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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

ENTREVISTA E ANÁLISE EM PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO

CAUANE DA SILVA FERREIRA - RGM: 26063671


DEBORA GUIMARAES VANDERLER - RGM: 25806238
ISMAEL ABNER ALVES DOS SANTOS - RGM: 28076257
KAYLLANI FERNANDES MANDES - RGM: 27563545
MAYANE CRISTINI SILVA DE VASCONCELOS - RGM: 27651991
WALACE FERREIRA DIAS - RGM: 25782657

SÃO PAULO
2023
CAUANE DA SILVA FERREIRA - RGM: 26063671
DEBORA GUIMARAES VANDERLER - RGM: 25806238
ISMAEL ABNER ALVES DOS SANTOS - RGM: 28076257
KAYLLANI FERNANDES MANDES - RGM: 27563545
MAYANE CRISTINI SILVA DE VASCONCELOS - RGM: 27651991
WALACE FERREIRA DIAS - RGM: 25782657

ENTREVISTA E ANÁLISE EM PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO

Atividade para composição parcial


da nota da Avaliação 2 da disciplina
Psicologia e Educação, sob
orientação do Prof. Me. Jorge de
Oliveira Vieira, no campus São
Miguel.

SÃO PAULO
2023
RESUMO

A educação pode ser considerada um processo constante no ciclo vital e para


isso, a contribuição e ação do educado faz-se essencial para que a
transferência do saber ocorra de forma adequada e promova o
desenvolvimento pleno do indivíduo, frequentador do equipamento público de
educação básica, fundamental. Para a contribuição desta atualização, é de
extrema relevância a implementação efetiva da lei 19.935/2019 e entender as
responsabilidades e necessidades estatais é ideal para o funcionamento
correto de toda a rede. Veremos a partir do ponto de vista pedagógico o
funcionamento de uma unidade de educação básica e como a realidade
objetiva se relaciona com a proposta de atuação dos profissionais de
assistência psicológica e social e as experiências dos sujeitos presente nestes
contextos.

Palavras-chave: Educação; Processo de Ensino-aprendizagem; Lei


13.935/2019; Carência afetiva;
SUMÁRIO

Introdução.........................................................................................................05
Apresentação da entrevista..............................................................................06
Desenvolvimento..............................................................................................08
Parte 1..............................................................................................................08
Parte 2..............................................................................................................09
Parte 3..............................................................................................................11
Considerações Finais.......................................................................................14
Referências Bibliográficas................................................................................16
Anexo...............................................................................................................17
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INTRODUÇÃO

A Educação no Brasil se encontra em defasagem, visto que o IDEB –


Índice de Educação Básica de 2021, que é calculado através do rendimento
escolar (aprovação e evasão) que é medido a cada 2 (dois) anos, trouxe
números alarmantes e abaixo da média, incluindo redes de escolas públicas e
particulares do ensino médio, no qual a maior média obtida foi do estado do
Paraná com 4,9 e a meta de 5,2. O presidente do Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, Carlos Moreno, acredita
que a Pandemia do Corona-vírus impactou nesses resultados, pois as escolas
se mantiveram fechadas e os professores precisaram se adaptar a essa nova
realidade, dando aulas no estilo remoto, apesar de saberem que muitos dos
alunos não tinham acesso a internet e grande parte das famílias de baixa renda
possuíam apenas um celular, no qual o pai ou mãe levavam ao sair para
trabalhar. A educação brasileira possui três níveis de ensino: o nível I -
educação básica que abrange a educação infantil (de 0 a 6 anos), o nível II – o
ensino fundamental (de 7 a 14 anos) e o nível III – ensino médio (de 15 a 17
anos) de acordo com a Lei de Diretrizes Básicas artigo 32 (LDB ,1996).
Torna-se aqui relevante a contribuição e problematização da Educação
brasileira, de qual forma os profissionais como: pedagogos, professores,
psicólogos podem auxiliar e melhorar o processo de aprendizagem, desde a
educação infantil até o ensino médio e superior. É real a existência da
finalidade de que será realizado o pareamento de informações e por
conseguinte o levantamento de propostas interventivas fundamentadas nos
problemas informados pela entrevistada, de acordo com suas experiências e
dificuldades de atuação, sendo também relevante definir que é importante a
reflexão realística de o que está implementado nas políticas públicas
assistenciais fornecidas aos estudantes e o que ocorre nas instituições de
Educação Infantil no Brasil, retratados através da visão do educador,
cobranças e parâmetros exigidos pelas redes e sistemas Estaduais e
Municipais de educação no Brasil.
A fim de esclarecer e sistematizar a identificação da profissional
entrevistada, a descreveremos como “C” ou “Pedagoga C”, a fim da
preservação integral dela nos escritos da pesquisa.
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APRESENTAÇÃO DA ENTREVISTA

A “C” que possui formação de Licenciatura em Pedagogia, atua na


educação infantil há 6 anos e trabalha em uma creche conveniada a prefeitura
com crianças de 0 a 3 anos, sua sala é composta por 27 (vinte e sete) crianças,
sendo divididas em três grupos: A, B e C, cada professor fica responsável por
nove crianças. São utilizados alguns documentos que norteiam a educação
infantil tal quais: Base Nacional Comum Curricular - BNCC, Estatuto da Criança
e Adolescente - ECA e o CURRICULO DA CIDADE – que tem como objetivo
alinhar informações curriculares do Município de São Paulo a BNCC. E para
ela o modelo que define a escola é o modelo lúdico por conta da faixa etária ,
destacou que são utilizados jogos e brincadeiras para o desenvolvimento
infantil e que nessa creche que trabalha atualmente há 5 (cinco) meses os
educadores não ensinam e sim estimulam o desenvolvimento da criança de
modo que seja, tanto físico, como das interações sociais com as outras
crianças, ela nota diferenças no desenvolvimento das crianças que nasceram
durante a pandemia, principalmente no comportamento, são reservados,
acredita que isso ocorre pelo fato de ter ficado muito tempo em casa com os
pais. Durante a entrevista destacou pontos nos quais possui dificuldades como:
a infraestrutura, a família por não serem muito envolvidas nesse processo, o
trabalho em equipe com colegas e com crianças atípicas, por não ter
capacitação.
A comunidade avalia a creche através do indicador de qualidade, que é
um documento que possui nove dimensões, para os pais avaliarem todas as
questões da creche e com critérios avaliativos destacados por cores: o
vermelho – significa que não acontece ou não tem, o verde – significa positivo
ou acontece, o amarelo – significa que tem que melhorar ou ponto de atenção,
essa avaliação ocorre duas vezes ao ano, a creche é aberta para a
comunidade votar e com base nessa avaliação é verificado os pontos positivos
e negativos. Afirma que o ambiente infantil é inclusivo e diverso, os educadores
não tem distinções por etnia, raça ou preconceito com as crianças de outros
países que foram mencionadas e em situações de conflitos bem como:
disputas por brinquedos, mordidas, e agressividade, a solução adotada é o
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diálogo e planejamento de atividades. Para ela a rotina é muito corrida, tem


um cronograma a ser seguido, com horários das atividades, entrada, saída,
almoço, lanches, sono e acaba não sendo flexível.
A unidade na qual trabalha possui: um parque, uma biblioteca, uma sala
temática com televisão, sendo utilizada a mesma como sala de vídeo ou
refeitório, ambientes que ajudam no desenvolvimento das crianças. Reconhece
que as famílias dessas crianças não são participativas, para ela os horários dos
trabalhos dos pais interferem muito, até mesmo para estar levando e buscando
os filhos na creche, o vínculo com eles existem, porém poderiam ser mais
fortes usou a seguinte fala: “Eles participam da forma que podem, trabalham
muito” Existe um projeto na creche chamado de Maleta Viajante, no qual toda
sexta-feira a criança leva uma história para os pais, eles leem e fazem o
registro e depois devolvem para a creche, ela informa que tem uma boa
devolutiva das famílias a respeito desse projeto e que existem outros dentro da
unidade com esse mesmo intuito, o Dia da Família que é realizado duas vezes
ao ano, um a cada semestre, que é feito uma proposta as famílias que foram e
o projeto de Reunião de Pais que tem como objetivo contatar as famílias e
passar todo o desenvolvimento delas durante o semestre, são três projetos
fixos da unidade e que abrangem as faixas etárias dos 0 aos 3 anos. A respeito
da Lei 13935/19 ela informou não ter conhecimento da obrigatoriedade, mas
percebe sua importância, como já havia relatado tem crianças da instituição
com indícios de doenças crônicas como o TDAH e AUTISMO, seria de suma
relevância a participação do Psicólogo durante o desenvolvimento, pois nessa
unidade não tem ninguém capacitado para auxiliar, há uma grande procura por
esses profissionais por parte da família mas não possui profissional e na UBS –
Unidade Básica de Saúde o atendimento é demorado e as filas de espera são
longas.
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DESENVOLVIMENTO

Parte 1: A escola pesquisada através da(o) entrevistada(o)

O modelo de aprendizagem mais utilizado na rede publica de ensino é o


receptivo, que geralmente envolve a absorção passiva de informações, tem
suas vantagens, entre elas a transmissão eficiente de conhecimento básico
(REGO, 2018). No entanto, é importante salientar e levar em consideração
algumas críticas à esse modelo. Primeiramente, a aprendizagem receptiva
pode não desenvolver de maneira adequada as habilidades de pensamento
crítico e resolução de problemas, levando em consideração que os alunos
simplesmente recebem todas as informações prontas. Além disso, essa
abordagem pode não se adequar a todos os estilos de aprendizado, fazendo
com que alguns alunos fiquem desmotivados ou subutilizados por
possivelmente não apresentarem os mesmos resultados de demais que
possuem facilidades de aprendizagem que seus pares. Por fim, a memorização
sem compreensão profunda pode limitar a aplicação prática do conhecimento
no mundo real, por isso é fundamental equilibrar a aprendizagem receptiva com
métodos ativos que incentivem a exploração, a discussão e a aplicação prática,
promovendo então um aprendizado mais completo e eficaz.
Com base na entrevista realizada com a educadora, identificamos um
modelo de educação guiada, o qual se dá por meio das relações entre
educador e educando, criando assim a possibilidade de que este receptor
tenha direito aos materiais adequados ao seu desenvolvimento e educando, de
modo que este aluno tenha acesso interacional à matéria e o aluno (REGO,
2018). Ela afirma que “na escola em que eu estou a gente não ensina... Lá a
gente estimula a criança a desenvolver" (C. EDUCADORA, 2023), logo,
enxerga-se de forma de forma direta a contribuição deste modelo, que faz com
que o desenvolvimento suficientemente bom desta criança através da
apresentação estimulante aos alvos.
Sua fala também descreve uma comunidade construída por crianças
que demandam afeto e a partir desta observação da profissional C. define
como fornecimento afetivo uma responsabilidade institucional que é vinculado
ao melhoramento no processo de ensino-aprendizagem ofertado pelo
educador. A carência afetiva apresentada pela pedagoga é um fato objetivo na
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realidade social das crianças atendidas pelo equipamento abordado e que


pode ser provinda de uma dificuldade observada pela pedagoga é descrita em
seu discurso. Ela afirma e reforça a dificuldade encontrada na pouca
disponibilidade de tempo de genitores que trabalham formalmente, fato que
indica também escassez de tempo de qualidade na participação do
desenvolvimento individual em seus lares. Ela diz que “entende perfeitamente”
a relação dessas famílias, porem acredita que os mesmos deveriam se
envolver com mais intensidade nos eventos propostos pela escola, fazendo
com o que haja melhorias nessa dificuldade de relação de vínculos.
Possui-se a visão de que existem muitas crianças e em contrapartida,
poucas famílias para compreender a demanda e fazer com que tudo aconteça
de forma leve e sem dificuldades e com uma comunidade carente tudo se torna
mais difícil, pois há pais que precisam trabalhar a maioria do tempo para o
suprimento familiar, também os que trabalham uma carga horaria excessiva, o
que faz com que a utilização do tempo livre desse individuo – o responsável-
não consegue ter em seu tempo final, a qualidade com a criança e executar
atividades.
Podemos entender finalmente que para a maturação adequada e
suficientemente boa realizada com qualidade em uma criança, é relevante e
essencial a participação ativa e constante dos pais e responsáveis neste
processo, mantendo uma relação fortificada no decorrer dos anos.

Parte 2: Profissionais da Psicologia e a Lei 13.935/2019

“Art. 1º As redes públicas de educação básica contarão


com serviços de psicologia e de serviço social para
atender às necessidades e prioridades definidas pelas
políticas de educação, por meio de equipes
multiprofissionais.
§ 1º As equipes multiprofissionais deverão desenvolver
ações para a melhoria da qualidade do processo de
ensino-aprendizagem, com a participação da
comunidade escolar, atuando na mediação das
relações sociais e institucionais.
§ 2º O trabalho da equipe multiprofissional deverá
considerar o projeto político-pedagógico das redes
públicas de educação básica e dos seus
estabelecimentos de ensino.
Art. 2º Os sistemas de ensino disporão de 1 (um) ano,
a partir da data de publicação desta Lei, para tomar as
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providências necessárias ao cumprimento de suas


disposições.” (BRASIL, 2019).

A este momento, já podemos identificar a educação como um processo


ocorrente durante todo o processo vital, também que ela pode ser vista e lida
como um repasse de saberes, sendo possível a ministração em diversos
modelos, sendo os principais receptiva, autônoma ou guiada. Rego (2018) ao
teorizar seus modelos de educação pensa a nela em duas formas de existirem,
sendo (1) modelos amplo, alegando que a educação basicamente se dá
durante o percurso do sujeito em seu processo vital e também o pensa em seu
(2) sentido estrito, o qual se funda no vínculo relacional direto entre o professor
e o aluno em sala de aula, o que pode se adequar aos modelos já descritos.
Tratando da lei 13.935/2019, verificamos sua existência e resistência
desde meados e o início dos anos 2000, em momento que constata-se através
do projeto de lei (PL) 3688/2000 proposto pelo Deputado Federal José Carlos
Elias – PTB/ES, o qual prévia a disponibilização de serviços coparticipantes,
integrados da rede socioassistencial do Sistema Único de Assistência Social -
SUAS com a presença de profissionais da psicologia e da assistência social
nos dispositivos de educação da rede pública de ensino básico. De acordo com
a proposta do legislativo gerada finalmente no disposto de 11 de Dezembro de
2019, os profissionais da assistência psicológica e social passariam a ser
presentes na rede pública de educação básica, dando início ao atendimento e
acolhimento das demandas por parte destes profissionais. O atendimento, seria
para a maior atenção às necessidades e prioridades presentes no processo
educacional e nas políticas públicas já existente (BRASIL, 2019).
De acordo com o disposto de 11 de Dezembro de 2019, a rede pública
de educação básica deveria contar com o acolhimento de demandas por parte
de profissionais de assistência psicológica e social para atendimento e
acolhimento de demandas de necessidades e prioridades presentes na
realidade dos estudantes, as quais são inicialmente definidas e identificadas
por meio das políticas públicas. Define-se também por meio da lei 13.935/2019,
a cooperação da equipe multiprofissional de cada unidade, para que a partir
daí, possa-se ter resultados efetivos com a melhoria da qualidade do processo
de ensino-aprendizagem aos que são beneficiados pela lei.
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Quando nos referimos a atendimentos às necessidades e prioridades


definidas em políticas públicas de educação, podemos pensar como sendo de
igual comparação a relação que esta lei tem com o Art. 205, presentado na
Constituição Federal. Nele, dá-se como responsabilidade também da
comunidade e família a colaboração mutua para a viabilidade do
desenvolvimento pleno da criança e do adolescente e sua qualificação no
social (BRASIL, 1988), assim como a lei que prevê a participação da
comunidade escolar (BRASIL, 2019).
Compreende-se como adequada a articulações das leis aqui referidas
para que consigamos compreender a relevância que estas possuem na
formação da criança e do adolescente como sujeito social que één3cessitado
de adequados estímulos e ambientais, considerados como suficientemente
bons para o indivíduo plenamente desenvolvido e portador do acesso às
políticas. Para crianças encontradas em situações de vulnerabilidade, estas
políticas públicas garantem a dignidade de viver com acesso à saúde,
educação, segurança alimentar/nutricional como as demais, assim como a
segurança de não desassistidas pelo menos por parte do estado, o qual é o
responsável principal pela disponibilização do acesso à educação no Brasil
(1988). A existência de profissionais de assistência psicológica e social,
possibilita a integração de sistemas públicos importantes como o SUS –
Sistema Único de Saúde e SUAS – Sistema Único de Assistência Social com a
rede pública de educação, o que contribui para que tanto o diagnóstico quanto
a intervenção de estratégias para melhorias do sistema de ensino-
aprendizagem sejam qualificados.

Parte 3: Proposta de intervenção

“Entendo perfeitamente as relações, mas entendo que


famílias... Deveriam ser mais envolvidas na escola dos
filhos... Deveriam haver mais participações...” (C,
EDUCADORA, 2023)

Na fala apresentada pela entrevistada, localizamos uma situação


problemática na relação entre equipamento público e comunidade, não em
questão de inviabilidade de comunicação, mas sim em termos de dificuldades
de acesso e disponibilidade de tempo dos genitores de cada estudante. Ela
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descreve a baixa adesão na participação dos pais e responsáveis em relação


ao desenvolvimento escolar do filho. Assim, podemos elaborar nossa proposta,
fazendo uso das estratégias já utilizadas pela unidade escolar como a proposta
chamada de Maleta viajante pela educadora em momento já estipulado como
necessário da presença deles.
O projeto conhecido como Maleta viajante proposto pelos educadores
em geral desta unidade escolar resume-se na estimulação da relação entre
menor e responsáveis afetivo/legal. Sua dinâmica básica se dá por meio da
contação de Estórias com a família, momento o qual é proposto para a
realização aos de semana e com ela, o registro da atividade. Visto que,
segundo a fala da professora é um projeto que possui alta adesão por parte
das famílias, dá-se margens para o uso da potencialidade do momento para
aumento do vínculo e relação entre pais, comunidades e equipamento de
educação. Tendo ciência também da necessidade do comparecimento
semestral de pais e responsáveis na unidade de ensino nas reuniões de pais e
mestres, entendemos como viável a utilização de parte do tempo para também
o uso do lúdico em sala de aula, momento que possui potencial a ser
reforçador a aumentar a frequência de responsáveis na escola.
Por vias de teorias já conhecidas na aplicação de métodos educacionais,
vemos Vygotsky que pensa a importância do brinquedo no cotidiano da criança
que está a se desenvolver social e cognitivamente nos meios em que vive. Ele
pensa o brincar (ou a brincadeira) como essencial para o estabelecimento
psíquico da criança ao poder diferenciar o concreto dos símbolos, sendo que
“No brinquedo a criança comporta-se de forma mais avançada do que na
atividade da vida real e também aprende a separar objetos e significado”
(OLIVEIRA, 1995). Oliveira, pensa no brincar como fator estabelecedor do
desenvolvimento e por tal motivo, conseguimos utilizá-lo a favorecer nossa
proposta com o uso do lúdico, somado a maior participação da comunidade.
Para estabelecer parâmetros organizadores da intervenção, pensamos
no uso da maleta viajante em reunião de pais e genitores, em momento, o qual
seriam reunidos pais, mestres e alunos numa dinâmica grupal que seguiria os
mesmos termos do que já foi estabelecido previamente que é a contação de
Estórias com a possibilidade de improvisação cênica, fundo musical e até
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vestimenta que caracterize o cenário. Vista a necessidade de brevidade do


encontro, a cada bimestre ou semestre, uma família ou aluno seria o
responsável pela contação da história e teria no momento a liberdade de
utilização do espaço como desejasse.
O tópico a seguir apresenta dois pontos vinculados na problemática
presente no cotidiano comunitário, que dificulta a participação relacional aos
filhos, sendo que (2) se refere a proposta de intervenção para situação
problema apresentada em (1). (1) É a observação do escasso tempo de
disponibilidade dos responsáveis para a presença na escola e a participação
em seu desenvolvimento e (2) a apresentação da possibilidade de participação
destes num momento que já reserva-se obrigatoriamente em suas agendas -
Definido como obrigatório pelo estado - o que pode resultar em criação e/ou
reforço de vínculos tanto parental quanto entre os integrantes da comunidade
que, segundo relato da educadora, é também carente de afeto (C,
EDUCADORA, 2023).
1. “A maior dificuldade é o horário de trabalho para quem trabalha. Para
poder estar indo na escola para fazer o que precisa fazer ou participar” (C,
EDUCADORA, 2023)

A adesão da realização da atividade durante os encontros e reunião de


genitores e educadores possibilitam o uso de parte do tempo obrigatório que já
seria reservado, para o desenvolvimento individual e coletivo do grupo em
questão

2. “Muito importante para as crianças, isso. Para as professoras também...


a gestão” (C, EDUCADORA, 2023)

É a definição da educadora em seu discurso quando refere-se a


participação da família na vida das crianças. Assim, a proposta interventiva
também abrange o fornecimento de afeto que a própria educadora diz ser
essencial em todo o processo, entretanto, neste novo momento, o afeto seria
fornecido pelos responsáveis destes atendidos.

Citada pela professora a importância da participação dos responsáveis,


principalmente no momento de estimulação do imaginário por meio do brincar,
defendemos e visualizamos os fundamentos sócio-contextuais da intervenção,
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pensada para a geração mínima de impactos no cronograma escolar, mas


colaborativo com a diminuição da problemática apresentada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a compreensão contextual adequada ao final, é relevante ter-se em


mente a clareza do ambiente que é apresentado pela pedagoga C.
Conseguimos visualizar um ambiente repleto e rico de demandas carentes,
sendo elas afetivas ou financeiras, as quais refletem no desenvolvimento
funcional dessas crianças ali presentes e que são atendidas pelo equipamento
público. A professora apresenta em seu discurso falas de supõe a
representação pela instituição de suprimentos afetivos que inicialmente
deveriam ser de responsabilidade da família, buscando cobrir a falta que estes
pais fazem na vida da criança. Isso, possibilita que estas crianças tenham
minimamente o acolhimento necessário para o desenvolvimento de uma
personalidade, saudável, pensando na normativa educacional.
Em contrapartida a hipótese levantada que nos possibilita pensar numa
possível ausência e desassistência dos genitores se fundam na vulnerabilidade
social, uma vez em que este contexto o qual o responsável torna-se ausente
no desenvolvimento do filho, buscando ser o fornecedor de assistências
mínimas às necessidades básicas do filho enquanto ser humano como por
exemplo o acesso a alimentação dos filhos. O paradoxo é contado nas duas
problemáticas presentes na realidade de cada um é afixado como consequente
na vida do filho em função da necessidade existente socialmente de o pai de
suprir as necessidades vitais para a sobrevivência de sua família que por vezes
é estruturada por muitos filhos em diversos momentos de seu desenvolvimento.
A lei 13.935/2019 que possibilita a atuação do psicólogo nas escolas da
rede básica de ensino da união, contribui para a integração socioassistencial a
essas famílias encontradas a mercê da suposta assistência social que não
garante de forma funcional o direito à saúde, educação, segurança física e
alimentícia – que é o direito a assistência social - aos carentes de recursos
adequados no geral e desamparados pelas politicas publicas que vemos no
contexto apresentado, as quais aparentam ser fantasiosas, uma vez que
pensando em constitucionalidade, é assegurado o direito de acesso a
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dignidade à eles. Assim, a atuação do profissional de assistência psicológica e


social torna-se essencial para a integração entre escola, SUS e SUAS de modo
que a o acolhimento, intervenção e a assistência seja efetiva e presente na
realidade do aluno, possibilitando o desenvolvimento pleno do sujeito.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de Outubro


de 1988. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm .
BRASIL, Lei n. 13.935/2019 de 11 de Dezembro de 2019. Dispõe sobre a
prestação de serviços de psicologia e de serviços de assistência social nas
redes públicas de educação básica. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13935.htm
DESAFIOS, Educação. IDEB EM MEIO Á PANDEMIA,BRASIL NÃO
ALCANÇA METAS DE APRENDIZAGEM . set, 2022. Disponível em: Ideb: em
meio à pandemia, Brasil não alcança metas de aprendizagem Acesso em: 21
out. 2023
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um
processo sócio-histórico. . São Paulo: Scipione. . Acesso em: 23 out. 2023,
1995
Q, Edu. IDEB POR ESTADO 2021, INEP. Disponível em:
https://qedu.org.br/brasil/ideb/estados?
ciclo_id=EM&dependencia_id=0&ano=2021&order=nome&by=asc Acesso em
21 out . 2023
REGO, A. Educação: concepções e modalidades. 2018. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/323107399_EDUCACAO_conceitos
_finalidades_e_modalidades>. Acesso em: 23 out. 2023.
SÃO PAULO, Portaria 46/2010/SMADS, Dispõe sobre a tipificação da Rede
Socioassistencial do Município de São Paulo e a Regulação de Parceria
Operada por meio de Convênios. Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/assistencia_social/
arquivos/portarias/portaria_46-2010.pdf Acesso em: 21 Out. 2023
UNIÃO, Escola. OS NÍVEIS ESCOLARES. p. 1 e 9, junho, 2023. Disponível
em: https://escola.mpu.mp.br Acesso em 21 out. 2023

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