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UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES – UNIBF

GESTÃO EDUCACIONAL: DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO

BRUNO LUCHT

EVASÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

SÃO GABRIEL DA PALHA, MARÇO DE 2023


BRUNO LUCHT

EVASÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado


para obtenção de certificado no Curso de
Especialização – Latu Sensu em Gestão
Educacional: Direção, Coordenação e supervisão
da União Brasileira de Faculdades, UNIBF.

SÃO GABRIEL DA PALHA, MARÇO DE 2023


RESUMO

O objetivo desta pesquisa é apresentar os resultados de uma pesquisa


realizada com educadores da modalidade EJA em uma escola estadual Padre Josimo
localizada no interior da cidade de Nova Venécia - ES, cujo objetivo principal é
revelar os motivos que levam esses alunos a prevaricação a escola. Diante dessa
inquietação, relata-se o seguinte problema de pesquisa: Como garantir que os alunos
da EJA do Segundo Segmento do Ensino Fundamental e alunos da EJA Ensino
Médio Profissionalizante permaneçam na escola e alcançar projeções de futuro
envolvendo a participação de todos os atores nesse processo? A pesquisa realizada
foi de natureza quantitativa e qualitativa, pois além de considerar os números que
comprovam a evasão escolar, também contempla suas causas e consequências. Na
enquete foi respondido um questionário aos professores que atuam no 2º segmento e
Ensino Médio da EJA, além de entrevistas com ex-alunos que deixaram de
frequentar a escola, o resultado foi surpreendente a partir do ponto que alguns
motivos apontados pelos entrevistados não se repetiram ou foram lembrado pelos
profissionais que atuam diretamente com essa modalidade, quando interrogados
sobre o que entendem por evasão na EJA. Outro resultado intrigante que surge na
revisão de literatura foi a ausência de trabalhos acadêmicos voltados para a EJA, a
partir da realidade do Espírito Santo, desta forma a enquete ainda sugere ao leitor que
novos olhares devem ocorrer para alcançar o sucesso inclusive a permanência desses
jovens na escola.

Palavras-chave: Educação Jovens e Adultos; Evasão Escola; Ensino e


Aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa é apresentar um estudo sobre a participação efetiva


de todos os atores no processo de ensino-aprendizagem e suas previsões para o futuro
da educação de jovens e adultos em uma escola pública de ensino fundamental e
médio da cidade Nova Venécia - ES.
A EEEFM “Padre Josimo” é uma escola estadual, está localizada no
Assentamento Pipnuk, interior da cidade de Nova Venécia – ES, apesar de ser uma
escola do interior, e a gestão de educação do município não contribuir em fazer valer
a lei da escola mais próxima, a escola conta com aproximadamente 63 educandos,
onde funciona de 1º ao 5º ano do ensino fundamental pela manhã, e a noite com a
EJA ensino fundamental II e ensino médio profissionalizante em agroecologia. A
Escola tem uma estrutura mediana, e recentemente foi aprovado, licitado e iniciado
um projeto de uma nova escola. Entretanto, toda essa estrutura física e material não
contempla a EJA, modalidade que há muito sofre com o descaso político e
educacional por falta de políticas e medidas públicas que contribuam para o
desenvolvimento efetivo desses jovens e adultos.
Hoje, a educação de Jovens e adultos (EJA) é um importante segmento do
processo educacional, reconhecida e garantida pela lei nº 9.394/1996, garantindo
também em seu art. 4º, o dever do Estado de oferecer educação pública àqueles que a
ela não tiveram acesso em idade adequada, mas essa modalidade não se refere apenas
a uma questão de faixa etária, mas fundamentalmente a uma especificidade cultural,
principalmente porque o aluno is Insere-se num contexto de diversidade
sociocultural, cujas diferenças devem ser respeitadas e aproveitadas no processo de
ensino-aprendizagem, constituindo assim um fator essencial do programa que se
aplica, ou seja, saberes e opiniões diferentes, conforme Freire aponta (1996) e Brasil
(1999).
É do meu desejo cotidiano e de todos os atores combinar atividades que se
desenvolvem desta forma. Então decidi estudar e analisar seu contexto e perspectiva
diante da situação em constante mudança. Assim, por exemplo, pode-se demonstrar
que os objetivos não são claros do ponto de vista dos profissionais da educação dos
alunos e da comunidade em geral. A falta de um currículo próprio, bem como a
ligação com o mundo exterior, com as ações desta escola está sem dúvida
descontextualizada, ou seja, o que se desenvolve na escola é pouco aproveitado na
vida prática.
A proposta é, como objetivo geral, identificar os motivos que levam os alunos
da educação de Jovens e Adultos a largar mão do ensino e como objetivos
específicos, analisar os fatores de descompasso entre os projetos desenvolvidos na
EJA e a falta de aplicação / sua continuidade na vida secular dos alunos destacam as
formas possíveis de construção de tarefas na EJA que envolvam todos os saberes e
atores desse processo.
Assim, e de acordo com este ponto de vista, consequentemente, é necessário
garantir que os envolvidos no processo se tornem participantes e usem seus
conhecimentos para criar atividades que contribuam para o desenvolvimento
cognitivo e emocional dos alunos. A educação de jovens e adultos é essencialmente
formada por pessoas que possuem rica experiência de vida, seja pelo lado positivo,
seja pelo lado negativo, podendo de ambos os lados agregar ao ambiente escolar o
que nunca possuir que fazer ou o que fez. Melhor compartilhando suas experiências.
Nesse sentido, a maioria desses alunos são jovens e adultos, que nunca tiveram
acesso à escola em idade adequada, por diversos motivos, entre eles e os mais
relevantes, por pertencer a famílias de baixa renda e participar de uma idade precoce.
Na subsistência com sua força de trabalho, porém, há casos de meninas que foram
mães muito jovens, e por isso abandonaram a escola ou de meninas cujos esposos
não permitiam que estudassem, enfim, hoje, com um público eclético, também
enfrentamos situações delicadas, como jovens em liberdade assistida, que cometeram
crimes e têm direito de estudar, mas de volta ao meio social, ainda não foram
recuperados e não se interessam muito pelo que lhes é oferecido. Também não há
controles estatais para a reintegração desses jovens.
Também temos jovens que repetem na escola e perdem a disciplina por anos.
portanto, assistir às aulas à noite. Assim, em uma única sala, reúnem-se alunos de
idades e perfis completamente diferentes; Ideais às vezes claros ou não, falta de
apoio, falta de segurança e profissionais sem formação adequada para trabalhar com
um grupo com tantas especificidades.
Todas as vitórias obtidas nesta modalidade são fruto de muitos esforços,
principalmente pela busca incansável de apoio, de um novo olhar para jovens e
adultos que foram marcados pelo abandono ao longo de suas vidas.
Muitos desafios devem ser superados para garantir o pleno desenvolvimento e
sucesso de nossos alunos com objetivos claros, propostas e ações reais e, assim,
batalhar por uma escola que seja uma ponte direta, ou seja, uma conexão com a vida.
Para atingir esses objetivos, o artigo está dividido em dois capítulos:
Desenvolvimento (Revisão Bibliográfica, Metodologia, Analise de Resultados) e
Considerações Finais.
2. DESENVOLVIMENTO
A revisão da literatura constitui a base para o trabalho a ser desenvolvido. Será
possível listar um grande número de obras que tratam do trabalho realizado. Este é
um texto argumentativo, uma série de frases, uma conclusão e seu lugar. Também
deve haver consistência e correlação entre as afirmações declarativas. (MOROZ;
GIANFALDONI, 2006)
Esse também é o desenvolvimento dos problemas de pesquisa, ou seja, o
caminho que sugere o que os pesquisadores devem trilhar à seguir (ALVES
MAZZOTTI, 2006).
A Associação Nacional dos mestres e Pesquisas em Educação (ANPEd) pode
ser caracterizada como uma sociedade civil séria, cujo objetivo é fortalecer os
estudos universitários e a pesquisa educacional, acolher especialistas de diversas
regiões do país e demonstrar rigor em seu trabalho, por que ocupou um lugar
importante no cenário nacional e internacional e trouxe relevantes produções
científicas e ações políticas de seus membros em defesa dos principais objetivos da
educação brasileira.
Muitos dos artigos selecionados contemplam objetivamente as questões
previstas no problema de enquete, mas foi possível detectar um número considerável
de trabalhos que se aproximam do programa Nacional de Integração da educação
Básica à educação Profissional na modalidade de jovens e (PROEJA) e a educação
de jovens e adultos no sistema prisional, o que se justifica pela tendência atual e
explosão de programas relacionados a essa modalidade de educação e os problemas
enfrentados por jovens e adultos neste século.
Consequentemente, o processo de seleção desse material é amplamente
baseado na leitura e reflexão sobre o tema estudado.
As questões foram formuladas, no fundo, o que produz tal cenário que leva a
uma consequência grave: a evasão escolar. Algumas questões foram: Qual é o
objetivo central da EJA? Qual a relação entre o que é produzido na escola e sua
aplicação no cotidiano? Qual é a relação entre o que você aprende na escola e o que
você usa no trabalho? Qual é a formação dos profissionais que atuam na EJA? Quais
são as dificuldades que esses jovens e adultos encontram para frequentar a escola?
Que outros modelos de EJA visam reduzir a evasão escolar? Quais são políticas
públicas voltadas para a EJA? Como é a relação entre professores e alunos na EJA?
No repositório de periódicos Scielo, com uma forma diferenciada de realizar
essas buscas, foram utilizadas palavras / expressões, a partir das questões que
serviram como descritores para a seleção dos documentos editados. Por exemplo:
evasão escolar na educação de jovens e adultos, mas foi identificado apenas um título
que correspondia claramente à enquete realizada. Em uma segunda etapa, utilizou-se
apenas a educação de jovens e adultos e em uma lista bastante abrangente foi
possível analisar todo o material e selecionar aqueles que se encaixavam nas
questões postas.
Também foi realizada uma leitura exploratória de material impresso, como
capítulos de alguns livros, como a coletânea organizada por Ribeiro (2001), onde um
dos capítulos selecionados é de sua própria autoria, além de examinar as obras de
Paulo Freire, que proporcionaram durante o desenvolvimento do projeto diálogo e
conversa permanente, os referidos nas obras selecionadas e no texto das menções
construídas.

2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


Mais do que nunca, a educação deve ser uma prioridade real no
desenvolvimento das pessoas e das sociedades e, portanto, deve responder às
mudanças econômicas, sociais e tecnológicos que ocorrem no mundo.
Desse ponto de vista, o processo educativo deve respeitar a relação entre as
instituições educacionais e a rede mais ampla de instituições sociais que as cercam.
Ou seja, são inúmeros os tempos e espaços associados à cultura ao trabalho, à família
e à construção da identidade e socialização.
Dessa forma, a instituição educacional surge nesse contexto como um espaço
no qual parte da população tem acesso ao mundo do conhecimento organizado, e
segundo Brazil (1999), em um espaço de reflexão-ação-reflexão e transformação
social. sendo sua atuação dinâmica e contínua na construção e reconstrução do
conhecimento sendo assim articulado; o processo natural de desenvolvimento das
pessoas e seu ambiente.
A Secretaria de Estado da educação é uma instituição executora de políticas
educacionais e promotora do desenvolvimento da educação escolar, cuja centralidade
é, portanto, a aprendizagem e a formação de pessoas compreendidas como sujeitos
das relações que se estabelecem. espaço.
A Secretaria de Estado de Educação, por meio da gestão de seu trabalho, adota
como base norteadora políticas e programas voltados para a formação humana
integral, articulada ao meio social de todos os envolvidos na educação e dos que dela
se beneficiam e de sua organização. O personagem se concentra nos seguintes finais
e objetivos: aprendizado e treinamento.
O texto de Carmo (2010), único descritor no título da ANPEd: evasão,
apresenta um recorte de uma enquete de doutorado sobre a evasão e o retorno à
escola de alunos da EJA em um município do Rio de Janeiro, demonstra com dados
ambas as conclusões quantitativas, ao revelar as respostas às questões revela outras
aparências das causas da evasão escolar tanto estatisticamente quanto sob outros
ângulos. Assim, concluiu que a falta de aceitação social se deveu, em grande parte,
aos motivos expressos pelos entrevistados.
Um dos resultados da principal causa do escapismo entre os jovens entre 15 e
17 anos foi o “desinteresse”, comumente baseado no senso comum e confrontado
academicamente, ou seja, porque causou estranhamento pelo excesso de literatura
sobre o assunto da fuga e, ao contrário, a escassez de bibliografia sobre permanência
escolar na EJA, o que teria despertado o interesse de alguns pesquisadores da área a
fim de constituir uma linha de enquete sobre permanência escolar, cujo objetivo é
contrapõem metodicamente o sentido e suas justificativas que entendem a fuga como
uma construção social negativa vinculada aos alunos da EJA.
Este trabalho traduz minha revisão de literatura, em sentido amplo, seja
justificando a redução do vocábulo evasão nos artigos devidamente intitulados, seja
destacando as justificativas indevidas para a evasão escolar dos jovens seja ainda
aproximando o leitor da compreensão do estado em que a investigação está
localizada atualmente.
O termo evasão escolar precoce na EJA permite ao pesquisador compreendê-lo
sob diferentes enfoques; assim, abre-se a oportunidade de discutir políticas públicas,
de lidar com os preconceitos do reconhecimento social, do currículo e da formação
continuada, do mundo do trabalho, da relação entre professores e alunos, da
formação dos profissionais que atuam na EJA e das dificuldades vivenciadas por
jovens. ir à escola o que permite aos árbitros pensar nas razões que levam os jovens a
prevaricação a escola.
Além disso, confirmado nas obras de Paulo Freire (1996), o autor trata de todos
os fatores que o ato de ensinar exige, o que reforça a ideia de que esse jovem terá
dificuldades para ir à escola sem praticar à docência junto com eles. aspectos
importantes para todos, professores e alunos.
No Scielo, único artigo encontrado sobre a fuga não a refere em seu subtítulo,
mas com o objetivo de conhecer as representações sociais dos alunos da EJA,
também no Rio de Janeiro, expõe os motivos pelos quais esses alunos tiveram que
abandonar seus estudos e retomá-los. Foi utilizado o descritor: Educação de Jovens e
adultos e por meio de pesquisa com leitura prévia, encontrada neste trabalho, Naiff
(2008) utilizou o vocábulo indutor: Estudar.
Naiff (2008) apresenta os programas voltados para a erradicação do
analfabetismo no Brasil, contrastando o elevado número de pessoas com baixa
escolaridade, que persiste apesar de tais empenhos, e pelo qual reconhece como
positiva a tentativa de erradicar o analfabetismo e aumentar o número de anos de
escolaridade da população.
O ponto é como uma das razões do abandono, a dificuldade de se encontrar
com a escola para compreender essas diferentes necessidades, além de orientar seus
objetivos em relação ao conhecimento das apresentações sociais que o abandono da
EJA fez estudos. Descreve também a perspectiva que eles têm sobre o futuro, no
sentido de garantir melhor remuneração, atrelados ao mercado de trabalho que exige
cada vez mais mão de obra qualificada.
Um dos textos da coleção EJA: Novos leitores e Novas leituras retrata
campanhas de alfabetização de jovens e adultos promovidas pelo Estado em todo o
país que sempre estiveram ligadas à lógica do capital e à lógica do mercado de
trabalho, com o objetivo de formar força de trabalho, no entanto, Sales (2001), no
mesmo artigo, traça um paralelo com as forças democráticas populares, que com seu
poder combatem a tendência dominante, por meio da implementação de programas
em colaboração com os movimentos sociais e sua situação.
Para ilustrar essa história de luta, ele fala sobre o Movimento de Alfabetização
de Jovens e adultos do Rio de Janeiro, mas destaca sua origem em São Paulo e
mostra de forma simples e eficaz o que esses movimentos representam para a
sociedade.
Guimarães e Duarte (2007) põem em paralelo a mediação do trabalho entre o
presente e o futuro, ou seja, a forma como os alunos percepcionam a importância que
atribuem à escola e ao trabalho e às suas vivências juvenis. Relativamente à
dificuldade de frequentar a escola como principal justificação para o liame com o
trabalho, Ferreira (2007) descreve esse facto do ponto de vista do género feminino,
uma vez que esta realidade é cada vez mais crescente, nomeadamente, a integração
da mulher no mundo de trabalho e sua escolaridade.
No entanto, acompanhando as iniciativas dos programas e projetos
implementados, Soares (2001) aborda em seu texto duas questões principais:
políticas de EJA e necessidades de aprendizagem, apresenta desafios para o setor e,
por meio de trabalhos diagnósticos decorrentes de congressos nacionais e
internacionais em EJA, demonstra a Dicotomia entre formação geral e formação para
o mercado de trabalho, também apresentada por Freire (1996) quando alerta para o
problema da redução do processo educativo à mera preparação para o mundo do
trabalho.
Esses desafios incluem avanços nas aglomerações em todas as escalas,
produzindo as conferências que resultaram em alusões significantes, porém, elenca
fatores que contrariam esses avanços, retratam a evasão e exacerbavam a principal
consequência dessa evasão, a evasão escolar. Ilustra, com gradual redução de
orçamentos e a convocação de pessoal não profissional ou mesmo voluntário para
desenvolver atividades típicas do setor, a pouca importância que os governos dão às
EJA, a insuficiência de conteúdos, entre outros.
E nessa perspectiva, da necessidade de sentido na aprendizagem incluindo o
professor é possível garantir o acesso e a permanência desses jovens em processos
educativos de qualidade.
Em um panorama geral da educação de jovens e adultos no Brasil, Couto e
Bonfim (2007) mostram a apatia do poder público quando desvincula de sua
responsabilidade a oferta de educação de qualidade a esses jovens, quando, por
exemplo, eles se distraem, deixando indivíduos privados comandarem tal situação.
Diante do cenário de uma escola pública do Paraná, caldeira e Corni (2007)
analisam as situações que levaram a secretaria a aplicar o método EJA, um ensino
misto. Destacam-se também outros elementos dominantes já citados acima, que são a
oferta, o público-alvo e principalmente a realidade na qual se insere o fato da
reflexão, ou seja, deve-se levar em conta que na EJA é o aluno que é de fato um
trabalhador.
Haddad (2001) aporta dados sobre o analfabetismo no Brasil, destacando as
regiões brasileiras que sofrem com esse alto número, e chama a atenção para a
importância da educação permanente a partir das transformações da sociedade e do
mundo do trabalho, comparando o desenvolvimento de políticas públicas em
primeiro lugar dos países do mundo.
Nesse sentido, o que Soares (2001) diz sobre a formação continuada dos
profissionais que atuam na EJA destaca a necessidade de se pensar os educadores da
EJA como profissionais da educação.
Freire (1996) enfatiza a importância da formação contínua para cada um dos
atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, pois coloca o
conhecimento presente em todo o ciclo da vida enfatizando a existência incompleta e
na aprendizagem ao longo da vida e também critica a educação tradicional, e sugere
que esse processo seja baseado em um currículo de educação crítica, participativa e
democrática.
Partindo de um olhar sobre Freire (1996) que aborda o sujeito em condição de
oprimido, ele sugere que há uma luta em favor da humanização, da alienação da
asserção do homem enquanto personagem, ele também mostra a situação concreta de
opressão dos oprimidos e de sua libertação, a partir de uma dimensão de
dialogicidade, como prática da liberdade.
Como resultado da modernização, Couto e Bonfim (2007) tratam da questão do
amadorismo na EJA e introduzem a experiência da formação de instrutores dessa
modalidade no Brasil, mencionando o desenvolvimento e longa jornada de
conquistas, sempre vinculando direitos de apropriação e garantindo sua
implementação. Identifica também a necessidade de formação especializada para os
profissionais que trabalham com esses jovens e adultos.

2.2 METODOLOGIA
Como destacamos acima, vários fatores contribuíram para o insucesso e a
descontinuidade do estudo de jovens e adultos matriculados na modalidade EJA, e
isso foi agravado por um problema central, que é o fato do abandono escolar precoce
cercado de práticas. que nada corresponde à realidade.
Como docentes, coordenadores e supervisores da EJA prestamos assistência
em todas as situações que afetem este aspecto. Nesta pesquisa, lidaremos com as
causas e consequências da evasão escolar. bem como o envolvimento dos atores no
processo e como as ações desenvolvidas na escola se inserem especificamente na
vida dos alunos.
Considera-se, portanto, necessário expor o percurso teórico-metodológico que
norteará o percurso investigativo da pesquisa tendo como base norteadora o
abandono escolar precoce na EJA na Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Padre Josimo no município de Nova Venécia - ES, nas turmas da 5º à 8ª etapa
da EJA segundo segmento e da 1ª etapa a 4ª etapa EJA ensino médio
profissionalizante.
Tendo como objetivo principal a evasão escolar na EJA, nesta enquete foram
planejados estudos quantitativos e qualitativos, ou seja, tendo como instrumento
principal o estudo de caso, que segundo Moroz e Gianfaldoni (2010) afirmam ter
como objetivo principal compreender realidade em um determinado contexto,
tentando apreendê-la como um todo unificado.
A abordagem qualitativa visa identificar os fatores que levam os alunos a
prevaricação a escola e dificultam a continuidade do aprendizado bem como aplicar
o que é ensinado na escola para a vida real.
Nessa perspectiva, é possível considerar um estudo fenomenológico voltado
para o estudo da essência abordada por Triviños (1987), ou seja, o estudo de todos os
problemas. É uma descrição direta de nossa experiência como ela é.
Dessa forma é possível apreciar os aspectos descritivos e as percepções
pessoais, focar o especial como instância do todo social e tentar compreender os
sujeitos envolvidos e, portanto, também o contexto. Assim, é entendido do ponto de
vista fenomenológico por abordar uma totalidade que leva em conta todos os
componentes da situação.
A pesquisa foi realizada no início de dezembro de 2022 e abrange todos os
segmentos mencionados acima. Na escola vale destacar que o noturno contempla a
modalidade EJA em ambos os segmentos do ensino fundamental e médio. Por se
tratar de uma escola de assentamento, e o trabalho depender cem porcento da
agricultura, há uma dificuldade enorme em manter um certo número de alunos.
Conforme aprendi por experiência própria e por indicação de outros
profissionais da área, alunos da mesma região se reuniram em nossa escola para
evitar o fechamento do EJA nas duas escolas por falta de alunos. Por isso, foi
realizado um levantamento nos documentos da secretaria escolar com o objetivo de
obter dados que comprovassem a evasão escolar.
Foi também desenvolvido um trabalho de investigação com alunos em situação
de abandono escolar, no sentido de explorar as razões que levaram estes alunos a
prevaricação a escola. Por fim, o questionário foi aplicado a um grupo de professores
que atuam na educação de jovens e adultos.
Para tanto, foram propostas medidas de consenso e um diálogo inicial para os
sujeitos envolvidos na pesquisa. A intenção era propor, em diálogo aberto, a
realização da pesquisa e consentir na divulgação dos resultados.
A escola possui três turmas de EJA: Primeira Turma é multisseriada da 5ª a 8ª
etapa, a segunda turma é da 1ª etapa do ensino médio e a terceira turma é da 4ª etapa
ensino médio profissionalizante.
E sete professores, todos contratados com Designação Temporária, uma
Pedagoga, um Diretor de consórcio, uma cozinheira. Todos para melhor oferecer um
ensino de qualidade para nossos educandos da EJA.
2.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os dados apresentados a seguir revelam as características do corpo docente da


escola examinada, na modalidade EJA II segmento e EJA Médio, seguidos dos dados
da entrevista com alunos e ex-alunos, sendo que o desenvolvimento de todas as
questões é utilizado para dar seguimento à análise a partir do problema que é A
EVASÃO ESCOLA dessas pesquisas na educação de jovens e adultos.
Com a primeira pergunta do questionário dos professores, podemos aperceber-
se que nem todos têm muita experiência trabalhando na educação de Jovens e
adultos. A maioria dos participantes tem menos de cinco anos de experiência e
grande parte tem entre um e três anos de atuação nessa modalidade de ensino,
significando que esses profissionais são iniciantes ou tem pouca experiência na área.

Há quanto tempo trabalha na EJA?

1 a 2 anos
2 a 5 anos
5 a 10 anos
10 anos acima

Embora a primeira questão revele apenas marcar alternativa, uma professora


redigiu uma declaração em seu questionário para provar sua resposta. Ao marcar a
opção por mais 5 anos de experiência na EJA, justificou que continua participando
de formações complementares nesse processo e que a Educação para Jovens e
Adultos, é uma educação continuada.
Os educadores que atua na EJA demonstra um histórico de trabalho com
métodos que é perceptível a eficácia em suas metodologias, mas não prova que esse
seja o principal fator que impede esses alunos de abandonar a escola. A partir do
princípio abordado por Oliveira (2008), ao retratar a relação jovem professor sob
uma nova perspectiva, é possível verificar que os muitos anos de experiência não
acompanharam as expetativas que jovens e adultos esperam adquirir ao passar pela
escola.
A necessidade de adaptação do professor as novas interações que lhe são
impostas manifesta-se nas suas interações juvenis com os seus pares, que exigem
novas formas de abordagem destes assuntos, mas sobretudo em termos de percepções
ainda prevalentes entre os educadores. Quem são seus alunos, que agem de forma a
desconhecer ou negar a diversidade de jovens atualmente presentes majoritariamente
nas escolas públicas brasileiras.
Quanto aos motivos que levaram os professores a trabalhar na EJA, abordei na
pesquisa o seguinte tema “Todo mundo trabalha em outro lugar durante o dia, e são
obrigados a ser professores de EJA, à noite e também...”, as respostas foram as
seguintes: ‘Pela oportunidade de ganhar mais, melhorar o salário’. ‘Realizou um
curso com abordagem libertadora de Paulo Freire, o que a despertou para trabalhar
na EJA’. ‘Por acreditar em contribuir e ofertar conhecimento para esses jovens, uma
vez que considera tais ações difíceis nessa modalidade’.
Observa-se em escala de prioridade, com os resultados dessa questão, que o
principal objetivo que levou esses professores a trabalhar com a EJA, não obedeceu
aos objetivos diretamente ligados à referida modalidade, mas sim a falta de opção de
trabalho. horas, pois praticam outras atividades durante o dia e quando trabalham
como docentes têm que trabalhar à noite, geralmente caracterizado pela EJA. Ao
longo dos anos, fica e fica até hoje.
Como mostra o gráfico acima, todos os professores gostam de trabalhar com
educação de jovens e adultos, embora na questão anterior tenha sido observado que
nem todos optaram por trabalhar nessa modalidade, mesmo assim, demonstram com
tais respostas que está aí, eles tenham prazer em seu trabalho, no que fazem.
Também nesta questão, a mesma professora que justificou a primeira resposta,
redigiu novamente abaixo do que marcou. Ela escolheu como resposta que gosta de
trabalhar na EJA e escreveu: porque a gente tem a oportunidade de ser um mediador
de conhecimento e um multiplicador ao mesmo tempo.
Todas as questões do questionário relativas aos professores, mesmo que não
diretamente, foram para delinear o perfil da EJA, do ponto de vista do abandono
escolar destes jovens e adultos, e foram sempre direcionadas, a partir da observação
de que esses jovens abandonam a escola, abandonam os estudos, quais são os passos
para garantir essa perspectiva de futuro? Ou seja, que medidas estão previstas para
garantir que esses alunos não abandonam e permaneçam na escola.
Diante do exposto, algumas considerações podem ser feitas, dentre elas e já
previstas no referencial teórico, que, por exemplo, os professores estão satisfeitos
com o que se propõem a fazer, pois profissionais insatisfeitos cumprem suas funções
rapidamente? Apesar de todos os professores que participaram da pesquisa afirmam
gostar de trabalhar na EJA, observa-se que esse aspecto por si só não garante o
sucesso de suas atividades, pois o vazamento foi detectado na escola onde trabalham,
por isso emerge esta questão. Por si só não seria capaz de responder ao problema de
pesquisa proposto.
Curioso, foi à constatação de que algumas alunas entrevistadas, não percebem
na figura do professor tal satisfação na função que ocupam, quando dizem:
• Eu tinha problema no braço, a professora passava muitos exercícios de
Português, ela queria que a gente fizesse rápido para ela passar nova
matéria, e a gente não dava conta, e tudo aquilo ali fez com que a gente
desistisse, ai eu desisti... (ALUNA 1);
• Aquela professora, eu não gostava. Até se fazia de doente. Aquela que até a
gente reclamou dela. Uma vez ela até falou: Quem quiser estudar, que estude.
Já estão velhos mesmo. Você já não tá com vontade de ir, sacrifício e escuta
uma palavra dessa. Desanima! Eu nem fazia questão de estar na aula dela.
Achava bom quando ela não ia... (ALUNA 2).
Ainda nesta mesma entrevista, podemos aperceber que em outro momento
vivido pela estudante 2, o grau de satisfação que ela teve em estudar na EJA, é algo
que ela jamais se esquecerá acredito eu. Está provado que os professores podem
distinguir que gostam do seu desempenho no trabalho quando declararam:
• Tem uns professores que são melhores que os outros… ai a gente se dedica
mais, né? Por exemplo, você já veio várias vezes na minha casa, a Professora
A, também já veio. Sempre ligou, sempre mostrou amiga, isso é importante, aí
a gente se dedicou mais, e também algumas aulas eram muito boas, isso eu
falo mesmo, com algumas aulas eu aprendi muito, porque tinha uma
professora exigente, mas dentro do limite. E de vez em quando eu me lembro
do que uma professora falava: -Isso aqui é mais mole que mamão com
açúcar… risos… quer dizer, era uma coisa séria, mas sempre fazia
brincadeira, uma coisa que não machucava ninguém, era bom, ninguém saia
ofendido, a gente brincava também, eu aprendi muito e eu agradeço muito a
Deus pela vida de vocês… É importante a relação de amizade e eu falo com
minha colega que muita gente nem poderia lembrar da gente né, uma
professor, uma pessoa estudada, uma pessoa diferente da gente, né, com uma
vida diferente da gente, mas não um dia a gente tava passando na rua e
encontramos uma professora, eu juro que eu nem tinha visto e ela chamou a
gente, abraçou, com aquele amor, com aquele carinho no meio de todo mundo
ali, então, isso é muito bonito. (ALUNA 1)
Todos os entrevistados (educadores) têm dificuldades durante o trabalho na
educação de jovens e adultos, a minoria tem alto grau de dificuldade, e a maioria tem
dificuldade em algumas questões, mas nenhum professor considera esse trabalho
uma dificuldade.
Os principais desafios enfrentados pelos educadores que atuam na EJA são:
• Falta de suporte pedagógico, com planejamento coletivo dos professores e
direção.
• Falta de Políticas Públicas com ênfase em EJA.
• Alunos da EJA com problemas neurológicos e psíquicos sem diagnósticos.
• Falta de material específico para EJA e Currículo. Ausência de Políticas
Públicas. Déficit de aprendizagem. Conteúdos pouco significativos que não
apresentam uma relação direta com o desenvolvimento do aluno.
• Falta de estímulo para o trabalho, não tem muito apoio.
• Não têm muitos professores comprometidos e isso afeta bastante os alunos.
• Falta de transporte para o ir e vir dos alunos.
Ferreira (2008) destaca em seu artigo, intitulado: O Fórum Mineiro de EJA e a
Construção das Políticas Públicas em Belo Horizonte, a experiência exitosa do
município em que atuava. Demonstra como as discussões e desabafos de
profissionais da EJA, levaram a encaminhamentos importantes na construção
possível de políticas públicas destinadas a atender às necessidades dessa modalidade.
O artigo de Coelho e Cruz (2007) menciona as limitações e possibilidades das
tecnologias digitais na EJA, tema de grande relevância para a discussão apresentada
nesta enquete, pois a proposta inicial seria identificar as dificuldades que esses
profissionais enfrentam nas ações durante seu desenvolvimento, permite que os
alunos da EJA alcançam seus objetivos na escola. Fica claro nas respostas dos
professores participantes da enquete que essa prática não é utilizada, daí a ideia de
apoiar uma educação que atenda aos anseios da sociedade vivenciada na era
moderna, onde a tecnologia não pode estar longínquo de nossa prática, sobretudo no
que diz respeito à escolarização de jovens e adultos cidadãos e integrados na
sociedade em que se inserem.
Em relação aos elementos destacados pelos professores, quais objetivos os
alunos devem atingir durante o passeio escolar? recebemos o seguinte:
• Projetos voltados para estabilização dos alunos da EJA.
• Curriculum correspondente à modalidade.
• Trabalho psicológico e apoio material e recursos humanos.
• Treinamento especial para atuação na EJA.
• Aulas interessantes para manter esses alunos entretidos e na escola.
• Aumentar a autoestima dos alunos.
• Professores dedicados na revisão de ensino.
• Materiais de alta qualidade.
• Disposição e perseverança dos alunos.
Em entrevistas gravadas com alunos da EJA que abandonaram a escola, diante
desse instrumento, apenas uma pergunta foi feita aos entrevistados: “Por que eles
abandonaram a escola?” Toda a conversa gravada teve como objetivo discutir por
que os alunos deixaram de frequentar a escola, tema central pormenorizado acima.
Os principais motivos apresentados foram:
• Problemas de saúde.
• Trajeto perigoso entre a escola e a residência. (horário de saída).
• Problemas pessoais e familiares.
• Falta de interesse pelos estudos.
• Dificuldade com a disciplina: Matemática.
• Dificuldade em aceitação do método utilizado pelo professor.
• Choque entre idades dentro da sala de aula.
• Falta de transporte escolar.
Bourdieu (1983, p. 113) aponta que a fronteira entre juventude e velhice é
sempre motivo de debate em todas as sociedades "Somos sempre jovens ou velhos de
alguém.". “Juventude e velhice não são dadas, mas construídas socialmente na luta
entre jovens e velhos”, acrescenta o autor. E também: “A relação entre idade social e
idade biológica é muito mais complicada”.
Guimarães e Duarte (2007) defendem que o mundo adulto, composto
maioritariamente por instituições clássicas, é dominado por uma lógica que enfrenta
dificuldades na aprendizagem e na adopção de novas formas de socialização juvenil.
Segundo Guimarães e Duarte (2007), os jovens têm de abandonar a escola
todos os dias porque ingressam no mercado de trabalho, argumentando que os
estudos sublinham que os jovens pobres entram no mercado de trabalho pela luta
pela sobrevivência e, por isso, porque abandonam a escola.
A partir dos depoimentos de todos os alunos examinados, é possível observar
que mesmo quando um forte motivo os levou a prevaricação a escola eles não se
sentiram desapontados, demonstrando a sensação de que se tivessem continuado,
poderiam estar em uma situação melhor, ou mesmo expressar um sentimento de
apreço pelas aptidões aprendidas lá.
Haddad (2007) destaca a importância de verificar a formação continuada do
aluno além do que é oferecido apenas na escola, ou seja, a pesquisa realizada por ele
destaca que vários jovens têm uma experiência educacional com atividades que
extrapolam os muros da escola ou seja, cursos na comunidade entre outros, daí a
importância de se pensar a formação política e cívica e o atendimento das
necessidades econômicas, sociais e culturais, o que fica claro no depoimento da
estudante 2:
• Já fiz vários cursos na comunidade e um dia na escola, um dia diferente na
escola eu ensinei para você e para as professoras a bordar e a pintar... podia ter
muitas vezes isso, porque é bom, fica chato só copiar, estudar as matérias,
podia fazer coisas diferentes. (ALUNA 2).
Além de poder examinar nessa fala, a testemunha pôde discernir o que a
agradava ou desagradava em sua rotina em sala de aula. Observa-se que nas
atividades costumeiros a estudante demonstra insatisfação com o método aplicado,
mas quando inova com uma variedade de atividades sente-se melhor. A certa altura,
esta mesma senhora chegou a dizer que o dia em que ensinou professores a fazer o
que dominava foi um dia muito feliz para ela, pois tornou-se professora e nunca
imaginou que seria capaz de ensinar alguém.
Metodologias diferenciadas, aplicadas e analisada do ponto de vista com a
realidade de educando, trás resultados eficazes, deixando a aula cada vez mais
atraente, e com esses métodos, é possível conquistar a confiança do aluno, deixando
o mesmo mais a vontade em contribuir com suas experiências de vida. Com a
pesquisa, pude enxergar o que estava obscuro, pude rever minhas metodologias,
mude adquirir mais experiências, o dia a dia na sala de aula, nos ensina mais que
qualquer faculdade, e se colocar no lugar do estudante, é atingir o ponto mais alto
para ensinar esse público.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a apresentação dos dados analisados, foi possível concluir que
a mudança proposta por Freire (1996) ainda é necessária, pois no resultado da
referida pesquisa foi perceptível quantos valores englobam o conhecimento dos
alunos são ainda completamente distorcida da realidade, pois estamos olhando para
os depoimentos de alunos que passaram pela escola mas não encontrar o que
realmente procuravam, então é possível, por exemplo, interrogar a atuação de ambos
os atores envolvidos no processo e pensar qual foi o papel de cada um numa fase tão
singular, nomeadamente a educação de Jovens e adultos.
Em todas as respostas, as questões de políticas públicas são visíveis, mas por
que andamos tanto e não chegamos ao essencial? Por que essas discordâncias, que
são válidas, não estão se tornando reais, tangíveis? Freire (1996), sempre
pronunciava sobre seu objetivo central: que é preciso humanizar tais relações, ou
seja, é preciso enxergar o sujeito como pessoa que redige sua própria história.
Nenhuma das questões acima, nem a própria questão de pesquisa, pode ser
respondida a menos que haja uma mudança na percepção. Acima de tudo, é
importante que esta visão seja dirigida a todos os que trabalham no processo de
ensino e aprendizagem, porque é unilateral, ou seja, por outro lado, de nada adianta
assegurar a formação continuada dos professores, se a tendência, por exemplo, é não
“respirar” a educação de jovens e adultos, no sentido de unir, de trabalhar e de
planejar juntos, acolher a comunidade para o diálogo diário necessário, tendo em
conta as aspirações, metas e desafios de cada um e os seus objetivos.
Em conversas regulares com esses alunos e em entrevistas, mostramos o
quanto estamos longínquos de ações que interferem em seus estudos e na vida real.
porque queremos conhecer este aluno. Em apenas alguns minutos de conversa,
podemos ver o quanto eles querem. Não só no conteúdo, mas também no sentido
humano. A opinião pública, em sua maioria, não difere do primeiro segmento, de
onde partiu a enquete pois são mais experientes, têm uma formação ampla e
aprenderam com a vida. Muitos deles não frequentar a escola na idade certa, ou
nunca a frequentaram, mas quando estão em tal condição, como alunos; nunca se
contentaram com a condição simples, ou seja, nunca deixaram de sonhar, ainda que a
sociedade dissesse que era tarde para ir à escola. Então não dá para pensar que o
professor só tem 2, 20 e 30 alunos, por exemplo, não sabem o nome do aluno, não
conhecem a história dele, não o veem como conhecedor, não o veem como cidadão.
Dalben (2011) faz uma comparação fiel do aspecto mencionado acima,
mostrando o contraste da escola de hoje, seja ela voltada para a quantidade ou para a
qualidade ao interrogar sobre o ensino para inserção e competitividade no mercado
de trabalho ou a educação para o cidadão formação participativa e crítica.
Observando as respostas dos entrevistados, podemos perceber que nenhum
deles tinha objetivos para o mercado de trabalho, mas sim para a realização pessoal,
que envolve o conhecimento adquirido na escola para a realização de um sonho que
no caso deles foi o desenvolvimento. Dessa forma, podemos concluir que é preciso
refletir sobre o real papel da escola principalmente quanto aos seus objetivos e se
esse planejamento é baseado na vontade desses alunos ou se é aleatório, sem que o
aluno seja o protagonista. centro das atenções, ou sem que seja considerada parte
integrante e essencial do processo.
Algumas questões que emergiram no texto de Dalben (2011) também
correspondem a essa conclusão, quando ele sugere não as respostas, mas as reflexões
necessários para o sucesso de nossa prática, como a reflexão diária sobre qual escola
você deseja atingir uma qualidade educação., e nesta escola, o que aspiram os
profissionais, com que conteúdos e metodologias adequadas à comunidade que
garantem, inclusive, a ampliação de seus conhecimentos, permitindo sua total
integração social e, principalmente, decompusessem a lacuna entre o que a escola
ensina e o que ela deveria ensinar, ou seja, buscar a garantia de que o que esse aluno
aprende na escola pode realmente ser usado por ele em sua vida prática. E também
buscar entre os conteúdos aqueles que realmente deveriam fazer parte dos currículos
que contemplem formas de relacionamento mais humanos, benevolentes, solidárias,
colaborativas e comprometidas com o bem comum.
Outro ponto grave também analisado neste trabalho está relacionado ao fato de
que a evasão notada na escola não despertou a preocupação de nenhum dos atores
envolvidos no processo. Diante de tal constatação, também abordada por Dalben
(2011), acabou-se a era em que toda culpa pelo fracasso era justificada apenas por
problemas alheios à escola culpabilizando-se por isso os jovens e suas famílias, ou
seja, hoje percebemos a responsabilidade de todos os atores.
A escassez de estudos abordando os temas contemplados na revisão da
literatura e as dificuldades encontradas na pesquisa de Oliveira (2008), justificam o
aparente abandono de aspectos e métodos apresentados apenas por especialistas em
EJA. Concluo então, reafirmando que os olhares devem ser direcionados a todos,
pois todos precisam sonhar e olhar na mesma direção, pois, só assim os resultados
serão outros.
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