 2017.

312 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 313


Centro de Ensino Fundamental 01 da Candangolândia
Criado pela Resolução nº 1.360 - CD, de 28/02/1985, como
Centro de Ensino de 1º Grau 02 do Núcleo Bandeirante
Código do Inep:
53009312

Endereço:
Quadra EQR 2/4, Área Especial

Região Administrativa:
Candangolândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Núcleo Bandeirante

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: HERMETO, 2016. -15.8498624;
15.8498624; -47.9496998
Fonte: BRASIL,, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação:
Início das Atividades:
Resolução nº 1.360 - CD, de 1ª Diretora:
13 de março de 1985
28/02/1985; DODF 55,Suplemento de Lenir Miranda
(Mesma
esma data de inauguração)
21/03/1985, p. 22

Denominação Legislação Transformação / Alteração


Instrução nº 154 - DEx., de
Centro de Ensino de 1º Grau 02 do Vincula ao Complexo Escolar "A" do
1 28/02/1985, Atos Normativos da
Núcleo Bandeirante Núcleo Bandeirante
FEDF, v. VI, p. 127

Extingue o Complexo Escolar "A" do


Resolução nº 2.391 - CD, de
Centro de Ensino de 1º Grau 02 do Núcleo Bandeirante e vincula a escola à
2 29/06/1988; DODF 177, de
Núcleo Bandeirante Regional de Ensino do Núcleo
16/09/1988, p. 09
Bandeirante e Guará

Resolução nº 2.532 - CD, de


01/03/1989; DODF 76, de
Centro de Ensino de 1º Grau 02 do Desmembra a Regional de Ensino do
3 23/04/1989, p.13-14 - republicado no
Núcleo Bandeirante Núcleo Bandeirante e do Guará
DODF 35, Suplemento de
19/02/1990, p. 10-11

Resolução nº 3.440 - CD, de


Centro de Ensino de 1º Grau 02 do
4 22/05/1991; DODF 111 - Suplemento Centro Educacional da Candangolândia
Núcleo Bandeirante
de 11/06/1991, p. 31

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


DODF 186, Suplemento II de Na listagem a escola está vinculada à
5 Centro Educacional da Candangolândia 11/09/1992, p. 02-05 Regional de Ensino do Núcleo
(Escolas listadas para repasse de Bandeirante
recursos financeiros)

Parecer nº 227 - CEDF, de


08/09/1993, homologado em Aprova funcionamento da unidade de
6 Centro Educacional da Candangolândia
28/09/1993; DODF 204, de ensino, em caráter excepcional
07/10/1993, p. 30

Portaria nº 79 - SE, de 20/10/1993; Autoriza o funcionamento da unidade


7 Centro Educacional da Candangolândia
DODF 217, de 27/10/1993, p. 22 de ensino, em caráter excepcional

314 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Parecer nº 17 - CEDF, de
Aprova o reconhecimento, em caráter
28/01/1994, homologado em
8 Centro Educacional da Candangolândia excepcional, do estabelecimento de
18/02/1994; DODF 40, de
ensino da Rede Oficial
01/03/1994, p. 08

Concede reconhecimento,em caráter


Portaria nº 24 - SE, de 08/03/1994;
9 Centro Educacional da Candangolândia excepcional, ao estabelecimento de
DODF 49, de 14/03/1994, p.23.
ensino da Rede Oficial

Parecer nº 32 - CEDF, de
24/02/1997, homologado em Aprova a prorrogação da autorização
10 Centro Educacional da Candangolândia
05/03/1997; DODF 44, de de funcionamento da unidade de ensino
06/03/1997, p. 1.533

Portaria nº 32 - SE, de 05/03/1997; Prorroga a autorização de


11 Centro Educacional da Candangolândia
DODF 44, de 06/03/1997, p. 1.531 funcionamento da unidade de ensino

Portaria nº 26 - SE, de 16/03/1999; Credencia a unidade de ensino, por 3


12 Centro Educacional da Candangolândia
DODF 52, de 17/03/1999, p. 04 (três) anos

Portaria nº 129 - SEE, de


18/07/2000; DODF 137, de
19/07/2000, p. 13-22 - autorizada Centro Educacional 01 da
13 Centro Educacional da Candangolândia
pela Resolução nº 6.854 - CD, de Candangolândia
09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro Educacional 01 da Passa a integrar a estrutura orgânica da
14 31/07/2000; DODF 146, de
Candangolândia Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro Educacional 01 da Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
15
Candangolândia DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

Centro Educacional 01 da Portaria nº 88 - SEE, de 10/04/2013; Centro de Ensino Fundamental 01 da


16
Candangolândia DODF 74, de 11/04/2013, p. 06 Candangolândia

Fonte:DISTRITO FEDERAL, v. II, 1985, p. 297; DODF; SINJ-DF.

CEF 01 da Candangolândia

“Os alunos do CEF 01 retornaram às


aulas presenciais em um ambiente totalmente
novo. A escola que antes ficava em um prédio
antigo, feito de pré-moldado, na quadra 02 da
região, passou a funcionar em um prédio novo na
entrada da cidade” (HERMETO, 2021).
“[...] a Secretaria de Educação informa
que o prédio do antigo CEF 1 ‘será demolido e há
previsão de construção de um novo para abrigar a
escola’. Mas não determina o prazo” (BRASÍLIA
CAPITAL, 2021).

Fonte: GOOGLE MAPS, 2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 315


Fonte:GOOGLE MAPS, 2020.

Prédio do antigo CEF 01 da Candangolândia

Fonte: GOOGLE MAPS, 2021. Fonte:: BRASÍLIA CAPITAL, 2021.

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

316 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro de Ensino Fundamental INCRA 07 de Brazlândia
Criado pela Resolução nº 1.627 - CD, de 30/12/1985, como Escola Classe INCRA 07

Código do Inep:
53005198
Endereço:
Reserva G, Gleba 03, Chácara 82, Núcleo
Rural Incra 7
Região Administrativa:
Brazlândia

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Brazlândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.
-15.748904; -48.1149725
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação:
Início das Atividades:
Resolução nº 1.627 - CD, de 1ª Diretora:
14 de março de 1985
30/12/1985; DODF 07, Suplemento de Teresinha Duarte da Silva
(Mesma data de inauguração)
10/01/1986, p. 15

Denominação Legislação Transformação / Alteração


Instrução nº 171 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe INCRA 07 07/01/1986; Atos Normativos da
Brazlândia
FEDF, v. VI, p. 315

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


2 Escola Classe INCRA 07 29/06/1988; DODF 177, de Brazlândia e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Brazlândia
Parecer nº 197 - CEDF, de
14/10/1991, homologado em Aprova o funcionamento da unidade de
3 Escola Classe INCRA 07
25/11/1991; DODF 236, de ensino
29/11/1991, p. 16
Portaria nº 64 - SE, de 05/12/1991;
Autoriza o funcionamento da unidade
4 Escola Classe INCRA 07 CEDF, Pareceres 1991- Boletim 26,
de ensino
p.652

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe INCRA 07
5 Escola Classe INCRA 07 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe INCRA 07 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe INCRA 07
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Portaria nº 116 - SEE, de 19/05/2020; Centro de Ensino Fundamental INCRA


8 Escola Classe INCRA 07
DODF 97, de 25/05/2020, p. 11 07 de Brazlândia

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 317


Denominação Legislação Transformação / Alteração

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício pela Lei Complementar nº 854, de 15
Centro de Ensino Fundamental INCRA
9 nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV de outubro de 2012 – Plano Diretor de
07 de Brazlândia
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural

Fonte:DODF; SINJ-DF.

CEF INCRA 07 de Brazlândia

Em conformidade com o Projeto Político-


Pedagógico a Escola Classe INCRA 07 foi “fundada em
1984 e inaugurada em 14 de março de 1985, em função
do aumento da demanda local e da distância da escola
mais próxima que era de aproximadamente 10 km. A
escola foi inaugurada com apenas dois professores,
conforme relato dos servidores mais antigos
an da escola,
com uma diretora, Teresinha Duarte da Silva” (DISTRITO
(
FEDERAL, 2021c, p. 06).
De acordo com a análise no n Parecer nº 197 –
CEDF, de 14/10/1991, Boletim 26,
26 p. 504, a Escola Classe
INCRA 07, estava “vinculada à Diretoria Regional de
Ensino de Brazlândia, para fins de Supervisão e Controle,
conforme Instrução nº 171, de 07/01/86, a escola funciona
desde 14 de março de 1985, quando foi criada”
(DISTRITO FEDERAL, 1991, p. 504).
Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.

Obs: INCRA significa Instituto Nacional de


Colonização e Reforma Agrária. Foi criado pelo Decreto
nº 1.110, de 9 de julho de 1970 (WIKIPEDIA, 2020).

Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.

Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.

Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA


BRASÍLIA, 2021.

318 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Bucanhão
Código do Inep:
53005155
Endereço:
DF-415 km 03, Sentido BR 080
Bucanhão Zona Rural Brazlândia
Região Administrativa:
Brazlândia

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Brazlândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.
-15.6370154; -48.1695173
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 1.627 - CD, de 1ª Diretora: Março de 1985
30/12/1985; DODF 07, Suplemento Mirian de Sousa Rocha Inauguração:
de 10/01/1986, p. 15 14 de março de 1985
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 171 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe Bucanhão 07/01/1986; Atos Normativos da
Brazlândia
FEDF, v. VI, p. 315

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


2 Escola Classe Bucanhão 29/06/1988; DODF 177, de Brazlândia e vincula a escola à Regional
16/09/1988, p. 09 de Ensino de Brazlândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22-
Escola Classe Bucanhão
3 Escola Classe Bucanhão autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica da
4 Escola Classe Bucanhão 31/07/2000; DODF 146, de
Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais em


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; funcionamento, mantidas pelo poder
5 Escola Classe Bucanhão
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada pela
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício Lei Complementar nº 854, de 15 de
6 Escola Classe Bucanhão nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito Federal
00091517/2018-49) - PDOT, esta escola está localizada em
Macrozona Rural

Fonte:DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 319


ECBucanhão

De acordo com a Proposta Pedagógica “a Escola Classe Bucanhão foi inaugurada em 14 de março de 1.985,
pelo ex-governador
governador do Distrito Federal José Ornellas de Souza Filho e pela ex ex-secretária
secretária de Estado de Educação e
Cultura do Distrito Federal professora Eurides Brito.
A Unidade Escolar foi construída para atender um número reduzido de estudantes, filhos de chacareiros,
caseiros e/ou pequenos agricultores cujas famílias eram, em sua maioria, oriundas da região Nordeste e do estado do
Goiás. Essas famílias normalmente, mudavam
udavam-se
se para a zona rural de Brazlândia, como ainda acontece atualmente,
em busca de melhores condições de vida.
A história da Escola, no entanto, começa antes de sua inauguração, pelas ações de Dona Marli Neri Farias.
Dona Marli e o esposo dela, o Senhor
hor Oswaldo Ferreira de Paula doaram uma parte do terreno da família para que se
construísse ali a Escola Classe Bucanhão, mas antes
da construção, Dona Marli passou anos lecionando
para turmas de até 37 (trinta e sete) crianças numa
sala de aula improvisadada em um dos quartos de sua
residência, por acreditar na validade da educação das
crianças como caminho para a melhoria de vida das
famílias que povoavam a região já naquela época.
É interessante citar que, conforme os relatos
de Dona Marli o vocábulo Bucanhão,
Bu que denomina
tanto a comunidade quanto a Escola, vem de bucanha
e se refere aos locais mais isolados da mata da região,
nas baixadas, com nascentes, onde as onças iam
descansar e tomar água” (DISTRITO FEDERAL,
2021g, p. 06-07).

Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.

Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.

Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.

Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA


BRASÍLIA, 2021.

320 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Chapadinha
Código do Inep:
53005163

Endereço:
DF 445, km 4, CPC Chapadinha

Região Administrativa:
Brazlândia

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Brazlândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 2021. Coordenadas:


-15.6750219; -48.1516918
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico

*Responsável pela escola em 1985: Início das Atividades:


Ato de Criação: Março de 1985
Maria de Fátima de Souza Moraes
Resolução nº 1.627 - CD, de
30/12/1985; DODF 07,
Diretora nomeada em março de 1994: Inauguração:
Suplemento de 10/01/1986, p. 15
Marilene Ribeiro Magalhães 14 de março de 1985

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 171 - DEx., de 07/01/1986; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


1 Escola Classe Chapadinha
Atos Normativos da FEDF, v. VI, p. 315 Brazlândia

Parecer nº 191 - CEDF, de 07/09/1991 - Aprova o funcionamento da unidade


2 Escola Classe Chapadinha
Pareceres 1991 - Boletim 26, p. 496 escolar

Portaria nº 56 - SE, de 06/11/1991; DODF Autoriza funcionamento da unidade


3 Escola Classe Chapadinha
226 de 14/11/1991, p. 09 escolar

Extingue o Complexo Escolar "A" de


Resolução nº 2.391 - CD, de 29/06/1988;
4 Escola Classe Chapadinha Brazlândia e vincula a escola à
DODF 177, de 16/09/1988, p. 09
Regional de Ensino de Brazlândia

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Chapadinha
5 Escola Classe Chapadinha autorizada pela Resolução nº 6.854 - CD,
(Mantém a mesma denominação)
de 09/05/2000; DODF 101, de 29/05/2000,
p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de 31/07/2000; Passa a integrar a estrutura orgânica


6 Escola Classe Chapadinha
DODF 146, de 01/08/2000, p. 54-59 da Secretaria de Estado de Educação

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe Chapadinha
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 321


Denominação Legislação Transformação / Alteração
De acordo com a Lei Complementar nº
803, 23 de abril de 2009, atualizada pela
Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, de
Lei Complementar nº 854, de 15 de
24/07/2018, em resposta ao Ofício nº
8 Escola Classe Chapadinha outubro de 2012 – Plano Diretor de
146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV (Processo
Ordenamento Territorial do Distrito
SEI nº 00080-00091517/2018-49)
Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural
Fonte:DODF; SINJ-DF.

ECChapadinha

Conforme está descrito no Projeto Pedagógico “a Escola Classe Chapadinha foi inaugurada em 14 de março
de 1985 pelo ex-governador José Ornellas de Souza Filho, a ex-secretária de Estado e Cultura professora Eurides
Brito. Construída para atender um pequeno número de alunos, filhos de chacareiros, filhos de caseiros, e pequenos
agricultores – tendo como um de seus principais produtos o morango- famílias oriundas, em sua maioria, da região
nordeste e estado de Goiás, que vieram para Brazlândia em busca de condições melhores de vida. Foi inaugurada
com 4 turmas (juntas somavam 51 alunos) [...] Não havia equipe de direção, a Instituição era coordenada pela
professora responsável, Maria de Fátima de Souza Moraes, que com muita dificuldade coordenava os trabalhos em
uma escola sem água e sem luz.
Somente em março de 1994 foi nomeada a 1ª Diretora, a professora Marilene Ribeiro Magalhães e no mês
de maio do mesmo ano foi nomeada a 1ª chefe de secretaria Eliana Martins” (DISTRITO FEDERAL, 2021, p.04-05).
O nome da escola tem origem no nome da comunidade da qual faz parte: comunidade da Chapadinha.
“No princípio, tudo se resumia a um pedaço de chão no extremo Oeste do quadradinho que um dia viria a ser
o DF. Era ali que ficava a Fazenda Chapadinha, nome que nasceu por conta da topografia local, ou seja, um local
muito plano, achatado, chapado. Nos anos 30, ao municipalizar a região, resolveram homenagear os maiores
proprietários da redondeza, os mineiros Braz de Lima, daí o nome Brazlândia” (AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021).
Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2021.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2021.

322 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


De acordo com a análise do Parecer 191/91-CEDF, Boletim 26, p.496, a Escola Classe Chapadinha está
descrita como:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1991, p. 496.

*O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 323


Escola Classe Polo Agrícola da Torre
Código do Inep:
53005201

Endereço:
Rodovia DF-415, km 06, Radiobrás

Região Administrativa:
Brazlândia

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Brazlândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: CANELAS DO PLANALTO, [20--].
-15.626780; -48.119916
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 1.627 - CD, de Responsável pela escola em 1991: Março de 1985
30/12/1985; DODF 07, Suplemento Waldemia da Silva Carvalho Inauguração:
de 10/01/1986, p. 15 14 de março de 1985
Denominação Legislação Transformação / Alteração

Escola Classe Polo Agrícola da Instrução nº 171 - DEx., de 07/01/1986; Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1
Torre Atos Normativos da FEDF, v. VI, p. 315 Brazlândia

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


Escola Classe Polo Agrícola da
2 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Brazlândia e vincula a escola à Regional
Torre
p. 09 de Ensino de Brazlândia

Parecer nº 96 - CEDF, de 08/07/1991,


Escola Classe Polo Agrícola da Aprova o funcionamento da unidade de
3 homologado em 24/07/1991; DODF
Torre ensino
145, de 29/07/1991, p. 09

Escola Classe Polo Agrícola da Portaria nº 44 - SE, de 05/08/1991; Autoriza o funcionamento da unidade de
4
Torre DODF 160, de 16/08/1991, p. 11 ensino

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Polo Agrícola da Escola Classe Polo Agrícola da Torre
5 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Torre (Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Escola Classe Polo Agrícola da Passa a integrar a estrutura orgânica da
6 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Torre Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Escola Classe Polo Agrícola da Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
7
Torre DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

324 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
De acordo com a Lei Complementar nº
Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada pela
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício Lei Complementar nº 854, de 15 de
Escola Classe Polo Agrícola da
8 nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV outubro de 2012 – Plano Diretor de
Torre
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural
Fonte:DODF; SINJ-DF.

ECPolo Agrícola da Torre

Segundo o Projeto Político-Pedagógico “há 36 anos, as crianças da comunidade da Radiobrás, Zona Rural de
Brazlândia, caminhavam até 10 km para estudarem na escola mais próxima de suas casas.
Preocupada e insatisfeita com a situação, a Sra. Maria Moreira Pereira, mobilizou alguns familiares e
moradores para reivindicar junto às autoridades a construção de uma escola no local. Depois de muitos pedidos, a
extinta Fundação Educacional do Distrito Federal autorizou a construção da escola em um terreno doado pela
senhora Maria. Com materiais fornecidos pela Fundação Educacional e um multirão formado por aproximadamente
dez pessoas da comunidade, a escola foi, então, construída.
As várias torres da Radiobrás nesta região e os trabalhos sociais em prol da comunidade fizeram com que
senhora Maria Moreira Pereira, uma importante líder comunitária, ficasse conhecida como Dona Maria da Torre. Por
este mesmo motivo e pelo fato de a região ser grande produtora agrícola no DF a escola recebeu o nome de Escola
Classe Polo Agrícola da Torre.
Inaugurada em 14 de março de 1985
pela então Secretária de Educação do Distrito
Federal, Eurides Brito, a escola começou a
funcionar com apenas duas turmas
multisseriadas, 1ª e 2ª série e 3ª e 4ª série”
(DISTRITO FEDERAL, 2021a, p. 06).
De acordo com a análise do Parecer nº
96 – CEDF, de 08/07/1991, Boletim 26, p. 335,
a Escola Classe Polo Agrícola daTorre, contava
com ”recursos humanos constituídos por duas
professoras, uma das quais responde pela
direção da escola. [...] No corrente ano a
Escola conta, até o momento, com uma única
professora Waldemia da Silva Carvalho”
(DISTRITO FEDERAL, 1991, p.335).
Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 325


O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

326 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe 55 de Taguatinga
Criada pela Resolução nº 1.360 - CD, de 28/02/1985, como Escola Classe 48 de Taguatinga

Código do Inep:
53004299

Endereço:
Quadra EQNL 28 Via 30, Área Especial 27

Região Administrativa:
Taguatinga

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Taguatinga

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2015.
-15.815909; -48.094345
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
Diretora nomeada em 1992: 10 de junho de 1985
Resolução nº 1.360 - CD, de
Elcy Gomes Winther Neves
28/02/1985; DODF 55, Suplemento de
(DODF 20, de 29/01/1992, p. 28) Inauguração:
21/03/1985, p. 22
12 de julho de 1985

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 154 - DEx., de


Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe 48 de Taguatinga 28/02/1985, Atos Normativos da
Taguatinga
FEDF, v. VI, p. 127

Parecer nº 124 - CEDF, de Aprova a instalação e o plano de


11/08/1986, homologado em funcionamento da unidade de ensino e
2 Escola Classe 48 de Taguatinga
18/08/1986; DODF 160, Suplemento autoriza o funcionamento da unidade
de 22/08/1986, p. 11 de ensino

Portaria nº 31 - SEC, de 22/08/1986;


Autoriza o funcionamento da unidade
3 Escola Classe 48 de Taguatinga CEDF, Pareceres 1986 - Boletim 21,
de ensino
p. 569

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


4 Escola Classe 48 de Taguatinga 29/06/1988; DODF 177, de Taguatinga e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Taguatinga

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 48 de Taguatinga
5 Escola Classe 48 de Taguatinga autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 48 de Taguatinga 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 48 de Taguatinga
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 327


Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 81 - SEE, de 10/04/2013; Centro de Ensino Fundamental 21 de


8 Escola Classe 48 de Taguatinga
DODF 74, de 11/04/2013, p. 05 Taguatinga

Centro de Ensino Fundamental 21 de Portaria n° 409 - SEE, DE 26/11/2019;


9 Escola Classe 55 de Taguatinga
Taguatinga DODF 231, de 05/12/2019, p. 05

Fonte:DODF; SINJ-DF.

E
EC55 de Taguatinga

A Proposta Pedagógica descreve que, “a


Escola Classe 48 de Taguatinga foi criada em 28 de
fevereiro de 1985, através da Resolução 1
1.360, pelo
Secretário de Educação Senador Pompeu de Souza
e pelo Governador do Distrito Federal Sr. José
Aparecido de Oliveira. O início das atividades
escolares ocorreu, no dia 10 de junho de 1985,
ocorrendo a inauguração oficial da Institui
Instituição
Educacional em 12 de julho do mesmo ano”
(DISTRITO FEDERAL, 2021f, p. 07).

Fonte: GOOGLE MAPS, 2015.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2015.

Segundo a análise do Parecer 124/86


124/86-
CEDF, Boletim 21, p.340, a Escola Classe 48 de
Taguatinga, hoje Escola Classe 55 de Taguatinga,
descreve como a escola foi construída à época e
seu funcionamento:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2015.

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1986, p. 340.

328 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Olhos D'Água
Código do Inep:
53009444
Endereço:
CP Comunitária, DF- 003 km 7,5 ao lado da
Igreja
Região Administrativa:
Lago Norte

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Sobradinho

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2018.
-15.693119; -47.864126
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação:
Diretora nomeada em 1994: Início das Atividades:
Resolução nº 1.475 - CD, de
Elaine Leal Luz 28 de agosto de 1985
28/08/1985; DODF 172, Suplemento de
(DODF 48, de 11/03/1994, p. 07) (Mesma data de inauguração)
10/09/1985, p. 17-18

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 162 - DEx., de 02/09/1985; Vincula ao Complexo Escolar "A" de


1 Escola Classe Olhos D'Água
Atos Normativos da FEDF, v. VI, p. 131 Sobradinho

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


2 Escola Classe Olhos D'Água 29/06/1988; DODF 177, de 16/09/1988, Sobradinho e vincula a escola à
p. 09 Regional de Ensino de Sobradinho

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Olhos D'Água
3 Escola Classe Olhos D'Água autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de Passa a integrar a estrutura orgânica


4 Escola Classe Olhos D'Água 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000, da Secretaria de Estado de
p. 54-59 Educação

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
5 Escola Classe Olhos D'Água mantidas pelo poder público do
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação

Fonte:DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 329


EC Olhos D'Água

Conforme o Memorando nº 47, de 18 de agosto de


2015, encaminhado pela escola à GPAV - Sob (Gerência de
Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional de
Sobradinho), esta unidade escolar informou que suas
atividades, bem como sua inauguração, se iniciaram em 28 de
agosto de 1985.
Em conformidade com o Projeto Político-Pedagógico
“a construção da Escola Classe Olhos D’Água aconteceu
após a doação do lote feita pelo casal Francisco Silvério de
Souza e Genuvina Pereira de Souza. Esse casal é morador
da Chácara vizinha a Escola [...]
A Escola Classe Olhos D’Água recebeu este nome,
devido a uma grande quantidade de nascentes que existiam
nessa localidade. [...]
De acordo com o PDOT/DF (Plano Diretor de
Ordenamento Territorial) a escola está inserida numa Zona
Urbana de uso controlado” (DISTRITO FEDERAL, 2021b, p.
18-19).
Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2021.

330 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro de Ensino Fundamental 16 de Taguatinga
Código do Inep:
53004280

Endereço:
Quadra QNL 22, Área Especial 24

Região Administrativa:
Taguatinga

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Taguatinga

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2021. -15.825120; -48.090950
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 1.360 - CD, de 1ª Diretora: 1985 *
28/02/1985; DODF 55, Suplemento de Professora Graça Lima Inauguração:
21/03/1985, p. 22 Não localizada
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 154 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe 47 de Taguatinga 28/02/1985, Atos Normativos da
Taguatinga
FEDF, v. VI, p. 127

Parecer nº 125 - CEDF, de


11/08/1986, homologado em Aprova o funcionamento da unidade
2 Escola Classe 47 de Taguatinga
21/08/1986; DODF 163, de escolar em caráter precário
27/08/1986, p. 05
Parecer nº 110 - CEDF, de
27/06/1988; homologado em Aprova o funcionamento da unidade
3 Escola Classe 47 de Taguatinga
25/07/1988; DODF 150, de escolar
09/08/1988, p. 06

Portaria nº 37 - SE, de 25/07/1988; Autoriza funcionamento da unidade


4 Escola Classe 47 de Taguatinga
DODF 147, de 04/08/1988, p. 05 escolar

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


5 Escola Classe 47 de Taguatinga 29/06/1988; DODF 177, de Taguatinga e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Taguatinga

Resolução nº 5.439 - CD, de


Centro de Ensino de 1º Grau 16 de
6 Escola Classe 47 de Taguatinga 19/04/1996; DODF 83, de
Taguatinga
30/04/1996, p. 3.432

Parecer nº 300 - CEDF, de


Centro de Ensino de 1º Grau 16 de 13/10/1997; homologado em Aprova a transformação da unidade de
7
Taguatinga 24/10/1997; DODF 209, de ensino
30/10/1997, p. 8.782

Centro de Ensino de 1º Grau 16 de Portaria nº 206 - SE, de 06/11/1997; Autoriza a transformação da unidade
8
Taguatinga DODF 215, de 07/11/1997, p. 9.070 de ensino

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 331


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino de 1º Grau 16 de Centro de Ensino Fundamental 16 de
9 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Taguatinga Taguatinga
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Fundamental 16 de Passa a integrar a estrutura orgânica
10 31/07/2000; DODF 146, de
Taguatinga da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Fundamental 16 de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
11
Taguatinga DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte:DODF; SINJ-DF.
* Não há informação do início das atividades. Foi considerado o ano de sua criação – 1985.

CEF 16 de Taguatinga

Em conformidade com Proposta Pedagógica “a primeira diretora da escola, professora Graça Lima, dirigiu a
escola por um período de dez anos, tendo sido a princípio indicada, e depois eleita pelo processo denominado
Gestão Democrática” (DISTRITO FEDERAL, 2021h, p. 07).
Segundo o Parecer 125/86-CEDF, Boletim 21, p. 341, a Escola Classe 47 de Taguatinga, hoje Centro de
Ensino Fundamental 16 de Taguatinga, possuía, quando foi construída, uma estrutura assim descrita:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1986, p. 341.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2021.

332 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe 01 do Paranoá
Código do Inep:
53006747

Endereço:
Quadra 26, Conjunto G, Área Especial 1

Região Administrativa:
Paranoá

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Paranoá

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2018. -15.764774; -47.778663
47.778663
Fonte: BRASIL,, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 1.360 - CD, de 1ª Diretora: 1985
28/02/1985; DODF 55, Suplemento de Sonia Garcia Inauguração:
21/03/1985, p. 22 Não localizada
localiz
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 154 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "B" de
1 Escola Classe 01 do Paranoá 28/02/1985, Atos Normativos da
Brasília
FEDF, v. VI, p. 127

Parecer nº 114 - CEDF, de


28/07/1986, homologado em Aprova o funcionamento da unidade
2 Escola Classe 01 do Paranoá
30/07/1986; Pareceres 1986 - Boletim escolar
21, p.325

Portaria nº 30 - SEC, de 18/08/1986;


Autoriza funcionamento da unidade
3 Escola Classe 01 do Paranoá DODF 160, Suplemento de
escolar
22/08/1986, p. 10

Extingue o Complexo Escolar "B" de


Resolução nº 2.391 - CD, de Brasília e vincula a escola à Regional
4 Escola Classe 01 do Paranoá 29/06/1988; DODF 177, de de Ensino do Plano Piloto e do
16/09/1988, p. 09 Cruzeiro, hoje Regional de Ensino do
Plano Piloto
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
Escola Classe 01 do Paranoá
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
(Mantém
antém a mesma denominação)
5 Escola Classe 01 do Paranoá autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Vinculada à Regional de Ensino do
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
Paranoá
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe 01 do Paranoá 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe 01 do Paranoá
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação
Fonte: DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 333


EC01 do Paranoá

De acordo com a Proposta Pedagógica“a Escola Classe 01 do Paranoá foi criada através da Resolução 1060
de 28/02/1985, para oferecer educação formal e sistematizada aos filhos dos pioneiros e às crianças que nasciam na
cidade do Paranoá. É a primeira Escola Classe do Paranoá, conhecida pela comunidade local como Escola de Lata,
que oficialmente passou a ser denominada anos mais tarde, Escola Classe 01 do Paranoá. Em 1991, foi construído
seu atual prédio, situado à Quadra 26, conjunto G Área
Especial 01. Inaugurada pelo então governador
Joaquim Roriz, a Escola 10 Classe 01 do Paranoá teve
como primeira diretora, a professora Sonia Garcia”
(DISTRITO FEDERAL, 2021e, p. 09-10).
Segundo a análise, no Parecer nº 114 – CEDF,
de 28/07/1986, Boletim 21, p. 325, a Escola Classe 01
do Paranoá, teve o início de suas atividades em 1985
descritas da seguinte forma:
“f) a escola recebeu,em 1985, 16 turmas da 1ª
série de alunos repetentes e 20 turmas de iniciantes do
lar” (DISTRITO FEDERAL, 1986, p.325).

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020.

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2018.

334 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Cora Coralina
Criada pela Resolução nº 1.452 - CD, de 01/07/1985, como Escola Classe Córrego de Sobradinho

Código do Inep:
53005716
Endereço:
Condomínio Entre Lagos, Etapa 04, SH
Jardins
Região Administrativa:
Sobradinho

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Paranoá

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2015.
-15.7291325; -47.7495955
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: Diretora nomeada em 1994:
1985 *
Resolução nº 1.452 – CD de Maria Aparecida de Oliveira
01/07/1985; DODF 121,Suplemento de Rodrigues
Inauguração:
11/07/1985, p. 11 (DODF 48, de 11/03/1994, p. 08)
Não localizada

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Instrução nº 158 - DEx., de


Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe Córrego de Sobradinho 03/07/1985; Atos Normativos da
Sobradinho
FEDF, v. VI, p. 130

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


2 Escola Classe Córrego de Sobradinho 29/06/1988; DODF 177, de Sobradinho e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Sobradinho

Parecer nº 84 - CEDF, de 08/06/1992;


Aprova o funcionamento da unidade
3 Escola Classe Córrego de Sobradinho DODF 128, Suplemento de
escolar
26/06/1992, p. 06

Portaria nº 42 - SE, de 30/06/1992;


Autoriza funcionamento da unidade
4 Escola Classe Córrego de Sobradinho DODF 136; Suplemento de
escolar
07/07/1992, p. 06

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p.13-22 -
Escola Classe Córrego de Sobradinho
5 Escola Classe Córrego de Sobradinho autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
6 Escola Classe Córrego de Sobradinho 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
7 Escola Classe Córrego de Sobradinho
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 335


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Alteração de vinculação da Regional
Portaria nº 422 - SEE, de 08/12/2006;
8 Escola Classe Córrego de Sobradinho de Ensino de Sobradinho para
DODF 235, de 11/12/2006, p. 04
Regional de Ensino do Paranoá.

Portaria nº 12 - SEE, de 25/01/2018;


9 Escola Classe Córrego de Sobradinho Escola Classe Cora Coralina
DODF 19 de 26/01/2018, p. 37

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício pela Lei Complementar nº 854, de 15
10 Escola Classe Cora Coralina nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV de outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural

Fonte: DODF; SINJ-DF.


* Não há informação do início das atividades. Foi considerado o ano de sua criação – 1985.

ECCora Coralina

Segundo o Projeto Político-Pedagógico da escola, “em meados da década de 1980, por iniciativa da
comunidade das chácaras, que a circundam, nasceu a
Escola Classe Córrego de Sobradinho. Buscaram, junto
aos órgãos governamentais, a construção desta unidade
de ensino. Corria o ano de 1984.
À época, a escola pertencia à Região
Administrativa de Sobradinho. Iniciou suas atividades
com apenas uma sala de aula, em condições mínimas
oferecidas para o trabalho de professores na zona rural”
(DISTRITO FEDERAL, 2019, p. 06).
“As primeiras professoras, recém-formadas,
concursadas para trabalhar com as séries iniciais e como
alfabetizadoras, se depararam com uma escola muito
pequena, onde não havia diretora nem funcionários. Por
esta razão, trabalhavam sozinhas e tinham que resolver
todos os problemas da escola [...]” (DISTRITO FEDERAL,
2019, p. 07).

Fonte:COMEL, 2020.

“Em 2018, homenageando a poetisa goiana Cora


Coralina, o nome da escola passou, de Córrego de
Sobradinho, para Cora Coralina, sendo publicado na
portaria nº12 de 25 de janeiro de 2018. [...]”(DISTRITO
FEDERAL, 2019, p. 08).
“O termo Educação do Campo nasceu em 1998 na
I Conferência Nacional por uma Educação do Campo,
contrapondo-se ao termo escola rural. O campo é
compreendido como um lugar de vida, cultura, produção,
moradia, educação, lazer, cuidado com o conjunto da
natureza” (DISTRITO FEDERAL, 2019, p. 12).

Fonte:COMEL, 2020.

336 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2015.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 337


Centro Educacional Casa Grande
Criado pela Resolução nº 2.199 - CD, de 09/12/1987, como Escola Classe Casagrande

Código do Inep:
53009380
Endereço:
Núcleo Rural Casa Grande, Módulo
Agrícola 16, Chácara 01
Região Administrativa:
Gama

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Gama

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE. Coordenadas:


-15.964013; -48.099207
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
Diretor nomeado em 1994: 1985
Resolução nº 2.199 - CD, de
Marcelo Cabral da Costa
09/12/1987; DODF 10, Suplemento
(DODF 48, de 11/03/1994, p. 06) Inauguração:
de 15/01/1988, p. 24
Não localizada

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Aprova o funcionamento da unidade


Parecer nº 245 - CEDF, de 12/12/1988,
Escola Classe Casagrande escolar em caráter precário.
1 homologado em 27/12/1988; DODF 05,
(Conforme Resolução de criação) No parecer informa que a escola está
Suplemento de 06/01/1989, p. 01
vinculada ao Complexo "A" do Gama

Escola Classe Casagrande Portaria nº 61 - SE, de 30/12/1988; Autoriza funcionamento da unidade


2
DODF 10, de 13/01/1989, p. 21 escolar em caráter precário

Parecer nº 26 - CEDF, de 09/03/1992,


Aprova o funcionamento da unidade
3 Escola Classe Casagrande homologado em 09/04/1992; DODF 76,
escolar em caráter precário
Suplemento de 14/04/1992, p. 09

Portaria nº 23 - SE, de 27/04/1992;


Autoriza o funcionamento da unidade
4 Escola Classe Casagrande DODF 88, Suplemento de 05/05/1992, p.
escolar em caráter precário
01-02

Extingue o Complexo Escolar "A" do


Resolução nº 2.391 - CD, de 29/06/1988;
5 Escola Classe Casagrande Gama e vincula a escola à Regional de
DODF 177, de 16/09/1988, p. 09
Ensino do Gama

Parecer nº 245 - CEDF, de 16/12/1991, Aprova a prorrogação de autorização


6 Escola Classe Casagrande homologado em 07/02/1992; DODF 36, de funcionamento da unidade de
Suplemento de 20/02/1992, p. 08 ensino, em caráter precário

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Casa Grande
7 Escola Classe Casa Grande autorizada pela Resolução nº 6.854 - CD,
(Mantém a mesma denominação)
de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

338 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração
Decreto n° 21.397 - GDF, de
Passa a integrar a estrutura orgânica
8 Escola Classe Casa Grande 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
9 Escola Classe Casa Grande
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Portaria nº 498 - SEE, de 09/12/2009; Centro de Ensino Fundamental Casa


10 Escola Classe Casa Grande
DODF 238, de 10/12/2009, p. 07 Grande

Centro de Ensino Fundamental Casa Portaria nº 99 - SEE, de 10/04/2013;


11 Centro Educacional Casa Grande
Grande DODF 74, de 11/04/2013, p. 07

De acordo com a Lei Complementar nº


Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício pela Lei Complementar nº 854, de 15
12 Centro Educacional Casa Grande nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV de outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural

Fonte:DODF; SINJ-DF.

CEDCasa Grande

De acordo com o Projeto Político-Pedagógico “a comunidade do Núcleo Rural Casa Grande, bem como
outras comunidades rurais do Distrito Federal, se formou a partir da ocupação de algumas áreas, em meados dos
anos 70. [...]
Uma das grandes lutas, capitaneada pela Associação de Produtores Rurais do Núcleo Rural de Casa
Grande, fundamentalmente pela figura do Professor Aníbal Coelho, se deu em razão da construção de uma escola na
região, que atendesse as crianças e jovens.
A luta contou com o apoio de toda comunidade, que liderada pelo Professor Aníbal, organizou-se em mais de
setenta mutirões para construir a escola em um terreno doado pela própria associação” (DISTRITO FEDERAL,
2021d, p. 07).

Em conformidade com breve histórico relatado no Parecer nº 245 - CEDF, de 12/12/1988, Boletim 23, “em 27
de agosto de 1985, o Diretor do Complexo ‘A’ do Gama encaminha ao DGP da FEDF o Plano de Funcionamento da
Escola Classe Casagrande, que foi criada pela Resolução nº 2.199, de 09 de dezembro de 1987, pelo Conselho
Diretor daquela Fundação. [...]
II – ANÁLISE – A Escola Classe Casagrande está situada na zona rural, a 16 MA 01, na entrada Gama/
Taguatinga, vinculada ao Complexo Escolar ‘A’ do Gama, estranhamente, funciona desde 1985, tendo sido criada
pelo Conselho Diretor da FEDF somente em 1987. [...]
4. Como recursos humanos a escola conta com 3 professoras devidamente habilitadas. Uma delas é
responsável pela direção e secretaria” (DISTRITO FEDERAL, 1988, p. 635-636).

Segundo o histórico e a análise do Parecer nº 245 – CEDF, de 16/12/1991, Boletim 26, a Escola Classe
Casagrande, na apreciação do Processo de nº 082.7631/85, relata que “a regularidade do termo de Compromisso de
Doação firmado pela Associação dos Proprietários do Núcleo Rural Casagrande em benefícios da FEDF de uma área
2
de terras de 150 m , localizada no Núcleo Rural Casagrande, para o fim especifico de nela fazer edificar um
estabelecimento de ensino para funcionamento definitivo da escola... (datado de 17.10.1985)” (DISTRITO FEDERAL,
1991, p. 583).

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 339


Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

O Parecer 68/79-CEDF, Boletim 14, p. 329, descreve sobre a normativa do CEDF quanto ao exercício da
função de diretor nas escolas rurais por professor sem habilitação específica:

[...]

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1979, p. 329-332.

340 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Natureza
Código do Inep:
53006887
Endereço:
DF-250, km-08, Associação Comunitária do
Capão da Erva, Área Especial
Região Administrativa:
Paranoá

Localização:
Rural

Regional de Ensino:
Paranoá

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020.
-15.7524466; -47.7148853
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Diretora nomeada em 1994: 1985 *
Resolução nº 1.453 - CD, de
Tânia Carvalho Jaber Abreu
01/07/1985; DODF 121, Suplemento Inauguração:
(DODF 48, de 11/03/1994, p. 07)
de 01/07/1985, p. 11 Não localizada
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Instrução nº 159 - DEx., de
Vincula ao Complexo Escolar "A" de
1 Escola Classe Natureza 03/06/1985; Atos Normativos da
Sobradinho
FEDF, v. VI, p. 130

Resolução nº 2.391 - CD, de Extingue o Complexo Escolar "A" de


2 Escola Classe Natureza 29/06/1988; DODF 177, de Sobradinho e vincula a escola à
16/09/1988, p. 09 Regional de Ensino de Sobradinho
Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe Natureza
3 Escola Classe Natureza autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09
Decreto n° 21.397 - GDF, de
Passa a integrar a estrutura orgânica
4 Escola Classe Natureza 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
5 Escola Classe Natureza
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Alteração de vinculação da Regional


Portaria nº 189 - SEE, de 13/07/2004;
6 Escola Classe Natureza de Ensino de Sobradinho para
DODF 133, de 14/07/04, p. 05
Regional de Ensino do Paranoá.
De acordo com a Lei Complementar nº
Ofício nº 1.561/2018 - SEGETH/GAB, 803, 23 de abril de 2009, atualizada
de 24/07/2018, em resposta ao Ofício pela Lei Complementar nº 854, de 15
7 Escola Classe Natureza nº 146/2018 - SEE/GAB/SUPLAV de outubro de 2012 – Plano Diretor de
(Processo SEI nº 00080- Ordenamento Territorial do Distrito
00091517/2018-49) Federal - PDOT, esta escola está
localizada em Macrozona Rural
Fonte: DODF; SINJ-DF.
* Não há informação do início das atividades. Foi considerado o ano de sua criação – 1985.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 341


ECNatureza

Em conformidade com o Projeto Político-Pedagógico “a Escola Classe Natureza foi criada em 1º de julho de
1985, na administração do Presidente do Conselho Diretor da Fundação Educacional do Distrito Federal – Senhor
Roberto Pompeu de Souza Brasil e demais Conselheiros. A escola se localizava na Chácara Nutri Natura, na DF-250
km 08, Núcleo Rural Capão da Erva, Sobradinho-DF, pertencendo então à Diretoria Regional de Sobradinho. Nessa
época, a comunidade do Capão da Erva apresentava extrema carência na área educacional. Os alunos tinham que
se deslocar até o Paranoá para estudar.
Nesse período, a escola possuía apenas uma
turma com uma média de 20 estudantes, na faixa etária de
06 a 15 anos. Os professores dividiam uma sala de aula
com aproximadamente 18 metros quadrados [...].
A área da atual Escola é resultante de concessão
de terreno pela Associação Comunitária do Capão da Erva
à antiga Fundação Educacional do Distrito Federal. A
Associação doou em julho de 1986, mil metros quadrados
para a construção da Escola. A escola foi construída
objetivando atender aos filhos das famílias que
trabalhavam na região: caseiros, lavradores, domésticas
entre outros” (DISTRITO FEDERAL, 2019a, p. 05-07).

Fonte: Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

“Ainda se tratando da realidade da Comunidade


Escolar, nossa Instituição pertence à Educação do
Campo no DF: modalidade de educação básica em
construção” (DISTRITO FEDERAL, 2019a, p. 14).

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2020.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

342 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas Inativas

Escola Classe São Bernardo


Código do Inep: Situação de Funcionamento:
53006909 Extinta

Região Administrativa: Regional de Ensino:


Planaltina Planaltina

Endereço:
Localização:
DF 295, VC 471, Colônia Agrícola São Bernardo,
Rural
Chácara 9

Histórico
Ato de Criação:
Resoluçãonº 1.451 – CD de 01/07/1985; DODF 121, Suplemento de 11/07/1985, p. 10

Denominação Anterior Legislação Alteração / outros

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


DODF 186, Suplemento II de Na listagem a escola está vinculada à
Escola Classe Colônia Agrícola São
1 11/09/1992, p. 02-05 Regional de Ensino de Planaltina
Bernardo
(Escolas listadas para repasse de como Escola Classe São Bernardo
recursos financeiros)

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 - Na listagem a escola está como
2 Escola Classe São Bernardo autorizada pela Resolução nº 6.854 - Escola Classe Colônia Agrícola São
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de Bernardo
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
3 Escola Classe São Bernardo 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Ordem de Serviço nº 09 - SEE, de EXTINTA


4 Escola Classe São Bernardo 31/01/2006; DODF 24, de 01/02/2006, Acervo encontra-se na Escola Classe
p. 11 Barra Alta

Fonte:DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 343


Referências bibliográficas – 1985
AGÊNCIA BRASÍLIA. Visite o Museu Virtual e Comunitário de Brazlândia. Brasília, 16 fev. 2021. Escola Classe
Chapadinha. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/02/09/visite-o-museu-virtual-e-comunitario-de-
brazlandia/. Acesso em: 22 mar. 2022.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2022. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume I. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Escolas da FEDF, volume II. Brasília-DF, 1985.
DISTRITO FEDERAL. Fundação Educacional do Distrito Federal. Atos Normativos da SE - FEDF. Portarias,
Resoluções e Instruções – 1985-1986, volume VI. Brasília-DF, 1988.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1979, Boletim 14. Brasília, p. 329-332. Escolas Classes Rurais.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1986, Boletim 21. Brasília, p. 325. Escola Classe 01 do Paranoá.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1986, Boletim 21. Brasília, p. 340. Escola Classe 48 de Taguatinga.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1986, Boletim 21. Brasília, p. 341. Centro de Ensino Fundamental 16 de Taguatinga.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1986, Boletim 21. Brasília, p. 569. Escola Classe 48 de Taguatinga.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1988, Boletim 23. Brasília, p. 635-639. Escola Classe Casagrande.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1988, Boletim 23. Brasília, p. 92. Escola Classe Sítio das Araucárias.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1991, Boletim 26. Brasília, p. 583. Escola Classe Casagrande.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
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Pareceres 1991, Boletim 26. Brasília, p. 504-506. Escola Classe INCRA 07.
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DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 do
Centro de Ensino Fundamental INCRA 07 de Brazlândia, Brasília, 2021c, p. 06. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/07/pp_ec_incra_07_brazlandia.pdf. Acesso em: 22 mar.
2022.

344 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 do
Centro Educacional Casa Grande, Brasília, 2021d, p. 07. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ced_casa_grande_gama.pdf. Acesso em: 23 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2021 da
Escola Classe 01 do Paranoá, Brasília, 2021e, p. 09-10. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_01_paranoa.pdf. Acesso em: 05 abr. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2021 da
Escola Classe 55 de Taguatinga, Brasília, 2021f, p. 05. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_55_taguatinga.pdf. Acesso em: 13 maio 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2021 da Escola
Classe Bucanhão, Brasília, 2021g, p. 06 - 07. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
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DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2021 do
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WIKIPEDIA. INCRA. Editada em: 02 jun. 2020.Disponível em: https://tinyurl.com/y2ok22nf.Acesso em: 02 dez. 2020.
DISTRITO FEDERAL. Governo do Distrito Federal. Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Disponível em:
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DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de imagens

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AGÊNCIA BRASÍLIA. Paranoá e Itapoã ganham reformas em 23 escolas. Escola Classe Natureza, imagem de
Acácio Pinheiro, em: 28 jul. 2020. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/07/23/paranoa-e-itapoa-
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Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 345


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PERPÉTUO, Lenilda Damasceno. Comunidade cigana Calon em processo de Escolarização: conflitos e saberes
pluriculturais. 153 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasília,
Brasília, 2017. Disponível: http://docplayer.com.br/81837634-Universidade-de-brasilia-unb-faculdade-de-educacao-fe-
programa-de-pos-graduacao-em-educacao-mestrado-em-educacao-lenilda-damasceno-perpetuo.html. Acesso em:
24. out. 2022

346 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas que iniciaram as atividades
em 1986

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 347


Centro Educacional Agrourbano Ipê Riacho Fundo
Criado pela Resolução nº 2.372 - CD, de 22/06/1988, como Centro de Ensino de 1º Grau Agrourbano Ipê

Código do Inep:
53006968

Endereço:
CAUB I, Granja do Ipê

Região Administrativa:
Riacho Fundo II

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Núcleo Bandeirante

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2021. -15.9474912; -48.0149527
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação:
Início das Atividades:
Resolução nº 2.372 - CD, de
07 de novembro de 1986
22/06/1988; DODF 35, suplemento de 1ª Diretora:
19/02/1990, p. 09 e Eloy Ferreira Silva Bittencourt
Lei nº 103 - GDF, de 30/05/90; DODF Inauguração:
103, de 31/05/1990, p. 03 Não localizada

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Aprova o funcionamento da unidade


Parecer nº 53 - CEDF, de 27/03/1995,
Centro de Ensino de 1º Grau de ensino, por 4 (quatro) anos,
1 homologado em 10/04/1995; DODF 72,
Agrourbano Ipê vinculado à Regional do Núcleo
de 12/04/1995, p.15
Bandeirante

Centro de Ensino de 1º Grau Portaria nº 35 - SE, de 19/04/1995; Autoriza o funcionamento da unidade


2
Agrourbano Ipê DODF 80, de 26/04/1995, p. 06 de ensino

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro de Ensino de 1º Grau Centro de Ensino Fundamental
3 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Agrourbano Ipê Agrourbano Ipê Riacho Fundo
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Fundamental Passa a integrar a estrutura orgânica
4 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Agrourbano Ipê Riacho Fundo da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Centro de Ensino Fundamental Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
5 mantidas pelo poder público do
Agrourbano Ipê Riacho Fundo DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação

6 Centro de Ensino Fundamental Portaria nº 100 - SEE, de 10/04/2013; Centro Educacional Agrourbano Ipê
Agrourbano Ipê Riacho Fundo DODF 74, de 11/04/2013, p. 07 Riacho Fundo

Fonte:DODF; SINJ-DF.

348 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CEDAgrourbano Ipê Riacho Fundo

Conforme o Memorando nº 1.627, de 29 de setembro de 2015, encaminhado pela GPAV - NB (Gerência de


Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional do Núcleo Bandeirante), esta unidade escolar informou
que suas atividades iniciaram em 07 de novembro de 1986 e que sua primeira diretora foi Eloy Ferreira Silva
Bittencourt.
De acordo a Proposta Pedagógica de 2019 “quando os agricultores chegaram ao CAUB I, não havia escola e
seus filhos tinham que estudar na Escola Classe Ipê. A construção do Agrourbano (sic) se iniciou em 1987 com a
conclusão da Instituição no mesmo ano” (DISTRITO FEDERAL, 2019, p. 03).
A Proposta Pedagógica de 2020 relata que “o Centro Educacional Agrourbano iniciou suas atividades,
também em 1986, para atender aos filhos dos produtores rurais assentados no CAUB I, com turmas do Ensino
Fundamental” (DISTRITO FEDERAL, 2020, p. 04).

No Parecer 53/95-CEDF, Boletim 30, p.196, o histórico descreve a estrutura inicial do Centro Educacional
Agrourbano Ipê Riacho Fundo:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1995, p. 196.

Fonte: YOUTUBE, 2021.

Fonte: YOUTUBE, 2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 349


Centro de Educação Infantil 06 de Taguatinga
Criado pela Resolução nº 1.899 - CD, DE 01/10/1986, como Escola Classe 49 de Taguatinga

Código do Inep:
53004302

Endereço:
Quadra EQNL 17/19, Área Especial S/N

Região Administrativa:
Taguatinga

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Taguatinga

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.
-15.819650; -48.089405
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
1986
Resolução nº 1.899 - CD, de 1ª Diretora:
01/10/1986; DODF 61, Suplemento de Professora Simone
Inauguração:
31/03/1987, p. 04-05
01 de outubro de 1986

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


DODF 186, Suplemento II de
Na listagem a escola está vinculada à
1 Escola Classe 49 de Taguatinga 11/09/1992, p. 02-05
Regional de Ensinode Taguatinga
(Escolas listadas para repasse de
recursos financeiros)

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 49 de Taguatinga
2 Escola Classe 49 de Taguatinga autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
3 Escola Classe 49 de Taguatinga 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
4 Escola Classe 49 de Taguatinga
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Portaria nº 77, de 10/04/2013; DODF Centro de Educação Infantil 06 de


5 Escola Classe 49 de Taguatinga
74, de 11/04/2013, p. 05 Taguatinga

Fonte:DODF; SINJ-DF.

350 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


CEI
CEI06 de Taguatinga

Segundo o Projeto Político-Pedagógico


Político do
Centro de Educação Infantil 06 de Taguatinga “foi
“f
construída em 1986, inicialmente como Escola
Classe 49 de Taguatinga, para atender a demanda
criada pela remoção dos moradores da antiga
invasão conhecida como ‘Chaparral’, para a atual
‘Nova QNL’,, compreendida pelas quadras 14 e 30.
Iniciou suas atividades ainda em 1986, sendo
inaugurada oficialmente em 01 de outubro, tendo
como
mo diretora a professora Simone” (DISTRITO
(
FEDERAL, 2021a,, p. 05).
05)

Fonte: GOOGLE MAPS, 2021.

Fonte: FACEBOOK, 2021.

Fonte: FACEBOOK, 2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 351


Escola Classe 55 de Ceilândia
Código do Inep:
53004353

Endereço:
Quadra QNO 20 Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.
-15.790640; -48.141771
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: Diretora nomeada em 1992: 1986
Resolução nº 2.796 - CD, de Iracema Cavalcante de Paula
08/11/1989; DODF 30, Suplemento de (DODF 20, Suplemento de Inauguração:
12/02/1990, p. 96 29/01/1992, p. 58) 12 de outubro de 1986.
Reinaugurada em 1992
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;
DODF 186, Suplemento II de
Na listagem a escola está vinculada à
1 Escola Classe 55 de Ceilândia 11/09/1992, p. 02-05
Regional de Ensino de Ceilândia
(Escolas listadas para repasse de
recursos financeiros)

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 55 de Ceilândia
2 Escola Classe 55 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
3 Escola Classe 55 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
4 Escola Classe 55 de Ceilândia
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte: DODF; SINJ-DF.

* Não há informação do início das atividades. Foi considerado o ano de sua criação – 1986.

352 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 55 de Ceilândia

De acordo com o Projeto Político-


Pedagógico“a EC. 55 foi inaugurada no dia 12 de
outubro de 1986 e 5 anos depois, em 1992, a EC 55
de Ceilândia foi ampliada e reinaugurada recebendo o
nome de Centro de Alfabetização 02 de Ceilândia.
Este estabelecimento de ensino foi classificado, neste
período, como Escola Modelo e Centro de Formação
para docentes na Coordenação Regional de Ceilândia
– CREC” (DISTRITO FEDERAL, 2021, p. 11).

Fonte: FACEBOOK, 2018.

Fonte:FACEBOOK, 2018.

Fonte:FACEBOOK, 2018.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 353


Referências bibliográficas – 1986

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2022. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1995, Boletim 30. Brasília, p. 196. Centro Educacional Agrourbano Ipê Riacho Fundo.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação Projeto Político-Pedagógico 2021 do Centro de
Educação Infantil 06 de Taguatinga, Brasília, 2021a, p. 05. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_cei_06_taguatinga.pdf. Acesso em: 16 maio 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 da
Escola Classe 55 de Ceilândia, Brasília, 2021, p. 11. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_55_ceilandia.pdf. Acesso em: 05 abr. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2019 do
Centro Educacional Agrourbano Ipê Riacho Fundo, Brasília, 2019, p. 03. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2019/07/pp_ced_agrourbano_nucleo_bandeirante.pdf. Acesso
em: 23 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2020 do
Centro Educacional Agrourbano Ipê Riacho Fundo, Brasília, 2020, p. 04. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/07/pp_ced_agrourbano_ipe_nucleo_bandeirante.pdf.
Acesso em: 23 mar. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de Imagens

FACEBOOK. Centro de Educação Infantil 06 de Taguatinga, publicado por Minoru e Samurai, em: 29 jan. 2021.
Disponível em: https://www.facebook.com/Minoru.e.Samurai. Acesso em: 14 out. 2022.

FACEBOOK. Escola Classe 55 de Ceilândia, captura de imagem em: 23 fev. 2018. Disponível em:
https://www.facebook.com/escolaclasse55/photos. Acesso em: 25 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro de Educação Infantil 06 de Taguatinga, captura de imagem em: jun. 2019. Disponível em:
https://tinyurl.com/43ddn39b. Acesso em: 24 jan. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro de Educação Infantil 06 de Taguatinga, captura de imagem em: mar. 2021. Disponível
em: https://tinyurl.com/3v366vv6 Acesso em: 24 jan. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro Educacional Agrourbano Ipê Riacho Fundo, captura de imagem em: out. 2021.
Disponível em: https://is.gd/s3U9Ge. Acesso em: 09 mar. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 55 de Ceilândia, captura da imagem em: set. 2021. Disponível em:
https://is.gd/BlNtUl. Acesso em: 10 mar. 2022.
YOUTUBE. Centro Educacional Agrourbano Ipê Riacho Fundo, captura de imagem em: 09 mar. 2021. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=w13LsXEiRN8. Acesso em: 25 out. 2022.

354 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas que iniciaram as atividades
em 1987

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 355


Escola Classe 06 de Brazlândia
Código do Inep:
53005112

Endereço:
Quadra 38, Área Especial 1

Região Administrativa:
Brazlândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Brazlândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2018.
-15.6651473; -48.200835
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 2.268 - CD, de 24/02/1988; 05 de março de 1987
1ª Diretora:
DODF 60, Suplemento de 29/03/1988, p.
Santina Gema Moreira
20 e Lei nº 103 - GDF, de 30/05/90; Inauguração:
DODF 103, de 31/05/1990, p. 03 05 de junho de 1987

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


Vinculada à Regional de Ensino de
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Brazlândia
1 Escola Classe 06 de Brazlândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de Passa a integrar a estrutura orgânica


2 Escola Classe 06 de Brazlândia 31/07/2000; DODF 146, de da Secretaria de Estado de
01/08/2000, p. 54-59 Educação

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
3 Escola Classe 06 de Brazlândia mantidas pelo poder público do
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação

Fonte:DODF; SINJ-DF.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2018.

356 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 06 de Brazlândia

Conforme descreve o Projeto Político-


Pedagógico “a Escola Classe 06 de Brazlândia,
surgiu devido à grande necessidade da
comunidade escolar, pois só havia na
proximidade uma escola que atendia alunos da
(1ª a 8ª série). Assim, iniciou suas atividades em
05 de março de 1987 com os alunos e
professores remanejados do Centro de Ensino nº
01, antiga ‘escola de lata’, tendo a professora
Santina Gema Moreira como responsável pela
direção nesta data.
Em 05 de junho do mesmo ano, foi
inaugurada pelo governador José Aparecido de
Oliveira” (DISTRITO FEDERAL, 2021, p.04).

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 2021, p.04.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2018.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 357


Escola Classe 01 da Candangolândia
Criada pela Resolução nº 2.274 - CD, de 02/03/1988, como Escola Classe Candangolândia

Código do Inep:
53009320

Endereço:
Quadra EQR 5/7

Região Administrativa:
Candangolândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Núcleo Bandeirante

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.
-15.8481129; -47.9511841
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1º Diretor:
11 de fevereiro de 1987
Resolução nº 2.274 - CD, de Antônio Macêdo Rêgo
02/03/1988; DODF 60, Suplemento de (Memorando nº 1.627 – GPAV-
Inauguração:
29/03/1988, p. 22 NB)
27 de setembro de 1986

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


DODF 186, Suplemento II de Na listagem a escola está vinculada à
1 Escola Classe Candangolândia 11/09/1992, p. 02-05 Regional de Ensino do Núcleo
(Escolas listadas para repasse de Bandeirante
recursos financeiros)

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
2 Escola Classe Candangolândia autorizada pela Resolução nº 6.854 - Escola Classe 01 da Candangolândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
3 Escola Classe 01 da Candangolândia 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
4 Escola Classe 01 da Candangolândia mantidas pelo poder público do
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação

Fonte:DODF; SINJ-DF.

358 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 01 da Candangolândia

De acordo com o Memorando nº 1.627, de 29 de


setembro de 2015, encaminhado pela GPAV - NB
(Gerência de Planejamento, Acompanhamento e
Avaliação Educacional do Núcleo Bandeirante), esta
unidade escolar informou que suas atividades iniciaram
em 11 de fevereiro de 1987, sua inauguração ocorreu em
27 de setembro de 1986 e que seu primeiro diretor foi
Antônio Macêdo Rêgo.

Fonte:HERMETO, 2021.

Fonte:HERMETO, 2021.

Fonte:HERMETO, 2021.

Fonte:HERMETO, 2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 359


Escola Classe 50 de Taguatinga
Código do Inep:
53004310

Endereço:
Quadra EQNL 02/04, Área Especial S/N

Região Administrativa:
Taguatinga

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Taguatinga

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2018. -15.831355; -48.075258
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: Diretora nomeada em 1991:
11 de agosto de 1987
Resolução nº 2.240 - CD, de Marineve Vieira Leite
28/12/1987 DODF 10, Suplemento de (DODF 170, Suplemento de
Inauguração:
15/01/1988, p. 52 30/08/1991, p. 15)
30 de outubro de 1987

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


DODF 186, Suplemento II de
Na listagem a escola está vinculada à
1 Escola Classe 50 de Taguatinga 11/09/1992, p. 02-05
Regional de Ensino de Taguatinga
(Escolas listadas para repasse de
recursos financeiros)

Portaria nº 59 - SE, de 26/05/1999;


DODF 102, de 28/05/1999, p. 06 e Credencia a unidade de ensino, por 3
2 Escola Classe 50 de Taguatinga
Portaria nº 128, de 14/07/1999; DODF (três) anos
135, de 15/07/1999, p. 09

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 50 de Taguatinga
3 Escola Classe 50 de Taguatinga autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
4 Escola Classe 50 de Taguatinga 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
5 Escola Classe 50 de Taguatinga
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte:DODF; SINJ-DF.

360 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


EC 50 de Taguatinga

Em conformidade com a Proposta Pedagógica,


“a Escola Classe 50 de Taguatinga foi fundada em 11
de agosto de 1987, recebendo 486 alunos e 28
professores, todos remanejados do Centro de Ensino
Fundamental 06 de Taguatinga, atualmente Centro
Educacional 06 de Taguatinga. A inauguração oficial
deu-se em 30 de outubro do mesmo ano, com a
presença de várias autoridades, diretores de escolas,
líderes comunitários, professores, estudantes e
comunidade local. Sua criação se deu por meio da
resolução nº 2240, de 27 de dezembro de 1987, do
Conselho Diretor da Fundação Educacional do Distrito
Federal” (DISTRITO FEDERAL,2021b, p. 33).

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: GOOGLE MAPS, 2019.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 361


Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais – CEEDV
Criado pela Resolução nº 1.990 – CD, de 05/02/1987, como Escola de Deficientes Visuais

Código do Inep:
53000714

Endereço:
Quadra SGAS 612 L2 Sul, conjunto J

Região Administrativa:
Brasília

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Plano Piloto

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
-15.832154; -47.908043 Fonte: GOOGLE MAPS, 2014.
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades de
Ato de Criação: atendimento:
Diretora nomeada em 1991:
Resolução nº 1.990 – CD, de 1966
Rita Silvério de Faria
05/02/1987; DODF 41, Suplemento de Início das Atividades como
(DODF 40, de 28/02/1991, p.10)
27/02/1987, p. 13 unidade escolar:
1987*
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Resolução nº 1.570 - CD, de
Setor de Deficientes Visuais do Centro 04/12/1985; DODF 236, suplemento
Escola de Deficientes Visuais
1 do Centro Ensino Especial 02 de de 11/12/1985, p. 11
(Revogada)
Brasília (Revogada pela Resolução nº 1.990 -
CD, de 05/12/1987)

Setor de Deficientes Visuais do Centro Resolução nº 1.990 - CD, de


2 do Centro Ensino Especial 02 de 05/12/1987; DODF 41, Suplemento de Cria a Escola de Deficientes Visuais
Brasília 27/02/1987, p. 13

Cria a Escola de Deficientes Visuais e


Lei nº 143 - GDF, de 08/02/1991; Cargos em Comissão no Quadro de
3 Escola de Deficientes Visuais
DODF 50, de 11/03/1991, p. 10 Pessoal da Fundação Educacional do
Distrito Federal

Projeto de Lei nº 56 - CLDF, de Transforma a Escola para Deficientes


4 Escola de Deficientes Visuais 21/11/1991; DODF 231, de Visuais em Centro de Ensino Especial
22/11/1991, p. 07 de Deficientes Visuais

Lei nº 203 - GDF, de 13/12/1991; Centro de Ensino Especial de


5 Escola de Deficientes Visuais
DODF 248, de 16/12/1991, p. 01 Deficientes Visuais

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


Na listagem a escola está vinculada à
DODF 186, Suplemento II de
Centro de Ensino Especial de Regional de Ensino do Plano
6 11/09/1992, p. 02-05
Deficientes Visuais Piloto/Cruzeiro, hoje Regional de
(Escolas listadas para repasse de
Ensino do Plano Piloto
recursos financeiros)
Parecer nº 303 - CEDF, de
Centro de Ensino Especial de 17/10/1994, homologado em Aprova o funcionamento da unidade
7
Deficientes Visuais 27/10/1994; DODF 213, de de ensino
07/11/1994, p. 48

362 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Denominação Legislação Transformação / Alteração

Centro de Ensino Especial de Portaria nº 104 - SE, de 08/11/1994; Autoriza o funcionamento da unidade
8
Deficientes Visuais DODF 217, de 11/11/1994, p. 39 de ensino

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 - Centro de Ensino Especial de
Centro de Ensino Especial de
9 autorizada pela Resolução nº 6.854 - Deficientes Visuais
Deficientes Visuais
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de (Mantém a mesma denominação)
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro de Ensino Especial de Passa a integrar a estrutura orgânica
10 31/07/2000; DODF 146, de
Deficientes Visuais da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Centro de Ensino Especial de Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
11
Deficientes Visuais DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte: DODF; SINJ-DF.

* Não há informação do início das atividades. Foi considerado o ano de sua criação – 1987.

CEE de Deficientes Visuais – CEEDV

Segundo o Projeto Político-Pedagógico“o atendimento da pessoa com deficiência visual pelo setor
educacional no Distrito Federal começou em 1966, com a criação da sala de recursos e atendimento itinerante, no
Edifício Ceará. Depois foi transferido duas vezes: em 1967 para a Escola Classe 312 Norte e, posteriormente, para a
Escola Classe 104 Norte, onde permaneceu até 1973.
Em 1973, foi criado o setor especializado em deficientes visuais do Centro de Ensino Especial 02 de Brasília.
Nesse ano foram registrados atendimentos a 25 estudantes. No ano de 1985, o estabelecimento – Escola para
Deficientes Visuais, atendia 130 estudantes cegos ou com baixa visão, dentre esses, alguns com deficiências
múltiplas. Outra ação importante realizada pela escola foi a do Professor Itinerante, que chegou a atender, naquele
ano, 80 (oitenta) estudantes com deficiência visual integrados à rede regular de ensino. Com o aumento da demanda
de estudantes, a Diretoria do Ensino Especial da antiga Fundação Educacional do Distrito Federal, atualmente
Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal,
solicitou à Diretoria Geral de Pedagogia a transformação
de escola para Centro de Ensino. Assim foi criado o
Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais –
CEEDV.
Em 1991, o Centro foi autorizado a criar uma
unidade específica para deficientes visuais, como
previsto no Parecer nº 303/84, do Conselho de Educação
do Distrito Federal - CEDF, por meio do processo
administrativo nº. 082.005221/85. Esse decreto
apresentou os objetivos e traçou as políticas
educacionais a serem seguidas, dos quais alguns ainda
norteiam o trabalho até o presente momento” (DISTRITO
FEDERAL, 2021a, p. 11-12).

Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA, 2021.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 363


No Parecer 303/94-CEDF, Boletim 29, p.507, está descrito o histórico e a análise referentes à autorização de
funcionamento do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais:

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1994, p. 507.Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

364 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Referências bibliográficas – 1987

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2022. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1994, Boletim 29. Brasília, p. 507. Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 da
Escola Classe 06 de Brazlândia, Brasília, 2021, p. 04. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_06_brazlandia.pdf. Acesso em: 07 abr. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação Projeto Político-Pedagógico 2021 do Centro de Ensino
Especial de Deficientes Visuais - CEEDV, Brasília, 2021a, p. 11-12. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/09/ppp_ceedv_plano_piloto-1.pdf. Acesso em: 23 mar.
2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação Proposta Pedagógica 2021 da Escola Classe 50 de
Taguatinga, Brasília, 2021b, p. 33. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_50_taguatinga.pdf. Acesso em: 16 maio 2022.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de Imagens

AGÊNCIA BRASÍLIA. Aprendizagem além dos limites da visão. Centro de Ensino Fundamental 01 do Planalto.
Imagem de Robson Dantas/SEE, em: 23 abr. 2021. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/04/WhatsApp-Image-2021-04-22-at-17.21.09-1.jpeg. Acesso em: 17 jun. 2021.
AGÊNCIA BRASÍLIA. Mais duas escolas reformadas na Candangolândia. Escola Classe 01 da Candangolândia,
imagem de Acácio Pinheiro, em: 24 fev. 2021. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/04/24/mais-
duas-escolas-reformadas-na-candangolandia/. Acesso em: 17 jun. 2021.
GOOGLE EARTH. Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais, captura de imagem [20--]. Disponível em:
https://is.gd/MPkp5F. Acesso em: 26 out. 2022.
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GOOGLE MAPS. Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais - CEEDV, captura de imagem em: jun. 2014.
Disponível em: https://tinyurl.com/yd9hwscn. Acesso em: 17 jan. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais, captura de imagem por Felipe B. Hummel,
em: ago. 2022. Disponível em: https://is.gd/7NfgVw. Acesso em: 26 out. 2022.
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GOOGLE MAPS. Escola Classe 06 de Brazlândia, captura de imagem por Helder Alves Ferreira, em: maio 2018.
Disponível em: https://tinyurl.com/2m28nt9n. Acesso em: 22 jan. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 50 de Taguatinga, captura de imagem em: nov. 2018. Disponível em:
https://tinyurl.com/bd5fbf6d. Acesso em: 24 jan. 2022.
HERMETO, Deputado Distrital. Escola Classe 01 da Candangolândia, captura de imagem em: 26 abr. 2021.
Disponível em: https://hermeto.com.br/index.php/2021/04/26/escola-classe-01-da-candangolandia-totalmente-
revitalizada/. Acesso em: 26 out. 2022.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 365


Escolas que iniciaram as atividades
em 1988

366 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro Interescolar de Línguas de Sobradinho (CIL)
Código do Inep:
53005600

Endereço:
Quadra 11, Área Reservada 01

Região Administrativa:
Sobradinho

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Sobradinho

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2021. -15.644319; -47.788194
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
Resolução nº 2.367 - CD, de Janeiro de 1988
15/06/1988; DODF 35, Suplemento 1ª Diretora:
de 19/02/1990, p. 08 e Lei nº 101 - Denize Aparecida Basile Naves
GDF, de 30/05/1990; DODF 103, de Inauguração:
31/05/1990, p. 03 Não localizada

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Parecer nº 217 - CEDF, de 15/08/1994,


Centro Interescolar de Línguas de Aprova o reconhecimento da unidade
1 homologado em 02/09/1994; DODF
Sobradinho de ensino
175, de 08/09/1993, p. 13

Centro Interescolar de Línguas de Portaria nº 86 - SE, de 13/09/1994; Concede o reconhecimento da unidade


2
Sobradinho DODF 180, de 15/09/1994, p. 18 de ensino

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Centro Interescolar de Línguas de Vinculado à Regional de Ensino de
3 autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Sobradinho Sobradinho
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro Interescolar de Línguas de Passa a integrar a estrutura orgânica
4 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
Sobradinho da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Decreto nº 28.007 - GDF, de 30/05/ Relacionada na estrutura administrativa


Centro Interescolar de Línguas de
5 2007; DODF 137, de 18/07/ 2007, p. da Secretaria de Estado de Educação
Sobradinho
01-07 do Distrito Federal

Fonte:DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 367


CILde Sobradinho

CEDF, Boletim 29, p.379, descreve um breve histórico do Centro Interescolar de Línguas
O Parecer 217/94-CEDF,
de Sobradinho:

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1994, p. 379.

Segundo o Memorando nº 41, de 18 de setembro


de 2015, encaminhado pela GPAV - CRESo (Gerência de
Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional
de Sobradinho), ), esta unidade escolar informou que suas
atividades iniciaram em janeiro de 1988 e que a primeira
diretora foi Denizee Aparecida Basile Naves.
Naves

Fonte: TV Globo/Reprodução, 2021.

De acordo com o Projeto Político


Político-Pedagógico
esta unidade de ensino “começou suas atividades em
1987, funcionando provisoriamente na Quadra 10, no
último bloco do Centro de Ensino 05 até fevereiro de
1999, quando as atividades foram transferidas para sua
sede atual, construída com recursos da Associação de
Pais, Alunos e Mestres da escola” ((DISTRITO
FEDERAL, 2021, p. 05).
Fonte: GOOGLE MAPS, 2021.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

368 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe Agrovila II
Código do Inep:
53006992
Endereço:
CAUB II, Combinado Agrourbano de
Brasília II
Região Administrativa:
Riacho Fundo II

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Núcleo Bandeirante

Situação de Funcionamento:
Ativa

Fonte: GOOGLE MAPS, 2018.


Coordenadas:
-15.9394254; -48.0347822
48.0347822
Fonte: BRASIL,, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação:
1ª Diretora: 26 de agosto de 1988
Resolução nº 2.811 - CD, de
Suzane Alves Jacó
22/11/1989; DODF 30, Suplemento
(Memorando nº 1.627 – GPAV-NB) Inauguração:
de 12/02/1990, p. 100
19 de agosto de 1988

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Parecer nº 77 - CEDF, de 01/06/1992,


Aprova o funcionamento da unidade de
1 Escola Classe Agrovila II homologado em 16/06/1992; DODF 128,
ensino
Suplemento de 26/06/1992, p. 06

Portaria nº 46 - SE, de 30/06/1992; Autoriza o funcionamento da unidade


2 Escola Classe Agrovila II
DODF 136, de 07/07/1992, p. 07 de ensino

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


Escola Classe Agrovila II
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
(Mantém
antém a mesma denominação)
3 Escola Classe Agrovila II autorizada pela Resolução nº 6.854 - CD,
Vinculada à Regional do Núcleo
de 09/05/2000; DODF 101, de
Bandeiran
Bandeirante
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de 31/07/2000; Passa a integrar a estrutura orgânica da


4 Escola Classe Agrovila II
DODF 146, de 01/08/2000, p. 54-59 Secretaria de Estado de Educação

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo poder
5 Escola Classe Agrovila II
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 público do Distrito Federal – Secretaria
de Estado de Educação

Fonte:DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 369


ECAgrovila II

Conforme está descritono Projeto Político-


Pedagógico a Escola Classe Agrovila II foi criada
pela “Fundação Zoobotânica, em 1987, para atender
aos filhos dos agricultores do Combinado
Agrourbano de Brasília II, que se deslocavam até o
Combinado Agrourbano de Brasília I (CAUB I) para
estudarem na escola daquela comunidade. As
crianças junto com seus pais andavam longas
distâncias no percurso de ida e volta. A Escola
Classe Agrovila II foi entregue à comunidade no
início do ano letivo de 1988, sendo inaugurada em
19 de agosto de 1988 pelo governador José
Aparecido de Oliveira, Secretário de Agricultura e
Produção Leone Teixeira de Vasconcelos e
Secretário de Educação Fábio Vieira Bruno”
(DISTRITO FEDERAL, 2021, p. 05).Fonte: GOOGLE MAPS, 2021.

Segundo o Memorando nº 1.627, de


29 de setembro de 2015, encaminhado pela
GPAV - NB (Gerência de Planejamento,
Acompanhamento e Avaliação Educacional
do Núcleo Bandeirante), esta unidade
escolar informou que suas atividades
iniciaram em 28 de agosto de 1988, sua
inauguração foi em 19 de agosto de 1988 e
que a primeira diretora foi Suzane Alves
Jacó.

Fonte:Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

370 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro Interescolar de Línguas de Ceilândia (CIL)
Código do Inep:
53003969

Endereço:
Quadra QNM 13, Área Especial, S/N

Região Administrativa:
Ceilândia

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Ceilândia

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE. -15.823920; -48.100040
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: Diretor nomeado em 1992: 1988*
Resolução nº 2.478 - CD, de Jerivaldo Luiz de Sousa
01/12/1988; DODF 245, Suplemento (DODF 20, Suplemento de
Inauguração:
de 29/12/1988, p. 23 29/01/1992, p. 55)
Não localizada

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


DODF 186, Suplemento II de
Centro Interescolar de Línguas de Na listagem a escola está vinculada à
1 11/09/1992, p. 02-05
Ceilândia Regional de Ensino de Ceilândia
(Escolas listadas para repasse de
recursos financeiros)

Parecer nº 56 - CEDF, de 14/03/1994,


Centro Interescolar de Línguas de Aprova o funcionamento da unidade
2 homologado em 24/03/1994; DODF
Ceilândia escolar
59, de 28/03/1994, p. 23

Centro Interescolar de Línguas de Portaria nº 43 - SE, de 06/04/1994; Autoriza o funcionamento da unidade


3
Ceilândia DODF 66, de 06/04/1994, p. 10 escolar

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 - Centro Interescolar de Línguas de
Centro Interescolar de Línguas de
4 autorizada pela Resolução nº 6.854 - Ceilândia
Ceilândia
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de (Mantém a mesma denominação)
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Centro Interescolar de Línguas de Passa a integrar a estrutura orgânica
5 31/07/2000; DODF 146, de
Ceilândia da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Decreto nº 28.007 - GDF, de Relacionada na estrutura


Centro Interescolar de Línguas de
6 30/05/2007; DODF 137, de administrativa da Secretaria de Estado
Ceilândia
18/07/2007, p. 01-07 de Educação do Distrito Federal

Fonte: DODF; SINJ-DF.

* Não há informação do início das atividades. Foi considerado o ano de sua criação – 1988.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 371


CIL de Ceilândia

Segundo a Proposta Pedagógica, “o CILC teve sua


criação instituída pelo Conselho Diretor da Fundação
Educacional do Distrito Federal, em 1° de dezembro de 1988,
nos termos da resolução n° 2.478 (fls. 95). De acordo com o
Parecer n° 56/94 – CEDF.
Provisoriamente instalado nas dependências da antiga
Escola Normal de Ceilândia e, posteriormente, no Centro
Educacional 04 de Ceilândia, o CILC dispõe, hoje, de sede
própria [...]” (DISTRITO FEDERAL, 2020, p.06).

No Parecer 56/94-CEDF, Boletim 29, p.147, há uma


breve descrição do CILC no histórico e análise deste documento:
Fonte:SITE, [20--].

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1994, p. 147.

Fonte:FACEBOOK, 2017. Fonte:Acervo da SEEDF/SUPLAV/DINFE.

372 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escolas Inativas

Escola Classe 54 de Ceilândia


Criada pela Resolução nº 2.332 - CD, de 20/04/1988, como
Escola Classe da QNM 14 Ceilândia Norte
Região Administrativa: Situação de Funcionamento:
Ceilândia Extinta

Histórico
Ato de Criação:
Resolução nº 2.332 - CD, de 20/04/1988; DODF 35, Suplemento de 19/02/1990, p. 07

Denominação Legislação Transformação / Alteração


Resolução nº 3.248 - CD, de
Escola Classe da QNM 14 Ceilândia
1 28/11/1990; DODF 237, Suplemento de Escola Classe 54 de Ceilândia
Norte
07/12/1990, p. 16

Resolução nº 4.956, de 23/12/1994; EXTINTA


2 Escola Classe 54 de Ceilândia DODF 252, Suplemento de 31/12/1994, Não há informação sobre o acervo
p. 35 e 36 escolar

Fonte:DODF; SINJ-DF.

Esta escola recebeu a denominação já utilizada pelo Centro de Ensino Fundamental 11 de Ceilândia quando
foi criado em 1980 (criado como Escola Classe 54 de Ceilândia pela Resolução nº 334 - CD, de 21/05/1980; DODF
105, de 04/06/1980, p. 07).

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 373


Escola Classe 57 de Ceilândia
Criada pela Resolução nº 2.338 - CD, de 27/04/1988, como Escola Classe QNP 14

Código do Inep: Endereço:


53008065 QNP 14 ST “P” - Ceilândia Sul

Região Administrativa: Situação de Funcionamento:


Ceilândia Extinta

Histórico
Ato de Criação:
Resolução nº 2.338 - CD, de 27/04/1988; DODF 35, Suplemento de 19/02/1990, p. 08

Denominação Legislação Transformação / Alteração


Resolução nº 3.231 - CD, de
1 Escola Classe QNP 14 21/11/1990; DODF 237, Suplemento de Escola Classe 57 de Ceilândia
07/12/1990, p. 12

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


DODF 186, Suplemento II de
Na listagem a escola está vinculada à
2 Escola Classe 57 de Ceilândia 11/09/1992, p. 02-05
Regional de Ensino de Ceilândia
(Escolas listadas para repasse de
recursos financeiros)

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 57 de Ceilândia
3 Escola Classe 57 de Ceilândia autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
4 Escola Classe 57 de Ceilândia 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições
educacionais em funcionamento,
Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004;
5 Escola Classe 57 de Ceilândia mantidas pelo poder público do
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14
Distrito Federal – Secretaria de
Estado de Educação

DESATIVADA
Portaria nº 06 - SEE, de 23/01/2014; Desativada para construção de um
6 Escola Classe 57 de Ceilândia
DODF 19, de 24/01/2014, p. 04 Centro de Educação Infantil (Proc. nº
080.0010326/09)

EXTINTA
Portaria nº 218 – SEE de 08/10/2014;
7 Escola Classe 57 de Ceilândia O acervo encontra-se na Escola
DODF 212 de 09/10/2014, p. 06-07
Classe 43 de Ceilândia

Fonte:DODF; SINJ-DF.

374 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Referências bibliográficas – 1988

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2022. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 da
Escola Classe Agrovila II, Brasília, 2021a, p. 05. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_agrovila_riacho_fundo_02_nucleo_bandeirante.pdf. Acesso em: 13 abr. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021
do Centro Interescolar de Línguas de Sobradinho, Brasília, 2021, p. 05. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/09/ppp_cil_sobradinho.pdf. Acesso em: 17 maio 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2020 do
Centro Interescolar de Línguas de Ceilândia, Brasília, 2020, p. 06. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/07/pp_cil_ceilandia.pdf. Acesso em: 04 abr. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1994, Boletim 29. Brasília, p. 147. Centro Interescolar de Línguas de Ceilândia.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de Imagens

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Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 375


Escolas que iniciaram as atividades
em 1989

376 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Centro de Educação Infantil 03 de Taguatinga
Criado pela Resolução nº 2.782 - CD, de 01/11/1989, como Escola Classe 51 de Taguatinga

Código do Inep:
53004329

Endereço:
QNM 36, conjunto B-02,
B lote 60

Região Administrativa:
Taguatinga

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Taguatinga

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte: GOOGLE MAPS, 2022. -15.806802; -48.098079
-
Fonte: BRASIL,, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: 1ª Diretora:
Fevereiro de 1989
Resolução nº 2.782 - CD, de Leir Lobo de Oliveira
01/11/1989; DODF 30, Suplemento
Inauguração:
de 12/02/1990, p. 88 (DISTRITO FEDERAL, 2021, p. 05)
Não localizada
localiz

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


DODF 186, Suplemento II de
Na listagem a escola está vinculada à
1 Escola Classe 51 de Taguatinga 11/09/1992, p. 02-05
Regional de Ensinode Taguatinga
(Escolas listadas para repasse de
recursos financeiros)

Parecer nº 249 - CEDF, de 16/09/1996,


Aprova o funcionamento da unidade de
2 Escola Classe 51 de Taguatinga homologado em 23/09/1996; DODF
ensino
187, de 25/09/1996, p. 7.944

Portaria nº 152 - SE, de 01/10/1996; Autoriza o funcionamento


f da unidade
3 Escola Classe 51 de Taguatinga
DODF 192, de 02/10/1996, p. 8.174 escolar

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Escola Classe 51 de Taguatinga
4 Escola Classe 51 de Taguatinga autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém
antém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
5 Escola Classe 51 de Taguatinga 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
6 Escola Classe 51 de Taguatinga
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 377


Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 342 - SEE, de 13/12/2004; Centro de Educação Infantil 03 de


7 Escola Classe 51 de Taguatinga
DODF 236, de 14/12/2004, p. 12 Taguatinga

Fonte:DODF; SINJ-DF.

CEI 03 de Taguatinga

De acordo com a Proposta Pedagógica “O Centro de Educação Infantil 03, que está situado no Setor M Norte
de Taguatinga, na QNM 36, conjunto B2, lote 60, iniciou suas atividades em fevereiro de 1989, através da Resolução
nº 2.782/89, Portaria nº 152 de 1.110/96 – SEDF, no mandato do então Governador o Sr. Joaquim Domingos Roriz,
inicialmente como Escola Classe 51 de Taguatinga. Esta unidade escolar surgiu devido à grande necessidade da
comunidade local, atendendo aos alunos de 1ª a 4ª série, assim construída em regime de mutirão” (DISTRITO
FEDERAL, 2021, p. 04).

O Parecer 249/96-CEDF, Boletim 31, p. 455, descreve um breve histórico da Escola Classe 51 de
Taguatinga.

Fonte: DISTRITO FEDERAL, 1996, p. 455.

Fonte:FACEBOOK, 2019.

378 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Escola Classe 02 do Paranoá
Código do Inep:
53006755

Endereço:
Quadra 30, Conjunto E, Lote 17

Região Administrativa:
Paranoá

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Paranoá

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2018.
-15.7637886; -47.7781873
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Início das Atividades:
Ato de Criação: Diretora nomeada em 1992:
1989
Resolução nº 2.793 - CD, de Irondina Alves Cabral
08/11/1989; DODF 30, Suplemento de (DODF 20, Suplemento de
Inauguração:
12/02/1990, p. 95 29/01/1992)
1991

Denominação Legislação Transformação / Alteração

Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;


Na listagem a escola está vinculada à
DODF 186, Suplemento II de
Regional de Ensino do Plano Piloto e
1 Escola Classe 02 do Paranoá 11/09/1992, p. 02-05
do Cruzeiro, hoje Regional de Ensino
(Escolas listadas para repasse de
do Plano Piloto
recursos financeiros)

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


Escola Classe 02 do Paranoá
DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
(Mantém a mesma denominação)
2 Escola Classe 02 do Paranoá autorizada pela Resolução nº 6.854 -
Vinculado à Regional de Ensino do
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
Paranoá
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
3 Escola Classe 02 do Paranoá 31/07/2000; DODF 146, de
da Secretaria de Estado de Educação
01/08/2000, p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
4 Escola Classe 02 do Paranoá
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte: DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 379


EC02 do Paranoá

Em conformidade com o Projeto Político-


Político
Pedagógico “até 1988, na Vila Paranoá existia
apenas uma escola classe, a qual era conhecida
como Escola de Lata, pois suas paredes foram
construídas com metal. Com a expansão da Vila, a
unidade de ensino que atualmente chama-se
chama Escola
Classe 02 foi criada para atender a demanda da
comunidade do antigo Paranoá. Nesse período, a
documentação dos estudantes era vinculada e ficava
sob responsabilidade da Escola Classe 01 até a
regulamentação oficial da Escola Classe 02.

Fonte:GOOGLE MAPS, 2021.

Em 27 de novembro de 1989, foi criada a


portaria que regulamentou a criação oficial da
Escola Classe 02 do Paranoá, que ficou sediada no
atual CEF 01 do Paranoá, até o dia 03 de março de
1990.
No dia 04 de março de 1990, ocorreu a
transferência definitiva desta instituição de ensino
para a atual localidade, na Quadra 30 - conj. E - lote
17 - Área Especial.
A Escola Classe 02 do Paranoá foi
inaugurada em 1991, pelo então governador
Joaquim Roriz,, tendo como diretora a professora
Erondina” (DISTRITO FEDERAL, 2021, p. 08 08-09).

Fonte:GOOGLE MAPS, 2021.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

380 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Jardim de Infância Lúcio Costa
Código do Inep:
53008707
Endereço:
Quadra EPTG, QE 1, bloco B-2, Área
Especial 2
Região Administrativa:
Guará

Localização:
Urbana

Regional de Ensino:
Guará

Situação de Funcionamento:
Ativa

Coordenadas:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2022. -15.809359; -47.985881
Fonte: BRASIL, Censo Escolar da Educação Básica, 2021.

Histórico
Ato de Criação: Início das Atividades:
1ª Diretora: 1989
Resolução nº 2.795 - CD, de
Raimunda Carvalho Oliveira
08/11/1989; DODF 30, Suplemento Inauguração:
Damasceno
de 12/02/1990, p. 96 08 de novembro de 1989
Denominação Legislação Transformação / Alteração
Portaria nº 74 - SE, de 10/09/1992;
DODF 186, Suplemento II de
Na listagem a escola está vinculada à
1 Jardim de Infância Lúcio Costa 11/09/1992, p. 02-05
Regional de Ensino do Guará
(Escolas listadas para repasse de
recursos financeiros)

Parecer nº 199 - CEDF, de 07/08/1996,


Aprova o funcionamento da unidade
2 Jardim de Infância Lúcio Costa homologado em 15/08/1996; DODF
de ensino
160, de 19/08/1996, p. 6.771

Portaria nº 127 - SE, de 26/08/1996; Autoriza o funcionamento da unidade


3 Jardim de Infância Lúcio Costa
DODF 166, de 27/08/1996, p. 7.032 de ensino

Portaria nº 129 - SEE, de 18/07/2000;


DODF 137, de 19/07/2000, p. 13-22 -
Jardim de Infância Lúcio Costa
4 Jardim de Infância Lúcio Costa autorizada pela Resolução nº 6.854 -
(Mantém a mesma denominação)
CD, de 09/05/2000; DODF 101, de
29/05/2000, p. 09

Decreto n° 21.397 - GDF, de


Passa a integrar a estrutura orgânica
5 Jardim de Infância Lúcio Costa 31/07/2000; DODF 146, de 01/08/2000,
da Secretaria de Estado de Educação
p. 54-59

Credencia as instituições educacionais


Portaria nº 03 - SEE, de 12/01/2004; em funcionamento, mantidas pelo
6 Jardim de Infância Lúcio Costa
DODF 14, de 21/01/2004, p. 10-14 poder público do Distrito Federal –
Secretaria de Estado de Educação

Fonte: DODF; SINJ-DF.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 381


JILúcio Costa

Segundo o Memorando nº 88 de 08 de setembro de


2015, encaminhado pela escola, em resposta à Circular nº
73/2015 – SUPLAV, o Jardim de Infância Lúcio Costa foi
inaugurado em 08 de novembro de 1989 e sua primeira
diretora foi Raimunda Carvalho Oliveira Damasceno.
De acordo com o Projeto Político-Pedagógico “o
Jardim de Infância Lúcio Costa está situado à QELC 01 Lote
02 EPTG/SUL e foi inaugurado em 12 de agosto de 1988,
atendendo desde então alunos na faixa etária de 4 a 5 anos”
(DISTRITO FEDERAL, 2021, p. 04).

Fonte:FACEBOOK, 2022.

De acordo com o Parecer 199/96-CEDF,


Boletim 31, p. 382, o histórico descreve o Jardim de
Infância Lúcio Costa em 1995:
Fonte:GOOGLE MAPS, 2022.

Fonte:DISTRITO FEDERAL, 1996, p. 382.

Fonte: GOOGLE EARTH, [20--].

382 Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022


Referências bibliográficas – 1989

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica
2020. Brasília, 2022. Disponível em: http://inep.gov.br/sobre-o-inep.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021 da
Escola Classe 02 do Paranoá, Brasília, 2021, p. 08 - 09. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ec_02_paranoa.pdf. Acesso em: 16 maio 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Projeto Político-Pedagógico 2021
do Jardim de Infância Lúcio Costa, Brasília, 2021, p. 04. Disponível em: https://www.educacao.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2021/09/ppp_ji_lucio_costa_guara.pdf. Acesso em: 05 abr. 2022.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Proposta Pedagógica 2021 do
Centro de Educação Infantil 03 de Taguatinga, Brasília, 2021, p. 04-05. Disponível em:
https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2021/09/ppp_cei_03_taguatinga.pdf. Acesso em: 16 maio 2022.
DISTRITO FEDERAL. Casa Civil do Distrito Federal. Diário Oficial Eletrônico (DODF). Disponível em:
https://dodf.df.gov.br/?dt=1.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1996, Boletim 31. Brasília, p. 382. Jardim de Infância Lúcio Costa.
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Educação do Distrito Federal. Conselho de Educação do Distrito Federal.
Pareceres 1996, Boletim 31. Brasília, p. 455. Escola Classe 51 de Taguatinga.
DISTRITO FEDERAL. Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Sistema Integrado de Normas Jurídicas do
Distrito Federal (SINJ-DF), 2022. Disponível em: http://www.sinj.df.gov.br/sinj/.

Referências de Imagens
FACEBOOK. Centro de Educação Infantil 03 de Taguatinga,publicado por Minoru e Samurai, em: 25 out. 2019.
Disponível em: https://www.facebook.com/Minoru.e.Samurai. Acesso em: 14 out. 2022.
FACEBOOK. Jardim de Infância Lúcio Costa, captura de imagem em: 17 mar. 2020. Disponível em:
https://is.gd/NjeQFI. Acesso em: 26 out. 2022.
GOOGLE EARTH. Escola Classe 02 do Paranoá, captura de imagem [20--]. Disponível em: https://is.gd/vUMzRw.
Acesso em: 26 out. 2022.
GOOGLE EARTH. Jardim de Infância Lúcio Costa, captura de imagem [20--]. Disponível em: https://is.gd/y151Zw.
Acesso em: 26 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Centro de Educação Infantil 03 de Taguatinga, captura de imagem em: fev. 2022. Disponível em:
https://is.gd/PPIbX8. Acesso em: 14 out. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 02 do Paranoá, captura de imagem em: nov. 2018. Disponível em:
https://is.gd/zJYsWR. Acesso em: 11 mar. 2022.
GOOGLE MAPS. Escola Classe 02 do Paranoá, captura de imagem por Cleonice Cruz, em: jan. 2021. Disponível
em: https://is.gd/zJYsWR. Acesso em: 11 mar. 2022.
GOOGLE MAPS. Jardim de Infância Lúcio Costa, captura de imagem em: jun. 2022. Disponível em:
https://is.gd/l4f7yn. Acesso em: 26 out. 2022.

Cadernos RCC#31 • volume 9 • número 4 • novembro 2022 383


Artista da capa: Yiara Hillebrand

Yiara Hillebrand nasceu em Porto Alegre e desde a infância o seu


universo sempre se cercara de um mundo artístico significativo,
fosse pela música e pela dança, fosse pelos trabalhos de arte re-
alizados por sua mãe. A artista especializou-se em língua inglesa
e, a partir de 1986, passa a atuar nessa área como tradutora e
professora em Brasília. Em 2005, paralelamente à sua efetiva-
ção na SEEDF, passa a interessar-se profundamente pela arte e
seus fundamentos, dedicando-se, com afinco e de forma auto-
didata, ao desenho, à pintura e à leitura dos grandes mestres.
Seu trabalho figurativo mostra o seu comprometimento com as
questões existenciais do ser humano, no qual o pano de fundo
quase sempre será composto por elementos referentes à música,
aos livros, à dança ou às flores, condutores esses à sensibilidade
e à espiritualidade. A presença de contrastes entre o concreto e
o efêmero, o material e o espiritual é uma constante e as cidades
desempenham um papel fundamental nesse processo criativo.
Yiara Hillebrand passa a exibir o seu trabalho em 2009, quan-
do se torna parceira da Art Gallery/Artclub, no Brasil, revisando e
traduzindo os textos dos artistas participantes dos seus anuários
de artes. A partir de então, a sua participação em revistas e livros
de arte, bem como em exposições coletivas, tanto no Brasil como
na Europa, passa a ser uma constante. Como professora e tendo
passado pelo processo de adoecimento crônico, readaptou-se e
passou a desenvolver suas atividades profissionais na área admi-
nistrativa. Foi assim que entre 2012 e 2015 atuou na Gerência
de Acompanhamento dos Servidores em Limitação de Atividades
(GEASLA), contribuindo com as reflexões sobre o adoecimento
dos profissionais da educação. Como artista, em 2016, passa a
se encantar pela impressão e pelas possibilidades oferecidas pelo
computador. Em 2017 inicia uma nova série de trabalhos. Utiliza,
então, algumas de suas pinturas como matriz e agrega-lhes novas
formas e cores através da arte digital, descobrindo novos significa-
dos dentro do universo pictórico. Em 2019, opta pela aposentado-
ria e desvincula-se da SEEDF, dedicando-se integralmente à arte.
Em 2021 passa a produzir o seu próprio “fineart” através da im-
pressão sobre tela e papel. Nos salões de arte seus trabalhos têm
recebido diversas premiações e medalhas de ouro, prata e bronze.
Realizou exposições individuais em Brasília e, mais recentemente e
de forma virtual, no Brasil e na Europa.
Secretaria GOVERNO DO
de Educação DISTRITO FEDERAL

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