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GOIÂNIA
2018/2
JEFERSON SOUSA DE MAGALHÃES
JÉSSICA ALVES DE CARVALHO
MAÍRA SOUZA SILVA
GOIÂNIA
2018/2
ADOÇÃO TARDIA: UMA PERSPECTIVA DE NOVAS
OPORTUNIDADES E O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NO
PROCESSO
LATE ADOPTION: A NEW OPPORTUNITY PERSPECTIVE AND THE
ROLE OF SOCIAL ASSISTANCE IN THE PROCESS
Jeferson Sousa de Magalhães1
Jéssica Alves de Carvalho2
Maíra Souza Silva3
Wesley Carlos Da Rocha Ribeiro4
RESUMO
O presente artigo aborda a questão da adoção tardia na sociedade contemporânea. Considera- se tardiamente as
crianças colocadas em famílias substitutas em idade superior a dois anos , que já possuem comportamentos
diferentes das demais e conseguem se perceber diferentes umas das outras.Trata- se de um estudo que busca a
resposta para promover o fortalecimento de vínculos entre adotantes e adotados na constituição da nova família.
O objetivo geral é compreender as dificuldades existentes durante o processo de adoção tardia. Específicamente,
objetiva-se estudar o processo de adoção tardia e o fortalecimento de vinculos com ambas as partes. Verificando
os mitos, medos e expectativas na adoção de uma criança com mais de dois anos, investigando os motivos que
levam esses adotantes a devolverem esses adotados a instituições de acolhimento e salientando a importância do
Assistente Social no processo de adoção tardia. Trata-se de um estudo descritivo sobre o processo tardio no qual
foram utilizados material bibliográfico e coleta de dados no Cadastro Nacional de Adoção. Conclui-se que, para
o sucesso da adoção tardia, é necessária a preparação e o acompanhamento de adotantes e adotados, pautando na
garantia de direito da criança e adolescente, pois adotar é um ato de acolhimento, paciência, respeito e vontade
de vencer os desafios para a constituição de novos vínculos familiares.
Palavras-chave : Adoção. Criança. Adolescente. Família. Vínculos.
ABSTRACT
This paper examines the issue of late adoption in contemporary society. The placement in host families of
children over two years is considered late, since they have different behaviors to others and they can perceive
themselves different from each other. It is a study that seeks a response to promote the strengthening of links
between adopters and adoptees in the constitution of the new family. Its general objective is to understand the
difficultiesthat exist during the late adoption process, the specific objectives of which are to study the late
adoption process, checking the myths, fears, and expectations when adopting a child older than two years,
investigating the reasons lead these adopters to return these adoptees to host institutions, and stressing the
importance of the Social Worker in the Child and Youth Court. It is a descriptive study about the late process,
and bibliographical material and data collection were used in the National Register of Adoption. It is concluded
that for the success of late adoption it is necessary to prepare and follow up adopters and adopted, guiding in
the guarantee of the right of the child and adolescent, because adopting is an act of welcome, patience, respect
and the will to overcome the challenges to the constitution of new family ties.
Keyword: Adoption. Child. Adolescent. Family. Links.
1
Acadêmico do 8º Período do Curso de Serviço Social- FACUNICAMPS. jefersonmagalhaes25@hotmail.com
2
Acadêmico do 8º Período do Serviço Social – FACUNICAMPS. jessicaalves.carvalho@outlook.com
3
Acadêmico do 8º Período do Curso de Serviço Social – FACUNICAMPS. maira3344@gmail.com
4
Graduado em Direito pelo Centro Universitário de Goiás-Uni-Anhanguera, Mestrando em Direito e Políticas
Públicas pela Universidade Federal de Goiás.
4
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 METODOLOGIA
2.2 Adoção
A adoção é o ato jurídico em que se coloca a criança ou o adolescente em uma família
substituta, de forma definitiva. Isso ocorre devido a todas as tentativas fracassadas de
reinserção familiar.
Nesse contexto, é necessário estabelecer possibilidades de inserir este indivíduo no
novo convívio familiar, fazendo com que se constituam dos novos vínculos afetivos e que se
apresentem novas referências de futuro, desde o acolhimento ao seu desenvolvimento social e
moral.
O sentido mais natural é dar oportunidades para as crianças que, por várias
circunstâncias da vida, foram abandonadas ou destituídas do poder familiar e que agora,
possuem novas oportunidades de constituir um novo lar, um ambiente que os dignem a viver
em relações mais humanas, onde entende-se que será possível estabelecer relações de afeto e
amparo.
A adoção permite que o filho adotado tenha os mesmo direitos e deveres legais que os
filhos de sangue, implicando no desligamento de todos os vínculos com os pais e parentes
consanguíneos (MARMITT, 1993).
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ratifica o conceito de adoção descrito,
em seu artigo 41. “A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e
deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com os pais e parentes, salvo
os impedimentos matrimoniais”.
Essas crianças, por diferentes motivos e situações, foram destituídas do poder familiar
e tiveram seus direitos negados ou negligenciados, sendo colocadas em novas famílias, cujos
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laços, espera-se, se constituam como forma de aliança que será sua nova base para o amor
incondicional.
A nova família deve entender que esse processo é irrevogável e não deverá ser
entendido como benevolência ou caráter assistencial, mas sim conviver com novos desafios,
fazendo renúncias e aprendendo, diariamente, as vantagens e dificuldades do processo.
É importante perceber que, enquanto num processo de gestação natural há a gestação
de um filho, na adoção, toda a família estará gestando e aguardando um novo ser que não
possui seus laços biológicos, dispondo-se a recebê-lo como seu.
Em tempos anteriores o projeto de adoção foi mais desenvolvido pelos institutos de
Roma, com intuito de garantir o direito da prole civil para as pessoas que não tinham
descendentes. Logo depois, os meios de adoção foram simplificados com o imperador
Justiniano. O adotando comparecia ao magistério junto com o pai biológico e a criança,
estando disposto a inseri-la em sua família. Esse ato de fé culminava num documento que
comprovava a adoção.
Já nos tempos atuais, existem regras para estabelecer a adoção, as quais devem ser
seguidas conforme aduz a Constituição Federal de 1988, o Código Civil Brasileiro e o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), onde encontram-se as leis que estabelecem os direitos
e deveres dos adotantes e adotados.
A adoção precisa ser cada vez mais incentivada por ações devido ao número de
crianças e adolescentes disponíveis no banco de dados do Cadastro Nacional de Adoção
(CNA). De acordo com esse cadastro, no ano de 2018, existem aproximadamente 4.928 mil
crianças e adolescentes brasileiros à espera de uma nova família.
Para compreender melhor sobre a adoção é necessário fazer uma volta aos tempos da
antiguidade clássica ocidental. Nesse período, a adoção era praticada com interesses
econômicos, políticos, jurídicos e sociais. Na sociedade grega e romana, agregar um filho
homem, sem os laços sanguíneos, na família, consistia em ato de cunho religioso no qual os
homens que não possuíam descendência masculina, considerando a extinção do seu nome ou
até mesmo da sua família.
Para que houvesse tranquilidade, prosperidade e proteção dos mortos eram essenciais
um representante vivo para garantir a riqueza na terra.
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O vivo não podia passar sem o morto, nem este nem aquele. Por esse motivo,
poderoso laço se estabelecia, unindo todas as gerações de uma mesma família. A
religião só podia propagar-se pela geração. O pai transmitia a vida ao filho e, ao
mesmo tempo, a sua crença, o seu culto, o direito de manter o lar, de oferecer o
repasso fúnebre, de pronunciar as formulas da oração. Dessa forma o homem que
não tinha filho encontrava na adoção a solução para que a família não se extinguisse.
(BARROS 2014, p 47 apud GRANATO, 2006, p.31)
Sendo assim, para suprir a tal necessidade é que surgem ainda no período colonial, as
santas casas de misericórdia, provindas de costumes como o da roda dos expostos e/ou
enjeitados. Essas casas funcionavam como forma de auxílio, oferecido pelo governo e
sociedade, às crianças abandonadas. Havia, ainda, os asilos que protegiam as mulheres
brancas de escândalos, na garantia de se evitar crimes morais
No Brasil, o marco legal e histórico ocorreu em 1916, com o destaque para o Código
Civil Brasileiro que passou a vigorar em 1917 e estabeleceu normas sobre a adoção,
nosartigos 368 a 378.
Com a promulgação do Código de Menores, Lei 6.697, de 10 de outubro de 1979, o
Estado passou a se responsabilizar pelos menores em situações irregulares, tais como a
situação de abandono, a criminalidade juvenil e o desamparo (BARROS, 2014).
Em 1988, com a Constituição da República Federativa do Brasil, houve a
desconstrução de diferentes formas de filiação, o que confere os mesmos direitos para todos
os filhos. No art. 227, § 6º, lê-se que: “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação”.
Em 1990, tivemos mais uma evolução no âmbito jurídico nacional: a aprovação do
Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. Isso ocorreu como resultados de várias
transformações na sociedade brasileira, resultantes dos movimentos sociais em prol desses
sujeitos, garantindo, assim, seus direitos e deveres, além de legislar sobre a adoção.
Já em 2009, foi sancionada a Lei Nº 12.010, de 3 de agosto 2009. Conhecida como a
“nova lei da adoção” ela não normatiza apenas a questão da adoção, mas do direito à
convivência familiar e comunitária, além de alterar vários códigos do ECA, revogando alguns
dispositivos do Código Civil Brasileiro.
São crianças que já conseguem se perceber como indivíduos diferentes uns dos outros,
e passaram da fase de bebê, não necessitando de certas dependências dos adultos para realizar
suas necessidades cotidianas. Vargas afirma que:
A adoção é considerada tardia quando a criança a ser adotada tiver mais de dois
anos. Tais crianças ou foram abandonadas tardiamente pelas mães, que, por
circunstancias pessoais ou socioeconômicas, não puderam continuar se
encarregando delas ou foram retiradas dos pais pelo poder judiciário, que os julgou
incapazes de mantê-las em seu pátrio poder, ou, ainda foram “esquecidas” pelo
Estado desde muito pequenas em “orfanatos” que, na realidade, abrigam uma
minoria de órfãos. (VARGAS, 1998, p. 35).
Quando os postulantes desejam adotar um filho, significa que eles já passaram por
uma série de processos internos fracassados. Processos esses que os impossibilitaram de
constituir uma família. Muitos casais enfrentam o problema da infertilidade, tanto homem
quanto mulher, algumas famílias perderam, de forma trágica, seu filho biológico e buscam
restabelecer novos vínculos parentais.
Outros decidem por adotar devido a sonhos antigos de constituir uma família,
inserindo alguém que não possua laços sanguíneos e, para que esse processo obtenha sucesso,
os futuros pretendentes precisam entender que, para a adoção dar certo, a decisão precisa ser
discutida e, principalmente, conhecida. Assim, espera-se afastar uma tentativa frustrada tanto
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para o pretendente quanto para a criança. A adoção significa um ato de amor e desafios postos
para ambas as partes.
Souza reforça o argumento ao dizer que:
A etapa primordial, nesse estágio, é conhecida como os cursos de preparação que são
oferecidos pela Vara da Infância e Juventude. Nele, os futuros pais serão orientados em como
proceder nesse momento tão importante de suas vidas. Será a etapa de conhecer essa nova
realidade e se inteirar com outros postulantes, trocando ideias, sonhos e se inteirando sobre os
medos e desafios do processo.
O ECA, art. 197, § 1o, discorre sobre a obrigatoriedade da preparação:
Nesse momento, será importante salientar e estimular sobre a adoção tardia. Porém,
não serão impostas ideias de adotar uma criança ou adolescente aos futuros pais, isso poderia
gerar uma série de conflitos internos, já que se trata do momento de sanar muitas dúvidas,
conhecer casos reais de sucesso ou fracasso nesse tipo de adoção.
Ao interagir com outros postulantes à adoção, muitos pretendentes desconstroem a
ideia de adotar. Eles verificam que não era aquilo que desejavam e desistem. Outros decidem
esperar mais um tempo, pois compreendem que o desafio é grande e árduo. Decidir adotar um
filho, principalmente para os “marinheiros de primeira viagem”, requer muita preparação por
ambas as partes, já que as relações de vínculos acontecem com o tempo e não possuem
nenhum manual de instrução.
Os trabalhos são desenvolvidos pela equipe técnica da Vara da Infância e Juventude e
por Grupos de Apoio à Adoção. É complexo, pois será por meio desse apoio que o sucesso
poderá ocorrer ou não na constituição dessa nova família.
Os pretendentes, no primeiro momento, estão com raiva, tristes e se sentem culpados
pela infertilidade, além de sofrerem com as cobranças da família e sociedade por aquele filho
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que já deveriam existir. Em função disso, não são convidados para aniversários, batizados,
entre outros eventos sociais e acabam ficando frustrados por não terem aquele com quem irão
constituir novos vínculos, integrando um novo grupo na sociedade (SOUZA, 2012)
eventuais, tais como: o da boa-mãe; o da dificuldade na educação; o medo dos pais biológicos
requererem a criança de volta; dos filhos quererem saber da sua origem; dos laços sanguíneos,
dentre outros.
Para Camargo (2006, p.91), “Os mitos que constituem a atual cultura de adoção no
Brasil, apontam-se como fortes obstáculos à realização de adoções de "criança idosas", pois
potencializam crenças e expectativas negativas ligadas à prática da adoção tardia". Por esse
motivo, os postulantes buscam meios fáceis de moldar uma criança e imaginam que quanto
menor a idade, mais rápida será a adaptação.
O medo de optar pela adoção de crianças maiores é de que elas possam levar consigo a
cultura, os costumes, o caráter, e os defeitos que foram obtidos em suas origens, ou nas
instituições (abrigos) em que vivem. Desse modo, os adotandos geram certa resistência, no
âmbito da adoção, pelo fato das crianças maiores já terem construído e desconstruído o afeto,
e passam por uma fase de caracterizar sua própria identidade. De acordo com Souza e
Casanova (2014), as crianças que vivem em orfanatos e/ou abrigos e que têm certa idade são
consideradas problemáticas por adquirirem falhas no comportamento que, na maior parte das
vezes, são difíceis de corrigir.
Ante a tais comportamentos, a criança enfrenta diversos preconceitos, chegam ser
chamadas de ‘monstrinhos’. Muitas delas tentam destruir essa muralha, convivendo com
pessoas que mal os conhece e tentam mudar sua maneira de pensar e de agir para poder
equilibrar suas emoções.
São diversos motivos que levam as crianças a serem encaminhadas para abrigos. Esses
motivos são fundamentados no rompimento de vínculo com sua família biológica. Além do
abandono, os conflitos gerados pelos problemas familiares influenciam na vida dessas
crianças, causando circunstâncias de extremo desagrado e que prejudicam seu bem-estar
físico e mental.
Para Souza e Casanova (2014), crianças que tiveram interrupções emocionais chegam
às instituições ou no novo lar, cheias de mágoas, tristezas e medo. Levam consigo o desânimo
e a falta de esperança em ter outra oportunidade de reviver seu afeto.
Ao serem adotadas, essas crianças tendem a ir para seu novo lar com lembranças de
seu pai e/ou mãe biológica e do ambiente em que viveu toda a negligência, agressões,
sofrimentos e o abandono.
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Algumas passaram por situações desastrosas com a família, outras passaram fome ou
até mesmo dormiram nas ruas. Isso faz com que tenham dificuldades para confiar novamente,
se apegar, ou até mesmo amar. Para as autoras mencionadas:
Essas crianças sonham em ter um lar, em conviver com pessoas que as amem, em ser
humanizadas e ficar seguras. Por isso, o adotando tem que obter o máximo de informações e
ter paciência para entender o que anteriormente ocorreu na vida da criança, buscando aceita-la
e trabalhar para que consigam superar essas dificuldades.
Portanto, os postulantes, ao adotarem “crianças idosas” devem assegurar com
prioridade os direitos que lhes são atribuídos e contidos no artigo 227, da CF/98. Fazendo
com que possam ser livres de negligências e que se sintam capazes de superar os problemas,
vividos anteriormente.
Para que ocorra o sucesso na adoção tardia é necessária a preparação dos adotantes e
adotados, pois deverá existir a motivação adequada, levando ao sucesso da tão sonhada
família.
Na execução dessa ação, é importante a motivação. Neste caso, será o desejo de
exercitar a maternidade ou paternidade consciente e responsável. É uma força que faz parte
dos desejos das pessoas ao realizar um sonho.
Souza (2012, p. 53) afirma que “a motivação real é um dos fatores para o sucesso.
Além disso, é necessária a disponibilidade para receber, compreender e atender uma criança
crescida, com vontade própria e aceitá-la como é”.
Ao indicar essa criança ou adolescente para a adoção, devem-se apresentar aos
pretendentes todas as informações necessárias, como por exemplo, o histórico de
comportamento, saúde e todas as informações escolares durante a vida com a família
biológica.
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A maneira que esse futuro filho é apresentado varia de região para região, alguns irão
conhecer por fotos, na Vara da Infância e Juventude, outros irão até a instituição de
acolhimento, onde poderão conhecê-lo em meio às outras crianças.
Inicia-se então o estágio de convivência, ou seja, o momento de se aproximar da
criança ou adolescente permitindo a percepção de um pretendente empenhado no processo e
de uma criança que também esteja acolhendo-o (SOUZA, 2012).
Durante essas etapas, ambas as partes deverão conversar, brincar, eventualmente
passar todo o final de semana juntos, em casa. O objetivo é que se conheçam e,
principalmente, criem a rotina da futura família.
Os adotantes são orientados a não envolver demais os familiares, pois o momento
requer cuidados e especial atenção ao período de adaptação da família. Devem conversar com
o futuro filho usando linguagem simples, as crianças, principalmente, não conhecem todos os
significados das palavras, muitas falam de forma errada e, por isso, será preciso atenção e
comunicação.
Souza afirma que devem:
inclusive com a nova família. Esse é o momento em que ocorrem os problemas devidos a
traumas recentes, exigindo criatividade de todos os envolvidos para solucionar os problemas.
É orientado aos pais que não fique questionando sobre o passado do filho, que deixem
que ele fale aos poucos e de forma natural. As situações vão demandar etapas para seu
enfretamento, isso fará com que os pais criem laços de confiança e carinho.
Receber o filho crescido vai exigir muito preparo e mudança na rotina da família. Isso
implica em não tentar reformar o filho, mas deixar que ele se sinta seguro e amado. Nesse
momento de fortalecimento de vínculos, é importante pontuar somente as qualidades da
criança ou do adolescente. Assim, caso apareça algum problema, será mais fácil contornar a
situação, todos estão se ajustando e se construindo ao longo das etapas.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dessa forma, a criança ou adolescente tem uma nova oportunidade de constituir uma
família, tendo seus direitos básicos como saúde, alimentação, educação e lazer, o que
estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Espera-se que, com esse estudo, a adoção tardia seja cada vez mais explorada por
estudiosos, abrindo novos campos de pesquisa dessa temática, a fim de contribuir para que
mais e mais crianças e adolescentes possam constituir novos vínculos familiares, reduzindo o
número alarmante desses infantes na fila de adoção. Dessa forma, podendo formar novos
cidadãos que irão fazer parte de uma nova ordem societária.
4. REFERÊNCIAS
BARROS, Rosana Maria Souza De. Adoção e família: a preferência pela faixa etária –
certezas e incertezas. Curitiba: Juruá, 2014.
CAMARGO, Mário Lázaro. Adoção tardia: Mitos, medos e expectativas. Bauru, SP: Edusc,
2006.
_______. Adoção e a preparação dos pretendentes: roteiro para o trabalho nos grupos
preparatórios. Curitiba: Juruá, 2004.
VARGAS, Marlizete Maldonado. Adoção tardia: Da família sonhada a família possível. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 1988.