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ENSINO MÉDIO

Livro do PROFESSOR | FÍSICA | L1

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© 2023 – SAE DIGITAL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização
por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


SAE DIGITAL

C421l Cesar, Daniel Ferreira.


Livro didático: Ensino Médio / Daniel Ferreira Cesar ...
[et. al]. ilustrado Cinthia Satoko Fujii de Siqueira, Deny Mayer
Machado, Scarllet Gabardo Anderson, Wagner de Oliveira Ramari.
- Curitiba: SAE DIGITAL, 2023.
100 p.; il. color. 1 v. (2ª Série)
ISBN: 978-85-535-1918-7 (livro do professor)

1. Livro didático. 2. Física. 3. Ensino Médio. 3. Cesar,


Daniel Ferreira. I. Título.
CDD 530.07

Catalogação elaborada na Fonte pela Bibliotecária


Letícia Helena Melo- CRB6-2953

Gerência Executiva Rita Egashira Vanzela


Coordenação Editorial Juliana Wojciechowski
Edição Lucas Carvalho Moreira, Matteus Crummenauer Tanner, Tássila Zerbini Monteiro Pereira
Coordenação de Cotejo e Revisão Fabiana Teixeira Lima
Cotejo e Revisão Anna Karolina de Souza, Brunno Freire, Henrique Luiz Fendrich, Igor Spisila, Juliana Basichetti Martins,
Ludmilla Borinelli, Marcela Batista Martinhão, Priscila Sousa, Rafaella Ravedutti, Thainara Gabardo
Gerência de Design Tassiane Aparecida Sauerbier
Arte da Capa Cinthia Satoko Fujii de Siqueira, Deny Mayer Machado, Scarllet Gabardo Anderson, Wagner de Oliveira Ramari
Especialista em Ilustrações Wagner de Oliveira Ramari
Ilustrações Cinthia Satoko Fujii de Siqueira, Deny Mayer Machado, Scarllet Gabardo Anderson
Projeto Gráfico Gustavo Ribeiro Vieira, Thiago Figueiredo Venâncio, Wagner de Oliveira Ramari
Iconografia Ana Paula de Jesus Gonçalves Cruz
Coordenação de Produção Visual Marina Prado Pereira de Mello
Diagramação André Lima, Diego Vinicius Kloss, Fernanda Wolf, Gustavo Ribeiro Vieira, Juliana Adami Santos, Luciana
Nesello Künzel, Luisa Piechnik Souza, Raphaela Candido, Silvia Santos, Thiago Figueiredo Venâncio, Vanessa
Trevisan Marcon
Supervisão de Processos e Qualidade Raul Jungles
Processos e Qualidade Bianca Borba, Camila Radulski, Sara Scepanik, Sheila Roman
Colaboração externa Eduardo Rengel (Edição), Francisco de Assis Cavalcante Neto (Preparação de Texto e Revisão), Luiza Adriana
Amorim Emrich (Revisão), Mariana Al Zaher (Análise de Conteúdo), Sincronia Design Gráfico (Diagramação),
Walter Zonaro Junior (Análise de Conteúdo), Yohan Szuszko Soares (Análise de Conteúdo)
Autoria Daniel Ferreira Cesar, Liane Grassmann Usinger, Matheus Lincoln Borges dos Santos, Fernando Rossetto
Gallego Campos (Conexões e Contextos)

Todos os direitos reservados.


PI_EM23_2_FIS_L1_LP

SAE DIGITAL S/A.


R. João Domachoski, 5. CEP: 81200-150
Mossunguê – Curitiba – PR
0800 725 9797 | Site: sae.digital

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Pensando a educação
para o futuro
O futuro é agora!
Pensar a educação em uma época de grandes transfor-
mações históricas como a que vivemos, quando as principais
instituições que sempre sustentaram a nossa sociedade se
veem em constante renovação, não é tarefa das mais fáceis. No
entanto, é imperioso fazê-lo, principalmente quando se tem o
propósito de oferecer educação de qualidade, que promova a
concretização de projetos de vida e a transformação da realida-
de com vistas à promoção de uma sociedade mais justa, inclusi-
va, democrática e sustentável.
As mudanças vividas nas últimas décadas foram tantas e
tão intensas que não seria despropositado sugerir que vive-
mos em um novo mundo, com novas configurações sociais.
Formamos, atualmente, uma imensa aldeia global, com uma
população mundial próxima de 8 bilhões de habitantes, gran-
de parte interconectada, cujas fronteiras culturais foram todas
embaralhadas, em um processo que, consequentemente, atin-
giu também alguns dos principais alicerces das sociedades.
É mesmo desafiador assinalar as origens dos movimentos
que culminaram nessa reconfiguração planetária; no entanto,
é lícito afirmar que, dos vários fenômenos ocorridos nas últi-
mas décadas, o advento das tecnologias digitais de informa-
ção e comunicação (TDIC) e do que se tem chamado de Quarta
Revolução Industrial representam alguns dos eventos que
mais impactaram e têm transformado o nosso cotidiano e a
atual conformação mundial a que se convencionou chamar de
globalização.
Um dos efeitos mais relevantes dessa revolução sociotecno-
lógica é ter promovido, entre várias outras questões, a eclosão
de uma profusão de vozes que ao menos supúnhamos existir.
Assim, quase todos os habitantes do planeta se tornaram ato-
res sociais, o que gerou uma troca cultural de proporções ini-
magináveis. Essa pluralidade de culturas intercambiantes, com
diferentes modos de compreender o mundo e de se posicionar
diante dele, propicia diálogos por vezes profícuos, mas quase
sempre conflituosos, que confundem visões e tornam a pers-
pectiva de futuro opaca, incerta e insegura, pois parte das ver-
dades que iluminava o horizonte foi questionada.
Essa nova era é caracterizada justamente pela rapidez com
que uma multiplicidade de eventos acontecem e se justapõem.
Mais do que qualquer outra revolução tecnológica, as tecnologias
digitais se apresentam a nós com a mesma celeridade que apon-
tam para o futuro: elas são o próprio futuro e o futuro é agora!

FÍSICA
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III

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Novo Ensino Médio SAE Digital – 2.ª série
Para encarar todos os desafios do Novo Ensino Médio, o SAE Digital elaborou uma proposta baseada em
três premissas:
● Implantação segura e gradativa, que garanta as mudanças previstas pela legislação a todos os alunos
que ingressarem no Ensino Médio em 2022, sem prejudicar aqueles que ingressaram anteriormente.
● Cumprimento da legislação, assegurando a adequação à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e
ofertando aos alunos as condições para que sejam protagonistas de suas jornadas, tendo opções de es-
colha e se desenvolvendo com o auxílio do Projeto de Vida.
● A preparação de nossos alunos para o ingresso nas universidades escolhidas, explorando conteú-
dos, competências e habilidades, assim como proporcionando experiências de prática com os mode-
los de prova.

Carga horária da 2.ª série


A fim de atender as mil horas anuais, o SAE Digital propõe um trabalho com 40 semanas. Dessa forma,
consideramos uma semana (30 aulas*) para adequações e ajustes necessários ao longo do ano letivo. Para
as demais horas, sugere-se a seguinte organização:

FORMAÇÃO GERAL BÁSICA + Itinerários Formativos + PROJETO DE VIDA

18 horas por semana 11 aulas por semana 1 aula por semana

*Considera-se a hora-aula de 50 minutos, de


forma a contabilizar 1000 horas-relógio (60
minutos) nas 40 semanas.
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IV

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Formação Geral Básica
Em nossa proposta da Formação Geral Básica (FGB) proporcionamos soluções para três importantes desafios determinados
pela Reforma:
● A formação voltada ao trabalho com competências e habilidades (previstas pela BNCC);
● A preparação de nossos alunos para o Enem e os vestibulares, considerando as possíveis discrepâncias das matrizes
avaliativas;
● A redução da carga horária destinada aos saberes essenciais (obrigatórios) para essa etapa da Educação Básica.
Tendo em vista esses objetivos, organizamos a FGB com nove componentes curriculares, que podem ser distribuídos com a
seguinte sugestão de número de aulas semanal:

Carga Horária
Área​​s Componente​​s
Semanal 1.ª Série​​

Língua Portuguesa ​ 3

Linguagens e suas Tecnologias​​ Literatura​ 1​​

Língua Inglesa​​ 1​​

Matemática e suas Tecnologias​​ Matemática​​ 3

História​​ 2​​
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas​​
Geografia​​ 2​​

Biologia​​ 2

Ciências da Natureza e suas Tecnologias​​ Física​​ 2

Química​​ 2

​​ TOTAL​​ 24​​

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Proposta metodológica da
Formação Geral Básica
A Educação Básica tem por objetivo a formação humana em sua integralidade,
garantindo aos alunos o desenvolvimento das dimensões éticas, políticas e estéticas,
para que se tornem cidadãos funcionais e protagonistas da construção de uma socie-
dade justa, democrática e inclusiva. Para isso, as normativas legais que a amparam
preveem a aprendizagem voltada ao desenvolvimento de competências e habilidades
que oportunizem aos alunos mais do que a apreensão e a compreensão de conceitos,
mas também a capacidade de aplicá-los à resolução de situações ou problemas reais.
Antoni Zabala e Laia Arnau contribuem para a reflexão a respeito do trabalho com
competências e habilidades:

Nesse caso, os conteúdos acadêmicos convencionais não são suficientes, pois


não incluem muitos dos conhecimentos teóricos e das habilidades gerais da
maioria das profissões, nem os próprios de muitas delas. As competências re-
lacionadas ao saber fazer e ao saber empreender, às quais vale acrescentar
todas aquelas relacionadas ao trabalho colaborativo e em equipe, são funda-
mentais nesse caso. Nesse nível de exigência, às mudanças relacionadas às
estratégias de ensino implícitas na aprendizagem de competências, devemos
acrescentar a introdução de alguns conteúdos os quais não proveem de discipli-
nas tradicionais, o que significa que há necessidade da formação do professor
contemporâneo em campos distanciados de seus interesses e conhecimentos.

ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 24.

Para o desenvolvimento das competências, ressalta-se a necessidade de um tra-


balho interligado de diferentes dimensões da vida e de um processo de aprendizagem
em que são mobilizados os componentes atitudinais, procedimentais e conceituais.
Dessa forma, as competências tornam-se resultado da conciliação dos domínios cog-
nitivos de memorização, compreensão, conhecimento, análises e práticas. Ainda de
acordo com os autores, “competência implica a capacidade de refletir sobre sua apli-
cação, e para alcançá-la é necessário o apoio do conhecimento teórico”. (ZABALA e
ARNAU, p. 49)
Nessa perspectiva, o desenvolvimento de competências e habilidades prescinde
de um trabalho que, de fato, estimule os alunos a serem protagonistas do processo
de construção do conhecimento, atribuindo significado aos conteúdos teóricos. Na
proposta do SAE Digital, esse processo de construção se efetiva por meio de uma
sequência didática na qual:
● Os temas são apresentados aos alunos, que devem mobilizar seus conhecimen-
tos prévios para entendê-los;
● São apresentadas situações e problemas reais aos alunos, por meio da
contextualização;
● Os alunos são estimulados a levantar hipóteses de intervenção e resolução;
● Por meio do desenvolvimento do conteúdo, mobilizando os domínios cognitivos
de conhecimento, compreensão, aplicação, análise e síntese, os alunos poderão
confrontar, confirmar ou refutar as hipóteses levantadas;
● Por fim, propõe-se um trabalho de fixação e sistematização com a prática de ati-
vidades presentes no Enem e nos mais importantes vestibulares do país.
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VI

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Estrutura metodológica
Essa sequência didática se efetiva por meio do trabalho com as seções e os ícones que compõem cada
um dos módulos da coleção do Novo Ensino Médio.

Seção Ponto de partida


Objetiva a introdução do tema a ser explora-
do no módulo e a ativação dos conhecimentos
prévios dos alunos. Nessa seção, os alunos são,
ainda, estimulados ao levantamento de hipóte-
ses a respeito da situação apresentada.

QR code de abertura
Videoaulas referentes aos conteú-
dos trabalhados nos módulos.

Seção Linha de chegada


Após os estudos e a exploração do conteú-
do, os alunos devem confrontar suas hipóteses,
confirmando ou refutando-as.

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VII

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Desenvolvimento do conteúdo
Exploração dos conteúdos e temas previstos para o módulo, com rigor científico e favorecendo a contextualização e atribuição
de significado.

Terceira coluna
Aproveita-se a lateral das páginas para complementar o trabalho com as seguintes informações:

Atualidades: Ciência em ação: Indicações: Diálogos: na área de Tecnologia: na área


referências que na área de Ciências oportunidades Linguagens e suas de Matemática e
estabelecem a relação da Natureza e de ampliação do Tecnologias, permite- suas Tecnologias,
dos conteúdos com suas Tecnologias, tema por meio de se a ampliação das é favorecida a
questões atuais. são exploradas as indicações culturais reflexões entre relação entre os
descobertas científicas como livros, filmes, os componentes conhecimentos
e sua aplicabilidade sites, artigos etc. curriculares. matemáticos e as
no mundo. mudanças tecnológicas.

Acesse o QR Code a seguir


Em seus estudos para conhecer um pouco
sobre linguagem, o mais do conceito de O filme O discurso do rei
filósofo Mikhail Bakhtin estranhamento, criado por (2011) mostra a importância No site a seguir, é
argumentava que o falante Ernest Rutherford foi Viktor Chklovsky, e os seus do rádio como meio de possível visualizar
não compreende o texto um químico e físico efeitos na arte de compor comunicação de massa no várias demonstrações
de maneira mecânica – neozelandês, nascido em literatura. início do século xx. Além geométricas do Teorema
apenas decodificando 1871, criador da teoria disso, narra a importância de Pitágoras representadas
palavras e frases –, mas sim atômica baseada em de articular as palavras no GeoGebra. https://
interagindo com elas com experimentos com a e os recursos usados www.geogebra.org/m/
base em seu repertório, emissão de partículas. Ele para o príncipe Albert, da jFFERBdd#material/
além de suas experiências ganhou o Prêmio Nobel de Inglaterra, conseguir se HUbe242t. Acesso em: 19
e sua posição social. Química em 1908. expressar bem. jul. 2021.

Informações adicionais: complementos e Ética: na área de Ciências Humanas e Sociais


aprofundamentos aos temas por meio de Aplicadas, é favorecida a constante reflexão a
biografias, especificidades, curiosidades, respeito da ética e sua relação com os eventos
linhas do tempo, contrapontos etc. sociais, políticos, culturais e geográficos.

Georreferenciamento: Compare a República


significa referenciar por do Brasil e aponte as
meio de coordenadas semelhanças e as diferenças
geográficas um mapa, uma que existem entre ela e a
imagem de satélite etc. República romana.

Post-it: nesse espaço, os


alunos devem registrar
conceitos e reflexões-cha-
ve para os seus estudos.
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HABILIDADES NA PRÁTICA
Seção Habilidades na prática
Estímulo ao trabalho de aplicação dos co- Como visto anteriormente, cada pessoa tem as pró-
nhecimentos, favorecendo a interligação entre prias características; então, são necessárias ações in-
os componentes atitudinais, procedimentais e dividuais para que todos tenham acesso aos diferentes
conceituais. Nessa seção, os alunos são orienta- ambientes. Para isso, é importante que a sociedade como
dos a mobilizar diversos domínios cognitivos a um todo entenda que cada pessoa pode auxiliar indivi-
fim de dar significado e aplicabilidade aos con- dualmente no movimento de inclusão, com atitudes que
teúdos que estão sendo estudados. ajudem as pessoas a terem seus diretos garantidos e a se
sentirem bem. Dessa maneira, quais atitudes você, sua
escola e os governantes podem tomar para que todas as
pessoas se sintam incluídas no dia a dia? É importante
pensar em questões tecnológicas e de relacionamento,
leis e adaptações de materiais escolares e de construções.

Seção Saberes em ação


Atividades autorais que dialogam com as habili-
dades previstas para o módulo, oportunizando seu
desenvolvimento e sua aplicabilidade.

Seção Enem e vestibulares


Nessa seção, os alunos são estimulados a
praticar o modelo de provas dos principais vesti-
bulares e do Enem. Objetiva-se, ainda, demons-
trar de que forma os saberes explorados no
módulo podem ser exigidos dos alunos nesses
exames.
Aqui, são trabalhadas questões de nível fácil
e médio, sempre com o nível assinalado.
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Seção Enem e vestibulares + Desafio
Seção destinada aos alunos que querem re-
forçar a prática com questões de alto nível de
dificuldade.
Para essas questões, disponibilizam-se,
também, vídeos explicativos de sua resolução.
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Cartão-resposta
Aqui, os alunos devem preencher os gabari-
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tos das seções Enem e vestibulares e Enem e ves-


tibulares + Desafio, praticando esse modelo de
prova, e podendo, ainda, ter a leitura da aferi-
ção de seu desempenho nas atividades do livro.
X

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Conexões & Contextos
– edição projetos
A escolha do SAE Digital pela adoção dos projetos de trabalho
está relacionada diretamente ao seu compromisso de contribuir
com suas escolas parceiras no atendimento à legislação da educação
brasileira e à formação integral dos alunos do Ensino Médio, sem
deixar de pensar, naturalmente, em contribuir de forma efetiva para
o ingresso desses alunos nas principais universidades do país.
Os projetos de trabalho na Educação Básica têm em vista “dar um
sentido ao conhecimento baseado na busca de relações entre os fe-
nômenos naturais, sociais e pessoais que nos ajude a compreender
melhor a complexidade do mundo em que vivemos.” (HERNÁNDEZ,
2007, p. 73). O percurso proposto pela Aprendizagem Baseada em
Projetos impulsiona os alunos para a pesquisa, a investigação, a in-
terpretação de dados, a transformação de informações em conheci-
mento e, por fim, para a resolução de problemas.
A fim de sintetizar algumas das principais ideias e os propósitos
que sustentam esse modelo de educação, listamos abaixo os prin-
cipais objetivos que justificam nossa escolha pela Aprendizagem
Baseada em Projetos.
● Desenvolvimento do pensamento complexo.
● Desenvolvimento de competências.
● Desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
● Promoção da autonomia e do protagonismo juvenil.
● Promoção da imaginação e da criatividade.
● Desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico e analítico.
● Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.
● Formação de cidadãos responsáveis socioambientalmente.
● Formação de pesquisadores capazes de estudar
autonomamente.
● Promoção da autorregulação da aprendizagem/
metacognição.

Por que Aprendizagem


Baseada em Projetos?
Pensar em Aprendizagem Baseada em Projetos é pensar em um
currículo vinculado à realidade do mundo e ao cotidiano dos alunos,
uma vez que, por ter como eixo norteador a resolução de uma si-
tuação-problema, os conteúdos curriculares estão orientados aos
próprios fenômenos da vida e se confundem com eles, confundin-
do-se também com a própria experiência de vida dos alunos. Por
essa razão, Hernández alerta para o fato de que “os projetos de
trabalho se apresentam não como um método ou uma peda-
gogia, mas sim como uma concepção da educação e da escola”.
(HERNÁNDEZ, 1998, p. 89).
Nessa concepção de educação e de escola está implícito o desejo
de dar outro sentido à aprendizagem, que deixa de ser baseada na
simples memorização e repetição para fins classificatórios e prope-
dêuticos e, então, passa a ter o propósito de desenvolver compe-
tências nos alunos a fim de que se tornem capazes de solucionar
problemas reais e não puramente escolares.
Por ter como ponto de partida problemas (fatos, eventos e fenô-
menos) da realidade, os projetos de trabalho aproximam os objetos
de conhecimento do currículo escolar às experiências e aos conheci-
mentos prévios dos alunos, valorizando e ressignificando essas ex-
periências e conhecimentos – fato que, seguramente, mobilizará os
alunos para a aprendizagem.
Por seu enfoque globalizador e pela complexidade dos proble-
mas reais com os quais trabalham, os projetos de trabalho são capa-
zes de contextualizar os conteúdos curriculares e integrar as áreas
do conhecimento, superando, assim, a fragmentação dos saberes
FÍSICA

dos alunos e dando maior sentido ao estudo – o que tornará a apren-


dizagem muito mais significativa.
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Por proporem a adoção de metodologias ativas, promovendo


a pesquisa, a descoberta, o diálogo, a reflexão e a intervenção na
sociedade, os projetos de trabalho possibilitam aos alunos uma
atuação mais ativa, interativa e construtiva no processo de aprendi-
zagem, o que, certamente, motivará os alunos a se engajarem ainda
XI

mais nos estudos.

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Síntese da proposta didático-metodológica para os
Projetos SAE Digital
O SAE Digital oferta, para a 2.ª série da Formação Geral Básica, 1 projeto interdisciplinar e interáreas por
volume, totalizando 4 projetos, alinhados à seguinte proposta metodológica.

Superar a fragmentação Interdisciplinaridade PENSAMENTO


do currículo escolar COMPLEXO

Superar a falta de sentido Contextualização APRENDIZAGEM


dos conteúdos curriculares SIGNIFICATIVA

Superar a condição dos Metodologias Ativas AGENTE DA


alunos como receptores e
APRENDIZAGEM
reprodutores

Superar a educação com Competências ATUAÇÃO PLENA NA


fins apenas propedêuticos SOCIEDADE

Sequência didática dos Projetos SAE Digital


A Aprendizagem Baseada em Projetos pode ter diversas configurações. Contudo, é muito comum en-
contrar na literatura especializada no assunto uma indicação convergente: esse modelo de ensino pode ser
muito efetivo quando se parte de um tema do qual se depreende uma situação-problema, que será o ponto
de partida para uma série de pesquisas e estudos até a elaboração de propostas de intervenção para a reso-
lução de tal problema. O Conexão & Contextos – edição projetos do SAE Digital tem justamente essa con-
figuração. Para tanto, buscou-se estabelecer uma sequência didática coerente com essa proposta. Abaixo,
serão apresentadas algumas possibilidades de encaminhamentos para a concepção dos materiais didáticos
e para a aplicação em sala de aula.

Estabelecimento
Tratamento
Tema Situação­- de relações
das
-problema
Formulação informações

de hipóteses

Elaboração de Apresentação
proposta de Avaliação
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Publicação
intervenção
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XII

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Ciências da Natureza e suas Tecnologias
De acordo com a BNCC, a área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias deve proporcionar co-
nhecimentos que permitam aos alunos investigar, analisar e discutir situações-problema que emerjam
de diferentes contextos socioculturais, além de compreender e interpretar leis, teorias e modelos, apli-
cando-os na resolução de problemas individuais, sociais e ambientais. Dessa forma, os alunos devem
aprofundar conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental e reelaborar os próprios saberes, a fim
de serem capazes de reconhecer as potencialidades e as limitações das Ciências.
É impossível dissociar os conhecimentos das Ciências da Natureza do cotidiano dos alunos, já que
as temáticas que envolvem essa área do conhecimento estão constantemente presentes nos diferentes
meios de comunicação. Os conceitos científicos dessa área devem se aproximar da realidade dos alunos,
de modo a permitir a inter-relação entre os conceitos e a compreensão de fenômenos mais complexos,
a fim de que possam desenvolver o pensamento crítico e reconhecer as das implicações da ciência em
diferentes contextos.
O material de Ciências da Natureza do Ensino Médio do SAE Digital acompanha a evolução do conhe-
cimento da área, de modo a desenvolver nos alunos o protagonismo na apropriação do conhecimento
científico e tecnológico exigido na legislação, por meio da aproximação dos conteúdos ao seu cotidiano,
incentivando práticas investigativas, solução de problemas, argumentação e experimentação.
Ao longo dos dois anos do Ensino Médio, é esperado que os alunos desenvolvam as habilidades e
as competências da área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, além das competências gerais da
BNCC, dando continuidade às temáticas propostas no Ensino Fundamental e aprofundando-as. Todas
as habilidades específicas propostas para a área são trabalhadas no Ensino Médio de maneira articula-
da entre seus três componentes curriculares: Biologia, Física e Química, que, apesar de apresentarem
características singulares, aproximam-se em conceitos, métodos e procedimentos.
As aprendizagens fundamentais de cada componente foram organizadas em duas unidades temá-
ticas, que estão diretamente relacionadas às competências específicas da área de números 1 e 2. A
unidade Matéria e energia traz temáticas que permitem analisar fenômenos naturais e processos tec-
nológicos, com base nas interações e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e
coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as
condições de vida em âmbito local, regional e global. Já a unidade Vida, Terra e Cosmos aprofunda con-
ceitos que permitem analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos
para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do
Universo, bem como fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis. Ao longo dos módulos,
principalmente na seção Ciência em ação, são trabalhadas as habilidades relacionadas à competência
específica 3, as quais envolvem investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento
científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios
das Ciências da Natureza para propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou glo-
bais, assim como para comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos con-
textos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC).
Os quatro volumes dos livros que compõem o kit anual contam com as aprendizagens fundamen-
tais de cada componente curricular distribuídas nas duas unidades temáticas apresentadas, com carga
horária e número de módulos igualmente distribuídos em cada uma delas (exceto Física – 1.ª série, que
apresenta número ímpar de módulos; nesse caso, a carga horá-
ria anual foi dividida entre as unidades temáticas e distribuída
igualmente dentro dos volumes). Os módulos foram organiza-
dos de maneira ordenada e crescente dentro de cada unida-
de, de modo a respeitar os pré-requisitos necessários para a
construção do conhecimento de maneira efetiva e espiral, co-
nectando e retomando conceitos nos diferentes componentes
curriculares. As unidades temáticas de cada volume podem ser
trabalhadas paralela ou sequencialmente, conforme melhor se
adequar à dinâmica da escola.
O material explora o grande potencial das Ciências e pro-
porciona o desenvolvimento das competências necessárias à
formação de cidadãos que compreendem o mundo ao seu re-
dor por meio do pensamento crítico, o que os levará a atuar de
maneira significativa e sustentável na sociedade.
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XIII

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Física – 2.ª série
Módulo/Assunto N.º de
Livro N.º Conteúdos-foco Habilidades
principal aulas

Eletrostática: uma Carga elétrica: uma história • Princípios da eletrostática • Condutores e EM13CNT101
1 2
introdução isolantes elétricos EM13CNT301
Matéria e Energia

Interação entre cargas: EM13CNT101


2 Processos de eletrização • Força elétrica 2
como ocorre? EM13CNT301

Campo elétrico: algumas O que é campo elétrico? • Linhas de força • Vetor campo elétrico EM13CNT101
3 2
noções • Campo elétrico: carga puntiforme • Campo elétrico uniforme EM13CNT301

Trabalho de força elétrica • O que é potencial elétrico? • Potencial


Potencial elétrico: EM13CNT101
4 elétrico: carga puntiforme • Diferença de potencial elétrico • Superfícies 2
algumas noções EM13CNT301
equipotenciais
1
EM13CNT101
Leis de Newton:
5 O que é força? • Leis de Newton EM13CNT204 2
descobrindo as forças
EM13CNT301
Vida, Terra e Cosmos

EM13CNT101
Como as forças atuam:
6 Força-peso • Força normal • Força de atrito • Plano inclinado EM13CNT204 2
interação entre corpos
EM13CNT301

EM13CNT101
Como as forças atuam:
7 Força de tração • Elevadores • Polias • Força elástica EM13CNT204 2
outras aplicações
EM13CNT301

EM13CNT101
Como as forças atuam: Força centrípeta • Dinâmica circular: plano vertical • Dinâmica circular:
8 EM13CNT204 2
trajetórias curvilíneas plano horizontal
EM13CNT301

O que são condutores em equilíbrio eletrostático? • Campo elétrico


Condutores em equilíbrio EM13CNT101
9 • Potencial elétrico • Distribuição de cargas elétricas • Blindagem 2
eletrostático EM13CNT301
eletrostática • Capacitância
Matéria e Energia

Eletrodinâmica: uma O que é corrente elétrica? • Efeitos da corrente elétrica EM13CNT101


10 2
introdução • Resistência elétrica EM13CNT301

EM13CNT101
Circuitos elétricos: quais Primeira lei de Ohm • Associação de resistores • Elementos de um
11 EM13CNT301 2
os elementos? circuito elétrico • Instrumentos de medida elétrica
EM13CNT308

Potência elétrica: algumas Segunda lei de Ohm • O que é potência elétrica? • Consumo de energia EM13CNT101
12 2
noções elétrica EM13CNT106

2
EM13CNT101
Energia: tudo se Tipos de energia • Energia cinética • Energia potencial
13 EM13CNT204 2
transforma? • Energia mecânica
EM13CNT301
Vida, Terra e Cosmos

EM13CNT101
Trabalho e potência: Trabalho • Teorema da energia cinética • Potência e rendimento
14 EM13CNT204 2
algumas noções • Sistemas não conservativos
EM13CNT301

Dinâmica do movimento harmônico simples • Funções horárias • A 2.ª EM13CNT101


Movimento harmônico
FÍSICA

15 Lei de Newton no movimento harmônico simples • Pêndulo simples • EM13CNT204 2


simples: onde se aplica?
Sistema massa-mola EM13CNT301
PI_EM23_2_FIS_L1_LP

PI_EM23_2_FIS_L1_LP

Impulso e quantidade EM13CNT101


Quantidade de movimento • Impulso • Conservação da quantidade de
16 de movimento: onde se EM13CNT204 2
movimento • Colisões
aplicam? EM13CNT301
XIV

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Módulo/Assunto N.º de
Livro N.º Conteúdos-foco Habilidades
principal aulas

Termodinâmica: Gases ideais • Transformações gasosas • Lei Geral dos Gases • Equação EM13CNT101
17 2
estudando os gases de Clapeyron EM13CNT301
Matéria e Energia

Termodinâmica: ainda Teoria cinética dos gases • Trabalho em transformação gasosa • Energia EM13CNT101
18 2
estudando os gases interna de um gás perfeito EM13CNT301

Termodinâmica: leis e Primeira lei da Termodinâmica • Transformações termodinâmicas EM13CNT101


19 2
aplicações • Máquinas térmicas • Segunda lei da Termodinâmica EM13CNT301

EM13CNT101
Geradores elétricos: onde O que são geradores elétricos? • Força eletromotriz • Potência e EM13CNT106
20 2
se aplicam? rendimento • Lei de Pouillet • Associação de geradores EM13CNT107
EM13CNT301
3
EM13CNT101
Receptores elétricos: O que são receptores elétricos? • Força contraeletromotriz • Lei de Ohm EM13CNT106
21 2
onde se aplicam? Generalizada • Leis de Kirchhoff EM13CNT107
EM13CNT301
Vida, Terra e Cosmos

EM13CNT101
Eletromagnetismo: um Um pouco de história • Os ímãs • Campo magnético: características •
22 EM13CNT107 2
introdução Campo magnético terrestre
EM13CNT301

EM13CNT101
Campo magnético: onde O experimento de Oersted • Campo magnético em condutor retilíneo •
23 EM13CNT107 2
se aplicam? Campo magnético em espira circular • Campo magnético em solenoide
EM13CNT301

EM13CNT101
Força magnética: onde se Força magnética em partículas eletrizadas • Força magnética em
24 EM13CNT107 2
aplica? condutor retilíneo • Força magnética em condutores paralelos
EM13CNT301

Relacionando variação do campo magnético e corrente elétrica • Lei EM13CNT101


Indução eletromagnética:
25 de Lenz • Lei de Faraday-Newmann • Força eletromotriz induzida em EM13CNT107 2
onde se aplica?
condutor móvel • Transformadores EM13CNT301
Matéria e Energia

EM13CNT101
Ondas eletromagnéticas: O que são ondas eletromagnéticas? • Espectro eletromagnético
26 EM13CNT103 2
onde se aplicam? • Características e utilizações das ondas eletromagnéticas
EM13CNT301

27 Análise dimensional Grandezas fundamentais • Previsão de fórmulas EM13CNT205 2

EM13CNT101
A física moderna se Um pouco de história • A unificação do eletromagnetismo • O universo
28 EM13CNT201 2
despede da clássica newtoniano cai por terra
EM13CNT301

4
EM13CNT101
Teoria da relatividade • O tempo e o espaço são relativos?
Física moderna: um EM13CNT103
29 • Massa relativística • Equivalência entre massa e energia 2
introdução EM13CNT201
• Quantidade de movimento relativístico
EM13CNT301

EM13CNT101
Vida, Terra e Cosmos

Física quântica: uma Um pouco de história • Radiação de um corpo negro • Efeito fotoelétrico EM13CNT103
30 2
introdução • Efeito Compton • Modelo atômico de Bohr • Princípio da incerteza EM13CNT201
EM13CNT301

EM13CNT101
EM13CNT103
Física nuclear: uma Um pouco de história • Composição do núcleo • Decaimento nuclear •
31 EM13CNT104 2
FÍSICA

introdução Força nuclear • Reações nucleares e suas aplicações


EM13CNT201
EM13CNT307
PI_EM23_2_FIS_L1_LP

PI_EM23_2_FIS_L1_LP

EM13CNT101
EM13CNT205
32 As fronteiras da Física O que já se sabe? • Qual é o papel da divulgação científica? 2
EM13CNT301
EM13CNT303
XV

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Identidade

arigato/Shutterstock/Editoria de arte
ETAPA 1

edição projetos

cidadania edição projetos


LIVRO DO PROFESSOR

Identidade humana Considerando o modo de identificação dos seres na Biologia, faça


o que se pede:
1. Pesquise quais são as características que nos identificam en-
A palavra identidade está presente em diversas áreas do conhe- quanto seres humanos e nos diferenciam de outros seres vivos
cimento, como em Matemática, História, Sociologia e Psicologia. No e registre-as a seguir.
entanto, seu significado varia conforme o campo do saber e assume
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos apontem, além de características
diferentes sentidos a depender do contexto e do objeto de estudo. morfológicas e fisiológicas, aspectos que envolvem o comportamento dos
De acordo com o Dicionário Houaiss, uma das definições para o ter- seres humanos, como a consciência sobre diversas questões que o envolvem,
mo identidade é: tais quais: o tempo, a cultura e a relação com a natureza.
Conjunto de características e circunstâncias que
distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças
às quais é possível individualizá-la.
Com base nessa definição, considera-se que cada elemento ou
ser apresenta características distintas que ajudam a identificá-lo. No 2. Em sua opinião, quais características distinguem um ser humano
campo da Biologia, por exemplo, a identidade se constitui de uma sé- de outro?
rie de características comuns a determinados grupos de seres vivos,
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos apontem características
que permite compará-los, classificá-los e compreender suas relações
morfológicas, como cor de pele e altura, e aspectos voltados a questões
de parentesco. Ainda nesse campo, é possível pensar em atributos comportamentais, socioemocionais, culturais e cognitivas, como traços de
que englobem: personalidade e hobbies.
● capacidade metabólica;
● característica celular;
● complexidade;
● comportamento.

Na espécie humana, há diferentes maneiras de identificação,


ou seja, categorias e elementos variados que diferenciam um indi-
víduo, um grupo ou um povo dos demais. Em muitos casos, essa
identificação recai sobre características socialmente construídas.
Do ponto de vista social, a identidade é o modo como o indivíduo se
define e é definido pelos outros, ou seja, ela surge da relação entre
os indivíduos.
3. Com base nessa concepção e no meio em que você vive, elenque
três características que representam sua identidade.
m
.co

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos, por meio dos conceitos trabalha-
e
ob

dos até o momento, reflitam sobre sua identidade e listem três característi-
d
k.a

cas, como modos de se vestir, gostos e formas de expressão.


oc
/St
gin
Lo

EM23_2S_CC_L1_01

EM23_2S_CC_L1_01

8
PROF

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Identidades subjetivas

(1871-1941) lo
Guillermo Kah
Além da identidade biológica, é possível definir as características de um indivíduo por meio de traços
relacionados aos ambientes que ele frequenta. Em redes sociais, por exemplo, os nicknames adotados e
as publicações realizadas ajudam na construção da identidade subjetiva, está, por sua vez, varia confor-
me o contexto em que cada pessoa está inserida: o idioma que fala, o estilo de vida que segue, as áreas
de interesse etc.
Um elemento recorrentemente presente na construção da identidade é a aparência: selfies e retratos
são formas de registro das características que compõem a identidade de uma pessoa e o que ela deseja
mostrar aos demais. Sobre o assunto, leia os textos a seguir e observe a imagem ao lado.

Retrato fotográfico de Frida Kahlo.

A selfie como autorretrato Imagem: do autorretrato às selfies


e seus significados
Quem é o autor de um autorretrato? Um pintor, um Entre os exemplos mais contemporâneos, impossível
desenhista, um fotógrafo? Sim, qualquer um deles não citar a mexicana Frida Kahlo (1907-1954), em
desempenha essa tarefa. O ato de fotografar a si mesmo, que a vasta obra compreende, quase que em sua
neste século, não é conhecido por autorretrato, e sim por totalidade, autorretratos. Seus quadros refletem uma
selfie, uma palavra inglesa que significa, amplamente, hoje, vida conturbada, marcada por dores e tragédias, mas
fotografar a si mesmo usando um celular, com o objetivo de também por superações, muita intensidade e paixão.
a imagem ser divulgada em qualquer rede social conhecida. “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou
É moda, muitos amam as selfies. Elas registram momentos o assunto que conheço melhor.” Seu marido, o muralista
felizes, ou aparentemente felizes, de uma pessoa ou desta Diego Rivera, afirmou que Frida era “um exemplo único
com grupos [...]. A selfie pode registrar ou se tornar um na história da arte de alguém que abre seu peito e seu
instrumento de marketing, de vendas, fonte para angariar coração para mostrar sua verdade biológica e como se
simpatias sociais, culturais ou políticas. sente com isso”.
O sujeito registra, na selfie, seu rosto, sua presença, [...]
seu apoio, suas ideias, seu status, sua adesão a qualquer No âmbito artístico, o autorretrato é uma manifestação
objetivo, seja a foto solitária de si mesmo ou acompanhado que consiste em aprofundar a reflexão do sujeito
de quem ou para o quê ele quer chamar a atenção. [...] fotógrafo/fotografado sobre si mesmo. [...]

ARTUR. Margareth. A selfie como autorretrato e seus significados. Portal de Revistas SOUZA, Olivia de. Imagem: do autorretrato às selfies. Revista Continente,
da USP, 25 nov. 2021. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/wp/noticias/a- 1 fev. 2015. Disponível em: https://revistacontinente.com.br/edicoes/170/
selfie-como-o-autorretrato-e-seus-significados/. Acesso em: 23 maio 2022. imagem--do-autorretrato-as-selfies. Acesso em: 23 maio 2022.

Para desenvolver essas


Com base nos textos, na imagem e em suas reflexões, debata com atividades, consulte a página
os colegas as questões a seguir e registre suas respostas abaixo. 1 do Livro do professor.

Novgorodskaya/Shutterstock
1. Compare o retrato fotográfico de Frida Kahlo apresentado acima
com as obras de arte dela disponíveis no QR Code que está junto
da ilustração ao lado. Quais características da artista observadas
na fotografia também podem ser identificadas nas pinturas?
Espera-se que os alunos observem a forma como a artista retratava a si
mesma, comparem o retrato com as obras de arte e reflitam sobre os prová-
veis sentimentos e impressões que Frida Kahlo intencionava apresentar por
meio de suas obras.

2. Em sua opinião, as selfies atuais têm as mesmas funções e os


atributos dos autorretratos pintados por artistas, como Frida Kahlo?
Explique.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos discutam sobre as carac-
terísticas das selfies e dos autorretratos considerando suas possíveis
semelhanças e diferenças.
Para conhecer uma das
obras de autorretrato
de Frida Kahlo, acesse
EM23_2S_CC_L1_01

EM23_2S_CC_L1_01

o QR Code ao lado.

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arigato/Shutterstock/Editoria de arte
Identidades
ETAPA 2

objetivas
Embora seja possível, até certo ponto, construir a identidade subjetiva, há contextos de
identificação que não permitem o exercício da subjetividade. Sobre o assunto, reflita com os
colegas: Em quais situações a identificação é objetiva?
Uma maneira de identificar objetivamente um indivíduo é por meio da biometria, que é
um método para aferir a identidade de uma pessoa com base em uma de suas características
singulares. A elaboração dos sistemas de identificação biométrica é bastante complexa e en-
volve conhecimentos de Biologia, Física, Matemática e Informática, por exemplo. Afinal, como
a biometria funciona?

Transformação
Criação de um dessa informação em Certificação em
dispositivo que iden- dados matemáticos e sistema, por meio de
tifica o atributo. Um cruzamento destes com inteligência artificial, da
exemplo é o sensor de um banco de dados (o correspondência dos da-
smartphones que capta sistema de registros dos captados com aque-
a impressão digital. de pessoas de um les no banco de dados.
país, por exemplo).

1. A biometria pode ser dividida em fisiológica e comportamental. Pesquise a respeito des-


sas tecnologias e as aplicações de cada uma delas e registre, a seguir, as informações
encontradas.

Biometria Biometria
fisiológica comportamental

oleg7799, desertsands, Login/Stock.adobe.com


Refere-se às características biológicas de cada É aquela que identifica os sujeitos por caracte-
pessoa, como a impressão digital, a face, a íris e rísticas comportamentais particulares, como
até amostras de DNA. A íris, por exemplo, é uma formato da letra e da assinatura, e, na era digital,
parte do olho humano desenvolvida no período atributos como velocidade de digitação e posição
pré-natal e, devido a alguns processos biológicos em que a pessoa segura o celular. O modo de
de caráter complexo, sua forma é única. A locomoção também obedece a um padrão de
probabilidade de formação de íris idênticas é comportamento que é característico a cada indi-
tão pequena que até mesmo a íris direita de um víduo, como o tamanho do passo, o comprimento
indivíduo é diferente da íris esquerda. dos membros, a movimentação das articulações,
a silhueta e a postura.

2. Com base nas informações encontradas na pesquisa, você considera essa forma de
identificação segura? Ela poderia ser burlada? Se sim, como? Justifique suas respostas.

Inicialmente criado para impedir a ocorrência de spam e


tornar a internet um ambiente mais seguro, o CAPTCHA (si-
gla em inglês para “Teste de Turing Público Completamente
Automatizado para Diferenciar Humanos e Computadores”) é
EM23_2S_CC_L1_02

EM23_2S_CC_L1_02

uma aplicação da biometria comportamental que ajudou a di-


gitalizar documentos e obras literárias. Para saber como isso
é possível, acesse o QR Code ao lado.

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PROF

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A carteira de identidade vai mu-

Seu documento, dar, você sabia? O CPF passará a


ser o número único de registro do
cidadão brasileiro. Acesse o QR

por favor
Code para obter mais informa-
ções a esse respeito.

Outro exemplo de identificação objetiva é o registro da car-


Com o intuito de impedir ou
teira de identidade. Esse documento é a representação oficial do
pelo menos dificultar a falsifica-
indivíduo perante o Estado e apresenta informações como nome
ção dos documentos, são incor-
completo, nome dos pais, cidade, estado e data de nascimento.
porados elementos de seguran-
Outros documentos oficiais que identificam aspectos de nossa
ça gráfica na produção desses
vida com relação ao Estado são a carteira de trabalho e previ-
registros. Os elementos variam
dência social (CTPS), o título de eleitor, o passaporte, o cartão do
desde impressões com relevo até
Sistema Único de Saúde (SUS) etc. Esses documentos são ins-
imagens secretas. Acesse o QR
trumentos de cidadania dos indivíduos, pois eles garantem às
Code ao lado e veja os itens de
pessoas o acesso a direitos básicos, como saúde e educação,
segurança utilizados na carteira
e a possibilidade de registrar os filhos, casar-se no âmbito civil,
de habilitação.
votar, participar de programas sociais do governo etc. Ou seja,
ter documento é ser reconhecido como pessoa e se trata de um
direito de todo ser humano.
Os materiais empregados na
Com o aperfeiçoamento da tecnologia, muitos documentos produção de documentos tam-
oficiais também estão disponíveis em versão digital e têm o mes- bém podem ajudar no combate a
mo valor jurídico dos documentos físicos. Para a autenticação falsificações. O policarbonato, um
desses registros, são necessários o preenchimento de dados tipo de plástico, por exemplo, é
pessoais, reconhecimento facial e envio de fotos do documento uma opção utilizada por diversos
físico, ou seja, é um processo que exige, minimamente, um com- países na tentativa de aumentar o
putador, uma câmera ou um smartphone com acesso à internet, nível de segurança dos documen-
o que dificulta a alguns grupos de pessoas a acessibilidade à ver- tos de identificação. Para saber
são digital desses documentos. mais a respeito desse assunto,
Com base no que foi estudado até o momento e em suas acesse o QR Code ao lado.
reflexões, debata com os colegas as questões a seguir e registre
suas respostas abaixo. Para desenvolver essas atividades, consulte
a página 3 do Livro do professor.
1. É seguro manter ou utilizar os documentos no celular? Quais
são as vantagens e desvantagens desse tipo de registro em
relação aos documentos físicos?

arte
ria de
Resposta pessoal.

/Edito
be.com
ck.ado /Sto
studio
2. Qual a relação entre as tecnologias de

stock-
biometria e o desenvolvimento de do-

es, Pro
cumentos digitais?

Com o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da k Imag


Brastoc

tecnologia biométrica, é possível produzir documentos


digitalmente, de modo que tenham a segurança garantida
pela identificação biométrica do usuário. Assim, prioriza-se
a autenticidade dessa documentação para evitar possíveis
falsificações em documentos impressos.

3. Como você imagina que será o futuro dos documentos: eles


ainda existirão? Se sim, como serão? Se não, o que você ima-
gina que os substituirá?
Resposta pessoal.
EM23_2S_CC_L1_02

EM23_2S_CC_L1_02

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Identificando os

arigato/Shutterstock/Editoria de arte
ETAPA 3

“indocumentados”
Atualmente, ainda há um número significativo de pessoas no Bra- Além desse fator, a falta de documentação pode ser relacionada
sil que não têm um documento que as identifique perante o Estado. ao gênero dos cidadãos. Observe:
Observe as informações a seguir, que apresentam o perfil de pessoas
indocumentadas e alguns dos fatores que contribuem para que essa Percentual de indocumentados por gênero
situação ainda exista. 45,40%
37,90%
No mundo todo, em torno de 1 bilhão 30,10%

de pessoas vivem indocumentadas.


Segundo a iniciativa ID4D (Identification for Development) do grupo 5,10% 4,80% 5,40%
The World Bank, o problema da falta de documentos se estende pelo
mundo todo, como pode-se observar no gráfico a seguir. Todos Homens Mulheres
Países desenvolvidos
Indocumentados por região
600 Países subdesenvolvidos e emergentes
500
400 Outro aspecto a ser considerado ao analisar a indocumentação
300 são os índices econômicos dos países. Essa análise considera o quin-
200 til de renda como parâmetro, que é o índice utilizado para dividir uma
100 população com base em sua renda. Cada quintil representa 20% da
população e é ordenado do grupo com renda mais baixa até o grupo
0
a
ric na Ás
ia
Ás
ia
e
io
e
na
e

sia com renda mais alta, como demonstrado no gráfico a seguir.
Áf aria da da
éd ica ati pa l
sa S ul t e t e M Áfr i c aL r o a
b s o ien da ér Eu entr
Su Le cífic Or rte
Pa Am ribe C
No Ca
Percentual de indocumentados por quintil de renda
Número de indocumentados (em milhões)
45% 43,40%
39,60%
33,90%
27,80%

6,50% 5,60% 4,70% 4,70% 3,90%

1.º quintil 2.º quintil 3.º quintil 4.º quintil 5.º quintil

Países subdesenvolvidos e emergentes


e.com

Países desenvolvidos
ock.adob

Fonte dos gráficos: WORLD BANK GROUP. ID4D/G2Px: 2021


Login/St

Annual Report. Disponível em: https://documents1.worldbank.


org/curated/en/436051643089705385/pdf/Identification-
for-Development-ID4D-and-Digitalizing-G2P-Payments-
G2Px-2021-Annual-Report.pdf. Acesso em: 8 jun. 2022.

Ao analisar todos os gráficos apresentados anteriormente, é pos-


sível concluir que:

Dentre o 1 bilhão de pessoas indocumentadas no mundo todo:

81% vivem na África Subsaariana ou Sul da Ásia

63% vivem em países de economia média-baixa


28% vivem em países de economia baixa
EM23_2S_CC_L1_03

EM23_2S_CC_L1_03

Depois de ler o texto introdutório e analisar os gráficos com os alunos, é


possível fazer alguns questionamentos para levar os alunos à reflexão. Para
isso, você pode consultar a página 6 do Livro do professor, que apresenta
alguns exemplos de perguntas possíveis.

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De acordo com a estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, cerca de 3 milhões de brasileiros,
o equivalente a 1,5% da população, não têm certidão de nascimento, o primeiro documento de um cidadão. A falta dela é impeditivo para a
retirada de outros documentos essenciais para o exercício da cidadania no país.
Observe o infográfico a seguir, que indica a quantidade de pessoas sem registro de nascimento no Brasil, por região. A pesquisa que levan-
tou os dados foi feita pelo IBGE.

Pessoas sem registro de nascimento no Brasil (por região)

Cerca de 320 mil pessoas. Cerca de 828 mil pessoas.

BestPolygon/Stock.adobe.com

Cerca de 1,15 milhão de pessoas.

Cerca de 243 mil pessoas.

Cerca de 399 mil pessoas.

Analise os dados publicados pelo IBGE em 2019, Agora, observe dados de sub-registro de crianças no
sobre crianças que não receberam certidão de nasci- Brasil durante duas décadas.
mento no 1.º ano de vida por região brasileira.

Percentual de crianças que não receberam certidão de Percentual de sub-registros de crianças no Brasil
nascimento no 1.º ano de vida por região 25%
7,50%
20%

15%

10%
2,50%
1,23% 5%
1,10%
0,28%
0%
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte 2000 2005 2010 2015 2020

O sub-registro civil de nascimento, apresentado nos gráficos com dados do IBGE, é o conjunto de nascimentos não registrados no
primeiro ano de vida.
Perceba que, conforme mostra o segundo gráfico, em duas décadas houve uma diminuição na taxa de sub-registro, a qual pode ter sido
motivada por programas sociais que exigem que o beneficiário seja registrado e políticas públicas como instalação de cartórios em maternida-
des e a não necessidade da presença do pai para registro.
Saiba mais
1. Pesquise e debata com os colegas e o professor os tópicos a seguir e registre Como fica a iden
tificação das com
em seu caderno suas conclusões. nidades indígena u-
a) Qual é o perfil das pessoas sem documento no Brasil e no mundo? s?
No caso dos povo
b) Quais são os possíveis fatores que impossibilitam o acesso dessas pes- s indígenas que
território brasileiro vivem no
, a identificação de
soas a documentos? Estado ocorre por les perante o
meio do Registro
c) Quais são os prejuízos enfrentados por essas pessoas por não possuí- de Nascimento de Administrativo
Indígena (RANI),
rem documentos? dido pela Funai ao que é conce-
s membros dess
o requererem. Po es povos que
d) No Brasil, que medidas já foram realizadas e quais ainda podem ser r meio desse reg
solicitar a emissão istro, é possível
implementadas para que todos os brasileiros tenham certidão de de outros docume
certidões de nasc ntos, como
nascimento? imento e óbito.
No entanto, os me
mbros de comunid
EM23_2S_CC_L1_03

EM23_2S_CC_L1_03

2. Com base na pesquisa e no debate das questões, escolha um dos tópicos e genas não são ob ades indí-
construa um gráfico ou um infográfico, como os das páginas anteriores, para rigados por lei a ter
documentos.
apresentar os dados obtidos.
Para desenvolver essas atividades, consulte a página 6 do Livro
do professor.

13
PROF

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Identificação,
documentação e
cidadania
ETAPA 4

Agora que você pesquisou informações relacionadas a documentos e formas de identificação, bem como a respeito de dados e perfis dos
indocumentados no Brasil e no mundo, está na hora de você e os colegas contribuírem para facilitar o acesso igualitário da população à docu-
mentação. Para isso, é necessário articular as diferentes áreas do conhecimento.

Roteiro de atividade
Reúna-se em pequenos grupos com os colegas. A proposta é que ● Argumento de autoridade: citação de especialistas no assunto
vocês produzam uma petição online, uma solicitação direcionada a em questão, com pontos de vista semelhantes aos dos autores
uma autoridade pública para resolver um problema individual ou cole- da petição. Pode-se utilizar dados do Instituto Brasileiro de
tivo. Essa petição deverá ser dirigida à esfera pública governamental Geografia e Estatística (IBGE) e de sites oficiais do governo e
e requisitar o acesso facilitado a documentos pessoais àqueles que amparar a argumentação na legislação vigente, por exemplo.
ainda não os possuem, ação que pode ser executada por meio de mu- ● Argumento de consenso: proposições consensualmente
tirões, campanhas de cidadania em bairros afastados etc. Para isso, aceitas como verdadeiras e indiscutíveis. Por exemplo: “A
estas etapas devem ser seguidas: educação é indispensável para o desenvolvimento social”.
● Selecionem o conteúdo da petição e decidam o que será defen- Perceba que não há uma fonte única que embase a afirmação,
dido no documento. Pontos que podem ser abordados: mas sua legitimidade é comprovada e consensual.
● conscientização de uma parcela da população sobre a obten- ● Argumento lógico: conclusões baseadas em dados, ou seja,
ção de um documento específico (sugestão: campanha para informações de fontes confiáveis que permitem chegar a
jovens entre 16 e 17 anos tirarem o título de eleitor, na qual se uma conclusão. Por exemplo: “O IBGE tem avançado em
explica, além do procedimento para conseguir o documento, estudos que vão além do pareamento das bases de registros
a importância do voto); vitais (nascimentos e óbitos), aplicando métodos de captura
e recaptura que objetivam estimar a parcela dos eventos
● problemas enfrentados por uma pessoa que não tem docu-
totais de nascimentos e óbitos no Brasil e, por conseguinte,
mentos ou um registro específico (serviços aos quais ela não
o indicativo de sub-registro desses eventos vitais”. Com base
consegue ter acesso, oportunidades que ela pode perder etc.);
nesses dados, é possível dizer com segurança que o IBGE
● quais ações ou procedimentos a esfera pública pode oportu- é o órgão responsável pela coleta, pelo pareamento e pela
nizar para que a população tenha mais facilidade para adquirir calibragem de dados referentes a pesquisas de sub-registro
os documentos pessoais. e registro civil no Brasil.
● Definam o tipo de argumento a ser utilizado para defender o ponto
● Argumento de comparação: análise de dois fatos com base
de vista do grupo. A seguir, há algumas possibilidades de argu-
em suas semelhanças e/ou diferenças, com o objetivo
mentos que podem ser utilizados para embasar a escrita:
de favorecer a defesa do posicionamento adotado. Por
exemplo: “É muito complexo para as autoridades bloquear
páginas falsas na internet. Da mesma forma, é difícil para
a população diferenciar um site confiável de um duvidoso”.
Login/Stock.adobe.com

EM23_2S_CC_L1_04

EM23_2S_CC_L1_04

14
PROF

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● Argumento de prova concreta: uso de experiências e ob- Como citado, para que a sociedade perceba a importância
servações de casos semelhantes para comprovar o que do tema, a petição precisa ser divulgada e acessada pelo maior
se busca defender. Por exemplo, se o debate for sobre número de pessoas possível. Por isso, publicá-la nas redes so-
leis de trânsito para ciclistas, pode-se utilizar casos de ciais é importante!
países que implementaram mecanismos que melhoraram
Durante as pesquisas feitas neste projeto, você e os colegas
a segurança desse grupo. Como prova concreta, é pos-
conheceram e levantaram dados importantes sobre a quantidade
sível fornecer dados e números reais, além de relatos de
e a situação dos indocumentados no Brasil e no mundo. Junto ao
fontes confiáveis.
grupo com que você elaborou a petição, utilize essas informações
● Depois de definir os pontos anteriores, façam um rascunho na campanha de divulgação mencionada. Considerem que essa
do texto, que deve conter a problemática social “facilitação campanha deve circular em ambientes nos quais as pessoas que
do acesso a documentos pessoais à população” e uma pro- necessitam dessas informações estejam presentes.
posta de intervenção a ser realizada pelo órgão receptor da
petição: o Poder Executivo. Para isso:
● Revisem a petição, observando se os pontos apresentados 1. Definam estratégias de sensibilização do público a partir
anteriormente sobre assunto e argumentos que sustentem das seguintes etapas:
a necessidade de ação foram respeitados, além de ade- a) Escolham a linguagem mais apropriada para se comu-
quar a linguagem para o meio de divulgação e público-alvo. nicar com o público definido.
Lembrem-se de assiná-la em nome do grupo.
b) Escolham o meio para atingir esse público.
● Após revisada a petição, procure locais, especialmente on-
c) Definam as informações que vocês vão apresentar.
line, nos quais seja possível disponibilizar essa petição, para
que a população possa acessá-la. d) Definam em qual rede social a campanha e o link da
petição serão publicados.
● Depois que a petição for publicada, o link poderá ser enviado
para a comunidade escolar ou de seu bairro para que o texto 2. Elaborem um relatório final da pesquisa e apresentem para
cumpra sua função social. Além disso, é interessante que o professor e a turma. Nesse relatório vocês devem colocar
vocês também montem uma campanha nas redes sociais as seguintes informações:
para a divulgação da petição. Dessa maneira, pensem no pú- a) Levantamento de dados realizado.
blico-alvo que querem atingir, como os seguintes: pessoas b) Apresentação da campanha em si.
em situação de vulnerabilidade social, mulheres, estrangei-
ros imigrantes, pessoas que tenham contato com essa par- c) Apresentação dos resultados obtidos pela campanha.
cela da população etc. Além disso, no meio de divulgação, d) Autoavaliação.
é necessário trazer informações essenciais para que a co- Após todas as et
apas, se
munidade entenda do que trata a petição e, dessa forma, possível, enviem a
engaje-se no tema proposto. Exemplos: petição para
o órgão competent
● indicação dos documentos aos quais as pessoas têm e por meio do
site oficial desse fó
direito no Brasil; rum ou de um
onde e como conseguir esses documen- representante. Es
● sa também é
tos (apresentar locais na cidade e/ uma forma de exerce
ou região, horário de atendimento, r a cidadania.
etapas que podem ser feitas on-
line e as que só podem ser feitas
presencialmente, o que precisa ser
levado – foto e/ou comprovante de
residência, por exemplo);
● pré-requisitos para ter acesso a
esses documentos – idade, outros
HandRobot/Stock.adobe.com/Editoriadearte

documentos etc.;
● tecnologias de identificação
envolvidas nos registros – fotos,
assinatura, biometria.

Nas páginas 7 e 8 do Livro do professor há o detalha-


mento dos procedimentos que devem ser feitos pelos
alunos para a consolidação do projeto solicitado na
Etapa 4.
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EM23_2S_CC_L1_04

15
PROF

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FÍSICA
Matéria e energia
L1
Eletrostática: uma introdução.................... 265

Interação entre cargas: como ocorre? ..... 274

Campo elétrico: algumas noções .............. 283

Potencial elétrico: algumas noções .......... 292

Vida, Terra e Cosmos


Leis de Newton:
descobrindo as forças ..................................301

Como as forças atuam:


interação entre corpos ................................ 310

Como as forças atuam:


outras aplicações .......................................... 319

Como as forças atuam:


trajetórias curvilíneas .................................. 328

Muhammah Haseeb/Jasmina Andonova/Shutterstock

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PONTO DE PARTIDA

Leia, a seguir, um texto sobre as máscaras de proteção.


01
01/32
A vantagem eletrostática das máscaras de proteção N95/PFF2
Durante a pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2, um dos mecanismos de proteção individual
amplamente recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) foi o uso de máscaras de
proteção individual. Entre os modelos de máscaras existentes, destacaram-se pela alta eficiência
no bloqueio ao vírus a N95 e a PFF2, as quais se diferem apenas pela posição das tiras de fixação.
Ambos os modelos têm, basicamente, uma estrutura interna composta de duas camadas de te-
cido não tecido (TNT) com um meio filtrante de microfibras sintéticas entre elas. Na parte externa,
utiliza-se uma cobertura também de TNT. Com isso, essas máscaras têm a capacidade de blo-
quear a saída e a aspiração de gotículas e aerossóis. Esses materiais são utilizados na fabricação
de máscaras em razão de suas propriedades eletrostáticas, que proporcionam a atração de partí-
culas e consequentemente conferem maior proteção ao usuário.

uma introdução
A partir do que foi apresentado no texto e de seus conhecimentos prévios, responda às questões a seguir e levante

Eletrostática:
hipóteses.
1. Como ocorre o funcionamento das máscaras N95/PFF2? Como as propriedades eletrostáticas atuam nesse processo?
Por que não é recomendável lavar as máscaras N95/PFF2?
Esta seção tem o objetivo de desenvolver a habilidade EM13CNT301 da BNCC por meio da aplicação da eletrostática em uma situação do
cotidiano. Sugere-se trabalhar a seção em sala de aula, preferencialmente em grupos. Como é uma atividade interdisciplinar, pode ser feita com
o professor de Biologia, de forma a ampliar a compreensão dos alunos a respeito dos mecanismos de proteção e prevenção ao vírus
SARS-CoV-2. Espera-se que os alunos indiquem que as partes internas das máscaras, devido ao tipo de material e por ser possível induzir cargas
elétricas nas tramas desses objetos, atraem as partículas que estão suspensas no ar. Sugere-se que seja apresentada aos alunos uma imagem de
microscopia eletrônica do filtro das máscaras N95/PFF2. Essa imagem e mais informações podem ser encontradas no link
https://www.blogs.unicamp.br/covid-19/como-funcionam-as-mascaras-n95/. Ainda, espera-se que os alunos indiquem que a lavagem desse
tipo de máscara pode danificar o sistema de proteção, pois espaça a trama, prejudicando a atuação das cargas eletrostáticas das fibras da
máscara. Nesse momento, é possível que a questão seja resolvida junto ao professor de Química, de forma a ampliar a compreensão dos alunos
a respeito dos conceitos envolvidos na situação sob o viés do componente curricular de Química.

SSSSSSSS
S SS
S
SS
SS
S

Máscara de proteção com


SS
SS
SS

classificação N95 ou PFF2.


SS S
SS

Carga elétrica: uma história


A Eletrostática é uma área do Eletromagnetismo e tem como objetivo estudar as propriedades
e o comportamento de partículas atômicas, especificamente os prótons e os elétrons, quando se en-
contram em repouso. Contudo, antes de abordar os fenômenos relacionados a essas duas partículas
e suas interações, serão apresentadas as origens históricas da eletricidade e dos fenômenos elétricos.
O mundo como se conhece hoje é, em parte, resultado do conhecimento fundamental adquirido
Escola Digital

sobre eletricidade, que está presente em fenômenos naturais, como raios, nos animais (por meio da
condução nervosa), na iluminação dos ambientes, no funcionamento de automóveis, nos aparelhos
celulares e em outros elementos presentes no dia a dia.
O conhecimento sobre a eletricidade e seus fenômenos teve início na Antiguidade, mas não é pos-
sível determinar sua origem exata. O que se sabe atualmente é que na época da Grécia Antiga foram
EM23_2_FIS_01

realizados os primeiros registros e explicações sobre esses fenômenos. A seguir, serão apresentadas
as principais descobertas em relação à eletricidade e o início dos estudos sobre as interações entre FÍS
cargas elétricas em repouso. 265

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C C CCC
CCCCC Escritos de 600 a.C. atribuídos ao filósofo Tales de Mileto (624-548 a.C.) indi-
CCC
CCC
CC
cam que os filósofos gregos foram os precursores do estudo dos fenômenos elé-
tricos. Nessa época, os gregos já tinham o conhecimento de que, por exemplo, ao
friccionar couro ou lã com um pedaço de resina fóssil, conhecida como âmbar (em
grego, elektron), esta atrairia pequenos fragmentos de palha. A explicação para
esse fenômeno, segundo Tales, era de que os objetos hoje considerados inanima-
dos tinham vida e, com isso, o âmbar podia atrair outros objetos, já que possuía
Gravura de uma alma, considerada o fundamento da força. Tales também percebeu que pe-
Tales de Mileto.
dras encontradas na região de Magnésia, atual território da Grécia, conseguiam
atrair outros materiais, mesmo que não houvesse atrito. Nesse caso, foi observa-
WWWWWW
WW
W WW do que a chamada “pedra-ímã” não atraía palha, apenas ferro. Assim, iniciou-se,
WWW
WWW separadamente, o estudo dos fenômenos magnéticos.
WW
WW

Posteriormente, no século IV a.C., o filósofo grego Teofrasto (372-287 a.C.)


WW
WWWWWWWWWWWWWWWW

verificou por meio de experimentos que determinados materiais, quando atrita-


dos em outros objetos de materiais distintos, também conseguiam atrair corpos
leves. Assim, provou que essa propriedade não estava ligada somente ao âmbar.
WW

Como a origem dos fenômenos elétricos está ligada às propriedades micros-


Gravura de
Teofrasto.
cópicas da matéria, durante séculos pouco se avançou nos estudos a respeito da
eletricidade e do magnetismo. No período em que a Europa passava pela
WWWWWWWWW Revolução Científica, o inglês William Gilbert (1544-1603), chefe do Royal College
W WWWW
WW
W WW of Physicians e médico responsável pela família real britânica, descreveu em seu
livro De Magnete, publicado em 1600, alguns resultados de experimentos que rea-
WW
W WW
WWW

lizou sobre eletricidade e magnetismo, distinguindo os dois conceitos em uma


WWWWWWWWWWWWWW

época na qual a diferenciação entre as duas áreas ainda não era perceptível. Na
obra, Gilbert descreveu que outros materiais, como o diamante, o vidro e o enxo-
fre, também se comportavam como o âmbar, quando friccionados. Foi, então, o
primeiro que utilizou a denominação corpos elétricos para designar os materiais
Retrato de
William Gilbert.
que se comportavam como o âmbar.
Anos depois dos estudos de William
Gilbert, em 1660, o alemão Otto von
Wellcome Library, London. Wellcome Images

Guericke (1602-1686), por meio de


um estudo sistemático, desenvolveu
um gerador eletrostático rudimentar,
máquina capaz de eletrizar os corpos.
Composta de uma esfera revestida
com enxofre presa a uma manivela, a
máquina funcionava quando a esfe-
ra era girada e entrava em atrito com
uma tira de borracha. Ao aproximar
tiras metálicas e penas da esfera, es-
ses objetos eram atraídos por ela, mas,
após entrarem em contato com a es-
fera, passavam a repeli-la. Sem uma
definição formal para a repulsão entre
cargas, von Guericke utilizou sua des-
coberta para fazer apresentações ao
público, o qual ficava impressionado
Gravura do gerador eletrostático de Otto von Guericke.
com o fenômeno, que, até aquele mo-
mento, era inexplicável.
Wellcome Library, London

Em 1705, outro gerador eletrostático, conhecido como máquina de Hauksbee,


mais potente e capaz de gerar grandes fagulhas, foi desenvolvido pelo físico in-
glês Francis Hauksbee (1660-1713). A partir de experimentos realizados com
esse gerador, Stephen Gray (1666-1736), em 1729, descobriu que era possível
transferir cargas elétricas entre certos tipos de corpos, ou seja, as cargas elétri-
cas funcionavam como uma espécie de fluido elétrico. Em seu experimento, Gray
detchana wangkheeree/Shutterstock

pendurou uma esfera de marfim por um fio de barbante e encostou um bastão


de vidro eletricamente carregado ao sistema, observando que havia acontecido
a transferência do fluido elétrico do bastão para a esfera, a qual ficou carregada
FÍSICA

eletricamente. Em seguida, o físico pendurou a mesma esfera por um fio metálico


e quando encostou o bastão nela percebeu que a esfera não havia recebido o flui-
do elétrico, concluindo que o metal levava o fluido elétrico embora. A partir dos
EM23_2_FIS_01

EM23_2_FIS_01

resultados, Gray concluiu que as substâncias podem ser condutoras ou isolantes.

Gravura da máquina de
266

Hauksbee.

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Ainda no século XVIII, em 1733, o cientista francês Charles du Fay (1698‑1739),
por meio de resultados experimentais, postulou a existência de dois tipos de ele-

CC
CCC
tricidade de natureza oposta que dependiam das características do corpo: a ví-

CC
CCCC
trea e a resinosa. Os corpos sólidos e os transparentes, como vidro, cristal, lã,

C
CCCCCC
pedras preciosas e pele animal, quando eletrizados, adquiriam eletricidade ví-
trea. Já os corpos resinosos e os betuminosos, por exemplo, âmbar, goma-laca e
cera, ao serem eletrizados, adquiriam eletricidade resinosa. Du Fay então definiu Gravura de
que alguns corpos repeliam objetos que adquiriam o mesmo tipo de eletricidade Charles du Fay.
e atraíam objetos que adquiriam eletricidade de natureza diferente.
O cientista holandês Pieter van Musschenbroek (1692-1761), professor na
Universidade de Leiden, descobriu, em 1746, uma forma de armazenar o fluido
elétrico gerado por atrito em um dispositivo, que ficou conhecido como garrafa
de Leiden. Na época, os estudiosos atribuíam a perda do fluido elétrico ao fe- CC
nômeno da evaporação e, com isso, buscavam uma maneira de condensar esse C

CC
CC
fluido.

CCC
CCCCC
Foi realizado, então, um experimento no qual uma garrafa era preenchida

CCC
com água e em seguida vedada com uma rolha. Nessa rolha, foi inserido um pre-
go e uma de suas extremidades entrava em contato com água. Em seguida, a Retrato de
outra extremidade do objeto era colocada em contato com uma máquina respon- Pieter van
Musschenbroek.
sável por carregá-lo eletricamente. Após carregado, quando tocava-se no prego,
sentia-se um choque por conta de o condutor interno (água) induzir uma carga
oposta no condutor externo (parte do corpo que tocasse no prego). Esse dispo-
sitivo fez com que os cientistas conseguissem acumular grandes quantidades de
eletricidade para utilizá-las em diferentes experimentos, inclusive para investigar
NNNNN
seus efeitos em seres vivos. N NNNN
N NNN
Por volta de 1750, o cientista estadunidense Benjamin Franklin (1706-1790),

NN
NNN
ao contrário de Charles du Fay, acreditava que apenas um tipo de fluido elétrico

NNN
N NN
passava de um corpo para outro após a fricção de ambos. Tendo essa ideia em

NNNNNN
vista, ele postulou que o corpo que acumulava o fluido era positivamente carre-

NN
gado, enquanto o corpo que perdia fluido era negativamente carregado. Além
disso, Franklin observou que a movimentação da eletricidade entre diferentes Retrato de
tipos de corpos ocorria como uma forma de a natureza equilibrar a falta ou o Benjamin
Franklin.
excesso do fluido elétrico neles. Com isso, o cientista conseguiu explicar satis-
fatoriamente o funcionamento da garrafa de Leiden e foi o primeiro a propor o
princípio de conservação de cargas elétricas.
Em 1753, o físico britânico John Canton (1718-1772) descobriu por meio de
NNNNN
experimentos que era possível carregar eletricamente um corpo isolado mesmo N NNNN
N NNN
que esse não fosse colocado em contato direto com outro corpo eletricamente

NN
NNN
carregado. Para isso, Canton atritou um pedaço de vidro, deixando-o carregado
NNN
N NN
positivamente, e o aproximou de dois corpos metálicos neutros que estavam em
NNNNNN
contato. Após afastar o vidro e separar os corpos, Canton observou que o cor- NN

po que estava mais próximo do vidro ficou negativamente carregado, enquan-


to o outro corpo ficou positivamente carregado. Dessa maneira, de acordo com
o princípio de conservação de cargas estabelecido por Franklin, ambos ficaram Retrato de John
com a mesma quantidade de carga elétrica em módulo. Canton.

Nesse mesmo período, o cientista francês Charles Augustin de Coulomb


(1736-1806) conseguiu medir, por meio de uma formulação matemática, a inten-
sidade da força de atração entre corpos eletrizados. Em seus experimentos, uti-
lizou uma balança de torção, semelhante à que Henry Cavendish (1731-1810)
PPPP
havia usado para determinar a constante gravitacional universal (G) utilizada na PP P
PPP
PP
P
Lei de Gravitação Universal.
PP
PPP

Enquanto a estrutura atômica era discutida nos séculos XIX e XX, ocorreram
P PP
PPPP

diversas outras descobertas na área do eletromagnetismo, campo que contou


P
PPPPP

com as contribuições de cientistas como André-Marie Ampère (1775-1836),


Georg Simon Ohm (1789-1854), Hans Christian Oersted (1777-1851), Michael
Faraday (1791-1867), James Clerk Maxwell (1831-1879), Edwin Herbert Hall Retrato de
(1855-1938), Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894), Max Planck (1858-1947) e Charles A.
Coulomb.
FÍSICA

Maxwell Boltzmann (1844-1906). No mesmo período, começaram a ser desen-


volvidas as teorias sobre o modelo atômico, que tiveram grande importância no
desenvolvimento do estudo da eletricidade.
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Neste tópico é possível retomar com os alunos

Teoria atômica conceitos sobre os modelos atômicos a partir


do viés da Química.
Em grande parte da história do estudo sobre o eletro- Experimentalmente foi descoberto que, enquanto os
magnetismo não havia conhecimento a respeito da estrutu- prótons e os elétrons se atraem, os prótons se repelem en-
ra da matéria e não se entendia o motivo de os fenômenos tre si, o que também ocorre com os elétrons. Esse comporta-
eletromagnéticos acontecerem. No entanto, nos séculos XIX mento das partículas se deve a uma característica intrínseca
e XX foram desenvolvidos alguns modelos atômicos para a elas, chamada de carga elétrica, a qual é responsável pela
explicar a composição e a estrutura da matéria. ocorrência dos fenômenos elétricos.
Em 1803, o cientista John Dalton (1766-1844) postulou Por terem comportamentos opostos, por convenção os
que a matéria era composta de partículas esféricas, maci- prótons têm carga elétrica positiva (+) e os elétrons têm car-
ças e indestrutíveis, chamadas de átomos. Anos depois, em ga elétrica negativa (–). Outro componente do núcleo atô-
1904, o físico inglês Joseph John Thomson (1856-1940), a mico, o nêutron, recebeu essa denominação por ter carga
partir de resultados experimentais que envolviam uma am- neutra. As características da carga relativa, da massa rela-
pola de Crookes, estabeleceu um modelo atômico no qual o tiva e da localização dessas partículas no átomo podem ser
átomo era uma esfera com interior carregado positivamen- observadas na tabela a seguir.
te e com cargas negativas distribuídas em sua superfície.
Esse foi o primeiro modelo que considerou a natureza elé- Partícula Carga relativa Massa relativa Localização
trica da matéria. Próton +1 1
Núcleo
Com avanços nos estudos sobre a matéria, em 1911, Nêutron 0 1
Ernest Rutherford (1871-1937) desenvolveu um novo mo-
Elétron –1 0 Eletrosfera
delo atômico, conhecido como modelo planetário, por meio
do qual estabelecia que o átomo possuía cargas elétricas
positivas concentradas em um núcleo pequeno e denso e, Com base no comportamento das partículas, na estru-
em volta desse núcleo, na região denominada eletrosfera, tura do átomo e nos dados da tabela anterior, é possível es-
orbitavam elétrons de cargas negativas. Anos depois, em tabelecer que:
1932, o físico inglês James Chadwick (1891-1974) descobriu ● Embora a massa real do próton seja aproximadamente
partículas eletricamente neutras. 1 836 vezes maior do que a massa do elétron, o valor das
A natureza da eletricidade e dos fenômenos atômicos só cargas elétricas dessas partículas, em módulo, é o mesmo,
foi precisamente compreendida a partir do entendimento ou seja, carga e massa são propriedades independentes.
de que a matéria é composta de átomos divisíveis formados ● Em seu estado natural, o átomo tem a mesma quantidade
por três diferentes partículas: os prótons, os nêutrons e os de prótons e elétrons, o que resulta em uma carga elétri-
elétrons, como representado no esquema a seguir. ca total nula.
● Como o núcleo do átomo é composto de prótons e nêu-
trons, ele é positivamente carregado.
● Como os prótons se repelem, é preciso que uma força equi-
libre essa repulsão e assim estabilize o núcleo. Essa força
tem natureza não gravitacional e não elétrica e é chamada
de força nuclear forte.

Carga elementar
Inkoly/OSweetNature/Coffeemill/Shutterstock

Elétron Em 1909, Robert Andrews Milikan (1868-1953) determi-


nou experimentalmente a menor quantidade de carga elétri-
ca mensurada, conhecida como carga elétrica elementar
(e). Além disso, definiu que tanto prótons quanto elétrons
Nêutron representavam a unidade mínima de carga elétrica encon-
trada, ambos com o mesmo valor absoluto. Atualmente, o
valor aceito para essa constante da natureza é:

Próton e = 1,6 · 10 –19 C

Representação simplificada da estrutura de um átomo de modelo Em que C é a unidade de carga elétrica no Sistema
planetário. Atualmente foi proposta uma nova estrutura para o Internacional de Unidades (SI), denominada Coulomb em
átomo, baseada nos estudos da Física Quântica. (Cores-fantasia.
Fora de escala.)
homenagem a Charles Augustin de Coulomb.
Assim, define-se que:
Segundo o modelo planetário do átomo, os prótons e
nêutrons estão fortemente ligados na região do núcleo, en- ● Carga elétrica do próton ⇒ +e = +1,6 · 10–19 C
quanto os elétrons estão dispersos em volta desse núcleo e ● Carga elétrica do elétron ⇒ –e = –1,6 · 10–19 C
orbitam a região da eletrosfera.
FÍSICA

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EM23_2_FIS_01
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Estado de eletrização de um corpo Da mesma maneira que
Como todos os corpos materiais são constituídos por átomos e todos os átomos são compos- o estado de eletrização
tos de prótons, nêutrons e elétrons, um corpo pode ter seu estado de eletrização classificado de um corpo pode ser
em: positivamente carregado, negativamente carregado ou neutro, de acordo com a diferença de modificado, a eletrização
de um átomo é alterada
prótons e elétrons presentes em sua constituição. conforme seu número
Devido ao fato de os prótons estarem fortemente ligados ao núcleo atômico, eles não têm de prótons e elétrons.
grande mobilidade. Já os elétrons, por estarem localizados na eletrosfera, mais distante do núcleo, Assim, o átomo pode ser
denominado íon positivo,
têm grande mobilidade. Assim, o estado de um átomo somente será alterado se ele ganhar ou também chamado de
perder elétrons. cátion (um átomo que
Quando um corpo está positivamente carregado, o número de prótons presentes nos áto- cedeu elétrons), neutro
ou íon negativo, também
mos que o constituem é maior que o número de elétrons, o que indica que ele cedeu elétrons para chamado de ânion (um
outro corpo, como representado no esquema a seguir. átomo que ganhou
Antes Depois elétrons).

Após ceder
elétrons

A quantidade de carga
elétrica equivalente a 1 C,
em módulo, corresponde
a 6,25 · 1018 unidades de
carga elementar.
Corpo neutro Corpo positivamente
carregado
De forma semelhante, diz-se que um corpo está negativamente carregado quando o número
de prótons presentes nele é menor que o número de elétrons, o que indica que ele recebeu elé-
trons de outro corpo, como representado no esquema a seguir.
Como há situações em que
Antes Depois a quantidade de partículas
transferida entre corpos é
menor que 1 C, é comum
adotarem-se submúltiplos
Após receber dessa unidade.
elétrons
• Milicoulomb (mC) ⇒
1 mC = 10–3 C
• Microcoulomb (µC) ⇒
1 µC = 10–6 C
• Nanocoulomb (nC) ⇒
1 nC = 10–9 C
Corpo neutro Corpo negativamente • Picocoulomb (pC) ⇒
carregado 1 pC = 10–12 C
Já no caso em que o corpo está neutro, o número de prótons nele é igual ao número de elé-
trons, o que não significa ausência de carga elétrica.

Quantização da carga elétrica


Quando o átomo cede ou recebe elétrons, a quantidade de elétrons movimentados deve ser
um número inteiro, pois não é possível ceder ou receber frações de elétron. Com base nessa pre-
missa, diz-se que a carga elétrica de um corpo eletrizado é quantizada devido aos valores da carga
serem múltiplos inteiros da carga elementar (e).
A quantidade de carga elétrica refere-se ao número de elétrons que o corpo cede ou recebe e
pode ser definida a partir da seguinte equação:

Q=±n·e

Em que Q é a medida da quantidade de carga elétrica presente no corpo (C), n é a medida da di-
ferença entre o número de prótons e o número de elétrons presentes no corpo e e é a medida da
carga elementar (1,6 · 10 –19 C).

Princípios da eletrostática
FÍSICA

Na Eletrostática, estuda-se a interação entre cargas, situação que pode ser explicada por meio
de dois princípios, o da atração e repulsão e o da conservação de cargas elétricas.
Segundo o princípio de atração e repulsão, as partículas eletrizadas com cargas de sinais
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contrários, quando aproximadas, atraem-se mutuamente. Ao contrário, as partículas eletrizadas


com cargas de mesmo sinal se repelem mutuamente.
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Já segundo o princípio de conservação de cargas elétri- HABILIDADES NA PRÁTICA
cas, em um sistema isolado, onde não ocorre transferência
de cargas elétricas para um meio externo, o número total de
1. Devido à ordem de grandeza dos elétrons,
cargas mantém-se constante, ou seja, a carga inicial é igual à
não é possível visualizar sua mobilidade nos
carga final. Isso significa que, após ocorrer a interação entre
materiais condutores e isolantes; contudo,
corpos de carga Q1, Q2, ..., Qn , esses corpos passam a ter car- o uso de simuladores pode auxiliar nessa
gas Q1', Q'2 , ..., Qn', e a soma do total de cargas antes da intera- situação. Acesse o QR Code ao lado, escolha
ção deve ser igual à soma do total de cargas após a interação. um corpo carregado positiva ou negativamente, aproxime-o

Condutores e
dos materiais condutores e isolantes e observe o que ocorre
com os elétrons desses materiais. Na sequência, inverta o

isolantes elétricos
estado de eletrização do corpo e repita o experimento. Ao
final, faça anotações sobre o que você observou e discuta os
Os condutores, de modo geral, têm como característica resultados com os colegas.
a capacidade de permitir que os elétrons livres dos átomos Realize a atividade em sala, preferencialmente em grupo. Estimule, em um
que os constituem tenham a mobilidade facilitada no interior primeiro momento, a troca de ideias entre os alunos, e, após terem feito as
anotações e elaborado hipóteses, detalhe os conceitos apresentados pelo
de sua estrutura. É essa mobilidade a responsável por uma aplicativo, comparando-os com as anotações dos alunos. Espera-se que os
boa condução de eletricidade. São exemplos de condutores estudantes identifiquem o movimento das cargas elétricas negativas no
os metais, como o ferro, o cobre, o alumínio, a grafite, as solu- condutor à medida que o material carregado é aproximado e afastado,
bem como notem a ausência desses comportamentos no isolante.
ções salinas, as soluções aquosas ácidas e os gases ionizados.
Já os isolantes têm como característica não apresenta-
rem elétrons livres na estrutura do material, ou seja, suas
cargas elétricas não conseguem se movimentar, o que evita
a condução de eletricidade. São exemplos de isolantes as
cerâmicas, as rochas, os plásticos, as borrachas e os mate-
riais orgânicos, como madeira e cabelo.

LINHA DE CHEGADA
Embora as máscaras N95/PFF2 sejam consideradas as mais eficientes em relação à proteção contra diversas partículas, incluindo o vírus
SARS-CoV-2, elas não são eficientes em todos os casos. Com base nos conceitos abordados neste módulo, responda ao que se pede.
1. Como a eletricidade estática atua na eficiência da proteção das máscaras N95/PFF2?
Esta seção tem o objetivo de retomar a situação proposta na seção Ponto de partida e aprofundar os conhecimentos sobre os princípios da eletrostática empregados
como mecanismo de defesa nas máscaras de proteção N95/PFF2. Sugere-se que a atividade seja resolvida em sala, com a turma organizada em grupos, e que, em
seguida, as respostas sejam compartilhadas entre todos. No item 1, espera-se que os alunos indiquem que a eletricidade estática está aplicada na trama interna das
máscaras e auxilia na captura de partículas suspensas no ar por meio de atração.

Audio und werbung/CKA/Shutterstock

2. Por que lavar as máscaras com água e sabão ou borrifar álcool para a limpeza delas pode torná-las menos eficientes contra o SARS-CoV-2?
No item 2, espera-se que os alunos indiquem que um dos diferenciais desse modelo de máscara é sua barreira eletrostática. Desse modo, lavá-la ou borrifar
álcool nela altera as estruturas atômicas do material, anulando a barreira eletrostática criada e fazendo com que a máscara perca sua eficácia.
FÍSICA

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Saberes em ação Enem e vestibulares
1. Analise as proposições abaixo e assinale com V as alternativas 1. C6:H20 (IFCE-2019) Um corpo que estava inicialmente neutro, após
verdadeiras e com F as alternativas falsas. eletrização passou a ter uma carga líquida de –8 × 10–16 C. Sabendo

Fácil
I. ( ) Caso um corpo neutro perca elétrons, ele poderá ser que a carga elétrica elementar (= módulo da carga do elétron, ou
atraído por um corpo carregado positivamente. do próton) vale 1,6 × 10–16 C, é correto afirmar-se que o corpo
II. ( ) Em um condutor de eletricidade, considera-se que seus a) perdeu 5 × 104 elétrons.
elétrons livres se encontram fortemente atraídos pelo b) ganhou 5 × 103 elétrons.
núcleo. c) perdeu 5 × 103 elétrons.
III. ( ) Em um corpo isolante de eletricidade, todos os elétrons d) perdeu 2,5 × 104 elétrons.
encontram-se fortemente atraídos pelo núcleo.
e) ganhou 2,5 × 103 elétrons.
IV. ( ) A massa do próton é maior que a massa do elétron, e suas
cargas são iguais, em módulo. 2. C5:H18 (Cesgranrio) Uma pequena esfera de isopor, aluminizada,
suspensa por um fio “nylon”, é atraída por um pente plástico

Fácil
2. Em uma indústria são realizados diversos procedimentos de sepa- negativamente carregado. Pode-se afirmar que a carga elétrica
ração de materiais. Um deles consiste na separação de fragmentos da esfera é:
metálicos submetidos a diferentes processos de eletrização.
a) apenas negativa;
Considere que, em um desses processos, pretende-se medir a
massa de um pequeno fragmento metálico de massa m = 7 · 10–5 g, b) apenas nula;
inicialmente neutro. Esse fragmento é eletrizado e adquire uma c) apenas positiva;
carga negativa de Q = – 4,8 · 104 C. Sabendo que a massa do elé- d) negativa, ou então nula;
tron equivale, aproximadamente, a 1 · 10–31 kg após o processo
e) positiva, ou então nula.
de eletrização, determine em seu caderno as grandezas a seguir.
Dado: e = –1,6 · 10–19 C. 3. C5:H18 (Cesgranrio) Um corpo adquire uma carga elétrica igual a
+1C. Podemos afirmar, então, que a ordem de grandeza do número
a) A massa, em gramas, correspondente ao número total de
Fácil
de elétrons no corpo é de:
elétrons transferidos ao fragmento.
a) 10–19 perdidos.
b) A massa final, em gramas, do fragmento metálico após o
processo de eletrização. b) 10–19 ganhos.
3. O sal de cozinha comum, utilizado para temperar e conservar c) 1018 perdidos.
alimentos, constitui-se da ligação entre átomos de sódio e cloro, d) 1019 ganhos.
como representado no esquema abaixo. e) 1019 perdidos.
Na Cl 4. C5:H18 (FCM-2017) Um corpo originalmente neutro perde elétrons
e passa a apresentar uma carga de 2x107 C. Quantos elétrons foram
Fácil

perdidos por esse corpo? Dado: e = 1,6x10–19 C.


a) 1,25x1026 elétrons.
b) 2,5x1020 elétrons.
c) 5x1015 elétrons.
d) 1x1010 elétrons.
e) 1000 elétrons.
5. C5:H18 (IFRR-2019) Sabendo que a carga elétrica de um elétron
é igual a 1,6 · 10–19 C, determine a carga elétrica de um corpo que
A ligação entre os átomos de sódio (Na) e cloro (Cl) acontece de
Fácil

possui 4 · 1020 elétrons e 8 · 1020 prótons.


acordo com a regra do octeto, que estabelece que os átomos
formam ligações de modo a completar sua última camada ele- a) 48 C.
trônica com oito elétrons. Com base nessa regra e no esquema b) 82 C.
representado acima, faça em seu caderno o que se pede. c) 64 C.
a) Realize a distribuição eletrônica dos átomos antes e depois d) 46 C.
da ligação.
e) 25 C.
b) Calcule a carga elétrica total trocada entre os átomos.
6. C5:H18 (UFC) Uma esfera de cobre com raio da ordem de micrô-
metros possui uma carga da ordem de dez mil cargas elementares,
Fácil

distribuídas uniformemente sobre sua superfície. Considere que a


densidade superficial é mantida constante. Assinale a alternativa
que contém a ordem de grandeza do número de cargas elemen-
tares em uma esfera de cobre com raio da ordem de milímetros.
a) 1019.
b) 1016.
c) 1013.
d) 1010.
FÍSICA

e) 101.
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7. C5:H18 (CN-2020) Sobre eletricidade e magnetismo analise as 11. C5:H18 (UFSM) Considere as seguintes afirmativas:
afirmativas abaixo e assinale a opção que apresenta o conceito I. Um corpo não eletrizado possui um número de prótons igual

Médio
Fácil

INCORRETO. ao número de elétrons.


a) Partículas ou corpos com cargas elétricas de sinais iguais se II. Se um corpo não eletrizado perde elétrons, passa a estar
repelem e com sinais diferentes se atraem. positivamente eletrizado e, se ganha elétrons, negativamente
b) Um corpo é dito neutro quando possui igual quantidade de eletrizado.
prótons e elétrons. III. Isolantes ou dielétricos são substâncias que não podem ser
c) Um corpo é dito eletrizado positivamente quando inicialmente eletrizadas.
neutro e por algum processo de eletrização recebe prótons Está(ão) correta(s):
de outro corpo.
a) apenas I e II.
d) Em um sistema eletricamente isolado, dois corpos inicialmente
b) apenas II.
neutros e de materiais diferentes, quando atritados entre si ad-
quirem cargas elétricas de mesmo módulo e de sinais opostos. c) apenas III.
e) A Terra pode ser considerada como se fosse um grande ímã, d) apenas I e III.
em que o polo magnético norte encontra-se próximo ao e) I, II e III.
polo geográfico sul e o polo magnético sul, próximo ao polo 12. C6:H20 (FGV-2015) Deseja-se eletrizar um objeto metálico, inicial-
geográfico norte. mente neutro, pelos processos de eletrização conhecidos, e obter

Médio
8. C5:H18 (Unifor) Sabemos que a eletrostática é a parte da Física uma quantidade de carga negativa de 3,2 μC.
responsável pelo estudo das cargas elétricas em repouso. A história Sabendo-se que a carga elementar vale 1,6 ·10–19 C, para se con-
Fácil

nos conta que grandes cientistas como Tales de Mileto consegui- seguir a eletrização desejada será preciso
ram verificar a existência das cargas elétricas. a) retirar do objeto 20 trilhões de prótons.
Analise as afirmações abaixo acerca do assunto.
b) retirar do objeto 20 trilhões de elétrons.
I. Um corpo é chamado neutro quando é desprovido de cargas
c) acrescentar ao objeto 20 trilhões de elétrons.
elétricas.
d) acrescentar ao objeto cerca de 51 trilhões de elétrons.
II. A eletrostática é descrita pela conservação das cargas elétricas,
a qual assegura que em um sistema isolado, a soma de todas e) retirar do objeto cerca de 51 trilhões de prótons.
as cargas existentes será sempre constante. 13. C5:H18 (FMJ) O cobalto é um elemento químico muito utilizado na
III. A carga elétrica elementar é a menor quantidade de carga medicina, principalmente em radioterapia. Seu número atômico
Médio

encontrada na natureza. é 27 e cada elétron tem carga elétrica de –1,6 × 10–19 C. A carga
IV. No processo de eletrização por atrito, a eletrização não de- elétrica total dos elétrons de um átomo de cobalto é, em valor
pende da natureza do material. absoluto e em C, igual a
É CORRETO apenas o que se afirma em: a) 1,68 x 10–18.
a) I e II b) 4,32 x 10–19.
b) III e IV c) 4,32 x 10–20.
c) I e IV d) 4,32 x 10–18.
d) II e III e) 1,68 x 10–19.
e) II e IV 14. C5:H18 (UFRGS) Considere dois balões de borracha, A e B. O balão B
tem excesso de cargas negativas; o balão A, ao ser aproximado do
Médio

9. C5:H18 (Fuvest) A lei de conservação da carga elétrica pode ser balão B, é repelido por ele. Por outro lado, quando certo objeto me-
enunciada como segue: tálico isolado é aproximado do balão A, este é atraído pelo objeto.
Fácil

a) A soma algébrica dos valores das cargas positivas e negativas Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do
em um sistema isolado é constante. enunciado abaixo, na ordem em que aparecem.
b) Um objeto eletrizado positivamente ganha elétrons ao ser A respeito das cargas elétricas líquidas no balão A e no objeto,
aterrado. pode-se concluir que o balão A só pode ........ e que o objeto só
c) A carga elétrica de um corpo eletrizado é igual a um número pode ........ .
inteiro multiplicado pela carga do elétron. a) ter excesso de cargas negativas – ter excesso de cargas
d) O número de átomos existentes no universo é constante. positivas
e) As cargas elétricas do próton e do elétron são, em módulo, b) ter excesso de cargas negativas – ter excesso de cargas posi-
iguais. tivas ou estar eletricamente neutro
10. C6:H20 (UFMG-2015) Em um dia muito seco, é normal sentirmos c) ter excesso de cargas negativas – estar eletricamente neutro
um pequeno choque elétrico ao colocarmos a mão na carroceria d) estar eletricamente neutro – ter excesso de cargas positivas
Médio

metálica de um carro que acabou de estacionar, após se deslocar ou estar eletricamente neutro
por algum tempo. Isso ocorre porque o carro, durante o seu e) estar eletricamente neutro – ter excesso de cargas positivas
movimento, adquire um excesso de carga elétrica. O contato da
mão faz com que parte do excesso de carga seja transferida entre
Enem e vestibulares + Desafio
o carro e o corpo da pessoa.
As cargas que se movimentam na carroceria metálica do carro 15. C5:H18 (PUC-MG) Em uma experiência de laboratório,
são constituídas por constatou-se que um corpo de prova estava eletrica-
Difícil

mente carregado com uma carga cujo módulo era de


FÍSICA

a) elétrons de carga negativa.


b) prótons de carga positiva. 7,2x10–19C. Considerando-se que a carga do elétron é
1,6 x 10–19C, pode-se afirmar que:
c) íons de carga positiva.
a) O corpo está carregado positivamente.
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d) íons de carga negativa.


b) A medida está indicando a carga de vários prótons.
c) A medida está errada e não merece confiança.
272

d) O corpo está carregado negativamente.

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Texto para a próxima seção A trajetória dos elétrons será retilínea, na direção V, e eles serão
acelerados com velocidade crescente dentro da região plana
Em uma aula, o Prof. Antônio apresenta uma montagem com delimitada pelo quadrado, se as esferas I, II, III e IV estiverem,
dois anéis dependurados, como representado na figura abaixo. respectivamente, eletrizadas com cargas
Um dos anéis é de plástico – material isolante – e o outro é de
Note e adote: Q é um número positivo.
cobre – material condutor.
a) +Q, –Q, –Q, +Q.
b) +2Q, –Q, +Q, –2Q.
c) +Q, +Q, –Q, –Q.
d) –Q, –Q, +Q, +Q.
e) +Q, +2Q, –2Q, –Q.
anel de anel de
plástico cobre

16.  5:H17 (UFMG) Inicialmente, o Prof. Antônio aproxima


C
um bastão eletricamente carregado, primeiro, do anel
Difícil

de plástico e, depois, do anel de cobre.


Com base nessas informações, é CORRETO afirmar que
a) os dois anéis se aproximam do bastão.
b) o anel de plástico não se movimenta e o de cobre se afasta
do bastão.
c) os dois anéis se afastam do bastão.
d) o anel de plástico não se movimenta e o de cobre se aproxima
do bastão.
17.  5:H18 (UniCEUB-2017) Um pequeno fragmento de
C
limalha de ferro de massa m = 2 · 10–4 g, inicialmente
Difícil

neutro, foi eletrizado até ficar com uma carga negativa


Q = 1,6 · 105 C. Após esse processo a massa final do
fragmento de limalha passa a ser:

Adote:
Massa do elétron: me = 1 · 10–31 kg.
Carga do elétron: e = 1,6 · 10–19 C.

a) 2,1 · 10–4 g.
b) 3,0 · 10–4 g.
c) 2,6 · 1017 g.
d) 1,0 · 104 g.
e) 2,0 · 104 g.
18. C5:H18 (Fuvest-2016) Os centros de quatro esferas
idênticas, I, II, III, e IV, com distribuições uniformes de
Difícil

carga, formam um quadrado. Um feixe de elétrons


penetra na região delimitada por esse quadrado, pelo
ponto equidistante dos centros das esferas III e IV, com velocidade
inicial V na direção perpendicular à reta que une os centros de III
e IV, conforme representado na figura.

GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte a câmera
a câmera para
para um dosoQR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oaogabarito
lado paradeste
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
­módulo.

Cartão-resposta Eletrostática: uma introdução

1 A B C D E 6 A B C D E 11 A B C D E 15 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 7 A B C D E 12 A B C D E 16 A B C D E
3 A B C D E 8 A B C D E 13 A B C D E 17 A B C D E
4 A B C D E 9 A B C D E 14 A B C D E 18 A B C D E
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5 A B C D E 10 A B C D E
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02 PONTO DE PARTIDA

Analise a tirinha a seguir, que ilustra um fenômeno eletrostático.

02/32
Interação entre cargas: como ocorre?

Garfield, Jim Davis © 1981 Paws, Inc. All Rights Reserved / Dist. by Andrews McMeel Syndication

Sobre o fenômeno abordado na tirinha, responda à questão a seguir em seu caderno.


1. Com base em seus conhecimentos prévios, elabore hipóteses sobre o motivo pelo qual Garfield consegue dar
choques nos personagens John e Odie ao esfregar as patas no carpete. Em seguida, escolha um material diferente
daquele que compõe o carpete e explique: se Garfield esfregasse as patas nesse material, ele conseguiria dar
choques nos personagens com maior ou menor facilidade?
Esta seção tem o objetivo de desenvolver a habilidade EM13CNT301 da BNCC. Para isso, é apresentada uma tirinha que aborda fenômenos
eletrostáticos, como a eletrização por atrito. Espera-se que os alunos indiquem que o que ocorre com o Garfield é a eletrização por meio de atrito.
Na segunda parte da situação-problema, a resposta dos alunos dependerá se o material escolhido cederá elétrons com maior ou menor dificuldade.
Solicite a cada aluno que indique qual material escolheu e que justifique sua opção. Com isso, será possível fazer um levantamento dos
conhecimentos prévios dos alunos sobre eletrização.

Processos de eletrização
Os corpos, quando eletricamente neutros, apresentam o mesmo número de prótons e elétrons.
Quando os corpos neutros cedem ou recebem elétrons, eles se tornam positiva ou negativamente
carregados. No dia a dia, corpos são eletrizados em diferentes situações, como quando se penteia o
cabelo, arrasta o pé no chão enquanto anda, limpa alguma superfície com um pano ou apaga algo que
se escreveu em um papel com a borracha.
A eletrização dos corpos pode ocorrer de três maneiras diferentes: por atrito, contato ou indução.

Eletrização por atrito


Esse método de eletrização foi o primeiro observado pelos gregos e foi registrado em 600 a.C. por
Tales de Mileto (624-548 a.C.). À época, Tales verificou que, ao atritar diferentes materiais, um deles
se tornava capaz de atrair pequenos fragmentos de palha. No entanto, ele não soube explicar objeti-
vamente o fenômeno.
Atualmente, com o conhecimento que se tem sobre a eletricidade e a estrutura do átomo, sabe-se
que, ao atritar dois corpos neutros quaisquer, parte dos elétrons se transfere do corpo com maior
tendência a cedê-los para o corpo com maior tendência a recebê-los. Essa tendência em receber ou
ceder elétrons depende dos tipos de materiais que compõem os corpos atritados. Durante esse pro-
cesso, elétrons são transferidos, contudo, os prótons e os nêutrons continuam estáveis no núcleo
atômico dos materiais.
SAE DIGITAL S/A

Após a eletrização por atrito entre dois Bastão


Escola Digital

Flanela de vidro
corpos neutros, estes ficam com cargas
de sinais opostos, ou seja, um deles fica
positivamente carregado (aquele que ce-
deu elétrons) e outro fica negativamente
eletrizado (aquele que recebeu elétrons).
EM23_2_FIS_02

EM23_2_FIS_02

Observe a representação desse fenô-


FÍS meno no esquema ao lado, que ilustra o Corpos neutros Atrito Corpos eletrizados
274 atrito entre uma flanela de algodão e um
Representação da eletrização por atrito.
bastão de vidro.

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Perceba no esquema apresentado na pá-
gina anterior que inicialmente os corpos estão 1 –


2
Você já levou um choque
neutros. Após certo tempo de fricção, o bastão quando encostou na
– – maçaneta do carro? Sabe o
cede elétrons para a flanela e fica eletrizado
positivamente com uma carga Q vidro > 0. De motivo de isso acontecer?
– – Para saber mais sobre o
modo contrário, a flanela recebe elétrons do assunto, acesse o QR Code
– –
bastão de vidro e fica eletrizada negativamente a seguir e leia o artigo da
com uma carga Q flanela < 0. – – revista Superinteressante.

Contudo, apesar de ocorrer transferência
Representação das esferas 1 e 2 antes do processo
de elétrons entre os corpos, após a eletrização de eletrização por contato. (Fora de escala.
as cargas dos corpos atritados terão mesmo Cores-fantasia.)
valor em módulo. Pelo princípio da conserva- Durante o contato, os elétrons se espalham
ção de cargas, tem-se que Qvidro = Qflanela . pela superfície externa das duas esferas e De acordo com os
Como é possível saber qual material cede mantêm a quantidade total de cargas do siste- conceitos da eletrização
ou recebe elétrons? A partir de experimentos ma, como representado a seguir. por atrito, responda:
como é possível amenizar
com a máquina de Hauksbee, o físico John os choques ao tocar
Canton (1718-1772) descobriu que diferentes 1 –

2 na maçaneta do carro?
corpos poderiam ser eletrizados com diferen- – – Registre a resposta em seu
– caderno.
tes tipos de eletricidade. Dessa descoberta
surgiram as chamadas séries triboelétricas, Resposta pessoal. Espera-se
propostas pelos cientistas Johan Carl Wilcke – – que os alunos citem a
(1732-1796) e Benjamin Wilson (1721-1788). possibilidade de encostar a
mão por inteiro no carro antes
A série triboelétrica é uma tabela que indica – – de tocar na maçaneta,
– –
a tendência de um corpo em se eletrizar posi- – descarregando os elétrons na
lataria. Ao utilizar a mão toda,
tiva ou negativamente. Em geral, na parte de
Representação da transferência de elétrons aumenta-se a área de contato e
cima dela colocam-se materiais que tendem a no sistema (esferas 1 e 2) durante o processo diminui-se a intensidade do
ser eletrizados positivamente quando atritados de eletrização por contato. (Fora de escala. choque.
e, na parte de baixo, materiais que tendem a Cores-fantasia.)
ser eletrizados negativamente, também quan- Por fim, ao separar as esferas, ambas fi-
do atritados. cam com o mesmo tipo de carga elétrica; nesse Série triboelétrica
caso, negativa, como representado no esque-
ma a seguir. + Material
HABILIDADES NA PRÁTICA
Pele humana seca
1 – 2
1. Até o momento, estudou-se a eletrização – Couro
por atrito em produtos compostos de – –
– Vidro
diferentes materiais. Com base em seus co-
nhecimentos, responda em seu caderno se Cabelo humano
você considera possível realizar a eletrização – – – –

por atrito em corpos compostos de mesmo
material. Por quê? – – Seda

Espera-se que os alunos respondam que não é possível realizar Alumínio
eletrização por atrito em corpos de mesmo material, pois nesses Representação das esferas 1 e 2 após a eletrização
por contato. (Fora de escala. Cores-fantasia.)
Papel
casos não há troca de elétrons.

Eletrização por contato


Algodão
Na situação em que Q1 > 0 (corpo carrega- Aço
Na eletrização por contato, considera-se do positivamente) e Q 2 = 0 (corpo neutro) são
Latão e prata
um corpo inicialmente eletrizado, seja positiva colocados em contato, ambas as esferas ficam
ou negativamente, e outro corpo neutro. Ao co- carregadas com carga positiva, uma vez que Poliéster
locá-los em contato, ambos ficarão eletrizados. a esfera 1 tem menos elétrons que prótons. Teflon®
Assim, a esfera 2, inicialmente neutra, ao en-
Para exemplificar essa situação, considere PVC
trar em contato com a esfera 1, cede elétrons –
duas esferas condutoras de eletricidade, 1 e 2,
à ela, tornando-se também positivamente
cujas cargas estão dispostas em suas superfí-
carregada.
cies externas. Quando as esferas estão sepa-
radas e distantes uma da outra, a esfera 1 se Em sistemas com corpos de mesmos tama-
encontra negativamente carregada e a esfera nho e forma, a carga final destes é o resulta-
2, neutra. Quando colocadas em contato, have- do da média aritmética de suas cargas iniciais.
rá, em um breve intervalo de tempo, a trans- Considerando, por exemplo, que as esferas 1 e
FÍSICA

ferência de elétrons da esfera 1 para a esfera 2 apresentam mesmo tamanho e forma, deter-
2, como representado nos esquemas a seguir. mina-se a carga final de ambas, após o contato,
da seguinte maneira:
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EM23_2_FIS_02

Q1  Q2
Qfinal 
2
275

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Um sistema que envolve a eletrização é o aterramen- É importante observar que, nesse processo, o
to, que ocorre quando um corpo eletrizado em um sistema induzido sempre fica eletrizado com uma carga elé-
isolado (sistema que não troca cargas elétricas com o meio trica oposta à carga do indutor. Assim, se o indutor
externo a ele) é aterrado, isto é, encostado na terra ou ligado estivesse eletrizado positivamente, o induzido ficaria
a ela por um fio ideal e condutor de eletricidade. Quando há eletrizado negativamente, pois a terra cederia elé-
aterramento, se o corpo estiver eletrizado negativamente, o trons para neutralizá-lo.
excesso de elétrons será transferido para a terra. No entan-
to, se o corpo estiver eletrizado positivamente, os elétrons se Eletroscópios
moverão da terra para o corpo até neutralizá-lo. Isso acon- Os eletroscópios são instrumentos utilizados
tece porque a terra tem a capacidade de neutralizar eletrica- para verificar a presença ou ausência de cargas elé-
mente um corpo por meio da movimentação dos elétrons. tricas em um corpo. Os tipos mais comuns são o ele-
Assim, o aterramento é um sistema que evita acidentes troscópio de folha e o pêndulo eletrostático.
devido à movimentação de cargas excedentes nas carcaças O eletroscópio de folha, desenvolvido pelo físico
de equipamentos. Além disso, o aterramento é fundamen- Abraham Bennet (1749-1799), ganhou destaque por
tal para o funcionamento de circuitos e para a segurança de ser muito sensível à força elétrica; tem como base de
pessoas e animais. funcionamento o princípio eletrostático de atração e
Eletrização por indução repulsão entre as cargas elétricas.
Observe a representação de um eletroscópio de
Na eletrização por indução, consideram-se dois corpos,
folha a seguir. Se um corpo carregado positivamente
um previamente eletrizado, chamado de indutor, e outro
for aproximado do disco condutor inicialmente neu-
neutro, chamado de induzido. O processo ocorre mediante
tro, sem tocá-lo, as cargas positivas do corpo atrai-
a realização dos passos a seguir.
rão as cargas negativas das folhas de ouro, que se
● Aproxima-se o corpo indutor do corpo induzido. Essa ação, moverão pela haste metálica até o disco, deixando-o
devido ao princípio de atração e repulsão, faz com que eletrizado negativamente. Como consequência, as
ocorra uma separação de cargas na superfície do induzido. folhas de ouro ficarão eletrizadas positivamente e,
Com isso, surgem forças atrativas e repulsivas no induzi- por terem o mesmo sinal, se afastarão uma da outra.
do em relação ao indutor. Para exemplificar esse processo,
Indutor
será utilizado um indutor carregado negativamente, como
representado no esquema a seguir.
Indutor Induzido
– –

– –
1 2
– –
– –

– – + –
–  + – 
– FE + – FE Disco metálico
– 1 2 condutor
– + –
– + –
– – + –
Representação dos corpos 1 e 2 na primeira etapa da eletrização por
indução.
● Na presença do indutor, é realizado o aterramento do indu-
zido para que o excesso de elétrons da face oposta do in-
duzido em relação ao indutor seja descarregado na terra, Folhas de ouro
SAE DIGITAL S/A

deixando o induzido com falta de elétrons.


Indutor Induzido
Recipiente de vidro
– –
– +
– + –
– 1 2 –
– + –
– +

– –

Representação de um eletroscópio de folha e seu princípio


Aterramento
de funcionamento.
Representação dos corpos 1 e 2 na segunda etapa da eletrização por No entanto, se um corpo carregado negativamen-
indução.
te for aproximado do disco sem tocá-lo, as cargas
● Desfaz-se o aterramento na presença do indutor para que negativas do corpo irão repelir as cargas negativas
o induzido esteja eletrizado, pois, se o indutor for afastado do disco, que se moverão pela haste metálica até as
antes, a terra torna a neutralizar o induzido. Em seguida, folhas de ouro, eletrizando-as negativamente. Como
afasta-se o indutor do induzido fazendo com que as car-
FÍSICA

cargas de mesmo sinal se repelem, as folhas também


gas do induzido se distribuam uniformemente em sua su- se afastarão.
perfície externa.

O pêndulo eletrostático é um dispositivo cons-
– +
– tituído de uma base, uma haste, um gancho, um fio
EM23_2_FIS_02

EM23_2_FIS_02

– – + + e uma esfera. Nesse sistema, uma esfera condutora


1 2
– – é fixada na extremidade do gancho por meio de um
276

– – +
fio isolante e fica livre para oscilar como um pêndulo.
Q1 < 0 Q2 > 0

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 276 13/09/2022 17:47:37


O funcionamento desse instrumento também é baseado no princípio eletrostático de atração
e repulsão entre as cargas elétricas. Para exemplificar o processo que ocorre no pêndulo eletros-
tático, observe o esquema a seguir. Na situação 1, a esfera do pêndulo está neutra. Quando um
bastão carregado positivamente é aproximado dela, suas cargas atraem as cargas negativas da es-
fera para a face mais próxima do bastão, deixando a face oposta da esfera com excesso de cargas
positivas, fazendo também com que a esfera se movimente em direção ao bastão.
Caso o bastão carregado positivamente toque na esfera, ocorrerá transferência de cargas en-
tre eles, de modo que tanto a esfera quanto o bastão carregado ficarão eletrizados positivamente,
como demonstrado na situação 2. Desse modo, os corpos passarão a se repelir.

A seção Habilidades na prática


tem o objetivo de demonstrar
2 experimentalmente os três
processos de eletrização.
Sugere-se que a atividade seja
realizada em grupos e que,
após as perguntas serem
respondidas, os alunos
compartilhem percepções. Na
questão 1, espera-se que os
SAE DIGITAL S/A

alunos indiquem que os


materiais sugeridos para atritar,
pela série triboelétrica, cedem
mais elétrons e eletrizam
negativamente o cano de PVC.
Na questão 2, espera-se que os
alunos expliquem que o
Representação de um pêndulo eletrostático e seu
acetato foi utilizado para isolar
princípio de funcionamento.
a lata e não permitir que os
elétrons fossem descarregados.
Na questão 3, espera-se que os
HABILIDADES NA PRÁTICA alunos indiquem que, ao
aproximar o cano da lata
Construindo um sino de Franklin isolada, há indução, deixando a
superfície voltada para o lacre
Um dos experimentos realizados por Benjamin Franklin consistiu em um sino que detectava tempes- com cargas negativas. Quando
tades próximas de sua casa. Leia as instruções a seguir para que você possa construir seu próprio sino. o lacre encosta nessa
superfície, ele adquire cargas
Materiais: 2 latas de refrigerante; um pedaço de acetato com medida igual a 10 cm x 10 cm; 1 palito de negativas, e o lacre e a lata se
churrasco; 1 cano de PVC de 30 cm; 30 cm de barbante; tesoura; materiais como lã, papel ou flanela (se repelem. Quando o lacre
possível, utilize os três tipos). encosta na outra lata, que não
Passo a passo: está isolada, ele cede os
elétrons para ela, que se
I. Posicione as duas latas a uma distância de 3 cm entre si. Abaixo de uma delas, coloque o pedaço descarrega e fica neutra
de acetato. novamente. Devido à
II. Retire o lacre de uma das latas, amarre-o em uma das extremidades do barbante e prenda a outra gravidade, o lacre retorna para
a lata eletrizada e inicia-se
extremidade no palito de churrasco a uma distância de 10 cm de uma das extremidades do palito. novamente o processo.
III. Na lata com lacre, levante o lacre com cuidado e passe o palito de churrasco pelo orifício. Empurre o
palito até que a extremidade do barbante que prende o lacre fique no meio da distância que separa
as duas latas.
IV. Utilize a lã, o papel e/ou a flanela para atritar o cano de PVC e, durante o atrito, aproxime o cano Observe, a seguir, a
da lata que está posicionada sobre o acetato. O cano deve ser aproximado da superfície que está representação de um
contrária ao lacre. experimento do sino de
Franklin. Utilize-a como
A partir do que foi observado, responda às questões a seguir em seu caderno. base para a atividade da
1. Por que foram escolhidos materiais como lã, papel e flanela para atritar o cano de PVC? Explique, a par- seção Habilidades na
FÍSICA

tir dos conceitos da eletrostática, o que aconteceu com os elétrons e prótons do cano e dos materiais Prática.
utilizados para atritá-lo.
SAE DIGITAL S/A

2. Por que uma das latas foi posicionada em cima de um acetato? Qual é a importância do acetato para o
experimento?
EM23_2_FIS_02

EM23_2_FIS_02

3. Por qual motivo o lacre pendurado se aproxima das duas latas e se movimenta lateralmente? Explique
detalhadamente os processos que ocorrem em cada lata.
277

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 277 13/09/2022 17:47:40


Força elétrica Pelo fato de a força elétrica ser uma grandeza física
vetorial, é necessário indicar seu módulo, sua direção e
Em 1785, Charles Augustin de Coulomb (1736-1806)
seu sentido. Dessa maneira, embora na Lei de Coulomb
comprovou
 experimentalmente que há uma força elétrica
as cargas elétricas sejam dadas em módulo, seus sinais
(FE ) entre cargas, a qual pode ser de atração ou de repulsão.
são importantes para determinar o comportamento da
Coulomb foi o primeiro cientista a quantificar essa força.
força elétrica.

Lei de Coulomb
O comportamento da variação da força elétrica em fun-
Considere a situação em que duas cargas pontuais (que
ção da distância d entre as cargas também pode ser analisa-
têm dimensões desprezíveis em relação às distâncias envol-
do por meio do gráfico a seguir.
vidas na situação), 1 e 2, com cargas Q1 e Q2, respectivamente,
estão separadas por uma distância d, como representado no FE (N)
esquema a seguir. De acordo com a Terceira Lei de Newton,
as forças elétricas FE1,2 e FE2,1 formam um par ação-reação, o
F
que significa que elas têm mesmo módulo, mesma direção e
sentidos opostos.
 
Q1 FE12, Q2
FE2 ,1
– +

 
FE2 ,1 Q1 Q2 FE12,
+ + F/4

F/9
F/16
d
d 2d 3d 4d d (m)
Representação das forças elétricas atuantes em cargas elétricas de
sinais opostos e em cargas de mesmo sinal. Representação gráfica do comportamento da força elétrica (FE) em
função da distância (d) entre as cargas.
Coulomb também relacionou a intensidade da força elé-
trica com a distância que separa as cargas puntiformes na A partir do gráfico, é possível observar a relação de pro-
chamada Lei de Coulomb, sintetizada a seguir. porcionalidade entre a força elétrica (F E) e a distância (d).
Perceba que, quando a distância entre as cargas dobra, a
As forças elétricas que surgem da interação entre duas força elétrica entre elas é dividida pelo quadrado da distân-
cargas pontuais eletrizadas têm intensidade diretamente cia, nesse caso, 4, resultando em FE = F . Quando a distância
proporcional ao produto dos módulos das cargas e in- 4
triplica, a força é dividida por 9, resultando em FE = F . Se a
versamente proporcional ao quadrado da distância que 9
as separa. distância é reduzida pela metade, a força aumenta 4 vezes,
resultando em F E = 4F, e assim por diante.
Algebricamente, a relação anterior é expressa, em mó- A força elétrica está presente em processos industriais
dulo, por: e do cotidiano. Alguns exemplos de sua aplicação são a pin-
tura eletrostática de automóveis, as impressões a laser e as
Q1  Q2 blindagens eletrostáticas.
FE  k 
d2 9 Exemplo
Considere que, em um dos experimentos de Coulomb para
Em que F E é a medida da intensidade da força elétrica (N), Q1
estudar o comportamento das cargas elétricas, ele utilizou
e Q 2 são as medidas das cargas elétricas (C) e k é uma cons-
3 esferas; destas, a 1 e a 2 estavam inicialmente neutras e a 3
tante de proporcionalidade, conhecida como constante de
estava eletrizada com uma carga de – 4 µC. Então, Coulomb
Coulomb ou constante eletrostática. Essa constante de-
executou o seguinte procedimento:
pende do meio em que as cargas se encontram e seu valor
máximo, obtido no vácuo, corresponde a aproximadamente
k0 ≈ 9 · 109 N · m2 · C–2.
FÍSICA

EM23_2_FIS_02

EM23_2_FIS_02
278

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 278 13/09/2022 17:47:43


I) Fez o contato entre as esferas 3 e 1 até que atingissem o equi- e Q2 = –1 · 10–6 C. Aplicando a Lei de Coulomb, a intensidade
líbrio eletrostático e afastou-as em seguida. da força elétrica entre as esferas 1 e 2 será FE1,2 = FE2,1. Então:
II) Fez o contato entre as esferas 3 e 2 até o estabelecimento do | 2 10 6 || 1 10 6 |
FE1 , 2  FE 2 ,1  9 10 9 
equilíbrio eletrostático entre elas e afastou-as em seguida. ( 5 10 2 ) 2
a) Considerando que as três esferas eram idênticas, deter- 2 10 6 1 10 6
mine as cargas das esferas 1, 2 e 3 após os sucessivos FE1 , 2  FE 2 ,1  9 10 9 
25 10 4
contatos.
FE1,2 = FE2,1 = 7,2 N
Como as esferas eram compostas do mesmo material e tinham
Desse modo, a intensidade do vetor força elétrica sobre as
mesmas dimensões, a eletrização por contato condicionou que,
duas cargas é FE12 = FE21 = 7,2 N; a direção é orientada pela
após serem separadas, as cargas das esferas foram dadas
linha que une o centro das esferas; e o sentido é oposto
pela média aritmética entre as cargas de cada par de esferas.
(­força repulsiva).
Distribuição de carga entre as esferas 3 e 1:
Q  Q3
Q '1  Q '3  1
2
0  ( 4 )
Q '1  Q '3 
2
Q’1 = Q’3 = –2 µC
Distribuição de carga entre as esferas 3 e 2:
Q  Q3
Q ' 2  Q '3  2
2
0  ( 2 )
Q ' 2  Q '3 
2
Q’2 = Q’3 = –1 µC
b) Após as esferas 1 e 2 serem dispostas em determinada po-
sição, mediu-se a distância entre seus centros e obteve-se o
valor de 5 cm. Nessas condições, caracterize o vetor força
elétrica que surgiu entre elas. Adote: k ≈ 9 · 109 N · m2 · C–2.
Como a constante de Coulomb é dada em metros e em
Coulomb, é preciso converter a distância para metro e as
cargas para Coulomb. Assim, d = 5 ·10–2 m, Q1 = –2 · 10–6 C

LINHA DE CHEGADA
A eletrostática é um fenômeno amplamente presente no cotidiano. Ela se manifesta no ato de andar, no contato do pneu com o asfalto,
no atrito entre a pele e blusas de lã, e no choque que surge do toque entre as pessoas, por exemplo. Com base nas hipóteses levantadas e
nas reflexões a respeito dos conceitos de eletrostática abordadas neste módulo, responda às questões a seguir.
1. Na tirinha da seção Ponto de partida, que tipo de processo de eletrização é realizado por Garfield? Por que, ao esfregar as patas no carpete,
ele consegue dar choques nos demais personagens?
Esta seção tem o objetivo de retomar a situação proposta na seção Ponto de partida e aprofundar os conhecimentos sobre os processos de eletrização observados na natureza
e em processos tecnológicos. Para a questão 1, espera-se que os alunos indiquem que o processo realizado por Garfield é o da eletrização por atrito, e que ao esfregar as patas
no carpete, tanto as patas do gato quanto o carpete ficarão eletrizados, com cargas de mesmo módulo, porém com sinais opostos.

2. Se Garfield pudesse escolher entre a lã, a seda e um piso emborrachado para esfregar as patas, qual deles geraria maior eletrização?
Justifique sua resposta.
Espera-se que os alunos identifiquem materiais que se encontram afastados entre si, de acordo com a tabela da série triboelétrica, para que a diferença de cargas elétricas
seja maior.
FÍSICA
EM23_2_FIS_02

EM23_2_FIS_02

279

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Saberes em ação Enem e vestibulares
1. No cotidiano, observam-se objetos compostos de diversos ma- 1. C5:H17 (Fuvest-2021) Dois balões negativamente carregados são
teriais: vidro, lã, madeira, plástico, entre outros. Quando objetos utilizados para induzir cargas em latas metálicas, alinhadas e em

Fácil
de diferentes materiais são atritados, alguns eletrizam-se nega- contato, que, inicialmente, estavam eletricamente neutras.
tivamente, outros positivamente. A chamada série triboelétrica
define essa propriedade.
A tabela a seguir apresenta alguns materiais dessa série em ordem
crescente de eletronegatividade, de cima para baixo.
+
Vidro

Seda
Conforme mostrado na figura, os balões estão próximos, mas
Papel
jamais chegam a tocar as latas. Nessa configuração, as latas 1, 2 e
Aço 3 terão, respectivamente, carga total:
Madeira Note e adote:
Vinil (PVC) O contato entre dois objetos metálicos permite a passagem
de cargas elétricas entre um e outro.
Teflon®
– Suponha que o ar no entorno seja um isolante perfeito.
São atritados, em quatro diferentes situações, os seguintes
materiais: a) 1: zero; 2: negativa; 3: zero.
I. Seda e madeira. b) 1: positiva; 2: zero; 3: positiva.
II. Papel e Teflon®. c) 1: zero; 2: positiva; 3: zero.
III. Vidro e vinil. d) 1: positiva; 2: negativa; 3: positiva.
IV. Aço e lã. e) 1: zero; 2: zero; 3: zero.
Com base na tabela, escreva em seu caderno com qual carga os 2. C5:H18 (FAMEMA-2021) Em determinado meio, uma carga elétrica
materiais irão ficar, para cada uma das quatro situações. q é colocada a uma distância de 1,2 x 10–2 m de outra carga Q,
Fácil

2. Em uma aula experimental de Física, o professor propõe aos alunos ambas pontuais. A essa distância, a carga q é submetida a uma
uma atividade sobre eletricidade estática. No experimento 1, o força repulsiva de intensidade 20 N. Se a carga q for reposicionada
professor pede que os alunos aproximem um bastão carregado a 0,4 x 10–2 m da carga Q no mesmo meio, a força repulsiva entre
positivamente da esfera de um eletroscópio de folhas, isolado e as cargas terá intensidade de:
disposto sobre uma superfície. No experimento 2, o bastão, ainda a) 360 N.
carregado positivamente, deve ser encostado na esfera do eletros-
cópio. A partir do que foi exposto, represente ilustrativamente o b) 480 N.
que ocorre com os elementos do conjunto (eletroscópio e bastão) c) 180 N.
em cada um dos dois experimentos. d) 520 N.
Experimento 1 Experimento 2 e) 660 N.
3. C5:H17 (UEA-2017) Considere um condutor elétrico inicialmente
neutro e um corpo isolante carregado positivamente. O condutor
Fácil

e o corpo são aproximados um do outro, mas sem que ocorra con-


tato físico entre eles, de modo a se efetuar o processo de indução
elétrica do condutor, através de uma ligação com a terra, como
mostra a figura.

Durante o processo de eletrização do condutor houve


a) migração de elétrons da terra para o condutor, eletrizando-o
3. Em um procedimento de testes de condutividade elétrica em negativamente.
determinados materiais, três esferas metálicas idênticas, A, B
b) migração de elétrons da terra para o condutor, eletrizando-o
e C, estão carregadas com cargas QA = +12 μC, QB = +36 μC e
positivamente.
FÍSICA

QC = –72 μC, respectivamente. Inicialmente, realiza-se o contato


simultâneo entre as três esferas, e verifica-se que a carga elétrica c) migração de elétrons do condutor para a terra, eletrizando-o
da esfera C é QC’ = X μC. Em seguida, a esfera A é conectada mo- negativamente.
mentaneamente ao solo por meio de um fio metálico. Após isso, as d) migração de elétrons do condutor para a terra, eletrizando-o
EM23_2_FIS_02

EM23_2_FIS_02

três esferas são colocadas em contato momentaneamente. Então, positivamente.


percebe-se que a nova carga da esfera C é QC” = Y μC. e) migração de elétrons do condutor para o corpo isolante,
Avaliando os procedimentos citados no enunciado, indique em seu eletrizando o condutor positivamente.
280

caderno quais são os valores numéricos correspondentes a X e Y.

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 280 13/09/2022 17:47:47


4. C5:H18 (EsPCEx-2022) Três esferas condutoras A, B e C, de mesmo 8. C5:H18 (PUC–RJ-2018) Duas cargas elétricas idênticas são postas
raio, possuem cargas elétricas respectivamente iguais a –2 μC, a uma distância r0 entre si, tal que o módulo da força de interação

Médio
Fácil

–10 μC e +12 μC. A esfera A é colocada em contato com a esfera B entre elas é F0. Se a distância entre as cargas for reduzida pela
e, em seguida, as duas são afastadas. Após um intervalo de tempo metade, o módulo da força de interação entre as cargas será:
a esfera A é posta em contato com a esfera C. Considerando que a) 4F0
as esferas trocam cargas apenas entre si, ao final do processo, a
b) 2F0
carga elétrica de A será:
c) F0
a) +6 μC
F
b) +3 μC d) 0
2
c) 0 μC
F0
d) –3 μC e)
4
e) –6 μC
5. C5:H18 (FCM-2018) Dois corpos A e B de cargas elétricas 3 · 104C Enem e vestibulares + Desafio
e –2 · 104 C respectivamente, sofrem força de interação elétrica
Fácil

estando a 3 metros de distância um do outro. Determine o valor 9. C5:H17 (EFOMM-2021) Duas esferas condutoras idên-
dessa força de interação. Dado: Constante eletrostática igual a ticas de carga q = 2,0 μC estão penduradas em fios não

Difícil
9 · 109 N · m2/C2. condutores de comprimento D = 30,0 cm, conforme
a) 5,4 · 1018 N apresentado na figura abaixo. Se o ângulo entre os fios
vale θ = 90°, qual é o valor das massas das esferas?
b) 3 · 1015 N
Dado: constante dielétrica k = 9,0 x 109 N.m2/C2; aceleração da
c) 5 · 1010 N gravidade g = 10,0 m/s2
d) 6 · 1017 N
e) 1 N
6. C5:H18 (UDESC-2015) Uma das principais contribuições para os
estudos sobre eletricidade foi a da definição precisa da natureza da
Fácil

força elétrica realizada, principalmente, pelos trabalhos de Charles


Augustin de Coulomb (1736-1806). Coulomb realizou diversos
experimentos para determinar a força elétrica existente entre
objetos carregados, resumindo suas conclusões em uma relação
que conhecemos atualmente como Lei de Coulomb. a) 20 g
Considerando a Lei de Coulomb, assinale a alternativa correta. b) 40 g
a) A força elétrica entre dois corpos eletricamente carregados c) 60 g
é diretamente proporcional ao produto das cargas e ao qua-
d) 80 g
drado da distância entre estes corpos.
e) 100 g
b) A força elétrica entre dois corpos eletricamente carregados
é inversamente proporcional ao produto das cargas e dire- 10. C5:H17 (Unesp-2015) Em um experimento de eletros-
tamente proporcional ao quadrado da distância entre estes tática, um estudante dispunha de três esferas metálicas
Difícil

corpos. idênticas, A, B e C, eletrizadas, no ar, com cargas elétri-


c) A força elétrica entre dois corpos eletricamente carregados cas 5Q, 3Q e –2Q, respectivamente.
é diretamente proporcional ao produto das cargas e inver-
samente proporcional ao quadrado da distância entre estes
corpos.
d) A força elétrica entre dois corpos eletricamente carregados Utilizando luvas de borracha, o estudante coloca as três esferas
é diretamente proporcional ao produto das cargas e inversa- simultaneamente em contato e, depois de separá-las, suspende A e
mente proporcional à distância entre estes corpos. C por fios de seda, mantendo-as próximas. Verifica, então, que elas
e) A força elétrica entre dois corpos eletricamente carregados interagem eletricamente, permanecendo em equilíbrio estático a
é diretamente proporcional à distância entre estes corpos e uma distância d uma da outra. Sendo k a constante eletrostática
inversamente proporcional ao produto das cargas. do ar, assinale a alternativa que contém a correta representação
7. C5:H17 (Enem-2020) da configuração de equilíbrio envolvendo as esferas A e C e a
intensidade da força de interação elétrica entre elas.
Fácil

10kQ2
a) eF =
d2

DAVIS, J. Disponível em: http://garfield.com. Acesso em: 10 fev. 2015.

Por qual motivo ocorre a eletrização ilustrada na tirinha? 4kQ2


b) eF =
a) Troca de átomos entre a calça e os pelos do gato. d2
FÍSICA

b) Diminuição do número de prótons nos pelos do gato.


c) Criação de novas partículas eletrizadas nos pelos do gato.
d) Movimentação de elétrons entre a calça e os pelos do gato.
EM23_2_FIS_02

EM23_2_FIS_02

e) Repulsão entre partículas elétricas da calça e dos pelos do gato.


281

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 281 13/09/2022 17:47:54


10kQ2 12. C5:H18 (EsPCEx-2022) Três cargas elétricas puntiformes
c) eF = QA, QB e QC estão fixas, respectivamente, em cada um
d2

Difícil
dos vértices de um triângulo equilátero de lado L.
Sabendo que QA < 0, QB > 0, QC = 2 QB e que a constante
eletrostática do meio é K, o módulo da força elétrica resultante
em QA devido à interação com QB e QC é:
Dados: considere sen60° = cos30° = 0,86 e cos60° = sen30° = 0,50

d) eF =
2kQ2 a)  
7KQA QC /  2L2 
d2
b)  6KQ Q  /  2L 
A C
2

c)  5KQ Q  /  2L 
A C
2

2
d)  3KQ Q  /  2L 
A C
2

4kQ
e) eF =
d2 e)  2KQ Q  /  2L 
A C
2

13. C5:H18 (UEM-2022) Duas partículas carregadas, A e B,


estão separadas por uma distância de 1,5m. A carga da

Difícil
partícula A é qA = 0,003C, e a carga da partícula B é
qB = 0,006C. A carga de B sente uma força eletrostática
FB da carga A. De maneira similar, a carga A sente uma força ele-
11. C5:H17 (EFOMM-2022) A figura mostra um pêndulo em trostática FA da carga B. Assinale o que for correto.
equilíbrio com outra pequena esfera carregada B.
Difícil

Suponha que a esfera B tenha, em módulo, o dobro de (1) As duas cargas sentem a mesma força, em módulo.
carga que a esfera A, e que a esfera A possua massa (2) A força sentida pela partícula A é FA = – 24N.
180 3x10–3kg. Qual é a carga da esfera A? (3) Se a distância entre as cargas for reduzida pela metade, a
Dados: k = 9x109 N.m2/C2; g = 10 m/s2 força entre elas aumenta quatro vezes.
1 3 3 (4) Se a carga da partícula B for dobrada, a força entre as cargas
sen 30° = sen 30  ; cos 30  ; tan 30 
2 2 3 diminui pela metade.
(5) As forças eletrostáticas sentidas pelas cargas seguem a
terceira lei de Newton.
Soma ( )

a) 1 μC
b) 2 μC
c) 4 μC GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
d) 6 μC 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
e) 8 μC 2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte a câmera
a câmera para
para um dosoQR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oaogabarito
lado paradeste
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
­módulo.

Cartão-resposta Interação entre cargas: como ocorre?

1 A B C D E 4 A B C D E 7 A B C D E 10 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 5 A B C D E 8 A B C D E 11 A B C D E
3 A B C D E 6 A B C D E 9 A B C D E 12 A B C D E
EM23_2_FIS_02
282

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PONTO DE PARTIDA

Leia, a seguir, um texto sobre as ampolas de Lorenzini.


03
03/32
Os tubarões possuem “sexto sentido”?
Os tubarões são caçadores marinhos e possuem alta capacidade de localizar suas presas. Além de
terem a visão, a audição e o olfato mais aguçados que os seres humanos, os tubarões possuem ór-
gãos sensoriais multifuncionais conhecidos como ampolas de Lorenzini.
Esses órgãos foram descobertos em 1678 por Stefano Lorenzini, que observou pequenos poros
presentes na pele de tubarões e arraias, geralmente localizados nas partes dorsal e ventral da cabe-
ça. Além de auxiliar no deslocamento do animal, as ampolas de Lorenzini são eletrorreceptores que
detectam sinais, mesmo que muito fracos, emitidos por outros animais, como a contração muscular
em batimentos cardíacos. Por meio desses órgãos, os tubarões conseguem identificar com facilidade
onde suas presas estão localizadas.

Com base no texto e em seus conhecimentos prévios, responda às questões a seguir formulando hipóteses.
1. Como as ampolas de Lorenzini dos tubarões detectam sinais elétricos de animais distantes? Como o conceito de

Campo elétrico: algumas noções


carga elétrica pode estar envolvido neste contexto?
Esta seção tem o objetivo de desenvolver a habilidade EM13CNT301 da BNCC mediante uma situação-problema que contextualiza o conceito
de campo elétrico, por meio do estudo das ampolas de Lorenzini. Por ser um tópico interdisciplinar, é possível trabalhar a seção em conjunto

katatonia82/Shutterstock
com o professor de Biologia. Na questão, espera-se que os alunos indiquem que as cargas elétricas podem ser identificadas a distância por
formarem uma região (campo) à sua volta, a qual se expande no espaço.

As ampolas de Lorenzini são órgãos sensoriais conectados a poros


localizados na cabeça dos tubarões e outros peixes cartilaginosos.

Matt9122/Shutterstock

O que é campo elétrico?


Terra max dallocco,Alittletraveler/Shutterstock.

Na natureza atuam diferentes tipos de forças d


de campo, as quais estão presentes mesmo que
os corpos não entrem em contato. Isso ocorre

porque os corpos geram ao seu redor um tipo de P
campo de atuação a distância. A força elétrica (FE ),
que atua na interação entre cargas elétricas, é um 
exemplo de fenômeno que explica como um cor- g
po consegue atuar sobre outro mesmo que am- m
bos estejam distantes entre si.

A força gravitacional (FG ) também pertence à Representação esquemática da atuação do campo
gravitacional terrestre. (Fora de escala. Cores-fantasia.)
classe de forças que atuam em corpos distantes
um do outro e é associada a um campo denomina- De maneira análoga, se uma carga de prova

do campo gravitacional (g). O campo gravitacional qualquer (q’) estiver em um ponto P localizado a
da Terra, por exemplo, é a região do espaço ao seu uma distância d, próxima a uma carga-fonte (q),
redor em que outros corpos são atraídos pela for- a carga q sentirá uma força elétrica devido à pre-
ça gravitacional. Analogamente,
 é possível asso- sença do campo elétrico da carga q. Assim, para
ciar a força elétrica (FE ) a um campo elétrico, que determinar a intensidade do campo elétrico, utili-
Escola Digital

é considerado o agente responsável por modelar a za-se a seguinte equação:


força elétrica entre cargas elétricas.
Se, por exemplo, um corpo de massa m for co- FE
E=
locado em um ponto P, localizado a uma distân- q
cia d próxima da Terra, supostamente esférica e
EM23_2_FIS_03

estacionária, ele estará submetido à ação de


 uma Em que E é a medida da intensidade do campo
força atrativa, denominada força-peso (P), com elétrico (N/C), F E é a medida da intensidade da
mesma direção e sentido do campo gravitacional força elétrica (N) e q é a medida do valor da carga
FÍS

g , conforme representado a seguir. de prova (C). 283

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 283 13/09/2022 17:48:15


A partir da equação anterior, tem-se que a intensidade da força elétrica F E entre as cargas é expressa por:

FE  q  E

A força elétrica exercida sobre as cargas pode ser do tipo atrativa ou repulsiva. Por exemplo, considere o caso em que
duas cargas de prova, q1 e q2 , são colocadas em um campo elétrico gerado por uma carga q > 0. Nessa situação, a carga q1 é
menor do que zero e a carga q2 é maior do que zero. Assim, a força elétrica F 1 da carga q1 será atrativa e a força elétrica F 2 da
carga q2 será repulsiva em relação ao campo elétrico gerado pela carga q, como representado no esquema a seguir.

–q1

F1

Apesar de as forças F’ estarem


' presentes nas interações entre
F1 ' cargas, elas não serão incluídas nos
F2 esquemas futuros, a fim de focar os
+q componentes da carga de prova.

 +q2
F2

Representação esquemática do comportamento das forças elétricas sobre diferentes cargas submetidas à ação de um campo elétrico. (Fora
de escala. Cores-fantasia.)

Perceba que, da mesma maneira que a carga q exerce uma força elétrica sobre as cargas q1 e q2 , de acordo com a Terceira
Lei de Newton, as cargas q1 e q2 exercem força sobre a carga q devido à interação entre os três campos elétricos.
Após a análise da equação utilizada para determinar a intensidade do campo elétrico, apresentada anteriormente, é possí-
vel estabelecer a seguinte relação: se uma carga elétrica for 2q, a intensidade da força elétrica sobre ela seria 2F; se uma carga
elétrica for 3q, a intensidade da força elétrica sobre ela seria 3F; e assim sucessivamente. Dessa maneira, a razão entre a intensi-
F 2F Fn
dade da força elétrica e a carga de prova é constante para um certo ponto P do campo elétrico. Assim,= = = ... = Econstante.
q 2q qn

Vetor campo elétrico


O vetor campo elétrico é a grandeza física que caracteriza o campo elétrico. Dessa maneira, há um vetor com módulo,
direção e sentido associado a cada ponto localizado no espaço desse campo. Serão apresentados a seguir quatro casos
possíveis de interação entre cargas de prova (q) e a carga geradora (Q) de um campo elétrico.

● Se Q > 0 e q > 0, o campo elétrico tem mesma direção e ● Se Q > 0 e q < 0, o campo elétrico tem mesma direção
sentido da força elétrica. Se a força elétrica é repulsiva, da força elétrica e sentido contrário em relação a essa
de modo a ser orientada para fora da carga q, o campo força. Nesse caso, a força elétrica é atrativa, de modo
elétrico também tem essa orientação. que é orientada para o centro da carga Q, e o campo
elétrico tem orientação para fora da carga q.
 
E FE 
E

+q
–q


FE

+Q
+Q
FÍSICA

EM23_2_FIS_03

EM23_2_FIS_03
284

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 284 13/09/2022 17:48:17


● Se Q < 0 e q > 0, o campo elétrico tem mesma direção ● Se Q < 0 e q < 0, o campo elétrico tem mesma direção
e sentido da força elétrica. Se a força elétrica é atrati- da força elétrica e sentido contrário em relação a essa
va, de modo a ser orientada para o centro da carga Q, força. Nesse caso, a força elétrica é repulsiva, de modo
o campo elétrico também tem essa orientação. que é orientada para fora da carga q, e o campo elétri-
co tem orientação para o centro da carga Q.

FE

+q

E -q

FE 
E

-Q
-Q

Campo elétrico: carga puntiforme


As cargas puntiformes são corpos eletrizados com dimensões desprezíveis quando comparadas à
distância que as separa de outros corpos. Para determinar a intensidade do campo elétrico para essas
cargas, tem-se como base a Lei de Coulomb. Assim:
Qq
k
FE d2
E E 
q q

Com isso, define-se que o campo elétrico é expresso, em módulo, por:

Q
E k
d2

 N  m2 
Em que k é a medida da constante eletrostática do meio  2 .
 C 
A partir da equação acima, são estabelecidas três relações:

● O campo elétrico depende do módulo da carga-fonte: |Q|


● O campo elétrico depende do meio em que as cargas se localizam: k
● O campo elétrico depende da distância entre a carga e o ponto P: d

Sendo o módulo do campo elétrico proporcional ao inverso do quadrado da distância entre a carga
e o ponto P, tem-se a seguinte representação gráfica para a variação do campo elétrico em função da
distância:

E (N/C)

E
FÍSICA

E/4

E/9
E/16
EM23_2_FIS_03

EM23_2_FIS_03

d 2d 3d 4d d (m)

Gráfico do campo elétrico em função da distância.


285

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 285 13/09/2022 17:48:19


Campo elétrico: duas ou Devido ao princípio da superposição, a intensidade do ve-

mais cargas puntiformes tor força elétrica resultante (FER ) sobre determinada carga q
que vier a ser colocada no ponto P pode ser calculada pela
Quando duas ou mais cargas puntiformes estão locali- seguinte relação:
zadas a diferentes distâncias em relação a um ponto P, este
fica sob a ação dos diferentes campos elétricos gerados pe-
FER  q  ER
las cargas. Como os campos elétricos têm natureza vetorial,
o campo elétrico no ponto P apresenta características de
todas as cargas simultaneamente.
 Para definir o campo elé-
trico resultante (ER ) no ponto P, pode-se aplicar um princípio HABILIDADES NA PRÁTICA
conhecido como princípio da superposição, que consiste
na soma vetorial dos campos elétricos atuantes no ponto 1. Na situação apresentada a seguir, a ação das cargas QA e QB
P, tal que: sobre um ponto do espaço onde se localiza uma carga de
prova q gera um campo elétrico resultante (ER ) e uma força
    elétrica resultante (FER ) sobre q.
ER  E1  E2  ...  En
 QA
Para exemplificar o princípio da superposição, considere ER d
que duas cargas pontuais atuam a diferentes distâncias em
relação a um ponto P e geram campos elétricos distintos.
q d
O vetor campo elétrico tem sentido radial para fora da car-
ga positiva, e sentido radial para dentro da carga negativa, 
como representado no esquema a seguir. FER d
QA QB QB

Determine quais devem


 ser os sinais das cargas QA, QB e q
para que os vetores FER e ER tenham a orientação indicada no
esquema. Registre a resposta no espaço a seguir.
d1
Espera-se que, para determinar os sinais das cargas elétricas QA ,
d2 Q B e q, os alunos apliquem as técnicas de soma vetorial e das
linhas de campo apresentadas até o momento. Para a resolução
EA
da situação-problema, organize os alunos em grupos e solicite
a eles que compartilhem a técnica que utilizaram para
determinar a resposta.

EB
Representação esquemática de diferentes cargas puntiformes
posicionadas em torno de um ponto P. (Fora de escala.
Cores‑fantasia.)

Para a disposição anterior, é possível utilizar o método


do paralelogramo a fim de determinar
 a direção e o sentido
do campo elétrico resultante (ER ) no ponto P, como no es-
quema abaixo. Nele, o campo elétrico resultante é indicado
pela seta roxa.
QA QB

Linhas de força
O conceito de campo elétrico foi proposto no século XIX
pelo cientista britânico Michael Faraday (1791-1867). Em
EA sua concepção, todo corpo eletricamente carregado preen-
chia o espaço ao seu redor com o que ele denominou linhas
de força ou linhas de campo elétrico. Embora essas linhas
não tenham sentido físico real, elas representam geometri-
ER camente o campo elétrico.
P
FÍSICA

De acordo com a proposta de Faraday, é possível anali-


sar o campo elétrico em mais de um ponto ao mesmo tempo
EB por meio das linhas de força e, assim, caracterizar a região
Representação esquemática da soma vetorial de diferentes campos
do espaço que circunda as cargas elétricas. Diferentemente,
EM23_2_FIS_03

EM23_2_FIS_03

elétricos para a determinação do campo elétrico resultante. (Fora de os vetores campo elétrico analisam o comportamento do
escala. Cores‑fantasia.) campo elétrico em cada ponto do espaço de maneira indivi-
286

dual. Portanto, estabeleceu-se que:

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 286 13/09/2022 17:48:21


● As linhas de força se originam em cargas positivas e se es- ● A intensidade do campo elétrico é maior na região em que
tendem para fora dessas cargas, por todo o espaço, como há maior densidade de linhas de força, isto é, quando há
representado a seguir. maior concentração dessas linhas, como representado a
seguir.

E

Mais intenso

Menos intenso
Representação das linhas de força que atuam sobre uma carga
elétrica positiva. (Fora de escala. Cores-fantasia.) Representação das diferentes intensidades do campo elétrico
em função da concentração das linhas de força. (Fora de escala.
● As linhas de força se estendem para dentro das cargas ne- Cores‑fantasia.)
gativas, como representado a seguir.
● Quando uma carga positiva e uma carga negativa são colo-
cadas próximas, as linhas de campo se originam na carga

E positiva e se estendem até a carga negativa, como repre-
sentado a seguir.

Representação das linhas de força que atuam sobre uma carga


elétrica negativa. (Fora de escala. Cores-fantasia.)

Além desses aspectos, as linhas de força apresentam


cinco propriedades, descritas a seguir.

● São tangentes aos vetores campo elétrico (E ) em cada um
dos pontos do campo elétrico e têm o mesmo sentido des-
ses vetores.
Linha de força

E1 
1 E3

3
2 
E2

Representação do comportamento do vetor campo elétrico em Representação das linhas de campo elétrico em cargas de sinais
relação às linhas de força. (Fora de escala. Cores-fantasia.) opostos e com mesmo módulo. (Fora de escala. Cores-fantasia.)

● A força elétrica (FE ) que atua sobre as cargas de prova tem ● Quando cargas de mesmo sinal são aproximadas, devido à
seu vetor tangente e com orientação variável: se q > 0, o força de repulsão elétrica existente entre elas, as linhas de
vetor tem o mesmo sentido da linha de força, e se q < 0, o campo na região entre as cargas se curvam, de modo que
vetor tem sentido contrário, como representado a seguir. não se tocam, como representado a seguir.


FE Linha de força
Linha de força

FE
FÍSICA

Representação do comportamento do vetor força elétrica em


relação às linhas de força de cargas elétricas com sinais diferentes.
(Fora de escala. Cores-fantasia.)
Representação das linhas de campo elétrico em cargas de mesmo
EM23_2_FIS_03

EM23_2_FIS_03

sinal e com mesmo módulo. (Fora de escala. Cores-fantasia.)


287

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● O número de linhas que saem ou que chegam nas cargas É possível obter um campo elétrico uniforme eletrizando
é proporcional à quantidade de carga elétrica de cada cor- duas superfícies planas finas e muito longas com densidades
po. Quanto maior a quantidade de carga, maior a quantida- de carga σ (carga por unidade de área) de mesmo módulo e
de de linhas. Assim, no caso do esquema abaixo, o módulo sinais opostos. Além disso, é preciso que a distância de sepa-
da carga positiva é maior que o módulo da carga negativa. ração entre as superfícies eletrizadas seja muito menor do que
seus comprimentos, como representado no esquema a seguir.
  
Eext. Eint. Eext.

+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
Representação das linhas de campo elétrico em cargas de sinais + –
opostos e com módulos diferentes. (Fora de escala. Cores-fantasia.) + –
+ –
● Duas ou mais linhas de campo jamais se cruzam.
σ+ σ-
Até o momento, o campo elétrico foi apresentado em
Representação esquemática de um campo elétrico uniforme gerado
uma configuração na qual o vetor campo elétrico apresen- por duas superfícies eletrizadas. (Fora de escala. Cores-fantasia.)
tava módulos, sentidos e direções diferentes nos pontos
pertencentes ao campo. Em seguida, será apresentada uma Observe que, na região entre as placas, as linhas de
configuração de campo elétrico em que o comportamento campo são todas paralelas e equidistantes e o vetor campo

dos vetores é uniforme. elétrico Eint. tem a mesma característica em todos os pon-
tos, isto é, possui mesma direção e mesmo sentido. Já nas
Campo elétrico uniforme regiões à esquerda da placa positiva e à direita da placa
negativa, os campos elétricos têm a mesma direção, mas
O campo elétrico uniforme é um tipo de campo em que
sentidos opostos. Portanto, na região exterior às placas, o
os vetores campo elétrico têm sempre os mesmos sentido,
campo elétrico resultante é nulo e, na região interior, ele
direção e módulo em todos os pontos. A representação des-
possui módulo constante, caracterizando um fenômeno
se campo é feita por meio de linhas de força paralelas, que
utilizado em alguns dispositivos, como os capacitores, e em
são espaçadas e orientadas uniformemente.
algumas máquinas, como os aceleradores de partículas.

LINHA DE CHEGADA
O estudo do campo elétrico permitiu o desenvolvimento de tecnologias aplicadas em diferentes áreas – como Medicina, Informática e
Engenharia –, bem como promoveu a compreensão do comportamento de determinados animais, como o funcionamento das ampolas
de Lorenzini em tubarões. Com base nas hipóteses levantadas na seção Ponto de partida e nas reflexões sobre os conceitos de eletrostática,
responda ao que se pede.
1. Com base nos elementos que compõem o conceito de campo elétrico, explique como os tubarões conseguem localizar suas presas por
meio das ampolas de Lorenzini.
Espera-se que os alunos relacionem a detecção das presas por meio das ampolas de Lorenzini ao campo elétrico gerado pelas cargas elétricas presente nos animais.
Neste momento, é importante que os alunos utilizem os conceitos de vetor campo elétrico e linhas de força.

2. Alguns peixes apresentam mecanismos de proteção contra predadores, como a capacidade de imitar a coloração do ambiente e de se
esconder sob a areia do fundo do oceano. Por que esses comportamentos podem não apresentar eficácia na proteção contra tubarões?
FÍSICA

Espera-se que os alunos indiquem que o campo elétrico emitido pelos animais é contínuo; logo, ainda que não os localize os peixes por meio dos demais sentidos, o
tubarão é capaz de captar o campo emitido por eles.
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288

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Saberes em ação Enem e vestibulares
1. Em alguns modelos de impressoras eletrostáticas de jato de tin- 1. C6:H21 (Unifor-2017) Uma carga negativa se encontra numa região
ta, o movimento das gotas de tinta é controlado por um campo do espaço onde há um campo elétrico dirigido verticalmente para

Fácil
elétrico produzido na região entre duas placas defletoras, com baixo. Pode-se afirmar que a força elétrica atuante sobre ela é:
cargas de sinais opostos. a) nula.
Considere uma carga q = –2 · 10–6 C, de massa desprezível, que se b) para baixo.
encontra em um determinado ponto situado nessa região sob a
ação do campo elétrico. Sabendo que essa carga se encontra sub- c) para cima.
metida a uma força de 15 N para o norte, responda em seu caderno: d) horizontal para esquerda.
a) Quais são as características (módulo, direção e sentido) do e) horizontal para direita.
campo elétrico gerado pela impressora? 2. C6:H21 (UECE-2016) Precipitador eletrostático é um equipamento
b) Caso a carga tivesse mesmo módulo, mas sinal negativo, qual que pode ser utilizado para remoção de pequenas partículas pre-

Fácil
seria a direção e o sentido de seu deslocamento? sentes nos gases de exaustão em chaminés industriais. O princípio
2. O ponto de Lagrange é uma região no espaço em que os campos básico de funcionamento do equipamento é a ionização dessas
gravitacionais dos astros ao seu redor possuem mesmo módulo, e partículas, seguida de remoção pelo uso de um campo elétrico na
qualquer corpo nessa região não sofre a ação de forças de atração região de passagem delas. Suponha que uma delas tenha massa m,
ou repulsão. Em um laboratório de Física, um aluno resolveu reali- adquira uma carga de valor q e fique submetida a um campo elé-
zar um experimento para encontrar o ponto P, análogo ao ponto trico de módulo E. A força elétrica sobre essa partícula é dada por:
de Lagrange, em que o campo elétrico resultante é nulo entre a) mqE.
duas cargas elétricas. Para isso, dispôs as cargas a uma distância mE
de 1 m, conforme a representação abaixo. b) .
q
q1 P q2
q
c) .
E
d) qE.
d1 d2 3. C5:H17 (IFMT-2019) As linhas de força de campo elétrico foram
descobertas pelo físico experimentalista Michael Faraday, no
Fácil

século XVIII. Com essa descoberta, Faraday pôs fim ao intenso


1m debate entre os físicos daquela época sobre a ideia da ação de uma
força a distância, possibilitando uma melhor compreensão desse
Sabendo que as cargas pontuais possuíam cargas q1 = 2,0 µC e fenômeno, alavancando, assim, o estudo da eletricidade naquele
q2 = 18,0 µC, estime, em cm, a distância que o aluno encontrou século. Baseando-se na disposição que a limalha de ferro assumia
entre a carga q1 e o ponto P. diante de um ímã ou de uma partícula eletrizada, Faraday podia
descobrir a intensidade do campo, a direção da força elétrica e,
Dado: K = 9 · 109 N · m2/C2
ainda, se o corpo estava carregado com carga elétrica negativa
3. O filtro de ar eletrostático, também conhecido como precipitador ou positiva.
eletrostático, é um equipamento que pode atuar no controle de Considerando os aspectos verbais do texto e visuais da figura
poluição em fábricas ou indústrias, capturando os poluentes e abaixo, assinale a alternativa CORRETA:
liberando gás limpo para a atmosfera. O aparelho eletriza as par-
tículas poluentes e, posteriormente, as paredes do precipitador,
que se encontram carregadas com carga de sinais opostos às das
partículas, retêm esses poluentes.
Considere que, em um determinado filtro, ocorre o alinhamento
de três partículas carregadas, q1, q2 e q3, e que as partículas 1 e 2
apresentam distâncias d1 = 0,2 m e d2 = 0,4 m, respectivamente,
em relação à partícula 3, e que as três estão carregadas com cargas
de mesma intensidade e igual a –8 μC. Determine a força elétrica
resultante sobre a partícula q3 no instante exato do alinhamento.
Dado: K = 9 · 109 N · m2/C2.
4. O físico americano Robert A. Millikan desenvolveu um equipamen- a) O campo elétrico da esfera A é maior que o campo elétrico
to para análise de interações entre forças e campos elétricos cujo da esfera B.
funcionamento se baseia nos princípios físicos da eletrostática. No
b) Tanto a esfera A quanto a esfera B estão eletrizadas com cargas
dispositivo fabricado por ele, uma espécie de borrifador lançava
de mesmo sinal.
gotículas de óleo, carregadas positivamente ou negativamente,
em uma câmara disposta por placas condutoras paralelas. Essas c) A carga da esfera A é positiva e a carga da esfera B é negativa.
placas eram carregadas por meio de uma bateria, com cargas de d) A carga da esfera A é negativa e a carga da esfera B é positiva.
sinais opostos, produzindo na região um campo elétrico uniforme. e) O campo elétrico da esfera B é maior que o campo elétrico
Considere que uma partícula eletrizada positivamente, com carga da esfera A.
elétrica de intensidade 2 µC e massa m = 8 µg, é inserida nessa
4. C5:H17 (FAMERP-2020) Nas Ciências, muitas vezes, se inicia o estu-
região, na qual, em um dado intervalo de tempo, atua um campo
do de um problema fazendo uma aproximação simplificada. Um
elétrico uniforme e horizontal. Considerando que a intensidade
Fácil

desses casos é o estudo do comportamento da membrana celular


FÍSICA

do campo elétrico é de 4 ⋅ 103 N/C, responda em seu caderno as


devido à distribuição do excesso de íons positivos e negativos em
questões a seguir:
torno dela. A figura mostra a visão geral de uma célula e a analogia
a) Sabendo que o campo gravitacional não interfere em sua entre o modelo biológico e o modelo físico, o qual corresponde
trajetória, estime o valor da aceleração a que fica submetida a duas placas planas e paralelas, eletrizadas com cargas elétricas
EM23_2_FIS_03

EM23_2_FIS_03

a carga elétrica. de tipos opostos.


b) Faça uma representação ilustrativa do campo elétrico na
289

região descrita e da força elétrica que atua sobre a carga.

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 289 13/09/2022 17:48:26


QA QB

(http://bioquimica.org.br. Adaptado.)

Com base no modelo físico, considera-se que o campo elétrico no


interior da membrana celular tem sentido para:
a) fora da célula, com intensidade crescente de dentro para fora A soma QA + QB é, necessariamente, um número:
da célula.
a) par. d) positivo.
b) dentro da célula, com intensidade crescente de fora para
b) ímpar. e) negativo.
dentro da célula.
c) inteiro.
c) dentro da célula, com intensidade crescente de dentro para
fora da célula. 8. C5:H17 (FAMERP-2016) Uma carga puntiforme Q1, positiva, en-
contra-se fixa no plano cartesiano indicado na figura. Ela gera um
d) fora da célula, com intensidade constante.

Médio
 
e) dentro da célula, com intensidade constante. campo elétrico ao seu redor, representado pelos vetores EF e E G,
nos pontos F e G, respectivamente.
5. C5:H17 (FPS-2017) Duas cargas elétricas pontuais de mesmo valor
QA = QB = –10–10 C são fixadas nos vértices A e B do triângulo equilá-
Fácil

tero de lado igual a 10–6 m, como ilustrado na figura abaixo. Qual a


direção e sentido do vetor campo elétrico resultante no vértice C?

a) d)

Uma segunda carga puntiforme Q2, também positiva, com Q1 = Q2,


deve ser fixa no mesmo plano, de maneira que o campo elétrico
b) e) resultante no ponto P, devido às presenças de Q1 e Q2, seja nulo.
Para que se consiga esse efeito, a carga Q2 deve ser fixa no ponto:
a) 3. d) 2.
c) b) 4. e) 1.
c) 5.

6. C5:H17 (UEA-2017) Duas cargas elétricas A e B contêm 1,0 coulomb 9. C5:H17 (UEFS-2018) Duas cargas elétricas puntiformes, Q1 e Q2, es-
cada e estão separadas 1,0 metro uma da outra, como mostra a figura. tão fixas sobre uma circunferência de centro O, conforme a figura.
Médio
Fácil

Considerando a constante eletrostática do meio entre as cargas


igual a k, os módulos da força elétrica entre elas e do campo
elétrico que uma gera na outra, respectivamente, são iguais a:
a) k e 2k. d) k2 e k2.
b) 2k e k. e) k e k. 
c) 2k e 2k. Considerando que E representa o vetor campo elétrico criado por
uma carga elétrica puntiforme em determinado ponto e que E re-
7. C5:H17 (PUCRS-2016) Considere a figura abaixo, que representa presenta o módulo desse vetor, é correto afirmar que, no ponto O:
FÍSICA

as linhas de força do campo elétrico gerado por duas cargas  


Médio

puntuais QA e QB. a) E2  2  E1 . d) E2 = –E1.


 
b) E2  2  E1 . e) E2 = –2 · E1.
 
c) E2 = E1 .
EM23_2_FIS_03

EM23_2_FIS_03
290

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10. C6:H21 (UFJF-2018) Para uma feira de ciências, os alunos preten- Se E for o módulo do campo elétrico no ponto P, centro do qua-
Médio dem fazer uma câmara “antigravidade”. Para isso, os estudantes drado, devido à carga Q1, o campo elétrico resultante no ponto P,
colocaram duas placas metálicas paralelas entre si, paralelas à devido a presença das quatro cargas, terá módulo:
superfície da Terra, com uma distância de 10,0 cm entre elas. a) zero d) 2 ⋅ 2 ⋅E
Ligando essas placas a uma bateria, eles conseguiram criar um
campo elétrico uniforme de 2,0 N/C. Para demonstrar o efeito b) 4 · E e) 4 ⋅ 2 ⋅E
“antigravidade”, eles devem carregar eletricamente uma bolinha
de isopor e inseri-la entre as placas. Sabendo que a massa da c) 2 ⋅E
bolinha é igual a 0,50 g e que a placa carregada negativamente
está localizada no fundo da caixa, escolha a opção que apresenta 13. C5:H17 (EM-2015) Análise a figura abaixo.
a carga com que se deve carregar a bolinha para que ela flutue.

Difícil
Considere que apenas a força elétrica e a força peso atuam sobre
a bolinha.
a) 3,5 · 10–2 C. d) 2,5 · 10–3 C.
b) –3,5 · 10–2 C. e) –3,5 · 10–3 C.
c) –2,5 · 10–3 C. Duas cargas puntiformes desconhecidas (Q0, Q1) estão fixas em
11. C5:H17 (UFPR-2022) O comportamento gráfico para o módulo pontos distantes, d0 e d1, do ponto P, localizado sobre a reta que
do campo elétrico E numa dada região do espaço, em função da une as cargas (ver figura). Supondo que, se um elétron é cuida-
Médio

posição x dentro dessa região, é linear e está representado na dosamente colocado em P e liberado do repouso, ele se desloca
figura a seguir. para direita (no sentida da carga Q1), sendo assim, pode-se afirmar
que, se Q0 e Q1:
a) são positivas, então d1 < d0.
b) são negativas, então d0 < d1.
c) têm sinais contrários, Q1 é a carga negativa.
d) têm sinais contrários, Q0 é a carga positiva.
e) têm o mesmo sinal, o campo elétrico resultante em P aponta
para a esquerda.
Considerando as informações apresentadas no enunciado e na 14. C5:H18 (UESB-2017)
figura, assinale a alternativa que apresenta corretamente o valor
Difícil

do módulo da força elétrica F produzida por esse campo sobre


uma carga Q = 1,6 μC colocada na posição x = 4 cm.
a) F = 8,0 N. d) F = 3,2 N.
b) F = 6,4 N. e) F = 1,6 N.
c) F = 4,8 N.

Enem e vestibulares + Desafio


12. C5:H17 (FAMERP-2017) Quatro cargas elétricas punti- Três cargas puntiformes, Q1, Q2 e Q3, respectivamente iguais a
formes, Q1, Q2, Q3 e Q4 estão fixas nos vértices de um 2,0μC, − 3,0μC e 4μC, são dispostas nos vértices de um triângulo
Difícil

quadrado, de modo que |Q1| = |Q2| = |Q3| = |Q4|. As retângulo, conforme mostra a figura. Considerando-se a constante
posições das cargas e seus respectivos sinais estão eletrostática igual a 9,0.109N.m2/C2 e as distâncias a e b, respec-
indicados na figura. tivamente iguais a 5,0cm e 3,0cm, é correto afirmar que o valor
aproximado da intensidade da força resultante sobre a carga Q3,
em kN, é igual a:
a) 0,11. d) 0,17.
b) 0,13. e) 0,19.
c) 0,15.

GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte a câmera
a câmera para
para um dosoQR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oaogabarito
lado paradeste
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
­módulo.

Cartão-resposta Campo elétrico: algumas noções

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 12 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 13 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E 14 A B C D E
EM23_2_FIS_03

EM23_2_FIS_03

4 A B C D E 8 A B C D E
291

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04 PONTO DE PARTIDA

Leia, a seguir, um texto sobre a origem dos estudos dos raios.

04/32
A natureza dos raios
Os raios são fenômenos elétricos que permaneceram incompreendidos por muito tempo. Em
1752, Benjamin Franklin propôs a concepção da natureza elétrica desse fenômeno. Para isso, ideali-
zou uma experiência que consistia em pendurar uma pipa de seda com uma ponta de metal a um fio
de algodão úmido e, em seguida, empiná-la durante uma tempestade. Nesse experimento, a outra
extremidade do fio estaria inserida em uma garrafa de Leiden, responsável por armazenar eletricida-
de. Benjamin Franklin acreditava que, se a pipa fosse atingida por um raio, a eletricidade fluiria pelo
fio de algodão até a garrafa, onde seria armazenada. Embora não haja certeza de que esse experi-
mento chegou, de fato, a ser realizado, as hipóteses de Franklin em relação à natureza elétrica dos
raios se mostraram corretas.

1. Com base no texto e em seus conhecimentos prévios, responda: O que são os raios? Por que eles ocorrem? Quais
Potencial elétrico: algumas noções

são as condições elétricas e climáticas necessárias para a formação de um raio?


Esta seção tem como objetivo desenvolver a habilidade EM13CNT301 da BNCC por meio de uma situação-problema que envolve um fenômeno
elétrico conhecido: os raios. Espera-se que os alunos indiquem que os raios são descargas elétricas que ocorrem quando as nuvens estão
eletricamente carregadas. Conduza a atividade de forma a estimular a aplicação dos conceitos de carga elétrica, campo elétrico e força elétrica
para explicar as condições de formação dos raios. Além disso, espera-se que os alunos associem as descargas elétricas ao desequilíbrio
eletrostático nas nuvens e expliquem que esses fenômenos geram um deslocamento das cargas elétricas em direção à superfície da Terra.
Também é possível que eles indiquem as condições ideais que motivam a formação de um raio, como as altas temperaturas, a umidade da
região e a elevada quantidade de nuvens. Essa questão tem caráter interdisciplinar e pode ser trabalhada em conjunto com professor de
Geografia.

S6Wigj/Shutterstock

O que é potencial como energia potencial gravitacional. Perceba

elétrico?
que, caso a atleta solte a massa m, esta vai se mo-
ver se mover espontaneamente de volta ao solo
Para definir potencial elétrico, é possível rea- devido à ação da força gravitacional. Nesse pro-
lizar uma analogia entre algumas características cesso de queda, a energia potencial gravitacional
dos corpos na presença dos campos gravitacio- é convertida em energia cinética.
nais terrestre e elétrico. Considere, por exemplo, O movimento das cargas em um campo elé-
que determinada atleta levanta uma massa (m) trico é, de certo modo, análogo ao movimento de
do solo até certa altura (h). Durante todo o mo- um corpo que se move entre duas posições do
vimento, o campo gravitacional terrestre exerce campo gravitacional terrestre. Por exemplo, se
sobre a massa m uma força vertical para baixo uma carga de prova negativa (q) for colocada na
de módulo P = m · g. Desse modo, para levantá-la região do campo elétrico de uma carga-fonte po-
com velocidade constante, a atleta deve aplicar sitiva (Q), a carga q irá se deslocar em direção à
sobre a massa uma força vertical para cima. carga Q devido à força elétrica de atração, como
Ao deslocar a massa, a atleta precisa gastar representado no esquema a seguir.
determinada quantidade de energia, que está q
armazenada em seus músculos, denominada tri- –
fosfato de adenosina (ATP). Devido ao princípio
da conservação da energia, sabe-se que a energia
não pode ser destruída, apenas transformada de d
uma modalidade em outra. Nesse sentido, o que 
Escola Digital

FE
acontece com a energia gasta pela atleta durante
a execução do movimento para elevar a massa?
Essa questão pode ser respondida com base
Q
no fato de a Terra criar ao redor de si um cam-
po gravitacional (g ) que armazena energia. Desse +
EM23_2_FIS_04

EM23_2_FIS_04

modo, a energia gasta pela atleta não desapare-


FÍS ce, mas é armazenada no campo gravitacional
292 terrestre em uma forma de energia conhecida Representação de um sistema composto de duas cargas
puntiformes. (Fora de escala. Cores-fantasia.)

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 292 13/09/2022 17:48:45


Nesse caso, há a transformação da energia potencial Inicialmente, todas as cargas têm mesmo módulo e energia
elétrica entre as duas cargas, em energia cinética no mo- potencial elétrica igual a EPE. No entanto, em um segundo mo-
vimento da carga negativa. Para um sistema composto de mento, uma das cargas é substituída por outra com valor 5q,
duas cargas pontuais quaisquer, Q e q, separadas por uma que ocupa a mesma posição da carga anterior. Com base na
distância d, a intensidade da energia potencial elétrica é de- situação exposta, determine:
terminada pela seguinte equação: a) A energia potencial elétrica total do sistema inicial.

Qq Para determinar a energia potencial elétrica total, utiliza-se


EPE  k  a seguinte equação:
d
EP = EPE1,2 + EPE1,3 + EPE2,3
Em que EPE é a medida da energia potencial elétrica (J), k é a qq qq qq
medida da constante eletrostática do meio (N · m2 /C2), Q e q EP  k  k k
d d d
são as medidas das intensidades das cargas elétricas (C) e d qq
é a medida da distância entre as cargas (m). Assim, EP  3k 
d
b) A energia potencial elétrica total do segundo sistema em
Apesar de essa relação ser semelhante à equação da função de EPE.
força elétrica, os valores das cargas não estão em módulo,
Como não há especificação da carga a ser substituída, é pos-
uma vez que, pelo fato de a energia potencial elétrica ser
sível escolher qualquer uma delas para realizar o cálculo.
uma grandeza escalar, o sinal algébrico das cargas tem in-
Considerando a carga q1, a equação para a energia potencial
fluência na interpretação da energia potencial elétrica, e a
elétrica total assume a seguinte configuração:
distância não deve ser elevada ao quadrado.
' ' '
EPE  EPE 1 ,2
 EPE 1 ,3
 EPE 2 ,3
Também é possível determinar a energia potencial elé- Substituindo o novo valor para a carga q1, tem-se que:
trica para um sistema com mais de duas partículas, como o 5q  q 5q  q q q
'
representado no esquema a seguir. EPE  k  1 2  k  1 3  k  2 3 . Assim:
d1 d3 d2
q2
' qq qq qq
EPE  5k   5k  k ⇒
d d d
' qq
⇒ EPE  11k 
d1 d2 d
qq
Sendo EPE  3k  , é possível expressar a equação tam-
d
bém como:
EPE qq
k
q1 d3 q3
3 d
'
Substituindo esse valor na equação de EPE , tem-se que:
Representação de um sistema composto de três cargas puntiformes. EPE 11
' '
(Fora de escala. Cores-fantasia.) EPE  11   EPE   EPE
3 3
No contexto das três partículas representadas acima, A relação entre a energia potencial elétrica e o poten-
estão envolvidas as energias potenciais elétricas EPE1, EPE2 e cial elétrico se expressa na seguinte situação: em qualquer
EPE3 , referentes às cargas q1, q2 e q3 , respectivamente. Para ponto do campo elétrico E, situado a uma distância d da
calcular a energia potencial elétrica do sistema, analisa-se carga-fonte Q, existe determinada quantidade de energia
cada par de partículas, de forma separada. Assim, nesse ce- potencial elétrica por unidade de carga elétrica, a qual é
nário, a energia potencial elétrica total é expressa por: chamada de potencial elétrico.
EPET = EPE1,2 + EPE1,3 + EPE2,3 ⇒ Assim, a equação para o potencial elétrico é expressa por:
q q q q q q
⇒ EPET k 1 2 k 1 3 k 2 3
d1 d3 d2 EPE
V=
Observe que, no exemplo acima, todas as cargas têm q
sinal positivo. Se alguma delas fosse negativa, a expressão
para determinar a energia potencial elétrica teria o mesmo Em que V é a medida do potencial elétrico (V), EPE é a medida
padrão, mas, para a carga negativa, o sinal algébrico que da energia potencial elétrica (J) e q é a medida do valor da
deve ser utilizado é o negativo. carga elétrica (C).

9 Exemplo
Potencial elétrico:
Considere um sistema composto de três cargas puntiformes
posicionadas nos vértices de um triângulo equilátero, confor-
carga puntiforme
me exemplificado no esquema a seguir. Assim como o campo elétrico, o potencial elétrico também
é uma propriedade dos pontos no espaço. Desse modo, o po-
q2
tencial elétrico não depende da carga de prova, e sim da car-
ga-fonte. Logo, a fim de calcular o potencial elétrico de uma
FÍSICA

carga puntiforme, utiliza-se uma relação para energia armaze-


nada no campo elétrico que dependa apenas da carga Q. Essa
d d relação é obtida dividindo-se a equação da EPE por q, tal que:
EM23_2_FIS_04

EM23_2_FIS_04

Qq
E k
V  PE  V  d
q q
293

q1 q3
d

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 293 13/09/2022 17:48:49


Desse modo, o módulo do potencial elétrico de uma car-
ga puntiforme é determinado pela seguinte equação: Q3

Q Q2
VP  k 
d

Note que, a depender do valor da carga-fonte, o potencial


elétrico pode assumir valores positivos ou negativos. Então: d3

Q Q1
● Se Q > 0, VP  k  . d2
d
Q d1
● Se Q < 0, VP  k  .
d
As relações apresentadas acima podem ser expressas P
de maneira gráfica por meio de uma curva, como represen-
tado no gráfico seguir.
Representação de um sistema composto de três cargas elétricas
Vp (V) puntiformes. (Fora de escala. Cores-fantasia.)

Como cada carga irá gerar um valor de potencial elétri-


co diferente no ponto P, o potencial nesse ponto será um
potencial efetivo. Por ser uma grandeza física escalar, o
potencial elétrico efetivo é obtido por meio da adição dos
potenciais elétricos individuais criados por cada uma das
Q>0 cargas em P. Portanto, para essa configuração, tem-se que:
Q1 Q Q
Vp = V1 + V2 + V3 ⇒ VP  k  k  2 k  3
d1 d2 d3

0 Assim, para um sistema constituído de N cargas, o valor


d (m)
do potencial elétrico efetivo é determinado pela seguinte
adição:

Vp = V1 + V2 + ... + VN
Q<0

9 Exemplo
Determine o potencial elétrico criado pelo núcleo de um áto-
mo de hidrogênio à distância de 5,3 · 10–11 m e para o núcleo
de um átomo de hélio à mesma distância. Adote para a carga
elementar o valor e = 1,6 · 10–19 C e para a constante eletros-
Gráfico do potencial elétrico em função da distância para cargas
positivas e negativas. tática k0 = 9,0 · 109 N · m2 · C–2.
Aplicando a fórmula para o potencial elétrico do núcleo de
Observe que, se a carga-fonte for positiva (Q > 0), o valor hidrogênio, tem-se:
do potencial elétrico aumenta à medida que o ponto P se k Q
aproxima dela, e diminui à medida que esse ponto se afasta Vhidrogênio 
d
dela. Entretanto, se a carga-fonte for negativa (Q < 0), o pro- 9 · 109 1,6 10 19
cesso inverso ocorre: o valor do potencial elétrico diminui à Vhidrogênio 
5 , 3 10 11
medida que o ponto P se aproxima da carga, e aumenta à
Vhidrogênio ≈ 27,2 V
medida que ele se afasta dela.
O núcleo do átomo de hélio tem um próton a mais do que o
Em ambos os casos, quando o ponto P está muito dis-
do hidrogênio, portanto:
tante das cargas, o valor potencial elétrico tende a zero. Em
k Q k Q
uma situação ideal, quando d cresce indefinidamente, o va- Vhélio  
lor do potencial tende a zero (Vp → 0). Portanto, adota-se o d d
infinito como referencial para o potencial elétrico nulo. 9 · 109 1,6  10 19
Vhélio  2 
5 , 3 10 11
Potencial elétrico: sistema Vhélio = 2 · Vhidrogênio = 2 · 27,2
de cargas puntiformes Vhélio = 54,4 V
Também é possível determinar o valor do potencial
Perceba que o potencial elétrico é diretamente proporcional
elétrico em certo ponto P para sistemas com mais de duas
à carga elétrica. Desse modo, como a distância calculada é a
FÍSICA

cargas. Considere um sistema composto de três cargas elé-


mesma, mas o núcleo de hélio tem o dobro de cargas do nú-
tricas, com um ponto P localizado em uma região próxima a
cleo de hidrogênio, o potencial também será o dobro.
ele, como representado no esquema a seguir.
EM23_2_FIS_04

EM23_2_FIS_04
294

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 294 13/09/2022 17:48:50


Trabalho da força elétrica
HABILIDADES NA PRÁTICA

1. Campo elétrico e potencial elétrico são duas grandezas que Para descrever o gasto de energia ao movimentar corpos
uma carga elétrica pode gerar em um ponto P qualquer do entre dois pontos de um campo, utiliza-se uma grandeza es-
espaço. A depender da configuração de cargas de um sis- calar denominada trabalho (τ). Essa grandeza relaciona a
tema, é possível obter no ponto P tanto um campo elétrico
força aplicada sobre um corpo e o deslocamento que ele
nulo como um potencial nulo. Com base nessas informações,
construa um sistema de cargas em que: sofre, e é expressa algebricamente por:
a) o campo elétrico seja nulo em um ponto do espaço, mas τ = F · d · cos θ
o potencial elétrico não seja nulo.
b) o potencial elétrico seja nulo em um ponto do espaço, Em que τ é a medida do trabalho (J), F é a medida da intensi-
mas o campo elétrico não seja nulo. dade da força (N), d é a medida do deslocamento (m) e θ é a
c) tanto o potencial elétrico como o campo elétrico sejam medida do ângulo que a força resultante forma em relação
nulos em um mesmo ponto do espaço. ao vetor deslocamento.
Registre suas respostas. Para que ocorra deslocamento de cargas elétricas em
um campo elétrico, por exemplo, é necessário que uma for-
Esta seção objetiva a aplicação, por meio de representações
esquemáticas, dos conceitos de campo elétrico e potencial elétrico,
ça atue sobre elas e que certa quantidade de energia seja
pois, embora sejam conceitos distintos, nem sempre são gasta no movimento. Como as cargas elétricas têm massa
compreendidos desse modo. Organize os alunos em grupos e realize a muito pequena, a força-peso que atua sobre elas é des-
resolução da situação-problema em sala. Após a finalização da
considerada. Portanto, a única força que interfere em sua
atividade, solicite aos grupos que compartilhem os esquemas feitos
por eles e expliquem a estratégia de resolução. movimentação é a força elétrica, seja por atração, seja por
repulsão.

A força elétrica é uma força conservativa, ou seja, o


trabalho que ela realiza sobre uma carga em desloca-
mento não depende da trajetória realizada, e sim dos
pontos de partida e chegada da carga.

Considere a situação em que uma carga de prova (q) po-


sitiva tenha sido colocada em um campo elétrico gerado por
uma carga-fonte (Q) positiva fixa. Suponha que a carga q
sofra, ao longo de uma linha de força, um deslocamento do
ponto A até o ponto B, como representado a seguir.
 
FE E
Q A q B

Representação esquemática de um sistema de cargas positivas, Q


e q, respectivamente, onde há um afastamento da carga de prova.
(Fora de escala. Cores-fantasia.)
Para o esquema apresentado, é possível determinar a
energia potencial elétrica utilizada durante o deslocamento
da carga com base na equação do potencial elétrico. Assim:

EPE = q · V

Considerando que o trabalho da força elétrica é indepen-


dente da trajetória e dependente da energia potencial elétrica
para que a carga se desloque da posição inicial para a posição
final, tem-se que: τFE = – ∆EPE. Com isso, τFE = – (EPEB – EPEA). Então:

τFE = q · (VA – VB)

Em que τFE é a medida do trabalho da força elétrica (J), q é a


medida do valor da carga de prova (C) e VA e VB são as medidas
dos potenciais elétricos dos pontos A e B, respectivamente (V).
Observe na equação anterior que a carga q não tem seu
valor em módulo, o que indica que o trabalho da força elé-
trica pode ser tanto positivo quanto negativo. Sendo assim:
FÍSICA

● Se τFE > 0: houve movimento espontâneo da carga de


prova entre as posições A e B e a força elétrica realizou
trabalho sobre a carga de prova.
EM23_2_FIS_04

EM23_2_FIS_04

● Se τFE < 0: o movimento da carga de prova não foi es-


pontâneo e, então, um operador externo ao sistema
realizou trabalho sobre a carga de prova para movi-
295

mentá-la entre as posições A e B.

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 295 13/09/2022 17:48:51


Diferença de potencial Superfícies equipotenciais
τ Assim como o conceito de linhas de força, que criam
A grandeza escalar representada por FE é igual ao termo
q uma visualização para o campo elétrico pelas cargas punti-
(VA – VB), o qual é chamado de diferença de potencial elétri- formes, Michael Faraday (1791-1867) desenvolveu um arti-
co (ddp) ou tensão elétrica, que se estabelece entre os pon- fício para representar o potencial elétrico criado por cargas
tos de início e fim do deslocamento de uma carga elétrica. puntiformes, chamado de superfície equipotencial.
É comum utilizar a letra U para representar a ddp, isto Qualquer carga elétrica, ainda que seja representada
é, (VA – VB). Dessa maneira, é possível utilizar também a se- por um ponto no espaço, cria ao redor de si uma superfície
guinte configuração para determinar o valor do trabalho da equipotencial na qual todos os pontos têm o mesmo valor
força elétrica: de potencial elétrico. Em uma representação bidimensional,
as superfícies equipotenciais são representadas por linhas
τFE = q · U equipotenciais.

Em relação à eletricidade, o cálculo do potencial elétri-


co isolado não é tão significativo quanto o cálculo da ddp. As superfícies equipotenciais sempre são perpendicula-
Pilhas e baterias, por exemplo, funcionam por meio de uma res às linhas de força.
diferença de potencial elétrico criada entre os polos positivo
(+) e negativo (–). Por meio dela, as cargas elétricas negati- Para cargas elétricas puntiformes, as superfícies equi-
vas se movimentam de forma espontânea do polo negativo potenciais são esferas concêntricas à carga-fonte, como no
para o polo positivo em certo intervalo de tempo, o que es- esquema a seguir, que representa esta relação no espaço
tabelece uma corrente elétrica. bidimensional. Essa característica tem como base a equa-

Diferença de potencial em
ção do potencial elétrico, por meio da qual pode ser obser-
vado que pontos com mesmo potencial elétrico devem estar
campo elétrico uniforme posicionados a uma mesma distância da carga-fonte.
Considere que em uma região de campo elétrico unifor- Linhas de força
me está inserida uma carga puntiforme q. Em determinado
momento, essa carga, por meio de uma força elétrica, des-
loca-se de um ponto A para um ponto B, como representado
no esquema a seguir.

Superfícies
equipotenciais


q Fe

A B

Representação bidimensional das superfícies equipotenciais ao


d redor de uma carga puntiforme positiva. (Fora de escala. Cores-
fantasia.)
Representação do deslocamento de uma carga entre dois pontos de
um campo elétrico uniforme. (Fora de escala. Cores-fantasia.) Para um dipolo elétrico, as linhas equipotenciais são de-
Com base na situação exposta, é possível determinar finidas a partir da interação entre as cargas, como represen-
o trabalho da força elétrica sobre uma carga puntiforme tado no esquema a seguir.
que está submetida à ação de um campo elétrico uniforme.
Sabe-se que o trabalho é τA,B = F · d · cos θ. Considerando Linhas de força
cosseno de zero igual a 1 e representando F como q · E, tem-
-se que:

τFE = q · E · d
Superfícies
equipotenciais
Com base na relação apresentada, define-se que a equa-
ção da diferença de potencial elétrico para o campo elétrico
 qE  d
uniforme é: U  FE  U  . Então:
q q
FÍSICA

U=E·d

Em que U é a medida da diferença de potencial (V), d é a


medida do deslocamento da carga (m) e E é a medida da
EM23_2_FIS_04

EM23_2_FIS_04

Representação bidimensional das superfícies equipotenciais ao


intensidade do campo elétrico uniforme (V/m). redor de um dipolo elétrico. (Fora de escala. Cores-fantasia.)
296

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 296 13/09/2022 17:48:52


Essa interação altera o potencial elétrico no espaço ao Se uma pessoa estiver em contato com o solo e posicio-
redor das cargas criando em cada ponto um potencial elétri- nada embaixo dessa nuvem, ela se comportará como uma
co efetivo, dado pela soma algébrica dos potenciais elétricos ponta, isto é, acumulará maior número de cargas negativas.
individuais de cada carga. Assim, as linhas de força do campo elétrico gerado pelas
A partir disso, em qualquer ponto da linha equipoten- cargas elétricas das nuvens são dirigidas para baixo, em
cial equidistante das duas cargas, o valor do potencial é direção ao solo e à pessoa, enquanto as superfícies equi-
0 V, pois, como elas têm mesmo módulo e sinais opostos, a potenciais os contornam, como representado no esquema
soma algébrica de seus potenciais resulta em um potencial a seguir.
nulo sobre essa linha.

SAE DIGITAL S/A


As superfícies equipotenciais também se relacionam
com o trabalho. Considere, por exemplo, que uma carga
puntiforme se desloca entre dois pontos, A e B, de uma
mesma superfície equipotencial. De acordo com o conceito
de trabalho, tem-se que: τA,B = q · (VA – VB). Sendo VA = VB , o
trabalho realizado pela força elétrica nessa situação é nulo
(τ = 0). Contudo, quando a carga se desloca entre diferentes
superfícies equipotenciais, o trabalho da força elétrica deixa
de ser nulo.
No caso de um campo elétrico uniforme, as superfícies
equipotenciais são planos paralelos entre si, como repre-
sentado no esquema a seguir.

Superfícies equipotenciais Linhas de força

+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –
+ –

Representação das superfícies equipotenciais em um campo elétrico


uniforme. (Fora de escala. Cores-fantasia.)
Representação da interação entre as linhas de força e das

Caso especial: as superfícies


superfícies equipotenciais geradas por uma nuvem carregada
positivamente.

equipotenciais geradas Com base no esquema, é possível perceber que as su-


pelas nuvens perfícies equipotenciais estão perpendiculares às linhas
As nuvens, como toda matéria, são formadas por átomos, de força, como apresentado anteriormente para as cargas
os quais podem ser eletrizados. Quando a parte inferior de puntiformes. Além disso, o valor do potencial elétrico dimi-
uma nuvem está eletrizada com cargas positivas, por exemplo, nui conforme se aumenta a distância entre a carga de prova
ela atrai cargas negativas da Terra para a superfície do solo. e a carga-fonte, nesse caso, a nuvem.

LINHA DE CHEGADA
O Brasil, hoje, é o país com maior incidência de raios no mundo. Estima-se que atualmente haja mais de 70 milhões de incidência por ano.
Para que esse fenômeno elétrico ocorra, são necessárias condições favoráveis, como elevadas temperaturas, altitude, umidade do ar e
quantidade de nuvens. Considerando o caso em que os raios saem das nuvens em direção ao solo, responda às questões a seguir.
1. Explique o processo de formação de um raio. Qual é a relação entre esse fenômeno e a diferença de potencial?
Na questão 1, espera-se que os alunos indiquem que as nuvens são formadas por átomos e que, em razão do atrito que estes sofrem com o ar, elas ficam eletrizadas.
Além disso, eles devem explicar que, devido à diferença de potencial entre as cargas da nuvem e as cargas do solo, ao campo elétrico das cargas e às forças elétricas
envolvidas, há deslocamento das cargas da nuvem em direção ao solo, o que forma o raio.
FÍSICA

2. Como as cargas elétricas se movimentam no ar durante a ocorrência de um raio?


Na questão 2, espera-se que os alunos indiquem que a condutividade depende da diferença de potencial elétrico existente entre as extremidades dos materiais e que
não existem materiais que atuem como isolantes perfeitos. Além disso, eles devem mencionar que, durante a ocorrência de um raio, a diferença de potencial entre as
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cargas é elevada, o que torna o ar um bom condutor.


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Saberes em ação Enem e vestibulares
1. Em um dos temas do estudo da eletrostática, foi visto que cargas 1. C5:H18 (PUC-Goiás-2022) A eletricidade está presente em tudo que
puntiformes ou placas carregadas geram ao redor de si campos está à sua volta. Os átomos possuem cargas próprias que podem

Fácil
elétricos, que assumem diferentes configurações. Observe a figura se movimentar com velocidades impressionantes. Essas cargas
a seguir, que ilustra algumas linhas de diferentes superfícies em aparecem em situações cotidianas, quando menos se espera. Por
uma região de campo elétrico, gerada ao redor de uma carga exemplo, ao se movimentar rapidamente em dia muito seco e,
elétrica puntiforme negativa. em seguida, ao tocar a maçaneta metálica da porta de um carro,
é possível observar um fenômeno eletrostático.
A respeito da eletricidade, analise as assertivas a seguir:
N
I. Basicamente, os átomos são constituídos de um núcleo con-
tendo prótons carregados, nêutrons neutros e elétrons leves
que orbitam o núcleo em altas velocidades. Tanto os prótons
quanto os nêutrons possuem a mesma grandeza de carga,
M que é 8,85 · 10–12 C.
II. A energia potencial elétrica é a energia armazenada em
campos elétricos. Em um capacitor de placas paralelas, as
linhas de campo do campo elétrico saem das cargas negati-
vas em direção às cargas positivas, então, uma carga positiva
X abandonada entre essas placas adquire energia potencial
movendo-se entre elas.
Y III. A lei de Coulomb fornece a grandeza da força elétrica entre
duas cargas. Embora a força seja uma grandeza vetorial,
quando as cargas possuem o mesmo sinal, interpretamos
Sabendo que os pontos M, N, X e Y estão situados na região sob a força entre elas como positiva, significando que elas se
influência desse campo, faça uma avaliação sobre as afirmativas repelem. Se as cargas possuírem sinais opostos, a força entre
abaixo, apresentando uma justificativa, caso a afirmação seja falsa. elas é interpretada como negativa, indicando que há uma
I. O potencial elétrico no ponto X é maior que no ponto M. atração entre elas.
II. O campo elétrico é menos intenso no ponto Y, quando se Em relação às assertivas analisadas, assinale a única alternativa
compara àquele gerado no ponto N. correta:
III. O ponto M apresenta o mesmo potencial elétrico que o a) I e III apenas.
ponto N. b) II apenas.
IV. O trabalho realizado pela força elétrica, no transporte de uma c) II e III apenas.
carga de prova positiva (+q), inserida na região, de Y até M é d) III apenas.
negativo.
2. C6:H20 (UPF-2022) Em eletricidade, é considerado essencial o
2. Considere a ilustração a seguir, de uma carga puntiforme positiva, estudo do movimento de cargas elétricas sob efeito de campos
de intensidade Q = + 4 µC, que gera uma região de campo elétrico
Fácil

elétricos. Considerando uma carga elétrica q pontual e positiva,


ao seu redor, onde se encontram situados os pontos A, B e C. abandonada e em repouso, num ponto do espaço onde existe um

E campo elétrico uniforme, podemos dizer que seu comportamento
é descrito nas afirmações a seguir, exceto:
 a) A carga q experimenta a ação de uma força elétrica na mesma
E
direção e sentido do campo elétrico.

E b) Enquanto a carga se movimenta, a sua energia potencial
C
elétrica aumenta.
c) A carga q irá se mover da região de maior potencial elétrico
A para a de menor potencial elétrico.
B
 d) O trabalho efetuado pela força elétrica sobre a carga q durante
E o seu deslocamento faz aumentar a energia cinética da carga.

E e) O movimento da carga q no campo elétrico obedece à
Segunda Lei de Newton.

E 3. C5:H17 (Unicamp-2022) As máscaras de proteção N95 e PFF2 se
tornaram ferramentas importantes no combate à disseminação do
Dado: k = 9 ⋅ 109 N ⋅ m2/C2
Fácil

novo coronavírus durante a pandemia da Covid-19. Essas máscaras


Com base no que foi exposto, e considerando a influência exclusiva possuem fibras compostas de um material com campo elétrico
do campo elétrico gerado pela carga Q na região, responda em permanente e são capazes de realizar uma filtragem eletrostática
seu caderno ao que se pede. das partículas ou gotículas dispersas no ar. Considere um campo
a) Se uma carga de prova Qp fosse deslocada do ponto A até o elétrico uniforme de módulo E0 = 4,0 x 10–2 V/m em uma região
ponto C, essa carga realizaria trabalho? Justifique. do espaço. A diferença de potencial elétrico entre duas linhas
b) Considerando que uma carga de prova, de intensidade tracejadas paralelas entre si e perpendiculares à direção desse
q = 2 µC, seja inserida no ponto B, calcule a magnitude da campo elétrico, separadas por uma distância d, conforme mostra
FÍSICA

energia potencial elétrica necessária para que ela se desloque a figura a seguir, é igual a
até o ponto A.
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a) 1,6 x 10–10 V
b) 2,0 x 10–7 V
c) 0,8 x 10–6 V
d) 1,2 x 10–4 V
4. C5:H17 (UERJ-2019) Na ilustração, estão representados os pontos
I, II, III e IV em um campo elétrico uniforme.
Fácil


I E Imagem de Marte obtida a partir do telescópio espacial Hubble. Foto:
+ – Nasa.

+ – http://blogs.diariodonordeste.com.br/diariocientifico/astronomia/
marte-esta-na-menor-distancia-da-terra-desde-2010/ (adaptado)
+ –
II III a) zero d) –1x109
+ –
b) –1x10 6
e) 1x106
+ – c) 1x10 9

+ – 7. C5:H17 (UNIPÊ-2019)
IV
+ –
+ – Médio

+ –
A
Uma partícula de massa desprezível e carga positiva adquire a
maior energia potencial elétrica possível se for colocada no ponto:
a) I B
b) II
c) III 25V 20V 15V 10V 5V 0V
d) IV
A figura mostra as superfícies equipotenciais de um campo elé-
5. C5:H18 (PUC-Rio-2022) Considere um sistema inicial composto trico uniforme, em que uma carga q = 6 μC se desloca do ponto
de, apenas, duas partículas carregadas eletricamente, fixas em A ao ponto B.
Fácil

suas posições, que apresenta energia potencial elétrica positiva Nessas condições, o trabalho realizado pela força elétrica sobre a
de 15 mJ. A partir desse arranjo inicial, traz-se uma terceira partí- carga, nesse deslocamento, em joule, é igual a:
cula, carregada com carga não nula, desde o infinito, que passa a
a) 6.10–5 d) 3.10–5
compor um novo sistema de três partículas fixas.
A energia potencial eletrostática desse novo sistema b) 5.10–5 e) 2.10–5
a) será maior que 15 mJ se a terceira partícula tiver carga de c) 4.10 –5

mesmo sinal que as outras duas. 8. C5:H18 (FCMSCSP-2022) Uma esfera metálica homogênea, de raio
b) será menor que 15 mJ se a terceira partícula tiver carga de 30 cm e eletricamente isolada, foi eletrizada até que seu potencial
Médio

mesmo sinal que as outras duas. elétrico atingisse o valor de 3,0 × 105 V, considerando-se nulo o
potencial no infinito. Após a eletrização, faz-se contato dessa
c) será maior que 15 mJ se a terceira partícula tiver carga de sinal
esfera com outra esfera idêntica, inicialmente neutra e também
oposto ao das outras duas.
eletricamente isolada. Considerando a constante eletrostática
d) será 15 mJ. igual a 9 × 109 N · m2/C2, a quantidade final de carga elétrica em
6. C5:H17 (CESUMAR-2017) A menor distância entre a Terra e o plane- excesso em cada esfera, depois do contato, é de
ta Marte foi registrada em agosto de 2003: “apenas” 55,7 milhões a) 8,0 μC. d) 1,0 μC.
Médio

de quilômetros. Em julho de 2018, em plena Copa do Mundo b) 10,0 μC. e) 2,0 μC.
da Rússia, haverá uma nova superaproximação: 57,6 milhões de
quilômetros. Se, em julho de 2018, uma carga de – 6,4x106 C fosse c) 5,0 μC.
distribuída uniformemente sobre a superfície de Marte por algum 9. C5:H18 (FGV-2021) Uma esfera metálica oca, cujo raio da super-
evento astronômico improvável, qual seria o valor do potencial fície externa é R, está eletrizada com carga positiva e localizada
Médio

elétrico, em volts, produzido sobre a superfície da Terra devido no vácuo. Considere o ponto X, localizado no centro da esfera, e
a essa carga? Considere nulo o potencial elétrico criado por essa dois pontos, Y e Z, localizados fora da esfera e distando, respec-
carga no infinito. tivamente, R e 3R da superfície externa da esfera. Adotando-se o
Dado: k0 = 9x109 N · m2 · C–2. potencial elétrico como nulo a uma distância infinita da esfera e
FÍSICA

denominando-se VX, VY e VZ os potenciais elétricos dos pontos X,


Y e Z, respectivamente, tem-se:
a) VX = VY = 2VZ. d) VX = 0 e VY = 4VZ.
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b) VX = 2VY = 4VZ. e) VX = 0 e VY = 2VZ.


c) 2VX = 2VY = VZ.
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10. C5:H17 (Unesp-2017) Três esferas puntiformes, eletrizadas com 13. C5:H17 (UFRGS-2017) Seis cargas elétricas iguais a Q
cargas elétricas q1 = q2 = +Q e q3 = – 2Q, estão fixas e dispostas sobre estão dispostas, formando um hexágono regular de
Médio

Difícil
uma circunferência de raio r e centro C, em uma região onde a cons- aresta R, conforme mostra a figura abaixo.
tante eletrostática é igual a k0, conforme representado na figura.

Com base nesse arranjo, sendo k a constante eletrostática, consi-


Considere VC o potencial eletrostático e EC o módulo do campo dere as seguintes afirmações.
elétrico no ponto C devido às três cargas. Os valores de VC e EC
I. O campo elétrico resultante no centro do hexágono tem
são, respectivamente,
módulo igual a 6kQ/R2.
4 ⋅k0 ⋅ Q
a) zero e II. O trabalho necessário para se trazer uma carga q, desde o
r2 infinito até o centro do hexágono, é igual a 6kQq/R.
4 ⋅k0 ⋅ Q k0 ⋅ Q III. A força resultante sobre uma carga de prova q, colocada no
b) e 2
r r centro do hexágono, é nula.
c) zero e zero Quais estão corretas?
2 ⋅k0 ⋅ Q 2 ⋅k0 ⋅ Q a) Apenas I. d) Apenas II e III.
d) e
r r2 b) Apenas II. e) I, II e III.
2 ⋅k0 ⋅ Q c) Apenas I e III.
e) zero e
r2 14. C5:H18 (UEPG-2021) A Eletrostática é uma parte do
ramo da Física chamado de Eletromagnetismo, e que
Difícil

estuda os fenômenos associados aos portadores de


Enem e vestibulares + Desafio
carga elétrica, em repouso. Nesse contexto, assinale o
11. C5:H17 (UPE-2022) Duas partículas carregadas que for correto.
q1 = –8,0x10–9 C e q2 = +8,0x10–9 C são colocadas fixas (1) A intensidade das forças de interação eletrostática entre dois
Difícil

a uma distância de d = 1,0 m uma da outra. As locali- objetos carregados eletricamente depende do meio no qual
zações A e B estão a 40 cm e 60 cm da origem onde se eles estão localizados.
encontra a carga q1. Qual o valor da diferença de potencial, em (2) As forças de interação eletrostática entre duas cargas formam
volts, entre os pontos A e B, VB – VA? um par de ação e reação e, portanto, tem módulos iguais,
mesma direção e sentidos contrários; logo, irão se anular.
(3) Numa região onde existe um campo elétrico uniforme, con-
forme figurado abaixo, abandona-se, em repouso, no ponto
a) 10,0 d) 80,0 A, uma partícula de carga elétrica q = –5e. Sendo o módulo
b) 30,0 e) 120,0 do campo elétrico igual a 5 N/C e a distância entre os pontos
A e B igual a 40 cm, pode-se afirmar que quando a partícula
c) 50,0
atingir o ponto B, sua energia cinética será igual a 10 eV.
12. C5:H18 (ITA-2021) Três esferas metálicas maciças E1, E2
e E3, feitas de um mesmo material e de raios R1, R2 e R3,
Difícil

respectivamente, podem trocar cargas elétricas entre


si a partir do acionamento de contatos elétricos. (4) Duas cargas elétricas pontuais e fixas, separadas por uma
Inicialmente apenas E1 encontra-se eletricamente carregada. Em distância (r), interagem com forças elétricas de módulo F. Para
um primeiro momento estabelece-se contato elétrico entre E1 e que essa força triplique, permanecendo fixos os valores das
E2, que é cortado quando o sistema atinge o equilíbrio elétrico. cargas e o meio onde elas se encontram, a distância entre
A seguir, estabelece-se contato entre E2 e E3. Ao final do processo, elas deverá ser igual a r 3 .
observa-se que a carga elétrica líquida das três esferas é igual.
Desprezando a capacitância mútua entre as esferas, assinale a Soma ( )
proporção entre as massas de E1, E2 e E3, respectivamente.
GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
a) 1:1:1 d) 8:1:1 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
b) 1:2:2 e) 1:8:8
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte a câmera
a câmera para
para um dosoQR
QRCodes
Code ao lado.
c) 2:1:1 3. Oaogabarito
lado paradeste
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
­módulo.

Cartão-resposta Potencial elétrico: algumas noções


FÍSICA

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 12 A B C D E
2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 13 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E
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4 A B C D E 8 A B C D E
300

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PONTO DE PARTIDA
Leia, a seguir, o texto que aborda a relação entre a Física e as manobras de skate.
05
Estaria a Física presente nas manobras de skate?
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, uma nova modalidade fez o público vibrar e admirar manobras
radicais que parecem desafiar as leis da Física. O skate, que surgiu na década de 1960 e era conhecido na
época como surfinho, foi oficializado como esporte apenas nos anos 2000 e inserido como modalidade
05/32
nos jogos olímpicos somente na sua última edição, realizada em 2021. Com o novo esporte olímpico,
foram apresentados ao público novos talentos, como Rayssa Leal, conhecida como Fadinha, que, com
apenas 13 anos de idade, conquistou a medalha de prata na modalidade Street Feminino, tornando-se
a mais jovem medalhista brasileira.

A.RICARDO/Shutterstock
Você pode se perguntar: Como os skatistas dominam manobras tão complexas?
No caso do ollie, por exemplo, o esportista, ao mesmo tempo, bate a parte traseira da
prancha do skate (tail) até tocar o chão, enquanto salta e tira as rodas traseiras do chão,
arrastando o pé até a parte frontal (nose) para que o skate caia na superfície com as
quatro rodas juntas. De fato, é possível concluir que os atletas precisam empregar as leis
físicas para realizar tais manobras e não cair do skate.

Com base no que foi apresentado e em seus conhecimentos prévios, responda à questão a seguir.
1. Como a Física explicaria o salto ollie realizado pelos atletas?
Esta seção tem o objetivo de desenvolver as habilidades EM13CNT101, EM13CNT204 e EM13CNT301 da BNCC. Para isso, o
esporte skate é apresentado como objeto de investigação e levantamento de hipóteses a respeito das possíveis
explicações físicas para as manobras realizadas. Espera-se que os alunos relacionem as manobras com os movimentos
estudados em Cinemática, com os conceitos de equilíbrio e com as forças exercidas sobre os corpos. Caso necessário,
faça uma retomada em conjunto com os alunos dos conceitos envolvidos na Estática.

ssa Leal
Imagem da esportista Ray
uio 2020.
nos Jogos Olímpicos de Tóq

O que é força?

Leis de Newton:
A força é a grandeza que altera o estado de movimento de um corpo, variando sua velocidade e,
consequentemente, sua aceleração. Dessa maneira, ao aplicar uma força sobre um corpo, ele pode ini-
ciar um movimento, ser posto em repouso, ter sua direção alterada ou simplesmente ser deformado.

descobrindo
Considere, por exemplo, a situação que, devido à ação de uma força, um corpo em repouso inicia
um movimento
 e passa a se mover com determinada velocidade, direção e sentido. Isso ocorre porque
a força (F ) é uma grandeza vetorial, assim, as condições do movimento do corpo, após sua aplicação,

as forças
dependem do seu módulo, da sua direção e do seu sentido.
Por ser um agente que produz ou modifica um estado de movimento, a força é especialmente
abordada na Dinâmica, pois nessa área o movimento e suas causas são considerados na investigação,
e não somente o movimento, como ocorre na Cinemática.

Forças fundamentais
As forças fundamentais, responsáveis pelos fenômenos da natureza, são classificadas em: força
gravitacional, força eletromagnética, força nuclear forte e força nuclear fraca.
A força gravitacional é do tipo atrativa e atua entre partículas com massa. Apesar de ser conside-
rada a força menos intensa entre os quatro tipos, ela tem um alcance que tende ao infinito, sendo o
maior entre as forças. É responsável, por exemplo, por manter os satélites artificiais e a Lua em órbita.
A força eletromagnética, também com longo alcance e com intensidade maior que a força gravitacio-
nal, atua sobre partículas eletrizadas, fazendo com que elas se atraiam ou sejam repelidas. Um exemplo
são os elétrons que orbitam os prótons e que, juntos, fazem parte dos átomos que constituem a matéria.
A força nuclear forte, como o próprio nome sugere, é a que tem maior intensidade, porém tem
Escola Digital

curto alcance. Ela atua nas partículas formadoras de prótons e nêutrons, que constituem o núcleo
atômico. Sem ela, haveria repulsão entre os prótons presentes no núcleo e, com isso, os átomos não
conseguiriam se formar, o que resultaria na não existência de matéria.
A força nuclear fraca, diferentemente do que sugere seu nome, não tem a menor intensidade,
EM23_2_FIS_05

contudo, tem o menor alcance entre as quatro forças. Ela atua sobre as partículas que compõem os
elétrons, os prótons e os nêutrons, sendo responsável pelo decaimento radioativo, ou seja, sem ela
não ocorreriam, por exemplo, as reações de fusão nuclear no Sol, responsáveis pela energia necessá- FÍS
ria para a existência de grande parte da vida na Terra. 301

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Classes de forças
As forças podem ser classificadas como de contato ou de campo. Quando ocorre o contato entre
as superfícies de dois corpos, essa força é denominada força de contato. Ela ocorre, por exemplo, ao
segurar um objeto ou ao colocá-lo sobre uma mesa.
Por outro lado, há forças que ocorrem mutuamente entre dois corpos mesmo que não haja con-
tato entre eles. Isso acontece, por exemplo, quando um objeto é lançado para o alto e atraído em di-
reção ao solo devido ao campo gravitacional terrestre. Nesses casos, a interação ocorre através da
presença de um campo, que é uma região do espaço em que as chamadas forças de campo atuam.

Forças internas e externas


Ao estudar as forças que atuam sobre os corpos, é importante atentar-se para os elementos que
compõem o sistema analisado. Observe o esquema a seguir, que representa um sistema mesa-livro
e as forças atuantes sobre ele.

F2

udaix/Shutterstock

F1

Representação esquemática das forças que atuam em um sistema mesa-livro.



Note que, com o livro em repouso sobre  a mesa, existe uma força de contato F1 exercida por

ele
 sobre a mesa, e uma força de contato F 2 que a mesa exerce sobre o livro. Nessas condições, F1
e F 2 são forças internas, pois foram originadas pelos elementos internos do sistema (mesa-livro).

Caso o sistema a ser analisado desconsidere a mesa e seja constituído apenas pelo livro, então F 2
é uma força externa, pois é um elemento externo ao sistema (a mesa) que está agindo sobre ele
(o sistema livro).

Força resultante Este conteúdo é abordado na questão 3 da seção Enem e vestibulares.


Diferenciando os tipos de É comum que várias forças sejam exercidas
equilíbrio
ao mesmo tempo sobre um corpo ou sistema. 
• Equilíbrio estático: F1
Entretanto, é possível representá-las ao substi-
ocorre quando a força
resultante sobre um tuí-las
 por uma única força, chamada resultante
corpo e sua velocidade (FR). Nesse caso, a intensidade da força resultante
vetorial ao longo do  sobre um corpo é a mesma produzida por todas
 são nulas (FR = 0
tempo as forças que agem simultaneamente sobre ele.
e v = 0), logo, o corpo
Para determinar a intensidade da força re-
SAE DIGITAL S/A

permanece em repouso,
como no caso de pontes sultante, obtém-se a soma vetorial das n forças
e prédios. atuantes sobre o corpo. Assim:
• Equilíbrio dinâmico:     
ocorre quando a FR  F1  F 2  F 3  ...  Fn
força resultante
sobre um corpo é
nula e sua velocidade É importante notar que, quando a força 
vetorial é não nula e resultante é não nula, ou seja, diferente de zero, F2
constante ao  longo ela produz variações na velocidade do corpo.
do
 tempo (F R =0 e Todavia, há situações em que a somatória de
v  constante  0), logo, todas
 as forças atuantes sobre um corpo é nula
o corpo encontra-se em ( F  0). Nesse caso, diz-se que o corpo está
movimento retilíneo
uniforme (MRU), como em equilíbrio.
no caso dos carros que Um método para organizar e analisar as forças
FÍSICA

se movimentam com exercidas sobre um corpo é o diagrama de


velocidade constante.
forças, também conhecido como diagrama de
corpo livre. Nele, insere-se o corpo e o ponto de
EM23_2_FIS_05

EM23_2_FIS_05

aplicação, direção, sentido e módulo das forças.


Observe no esquema ao lado um exemplo da Representação esquemática das forças atuantes na
distribuição das forças que atuam sobre uma
302

caixa.
caixa para mantê-la em repouso.

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Nesse caso, é possível, a partir da análise das forças representadas no esquema anterior, fazer
o diagrama do corpo livre. Acompanhe a seguir o passo a passo sobre como o diagrama pode ser As leis de Newton
organizado para o sistema menina-caixa com base na identificação e na análise das forças. tornaram-se parte da
 evolução da ciência e
● Sentido: perceba que a força F1 tem sentido de baixo  para cima, por ser exercida pela mão da ainda são adequadas
menina para sustentar a caixa, enquanto a força F 2 tem sentido de cima para baixo, por ser para o estudo do
exercida pela aceleração gravitacional terrestre. comportamento
macroscópico da maioria
● Direção: as forças atuantes são o resultado da ação realizada pela mão e pela Terra sobre o
dos fenômenos, o que
objeto. A força de atração que a Terra exerce sobre os corpos faz com que eles fiquem em permitiu resultados com
contato com as superfícies, ou seja, ela atrai os corpos para baixo. Já a força exercida pela mão boa aproximação. Mas
para manter a caixa em repouso tem sentido contrário, mas deve estar na mesma direção para em contextos onde as
que as forças sejam equivalentes. Com isso, ambas têm direção vertical. velocidades são próximas
à da luz, as leis de Newton
● Módulo: no caso da caixa em repouso, as forças têm mesmo módulo, ou seja, têm mesmo valor, têm limitações.
e os vetores que as representam devem ser retratados com o mesmo comprimento. Nos casos Einstein, em 1905, propôs
em que as forças têm módulos diferentes, os vetores devem ser retratados com comprimentos sua teoria da relatividade,
proporcionais às intensidades das forças. na qual a massa se altera
em função da velocidade.
Entretanto, a massa de
um corpo é praticamente
constante em velocidades
muito menores que a
da luz, sendo a relação
matemática do princípio

Leis de Newton
fundamental da dinâmica
(F = m · a) adequada a
essas circunstâncias. A
Os primeiros estudos sobre as causas dos movimentos foram feitos no período de 384 a.C. teoria da relatividade
a 322 a.C. pelo filósofo Aristóteles, que acreditava que o repouso era um estado natural de um também determina que a
objeto e, para que ele se mantivesse em movimento, dependeria da ação contínua de uma força. velocidade da luz no vácuo
é limite para a transmissão
Somente no século XVI essa ideia foi refutada com os estudos experimentais de Galileu Galilei de qualquer informação e,
(1564-1642), que percebeu a tendência natural dos corpos em manter o estado de repouso ou de portanto, é equivocada a
movimento retilíneo uniforme na ausência da ação de forças. Essa constatação permitiu com- simultaneidade da atuação
preender a propriedade dos corpos conhecida como inércia. entre forças de campo a
longa distância, presumida
No entanto, somente no século XVII as investigações sobre este tema foram sistematizadas. pelo princípio da ação e
O responsável foi o físico Isaac Newton (1643-1727), que publicou, em 1687, na sua obra intitu- reação, sendo necessário
lada Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, três importantes leis que regem os fenômenos certo tempo para a
propagação da interação.
físicos relacionados aos movimentos e que se tornaram a base da Mecânica Clássica.
Com isso, Einstein mostrou
Primeira Lei de Newton uma brecha nas leis de
Este conteúdo é abordado nas questões
1, 2 e 10 da seção Enem e vestibulares. Newton, contudo, são
Desenvolvendo a ideia proposta por Galileu, Newton pôde enunciar sua elas as utilizadas para
primeira lei, também conhecida como princípio da inércia, da seguinte descrever os movimentos
dos corpos na experiência
maneira: cotidiana.
stock

Todo corpo mantém seu estado de repouso ou


de movimento retilíneo uniforme, a menos que
hutter

seja compelido a mudá-lo por forças aplicadas


Nicku/S

sobre ele.

Esse princípio estabelece o conceito de força


como o fator que modifica a velocidade de um cor-
po, sendo capaz de alterar sua inércia. Portanto, na
ausência da ação de forças, ou com força resultan-
te nula, um corpo mantém sua velocidade cons-
tante ou permanece em repouso, logo, conserva
seu estado de equilíbrio em virtude da inércia.
A massa é uma grandeza importante dos cor-
pos relacionada à inércia. Sua medida pode ser
obtida utilizando uma balança de braços iguais
e nivelando-a com um corpo padrão que tenha
seu valor de massa conhecido. A medida obtida
para a massa do corpo antes não conhecida re-
FÍSICA

presenta a resistência à mudança de velocida-


de, ou seja:
EM23_2_FIS_05

EM23_2_FIS_05

A massa de um corpo representa a medida


da sua inércia. Retrato de Isaac Newton.
303

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Não é difícil observar os efeitos da inércia no cotidiano. Algebricamente, essa relação é expressa como:
Por exemplo, o fato de os corpos manterem seu estado na-
tural quando uma pessoa está dentro de um veículo faz com FR  m  a
que ela possa sentir a inércia de três maneiras:
● Quando o veículo em repouso acelera, a pessoa que está Em que F R é a medida da intensidade da força resultante (N),
em repouso tende a se manter nesse estado, por isso é m é a medida da massa do corpo (kg), e a é a medida da
projetada para trás, como no esquema a seguir aceleração do corpo (m/s2).
De acordo com a equação apresentada, é possível esta-
Aceleração

SAE DIGITAL S/A


belecer que:
● O módulo da força resultante que age sobre o corpo é
diretamente proporcional ao módulo da sua aceleração.
Com isso, quanto maior o módulo da força, maior é a
aceleração adquirida; e quanto menor o módulo, menor é
a aceleração adquirida.
● Caso a força aplicada sobre o corpo seja constante durante
toda a ação, o módulo da aceleração será inversamente
proporcional à sua massa. Com isso, aplicando uma força
Tendência de resultante de mesma intensidade em dois corpos com
movimento da pessoa
diferentes massas, a aceleração vai ter maior módulo para
Representação de um ônibus acelerando a partir do repouso. corpos de menor massa e menor módulo para corpos de
● Quando o veículo está em movimento retilíneo uniforme maior massa.
(MRU) e freia, a pessoa que estava em MRU e que tende a ● Pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), a intensidade
permanecer nesse estado é projetada para a frente com o de uma força é medida em Newton, que também pode ser
mesmo módulo da velocidade anterior à freada, conforme definido em termos das unidades de medida de massa e
o esquema a seguir. aceleração. Assim:
Aceleração
1kg  m
1N 
s2

Essa relação significa que se for aplicada uma força de


1 N sobre um corpo de massa igual a 1 kg, aplica-se nele
uma aceleração de 1 m/s2, ou seja, sua velocidade é alterada
em 1 m/s a cada segundo.
O quilograma-força (kgf) é outra unidade de medida que
pode ser adotada para a grandeza força. Essa unidade é por
Tendência de movimento definição a intensidade com a qual a Terra atrai um corpo de
da pessoa 1 kg sujeito ao seu campo gravitacional ao nível do mar e la-
Representação de um ônibus freando a partir de um movimento. titude 45°. Nessas condições, a aceleração da gravidade é de
● Quando o veículo realiza uma curva bruscamente, devido à aproximadamente 9,806 m/s2. Sendo assim, pela relação al-
tendência do corpo em manter o movimento em linha reta, gébrica do princípio fundamental da dinâmica, tem-se que:
a pessoa é projetada para as laterais do veículo, como no
1 kgf = 9,806 N
esquema a seguir.

● Por serem grandezas vetoriais, a aceleração a adquirida
pelo corpo tem a mesma direção e o mesmo sentido da
Aceleração força resultante FR . A velocidade
 v do corpo será alterada
em razão da aceleração a (seja no módulo, sentido ou
Tendência direção), mas não necessariamente terá a mesma direção
de

da força resultante FR .
movimento
da pessoa Perceba que, por ser uma relação vetorial, a determina-
Representação de um carro realizando uma curva. ção do valor da força resultante tem como base as opera-
Este conteúdo é abordado nas questões 3, 6 e 9 da seção Enem e vestibulares e nas ções entre vetores.
questões 15 e 16 da seção Enem e vestibulares + Desafio.
Segunda Lei de Newton
Observe a seguir duas das possíveis situações que
exemplificam as relações estabelecidas para a Segunda Lei
Com base no conceito de conservação do estado de equi- de Newton, em que um corpo de massa m é sujeito a forças.
líbrio de um corpo, na ausência da ação de forças ou de resul- Caso 1: corpo sujeito a duas forças
tante nula, Newton determinou a relação de causa e efeito de m
FÍSICA

uma força resultante que atua sobre um corpo e a aceleração  


que ele adquire. Esta relação, também conhecida como prin- F2 F1
cípio fundamental da dinâmica, é enunciada como:
EM23_2_FIS_05

EM23_2_FIS_05

A intensidade da força resultante que atua sobre um


corpo é igual ao produto da sua massa pela sua aceleração.
304

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Nessa situação, duas forças são aplicadas horizontal-
mente: F1 com sentido da esquerda para a direita  e F 2 com
sentido da direita
 para a esquerda. Note que F1 é maior em
módulo que F 2 . Sendo assim, tem-se que: FR
   
FR  F1  F 2  m  a F1
  
Como F1 > F 2 , então a aceleração a atua na direção ho-
180º – a
rizontal e tem sentido para a direita. É importante perceber
   
 
a
que, caso F1 fosse menor em módulo que F 2 F1  F 2 , a força
resultante FR atuaria no sentido oposto, da direita para a es- F2

querda, e, consequentemente, a aceleração a também. Transladando as forças de forma a formarem um paralelo-
gramo, é possível encontrar a força resultante pela diagonal
Caso 2: corpo sujeito a três forças
do paralelogramo. Dessa forma:
m FR = m · a = F2 + F2 + 2 · F · F · cosα
  2
330 · 2 = 2F2 + 2F2 ·
F2 F1 2
660 = 2F2 + F2 2

F3 660 = 2F2 + 1,4F2
660
= F2
3 ,4
Nessa situação, três forças são aplicadas horizontal-  194 ,12 ≈ F 2
mente: F1 com sentido da esquerda para a direita e F 2 e F 3 F ≈ 13 , 9 N Este conteúdo é abordado
com sentido da direita   para a esquerda. Note que F1 tem
 
Terceira Lei de Newton
na questão 5 da seção
 
módulo maior que F 2 e F 3 juntas F1  F 2  F 3 . Sendo assim, Enem e vestibulares.

tem-se que: Por que um skate se movimenta? Por que dói quando as
    
FR  F1  (F 2  F 3 )  m  a pessoas esbarram em algum objeto? Como é possível se loco-
     mover? Essas são perguntas que podem ser respondidas pelo
FR  F1  F 2  F 3  m  a
 princípio da ação e reação, enunciado da seguinte maneira:
Assim, a atua na direção horizontal e com sentido para
a direita. Para toda força de ação que um corpo A exerce sobre
um corpo B, este também exerce sobre A uma força de
9 Exemplo
reação de mesma natureza, direção e módulo, mas em
Suponha que dois trabalhadores precisam transportar um sentido oposto.
caixote de massa mA = 300 kg sobre um carrinho de massa
mB = 30 kg, e que, para isso, eles apliquem forças de mesma Isso significa que, toda vez que dois corpos interagem
intensidade. Um deles puxa o carrinho por uma haste entre si, seja por meio de forças de contato ou de campo,
formando um ângulo α = 45° com a horizontal, e o outro eles exercem simultaneamente,
  um sobre o outro, forças de
empurra o caixote horizontalmente e com sentido para a mesma natureza F A e FB que constituem um par de forças, ou
esquerda, como no esquema a seguir. um par ação-reação.
Um exemplo de forças de ação e reação é o caso do mo-
Heavypong/Shutterstock

 vimento de um skatista. Para movimentar um skate, uma


F força de ação é exercida no chão pelo pé do skatista e, como
reação, o chão exerce simultaneamente sobre o pé uma for-
α ça na mesma direção e de mesma intensidade, porém em
 sentido oposto. Com isso, a cada contato do pé com o chão, é
F exercida a ação de empurrar o chão para trás, de modo que
o chão, como reação, impulsiona o skate e o skatista para a
frente.
Assim, com base na definição do princípio da ação e rea-
Considerando a situação como ideal (sem atuação de forças ção, tem-se que:
contrárias ao sentido do movimento), qual a intensidade da
força que cada trabalhador deve exercer para acelerar o ● As forças do par ação-reação atuam em corpos
conjunto caixote-carrinho em 2 m/s2? distintos e, portanto, não se equilibram.
Adote: 2 = 1,4 ● A interação entre dois corpos de massas diferentes
Para a resolução da situação proposta, é preciso utilizar a resulta em um par de acelerações de mesma direção,
equação do princípio fundamental da Dinâmica. Considerando sentidos opostos e módulos distintos.
as forças aplicadas sobre o conjunto, tem-se que a força
FÍSICA

resultante deverá ser encontrada pela lei dos cossenos.


EM23_2_FIS_05

EM23_2_FIS_05

305

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HABILIDADES NA PRÁTICA

O princípio da ação e reação no lançamento de foguetes


● Construção do foguete
Materiais: duas garrafas de PET de 2 litros, fita adesiva, balão de aniversário, filetes de plástico rígido, tesoura e estilete. Consulte o
passo a passo no QR Code a seguir.

● Construção da base de lançamento


Materiais: cano de PVC de 20 mm e 40 mm, conexões de cano de PVC de 20 mm, ventil de pneu radial, abraçadeiras de metal e
nylon, cola de PVC, barbante, fita adesiva, serra, régua, chave de fenda e furadeira com broca de 15 mm. Consulte o passo a passo
no QR Code a seguir.

Os métodos mais comuns para conseguir a pressão que impulsiona o foguete são a utilização de uma solução de vinagre com
bicarbonato de sódio e de uma bomba de compressão de ar. Discuta com seu professor qual método utilizar em seu lançamento.
Realize o lançamento onde não tenha perigo de atingir pessoas, animais ou causar acidentes. É muito importante que a base seja
adequadamente fixada no chão. Mantenha uma distância segura do foguete ao realizar o lançamento.
● Relatório de observação e tomada de dados Esta seção tem o objetivo de desenvolver as habilidades
EM13CNT101, EM13CNT204 e EM13CNT301 da BNCC. Para
Ferramentas: balança, cronômetro e fita métrica. isso, é proposta a construção de um foguete que seja
I. Com o auxílio da balança, meça a massa do seu foguete antes do lançamento. lançado e analisado com base nos conceitos de força e
movimento, retomando também os conceitos do
II. No lançamento, tenha em mãos o cronômetro e meça o tempo de voo.
lançamento oblíquo. Esse experimento pode ser realizado
III. Após o foguete tocar o solo, meça a distância percorrida por ele com a fita métrica. em forma de projeto interdisciplinar com as aulas de
Química, explorando proporções e soluções adequadas à
IV. Explique como o princípio da ação e reação atua no lançamento do foguete. propulsão.
V. Calcule a aceleração do foguete por meio da expressão da função horária do deslocamento para o movimento retilíneo
uniformemente variado.
VI. Esboce o diagrama de corpo livre com as forças que atuam no foguete e explique como elas agem para que ocorra o lançamento.
VII. Determine a força resultante que atuou no lançamento do foguete.

LINHA DE CHEGADA

Rayssa Leal viralizou na internet após um vídeo dela, aos 7 anos de idade, ser compartilhado por Tony Hawk, o skatista mais conhecido do
mundo. Hoje, a skatista já acumula, entre outros títulos, duas medalhas do Campeonato Mundial de Skate e uma medalha olímpica, que é
uma de suas maiores conquistas no esporte.
Além da pouca idade e da roupa de fadinha que vestia, a manobra que a atleta realizou sobre uma escada no vídeo que a deixou popular na
internet foi a heelflip. Nessa manobra o skatista utiliza um dos pés para saltar como em um ollie e, com o outro, chuta o nose (a extremidade
do skate) com o calcanhar para realizar a rotação do skate, como ilustra o esquema a seguir.
Lopris/Shutterstock
FÍSICA

Execução da manobra heelflip.

1. Retomando a questão da seção Ponto de Partida e empregando os conceitos das leis de Newton discutidos neste módulo, explique em seu
EM23_2_FIS_05

EM23_2_FIS_05

caderno as relações entre força e movimento para Esta seção tem o objetivo de retomar a questão da seção Ponto de Partida, para que os alunos, após o
estudo do módulo, possam manter, modificar ou refutar as hipóteses elaboradas para as interações
a) a realização da manobra ollie
físicas nas manobras de skate. A resposta é pessoal, mas espera-se que os alunos analisem a situação
306

b) a realização da manobra heelflip. proposta, identifiquem as forças e as organizem em um diagrama de forças, por fim, relacionando
esses dados com as três leis de Newton.

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 306 13/09/2022 17:49:23


Saberes em ação
1. Por meio do uso dos conceitos de força e das Leis de Newton, F
verifique se são válidas as afirmações a seguir e apresente uma F
justificativa caso a alternativa seja falsa. Registre a resposta em
seu caderno. 60° F
I. A grandeza física responsável por provocar variações na
velocidade de um corpo é denominada aceleração.
II. Uma pessoa tenta colocar uma caixa de grande massa em 120°
movimento, empurrando-a com certa força. De acordo com F
a 3ª Lei de Newton, a caixa reage e aplica sobre a pessoa uma
força de mesma intensidade. Nessa situação, a caixa não
entra em movimento, uma vez que as forças de ação e reação
apresentam a mesma direção, porém sentidos contrários, e a
resultante dessas forças tem intensidade igual a zero. Considerando somente o plano de aplicação dessas forças, é
2. Considere uma situação em que um pêndulo composto de um possível afirmar que o objeto:
fio inextensível e uma pequena esfera metálica encontra-se fixo 3 1 1
Dados: sen 60° = , cos 60° = e cos 120° = −
no teto de um ônibus em repouso. Após um intervalo de tempo, 2 2 2
o motorista do ônibus começa a acelerar o veículo. A posição a) desloca-se para cima sob a ação de uma força resultante de
desse pêndulo no momento em que o motorista coloca o ônibus módulo 2F.
em movimento, assim como a direção e o sentido da velocidade
b) desloca-se para a esquerda sob a ação de uma força resultante
e a aceleração do ônibus, estão ilustradas corretamente em qual
de módulo 2F.
das alternativas?
(I) (II) (II) c) desloca-se para cima sob a ação de uma força resultante de
módulo F.
ν ν ν
a=0 a a d) desloca-se para a esquerda sob a ação de uma força resultante
de módulo F.
(IV) (V) e) encontra-se em equilíbrio, ou seja, a resultante das forças que
ν ν atuam nela é nula.
a a
Enem e vestibulares
a) I
1. C1:H3 (IFSul-2017) Leia com atenção o texto que segue.
b) II
“Galileu fez outra grande descoberta. Ele mostrou que
Fácil

c) III Aristóteles estava também errado quando considerava que fosse


d) IV necessário exercer forças sobre os objetos para mantê-los em
e) V movimento. Embora seja necessária uma força para dar início
ao movimento, Galileu mostrou que, uma vez em movimento,
3. Os ônibus espaciais, ou space shuttle, foram naves espaciais nenhuma força é necessária para manter o movimento – exceto
utilizadas para o lançamento de satélites, de missões tripuladas e a força necessária para sobrepujar o atrito. Quando o atrito está
até mesmo do telescópio Hubble. Suponha que, em uma missão ausente, um objeto em movimento mantém-se em movimento
espacial, o ônibus espacial Endeavour realize uma manobra sem a necessidade de qualquer força.”
acionando seus foguetes propulsores e que as forças que agem HEWITT, P. G. Fundamentos de Física Conceitual. 1ª
no ônibus sejam as representadas na imagem a seguir: ed. – Porto Alegre: Bookman, 2003. p. 50.
Rvector/Shutterstock

O texto refere-se a uma questão central no estudo do movimento


F1 = 7 N
dos corpos na Mecânica Newtoniana, que é a propriedade dos
corpos manterem o seu estado de movimento.
Essa propriedade é conhecida como
F4 = 4 N F3 = 9 N a) força. c) inércia.
b) massa. d) velocidade.
2. C5:H18 (UEMA-2016)
Fácil

CTB – Lei nº 9.503 de 23 de Setembro de 1997


F2 = 3 N
Institui o Código de Trânsito Brasileiro
Representação do ônibus espacial Endeavour. (Cores-fantasia.  Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para
Fora de escala.) condutor e passageiros em todas as vias do território
nacional, salvo em situações regulamentadas pelo
Com base na composição de vetores, faça o diagrama do corpo CONTRAN.
livre no Endeavour, representando a força resultante, e encontre
a intensidade dessa força. http://www.jusbrasil.com.br.
4. Considere uma situação em que quatro pessoas estejam O uso do cinto de segurança, obrigatório por lei, remete-nos a uma
FÍSICA

carregando um objeto. A figura a seguir representa as forças das explicações da Lei da Inércia, que corresponde à
coplanares e de mesmo módulo F aplicadas por elas sobre o objeto.
a) 1ª Lei de Ohm. d) 2ª Lei de Newton.
b) 2ª Lei de Ohm. e) 3ª Lei de Newton.
EM23_2_FIS_05

EM23_2_FIS_05

c) 1ª Lei de Newton.
307

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3. C6:H20 (UECE-2021) Ao organizar os carrinhos de um supermercado, c) Todo corpo em queda livre, próximo da superfície terrestre,
um funcionário empurra uma sequência de N carrinhos idênticos aumenta sua energia potencial.
Fácil

aplicando uma força horizontal F ao primeiro carrinho da fila, que d) Quando um corpo de massa m exerce uma força F sobre um
por sua vez empurra o segundo carrinho da fila, que por sua vez corpo de massa 2m, o segundo corpo exerce sobre o primeiro
empurra o terceiro carrinho da fila e assim sucessivamente até o uma força igual a 2F, uma vez que sua massa é maior.
último carrinho. Desprezando todos os atritos e considerando a
e) Quando um corpo gira com velocidade angular constante, a
superfície horizontal, a força aplicada ao último carrinho da fila é
força que atua sobre ele é nula.
a) F. c) F/N.
9. C6:H20 (UFRGS-2017) Aplica-se uma força de 20 N a um corpo de
b) NF. d) FN.
massa m. O corpo desloca-se em linha reta com velocidade que

Médio
4. C6:H20 (UEMG-2016) ‘’Kimbá caminhava firme, estava chegando. aumenta 10 m/s a cada 2 s.
Parou na porta do prédio, olhando tudo. Sorriu para o porteiro. O Qual o valor, em kg, da massa m?
Fácil

elevador demorou.’’
a) 5. d) 2.
EVARISTO, 2014, p. 94.
b) 4. e) 1.
Ao ler o texto, dois candidatos fizeram as seguintes afirmações: c) 3.
Candidato 1: Kimbá caminhava firme, mas diminuiu sua velocidade,
pois estava chegando. Enquanto ele parava, a força resultante e
10. C5:H17 (Enem-2017) Em uma colisão frontal entre dois automóveis,
a força que o cinto de segurança exerce sobre o tórax e abdômen do
a aceleração de Kimbá tinham a mesma direção e sentido, mas

Médio
motorista pode causar lesões graves nos órgãos internos. Pensando
sentido contrário à sua velocidade.
na segurança do seu produto, um fabricante de automóveis realizou
Candidato 2: Kimbá parou em frente à porta do prédio. Nessa testes em cinco modelos diferentes de cinto. Os testes simularam
situação, a velocidade e a aceleração dela são nulas, mas não a força uma colisão de 0,30 segundo de duração, e os bonecos que
resultante, que não pode ser nula para manter Kimbá em repouso. representavam os ocupantes foram equipados com acelerômetros.
Fizeram afirmações CORRETAS: Esse equipamento registra o módulo da desaceleração do boneco
a) Os candidatos 1 e 2. em função do tempo. Os parâmetros como massa dos bonecos,
b) Apenas o candidato 1. dimensões dos cintos e velocidade imediatamente antes e após o
impacto foram os mesmos para todos os testes. O resultado final
c) Apenas o candidato 2.
obtido está no gráfico de aceleração por tempo.
d) Nenhum dos dois candidatos.
5. C5:H18 (FCMSCSP-2021) Em 1687, em sua famosa obra Princípios
Matemáticos da Filosofia Natural, o físico inglês Isaac Newton
Fácil

formulou três leis que constituem a base para a compreensão dos


comportamentos dinâmico e estático dos corpos materiais, tanto
na Terra como no espaço. A primeira é a lei da inércia, a segunda lei
é a que relaciona a força resultante que age sobre um objeto com
a aceleração que ele adquire e a terceira é a lei da ação e reação.
Um vaso em repouso sobre uma mesa é um exemplo
a) da primeira lei, apenas.
b) da segunda e da terceira leis, apenas.
c) da terceira lei, apenas.
d) da primeira e da segunda leis, apenas. Qual modelo de cinto oferece menor risco de lesão interna ao
e) das três leis. motorista?
6. C5:H18 (UECE-2020) Considere um objeto cúbico, de massa 1 kg, que a) 1 d) 4
repousa sobre uma mesa horizontal sem atrito. Pela ação de uma b) 2 e) 5
Fácil

força constante, o objeto sai do repouso e atinge uma velocidade


c) 3
de 3 m/s, em módulo, após se deslocar por uma distância de 1,5 m.
O módulo da força resultante atuando no objeto, em N, é 11. C5:H17 (UPE-2022) Um míssil balístico transcontinental viaja
a) 4,5. c) 3. em sua fase final de trajetória, estando sob ação de três forças
Médio

coplanares como ilustra a figura a seguir. A força de módulo B


b) 2. d) 1,5. tem sua intensidade controlada remotamente e varia no tempo
7. C5:H18 (UFPR-2019) O Sistema Internacional de Unidades (SI) tem segundo a forma (80t + 12000) N, onde t é o tempo dado em
sete unidades básicas: metro (m), quilograma (kg), segundo (s), segundos e a força, em newtons.
Fácil

ampère (A), mol (mol), kelvin (K) e candela (cd). Outras unidades,
chamadas derivadas, são obtidas a partir da combinação
destas. Por exemplo, o coulomb (C) é uma unidade derivada, e
a representação em termos de unidades básicas é 1 C = 1 A.s. A
unidade associada a forças, no SI, é o newton (N), que também
é uma unidade derivada. Assinale a alternativa que expressa
corretamente a representação do newton em unidades básicas.
a) 1 N = 1 kg.m/s². d) 1 N = 1 kg/s.
b) 1 N = 1 kg.m2/s². e) 1 N = 1 kg.m².
c) 1 N = 1 kg/s².
FÍSICA

8. C6:H20 (UPF-2019) Sobre as leis da Mecânica, é correto afirmar: Sabendo que o ângulo entre o vetor força de módulo B e o eixo x,
a) Quando uma força horizontal de valor variável e diferente de horizontal, é igual a 30°, determine o instante de tempo em que a
Médio

zero atua sobre um corpo que desliza sobre uma superfície força resultante vertical sobre o míssil é nula.
EM23_2_FIS_05

EM23_2_FIS_05

horizontal sem atrito, sua aceleração permanece constante. a) 10 s d) 100 s


b) A força resultante é nula sobre um corpo que se movimenta, b) 30 s e) 120 s
308

em linha reta, com velocidade constante. c) 50 s

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Enem e vestibulares + Desafio 15. C5:H17 (UFRGS-2019) Na figura abaixo, duas forças de
intensidade F A = 20 N e F B = 50 N são aplicadas,

Difícil
12. C5:H17 (UDESC-2017) Em uma bola pesada são respectivamente, a dois blocos A e B, de mesma massa
conectadas duas cordas, como mostra a Figura 3. m, que se encontram sobre uma superfície horizontal
Difícil

Considere as duas cordas iguais e as seguintes sem atrito. A força FB forma um ângulo θ com a horizontal, sendo
situações: sen θ = 0,6 e cos θ = 0,8.
I. Um puxão rápido na corda inferior fará com que ela se parta.
II. Um puxão lento na corda inferior fará com que a corda superior
se parta.

A razão aB/aA entre os módulos das acelerações aB e aA, adquiridas


pelos respectivos blocos B e A, é igual a:
a) 0,25.
b) 1.
Assinale a alternativa que explica por que ocorre a situação I. c) 2.
a) Terceira lei de Newton. d) 2,5.
b) A força é muito pequena para mover a bola. e) 4.
c) O atrito do ar com a bola a empurra de volta. 16. C5:H17 (UFPE) Dois blocos aceleram verticalmente para
cima, com aceleração de 5,0 m/s2, puxados por cordas

Difícil
d) A bola tem muita energia.
em contato apenas com o bloco A (ver figura). As
e) A inércia da bola. massas dos blocos A e B valem respectivamente 12 kg
e 6,0 kg. Quanto vale, em newtons, a força de contato entre os
13. C6:H20 (UEA) Um bloco de massa m1, inicialmente em
blocos? Despreze a resistência do ar.
repouso, recebe a ação exclusiva de uma força F
Difícil

constante, levando-o a percorrer uma distância s. Um


outro bloco de massa m2, também inicialmente em
repouso, recebe a ação da mesma força F constante, de modo a
percorrer a mesma distância s no dobro do tempo gasto por m1.
O valor de m2, relativamente a m1, é
a) 2. d) 4.
b) 1. e) 5.
c) 3.
14. C5:H17 (IFPR-2020) Suponha um bloco de massa
m = 20 kg inicialmente em repouso sobre um plano
Difícil

horizontal sem atrito. Em um certo instante, uma força


F1 = 100 N e outra F2 são aplicadas sobre o bloco,
conforme a figura a seguir:

Sabendo que o bloco parte do repouso e após 10s atinge uma


velocidade de 72km/h, assinale a alternativa que indica o módulo GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
da força F2 em newtons (N). 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
a) 60. c) 10. 2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte a câmera
a câmera para
para um dosoQR
QRCodes
Code ao lado.
b) 30. d) 80. 3. Oaogabarito
lado paradeste
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
­módulo.

Cartão-resposta Leis de Newton: descobrindo as forças

1 A B C D E 5 A B C D E 9 A B C D E 13 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 6 A B C D E 10 A B C D E 14 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 11 A B C D E 15 A B C D E
4 A B C D E 8 A B C D E 12 A B C D E
EM23_2_FIS_05

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309

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06 PONTO DE PARTIDA
Leia, a seguir, um texto sobre a Rua do Amendoim.

Carros que sobem desligados? O estranho fenômeno da Rua do Amendoim

06/32 Localizado na área centro-sul de Belo Horizonte, o bairro Mangabeiras é um local que recebe turistas
o ano todo para ver, entre seus diferentes pontos turísticos, a rua Professor Otávio Coelho Magalhães,
mais conhecida como Rua do Amendoim. Essa rua chama a atenção desde o final dos anos 70, quando
ocorria a pavimentação do bairro. Nesse período, os operários desligaram as máquinas e as estaciona-
ram na Rua do Amendoim. O que eles não esperavam observar é que, ao tirar o pé do freio, mesmo a
rua aparentando ser um declive, as máquinas sozinhas pareciam subi-la em vez de descê-la.
Na tentativa de explicar o que motiva esse fenômeno, alguns moradores e turistas acreditam que
pode haver alta concentração de minérios imantados na região, o que originaria um tipo de mag-
netismo responsável por mover os carros desligados ou em ponto morto. No entanto, será essa a
explicação real para a ocorrência do fenômeno ou há outra explicação física para ele?
Andrevruas/W.Commons

Com base no texto apresentado e em seus conhecimentos prévios, responda às questões a seguir
elaborando hipóteses e discutindo-as com os colegas.
1. Como é possível explicar o fenômeno natural dos carros descerem uma ladeira quando estão
em ponto morto? O que se observa na Rua do Amendoim ocorre também em pelo menos oito
pontos do Brasil e 20 países ao redor do mundo. Como você explicaria o fenômeno que faz com
que os carros subam em vez de descer a ladeira?
Esta seção tem o objetivo de desenvolver, por meio da textualidade e oralidade, as habilidades EM13CNT101 e
EM13CNT301 da BNCC. Na questão, espera-se que os alunos verbalizem elementos como a ação da força gravitacional em
suas respostas, com base em seus conhecimentos prévios e no estudo das forças de campo no módulo anterior. É possível
que eles tragam elementos relacionados à força-peso, conceito que será desenvolvido ao longo deste módulo. Poderão
surgir hipóteses variadas, inclusive algumas relacionadas à força magnética, como sugere o texto de abertura. No
entanto, podem ser levantadas outras hipóteses que expliquem o fenômeno, o qual ocorre devido ao relevo da região e
cria uma ilusão de ótica natural, o que faz com que a descida seja percebida como uma subida.

oim.
Imagem da Rua do Amend
atuam: interação

Força gravitacional e força-peso


Como as forças

Considere a situação em que um corpo está localizado próximo ao


entre corpos

planeta Terra. Sobre o corpo, é exercida uma força de campo conhe-


cida como força gravitacional – grandeza física vetorial, com direção
vertical para baixo, que atrai os corpos com massa para o centro da
Terra. Essa força mantém os corpos presos ao chão, o que faz com
 
a=g m que, por exemplo, a Lua gire em torno da Terra e o sistema Terra-Lua
gire em torno do Sol.
A força gravitacional atua sobre corpos em repouso ou em dife-
rentes tipos de movimento. Para os corpos de massa m que estão
 
Fg = P próximos da superfície terrestre, por exemplo, caso seja despreza-
da a resistência do ar, somente a força gravitacional atua sobre eles.
Devido a isso, os corpos realizam um movimento de queda livre, sub-
metidos a uma aceleração chamada de aceleração da gravidade (g).
A força-peso é equivalente à força gravitacional. Logo, apresenta
o mesmo módulo da força gravitacional sob o qual o corpo está sub-
metido, ou seja:
ssssss

Centro da Fg = P
ssss

terra
Escola Digital

Relacionando a massa do corpo com a aceleração a qual ele está


sss
ss
ss

sss
ss submetido, com base na Segunda Lei de Newton (F = m · a), define-se
a força-peso, em módulo, como:
Representação esquemática P=m·g
de um corpo sob a ação da
EM23_2_FIS_06

EM23_2_FIS_06

força-peso, aproximando-se da Em que P é a medida da intensidade da força-peso (N), m é a medida


Terra com uma aceleração igual da massa do corpo (kg), e g é a medida da aceleração da gravida-
FÍS à gravidade. (Cores-fantasia. Fora
de (≈ 9,8 m/s2).
310 de escala.)

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Por ser uma grandeza vetorial, Como o peso é uma força que está relacionada à massa do corpo e à gravida-
além do módulo, a força-peso também de, seu valor varia de acordo com o local onde o corpo está localizado, ou seja,
apresenta direção e sentido, sendo não é uma característica intrínseca aos corpos. Então, para responder à pergunta
eles, respectivamente, sempre radial inicial, o correto seria dizer, aproximando a gravidade da Terra para 10 m/s2, que
e para o centro da Terra. Por estarem o peso da pessoa é 750 N.
atuando sobre corpos distintos, as
componentes da força-peso represen- Força normal
tadas no esquema a seguir formam
A quase todo momento, pessoas e objetos estão em contato com alguma su-
um par de ação e reação. Nesse caso,
perfície, pressionando-a. Quando isso acontece, mesmo que de maneira impercep-
os corpos atraem a Terra com uma for-
tível, ocorre uma deformação da superfície, o que gera uma reação que empurra
ça de mesmo módulo e mesma dire-
os corpos para cima e faz com que eles se mantenham em repouso.  Essa reação
ção, porém, com sentido contrário ao
da superfície é exercida pela força de contato chamada de normal (N), a qual tem
que a Terra os atrai.
mesmo módulo e direção que a força realizada pelos corpos, no entanto, tem sen-
tido contrário.
Além disso, a força normal tem como característica ser sempre perpendi-
cular à superfície. Dessa maneira, caso uma pessoa esteja em pé sobre uma
superfície horizontal (chão), ela exercerá uma força vertical e perpendicular de
cima para baixo; já o chão, uma força vertical e perpendicular com sentido con-

P trário, de baixo para cima. A mesma lógica pode ser aplicada para o caso em
que uma pessoa pressiona uma parede, voltada para o seu lado direito. Ao pres-
sionar esta superfície vertical, a força aplicada será horizontal e perpendicular
à superfície, com sentido da esquerda para a direita da pessoa; já a superfície
exercerá uma força horizontal e perpendicular à parede, com sentido da direita
 para a esquerda da pessoa. Observe a seguir a representação da força normal
P' nas duas situações descritas.
ssssssssssssssss

Pessoa em pé Pessoa empurrando a parede

Centro da 
N
sss

terra  
s ss

N N'

Representação esquemática do Princípio


da ação e reação da força-peso sobre um
corpo e sobre a Terra. (Cores-fantasia. Fora

SAE DIGITAL S/A


de escala.)
Peso versus massa
de um corpo
Considere que na Terra está loca- 
lizada uma pessoa com 75 kg. Nesse N'
caso, qual é o valor do peso dessa pes- Representação esquemática do comportamento da força normal para forças aplicadas
soa? Em uma conversa no dia a dia, tal- verticalmente (quando a pessoa está em pé sobre uma superfície plana) e horizontalmente
(quando a pessoa empurra a parede).
vez, uma das possíveis respostas para
essa pergunta seja 75 kg. No entanto, No entanto, como explicado anteriormente, além da força normal, para corpos
esse não é o valor correto. que estão próximos ou na superfície da Terra, também há a ação da força-peso.
É comum utilizar a expressão Para exemplificar essa situação, considere o caso em que um livro de massa m
“Quanto você pesa?” para questionar está apoiado sobre uma mesa, pressionando a superfície do móvel para baixo
os valores que aparecem nas balanças, em razão da força-peso. A mesa, por sua vez, exerce uma força para cima por
porém, de acordo com a Física, essa conta da força normal. Dessa forma, encontra-se a seguinte configuração para
pergunta está conceitualmente incor- as forças atuantes:
reta, uma vez que o peso está relacio-  
nado ao conceito de força. O que se N P
mede na balança, na verdade, é a mas-
sa dos corpos, que no caso da pessoa
citada como exemplo é igual a 75 kg.
A massa é uma grandeza escalar
SAE DIGITAL S/A


que representa o valor da inércia de N'
um corpo, ou seja, representa a di-
FÍSICA

ficuldade de alterar o estado de um


corpo em repouso ou em movimento 
P'
retilíneo uniforme. Dessa maneira, é
EM23_2_FIS_06

EM23_2_FIS_06

possível afirmar que a massa é uma


característica intrínseca aos corpos e
não se altera, independentemente de Representação esquemática do comportamento da força normal e da força-peso sobre um
311

onde eles estejam localizados. corpo em repouso em uma superfície horizontal. (Cores-fantasia. Fora de escala.)

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Sendo a força-peso e a força normal as únicas que atuam
HABILIDADES NA PRÁTICA
no livro, com base na Segunda Lei de Newton, encontra-se
a seguinte relação:
1. A Terceira Lei de Newton, ou princípio da ação e reação,
FR = m · a ⇒ FN – FP = m · a enuncia que, para toda ação, há uma reação de mesma in-
F N – (m · g) = m · a ⇒ F N = m · g + m · a tensidade e direção, mas com sentidos opostos. Com base
F N = m · (g + a) nesse princípio e nas características da força-peso e da força
normal, responda às questões a seguir em seu caderno.
No caso em que a mesa e o livro não estão acelerados
a) Por que a força-peso exercida pela Terra e a força-peso
em relação ao solo, ou seja, a = 0, determina-se que:
exercida pelo corpo não se equilibram? O mesmo ocorre
para a força normal? Explique.
FN = FP
O objetivo desta seção é relacionar a Terceira Lei de Newton com os
9 Exemplo conceitos de força-peso e força normal. Espera-se que os alunos
Um livro com massa de 7 kg, em repouso, está apoiado sobre identifiquem que essas duas forças não caracterizam um’ par de ação
uma mesa plana e horizontal. Em seguida, uma pessoa aplica e reação, uma
 vez que a força’ normal FN é a reação de FN, e a
força-peso FP é a reação de FP .
sobre ele uma força para baixo igual a 15 N, ainda manten-
do-o em repouso. Por fim, a pessoa, a fim de retirar o livro da
superfície, realiza uma força para cima também igual a 15 N,
mantendo-o em repouso.
Com base nas situações expostas, quais foram as intensidades
das forças exercidas pelo livro sobre a superfície?
Dado: g = 10 m/s2
b) É possível afirmar que as forças peso e normal são um
Para a resolução do exercício, serão analisadas separadamen- par de ação e reação? Por quê?
te as três situações expostas no enunciado.
Situação 1: como o corpo está em repouso, há um equilíbrio
das forças envolvidas, ou seja, o somatório das forças deve
ser igual a zero   F  0 . No livro, são exercidas verticalmen-
te as forças peso e normal – a força-peso com sentido para
baixo e a força normal com sentido para cima. Como a for-
ça resultante é nula, significa que o módulo da força normal
é igual ao módulo da força-peso; assim, para determinar a
força exercida pelo livro sobre a superfície, utilizam-se as se-
guintes relações:
 F  0  FN  FP  0
c) Quais são os pares de ação e reação envolvidos no
FN = FP ⇒ FN = m · g exemplo do livro sobre a mesa?
FN = 7 · 10
FN = 70 N
Situação 2: quando a pessoa exerce uma força para baixo,
há, além da força-peso, a força de compressão igual a 15 N.
Como o livro se mantém em repouso, o somatório das for-
ças é nulo, ou seja, o somatório das forças peso, normal e a
exercida pela pessoa é igual a zero. Com isso, utilizam-se as
seguintes relações:
 F  0  FN  FP  F  0
FN = P + F ⇒ F N = m · g + F
FN = 7 · 10 + 15
FN = 85 N Força de atrito
Situação 3: quando a pessoa exerce uma força para cima, há, Em determinadas superfícies, é possível deslizar com
além da força normal e força-peso, a força ascendente igual a mais facilidade do que em outras. Você já questionou por que
15 N com a mesma direção e o mesmo sentido da força nor-
isso ocorre? Esse fenômeno acontece devido à força de atri-
mal. Sendo o somatório das forças igual a zero, utilizam-se
to, caracterizada como uma força de resistência ao movimen-
as seguintes relações:
to. Em casos ideais, como os estudados neste módulo até o
 F  0  FN  FP  F  0 momento, as forças de atrito são desconsideradas. A seguir,
FN = F P – F ⇒ FN = m · g – F serão apresentados casos reais, em que há essa resistência.
FN = 7 · 10 – 15 Para cada caso sugere-se fazer em conjunto Apesar de estar relacionada com a resistência do movi-
FÍSICA

FN = 55 N com os alunos o esquema vetorial. mento, a força de atrito é necessária em algumas situações
Note que a igualdade da força-peso com a força normal para que os corpos se movam. Por exemplo, quando uma
ocorre somente em casos em que o corpo tem aceleração pessoa caminha, os pés empurram o chão para trás. Em de-
nula e está sobre uma superfície horizontal. Em outros ca- corrência da Terceira Lei de Newton, esta ação irá gerar uma
EM23_2_FIS_06

EM23_2_FIS_06

sos, é preciso fazer uma análise vetorial das forças aplicadas força de reação, no caso para frente, do chão para o pé. Dessa
sobre o corpo e determinar suas intensidades com base na maneira, o atrito possibilita que as pessoas se locomovam, o
312

decomposição dessas forças. que torna possível variar a rapidez e a direção do passo.

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Essa força, mesmo em superfícies lisas e polidas, está
presente em consequência das irregularidades existentes
nos materiais. Quando estão em contato, há uma adesão
superficial entre as rugosidades dos materiais, o que dificul-
ta a movimentação dos corpos e origina uma força de atrito
com a mesma direção, porém com sentido oposto à força
aplicada para ocorrer o movimento, conforme representa-
do no esquema ao lado.
Força aplicada
Além disso, é possível estabelecer que o módulo da na caixa
força de atrito depende da composição das superfícies de

A
contato e da intensidade da força normal exercida por uma

S/
L
TA
Força de

GI
superfície sobre a outra. Assim, pode-se estabelecer que o

DI
atrito

E
SA
módulo da força de atrito não depende da área de contato
entre as superfícies.
Representação esquemática ampliada das superfícies de diferentes
materiais em contato, o que dificulta o movimento.
HABILIDADES NA PRÁTICA

Atrito na prática
Materiais: objeto com, pelo menos, 1 kg; barbante; tesoura.
Passo a passo: a atividade deve ser realizada em grupo.
I. Apoie o objeto sobre uma superfície lisa e horizontal, como sua carteira.
II. Amarre o barbante no objeto. Deixe uma extremidade do barbante livre para que o objeto possa ser puxado e arrastado.
III. Puxe o objeto horizontalmente por meio da extremidade livre do barbante, até que ele saia do estado de repouso e se movimente
pela superfície. Repita esse passo para diferentes intensidades de força.
Após realizar as etapas do passo a passo, responda à questão a seguir.
1. Em qual das situações foi necessária a aplicação de uma força com maior intensidade: quando o objeto ainda estava parado ou quando
ele começou a se mover? Por que isso ocorre?
O objetivo desta seção é abordar de maneira prática e introdutória os tipos de atrito. Espera-se que os alunos, com a elaboração de hipóteses, indiquem que a
intensidade da força aplicada foi maior ao puxar o objeto em repouso, e diminuiu quando o objeto iniciou o movimento.

Com base na atividade anterior, foi possível perceber que, dependendo do estado de movimento do objeto, é necessário
aplicar uma força de menor ou maior intensidade para movê-lo. Essa relação pode ser explicada por conta do atrito está-
tico e do atrito dinâmico exercidos pelas superfícies de contato.

Atrito estático
Considere o exemplo do livro em repouso sobre a super- atrito estático (não tem unidade de medida), e N é a medida
fície de uma mesa. Para movê-lo, é necessário exercer uma da intensidade da força normal (N).
força horizontal que seja superior ao módulo da força de
atrito, ou seja, enquanto o objeto estiver em repouso, a for-
A força de atrito estático tem sentido contrário à ten-
ça aplicada e a força de atrito se equilibram. Por exemplo,
dência do movimento e pode variar sua intensidade de
considerando que o somatório das forças atuantes no livro zero até seu valor máximo, ou seja, 0 ≤ Fate ≤ Fatemáx.
é igual a zero, se for aplicada uma força de 1 N sobre o ob-
jeto e ele se manter em repouso, a força de atrito também É possível explicar o funcionamento das

Atrito de rolamento
tem intensidade igual a 1 N. rodas com e sem tração, e demonstrar os
sentidos do atrito nas diferentes rodas.
Contudo, caso a intensidade da força aplicada continue
Quando um corpo redondo rígido rola sobre uma super-
aumentando, a força de atrito estático também terá sua in-
fície horizontal (também rígida) e cada ponto da periferia
tensidade aumentada, até atingir seu valor máximo no qual
FÍSICA

desse corpo não desliza sobre essa superfície, considera-se


o livro fica na iminência de movimento. Para determinar
que ocorreu um rolamento puro, sem deslizamento. Para
esse valor máximo, utiliza-se a seguinte equação:
não haver deslizamento, é necessário que, no instante do
contato de cada ponto periférico do corpo com a superfície,
EM23_2_FIS_06

EM23_2_FIS_06

Fatemáx. = µe · N
a velocidade resultante seja nula. Dessa maneira, como não
Em que Fatemáx. é a medida da intensidade da força má- há velocidade de escorregamento entre o corpo e a superfí-
313

xima de atrito estático (N), µe é a medida do coeficiente de cie, o atrito existente entre eles é necessariamente estático.

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Atrito dinâmico Plano inclinado
Considere novamente o exemplo do livro em repouso O plano inclinado é uma superfície plana que forma um
sobre a superfície de uma mesa. No atrito estático, em que ângulo diferente de zero, e menor que 90°, em relação à ho-
estava sendo aplicada uma força com mesma intensidade rizontal, como as rampas de acesso. No caso da utilização
da força de atrito, o corpo se manteve em repouso até a do plano inclinado como uma rampa, é possível considerá-lo
iminência de seu movimento. uma máquina simples, uma vez que ele reduz o esforço para
Então, suponha que uma força com intensidade maior o deslocamento entre dois pontos com diferentes elevações.
que a intensidade da força de atrito máxima continuou sen- A explicação para esse fenômeno está na disposição das
do aplicada sobre esse mesmo livro. Consequentemente, o forças sobre os corpos, que podem estar em planos inclina-
livro inicia seu movimento, e o atrito, contrário ao movimen- dos com ou sem atrito, como será visto a seguir.
to, deixa de ser estático para se tornar dinâmico.
Nesse caso, quando o livro começa a se movimentar so- Plano inclinado sem atrito
bre a superfície, o módulo da força de atrito diminui, pois as Quando um corpo está sobre um plano inclinado sem 
rugosidades das superfícies têm uma menor adesão. Com atrito, atuam sobre esse corpo apenas as forças normal (N)

isso, a força aplicada sobre o objeto para movimentá-lo e peso (P), sendo esta a força de maior intensidade do sis-
pode ter menor intensidade. tema. Assim, para determinar a força resultante que está
Para determinar o módulo da força de atrito dinâmico, atuando sobre o corpo, decompõe-se a força-peso em com-
que é constante, utiliza-se a seguinte equação: ponentes paralelas e perpendiculares ao plano inclinado.
Ao realizar o diagrama de forças para esse corpo, encon-
Fatd = µd · N tra-se a seguinte configuração:
Em que Fatd é a medida da intensidade da força de atrito di- 
N
nâmico (N), µd é a medida do coeficiente de atrito dinâmico
(não tem unidade de medida), e N é a medida da intensidade
da força normal (N).

Experimentalmente determinou-se que, para o mes-


mo sistema de superfícies, a força de atrito estático
tem intensidade maior que o atrito dinâmico, ou seja,
Fate > Fatd . 
Px
A força de atrito que atua nos corpos pode ser represen-
tada de maneira gráfica da seguinte forma: 
Py θ
Fat (N)


P θ
Iminência de
movimento Representação esquemática das forças que atuam sobre
Fatemáx. um bloco em um plano inclinado sem atrito.
Com isso, tem-se, em módulo, que:

Px = P · sen θ e Py = P · cos θ
Note que, com base nas equações apresentadas, é pos-
Fatd
Movimento sível determinar que:

   
o
us

P x = FR e P y = N
po
Re

Durante o movimento de descida do bloco no plano in-


F (N) clinado sem atrito, é possível determinar a aceleração que o
corpo adquire. Para isso, utiliza-se a Segunda Lei de Newton
da seguinte maneira: F R = Px = P · sen θ ⇒ m · a = m · g · sen θ.
Gráfico da força de atrito em função da força aplicada sobre o
objeto. Eliminando os termos em comum e representando a
Até o momento, a força de atrito, assim como as forças aceleração em função do ângulo de inclinação do plano,
peso e normal, foram analisadas somente em situações nas tem-se a seguinte equação: Neste momento é possível
abordar o caso em que o bloco
quais os objetos estavam apoiados sobre superfícies hori-
a = g · sen θ realiza uma subida pelo plano
zontais. No entanto, é possível obter diversas angulações
FÍSICA

inclinado.
para as superfícies e diferentes configurações para as for- Em que a é a medida da aceleração do bloco (m/s2), g é a
ças nesses casos. medida da aceleração da gravidade (m/s2), e θ é a medida do
Para identificar e compreender as variadas situações em ângulo entre a superfície inclinada e a superfície horizontal.
EM23_2_FIS_06

EM23_2_FIS_06

que as forças estão aplicadas, a seguir, serão apresentados


os planos inclinados.
314

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Plano inclinado com atrito
Quando um corpo está sobre um plano inclinado  com Em que Px é a parcela paralela à superfície da força-peso
atrito, atuam sobre esse corpo as forças normal (N), peso (P) responsável pelo movimento de descida do corpo, e Py é a
e de atrito (F at ). A seguir, serão analisados os casos em que parcela perpendicular à superfície da força-peso responsá-
o corpo está em iminência de movimento e quando está vel pela compressão do corpo contra a superfície do plano.
em movimento. De acordo com as relações apresentadas, é possível de-
● Corpo em iminência de movimento terminar o coeficiente de atrito estático do corpo sobre um
O diagrama de forças para esse corpo apresenta a se- plano inclinado da seguinte maneira:
guinte configuração: Fatemáx. = µe · N ⇒ P · sen θ = µe · N
 P  sen  P  sen 
N e   e  . Com isso:
P  cos  P  cos 

F atemáx. µe = tg θ

● Corpo em movimento
Para esse corpo, como há deslizamento, o atrito deixa
de ser estático e torna-se dinâmico. Dessa maneira, encon-
 tram-se as seguintes relações:
Px
I. Movimento com velocidade constante

 Fatd = Px
Py θ
II. Movimento de descida com aceleração

P θ F R = Px – Fatd e a = g · (sen θ – µd · cos θ)

Representação esquemática das forças que atuam sobre um bloco Observe que há diferentes configurações em que um
em iminência de movimento em um plano inclinado com atrito.
corpo pode estar submetido sobre um plano inclinado. Para
Dessa maneira, tem-se: que elas possam ser analisadas corretamente e com maior
facilidade, é fundamental utilizar o diagrama de forças e as
Fatemáx. = Px = P · sen θ e N = Py = P · cos θ
leis de Newton.

LINHA DE CHEGADA
Na seção Ponto de partida deste módulo, foi apresentada a Rua do Amendoim, que pode ser caracterizada como uma Gravity ou Magnetic
hill (ladeira gravitacional ou magnética). Essas são regiões em que há a sensação visual de os corpos estarem subindo quando, na verdade,
estão descendo, o que dá a percepção de atração para o topo do lugar. Isso ocorre devido a um conjunto de fatores que inclui a obstrução
visual do horizonte, a existência de um declive e a presença de planícies elevadas na região. Esses elementos, em conjunto, produzem uma
ilusão de ótica, o que faz com que a descida seja percebida como uma subida.
1. Com base no que foi exposto acima e no que foi apresentado neste módulo, faça o diagrama de forças para um carro que esteja descendo
uma ladeira e explique por que eles realizam esse movimento se colocados em ponto morto.

Esta seção tem o objetivo de retomar os conceitos apresentados neste módulo,


utilizando os fenômenos que ocorrem na Rua do Amendoim. Solicite que a turma,
em conjunto, responda à questão proposta nesta seção. Caso necessário,
direcione os alunos para que mobilizem os conceitos de força. Espera-se que os
alunos indiquem que na Rua do Amendoim o veículo, posicionado em um plano
inclinado, está sob a ação das forças normal, peso e de atrito.
Resgate as seguintes perguntas da seção Ponto de partida:
- “No entanto, será essa a explicação real para a ocorrência do fenômeno ou há outra
explicação física para ele?”. Direcione os alunos para que respondam, em conjunto,
com base no que foi apresentado no módulo.
- “Como e possível explicar o fenômeno natural dos carros descerem uma ladeira,
quando colocados em ponto morto? Como você explicaria o fenômeno que faz com
FÍSICA

que os carros subam em vez de descer a ladeira?”. Oriente os alunos para que
comparem as hipóteses levantadas no primeiro momento com o que eles
responderão agora.
Por fim, se achar pertinente, exiba o vídeo indicado no QR Code ao lado, o qual
EM23_2_FIS_06

EM23_2_FIS_06

explica o fenômeno que ocorre na Rua do Amendoim.


315

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Saberes em ação b) Determine o valor da aceleração resultante do conjunto.

1. Motores a combustão são a principal fonte de movimento de


veículos como carros, caminhões e motocicletas. Esses motores
são compostos de conjuntos de pistões que atuam como êmbolos
pressionando e liberando o combustível no interior de tubos onde
a combustão acontece. Para evitar o desgaste excessivo de suas
peças, devido ao contato entre elas, os motores são banhados a
óleo. Explique, em seu caderno, por que motores totalmente secos Enem e vestibulares
ou lubrificados com óleos de baixa qualidade sofrem desgastes 1. C1:H3 (Enem-2021) No seu estudo sobre a queda dos corpos,
e danos irreparáveis. Aristóteles afirmava que se abandonarmos corpos leves e pesa-

Fácil
2. O sistema de freios ABS (Anti-lock Braking System) representa um dos de uma mesma altura, o mais pesado chegaria mais rápido
importante equipamento de segurança presente em veículos. ao solo. Essa ideia está apoiada em algo que é difícil de refutar, a
Quando o pedal do freio é acionado, esse dispositivo exerce a observação direta da realidade baseada no senso comum.
função de impedir o travamento das rodas de um veículo em Após uma aula de física, dois colegas estavam discutindo
uma situação de frenagem, no instante em que ele se encontra sobre a queda dos corpos, e um tentava convencer o outro de
na iminência do deslizamento, o que diminui a distância de fre- que tinha razão:
nagem. Observe, a seguir, dois gráficos da relação entre a força Colega A: “O corpo mais pesado cai mais rápido que um menos
de atrito (FAt) de interação dos pneus com a pista, em função da pesado, quando largado de uma mesma altura. Eu provo, largando
pressão (p) aplicada sobre o pedal de freio. uma pedra e uma rolha. A pedra chega antes. Pronto! Tá provado!”.
Gráfico 1 Colega B: “Eu não acho! Peguei uma folha de papel esticado
FAt (N) e deixei cair. Quando amassei, ela caiu mais rápido. Como isso é
possível? Se era a mesma folha de papel, deveria cair do mesmo
jeito. Tem que ter outra explicação!”.
HÜLSENDEGER, M. Uma análise das concepções dos
alunos sobre a queda dos corpos. Caderno Brasileiro
de Ensino de Física, n. 3, dez. 2004 (adaptado).
O aspecto físico comum que explica a diferença de comportamen-
to dos corpos em queda nessa discussão é o(a)
a) peso dos corpos. d) densidade dos corpos.
p (N/m2)
Gráfico 2 b) resistência do ar. e) aceleração da gravidade.
FAt (N) c) massa dos corpos.
2. C6:H20 (PUC-Rio-2022) Uma bola, quando disparada na Terra com
um ângulo de 45 graus em relação ao solo e com uma velocidade
Fácil

inicial de módulo 10 m/s, descreve uma trajetória parabólica.


Na parte mais alta da trajetória, desprezando-se todas as forças
dissipativas, a força resultante que atua sobre a bola:
a) é nula.
b) aponta para o mesmo sentido da trajetória.
p (N/m2) c) aponta para baixo.
Por meio dos dados fornecidos nos gráficos, responda às questões d) aponta para cima.
a seguir em seu caderno.
3. C6:H20 (UFRR-2022) Dentre as assertivas abaixo assinale a
a) Classifique os gráficos 1 e 2 em frenagens com e sem utilização CORRETA.
do sistema de freios ABS.
Fácil

a) Em um referencial inercial, o movimento de um corpo pres-


b) Explique como as diferentes modalidades de força de atrito cinde da ação de forças atuando sobre esse corpo.
(estático e cinético) atuam nos estágios do movimento de
frenagem de um veículo, para sistemas com e sem freios ABS. b) A aceleração da gravidade possui valor constante na superfície
da Terra.
3. O esquema a seguir representa um conjunto de blocos de massas
c) Inércia é a tendência dos corpos em conservar sua velocidade
m1 e m2, inicialmente em repouso sobre uma superfície horizontal,
escalar.
que se encontram unidos por um fio de massa desprezível. Em de-
terminado momento, é aplicada uma força F horizontal e constante d) A terceira lei de Newton estabelece que a reação ao peso de
sobre a massa m2, o que resulta na movimentação dos blocos sobre um corpo é uma força de mesmo módulo, mesma direção e
a superfície com coeficiente de atrito cinético igual a µ. sentido contrário que a Terra exerce sobre esse corpo.
m1 m2 e) A força peso e a força de atrito são exemplos de forças
dissipativas.
F
4. C6:H20 (UFRR-2021) Zyra ao caminhar para o quintal de sua casa
em direção ao pé de manga (Mangifera indica L.), ao ver a fruta
Fácil

cair no chão, lembrou de suas aulas de Física na Escola, e se redi-


Considerando que esse conjunto se movimenta no sentido da recionou para a cozinha para utilizar alguns instrumentos como:
força F com aceleração constante, responda às questões a seguir. balança de alimentos, papel, lápis e calculadora científica.
FÍSICA

a) Faça o diagrama de forças do sistema. Sob a posse da fruta, colocou na balança para obter sua massa,
 que
foi de 4000 g. Com base no texto acima, qual a força peso (P) desta
fruta no Planeta Júpiter, no SI?

Adote g = 26 , 5 m/s2
EM23_2_FIS_06

EM23_2_FIS_06

a) 106 N d) 200 N
b) 250 N e) 80 N
316

c) 39,24 N

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5. C5: H17 (URI-2022) Após as compras, um pai dá um empurrão no 8. C5:H17 (UNIT-2021)
carrinho de compras, por solicitação de sua filha, que se diverte

Médio
Fácil

ao ver o carrinho deslocando-se livremente pelo piso regular e


horizontal do estacionamento do supermercado

A inércia é a propriedade dos corpos de se opor a uma alteração


no seu estado de movimento, variando de corpo para corpo, ou
seja, alguns corpos resistem mais a uma alteração no seu movi-
Analise os esquemas, levando em consideração as forças que mento do que outros.
atuam no carrinho, logo após cessar o contato das mãos com ele.
A figura representa um corpo de massa m = 2,0 kg sobre o qual
atuam duas forças de intensidade F1 = 10,0 N e F2 = 20,0 N.
A) D) Considerando que a superfície de apoio é lisa e horizontal e que
a aceleração da gravidade local é g = 10,0 m/s2, analise as afirma-
tivas a seguir.
I. A componente normal da força de reação da superfície de
apoio sobre o corpo tem intensidade constante e igual a
20,0 N.
E) II. A força resultante sobre o corpo tem intensidade igual a 10 N
B) e sentido para a direita.
III. Peso do corpo se anula com a força F1.
IV. A força resultante sobre o corpo tem intensidade igual a 30 N
e sentido para a esquerda.
Está correto o que se afirma em
C) a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II e IV, apenas.
9. C5:H18 (Insper-2018) O sistema de freios ABS que hoje, obrigato-
Assinale a alternativa que indica, com mais coerência, as força(s) riamente, equipa os veículos produzidos no Brasil faz com que as
Médio

que atua(m) no carrinho de supermercado, nos instantes imedia- rodas não travem em freadas bruscas, evitando, assim, o desliza-
tamente após o impulso (empurrão): mento dos pneus sobre o pavimento e a consequente perda de
aderência do veículo ao solo.
a) O esquema da situação A está adequado ao fenômeno físico
descrito.
b) O esquema da situação B está adequado ao fenômeno físico
descrito.
c) O esquema da situação C está adequado ao fenômeno físico
descrito.
d) O esquema da situação D está adequado ao fenômeno físico
descrito.
e) O esquema da situação E está adequado ao fenômeno físico
descrito. (jeep.com.br)
6. C5:H18 (CEDERJ-2020) Sobre uma mesa parada se encontra um
Imagine um veículo como o da figura, equipado com freios ABS,
livro e sobre esse repousa um caderno. Considerando as forças (em
carregado e com massa total de 1 600 kg, distribuída igualmente
Médio

módulo): N = Normal da mesa sobre o livro, PL = Força gravitacional


nas 4 rodas, todas tracionadas (4x4). Este veículo é tirado do
sobre o livro e PC = Força gravitacional sobre o caderno, tem-se:
repouso e levado a atingir a velocidade de 108 km/h, em 5,0 s,
a) N > PL + PC > PL com aceleração constante, sobre uma pista horizontal e retilínea.
b) PL +PC > N = PL Considere a aceleração da gravidade com o valor 10 m/s2 e des-
c) N > PL > PC preze a resistência do ar.
A intensidade da força propulsora em cada roda e o menor valor
d) N = PL + PC > PL
do coeficiente de atrito estático entre os pneus e o pavimento
7. C5:H18 (Enem-2018) Com um dedo, um garoto pressiona contra devem ser, respectivamente, de
a parede duas moedas, de R$ 0,10 e R$ 1,00, uma sobre a outra, a) 2 400 N e 0,6 para qualquer massa do veículo e estes pneus
Médio

mantendo-as paradas. Em contato com o dedo está a moeda de apenas.


R$ 0,10 e contra a parede está a de R$ 1,00. O peso da moeda de
R$ 0,10 é 0,05 N e o da de R$ 1,00 é 0,09 N. A força de atrito exer- b) 2 400 N e 0,8 para qualquer massa do veículo e qualquer tipo
cida pela parede é suficiente para impedir que as moedas caiam. de pneu.
FÍSICA

Qual é a força de atrito entre a parede e a moeda de R$ 1,00? c) 9 600 N e 0,4 para esta massa do veículo e estes pneus apenas.
a) 0,04 N d) 4 800 N e 0,8 para esta massa do veículo e estes pneus apenas.
b) 0,05 N e) 4 800 N e 0,6 para esta massa do veículo apenas, mas para
EM23_2_FIS_06

EM23_2_FIS_06

c) 0,07 N qualquer tipo de pneu.


d) 0,09 N
317

e) 0,14 N

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10. C5:H17 (UERJ-2022) O funcionário de um supermercado recolhe O bloco A está ligado por um fio ideal tracionado ao solo no ponto
as mercadorias deixadas nos caixas e as coloca em carrinhos. X, fazendo um ângulo θ com a horizontal enquanto que o bloco
Médio

Após certo tempo de trabalho, as mercadorias recolhidas ocupam B está sendo solicitado por uma força horizontal F, conforme o
quatro carrinhos, interligados pelas correntes I, II e III para facilitar desenho abaixo.
a locomoção, como ilustra a imagem. Ao deslocar os carrinhos, o Os coeficientes de atrito estático entre o bloco A e o bloco B é 0,3
funcionário exerce uma força F de intensidade igual a 8 N. e do bloco B e o solo é 0,2.

A intensidade da força horizontal |F| aplicada ao bloco B nas con-
dições abaixo, capaz de tornar iminente o movimento é:
Dados: cos θ = 0,6
sen θ = 0,8

Considere que cada carrinho, com os produtos neles contidos, pos-


sui massa de 10 kg. Desprezando os atritos, a tração na corrente II,
em newtons, corresponde a:
a) 2
b) 3
c) 4 a) 2,0 N d) 18,0 N
d) 5 b) 9,0 N e) 20,0 N
c) 15,0 N
Enem e vestibulares + Desafio 13. C5:H17 (FALBE-2020) As figuras mostram um trabalha-
dor transportando duas caixas, A e B, de massas
11. C5:H17 (UP-2020) Acelerômetro é um dispositivo para

Difícil
mA = 30 kg e mB = 40 kg, sobre um carrinho de massa
medir a aceleração de um sistema. Um acelerômetro
Difícil

10 kg, em linha reta. Na situação representada na


rudimentar consiste de uma massa m pendurada em
figura 1, ele está empurrando o carrinho para frente com uma
um fio preso ao teto de um vagão de trem. Admita que
força horizontal constante de intensidade 20 N. Na situação repre-
um observador fora do vagão esteja parado em relação aos trilhos
sentada na figura 2, ele está puxando o carrinho para trás, com
e consiga observar o acelerômetro. A partir da medida do ângulo
uma força horizontal e constante.
de inclinação com a vertical, é possível determinar a aceleração
que atua sobre o vagão. Suponha que o vagão se movimente
horizontalmente, esteja acelerado para a direita e que o fio faz um
ângulo θ em relação à vertical.

Levando em consideração os dados apresentados, e que a ace-


Desprezando a resistência do ar e o atrito entre o carrinho e o
leração da gravidade é g, assinale a alternativa que corresponde
solo, calcule:
ao módulo da aceleração horizontal sobre o vagão, percebido
por esse observador. a) o módulo da força, em N, aplicada pela caixa B sobre a caixa
A, na situação da figura 1.
a) a = g tg(θ) d) a = 0,5 g sen(2θ)
b) o módulo da maior aceleração, em m/s², com que o conjunto
b) a = g sen(θ) e) a = g cot(θ)
carrinho-caixas pode se mover na situação da figura 2, consi-
c) a = g cos(θ) derando que não haja movimento relativo entre as caixas A e
12. C5:H17 (EsPCEx-2021) Um bloco homogêneo A de peso B, que o coeficiente de atrito estático entre ambas seja igual
6 N está sobre o bloco homogêneo B de peso 20 N a 0,6 e que g = 10 m/s².
Difícil

ambos em repouso. O bloco B está na iminência de


movimento. GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte a câmera
a câmera para
para um dosoQR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oaogabarito
lado paradeste
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
­módulo.

Cartão-resposta Como as forças atuam: interação entre corpos

1 A B C D E 4 A B C D E 7 A B C D E 10 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 5 A B C D E 8 A B C D E 11 A B C D E
3 A B C D E 6 A B C D E 9 A B C D E 12 A B C D E
EM23_2_FIS_06
318

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PONTO DE PARTIDA
Leia, a seguir, um texto sobre a máquina crossover.
07

Vladimir Sukhachev/Shutterstock
A Física na academia
Nas academias, pode-se encontrar uma máquina multifuncio-
nal utilizada para realizar exercícios que abrangem diferentes
partes do corpo, conhecida como crossover. Ela é composta de
07/44
duas partes iguais que contêm, basicamente, suporte para a
mão, polias fixas e móveis, cabos inextensíveis, placas metáli-
cas em repouso que proporcionam resistência quando aplicada
uma força sobre elas, haste metálica responsável por prender
as placas que se deseja elevar e outra haste metálica na qual é
posicionado o componente que contém a polia fixa.
Ao analisar somente uma das partes do aparelho, percebe-se
que, para seu correto funcionamento, apenas um cabo passa
por toda essa parte da máquina. Esse cabo começa no supor-
te utilizado para tracioná-lo, estende-se em direção a uma polia
fixa, passa por um sistema de polias móveis, em que estão lo-
calizadas as placas metálicas, e termina no componente fixo
que contém o suporte para a tração.
Uma vantagem desse aparelho é que, devido ao deslocamento da polia fixa na haste metálica verti-
cal, é possível exercitar tanto os músculos superiores quanto os inferiores. O crossover torna-se, assim,
uma opção para as pessoas que não se sentem confortáveis ao utilizar a modalidade de peso livre.

Com base no que foi apresentado no texto e em seus conhecimentos prévios, responda às questões a seguir

Como as forças atuam:


elaborando hipóteses.
1. As polias móveis e fixas têm a mesma função no aparelho? Por quê? Ao tracionar o cabo por meio do suporte para as mãos,
por que o resultado é a suspensão das placas metálicas? Ainda, por que é importante que esse cabo seja inextensível?
Esta seção tem o objetivo de desenvolver, oral e textualmente, as habilidades EM13CNT101 e EM13CNT303 da BNCC. Resposta pessoal.
Espera-se que os alunos diferenciem as funções das polias e associem a fixa à mudança de sentido e direção da força e a móvel à resistência do

outras aplicações
movimento. No entanto, nesse momento, possivelmente eles trarão as próprias concepções prévias. Nesse caso, discuta os conceitos
envolvidos de maneira introdutória. Também espera-se que os alunos entendam a relação entre a tração e a transmissão da força aplicada e
que eles respondam que o cabo deve ser inextensível para não prejudicar a transmissão da força e o movimento correto do exercício.

Força de tração  
A grandeza vetorial conhecida como força de N N
tração ou de tensão é uma força de contato trans-
mitida por uma corda, um cabo ou outro meio   
T2 T1 F
físico capaz de tracionar, tensionar ou puxar ou-
tros corpos, como exposto no esquema a seguir.
Assim, quando um corpo é tracionado, significa SAE DIGITAL S/A
que foi aplicada uma força na extremidade do fio  
com o qual ele está em contato. P P
 
SAE DIGITAL S/A

F transmitida F aplicada Representação esquemática das forças atuantes em


dois diferentes corpos ligados por uma corda ideal.

Uma característica da força de tração que


pode ser observada nesse esquema é que, quan-
Representação esquemática da relação entre as forças do ela atua em um mesmo fio, as intensidades
aplicada e transmitida. das forças são iguais. Ou seja, no esquema ante-
 
rior, tem-se T1 = T2.
Escola Digital

A fim de compreender como a força de tra-


ção (T ) se comporta nos corpos, considere uma No que se refere a seu módulo, não há uma
situação em que duas caixas estão ligadas por equação específica para calcular a intensidade da
uma corda esticada ideal, ou seja, inextensível e força de tração sobre um corpo. É preciso, então,
de massa desprezível. analisar cada sistema e identificar todas as forças
EM23_2_FIS_07

Por causa da força aplicada na extremidade atuantes para que, com base na Segunda Lei de
da corda, as caixas começam a se movimentar Newton e na força resultante, seja possível deter-
sobre uma superfície com atrito desprezível. minar o módulo da força de tração. FÍS
Observe a representação dessa situação a seguir. 319

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 319 13/09/2022 17:49:54


Elevadores
Com isso, a intensidade da força-peso é maior que a in-
tensidade real, o que origina o peso aparente, o qual pode
Os elevadores são estruturas que, a depender do mo- ser determinado por meio da seguinte equação:
vimento que realizam, proporcionam diferentes sensações,
por exemplo, sensação de mais “leveza” ou “peso” do que a Pap = m · (a + g)
que se costuma sentir em outros locais. As leis de Newton
No momento em que o elevador inicia a frenagem duran-
estão associadas a esse acontecimento.
te a subida, ele apresenta aceleração contrária ao sentido do
Sabe-se que um corpo está submetido à força-peso e à movimento e realiza um movimento retardado. A pessoa, en-
força normal quando se encontra apoiado sobre uma super- tão, fica submetida à ação de uma força resultante com sen-
fície. O mesmo acontece dentro de um elevador, contudo, tido para baixo, o que faz com que a pessoa comprima o chão
devido ao movimento variável da máquina, a relação entre com uma força de menor módulo. Assim, tem-se a percepção
essas forças também é variável, o que provoca diferentes de que a força normal é menor que a força-peso, e a balança
sensações. A seguir, serão apresentados três casos para o registra um valor menor que o real. Portanto, para esse caso:
estudo das forças exercidas sobre os corpos dentro de eleva-
dores. Para todos os casos, considere que o observador está F  0  N  P  a  0
fora da máquina.

Repouso ou movimento Na sequência, quando o elevador inicia o movimento de

retilíneo uniforme descida, ele apresenta aceleração com mesmo sentido do mo-
vimento e realiza um movimento acelerado. A pessoa dentro
Para elevadores em repouso ou em movimento retilíneo dele fica submetida à ação de uma força resultante no mesmo
uniforme, de acordo com a Segunda Lei de Newton, tem-se que: sentido da força-peso, o que faz com que a força normal per-
cebida seja menor e, consequentemente, o valor exibido na
F  0  N  P  a  0 balança também seja menor. Portanto, para esse caso:

Sabe-se que as balanças exibem, indiretamente, o módulo F  0  N  P  a  0


do peso dos corpos. Quando uma pessoa utiliza uma balança,
o valor mostrado, na verdade, corresponde ao módulo da for- Por fim, ao iniciar a frenagem da descida, o elevador tem
ça de compressão que essa pessoa exerce sobre a superfície aceleração com sentido oposto ao do movimento e realiza
da balança, ou seja, o módulo da força normal que, nesse caso, um movimento retardado. Nessa situação, a força resultante
é equivalente à força-peso. Com isso, no caso de elevadores está no sentido da força normal, o que faz com que a força
em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, uma pes- normal percebida seja maior e, consequentemente, o valor
soa com 75 kg, por exemplo, registraria um valor sem altera- exibido na balança também seja maior. Portanto, para esse
ção se estivesse em cima de uma balança que estivesse dentro caso:
do elevador, como representado no esquema a seguir.

N F  0  N  P  a  0
SAE DIGITAL S/A

Outra situação possível na análise do elevador é o caso


em que ocorre o rompimento dos cabos e ele começa a cair
em queda livre. Nessa situação, a força resultante tem módu-
lo igual ao da força-peso, e a força normal é nula. Com isso,
a pessoa teria a sensação de “flutuar” dentro do elevador.

Polias
As polias, também conhecidas como roldanas, são dis-
positivos mecânicos comumente utilizados para elevar um
corpo verticalmente, pois conferem vantagens mecânicas
para o movimento de objetos com massa elevada. Para isso,
são compostas de rodas que giram em torno de um mesmo
 eixo com espaço para a passagem de uma corda ou um fio,
P que, neste módulo, são considerados inextensíveis e com
Representação esquemática das forças envolvidas no repouso ou no massa desprezível.
movimento retilíneo uniforme de um elevador. (Fora de escala.) Uma polia pode ser utilizada de modo fixo ou móvel,

Movimento acelerado
conforme o objetivo pretendido. Analise, a seguir, o que
muda em cada configuração.
Ao iniciar o movimento de subida de maneira acelerada,
o elevador faz uma força com sentido também para cima, Polia fixa
o que faz com que uma pessoa em seu interior comprima
FÍSICA

Considere a situação em que uma mulher deseja elevar


o chão com uma força de maior módulo. Assim, tem-se a do chão, com velocidade constante, um corpo de massa m.
percepção de que a força normal é maior que a força-peso. Para isso, com um suporte rígido, ela utiliza uma polia fixa
Portanto, para esse caso: que executa somente o movimento de rotação. Ao suspen-
EM23_2_FIS_07

EM23_2_FIS_07

der o corpo, atuam sobre ele a força de tração, exercida pela


F  0  N  P  a  0 corda, e a força-peso, exercida pela atração da Terra, como
320

representado no esquema de forças a seguir.

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 320 13/09/2022 17:49:56


De acordo com a Segunda Lei de Newton, a força resul-
tante que atua sobre o corpo é nula. Na polia móvel, para
que a força-peso seja anulada, é preciso que ela seja igual à

F soma das forças de tração sobre as cordas que sustentam a
polia. Logo, tem-se:

T 2T = P
m
Como o sistema está em equilíbrio, a força F aplicada

SAE DIGITAL S/A

P pela mulher sobre o corpo tem a mesma intensidade que a


força de tração, ou seja:

P
F= T=
Representação esquemática das forças envolvidas em um corpo 2
sendo suspenso por uma corda e uma polia fixa. (Fora de escala.)

De acordo com a Segunda Lei de Newton, como durante Com base nas relações anteriores, define-se que:
a elevação do corpo a velocidade é constante, ou seja, a ace-
As polias móveis têm a função de reduzir a intensidade
leração é nula, a força resultante que atua sobre
  esse corpo da força necessária para mover o corpo.
também é nula. Com isso, determina-se que T  P  0, ou seja:

T =P
HABILIDADES NA PRÁTICA
Como o sistema está em equilíbrio, pode-se, ainda, deter-
minar que a força F aplicada pela mulher sobre o corpo tem a 1. A fim de facilitar o deslocamento dos corpos, muitas vezes
mesma intensidade que a força de tração e, consequentemen- utiliza-se uma associação de polias fixas e móveis. Por exem-
te, que a força-peso. Assim: plo, considere que uma mulher fez a associação de uma polia
fixa no teto e uma polia móvel para elevar, com velocidade
constante, um corpo de massa m. Com base nesse caso,
F= T= P responda às questões a seguir.
a) Por que a associação das polias é uma escolha melhor
Com base nas relações apresentadas anteriormente, de-
do que as utilizar separadamente?
fine-se que:
O objetivo da seção Habilidades na prática desta página é que os
As polias fixas têm a função de variar a direção e o sentido alunos indiquem que a polia fixa tem a função de alterar a direção e o
sentido da força, a fim de elevar o corpo por meio da força aplicada
da força aplicada sem alterar, no entanto, sua intensidade. para baixo na corda, e que a polia móvel tem a função de diminuir o
módulo da força aplicada. Assim, a associação entre as duas é uma
Nesse caso, mesmo que a força aplicada por meio da polia opção melhor do que utilizá-las separadamente.
fixa tenha a mesma intensidade que a força exercida para le-
vantar um corpo diretamente com as mãos, ao utilizar a polia, b) Em seu caderno, desenhe o sistema e insira a força-peso
tem-se como vantagem a facilidade de posicionar esse corpo e a força de tração, assim como os respectivos valores em
no local desejado. cada trecho da corda.

Polia móvel
Considere agora a situação em que uma mulher deseja Talha exponencial
elevar, com velocidade constante, um corpo com massa m Esse sistema consiste em uma associação de polias mó-
e, para isso, utiliza uma polia móvel, a qual tem um eixo livre veis com apenas uma polia fixa. Por exemplo, considere um
que a possibilita executar movimentos de rotação e trans- conjunto composto de uma polia fixa e três polias móveis,
lação. Do mesmo modo que na polia fixa, atuam sobre o como representado no esquema a seguir. Ao exercer uma
corpo a força de tração e a força-peso ao suspendê-lo, como força para elevar, com velocidade constante, um corpo de
demonstrado no seguinte diagrama de forças: massa m, tem-se o seguinte diagrama de forças:
  
P P P
 8  4 2
 P P
  P 8 8
F F= 
8  P
P
4
4 
  
SAE DIGITAL S/A

P
T T P
SAE DIGITAL S/A

2
FÍSICA

 2 
2T P
m m
P
EM23_2_FIS_07

EM23_2_FIS_07

P
Representação esquemática das forças envolvidas em um corpo
Representação esquemática das forças envolvidas em um corpo sendo suspenso por uma corda, uma polia fixa e três polias móveis.
321

sendo suspenso por uma corda e uma polia móvel. (Fora de escala.) (Fora de escala.)

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 321 13/09/2022 17:50:00


Observe nesse esquema que, com o uso dessa associa- Posição de equilíbrio

SAE DIGITAL S/A


ção, a mulher precisa exercer uma força com módulo igual
a apenas um oitavo da força-peso do corpo, pois cada polia
móvel reduz pela metade o módulo da força. Assim, se o
corpo tiver um peso de 160 N, a força necessária para elevá-
L0 O
-lo será de apenas 20 N.
No caso em que n polias móveis são associadas a uma
polia fixa, é possível determinar a força motriz exercida para Comprimida

elevar o corpo por meio da seguinte equação: Fel 
F
P
Fm =
2n L x O

Em que Fm é a medida da intensidade da força motriz (N), P


é a medida da intensidade da força-peso do corpo (N), e n é a Representação esquemática da compressão de uma mola.
medida do número de polias móveis adicionadas no processo. Com base nos esquemas, é possível determinar que:
A vantagem mecânica do sistema pode ser expressa
por meio da seguinte relação: x = L – L0

No final do século XVII, o cientista experimental Robert


P
Vm = Hooke (1635-1703) observou que a força restauradora das
Fm
molas, conhecida como força elástica, é proporcional ao des-
locamento x da extremidade fixa. Com base nisso, criou-se a
Em que Vm é a medida da vantagem mecânica obtida, Fm é a Lei de Hooke, descrita algebricamente como:
medida da intensidade da força motriz (N), e P é a medida da
intensidade da força-peso do corpo (N). Fel = – k · x

Força elástica Em que Fel é a medida da intensidade da força elástica (N),


x é a medida da deformação sofrida pela mola (m), e k é a
Os materiais podem ser classificados em inelásticos ou medida da constante elástica da mola (N/m).
elásticos, de acordo com sua composição. Os inelásticos A constante elástica é a medida da rigidez da mola, que
são aqueles que, quando em contato com a intensidade de pode variar em medida a depender do material do qual a
uma força externa, não recuperam o tamanho e a forma ori- mola é feita. Quanto maior esse valor, mais rígida será
ginais após a força cessar. Já os elásticos são aqueles que re- a mola, o que dificulta a alteração de seu estado inicial, e
cuperam o tamanho e a forma originais após a força cessar. quanto menor esse valor, menos rígida ela será, o que torna
A seguir, serão apresentados os conceitos envolvidos mais fácil alterar seu estado inicial.
nos materiais elásticos com base no comportamento das É possível representar graficamente a intensidade da
molas. Assim, considere uma mola inicialmente relaxada, força elástica em função da deformação da mola, como no
isto é, que não está esticada nem comprimida. Uma de suas exemplo a seguir. Por se relacionarem em uma equação de
extremidades está fixa e, na extremidade oposta, está pre- primeiro grau e por serem diretamente proporcionais, o
sa uma caixa que se comporta como uma partícula. Em se- gráfico é formado por uma reta, que pode ser crescente ou
guida, essa mola é puxada para a direita enquanto faz uma decrescente conforme o sentido da deformação.
força com sentido contrário, conhecida como força restau-
radora, com o intuito de restaurar o estado relaxado, como Fel (N)
exposto no esquema a seguir.
Posição de equilíbrio
SAE DIGITAL S/A

40

20
O L0

10

Esticada

Fel
 3 6 12 x (m)
F
Gráfico da força elástica em função da deformação.
O x L
Observe que, com base nos pontos da reta, é possível
FÍSICA

determinar o valor da constante elástica k. Para isso, pode


Representação esquemática da expansão de uma mola. ser escolhido qualquer ponto (x, y) para substituir os valores
na equação da Lei de Hooke.
O mesmo acontece quando a mola é comprimida para a
EM23_2_FIS_07

EM23_2_FIS_07

esquerda, contudo, nesse caso, a força restauradora teria 9 Exemplo


sentido para a direita. Para a situação exposta, é possível A fim de testar uma mola, uma pessoa montou em laborató-
esquematizá-la da seguinte maneira:
322

rio um sistema que utiliza três caixas (1, 2 e 3), uma mesa e

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Associação de molas
duas polias fixas nessa superfície. Para realizar o experimento,
a caixa 2 foi posta sobre a superfície. Já as caixas 1 e 3 foram
suspensas, de maneira que a caixa 1 está suspensa por uma Em determinadas situações, as molas ou os materiais
corda ideal que contém uma mola, e a caixa 3, apenas por elásticos podem ser associados com o objetivo de poten-
uma corda ideal, como no esquema a seguir. cializar as características elásticas que proporcionam. As
Caixa 2 associações podem ocorrer em série, quando uma mola é
conectada à extremidade de outra, ou em paralelo, quando
as molas são instaladas lado a lado.
Nesses casos, é possível substituir as molas por uma
única mola equivalente, a qual tem uma constante elástica
equivalente ke que corresponde à constante elástica do con-
SAE DIGITAL S/A

junto de molas associadas. Observe a seguir os esquemas


que representam os dois tipos de associações.
Associação em série Associação em paralelo

SAE DIGITAL S/A


Caixa 3
Caixa 1

Com base na situação exposta e desprezando o atrito entre a k1 k1 k2


ke
caixa e a superfície da mesa:
a) Desenhe o diagrama de forças do sistema.
ke
b) Determine a deformação da mola quando o sistema está Mola
em movimento. equivalente
Mola
Dados: m1 = 4 kg; m2 = 8 kg; m3 = 2 kg; k = 60 N/m; g = 10 m/s2. equivalente
k2
a) No diagrama de forças, precisam ser desenhadas a for-
ça-peso que a caixa 2 exerce sobre a superfície, a força
de tração na corda e a força elástica exercida pela mola.
Com isso, tem-se:

N
  Para uma associação em série, a força elástica aplicada
T T
em ambas as molas têm a mesma intensidade. Com isso, es-
m2
sas molas sofrerão diferentes deformações em decorrência
de suas constantes elásticas. Nesse caso, a intensidade da
  força elástica será proporcional à constante elástica equiva-
SAE DIGITAL S/A

Fel P2 lente das molas e à deformação total exercida no sistema.



 T No caso de n molas associadas em série, a constante elásti-
T ca equivalente é determinada pela seguinte equação:
m3
m1 
 P3 1 1 1 1
   ... 
P1 k e k1 k 2 kn

b) Para determinar o valor de deformação da mola, utiliza-


Note que, por meio da equação anterior, determina-se a
-se o conceito da Segunda Lei de Newton. A força elástica,
relação de que, na associação em série, a mola equivalente
a força de tração e a força P3 têm o mesmo módulo e são
tem menor rigidez, o que a torna mais deformável.
contrárias à força P1, pois é a força P3 que gera a força de
tração, que, consequentemente, é a força que distende a Para a associação em paralelo, a intensidade da força
mola. Com isso, para encontrar a aceleração do sistema: aplicada gera uma deformação x em todas as molas, ou seja,
a força aplicada se distribui entre as molas para que elas
FR = mT · a ⇒ P1 – P3 = (m1 + m2 + m3) · a
sofram a mesma deformação, apesar de terem constantes
g · (m1 – m3) = (m1 + m2 + m3) · a elásticas diferentes. No caso de n molas associadas em pa-
g  ( m1  m3 ) 10  ( 4  2 ) ralelo, a constante elástica equivalente é determinada pela
a a
( m1  m2  m3 ) (4  8  2) seguinte equação:
a = 1,4 m/s2
ke = k1 + k 2 + ... + k n
Agora, ao analisar o sistema em relação à força elásti-
ca, tem-se: Diferentemente da associação em série, no sistema em
FR = m · a ⇒ P1 – Fel = m1 · a paralelo, a mola equivalente tem maior rigidez, o que a tor-
na menos deformável.
m1 · g – k · x = m1 · a
FÍSICA

Para ambas as associações, a força elástica equivalente


– k · x = m1 · a – m1 · g ⇒ – k · x = m1 · (a – g)
pode ser determinada pela seguinte equação:
m1  ( g  a ) 4  (10  1, 4 )
x x
k 60 Fele = ke · x
EM23_2_FIS_07

EM23_2_FIS_07

x = 0,57 m
323

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 323 13/09/2022 17:50:05


Dinamômetro
corpo é pendurado verticalmente no instrumento. Sobre
esse corpo atuarão a força-peso exercida pela Terra e a for-
O dinamômetro é um instrumento utilizado para me- ça elástica exercida pela mola, conforme demonstra o es-
dir intensidades de forças e tem as seguintes estrutura e quema a seguir.
composição:

SAE DIGITAL S/A

SAE DIGITAL S/A



Fel

Fel
Mola

Indicador
de escala

Escala

Gancho

Quando não há a presença de forças, a mola fica em seu P
estado natural. No entanto, se for exercida uma força, essa
Quando o sistema estiver em equilíbrio, tem-se Fel = P e,
mola será deformada e a intensidade dessa força será indi-
assim, determina-se o peso do corpo de acordo com o valor
cada na escala.
indicado na escala. Com base nesse valor, é possível deter-
Comumente, o dinamômetro é utilizado para medir o minar a massa do corpo.
peso e a massa dos corpos. Por exemplo, considere que um

LINHA DE CHEGADA

Na seção Ponto de partida, foram apresentados alguns elementos do aparelho crossover, os quais têm a explicação de seu funcionamento
com base em alguns conceitos da Física. Nesse momento, foram levantadas hipóteses sobre a função das polias fixas e móveis, assim como
a característica dos cabos utilizados na máquina crossover.
Agora, retome as hipóteses que você elaborou no início deste módulo e compare-as com os conceitos desenvolvidos ao longo do módulo:
Elas estavam corretas? Se sim, explique aos colegas como você elaborou essa hipótese e, se não, explique em que sua hipótese divergiu
do que foi apresentado neste módulo. Por fim, discutam sobre como é possível relacionar o aparelho crossover com a força de tração, com
a força-peso, com a força elástica e com as polias.
Esta seção tem o objetivo de resgatar as hipóteses elaboradas na seção Ponto de partida para que os alunos possam confirmá-las ou refutá-las de acordo com os conceitos
apresentados neste módulo. Para isso, promova uma discussão em que toda a turma possa participar, de modo que todos os alunos exponham as próprias hipóteses, além da
resolução do problema proposto. Espera-se que eles embasem a discussão nos conteúdos dos módulos anteriores, como as leis de Newton e a força-peso, além de utilizarem
os conceitos de forças e elementos estudados neste módulo. Para isso, é possível exibir um vídeo em que uma pessoa esteja realizando algum exercício com o uso do
crossover, como o chamado “crucifixo”. A partir do que for observado, solicite aos alunos que, em conjunto, desenhem o diagrama das forças relacionadas ao aparelho e à
pessoa durante a realização do exercício.
FÍSICA

EM23_2_FIS_07

EM23_2_FIS_07
324

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 324 13/09/2022 17:50:06


Saberes em ação 3. Um operador de máquinas precisa erguer um equipamento de
peso P = 1 200 N. Para isso, ele tem a ideia de suspender a máquina
1. Em uma aula experimental de Física, utilizando uma mola e duas em um sistema de polias de forma que o levantamento do equi-
esferas com diferentes massas, o professor propôs a um grupo pamento seja mais fácil. Esse operador dispões de 2 conjuntos de
de alunos que realizasse um procedimento para determinar polias, conforme os esquemas apresentados a seguir.
a constante elástica dessa mola. Para isso, foram realizadas as 1 2
seguintes etapas:
I. Posicionou-se a mola verticalmente e, em seguida, sua extre-
midade superior foi presa em uma superfície fixa.
II. Prendeu-se uma esfera de massa m1 = 6 kg na extremidade
inferior da mola, obtendo-se uma deformação x1.
III. Retirou-se a esfera anterior e, em seguida, prendeu-se uma
esfera de massa m2 = 2m1 na extremidade inferior da mola,
obtendo-se uma deformação x2.
Observe o esquema a seguir, no qual as etapas do procedimento
estão representadas.

Sobre a situação e os sistemas de polia apresentados, responda


em seu caderno às seguintes questões:
a) Qual deve ser o sistema escolhido pelo operador, para que
a força que ele fará para suspender o peso seja reduzida?
Justifique sua resposta.
b) Caso o operador escolha o sistema correto para a redução
da força necessária, qual será a força realizada por ele para
x1 = x cm conseguir suspender o peso de forma a realizar uma subida
em movimento uniforme?
x2 = (x + 4) cm
Enem e vestibulares
1. C5:H18 (UERR-2020) Uma mola está esticada em 40cm em relação
a sua posição de relaxamento. Uma força de 10 N foi aplicada
Fácil

P1 para isto. Assinale a alternativa correta para o valor da constante


elástica da mola.
a) 20 newtons por metros.
b) 25 newtons por metros.
P2 c) 30 newtons por metros.
d) 50 newtons por metros.
Após as duas medições, o professor solicitou aos alunos que de-
e) 400 newtons por centímetros.
terminassem, com base nos dados coletados, a constante elástica
da mola. Considerando o que foi exposto sobre o experimento, 2. C6:H20 (UPF-2015) A queda de um elevador em um prédio no
responda às questões a seguir em seu caderno. centro do Porto Alegre no final de 2014 reforçou as ações de
Fácil

a) Suponha que você faça parte do grupo de estudantes. fiscalização nesses equipamentos, especialmente em relação à
Assim, determine a constante elástica da mola utilizada no superlotação. A partir desse fato, um professor de Física resolve
procedimento. explorar o tema em sala de aula e apresenta aos alunos a seguinte
situação: um homem de massa 70 kg está apoiado numa balança
b) Caso as duas esferas fossem conectadas à mola ao mesmo calibrada em newtons no interior de um elevador que desce à
tempo, qual seria a deformação sofrida por ela? razão de 2 m/s². Considerando g = 10 m/s², pode-se afirmar que a
2. Para garantir o bom funcionamento de um elevador e a se- intensidade da força indicada pela balança será, em newtons, de:
gurança dos usuários, devem ser cumpridas algumas regras a) 560.
e recomendações, por exemplo, o respeito ao limite de peso,
b) 840.
como na placa a seguir.
c) 700.

AVISO
d) 140.
e) 480.
3. C5:H18 (EEAR-2020) Uma mola está suspensa verticalmente
CARGA MÁXIMA próxima à superfície terrestre, onde a aceleração da gravidade
DO ELEVADOR
Fácil

pode ser adotada como 10 m/s2. Na extremidade livre da mola, é

2 500 kg colocada uma cestinha de massa desprezível, que será preenchida


com bolinhas de gude, de 15 g cada. Ao acrescentar bolinhas à
cesta, verifica-se que a mola sofre uma elongação proporcional
ao peso aplicado. Sabendo-se que a mola tem uma constante
FÍSICA

Com base nas informações apresentadas no aviso anterior e no elástica k = 9,0 N/m, quantas bolinhas é preciso acrescentar à
enunciado, qual deve ser o módulo da força de tração máxima cesta para que a mola estique exatamente 5 cm?
que pode ser aplicada sobre o cabo que sustenta esse elevador,
no intervalo de tempo em que ele se desloca com velocidade a) 1
EM23_2_FIS_07

EM23_2_FIS_07

constante? Nessa situação, existe força resultante no elevador? b) 3


Responda em seu caderno. c) 5
325

d) 10

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 325 13/09/2022 17:50:07


4. C5:H18 (CESUPA-2022) Usando uma roldana como ilustrado na 7. C5:H17 (CESMAC-2021) Em um almoxarifado, uma roldana é
figura à esquerda, um motor elétrico é capaz de erguer uma caixa utilizada para ajudar no levantamento de caixas. A figura a seguir

Médio
Fácil

de massa M. Se o mesmo motor foi usado em um sistema de duas ilustra uma situação em que uma caixa de 10,0 kg é levantada
roldanas, como ilustrado na figura à direita, com a mesma força F a partir do repouso. Uma força de tração constante de módulo
ele será capaz de erguer uma massa igual a T = 180 N é aplicada na extremidade da corda que faz um ângulo
θ com a horizontal. Considere que a corda é ideal e desliza sem
atrito na roldana. Sabe-se que sen(θ) = 0,600 e cos(θ) = 0,800. A
aceleração da gravidade é g = 10,0 m/s2. Qual é a aceleração de
subida da caixa?

a) M/2. 
g
b) M.
c) 2M.
d) 4M. T

5. C6:H20 (FAMERP-2020) Em um local em que a aceleração gravita-


cional vale 10 m/s², uma pessoa eleva um objeto de peso 400 N
Fácil

por meio de uma roldana fixa, conforme mostra a figura, utilizando


uma corda que suporta, no máximo, uma tração igual a 520 N.
a) 0,800 m/s2
b) 4,40 m/s2
c) 6,00 m/s2
d) 8,00 m/s2
e) 10,0 m/s2
8. C5:H17 (EsPCEx-2019) O sistema de polias, sendo uma fixa e três
(https://brasilescola.uol.com.br.) móveis, encontra-se em equilíbrio estático, conforme mostra o
Médio

desenho. A constante elástica da mola, ideal, de peso desprezí-


A máxima aceleração que a pessoa pode imprimir ao objeto du- vel, é igual a 50 N/cm e a força F na extremidade da corda é de
rante a subida, sem que a corda se rompa, é intensidade igual a 100 N. Os fios e as polias, iguais, são ideais. O
a) 6,0 m/s². valor do peso do corpo X e a deformação sofrida pela mola são,
b) 13 m/s². respectivamente,
c) 8,0 m/s². teto
d) 2,0 m/s².
e) 3,0 m/s².
6. C6:H20 (EsPCEx) Uma pessoa de massa igual a 80 kg está dentro
de um elevador sobre uma balança calibrada que indica o peso
Médio

em newtons, conforme desenho abaixo. Quando o elevador está


acelerado para cima com uma aceleração constante de intensidade
a = 2,0 m/s², a pessoa observa que a balança indica o valor de:
Dado: intensidade da aceleração da gravidade g = 10 m/s²

F

elevador x

.
← piso
a Desenho Ilustrativo-Fora de Escala

a) 800 N e 16 cm.
b) 400 N e 8 cm.
desenho ilustrativo-fora de escala c) 600 N e 7 cm.
d) 800 N e 8 cm.
a) 160 N e) 950 N e 10 cm.
b) 640 N
FÍSICA

c) 800 N
d) 960 N
e) 1600 N
EM23_2_FIS_07

EM23_2_FIS_07
326

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Enem e vestibulares + Desafio 11. C5:H17 (EFOMM-2019) A figura que se segue mostra
uma plataforma, cuja massa é de 100kg, com um ân-

Difícil
9. C5:H18 (Unesp-2016) Algumas embalagens trazem, gulo de inclinação de 30° em relação à horizontal, sobre
impressas em sua superfície externa, informações sobre a qual um bloco de 5 kg de massa desliza sem atrito.
Difícil

a quantidade máxima de caixas iguais a ela que podem Também não há atrito entre a plataforma e o chão, de modo que
ser empilhadas, sem que haja risco de danificar a em- poderia haver movimento relativo entre o sistema e o solo.
balagem ou os produtos contidos na primeira caixa da pilha, de Entretanto, a plataforma é mantida em repouso em relação ao
baixo para cima. Considere a situação em que três caixas iguais chão por meio de uma corda horizontal que a prende ao ponto A
estejam empilhadas dentro de um elevador e que, em cada uma de uma parede fixa. A tração na referida corda possui módulo de:
delas, esteja impressa uma imagem que indica que, no máximo,
seis caixas iguais a ela podem ser empilhadas.

25 25
a) N. d) N.
6 2 4
b) 25 N. 25
e) 3 N.
6 c) 25 3 N. 2

6 12. C5:H17 (UFSC-2016) Um professor de Física realiza um


experimento sobre dinâmica para mostrar aos seus

Difícil
alunos. Ele puxa um bloco de 400 kg a partir do repou-
Suponha que esse elevador esteja parado no andar térreo de um so, aplicando sobre a corda uma força constante de
edifício e que passe a descrever um movimento uniformemente 350 N, como mostra a figura a seguir.
acelerado para cima. Adotando g = 10 m/s², é correto afirmar que O sistema é constituído por fios inextensíveis e duas roldanas, to-
a maior aceleração vertical que esse elevador pode experimentar, dos de massa desprezível. Existe atrito entre a superfície horizontal
de modo que a caixa em contato com o piso receba desse, no e o bloco. Os coeficientes de atrito estático e de atrito cinético são
máximo, a mesma força que receberia se o elevador estivesse 0,30 e 0,25, respectivamente.
parado e, na pilha, houvesse seis caixas, é igual a
a) 4 m/s². d) 6 m/s².
M
b) 8 m/s². e) 2 m/s².
c) 10 m/s².
10. C5:H17 (UDESC-2018) Os blocos de massa m1 e m2 estão Com base no que foi exposto, é CORRETO afirmar que:
conectados por um fio ideal, que passa por uma polia (1) a força de tração no fio ligado ao bloco é de 1 400 N.
Difícil

ideal, como mostra a Figura 2. Os blocos, que possuem (2) o bloco adquire uma aceleração de 2,0 m/s².
a mesma massa de 4,0 kg, são liberados do repouso com
(3) apenas três forças atuam sobre o bloco: o peso, a força de
m1 a meio metro da linha horizontal. O plano possui inclinação de
atrito e a tração.
30° com a horizontal. Todas as forças de atrito são desprezáveis.
(4) a força resultante sobre o bloco é de 400 N.
(5) a força mínima que o professor deve aplicar sobre a corda
para movimentar o bloco é de 290 N.
Soma ( )

Figura 2
GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
Assinale a alternativa que corresponde ao valor aproximado do
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
tempo para m1 atingir a linha horizontal. 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
a) 0,32 s d) 0,95 s 2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte a câmera
a câmera para
para um dosoQR
QRCodes
Code ao lado.
3. Oaogabarito
lado paradeste
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
b) 0,16 s e) 0,47 s ­módulo.
c) 0,63 s

Cartão-resposta Como as forças atuam: outras aplicações

1 A B C D E 4 A B C D E 7 A B C D E 10 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 5 A B C D E 8 A B C D E 11 A B C D E
3 A B C D E 6 A B C D E 9 A B C D E
EM23_2_FIS_07

EM23_2_FIS_07

327

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08 PONTO DE PARTIDA

Leia, a seguir, um texto que aborda o tema centrifugação de sangue.

08/32
A física nos exames de sangue
Exames de sangue são realizados para investigar problemas de saúde. Após o sangue ser retirado
do corpo, ele parece uma mistura homogênea; no entanto, ao analisar microscopicamente a compo-
sição dele, percebe-se que, na verdade, é uma mistura heterogênea. O sangue é composto de plasma
(55%), de hemácias (44%) e de plaquetas e leucócitos (1%), e cada um desses elementos fornece di-
ferentes dados para análise.
Em exames bioquímicos, a depender do que precisa ser analisado, separa-se a
k
/Shutterstoc
parte líquida da parte sólida do sangue pelo método de centrifugação. Por exem-
plo, para a análise do plasma sanguíneo, realiza-se a coleta de uma amostra de
sangue em um tubo a vácuo que contém anticoagulante e coloca-se essa amos-
rld
Connect wo

tra em um aparelho que rotaciona em alta velocidade, o qual pode atingir 4 000
rotações por minuto.
Após a centrifugação, os componentes do sangue ficam concentrados em
diferentes partes do tubo de ensaio: o plasma (parte líquida) fica na parte su-
perior, os leucócitos e as plaquetas, no meio e as hemácias, na parte inferior
do tubo. Por fim, com base nos dados obtidos das análises, pode-se iniciar um
tratamento para o paciente, se necessário.
ndo
amostras se
Imagem de ra se paração dos
as pa
centrifugad
do sangue. Com base no que foi apresentado no texto e em seus conhecimentos prévios, responda às
componentes
questões a seguir elaborando hipóteses.
1. Como o processo de centrifugação separa os diferentes componentes do sangue? Que outros eventos do cotidiano
Como as forças atuam:

utilizam processo semelhante?


trajetórias curvilíneas

Esta seção tem o objetivo de desenvolver as habilidades EM13CNT101 e EM13CNT301 da BNCC. Para isso, é apresentado, de maneira
introdutória, o processo de centrifugação como tema de reflexão para o levantamento de hipóteses a respeito da atuação de forças em
movimentos circulares. Nesta questão, espera-se que os alunos retomem e relacionem os conceitos de densidade, movimento circular e força.
Pode-se citar como exemplo a centrifugação de roupas nas máquinas de lavar, que separa a água das roupas. A situação-problema desta seção
pode ser analisada e resolvida em grupos. Nesse contexto, é possível solicitar aos alunos que compartilhem suas hipóteses com os colegas.

Se achar pertinente, é possível retomar os conceitos envolvidos no


 
movimento circular, abordados na 1.ª série do Ensino Médio do m v
componente de Física. v

o

Força centrípeta
nt

F2
e


Movim

m m
F1 
Quando um objeto realiza uma trajetória F3
circular, diz-se que ele está realizando um movi- 
O v
mento circular. Considere, por exemplo, um obje-
to de massa m preso a um fio no qual está sendo Representação esquemática de um objeto em
aplicada uma força F para girar o objeto em uma movimento circular.
trajetória circular vertical. Com base no exemplo anterior, é possível
Caso o fio se rompa, a força deixará de atuar, afirmar que, quando um corpo realiza um mo-
e o objeto seguirá uma trajetória retilínea na di- vimento circular, mesmo que sua velocidade es-
reção em que o vetor velocidade estava atuando calar seja constante, o movimento é acelerado
no momento anterior ao rompimento. Contudo, devido à mudança de direção da velocidade. Essa
quando o fio não se rompe, a força aplicada deve aceleração sempre aponta para a direção radial e
ser mantida durante todo o movimento para que tem sentido para o centro de rotação. De acordo
a velocidade mude sua direção e continue reali- com o princípio fundamental da dinâmica, para
zando uma trajetória circular. que um corpo que realiza um movimento circular
Escola Digital

uniforme tenha aceleração, a resultante das for-


Durante a realização desse movimento, a di-
ças que atuam sobre ele deve garantir que haja
reção da velocidade é sempre tangente à trajetó-
aceleração centrípeta.
ria do objeto e perpendicular ao eixo de rotação.
Com isso, pode-se concluir que a velocidade está Quando o movimento
 circular for uniforme, a
força resultante (FR ) que atua no corpo é orienta-
EM23_2_FIS_08

EM23_2_FIS_08

sempre alterando sua direção ao realizar o movi-


mento em torno do centro de rotação (O) e que da para o centro da trajetória. Já nos casos em
FÍS seu sentido é o mesmo do movimento, conforme que há movimento circular uniformemente varia-
328 se pode observar no esquema a seguir. do (MCUV), a força resultante que atua no corpo

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 328 13/09/2022 17:50:16


pode ser decomposta em duas com-
ponentes ortogonais: uma na direção v2
acp =
paralela à velocidade tangencial,
 deno- R
minada força tangencial (F T), e outra
na direção perpendicular,
 chamada de Ao utilizar essa relação na equação da Segunda Lei de Newton, determina-se,
força centrípeta (Fcp), como exemplifi- em módulo, a força centrípeta em função da velocidade do corpo em movimento
cado no esquema a seguir curvilíneo como:

 v
v2
FT Fcp  m 
R
m
 Com base na equação anterior, é possível estabelecer que:
 FR
Fcp
● Quando o raio da circunferência e a massa do corpo forem constantes, o mó-
dulo da força resultante centrípeta será proporcional ao quadrado da medida
da velocidade do corpo durante o movimento.
Representação esquemática das forças no ● Quando a massa e a velocidade do corpo forem constantes, o módulo da for-
movimento circular uniformemente variado.
 ça resultante centrípeta será inversamente proporcional ao valor da medida
A força resultante centrípeta Fcp é do raio da circunferência.
responsável pela variação da direção
da velocidade, portanto é agente da Agora que os conceitos do movimento circular foram retomados, a seguir serão
aceleração centrípeta acp , que é per- feitas algumas análises sobre a força resultante para os planos horizontal e vertical.
pendicular à trajetória e tem sentido
orientado para o centro desta.
 Dinâmica circular: plano horizontal
Já a força resultante tangencial F T O movimento do sistema Sol-Terra-Lua, o movimento circular realizado por
é responsável pela variação do módu- um corpo tracionado, a curva feita por veículos em ruas e estradas e o movimen-
lo da velocidade v , portantoé agente to de um pêndulo cônico são exemplos de movimentos que ocorrem no plano
da aceleração tangencial aT, que é horizontal. A seguir, cada um desses casos será detalhado em função das forças
tangente à trajetória. Quando a ace- aplicadas e da força resultante centrípeta.
leração tangencial está atuando no
mesmo sentido da velocidade, o mo- Sistema Sol-Terra-Lua
vimento é acelerado e, quando está
Considere que a órbita da Lua em torno da Terra é definida, por aproxima-
atuando em sentido oposto ao da ve-
ções, como um movimento circular uniforme. Assim, ao analisar as forças que
locidade, o movimento é retardado. Já
atuam nesse sistema, entende-se que a Terra atrai a Lua com direção perpendi-
quando a F T é nula, a força resultante
cular ao próprio movimento. De acordo com a Terceira Lei de Newton, a Lua ao
que atua sobre o corpo é a centrípeta.
mesmo tempo atrai a Terra, como representado no esquema a seguir.
Observe o esquema a seguir, que
representa a aceleração resultante
que atua em um corpo de massa m
em MCUV, assim como as respectivas
componentes tangencial e centrípeta.

v  
 FLua F Terra
aT
m seveniwe/Shutterstock

 aR
acp


v
Representação esquemática das acelerações
no movimento circular.
Representação esquemática das forças envolvidas no sistema Terra-Lua. (Fora de escala.)
Com base na Segunda Lei de
Newton, é possível representar alge- Perceba que, durante o movimento da Lua, o vetor velocidade muda conti-
bricamente as forças centrípeta e tan- nuamente de direção devido à força gravitacional exercida sobre o astro, o que
gencial, respectivamente, como: o mantém em órbita. Com isso, determina-se que nesse caso a força resultante
centrípeta é igual em módulo à força gravitacional exercida pela Terra.
   
Fcp = m · acp e F T = m · aT No sistema Sol-Terra, o mesmo acontece, o que faz com que a Terra orbite o
FÍSICA

Sol continuamente.
Sabe-se que o módulo da acelera-
ção centrípeta (a cp) depende da veloci- Corpo tracionado
EM23_2_FIS_08

EM23_2_FIS_08

dade escalar (v) do objeto e do raio de


Para exemplificar esse caso, serão analisadas as forças atuantes no movimen-
rotação (R) e é expresso algebricamen-
to de um bloco que está preso a uma corda e gira sob uma mesa sem atrito, con-
te como:
329

forme o esquema a seguir.

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 329 13/09/2022 17:50:20


Eixo de Curvas
 rotação Considere que um carro está fazendo uma curva plana
N
  e horizontal de raio R e que, durante esse movimento, entre
 T = Fcp os pneus e o asfalto há uma força de atrito estático, como
v demonstrado no esquema a seguir.

 N
P Corda

SAE DIGITAL S/A



Fat R

Representação esquemática de um corpo tracionado e em P


movimento circular no plano horizontal.
Nesse caso, há rotação no plano horizontal e ocorre Representação esquemática das forças que atuam sobre um veículo
equilíbrio entre a força-peso FP e a força normal F N no eixo que realiza uma curva plana e horizontal.
vertical. Ainda, a força que mantém o corpo em movimento Para que o carro realize a curva sem derrapar, é preciso
circular é a de tração T. Ao considerar que a força resultante que haja uma força resultante com direção e sentido volta-
centrípeta Fcp é radial e orientada para o centro da circunfe- dos para o centro. Nesse caso, a força de atrito estático é
rência em qualquer ponto da trajetória, nota-se que a força responsável por manter o carro na trajetória curva e é con-
de tração é a própria força resultante centrípeta. siderada a força resultante centrípeta do movimento.

HABILIDADES NA PRÁTICA

1. Um carro, principalmente quando está em alta velocidade, pode derrapar durante uma curva. Para que isso não aconteça, a velocidade
do carro deve estar dentro de determinado limite, conhecido como velocidade linear máxima. Ao encontrar as forças envolvidas no
movimento, é possível utilizar a Segunda Lei de Newton e os conceitos de movimento circular para definir a equação utilizada para
que o módulo da velocidade máxima seja determinado. Dessa maneira:
a) Com base nas forças envolvidas no movimento de um carro b) Quais fatores influenciam o módulo da velocidade máxima e
durante uma curva plana, determine a equação utilizada para quais fatores não interferem nesse valor? Explique.
definir o módulo da velocidade máxima. Explique textual e
Na questão b, espera-se que os alunos analisem a equação determinada na
algebricamente o passo a passo escolhido por você. questão a e percebam que o módulo da velocidade máxima é influenciado
Esta seção tem o objetivo de aplicar os conceitos da Segunda Lei de Newton e do pelo coeficiente de atrito, pelo raio da curva e pela aceleração da
movimento circular em uma situação-problema abordada com frequência ao estudar gravidade. A massa do veículo não influencia a velocidade máxima.
dinâmica do movimento circular. É possível resolvê-la em grupos, que depois podem
compartilhar suas respostas com os outros alunos. Na questão a, espera-se que os
alunos analisem as forças envolvidas, a fim de que percebam quais são equivalentes
em módulo e, com base nisso, apliquem os conceitos do movimento circular para
determinar a velocidade máxima por meio da equação v2 = μ · g · R.

Curvas com inclinação Ao analisar a representação das forças, pode-se deter-


minar a velocidade máxima com que o carro poderá percor-
Considere agora que o mesmo carro da situação ante- rer a curva sem derrapar. Assim:
rior está fazendo uma curva sobre uma pista com inclina- m  v2
ção. Esse tipo de pista é projetado como uma espécie de Fcp
plano inclinado com determinado ângulo θ. tg    tg   R ⇒ v2 = R · g · tg θ
P m g
É possível que o carro execute a curva com inclinação,
mesmo que o atrito entre os pneus e o solo seja desprezível.
Nessa situação, atuam sobre o carro a força-peso e a força v  R  g  tg 
normal, que juntas devem produzir uma força resultante de
direção radial e sentido para o centro da curva. Ao determi- 9 Exemplo
nar o diagrama de forças sobre esse carro durante a realiza- MotoGP, Moto2 e Moto3 são exemplos de categorias de corrida
ção da curva, obtém-se a seguinte representação: de motocicletas de alta velocidade. Como ocorrem nos mesmos
  circuitos das corridas de carros, uma das emoções dessas corri-
NY N
das são as ultrapassagens que acontecem nas curvas elevadas.
No MotoGP Brasil, há uma curva com inclinação de 35° e raio
q de 90 m. Considerando o valor da medida da gravidade igual
a 10 m/s² e tg 35° = 0,7, determine a velocidade máxima que
FÍSICA

  uma moto pode atingir nessa curva sem derrapar.


Nx = Fcp R
q Do enunciado, sabe-se que R = 90 m, g = 10 m/s2, θ = 35° e
tg 35° = 0,7. Ao substituir os valores na equação da velocida-

EM23_2_FIS_08

EM23_2_FIS_08

P de máxima em uma curva com inclinação, determina-se que:


q
v  R  g  tg   v  90 10  0 ,7
330

Representação esquemática das forças que atuam sobre um veículo


que realiza uma curva inclinada. v  630  v  25 ,1 m/s

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 330 13/09/2022 17:50:22


HABILIDADES NA PRÁTICA Dinâmica circular:
plano vertical
1. Em uma curva plana e horizontal, a força de atrito atua como O movimento circular também pode ocorrer no plano
resultante centrípeta e evita que o carro sofra derrapagem.
vertical e, nesse caso, sofre a ação das forças normal e gravi-
Já na curva elevada, o atrito pode ser desprezível, uma vez
tacional. O movimento no plano vertical ocorre em diferen-
que a ação das forças peso e normal é capaz de gerar uma
resultante centrípeta que mantém o veículo em sua traje- tes situações, por exemplo no globo da morte, no looping
tória circular. Assim, considere que um carro com massa de de montanhas-russas ou na passagem de um veículo sobre
3 500 kg viajando a uma velocidade de 110 km/h fará uma uma lombada ou depressão. Em cada caso, é preciso ana-
curva de raio igual a 100 m. O coeficiente de atrito entre o lisar as forças envolvidas no movimento para determinar
carro e a pista é de 0,8, e a aceleração da gravidade pode ser quais delas compõem a resultante centrípeta e a que efeitos
aproximada para 10 m/s². o corpo estará submetido.
a) Demonstre que a curva elevada em 30° é mais segura
quando comparada à curva sem inclinação. Considere Globo da morte
tg 30° = 0,6.
O globo da morte é uma atração que teve suas exibi-
Esta seção tem os objetivos de analisar e comparar a atuação das ções iniciadas por volta da década de 1930. É constituído de
forças envolvidas no contexto em que um veículo faz uma curva
com e sem inclinação. É possível resolvê-la em grupos ou com a
uma esfera oca em que motociclistas fazem diferentes mo-
contribuição de toda a turma. Na questão a, espera-se que, com vimentos, como os verticais, em que eles ficam totalmente
base nos cálculos realizados, os alunos comparem os módulos das de cabeça para baixo sem cair. Se esse movimento fosse
forças centrípeta e de atrito para obter a resposta correta.
realizado com uma corda presa ao centro do globo, sabe-se
que a força resultante centrípeta, quando o objeto passasse
pelo ponto mais baixo da trajetória, seria a diferença entre
a força de tração do fio e a força-peso. Contudo, no caso do
motociclista solto, como se definem a a força resultante e
sua intensidade? E qual seria a velocidade necessária para
realizar uma volta completa, ou seja, para que não houvesse
queda no globo?
Para responder a essas perguntas, a trajetória do sistema
moto-motociclista será analisada em etapas e considerando
que o movimento tem sentido horário e o atrito é desprezível.
b) Na velocidade em que o carro está viajando, é possível Ponto mais baixo do globo
que ele efetue a curva elevada sem reduzir sua veloci- Nesse momento, as forças peso e normal atuam sobre
dade? Explique. o sistema moto-motociclista com a mesma direção vertical,
Na questão b, espera-se que os alunos utilizem a relação da velocidade mas sentidos opostos. A força-peso tem sentido para baixo,
em curva elevada para comparar e verificar a necessidade de reduzir a em direção ao centro da Terra, e a força normal tem sentido
velocidade do veículo antes da curva. para cima, devido ao contato das rodas da moto com o globo.
Observe o esquema a seguir, que representa essa situação.

Pêndulo cônico R SAE DIGITAL S/A

Quando um corpo suspenso por um fio ou uma corda


descreve uma trajetória circular em um plano horizontal,
ocorre o denominado pêndulo cônico. Observe no esquema
a seguir as forças que atuam sobre o corpo. 
N 
  Fcp
T θ
θ P

 P
Fcp 
 v
T

  R
P Fcp Representação esquemática das forças atuantes no sistema quando
 ele se encontra na parte inferior do globo.
FÍSICA

v
Nesse caso, a intensidade da força resultante centrípeta,
Representação esquemática das forças que atuam sobre um
pêndulo cônico. definida como a soma de todas as intensidades das forças
que atuam na direção radial e sentido para o centro da cir-
EM23_2_FIS_08

EM23_2_FIS_08

Nesse caso, como pode ser observado no triângulo re-


cunferência, é igual a:
tângulo formado pelas forças, a resultante centrípeta é a
soma vetorial das forças de tração e peso. Fcp = N – P
331

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 331 13/09/2022 17:50:24


Laterais do globo Com isso, é possível determinar da seguinte maneira a
Nesse momento, a força-peso é vertical e com sentido velocidade mínima que o sistema de massa m deve ter para
orientado para baixo, em direção ao centro da Terra. Já a for- que não haja queda em um globo de raio R:
2
ça normal é horizontal e com sentido orientado para o cen- m  vmín
Fcp  P  P  .
tro do globo, devido ao contato das rodas da moto com ele. R
Observe o esquema a seguir, que representa essa situação. 2
m  vmín 2
m g  .
 vmín.
Rg
R

vmín.  R  g

SAE DIGITAL S/A



N Perceba que a massa não influencia a velocidade mínima,
portanto, independentemente de o sistema ter uma massa
de 1 kg ou de 100 kg, a velocidade deve ter o mesmo módulo.

Lombadas e depressões
 R
P
Assim como os globos da morte, as lombadas e depres-
sões também podem ser analisadas a partir da dinâmica
Representação esquemática das forças atuantes no sistema quando do movimento circular para o plano vertical. Ao passar por
ele se encontra nas laterais do globo. uma lombada, os veículos iniciam um movimento circular.
De acordo com a definição, entende-se que a força resul- Assim, um carro com massa m, ao passar por uma lombada
tante centrípeta é igual a: de raio R, fica submetido a uma força resultante centrípeta
vertical e com sentido orientado para baixo, para o centro
Fcp = N da circunferência, conforme o esquema a seguir.

Ponto mais alto do globo N
Nesse momento, as forças peso e normal atuam sobre 
v
o sistema moto-motociclista com a mesma direção vertical
e com o mesmo sentido orientado para baixo. Observe o 
esquema a seguir, que representa essa situação. Fcp 
P

R
 
N
SAE DIGITAL S/A

 P
Fcp Representação esquemática de um carro passando por uma lombada.
Nesse caso, como a força centrípeta aponta para baixo,
a força normal tem menor intensidade que a força-peso; por
R
isso, tem-se a sensação de que os corpos são mais “leves” ao
realizar esse movimento. Algebricamente, a intensidade da
força resultante centrípeta é expressa como:
Representação esquemática das forças atuantes no sistema quando Fcp = P – N
ele se encontra na parte superior do globo.
De acordo com a definição, entende-se que a força resul- Quando um corpo passa em uma depressão, também
tante centrípeta é igual a: ocorre um movimento circular. Porém, nesse caso, a resul-
tante centrípeta tem sentido para cima e direção vertical.
Fcp = N + P No esquema a seguir, é possível analisar essa situação.
Ao analisar os esquemas anteriores, perceba que, quanto
maior o módulo da velocidade do sistema moto-motociclista, R
maior é a compressão que ele faz sobre o globo, o que resul- 
N
ta em uma força normal com maior intensidade. 
Fcp 
Já no caso contrário, quando o sistema diminui o módu- v
lo da velocidade, a compressão sobre o globo é menor, o que
resulta na diminuição da intensidade da força normal. Nessa 
situação, para que o sistema moto-motociclista não caia, a P
diminuição do módulo da velocidade pode ocorrer até deter-
Representação esquemática de um carro passando por uma depressão.
minada situação-limite, em que as rodas da moto estão em
FÍSICA

contato com o globo, mas na iminência de perder esse contato. Note que, como a força centrípeta aponta para cima,
Nesse momento, a força normal é nula e só resta a força-peso a força normal tem maior intensidade que a força-pe-
atuando no sistema, fazendo com que a intensidade da força so; por isso, ao passar por uma depressão, tem-se a sen-
sação de que somos pressionados no assento do veículo.
EM23_2_FIS_08

EM23_2_FIS_08

resultante centrípeta seja igual à intensidade da força-peso.


Algebricamente, essa situação pode ser expressa como:
332

Fcp = N – P

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 332 13/09/2022 17:50:27


9 Exemplo
Um dos principais desafios do escoamento de produtos no Brasil é a qualidade das
estradas. Os buracos muitas vezes têm dimensões elevadas, o que pode ocasionar
desgaste e quebra dos veículos e, consequentemente, aumento do custo do frete e
dos produtos distribuídos pelo país. Considere um caminhão que transporta uma
carga de 2 000 kg e que precisa passar por um buraco na estrada, o qual forma uma
depressão com raio de 300 m. Para realizar essa passagem, o motorista reduz sua
velocidade para 15 m/s. Qual é a intensidade da força normal exercida pela carga
sobre a carroceria?
Dado: g = 10 m/s².
No caso de uma depressão, as forças envolvidas no sistema são Fcp = N – P. Logo, a
força exercida pela carroceria é determinada pela força normal.
v2 v2
Sendo N = Fcp + P, Fcp  m e P = m · g, tem-se N  m   m  g . Substituindo os va-
R R
lores fornecidos no enunciado, obtém-se:
15 2
N  2000   2000 10  N  1500  20000
300
N = 21500 N ω

SAE DIGITAL S/A


Assim, a intensidade da força normal exercida é N = 21 500 N.
Eixo de rotação

Rotor 
F at
Os rotores são elementos constituídos de um cilindro oco de raio R e que
giram em torno do próprio eixo de rotação vertical. Para exemplificar seu funcio-
namento, considere que, dentro do rotor, há uma pessoa em pé, em contato com  
o chão e encostada na parede interna. R N P

Quando esse rotor começa a girar com velocidade angular constante, pode-se
considerar que os pés da pessoa não precisam tocar a superfície inferior para
que a pessoa permaneça na posição vertical. Observe no esquema a seguir as
forças atuantes no sistema rotor-pessoa.
Perceba que, no rotor em movimento, a força normal é igual à força centrípe-
ta (Fcp = N), e a força de atrito, em decorrência da velocidade angular, será igual à
força-peso (Fat = P). Dessa maneira, garante-se que o sistema fique em equilíbrio
Representação esquemática das forças
vertical e que o objeto que estiver dentro de um rotor fique preso à sua parede aplicadas sobre uma pessoa dentro de
sem escorregar. um rotor em rotação.

LINHA DE CHEGADA
Na seção Ponto de partida, foram desenvolvidas hipóteses a respeito da centrifugação feita em exames de sangue. Esse processo envolve
misturas heterogêneas compostas de líquidos e sólidos de diferentes densidades que são inseridos em uma máquina de rotação. Os
materiais de maior densidade ficam na parte inferior dos tubos rotacionados, enquanto os de menor densidade ficam na parte superior.
Além da área de análises clínicas, esse processo pode ser utilizado no processamento de alimentos, como ocorre na produção de leite e
derivados, em que a centrifugação pode produzir leite desnatado e nata a partir do leite integral.
Com base nos conteúdos apresentados no texto e neste módulo, responda às questões a seguir.
1. Analise suas hipóteses sobre o processo de centrifugação elaboradas na seção Ponto de partida. Que elementos de sua explicação estavam
corretos? Há algum elemento que não estava correto? Caso haja, explique-os.
Esta seção tem o objetivo de desenvolver as habilidades EM13CNT101 e EM13CNT301 da BNCC. Para isso, são retomadas as questões da seção Ponto de partida, a fim de
que os alunos possam analisar as hipóteses levantadas anteriormente para afirmar ou retificar os possíveis conceitos com base no estudo sobre a dinâmica de
movimentos circulares. As questões 1 e 2 têm respostas de caráter pessoal.

2. Que informações desenvolvidas ao longo do módulo podem ser inseridas em suas hipóteses para que elas fiquem de modo que sua ex-
plicação fique cientificamente completas?
FÍSICA

3. Ainda sobre o processo de centrifugação das amostras de sangue, como é possível classificar a máquina que realiza esse processo? Explique.
EM23_2_FIS_08

EM23_2_FIS_08

Na questão 3, espera-se que os alunos identifiquem a centrífuga de amostras de sangue como um rotor, uma vez que ela rotaciona em torno do próprio eixo para separar
dentro do tubo os elementos do sangue com diferentes densidades.
333

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 333 13/09/2022 17:50:28


A
Saberes em ação
1. Um corpo de massa de 0,5 kg que está preso na extremidade de
uma mola de 80 cm de comprimento, de massa desprezível e 
N
constante elástica k = 10 N/m, descreve um movimento circular 
uniforme, de raio R = 1 m, sobre uma mesa horizontal, sem atrito, P


conforme o esquema a seguir. N N
D C

Jovanovic Dejan/Shutterstock
R P
P

N

SAE DIGITAL S/A



P
B
Com base na situação apresentada, desprezando as forças de atrito
e considerando g a aceleração da gravidade local, responda, em
seu caderno, ao que se pede.
Considerando a situação exposta, determine o que é solicitado a
seguir e registre as respostas em seu caderno. a) Por que o motociclista não sofre uma queda vertical para
baixo quando se encontra no ponto mais alto da trajetória?
a) a força elástica na mola, em N.
b) Por que a força normal não pode ser entendida como uma
b) a velocidade tangencial do corpo, em m/s. força de reação à força-peso de um objeto?
2. Em 2021, foi reinaugurado o circuito de Zandvoort, tradicional
pista que representa o Grande Prêmio dos Países Baixos. Com
Enem e vestibulares
muitas modificações no traçado, a que mais chama a atenção
é a curva que prepara para a reta final. Com uma inclinação de 1. C6:H20 (CESMAC-2022) Em um treinamento para levar astronautas
aproximadamente 18°, a curva inclinada de Zandvoort foi a me- ao espaço, um astronauta é colocado numa cabine que gira no
Fácil

lhor solução que os engenheiros responsáveis pela revitalização plano horizontal, em movimento circular de raio 5,0 m. Em dado
do circuito encontraram para que os pilotos consigam atingir intervalo de tempo, o movimento é circular e uniforme, de perío-
velocidades maiores e possam realizar ultrapassagens, diante da do 3,0 s. Nessa situação, qual é o módulo da aceleração a que o
inviabilidade de estender a pista. astronauta está submetido? Considere π = 3,0 nos seus cálculos e
motorsports Photographer/Shutterstock

a aceleração da gravidade g = 10 m/s2.


a) 1g. d) 4g.
b) 2g. e) 5g.
c) 3g.
2. C5:H18 (UECE-2022) O atual regulamento da Fórmula 1 não
permite que os modelos utilizados no campeonato façam uso de
Fácil

tração nas quatro rodas.


Diferentemente da maioria dos carros tradicionais utilizados
nas ruas das cidades, que apresentam tração no eixo dianteiro,
o modelo empregado na F1 é típico de veículos com alto ren-
dimento projetados para o asfalto. Em um veículo de Fórmula 1
com tração traseira, que se move aceleradamente para frente, as
rodas sofrem ação de forças de atrito. Em relação à orientação
destas forças nas rodas traseiras e dianteiras, é correto dizer que,
devido ao solo, se dá
a) para trás tanto nas rodas dianteiras como nas traseiras.
b) para trás nas rodas traseiras e para frente nas dianteiras.
Imagem da curva de Zandvoort.
c) para frente nas rodas traseiras e para trás nas dianteiras.
Com base nos conceitos apresentados neste módulo, responda d) para frente tanto nas rodas dianteiras como nas traseiras.
às questões a seguir em seu caderno.
3. C6:H20 (Unicamp-2022) Em abril de 2021 faleceu o astronauta
a) Explique como a curva inclinada de Zandvoort permite aos norte-americano Michael Collins, integrante da missão Apolo
pilotos atingir uma velocidade maior do que na curva plana.
Fácil

11, que levou o primeiro homem à Lua. Enquanto os dois outros


b) Se a curva tivesse uma inclinação de 45°, a velocidade de um astronautas da missão, Neil Armstrong e Buzz Aldrin, desceram até
carro de Fórmula 1 seria maior ou menor que na atual inclina- a superfície lunar, Collins permaneceu em órbita lunar pilotando
ção? Considerando que a curva tenha 55 m de raio, calcule a o Módulo de Comando Columbia.
velocidade máxima sem derrapagem nessa nova angulação. A órbita do Columbia era aproximadamente circular, e o módulo
3. No globo da morte, espetáculo circense, geralmente mais de da aceleração gravitacional na órbita era gorb = 1,4 m/s2. A força
resultante centrípeta é desempenhada pela força gravitacional
FÍSICA

dois motociclistas realizam manobras simultâneas em trajetórias  


curvilíneas, sem colidirem entre si. Considere a figura a seguir, que exercida pela Lua, ou seja, Fcp = mColumbia gorb. Sendo o módulo da
ilustra as forças normal e peso do conjunto moto-motociclista, de
velocidade do Columbia v = 1600 m/s, qual foi aproximadamente
massa m, nos pontos A, B, C e D, durante um movimento circular
o período T da órbita?
EM23_2_FIS_08

EM23_2_FIS_08

realizado no interior do globo de raio R.


Sempre que necessário aproxime π = 3.
a) T = 20 min. c) T = 3,0 h.
334

b) T = 2,0 h. d) T = 4,0 h.

PG23LP321SDF0_MIOLO_EM23_2_FIS_L1_LP.indb 334 13/09/2022 17:50:32


4. C5:H18 (UEL-2020) No Museu de Ciência e Tecnologia da UEL, exis- 7. C6:H20 (PUCPR-2017) Os novos caças suecos adquiridos pela
tem experimentos que possibilitam ao público visitante entender força aérea brasileira têm a capacidade de realizar manobras que

Médio
Fácil

a Física de maneira divertida. Um deles é a base giratória usada exigem muito da condição física dos pilotos. Capaz de atingir uma
para explicar situações nas quais as grandezas físicas se relacionam velocidade máxima de 2 400 km/h, o Gripen possui autonomia de
no movimento circular. 1 300 km quando completamente carregado de armas e 4 000 km
sem armas. Durante os testes para pilotar o Gripen, os pilotos
brasileiros foram submetidos a acelerações centrípetas 9 vezes
maior do que a aceleração da gravidade.
(Adaptado) Pilotos do Brasil lideram combate aéreo pela 1.ª vez com
Gripen, novo caça do país. Disponível em: <http://g1.globo.com/
mundo/noticia/pilotos-do-brasil-lideram-combate-aereo-pela-1-vez-
com-gripen-novo-caca-do-pais.ghtml>. Acesso em 06 de mar. 2017.

Considere que a aceleração centrípeta, sob a qual foram sub-


metidos os pilotos durante o teste, representa o limite máximo
suportado sem que eles percam a consciência.
Em uma simulação de combate em velocidade máxima, a torre
Sobre movimento circular em mecânica, considere as afirmativas exige que o piloto do Gripen realize uma curva de raio 1 000 m
a seguir. para interceptar um alvo. Com base nas suas limitações fisiológi-
I. No movimento circular, a resultante das forças que agem sobre cas e nas limitações técnicas do Gripen, o piloto informa à torre
o visitante é orientada para a direção tangencial. que a manobra:
II. No movimento circular e uniforme, a aceleração linear média (use g = 10 m/s2)
será maior quando o intervalo de tempo para percorrer o a) É executável, mas precisará reduzir a velocidade em 10%.
ângulo descrito for menor. b) É executável em velocidade máxima.
III. No movimento circular retardado, a força tangencial deverá c) É executável, mas precisará reduzir a velocidade em mais de 50%.
ter sentido contrário ao da velocidade vetorial.
d) É executável sem alteração na velocidade somente se o raio
IV. No movimento circular e uniforme, a aceleração centrípeta da curva for de 1 500 m.
terá um valor maior quando o raio da trajetória for menor.
e) Não é executável para nenhum valor de velocidade.
Assinale a alternativa correta.
8. C6:H20 (Fuvest-2019) Em julho de 1969, os astronautas Neil
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
Armstrong e Buzz Aldrin fizeram o primeiro pouso tripulado na
Médio

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. superfície da Lua, enquanto seu colega Michael Collins permane-
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. ceu a bordo do módulo de comando Columbia em órbita lunar.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. Considerando que o Columbia estivesse em uma órbita perfei-
tamente circular a uma altitude de 260 km acima da superfície
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. da Lua, o tempo decorrido (em horas terrestres - h) entre duas
5. C6:H20 (UPE-2016) Em um filme de ficção científica, uma nave espa- passagens do Columbia exatamente acima do mesmo ponto da
cial possui um sistema de cabines girantes que permite ao astronau- superfície lunar seria de
Fácil

ta dentro de uma cabine ter percepção de uma aceleração similar à


gravidade terrestre. Uma representação esquemática desse sistema Note e adote:
de gravidade artificial é mostrada na figura a seguir. Se, no espaço Constante gravitacional: G  9 10 13 km3/(kg h2);
vazio, o sistema de cabines gira com uma velocidade angular ω, e Raio da Lua = 1 740 km;
o astronauta dentro de uma delas tem massa m, determine o valor Massa da Lua ≅ 8 ×1022 kg;
da força normal exercida sobre o astronauta quando a distância do   3.
eixo de rotação vale R. Considere que R é muito maior que a altura
do astronauta e que existe atrito entre o solo e seus pés.
a) 0,5 h. d) 8 h.
b) 2 h. e) 72 h.
c) 4 h.
9. C5:H17 (UEMG-2017) A figura representa o instante em que um
carro de massa M passa por uma lombada existente em uma
Médio

estrada. Considerando o raio da lombada igual a R, o módulo da


velocidade do carro igual a V, e a aceleração da gravidade local
g, a força exercida pela pista sobre o carro, nesse ponto, pode ser
calculada por

v
a) mRω 2
d) mω /R2

b) 2mRω2 e) 8mRω2
c) mRω2/2 R
6. C6:H20 (EEAR-2019) Uma criança gira, no plano horizontal, uma
pedra com massa igual a 40 g presa em uma corda, produzindo
Fácil

um Movimento Circular Uniforme. A pedra descreve uma trajetória Mv 2 MR2


a) + Mg c) Mg −
FÍSICA

circular, de raio igual a 72 cm, sob a ação de uma força resultante R v


centrípeta de módulo igual a 2 N. Se a corda se romper, qual será Mv 2 MR2
a velocidade, em m/s, com que a pedra se afastará da criança? b) Mg − d) + mg
R v
Obs.: desprezar a resistência do ar e admitir que a pedra se afastará
EM23_2_FIS_08

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da criança com uma velocidade constante.


a) 6 c) 18
335

b) 12 d) 36

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Enem e vestibulares + Desafio Note e adote:
Despreze a resistência do ar.
10. C5:H17 (FGV) Em um dia muito chuvoso, um automóvel, Aceleração da gravidade: g = 10 m/s2.
de massa m, trafega por um trecho horizontal e circular
Difícil

de raio R. Prevendo situações como essa, em que o atrito 12. C6:H20 (EEAR-2021) Uma aerovia é definida como um
dos pneus com a pista praticamente desaparece, a pista conjunto de trajetórias possíveis utilizadas por aviões.

Difícil
é construída com uma sobre-elevação externa de um ângulo α Em viagens internacionais é comum o avião utilizar
como mostra a figura. A aceleração da gravidade no local é g. trajetórias circulares durante o deslocamento no cha-
R carro visto mado voo de cruzeiro. Mais precisamente, essas trajetórias são
de frente setores circulares com raio partindo do centro da Terra. Se em uma
dessas viagens o avião inicia o voo de cruzeiro na posição 20° e
pista termina na posição 50° (as duas posições angulares foram definidas
em relação a uma mesma origem). Então o deslocamento linear,
A máxima velocidade que o automóvel, tido como ponto material, em km, realizado pelo avião é igual a        π km.
poderá desenvolver nesse trecho, considerando ausência total de Considere:
atrito, sem derrapar, é dada por I. o raio da Terra (distância do centro à superfície do planeta)
a) m  g  R  tg . d) g  R cos. igual a 6 400 km.
II. a altitude de cruzeiro (distância da superfície do planeta até
b) m  g  R cos. e) g  R  sen. a trajetória do avião) igual a 14 km.
III. o menor arco formado pelas posições angulares.
c) g  R  tg .
a) 712 c) 5 345
11. C6:H20 (Fuvest-2022) O canhão de Newton, esquema- b) 1 069 d) 7 483
tizado na figura, é um experimento mental imaginado
Difícil

por Isaac Newton para mostrar que sua lei da gravitação 13. C5:H17 (URCA-2022) Um corpo de 200 gramas sobre
era universal. Disparando o canhão horizontalmente uma mesa horizontal de atrito desprezível é conectado
Difícil

do alto de uma montanha, a bala cairia na Terra em virtude da a uma das extremidades de um fio inextensível de
força da gravidade. Com uma maior velocidade inicial, a bala iria massa desprezível. O fio se estende de modo retilíneo
mais longe antes de retornar à Terra. Com a velocidade certa, o pela mesa até entrar num orifício de modo que, a partir daí, ele
projétil daria uma volta completa em torno da Terra, sempre possui um trecho vertical abaixo da mesa com sua outra extremi-
“caindo” sob ação da gravidade, mas nunca alcançando a Terra. dade a ser conectada a um outro corpo, este de massa 1 quilogra-
Newton concluiu que esse movimento orbital seria da mesma ma (ver figura adiante). Para que este segundo corpo fique em
natureza do movimento da Lua em torno da Terra. equilíbrio suspendido pelo fio, qual deve ser (aproximadamente)
a velocidade angular do primeiro corpo girando sobre a mesa em
torno do orifício com um raio de trajetória de 29,58 centímetros?
Considere a aceleração da gravidade local com valor aproximado
de g = 10 m/s2 e que não há atrito entre o orifício e o fio.

200 gramas

1 quilograma

a) 14 rad/segundo. d) 13 rad/segundo.
Qual deveria ser a velocidade inicial de um projétil lançado hori-
b) 12 rad/segundo. e) 10 rad/segundo.
zontalmente do alto do Everest (a uma distância aproximada de
6.400 km do centro da Terra) para colocá-lo em órbita em torno c) 11 rad/segundo.
da Terra?
GABARITO ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
a) 8 km/s d) 112 km/s 1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de
1. Faça o download de qualquer aplicativo de leitura de QR Code.
QR Code.
b) 11,2 km/s e) 8.000 km/s
2. Abraooaplicativo
aplicativo e aponte
e aponte a câmera
a câmera para
para um dosoQR
QRCodes
Code ao lado.
c) 80 km/s 3. Oaogabarito
lado paradeste
acessar o gabarito
módulo será ou o solucionário
exibido deste
em sua tela.
­módulo.

Cartão-resposta Como as forças atuam: trajetórias curvilíneas

1 A B C D E 5 A B C D E 8 A B C D E 11 A B C D E
FÍSICA

2 A B C D E 6 A B C D E 9 A B C D E 12 A B C D E
3 A B C D E 7 A B C D E 10 A B C D E 13 A B C D E
4 A B C D E
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Referências bibliográficas – Volume 1 – Física
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física: eletromagnetismo. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 3.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física: mecânica. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v. 1.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: eletromagnetismo. São Paulo: Blucher, 2017.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: mecânica. São Paulo: Blucher, 2018.
SERWAY, R. A.; JEWETT JUNIOR, J. W. Princípio de física: mecânica clássica. São Paulo: Cengage Learning, 2004. v. 1.
SERWAY, R. A.; JEWETT JUNIOR, J. W. Princípio de física: mecânica clássica e relatividade. São Paulo: Cengage Learning, 2014. v. 1.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica. 6. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 2009. v. 1.

FÍSICA
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES
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