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CENTRO DE ENSINO CONECTADO

LICENCIATURA EM SERVIÇO SOCIAL

ELIZA BIANCA GODOY DE ANDRADE

O acolhimento institucional de crianças e


adolescentes à espera da adoção no Brasil junto ao papel do assistente social

Alfenas-MG 2021
O acolhimento institucional de crianças e
adolescentes à espera da adoção no Brasil junto ao papel do assistente
social

Projeto de pesquisa para TCC II


apresentado ao Curso de Serviço
Social da Universidade Norte do
Paraná – UNOPAR VIRTUAL, como
requisito para a obtenção de média
bimestral.

Alfenas/MG - 2021
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos que me apoiaram neste trajeto.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiro e depois aos meus familiares e professores.


RESUMO

Este estudo tem como finalidade discutir sobre a questão do acolhimento


institucional voltado a criança e adolescente em situação de vulnerabilidade e risco
social vivenciadas pelas famílias, compreendendo as dificuldades e os
desempenhos de sua função social de proteção de seus membros, visando construir
respostas a esta demanda, desde as crianças e adolescentes que estão em
acolhimento institucional e em processo de fortalecimento de vinculo familiar, quanto
a sua família de origem ou substituta. Estabelecendo aprofundar o debate sobre as
atribuições do(a) assistente social nas Varas de Família, com ênfase na atuação
pericial exercida por este profissional no interior do Poder Judiciário. O presente
trabalho tem por objetivo compreender a importância da atuação do assistente
social no processo de adoção tardia, visto que o sócio jurídico é uma das áreas de
atuação desse profissional. Para elaboração do conteúdo, foi utilizada a pesquisa
bibliográfica, buscando obter informações sobre os aspectos históricos e evolutivos
da adoção no Brasil, e as gêneses constitucionais aplicadas à adoção, o qual será
apresentado no primeiro capítulo do trabalho. No segundo capítulo abordaremos
sobre as Políticas Públicas de garantia de direitos de crianças e adolescentes,
assim como os requisitos fundamentais para o processo de adoção tardia previstos
em lei, que são abordados de forma clara e objetiva o qual traça uma tinha de
condições que se deve seguir em cada etapa do processo, fazendo uma análise à
vivência de crianças maiores de 2 anos de idade institucionalizadas e aguardam por
adoção, rumo ao seio de uma família; e principalmente compreender a atuação do
assistente social no processo de adoção tardia, o qual será apresentado no terceiro
e último capítulo partindo do pressuposto originário da adoção como expressão da
questão social, caracterizada como matéria prima do profissional de Serviço Social,
que para a efetivação de sua ação é necessário conhecimento teórico metodológico,
fazer uso da instrumentalidade técnica-operativa, a práxis e visão crítica/reflexiva
para intervir nesta realidade.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................4
2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ......................................5
3. OBJETIVO GERAL .........................................................................................5
3.1 Objetivos Específicos ................................................................................5
4. JUSTIFICATIVA ..............................................................................................5
5. METODOLOGIA .............................................................................................6
6. DESENVOLVIMENTO.....................................................................................7
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................9
8. REFERÊNCIAS ............................................................................................10
INTRODUÇÃO

O tema escolhido versa sobre o a colhimento institucional de crianças e


adolescentes à espera da adoção no Brasil e suas especificidades e impactos, com
enfoque na legislação vigente de proteção à criança e ao adolescente.
Considerando isso, as instituições são responsáveis por suprir as necessidades
básicas de alimentação, higiene, saúde, educação, afeto e organização da rotina
diária das crianças e adolescentes. Por serem serviços que geralmente retratam
situações de sofrimento e abandono, há uma tendência a marginalizá-las, o que faz
com que o interesse social pouco se volte a olhá-las ou que pouco se discuta, fora
do âmbito específico, sobre seu funcionamento (Prada & Weber, 2006). Refere-se o
quanto as instituições de acolhimento foram estigmatizadas como o lugar de
depósito de crianças e adolescentes, visto que existem vários aspectos que
englobam esse tema o projeto problematizará os desafios diários que crianças e
adolescentes acolhidos enfrentam, a partir de suas histórias de vida, que possuem a
marca do abandono, da exclusão social e da violência. Diferente dos estigmas da
sociedade, nas instituições de a colhimento vivem crianças como quaisquer outras,
com sonhos, desejos, frustrações, alegrias e sentimentos que tornam esses locais
um espaço repleto de vida. Ao abordar o histórico das instituições pretende-se
também promover a reflexão e planejamento de práticas que possam promover a
autonomia e o protagonismo de crianças e adolescentes acolhidos. O projeto de
pesquisa tem por objetivo analisar alguns desafios e das complexidades
encontradas pelos profissionais da assistência social inseridos nesse campo de
trabalho. Acredita-se que, ao relatar essa experiência, possa contribuir para uma
reflexão sobre a atuação desses profissionais, pois trabalham com histórias de vida
muitas vezes marcadas pela violência, abandono, opressão, mas que mesmo diante
de tantas dificuldades e desafios encontram-se repletas de expectativas e
esperança. Este projeto permitirá aprofundar reflexões sobre um uni verso de
crianças e adolescentes à espera da adoção em que é sempre possível encontrar
um abraço, um sorriso e, portanto, a esperança efetiva de um futuro melhor.

2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Quais os efeitos do abandono e a espera pela adoção das crianças


institucionalizadas nas instituições de acolhimento? A pesquisa tem por finalidade
investigar os aspectos relacionados vida de crianças institucionalizadas nas
instituições de acolhimento, demonstrando alguns dados sobre adoção no Brasil.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral


Conhecer e analisar a realidade das crianças e adolescentes em situação de
acolhimento institucional.

3.2 Objetivos Específicos

 Identificar as expectativas das crianças e adolescentes em relação a adoção;


 Conhecer a prática profissional do ser viço social no serviço de acolhimento;
 Identificar as políticas de proteção à infância e adolescência,
 Conhecer o que a literatura e a legislação vigente abordam sobre os temas
institucionalização/adoção,

4. JUSTIFICATIVA
As instituições para crianças e adolescentes estão presentes há muito tempo
em na sociedade brasileira, desde a roda dos expostos no período colonial,
passando pelos internatos, os abrigos de proteção e atualmente, as unidades de
acolhimento, previstos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei n
8069, de 13 de junho de 1990 (Brasil, 1990).
A presente pesquisa busca conhecer a realidade das instituições de
acolhimento e o papel fundamental do assistente social, as histórias de vida de
crianças e adolescentes destituídos do poder familiar que se encontram acolhidos,
pois o número de crianças e adolescentes institucionalizadas em unidades de
acolhimento é bastante elevado. A maioria dessas crianças e adolescentes trazem
em suas histórias de vida a violência dos pais ou responsáveis, maus tratos físicos e
psicológicos, abusos sexuais, desnutrição e abandono.

Diante desse contexto a pesquisa tem como intenção o conhecimento e


reflexão sobre o impacto da institucionalização, a partir disso analisar as percepções
dos adolescentes sobre sua vida social, familiar e acadêmica e quais as
perspectivas de futuro.
A demais, a pesquisa visa contribuir para produção de conhecimento sobre o
tema acolhimento institucional, identificando as principais dificuldades e
necessidades de crianças e adolescentes que vivenciam o acolhimento para que os
resultados possam promover a melhoria dos serviços oferecidos pelos municípios
como atendimentos profissionais qualificados nas instituições principalmente da
área pedagógica. Também visa contribuir na busca por alternativas que possam
amenizar o sofrimento e possíveis traumas que venham ocorrer.

5. METODOLOGIA

Entende-se a metodologia como a utilização de métodos de proceder para se


definirem, previamente, as etapas de realização de um trabalho científico.
Efetivamente é a escolha e uso de determinado método de pesquisa, para se colher
aquilo que foi previamente eleito, fundamental para a consecução dos objetivos
traçados (Lakatos & Marconi, 2008).
Para a elaboração deste projeto de pesquisa será utilizada exclusivamente a
pesquisa bibliográfica, que será produzida a partir de sites, livros, artigos e consulta
a legislações afeitas ao tema proposto com o objetivo de reunir as informações que
servirão de base para a construção do estudo.
Conforme Gil (2002 pg. 44), pesquisa bibliográfica. “É desenvolvida com base
em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A
principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar diretamente, assim permitindo conhecer com mais
profundidade sobre o tema escolhido, produzindo conhecimento. Lima e Mioto
(2007) explicam que esse tipo de pesquisa tem sido muito utilizado em estudos
exploratórios ou descritivos uma vez que possibilita a utilização de dados dispersos
em diversas publicações favorecendo a definição do quadro conceitual que envolve
o objeto de estudo proposto, ou seja, para que a pesquisa bibliográfica cumpra sua
finalidade se rá necessário utilizar-se de várias fontes para analisar o tema.
A pesquisa servirá de base para produção do Projeto TCC, que será
produzido no semestre seguinte. Por meio de sta será possível realizar uma
abordagem crítica a respeito do tema escolhido “Acolhimento Institucional” e o papel
que o Ser viço Social desempenha no acompanhamento de crianças e adolescentes
a fim de zelar e garantir os direitos dos mesmos.

Finalizando, reafirma-se a pesquisa bibliográfica como um procedimento


metodológico importante na produção do conhecimento científico capaz de gerar a
postulação de hipóteses ou interpretações que servirão d e ponto de partida para
outras pesquisas. Corroborando com essa colocação Köche (1999, p. 122) reforça
que o objetivo da pesquisa bibliográfica é “conhecer e analisar as principais
contribuições teóricas existentes sobre determinado tema ou problema, tornando-se
instrumento indispensável a qualquer tipo de pesquisa”.

6. DESENVOLVIMENTO

O Acolhimento Institucional é definido como atendimento institucional a


crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados e que necessitam ser
afastados temporariamente da convivencia familiar. O uso da nomenclatura
“Acolhimento Institucional” é novo e sustitui o termo “Abrigamento”, através da
alteração realizada da Lei nº 12.010 de 03 de agosto de 2009 que destaca que a
medida excepcional e provisória sendo ultilizada como forma de transição uma vez
que visa a reintegração familiar.
O tema acolhimento institucional de criança e adolescente é uma realidade
brasileira que tem ganhado importantes espaços de discussão no campo do
desenvolvimento de politicas publicas, no meio juridico, cientifico e acadêmico. Os
primeiros cuidados oferecidos à criança e ao adolescente em situação de abandono
foram gerenciados pela Igreja, passando então aos cuidados filantrópicos e
finalmente atribuidos ao Estado. Rizzini (2007) aponta que o Brasil historicamente é
a politica de atendimento á infancia e juventude em situação de abandono que vem
sofrendo diversas transformações. A implantação da politica de atendimento mudou
gradativamente passando do dominio da Igreja para entidades filantrópicas até se
tornar responsabilidade do Estado.
No período do século XVIII ao século XX, predominou no Brasil dentre as
formas de institucionalização da criança e do adolescente. A mais duradoura foi a
“roda dos expostos” que atendia a população infantojuvenil que era abandonada
pelas suas familias. Conforme destaca Pereira (2004), o nome "roda" se refere a um
artefato de madeira fixado ao muro ou a janela do hospital, no qual era depositada a
criança, sendo que ao girar o artefato a criança era conduzida para dentro das
dependências do mesmo, sem que a indentidade de quem ali colocasse o bebê
fosse revelado. No Brasil o período da República Velha (1889-1930) foi marcado por
momentos de contestação da politica da Roda dos Expostos, de modo que o
cenário da infância tinha a mesma natureza de paternalismo, o fenômeno de
abandono aos filhos é tao antigo quanto a história da colonização, pois as famílias
que encontravam essas crianças pegavam de uma forma de caridade e tambem
eram ultilizados na maioria das vezes como mão de obra; aos filhos de criação sem
direitos alguns. Assim,
A primeira roda foi criada na Bahia, em 1726, com recursos
provenientes de doação de alguns nobres, por autorização,do Rei e
consentimento dos dirigentes da Santa Casa . No periodo de 1738,
foi criada a roda do Rio de Janeiro e, em seguida, em diversas outras
localidades[...] as crianças enjeitadas nas rodas eram alimentadas
por amas-de-leite alugadas e também entregues a famílias, mediante
pequenas pensões. Em geral, a assistência prestada pela Casa dos
Expostos perdurava em torno de sete anos. E depois as crianças
ficavam a mercê da determinação judicial (RIZZINI, 2009, p. 19).

Cria-se o Novo Código de Menores onde a sua implementação ocorreu


durante a comemoração dos 20 anos da Declaração Universal dos Direitos da
Criança, em 1959, no mesmo período foi promulgado o Ano Internacional da
Criança, em 10 de outubro de 1979 pela Lei 6.697 e fundamentado na doutrina da
“Situação Irregular” que estabelecia total liberdade ao Juiz de Menores para tomar
decisões cabíveis se o menor de 18 anos estivesse classificado em alguma situação
de irregularidade.
Período marcado por extensa repressão que se a criança e o adolescente
não estivessem dentro dos padrões estabelecidos pela moral vigente, eram vistos
como irregulares ou desajustados. O Código de Menores deixa de utilizar as
terminologias de “deliquentes e abandono” e passa ser utilizado como conceito de
criança irregular, na verdade essa lei era a mesma para todos, porém divididas por
categorias distintas: as crianças e adolescentes considerados “normais” as que
residiam com os seus familiares e os “menores” considerados irregulares, aqueles
que se encontravam fora da escola, orfãos,abandonados, carentes e infratores,
pois:
A identificação da chamada situação irregular era feita
através do binômio abandono-delinquencia. Em outras palavras,
aquele” menor” considerado em abandono ou na prática de
delinquencia era tido como em situação irregular,ou seja, incapaz de
se adaptar á vida da cidade.(CUNHA,1998,p.39)

O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), nasce em um momento


importante com mudanças significativas no reordenamento das políticas para
criança e adolescente através do regime democrático, vindo como resposta ao
esgotamento histórico-jurídico e social do Código de Menores de 1979, trazendo
neste sentido resultados através da construção histórica de lutas sociais dos
movimentos pela infância, dos setores progressistas da sociedade politica e civil
brasileira.
De acordo com Rossetti (2011), destaca que ano de 1990, o Estatuto da
Criança e do Adolescente, não vem apenas propor um novo paradigma da Proteção
Integral á criança e ao adolescente, mas também novos procedimentos para efetivá-
los. Vale a pena ressaltar que é algo muito novo e vem exigindo aprendizagem e
experiência, pois pressupõe a participação e interação da comunidade. Ocorreram
diversas mudanças trazidas pela Doutrina da Proteção Integral uma delas citadas foi
a adequação dos termos utilizados anteriormente pelo Código de Menores
Substituía-se a denominação “direito do menor”, acolhendo as expressões “Direito
da Criança e do Adolescente”, e “Direito da Infância e da Juventude”, entre outras.
De um modo geral, o Direito da Criança e do Adolescente se propôs a mudar a
terminologia que reinava até então no antigo “direito do menor”.
A Doutrina da Proteção Integral usou como principais fundamentações três
importantes argumentos estabelecido na CF (Constituição Federal) em seu Art. 227
sendo esses: 1º- a criança adquire a condição de sujeito de direitos; 2º- a infância
passa a ser reconhecida como fase especial do processo de desenvolvimento; 3º- a
prioridade absoluta a esta parcela da população passa a ser princípio constitucional.

É inegável que o melhor para a criança ou adolescente é crescer e se


desenvolver ao lado de sua família natural, detentora do poder familiar. Porém, há
casos em que os próprios pais colocam o filho em situação de risco, que pode ser
causado por negligência ou outros fatores que vão contra o melhor interesse da
criança. Nesses casos, então, a lei oferece a colocação da criança ou do
adolescente na família substituta, que será aquela capaz de oferecer à criança ou
ao adolescente amor, carinho e cuidado para o seu pleno desenvolvimento.
Cria-se a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS (1993) que define a
Assistência Social como direito do cidadão e dever do Estado, realizando através de
um conjunto integrado de ações de iniciativas pública e da sociedade, para garantir
o atendimento ás necessidades básicas. Dentre seus objetivos, está a proteção e
amparo às famílias, à maternidade, à infância, à adolescência e, principalmente, aos
carentes. A LOAS tem como seu foco o enfrentamento à pobreza e a garantia dos
mínimos sociais, visando atender as contingências sociais e a universalidade dos
direitos.
Também destacamos a Política Nacional de Assistência Social, a PNAS
(2004) expressa o conteúdo da Assistência Social no Sistema de Proteção Social
Brasileiro, no âmbito da Seguridade Social. Buscando transformar em ações diretas
os pressupostos da Constituição Federal de 1988 e da LOAS (1993), por meio de
definições, de princípios e de diretrizes que nortearão sua implementação,
cumprindo nova agenda para a cidadania no Brasil. Consta na PNAS que a
proteção social deve garantir a segurança de sobrevivência (de rendimento e de
autonomia), de acolhida, de convívio ou vivência familiar. Assim,
Por segurança de acolhida, entende-se como uma das
seguranças primordiais da política de assistência social. Ela opera
com a provisão de necessidades humanas que começa com os
direitos à alimentação, ao vestuário e ao abrigo, próprios à vida
humana em sociedade. A conquista da autonomia na provisão
dessas necessidades básicas é a orientação desta segurança de
assistência social. É possível, todavia, que alguns indivíduos não
conquistem por toda a sua vida, ou por um período dela, autonomia
destas provisões básicas, por exemplo, pela idade – uma criança ou
úmidos -, por alguma deficiência ou por uma restrição momentânea
ou contínua da saúde física ou mental (PNAS, 2004, p. 31).

Entende-se que embora as legislações brasileiras reconheçam que a família


se constitui como espaço preferencial para o desenvolvimento dos indivíduos,
sobretudo das “crianças e adolescentes”, a PNAS traz à tona especificidades sobre
a atual família brasileira norteando os seus princípios e diretrizes que para
implementação. Assim como a conquista dos direitos da criança e do adolescente
ocorreu por meio de um longo caminho, a adoção também vem sofrendo mudanças
significativas ao longo do 9 tempo, com reflexos na legislação.
Muitas legislações fizeram menção à adoção, mas foi somente com a
Constituição Federal de 1988 e o ECA, em 1990, que avanços significativos foram
observados no trato do instituto adoção no nosso país, devido à implementação da
Doutrina da Proteção Integral. No Brasil, já era possível notar a ocorrência da
adoção desde a época da colonização, em que havia o abandono de recém-
nascidos. As crianças órfãs, rejeitadas, eram deixadas na Roda dos Expostos, que
tinha como objetivo acabar com o abandono das crianças em ruas, praças e demais
locais públicos.
De acordo Pereira (2004) no que tange às crianças e adolescentes, se o
objetivo maior é evitar o abandono, não se pode negar que crescer longe da família
deixa marcas definitivas. Conforme cita o autor a institucionalização pode gerar
problemas no desenvolvimento intelectual, social e psicológico dos acolhidos.
Conforme (FÁVERO, 2001-2014; Oliveira 2001-2015) já constataram a ausência de
políticas sociais públicas necessárias à proteção de famílias em situação de
vulnerabilidade social como fatores determinantes em ações de destituição do poder
familiar e, podemos ampliar para a aplicação da medida protetiva de acolhimento,
na verdade o autor aponta que as ações do Estado são fragmentadas e a execução
das políticas públicas ainda é insuficiente para a garantia de direitos da sociedade.
Segundo (Sposati, 1998 e Peçanha, 2005) o acolhimento institucional é um
exemplo de uma Política Pública por meio da Assistência Social, mas é preciso
estar atento para que essa medida de proteção não se reproduza o indesejado.
Nesse sentido os autores chamam a atenção para que crianças e
adolescentes acolhidos não sejam apenas assistidos e beneficiados e sim tenham
um desenvolvimento saudável e seus direitos sejam garantidos cumprindo da
melhor forma possível o atendimento à criança durante sua passagem pela
instituição.

Ainda sobre a discussão do processo de institucionalização, Faleiros (2006)


pontua que esse processo compreende uma das prestações de serviços sociais
pelo Estado e necessariamente deve seguir as normas preestabelecidas, assim este
deve se guiar pelo Eca, que trata sobre os direitos de crianças e adolescentes.
Severino (1991)" na elaboração de um projeto de pesquisa não é possível
trabalhar com resultados, pois esses ainda não foram obtidos, de forma que o que
se tem é uma meta, um resultado esperado que deve ser alcançado cumprindo
todas as etapas descritas no projeto”.
Sendo assim espera-se com o projeto de pesquisa contribuir para a
compreensão do trabalho do assistente social nas instituições de acolhimento;
oferecer dados que poderão contribuir para elaboração ou ampliação das políticas
públicas que protegem a criança e adolescente a colhido; gerar mudança de
concepção do senso comum de que criança acolhida é marginalizada; conhecer os
mecanismos de proteção a crianças e adolescestes em situação de acolhimento
institucional.
Para compreendermos o trabalho do assistente social no campo sociojurídico
é preciso situá-lo e resgatá-lo no âmbito histórico das relações sociais que
participaram na construção da sua trajetória, cuja direção e função sociais dos
serviços prestados estão determinadas pela divisão sócio técnica do trabalho
judicial. Conforme afirmação de Iamamoto (2004), apesar do trabalho do assistente
social na esfera sociojurídica ter adquirido pouca visibilidade na literatura
especializada e no debate profissional das últimas décadas, a atuação nessa área
dispõe de larga tradição e representatividade no universo profissional,
acompanhando o processo de institucionalização da profissão no Brasil, assim:
O Poder Judiciário pode ser definido como uma instituição
que tem como competência, na divisão clássica dos poderes, a
aplicação das leis e a distribuição da justiça, o que implica o ato de
julgar – para o qual deve o Poder Judiciário ser autônomo e
independente frente aos Poderes Executivo e Legislativo (FÁVERO,
1999, p. 19).

Constituiu-se historicamente num espaço de relevante transcendência para a


inserção ocupacional dos assistentes sociais, visto que desde as origens da
profissionalização do Serviço Social, tem existido uma forte e notória participação de
seus agentes neste âmbito, que tem se constituído com o passar do tempo em uma
área dominante de intervenção profissional.

Ao analisarmos as demandas impostas ao assistente social judiciário frente


ao processo de adoção brasileiro, é importante situarmos a questão dos desafios do
assistente social enquanto trabalhador assalariado, visto que:
Embora regulamentado como uma profissão liberal na
sociedade, o Serviço Social não se realiza como tal. Isso significa
que o assistente social não detém todos os meios necessários para a
efetivação de seu trabalho: financeiros, técnicos e humanos
necessários ao exercício profissional autônomo. (IAMAMOTO, 2007,
p. 63).

Vale ressaltar que o atual Projeto Ético Político que tem se comprometido
com a garantia e viabilização dos direitos políticos, civis e sociais, incumbe ao
assistente social assumir as dimensões teórico metodológico, ético político e
técnico-operativo, capaz de romper com o conservadorismo. Neste sentido, destaca
abaixo as competências através do projeto profissional:
Competência ético política – o Assistente Social não é um
profissional “neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de
poder e de forças sociais da sociedade capitalista – relações essas
que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha
um posicionamento político frente às questões que aparecem na
realidade social, para que possa ter clareza de qual é a direção social
da sua prática. Isso implica em assumir valores ético-morais que
sustentam a sua prática – valores esses que estão expressos no
Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais (Resolução
CFAS nº 273/93), e que assumem claramente uma postura
profissional de articular sua intervenção aos interesses dos setores
majoritários da sociedade; (SOUZA, 2008, p. 121-122).

Entendendo que esse profissional não deve agir na neutralidade, a


competência ética política é a responsável pela escolha de instrumentos que vão ao
encontro das finalidades e dos compromissos do profissional. Mediante esse
compromisso destacamos a competência teórico- metodológica pois, Competência
teórico-metodológica – o profissional deve ser qualificado para conhecer a realidade
social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se
necessário um intenso rigor teórico e metodológico, que lhe permita enxergar a
dinâmica da sociedade para além dos fenômenos aparentes, buscando apreender
sua essência, seu movimento e as possibilidades de construção de novas
possibilidades profissionais; (SOUZA, 2008, p. 121-122).
Nota-se que através do referencial teórico-metodológico define-se o
conhecimento teórico da realidade que oferece o conteúdo a ser tratado nos
instrumentos de intervenção, possibilitando a escolha de instrumentos e técnicas
capazes de materializar sua intencionalidade.

Diante de suas escolhas dos instrumentos destacamos a seguir a


competência técnico- operativa que vem para dar suporte a competência
teóricometodológico, conforme destaca Souza: Competência técnico-operativa – o
profissional deve conhecer, se apropriar, e, sobretudo, criar um conjunto de
habilidades técnicas que permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais
junto à população usuária e às instituições contratantes (Estado, empresas,
Organizações Não-governamentais, fundações, autarquias etc.), garantindo assim
uma inserção qualificada no mercado de trabalho, que responda às demandas
colocadas tanto pelos empregadores, quanto pelos objetivos estabelecidos pelos
profissionais e pela dinâmica da realidade social. (SOUZA, 2008, p. 121-122).
Diante da citação acima pode-se destacar que a competência técnico-
operativa tem por objetivo conhecer e apropriar –se do conjunto de habilidades
técnicas para atendimento dos usuários. Através do espaço sociojurídico é que o
serviço social brasileiro vem se fortalecendo no espaço sócio ocupacional, tomando
força através de seu redirecionamento ético e político, disposto a analisar a
realidade social em uma perspectiva de totalidade e em meio a contradições sociais
profundas existentes.
Conforme destaca o Conselho Federal de Serviço Social. É por meio do
espaço sociojurídico que o assistente social efetivou sua particularidade do fazer
profissional e uma postura investigativa do objeto, através do aumento significativo
de demandas e de atendimento de profissionais, que veio a culminar com a
promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (CFESS, 2010). Durante o
período estabelecido através do Estágio Supervisionado na Casa Lar “Projeto Vida
Nova”, foi possível notar com clareza a intervenção do profissional no processo de
adoção e reintegração familiar através da divisão técnica do trabalho,
desenvolvendo em seu exercício profissional a postura investigativa com a
ampliação de totalidade e visualizando com um olhar crítico as particularidades de
cada indivíduo.
A Casa Lar “Projeto Vida Nova” é uma instituição de acolhimento de crianças
e adolescentes, vítimas de violência, com seus direitos violados ou ameaçados e
com quebra ou suspensão momentânea do vínculo familiar e comunitário. Este
Serviço é financiado pela Prefeitura Municipal de Várzea Grande através da
Secretaria Municipal de Assistência Social, sendo um serviço de alta complexidade
de caráter transitório, com atendimento integral, obedecendo aos critérios das
normativas legais que regem o Serviço de Acolhimento. Possui espaço físico
suficiente para as crianças se movimentarem e sentirem-se confortáveis, com
quartos separados entre meninos e meninas e na medida do possível por faixa
etária. Destacase abaixo a composição da equipe multiprofissional e sua
configuração nas Casa Lares de Várzea Grande:

Pensar na família hoje deve levar em consideração as mudanças existentes


em nossa sociedade, como estão se construindo as novas relações humanas e de
que forma as pessoas estão cuidando de suas vidas familiares. Essas mudanças
ocorridas afetam a dinâmica familiar como um todo de uma forma singular e
particular de cada família conforme sua composição história e pertencimento social.
De acordo com Szymanski (2002), vem destacando que “a 16 família é uma
associação de pessoas que escolhe conviver por razões afetivas e assume um
compromisso de cuidado mútuo e, se houver, com crianças, adolescentes e
adultos”. (2002, p. 09). Mediante o Estatuto da Criança e do Adolescente, fica
explicita a preservação dos vínculos familiares e comunitários, quebrando esses
princípios somente quando cessados todos os recursos de manutenção da família
natural ou extensa, é que haverá integração em família substituta. Portanto, o
afastamento da criança e do adolescente da família tanto no caráter temporário ou
definitivo, só deve-se dar em situação excepcional que prejudica o desenvolvimento
da criança e do adolescente.
SERVIÇO SOCIAL NO PROCESSO DE ADOÇÃO TARDIA

O Serviço Social é uma profissão que surgiu a partir da contradição presente na


luta de classes, no surgimento do sistema capitalista de produção. O próprio
significado da profissão está correlacionado às tranformações que ocorre na
sociedade, cujo objeto de intervenção é a questão social e onde está também
fundamentada sua prática profissional na defesa dos direitos da sociedade de
maneira a promover a igualdade social. (IAMAMOTO, 2003, p.57).
O Serviço Social é uma profissão que compõe a equipe de profissionais do
Poder Judiciário, comprometido na busca de respostas às demandas apresentadas
pela organização jurídica, com o objetivo de atender ou ao menos suavizar a
demanda apresentada. (ALAPANIAN, 2008).Muitas são atribuições do assistente
social junto ao judiciário, e o processo de adoção faz parte de sua demanda
profissional nesse campo sócio ocupacional, cujasrespostas às questões
provenientes à adoção, devem ser por escrito ou verbalmente em audiência, além
de acompanhar os casos e fazer reavaliação. (FÁVERO; JORGE; MELÃO; 2005,
pág. 50).
O fazer profissional do Assistente Social é evidenciado durante todo o
processo de adoção, fazendo o uso da instrumentalidade técnica-operativa do
Serviço Social empregada pelo assistente social, embasado no método de
entrevista, visita domiciliar, estudo, perícia, laudo e parecer social, pois são
ferramentas que representam características fundamentais, desse fazer profissional.
(FÁVERO, 2007).

ATUAÇÃO DO ASSITENTE SOCIAL JUNTO AO JUDICIÁRIO E


ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS NO PROCESSO DE ADOÇÃO TARDIA

A inserção do Serviço Social no campo sóciojurídico se deu a partir da


criação do Juízo Privativo de Menores de São Paulo, na década de 1990, onde os
assistentes sociais foram chamados para atuarem, neste juízo como comissários de
vigilância. De acordo com Fávero, Melão e Jorge (2005), somente em 1940 é que os
assistentes sociais passaram a atuar formalmente no Juizado de Menores, com a
criação do Serviço de Colocação Familiar em São Paulo. (OLIVEIRA &VIEIRA,
2015, pág. 02) Pode-se considerar que o Serviço Social é uma profissão que faz
parte da composição do Poder Judiciário, que busca dar respostas sustentáveis às
demandas apresentadas pela organização jurídica, criando propostas de
intervenção com relação à determinada situação,
Esse campo de atuação do assistente social “sóciojurídico”, Fávero denomina
como:
Campo (ou sistema) sócio-jurídico diz respeito ao conjunto de áreas em que a ação
do Serviço Social articula-se a ações de natureza jurídica, como o sistema judiciário,
o sistema penitenciário, o sistema de segurança, os sistemas de proteção e
acolhimento como abrigos, internatos, conselhos de direitos, dentre outros. O tema
sócio-jurídico, enquanto síntese destas áreas, tem sido disseminado no meio
profissional do Serviço Social, em especial com a sua escolha como tema central da
Revista Serviço Social e Sociedade n. 67 (Cortez Editora), pelo comitê que a
organizou, tendo sido incorporado, a seguir, como uma das seções temáticas do X
CBAS – Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais/2001. (FÁVERO:2003, p.10).
As práticas judiciárias configuram-se como trabalho interdisciplinar
desenvolvido por profissionais de diferentes áreas de formação, o Serviço Social foi
implantado na referida área como auxiliar no campo jurídico, contribuindo com seu
conhecimento nos serviços de prestação da assistência jurídica, estando proposto
no art. 151 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (BRASIL, 1990): Art.
151 – Compete à equipe interprofissional, dentre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento,
orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação
à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.
(BRASIL, ECA, 1990, art. 151).
A inserção do assistente social no campo judiciário caracteriza-se como
trabalho especializado, em sua interação histórica com o Direito e a Justiça na
Sociedade, assumindo um papel importante na promoção de condições que visam a
integração social, nesse sentido, Chuairi (2001), afirma:
O Serviço Social possui interface com o Direito, à medida que sua
açãoprofissional, ao tratar das manifestações e enfrentamento da ‘questão
social’,coloca a cidadania, a defesa, preservação e conquista de direitos, bem
como,sua efetivação e viabilização, como foco de seu trabalho. (CHUAIRI, 2001,
pág.137).
O profissional de Serviço Social tem a responsabilidade, de dar respostas às
demandas apresentadas, fazendo a leitura através de uma visão crítica, e uma
análise da realidade institucional e principalmente social com intenção de intervir
nas condições de vida da criança e do adolescente, colaborando para a melhoria de
vida no processo de adoção. (FÁVERO, 2007).
As atribuições do assistente social judiciário são:
 Responder atentamente as determinações judiciais relacionadas à
competência do Serviço Social, dentro dos padrões que regulamenta a profissão,
embasado no Código de Ética da profissão;
 Conduzir a avaliação dos casos, elaborando estudo ou perícia social, a fim
de subsidiar ou assessorar a autoridade judiciária socializando as informações
colhidas sobre aspectos socioeconômicos, culturais, familiares, entre outros;
 Emitir laudos técnicos, pareceres, respondendo por escrito ou verbalmente
em audiências, realizando acompanhamento e reavaliando os casos;
 Desempenhar, ao longo do estudo social, ou em plantões de triagem,
aconselhamentos, orientações, encaminhamentos, e outros concernentes às
questões sóciojurídicas;
 Desenvolver atividades específicas junto ao cadastro de adoção nas Varas
de Infância e Juventude, CEJA, CEJAI;
 Colaborar e participar de trabalhos que visem a conexão do Poder
Judiciário com as instituições da área social, articulando com a rede de atendimento
de criança, adolescente e família, contribuindo para um melhor encaminhamento;
 Realizar trabalhos em conjunto com a equipe multiprofissional, cuja
finalidade é atender a solicitação de estudo psicossocial;
 Planejar e coordenar atividades técnicas e administrativas do setor social;
 Elaborar, implementar, coordenar, executar e avaliar, planos, programas e
projetos que seja do âmbito do Serviço Social, conforme diretrizes da Presidência.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO, 2004, pág. 1-2).

O Serviço Social, ficou legitimado ao longo de sua trajetória na organização


judiciária, por causa da necessidade interventiva tanto no contexto da justiça
infanto-juvenil, como nas outras áreas que compõe o sóciojurídico. Pois sua atuação
seguindoos princípios éticos norteadores do fazer profissional, se tornou parte
importante nos trabalhos do judiciário. (FÁVERO; JORGE; MELÃO; 2005, pág. 50).

A Instrumentalidade da Profissão no Processo de Adoção Tardia

A instrumentalidade do Serviço Social, significa a capacidade que a profissão


carrega de ser convertida em instrumento, nada mais é que, a experiência,
propriedade e/ou capacidade que a profissão exige para concretizar objetivos, são
experiências que o profissional adquire com o passar do tempo. Por meio desta
capacidade os assistentes sociais modificam, transformam, alteram as condições e
as relações interpessoais e sociais, segundo Yolanda Guerra,( 2009):[…] a
instrumentalidade é uma propriedade e/ou capacidade que a profissão vai
adquirindo na medida em que concretiza objetivos. Ela possibilita que os
profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissionais. É por meio
desta capacidade, adquirida no exercício profissional, que os assistentes sociais
modificam, transformam, alteram as condições objetivas e subjetivas e as relações
interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade social: no
nível do cotidiano. Na medida em que os profissionais utilizam, criam, adéquam às
condições existentes, transformando-as em meios/instrumentos para a objetivação
das intencionalidades, suas ações são portadoras de instrumentalidade. Deste
modo, a instrumentalidade é tanto condição necessária de todo trabalho social
quanto categoria constitutiva, um modo de ser, de todo trabalho. (GUERRA, 2009,
p.2)
O fazer profissional do Assistente Social é evidenciado durante todo o processo de
adoção, sendo necessário responsabilidade ao realizar a leitura da realidade social
para que suas respostas às demandas, possa refletir nas condições de vida da
criança e do adolescente. Utilizando a instrumentalidade técnica-operativa do
Serviço Social empregada pelo assistente social, embasado no método de
entrevista, visita domiciliar, estudo, perícia, laudo e parecer social, pois são
ferramentas que representam características fundamentais, que auxiliam a pesquisa
e análise dos acontecimentos e serve ainda como norteamento para a construção
da conclusão edecisão judicial. (FÁVERO, 2007).

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo possibilitou o levantamento de questões inerentes ao
acolhimento institucional, a reintegração familiar e o processo de adoção, que vem
demarcando as metamorfoses no âmbito da institucionalização existentes desde o
Código do Menores de 1979 até o atual Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) de 1990, estabelecendo-se então com a nova legislação a medida de
proteção anteriormente conhecida como “abrigo”, que tinha o objetivo de castigar e
corrigir a criança e o adolescente, levava somente ao afastamento da sociedade,
sem acompanhamento e sem um trabalho específico voltado ao retorno familiar das
crianças e adolescentes.
As novas diretrizes trazem outro ponto de vista, mais abrangente sobre
crianças, adolescentes, sua família e a convivência comunitária. A experiência do
estágio supervisionado na Casa Lar Projeto Vida Nova, foi de suma importância
para o meu desenvolvimento acadêmico e profissional, pois gerou novos saberes
mediante ao processo de ensino-aprendizagem, alicerçada através da análise
institucional e documental apresentado pela instituição, a observação do contexto
vivenciado por crianças e adolescentes em situação de risco e abandono familiar
por parte dos pais ou responsáveis, daí a necessidade de aprofundamento da
discussão que configura as principais causas do acolhimento.
É necessário termo a compreensão final que estes fatores não estão
totalmente limitados com as precárias condições financeiras da família, ou seja, a
situação de pobreza vem acompanhada de diversos outros fatores de
vulnerabilidade social que resulta no acolhimento institucional.
O Serviço Social estabelece um perfil de profissional, nele se delineia
priorizando a competência técnica, a crítica teórica e os compromissos éticos
políticos, daí a necessidade de formar profissionais capazes de desvendar as
dimensões constitutivas da chamada questão social. Através da pesquisa é possível
identificar e construir estratégias que vêm a orientar e instrumentalizar a ação
profissional, permitindo não apenas o atendimento das demandas imediatas ou
consolidadas, mas sua construção crítica.
A intervenção do assistente social judiciário frente a adoções baseia-se em
oferecer suporte à família pretendente à adoção de uma criança orientando-a, sobre
os trâmites do processo judicial, encaminhando a grupos de adoção é indicado
filmes ou livros sobre o tema e avaliando se a família está apta a assumir os
cuidados de um filho através da aproximação com a criança que está sendo
pretendida a ser adotada.

8.REFERÊNCIAS

CRESS – CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL <


______. Estatuto da Criança e do adolescente (ECA), Lei 8069 de 13 de junho de
1990. Disponível em: > Acesso em Maio 2021.

FALEIROS; Vicente de Paula. Estratégias em Serviço Social Edição: 5 ª Ed. Cortez,


2005.

FÁVERO, Eunice. Questão Social e Perda do Poder familiar, Ed. Veras, 2001.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa 4 º Ed. São Paulo: Atlas
S.A,2002.

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica: Teoria da Ciência e


iniciação à pesquisa, Ed. Vozes LTDA, 1999

LIMA, TELMA Cristiane; MIOTO; Regina Célia Tamaso. Procedimentos


Metodológicos na Construção do Conhecimento Científico: a pesquisa bibliográfica;
Disponível em: < . Acesso em maio 2021.

MARCONI; Mari a, LAKATOS; E va: Técnicas de Pesquisa 8ª. Ed. São Paulo:
Editora Atlas, 2018.

PRADA; Cynthia, Weber; Lídia. O abrigo: análise de relatos de crianças vítimas de


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2021.

RICHARDSON, Roberto e colaboradores: Pesquisa Social Métodos e Técnicas 3ª


Ed. Revista ampliada São Paulo: Editora Atlas S.A, 2008.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo:


Cortez, 2007
SPOSATI, Aldaíza. Sistema Único da Assistência Social, Mimeo, 2004.

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