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BLUMENAU
2022
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BLUMENAU
2022
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AGRADECIMENTOS
Agradeço às inúmeras pessoas que passaram pela minha vida durante esses quatro anos
de graduação.
Primeiramente aos meus pais, Clésia e Mário, que mesmo depois desses anos ainda não
sabem exatamente o que aprendi no meu curso, mas estiveram presentes durante esse tempo.
Segundamente aos professores que tive o prazer de conhecer. Vocês plantaram uma boa
semente que cresceu e está gerando vários frutos.
Mas, o agradecimento especial vai aos meus amigos de graduação, Nicolle, Isa, Luiz e
Tati, que fizeram desse período único e inesquecível, e aos amigos que a vida me deu: Sandi,
Bruno e Rodrigo, que mesmo não participando diretamente da minha formação, sem a amizade
e apoio de vocês esse Trabalho de Conclusão de Curso não seria possível.
5
RESUMO
Esta pesquisa encontra-se inserida dentro do debate referente à presença de professores homens
na Educação Infantil. O objetivo geral é investigar quais os profissionais homens que atuam na
Educação Infantil de Gaspar/SC e o que isso representa. E como objetivos específicos: a)
Conhecer como esses homens ingressaram na Educação Infantil; e b) Analisar como esses
homens se percebem na Educação Infantil. Assim, essa pesquisa está fundamentada em
Durkheim (2013) para tratarmos da função da educação; Ferreira Jr. (2010) e Souza (2018) para
falar da História da Educação no Brasil; Barbosa (2021) e Kuhlmann Jr. (1999 para tratar de
Educação Infantil, além de Beauvoir (1980), Grossi (2000) e Scott (1995) para falar sobre
gênero. Em relação ao método de pesquisa empregado, temos a utilização da metodologia de
caráter qualitativo e quantitativo interpretativo. Como procedimento de pesquisa foi realizada
uma pesquisa bibliográfica para discutir os conceitos chaves da pesquisa, já para a coleta de
dados foram feitas entrevistas semiestruturadas e os dados obtidos foram organizados em duas
categorias de análise, que são: a) Experiências Anteriores e Ingresso na Educação Infantil; e b)
Experiências na Educação Infantil. Na primeira categoria buscou-se conhecer quais foram
experiências profissionais anteriores dos sujeitos da pesquisa e o que os levou para a Educação
Infantil, já na segunda categoria buscou-se analisar qual é a percepção deles enquanto
professores homens na Educação Infantil. Os sujeitos de pesquisa foram professores e auxiliares
de professor da rede pública municipal do município de Gaspar-SC. Com relação aos resultados
obtidos, constatou-se que a presença masculina se encontra marcada por uma série de
estranhamentos por parte de colegas de trabalho, mas principalmente pelos pais e/ou
responsáveis das crianças que frequentam a escola, e que esses estranhamentos não estão
relacionados com a prática dos professores, que de modo geral não se difere da prática de outros
profissionais, logo, o estranhamento ocorre pelo fato de serem homens na Educação Infantil.
ABSTRACT
This research is part of the debate concerning the presence of male teachers in Early Childhood
Education. The general objective is to investigate which male professionals work in Early
Childhood Education in Gaspar/SC and what this represents. And as specific objectives: a)
Knowing how these men entered Early Childhood Education; and b) Analyze how these men
perceive themselves in Early Childhood Education. Thus, this research is based on Durkheim
(2013) to deal with the function of education; Ferreira Jr. (2010) and Souza (2018) to talk about
the History of Education in Brazil; Barbosa (2021) and Kuhlmann Jr. (1999 to deal with Early
Childhood Education, in addition to Beauvoir (1980), Grossi (2000) and Scott (1995) to talk
about gender. Regarding the research method employed, we have qualitative methodology and
interpretative quantitative methodology. As a research procedure, a bibliographical research
was performed to discuss the key concepts of the research, as for data collection, semi-
structured interviews were realized and the data obtained were organized into two categories of
analysis, which are: a) Previous Experiences and Entry into Education Children's; and b)
Experiences in Early Childhood Education. In the first category, we sought to know what were
the previous professional experiences of the research subjects and what led them to Early
Childhood Education, while in the second category, we sought to analyze what is their
perception as male teachers in Early Childhood Education. The research subjects were teachers
and teaching assistants from the municipal public network in the city of Gaspar-SC. Regarding
the results obtained, it was found that the male presence is marked by a series of strangeness at
the work colleagues side, but mainly by parents and/or guardians of children who attend school,
and that these strangeness are not related to with the practice of teachers, which in general does
not differ from the practice of other professionals, therefore, the strangeness occurs due to the
fact that they are men in Early Childhood Education.
Keywords: Education; Early Childhood Education; Gender.
8
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 11
1 ASPECTOS SOBRE EDUCAÇÃO ................................................................................... 14
2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL.................................................... 16
3 A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL ......................................................................... 18
4 A QUESTÃO DE GÊNERO ............................................................................................... 21
5 HOMENS NA EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................................................... 23
6 METODOLOGIA................................................................................................................ 26
6.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................................................ 26
6.2 Sujeitos de Pesquisa ...................................................................................................... 26
6.3 Instrumento de coleta de dados ................................................................................... 27
6.4 O contexto da pesquisa ................................................................................................. 27
6.5 Análise de dados ............................................................................................................ 27
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 29
7. 1 A Educação Infantil em Gaspar ................................................................................. 29
7.2 O perfil dos entrevistados ............................................................................................. 29
7.3 Categorias de Análise ................................................................................................... 30
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 41
APÊNDICES ........................................................................................................................... 44
11
INTRODUÇÃO
pude perceber as dificuldades que os homens enfrentam nesses espaços de educação e cuidado
com as crianças. As situações vivenciadas e enfrentadas no dia a dia foram o mote inicial para
a definição dessa temática da pesquisa. Assim, a pesquisa visa contribuir nos debates de
educação, principalmente infantil, e nas questões de gênero.
Diante disso, como objetivo geral, temos:
- Investigar quais são os profissionais homens que atuam na Educação Infantil de
Gaspar/SC e o que isso representa.
Enquanto como objetivos específicos:
- Conhecer como esses homens ingressaram na Educação Infantil;
- Analisar como esses homens se percebem na Educação Infantil.
Essa pesquisa está organizada em 09 partes, onde na primeira apresentamos a
introdução, e os objetivos que regem este trabalho, algumas informações relativas à
metodologia, e os sujeitos do estudo. A próxima parte apresenta alguns aspectos sobre a
Educação, baseada principalmente numa perspectiva do sociólogo Émile Durkheim. Na terceira
parte, apresentamos um breve histórico da Educação no Brasil, onde através desse percurso
histórico podemos entender como se formou a área educacional do país. Em seguida, temos um
panorama da Educação Infantil no Brasil, onde adentra-se na primeira etapa da Educação
Básica. Nesta parte é possível compreender como a profissão docente foi feminilizada na sua
construção (YANNOULAS, 2021), tendo caráter inicial de assistencialismo e influência
europeia (KUHLMANN JR, 1999), e só muito anos depois começa-se a pensa-la baseada nas
realidades brasileiras (SOUZA, 2018), com o surgimento da primeira Lei de Diretrizes e Bases
(LDB), da Constituição Federal (CF) de 1988, da criação do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), e
das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) que visam nortear o
trabalho com as crianças de 0 a 6 anos.
Na quinta parte são discutidas questões relacionadas a gênero, onde autores e autoras
como Beauvoir (1980), Grossi (2000), Louro (2001), Scott (1995), Silva; Cruz; e Silva (2021)
e Silva (2020) são evocados para sua construção. Neste capítulo apresentamos como a categoria
“gênero” vem sendo construída histórica e socialmente, claro, sem ignorar questões biológicas,
mas não as levando como determinismo.
Na parte seguinte aborda-se sobre o Homem na Educação Infantil. Podemos ver como
a presença deles é rodeada por um sentimento de estranheza pela comunidade escolar
(BARBOSA, 2021; SOUZA; CAMPOS; CARVALHO, 2022).
13
A autora nos provoca a pensar e olhar para a criança de outra forma, enquanto sua
complexidade de sujeito, com um determinado tipo de vida, cultura e histórias singulares e
específicas. Dessa forma, para Pereira (2012, p. 55), “a educação tem como desafio ser um
15
No ano de 1549 os padres jesuítas chegam aqui, na então colônia portuguesa, por meio
da Companhia de Jesus. Esse primeiro período durou exatos 210 anos (1549-1759) e é marcado
pela intensa catequização dos povos indígenas. Durante essa fase a educação era voltada
exclusivamente aos homens, pois as mulheres não tinham direito ou acesso aos colégios
(SAVIANI, 2005). À elas cabia a educação informal, baseada em atividades do lar e princípios
morais. Fazendo com que os índios aprendessem forçadamente a língua portuguesa, seria mais
fácil a missão catequética. Esse processo foi mais descomplicado com as crianças, já que elas
ainda não tinham os hábitos e costumes enraizados. Em 1759 o Marquês de Pombal (1699-
1782) expulsa os jesuítas do Brasil, culminando na Reforma Pombalina e a criação das
chamadas aulas régias, avulsas e sem ligação entre si.
Com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, D. João VI incentivou o ensino
superior, com a criação de Escolas de Direito e Medicina. Esse período é chamado de Joanino
e perdurou até o ano de 1822. Com a Proclamação da Independência ocorreram uma série de
tentativas de organização do sistema educacional.
No ano de 1827 foi outorgada a 1ª lei educacional do país. Essa lei determinava a
criação de Escolas de Primeiras Letras e adotou o ensino mútuo como metodologia de
ensino. A adoção desse método visava massificar de forma rápida a alfabetização e
escolarização básicas no país. Como o país vivia o regime político do padroado, a
religião Católica era obrigatoriamente ensinada nas escolas (SOUZA, 2018, p. 18).
educacional. Campos suscitou uma série de decretos para a educação brasileira, promovendo a
“Reforma Francisco Campos”, que leva seu nome.
Mesmo com as alterações propostas, em 1940 o país tinha cerca de 56,2% da população
analfabeta. Novamente educação estava a favor das elites. Depois de Campos, foi a vez de
Gustavo Capanema, também ministro da educação, propor mudanças na educação brasileira.
Idealizada pela burguesia, essas reformas tornavam a educação mais acessível para as
camadas mais baixas, não como educação transformadora, mas voltada para o trabalho operário.
As elites ainda continuavam sendo dominantes no acesso ao ensino superior. No ano de 1961 é
criada a primeira Lei de Diretrizes e Bases (LDB), um marco na educação brasileira.
Entre os anos de 1964 e 1984 o país passou por um de seus momentos mais sombrios e
desastrosos para a educação, a Ditadura Militar. Essas reformas propuseram a ampliação da
escolaridade mínima para todas as pessoas. Porém, é de se pensar como a expansão da escola
seria favorável para ditadores que reprimiam violentamente a liberdade de opinião? Para que o
Brasil fosse considerado uma grande potência era necessário um nível mínimo de escolaridade
na população. No entanto, todas as áreas da educação eram vigiadas pelas Forças Armadas, o
que tentava cercear opiniões e movimentos contrários a Ditadura. Com a redemocratização o
país encontra-se desde então no último período da educação brasileira.
[...] a mesma classe média urbana que abdicara de sua liberdade democrática em 1964
para sustentar a introdução dos militares no governo foi a mesma que nos idos dos
anos 80 planejou a retirada desses do poder. Uma vez que a política militar não mais
atendia aos interesses dessa pequena elite, já não tinha mais então razão de ela estar
no comando do país (SOUZA, 2018, p. 29).
A educação brasileira ainda é caracterizada pelo elitismo e exclusão. A escola pode ser
entendida como instituição que tem formado as elites que governarão o país pelos próximos
anos, através das particulares, e as públicas, dedicadas a formação de uma massa operária,
submissa às indústrias. Dessa maneira, percebemos que durante toda a história do país,
determinados grupos sociais tiveram seu acesso à educação restringido. Espaço pensado pelas
elites, baseia-se na manutenção de um sistema desigual e excludente.
18
O fato dos filhos das operárias estarem sendo atendidos em creches, escolas maternais
e jardins de infância, montadas pelas fábricas, passou a ser reconhecido por alguns
empresários como vantajoso, pois mais satisfeitas, as mães operárias produziam
melhor. (OLIVEIRA, 1992, p. 18)
Devido à falta de interesse e envolvimento do Estado nesse assunto, esses espaços foram
muitas vezes administrados por iniciativas religiosas, industriais e jurídicas. A falta de
assistência do Estado culminou no abandono de bebês e crianças, dando início a Roda dos
Excluídos, ou Roda dos Expostos (1738-1950),
que consistia em uma formação cilíndrica dividida ao meio, a qual era fixada às
paredes de casas de misericórdias e/ou instituições semelhantes, que acolhiam as
bebês/crianças abandonadas. Esta foi, por mais de um século, a única instituição que
assistia crianças abandonadas no país (BARBOSA, 2021, p. 13).
(1999), a creche foi vista para além de um aperfeiçoamento da Roda dos Excluídos, mas uma
substituição a essas, para que as mães não abandonassem seus filhos. Além disso, Paschoal e
Machado (2009) reforçam que as creches tinham o intuito de combater os altíssimos níveis de
mortalidade infantil que acontecia dentro das famílias e nas instituições de atendimento.
Os movimentos operários também influenciaram na reivindicação de creches para os
seus filhos. Paschoal e Machado (2009, p. 83) mostram que “eles começaram a se organizar
nos centros urbanos mais industrializados e reivindicavam melhores condições de trabalho;
dentre estas, a criação de instituições de educação e cuidados para seus filhos”.
Por outro lado, a Educação Infantil no Brasil também foi influenciada pelas convicções
do educador alemão Friedrich Froebel (1782-1852), idealizador do “jardim-de-infância”. Para
Arce (2004, p. 10), o nome escolhido remetia “[...] a constante comparação do desenvolvimento
da criança com o das sementes; a criança para Froebel é como uma semente a ser cultivada”.
Mesmo com interesses religiosos, a proposta do educador tinha um caráter educativo e
social, pois acreditava que ao conhecer as relações entre a tríade infância, natureza e Deus, o
indivíduo compreenderia seu lugar na sociedade e buscaria um mundo melhor (ARCE, 2004).
Mesmo o alemão sendo homem, entendia que as mulheres eram mais aptas que os
homens para trabalharem nesses espaços, pois eram “naturalmente dotadas de todos os pré-
requisitos” necessários para o trabalho nessa etapa da educação, não havendo relação entre a
formação profissional, mas sim, a associação com a maternidade, priorizando o afeto e o
cuidado, sendo esses os atributos das “jardineiras”. É o que relatam Amude e Silva (2008, p.
170):
No Brasil, a criação dos primeiros jardins ocorre em meados do século XIX, como
escolas particulares, destinadas a elite (KISHIMOTO, 1988). Podemos perceber a diferenciação
entre as creches, destinadas aos filhos de trabalhadores e crianças pobres, de viés assistencial,
e os jardins de infância, destinados as famílias mais abastadas e crianças ricas, com viés
educativo. Contudo, em ambas temos como centralidade a figura da mulher no cuidado e
educação das crianças pequenas.
Durante a década de 1970 uma série de movimentos feministas se destaca na luta por
creches. Rosemberg (2002) aponta que os movimentos feministas influenciaram nas políticas
20
4 A QUESTÃO DE GÊNERO
Nos debates científicos há uma série de movimentos que vem buscando explicações
para as diferenças que constituem o que vem a ser homem/mulher e masculino e feminino.
Muitos desses estudos são da área de ciências biológicas e enfocam características como
funcionamento do cérebro ou dos hormônios, que assim determinariam cada sexo. Porém,
basear-se somente nesse tipo de pesquisa é desconsiderar os processos de socialização humana
(SILVA; CRUZ; SILVA, 2021). Nessa questão, diversas autoras e autores vem se debruçando
sobre as temáticas de gênero e sexo.
Para Grossi (2000), o conceito de gênero surgiu no século XIX, por pesquisadoras norte-
americanas, e afirma que a biologia vai determinar a essência masculina e feminina, de maneira
que os comportamentos podem ser explicados pela genética ou pelo funcionamento fisiológico.
De acordo com a autora Joan Scott (1995), gênero é um elemento constitutivo das relações
socais baseadas nas diferenças percebidas entre os sexos, como também uma forma primaria de
dar significado às relações de poder, ou seja, gênero e poder estão numa relação recíproca.
Relações de gênero são um processo social iniciado desde a infância, que vai desde a
descoberta do bebê até escolha de roupas e brinquedos para a criança. Na nossa sociedade esse
processo aumenta as desigualdades presentes entre os homens e mulheres, em questões como
divisão sexual do trabalho, reprodução sexualidade e no âmbito público/privado (SILVA,
2020a).
Para a teórica feminista Simone de Beauvoir (1980, p. 9):
ninguém nasce mulher, torna-se mulher, [...] ser mulher não é um dado natural, mas,
o resultado de uma história. Não há um destino biológico ou psicológico que defina a
mulher como tal, foi a história quem a fez, primeiro, a história da civilização que
resultou em seu status atual e, depois, para cada mulher em particular, foi a história
de sua vida, em especial, de sua infância quem a determina como mulher e criou nela
algo que não é um dado, uma essência, mas que cria nela o chamado “eterno
feminino”, “feminilidade”.
Através disso, não podemos afirmar que somente a mulher é capaz de ser profissional
na Educação Infantil. E ela corrobora ao dizer que não somente a mulher não nasce mulher,
mas torna-se mulher, como também o homem, que no decorrer de suas relações culturais e
sociais, torna-se homem, com preferências, expressão e características particulares, nem sempre
condizentes com os padrões de masculinidade hegemônicas em sua comunidade (BEAUVOIR,
1980).
22
o magistério não é uma vocação ou um “chamado feminino”, pois esta é uma profissão
que exige sólida formação pedagógica, esforço, dedicação, competência e espírito de
classe, que precisa, também, de boas condições de trabalho e remuneração compatível.
Somente então é possível enfrentar a relação com os alunos com afeto, mas sem o
disfarce do amor e pleiteando salários mais justos, através de sua participação em seu
órgão de classe.
Dessa maneira, também se faz necessário interromper o estereótipo de que todo homem
é um pedófilo em potencial, apenas por gostar de trabalhar com crianças (SOUSA, 2011) e de
que tem uma sexualidade voraz e incontrolável (CRUZ, 1998), visto que isso só robustece as
desigualdades de gênero.
Salienta-se que os estudos de gênero, em sua maioria, abordam questões relacionadas
às mulheres, contudo, gênero não se limita apenas ao feminino. Eles fornecem condições para
a distinção dos papéis sexuais destinados a mulheres e homens (SCOTT, 1995). Louro (2001)
acrescenta que recentemente eles vêm se debruçando também sobre os homens. Ampliando
mais os debates sobre homens e gênero, são necessários estudos sobre a relação destes na
Educação Infantil.
23
homem sempre pôde adentrar esses espaços. A barreira está nos conflitos e estigmas
vivenciados, ao se relacionar o curso com o feminino, pois como aponta Barbosa (2021, p. 22):
Durante esses quase 70 anos de história, o curso de pedagogia, apesar dos problemas
e dificuldades, em nenhum momento estabeleceu o padrão/gênero dos discentes.
Dessa maneira, o ingresso do homem sempre esteve disponível para o curso, a barreira
existente refere-se aos confrontos, julgamentos, preconceitos etc., que estes sofrem,
pois, sob o viés da sociedade ainda há quem relaciona a profissão/curso pertencente
ao gênero feminino.
[…] fomentam estratégias envolvendo relações que moldam parte de um pacto que
consiste na sua “aceitação” como membros do espaço institucional da creche. Tais
estratégias são elaboradas e se desenvolvem pelo enfrentamento das diferenças e
concepções de gênero e de Educação Infantil, além de elementos objetivos e
subjetivos abrangendo os afetos, as emoções, a sexualidade, a raça/etnia e classe social
que compõem a identidade do/a profissional. (SAYÃO, 2005, p. 65).
Dessa forma, a figura do homem contribui para a alteração desse pensamento, já que a
Educação Infantil sempre foi marcada pelo feminino (LOURO, 2001). A respeito da ligação da
imagem da mulher com a educação, ela aconteceu como uma naturalização do processo social.
Arce (2004, p. 4), afirma que
25
As famílias também têm sua parcela nessa discriminação sofrida pelos e homens
(BARBOSA, 2021). O receio se dá principalmente no contato físico, necessário no cuidado
com as crianças, essencialmente na higiene e alimentação. Essa situação se dá principalmente
pelo medo do abuso (pedofilia) ou violência física. Estas suspeitas não ocorrem em relação à
mulher, que é vista como protetora, como aponta Ramos (2011, p. 107):
Eles [os pais] explicitam que, nas ações do cuidar, há restrição apenas para os homens,
pois as professoras não representam nenhum tipo de ameaça para as crianças na
medida em que trazem consigo a vocação para a maternidade e elas são, por natureza,
quem protege e cuida dos filhos com desvelo e são incapazes de cometer maldade
contra crianças.
6 METODOLOGIA
Dentre os profissionais homens presentes nos CDIs identificados durante essa pesquisa,
estão Arte Educadores - Música, Auxiliar de Professor Educação Especial, Auxiliar de
Professor, Coordenador Pedagógico, Professor e Professor da Educação Especial. O recorte de
Auxiliar de Professor e Professor deu-se pelo contato mais direto e contínuo com as crianças,
sendo esses, então, os sujeitos de pesquisa. Todos estavam nas suas funções quando ocorreram
as entrevistas, no mês de outubro de 2022.
Dividiu-se a pesquisa em duas partes: na primeira o enfoque foi a parte teórica, em que
se buscou autores e teóricos que abordam assuntos relacionados à questão dos profissionais
homens na educação infantil, refletindo sobre suas presenças e ausências, atravessando questões
relacionadas as representações de gênero construídas sobre o feminino e o masculino, além do
traçado histórico da educação no Brasil.
Já na segunda parte a pesquisa foi realizada de forma empírica, amparada nas respostas
obtidas com os sujeitos pesquisados (professores e auxiliares da Rede Municipal de Gaspar-SC
que trabalham em CDIs). No empreendimento de trazer explicações e reflexões sobre os
desafios enfrentados por esses homens quanto a realização de seu trabalho nestas unidades de
ensino.
dessa pesquisa. Na entrevista semiestruturada, a resposta é mais ampla e livre por parte dos
participantes, e foi utilizado o método quantitativo-interpretativo a cada uma e analisados os
pontos de interesse relacionados aos objetivos da pesquisa.
Através dessa metodologia possibilitou-se a compreensão e aprofundamento da
investigação, sendo realizadas análises críticas e minuciosas, baseadas nas informações
encontradas nas entrevistas semiestruturadas realizadas com esses profissionais. Todos os
dados levantados apresentam-se na sessão Resultados e Discussão.
29
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
1
Atualmente os Cargos de Zelador e Servente/Merendeira são terceirizados. Assim, os profissionais identificados
acima são servidores efetivados antes dessa alteração e o número real nos CDIs pode ser maior.
30
2
O termo “coringa” é utilizado para auxiliares que não possuem uma sala de referência. Em caso de ausência
temporária de algum profissional, como professor ou auxiliar, eles ocupam essa vaga. No caso de falta de professor,
não há realização do trabalho pedagógico por parte deles.
3
O entrevistado 4 já possui uma formação superior na área de licenciatura, mas na data da entrevista ainda não era
formado em Pedagogia.
31
Fazendo uma análise das experiências anteriores, constatamos uma vasta gama de
profissões precedentes a de Auxiliar de Professor ou Professor. Nenhum dos entrevistados teve
as profissões pesquisadas como sua primeira experiência profissional. Todos relataram ter
passado por pelos menos três ocupações anteriores. Em alguns casos, antes de estar na profissão
atual, já passaram por alguma outra ocupação voltada a educação, como Auxiliar de Professor
em outro município e bolsista em Universidade (Entrevistado 3); Professor de Ensino Médio,
Auxiliar de Direção e Auxiliar de Professor (Entrevistado 4); ou Professor de Artes
(Entrevistado 6). Mesmo tendo essas experiências em espaços de educação formal, somente os
Entrevistados 3 e 4 tinham curtas experiência com crianças.
Quase um terço das experiências profissionais dos entrevistados está relacionada ao
setor de comércio. Entre as respostas estão: mercado, vendas em geral, padaria, bar, restaurante,
hortifruti etc. Se somarmos com os dados dos profissionais que trabalharam em Serviços
(23,33%), temos 53,33% dos entrevistados tendo trabalhado no Setor Terciário da Economia.
Além disso, um ponto importante é que 20% responderam ter trabalhado em indústrias,
principalmente na área têxtil, setor que possui destaque no município.
Questionados sobre qual (is) motivação (ões) levou (aram) esses homens para a
Educação Infantil – os entrevistados puderam dar mais de uma resposta –, seis deles
32
responderam que foi por gostar da educação e/ou de ensinar. Ou seja, 75% dos entrevistados
indicaram interesse prévio na área, como fator principal ou secundário. Comparando com a
Tabela 3, os entrevistados que manifestaram ter experiências em outras áreas de educação,
foram os mesmos que responderam gostar da área.
Metade dos entrevistados respondeu que uma das motivações foi estar desemprego ou
precisar de dinheiro. Nesse ponto é interessante pensar que, embora nenhum dos oito
entrevistados seja efetivo em seu cargo, o contrato de trabalho de Admitido em Caráter
Temporário (ACT), gera uma certa estabilidade empregatícia durante o ano, já que os contratos,
em sua maioria, são encerrados somente em dezembro. Isso garante que eles tenham uma renda
fixa até o fim do contrato, o que justifica que a questão financeira seja o segundo maior motivo.
Com 17,65% de respostas cada, gostar de crianças e ter sido influenciado aparecem em
terceiro lugar. Na primeira, os Entrevistados 1, 3 e 6 deram essa resposta. Na segunda foram os
entrevistados 1, 5 e 6. Percebemos que os entrevistados 1 e 6 fazem parte das duas categorias.
Isso se explica em suas respostas, que vão ao encontro uma da outra. Ambos foram
influenciados pois uma pessoa disse a eles que eles aparentavam gostar de crianças. Embora
sofrendo influência, os entrevistados disseram estar gostando da experiência.
Apenas o Entrevistado 5 respondeu que sua motivação foi não querer sair do local de
trabalho. Entre os anos de 2020 e 2021 ele foi escriturário4 nessa instituição. Ano passado esse
cargo foi terceirizado e teve o salário reduzido. Assim, decidiu por realizar o processo seletivo
para auxiliar e conseguiu uma vaga na mesma instituição. Ele também foi influenciado, pois
teve apoio de uma colega de trabalho nessa decisão.
Adentrando a segunda categoria de análise, “Experiências na Educação Infantil”, vamos
analisar como tem sido a experiência desses homens durante essa atuação na primeira etapa da
Educação Básica.
Perguntados sobre “Como é trabalhar na Educação Infantil?”, todos os pesquisados
deram respostas iniciais positivas sobre a profissão. Como ponto em comum, as respostas
sempre estão voltadas ao desenvolvimento e aprendizado da criança. Os entrevistados 2, 3, 4,
5 e 6 utilizaram palavras como “ver a evolução”, “o desenvolvimento das crianças”, ou “o
aprendizado”. Destaque para a resposta do Entrevistado 2, “a gente pega crianças que até
descer a rampa para elas é um problema e agora elas descem correndo, descem muito
independentes. Então acho que isso é um processo que te gratifica bastante”. Acompanhar o
processo da criança é visto como gratificante para esses profissionais.
4
Cargo da área administrativa.
33
Sobre enfrentar desafios durante a profissão, todos relataram algo. De todos os oito
entrevistados, somente o número 3 relatou inicialmente que o maior desafio era compreender a
rotina de todas as salas. Por ser coringa e não ter uma sala de referência, ele precisa se adaptar
a cada rotina e faixa etária. Os outros sete indicaram desafios relacionados ao seu gênero.
Dentre as respostas, o Entrevistado 1 foi claro ao dizer que antes de tudo sentiu um preconceito
interno, pois no começo não achava correto ser homem e estar trabalhando nesse espaço.
Ao serem perguntados se alguém alguma vez já o questionou sobre a escolha da
profissão, as seguintes respostas foram obtidas.
Das respostas obtidas pelos profissionais, metade deles já foi questionado sobre a
profissão que escolheu. Os Entrevistados 3 e 4 receberam críticas por terem formação superior
em áreas diferentes da que atuam. Já os entrevistados 7 e 8 relataram serem criticados por
família, amigos ou colegas. As críticas se voltam mais pela escolha da Educação Infantil do que
por ser homem e estar na área. Cito o caso do Entrevistado 4, que foi questionado por um colega
de profissão: “Tá, tu estudou [...] e agora vai lecionar pedagogia? Tu sabe que pedagogia é
para os medíocres”. Essa desvalorização da profissão docente é mais um empecilho para o
acesso e permanência dos homens nessa área. Dois auxiliares responderam que se questionaram
se era realmente isso que queriam profissionalmente, porém, após certo tempo relataram
começar a gostar de seu trabalho.
Um dos pontos mais delicados durante as entrevistas foi a questão de troca de fraldas
(Tabela 6):
A presença de homens e mulheres precisa ser equilibrada para que situações como essa
não sejam vistas como normais. Como dito pelo entrevistado, o problema não são as calcinhas
35
e soutiens, mas o entendimento de que aquele espaço é somente das mulheres, ignorando que é
um espaço coletivo, em que todas e todos podem estar.
Ao falarem sobre a importância de homens nessas instituições, apenas o Entrevistado 6
disse não saber responder se era realmente algo necessário. Os demais responderam ser
importante, mas deram respostas diversas.
Metade respondeu que o principal motivo para homens entrarem nessa área é aumentar
o número deles nas instituições. Não podemos considerar que eles defendem a saída das
mulheres, mas sim, um maior ingresso de homens. Isso vai ao encontro do que um pesquisado
respondeu: diminuir a feminilização do magistério. O oitavo entrevistado citou equiparação no
mercado de trabalho, ou seja, um processo que pode iniciar nas escolas e reverberar para outras
áreas. Conforme aponta Sayão (2005), quanto mais homens, menor a imagem da área como
feminina. O Entrevistado 2 citou que os homens também podem ser pais e assim cuidar e educar
de crianças, tanto quanto mulheres. Dessa forma sua presença também é válida no binômio de
educação e cuidado da Educação Infantil (GONÇALVES; ANTUNES 2015).
Sobre já terem vivenciado alguma situação em que consideraram como forma de
preconceito ou discriminação por serem homens, temos:
responder não ter passado diretamente por uma situação dessas, diz ter percebido olhares de
desaprovação e desconfiança das mesmas pessoas: os familiares. Embora não tenham tomado
consciência que as situações vivenciadas são formas de discriminação, não podemos considera-
las de outra forma.
O Entrevistado 2 relata o receio dos familiares quanto a sua figura, inclusive cita um
caso ocorrido na rede anos atrás, conforme já citado acima, vejamos:
O quarto entrevistado cita uma situação ocorrida em um dos CDIs que trabalha:
Essas duas situações mostram como esses homens têm seu trabalho descredibilizado o
tempo todo, precisam provar seu valor antes de serem aceitos pela comunidade escolar. É o que
alguns autores vão chamar de “estágio comprobatório” (SAYÃO, 2005; RAMOS, 2011). Para
Ramos (2011, p.9), eles “[...] precisam oferecer provas de idoneidade, competência, habilidade
e, especialmente de uma sexualidade que não ofereça risco para as crianças”.
Sobre os olhares de desaprovação e desconfiança, o Entrevistado 6 cita que
“Eu me lembro que teve uma vez quando eu comecei, antes da reunião que a gente
foi apresentado. Ali teve uma vez que a gente fazia entrega das crianças, daí tinha eu
e uma professora que entregava, e teve um dia que eu fui entregar uma criança. Eu
só disse boa tarde para o pai e ele já me olhou com uma carinha... Então eu já fiquei
assim... É que ainda tem alguns que pensam “ai meu deus, homem”. Porque eu acho
que eu fui primeiro aqui. É escondido. Não vejo nitidamente como um preconceito.
Depois as coisas mudaram.”
Sobre “as coisas mudarem”, como dito acima, essa resposta também foi dada por todos
os entrevistados. Depois da reunião de início de ano letivo, em que os profissionais são
apresentados para a comunidade escolar, somado há alguns meses de trabalho, esses homens
relatam que a situação melhora. Não que eles não vivenciem mais essas situações, mas, que
elas diminuem. É mais um indício da existência do “estágio comprobatório” (SAYÃO, 2005;
RAMOS, 2011).
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e busquem suas áreas de/em formação, mas devemos pensar que muitos virão, e será que a
Educação Infantil e todas as suas relações envolvidas estão preparadas para isso.
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CONCLUSÕES
Nessa pesquisa, o objetivo geral foi investigar quais os profissionais homens que atuam
na Educação Infantil de Gaspar-SC e o que isso representa, buscando conhecer como esses
homens ingressaram na Educação Infantil e analisando como eles se percebem na Educação
Infantil.
O interesse nesse tema surgiu de uma inquietação do autor, que foi Auxiliar de Professor
entre 2020 e 2022. Nesse período algumas experiências relacionadas ao “ser homem” foram
marcantes, principalmente por ser o único homem atuando na parte pedagógica da instituição
por dois anos letivos.
A presença de homens na área da Educação Infantil é um acontecimento “novo” frente
ao histórico de predominância das mulheres nessa área docente da primeira infância. É o que
nos mostraram autores como Arce (2004), Kishimoto (1988) e Kuhlmann Jr. (1999). Dizer que
há uma escassez de um gênero e uma maioria de outro não é algo novo para quem vive a rotina
dos Centros de Desenvolvimento Infantil e está no “chão de sala”.
Analisando essas experiências de vida dos profissionais constata-se dificuldades
relacionadas às concepções hegemônicas de masculinidade e como elas podem ser
incompatíveis com a realidade escolar, principalmente aquela relacionada aos primeiros anos
de vida. As situações explicitadas revelam como feminino e masculino estão polarizados em
nossa sociedade e como isso em alguns espaços é mais nítido.
Esse pequeno número na rede pública da cidade, que em muitas instituições é uma
ausência, é alvo de diversos conflitos entre a comunidade escolar, principalmente dos pais,
também homens. Embora somente quatro dos pesquisados relataram ter vivenciado alguma
situação que consideram como preconceito, é inegável como todos relatam um sentimento de
estranheza, uma desaprovação que muitas vezes é silenciosa, porém amarga, já explicitado por
Barbosa (2021) e Souza, Campos e Carvalho (2022).
A não aceitação integral de homens cuidando e educando crianças reflete uma marca na
sociedade, a de que essas funções – cuidar e educar – são tarefas da mãe, ou seja, femininas.
Relacionar essas tarefas somente a elas é como afirmar que homens também não podem ser
considerados bons pais, que não podem participar da higiene, alimentação e formação de
valores das crianças.
É necessário evocar novamente Simone de Beauvoir (1980, p. 9) quando ela profere a
tão famosa frase “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, assim como torna-se homem,
através das nossas vivências como seres sociais que homens. Não é colocar em xeque questões
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biológicas que a ciência vem estudando há séculos, mas dizer que não podemos ser
deterministas nessa questão. E acrescento, “não se nasce professor, torna-se”. Ser professor não
tem relação com o gênero, mas sim com o seu processo de aprendizagem, baseado em estudo e
formações. Formações amplas, diversas e plurais, não como a citada por dois entrevistados em
que a formadora os tratava no feminino, mas plurais na forma mais abrangente da palavra, assim
como qualquer instituição de ensino deveria ser. Estes auxiliares e professores, com suas
particularidades, vem ajudando na construção de uma Educação Infantil igualitária.
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REFERÊNCIAS
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1980.
CARVALHO, M. P. de. Vozes masculinas numa profissão feminina: o que têm a dizer os
professores. 1998.
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2009.
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42
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Acesso em 01 out. 2022.
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Editora Mediação, 1999.
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43
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masculinidades e docência no contexto da educação infantil na região agreste de Pernambuco.
2020. 244 f. Dissertação (Doutorado) - Curso de Educação Contemporânea, Universidade
Federal de Pernambuco, Caruaru, 2020b.
SOUSA, J. E. de. Homem docência com crianças pequenas: o olhar das crianças de um centro
de educação infantil. In: 37º ANPEd: Plano Nacional de Educação: tensões e perspectivas
para a educação pública brasileira, 37, 2015, Florianópolis/SC. Anais[...] Editora ANPEd,
2015.
APÊNDICES
Apêndice A – Roteiro de Entrevista
IDENTIFICAÇÃO
· Nome:
· Nome Fictício:
· Idade:
· Raça/Cor:
· Qual sua formação? Quando?
· Há quanto tempo você atua na Educação Infantil?
PERGUNTA GERADORA
· Por que a escolha de trabalhar na Educação Infantil?
PERGUNTAS AUXILIARES
· E como é trabalhar na Educação Infantil?
· Como é a sua escola e a sua rotina de trabalho?
· Você já teve outra(s) profissão(ões)?
· Se a resposta for sim, qual(is)?
· Razões da escolha desta profissão na Educação Infantil?
· Como você vê seu trabalho?
· Já foi questionado sobre a escolha da sua profissão?
· Como você percebe a presença de homens na Educação Infantil?
· Você percebe algum tipo de preconceito ou discriminação por atuar na Educação Infantil?
· Para encerrar, quais são suas expectativas profissionais para o futuro?