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FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS - FACUNICAMPS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

JEFERSON SOUSA DE MAGALHÃES


JÉSSICA ALVES DE CARVALHO
MAÍRA SOUZA SILVA

ADOÇÃO TARDIA: UMA PERSPECTIVA DE NOVAS


OPORTUNIDADES E O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO
PROCESSO

GOIÂNIA
2018/2
JEFERSON SOUSA DE MAGALHÃES
JÉSSICA ALVES DE CARVALHO
MAÍRA SOUZA SILVA

ADOÇÃO TARDIA: UMA PERSPECTIVA DE NOVAS


OPORTUNIDADES E O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO
PROCESSO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito


para nota da disciplina de TCC, necessária para a graduação do
curso de Bacharel em Serviço Social da Faculdade Unida de
Campinas – FacUnicamps.

Orientação do Prof.º: Me. Wesley Carlos da Rocha Ribeiro

GOIÂNIA
2018/2
ADOÇÃO TARDIA: UMA PERSPECTIVA DE NOVAS
OPORTUNIDADES E O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO
PROCESSO
LATE ADOPTION: A NEW OPPORTUNITY PERSPECTIVE AND THE
ROLE OF SOCIAL ASSISTANCE IN THE PROCESS
Jeferson Sousa de Magalhães1
Jéssica Alves de Carvalho2
Maíra Souza Silva3
Wesley Carlos Da Rocha Ribeiro4

RESUMO
O presente artigo aborda a questão da adoção tardia na sociedade contemporânea. Considera- se tardiamente as
crianças colocadas em famílias substitutas em idade superior a dois anos , que já possuem comportamentos
diferentes das demais e conseguem se perceber diferentes umas das outras.Trata- se de um estudo que busca a
resposta para promover o fortalecimento de vínculos entre adotantes e adotados na constituição da nova família.
O objetivo geral é compreender as dificuldades existentes durante o processo de adoção tardia. Específicamente,
objetiva-se estudar o processo de adoção tardia e o fortalecimento de vinculos com ambas as partes. Verificando
os mitos, medos e expectativas na adoção de uma criança com mais de dois anos, investigando os motivos que
levam esses adotantes a devolverem esses adotados a instituições de acolhimento e salientando a importância do
Assistente Social no processo de adoção tardia. Trata-se de um estudo descritivo sobre o processo tardio no qual
foram utilizados material bibliográfico e coleta de dados no Cadastro Nacional de Adoção. Conclui-se que, para
o sucesso da adoção tardia, é necessária a preparação e o acompanhamento de adotantes e adotados, pautando na
garantia de direito da criança e adolescente, pois adotar é um ato de acolhimento, paciência, respeito e vontade
de vencer os desafios para a constituição de novos vínculos familiares.
Palavras-chave : Adoção. Criança. Adolescente. Família. Vínculos.

ABSTRACT
This paper examines the issue of late adoption in contemporary society. The placement in host families of
children over two years is considered late, since they have different behaviors to others and they can perceive
themselves different from each other. It is a study that seeks a response to promote the strengthening of links
between adopters and adoptees in the constitution of the new family. Its general objective is to understand the
difficultiesthat exist during the late adoption process, the specific objectives of which are to study the late
adoption process, checking the myths, fears, and expectations when adopting a child older than two years,
investigating the reasons lead these adopters to return these adoptees to host institutions, and stressing the
importance of the Social Worker in the Child and Youth Court. It is a descriptive study about the late process,
and bibliographical material and data collection were used in the National Register of Adoption. It is concluded
that for the success of late adoption it is necessary to prepare and follow up adopters and adopted, guiding in
the guarantee of the right of the child and adolescent, because adopting is an act of welcome, patience, respect
and the will to overcome the challenges to the constitution of new family ties.
Keyword: Adoption. Child. Adolescent. Family. Links.

1
Acadêmico do 8º Período do Curso de Serviço Social- FACUNICAMPS. jefersonmagalhaes25@hotmail.com
2
Acadêmico do 8º Período do Serviço Social – FACUNICAMPS. jessicaalves.carvalho@outlook.com
3
Acadêmico do 8º Período do Curso de Serviço Social – FACUNICAMPS. maira3344@gmail.com
4
Graduado em Direito pelo Centro Universitário de Goiás-Uni-Anhanguera, Mestrando em Direito e Políticas
Públicas pela Universidade Federal de Goiás.
4

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho preocupa-se em abordar a questão da adoção tardia na sociedade


contemporânea e compreender os fatores causadores desse processo. Discorrerá ainda sobre a
possível criação dos vínculos afetivos entre adotantes e adotados, pautado na garantia dos
direitos alusivos às crianças e adolescentes, no referido processo.
Segundo Vargas (1988), considera-se adoção tardia quando ocorre a adoção de
crianças com idade superior a dois anos, em famílias substitutas. Essa criança já consegue se
identificar diferente das outras crianças e não possui certas dependências dos adultos.
A pesquisa tem como objetivo geral compreender as dificuldades existentes durante o
processo de adoção tardia e o fortalecimento de vinculos com ambas as partes.
O objetivo específico consiste em estudar o processo de adoção tardia, verificando os
mitos, medos e preconceitos existentes ao adotar um filho com mais de dois anos. Serão
investigados, também, os motivos que levam os adotantes a devolveram as crianças e os
adolescentes aos abrigos de origem, ressaltando a relevância do Assistente Social no processo
de adoção tardia. Trata-se de um estudo descritivo sobre a adoção na sociedade, com a
utilização de pesquisa bibliográfica, e coleta de dados no portal do Cadastro Nacional de
Adoção.
A inserção de uma criança ou adolescente em família substituta requer uma série de
cuidados, porém, entende-se que existem diversas situações em que o adotante e o adotado
enfrentam dificuldades no estágio de convivência, o que pode ocasionar a desistência da
conduta por parte dos casais que anseiam pela adoção.
A decisão em adotar pode ocorrer da noite para o dia, mas exige tempo para que se
tenha sucesso no processo. Constituir novos vínculos é algo que irá exigir, tanto dos filhos
quanto dos pais, treinamento e paciência.
Quando a criança ou o adolescente é colocado em uma instituição de acolhimento, ela
carrega um apanhado de traumas antigos, como violência física, moral, sexual, psicológica.
Isso irá exigir acompanhamento e tratamento, a fim de tratar os problemas.
Para que se tenha sucesso nesse processo, a nova família deverá ser acompanhada por
profissionais capacitados para trabalhar todos esses problemas e visando evitar uma nova
devolução.
O presente estudo busca desconstruir alguns conceitos que acabam se tornando
entraves durante o processo. Trabalhar essa temática se justifica pela grande importância em
5

transformar a vida dos adotados, na perspectiva da formação de uma nova família,


estabelecendo relações harmoniosas e de respeito.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo sobre a adoção na sociedade, com a utilização de


pesquisa bibliográfica e coleta de dados no portal do Cadastro Nacional de Adoção.

2.2 Adoção
A adoção é o ato jurídico em que se coloca a criança ou o adolescente em uma família
substituta, de forma definitiva. Isso ocorre devido a todas as tentativas fracassadas de
reinserção familiar.
Nesse contexto, é necessário estabelecer possibilidades de inserir este indivíduo no
novo convívio familiar, fazendo com que se constituam dos novos vínculos afetivos e que se
apresentem novas referências de futuro, desde o acolhimento ao seu desenvolvimento social e
moral.

Famílias ousaram apostar na possibilidade de integrar ao seu seio um membro


proveniente de outra relação sexual, de outro contexto sócio familiar, logo de uma
outra história de vida e carga genética, mais que afetivamente, se ligará a essa nova,
e tronar-se-á um-entre para formar um-todo. (CAMARGO, 2006. p. 14).

O sentido mais natural é dar oportunidades para as crianças que, por várias
circunstâncias da vida, foram abandonadas ou destituídas do poder familiar e que agora,
possuem novas oportunidades de constituir um novo lar, um ambiente que os dignem a viver
em relações mais humanas, onde entende-se que será possível estabelecer relações de afeto e
amparo.
A adoção permite que o filho adotado tenha os mesmo direitos e deveres legais que os
filhos de sangue, implicando no desligamento de todos os vínculos com os pais e parentes
consanguíneos (MARMITT, 1993).
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ratifica o conceito de adoção descrito,
em seu artigo 41. “A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e
deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com os pais e parentes, salvo
os impedimentos matrimoniais”.
Essas crianças, por diferentes motivos e situações, foram destituídas do poder familiar
e tiveram seus direitos negados ou negligenciados, sendo colocadas em novas famílias, cujos
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laços, espera-se, se constituam como forma de aliança que será sua nova base para o amor
incondicional.
A nova família deve entender que esse processo é irrevogável e não deverá ser
entendido como benevolência ou caráter assistencial, mas sim conviver com novos desafios,
fazendo renúncias e aprendendo, diariamente, as vantagens e dificuldades do processo.
É importante perceber que, enquanto num processo de gestação natural há a gestação
de um filho, na adoção, toda a família estará gestando e aguardando um novo ser que não
possui seus laços biológicos, dispondo-se a recebê-lo como seu.
Em tempos anteriores o projeto de adoção foi mais desenvolvido pelos institutos de
Roma, com intuito de garantir o direito da prole civil para as pessoas que não tinham
descendentes. Logo depois, os meios de adoção foram simplificados com o imperador
Justiniano. O adotando comparecia ao magistério junto com o pai biológico e a criança,
estando disposto a inseri-la em sua família. Esse ato de fé culminava num documento que
comprovava a adoção.
Já nos tempos atuais, existem regras para estabelecer a adoção, as quais devem ser
seguidas conforme aduz a Constituição Federal de 1988, o Código Civil Brasileiro e o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), onde encontram-se as leis que estabelecem os direitos
e deveres dos adotantes e adotados.
A adoção precisa ser cada vez mais incentivada por ações devido ao número de
crianças e adolescentes disponíveis no banco de dados do Cadastro Nacional de Adoção
(CNA). De acordo com esse cadastro, no ano de 2018, existem aproximadamente 4.928 mil
crianças e adolescentes brasileiros à espera de uma nova família.

2.3 Contexto Histórico

Para compreender melhor sobre a adoção é necessário fazer uma volta aos tempos da
antiguidade clássica ocidental. Nesse período, a adoção era praticada com interesses
econômicos, políticos, jurídicos e sociais. Na sociedade grega e romana, agregar um filho
homem, sem os laços sanguíneos, na família, consistia em ato de cunho religioso no qual os
homens que não possuíam descendência masculina, considerando a extinção do seu nome ou
até mesmo da sua família.
Para que houvesse tranquilidade, prosperidade e proteção dos mortos eram essenciais
um representante vivo para garantir a riqueza na terra.
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O vivo não podia passar sem o morto, nem este nem aquele. Por esse motivo,
poderoso laço se estabelecia, unindo todas as gerações de uma mesma família. A
religião só podia propagar-se pela geração. O pai transmitia a vida ao filho e, ao
mesmo tempo, a sua crença, o seu culto, o direito de manter o lar, de oferecer o
repasso fúnebre, de pronunciar as formulas da oração. Dessa forma o homem que
não tinha filho encontrava na adoção a solução para que a família não se extinguisse.
(BARROS 2014, p 47 apud GRANATO, 2006, p.31)

Esse processo formalizava-se em uma típica cerimônia sagrada, na qual as mulheres


não podiam participar e não podiam opinar. Quando o filho entrava na nova família, eles
entendiam isso como uma benção e continuidade das tradições familiares. Todos os seus
vínculos com a família biológica eram rescindidos, de acordo com as regras e, caso isso não
fosse seguido, tanto a família ou a criança estariam sujeitos a punições dos mortos.
A questão da adoção é bastante antiga. O código de Hamurabi, firmado durante o
reinado de Hamurabi na Babilônia, em seus 282 artigos possuí vários deles tratando de
compreender as regras sobre adoção.
O código é um dos documentos mais antigos e estabelecia as regras para se viver em
comunidade, dentre elas, as orientações a serem seguidas sobre a constituição familiar sem os
vínculos biológicos. Nesse código, a pena de morte era uma das possibilidades, caso as
famílias descumprissem a lei. De acordo com Barros (2014, p. 48), “nos artigos 192 e 193
estão definidas as formas de punições aos filhos adotivos que renegavam seus pais adotivos
ou os tratavam com ingratidão”.
Já na igreja católica, existia o direito canônico que estabelecia um conjunto de normas
que organizavam a sociedade eclesial. Essas normas eram seguidas por bilhões de pessoas
pelo mundo e, em função delas, a adoção não obteve muito sucesso, pois muitas pessoas
optavam por adoção de filhos que eram concebidos por relações extraconjugais, o que, de
acordo com a igreja, se tornava uma ameaça aos casamentos e à filiação legítima. Nesse
período, a adoção perdeu forças, pois o homem deixou de ter medo de morrer e não ter filhos
de sangue, o que gerou um declínio da cultura anterior (BARROS, 2014).
Na era moderna, a adoção ganha forças novamente. Conhecido como Código
Napoleônico, o Código Civil Francês consistia em um conjunto de leis baseadas em costumes
locais, o que influenciou a volta da prática na sociedade ocidental. Napoleão Bonaparte era
casado, porém, sua esposa era estéril. Devido a esse entrave familiar, o imperador influenciou
na concessão de espaço para essas questões de família, como a adoção.
Em decorrência da prática de abandono no Brasil, ao longo da história, as dificuldades
de persistência contribuíram para que muitas mães, especialmente as solteiras e viúvas,
abandonassem seus filhos, relegando-os e expondo-os.
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Sendo assim, para suprir a tal necessidade é que surgem ainda no período colonial, as
santas casas de misericórdia, provindas de costumes como o da roda dos expostos e/ou
enjeitados. Essas casas funcionavam como forma de auxílio, oferecido pelo governo e
sociedade, às crianças abandonadas. Havia, ainda, os asilos que protegiam as mulheres
brancas de escândalos, na garantia de se evitar crimes morais

2.4 Marco Histórico

No Brasil, o marco legal e histórico ocorreu em 1916, com o destaque para o Código
Civil Brasileiro que passou a vigorar em 1917 e estabeleceu normas sobre a adoção,
nosartigos 368 a 378.
Com a promulgação do Código de Menores, Lei 6.697, de 10 de outubro de 1979, o
Estado passou a se responsabilizar pelos menores em situações irregulares, tais como a
situação de abandono, a criminalidade juvenil e o desamparo (BARROS, 2014).
Em 1988, com a Constituição da República Federativa do Brasil, houve a
desconstrução de diferentes formas de filiação, o que confere os mesmos direitos para todos
os filhos. No art. 227, § 6º, lê-se que: “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação”.
Em 1990, tivemos mais uma evolução no âmbito jurídico nacional: a aprovação do
Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. Isso ocorreu como resultados de várias
transformações na sociedade brasileira, resultantes dos movimentos sociais em prol desses
sujeitos, garantindo, assim, seus direitos e deveres, além de legislar sobre a adoção.
Já em 2009, foi sancionada a Lei Nº 12.010, de 3 de agosto 2009. Conhecida como a
“nova lei da adoção” ela não normatiza apenas a questão da adoção, mas do direito à
convivência familiar e comunitária, além de alterar vários códigos do ECA, revogando alguns
dispositivos do Código Civil Brasileiro.

2.5 Adoção Tardia

Adoção tardia é o termo utilizado para caracterizar a modalidade de adoção de


crianças maiores. Esse modelo é diferente, pois não se trata da forma convencional, mas sim
de crianças que já passaram da idade “normal” de serem adotadas.
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São crianças que já conseguem se perceber como indivíduos diferentes uns dos outros,
e passaram da fase de bebê, não necessitando de certas dependências dos adultos para realizar
suas necessidades cotidianas. Vargas afirma que:

A adoção é considerada tardia quando a criança a ser adotada tiver mais de dois
anos. Tais crianças ou foram abandonadas tardiamente pelas mães, que, por
circunstancias pessoais ou socioeconômicas, não puderam continuar se
encarregando delas ou foram retiradas dos pais pelo poder judiciário, que os julgou
incapazes de mantê-las em seu pátrio poder, ou, ainda foram “esquecidas” pelo
Estado desde muito pequenas em “orfanatos” que, na realidade, abrigam uma
minoria de órfãos. (VARGAS, 1998, p. 35).

A inserção no meio familiar proporciona a essas crianças abandonadas a constituição


de laços afetivos, o que fortalece o alicerce da adoção atual, tornando possível à criança que
não tem família a garantia de tê-la, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
As famílias brasileiras preferem um perfil de criança para serem adotadas. Dentre as
exigências está a de serem recém-nascidos, pois a adaptação seria mais fácil; a pele clara;
ausência de deficiência física, sensorial ou mental; e do sexo feminino. A escolha do sexo, de
acordo com as postulantes à adoção, é em função de as meninas possuírem comportamentos
mais amorosos.
O termo “tardio” deve ser bem colocado, nesse contexto, e não confundido, pois
muito postulante tem a visão equivocada. Acredita-se que não daria mais tempo para adotar, e
o futuro filho não possuiria condições de estabelecer novos vínculos afetivos com os futuros
pais.

2.6 A Realidade dos Adotantes

Quando os postulantes desejam adotar um filho, significa que eles já passaram por
uma série de processos internos fracassados. Processos esses que os impossibilitaram de
constituir uma família. Muitos casais enfrentam o problema da infertilidade, tanto homem
quanto mulher, algumas famílias perderam, de forma trágica, seu filho biológico e buscam
restabelecer novos vínculos parentais.
Outros decidem por adotar devido a sonhos antigos de constituir uma família,
inserindo alguém que não possua laços sanguíneos e, para que esse processo obtenha sucesso,
os futuros pretendentes precisam entender que, para a adoção dar certo, a decisão precisa ser
discutida e, principalmente, conhecida. Assim, espera-se afastar uma tentativa frustrada tanto
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para o pretendente quanto para a criança. A adoção significa um ato de amor e desafios postos
para ambas as partes.
Souza reforça o argumento ao dizer que:

Os pretendentes conscientes, responsáveis pelas suas decisões e de seu desejo da


paternagem passam a se preparar para o desconhecido, vencem o luto da
infertilidade, aceitam a situação com entusiasmo embora ansiosos, mas
emocionalmente bem. Passam a frequentar os cursos e encontros preparatórios,
fazem leituras e dialogam muito (SOUZA, 2012, p.88).

A etapa primordial, nesse estágio, é conhecida como os cursos de preparação que são
oferecidos pela Vara da Infância e Juventude. Nele, os futuros pais serão orientados em como
proceder nesse momento tão importante de suas vidas. Será a etapa de conhecer essa nova
realidade e se inteirar com outros postulantes, trocando ideias, sonhos e se inteirando sobre os
medos e desafios do processo.
O ECA, art. 197, § 1o, discorre sobre a obrigatoriedade da preparação:

É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da


Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar e
dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da Infância
e da Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção
inter-racial, de crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas
ou com necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos.

Nesse momento, será importante salientar e estimular sobre a adoção tardia. Porém,
não serão impostas ideias de adotar uma criança ou adolescente aos futuros pais, isso poderia
gerar uma série de conflitos internos, já que se trata do momento de sanar muitas dúvidas,
conhecer casos reais de sucesso ou fracasso nesse tipo de adoção.
Ao interagir com outros postulantes à adoção, muitos pretendentes desconstroem a
ideia de adotar. Eles verificam que não era aquilo que desejavam e desistem. Outros decidem
esperar mais um tempo, pois compreendem que o desafio é grande e árduo. Decidir adotar um
filho, principalmente para os “marinheiros de primeira viagem”, requer muita preparação por
ambas as partes, já que as relações de vínculos acontecem com o tempo e não possuem
nenhum manual de instrução.
Os trabalhos são desenvolvidos pela equipe técnica da Vara da Infância e Juventude e
por Grupos de Apoio à Adoção. É complexo, pois será por meio desse apoio que o sucesso
poderá ocorrer ou não na constituição dessa nova família.
Os pretendentes, no primeiro momento, estão com raiva, tristes e se sentem culpados
pela infertilidade, além de sofrerem com as cobranças da família e sociedade por aquele filho
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que já deveriam existir. Em função disso, não são convidados para aniversários, batizados,
entre outros eventos sociais e acabam ficando frustrados por não terem aquele com quem irão
constituir novos vínculos, integrando um novo grupo na sociedade (SOUZA, 2012)

2.7 A Preparação Para Quem Será Filho

A criança ou o adolescente, ao chegar à instituição de acolhimento, que seja o entregue


pela família ou destituído do poder familiar, traz consigo uma série de marcas como dores,
traumas, privações, medos e angústias.
Mesmo carregando todos esses estigmas, os mesmos irão preferir continuar com sua
família e não desejando a ser colocados em um ambiente desconhecido. Essa ruptura de
vínculos requer toda a atenção, pois há um sofrimento que marcará um longo período e as
marcas poderão demorar ou não a cicatrizar. De acordo com Souza (2012, p. 97), “essa
ruptura, normalmente, é difícil e exige uma compreensão. As crianças não sabem expressar ou
compreender seus sentimentos. Seus guardadores deverão acolhê-las com afeto, zelo e
atenção”.
A grande maioria dessas crianças e, principalmente, adolescentes, apresentaram um
comportamento que não fazia parte de suas vidas, mesmo estando com sua família e tendo
negligenciados os seus direitos, o comportamento mais comum é a revolta, agressividade e
dificuldade de convivência com os outros, na instituição.
Com passar do tempo, eles vão se aproximando uns dos outros e da Mãe Social. É um
processo longo, mas eles começarão a ter acompanhamento da equipe técnica, que irá
trabalhar a ideia de que eles poderão ser colocados em famílias substitutas e constituir novos
laços afetivos (SOUZA, 2012).

2.8 Os Medos, Os Mitos e Preconceitos da Adoção Tardia

Os postulantes protagonizam o papel de pai/mãe na formação de sua família, na


construção de uma história na qual se empenham em registrar e acompanhar todo o
desenvolvimento da criança, desde os primeiros dias de vida, ou desses em seu novo lar. Isso
faz com que os adotandos se limitem e classifiquem-nas como "crianças idosas", se deixando
afetar pelo medo de enfrentar dificuldades.
Através dos medos, fantasias e insegurança, são desenvolvidos vários preconceitos,
tanto pelos postulantes quanto pela sociedade. Nesse diapasão, existem diversos mitos
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eventuais, tais como: o da boa-mãe; o da dificuldade na educação; o medo dos pais biológicos
requererem a criança de volta; dos filhos quererem saber da sua origem; dos laços sanguíneos,
dentre outros.
Para Camargo (2006, p.91), “Os mitos que constituem a atual cultura de adoção no
Brasil, apontam-se como fortes obstáculos à realização de adoções de "criança idosas", pois
potencializam crenças e expectativas negativas ligadas à prática da adoção tardia". Por esse
motivo, os postulantes buscam meios fáceis de moldar uma criança e imaginam que quanto
menor a idade, mais rápida será a adaptação.
O medo de optar pela adoção de crianças maiores é de que elas possam levar consigo a
cultura, os costumes, o caráter, e os defeitos que foram obtidos em suas origens, ou nas
instituições (abrigos) em que vivem. Desse modo, os adotandos geram certa resistência, no
âmbito da adoção, pelo fato das crianças maiores já terem construído e desconstruído o afeto,
e passam por uma fase de caracterizar sua própria identidade. De acordo com Souza e
Casanova (2014), as crianças que vivem em orfanatos e/ou abrigos e que têm certa idade são
consideradas problemáticas por adquirirem falhas no comportamento que, na maior parte das
vezes, são difíceis de corrigir.
Ante a tais comportamentos, a criança enfrenta diversos preconceitos, chegam ser
chamadas de ‘monstrinhos’. Muitas delas tentam destruir essa muralha, convivendo com
pessoas que mal os conhece e tentam mudar sua maneira de pensar e de agir para poder
equilibrar suas emoções.

2.9 Dificuldades na Adaptação Com a Nova Família

São diversos motivos que levam as crianças a serem encaminhadas para abrigos. Esses
motivos são fundamentados no rompimento de vínculo com sua família biológica. Além do
abandono, os conflitos gerados pelos problemas familiares influenciam na vida dessas
crianças, causando circunstâncias de extremo desagrado e que prejudicam seu bem-estar
físico e mental.
Para Souza e Casanova (2014), crianças que tiveram interrupções emocionais chegam
às instituições ou no novo lar, cheias de mágoas, tristezas e medo. Levam consigo o desânimo
e a falta de esperança em ter outra oportunidade de reviver seu afeto.
Ao serem adotadas, essas crianças tendem a ir para seu novo lar com lembranças de
seu pai e/ou mãe biológica e do ambiente em que viveu toda a negligência, agressões,
sofrimentos e o abandono.
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Algumas passaram por situações desastrosas com a família, outras passaram fome ou
até mesmo dormiram nas ruas. Isso faz com que tenham dificuldades para confiar novamente,
se apegar, ou até mesmo amar. Para as autoras mencionadas:

Toda criança sente necessidade de pertencer a alguém, desejam sobreviver e


aprender a ser dissimulada. Não tem privacidade na instituição. Ter que chamar de
pai, mãe estas pessoas que entram em sua vida e que mal conhece, até sem entender
seu real significado. (Souza e Casanova, 2014, p. 58).

Essas crianças sonham em ter um lar, em conviver com pessoas que as amem, em ser
humanizadas e ficar seguras. Por isso, o adotando tem que obter o máximo de informações e
ter paciência para entender o que anteriormente ocorreu na vida da criança, buscando aceita-la
e trabalhar para que consigam superar essas dificuldades.
Portanto, os postulantes, ao adotarem “crianças idosas” devem assegurar com
prioridade os direitos que lhes são atribuídos e contidos no artigo 227, da CF/98. Fazendo
com que possam ser livres de negligências e que se sintam capazes de superar os problemas,
vividos anteriormente.

2.10 Fracassos na Adoção Tardia

O processo de adoção é longo. Para receber o tão sonhado filho, os postulantes a


adoção passarão por várias etapas como: documentos organizados, entrevistas, habilitação,
cursos a fim de desenvolver a reflexão sobre o referido processo e suas complexidades futuras
como possível família.
O grande dia chega. O tão sonhado filho é levado para casa. Entretanto, com o passar
do tempo, os problemas começam a surgir e, sem saber como lidar com isso, os adotantes
acabam devolvendo esse filho para instituição de acolhimento, o que gera novos traumas,
medos e insegurança na criança ou no adolescente devolvido.
Os motivos dessa devolução são vários, mas o principal consiste na falta de preparo
dos pais, além da ausência de sabedoria em lidar com problemas no período de adaptação da
criança. É sabido que existem falhas no processo preparatório dos candidatos, há crises
conjugais, acúmulo de responsabilidades, falta de conhecimento sobre o perfil do filho e seu
passado, marcado por vários problemas que precisam ser respeitados e acompanhados, o que
requer tempo para que ambos os lados se ajustem.
A desistência ocorre por falta de capacitação dos postulantes à adoção. Faltou a
convivência adequada com o futuro filho, buscando conhecê-lo de fato, saber sobre seu
14

comportamento, bem como o acompanhamento da pós-adoção, especialmente, faltou buscar


ajuda para aprender a conviver e a vencer desafios. (SOUZA, 2012)
Diante dessas informações, pode-se observar que as devoluções ocorrem durante o
estágio de convivência, sem um tempo exato, afirma o Magistrado da Vara de Infância e
Juventude.
Ao decidir adotar um filho, faltou sinceridade por partes dos postulantes à adoção em
traçar o perfil do futuro filho, faltou construção emocional de todos os postulantes e
envolvidos. Acredita-se que isso se deva à pressa em tornar-se pai ou mãe, quando muitos
pais acabam aceitando um perfil de criança ou o adolescente que não os agradaram.
Essa segunda devolução irá desencadear problemas com autoestima, confusões
psicológicas, sentimento de rejeição, dor e agressividade na criança devolvida, que é vítima
da falta de responsabilidade e imprudência de adultos que, ao longo da vida, cruzaram seu
caminho.
Para as crianças menores, esse momento também é marcado com novos traumas, mas
para os adolescentes, que já conseguem entender tudo que está ocorrendo, as consequências
são maiores. Muitos vão criando mecanismos de defesas e vão se tornando pessoas difíceis, o
que gera a desistência de ter uma nova família.

2.11 A Relevância do Assistente Social no Processo de Adoção Tardia

Para que ocorra o sucesso na adoção tardia é necessária a preparação dos adotantes e
adotados, pois deverá existir a motivação adequada, levando ao sucesso da tão sonhada
família.
Na execução dessa ação, é importante a motivação. Neste caso, será o desejo de
exercitar a maternidade ou paternidade consciente e responsável. É uma força que faz parte
dos desejos das pessoas ao realizar um sonho.
Souza (2012, p. 53) afirma que “a motivação real é um dos fatores para o sucesso.
Além disso, é necessária a disponibilidade para receber, compreender e atender uma criança
crescida, com vontade própria e aceitá-la como é”.
Ao indicar essa criança ou adolescente para a adoção, devem-se apresentar aos
pretendentes todas as informações necessárias, como por exemplo, o histórico de
comportamento, saúde e todas as informações escolares durante a vida com a família
biológica.
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A maneira que esse futuro filho é apresentado varia de região para região, alguns irão
conhecer por fotos, na Vara da Infância e Juventude, outros irão até a instituição de
acolhimento, onde poderão conhecê-lo em meio às outras crianças.
Inicia-se então o estágio de convivência, ou seja, o momento de se aproximar da
criança ou adolescente permitindo a percepção de um pretendente empenhado no processo e
de uma criança que também esteja acolhendo-o (SOUZA, 2012).
Durante essas etapas, ambas as partes deverão conversar, brincar, eventualmente
passar todo o final de semana juntos, em casa. O objetivo é que se conheçam e,
principalmente, criem a rotina da futura família.
Os adotantes são orientados a não envolver demais os familiares, pois o momento
requer cuidados e especial atenção ao período de adaptação da família. Devem conversar com
o futuro filho usando linguagem simples, as crianças, principalmente, não conhecem todos os
significados das palavras, muitas falam de forma errada e, por isso, será preciso atenção e
comunicação.
Souza afirma que devem:

Combinar os dias das visitas e respeitar o que foi combinado. Ofereça um


calendário, ou desenhe, para ir marcando os dias e ele ficar sabendo o tempo que
faltará para um novo encontro. Será um motivo para ficar esperando pela visita e ir
formando os elos afetivos e expectativas por aguardar a chegada dos futuros pais
(SOUZA, 2012, p. 54).

O estágio de convivência será acompanhado pelos técnicos da Vara da Infância e


Juventude, compostos por Assistentes Sociais e Psicólogos que irão elaborar relatórios para
fundamentar a colocação da criança ou adolescente na família substituta.
O Assistente Social é capacitado para traçar o estudo social, que busca utilizar os
instrumentos teóricos com finalidade de conhecer profundamente os interesses dos
postulantes e a esperança dos adotados. Observará cada situação e apontará as críticas aos
aspectos fundamentais, ensejados pelo Estatuto da Juventude, pelo ECA e pela Constituição
Federal de 1988.
Assim o profissional do serviço social, junto à Vara da Infância e Juventude,
estabelecem as particularidades dos processos constituintes da adoção de crianças maiores.
Um dos instrumentos que poderá utilizar é o da perícia, na qual, através das visitas técnicas,
efetuará a avaliação das situações de ambos os lados para que seja elaborado um parecer
técnico acerca dos conhecimentos dos processos, podendo contribuir para a tomada de
decisão do juiz.
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De acordo com o Manual de Procedimentos Técnicos (2017, p.25) há a previsão de


que:

O assistente social judiciário deve ter em mente que precisam buscar a


imparcialidade evitando pré-julgamento. Necessitam ter clareza do poder que a
situação de avaliação que o lugar institucional lhe confere buscando estabelecer uma
vinculação positiva com os atendidos. O clima deve ser amistoso e proporcionar um
espaço que facilite as reflexões, o que gerará, provavelmente, maior disponibilidade
para revelações e reais motivações. Recomenda-se que os profissionais apurem suas
escutas e a observação em relação a como os pretendentes à adoção lidam com as
suas relações sócias familiares e afetivas, pois elas trarão elementos significativos
para a avaliação.

O assistente social elabora “relatório social como documento específico, que é


apresentado de forma diacrítica às situações ou expressões dos postulantes e dos adotados”
(CFESS, 2011, p.45).
Assim como outras documentações, os profissionais de serviço social fazem, por
princípios éticos, todos os registros que compõem as análises para a junção dos prontuários.
Se houver mais dependência para a finalidade do processo, o juiz solicita o laudo
técnico que, por fim, é um elemento comprobatório das situações e que dará suporte no ato da
escolha, dos julgamentos e das decisões judiciais. O laudo é constituído como “prova exata”,
facilitando as convicções do juiz diante das necessidades da criança sobre os cuidados dos
pais.

2.12 O Sucesso Existe

Para o processo dar certo, é indispensável à ação de amor, paciência, carinho,


acolhimento por parte dos pretendentes. É necessário que toda a família passe pelos cursos de
preparação ou reuniões dos grupos de apoio, incluindo os novos avós, tios, primos mais
próximos. E, para aqueles postulantes que já possuem filhos, é primordial a participação dos
futuros irmãos.
Para que ocorra o sucesso na constituição da nova família e na formação de novos
vínculos afetivos será necessário o acolhimento, respeito e paciência não somente dos futuros
pais, mas de todos aqueles que a criança ou adolescente irá conviver. Isso demanda tempo e
empenho, pois o adotado estará passando por um processo de adaptação junto à nova família.
Em média, uma criança leva em torno de dois anos para se adaptar e sentir-se aceita
nessa nova vinculação familiar, pois sente medo da rejeição (SOUZA, 2012, p.60). Ao viver
determinado tempo na instituição de acolhimento, a criança ou o adolescente, passa por
inúmeras situações desagradáveis, o que, infelizmente, ela carregará consigo por muito tempo,
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inclusive com a nova família. Esse é o momento em que ocorrem os problemas devidos a
traumas recentes, exigindo criatividade de todos os envolvidos para solucionar os problemas.
É orientado aos pais que não fique questionando sobre o passado do filho, que deixem
que ele fale aos poucos e de forma natural. As situações vão demandar etapas para seu
enfretamento, isso fará com que os pais criem laços de confiança e carinho.
Receber o filho crescido vai exigir muito preparo e mudança na rotina da família. Isso
implica em não tentar reformar o filho, mas deixar que ele se sinta seguro e amado. Nesse
momento de fortalecimento de vínculos, é importante pontuar somente as qualidades da
criança ou do adolescente. Assim, caso apareça algum problema, será mais fácil contornar a
situação, todos estão se ajustando e se construindo ao longo das etapas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todas as pesquisas realizadas acerca do assunto abordado, verificou-se que o


processo de adoção tardia de crianças e adolescentes ainda amedronta diversas pessoas que
desejam constituir uma nova família, as quais se deixam levar pelos preconceitos da
sociedade e pelos estigmas existentes no comportamento da criança ou adolescente.
Esses fatos imaginários fazem com que as famílias criem resistência ao adotar um
filho, pois o medo dessa criança ou adolescente vir com hábitos e costumes que possam a
dificultar as relações familiares é erro crasso. O adotado possui toda uma historia de vida,
marcada por situações que requerem atenção, paciência e acompanhamento. Tudo isso faz
travar os procedimentos da adoção, mantendo a espera da criança e do adolescente cada vez
mais tardia.
Salienta-se, nesse contexto, que para obter sucesso na adoção de “crianças idosas” ou
adolescentes é necessário que seja feita a preparação, tanto com os postulantes à adoção
quanto com os adotados, junto à equipe multiprofissional que, de fato, engloba o profissional
de Serviço Social. Assim, é papel desse profissional trabalhar todas as ações, tornando-as
reflexivas sobre o passado da criança, e buscar meios de controlar suas emoções para que
tenham paciência e bastante entendimento na fase de adaptação e, principalmente, tornem as
relações mais afetivas e harmoniosas.
Por mais extenso que seja o assunto, foram ampliadas as informações necessária nas
intenções dos postulantes, mediante a criança, e na árdua espera da criança para o alcance de
um novo lar. São pautados, no processo da adoção, os direitos alusivos da criança e do
adolescente e, consequentemente, o fazer com que se sintam acolhidos e amados.
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Dessa forma, a criança ou adolescente tem uma nova oportunidade de constituir uma
família, tendo seus direitos básicos como saúde, alimentação, educação e lazer, o que
estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Espera-se que, com esse estudo, a adoção tardia seja cada vez mais explorada por
estudiosos, abrindo novos campos de pesquisa dessa temática, a fim de contribuir para que
mais e mais crianças e adolescentes possam constituir novos vínculos familiares, reduzindo o
número alarmante desses infantes na fila de adoção. Dessa forma, podendo formar novos
cidadãos que irão fazer parte de uma nova ordem societária.

4. REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Civil Brasileiro Lei N° 3.071, DE 1° de Janeiro DE 1916.

______. Lei N° 6.697, de 10 de outubro de 1979. Institui o código de menores.

______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

______. Estatuto da Criança e do Adolescente, Câmera dos Deputados, Lei no 8.069, de 13


de julho de 1990.

______. Código Civil Brasileiro, Lei N° 10.406, de 10 de Janeiro de 2002.

______. Lei Nº 12.010, de 3 de Agosto de 2009. Dispõe sobre a adoção.

BARROS, Rosana Maria Souza De. Adoção e família: a preferência pela faixa etária –
certezas e incertezas. Curitiba: Juruá, 2014.

CAMARGO, Mário Lázaro. Adoção tardia: Mitos, medos e expectativas. Bauru, SP: Edusc,
2006.

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. O Estudo Social em perícias, laudos e


pareceres técnicos: Contribuição ao debate no Judiciário, penitenciário e na Previdência
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querem crianças brancas. Disponível em http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/82321-cai-
numero-de-pretendentes-a-adocao-que-so-querem-criancas-brancas: acesso em 27/07/2018.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Passo a Passo para Adoção. Disponível em:


http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/cadastro-nacional-de-adocao-cna/passo-a-passo-da-
adocao: acesso em 27/07/2018.
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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Cadastro Nacional de Adoção. Disponível em


http://www.cnj.jus.br/cnanovo/pages/publico/index.jsf: acesso em 04/09/2018.

FREIRE, Débora Rodrigues; MARQUES, Valquíria; SILVA, Yuri Emmanuelle. Adoção


tardia e o trabalho do Assistente Social. Simpósio de Serviço Social do Curso de Serviço
Social do Triângulo Mineiro.

MARMITT, Arnaldo. Adoção. Rio de Janeiro: Aideed. 1993

Manual de Procedimentos Técnicos. Disponível em


https://www.tjsp.jus.br/manual_de_procedimentos.pdf/. Acesso em: 12 de outubro de 2018.

SOUZA, HáliaPauliv de. Adoção tardia: devolução ou desistência de um filho? A necessária


preparação para adoção. Curitiba. Juruá, 2012.

_______. Adoção e a preparação dos pretendentes: roteiro para o trabalho nos grupos
preparatórios. Curitiba: Juruá, 2004.

________. Adoção e seus desafios. Curitiba: Juruá, 2018.

VARGAS, Marlizete Maldonado. Adoção tardia: Da família sonhada a família possível. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 1988.

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