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02-05-2019

INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM
CUIDADOS PALIATIVOS

Tiago PAREDES

Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Centro


Linha de Investigação Relações, Desenvolvimento e Saúde do
Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-
Comportamental da FPCE-UC

Terapias Cognitivo Comportamentais na Doença Crónica


Mestrado Integrado em Psicologia
Especialização em Psicologia Clínica e da Saúde
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra
2 de Maio de 2019

 Doença Terminal: Definição e Implicações

 Cuidados Paliativos: Contextualização e Abordagens Atuais

 Comunicação na Transição para Cuidados Paliativos

 Intervenção Psicológica em Cuidados Paliativos

 Intervenção Cognitivo-Comportamental em Doentes Avançados e Terminais

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Doença Terminal
Definição

Doença Terminal: Definição

• O que é a Doença Terminal

 Termo usado quando a doença de uma pessoa não pode ser curada,
esperando-se que ela eventualmente cause a morte do doente

 Qualquer doença crónica ameaçadora da vida em um estadio avançado,


estando geralmente presente uma insuficiência de órgãos vitais e iminência de
morte

Doente Terminal

 Doente que se encontra na fase terminal de uma doença crónica ameaçadora


da vida, onde a morte passa a ser o esperado independentemente da
terapêutica utilizada, a qual nesta fase é mais paliativa e não tanto curativa

 Doente que se encontra em situação avançada, incurável e progressiva

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Doença Terminal: Definição

• Doença Terminal – Elementos Fundamentais

1. Presença de doença avançada, progressiva e incurável, sendo a morte


iminente

2. Ausência de possibilidades minimamente realistas de resposta ao


tratamento específico

3. Presença de inúmeros problemas ou sintomatologia intensa, múltipla e em


evolução

A terminalidade equivale a estar próximo da morte

Doença Terminal
Implicações

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Doença Terminal: Implicações

Físicas Emocionais Sociais

Doença Terminal: Implicações

Físicas Emocionais Sociais

 Défices físicos e funcionais


 Perda de autonomia e dependência de terceiros
 Alterações da imagem corporal
 Sintomas:
 Dor (2/3 dos doentes; 60-80% dor moderada a severa; 70-90% dor
crónica)
 Fadiga (75-90%)
 Perda de apetite e peso
 Anorexia e caquexia
 Dispneia
 Sonolência
 Obstipação
 Náuseas e vómitos
 Problemas renais e hepáticos

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Doença Terminal: Implicações

Físicas Emocionais Sociais

 Choque
 Negação
 Cólera
 Estados paranoides (delirio - 34% a 83% (Nunez, 2000)
 Sintomatologia depressiva:
 Baixa auto-estima, sentimentos de inutilidade, impotência e futilidade
 Sentimento de perda (sentido da vida; dignidade) e culpa
 Disrupção da identidade pessoal
 Tristeza e apatia
 Luto
 Desesperança
 Ideação suicida
Prevalência de depressão: 3,7%-58% (Stiefel et al., 2001); 29% HADS; 5-26%
entrevista clínica (Hotopf et al., 2002); até 58% (Bunty, 2011); 20%-40%
(Cambridgeshire Palliative Care Guidelines Group, 2016)

Doença Terminal: Implicações

Físicas Emocionais Sociais

 Sintomatologia ansiosa:
 Constatação do aumento do sofrimento e incerteza do momento final
 Medo de eventuais problemas físicos, mutilações, efeitos secundários e
sofrimento
 Medo da perda do controlo
 Medo do desconhecido, solidão e perda da família e amigos
 Medo do abandono por parte da família e equipa de saúde
 Medo da sobrecarga para os cuidadores
 Medo do processo de morrer e da própria morte
 Medo de perder a dignidade e o deixar assuntos por resolver
 Preocupações sobre o futuro e o que acontece após a morte

Prevalência de distúrbios de ansiedade: 2-14% (Kolva et al., 2011); Prevalência


de sintomas significativos: 25%-48% (kolva et al., 2011)

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Doença Terminal: Implicações

Físicas Emocionais Sociais

 Afastamento dos outros


 Razões Físicas
• Pouca energia; Efeito de sedativos; Perda momentânea da consciência
• Dor

 Razões Emocionais/Espirituais
• Depressão
• Medo de entristecer família e amigos perante a sua morte iminente
• Preocupação que as suas mudanças físicas ou mentais possam
entristecer os outros
• Necessidades espirituais à medida que se prepara para a morte
• Desejo de ter um espaço próprio para refletir sobre a situação

 Razões Sociais
• Afastamento e isolamento da parte dos outros – Morte Social (Sudnow,
1967)
Redução na interação social e suporte social recebido

Cuidados Paliativos
Contextualização e Abordagens
Atuais

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Cuidados Paliativos
Contextualização e Abordagens Atuais
Mudança de Perpectiva no Tratamento do Doente

CUIDADOS PALIATIVOS

Promover o
Doença Terminal Cuidados Paliativos Conforto do Doente

 Termina o tratamento da doença e começa o tratamento do doente

 A atenção foca-se no doente e não na doença:

• Como se está a sentir

• Até que ponto está a experienciar dor ou desconforto

• O que é que pode ser feito para deixar o doente mais confortável fisicamente,
mentalmente/emocionalmente e espiritualmente

Cuidados Paliativos
Contextualização e Abordagens Atuais

• Cuidados Paliativos são…

 … uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença


prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o
sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida
possível aos doentes e suas famílias.

 … cuidados activos e totais dos doentes e suas famílias, prestados por


uma equipa multidisciplinar, quando a doença já não responde ao
tratamento curativo e a sua expectativa de vida é relativamente curta.

• Palear…

 … significa mitigar a dor e o sofrimento que as doenças incuráveis


causam, sobretudo na última etapa da vida.

 … implica fundamentalmente tratar e cuidar, isto é, ajudar o doente a


satisfazer as suas diversas necessidades perante a morte eminente

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Cuidados Paliativos
Contextualização e Abordagens Atuais

O Papel dos Cuidados Paliativos Durante a Doença e o Luto


(Adaptado de Ohio Health, 2014)

Cuidados Paliativos
Contextualização e Abordagens Atuais

O Hospice durante o Processo de Doença Avançada e Luto


(Adaptado de Ohio Health, 2014)

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Cuidados Paliativos
Contextualização e Abordagens Atuais

A Variação da Necessidade de Cuidados Paliativos


(Adaptado de Ohio Health, 2014)

Cuidados Paliativos
Contextualização e Abordagens Atuais

O Benefício potencial dos Cuidados Paliativos para pessoas em risco de desenvolverem uma doença
(Adaptado de Ohio Health, 2014)

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Comunicação na Transição para


Cuidados Paliativos

Comunicação na Transição para


Cuidados Paliativos
Tipos de Doentes Paliativos em Consulta?

 Doentes que conhecem a sua condição, mas continuam a questionar

 Doentes que não conhecem inteiramente a sua condição

 Doentes que desconhecem por completo a sua condição

 Doentes em negação

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Comunicação na Transição para


Cuidados Paliativos
Tipos de Doentes Paliativos em Consulta?
Como Atuar

HONESTIDADE
Vs.
MANTER A ESPERANÇA
Vs.
????

Comunicação na Transição para


Cuidados Paliativos
Doente tem o DIREITO de saber mas não a OBRIGAÇÃO de
saber
Premissas básicas
Incerteza pode ser mais difícil de suportar do que conhecer
verdadeiramente os fatos

- A informação deve ser dada ao doente quando ele estiver preparado para
a receber

- Os doentes é que devem ditar o momento e o seu nível de abertura

- Nem todos os doentes desejam falar acerca da sua condição e esse facto
deve ser respeitado

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Comunicação na Transição para


Cuidados Paliativos
 Guiar o doente a compreender os objetivos dos cuidados
Objetivos da paliativos, focando a otimização da qualidade de vida
comunicação
 Desenvolver a aceitação no doente de que apresenta uma
doença limitadora da vida, embora mantendo a esperança
acerca da vivência que ainda é possível

 Colocar questões abertas e responder ao doente de uma


Como comunicar
forma que o leve a refletir e a expressar as suas
preocupações
 “Eu vou morrer?” – “Está com medo que isso possa
acontecer?”; “É isso que o está a preocupar neste
momento?”; “Há mais alguma coisa que o esteja a
preocupar?”

 Reconhecer que por vezes o silêncio e o escutar pode ser


mais eficaz

Comunicação na Transição para


Cuidados Paliativos
 Introduzir a abordagem paliativa como “envolvendo sempre
Como Comunicar alguma coisa que pode ser feita para ajudar”

 Evitar dar falsa informação, ou que possa ser enganosa, no


sentido de se pretender promover a esperança

 Evitar a “Conspiração do Silêncio”

 Respeitar os doentes que preferem não falar sobre a sua


condição e o evitamento positivo

 Afirmar o foco na continuação da vivência

 Incentivar o doente a manter as atividades importantes da sua


rotina habitual, até onde for possível

 Transmitir um sentido de direção, segurança e mensagens


positivas, sem dar falsas esperanças

 Não evitar o doente

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Comunicação na Transição para


Cuidados Paliativos
• Família deve também ser incentivada a:
Como comunicar
 Manter uma comunicação aberta

 Manter a interação com o doente e a não se afastar –


Evitar a Morte Social

 Manter a autonomia do doente

Preservar a sua Dignidade

Intervenção Psicológica em
Cuidados Paliativos

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Intervenção Psicológica em Cuidados Paliativos

Foco da intervenção psicológica no âmbito dos cuidados paliativos


 Reações de luto complexas, tais como luto prolongado e intenso
 Suporte à família e amigos chegados
 Dificuldades de ajustamento tais como lidar com alterações na imagem
corporal, alterações no funcionamento cognitivo ou perda de papéis no seio da
família
 Situações de dependência, por exemplo medo de deixar o hospital
 Ansiedade e depressão resultantes do diagnóstico/prognóstico
 Dificuldades relacionais e de comunicação
 Controlo/gestão de sintomas onde existe uma forte componente psicológica
 Intervenções de gestão da ansiedade/stress
 Avaliação/triagem do distress psicológico

Intervenção Psicológica em Cuidados Paliativos

Objetivos da intervenção psicológica em cuidados paliativos

 Melhoria da qualidade de vida


 Regulação emocional
 Aumento do controlo sobre os efeitos secundários da progressão da doença
 Facilitar o processo de luto
 Desintoxicar a morte

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Intervenção Psicológica em Cuidados Paliativos

Objetivos da intervenção psicológica em cuidados paliativos


Outros aspetos a merecer atenção:
 Adequar as expetativas do doente e dos familiares
 Ajudar a aceitar a realidade do prognóstico
 Conversar sobre sentimentos, medos, esperanças e desejos
 Ajudar a explorar o significado pessoal que dá ao fim da vida
 Planear o futuro com o doente
 Ajudar a cumprir os últimos desejos
 Auxiliar a resolver assuntos pendentes
 Incentivar o manter das atividades importantes da rotina diária
 Avaliar as necessidades do cuidador primário
 Avaliar a necessidade e vontade de informação do doente e a sua preparação
para lidar com alguma informação sobre o seu prognóstico e terapêuticas a
implementar

Intervenção Psicológica em Cuidados Paliativos

MODELO DE AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM


CUIDADOS PALIATIVOS
Intervenções psicológicas
Nível IV Especialistas de saúde mental especializadas, por exemplo,
psicoterapia
Foco nos
níveis III e IV
Counselling e intervenções
psicológicas específicas, por
Nível III Profissionais treinados e acreditados
exemplo manejo da ansiedade

Todos os profissionais Técnicas psicológicas, por


Nível II de saúde e da área social com exemplo, resolução de
competências adicionais problemas

Nível I Todos os profissionais Comunicação compassiva e


de saúde e da área social suporte psicológico geral

Figura 1. Recommended model of professional psychological assessment and support


(Adaptado de National Institute for Health and Clinical Excellence, 2004)

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Intervenção Cognitivo-
Comportamental em Doentes
Avançados e Terminais

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais
Desafios na aplicação da TCC na Doença Avançada e Terminal

 Falha no reconhecimento e referenciação

 Dificuldade em diferenciar distúrbio psicológico de ajustamento normal

 Doença física interrompe a terapia

 Doença física limita o uso de intervenções comportamentais

 Pensamentos negativos são realistas

 Medos existenciais

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais
Obstáculos na identificação e tratamento do distress psicológico na
doença terminal

 Distress emocional pode ser visto pelos doentes, companheiros e equipa de


saúde como normal ou inevitável

 Distress emocional e depressão/ansiedade clínicas existem num contínuo, pelo


que decidir qual o cut-off point pode ser problemático

 Sintomas da doença podem sobrepor-se aos da depressão/ansiedade

 Profissionais de saúde podem estar pessimistas sobre as possibilidades de


tratamento de distúrbios mentais na doença terminal

 O estigma da doença mental pode prevenir o relato de sintomas ou a


referenciação para serviços de psiquiatria

 Doente e equipa de cuidados paliativos podem apresentar um conluio para


evitar a discussão sobre as emoções

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais
Modificações da TCC na doença avançada ou terminal

 Formulação física e psicológica integrada

 Importante conhecer a condição médica e ligação com os profissionais de


saúde

 Sessões podem ser menos formais, mais flexíveis e de maior suporte

 Sessões podem ser mais breves e ajustadas ao estado físico do doente e


constrangimentos impostos pelos tratamentos

 Técnicas são ajustadas ao estado físico do doente

 Terapia inclui a família e os profissionais de saúde

 Objetivos da terapia podem ser mais circunscritos

 O principal objetivo da terapia é promover a máxima mudança com a mínima


intervenção

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais
Principais Componentes da TCC na doença avançada e terminal

EMPÁTICA/EMOCIONAL

INTERPESSOAL

COMPORTAMENTAL

COGNITIVA

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Técnicas empáticas/emocionais

EMPÁTICA/EMOCIONAL • Desenvolver uma “conceptualização de caso


compassiva”

• Validar a experiência do doente da sua doença

INTERPESSOAL • Facilitar o reconhecimento e a expressão de emoções


quando apropriado

• Role-plays, imagery, escrever uma carta, …, para ajudar


à expressão e processamento emocional
COMPORTAMENTAL

COGNITIVA

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL Técnicas Interpessoais

• Partilhar a conceptualização com o companheiro/família

• Envolver o companheiro/família como co-terapeutas


INTERPESSOAL
• Objetivos conjuntos para o doente e família

• Encorajar a expressão aberta de pensamentos e


sentimentos
COMPORTAMENTAL
• Treino comunicacional

COGNITIVA

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL

Técnicas Comportamentais

INTERPESSOAL • Planificação de atividades

• Prescrição gradual de tarefas

• Avaliação da mestria e prazer


COMPORTAMENTAL
• Experimentos comportamentais

• Resolução de problemas

• Estabelecimento de objetivos
COGNITIVA

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL Técnicas Comportamentais – ATIVAÇÃO COMPORTAMENTAL

•PLANIFICAÇÃO DE ATIVIDADES

• Adaptar o número de atividades ao nível de


INTERPESSOAL depressão

• Acordar colaborativamente atividades relevantes


para a conceptualização de caso e sintomas alvo

COMPORTAMENTAL • Planificar atividades específicas e limitadas no


tempo

• Brainstorm de obstáculos à realização das


atividades e resolução de problemas
COGNITIVA
• Identificar e desafiar PAN relativos às tarefas
prescritas para casa

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL Técnicas Comportamentais – ATIVAÇÃO COMPORTAMENTAL

•PRESCRIÇÃO GRADUAL DE TAREFAS

• Usar quando o doente se encontra mais deprimido,


INTERPESSOAL sobrecarregado ou mais debilitado fisicamente

• Procurar o sucesso à medida que se pretende que o


doente saia da sua zona de conforto

COMPORTAMENTAL • Se necessário colocar no contexto de objetivos mais


amplos ou a longo prazo

COGNITIVA

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Moorey, 2013

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Moorey, 2013

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Moorey, 2013

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Moorey, 2013

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL Técnicas Comportamentais – ATIVAÇÃO COMPORTAMENTAL

USAR AS TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS PERANTE OS


CONSTRANGIMENTOS IMPOSTOS PELA DOENÇA
INTERPESSOAL • Dor, fraqueza/fadiga ou incapacidade física podem
impedir os doentes de se envolverem em
prescrições de ativação comportamental

• Doentes podem sentir que já não existe propósito


COMPORTAMENTAL em fazer nada porque já não são capazes de fazer
as atividades que costumavam fazer e que lhes
davam prazer

COGNITIVA O que fazer?

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL Técnicas Comportamentais – ATIVAÇÃO COMPORTAMENTAL

USAR AS TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS PERANTE OS


CONSTRANGIMENTOS IMPOSTOS PELA DOENÇA
INTERPESSOAL 1) Teste de realidade dos pensamentos sobre o grau
em que o doente se encontra restringido nas suas
atividades

• Está presente pensamento dicotómico?: “Uma


COMPORTAMENTAL vez que já não consigo fazer exatamente o que
fazia, não existe propósito”.

2) Usar tarefas graduais de modo a que o doente possa


alcançar algumas das coisas que costumava fazer
COGNITIVA

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL Técnicas Comportamentais – ATIVAÇÃO COMPORTAMENTAL

USAR AS TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS PERANTE OS


CONSTRANGIMENTOS IMPOSTOS PELA DOENÇA
INTERPESSOAL 3) Explorar atividades que o doente ainda possa
realizar que continuem a dar prazer (ex.: falar com a
família; ler)

4) Identificar o valor das atividades que o doente já não


COMPORTAMENTAL se encontra capaz de realizar:

• O que é que estava envolvido na atividade que


dava prazer?

COGNITIVA • Qual era o objetivo valorizado?

• Poderá este objetivo ser obtido de outra forma?

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EXERCÍCIO

Pensar em atividades que davam sentimento de prazer ou mestria numa fase


precoce da doença

Como poderiam estas ser modificadas quando a pessoa se encontrar mais


severamente doente?

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Moorey, 2013

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL

INTERPESSOAL

Técnicas Cognitivas

• Discussão verbal na sessão


COMPORTAMENTAL
• Flashcards e auto-diálogo

• Identificação e debate dos PAN entre as sessões

COGNITIVA • Identificação e debate das assunções subjacentes e


crenças centrais

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL

INTERPESSOAL

Técnicas Cognitivas

DESESPERANÇA PERANTE UM PROGNÓSTICO NEGATIVO


COMPORTAMENTAL REALISTA

Como Intervir?
COGNITIVA

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL

INTERPESSOAL
Técnicas Cognitivas

DESESPERANÇA PERANTE UM PROGNÓSTICO NEGATIVO


REALISTA – COMO INTERVIR?
COMPORTAMENTAL
• Explorar as cognições “realistas”

• Compreender o significado pessoal dos


pensamentos para o doente
COGNITIVA
• Não assumir que se sabe o porquê de o doente
apresentar um distress emocional

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Técnicas Cognitivas
EMPÁTICA/EMOCIONAL
DESESPERANÇA PERANTE UM PROGNÓSTICO NEGATIVO
REALISTA – COMO INTERVIR?

• Trabalhar com pensamentos automáticos realistas


INTERPESSOAL
1. Teste da realidade

- Identificar e testar qualquer pensamento distorcido


(ex.: conceções erróneas sobre a doença,
COMPORTAMENTAL tratamento ou controlo da dor, e pensamentos
relacionados com auto-culpabilização ou
culpabilização de outros)
 Sobrestimação do risco e severidade
 Subestimação do coping
COGNITIVA
 Visão excessivamente negativa das implicações
para o domínio pessoal

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Técnicas Cognitivas
EMPÁTICA/EMOCIONAL
DESESPERANÇA PERANTE UM PROGNÓSTICO NEGATIVO
REALISTA – COMO INTERVIR?

• Trabalhar com pensamentos automáticos realistas


INTERPESSOAL
2. Testar a utilidade dos pensamentos

- Análise do custo-benefício dos pensamentos


automáticos realistas, preocupações e ruminações
COMPORTAMENTAL - Experimentos para testar a utilidade do pensamento
negativo realista

- Identificar evitamento de qualquer pensamento


subjacente e experiências
COGNITIVA
 Facilitar o processamento emocional ou
 Resolução de problemas

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL
Técnicas Cognitivas

DESESPERANÇA PERANTE UM PROGNÓSTICO NEGATIVO


REALISTA – COMO INTERVIR?
INTERPESSOAL • Trabalhar com pensamentos automáticos realistas

2. Testar a utilidade dos pensamentos

- Controlar a preocupação/ruminação
COMPORTAMENTAL  Treino do controlo da atenção
 Distração
 Ação construtiva dirigida a um objetivo
valorizado
COGNITIVA  Planear tempo de preocupação/Zonas livres de
preocupação

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

EMPÁTICA/EMOCIONAL Técnicas Cognitivas

DESESPERANÇA PERANTE UM PROGNÓSTICO NEGATIVO


REALISTA – COMO INTERVIR?

INTERPESSOAL • Trabalhar com pensamentos automáticos realistas

3. Explorar perspetivas alternativas

- Perspetiva temporal
COMPORTAMENTAL  Como será a vida daqui a 1 ou 5 anos?
 Relembrar forças passadas, coping e resiliência

- Perspetiva dos outros


 O que diria a um amigo?
COGNITIVA
 O que um amigo lhe diria?

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais
Técnicas Cognitivas

DESESPERANÇA PERANTE UM PROGNÓSTICO NEGATIVO


REALISTA – COMO INTERVIR?
EMPÁTICA/EMOCIONAL • Trabalhar com pensamentos automáticos realistas

3. Explorar perspetivas alternativas


- Foco
INTERPESSOAL  Foco na vida, mais do que na morte
 Foco no que consegue controlar, mais do que no
que não consegue
 “copo meio cheio ou meio vazio”
COMPORTAMENTAL - Contexto
 Colocar a situação em perspetiva perante os
valores globais
 Encontrar formas alternativas de seguir os
valores globais
COGNITIVA
 Colocar a situação no contexto da vida
“O meu valor não depende de …”

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Significado
Positivo na Vida

Formas de criar e encontrar significado positivo na vida

• Fazer o maior uso possível do tempo que resta

• Descobrir que a doença fortaleceu os laços com os entes queridos

• Estabelecer para si próprio determinados objetivos

• Clarificar que objetivos e prioridades são importantes e quais é que não são

Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

Significado Filhos pequenos

Positivo na Vida

Formas de criar e encontrar significado positivo na vida

• Livro sobre a história de vida

• Caixa de memórias

• Mensagens gravadas em áudio ou vídeo

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Intervenção Cognitivo-Comportamental em
Doentes Avançados e Terminais

ESPÍRITO DE LUTA Reformular o foco do espírito de luta

ou • O objetivo não é lutar contra a morte mas


lutar pela qualidade de vida
ACEITAÇÃO?
Guidelines

• Terapeuta deverá trabalhar de perto com o oncologista, de modo a que seja


claro para ambos o prognóstico e tratamentos disponíveis

• Os desejos do doente deverão ser tidos em consideração tanto quanto


possível. A aceitação não deverá ser forçada num doente que está
determinado a lutar, mesmo que as probabilidades estejam contra ele

• Companheiro do doente deverá ser envolvido na fase terminal. Terapeuta


deverá assegurar que doente e companheiro concordam na postura que
pretendem adotar contra a doença

• Deverá esperar-se que as atitudes do doente e companheiro flutuem ao


longo do tempo e não sigam um padrão estável

Se todos temos medo de morrer, mais medo temos


ainda de morrer sozinhos

Embora nada possa ser feito para curar o doente,


para preservar a sua vida, muito se pode fazer para
o manter confortável e com bem-estar

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WHAT IS THAT?

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