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MAYARA REGINALDO DE SÁ
2015
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2015
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SUMÁRIO
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APRESENTAÇÃO................................................................................................ p.3
REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................. p.5
CENA SIGNIFICATIVA........................................................................................ p.7
ANÁLISE DA CENA............................................................................................. p.9
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. p.13
REFERÊNCIAS................................................................................................... p.15
APRESENTAÇÃO................................................................................................ p.16
PARTE I – A CHEGADA AO CURSO DE PEDAGOGIA..................................... p.18
PARTE II – TRAJETÓRIAS NO CURSO DE PEDAGOGIA................................ p.20
PARTE III – O SONHO A SER CUIDADO........................................................... p.23
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. p.24
REFERÊNCIAS.................................................................................................... p.25
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ENSAIO CIENTÍFICO
APRESENTAÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Esta linha de pesquisa foi escolhida pelo fato de que, acredito que é
necessário para minha formação buscar o conhecimento dos aspectos históricos e
teóricos da formação de professores, visando à questão pedagógica em articulação
com as transformações que ocorreram na sociedade, compreendendo a formação
do professor para o desenvolvimento dos saberes docentes, enfatizando seus
dilemas e buscando superá-los.
O texto aborda como tema aspectos históricos, teóricos e algumas reflexões
fundamentadas da Pedagogia Histórico-Crítica que se fundamenta no materialismo
histórico, ou seja, a compreensão da história. Referindo-se à necessidade em
compreender a educação no seu desenvolvimento histórico, cujo compromisso é a
transformação da sociedade e não sua manutenção.
Em Saviani (2009), pode-se observar que o primeiro estabelecimento de
ensino destinado à formação de professores foi instituído em 1684 em Reims, com o
nome de Seminário dos Mestres, mas a questão da formação de professores exigiu
uma resposta institucional apenas no século XIX, após a Revolução Francesa. Daí
deriva-se o processo de criação de Escolas Normais encarregadas de preparar
professores
Segundo o autor, a questão do preparo de professores emerge de forma
explícita após a independência, quando se cogita da organização da instrução
popular. Examinando a questão pedagógica em articulação com as transformações
que se processaram na sociedade brasileira, puderam-se distinguir alguns períodos
na história da formação de professores no Brasil. Quando foi escolhida essa
temática, se procurava entender as dificuldade e cultivar a firme convicção de que a
educação transforma a vida de todas as pessoas, não importando a classe social
que pertençam.
Para Saviani (2009), entre tantos desafios que a sociedade vivencia, a
formação dos professores está associada a um desafio que tem a ver com o futuro
da educação e de toda sociedade. Essa formação deve ser estruturada a partir da
formação de um professor que atue profissionalmente de maneira significativa e
transformadora, sendo assim, falar sobre a formação docente é falar sobre um
fenômeno complexo que possibilita múltiplos olhares.
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E ainda Saviani (2009) ressalta em seu artigo, que o grande dilema existente
na formação de professores, nada mais é, que o confronto entre o modelo centrado
nos conteúdos culturais-cognitivos e aquele referido ao aspecto pedagógico didático.
Uma vez que, na raiz desse dilema estão à dissociação entre os dois aspectos
indissociáveis da função docente: a forma e conteúdo.
Segundo o autor, ainda há dificuldade para se fazer a ligação entre os
conteúdos de conhecimento, os procedimentos didático-pedagógico e a relação
professor-aluno, entretanto, se analisarem os livros didáticos, os cursos de
licenciatura possibilitariam que os alunos efetuassem a critica pedagógica dos
manuais de ensino.
Chama a atenção para o fato de que a questão da formação de professores
não pode ser dissociada do problema das condições de trabalho que envolve a
carreira docente, sendo analisadas as questões de salário e jornada de trabalho,
pois, tanto para garantir uma formação consistente como para assegurar condições
adequadas de trabalho, faz-se necessário prover os recursos financeiros
correspondentes. Assim como ressalta Patto:
CENA SIGNIFICATIVA
A cena escolhida em questão foi pelo fato de que a cena atende bem a linha
de pesquisa e é necessário para minha formação buscar o conhecimento dos
aspectos históricos e teóricos da formação de professores, visando à questão
pedagógica.
A partir das cenas observadas no Estágio Curricular I e II e também no dia-a-
dia do meu antigo trabalho na escola subvencionada Santa Clara, foi notado um fato
em particular em cada um dos locais que me chamou atenção e que se encaixa
como exemplo da linha de pesquisa escolhida.
Uma cena que marcou ocorreu em uma escola de Educação Infantil que
trabalhei como Auxiliar de Desenvolvimento Infantil, a escola era subvencionada,
porém, era um prédio municipal novo, sala colorida, ampla e com as atividades
expostas dos alunos. Uma linda sala para quem enxerga de fora, entretanto o
problema era que a escola contratava pessoas sem formação alguma para dar aula.
No dia da cena escolhida, a “professora” do Infantil II (a turma era de no
máximo 15 alunos), passou uma atividade de caça palavras de animais, que pelo
que eu estava estudando não era adequado e nem havia motivo para estar sendo
passado aquilo, pelo fato de que as crianças não sabiam ler e não conheciam as
letras, e quando questionada de o porquê estar aplicando tal atividade, a mesma lhe
respondeu que ela não havia preparado aula e que nem sabia como fazer tal
planejamento. Isto foi bem marcante, pois se vê a má profissional que a escola havia
contratado e os alunos é quem estavam prejudicados.
Entretanto, na escola que fiz o Estágio Supervisionado II, uma escola de
período integral, localizado em um bairro grande do município de Mogi das Cruzes.
O ambiente em que ocorre a cena foi à sala do 1° ano do Ensino Fundamental.
Tratando-se de uma turma numerosa de quase 30 alunos, com idades entre seis e
sete anos.
A docente tinha um total domínio da turma e do que estava ensinando. A sala
possuía alfabeto, numerais nas paredes e atividades de alfabetização das crianças
que estão sempre relembrando o conteúdo trabalhado anteriormente.
Na atividade, a educadora leu um livro que trabalha o alfabeto de acordo com
os nomes dos animais. A história era “A de avestruz a Z de zebra”, e questionava
sempre os seus alunos a respeito do alfabeto. Após a leitura foi passado para os
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educandos para que eles escrevessem nomes de animais de acordo com o alfabeto.
A docente explicou e acompanhou toda a atividade passando de mesa em mesa.
Depois da atividade individual no caderno, a professora propôs a criação de
um “Bichionário”, que era um cartaz com nomes de acordo com a letra do alfabeto e
imagem dos mesmos.
Nesse contexto, foi possível observar a importância da professora ter domínio
sobre o que está passando, pois eles adquiriram conhecimento e todos eles tiveram
atenção e a realização da atividade.
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ANÁLISE DA CENA
EIXO 1 – FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO, DA ESCOLA E DO PROFESSOR.
Saviani apresenta a escola como o local que deve servir aos interesses
populares garantindo a todos um bom ensino e saberes básicos que se reflitam na
vida dos alunos preparando-os para a vida adulta.
Nesse sentido, de fato, a escola é o local que prepara a criança, futuro
cidadão, para a vida, e deve transmitir valores éticos e morais aos estudantes, e
para que cumpra com seu papel deve acolher os alunos com empenho para,
verdadeiramente transformar suas vidas.
Ao pensar nas cenas significativas, percebe-se a diferença que a formação
faz, vê-se que a professora do 1º ano gostava e sabia exatamente o que estava
fazendo e a “professora” sem formação não tinha fundamentação teórica e nem
prática para exercer a profissão.
A escolha dessas cenas foi marcante, uma positivamente e a outra
infelizmente negativamente, positivamente porque a professora do 1º ano sempre
estava ali para ajudar e acompanhar seus alunos, sempre demonstrando
afetividade, interesse, comprometimento e ética ao ensinar, tendo assim o preparo
didático- pedagógico e a interação entre professor-aluno.
Nesse contexto, Farias registra:
dificulta ainda mais a possibilidade da professora poder dar mais atenção a todos os
alunos e nem isso se torna difícil para ela. Em contra partida a “professora” da
Educação Infantil não sabe nem sequer o que é um planejamento de aula.
Nesse sentido, Saviani (2009) ressalta:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse contexto, a partir da realização desse ensaio, foi possível perceber que
a situação educacional do nosso país, exige muito estudo, reflexão,
comprometimento profissional e vontade política para uma respectiva mudança, pois
não basta colocar todos os alunos na sala de aula sem que sejam oferecidas
condições para que o ensino e aprendizagem aconteçam.
Por fim, é possível perceber o quanto a formação do professor é importante,
acredita-se ser muito importante essa linha de pesquisa na contribuição acadêmica,
no fazer docente na concepção da aluna em formação inicial no curso de
Pedagogia, e assim foi visto que quero ser uma boa docente, que possa criticar e
aguçar o conhecimento dos meus futuros alunos.
Portanto a intencionalidade deste Ensaio Cientifico foi analisar a formação
acadêmica na perspectiva do professor licenciando em Pedagogia e a aplicação
desses conhecimentos no seu fazer docente.
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REFERÊNCIAS
PATTO, Maria Helena Souza. "Escolas cheias, cadeias vazias", nota sobre
as raízes ideológicas do pensamento educacional brasileiro. Estudos Avançados,
São Paulo, v. 21, n. 61, Dez. 2007.
MEMORIAL DE FORMAÇÃO
APRESENTAÇÃO
começando pela minha entrada na escola até aos momentos finais de minha
graduação.
Quando inicie minha vida acadêmica foi o meu maior acontecimento, era um
passo para a vida adulta que eu estava dando, começando um novo ciclo, era um
acontecimento que não pensava que eu iria alcançar.
Lembro-me que o primeiro dia de aula na universidade, foi bem marcante,
nada era possível explicar o que estava sentindo naquele momento. Era tudo novo,
e era aula da professora de História, houve apresentações, era uma sala bem
grande, com mais ou menos 100 alunos. Mas naquele momento percebi que
precisaria de muito foco e muita dedicação, porque além de um passo importante,
seria uma caminhada longa que teria que trilhar.
Tudo foi novo e surpreendente, mas dentro de mim, já havia algo que dizia
que nada ali seria fácil e até hoje não é, peguei algumas DPs por falta de dedicação,
mas nada que me fez desistir desse meu sonho. Mas com o tempo e, após estudar
os textos e compreender que o importante seria estar aberta e disponível a receber
novos conhecimentos, tudo foi se acertando, me dediquei mais e consegui tudo que
esperava.
O primeiro semestre pra mim foi o mais complicado, porque por ter estudado
o Ensino Médio e escola pública, infelizmente o que aprendi não foi base para
quando entrei na faculdade, tive muita dificuldade com os textos, não possuía o
domínio de estudo de assuntos mais complexos, e para ajudar o pensamento que eu
tinha era baseado no senso comum. Um fato que não esqueço foi a escrita da minha
autobiografia para o Projeto Interdisciplinar I, quando peguei o meu texto agora no 6º
período para me auxiliar na escrita desse Memorial, percebi o quanto mudei de lá
para cá, amadureci, a minha escrita melhorou, uma mudança nítida. O que me faz
lembrar a fala do professor orientador deste trabalho, ele disse “Quando pegarem a
autobiografia que fizeram lá no começo vão perceber o quanto mudaram, e até
mesmo pensarem: - “Eu escrevi isso?”“, e foi exatamente o que aconteceu. Porém,
agora vejo o quanto superei minhas barreiras, principalmente na escrita e
interpretação de textos.
Passando os semestres, a vontade de ser uma docente crescia cada vez
mais dentro de mim, porque quando ingressei na academia, tinha isso em mente,
mas não sabia que ia gostar tanto, porque quando entrei na faculdade, tinha
acabado de ser chamada para trabalhar em uma escola de Educação Infantil
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subvencionada de Mogi das Cruzes, então o meu tempo todo estava com as
crianças, acompanhava-os em tudo, ajudava em planos de aula da professora,
aplicava atividades, foi um aprendizado e tanto. Isso mudou meus olhar, comecei a
ter um olhar mais critico e especial sobre essa linda profissão.
Desde o primeiro semestre, tivemos o Projeto Interdisciplinar, eles foram de
extrema importância para a minha formação. No segundo semestre, o Projeto me
fez entender o significado que do que era Educação, e que havia outras formas de
educação, a formal, informal e não formal e dentre elas as suas especificidades.
Quando cheguei à metade do curso, no terceiro período, começou o Estágio
Curricular Supervisionado, o foco dele era a Gestão, eram análises feitas nas
escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, sobre os documentos, (Projeto
Político Pedagógico, Regimento Escolar e Plano Gestor), e observações em HTPC
(Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo). E agora estava trabalhando pela
Prefeitura de Mogi das Cruzes como estagiária do Ensino Fundamental, mas quando
participei das reuniões confesso que me surpreendi, porque apesar de ouvir muito
que em reuniões pedagógicas só aconteciam vendas de revistas, papo de amigas,
não foi isso que observei, tanto no Infantil quanto no Fundamental, as reuniões eram
mesmo pedagógicas, voltadas para discussão sobre os alunos, sobre conteúdos,
havia a ajuda da diretora, vice e coordenadora com seus funcionários, tanto para a
parte pedagógica, quando para a parte burocrática, tinha-se opiniões de todos.
As informações recebidas nas aulas diziam que a verdadeira e prioritária
função da escola era de eleger a educação como máxima prioridade, definindo-a
como o eixo de um projeto de desenvolvimento nacional, e propondo recursos
possíveis para isso, como aprendi no texto de Saviani (2009). E também deve dar a
todo e qualquer cidadão o direito ao letramento e ao saber. E esta informação
perdurou todos os períodos, principalmente a partir do texto de Maria Helena Souza
Patto (2007).
A mais marcante lembrança que tenho é do esforço dos professores em
mudar nossa concepção em relação à profissão “professor”, pois nossas ideias eram
totalmente errôneas, ou seja, pensávamos que para seguir essa profissão, bastava
apenas gostar de crianças e ter vocação para cuidar delas e que o salário seria
apenas um requisito a mais, pois o “dom” já existia. Isso me remete à primeira aula
do primeiro semestre, na qual a professora disse “Não me digam que vieram para o
curso de Pedagogia porque gostam de crianças”, gostar não é o que importa, para
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ser professor como aprendi nos cinco períodos, precisa ter didática, que a meu ver é
uma disciplina muito importante da grade curricular.
Em sala de aula, sempre houve a interdisciplinaridade de todas as disciplinas,
para que nós compreendêssemos de forma unitária que a escola tem como função
social ser o local privilegiado para o acesso dos alunos ao saber historicamente
construído pelo homem, Além disso, precisaríamos entender que o professor deve
ser o mediador entre o saber e o aluno, que ensinar é uma atividade interativa
mediadora do entendimento discursivo entre professor, alunos e conhecimento,
como explica no Livro Didática e Docência Aprendendo a Profissão, da Isabel Maria
Sabino Farias, (2011)
As disciplinas de Fundamentos da Prática Docente iniciaram-se no quarto
período, e foi a partir daí, que passei a compreender com mais complexidade a
verdadeira dimensão do ser e do saber docente, do quê e como ensinar em sala de
aula, sobre as disciplinas não tenho como eleger uma mais importante, porque todas
elas são, mas para mim a mais especial foi a Fundamentos da Prática Docente Arte,
porque eu sempre gostei dessa matéria, e tive interesse em me aprofundar, graças a
ela e ao professor, é outra graduação que tenho vontade de cursar, Artes.
No quinto período, aprendi muitas coisas que levarei certamente para minha
futura prática docente, o texto mais importante foi o da Azenha, sobre a psicogênese
da língua escrita, pois foi neste semestre que aprendi como funciona o
desenvolvimento da escrita do aluno e como essa etapa é importante para o
progresso dos alunos e aulas do educador. Entendi que é a partir disso que o aluno
será alfabetizado e para isso nós, futuros professores e mediadores do saber,
deveram valorizar cada letra, cada avanço que por muitas vezes, pode parecer um
simples rabisco para quem vê de fora, porém, sem dúvida alguma, um passo a mais
para a chegada à alfabetização.
Hoje no sexto período, na reta final da minha graduação, posso dizer o quanto
ela foi e está sendo importante para a minha vida, e apesar de achar esse último
semestre meio complicado, ele também é o mais importante, nele se tem o Estágio
na modalidade de Educação Especial, e não há nada mais lindo que essa
modalidade, é realmente para mim o estágio mais agradável que fiz, então além da
segunda graduação, quer me especializar nessa área.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vale lembrar que o objetivo deste Memorial foi para reviver minha trajetória,
narrando minhas histórias escolares e utilizando de lembranças e acontecimentos
dos quais fui protagonista.
Recordar e registrar tais fatos foram muitos importantes, porque possibilitaram
que ao final da minha graduação eu possa analisar a trajetória de três anos e
perceber o quão longe eu cheguei.
Deste modo, a escrita deste Memorial, foi algo enriquecedor, pois me
possibilitou a reconstrução da minha mente e de fatos importantes que refletem e
refletirão em minha vida.
Portanto, o presente trabalho me proporcionou a minha transformação que
passei, enquanto ser humano, e me mostrou o como me transformar enquanto
docente, compreendendo assim que a reflexão sobre os fatos que passei foram
necessárias para um presente real e significativo, e para que eu possa avançar no
futuro.
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REFERÊNCIAS
PATTO, Maria Helena Souza. "Escolas cheias, cadeias vazias", nota sobre
as raízes ideológicas do pensamento educacional brasileiro. Estudos Avançados,
São Paulo, v. 21, n. 61, Dez. 2007.