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Gregório Matos, poeta luso-brasileiro, ficou conhecido como “boca de inferno” por

denunciar, de forma ácida, os problemas que o assolavam no século XVII. Talvez hoje, ao se
deparar com os problemas relacionados à automedicação no Brasil, o autor produziria críticas
a respeito, uma vez que o entrave precisa ser mitigado no âmbito social. Procura-se entender,
portanto, de que forma a negligência governamental e a influência midiática coadunam-se
para o agravamento da problemática.

Em primeiro plano, vale destacar o descaso estatal como impulsionador desse revés.
Nessa conjuntura, de acordo com Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir o bem-estar da
sociedade. No entanto, percebe-se que o governo negligencia ações que poderiam,
potencialmente, elucidar a população a respeito dos problemas da automedicação, como
campanhas explicativas e ações de conscientização. Dessa forma, com a omissão do governo,
os indivíduos – pela falta de conhecimento – acabam se automedicando, o que pode causar
diversos problemas no futuro.

Outrossim, a influência por parte da mídia encontra-se como um dos fatores


agravantes do problema. Nessa perspectiva, segundo Foucalt, o poder articula-se como uma
linguagem que cria mecanismos de controle e coerção, os quais aumentam a subordinação.
Sob esse viés, tal afirmação é evidenciada ao perceber que o discurso hegemônico, presente
nos comerciais de medicamentos, molda o comportamento do indivíduo, ao acreditar que
deve consumir o remédio apresentado, já que os atores - na televisão e/ou redes sociais - o
promovem tão bem. Dessa maneira, o poder da mídia impulsiona o uso de medicamentos sem
prescrição médica, podendo levar ao surgimento de doenças posteriormente.

Diante dos fatos supracitados, urge que medidas sejam tomadas. Faz-se necessário,
pois, que o governo – como instância máxima de administração – realize campanhas
explicativas e ações de conscientização, por meio da rede televisiva e redes sociais, com o fito
de elucidar a população a respeito dos malefícios atrelados à automedicação. Será de grande
valia também, que o estado vistorie a linguagem subordinativa presente nas propagandas de
medicamentos, para que os sujeitos não sejam influenciados a comprarem remédios sem
prescrição. À vista disso, os perigos relacionados a essa prática diminuirão e a nação garantirá
o bem de todos.

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