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2ªSérie

Curitiba 2021

ENSINO MÉDIO LIVRO DO PROFESSOR | física

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© 2021 – SAE DIGITAL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem
autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

FICHA CATALOGRÁFICA
S132

SAE, 2. série : Física, 2. série : livro 1 : Ensino Médio : livro do professor / SAE
DIGITAL S/A. - 1. ed. - Curitiba, PR : SAE DIGITAL S/A, 2021.

104 p. : il. ; 28 cm.

ISBN 978-85-535-1126-6

1. Física - Estudo e ensino (Ensino Médio). 2. Física (Ensino Médio) –


Problemas, questões, exercícios. I. Sistema de Apoio ao Ensino : o passo à
frente. II. Título : Física, 2. série : livro 1 : Ensino Médio : livro do professor. I.
Título.

CDD: 373
CDU: 373.5

Diretoria editorial Lucélia Secco


Gerente editorial Tassiane Aparecida Sauerbier
Coordenação editorial Luís Antônio Tôfolo Júnior
Edição Lucas Carvalho Moreira, Tássila Zerbini Monteiro Pereira
Revisão Everson de Lara Caetano, Gabriele Varão, Juliana Basichetti Martins, Priscila Sousa, Thainara Gabardo,
Victor Truccolo
Cotejo Anna Karolina de Souza, Ludmilla Borinelli, Rafaella Ravedutti, Wagner Revoredo
Coordenação processos Janaina Alves
Processos Janio Lima, Raul Jungles, Vitor Ribeiro
Qualidade Brunno Freire, Igor Spisila, Mariana Chaves
Supervisão de produção visual Jéssica Suelen de Morais
Iconografia Jhennyfer Pertille
Cartografia Júlio Manoel França da Silva
Ilustrações Carlos Morevi, Deny Machado, Scarllet Anderson
Arte da capa Carlos Morevi
Projeto gráfico Thiago Figueiredo Venâncio
Diagramação André Lima, Gustavo Ribeiro Vieira, Jéssica Xavier de Carvalho, Luana Santos, Luisa Piechnik Souza,
Ralph Glauber Barbosa, Raphaela Candido, Silvia Santos, Thaísa Werner, Thiago Figueiredo Venâncio
Autores Alessandro Luiz de Lara, Sophia Feld Santos

Todos os direitos reservados.

SAE DIGITAL S/A.


R. João Domachoski, 5. CEP: 81200-150
Mossunguê – Curitiba – PR
0800 725 9797 | Site: sae.digital

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SUMÁRIO

Pilares pedagógicos......................................................................... IV

Tecnologia digital relevante – SAE DIGITAL...........................V

Ensino Médio....................................................................................... VI

Matriz de Referência do Enem..................................................VIII

Objetos de conhecimento..............................................................X

Referências bibliográficas...............................................................X

Conhecimentos de Física.............................................................. XI

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Pilares pedagógicos
Os pilares pedagógicos do sistema de ensino do SAE Digital vêm ao encontro das habilidades espe-
radas dos aprendizes, expostos a um ambiente que exige leitura plural do mundo, caracterizada por
constantes mudanças nos campos científico, tecnológico e político.
Os desafios da atualidade preveem uma formação que priorize a capacidade de refletir e in-
terpretar as realidades local e global, bem como agir de acordo com as necessidades coletivas,
por meio do desenvolvimento da empatia, da resiliência e do senso de cooperação.
Para desenvolver habilidades que atendam a tão complexas necessidades, as estratégias do SAE
Digital estão fundamentadas em quatro pilares do trabalho pedagógico: protagonismo, rigor concei-
tual e conteúdo relevante, complexidade e saberes múltiplos e transformação da realidade.

Protagonismo
Uma prática pedagógica estruturada no protagonismo considera o estudante como centro do
processo de sua aprendizagem. Tem como ponto de partida os conhecimentos prévios que ele
possui para, a partir deles, promover o fortalecimento de sua identidade, a sua autonomia e o de-
senvolvimento das habilidades necessárias à concretização de seu projeto de vida e sua atuação
na sociedade com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Rigor conceitual e conteúdo relevante


Esse pilar, que abarca duas ideias complementares, corrobora o entendimento de que a edu-
cação deve sempre se pautar em bases conceituais do conhecimento acadêmico e científico. Na
era da informação, a escola assume o papel de propulsora da pesquisa para a escolha, a apropria-
ção e a produção do conhecimento por parte dos professores e dos estudantes, a fim de garantir
a sistematização dos processos de ensino e de aprendizagem pautados na relevância do currículo
e na precisão da cientificidade.

Complexidade e saberes múltiplos


O paradigma atual do conhecimento requer a superação da disposição estanque do currículo
escolar. Trazemos como proposta para o trabalho pedagógico o pilar complexidade e saberes
múltiplos visando ao desenvolvimento do pensamento complexo, que só se efetiva por meio de
um trabalho inter e transdisciplinar. Promover a religação dos saberes com vistas à formação de
leitores competentes e capazes de atuar em um cenário complexo é um dos compromissos impre-
teríveis dos quais a escola não pode se eximir.

Transformação da realidade
Com base no entendimento da educação como agente transformador da realidade, o sistema
de ensino do SAE Digital incorpora à sua proposta pedagógica um trabalho sistemático com te-
mas contemporâneos de relevância social que afetam a vida humana em escala local, regional e
global. Ao promover a consciência dos direitos e deveres de todo ser humano, o exercício pleno da
cidadania e a tomada de decisões para iniciativas concretas de impacto socioambiental, visamos
à manutenção do estado democrático de direito e à transformação da realidade.

Matriz de pilares do SAE


Rigor conceitual
Complexidade e Transformação da
Protagonismo e conteúdo
múltiplos saberes realidade
relevante

Mundo da ciência e da
Meu mundo Mundo revisitado Mundo transformado
tecnologia

Conhecimento de Conhecimento
Pensamento complexo Saberes ressignificados
mundo científico
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Inter e
Conhecimento prévio Currículo escolar Ações transformadoras
transdisciplinaridade

Autonomia Compreensão Reflexão Iniciativa concreta

IV

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Tecnologia digital relevante – SAE DIGITAL
São recursos digitais – livros, atividades, jogos, realidade aumentada, vídeos, animações, apli-
cativos, plataforma adaptativa, avaliações, ferramentas de gestão escolar, de gestão da aprendi-
zagem e de desenvolvimento dos profissionais da Educação – concebidos com intencionalidade
pedagógica, integração à proposta e aos conteúdos dos materiais impressos e dinâmica eficiente,
a fim de que cumpram um papel efetivo no processo educativo, seja por meio
a) da interação do aluno com o conteúdo digital, que tenha como propósito contribuir com a sua
aprendizagem;
b) da sensibilização/motivação do aluno para a aprendizagem;
c) da promoção da apropriação de conceitos ou do desenvolvimento de habilidades e atitudes;
d) do controle do desempenho e das adaptações e personalizações necessárias a uma aprendizagem
significativa;
e) da gestão do desempenho e aprendizagem do aluno;
f ) da formação permanente do professor.

Outras considerações a
respeito de tecnologia
digital relevante
O projeto de Tecnologia Digital Relevante
– SAE Digital também tem como enfoque apro-
ximar a produção do SAE Digital às metodolo-
gias contemporâneas da aprendizagem:
●● Por desenvolver o conteúdo digital pro-
duzido em consonância com o material
impresso pode ser considerado como
um modelo híbrido de ensino.
●● Por promover a autonomia do aluno em
seu processo de aprendizagem, os ob-
jetos digitais podem ser considerados
como metodologia ativa.
●● Por promover o uso de diversas mídias
digitais, os objetos digitais podem con-
tribuir para o letramento digital.
●● Por ofertar feedbacks do desempe-
nho dos alunos, pode contribuir com
a regulação e a autorregulação da
aprendizagem.
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Ensino Médio
Há alguns anos os documentos oficiais que regulam a educação básica preveem o currículo do
Ensino Médio organizado em quatro grandes áreas do saber:
●● linguagem e suas tecnologias;
●● matemática e suas tecnologias;
●● ciências da natureza e suas tecnologias;
●● ciências humanas e suas tecnologias.
A integração dos componentes curriculares em quatro grandes áreas atende à necessidade
educacional e social premente de superar a fragmentação do currículo escolar. Outras necessida-
des da sociedade do século XXI também estão presentes no documento da BNCC, como o desen-
volvimento de competências e habilidades e a formação integral dos estudantes.
Essas e outras diretrizes são contempladas nos pilares pedagógicos SAE Digital – Protagonismo;
Rigor conceitual e conteúdo relevante; Complexidade e saberes múltiplos; Transformação da rea-
lidade – que estão presentes nos livros que compõem a coleção do Ensino Médio. Elas podem
ser percebidas tanto no que tange à organização curricular integrada proposta pela BNCC, como
também no que diz respeito aos objetivos de aprendizagem nesse documento, conforme consta
no texto a seguir:
“O Ensino Médio deve atender às necessidades de formação geral indispensáveis ao exercício
da cidadania e construir `aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e
os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea’, como
definido na Introdução desta BNCC (p. 14; ênfases adicionadas).
Para atingir essa finalidade, é necessário, em primeiro lugar, assumir a firme convicção de
que todos os estudantes podem aprender e alcançar seus objetivos, independentemente de suas
características pessoais, seus percursos e suas histórias. Com base nesse compromisso, a escola
que acolhe as juventudes deve:
●● favorecer a atribuição de sentido às aprendizagens, por sua vinculação aos desafios da reali-
dade e pela explicitação dos contextos de produção e circulação dos conhecimentos;
●● garantir o protagonismo dos estudantes em sua aprendizagem e o desenvolvimento de suas
capacidades de abstração, reflexão, interpretação, proposição e ação, essenciais à sua auto-
nomia pessoal, profissional, intelectual e política;
●● valorizar os papéis sociais desempenhados pelos jovens, para além de sua condição de estu-
dante, e qualificar os processos de construção de sua(s) identidade(s) e de seu projeto de vida;
●● assegurar tempos e espaços para que os estudantes reflitam sobre suas experiências e
aprendizagens individuais e interpessoais, de modo a valorizarem o conhecimento, confia-
rem em sua capacidade de aprender, e identificarem e utilizarem estratégias mais eficientes
a seu aprendizado;
●● promover a aprendizagem colaborativa, desenvolvendo nos estudantes a capacidade de tra-
balharem em equipe e aprenderem com seus pares; e
●● estimular atitudes cooperativas e propositivas para o enfrentamento dos desafios da comu-
nidade, do mundo do trabalho e da sociedade em geral, alicerçadas no conhecimento e na
inovação.” (BNCC, 2018).

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VII

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Matriz de Referência do Enem
O cenário mundial atual e a legislação vigente sobre essa área no Brasil direcionam o trabalho pedagógico por meio de
competências e habilidades. As coleções do SAE Digital seguem as mesmas premissas, tendo como referência, no Ensino
Médio, a Matriz de Referência do Enem.
Além de trazermos competências e habilidades explícitas nos módulos da 1.ª e da 2.ª série, bem como indicações ao
lado de questões propostas, trazemos o documento completo para consulta da equipe pedagógica da escola.

Eixos cognitivos (comuns a todas as áreas de conhecimento)


I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática,
artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão
de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representa-
dos de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos dis-
poníveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias


Competência de área 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como constru-
ções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social
da humanidade.
H1 – Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando–os a
seus usos em diferentes contextos.
H2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desen-
volvimento científico e tecnológico.
H3 – Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou
em diferentes culturas.
H4 – Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de
conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.
Competência de área 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em
diferentes contextos.
H5 – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 – Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas
tecnológicos de uso comum.
H7 – Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em
vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência de área 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a pro-
cessos produtivos e sociais e a instrumentos ou ações científico–tecnológicos.
H8 – Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais,
energéticos ou matérias–primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
H9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou
fenômenos que podem causar alterações nesses processos.
H10 – Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo
efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
H11 – Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos
biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.
H12 – Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando
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interesses contraditórios.
Competência de área 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas re-
lacionadas à saúde humana, relacionando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características
individuais.

VIII

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H13 – Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características
dos seres vivos.
H14 – Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio in-
terno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, entre outros.
H15 – Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de
organização dos sistemas biológicos.
H16 – Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxo-
nômica dos seres vivos.
Competência de área 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em
diferentes contextos.
H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciên-
cias físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem
simbólica.
H18 – Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológi-
cos às finalidades a que se destinam.
H19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou
solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
Competência de área 6 – Apropriar–se de conhecimentos da Física para, em situações-problema, interpretar,
avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 – Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto
da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
H22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em
processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
H23 – Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando im-
plicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.
Competência de área 7 – Apropriar–se de conhecimentos da Química para, em situações-problema, interpre-
tar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
H24 – Utilizar códigos e nomenclatura da Química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações
químicas.
H25 – Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais,
econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção.
H26 – Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos
ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 – Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos
ou benefícios.
Competência de área 8 – Apropriar-se de conhecimentos da Biologia para, em situações-problema, interpretar,
avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
H28 – Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribui-
ção em diferentes ambientes, em especial em ambientes brasileiros.
H29 – Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a
saúde, a produção de alimentos, matérias primas ou produtos industriais.
H30 – Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à im-
plementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

Objetos de conhecimento
Objetos de conhecimento de Física
●● Conhecimentos básicos e fundamentais – noções de ordem de grandeza; notação científica; Sistema Internacional
de Unidades; metodologia de investigação: a procura de regularidades e de sinais na interpretação física do mundo;
observações e mensurações: representação de grandezas físicas como grandezas mensuráveis; ferramentas básicas:
gráficos e vetores; conceituação de grandezas vetoriais e escalares; operações básicas com vetores.
●● O movimento, o equilíbrio e a descoberta de leis físicas – grandezas fundamentais da mecânica: tempo, espaço,
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velocidade e aceleração; relação histórica entre força e movimento; descrições do movimento e sua interpretação:
quantificação do movimento e sua descrição matemática e gráfica; casos especiais de movimentos e suas regula-
ridades observáveis; conceito de inércia; noção de sistemas de referência inerciais e não inerciais; noção dinâmica
de massa e quantidade de movimento (momento linear); força e variação da quantidade de movimento; leis de
Newton; centro de massa e a ideia de ponto material; conceito de forças externas e internas; lei da conservação da
quantidade de movimento (momento linear) e teorema do impulso; momento de uma força (torque); condições de

IX

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equilíbrio estático de ponto material e de corpos rígidos; força de atrito, força peso, força normal de contato e tração;
diagramas de forças; identificação das forças que atuam nos movimentos circulares; noção de força centrípeta e sua
quantificação; a hidrostática: aspectos históricos e variáveis relevantes; empuxo; princípios de Pascal, Arquimedes e
Stevin: condições de flutuação, relação entre diferença de nível e pressão hidrostática.
●● Energia, trabalho e potência – conceituação de trabalho, energia e potência; conceito de energia potencial e de
energia cinética; conservação de energia mecânica e dissipação de energia; trabalho da força gravitacional e energia
potencial gravitacional; forças conservativas e dissipativas.
●● A Mecânica e o funcionamento do universo – força peso; aceleração gravitacional; lei da gravitação universal; leis
de Kepler; movimentos de corpos celestes; influência na Terra: marés e variações climáticas; concepções históricas
sobre a origem do universo e sua evolução.
●● Fenômenos elétricos e magnéticos – carga elétrica e corrente elétrica; lei de Coulomb; campo elétrico e potencial
elétrico; linhas de campo; superfícies equipotenciais; poder das pontas; blindagem; capacitores; efeito Joule; lei de
Ohm; resistência elétrica e resistividade; relações entre grandezas elétricas: tensão, corrente, potência e energia;
circuitos elétricos simples; correntes contínua e alternada; medidores elétricos; representação gráfica de circuitos;
símbolos convencionais; potência e consumo de energia em dispositivos elétricos; campo magnético; imãs perma-
nentes; linhas de campo magnético; campo magnético terrestre.
●● Oscilações, ondas, óptica e radiação – feixes e frentes de ondas; reflexão e refração; óptica geométrica: lentes e
espelhos; formação de imagens; instrumentos ópticos simples; fenômenos ondulatórios; pulsos e ondas; período,
frequência, ciclo; propagação: relação entre velocidade, frequência e comprimento de onda; ondas em diferentes
meios de propagação.
●● O calor e os fenômenos térmicos – conceitos de calor e de temperatura; escalas termométricas; transferência de
calor e equilíbrio térmico; capacidade calorífica e calor específico; condução do calor; dilatação térmica; mudanças de
estado físico e calor latente de transformação; comportamento de gases ideais; máquinas térmicas; ciclo de Carnot;
leis da Termodinâmica; aplicações e fenômenos térmicos de uso cotidiano; compreensão de fenômenos climáticos
relacionados ao ciclo da água.

Referências bibliográficas
ATIKNS P.; PAULA J. Físico-Química. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações curriculares para o Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2006. 3 v.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB 4, de 13 de julho de 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais
Gerais para a Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 jul. 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
index.php?option=com_docman&view=download&alias=9864-rceb002-12&Itemid=30192. Acesso em: 19 ago. 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Relatório de análise de propostas curriculares de ensino fundamental e ensino mé-
dio. Organizado por Maria das Mercês Ferreira Sampaio. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,
2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB 2 de 30 de janeiro de 2012. Define Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio. Dário Oficial da União, Brasília, DF, 31 jan. 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.
php?option=com_docman&view=download&alias=9864-rceb002-12&Itemid=30192. Acesso em: 19 ago. 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. Brasília, jul. 2014.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Curricular Comum Nacional. Documento preliminar. Brasília: MEC, 2015. Disponível
em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/BNCC-APRESENTACAO.pdf. Acesso em: 19 ago. 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Matriz de referência do Enem. Brasília, set. 2015b. Disponível em: http://download.
inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2012/matriz_referencia_enem.pdf. Acesso em: 19 ago. 2016.
COMINS, N. F.; KAUFMANN III, W. J. Descobrindo o universo. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: mecânica. 4. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. v. 1.
SERWAY, R. A.; JEWETT Jr., J. W. Princípios de física: mecânica clássica. São Paulo: Thomson, 2005. v. 1.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. v. 1.
WALKER, J.; HALLILDAY, D.; RESNICK, R. Fundamentos de Física: mecânica. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014. v. 1.
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Conhecimentos de Física
A regulamentação do sistema educacional brasileiro, público ou privado, é dada pela Lei das Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira (LDB n.° 9.394/96). Partindo de princípios da LDB, existem documentos oficiais que definem parâ-
metros e diretrizes para a educação, pressupõe-se que esses documentos sirvam de base para o desenvolvimento de
cada disciplina. Nesse contexto, a Física é apresentada nos documentos que tratam da área Ciências da Natureza e suas
Tecnologias.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Física deve ser voltada para a formação de um cidadão contempo-
râneo, atuante e solidário, com instrumentos para compreender, intervir e participar da realidade. Nesse sentido, mesmo
os estudantes que não venham a ter mais contato com a Física em futuras atuações profissionais ou universitárias terão
adquirido formação necessária para compreender e participar do mundo no qual vivem. Assim, a Física se apresenta
como um conjunto de competências que permite desenvolver habilidades de perceber e lidar com fenômenos naturais e
tecnológicos, presentes no cotidiano e no universo.
Dessa maneira, a matriz e a programação de conteúdos na coleção foram
pensadas para proporcionar e facilitar o desenvolvimento das competên- iii
iii

EM
iii

20_
i
ii

1_FI
Mi
cias exigidas. A abertura de todos os módulos apresenta abordagem provo-

CM

S_
iii

A_02
cinemáInt trodução à

MiiMP
cativa, com intuito de resgatar concepções alternativas, as quais poderão ica esca
lar
Física

ajudar os estudantes na compreensão do conteúdo, o qual é desenvolvido


mód. 02/
Referencia

02 A
16
l • Ponto mate
rial e corpo
extenso •
Deslocame
nto escalar
e espaço perco
rrido • Veloc

de maneira contextualizada e articulada, com atividades que exigem re-


idade • Movi
mento

flexão e/ou aprofundamento. Ao final da abordagem teórica, sempre há


Movimento
uniforme

STAR
T
atividade de fechamento, que busca resgatar o que foi estudado fazendo Café com
Café com pão
Trem de
ferro
Café com pão

articulações com a tecnologia, a cultura, a sociedade e o empreendedo-


pão No riacho
Que vont
Virge Mar ade
ia que De cantar!

rstock
foi isto maq
uinista?

Arcansel/Shutte
Agora sim

rismo. Todos os módulos apresentam exercícios que buscam trabalhar


Oô...
Café com
Quando me
Agora sim pão
No canaviá prendero
Voa, fumaça
Cada pé de
Corre, cerc cana

as diferentes competências e as habilidades exigidas para compreensão


Ai seu fogu a
Era um ofic
Bota fogo ista iá
Oô...
Na fornalha
Menina bon
Que eu prec
Do vestido ita
Muita forç iso

dos fenômenos físicos.


Me dá tua verde
Muita forç a
Pra matá boca
Muita forç a minha sede
a Oô...
Vou mim
Oô... bora vou
mimbora
Foge, bich

A escolha dos conteúdos no material visa proporcionar uma visão


Não gosto
Foge, povoo
Nasci no daqui
Passa pon Sert
te Sou de Our ão
Passa post icuri
Oô...
Passa past e
Passa boi o

do desenvolvimento da Física e trabalhar todas as competências neces- Passa boia


Passa galh da
o
De ingazeira
Vou depr
essa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo

sárias previstas nos documentos oficiais. O conteúdo é apresentado


Debruçada
Pouca gent
Pouca gent e
Pouca gent e
e...

em duas frentes no primeiro e no segundo ano e em três frentes no A música se


de um trem refere ao movi
ment
chamado , como o antigo trem o
“maria-fumaça
• Quais elem
algo está
entos do
text
BANDEIRA,

em movime o dão a ideia de


nto ou não
Manuel. 1886

movimento
-1968. Anto
logia poé
tica. 8. ed.
Rio de Jane

terceiro ano, podendo ser trabalhadas ao mesmo tempo, sem proble-


”. ? por parte iro: J. Olym
po, 1976.
do trem?
Como pod
emos defi
nir se

mas de conflitos ou pré-requisitos.


No primeiro ano, em uma das frentes, é apresentada uma in-
trodução à Física, na qual o estudante tem a oportunidade de se
apropriar de algumas ferramentas importantes. Posteriormente,

A_02
338

EM20_1_FIS_
FIS A

desenvolve-se a mecânica, por meio da cinemática, da dinâmica e


da estática. Na outra frente, desenvolve-se as ópticas geométrica e
a ondulatória.
No segundo ano, são desenvolvidos conteúdos de hidrostática, hidrodi-
Decompo
nâmica e termologia (que vai desde os primeiros desenvolvimentos da ter- sição de
movimen
Um mo
vimento
to
mometria até a Segunda Lei da Termodinâmica e suas aplicações) ao final
compos
to de dua execut ado em
s ou ma det
balão seg
uirá par is direçõe erminada direção
posição a cima, na s. Imagin sempre
de um mo diagonal, e um bal pode ser
vimento e esse mo ão que visto com
sobe a

desenvolve-se o conteúdo de análise dimensional. Na outra frente do se-


Por exemp ver tical vimento favor do o um Tony Pasm
a/Shu
lo: em ativ (subida poderá vento: o
tterst
ock
tos que idades esp do balão) ser visto
podem ortivas, e outro como a
horizon ser ana há vários horizon com -
tais. lisados, tal (vento).
do ar, por O quicar de um como a
com pos
casos env
olv end

gundo ano, é desenvolvido o conteúdo de eletricidade, o qual começa com


exemplo, a bola de ição de
distinto pode ser basquete, moviment o movimen-
s: na ver ana des conside os ver ticais
leração tica lisado com
constante l, o movimento o se hou rando a
resistência
e
não há ace da gravid é uniform vesse doi
lerações. ade; na emente s movim

eletrostática, passa à eletrodinâmica e, por fim, desenvolve-se os concei-


de dois, O estudo horizon variável, entos
um de um mo tal, o mo pois há
moviment na ver tical e out vimento vimento a
é uniform ace -
o. ro na hor como se e, pois
izontal, fosse a
Conside é chama com posição
re um nav do de dec

tos de magnetismo
seguir. O omposiçã
moviment io que se desloca o do
mentos o dele pod na direção
distinto e ser ent Sudeste,
s: um par endido com conform
a Les te o a com e a figura
e outro posição a
para Sul de dois
. movi-

A proposta para o terceiro ano é uma revisão geral da Física, em três NORTE
/Shutterstock

frentes. Na frente A serão abordados conteúdos de mecânica e mecânica


B. Franklin

OESTE

dos fluídos; na frente B, ondulatória, óptica, termologia e física moderna; LESTE

e na frente C, conteúdos relacionados à eletricidade, magnetismo e ele-


tromagnetismo, além de fechar essa frente com análise dimensional. Na repres
módulo
O deslocame

ent ação
do sudeste
vetorial
nto no senti
pode ser deco
mposto nas
SUL SUDESTE

direções Leste

O objetivo é possibilitar ao estudante uma retomada de conteúdos e


dos da figura
da velocida deslocamentos a seguir, e Sul.
de com nos os tamanh
horizon
tal (Leste que o bar sentidos Les te os dos vet
co se mo e Sul, res
pec tivame ores ∆s1 e ∆s→ rep

-Oeste). ve e do
ângulo nte. Ess resent am

melhor fixação de conceitos, aprimorando o conhecimento de forma


2
a entre es módul
a direção os depend o
∆s1 de movim em
O vetor deslo ento e a
a comp camento resul linha
α 
osiçã tante
vetor deslo o do vetor deslocameD s pode ser visto Um balão
de ar quen

sucinta e significativa.
camento para nto para Leste  como sabor do vento te subindo
Sul D s . D s1 e do . ao
2

∆s2
∆s
0 4

Dessa maneira, o material apresenta-se de acordo com os do-


8 12 16 20
3 24 Leste (m)

cumentos oficiais, explorando o grande potencial que a Física tem, Ao lado,



s  s 
1  s
2 12
9

moviment supondo-se que

proporcionando oportunidades de desenvolver as competências ne-


o barco 15
o retilíne tenha um
tado seu o uniform
A_04

desloca e, est á rep 18


mento a
EM20_1_FIS_

cada seg resen-


Obser ve undo.
que o des
PI_EM21_2_FIS_L1

PI_EM21_2_FIS_L1

cessárias à formação do cidadão que possa compreender, atuar e


para Les locamento Sul (m)
te é uni
forme, ass de Oes Deslocam
im com te ento
o o des do barco
locamento
de Nor te
para Sul

modificar o mundo a sua volta.


. Por exe
mplo: sab
endo

FIS A
363

XI

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 11 22/09/2020 15:27:46


Física – 2.a série
Livro Módulo Frente A Frente B
Introdução à eletrostática
Mecânica dos fluidos I
Carga elétrica • Princípio da conservação da
1 Conceitos introdutórios • Experimento de Torricelli •
carga elétrica • Quantização de carga elétrica •
Teorema de Stevin
Condutores, isolantes e semicondutores
Mecânica dos fluidos II Processos de eletrização e força elétrica
2 Princípio de Pascal • Princípio de Arquimedes • Processos de eletrização • Eletroscópio • Lei de
1 Noções de hidrodinâmica Coulomb
Introdução à Termologia
Campo elétrico
3 Termologia • Temperatura • Equilíbrio térmico •
Aspectos históricos • Vetor campo elétrico
Escalas termométricas
Dilatação térmica Potencial elétrico
4 Dilatação linear • Dilatação superficial • Dilatação Potencial elétrico • Condutor eletrizado em
volumétrica • Dilatação dos líquidos equilíbrio • Campo elétrico uniforme
Calorimetria Capacitores
Energia térmica • Capacidade térmica e calor Capacitância e capacitores • Capacitor esférico •
5
específico • Sistema termicamente isolado • Capacitor de placas paralelas • Materiais dielétricos •
Equivalente em água Energia eletrostática • Associação de capacitores
Mudanças de fase Princípios da eletrodinâmica
6 Fases da matéria • Calor latente • Calorímetro • Corrente elétrica • Análise gráfica • Efeitos da
Fusão e solidificação • Vaporação e liquefação corrente elétrica
2
Diagramas de fase Leis de Ohm
Pressão de vapor • Sublimação • Ponto crítico e Resistores • Primeira Lei de Ohm •
7
ponto tríplice • Curvas de fusão, de vaporização e de Segunda Lei de Ohm • Temperatura e resistividade •
sublimação • Diagramas de estado • Sobrefusão Supercondutividade
Propagação de Calor
Associação de resistores
8 Condução térmica • Convecção térmica • Irradiação
Potência elétrica • Associação de resistores
térmica
Estudo dos gases I Geradores e receptores
9 Características dos gases • Variáveis de estado • Geradores elétricos • Lei de Ohm-Pouillet •
Gases de van der Waals • Leis dos gases Receptores elétricos • Geradores e receptores
Estudo dos gases II Medidores elétricos
10 Equação fundamental • Temperatura • Energia Galvanômetro • Amperímetro • Voltímetro •
interna • Energia cinética média Ohmímetro
3
Introdução à Termodinâmica Leis de Kirchhoff
11 Grandezas termodinâmicas • Energia interna • Circuitos elétricos • Circuito de caminho único • Leis
Trabalho termodinâmico • Lei Zero da Termodinâmica de Kirchhoff
Primeira Lei da Termodinâmica
Circuitos elétricos
12 Primeira Lei da Termodinâmica • Transformações
Circuitos • Circuitos RC
termodinâmicas
Segunda Lei da Termodinâmica
Introdução do magnetismo
Máquinas térmicas • Máquinas frigoríficas •
13 Imãs ou magnetos • Campo magnético de um imã •
Segunda Lei da Termodinâmica • Máquina de Carnot
Campo magnético terrestre
• Entropia
Tópicos de Física Moderna I
Fontes de campo magnético
Radiação de corpo negro • Modelo atômico de
14 Experiência de Oersted • Condutor retilíneo
Bohr • Dualidade onda-partícula • Princípio da
extenso • Espira circular e bobina chata • Solenoide
4 incerteza
Tópicos de Física Moderna II Força magnética
15 Efeito fotoelétrico • Teoria da Relatividade • Sobrecargas elétricas • Condutor retilíneo • Fios
Radioatividade paralelos • Espira • Efeito Hall
Análise dimensional
Indução eletromagnética
Sistema Internacional de Unidades •
PI_EM21_2_FIS_L1

16 Experiência de Faraday • Fluxo de indução


Homogeneidade • Modelos físicos de equações •
magnética • Força eletromotriz induzida • Aplicações
Equação dimensional • Teorema de Bridgman

XII

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 12 22/09/2020 15:27:46


ALUNO
MATERIAL DO
PI_EM21_2_FIS_L1

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 13 22/09/2020 15:27:48


Estrutura didática
Os livros da 1.ª e da 2.ª série apresentam uma organização de conteúdos e propostas de atividade que evidencia a
sequência didática da coleção e oferece ferramentas para auxiliar a prática dos professores e o estudo dos alunos.

Arrase no Enem: sempre


que o módulo trabalhar um
tema recorrente no Enem,
estará disponível por meio de
QR Code uma videoaula do
curso Arrase no Enem.

Seção Start: As atividades


propostas nas páginas de
abertura têm por objetivo
sensibilizar os alunos a res-
peito do conteúdo a ser ex-
plorado. Nelas são propostas
leituras, observação de ima-
gens e reflexões que servem
como ponto de partida para
a exploração do conteúdo e a
apreensão de novos saberes
e, também, para levantar
os conhecimentos prévios
dos alunos acerca do tema,
garantindo o protagonismo
do aluno em seu processo
de aprendizagem.

Desenvolvimento do conteúdo:
após o momento de sensibilização,
propomos o desenvolvimento do
conteúdo por meio de um texto teórico
construído alinhado aos pilares Rigor
conceitual e conteúdo relevante e
Complexidade e saberes múltiplos.

Terceira coluna: Nas colunas ex-


ternas das páginas encontram-se
as seções que complementam o
desenvolvimento do conteúdo. Essa
ampliação pode acontecer com indi-
cações de filmes, sites e livros, intro-
dução de exemplos, complementos
e curiosidades, indicação de pontos
de atenção, explicação de termos e
conceitos e sugestões de reflexões
de pesquisas.

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 14 22/09/2020 15:28:40


Seção Disciplina & sociedade/arte/cultura/meio ambiente/
tecnologia: nas seções que finalizam a exposição teórica dos módulos
são propostas atividades que propiciam a aplicação dos conceitos e, em
muitos casos, a reflexão, a análise e a construção de novos saberes. As
propostas podem indicar um trabalho coletivo com o objetivo de estimular
a interação com a comunidade em que se vive, alinhando-se aos pilares
de Complexidade e saberes múltiplos e Transformação da realidade.

Atividades: Concluindo a sequência didática dos


livros, os alunos são apresentados a um grupo de
questões dos mais relevantes vestibulares e do
Enem como forma de testar seus conhecimentos
e como autoavaliação. Elas são organizadas
em quatro seções: Resolvidos, Praticando,
Desenvolvendo habilidades e Complementares.
Dentro de cada uma das seções, as questões são
organizadas por seu grau de dificuldade. Todas
as seções apresentam questões fáceis, médias
e difíceis.
Na seção Desenvolvendo habilidades são
indicadas as competências e habilidades do Enem
exploradas em cada uma das questões.
Na seção Complementares há um grupo maior de
questões, dentre as quais encontram-se questões
desafio, conexões e discursivas.
Ainda na seção de atividades, você irá observar a
presença de QR Codes nas questões das últimas
provas do Enem. Esse QR code irá direcionar os
alunos para um vídeo no qual as questões são
comentadas.
Por fim, os QR Codes presentes ao final da seção de
atividades direcionam os alunos e os professores
aos gabaritos das questões, e os professores a
comentários de apoio e solucionários.

Na coleção 2020, o SAE Digital apresenta novos encartes de Conexões & Contextos para os livros da 1.ª e 2.ª séries.
Os livros apresentam temas 100% atualizados, sempre vinculados à Matriz de Referência do Enem, e são organizados
por área de conhecimento, de forma a garantir uma abordagem interdisciplinar.
No Livro do aluno, os encartes de Conexões & Contextos serão apresentados ao final de cada bloco de componen-
tes da área de conhecimento. Para os professores, o complemento vem junto ao livro de cada um dos componentes
curriculares.

NOVI
DADE

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 15 22/09/2020 15:28:50


CONHEÇA OS RECURSOS

DIGITAIS
PLATAFORMA ADAPTATIVA
ENTENDEU A AULA DE HOJE?
A plataforma adaptativa permite que você resolva exercícios encaminhados
pelo professor e revise o conteúdo visto na semana. Veja como é fácil:

Selecione a disciplina disponível e resolva


os 4 exercícios propostos na plataforma.

Caso seu desempenho esteja abaixo


Acesse o site ava.sae.digital
do esperado, você deverá assistir a
e insira seu login e senha.
2 uma videoaula sobre o conteúdo.

1 3
Após assistir à videoaula, 3 questões
4 deverão ser respondidas para finalizar
a tarefa e verificar seu aprendizado.

COMO VOCÊ E SUA FAMÍLIA ACOMPANHAM SEU DESEMPENHO?

Quando alguma atividade da plataforma adaptativa for agendada, aluno e responsável serão comunicados
por meio de um aplicativo. Além de enviar um lembrete da tarefa ao aluno, essa ferramenta permite ao
responsável o acompanhamento, em tempo real, do desempenho do estudante e o momento em que o
exercício é concluído.

As notificações serão enviadas quando:


Dmi T; Omelchenko; photka; Gts; GCapture/Shutterstock

• uma atividade for encaminhada; • Acesse a Play Store (Android) ou a App


Store (IOS) de seu smartphone e faça o
• restarem 24 horas para o encerra-
download do aplicativo SAE NOTIFICA.
mento do período para a atividade;
• No aplicativo, insira seu login e senha
• os exercícios forem resolvidos;
(aluno e responsável, conforme cadas-
• a tarefa não foi realizada. tro da escola).

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 16 22/09/2020 15:29:15


ARRASE NO ENEM
Quer acessar centenas de aulas para arrasar no ENEM?
Acesse a plataforma adaptativa com seu login e senha e clique em ARRASE NO ENEM. Você vai
encontrar inúmeras videoaulas com conteúdo completo para o ENEM.
E não acaba aí!
Você poderá contar com roteiros de estudos em formato PDF presentes em cada videoaula disponível.
Também é possível acessar as aulas pelos QRcodes presentes nas aberturas dos módulos.

SAE QUESTÕES
O QUE O ENEM ESTÁ AVALIANDO?
Com o aplicativo SAE QUESTÕES você poderá aprimorar seus estudos solucionando as questões
presentes nas edições da avaliação do ENEM.

TEMAS DA ATUALIDADE
Acessando o item “Atualidades” do aplicativo, é possível acompanhar o canal “DOBRADINHA SAE”, que traz,
semanalmente, um professor de redação juntamente com um professor de outra disciplina debatendo
temáticas da atualidade e dando dicas e sugestões de como escrever e estruturar uma boa redação.

QRCODE NAS QUESTÕES ENEM


As questões do ENEM possuem QR codes. Depois de resolver essas questões, confira o vídeo com a resolução
comentada. Para isso, acesse o item “Leitor QRcode” do aplicativo e posicione a câmera de seu smartphone em frente ao
código da questão. Para ter acesso a esse recurso, basta:

1. Baixar o aplicativo SAE QUESTÕES, disponível na Play Store (Android) e também


na App Store (IOS).

2. Fazer um cadastro informando um e-mail válido e elaborar uma senha de acesso.

SIMULADOR – TABELA PERIÓDICA

Em consonância com o Ano Internacional da Tabela


Periódica dos Elementos Químicos, declarado
pela ONU, apresentamos como Objeto Digital um
simulador da Tabela Periódica, que possibilita ao
aluno e ao professor interagirem de forma dinâmica
e interativa com os 118 elementos químicos.

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 17 22/09/2020 15:29:18


Organize seu estudo
O Ensino Médio é uma importante etapa de sua Outra etapa essencial para seu estudo autônomo
formação escolar e educacional, com a qual o SAE irá ocorre fora da escola: em casa ou em outro ambiente
ajudá-lo a se desenvolver em diferentes dimensões ao destinado a esse fim. Para esses momentos, aconselha-
longo dos três anos que estaremos juntos. -se uma série de atitudes que poderão ser ajustadas e

No entanto, vale salientar que nessa fase é muito proporcionarão um aproveitamento ideal do seu tempo

importante desenvolver um método de estudo. As ha- e energia.

bilidades a serem desenvolvidas e os conhecimentos a O local de estudo deve ser tranquilo e silencioso.
serem adquiridos e consolidados serão mais facilmen- Para que a sua concentração e a retenção do que se
te obtidos com uma metodologia de apoio e uma estra- estuda sejam maiores. Evite sons, música, televisão
tégia de estudo, estabelecidas conforme suas caracte- ou quaisquer outras distrações. Embora não pareça,
rísticas de disponibilidade de tempo, preferências por essas interferências podem atrapalhar, e muito, sua
horários, entre outras variáveis. concentração.

Há diferentes formas de organizar seu tempo Para quaisquer áreas do conhecimento, inicie seu
para estudar além daquele em que você está na sala estudo com uma rápida revisão do que foi desenvol-
de aula com seus professores e colegas. Há quem vido em sala de aula, tanto recorrendo ao seu mate-
prefira estudar assim que chega em casa (ou no am- rial do sistema SAE, quanto às anotações feitas em seu
biente destinado ao estudo), enquanto outros prefe- caderno. Dedique alguns minutos a isso. Em seguida,
rem ocupar-se com outras atividades e iniciar o estu- cumpra as atividades passadas pelos professores: as
do individual mais tarde. É uma opção pessoal. pesquisas da seção de fechamento dos capítulos (se

Entretanto, há determinadas atitudes que pode- houver) e, principalmente, os exercícios propostos.

rão ajudá-lo, independente de quaisquer variáveis. Procure fazer todas as questões ou atividades, pois a

Inicialmente, observe sua postura em sala de aula, du- quantidade deles é programada para que haja a fixa-

rante os trabalhos feitos em classe. ção dos conteúdos.

Ao iniciar as aulas, faça um “aquecimento” do con- O tempo de estudo também é muito importante.

teúdo: enquanto o professor prepara o ambiente de Procure destinar ao menos meia hora de estudo em

trabalho, realize uma rápida leitura daquilo que será casa para cada aula dada em sala de aula. Com isso, os

exposto na aula. Isso o ajudará a entender melhor os conteúdos a serem estudados não se acumulam e você

conteúdos e a sequência de ideias. Além disso, reco- evita trabalhos mais intensos e desgastantes nas datas

menda-se usar um caderno de anotações. Anotar os que antecedem as avaliações.

apontamentos feitos pelo professor é indispensável Lembre-se de que método de estudo é algo desen-
para seu estudo posterior. volvido individualmente e pode passar por ajustes.
Contudo nada substitui o trabalho feito pelo aluno so-
mado àquele desenvolvido na escola.

Bom estudo!

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 18 22/09/2020 15:29:21


Anotações

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 19 22/09/2020 15:29:21


1
O

SUMÁRI VR
LIVRO
LI
X
FÍSICA
ATIVIDADES EXTRAS
1. Faça o download do aplicativo SAE
Questões ou qualquer aplicativo
de leitura QR Code.
2. Abra o aplicativo e aponte para o QR
Code ao lado.
3. As atividades extras desta disciplina
serão exibidas em sua tela.

Frente A

309
Mecânica dos

319
fluidos I

Mecânica dos

330
Introdução à
fluidos II

339
Termologia

Dilatação térmica

Habilidades

Frente B • H17 - Relacionar informações apresentadas em


diferentes formas de linguagem e representação usadas
nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto

348
Introdução à
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.
• H18 - Relacionar propriedades físicas, químicas ou

357
biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos
eletrostática tecnológicos às finalidades a que se destinam.
• H19 - Avaliar métodos, processos ou procedimentos
Processos de das ciências naturais que contribuam para diagnosticar
ou solucionar problemas de ordem social, econômica

366
eletrização e ou ambiental.
força elétrica • H20 - Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos
de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Campo elétrico

376
Potencial elétrico
• H1 - Reconhecer características ou propriedades de
fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-
os a seus usos em diferentes contextos.
• H2 - Associar a solução de problemas de comunicação,
transporte, saúde ou outro, com o correspondente
desenvolvimento científico e tecnológico.

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 308 22/09/2020 15:29:31


Mecânica dos

EE
EE
EE
EEE
EEE
EEE

ii
i
iii
fluidos I

iii
iiiiiii
ii
Conceitos introdutórios • Experimento de Torricelli • Teorema de Stevin
Física
mód. 01/16

Hidrostática I Hidrostática II

A 01
START

Você conhece, já estudou ou já ouviu falar do elemento mercúrio? E de suas possíveis aplicações?
Acompanhe no texto a seguir uma das aplicações desse elemento estudado na Química.

Mercúrio utilizado no garimpo causa contaminação no solo e em pessoas


O mercúrio é utilizado no processo de garimpagem em sua forma líquida para atrair o ouro diluído em um
determinado solo, formando uma liga entre as substâncias. Giorgio de Tomi, diretor do Núcleo de Pesquisa
para a Pequena Mineração Responsável da Universidade de São Paulo, explica que quando esse concentrado é
queimado, o mercúrio evapora deixando apenas o ouro em seu estado bruto. A contaminação com a substân-
cia pode ocorrer de forma direta, por inalação, ou indireta após sua precipitação no solo. "A combinação do
mercúrio precipitado com compostos orgânicos do solo forma a substância metil mercúrio, altamente danosa",
esclarece de Tomi.
[...] “O metil mercúrio se acumula na cadeia alimentar se fixando na natureza. Ele normalmente fica por volta
da região em que o material foi processado, mas com chuva pode cair em um curso de água. Nos seres humanos,
ele é conhecido por causar enfermidades neurológicas graves”, declara Giorgio.

Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2013/09/mercurio-utilizado-no-


garimpo-causa-contaminacao-no-solo-e-em-pessoas.html. Acesso em: 17 jul. 2018.

1. Além da função no garimpo, o mercúrio apresenta outras aplicações importantes. Cite pelo menos mais uma
aplicação e explique por que esse elemento químico é utilizado para isso. Se necessário, faça uma breve pesquisa
sobre o assunto.
O mercúrio foi muito utilizado em termômetros, devido à sua linearidade de variação do volume em função da temperatura. Além disso, pode ser

aplicado em medicamentos, em função da reatividade química.

2. Uma característica importante do mercúrio é sua densidade, com valor de


13 600 kg/m3, muito alta quando comparada com a da água, de 1 000 kg/m3.
Então, como poderemos conceituar a grandeza densidade? Mineradores usam mer-
cúrio no garimpo para
Com essas unidades o aluno pode associar a densidade como a identificar o ouro.

quantidade de massa contida em uma porção de volume. Pode-se

aproveitar esse momento para oferecer a equação de cálculo da

densidade de modo intuitivo.


Richard Peterson/Shutterstock
EM21_2_FIS_A_01

FIS A 309

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 309 22/09/2020 15:31:06



Conceitos introdutórios
Hidrostática é a parte da Mecânica que es- a atuação de forças em todos os lados dele. Em
tuda os fluidos em equilíbrio. outras palavras, as forças que atuam sobre o
Do ponto de vista macroscópico, é possível objeto mergulhado devem ser todas perpendi-
classificar a matéria em sólidos e fluidos. Os culares à sua superfície.
sólidos preservam sua forma quando são aban- O dispositivo que mede a pressão é o ma-
donados, por exemplo: um bloco cúbico de ferro nômetro. Um manômetro básico é constituído
manterá sua forma cúbica após um longo inter-
de um cilindro a vácuo, que tem um êmbolo li-
valo de tempo. Já os fluidos não mantêm sua
gado a uma mola. Quando o manômetro está
forma, eles escoam quando são abandonados.
submergido em um fluido, esse fluido exerce
Logo, todos os gases e os líquidos podem ser
classificados como fluidos. Os líquidos têm vo- forças perpendiculares em toda a superfície do
lume constante, adequando-se à forma de seu manômetro. Há inclusive forças perpendicula-
recipiente. Já os gases não têm volume próprio e res ao êmbolo do manômetro que comprimem
ocupam todo o volume do recipiente. a mola até que a força da mola equilibre a força
MARGRIT HIRSCH/Shutterstock Jim Barber/Shutterstock É importante ressaltar que, apesar de exercida pelo fluido.
tais distinções, a diferenciação entre sólidos

Jtas/Shutterstock
e fluidos nem sempre é clara. Alguns fluidos,
como o piche, escoam tão lentamente que
se comportam como sólidos à primeira vista.
Somente é possível observar o comporta-
mento dessa substância como fluido após um
longo intervalo de tempo. Isso também pode
ser observado quando se analisa a diferença
entre gás e líquido: sob pressões e temperatu-
A pedra, por ser sólida, man- ras convenientes, é possível transformar um
tém sua forma. A água, por ser
líquido em um gás sem que apareçam bolhas
líquida, não tem forma definida,
adquirindo a de seu recipiente. de vapor ou ebulição. A água, por exemplo,
sob pressões e temperaturas ideais, passa de Manômetro utilizado em um compressor de ar comprimido.
líquido a gás sem apresentar fervura – a visco- A figura a seguir é uma representação es-
sidade e a densidade da água variam de forma quemática (simplificada) de um manômetro.
contínua durante o processo – e não é possível

SAE DIGITAL S/A


verificar o momento exato em que a água se A F
transforma em gás. Vácuo
Neste módulo você vai estudar apenas as
propriedades dos fluidos que estão relacio-
nadas à sua capacidade de escoar. Tanto do
ponto de vista estático quanto dinâmico, as
leis que regem o comportamento dos fluidos
são as mesmas.
Não é possível aplicar as leis que regem os
sólidos da mesma maneira nos fluidos. É ne-
cessária a elaboração de novas técnicas para Manômetro.
os fluidos, mas é de fundamental importância
Se F for a intensidade da força (perpendicu-
a manutenção das leis de Newton e de outras
Atenção lar à superfície do êmbolo) exercida pelo fluido
leis correspondentes, unificando as leis dos
Pressão e força são gran- no êmbolo e A a área do êmbolo, a pressão P
fluidos com as dos sólidos sobre apenas um
dezas físicas diferentes: que o fluido exerce sobre o manômetro será
aporte teórico: a mecânica dos meios contí-
pressão é uma grandeza es- definida como:
calar e força é uma grandeza nuos. É conveniente, porém, desenvolver para
vetorial. Mesmo a pressão os fluidos uma vertente especial, conhecida
não tendo direção nem como mecânica dos fluidos. F
sentido, a força associada P=
à pressão deve ser sempre A

Pressão
perpendicular à superfície
do objeto. Dessa forma, a pressão é diretamente pro-
EM21_2_FIS_A_01

EM21_2_FIS_A_01

F
p= y Os fluidos não são capazes de suportar porcional à intensidade da força exercida pelo
A
forças externas que tendem a cortá-los, em- fluido e inversamente proporcional à área na
Fy
purrá-los ou puxá-los. Se forem submetidos a qual essa força está atuando. Observe que a
forças como essas, logo escoarão. Se um ob- pressão é uma grandeza ­escalar, pois não de-
F FX
A jeto for submergido em um fluido, o efeito será pende de direção ou sentido.

310 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 310 22/09/2020 15:31:30



Se o fluido ou o sólido for homogêneo, a
Saiba mais
densidade é sua massa específica (ρ). Apesar
Densidades de alguns
de a definição ser a mesma, costuma-se usar
materiais e objetos.
Em qualquer ponto do a letra grega ρ (rô) em vez de d quando se usa
objeto ­mergulhado a força uma massa específica. Fluido, Densi-
exercida pelo fluido é m
­ aterial ou dade (g/
sempre perpendicular à A densidade ou a massa específica cos- objeto cm³)
superfície dele.
tuma depender de muitos fatores, como tem- Espaço
1 · 10–42
peratura e pressão, aos quais o fluido ou o interestelar

sólido está submetido. No caso dos líquidos, Vácuo mais


elevado obtido 1 · 10–19
a densidade costuma variar bem pouco para em laboratório
No Sistema Internacional de Unidades (SI), grandes variações de pressão e temperatura. Hidrogênio (0°C
9 · 10–5
a unidade de pressão é o pascal (Pa). Um pas- Dessa forma, é possível supor a densidade dos e 1 atm)

cal equivale a uma força de intensidade de líquidos como constante em situações físicas Ar atmosférico
1,3 · 10–3
(0°C e 1 atm)
1 newton, distribuída em uma área de 1 m2. simples.
Ar atmosférico
0,95 · 10–3
(100°C e 1 atm)

focal point/Shutterstock

ugene Sergeev/Shutterstock
1N N
1Pa
= = 1 Ar atmosférico
1 m² m² 6,5 · 10–3
(0°C e 50 atm)
Etanol 0,79

Densidade e massa Acetona


Metanol
0,791
0,792

específica Petróleo
Óleo lubrificante
0,81
0,85
Em um fluido, a densidade d é definida Água 1
como: O isopor tem densidade muito pequena. Já o chumbo apresenta grande Anilina 1,02
densidade.
Leite 1,03
A densidade dos gases é muito sensível a Água do mar 1,03
m
d= pequenas variações de pressão e temperatura Vinagre 1,049
V
e costuma ser muito menor quando comparada Glicerina 1,26
à dos líquidos. Observe a variação da densidade Clorofórmio 1,489
sendo m a massa do fluido, material ou objeto do ar atmosférico na tabela do Saiba Mais, na Ácido nítrico 1,51
e V o volume. Em outras palavras, é a quanti- coluna ao lado, quando são modificadas a tem- Nitroglicerina 1,6
dade de massa de um fluido, material ou ob- peratura e a pressão. Em condições normais, a Mercúrio 13,55
jeto por unidade de volume. A água apresenta densidade de um gás é aproximadamente um Centro do Sol 1,6 · 108
densidade menor que a do mercúrio, ou seja, centésimo da densidade de um líquido. Em ní- Centros de
há menos massa de água que de mercúrio em vel molecular, as moléculas de um líquido estão estrelas anãs 1 · 1018
brancas
dado volume. bem mais próximas que as de um gás. Nos gases Núcleo de um
No SI, a unidade de medida de massa é o qui- há muito espaço vazio entre elas. 1 · 1020
átomo de urânio
lograma (kg) e a de volume é o metro cúbico (m3). Em um termômetro observa-se que o vo-
Dessa forma, a unidade de medida de densidade lume do líquido no seu interior aumenta quando Observação
é o quilograma por metro cúbico (kg/m³), embora a temperatura sobe, mas a massa permanece a
g/cm³ seja amplamente utilizado. Unidades usuais de den-
mesma (é constante). Portanto, a densidade do
sidade
líquido diminui com o aumento da temperatura.
g kg
1 =1

Experimento de Torricelli
cm3 L
g kg
1 = 103 3
cm3 m
Evangelista Torricelli (1608-1647) desenvol- recipiente e, quando o equilíbrio do sistema
Fouad A. Saad/Shutterstock

veu um método para medir a pressão atmos- é atingido, surge um espaço vazio no topo do
férica: o barômetro de mercúrio, um tubo de tubo de vidro invertido. É possível, com um tubo
vidro com cerca de 1 m de comprimento e re- graduado, verificar o nível de ­mercúrio no tubo
pleto de mercúrio. de vidro, acima do nível de mercúrio no reci-
Esse método consistia em colocar o tubo piente. Ao nível do mar, verifica-se que o nível
de cabeça para baixo dentro de um recipiente de mercúrio no tubo é de 76 cm.
cheio de mercúrio. O nível de mercúrio no tubo O espaço vazio no topo do tubo inver-
baixava para 76 cm acima do nível de mercúrio tido contém apenas vapor de mercúrio, que
no recipiente, deixando apenas vácuo acima. à temperatura ambiente é uma quantidade
Assim, era possível demonstrar que a pressão praticamente desprezível. Portanto, pode-se
EM21_2_FIS_A_01

EM21_2_FIS_A_01

atmosférica ao nível do mar equivale à pressão considerar que o topo do tubo invertido não
exercida por uma coluna de mercúrio de 76 cm contém nada, ou seja, é uma região de vácuo.
de altura. A altura na coluna de mercúrio pode variar
Na experiência de Torricelli, observa-se com a altitude ou mesmo com as condições at-
que parte do mercúrio do tubo escoa para o mosféricas do local. A pressão necessária para Barômetro de mercúrio.

FIS A 311

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manter 76 cm de mercúrio acima do nível do Germânico, por Otto von Guericke e, em 1660,
Observação
recipiente é a da atmosfera (1 atm). por Robert Boyle, na Inglaterra.
No experimento de Torricelli,
Em um local cuja aceleração da gravidade é

Kuznetsov Alexey/Shutterstock
antes de virar o tubo de
vidro de cabeça para baixo, igual a 9,8 m/s2 e sabendo que a densidade do
ele deve ser tampado e mercúrio é de 13 595 kg/m3, a pressão de uma
poderá ser destampado
somente quando estiver atmosfera, em pascal (Pa), é dada por:
na posição vertical, com a
kg m
extremidade aberta dentro 1 atm  13 595 3  9, 8  2  0, 76 m  1, 013  105 Pa
do recipiente. m s

1 atm ≈ 1,0 · 105 Pa


Saiba mais
Otto von Guericke utilizou
Frequentemente, as pressões são medi-
dois hemisférios acopla-
dos, em que foi retirado das em unidades de centímetros ou milíme-
praticamente todo o ar de tros de mercúrio (mmHg).
seu interior, produzindo
A experiência de Torricelli, além de trazer
vácuo dentro da esfera.
Dois grupos de oito cavalos, um método para medir a pressão atmosfé-
puxando os hemisférios em rica, trouxe a possibilidade de se obter o vá-
sentidos contrários, não cuo. Na Grécia Antiga não se acreditava que o
conseguiram separá-los.
­vácuo pudesse existir. No Renascimento, René
Essa foi a demonstração de
um dos efeitos da pressão Descartes tinha o mesmo ponto de vista.
atmosférica. Durante mais de 2 mil anos, filósofos Bomba de vácuo de Otto von Guericke. Imagem estampada em selo, na
sempre discutiram o “horror ao vazio” que a Rússia, em 1910.

Reflita natureza possuía. Com exceção da descoberta do telescópio,


Quais são os valores de alti- Mais tarde, a obtenção do vácuo tornou-se nenhuma outra do século XVII despertou tanto
tude e pressão atmosférica possível por outras maneiras, como as bombas interesse quanto o barômetro de Torricelli e as
da sua cidade? Compare bombas de vácuo de von Guericke e Boyle.
de vácuo criadas em 1650, no Império Romano
com os valores de outras
cidades.

Teorema de Stevin
Considere um líquido de densidade d em Da definição de densidade, podemos es-
repouso. Suponha que a densidade desse lí- crever a massa como:
quido seja uniforme em todo o seu volume.
m
Consequentemente, esse líquido não sofre va- d=
riações de volume na ação de pressões exter- V
nas, ou seja, é incompressível. Suponha que m  V d
esse líquido esteja contido em um recipiente e
considere apenas uma sendo d a densidade do líquido, V o seu vo-
Resolva coluna cilíndrica vertical lume e m sua massa. No caso de uma coluna
Vácuo cilíndrica, o volume do líquido pode ser obtido
Considerando que a densi- do fundo até a ­superfície
dade do ar é igual a 1,3 · 10–3 do líquido. Essa coluna multiplicando-se a área do fundo da seção ci-
g/cm3, determine o quanto líndrica pela altura h do líquido no recipiente.
de fluido é responsável
de massa há no volume de
um metro cúbico (m3). por uma força peso F so- V  A h
bre a área da base do ci- F
Primeiramente, mudamos as Portanto:
unidades. lindro no fundo do
recipiente. A pressão P m  A hd
1, 3  103 g  1, 3 kg 3
cm3 m no fundo do recipiente é: Voltando à expressão m · g = p · A, obtemos:
Pela definição de densidade:
m
d   m  d V
V F A hd g  p  A
P=
 
m  1, 3 kg 3  1 m3 
m A
m =1, 3 kg P  d g h (Pressão hidrostática)
Escrevemos a força F em termos da pres-
são p, multiplicando os dois lados da equação
anterior pela área A, obtendo: Essa expressão indica que a pressão em
um líquido é diretamente proporcional à sua
F PA
EM21_2_FIS_A_01

EM21_2_FIS_A_01

densidade, à sua aceleração da gravidade no


A força peso é definida como F = m · g (con- local e à sua profundidade.
sidera-se apenas a massa de fluido dentro do
cilindro). Substituindo acima, temos:
m g  P  A

312 FIS A

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Se a profundidade aumentar em ∆h, a pres- mais denso no lado direito e outro menos denso
são vai aumentar em ∆P = P – P0 , sendo P e P0 no lado esquerdo, de acordo com a figura se-
as pressões em diferentes alturas. guinte, a pressão pode ser diferente mesmo se
DP = d · g · Dh escolhermos dois pontos de mesma profundi-
dade em ambos os lados do tubo (desde que os
P – P0 = d · g · Dh
líquidos sejam diferentes).
O líquido menos denso es-
P = d · g · Dh + P0
tará mais alto no tubo que
o líquido mais denso. A
Se a pressão P0 for igual à pressão atmosfé- pressão em A será maior
rica Patm e ∆h for a profundidade mergulhada a que em B por pertencerem
partir da superfície do líquido, a pressão em um a líquidos diferentes. Já no
local do líquido a uma profundidade ∆h é: ponto C, no qual ocorre a
superfície de contato entre
P = d · g · Dh + Patm (Pressão absoluta)
os dois líquidos, a pressão Tubo em U com líquidos
Observe que a pressão será maior quanto é a mesma em ambos os que não se misturam.
maior for a profundidade ∆h. lados. Porém, a pressão diminui mais vagarosa-
mente entre C e A que entre C e B.
Se, por exemplo, um tubo em U estiver
cheio de água e um líquido não miscível com a
P0
água (de densidade menor) é adicionado ao
A lado esquerdo do tubo, a
h
superfície de contato en-
Quanto mais fundo um objeto
for mergulhado em um líquido, tre os dois líquidos estará
B P = P0+ d · g · h mais pressão ele sofrerá. abaixo do nível da água no D

lado direito por uma dis-


Assim, podemos enunciar o Teorema de tância L , como mostra a L

Stevin: figura ao lado. Como o lí- C

quido adicionado é me-


nos denso que a água, o
A diferença entre as pressões (ΔP) entre
nível desse líquido no lado
dois pontos de um fluido em equilíbrio é
esquerdo do tubo estará Tubo em U contendo água
igual ao produto entre a densidade do (direita) e um líquido
mais alto que o da água menos denso que a água
fluido (d), a aceleração gravitacional (g)
no lado direito por uma (esquerda do tubo).
e a diferença entre as profundidades dos
distância D.
pontos (Δh).
Pelo Teorema de Stevin, a pressão no
De maneira geral, a equação na seguinte ponto C, o nível em que os líquidos estão em
forma representa o teorema ΔP = d · g · Δh. contato, com base na altura da coluna de água
no lado direito do tubo, é:
A densidade dos gases é muito pequena
quando comparada à dos líquidos. Dessa P = dágua · g · L
Saiba mais
forma, a diferença de pressão ∆P pode ser con- Para a coluna da esquerda (onde está o lí-
siderada pequena para um ∆h pequeno. Assim, quido menos denso), aplicando o Teorema de Uma aplicação prática dos
vasos comunicantes é o
podemos considerar que todos os pontos de Stevin, a pressão no ponto C é: sifão, usado em vasos sani-
um recipiente fechado contendo um gás estão P = dágua · g(L + D) tários, pias, ralos sifonados,
sofrendo a mesma pressão. Porém, se ∆h for caixas de inspeção nas
sendo L + D a altura da coluna de líquido me- redes de esgoto etc.
grande, isso não acontecerá. A pressão atmos-
nos denso (a altura L da coluna de água mais a
férica, por exemplo, varia muito com a altitude.
altura D, que é a diferença de altura entre os ní-
veis do líquido menos denso e da água). Como

Vasos comunicantes a pressão na superfície de contato deve ser a


mesma, então:
Uma das implicações do Teorema de Stevin dágua · g · L = dlíquido · g(L + D)
é que a pressão deve ser a mesma para quais-
quer pontos no interior do líquido, em equilíbrio, dágua L
que estejam a uma mesma profundidade, não 
dlíquido L D
importando a forma do recipiente em que se
encontra o líquido. Mesmo em recipientes em
Dessa forma, podemos afirmar que a rela-
EM21_2_FIS_A_01

EM21_2_FIS_A_01

forma de U ou complexos, se houver um cami-


ção entre a densidade da água e a densidade
nho contínuo em que se possa encontrar líquido
do líquido menos denso está intimamente li-
entre dois pontos a uma mesma profundidade,
gada à altura da coluna de água e à altura da A pressão deve ser a mesma para
a pressão neles será a mesma. as mesmas profundidades, não
coluna desse líquido. importando a forma do recipiente.
Se um tubo em U contém líquidos diferentes
que não se misturam, por exemplo um líquido
FIS A 313

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FÍSICA E TECNOLOGIA

O que é um poço artesiano?


É um poço perfurado com diâmetro pequeno, grande profundidade e um detalhe importante: a água jorra do solo naturalmente,
porque sua própria pressão basta para levá-la à superfície. "Quando essa pressão não é suficiente, temos de utilizar uma bomba – mas aí
o poço só pode ser chamado de semiartesiano", afirma o hidrogeólogo Ricardo Hirata, da USP.
O nome data do século XII, quando, em 1126, foi criado um poço do gênero na cidade francesa de Artois, ou Artésia. Esse, porém, es-
tava longe de ser o primeiro, pois há indícios de que os chineses já faziam perfurações desse tipo por volta de 5000 a.C. Tanto o artesiano
quanto o semiartesiano são chamados tecnicamente de poço tubular profundo. Ambos são escavados por furadeiras gigantes, usando
uma broca desenvolvida pela indústria petrolífera. [...]

Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/o-que-e-um-poco-artesiano/. Acesso em: 17 jul. 2018.

Os poços artesianos são muito utilizados em regiões afastadas das grandes cidades como forma de obter água potável
com um baixo investimento a longo prazo. Acompanhe o esquema que mostra poços artesianos.

SAE Digital S/A


Poços artesianos
Superfície

Camada de Aquífero não


confinamento confinado
(rocha impermeável)
Poço comum
(aquífero não
confinado)

Aquífero confinado

Poços artesianos são mais utilizados em áreas rurais. A imagem mostra um exemplo de poço artesiano com
balde preso à corda em eixo de madeira.
Com base no texto, no esquema e no conteúdo
estudado neste módulo, responda:
rattanakk/Shutterstock

1. Qual é a diferença entre um poço artesiano e um


poço comum?
O poço comum é feito em uma área de aquífero não confinado,

assim a água dessa região pode ser levada para um rio, por

exemplo. Basicamente o poço comum é alimentado pela chuva.

Já os poços artesianos coletam água sob pressão, em função do

confinamento da camada de água.

2. Na figura, a linha pontilhada indica a altura ao


nível da superfície. Então, como podemos utilizar
o princípio dos vasos comunicantes para explicar
o funcionamento dos poços artesianos?
EM21_2_FIS_A_01

EM21_2_FIS_A_01

Como os pontos de mesma altura possuem a mesma pressão,

a água na saída do poço jorrará pela alta pressão ocasionada pelo

confinamento pela rocha impermeável.

314 FIS A

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Resolvidos 6. Uma piscina tem o comprimento de 50 m por 10 m de largura e 2 m
de profundidade e encontra-se totalmente cheia de água (densi-
1. Calcule a densidade de um corpo homogêneo de massa 50 kg que dade de 1 000 kg/m3). No fundo da piscina, quais são as pressões
ocupa um volume de 0,5 m3. hidrostática e absoluta? Considere a aceleração da gravidade como
99 Solução:
10 m/s2 e a pressão atmosférica como 1 · 105 Pa.
Pressão hidrostática: Pressão absoluta:
m 50 F pabs  patm  phidr
d= = = 100 kg/m3 P=
V 0 ,5 A pabs  1  105  0, 2  105
pabs  1, 2  105 Pa
Praticando
1. Sobre os fluidos, podemos afirmar:
I. Apenas os líquidos são classificados como fluidos. 7. Uma piscina tem 3 metros de profundidade. Sabendo que a densi-
II. Apenas os gases são classificados como fluidos. dade da água doce é de aproximadamente 1 g/cm³, qual a pressão
no fundo dessa piscina? (Dado: pressão atmosférica = 103 kPa.)
III. A pressão exercida em um fluido por uma força constante é
inversamente proporcional à área. Convertendo a unidade de densidade da água doce para o SI:

Comente cada afirmativa, julgando-as como verdadeiras ou falsas. 1 g/cm³ = 1 000 kg/m³
p = d · g · Dh + pa
I e II são falsas, pois ambos (líquidos e gases) são considerados fluidos. A afirmativa III
p  1 000  10  3  103 000
é verdadeira; sendo a força constante, quanto maior a área, menor será a pressão e p =133 000 Pa

vice-versa. Lembre-se da equação: p = F/A.


8. Se misturarmos um mesmo volume de duas massas de modelar,
2. Um garrafão de água mineral tem, aproximadamente, 40 cm de uma de 1,8 g/cm3 com outra de 2,2 g/cm3, qual será a densidade
altura. Estando repleto de água, qual será a pressão hidrostática da mistura?
no fundo do garrafão? (Considere d = 1 000 kg/m3 e g = 10 m/s2.)
m
p  d  g  h  1000  10  0, 4 d
V
 . V  B . V A  B
p = 4 000 Pa d A 
VV 2
1, 8  2, 2
d  2 g/cm3
2
3. Uma mesa de 40 x 20 cm recebe a aplicação de uma força corres-
pondente a 1 600 N. Calcule:
a) a área da mesa. 9. Para mergulho a poucas profundidades, geralmente é utilizado
um snorkel – basicamente um tubo para se respirar. A caixa
A = 0,4 · 0,2 = 0,08 m2
torácica humana não suporta uma pressão superior a 1,02 atm.
Qual o comprimento máximo de um tubo de snorkel para que
seja possível a respiração abaixo da superfície da água? Considere
b) a pressão exercida nessa mesa. que a densidade da água do mar seja 1 030 kg/m³ e que a pressão
F 1 600
p 
A 0, 08
 20  103 Pa atmosférica seja 103 000 Pa.
A caixa torácica humana aguenta apenas um acréscimo de 0,02 atm acima da pressão at-
mosférica padrão (1 atm). Primeiramente, faz-se necessário uma conversão de unidades:
1 atm = 103 000 Pa
4. Em uma reserva submarina, o petróleo tende a escoar para cima na 0,02 atm = 2 060 Pa
tubulação como consequência da diferença de pressão, Δp, entre A altura necessária ∆h para a coluna de água, para esse caso, é:
a reserva e a superfície. Para uma reserva de petróleo que está a p = d · g · Dh
uma profundidade de 2 000 m, determine o valor de Δp para que 2 060  1030  10  h
o petróleo de densidade d = 0,90 g/cm3 forme uma coluna que h  0, 2 m
alcance a superfície. (Considere g = 10 m/s².)
Transformando a densidade para o SI, temos d = 0,9 g/cm³ → d = 0,9 ∙ 103 kg/m³ 10. (UFRJ) Uma ventosa comercial é constituída por uma câmara rígida
∆p = d · g · h → ∆p = 0,9 · 103 · 10 · 2 000 que fica totalmente vedada em contato com uma placa, mantendo
∆p = 1,8 · 107 Pa o ar em seu interior a uma pressão pint = 0,95 · 105 N/m2. A placa está
suspensa na horizontal pela ventosa e ambas estão no ambiente à
pressão atmosférica usual, patm = 1,00 · 105 N/m2, como indicado nas
5. Imaginando que Torricelli tivesse utilizado água em vez de mer­ figuras a seguir. A área de contato A entre o ar dentro da câmara e a
cúrio em sua experiência da medida da pressão atmosférica, qual placa é de 0,10 m2. A parede da câmara tem espessura desprezível,
o tamanho mínimo do tubo de vidro que ele deveria ter utilizado? o peso da placa é 40 N e o sistema está em repouso.
págua = patm

d · g · h = 1,0 · 105

patm
1 000 · 10 · h = 1,0 · 105 área de
EM21_2_FIS_A_01

EM21_2_FIS_A_01

contato A
h = 10 m
pi
Se Torricelli tivesse utilizado água em vez de mercúrio, ele deveria ter usado um tubo de

vidro de, no mínimo, 10 m.

FIS A 315

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a) Calcule o módulo da força vertical de contato entre a placa e 2. C1:H2 (USF-2018) Um manual de instruções de um aparelho medi-
as paredes da câmara da ventosa. dor de pressão (esfigmomanômetro) traz as seguintes informações
para o uso correto do aparelho:
Dados: pint = 0,95 · 105 N/m2; patm = 1,00 · 105 N/m2; A = 0,10 m2; P = 40 N.
 
•• Sente-se em uma cadeira que tenha encosto.
Na placa agem as seguintes forças: P → peso da placa; F →  força devido à •• Coloque seu braço sobre uma mesa de modo que a braçadeira
diferença entre as pressões externa e interna na câmara e N → força vertical de
contato entre as paredes da câmara e a placa. Essas forças são mostradas na figura esteja no mesmo nível que seu coração.
a seguir. •• Coloque os dois pés no chão.

patm

N p int

P
F

Como a placa está em equilíbrio, a resultante das forças que agem nela é nula.
Assim:

N + P = F ⇒ N = (patm – pint) A – P ⇒
N = (1 – 0,95) · 105 (0,10) – 40 = 500 – 40 ⇒
N = 460 N

Das alternativas a seguir, assinale a que apresenta o princípio físico


b) Calcule o peso máximo que a placa poderia ter para que a que tem relação direta com a posição correta da braçadeira.
ventosa ainda conseguisse sustentá-la.
a) Se um corpo está em equilíbrio sob a ação exclusiva de três
O peso máximo da placa que pode ser sustentado pela ventosa é aquele para o forças não paralelas, então elas deverão ser concorrentes.
qual a força de contato entre a placa e as paredes da câmara é nula (N = 0). Assim:
b) Pontos de um mesmo líquido em equilíbrio situados em um
P = F ⇒ Pmáx = (1 – 0,95) · 105 (0,10) = 500 N mesmo plano horizontal recebem pressões iguais.
⇒ Pmáx = 500 N
c) As alturas alcançadas por dois líquidos imiscíveis em um par de
vasos comunicantes são inversamente proporcionais às suas
Desenvolvendo Habilidades massas específicas.
d) Um líquido confinado transmite integralmente, a todos os seus
1. C1:H3 (Enem-2013) Para realizar um experimento com pontos, os acréscimos de pressão que recebe.
uma garrafa PET cheia d’água, perfurou-se a lateral da e) Todo corpo mergulhado em um fluido recebe um empuxo
garrafa em três posições a diferentes alturas. vertical, de baixo para cima, cuja intensidade é igual ao peso
Com a garrafa tampada, a água não vazou por nenhum do fluido deslocado.
dos orifícios, e, com a garrafa destampada, observou-se o escoa-
mento da água conforme ilustrado na figura. 3. C2:H6 (Enem-2011) Um tipo de vaso sanitário que vem
substituindo as válvulas de descarga está esquemati-
zado na figura. Ao acionar a alavanca, toda a água do
tanque é escoada e aumenta o nível no vaso, até cobrir
o sifão. De acordo com o Teorema de Stevin, quanto maior a pro-
fundidade, maior a pressão. Assim, a água desce levando os rejeitos
até o sistema de esgoto. A válvula da caixa de descarga se fecha e
ocorre o seu enchimento. Em relação às válvulas de descarga, esse
tipo de sistema proporciona maior economia de água.

Como a pressão atmosférica interfere no escoamento da água nas


situações com a garrafa tampada e destampada, respectivamente?
a) Impede a saída de água, por ser maior que a pressão interna;
não muda a velocidade de escoamento, que só depende da
pressão da coluna de água.
b) Impede a saída de água, por ser maior que a pressão interna;
altera a velocidade de escoamento, que é proporcional à pres-
são atmosférica na altura do furo. Faça você mesmo. Disponível em: www.facavocemesmo.net.
Acesso em: 22 jul. 2010.
c) Impede a entrada de ar, por ser menor que a pressão interna;
altera a velocidade de escoamento, que é proporcional à pres- A característica de funcionamento que garante essa economia é
são atmosférica na altura do furo. devida
d) Impede a saída de água, por ser maior que a pressão interna; a) à altura do sifão de água.
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EM21_2_FIS_A_01

regula a velocidade de escoamento, que só depende da pressão


b) ao volume do tanque de água.
atmosférica.
c) à altura do nível de água no vaso.
e) Impede a entrada de ar, por ser menor que a pressão interna;
não muda a velocidade de escoamento, que só depende da d) ao diâmetro do distribuidor de água.
pressão da coluna de água. e) à eficiência da válvula de enchimento do tanque.

316 FIS A

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4. C2:H6 (Enem-2012) O manual que acompanha uma O dispositivo utilizado por Torricelli era, portanto, um tipo de ba-
ducha higiênica informa que a pressão mínima da água rômetro, isto é, um aparelho capaz de medir a pressão atmosférica.
para o seu funcionamento apropriado é de 20 kPa. A A esse respeito, considere as seguintes afirmações:
figura mostra a instalação hidráulica com a c­ aixa-d‘água I. Se a experiência de Torricelli for realizada no cume de uma
e o cano ao qual deve ser conectada a ducha. montanha muito alta, a altura da coluna de mercúrio será maior
que ao nível do mar.
II. Se a experiência de Torricelli for realizada ao nível do mar,
porém com água, cuja densidade é cerca de 13,6 vezes menor
que a do mercúrio, a altura da coluna de água será aproxima-
damente igual a 10,3 m.
III. Barômetros como o de Torricelli permitem, através da medida
da pressão atmosférica, determinar a altitude de um lugar.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
3. (EEAr-2018) O valor da pressão registrada na superfície de um
lago é de 1 · 105 N/m², que corresponde a 1 atm. Um mergulhador
O valor da pressão da água na ducha está associado à altura se encontra, neste lago, a uma profundidade na qual ele constata
uma pressão de 3 atm. Sabendo que a densidade da água do lago
a) h1. d) h4.
vale 1,0 g/cm³ e o módulo da aceleração da gravidade no local vale
b) h2. e) h5. 10,0 m/s², a qual profundidade, em metros, em relação à superfície,
c) h3. esse mergulhador se encontra?
5. C2:H6 (Enem-2013) Os densímetros instalados nas a) 10
bombas de combustível permitem averiguar se a b) 20
quantidade de água presente no álcool hidratado c) 30
está dentro das especificações determinadas pela
Agência Nacional do Petróleo (ANP). O volume máximo permi- d) 40
tido de água no álcool é de 4,9%. As densidades da água e do 4. (UFPR) O mercúrio é um metal que possui densidade de 13,6 g/cm3,
á l c o o l a n i d r o s ã o d e 1 , 0 0 g / c m 3 e 0 , 8 0 g / c m 3, em condições normais. Dessa forma, um volume de 1 litro (1 dm3)
respectivamente. desse metal tem massa, em quilogramas, igual a
Disponível em: http://nxt.anp.gov.br. Acesso em: 5 dez. 2011. Adaptado. a) 0,0136.
b) 0,136.
A leitura no densímetro que corresponderia à fração máxima per-
mitida de água é mais próxima de c) 1,36.
a) 0,20 g/cm3. d) 13,6.
b) 0,81 g/cm3. e) 136.
c) 0,90 g/cm . 3
5. (Unicamp) Os grandes problemas contemporâneos de saúde pú-
d) 0,99 g/cm3. blica exigem a atuação eficiente do Estado que, visando à proteção
da saúde da população, emprega tanto os mecanismos de persua-
e) 1,80 g/cm . 3
são (informação, fomento), quanto os meios materiais (execução
de serviços) e as tradicionais medidas de polícia administrativa
Complementares (condicionamento e limitação da liberdade individual). Exemplar
na implementação de política pública é o caso da dengue, que se
1. (PUCRS-2014) Em um laboratório de Física, há uma cadeira com expandiu e tem-se apresentado em algumas cidades brasileiras
assento formado por pregos com as pontas para cima. Alguns na forma epidêmica clássica, com perspectiva de ocorrências
receiam sentar-se nela, temendo machucar-se. Em relação à situa- hemorrágicas de elevada letalidade. Um importante desafio no
ção descrita, é correto concluir que, quanto maior é o número de combate à dengue tem sido o acesso aos ambientes particulares,
pregos, __________ na pessoa que senta na cadeira. pois os profissionais dos serviços de controle encontram, muitas
a) menor é a força total que o conjunto de pregos exerce vezes, os imóveis fechados ou são impedidos pelos proprietários
b) maior é a força total que o conjunto de pregos exerce de penetrarem nos recintos. Dada a grande capacidade dispersiva
do mosquito vetor, ‘Aedes aegypti’, todo o esforço de controle pode
c) maior é a pressão exercida ser comprometido caso os operadores de campo não tenham
d) maior é a área e a pressão exercida acesso às habitações.
e) maior é a área e menor a pressão exercida Adaptado de “Programa Nacional de Controle da Dengue”.
Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002.
2. (UFRGS) A atmosfera terrestre é uma imensa camada de ar, com
EM21_2_FIS_A_01

EM21_2_FIS_A_01

dezenas de quilômetros de altura, que exerce uma pressão sobre O texto se refere ao combate ao mosquito vetor da dengue. Um
os corpos nela mergulhados: a pressão atmosférica. O físico italiano parâmetro importante usado no acompanhamento da proliferação
Evangelista Torricelli (1608-1647), usando um tubo de vidro com da dengue nas grandes cidades é o raio de voo do mosquito, que
cerca de 1 m de comprimento completamente cheio de mercúrio, consiste na distância máxima dentro da qual ele pode ser encon-
demonstrou que a pressão atmosférica ao nível do mar equivale à trado a partir do seu local de origem. Esse raio, que em geral varia
pressão exercida por uma coluna de mercúrio de 76 cm de altura. de algumas centenas de metros a poucos quilômetros, é na verdade

FIS A 317

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 317 22/09/2020 15:33:33


muito menor que a capacidade de deslocamento do mosquito. 9. (Unesp) Uma pessoa, com o objetivo de medir a pressão interna de
a) Considere que o mosquito permanece em voo cerca de 2 horas um botijão de gás contendo butano, conecta à válvula do botijão
por dia, com uma velocidade média de 0,50 m/s. Sendo o seu um manômetro em forma de U, contendo mercúrio. Ao abrir o
tempo de vida igual a 30 dias, calcule a distância percorrida registro R, a pressão do gás provoca um desnível de mercúrio no
(comprimento total da trajetória) pelo mosquito durante a tubo, como ilustrado na figura.
sua vida. B
b) Assumindo que a pressão necessária para perfurar a pele hu-
mana seja p = 2,0 · 107 N/m2, calcule a força mínima que deve R
ser exercida pelo mosquito na sua picada. A área do seu apa- 104 cm
relho bucal picador em contato com a pele é A = 2,5 · 10–11 m2.
6. (PUC-Rio) Considerando a pressão da superfície do oceano como
p = 1,0 atm = 1,0 · 105 Pa, determine a pressão sentida por um mer- A
gulhador a uma profundidade de 200 m. Considere a densidade da
água igual a 1,0 · 103 kg/m3, g = 10 m/s2.
a) 15,0 atm
Considere a pressão atmosférica dada por 105 Pa, o desnível
b) 25,0 atm h = 104 cm de Hg e a secção do tubo 2 cm2.
c) 11,0 atm Adotando a massa específica do mercúrio igual a 13,6 g/cm3 e
d) 21,0 atm g = 10 m/s2, calcule:
e) 12,0 atm a) a pressão do gás, em pascal.
b) a força que o gás aplica na superfície do mercúrio em A.
7. (UEL-2011) A figura a seguir apresenta um vaso preenchido com
dois fluidos diferentes não miscíveis. O fluido 1 apresenta densidade Advertência: esse experimento é perigoso. Não tente realizá-lo.
de 1 g/cm3 e o fluido 2, densidade de 0,7 g/cm3. 10. (UPF-2012) Um líquido de densidade igual a 1 250 kg/m3 encontra-se
em equilíbrio no interior de um tubo de formato cilíndrico, como na fi-
gura (o desenho não está em escala real). O tubo tem 2 cm de diâmetro
e no seu fundo há um êmbolo (móvel) que pressiona o dinamômetro.
2 h3 Considerando que o dinamômetro indica 37,68 N, é possível afirmar
que a altura (h) da coluna de líquido contido no tubo é, em m, de
h1 1 (Considere a pressão atmosférica de 1 ⋅ 105 Pa; g = 10 m/s2; π = 3,14.)
h2

Sendo h1 = h + h2, qual a razão h/h3? h


a) 0,7
b) 1
c) 5
d) 3,2 Dinamômetro
e) 100
8. (EEWB-2011) Um vaso comunicante em forma de U possui duas a) 1.
colunas da mesma altura h = 30 cm, preenchidas com água até a b) 1,6.
metade. Em seguida, adiciona-se óleo de massa específica igual a c) 2.
0,70 g/cm3 a uma das colunas até a coluna estar completamente
d) 2,6.
preenchida, conforme mostram as figuras a seguir.
e) 0,6.

Óleo
30 cm

Água

A massa específica da água é de 1,0 g/cm3. A coluna de óleo terá


comprimento de
a) 27,5 cm.
b) 25,0 cm.
ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
c) 22,5 cm.
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1. Faça downloaddodo aplicativo
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Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
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2. Abra
Abraooaplicativo
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e aponte para o QR Code ao
EM21_2_FIS_A_01

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3. para acessardeste
O gabarito o gabarito ou o será
módulo solucionário
exibidodeste módulo.
em sua tela.

318 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 318 22/09/2020 15:33:42


Mecânica dos

E
EE
MM

EEE
MM
MM
MM

EEE
MM

EEE

MM
EEE

MM
MMM
fluidos II

M
MMMMM
MMMMM
Princípio de Pascal • Princípio de Arquimedes • Noções de hidrodinâmica
Física
mód. 02/16

Empuxo e
hidrodinâmica
A 02
START

Conheça os efeitos causados no organismo pelas grandes altitudes


Para quem visita locais de grandes altitudes, os sintomas sentidos devido à presença de pouco oxigênio e da
baixa pressão atmosférica podem ir muito além da dificuldade em respirar. Nesse tipo de situação, o organismo
de uma pessoa passa por algumas mudanças, culminando em efeitos que podem ser perigosos em vários de seus
sistemas, desde o cardiovascular até o musculoesquelético, incluindo o endócrino, o nervoso e o imunológico.
Em casos mais graves, até o cérebro fica comprometido. É a chamada doença aguda da montanha.
A partir de dois mil metros acima do nível do mar, o corpo humano começa a tentar responder à quebra da
homeostase (processo que mantém o equilíbrio fisiológico) resultante da hipóxia, estado em que há baixo teor
de oxigênio nos tecidos orgânicos. Dessa maneira, começam a surgir os primeiros reflexos negativos das grandes
altitudes no organismo.
“Inicialmente, uma pessoa pode sentir os sinais da doença aguda da montanha, incluindo cefaleia, perda de
apetite, náuseas, vômitos, fadiga muscular, insônia, taquicardia e discreta hipertensão arterial. Além disso, há
desconforto pulmonar, com a falta de ar, e as vertigens, semelhantes às relatadas em ataques de pânico, ou de
ansiedade severa. Esses sinais e sintomas se manifestam, geralmente, de seis a 48 horas após o início da exposi-
ção à hipóxia”, explica o professor Marco Túlio, do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp). [...] Monte Ama Dablam, área
do Everest, Nepal. O monte
­Everest é considerado a mon-
tanha mais alta da Terra.
Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/09/
conheca-os-efeitos-causados-no-organismo-pelas-grandes-altitudes.html. Acesso em: 4 set. 2017.

1. Como é a dependência da pressão do ar em função da altitude? E na água, como isso varia?

Daniel Prudek/Shutterstock
Percebemos que a pressão atmosférica diminui com o aumento da altitude. O efeito disso é que as moléculas de ar estão mais diluídas, dificultando a

respiração. Na água ocorre o contrário, já que a maior coluna de água promove maior pressão.

2. Quais são os possíveis efeitos da alta pressão e da baixa pressão? Você já vivenciou exemplos dessas
reações? Como foi?
Um dos efeitos da alteração da pressão pode ser percebido quando viajamos para a praia, por exemplo. Neste

momento, nosso tímpano é empurrado para dentro e para fora pela variação da pressão. Em casos mais extre-

mos, pode provocar dano a essa estrutura.


EM21_2_FIS_A_02

FIS A 319

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 319 22/09/2020 15:34:19



Saiba mais
Hidráulica é uma tecno-
Princípio de Pascal
logia que utiliza líquidos
pressurizados para realizar Pelo Teorema de Stevin, a pressão em um Ao se projetar uma prensa hidráulica, pode-
trabalho útil. líquido depende da profundidade e da pressão -se obter, com a área do êmbolo de entrada bem
externa P0 , que costumeiramente é a pressão menor que a área do êmbolo de saída, uma força
Observação
atmosférica. No entanto, se for exercida uma de saída multiplicada dezenas de vezes se com-
pressão externa maior que a pressão atmos- parada à força de entrada. Esse é o princípio de
A vantagem de sistemas
férica, o incremento de pressão deve ser re- funcionamento de macacos hidráulicos, freios
hidráulicos em relação a
sistemas mecânicos simples passado para todos os pontos do líquido, automotivos hidráulicos, elevadores hidráulicos
é a possibilidade de multi- igualmente. Esse conceito foi estabelecido pela e direção automotiva hidráulica.
plicar a força. primeira vez por Blaise Pascal (1623-1662). Como não há alteração do volume do lí-
O princípio de Pascal foi enunciado da se- quido no processo, quando o êmbolo menor é
Curiosidade guinte forma: empurrado para baixo, o êmbolo maior deve
ser empurrado para cima. Em outras pala-
Georgios Kollidas/Shutterstock

Uma variação da pressão ∆P aplicada a vras, o volume V deslocado pelo êmbolo me-
um líquido incompressível é transmitida nor deve ser igual ao volume V que desloca o
sem nenhuma atenuação a todos os pon- êmbolo maior. O deslocamento ∆x1 do êmbolo
tos do fluido e às paredes do recipiente. menor é maior que o deslocamento ∆x 2 do
êmbolo maior, pois o êmbolo menor tem uma
Uma importante aplicação do princípio de área A1 menor que a área A 2 do êmbolo maior.
Pascal é a prensa hidráulica. Considere que Lembre-se de que o volume V deslocado, nesse
uma força de intensidade F 1 é exercida per- caso, é igual a:
pendicularmente sobre um pequeno êmbolo V = A1 · ∆x1 = A 2 · ∆x 2
de área A1. Como o líquido é incompressível, Portanto, a razão entre as áreas dos
Blaise Pascal toda pressão aplicada ao êmbolo é transmitida êmbolos é igual à razão dos deslocamentos
a todos os pontos do líquido e à parede do reci- dos êmbolos.
Usando vinho, Pascal cons-
piente, incluindo um êmbolo de área A 2 .
truiu um barômetro com A 2 ∆x1
aproximadamente 15 metros =
SAE DIGITAL S/A

de comprimento. F1 A1 ∆x2
Comparando essa expressão com a relação
entre as áreas e forças envolvidas:
A 2 F2
A2 =
A1 F1
A1
encontramos:
F2 F2 ∆x1
=
F1 ∆x2
Prensa hidráulica. Uma força F1 é aplicada no êmbolo 1, de área A1,
transmitindo uma pressão que é distribuída em todo o fluido e nas e, consequentemente:
paredes do recipiente. Essa pressão atua no êmbolo 2, de área A2 ,
gerando uma força F2 .
F 1 · ∆x1 = F 2 · ∆x 2

O acréscimo de pressão aplicado no pri- As quantidades F 1∆x1 e F 2∆x 2 são trabalhos


meiro êmbolo deve ser igual ao aplicado no mecânicos (força multiplicada pela distância).
êmbolo maior. Sendo assim: Portanto, o trabalho que entra na prensa hi-
DP1 = DP2 dráulica, que é igual à variação de energia,
deve ser igual ao trabalho que sai, eviden-
ciando a conservação da energia.
F1 F2
= Considerando que as áreas A1 e A 2 dos
A1 A 2
êmbo­los sejam circulares com raios R1 e R 2 ,
respectivamente, a relação entre as forças e os
Multiplicando os dois lados da expressão raios dos êmbolos será dada por:
por A 2 , obtemos:
F2 A 2 πR 22
= =
A2 F1 A1 πR12
F2 = F1
A1
2
F2  R 2 
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

Essa expressão indica que a força de inten- = 


F1  R1 
sidade F 2 será maior quanto maior for a área
do segundo êmbolo em relação ao primeiro.
Desse modo, a força F 2 será maior que F 1 para A razão entre as forças é igual à razão entre
a área A 2 maior que A1. os raios ao quadrado.

320 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 320 22/09/2020 15:34:46



Princípio de Arquimedes
Você já tentou afundar uma bola de praia Note que a intensidade da força E
em uma piscina? Talvez seja um e­ sforço extre- exercida pelo fluido sempre é igual à

SAE DIGITAL S/A


mamente difícil, pois surge uma força intensa intensidade da força-peso da porção
para cima assim que a bola é mergulhada. Essa de água que ocupa um determinado
força, orientada para cima, que surge quando volume V, nesse caso, o volume de uma
qualquer objeto é mergulhado em um fluido, é bola. Se for de fato uma bola que ocupe É necessária
uma força muito
denominada empuxo (E ). esse volume, a força E exercida pelo grande para
fluido vai ser proporcional ao volume manter uma bola
A intensidade da força de empuxo, repre- de praia imersa
sentada pela letra E, pode ser determinada. da água deslocada pelo objeto. Mais na água.
Considere um recipiente contendo água e de- especificamente, a força E exercida
pois imagine uma porção de água represen- pelo fluido tem intensidade igual ao peso da
Curiosidade
tada pelo pontilhado na figura a seguir, com água deslocada pelo objeto. Esse é o princípio
de Arquimedes, e a força E exercida pelo fluido O peso de um peixe é
volume exatamente igual ao volume da bola ligeiramente maior que o
de praia mergulhada no recipiente. é chamada de empuxo.
empuxo sofrido por ele.
No exemplo anterior, consideramos um ob- Isso significa que, caso não
SAE DIGITAL S/A

jeto imerso em água. Entretanto, as conclusões contornasse tal situação,


 sobre a força de empuxo são válidas para qual- afundaria. Por isso, para que
E seu volume fique maior, sua
quer fluido. bexiga natatória se enche de
O volume da porção de O princípio de Arquimedes pode ser enun- ar, aumentando o empuxo
água (equivalente ao – que pode ser maior que
volume da bola de praia) ciado da seguinte maneira:
está em equilíbrio dinâ-
o peso. Dessa forma, ele
mico. Forças exercidas não afunda. Regulando sua
 pelo fluido contrapõem A força de empuxo é exercida pelo bexiga natatória, o peixe
P o peso desse volume
fluido sobre um objeto submerso ou que pode alcançar diversas
de água.
flutua nele. A intensidade da força de em- profundidades.
puxo equivale ao peso do fluido deslo-

fivespots/Shutterstock
Essa porção de água está em equilíbrio me- cado pelo objeto.
cânico, pois está estática em relação ao seu
ambiente. Portanto, todas as forças que atuam Note que o princípio de Arquimedes não
nessa porção de água devem se anular, ou seja: depende da composição ou da forma do objeto
 
∑F = 0 que é mergulhado no fluido, mas do volume de
fluido deslocado (Vfd) por esse objeto.
Sobre essa porção de água atua uma
 Como a intensidade da força de empuxo E
­força‑peso Pporção de água que tende a puxá-la para
é igual à intensidade do peso Pfd do fluido des-
baixo. Entretanto, como ela está em equilíbrio
 locado pelo objeto, temos:
mecânico, deve haver uma força E orientada
E = Pfd
para cima, exercida pela água externa à porção
de água, que equilibra a força-peso. E = mfd · g
   Sendo mfd a massa do fluido deslocado e g
Pporção de água + E = 0
a aceleração da gravidade, recorrendo à defi-
E = Pporção de água nição de densidade para substituir a massa do
fluido deslocado, temos:
Essa expressão indica que a força exercida
pelo fluido externo à porção de água deve ter m
d=
intensidade igual à da força-peso dessa porção V
de água.
mfd = Vfd · df
Agora, imagine que a porção de água que
Desse modo, a intensidade da força de em-
tem o volume igual ao da bola de praia seja subs-
puxo é dada por:
tituída por uma bola de praia propriamente dita.
Embora a porção de água tenha sido substituída
E = df · Vfd · g
pela bola, as forças exercidas pela água externa
à bola são exatamente as mesmas exercidas so-
bre a porção de água anterior. No entanto, a força Dessa forma, a intensidade da força de em-
peso da bola é consideravelmente menor que a puxo E é diretamente proporcional à densidade
força peso (Pporção de água) da porção de água. Com do fluido no qual o objeto está mergulhado e
ao volume do fluido deslocado. Se o objeto es-
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

uma força peso (Pbola) menor, as forças que atuam


sobre a bola não são mais equilibradas e a força tiver totalmente submerso no fluido, então o
E exercida pelo fluido vence o jogo, empurrando volume de fluido deslocado coincidirá com o
a bola para cima. volume do objeto.

FIS A 321

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 321 22/09/2020 15:35:11



No SI, a unidade de medida do empuxo, P<E P=E
Biografia Vai flutuar E Equilíbrio
como toda força, é o newton (N).
P>E
E Vai afundar
claudio zaccherini/Shutterstock

Há algumas situações comuns que devem ser


vistas mais de perto sob a perspectiva do prin- P E
dobj < df
cípio de Arquimedes. O primeiro caso ­refere-se P
a um objeto totalmente mergulhado. Nesse
dobj = df P
caso, o volume do objeto Vobj coincide com o de dobj > df
fluido deslocado Vfd. Quando um objeto está
totalmente mergulhado em um fluido de densi- Um segundo caso a ser analisado é o de um
Arquimedes (287 a.C. – 212 objeto que flutua sobre um fluido. Considere
dade df, a intensidade do empuxo será:
a.C.), matemático, físico e um objeto de volume Vobj e densidade dobj , flu-
engenheiro grego, talvez E = df · Vobj · g tuando em equilíbrio estático sobre um fluido
tenha sido um dos maiores de densidade df maior que a densidade do ob-
Se o objeto tiver massa m e densidade dobj ,
“cientistas” da Antiguidade.
seu peso será: jeto (dobj < df). Nesse caso, parte do objeto está
Foi o primeiro a calcular,
com grande precisão, a imersa e parte não está. O volume do fluido
Pobj = m obj · g deslocado Vfd é dado pela parte mergulhada do
proporcionalidade entre a
circunferência de um círculo A massa do objeto pode ser substituída por objeto e o empuxo será dado por:
em relação ao seu diâmetro.
meio da definição de densidade. E = df · Vfd · g
Uma das histórias mais
conhecidas desse filósofo é m obj = Vobj · dobj Esse empuxo é equilibrado pelo peso do
uma lenda. Conta-se que um objeto, dado por:
rei mandou fazer uma coroa
O peso do objeto pode ser escrito como:
de ouro, porém, em virtude P=m·g
Pobj = dobj · Vobj · g
de boatos, desconfiou do P = dobj · Vobj · g
que ouviu e resolveu pedir A força resultante F r que age sobre o objeto
ajuda ao sábio Assim, para E = P, temos:
é dada por:
Arquimedes, que tinha de dobj · Vobj · g = df · Vfd · g
descobrir se ela era ou não F r = E – Pobj
toda de ouro. Certo dia, ao
tomar banho em uma ba- F r = df · Vobj · g – dobj · Vobj · g
dobj Vfd
nheira, Arquimedes se deu =
conta da solução do pro- F r = (df - dobj) Vobj g df Vobj
blema e saiu gritando pela
cidade de Siracusa “Eureka”,
que significa “descobri”. A expressão anterior indica que, se a den- A razão entre as densidades do objeto e do
sidade do objeto (dobj) for maior que a do fluido é igual à razão do volume deslocado do
Observação fluido (df), a força resultante será negativa e, fluido pelo volume total do objeto. Por exem-
consequentemente, o objeto afundará. Caso
­ plo: a densidade do gelo é, aproximadamente,
O empuxo, apesar de
a densidade do fluido seja maior que a do ob- 0,9 g/cm³, ao passo que a densidade da água
exercido pelo fluido, não é
determinado pela forma do é de, aproximadamente, 1 g/cm³. Realizando a
jeto, a força resultante será positiva e o objeto
objeto nem pela composição razão entre as duas densidades, temos:
dele. O empuxo depende flutuará. Se as densidades do objeto e do fluido
apenas do peso do fluido forem iguais, a expressão se cancelará e a força dgelo 0, 9
deslocado pelo objeto. Se = = 0, 9
resultante será nula. Em outras palavras, o ob- dágua 1
diferentes materiais de
mesmo volume, porém jeto, nesse caso, ficará imerso no fluido sem
Isso significa que a razão entre o volume de
com densidades diferentes, afundar ou flutuar. A direção do movimento
forem mergulhados em um água deslocada pelo gelo e o volume total
de um objeto mergulhado em um fluido será
fluido, todos experimenta- do gelo é igual a 0,9. Portanto, o gelo terá 90% de
rão o mesmo empuxo. Os determinada, em última instância, pela sua seu volume mergulhado, com apenas 10% acima
objetos flutuam ou afundam densidade. da superfície.
como resultado das ações
do empuxo e do peso

Noções de hidrodinâmica
combinadas. Assim, se a in-
tensidade do peso for maior
que a do empuxo, o objeto
afundará. Caso contrário,
flutuará. A área da Física que estuda os fluidos em movimento é a hidrodinâmica.
Há dois tipos de movimentos principais de fluidos: laminar (ou estável) e
turbulento.
●● Fluxo laminar ou estável: ocorre quando cada partícula constituinte do
fluido segue uma trajetória uniforme. As trajetórias de todas as partículas do
fluido nunca se cruzam umas com as outras. Nesse fluxo, a velocidade de to-
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

das as partículas que passam por determinado ponto no espaço é a mesma.


●● Turbulento: quando o fluxo de partículas alcança determinada velocidade li-
mite, as trajetórias das partículas começam a se desorganizar e a se cruzar.
Logo, o fluxo passa de laminar para turbulento. Em um movimento de fluido
turbulento, as partículas não têm a mesma velocidade e ocorre a formação de
pequenos redemoinhos.

322 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 322 22/09/2020 15:35:22



Viscosidade é a grandeza que descreve o Nesse tubo, as partículas que compõem o
grau de atrito interno entre as partículas do fluido se movimentam ao longo de linhas de
fluido. Esse atrito interno, ou força viscosa, está corrente em um fluxo estável. Como as linhas
associado à resistência do movimento de diver- de corrente não se cruzam, todas as partícu- Curiosidade
sas partes do fluido que estão se movendo em las que atravessam a área 1 (A1), em um tempo A fumaça da chama extinta
velocidades diferentes. A viscosidade transforma posterior, atravessarão a área 2 (A 2). Considere de uma vela tem um escoa-
parte da energia cinética desse movimento em que as velocidades das partículas de fluido, ao mento laminar no início,
tornando-se turbulento à
energia interna, em um mecanismo semelhante atravessarem A1 e A 2 , são v1 e v 2 , respectiva- medida que a fumaça sobe.
ao atrito entre superfícies sólidas, no qual um mente. Em um intervalo de tempo ∆t, o fluxo

Nic Neufeld/Shutterstock
objeto em movimento perde gradualmente sua que passou pela área A1 percorrerá uma dis-
energia cinética em virtude do atrito, sendo que tância ∆x1, que é dada por:
essa energia cinética se transforma em energia ∆x1 = v1 · ∆t
interna para ambas as superfícies.
O volume V de fluido que passa pela área A1
Na verdade, o movimento dos fluidos, e percorre a distância ∆x1 é:
além de ser bastante complexo, não é com-
V1 = A1 · ∆x1 = A1 · v1 · ∆t A velocidade da partícula
preendido completamente. Para estudar os
No mesmo intervalo de tempo ∆t, o volume de fluido é maior onde as
movimentos dos fluidos, faz-se necessário o linhas de corrente estão
desenvolvimento de algumas hipóteses simpli- do fluxo que passa pela área A 2 e percorre a mais próximas.
ficadoras, construindo um modelo de fluidos distância ∆x 2 = v 2 · ∆t é dado por:

kloromanam/Shutterstock
ideais. Há quatro hipóteses principais: V2 = A 2 · ∆x 2 = A 2 · v 2 · ∆t
1) O fluido ideal não deve ter viscosi- Como o fluido é incompressível, esses volu-
dade. Dessa forma, ignora-se o atrito mes devem ser iguais.
interno no movimento dos fluidos. V1 = V2 → A1 · v1 · ∆t = A 2 · v 2 · ∆t
2) O movimento do fluido deve ser lami-
nar. Todas as partículas do fluido que A1 · v1 = A 2 · v 2
passam por um ponto do espaço devem
ter a mesma velocidade. A expressão anterior é conhecida como
Observação
3) O fluido deve ser incompressível. O vo- equação da continuidade em fluxos la-
minares. A multiplicação da área da seção Os canos reais são tubos
lume do fluido não deve ser modificado de fluxo.
sob a ação de uma pressão externa. ­transversal do tubo com a velocidade do fluido
naquela seção deve ser constante para toda a
4) O fluido não deve ter nenhuma quan- tubulação em que o fluxo do fluido é laminar. Observação
tidade de movimento angular em rela- No exemplo do tubo, a velocidade v1 do fluido Uma consequência da
ção a algum ponto. Se, por exemplo, um na parte mais larga do tubo é menor que a ve- equação da continuidade
CD ou DVD for colocado na superfície do locidade v 2 na parte mais estreita.
é que o fluxo é mais lento
fluido, este não deve girar. Essa suposi- nas partes mais largas do
ção está relacionada à exigência do fluxo Observe que, ao multiplicar a área da seção tubo e mais rápido nas mais
transversal de um local do tubo, cuja unidade estreitas.
laminar de um fluido ideal.
de medida é o metro quadrado (m2), pela velo-
cidade do fluido nesse local, cuja unidade de Saiba mais

Linhas de corrente e medida é o metro por segundo (m/s), obtém-se


a unidade de medida igual a m³/s.
Como o produto entre a
área da seção transversal da
equação da continuidade Essa unidade de medida é a mesma da
vazão do fluido pelo tubo. A multiplicação da
mangueira e a velocidade
do fluxo de água deve ser
constante, ao se colocar o
A trajetória de uma partícula do fluido em área pela velocidade é chamada de fluxo volu- dedo na saída da mangueira,
um fluxo laminar é denominada linha de cor- métrico ou, simplesmente, vazão (Z). diminui-se a área da seção
rente ou de fluxo. A velocidade de uma partí- transversal do fluxo de
cula em um fluxo laminar sempre deve Z=v·A água e, consequentemente,
aumenta-se a velocidade.
ser tangente à linha de corrente
sendo v a velocidade do fluido e A a área, po- Ao tirar o dedo da saída de
(observe a figura ao lado). A re- água, aumenta-se a área da
dendo ser escrita na forma:
união das linhas de corrente v seção transversal do fluxo
em um fluxo laminar é cha- de água e a velocidade
V diminui.
mada de tubo de fluxo. Z=
Nenhuma partícula do ∆t
schankz/Shutterstock

fluxo laminar do fluido deve


Nas equações, v indica velocidade e V in-
cruzar as linhas de corrente.
dica volume.
Agora considere um fluxo de fluido ideal
É possível verificar a equação da conti-
por meio de um tubo.
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

A2 nuidade por meio da mangueira de água de


jardim. Ao se colocar o dedo na extremidade
Quando se restringe a saída de
A1 livre da mangueira, a água ganha velocidade, água de uma mangueira, sua
∆x 2 formando um jato. Ao se tirar, a velocidade da velocidade aumenta.
água diminui.
∆x1
FIS A 323

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 323 22/09/2020 15:35:36


FÍSICA E CULTURA

Hidroginástica
As atividades físicas na água são uma boa oportunidade de se refrescar no calor e de unir uma atividade de lazer com
algo muito saudável. Nesse sentido, muitas academias têm inserido a hidroginástica na sua programação como uma
atividade inicial para pessoas que estão saindo da zona do sedentarismo. Em função do baixo impacto dos movimentos
dentro da água, vem atraindo também os mais idosos, que muitas vezes sofrem com as atividades físicas tradicionais.
O trecho a seguir trata dos resultados de uma pesquisa divulgada em um artigo da Revista Brasileira de Prescrição e
Fisiologia do Exercício e destaca os benefícios dessa modalidade esportiva para as pessoas idosas.

[...] Os idosos deste estudo, acompanhados durante as aulas de hidroginástica, apresentaram mudanças significativas no condiciona-
mento físico e na capacidade funcional, melhorando o seu desempenho nas atividades diárias, bem-estar físico e mental. Podemos supor,
entretanto, que para manter um bom condicionamento físico, é preciso ter uma boa capacidade aeróbia, força muscular, resistência mus-
cular, flexibilidade e composição corporal, pois são componentes importantes que desempenham um papel vital na saúde do organismo.
As alterações das capacidades físicas, anatomo-fisiológica, psicossocial e cognitiva são comuns e evoluem progressivamente no processo
de envelhecimento. Todavia, podem ser proteladas e eliminadas com a prática da atividade física, como a hidroginástica. Além do mais,
sua aplicabilidade deve ser moderada, progressiva e com exercícios adequados, atendendo às necessidades individuais e do grupo de
idosos. Em suma, algumas considerações como: os objetivos do programa das aulas, atitudes do educador físico, o local, as propriedades
físicas da água, entre outras, que caracterizarão e diferenciarão de outras práticas de atividades físicas nesta faixa etária. Assim, esta mo-
dalidade oferecerá benefícios morfológicos, orgânicos e psicossociais para os idosos, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida,
tendo, por consequência, a longevidade. [...]

ASSIS, R. S. et al. A hidroginástica melhora o condicionamento físico dos idosos. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia
do Exercício, São Paulo, v. 1, n. 5, p. 62-75, set./out. 2007. ISSN 1981-9900. Acesso em: 22 ago. 2019.

1. Você já fez ou conhece alguém que faz hidroginástica? Quais são os possíveis benefícios dessa atividade física?
Resposta pessoal. Os benefícios podem ser o baixo impacto e a possibilidade de uma atividade mais longa, por não existirem muitos desgastes. Além disso, essas aulas geralmente

são animadas, o que facilita a adaptação e a continuidade das atividades.

2. Por que podemos afirmar que essa é uma atividade física de baixo impacto? Como o estudo dos fluidos permite justificar essa afirmação?
Ao realizarmos atividade debaixo d’água, estamos sob ação da força de empuxo orientada para cima. Por isso, temos a impressão de estarmos mais leves, devido à ação da força-peso
em conjunto com a força de empuxo promovida pelo líquido. Assim, parece mais fácil realizar deslocamentos ou ainda movimentos típicos da hidroginástica com baixo esforço e
impacto.

A hidroginástica é uma atividade física para todas


as idades, mas popular entre a população idosa.
Rido/Shutterstock

EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

324 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 324 22/09/2020 15:35:49


Resolvidos 3. Uma seringa tem uma área de saída de líquido 8 vezes menor que
seu corpo cilíndrico. Se o êmbolo da seringa diminui o nível do
1. O princípio de Pascal estabelece que a pressão hidrostática é a líquido da seringa em 6 cm em 2s, com que velocidade o líquido
mesma em todos os pontos do líquido? sai da seringa?
99 Solução: Pela equação da continuidade, temos:

Não. O princípio de Pascal estabelece que um acréscimo de pressão é A1v1 = A 2 v 2


distribuído integralmente em todos os pontos do líquido. A1
Como A 2 = e ∆x = 6 cm = 0,06 m, então:
8
2. O elevador hidráulico de uma oficina mecânica é acionado por meio x A1
A1  v2
de um êmbolo que tem área de 30 cm². A massa do automóvel a ser t 8
levantado é de 3 toneladas e o automóvel está apoiado sobre um 0, 06 1
= v2
êmbolo cuja área é de 6 000 cm². Considerando que a aceleração 2 8
da gravidade é g = 10 m/s², determine a intensidade mínima da v2 = 0,24 m/s
força que deve elevar o automóvel.
99 Solução: 4. (Mackenzie) O diagrama a seguir mostra o princípio do sistema
Nos dois êmbolos, as pressões devem ser iguais. hidráulico do freio de um automóvel.
Êmbolo de área 40 mm2
F1 F2 Êmbolo de área 80 mm2
=
A1 A2

Como a massa do automóvel apoiado sobre o segundo êmbolo é 40 mm


Óleo
conhecida, é possível encontrar F2. Articulações
F2 = m · g = 3 · 103 · 10 = 3 · 104 N
200 mm
Convertendo as áreas dadas para o SI, lembrando que 1 cm = 10–2 m:
A1 = 30 cm2 = 3 · 10–3 m2
F = 50 N
A2 = 6 000 cm2 = 6 · 10–1 m2
Assim:
Pedal
F1 3 ⋅10 4
−3
= Quando uma força de 50 N é exercida no pedal, a força aplicada
3 ⋅10 6 ⋅10 −1
pelo êmbolo de área igual a 80 mm2 é de
F1 = 150 N a) 100 N. d) 400 N.
b) 250 N. e) 500 N.
Praticando c) 350 N.
99 Anotações:
1. O princípio de Arquimedes estabelece que toda vez que um corpo FF ⋅⋅ d
F⋅d
− FF1 ⋅⋅ d
d111 −
− F11 ⋅ dd222 =
= 00
=0
desloca um fluido, sobre ele atuará uma força chamada empuxo. 50 ⋅⋅ 00,, 22 −
50 − FF1 ⋅⋅ 00,, 04
50 ⋅ 0, 2 − F1 ⋅ 0, 04
1
=0
04 =
= 00
Considere que uma pessoa esteja imersa a 3 m de profundidade FFF11 == 250
= 250 N
250 N
N
1
em uma piscina de água doce e outra esteja imersa a 3 m de FF1 FF2
= F2
F11 =
profundidade no Oceano Atlântico. O empuxo sofrido pelas duas A = A22
A
A111 A A22
pessoas será o mesmo? Considere que as pessoas deslocam o 250
250
250 = FFF22
= 80
40 = 2
mesmo volume de fluido. 40
40 80 80
FF2 = 5
= 550000 N
0 0 N
F22 = N
O empuxo depende da densidade do fluido df no qual as pessoas estão imersas e do
volume de fluido deslocado Vfd.
E = dfVfdg
Como a densidade da água doce é diferente da densidade da água do Oceano Atlântico,
o empuxo não será o mesmo.
Afundar no Oceano Atlântico acarretará um empuxo maior, pois a densidade da água
salgada é maior do que a da água doce.

5. Uma mangueira de incêndio tem 7 cm de diâmetro e nela a água


flui a uma taxa de 1,2 · 10–2 m3/s. No entanto, a água é forçada a
2. Um cano de água é adequadamente conectado em outro que tem sair por um orifício cujo diâmetro tem apenas 2 cm. Determine a
uma área 3 vezes maior. Se a velocidade de escoamento de água velocidade de saída da água da mangueira.
no primeiro é de 9 cm/s, qual será a velocidade de escoamento A velocidade pode ser determinada utilizando a equação da continuidade. Sabendo que
no segundo? a vazão deve ser a mesma em qualquer ponto da mangueira:
Z = Av
Pela equação da continuidade:
Z
v=
A1v1 = A2 v2 A
Como a área da seção transversal da mangueira tem forma circular e sabendo que o
A1v1 = 3A1v2 raio r é a metade do diâmetro, então:
2
 d
A1  r2    
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

9 = 3 v2
 
2
v2 = 3 cm/s A = 3,14 · 10–4 m2
Portanto, a velocidade de saída é:
, ⋅ 10−2
12
v= = 38, 2 m/s
3,14 ⋅10−4

FIS A 325

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 325 22/09/2020 15:36:23


6. Uma caixa de água, inicialmente vazia, demorou 20s para ficar 9. Em pescarias, é comum a utilização de boias para manter a linha
completamente cheia. Ela foi cheia a uma taxa de 200 · 10–3 m3/s. mais longe da vara e, também, para sinalizar quando o peixe está
Qual o volume interno da caixa de água? “beliscando” a isca. Considere que uma boia está em repouso com
A vazão é dada pela expressão Z = vA, mas também é possível escrever a velocidade 4/5 do seu volume submerso na água. Para que isso seja possível,
qual deve ser a densidade do material da boia?
como: E=P
x
v
t dágua Vlíq. desl. g = mg
A∆x
Assim, Z = , sendo que ∆V = A∆x. Portanto:
∆t dágua Vlíq. desl. = m
∆V m
Z= Para a definição de densidade, d = , sabe-se que a massa é dada por m = dV.
∆t v
∆V = Z∆t dágua Vlíq. desl. = dboia Vboia

4 Vboia
Como a caixa estava inicialmente vazia, então: 1, 0 = dboia Vboia
5
V = 200 ⋅ 10 −3 ⋅ 20 = 4 m3
4
1, 0 = dboia
5
g
dboia = 0, 8 3
cm

7. Um dinamômetro tem um bloco de alumínio acoplado e está indi- 10. Ao flutuar em água, um bloco de isopor tem 1/9 de seu volume
cando um peso de 15 N ao ar livre. Logo em seguida, esse bloco de imerso. Ao flutuar em óleo de soja, a parte submersa aumenta para
alumínio é mergulhado em água e o dinamômetro passa a indicar 1/8 de seu volume total. Determine a densidade do óleo de soja,
10 N. Determine o volume do bloco de alumínio, sabendo que a sabendo que a densidade da água é 1 g/cm³.
densidade da água é de 1 g/cm³.
Para o bloco de isopor, seu peso e o empuxo em virtude da porção imersa do bloco
A aparente perda de peso do bloco de alumínio quando é mergulhado em água mantém o material pouco denso flutuando sobre a água. Note que a força de empuxo
deve ser a mesma para a água e para o óleo de soja, pois ambos estão equilibrando o
ocorre em virtude do empuxo exercido pelo fluido. Nesse caso, são três forças que se peso do bloco.
Como o isopor está flutuando na água, seu peso é compensado pelo empuxo.
equilibram estaticamente: peso, força de tração exercida pelo dinamômetro e empuxo. E=P
Essa relação será igual tanto para a flutuação em água quanto na em óleo. Portanto, o
O empuxo é dado por E = dVg. empuxo será o mesmo tanto na água quanto no óleo.
Eágua = Eóleo
Como o empuxo é igual à diferença das leituras no dinamômetro, então:
1 1
dágua Vg  dóleo Vg
9 8
E = 5 N. dóleo 8
  0,89
dágua 9
E o volume pode ser calculado, lembrando que d = 1g/cm3 = 103 kg/m3:
dóleo = 0,89 dágua
E 5 Como a densidade da água é igual a 1 g/cm3, então:
V= =
dg 103 ⋅ 10 dóleo = 0,89 g/cm3

V = 5 · 10–4 m3

V = 5 · 102 cm3 = 500 cm3


Desenvolvendo Habilidades
1. C1:H3 (Enem-2015) Sabe-se que nas proximidades dos
polos do planeta Terra é comum a formação dos ice-
bergs, que são grandes blocos de gelo flutuando nas
águas oceânicas. Estudos mostram que a parte de gelo
que fica emersa durante a flutuação corresponde a aproximada-
8. Um balão meteorológico tem grandes proporções e é repleto
mente 10% do seu volume total. Um estudante resolveu simular
de hidrogênio. Ele é usado para mapear dados referentes à alta
essa situação introduzindo um bloquinho de gelo no interior de um
atmosfera. Considere que esse balão tenha peso de 200 N e ocupe
recipiente contendo água, observando a variação de seu nível desde
um volume de 25 m³, sendo mantido preso ao chão por uma corda.
o instante de introdução até o completo derretimento do
Determine a força de tração dessa corda, considerando que a
bloquinho.
densidade do ar é de 1,2 kg/m³ e que a aceleração da gravidade
é de 10 m/s². Com base nessa simulação, verifica-se que o nível da água no
recipiente
As forças que agem sobre o balão são o empuxo E e, em virtude do ar, a força de tração
a) subirá com a introdução do bloquinho de gelo e, após o derre-
T na corda e seu peso P. No equilíbrio: timento total do gelo, esse nível subirá ainda mais.
b) subirá com a introdução do bloquinho de gelo e, após o der-
E=T+P
retimento total do gelo, esse nível descerá, voltando ao seu
T=E–P valor inicial.
c) subirá com a introdução do bloquinho de gelo e, após o derre-
O empuxo sofrido pelo balão é:
timento total do gelo, esse nível permanecerá sem alteração.
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

E = dVg ⇒ E = 1,2 · 25 · 10 d) não sofrerá alteração com a introdução do bloquinho de gelo,


porém, após seu derretimento, o nível subirá devido a um
E = 300 N aumento em torno de 10% no volume de água.
Como o balão tem peso de 200 N, a força de tração para sustentá-lo é: e) subirá em torno de 90% do seu valor inicial com a introdução
do bloquinho de gelo e, após seu derretimento, o nível descerá
T = 300 – 200 = 100 N apenas 10% do valor inicial.

326 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 326 22/09/2020 15:36:38


2. C1:H3 (UEPB-2013) Os precursores no estudo da hidrostática pro- 3. C1:H3 (Enem-2010) Durante uma obra em um clube,
puseram princípios que têm uma diversidade de aplicações em um grupo de trabalhadores teve de remover uma es-
inúmeros “aparelhos” que simplificam as atividades extenuantes cultura de ferro maciço colocada no fundo de uma
e penosas das pessoas, diminuindo muito o esforço físico, como piscina vazia. Cinco trabalhadores amarraram cordas à
também encontraram situações que evidenciam os efeitos da pres- escultura e tentaram puxá-la para cima, sem sucesso.
são atmosférica. A seguir, são apresentadas as situações-problema Se a piscina for preenchida com água, ficará mais fácil para os
que ilustram aplicações de alguns dos princípios da hidrostática. trabalhadores removerem a escultura, pois a
a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens não precisarão fazer
força para remover a escultura do fundo.
b) escultura ficará com peso menor. Dessa forma, a intensidade
da força necessária para elevar a escultura será menor.
c) água exercerá uma força na escultura proporcional a sua massa,
e para cima. Esta força se somará à força que os trabalhadores
fazem para anular a ação da força-peso da escultura.
d) água exercerá uma força na escultura para baixo, e esta passará
a receber uma força ascendente do piso da piscina. Esta força
ajudará a anular a ação da força-peso na escultura.
e) água exercerá uma força na escultura proporcional ao seu
Situação I – Um sistema hidráulico de freios de alguns carros, em volume, e para cima. Esta força se somará à força que os tra-
condições adequadas, quando um motorista aciona o freio de um balhadores fazem, podendo resultar em uma força ascendente
carro, este para após alguns segundos, como mostra a figura acima. maior que o peso da escultura.
4. C1:H2 (Unicamp-2014 – adap.) Uma boia de sinalização marítima
muito simples pode ser construída unindo-se dois cilindros de
mesmas dimensões e de densidades diferentes, sendo um de den-
sidade menor e outro de densidade maior que a da água, tal como
esquematizado na figura a seguir. Submergindo-se totalmente esta
boia de sinalização na água, quais serão os pontos efetivos mais
prováveis de aplicação das forças Peso e Empuxo?
Densidade Densidade
menor maior

A B C
a) Peso em C e Empuxo em B.
Situação II – Os pedreiros, para nivelar dois pontos em uma obra,
b) Peso em B e Empuxo em B.
costumam usar uma mangueira transparente, cheia de água.
Observe a figura acima, que mostra como os pedreiros usam uma c) Peso em C e Empuxo em A.
mangueira com água para nivelar os azulejos nas paredes. d) Peso em B e Empuxo em C.
e) Peso em B e Empuxo em A.
5. C2:H7 (Enem-2014) Uma pessoa, lendo o manual de uma
ducha que acabou de adquirir para a sua casa, observa o
gráfico, que relaciona a vazão na ducha com a pressão,
medida em metros de coluna de água (mca).
14
Pa
12
10
Vazão (L/min)

8
6
4
Situação III – Ao sugar na extremidade de um canudo, você 2
provoca uma redução na pressão do ar em seu interior. A pressão 0
atmosférica, atuando na superfície do líquido, faz com que ele 1 2 3 4 5 6 7 8 9
suba no canudinho.
Pressão Estática (mca)
Assinale a alternativa que corresponde, respectivamente, às apli- Nessa casa, residem quatro pessoas. Cada uma delas toma um
cações dos princípios e do experimento formulados por: banho por dia, com duração média de 8 minutos, permanecendo
a) Arquimedes (Situação I), Pascal (Situação II) e Arquimedes o registro aberto com vazão máxima durante esse tempo. A ducha
(Situação III). é instalada em um ponto seis metros abaixo do nível da lâmina de
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

b) Pascal (Situação I), Arquimedes (Situação II) e Stevin (Situação III). água, que se mantém constante dentro do reservatório.
c) Stevin (Situação I), Torricelli (Situação II) e Pascal (Situação III). Ao final de 30 dias, esses banhos consumirão um volume de água,
em litros, igual a
d) Pascal (Situação I), Stevin (Situação II) e Torricelli (Situação III).
a) 69 120. c) 11 520. e) 2 880.
e) Stevin (Situação I), Arquimedes (Situação II) e Torricelli (Situa-
ção III). b) 17 280. d) 8 640.

FIS A 327

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 327 22/09/2020 15:36:45


6. C2:H7 (Enem) O uso da água do subsolo requer o bom- a leitura de 30 N quando o cubo era
preso ao dinamômetro e suspenso no D
beamento para um reservatório elevado. A capacidade
de bombeamento (litros/hora) de uma bomba hidráu- ar. Ao mergulhar o cubo na água do
lica depende da pressão máxima de bombeio, conhe- lago, até que metade do seu volume
cida como altura manométrica H (em metros), do comprimento L ficasse submersa, foi ­registrada a leitura
a tubulação que se estende da bomba até o reservatório (em de 24 N no dinamômetro.
metros), da altura de bombeio h (em metros) e do desempenho Considerando que a aceleração da
da bomba (exemplificado no gráfico). gravidade local é de 10 m/s2, a den-
De acordo com os dados a seguir, obtidos de um fabricante de sidade da água do lago, em g/cm3, é
bombas, para se determinar a quantidade de litros bombeados por a) 0,6.
hora para o reservatório com uma determinada bomba, deve-se:
b) 1,2.
1. Escolher a linha apropriada na tabela correspondente à altura
(h), em metros, da entrada da água na bomba até o reservatório. c) 1,5.
2. Escolher a coluna apropriada, correspondente ao comprimento d) 2,4.
total da tubulação (L), em metros, da bomba até o reservatório. e) 4,8.
3. Ler a altura manométrica (H) correspondente ao cruzamento
das respectivas linha e coluna na tabela. Complementares
4. Usar a altura manométrica no gráfico de desempenho para ler
a vazão correspondente. 1. (UTFPR) O mercúrio é o único metal que, em temperatura e pressão
normais, é encontrado no estado líquido. O chumbo e o aço existem
L = Comprimento total da tubulação (em metro) da bomba
até o reservatório no estado sólido na pressão e temperatura normais. As densidades
destes metais são: d(mercúrio) = 13,6 g/cm3; d(chumbo) = 11 g/cm3
10 20 40 60 80 100 125 150 175 200 225 250 300
e d(aço) = 8,0 g/cm3. Na figura a seguir, estão representados um
H = Altura manométrica total, em metro
frasco que contém mercúrio, 1 bloco de chumbo e 1 bloco de aço.
5 6 7 8 10 11 13 14 16 18 20 22 24 28
­entrada da água na bomba até o

Se os blocos forem colocados sobre a superfície livre do mercúrio,


10 11 12 13 15 16 18 19 21 23 25 27 29 33 podemos afirmar que
h = Altura (em metro) da

15 17 18 20 21 23 24 26 28 30 32 34 38
reservatório

20 22 23 25 26 28 29 31 33 35 37 39 43
25 28 30 31 33 34 36 38 40 42 44 48
Chumbo Aço
30 33 35 36 38 39 41 43 45 47 50 50
35 38 40 41 43 44 46 48 50 50
40 43 45 46 50 50 50 50
Hg
50 50 50

a) os dois blocos irão afundar.


GRÁFICO DE DESEMPENHO b) o bloco de chumbo afunda, mas o de ferro ficará flutuando
H = Altura manométrica (M)

Reservatório
50 sobre a superfície no mercúrio.
40 c) os dois blocos ficarão em equilíbrio em qualquer posição no
30 interior do mercúrio.
d) o bloco de aço afunda, mas o de chumbo irá flutuar com parte
20 do seu volume submerso.
10 e) os dois blocos irão flutuar sobre o mercúrio com parte dos seus
0 Bomba volumes submersos.
800 1 200 1 600 2 000
2. (UEA-2014) De acordo com o princípio de Arquimedes, um corpo
Z = vazão (litro/hora)
Disponível em: www.anauger.com.br. Acesso em: 19 maio. 2009. Adaptado. qualquer imerso em um líquido em equilíbrio sofre uma força
aplicada pelo líquido denominada empuxo, cujo módulo, direção
Considere que se deseja usar uma bomba, cujo desempenho é e sentido são, respectivamente,
descrito pelos dados anteriores, para encher um reservatório de a) peso do corpo, vertical para baixo.
1 200 litros que se encontra 30 m acima da entrada da bomba. Para b) diferença entre o peso do corpo e do líquido deslocado, vertical
fazer a tubulação entre a bomba e o reservatório seriam usados para cima.
200 m de cano. Nessa situação, é de se esperar que a bomba consiga
c) peso do líquido deslocado, vertical para cima.
encher o reservatório
a) entre 30 e 40 minutos. d) peso do líquido deslocado, vertical para baixo.
b) em menos de 30 minutos. e) peso do corpo, vertical para cima.
c) em mais de 1h e 40 minutos. 3. (UFRJ) Realizando um experimento caseiro sobre hidrostática para
d) entre 40 minutos e 1h e 10 minutos. seus alunos, um professor pôs, sobre uma balança, um recipiente
graduado contendo água e um pequeno barco de brinquedo,
e) entre 1h e 10 minutos e 1h e 40 minutos. que nela flutuava em repouso, sem nenhuma quantidade de água
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

7. C5:H17 (Enem-2011) Em um experimento realizado para em seu interior. Nessa situação, a turma constatou que a balança
determinar a densidade da água de um lago, foram indicava uma massa M1 e que a altura da água no recipiente era h1.
utilizados alguns materiais conforme ilustrado: um dina- Em dado instante, um aluno mexeu inadvertidamente no barco. O
mômetro D com graduação de 0 N a 50 N e um cubo barco encheu de água, foi para o fundo do recipiente e lá perma-
maciço e homogêneo de 10 cm de aresta e 3 kg de massa. Inicial- neceu em repouso. Nessa nova situação, a balança indicou uma
mente, foi conferida a calibração do dinamômetro, constatando-se massa M2 e a medição da altura da água foi h2.

328 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 328 22/09/2020 15:36:53


8. (EFOMM-2018) Na figura a seguir, uma corda é presa a um suporte
e tensionada por um corpo esférico de 500 g que se encontra
totalmente imerso em um recipiente contendo água. Determine
a velocidade com que se propaga uma onda na corda. Considere
a corda como um fio ideal.
(Dados: massa específica da água = 1 g/cm³; volume da esfera
= 0,1 dm³; densidade da corda = 1,2 g/m; aceleração da gravidade
= 10 m/s².)

a) Indique se M1 é maior, menor ou igual a M2. Justifique sua


resposta.
b) Indique se h1 é maior, menor ou igual a h2. Justifique sua
resposta.
4. (UFSM-2011) Movida pela energia solar, a água do nosso planeta
é levada dos oceanos para a atmosfera e, então, para a terra,
formando rios que a conduzem de volta ao mar. Em um rio ou
tubulação, a taxa correspondente ao volume de água que flui por
unidade de tempo é denominada vazão. Se a água que flui por
uma mangueira enche um recipiente de 1 L em 20s, a vazão nessa
mangueira, em m3/s, é
a) 47,3 m/s d) 54,5 m/s
a) 5 ∙ 10–2. d) 20.
b) 49 m/s e) 57,7 m/s
b) 2 ∙ 10–3. e) 50.
c) 52,1 m/s
c) 5 ∙ 10–5.
9. (EsPCEx-2015) No interior de um recipiente vazio, é colocado um
5. (UERJ-2018) Em uma experiência de hidrostática, uma bola de cubo de material homogêneo de aresta igual a 0,40 m e massa
futebol foi presa com um fio ideal no fundo de um recipiente com m = 40 kg. O cubo está preso a uma mola ideal, de massa despre-
água, conforme representado na figura. zível, fixada no teto de modo que ele fique suspenso no interior
do recipiente, conforme representado no desenho a seguir. A mola
está presa ao cubo no centro de uma de suas faces e o peso do cubo
provoca uma deformação de 5 cm na mola. Em seguida, coloca-se
água no recipiente até que o cubo fique em equilíbrio com metade
de seu volume submerso. Sabendo que a densidade da água é de
1 000 kg/m³, a deformação da mola nesta nova situação é de
Teto Teto

Nível da água

M
M
Sabe-se que a bola possui massa de 0,45 kg e volume de 5,7·10-3 m³.
Dados: gravidade local g = 10,0 m/s²; densidade da água ρ = 10³ kg/m³.
Determine, em newtons, a tração exercida pelo fio.
6. (UFSM) Um fluido ideal percorre um cano cilíndrico em regime Recipiente sem água Recipiente com água
permanente. Em um estrangulamento onde o diâmetro do cano
Desenho ilustrativo fora de escala
fica reduzido à metade, a velocidade do fluido fica
a) reduzida a 1/4. d) duplicada. Dado: intensidade da aceleração da gravidade g = 10 m/s².
b) reduzida à metade. e) quadruplicada. a) 3,0 cm. d) 1,5 cm.
c) a mesma. b) 2,5 cm. e) 1,0 cm.
c) 2,0 cm.
7. (UPE-2014) Um bloco de vo-
V ρ
lume V = 0,25 m 3 e massa g
0,05 kg está preso a um fio
ideal e completamente imerso
em um líquido de densidade
d = 400 kg/m3 contido em uma
caixa selada, conforme ilustra
a figura.
Sabendo-se que a tensão no fio nessa situação é igual a 89,5 N,
determine o módulo da reação normal da superfície superior da
EM21_2_FIS_A_02

EM21_2_FIS_A_02

caixa sobre o bloco. ONLINE


GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
Façaoodownload
1. Faça downloaddodo aplicativo
aplicativo SAE SAE Questões
Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
a) 0,0 N d) 910,5 N de leituradeQRleitura
aplicativo Code.QR Code.
b) 89,0 N e) 1 000,0 N Abraooaplicativo
2. Abra aplicativo e aponte
e aponte parapara o QRQRCode
um dos Codesaoaolado.
lado
3. para acessardeste
O gabarito o gabarito ou o será
módulo solucionário
exibidodeste módulo.
em sua tela.
c) 910,0 N

FIS A 329

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 329 22/09/2020 15:37:02


Introdução à

EE
EEE
EEE
K K
KK

EEE
KK

EEE
KKK
KKK

E
Termologia
KKK
KKKKKK

Termologia • Temperatura • Equilíbrio térmico • Escalas termométricas


Física
mód. 03/16

03 A Introdução à
Termodinâmica

START

No Universo há diferentes formatos de galáxias: espirais, elípticas, gigantes e anãs. Há, porém, uma que é
muito quente: a WISE J224607.57-052635.0. Essa galáxia emite 99% de sua radiação eletromagnética na forma
de raios infravermelhos, o que equivale à emissão de 300 trilhões de sóis juntos.
Presume-se que tanta energia emitida venha do crescimento acelerado de um buraco negro supermassivo lo-
calizado no centro da galáxia, o qual cresce à medida que captura matéria ao seu redor. Enquanto a matéria está
caindo em direção ao buraco negro, aquece-se a temperaturas de milhões de graus Celsius, liberando radiação
eletromagnética na forma de raios X. A poeira interestelar ao redor dele aquece-se com a radiação e reemite-a
na forma de raios infravermelhos.
A galáxia está a 12,5 bilhões de anos-luz da Terra. Não se imaginava a existência de um buraco negro super-
massivo em um Universo tão jovem: apenas 1,8 bilhões de anos após o Big Bang. Há outras galáxias que emitem
grandes quantidades de radiação infravermelha e são classificadas como galáxias ELIRG (inglês: Extremely
Luminous Infrared Galaxies).

NASA. NASA’s WISE Spacecraft Discovers Most Luminous Galaxy in Universe. Disponível em: https://www.nasa.
gov/press-release/nasas-wise-spacecraft-discovers-most-luminous-galaxy-in-universe. Acesso em: 25 set. 2017.

Galáxia WISE J224607.57-052635.0,


considerada a mais luminosa do 1. É possível saber a temperatura de um corpo incandescente apenas observando sua luz emitida?
universo.
Sim. É possível julgar a temperatura de um corpo incandescente apenas analisando sua luz emitida. Corpos quentes que emitem luz vermelha são

mais frios que, por exemplo, os que emitem luz esbranquiçada.

2. É possível avaliar corretamente a temperatura de um corpo apenas pelo toque?


Não. O toque proporciona apenas sensações de quente e frio, as quais podem variar de acordo com o momento ou com o indivíduo, não sendo,

portanto, fontes confiáveis de diagnóstico de temperatura.


NASA/JPL-Caltech

EM21_2_FIS_A_03

EM21_2_FIS_A_03

330 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 330 22/09/2020 15:37:20



Termologia Curiosidade
Para seu cozimento, os vege-
É a parte da Física que estuda os fenômenos relacionados a um tipo de energia que se manifesta tais necessitam de energia
na forma de aquecimento, resfriamento ou na transição de estados físicos. Agora você vai estudar térmica na forma de calor.
como essa energia, denominada térmica, transfere-se de um lugar para outro e como corpos rea-

BlueOrange Studio/Shutterstock
gem à sua passagem, especialmente em gases ideais, nos quais podemos analisar com mais deta-
lhes as relações entre energia térmica e trabalho.
Ao estudar a energia térmica, é de extrema importância conhecer a grandeza física tempera-
tura, pois o estado térmico de determinado corpo está diretamente relacionado a ela.

Temperatura A energia térmica em trân-


sito flui do corpo de maior
temperatura para o de menor
É a grandeza física que caracteriza o estado temperatura
térmico de um corpo. Como as sensações são
subjetivas para caracterizar a temperatura, de Observação
que forma é possível avaliá-la fisicamente? Como toda forma de
energia, a unidade de calor
Para contornar esse empecilho, imagine no Sistema ­Internacional
uma bexiga contendo ar em seu interior. O de Unidades é o ­joule (J).
ar nada mais é do que milhares e milhares de Também é comum a unidade
pequenas partículas (moléculas) que se mo- caloria, como veremos em
Recipiente 2 módulos seguintes.
vimentam em todas as direções. A bexiga au-
menta de tamanho se o ar em seu interior for No recipiente 1, as partículas estão se mo-
aquecido. De alguma forma, o ar empurra com vimentando com uma velocidade média a uma
mais força a parede de borracha da bexiga, au- dada temperatura. No recipiente 2, a tempera- Reflita
tura está mais alta, e a velocidade média das Suponha que um frango
mentando seu volume.
partículas, assim como a energia cinética, tam- assado, que acabou de sair
Antes de o ar ser aquecido, suas molécu- bém está mais alta. Dessa forma, a temperatura do forno, tenha sido posto
las movimentavam-se com certa velocidade sobre uma mesa e que uma
deve estar de alguma forma ligada à energia
jarra de suco gelado tenha
média e, associada a essa velocidade, certa cinética média dessas partículas. sido colocada ao lado dele.
energia cinética média. Ao aquecer o ar, a ve- Ambos foram esquecidos e,
locidade dessas moléculas aumenta e sua após algum tempo, o que
energia cinética também. Assim, a intensidade
dos choques das moléculas contra a parede de
Temperatura e calor se pode dizer sobre suas
temperaturas?
Ambos atingem a temperatura
borracha da bexiga (que se estica como conse- No cotidiano é comum a confusão entre os
quência) aumenta, ocasionando, dessa forma, conceitos de temperatura e calor, normalmente ambiente.
o aumento do volume do balão. Portanto, a usam-se as duas palavras como se fossem sinô-
temperatura está ligada à energia cinética mé- nimos. No entanto, na Física são conceitos dife-
rentes, enquanto a temperatura está ligada ao
dia dessas moléculas.
grau de agitação das moléculas do corpo, o calor
Esse fenômeno ocorre de forma seme- é uma forma de energia. Pode-se dizer:
lhante em líquidos e em sólidos, embora suas
moléculas possam se movimentar apenas de Calor é energia em trânsito, também
forma limitada. A temperatura está, de alguma chamado de energia térmica, que flui na-
forma, ligada ao grau de agitação das partículas turalmente do corpo de maior tempera-
de um corpo. Inicialmente, é possível definir a tura para o de menor temperatura.
temperatura como uma medida do ­estado de
agitação das partículas de um corpo. Considere EXTREMIDADE QUENTE EXTREMIDADE FRIA
as figuras a seguir.
SAE DIGITAL S/A

CALOR
EM21_2_FIS_A_03

EM21_2_FIS_A_03

Recipiente 1 O calor flui naturalmente da extremidade de maior temperatura (extre-


midade quente) para a de menor temperatura (extremidade fria).

FIS A 331

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 331 22/09/2020 15:37:36



Saiba mais
Em um termômetro, a
Equilíbrio térmico
grandeza termométrica
varia uniformemente com Todos os corpos tendem a alcançar espontaneamente o mesmo estado térmico. A energia tér-
a temperatura. Pode-se mi­ca de corpos quentes é transferida para os corpos frios até que atinjam o equilíbrio térmico.
afirmar a relação de
correspondência entre a
Dois ou mais sistemas físicos estão em equilíbrio térmico se tiverem a mesma temperatura.
grandeza termométrica e a
temperatura por uma função
do 1.° grau: G = aθ + b, em A comprovação lógica e operacional do equilíbrio térmico consiste em usar um terceiro corpo,
que a e b são características ou um corpo de prova, como um termômetro, por exemplo. Isso é resumido em um postulado,
do termômetro e a ≠ 0.
conhecido como a Lei Zero da Termodinâmica.

Curiosidade
Se um corpo A está em equilíbrio térmico A TA = TC A
Se um copo de água quente com um corpo C e um corpo B também está
for misturado com um copo em equilíbrio térmico com C, os corpos A e B C TA = TB
de água fria em uma garrafa
térmica, teremos dois copos estão em equilíbrio térmico entre si. TB = TC
B B
de água morna. Após algum
tempo, todas as moléculas
de água atingirão a mesma
temperatura, ou seja, alcan-
çarão o equilíbrio térmico. Como a temperatura é medida?
Aleksey Troshin/Shutterstock

A pergunta ainda não foi respondida: como podemos avaliar fisi-


camente a temperatura? Usando-se um processo indireto, em que um
segundo corpo é utilizado, algumas das propriedades físicas desse se-
gundo corpo são conhecidas a uma dada temperatura. Almeja-se que

RRRR
esse segundo corpo entre em equilíbrio térmico com o primeiro. Esse

RRRRRRR
segundo corpo chama-se termômetro.

RRRR
RRR
Há vários tipos de termômetro. Em uma lâmina bimetálica, duas

RR R
RR
placas de metais diferentes são rebitadas uma à outra. Como metais di-
RR

Garrafa térmica ferentes se dilatam de maneiras diferentes, dada uma variação de tem-
Termômetros de ponteiro fun-
peratura, nota-se o aparecimento de uma curvatura na lâmina. cionam pela curvatura de uma
lâmina bimetálica com a variação
Um pirômetro, termômetro óptico, pode medir altas temperaturas de temperatura.
analisando o espectro emitido por corpos incandescentes. É utilizado
em siderúrgicas e fundições.
Skylines/Shutterstock

O termômetro de gás a volume constante pode medir baixas tem-


VladisChern/Shutterstock
peraturas. À medida que a pressão do gás no interior de um recipiente
Haste
com volume constante diminui, a altura da coluna de um líquido asso-
ciado a esse gás também diminui.
O termômetro mais conhecido é o de coluna de líquido. Na parte
inferior dele há um bulbo no qual está armazenada a substância termo- Altura da
coluna
métrica. O mercúrio e o álcool etílico são as substâncias termométricas (grandeza
termométrica)
mais utilizadas. Acima do bulbo há um tubo muito estreito pelo qual a Mercúrio
substância termométrica pode se dilatar ou contrair. (substância
Termômetro óptico em uso. termométrica)
O valor da temperatura está relacionado à altura que a substância Bulbo
Frez/W.Commons

termométrica alcança no tubo do termômetro. A altura da coluna da


substância termométrica e o grau da curvatura da lâmina bimetálica
variam de acordo com a temperatura e são chamadas de grandezas Termômetro de coluna de
líquido.
termométricas.

Escalas termométricas
Escala termométrica é um conjunto de valores numéricos. Para cada valor numérico está rela-
cionado um valor de temperatura. Se um sistema A tiver sua temperatura representada pelo valor
70 e outro sistema B tiver sua temperatura representada pelo valor 20, em uma mesma escala ter-
Termômetro de gás a volume mométrica, quer dizer que as partículas do sistema A estão mais agitadas que as do B.
EM21_2_FIS_A_03

EM21_2_FIS_A_03

constante.
Como é possível ter várias escalas termométricas distintas e como os valores de temperaturas
são definidos de modo arbitrário, é possível que uma temperatura seja representada por valores
diferentes em escalas diferentes. A definição dos valores de temperatura para uma determinada es-
cala é realizada por meio da definição de dois estados térmicos bem definidos, chamados de pontos
fixos fundamentais, entre os mais utilizados estão os estados térmicos correspondentes à fusão do
gelo e à ebulição da água, sob pressão normal (1atm).
332 FIS A

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Escalas Celsius e Conversão entre as escalas Biografia

Celsius e Fahrenheit
Anders Celsius (1701-1744) foi
Fahrenheit um astrônomo, físico e ma-
temático natural de U ­ ppsala,
Sempre é possível estabelecer uma relação Suécia. Foi professor de
Embora existam variadas escalas termo- entre as escalas termométricas. Astronomia na Universidade
métricas, a mais utilizada no mundo é a ­escala de Uppsala entre 1730 e
Pode-se, por exemplo, obter uma expres-
1744, embora tenha viajado
Celsius, que foi criada pelo físico e astrônomo são que relacione os valores de temperatura para importantes observató-
sueco Anders Celsius. Ele utilizou a fusão do na escala Celsius com os na escala Fahrenheit. rios astronômicos no Sacro
gelo e a ebulição da água, à pressão normal, Império Romano-Germânico,
Para realizar a correspondência entre as
como pontos fixos fundamentais e estabele- França e Itália entre 1732 e
escalas Celsius e Fahrenheit, utilizamos dois 1735. Fundou o Observatório
ceu o valor 0 para a fusão do gelo e 100 para
termômetros idênticos, Astronômico de Uppsala
a ebulição da água, elaborando, assim, uma em 1741 e apresentou sua
um graduado na escala
escala centígrada. Mais tarde, o biólogo sueco escala termométrica no ano
Celsius e o outro na es-

Chunni4691/Shutterstock
Lineu inverteu os valores, atribuindo o valor 0 seguinte.
cala Fahrenheit. Se co-
para a fusão do gelo e 100 para a ebulição da
locarmos ambos em um

Alamy Stock Photo


água, tornando a escala tal como conhecemos
corpo e esperarmos o
atualmente.
equilíbrio térmico, a al-
tura da coluna de mer-
cúrio, por exemplo, será
igual, mas os termôme-
tros estarão marcando
valores diferentes. A
variação do valor de Pintura representando Ander
temperatura de um ter- Termômetro marcando Celsius
rstock

mômetro será propor- aproximadamente 77 e 25


graus, nas escalas Fahrenheit
te
n/shut

Termômetro com escalas cional à variação de e Celsius, respectivamente.


Celsius e Fahrenheit.
nasirkha

temperatura do outro.
A relação entre as escalas é:
ºC ºF
Ponto do vapor 100 212
O físico holandês Daniel Gabriel Fahrenheit
(1686-1736) utilizou outros dois pontos fixos
fundamentais para atribuir os valores 0 e 100
em sua própria escala termométrica: o valor 0 b d
foi atribuído para a temperatura da mistura de
água, gelo e sal amoníaco e atribuiu o valor 100
para a temperatura do corpo humano. Mais
tarde, percebeu-se que, nessa escala, à tempe- Temperatura θC θF
do corpo
ratura da fusão do gelo podia-se atribuir o valor
32 e à temperatura de ebulição da água, o valor a c
212. A escala Fahrenheit é bastante utilizada
nos Estados Unidos. Ponto do gelo 0 32

100 212 Ponto


do vapor

Dessa forma:

a b  0 100  0
  C 
c d F  32 212  32

100 180 C 100 5


divisões divisões  
iguais iguais F  32 180 9

Portanto, a equação de conversão entre as


escalas Celsius e Fahrenheit será:

Ponto
0 32 do gelo C F  32

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EM21_2_FIS_A_03

5 9
Escala Celsius Escala Fahrenheit
Na escala Celsius, cuja unidade é °C, há exatamente 100 divisões iguais em que θC e θF são as temperaturas nas escalas
para a variação da temperatura entre a fusão do gelo e a ebulição Celsius e Fahrenheit, respectivamente.
da água, à pressão normal. Para a escala Fahrenheit, cuja unidade é
°F, há exatamente 180 divisões iguais para esses dois pontos fixos
fundamentais.

FIS A 333

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 333 22/09/2020 15:38:18



Escala absoluta
A equação de conversão entre as escalas
Saiba mais
Celsius e Kelvin é dada por:
Em 1939, Francis Giauque,
partindo de uma ideia de Se aquecermos um sistema físico qualquer,
Lord Kelvin, defendeu a o grau de agitação de suas partículas aumen- T(K )  C  273
adoção de apenas um ponto
tará. Se o esfriarmos, o grau de agitação das
fixo fundamental: o ponto
tríplice da água – tempera- partículas diminuirá. Se continuarmos a es- K ºC
tura na qual a água se apre- friar o sistema, atingiremos, teoricamente, Ponto do vapor 373 100
senta como sólido, líquido e um momento em que o grau de agitação das
gasoso, em fases diferentes, moléculas será nulo, ou seja, o movimento
ao mesmo tempo, a uma
determinada pressão. A das partículas cessará. A temperatura de um
proposta de Giauque foi sistema físico cujas partículas estão paradas é Ponto do gelo 273 0
aprovada em 1954, mas a zero absoluto.
fusão do gelo e a ebulição
da água ainda são usadas
É importante notar que, por efeitos quân-
como referências práticas ticos, ainda há uma energia cinética residual
nas escalas termométricas. mesmo no zero absoluto, a qual é conhecida Zero absoluto 0 –273
como energia do ponto zero.
Biografia Lord Kelvin (1824-1907), em seus experi-
mentos sobre a variação da pressão de um
Relação entre as três
Daniel Gabriel Fahrenheit
(1686-1736) foi um físico e gás a volume constante, realizou uma ex-
engenheiro alemão. Ficou trapolação, afirmando que a pressão de um
conhecido por inventar, em
1714, o termômetro de co-
gás deveria ser nula no zero absoluto e que escalas
luna de mercúrio. Dez anos essa temperatura deveria corresponder a
Com base no que foi estudado até aqui, é
mais tarde, apresentou sua –273,15°C.
possível traçar uma relação mais geral, que
escala termométrica, que A escala Kelvin tem sua origem no zero
ainda é largamente utilizada envolva as três escalas simultaneamente.
nos Estados Unidos.
absoluto e, por isso, trata-se de uma escala Naturalmente, na hora de trabalhar com as re-
absoluta. A escala Kelvin utiliza o grau Celsius lações pode-se separar duas a duas.
como unidade de variação de temperatura e
Curiosidade 100ºC 212ºF 373 K
seu símbolo é K. Foi adotada em 1927, estabe-
William John Macquorn lecendo-se uma escala de fácil uso para finali-
Rankine (1820-1872), físico dades práticas.
escocês, elaborou uma
escala absoluta em que a Pressão do gás B A ∆θF
C D E F
∆θC ∆T
variação de uma unidade de
temperatura correspondia à
da escala Fahrenheit.
0ºC 32ºF 273 K
Saiba mais
ºC ºF K
No ano de 1730, o físico
francês René-Antoine –273,15 0 ºC Dessa maneira, para a variação de
Ferchault de Réaumur temperatura:
(1683-1757) resolveu criar A pressão de um gás ideal é uma função da temperatura
uma escala termométrica absoluta e seu gráfico é uma linha reta com uma inclina-
A B E C F T
na qual os pontos de fusão ção positiva.     
e de ebulição eram os B C D 100  0 212  32 373  273
pontos fixos fundamentais, Logo:
atribuindo o valor 0 para a
fusão do gelo e 80 para a
ebulição da água. O valor 80 C F T
 
foi escolhido pelo fato de o 5 9 5
álcool etílico dilatar-se em
80 partes por mil quando
era aquecido desde seu
ponto de fusão até seu
ponto de ebulição.
Guschenkova/Shutterstock

EM21_2_FIS_A_03

EM21_2_FIS_A_03

A temperatura considerada ideal


do corpo humano varia entre 36°C
e 37°C. Alterações de até um grau
podem ser consideradas aceitáveis
em condições normais.

334 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 334 22/09/2020 15:38:32


FÍSICA E SOCIEDADE
O texto a seguir, publicado em janeiro de 2017, trata sobre o aquecimento global. Esse tema é uma realidade com a
qual a sociedade humana moderna precisa aprender a conviver. Apesar da discussão sobre a origem desse fenômeno,
em muito considera-se a poluição desenfreada como a principal causa desse desequilíbrio. Os efeitos são percebidos em
diferentes esferas: verões e invernos cada vez mais severos, regimes de chuvas alterados e o degelo das calotas polares.

O terceiro recorde de temperatura seguido mostra que o clima do planeta não está normal
Dados da NASA e da OMM mostram que 2016 foi o ano mais quente já registrado, com temperatura 1,1
grau Celsius maior do que a média. O aquecimento é causado pela emissão de gases de efeito estufa
Pelo terceiro ano consecutivo, a temperatura do planeta bateu recorde de calor. Dados divulgados nesta quarta-feira (18) pela NASA,
a agência espacial americana, e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram que 2016 foi o ano mais quente registrado,
quebrando a marca de 2015, que já tinha superado a marca de 2014.
Segundo a NASA, o planeta em 2016 estava 0,99 grau Celsius mais quente do que a média do século XX e 1,1 grau mais quente do que
o período antes da industrialização. Pelos dados da OMM, a temperatura de 2016 foi 1,1 grau mais quente do que antes da industrializa-
ção. Isso faz com que a média de aquecimento do planeta nas últimas décadas fique em 0,83 grau. Segundo cientistas, o limite seguro do
aquecimento controlável seria uma média inferior a 1,5 grau. [...]

Disponível em: http://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/noticia/2017/01/o-3-recorde-de-


temperatura-seguido-mostra-que-o-clima-do-planeta-nao-esta-normal.html. Acesso em: 22 ago. 2018.

O esquema a seguir mostra a variação da temperatura no planeta de 1880 até 2012 e a previsão dessa variação até o
ano de 2100.

°C
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 3 4 5 7 9 11

ENTRE 1880 – 2012 ATÉ – 2100


aumento de 0,85°C alta de 2,6°C e 4,8°C

FONTE: IPCC. Imagem adaptada de: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/01/video-da-nasa-


mostra-evolucao-do-calor-no-planeta-entre-1950-e-2013.html>. Acesso em: 22 ago. 2018.

●● Com base nessas informações e no conteúdo estudado no módulo, escreva um pequeno texto sobre o aquecimento
global e como ele influencia as atividades humanas e os efeitos a longo prazo. Se achar necessário, peça ao professor
de Biologia ou de Geografia para ajudar a articular as ideias.
Esse texto deve conter uma breve explicação sobre o que é o fenômeno do aquecimento global, em especial com base no efeito estufa. Essa é uma boa oportunidade para

trocar informações com os docentes de Biologia e Geografia sobre o tema, em especial para juntar ideias de áreas diferentes e oferecer algo completo para os estudantes.
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FIS A 335

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Resolvidos 3. Um estudante de Física, ao verificar o valor da temperatura de
um sistema físico, obteve o valor –323. Considerando as escalas
1. Em uma viagem pelos Estados Unidos, uma família percebe que termométricas usuais, como Celsius, Fahrenheit e Kelvin, pode-se
seu filho está febril e procura um hospital. Nos Estados Unidos, afirmar, com certeza, que o termômetro não está graduado
os termômetros utilizam a escala Fahrenheit e antes de o menino a) nas escalas Celsius e Fahrenheit.
ingressar no pronto-socorro foi aferida a sua temperatura corporal, b) nas escalas Kelvin e Celsius.
que era de 98,4°F. Com base no dado fornecido,
c) apenas na escala Kelvin.
a) deve-se levar o garoto o mais rápido possível ao hospital, antes
que seja tarde demais, pois sua temperatura corporal, na escala d) apenas na escala Fahrenheit.
Celsius, é de 41,3°C. e) apenas na escala Celsius.
b) não há motivo de preocupação, já que a temperatura corporal 99 Anotações:
do garoto, na escala Celsius, é de 36,9°C.
c) deve-se ter precaução, já que a temperatura corporal do garoto Podemos inferir que o valor –323 está na escala Fahrenheit. Esse valor não existe para a
escala Celsius, cuja menor temperatura possível é –273,15. Muito menos na escala Kelvin,
é de 37,5°C. cujo menor valor possível medido é 0.
d) na verdade, o garoto está com hipotermia, já que sua tempe-
ratura corporal está em 35,4°C. 4. Um termômetro de coluna de álcool etílico está em repouso em um
e) deve-se levar o garoto com urgência para o pronto-socorro, já ambiente externo, na sombra. Ele está defeituoso, marcando 5°C
que sua temperatura corporal é de 39,6 °C. acima da temperatura real do ar. Há outro termômetro de coluna
de álcool etílico imerso em um aquário repleto de água, que está
99 Resposta: B marcando 8°C abaixo da temperatura real da água. Sabendo que a
Antes de tudo, devemos converter a temperatura dada na e­ scala água do aquário está 6°C acima da temperatura do ar, a indicação
Fahrenheit para a escala Celsius, utilizando a equação de conversão: dos dois termômetros, na escala Celsius, pode ser
a) 26 e 28. d) 19 e 26.
C F  32
 b) 28 e 28. e) 16 e 26.
5 9
c) 25 e 30.
C 98 , 4  32
 99 Anotações:
5 9
Como a temperatura da água do aquário está 6°C acima da temperatura do ar e o ter-
θC = 36 9 °C mômetro que está imerso no aquário está marcando 8°C a menos do que a temperatura
Essa temperatura é considerada normal para o corpo humano. Por- real da água, o termômetro no aquário está marcando 2°C a menos (6°C – 8°C) do que a
tanto, não são necessários cuidados especiais com o garoto. temperatura real do ar.
Como o termômetro que está na sombra marca 5°C acima da temperatura real da água,
a diferença entre os dois termômetros é de 7°C (5°C – (–2°C)).
A única alternativa que corresponde a uma variação de temperatura de 7°C é a alternativa d.
Praticando
5. A variação da temperatura e o índice pluviométrico são dois
1. É impossível medir a vibração de cada molécula de um corpo iso-
registros que se mostram importantes ao falar de determinada
ladamente, porém pode-se medir sua temperatura indiretamente,
região. Geralmente, são expressos por meio de um gráfico como
utilizando substâncias que tenham dada grandeza que varie com
ilustrado a seguir, com os dados referentes à uma cidade X. (Obs.:
a temperatura. Essas recebem o nome de
a linha vermelha no gráfico representa a variação da temperatura
a) termométricas. d) maleáveis. e as barras azuis, a variação do índice pluviométrico.)
b) isovolumétricas. e) isométricas. °F °C Altitude: 45m Clima: Cfb °C: 11.3 mm: 637 mm
86 30 60
c) dilatáveis.
99 Anotações:

São substâncias as termométricas que possuem grandezas que variam com a tempera-
68 20 40
tura, chamadas grandezas termométricas. O mercúrio e o álcool etílico são as substân-

cias termométricas utilizadas em termômetros de coluna de líquido, por exemplo.

2. (UFPR) Analise as seguintes afirmações sobre conceitos de


termologia. 50 10 20

I. Calor é uma forma de energia.


II. Calor é o mesmo que temperatura.
III. A grandeza que permite informar se dois corpos estão em
equilíbrio térmico é a temperatura. 32 0
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
0

Está(ão) correta(s) apenas


a) Qual é a diferença em expressar a temperatura em °C ou em °F?
a) I.
b) II. A diferença em expressar a temperatura está apenas na escala termométrica
utilizada. A medição na escala Celsius é a mais comum nos países latinos, como no
c) III. Brasil, enquanto a escala Fahrenheit é mais comum nos Estados Unidos.
d) I e II.
b) Com base no gráfico, em que época do ano ocorrem as maiores
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e) I e III. temperaturas e a mais baixas temperaturas? Em qual hemisfério


99 Anotações: esta cidade deve estar localizada?
Com o gráfico podemos perceber que a temperatura mais alta é de quase 20°C,
I. Correta. II. Incorreta. Calor é uma forma de energia em trânsito. III. Correta. enquanto a mais baixa está em torno de 3°C. As temperaturas mais altas ocorrem
no mês de julho até setembro – período que corresponde ao inverno no Brasil.
Assim, essa cidade deve estar localizada no Hemisfério Norte do globo terrestre.

336 FIS A

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6. Uma fábrica de termômetros de coluna de álcool etílico resolveu Termômetro
lançar um novo modelo de termômetro que trazia as duas escalas,
Celsius e Fahrenheit, simultaneamente. Observou-se que, para cada
grau Celsius de variação, a coluna de álcool etílico subia ou descia
exatamente 1,24 mm. Quanto deve ser o espaçamento da escala
para cada grau Fahrenheit de variação que o fabricante precisa
imprimir no termômetro?
Sabe-se que a variação de temperatura na escala Celsius é proporcional à variação de A taxa de variação da temperatura da garrafa preta, em comparação
temperatura na escala Fahrenheit.
à da branca, durante todo experimento, foi
C F

100 180 a) igual no aquecimento e igual no resfriamento.

F  1, 8C  C  F b) maior no aquecimento e igual no resfriamento.
1, 8
Dessa forma, para cada grau Fahrenheit de variação de temperatura, essa variação na c) menor no aquecimento e igual no resfriamento.
escala Celsius será: d) maior no aquecimento e menor no resfriamento.
1
C 
1, 8
 0, 56 C e) maior no aquecimento e maior no resfriamento.
Então, o espaçamento impresso para a escala Fahrenheit será 0,56 o espaçamento 3. C5:H17 (IFPR-2016) A massa de ar frio polar continua influenciando
verificado na escala Celsius: ∆LF = 0,56 · 1,24 = 0,69 mm
o tempo em Santa Catarina. Nesta segunda-feira (13), Urupema
7. A escala absoluta de Rankine tem como unidade de variação de voltou a registrar a temperatura mais baixa do ano até agora no
temperatura a mesma da escala Farenheit e, por ser uma escala estado [...]. Há uma semana, a cidade da Serra amanhece com
absoluta, apresenta apenas valores positivos. A partir desses da- temperaturas negativas.
dos, encontre os valores do ponto de fusão do gelo e do ponto de G1. Urupema volta a registrar a temperatura mais baixa do ano. Disponível em:
ebulição da água na escala Rankine. http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2016/06/urupema-volta-registrar-
Antes de tudo, temos que descobrir qual é o valor do zero absoluto na escala Fahrenheit.
temperaturamais-baixa-do-ano-em-sc.html. Acesso em: 13 jun. 2016. Adaptado.
C F  32

5 9
Suponha que o termômetro utilizado na cidade de Urupema tenha
273, 15 F  32 sua escala termométrica de leitura em Fahrenheit (ºF) indicando uma

5 9 temperatura de 15,8ºF. Se o termômetro possuísse escala termomé-
θF = –459,64°F
A escala Rankine é uma escala absoluta que tem como unidade de variação de tempera- trica em graus Celsius, quanto estaria marcando?
tura a mesma da escala Fahrenheit. Dessa forma:
a) –7ºC c) –29ºC e) –9ºC
0°R = –459,67°F
459,67°R = 0°F b) –8ºC d) –10ºC
Como a fusão do gelo corresponde a 32°F, basta acrescentar 32 unidades à escala
Rankine.
4. C5:H17 (ETEC-2011)
0°C = 32°F = 491,67°R O lugar mais frio do mundo
E acrescentar 212 unidades para corresponder ao ponto de ebulição da água.
100°C = 212°F = 671,67°R Ainda existe um lugar na Terra onde o homem jamais pisou. Ele
se chama Ridge A (“cordilheira A”, em inglês), fica 4 mil metros de
Desenvolvendo Habilidades altitude – 30% mais alto que a cidade de La Paz, na Bolívia – e está
a 600 quilômetros do Polo Sul. Mas a principal característica desse
1. C1:H3 (Enem-2010) Em nosso cotidiano, utilizamos as lugar, que acaba de ser revelado por imagens de satélite, é outra:
palavras “calor” e “temperatura” de forma diferente de Ridge A é o ponto mais frio da face da Terra, com temperatura
como elas são usadas no meio científico. Na linguagem média de 70 graus Celsius negativos. Até então, acreditava-se que
corrente, calor é identificado como “algo quente” e o lugar mais frio do mundo fosse o lago Vostok, na Antártida, que
temperatura mede a “quantidade de calor de um corpo”. Esses chegou a registrar 90 graus Celsius negativos. Mas isso foi uma
­significados, no entanto, não conseguem explicar diversas situações exceção. “Na média, Ridge A é muito mais frio do que o lago Vostok
que podem ser verificadas na prática. ou qualquer outro lugar conhecido”, afirma Will Saunders, astrô-
Do ponto de vista científico, que situação prática mostra a limitação nomo da Universidade de New South Wales e descobridor do lugar.
dos conceitos corriqueiros de calor e temperatura? Revista Superinteressante. Edição 271, p. 32, Novembro 2009. Adaptado.
a) A temperatura da água pode ficar constante durante o tempo
em que estiver fervendo. Diferentemente de nós, que usamos a escala de temperatura
b) Uma mãe coloca a mão na água da banheira do bebê para ­Celsius, os americanos utilizam a escala de temperatura Fahrenheit.
verificar a temperatura da água. Se esse texto fosse dirigido a estudantes americanos, como seria
expressa a temperatura de –70°C?
c) A chama de um fogão pode ser usada para aumentar a tem-
a) 0°F c) –55°F e) –94°F
peratura da água em uma panela.
b) –60°F d) –40°F
d) A água quente que está em uma caneca é passada para outra
caneca a fim de diminuir sua temperatura. 5. C5:H17 (UFPR-2017) Vários turistas frequentemente têm tido a
e) Um forno pode fornecer calor para uma vasilha de água que oportunidade de viajar para países que utilizam a escala Fahrenheit
está em seu interior com menor temperatura do que a dele. como referência para medidas da temperatura. Considerando-se
que quando um termômetro graduado na escala Fahrenheit
2. C1:H3 (Enem-2013) Em um experimento foram utiliza- assinala 32ºF, essa temperatura corresponde ao ponto de gelo, e
das duas garrafas PET, uma pintada de branco e a outra quando assinala 212ºF, trata-se do ponto de vapor. Em um des-
de preto, acopladas cada uma a um termômetro. No ses países, um turista observou que um termômetro assinalava
ponto médio da distância entre as garrafas, foi mantida temperatura de 74,3ºF. Assinale a alternativa que apresenta a
acesa, durante alguns minutos, uma lâmpada incandescente. Em temperatura, na escala Celsius, correspondente à temperatura
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seguida, a lâmpada foi desligada. Durante o experimento, foram observada pelo turista.
monitoradas as temperaturas das garrafas: a) enquanto a lâmpada a) 12,2ºC c) 23,5ºC e) 33,5ºC
permaneceu acesa e b) após a lâmpada ser desligada e atingirem
b) 18,7ºC d) 30ºC
equilíbrio térmico com o ambiente.

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6. C5:H17 (UERN-2013 – adap.) Em um determinado aeroporto, a c) O aumento da temperatura faz com que a fotossíntese se
temperatura ambiente é exibida por um mostrador digital que acelere por conta do aumento da fosforilação cíclica depen-
indica, simultaneamente, a temperatura em 3 escalas termométri- dente de O2.
cas: Celsius, Fahrenheit e Kelvin. Se em um determinado instante a d) Num experimento em que a temperatura fosse mantida cons-
razão entre a temperatura exibida na escala Fahrenheit e na escala tante e a luminosidade fosse aumentando, o resultado permi-
Celsius é igual a 3,4, então a temperatura registrada na escala Kelvin tiria a construção de um gráfico que seria igual ao apresentado.
nesse mesmo instante é
e) Em temperaturas muito baixas, a velocidade da fotossíntese é
a) 272K. c) 293K. e) 313K. pequena em consequência da baixa produção de CO2 neces-
b) 288K. d) 301K. sário ao processo.
4. (UTFPR-2018) Sobre escalas termométricas, considere as seguintes
Complementares
afirmações:
1. (UFRN) Um copo de água está à temperatura ambiente de 30°C. I. A temperatura normal do corpo humano é 36,5°C. Na escala
Joana coloca cubos de gelo dentro da água. Fahrenheit, essa temperatura corresponde a um valor maior
A análise dessa situação permite afirmar que a temperatura da do que 100°F.
água irá diminuir porque II. Na escala Kelvin, todas as temperaturas são representadas por
a) o gelo irá transferir frio para a água. valores positivos.
b) a água irá transferir calor para o gelo. III. A temperatura de 0°C na escala Kelvin corresponde a 300K.
c) o gelo irá transferir frio para o meio ambiente. Está(ão) correta(s) apenas
a) I. c) II. e) III.
d) a água irá transferir calor para o meio ambiente.
b) I e II. d) II e III.
2. (Fatec) A partir dos sentidos, o homem começou a ter contato com o
mundo físico que o cerca. O médico grego Galeno, no século II a.C., 5. (IMED-2015) Uma temperatura é tal que 18 (dezoito) vezes o seu
sugeriu que as sensações de quente e frio fossem medidas com valor na escala Celsius é igual a −10 (menos dez) vezes o seu valor
base em uma escala de quatro divisões. na escala Fahrenheit. Determine essa temperatura.
Após 1300 anos, Harme de Berna desenvolveu uma escala de a) 8°F c) 32°F e) 128°F
temperatura baseada nas latitudes terrestres. Galileu, utilizando b) 16°F d) 64°F
a expansão do ar, desenvolveu um termoscópio com uma escala
6. (PUC-Rio) Temperaturas podem ser medidas em graus Celsius (°C)
mais precisa para leitura, dividida em graus de calor.
ou Fahrenheit (°F). Elas têm uma proporção linear entre si. Temos:
Com o passar dos tempos e a aquisição de novos conhecimentos, 32°F = 0°C; 20°C = 68°F. Qual a temperatura em que ambos os
desenvolveram-se termômetros que utilizavam diferentes substân- valores são iguais?
cias – álcool, óleo de linhaça, mercúrio, gás – até os termômetros
digitais, sempre acompanhados de diferentes escalas, com maior a) 40 b) –20 c) 100 d) –40
precisão de leitura, que foram padronizadas e aperfeiçoadas – °C e 7. (UNITAU) Um termômetro é graduado numa certa escala E que dá
°F, por exemplo – até chegar a uma escala de referência, Kelvin (K), o valor 0°E para o gelo em fusão e 50°E para a água em ebulição.
que possui o zero absoluto. Quando esse termômetro marcar 10°E, qual é a temperatura em
De acordo com o texto, o desenvolvimento do termômetro e das graus Celsius?
escalas a) 5°C c) 20°C e) 50°C
a) facilitou a leitura da quantidade de energia transferida entre b) 10°C d) 30°C
dois corpos.
8. (UFMS) Através de experimentos, biólogos observaram que a taxa
b) permitiu medir temperaturas mais baixas que o zero absoluto. de canto de grilos de uma determinada espécie estava relacio-
c) permitiu que a indústria de construção de termômetros aper- nada com a temperatura ambiente de uma maneira que poderia
feiçoasse as escalas. ser considerada linear. Experiências mostraram que, a uma tem-
d) aconteceu pela necessidade de o homem comparar qual objeto peratura de 21°C, os grilos cantavam, em média, 120 vezes por
estava quente ou frio. minuto; e, a uma temperatura de 26°C, os grilos cantavam, em
média, 180 vezes por minuto. Considere T a temperatura em graus
e) tornou difícil ao homem adquirir conhecimentos para aperfei- Celsius e n o número de vezes que os grilos cantavam por minuto.
çoar a construção de escalas. Supondo que os grilos estivessem cantando, em média, 156 vezes
3. (UFPR) O gráfico a seguir representa o resultado de um experimento por minuto, de acordo com o modelo sugerido nesta questão,
em que foi medida a velocidade da fotossíntese em função da tem- estima-se que a temperatura deveria ser igual a
peratura na folha de um vegetal mantida sob iluminação constante. a) 21,5°C. c) 23°C. e) 25,5°C.
b) 22°C. d) 24°C.
9. (CESCEM) Duas escalas termométricas estão repre- ºX ºY
Velocidade

sentadas na figura a seguir. Uma °X e outra °Y. Onde a 100 80


escala X marca 100°X, a escala Y marca 80°Y; e onde
50 ?
a escala X marca 0°X, a escala y marca 20°Y. Quando
a escala X marca 50°X, quantos °Y marca a escala Y? 0 20
a) 30 c) 50 e) 70
Temperatura
b) 40 d) 60
Com base nesse gráfico e nos conhecimentos acerca do processo
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de fotossíntese, assinale a alternativa correta.


a) A temperatura atua como fator limitante da fotossíntese porque ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
o calor desnatura as proteínas responsáveis pelo processo. 1. Faça
Façaoodownload
downloaddodo aplicativo
aplicativo SAE SAE Questões
Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
de leituradeQRleitura
aplicativo Code.QR Code.
b) O aumento da temperatura ocasiona um aumento na veloci-
Abraooaplicativo
2. Abra aplicativo e aponte
e aponte parapara o QRQRCode
um dos Codesaoaolado.
lado
dade de fotossíntese porque a entrada de oxigênio na folha 3. para acessardeste
O gabarito o gabarito ou o será
módulo solucionário
exibidodeste módulo.
em sua tela.
torna-se mais rápida com o aumento da temperatura.

338 FIS A

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E
EE
EEE
EEE
E

Dilatação térmica

EEE

EE
EEE

EE
EE
EEE
EEEEEEE
EE
Dilatação linear • Dilatação superficial • Dilatação volumétrica • Dilatação dos líquidos
Física
mód. 04/16

Dilatação
térmica

A 04
START

Acompanhe os textos sobre a Harbour Bridge e na sequência responda às questões.


1. É necessária uma grande
estrutura de suporte a fim de
A ponte que corta a baía de Sydney, chamada de Harbour Bridge, na Austrália, inaugurada em março de 1932, aguentar o próprio peso da ponte
é a mais larga do mundo, com 49 metros. Para resistir à dilatação causada pelas altas temperaturas no verão a e o acréscimo ocasionado pelo
trânsito de carros e caminhões.
estrutura, de 52 800 toneladas e 503 metros de extensão, dispõe de um complexo sistema de articulações. São Outros problemas relacionam-se
oito pistas para veículos motorizados, duas pistas para trens, uma para bicicleta e uma para pedestres. A ponte às condições climáticas, como
vento, temperatura ou ainda
deixou de ser o principal cartão-postal de Sydney após a construção da Opera House, em 1973. Mas continua
catástrofes naturais.
como uma das atrações turísticas mais visitadas da maior cidade australiana.
2. Na Austrália há uma grande
variação de temperatura, ocasio-
Disponível em: https://super.abril.com.br/comportamento/ nando a dilatação das peças desta
ponte-mais-larga-do-mundo-ela-e-bem-folgada/. Acesso em: 4 set. 2017. obra. Em função do tamanho, foi
necessário um sistema diferente
do habitual, com base em articula-
ções. Estas articulações movem-se
à medida que a peça dilata,
É preciso passar pelo teste do bafômetro para participar da Bridge Climb, uma das atrações turísticas de impedindo eventuais quebras. Em
Sydney. De fato, é importante estar com todos os sentidos alertas para percorrer as vielas e escadas no meio da obras menores, há presença das
estrutura da Harbour Bridge, a ponte de aço que é um dos símbolos da cidade australiana. [...] juntas de dilatação, que realizam
o mesmo trabalho. Podemos
No início da experiência, os muitos cuidados de segurança chegam a assustar. Além do teste do bafômetro, observar este sistema em linhas
dentadas no asfalto de algumas
deve-se preencher um questionário respondendo a perguntas médicas, passar por detector de metais e colocar
pontes no Brasil.
uma roupa especial, cheia de cordões de segurança. [...]
A subida por 1 332 degraus e a caminhada de 1,75 km também não cansam tanto quanto pode parecer, por- 3. Resposta pessoal. Pode-se fazer
um paralelo com o conteúdo de
que o ritmo do passeio é leve e os guias vão contando a história da ponte ao longo do trajeto. [...] Mecânica e Ondulatória/Acústica
estudado no 1.º ano, relacio-
No caminho, é possível ver (e sentir) os carros passando lá embaixo pelas pistas para veículos da ponte. [...]
nando a propagação de energia
mecânica por meio dos metais
da ponte.
Disponível em: http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2014/02/g1-escala-ponte-
de-sydney-e-mostra-vista-da-cidade-134-metros.html. Acesso em: 4 set. 2017. Harbour Bridge iluminada durante
a noite.
1. Quais são os grandes desafios de se construir uma
Ivo Antonie de Rooij/Shutterstock

ponte desse porte?

2. Por que é importante analisar os efeitos de dila-


tação nessa obra? Que exemplos desse controle
podemos observar nos prédios e pontes aqui
no Brasil?
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3. Em termos de Física, o que você acha que o termo


sentir no trecho é possível ver (e sentir) os carros
passando lá embaixo significa?

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k
/Shutterstoc
Ilya Andriyanov


Introdução
Você já observou o espaçamento entre tri- o comprimento predomina nas dimen-
lhos consecutivos de uma estrada de ferro? Já sões de um corpo; na dilatação superficial,
percebeu que nas pontes e nos viadutos mo- quando o comprimento e a largura importam;
dernos, para evitar o aparecimento de trincas, ou na dilatação volumétrica, quando as três
há fendas de dilatação? Sabia que a coluna dimensões são importantes para o estudo do
de mercúrio aumenta de tamanho conforme corpo.
a temperatura? E que em quadras de esporte

Pi-Lens/Shutterstock

Natursports/Shutterstock
expostas ao Sol sem nenhum espaçamento
surgem rachaduras? Todas essas questões são
explicadas pela dilatação térmica.
Como a temperatura está relacionada ao
grau de agitação das partículas de um corpo,
as moléculas dele necessitam de mais espaço
para se movimentarem, resultando na dilata-
ção térmica. Quando a temperatura diminui,
as moléculas precisam de menos espaço para
se movimentarem, resultando na contração
térmica.
Saiba mais Dependendo das dimensões, podemos
Algumas substâncias e seus ­focar apenas na dilatação linear, quando apenas Alguns exemplos de dilatação.
coeficientes de dilatação.

Substância
Chumbo
a (°C–1)
27 · 10–6
Dilatação linear
Zinco 26 · 10 –6

Vamos considerar um arame metálico de Como a variação do valor de α é pequena para


Alumínio 22 · 10–6
comprimento L 0 a uma temperatura de θ0 . Ao grandes variações de pressão e de temperatura,
Prata 19 · 10 –6

aquecer esse arame para uma temperatura θ nos sólidos podemos considerar essa variação
Cobre 17 · 10–6
(θ > θ0), observamos que o comprimento desse como desprezível para fins práticos.
Ouro 15 · 10–6
arame aumenta para L (L > L 0). A unidade de α é o inverso da unidade de
Ferro 12 · 10–6
Platina 9 · 10–6 L0 temperatura. Portanto, sua unidade pode ser
Vidro (comum) 8 · 10–6 escrita como °C–1, °F –1 ou K–1. Para verificar essa
θ0
Tungstênio 4,3 · 10–6 DL afirmação, isolamos α na expressão anterior.
Vidro (pirex) 3 · 10–6
θ
DL
a=
L L0Dθ

Resolva Como o arame é homogêneo, cada uni- Visto que as unidades da dilatação ∆L e do
dade de comprimento deve sofrer a mesma comprimento L 0 são iguais, sobra apenas como
Uma barra de certo material unidade o inverso da unidade de temperatura.
(α = 25 · 10–6 °C–1) tem 30 cm dilatação para cada unidade de aumento na
de comprimento à tempera- temperatura. Como DL = L – L 0 , podemos obter a expres-
tura de 0°C. A variação total de comprimento ΔL sofrida são que relaciona L com Dθ. Observe.
Se a barra for aquecida até pelo arame deve ser proporcional ao seu com- L – L 0 = aL 0Dθ
atingir 100°C, qual será a
primento inicial L 0 . Por exemplo: se um arame L = aL 0Dθ + L 0
variação de seu compri-
mento? de um material qualquer, com comprimento
Temos: 10 cm, sofrer uma dilatação de 1 mm, um outro L = L 0 (aDq + 1)
arame de mesmo material, com comprimento
DL = aL0Dq
de 20 cm, deve sofrer uma dilatação de 2 mm. A representação gráfica de L em função de
DL = 30 · 25 · 10–6 · 100
A variação de comprimento também deve ∆θ é um segmento de reta que não passa pela
DL = 75 · 10–3 ⇒ DL = 0,075 cm. ser proporcional à variação da temperatura. É origem, já que L 0 é diferente de zero. O coefi-
válida, portanto, a seguinte relação: ciente angular (tg f) é igual a α∆θ.
Qual é o comprimento final
da barra a 100°C? L
Temos: DL = aL 0Dq L
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DL = L – L0
A constante α é chamada de coeficiente de
f
L = L0 + DL dilatação linear e é uma característica do mate- L0
L = 30 + 0.075 ⇒ DL = 30,075 cm. rial. Rigorosamente, não é uma constante, já que
depende da pressão externa e da temperatura. 0 θ0 θ θ

340 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 340 22/09/2020 15:39:46



Dilatação superficial
Vamos considerar uma placa metálica qua- Como A 0 = L 02 , temos:
Resolva
drada, de lado L 0 , a uma temperatura de θ0 . Essa 2 2
A = A 0 (a Dq + 2aDq + 1) Um cilindro circular de aço
placa é feita de um material cujo coeficiente de
(αaço = 11 · 10–6 °C), com as
dilatação linear é α. Ao aquecê-la para uma O coeficiente de dilatação linear a é bas- dimensões apresentadas na
temperatura θ (θ > θ0), a dilatação de seus lados tante pequeno, na ordem de grandeza –5. figura a seguir, usado em um
produz um aumento da área da placa, que per- Portanto, α2 tem uma ordem de grandeza –10 experimento de dilatação,
manecerá quadrada. está inicialmente à tempe-
e pode ser desprezível. Dessa forma, pode- ratura de –100°C. Quando
L mos reescrever a expressão anterior, igno- este voltar à temperatura
L0 ambiente (20°C), quanto ele
rando o termo α2∆θ2 .
terá dilatado?
L A = L2 A = A 0 (2aDq + 1)
L0 A0 = L02
30 cm
A constante 2α = β é chamada de coefi-
10 cm
q0 q ciente de dilatação superficial do material.
No início, a área da placa é de:
A 0 = L 02 A = A 0 (bDq + 1)
Dados: diâmetro D = 30 cm e
Após o aquecimento, a área da placa au- ou altura
mentou para A (A > A 0). h = 10 cm.

A = L2 DA = bA 0Dq Temos:

Relembrando a relação entre L 0 e L: Vo  Áreabase  Altura


Se a placa possuir um orifício, este se di- D
2

L = L 0 (aDq + 1) V0      h
latará como se fosse preenchido pelo mesmo 2 2
 30 
Elevando a expressão anterior ao quadrado material do sólido. Por exemplo: o vazio no in- V0      10
 2 
e considerando que A = L 2 , temos: terior de uma arruela de alumínio se dilatará V0    225  10
A = [L 0 (aDq + 1)] 2 = L 02 (a2Dq2 + 2aDq + 1) como se fosse feito desse material.
V0  2 250cm3

Assim:

Dilatação volumétrica
V  V0   3V0 
V  3  11 10 6  2 250(20  ( 100))
V  27,98 cm3

Vamos considerar um cubo metálico cujo Como V0 = L 03 , temos:


lado é L 0 a uma temperatura θ0 . Esse cubo é
V = V0(a3Dq3 + 3a2Dq2 + 3aDq + 1)
feito de um material cujo coeficiente de dila-
tação linear é α. Ao aquecê-lo para uma tem- Pelo mesmo motivo esboçado anterior-
peratura θ (θ > θ0), a dilatação de seus lados mente, podemos reescrever a expressão ante- Resolva
produzirá um aumento de volume do cubo, rior ignorando os termos α3∆θ3 e 3α2∆θ2 . Uma lâmina quadrada de
que permanecerá na sua forma cúbica. ferro
V = V0 (3aDq + 1) (aferro = 13 · 10–6 °C) tem lados
de 10 m em temperatura
A constante 3α = γ é chamada de coefi- ambiente. Ao ser aquecida e
ciente de dilatação volumétrica do material. ter sua temperatura variada
em 500 °C, qual será a área
L V = L3 de sua superfície?
L0 V0 = L03 V = V0 (γDq + 1)
Temos:
L0 L
q0 q
ou A0 = 102 = 100 m2

Dq = 500 °C
DV = γV0Dq
No início, o volume do cubo é de:
b = 2a = 26 · 10–6 °C–1
V0 = L 03 Os coeficientes de dilatação linear, superfi-
Assim:
Após o aquecimento, aumentou para cial e volumétrica podem ser relacionados da
V (V > V0). seguinte forma: A = A0(bDq + 1)
3
V=L a b g
A = 100 (26 · 10–6 · 500 + 1)

Relembrando a relação entre L 0 e L: = = A = 101,3 m2.


1 2 3
L = L 0 (aDq + 1)
Se o sólido tiver uma cavidade, ela se di-
Elevando a expressão anterior ao cubo e
EM21_2_FIS_A_04

EM21_2_FIS_A_04

latará como se fosse preenchida pelo mesmo


sabendo que V = L 3 , temos:
material do sólido. Por exemplo: o vazio no in-
V = [L 0 (aDq + 1)] 3 terior de um frasco de vidro se dilatará como
V = L 03 (a3Dq3 + 3a2Dq2 + 3aDq + 1) se fosse feito desse material.

FIS A 341

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 341 22/09/2020 15:39:51



Dilatação dos líquidos
Dilatação anômala da
Para medirmos o volume de um líquido, é
necessário que ele esteja no interior de um re-

água
cipiente. Suponha um recipiente de vidro trans-
Reflita parente, graduado em cm³, a uma temperatura
Por que o gelo flutua na
de θ0. Um líquido, também à temperatura de θ0, é
Em geral, um líquido aumenta de volume
água? colocado no interior desse recipiente até a marca
com o aumento da temperatura. Porém, a
de 100 cm³. Pode-se afirmar, com certeza, que o
água é uma exceção à regra, pois diminui de
volume do líquido no interior do recipiente é de
volume se a temperatura aumentar entre 0 °C
100 cm³ à temperatura de θ0. Aquecendo-se o
e 4 °C. Apenas a temperaturas acima de 4 °C a
líquido a uma temperatura de θ (θ > θ0), nota-se
água aumenta de volume com o aumento da
erstock

que o volume do líquido alcançou 110 cm³. Qual é


temperatura.
Mariyana M/Shutt

a dilatação térmica desse líquido?


No gráfico a seguir, a água alcança seu vo-
O líquido dilatou-se mais do que 10 cm³,
lume mínimo a 4 °C. Como o volume é o menor,
pois o recipiente de vidro também se dilatou.
sua densidade é a máxima.
Portanto, há dois tipos de dilatação para os lí-
Volume
quidos: uma aparente, afetada pela dilatação
(cm3)
do recipiente; e outra real, que não depende
1,00080
do frasco. Nos líquidos, apenas a dilatação
A água se encontra no
estado líquido em razão volumétrica interessa, e é regida pela mesma 1,00060
das ligações de hidrogê- equação da dilatação volumétrica dos sólidos.
1,00040
nio que unem os átomos.
Nesse caso, as ligações são V = V0 (γDq + 1) 1,00020
formadas e quebradas o
tempo todo, isso explica o 1,00000
aspecto líquido. Acon- Os coeficientes de dilatação volumétrica
0°C 4°C 10°C 20°C Temperatura
tece que, quando a água dos líquidos são, em geral, maiores que os dos
entra para o estado sólido, sólidos. Isso explica o motivo de um lago congelar
essas ligações não são mais apenas na superfície. Durante o resfriamento
quebradas e permanecem Considere um frasco totalmente cheio de
até 4 °C, a água fica mais densa e desce, e a
unidas em forma de uma líquido. Ao se aquecer o conjunto, nota-se que
rede cristalina. Essa forma água mais quente do fundo sobe. Isso ocorre
parte do líquido transbordou. A quantidade de
da água (gelo) é bem mais até 4 °C. Ao se resfriar ainda mais, a água mais
líquido transbordado representa a dilatação
leve que no estado líquido, fria é menos densa e tende a permanecer na
daí o porquê de o gelo aparente do líquido, pois o frasco também se
superfície. Quando a temperatura alcança
flutuar na água. dilatou.
q 0 °C, é essa água superficial que se solidifica.
(SOUZA, Líria Alves de. Por que o
gelo flutua na água? Disponível O gelo é um bom isolante térmico, mantendo a
em: <www.mundoeducacao.com/ q0
quimica/por-que-gelo-flutua-na- temperatura da água no fundo do lago a tem-
agua.htm>. Acesso em: 25 set. 2017.) Ladrão
peraturas superiores a 0 °C.
SAE Digital S/A

Eric Fahrner/Shutterstock
Para θ > θ0, o volume transbordado representa a dilatação aparente
do líquido.
Portanto, a dilatação real do líquido será a
soma da dilatação do frasco com a dilatação
aparente do líquido.

DVreal = DVfrasco + DVaparente


SAE DIGITAL S/A

Como DV = γV0Dq e o volume inicial V0 é o


mesmo tanto para o líquido quanto para o
frasco, temos:
Gelo a 0°C
grealV0Dq = gfrascoV0Dq + gaparenteV0Dq

greal = gfrasco + gaparente Água a 0°C


EM21_2_FIS_A_04

EM21_2_FIS_A_04

Água a mais de 0°C


O coeficiente de dilatação volumétrica real
do líquido é igual à soma dos coeficientes de di-
latação volumétrica do frasco e do coeficiente
Apenas a superfície do lago congela em virtude da dilatação anômala da
de dilatação volumétrica aparente do líquido, água. O gelo formado é um bom isolante térmico e mantém a água no
que depende do frasco. fundo a temperaturas superiores a 0°C, preservando, dessa forma, a vida
animal e vegetal.

342 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 342 22/09/2020 15:40:14


FÍSICA E SOCIEDADE
Acompanhe o trecho de notícia.

Caminhoneiros vendem gasolina que deveria ser levada a postos do DF


Motoristas foram flagrados revendendo combustível que sai de distribuidora.
Petrobras diz que vai notificar empresa; galão sai por menos de R$ 70
Motoristas de caminhões responsáveis por transportar combustível das distribuidoras até postos do Distrito Federal foram flagrados
[...] retirando parte do produto para venda ilegal. Em plena luz do dia, os condutores usam mangueiras para passar o líquido até carros
de pequeno porte.
[...] O dono do posto afirmou que não é possível conferir os desvios durante a checagem porque o líquido costuma dilatar. “O pessoal
age de má fé justamente por conta dessa característica natural do combustível, que é de dilatar”, declarou.
“Ele vem de lá para cá, em temperatura alta, tomando sol, agitando. Naturalmente o volume do líquido sofre uma dilatação. Quando
chega aqui eles usam desse artifício químico para retirar o volume aparente excedente.”

Disponível em: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2016/02/caminhoneiros-vendem-


gasolina-que-deveria-ser-levada-postos-do-df.html. Acesso em: 4 set. 2017.

●● Nessa reportagem é utilizado um conceito físico trabalhado neste módulo, que é a dilatação de líquidos. Porém,
esse conceito foi empregado de maneira incorreta pela descrição do dono do posto. Então, escreva um e-mail para
o portal de notícias explicando corretamente o que ocorre na dilatação da gasolina e como isso lesa as pessoas que
compram combustíveis nesta situação. Como você estruturaria esse e-mail? Como você explicaria que a condição de
armazenamento é muito importante? Escreva abaixo um esboço de como seria o texto do e-mail que enviaria.
Os estudantes podem estruturar o e-mail de diferentes formas. Em especial, é importante frisar que este é um fenômeno físico (não químico, como diz o relato). Pode-se explicar

o fato de a gasolina ser armazenada em tonéis subterrâneos (como forma de evitar dilatação) e como a dilatação aparente pode promover uma queima incompleta da gasolina,

Phanat/Shutterstock
prejudicando o ciclo de combustão do motor.
EM21_2_FIS_A_04

EM21_2_FIS_A_04

FIS A 343

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 343 22/09/2020 15:40:21


3. A figura a seguir ilustra duas situações. Um orifício de uma arruela
Resolvidos de alumínio está preenchido por um disco de ferro, enquanto o
orifício de uma arruela de ferro está preenchido com um disco
1. Um cilindro circular de aço, com raio (r) da base de 10 cm e altura (h) de alumínio.
de 10 cm, encontra-se em um laboratório à temperatura de –100°C.
Quando este chegar à temperatura ambiente (20°C), quanto ele
terá dilatado? Dado: γ = 33 · 10–6 °C.
99 Solução: Ferro Alumínio
Volume do cilindro: V0 = p · r2 · h = 1 000 · p cm3
∆V = V0 · γ · ∆θ Alumínio Ferro
∆V = 1000 · π · 33 · 10–6 · [20 – (–100)]
∆V = 12,44 cm3 Suponha que as duas peças acima sejam aquecidas de modo uni-
forme. Sabendo que o coeficiente de dilatação linear do alumínio
2. (UFPA) Um recipiente de vidro encontra-se completamente cheio é praticamente o dobro do coeficiente de dilatação linear do ferro,
de um líquido a 0°C. Quando o conjunto é aquecido até 80°C, o
a) não haverá nenhuma maneira de os discos internos se soltarem.
volume do líquido que transborda corresponde a 4% do volume
que o líquido possuía a 0°C. Sabendo que o coeficiente de dilatação b) com certeza os dois discos internos se soltarão com a dilatação
volumétrica do vidro é de 27 · 10–6 °C–1, determine o coeficiente de térmica.
dilatação real do líquido. c) apenas o disco de ferro se soltará da arruela de alumínio com
99 Solução: a dilatação térmica.
Dados: θ0 = 0°C; θ = 80°C; ∆VAP = 4%V0LÍQ ; γREC = 27 · 10–6°C–1. d) apenas o disco de alumínio se soltará da arruela de ferro com
a dilatação térmica.
Como ∆VAP = V0LÍQ . γAP ∆θ ⇒ 4%V0LÍQ = V0LÍQ · γAP · 80:
99 Anotações:
0,04 = γAP · 80 ⇒γAP = 0,04/80
γAP = 0,5 · 10–3°C–1 O alumínio tem um coeficiente de dilatação linear maior que o do ferro. Portanto, o
orifício da arruela de alumínio se dilatará mais que o disco de ferro, que se soltará como
Sabendo que γREAL = γAP + γREC: consequência.
γREAL = 0,50 · 10–3 + 27 · 10–6 = 0,50 · 10–3 + 0,027 · 10–3
γREAL = 0,527 · 10–3 = 5,27 · 10–4°C –1
4. Uma lâmina bimetálica consiste em duas tiras constituídas de me-
Praticando tais diferentes que são rebitadas uma à outra, a uma determinada
temperatura. Elas são usadas em dispositivos como disjuntores e
1. Em relação à dilatação superficial, pode-se afirmar que termostatos. Quando a temperatura varia, a lâmina curva-se, pois
a) a dilatação é tanto menor quanto maior for sua área inicial. os metais constituintes da lâmina bimetálica se dilatam de maneira
diferente. Isso é possível, pois
b) a dilatação é tanto maior quanto menor for sua área inicial.
a) os metais constituintes da lâmina bimetálica têm densidades
c) a dilatação é tanto maior quanto menor for o produto de sua diferentes.
área inicial pela variação de temperatura.
b) os metais constituintes da lâmina bimetálica têm coeficientes
d) a dilatação é tanto maior quanto maior for sua área inicial.
de dilatação linear diferentes.
99 Anotações:
c) os metais constituintes da lâmina bimetálica têm massas
De acordo com o conteúdo, a dilatação é proporcional ao tamanho da área inicial. diferentes.
d) os metais constituintes da lâmina bimetálica têm calores
específicos diferentes.
e) os metais constituintes da lâmina bimetálica têm pressões
2. (UFPI) Um bloco de aço contém uma cavidade de 20 cm3 a 0°C. diferentes.
Sendo de 36 · 10–6 °C–1 o coeficiente de dilatação volumétrica do 99 Anotações:
aço, o volume dessa cavidade, a 100°C,
Como os metais constituintes da lâmina bimetálica são diferentes e se dilatam de manei-
a) se reduz de 18 · 10–3 cm3.
b) se reduz de 72 · 10–3 cm3. ra diferenciada, seus coeficientes de dilatação linear também são diferentes.

c) aumenta de 18 · 10 cm . –3 3

d) aumenta de 36 · 10–3 cm3.


e) aumenta de 72 · 10–3 cm3. 5. Em uma barra metálica, o comprimento sofre um aumento de
24% quando sua temperatura varia de 2 · 103 °C. Determine seu
99 Anotações: coeficiente de dilatação linear.
D L
Temos: L0 = 0,24
DV = V0 gDq L0 · a Dq
DV = 20 · 36 · 10-6(100-0) = 0,24
L0
DV = 72 · 10-3 cm3 a · Dq = 0,24
a · 2 ·103 = 24 · 10–2
EM21_2_FIS_A_04

EM21_2_FIS_A_04

a = 1,2 ·10–4 °C–1

344 FIS A

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 344 22/09/2020 15:40:21


6. Uma trena de fita de aço foi corretamente calibrada em um am- Acima das duas barras é colocada uma barra C. A que temperatura
biente cuja temperatura era de 25°C. Na calibração, foi aferido que, a barra C ficará perfeitamente na horizontal, sabendo que a tem-
de fato, a trena possuía 5,000 m de comprimento. peratura inicial é de 15°C, o comprimento da barra A é 50,0 cm e o
Essa mesma trena foi utilizada em um local extremamente frio, com comprimento da barra B é de 50,1 cm?
temperatura ambiente em torno de –30°C. Qual é o comprimento Dados: aA = 5,0 · 10–5 °C–1; aB = 2,0 · 10–5 °C–1.
máximo que essa trena medirá nessas circunstâncias?
A barra C ficará perfeitamente na horizontal quando os comprimentos da barra A e B
Dado: aaço = 1,2 · 10–5 °C–1. forem perfeitamente iguais. Portanto:
LA = LB
Em virtude do frio extremo, a trena sofrerá uma contração térmica e seu comprimento Vamos chamar os comprimentos iniciais das barras A e B de L0A = 50,0 cm e
diminuirá. Logo, o comprimento L da trena a uma temperatura de –30°C será: L0B = 50,1 cm, respectivamente.
L = L0(aDq + 1)
Como:
L = 5,000 [1,2 · 10–5 · (–30 – 25) + 1]
L = L0(aDq + 1)
L = 5,000 [1,2 · 10–5 · (–55) + 1]
Temos:
L = 5,000 (–66 · 10–5 + 1)
LA = L0A(aADq + 1) = LB = L0B = (aBDq + 1)
L = –330 · 10–5 + 5,000
L = 4,997 m 50,0 (5,0 · 10–5 · Dq + 1) = 50,1(2,0 · 10–5 · Dq + 1)
250,0 · 10–5 · Dq + 50,0 = 100,2 · 10–5 · Dq + 50,1
149,8 · 10–5 · Dq = 0,1
Dq ≅ 66,8°C
7. (Enem) A gasolina é vendida por litro, mas em sua utilização como q – 15 °C ≅ 66,8°C
combustível, a massa é o que importa. Um aumento da temperatura q ≅ 81,8°C
do ambiente leva a um aumento no volume da gasolina. Para di-
minuir os efeitos práticos dessa variação, os tanques dos postos de
gasolina são subterrâneos. Se os tanques não fossem subterrâneos, Desenvolvendo Habilidades
I. você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais
quente do dia, pois estaria comprando mais massa por litro 1. C1:H4 (Unimep-2014) Segundo dados do 5.º Relatório do IPCC
de combustível. (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) de 2013,
caso as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo,
II. abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria com- a temperatura do planeta poderá aumentar até 4,8 graus Celsius
prando mais massa de combustível para cada litro. neste século – o que poderá resultar em uma elevação no nível do
III. se a gasolina fosse vendida por kg em vez de por litro, o pro- mar e causar danos nas regiões costeiras do globo. Isso porque as
blema comercial decorrente da dilatação da gasolina estaria geleiras vão derreter e também porque a água do mar vai se dila-
resolvido. tar. Para se ter uma estimativa, caso a temperatura aumente 4,8°C
Destas considerações, somente (sabendo-se que o coeficiente de expansão volumétrica da água
a) I é correta. d) I e II são corretas. salgada à temperatura de 20°C é igual a 2,0 · 10–4 °C–1) o aumento
de volume de cada 1 000 litros de água do mar será igual a
b) II é correta. e) II e III são corretas.
a) 0,28 litro. d) 0,96 litro.
c) III é correta.
b) 0,54 litro. e) 1,48 litro.
99 Anotações:
c) 0,75 litro.
I. Incorreta. Na hora mais quente, o volume aumenta e num mesmo volume haveria 2. C5:H17 (UFRJ-2011) Um quadrado foi montado com três hastes de
menos massa. Você levaria prejuízo.
II. Correta. Com temperatura mais baixa, o volume diminui e num mesmo volume
alumínio (aal = 24 · 10–6 ºC–1) e uma haste de aço (aaço = 12 · 10–6 ºC–1),
haveria mais massa. Você levaria vantagem. e todas inicialmente à mesma temperatura.
III. Correta. Você estaria comprando o que realmente interessa, que é a massa. O sistema é, então, submetido a um processo de aquecimento, de
forma que a variação de temperatura é a mesma em todas as hastes.
Podemos afirmar que, ao final do processo de aquecimento, a figura
8. Uma pipeta graduada em cm³ contém 300,00 cm³ de mercúrio. formada pelas hastes estará mais próxima de um
Inicialmente, tanto a pipeta quanto o mercúrio estão a 0°C. O a) quadrado. d) trapézio retângulo.
conjunto é, então, aquecido para 70°C e observa-se que o nível do b) retângulo. e) trapézio isósceles.
mercúrio, na pipeta, alcança 303,15 cm³. Determine o coeficiente
c) losango.
de dilatação volumétrica do vidro que constitui a pipeta.
Dado: gHg = 1,8 · 10–4 °C–1. 3. C1:H3 (UDESC) A tabela a seguir apresenta uma relação de substân-
cias e os seus respectivos valores de coeficiente de dilatação linear
A diferença de leitura na pipeta é a dilatação aparente do mercúrio, pois a pipeta
também se dilatou.
e condutividade térmica, ambos medidos à temperatura de 20°C.
DVaparente = 303,15 – 300,00 = 3,15 cm3
Sabendo que: Coeficiente de Condutividade
DVaparente = gaparenteV0Dq Substância dilatação linear térmica
3,15 = gaparente · 300,00 · 70
(10–6 ºC–1) (W/mK)
gaparente = 1,5 · 10–4 °C–1
Porém:
Gelo 51 2
Vreal = gfrasco + gaparente
1,8 · 10–4 = gfrasco + 1,5 · 10–4 Chumbo 29 35
gfrasco = 0,3 · 10–4 °C–1
Alumínio 24 240
Cobre 17 400
9. Duas barras, A e B, estão dispostas lado a lado, como mostra a figura.
Concreto 12 0,8
EM21_2_FIS_A_04

EM21_2_FIS_A_04

C
Vidro Comum 9 0,7

A B Assinale a alternativa correta, tomando como base as informações


anteriores.

FIS A 345

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 345 22/09/2020 15:40:23


a) Barras do mesmo comprimento dos metais listados na tabela 6. C1:H2 (UPE-SSA-2018) O relé térmico é um dispositivo responsável
sofrerão dilatações iguais quando submetidas a uma variação por proteger os motores elétricos de possíveis anomalias. A mais
de temperatura de 20°C. comum é o sobreaquecimento do motor elétrico.
b) A condutividade térmica das substâncias permanece cons- Fonte: https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-um-
tante, independentemente da temperatura em que estas se rele-termico/, acessado em 11 de julho de 2017.
encontram.
Uma proposta de relé térmico consiste em duas barras de latão,
c) Substâncias que possuem maior condutividade térmica tam-
uma vertical e outra horizontal, acopladas, conforme ilustra a
bém apresentam maiores coeficientes de dilatação.
figura seguir.
d) Dentre as substâncias listadas na tabela, o cobre é a melhor
opção para fazer isolamentos térmicos.
e) Duas chapas de dimensões iguais, uma de alumínio e outra de
concreto, são submetidas à mesma variação de temperatura.
Constata-se então que a variação de dilatação superficial da
chapa de alumínio é duas vezes maior que a da chapa de
concreto.
4. C1:H2 (Enem-2009) Durante uma ação de fiscalização
em postos de combustíveis, foi encontrado um meca-
nismo inusitado para enganar o consumidor. Durante
o inverno, o responsável por um posto de combustível A montagem está inicialmente à temperatura de 25°C; a barra
compra álcool por R$0,50/litro, a uma temperatura de 5°C. Para horizontal toca o contato A e o sistema é articulado nos pontos E,
revender o líquido aos motoristas, instalou um mecanismo na F e G. A separação entre os contatos elétricos A e B é de 0,25 mm.
bomba de combustível para aquecê-lo, para que atinja a tempera- Determine a temperatura da barra vertical para que a barra hori-
tura de 35°C, sendo o litro de álcool revendido a R$1,60. Diaria- zontal encoste no contato B.
mente o posto compra 20 mil litros de álcool a 5°C e os revende.
a) 37,5°C c) 87,5°C e) 175,0°C
Com relação à situação hipotética descrita no texto e dado que
o coeficiente de dilatação volumétrica do álcool é de 1 · 10–3 °C–1, b) 62,5°C d) 125,0°C
desprezando-se o custo da energia gasta no aquecimento do
combustível, o ganho financeiro que o dono do posto teria obtido Complementares
devido ao aquecimento do álcool após uma semana de vendas
estaria entre 1. (UEPB-2012) Willen Gravesand (1688-1742), físico holandês, foi
a) R$500,00 e R$1.000,00. d) R$6.000,00 e R$6.900,00. professor de Matemática, de Astronomia e de Física. Sendo reco-
nhecido dentre as suas contribuições científicas pelo famoso anel
b) R$1.050,00 e R$1.250,00. e) R$7.000,00 e R$7.950,00.
de Gravesand, experimento que se constitui de uma esfera metálica,
c) R$4.000,00 e R$5.000,00. suspensa ou presa por uma haste e um anel metálico.
5. C5:H17 (CPS-2017) A caminho da erradicação da pobreza, para poder Verifica-se que inicialmente não é possível passar a esfera através do
contemplar a todos com o direito à habitação, as novas edificações anel de metal. Porém, após aquecer o anel de metal, a esfera passa
devem ser construídas com o menor custo e demandar cuidados facilmente. A alternativa que explica corretamente esse fenômeno é:
mínimos de manutenção. Um acontecimento sempre presente em a) O aumento de temperatura, causado pela chama da vela no anel
edificações, e que torna necessária a manutenção, é o surgimento de metal, aumenta a agitação térmica das partículas do metal,
de rachaduras. Há muitas formas de surgirem rachaduras como, por o que provoca um aumento do diâmetro do anel, facilitando a
exemplo, pela acomodação do terreno ou ocorrência de terremotos. passagem da esfera.
Algumas rachaduras, ainda, ocorrem devido à dilatação térmica. A
b) O calor fornecido pela vela ao anel metálico faz com que o
dilatação térmica é um fenômeno que depende diretamente do
tamanho da esfera diminua, quando em contato com o anel,
material do qual o objeto é feito, de suas dimensões originais e da
facilitando a passagem da esfera.
variação de temperatura a que ele é submetido.
c) O calor fornecido pela esfera ao anel metálico provoca uma
Para um objeto como um muro, o acréscimo ou decréscimo da área
da superfície do muro é calculado pela expressão DS = S0 · b · Dq, redução no nível de agitação térmica das partículas do metal,
em que: o que provoca um aumento do diâmetro do anel, facilitando
a passagem da esfera.
DS → representa a variação (acréscimo ou diminuição) da área da
superfície que o muro apresentará; d) O aumento de temperatura no anel de metal causado pela chama
da vela aumenta a agitação térmica das partículas do metal, o
S0 → é a área original da superfície do muro, antes de ocorrer a
dilatação térmica; que provoca uma redução do diâmetro do anel, facilitando a
passagem da esfera.
b → é uma constante que está relacionada com o material que foi
utilizado em sua construção; 2. (UECE-2018) Seja um anel metálico construído com um fio muito
Dq → é a variação de temperatura à qual o muro é submetido. fino. O material tem coeficiente de dilatação linear α e sofre uma
Considere dois muros feitos com o mesmo material, sendo que o variação de temperatura ΔT. A razão entre o comprimento da
menor deles possui uma área de superfície igual a 100 m2, enquanto circunferência após o aquecimento e o comprimento inicial é
o maior tem 200 m2. a) αΔT. c) 1/αΔT.
Se o muro menor sofrer uma variação de temperatura de +20ºC b) 1/(1+αΔT). d) 1+αΔT.
e o maior sofrer uma variação de +40ºC, a variação da área da su-
3. (Mackenzie) No estudo dos materiais utilizados para a restauração
perfície do muro maior em relação à variação da área da superfície
EM21_2_FIS_A_04

EM21_2_FIS_A_04

de dentes, os cientistas pesquisam entre outras características o


do muro menor é
coeficiente de dilatação térmica. Se utilizarmos um material de coefi-
a) quatro vezes menor. d) duas vezes maior. ciente de dilatação térmica inadequado, poderemos provocar sérias
b) duas vezes menor. e) quatro vezes maior. lesões ao dente, como uma trinca ou até mesmo sua quebra. Neste
c) a mesma. caso, para que a restauração seja considerada ideal, o coeficiente de
dilatação volumétrica do material de restauração deverá ser

346 FIS A

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a) igual ao coeficiente de dilatação volumétrica do dente. 8. (Fuvest-2012)
b) maior que o coeficiente de dilatação volumétrica do dente, se
o paciente se alimenta predominantemente com alimentos
muito frios.

10 cm
c) menor que o coeficiente de dilatação volumétrica do dente,
se o paciente se alimenta predominantemente com alimentos 0
muito frios. 30 cm

2 cm
d) maior que o coeficiente de dilatação volumétrica do dente, se
o paciente se alimenta predominantemente com alimentos
muito quentes. Para ilustrar a dilatação dos corpos, um grupo de estudantes apresenta,
e) menor que o coeficiente de dilatação volumétrica do dente, em uma feira de ciências, o instrumento esquematizado na figura an-
se o paciente se alimenta predominantemente com alimentos terior. Nessa montagem, uma barra de alumínio com 30 cm de com-
muito quentes. primento está apoiada sobre dois suportes, tendo uma extremidade
4. (UEPG-2011) Dilatação térmica é o fenômeno pelo qual variam as presa ao ponto inferior do ponteiro indicador e a outra encostada
dimensões geométricas de um corpo quando este experimenta num anteparo fixo. O ponteiro pode girar livremente em torno do
uma variação de temperatura. Sobre esse fenômeno físico, assinale ponto 0, sendo que o comprimento de sua parte superior é 10 cm e
o que for correto. o da inferior, 2 cm. Se a barra de alumínio, inicialmente à tempera-
tura de 25°C, for aquecida a 225°C, o deslocamento da extremidade
(1) Em geral, as dimensões de um corpo aumentam quando a
superior do ponteiro será, aproximadamente, de
temperatura aumenta.
(2) Um corpo oco se dilata como se fosse maciço. Note e adote:
(3) A tensão térmica explica por que um recipiente de vidro Coeficiente de dilatação linear do alumínio 2 · 10–5°C–1.
grosso comum quebra quando é colocada água em ebuli-
ção em seu interior. a) 1 mm. c) 6 mm. e) 30 mm.
b) 3 mm. d) 12 mm.
(4) A dilatação térmica de um corpo é inversamente propor-
cional ao coeficiente de dilatação térmica do material que 9. (CEFET-PR) Um recipiente de 200 cm3 de capacidade, feito de um ma-
o constitui. terial de coeficiente de dilatação linear de 30 · 10–6 °C–1, contém 180 cm3
de um líquido de coeficiente de dilatação cúbica de 1 000 · 10–6 °C–1.
(5) Dilatação aparente corresponde à dilatação observada em
A temperatura do sistema é de 20°C. A ­temperatura-limite de aqueci-
um líquido contido em um recipiente.
mento do líquido sem que haja transbordamento é, em °C, de
Soma ( )
a) 131. c) 1 119. e) 143.
5. Um posto recebeu 5 000 litros de gasolina num dia em que a tem- b) 130. d) 123.
peratura era de 35°C. Com a chegada de uma frente fria, a tempe-
ratura ambiente baixou para 15°C, assim permanecendo até que a 10. (ITA-2012) Um quadro quadrado de lado  e massa m, feito de um
gasolina fosse totalmente vendida. Sabendo-se que o coeficiente material de coeficiente de dilatação superficial β, é pendurado no
pino O por uma corda inextensível, de massa desprezível, com
de dilatação da gasolina é 1,1 · 10–3 °C-1, calcule em litros o prejuízo
as extremidades fixadas no meio das arestas laterais do quadro,
sofrido pelo dono do posto.
conforme a figura. A força de tração máxima que a corda pode
6. (EPCAr-AFA-2013) No gráfico a seguir, está representado o compri- suportar é F. A seguir, o quadro é submetido a uma variação de
mento L de duas barras A e B em função da temperatura θ. temperatura T, dilatando. Considerando desprezível a variação
L no comprimento da corda devida à dilatação, podemos afirmar
Barra B que o comprimento mínimo da corda para que o quadro possa
ser pendurado com segurança é dado por:
2
Barra A
 O

θ

Sabendo-se que as retas que representam os comprimentos da
barra A e da barra B são paralelas, pode-se afirmar que a razão
entre o coeficiente de dilatação linear da barra A e o da barra B é
a) 0,25. c) 1,00.
b) 0,50. d) 2,00.
7. (EsPCEx-AMAN) Um estudante de Física, desejando medir o /2 /2
coeficiente de dilatação volumétrica de uma substância líquida,
2F T 2F (1 T )
preenche completamente um recipiente de 400 cm3 de volume a) d)
interno com a referida substância. O conjunto encontra-se ini- mg 2F  mg
cialmente à temperatura de equilíbrio T1 = 10°C e é aquecido até 1 T
b) 2F(1 T ) e) 2F
a temperatura de equilíbrio T2 = 90°C. O coeficiente de dilatação
mg 4F2  m2 g2
volumétrica do recipiente é γ = 4,0 · 10–5 °C–1. Sabendo que houve
um transbordamento de 20 cm3 do líquido, o coeficiente de dila- 2F (1 T )
c)
tação da substância líquida é de
EM21_2_FIS_A_04

EM21_2_FIS_A_04

4F2  m2 g2
a) 2,25 · 10–4 °C–1. d) 6,65 · 10–4 °C–1.
b) 5,85 · 10 °C .
–4 –1
e) 1,03 · 10–3 °C–1. ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
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exibidodeste módulo.
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FIS A 347

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 347 22/09/2020 15:40:42


Introdução à

EE
EEE
C C

E
CC

EE E
CC

EEE
CCC
CC

EEE
CC
CCCC

eletrostática
CCCCCCC

Carga elétrica • Princípio da conservação da carga elétrica • Quantização da carga elétrica • Condutores, isolantes e
semicondutores
Física
mód. 01/16

01 B
START

La fée électricité (1937) – A fada da eletricidade


A Segunda Revolução Industrial, ocorrida na segunda metade do século XIX, foi fundamentada no domínio
de novas formas de obter energia: o petróleo e a eletricidade, em detrimento ao uso do carvão. Para isso, desen-
rolaram-se décadas e décadas de estudos sobre como os fenômenos elétricos acontecem e como poderiam ser
aproveitados em máquinas industriais. Muitos dos nomes de cientistas que veremos nas próximas unidades são
dessa época e pelo trabalho pioneiro no campo da eletricidade são homenageados até hoje.
Uma das muitas homenagens a estes cientistas é o
Kleinefenn/Musée d’Art moderne de la Ville de Paris

conjunto de painéis La fée électricité (A fada da eletri-


cidade, em português), produzido pelo artista francês
Raoul Dufy (1877-1953) no ano de 1937 (na figura ao
lado é apresentada uma visão geral do painel). Essa
obra foi uma encomenda para uma feira de eletrici-
dade francesa e atualmente está exposta na sala Dufy
do Musée d'art moderne de la Ville de Paris (Museu
de Arte Moderna da cidade de Paris). A proposta do
artista era homenagear os cientistas que contribuíram
para o desenvolvimento desta área de conhecimento,
O painel possui 60 m de comprimento por 10 m de altura. bem como exaltar os avanços possibilitados, em espe-
cial as novas tecnologias.

A seguir, há algumas partes recortadas da obra. Analise-as atentamente.

Figura 1. Figura 2. Figura 3. Figura 4. Figura 5.

•• Com o auxílio do seu professor, identifique a referência histórica em cada uma das cinco figuras e, se possí-
vel, o conceito físico relacionado a cada situação. Esses conceitos serão trabalhados com mais detalhes nos
Site
próximos módulos.

Para ver mais imagens: Para facilitar a interação com a obra, você pode realizar o tour digital em 360º seguindo o link referenciado, até para encontrar outras figuras
importantes. É essencial frisar com os estudantes:
<http://parismusees.paris.fr/ Figura 1: Experimento de força elétrica; balança de Cavendish.
sites/etablissement_public/ Figura 2: Transmissão de energia a longas distâncias, algo impossível com a energia térmica.
files/iframe/mam_360_
EM21_2_FIS_B_01

EM21_2_FIS_B_01

Figura 3: Esferas de eletrização, gerador eletrostático.


sisso_dufy/index.html>. Figura 4: Experimentos de indução de Faraday e conceito de carga elétrica.
Acesso em: 16 jul. 2018. Figura 5: Pilha de Alessandro Volta.

Nesse site você pode visua-


lizar as obras em 360°.

348 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 348 22/09/2020 15:41:33



Carga elétrica Curiosidade

FRitz/W.Commons
Os primeiros relatos sobre fenômenos elé- de condutores (ferro, cobre, alumínio etc.);
tricos datam da Antiguidade. O filósofo grego aos que não conduziam, ou conduziam mal a
Tales de Mileto (625-547 a.C.) teria observado eletricidade, chamou-os de isolantes (vidro,
e tentado explicar o porquê de um pedaço de madeira, seda, borracha, lã etc.).
âmbar, após ser esfregado em um tecido qual- A próxima contribuição para o estudo da
quer, passava a atrair pequenos fragmentos de eletricidade ficou a cargo do físico francês
grama ou palha seca. Charles Du Fay (1698-1739). Por meio de expe-
Tal fenômeno só voltou a chamar a atenção rimentos, Du Fay observou a existência de dois
cerca de dois mil anos depois. O inglês William tipos de eletricidade: a vítrea, obtida pelo vidro
Gilbert (1544-1603), físico e médico da rainha ao ser atritado com lã, e a resinosa, obtida pelo
Elizabeth I, da Inglaterra, retomou os experi- âmbar ao ser atritado com lã.
mentos de Tales e passou a usar a palavra elé- Com base em suas experiências, Du Fay es- Tales de Mileto (na ilustração) foi
trico, derivada do grego elektron (âmbar), para tabeleceu o princípio da atração e repulsão considerado por Platão um dos
se referir ao corpo que tinha a mesma proprie- sete sábios da Grécia Antiga.
ou, como passou a ser conhecido, princípio de
dade do âmbar. Gilbert observou que outros Du Fay, que, em palavras da época, pode ser

humbak/sHUTTERSTOCK
materiais, e não só o âmbar, possuem essas enunciado da seguinte forma:
curiosas propriedades.
Repetindo os experimentos de Gilbert, o Corpos com eletricidade de mesmo
físico alemão Otto von Guericke (1602-1686) tipo se repelem e corpos com eletricidade
percebeu a existência de dois tipos de “corpos de tipos diferentes se atraem.
elétricos”: alguns podiam, além de atrair obje-
O cientista, escritor e político americano
tos leves, atrair-se mutuamente, ao passo que
Benjamin Franklin (1706-1790) também rea-
outros se repeliam mutuamente após serem Âmbar: resina vegetal fossilizada
lizou experimentos com eletricidade, o mais
atritados. Guericke inventou uma máquina e com cor de mel.
famoso deles é o da chave metálica presa ao
elétrica na qual uma grande bola de enxofre,
fio de uma pipa empinada durante uma tem-
girada por uma manivela, era colocada em
pestade com raios. Franklin estabeleceu uma
contato com uma luva de couro. Dessa forma, Biografia
teoria para explicar os fenômenos elétricos, a
observou que tanto a luva quanto a bola de

rook76 / Shutterstock.com
teoria do fluido elétrico.
enxofre se eletrizavam, passando a apresen-
tar as propriedades de atração e de repulsão. De acordo com essa teoria, um corpo sem
Observou, ainda, que a eletricidade de um eletricidade tem uma quantidade normal de
corpo podia passar para outro sob a forma de fluido elétrico. Se esse fluido estiver em ex-
faíscas. Esse cientista não chegou a explicar cesso (a mais) no corpo, ele se comportará Selo em homenagem a Otto von
tais fenômenos e simplesmente os atribuiu a como o vidro ao ser atritado com lã e terá ele- Guericke (1602-1686), impresso
na Alemanha em 1977.
certas “virtudes” dos corpos envolvidos. tricidade positiva. Se estiver em falta (a me-
nos), ele se comportará como o âmbar ao ser Além de suas contribuições
para os estudos da eletrici-
Gorg/W.Commons

atritado com lã e terá eletricidade negativa.


dade, esse físico alemão foi
A partir de 1897, com a descoberta do elé- um defensor da ideia de que
tron pelo físico inglês Joseph John Thomson o vácuo existia, ao contrário
(1856-1940), anunciada em 30 de abril daquele da ideia aristotélica da
época, a de que a “natureza
ano, os fenômenos elétricos começaram a ser
tinha horror ao vácuo”.
mais bem explicados. A explicação dos fenô-
Guericke ficou conhecido
menos elétricos só se completou no começo por suas pesquisas e
do século XX, quando os físicos passaram a en- experimentos com a pressão
tender a constituição da matéria e a estrutura atmosférica. Construiu dois
dos átomos. hemisférios metálicos que
se encaixavam perfeita-
Atualmente, sabemos que a matéria, de mente e, ao remover o ar
Máquina elétrica de Otto von Guericke. maneira geral, é constituída por átomos e que do interior da esfera assim
a carga elétrica é uma propriedade intrínseca formada, os hemisférios
Prosseguindo com os experimentos de se mantinham unidos, não
Guericke, o físico inglês Stephen Gray (1666- da matéria.
sendo possível separá-los
-1736) observou que a eletricidade podia pas- O modelo planetário de átomo, proposto nem com o esforço de vários
sar de um corpo para outro quando unidos por em 1911 pelo físico e químico neozelandês cavalos.
fios. Entretanto, no decorrer de suas experiên- Ernest Rutherford (1871-1937), apresenta-nos
cias, Gray percebeu que a passagem da eletri- um átomo constituído por uma diminuta re-
EM21_2_FIS_B_01

EM21_2_FIS_B_01

cidade de um corpo para outro dependia da gião central com carga elétrica positiva, cha-
natureza do fio usado. Aos materiais que con- mada núcleo, e uma região periférica com
duziam bem a eletricidade, Gray chamou-os carga elétrica negativa, chamada eletrosfera.

FIS B 349

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O núcleo do átomo é constituído por pró- Para simplificar, vamos usar a expressão
Saiba mais
tons, partículas com carga elétrica positiva, e carga elétrica em vez de quantidade de carga
Atualmente, não são mais por nêutrons, partículas sem carga elétrica. elétrica. Assim, para as cargas elétricas Q do
utilizadas as expressões ele-
tricidade vítrea e resinosa, A eletrosfera é constituída pelos elétrons, par- próton e do elétron, temos:
e sim eletricidade positiva e tículas com carga elétrica negativa, que giram
negativa.
Qp  16
,  1019 C e Qe  16
,  1019 C
ao redor do núcleo.
Prótons, nêutrons e elétrons são ­partí­culas
Pesquise dotadas de massa. Observe, a seguir, a carga
elétrica das partículas elementares e suas
Nesta atividade, você vai Próton massas relativas.
utilizar um simulador Núcleo
on-line para verificar alguns Nêutron
princípios apresentados até Partícula Carga elétrica Massa
este ponto de nosso estudo. Eletrosfera Próton +1,6 ⋅ 10–19 C m
Elétron
Acesse este link: <https:// Nêutron 0 m
phet.colorado.edu/en/
Elétron –1,6 ⋅ 10–19 C m/1 840
simulation/balloons>. Em
seguida, clique em Run in
Modelo do átomo de Rutherford (representação artística). As partículas Observe que a massa de um átomo está
HTML5. Espere o simulador do núcleo se mantêm unidas por meio de forças nucleares.
carregar e, então, use sua quase toda concentrada em seu núcleo.
intuição para manipular,
Atualmente, sabemos que os elétrons po-
com o mouse, os controles. A figura ilustrativa do átomo de Rutherford
Depois, clique em Reset dem se movimentar de um átomo para outro e
foi feita totalmente fora de escala. Se imaginar-
Balloons e selecione apenas de um corpo para outro.
mos um átomo com o tamanho de um estádio
um balão e mantenha a
de futebol, o núcleo seria representado por Assim, é possível concluir que, para um
parede. Certifique-se de que
somente o marcador Show uma região menor que a da bola. átomo:
all charges esteja selecio- No Sistema Internacional de Unidades ●● se o número de elétrons for igual ao de
nado. Siga o roteiro e tente prótons, o átomo estará eletricamente
responder às perguntas a (SI), a quantidade de carga elétrica é medida
seguir. em coulomb (símbolo C), em homenagem ao neutro;
1. Observe o balão. O que físico francês Charles Augustin de Coulomb ●● se o número de elétrons for maior que
é possível dizer sobre a (1736-1806). o de prótons, o átomo estará eletri-
sua carga? (Dica: conte A quantidade de carga elétrica correspon- zado negativamente (com excesso de
os dois tipos de carga elétrons);
elétrica)
dente a 1 C é, na prática, muito grande e, por
esse motivo, é bastante comum utilizar sub- ●● se o número de elétrons for menor que
2. Clique no balão e o
arraste. Em seguida, es- múltiplos do coulomb. o de prótons, o átomo estará eletrizado
fregue-o contra a blusa Submúltiplos do coulomb positivamente (com falta de elétrons).
de lã. O que aconteceu
com ele? ●● 1milicoulomb (1mC)  Essa conclusão acerca do átomo também
1 vale para um corpo qualquer, visto que os cor-
3. Como o balão se torna  C  103 C
eletrizado? E com que 1000 pos são constituídos por átomos. Assim, um
tipo de carga? corpo eletricamente neutro apresenta número
4. De onde veio essa ●● 1microcoulomb (1 C)  de prótons igual ao número de elétrons.
carga? É importante ressaltar que, nas situações
1
5. O que aconteceu com a  C  106 C
1000 000 cotidianas, é quase impossível alterarmos o
blusa de lã? Por que ela
número de prótons de um corpo, visto que
ficou eletrizada?
●● 1nanocoulomb (1nC)  teríamos de alterar o núcleo dos átomos por
6. Arraste o balão para o
meio, entre a blusa e a 1 meio de uma reação nuclear. Por esse motivo,
 C  109 C
parede, e então solte-o. 1000 000 000 a eletrização de um corpo ocorre com a reti-
O que aconteceu com rada ou com o fornecimento de elétrons.
ele? Explique sua ●● 1picocoulomb (1pC) 
resposta. Corpo neutro
1
7. Qual é a carga total da  C  1012 C
parede? 1000 000 000 000
8. O que vai acontecer se
você aproximar o balão Em módulo, tanto a quantidade de carga
da parede? Tente prever elétrica de um próton quanto a de um elétron Retirada Fornecimento
antes. têm mesmo valor, o qual será representado de e– de e–
9. Coloque o balão em por e, denominado quantidade de carga elé-
contato com a parede e trica fundamental (ou elementar).
movimente-o para cima
e para baixo. O que No SI, a quantidade de carga elétrica fun-
EM21_2_FIS_B_01

EM21_2_FIS_B_01

acontece com as cargas damental vale:


da parede?
Corpo eletrizado Corpo eletrizado
10. Deixe o balão em con-
tato com a parede. O e  16
,  1019 C positivamente negativamente
que acontece? Explique Eletrização de um corpo inicialmente neutro.
sua resposta.

350 FIS B

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Princípio da conservação da carga elétrica
Para que possamos continuar nosso es- Para entender esse princí-
tudo sobre a eletricidade, é fundamental co- pio, considere dois corpos, A e QA
nhecermos o princípio da conservação da B, eletrizados inicialmente com
QB
carga elétrica e o fato de a carga elétrica ser cargas elétricas QA e Q B , cons-
uma grandeza quantizada. tituindo um sistema eletrica-
Situação inicial
Primeiramente, vamos definir o que é um mente isolado.
sistema eletricamente isolado. Considere um Agora, considere que elétrons possam ser
sistema constituído por um ou mais corpos, transferidos de um corpo para
eletrizados ou não. Para o sistema considerado, outro e que, após essa transfe- Q′A
imagine uma superfície ao redor do(s) corpo(s). rência, os corpos A e B passam a
Essa superfície imaginária envolvendo o(s) cor- ter cargas elétricas, respectiva- QB′
po(s) é denominada fronteira do sistema. mente, iguais a Q′A e QB′ , como
Situação f inal
Fronteira do sistema
mostrado ao lado.
De acordo com o princípio da conservação
C da carga elétrica, a carga total do sistema antes
A
A A da transferência de elétrons deve ser igual à
B carga total do sistema depois da transferência,
B
desse modo:

Se cargas elétricas (elétrons) não puderem


QA  QB  QA  QB
atravessar a fronteira de um sistema de cor-
pos, então o sistema é dito eletricamente iso-
lado. Podemos agora estabelecer o princípio Esse princípio nos será muito útil no pró-
da conservação da carga elétrica: ximo módulo, quando serão abordados os
processos pelos quais os corpos podem ser
Em um sistema eletricamente iso- eletrizados.
lado, a soma algébrica das cargas elétri-
cas permanece constante.

Quantização da carga elétrica Saiba mais


A carga elétrica é uma grandeza quantizada. Mas o que isso significa? Para entender seu sig- Um corpo estar eletrica-
nificado, é preciso analisar a origem da palavra “quantizada”. Em latim, a palavra quantum (plural mente neutro não significa
que não existam cargas
quanta) significa quantia, quantidade.
nele, e sim que o número de
Quando dizemos que a carga elétrica é uma grandeza quantizada, queremos dizer que a carga cargas positivas é igual ao
elétrica só pode existir em quantidades discretas, não podendo assumir valores em uma faixa número de cargas negativas.
contínua.
Considere um corpo inicialmente neutro, no qual o número de prótons é igual ao de elétrons.
Para eletrizar esse corpo, devem-se retirar ou fornecer elétrons a ele (a carga de um elétron, em
módulo, vale 1,6 ⋅ 10 –19 C).
●● Se o corpo perder um único elétron, sua carga elétrica será Q = +1,6 ⋅ 10–19 C. Caso receba um
único elétron, sua carga será Q = –1,6 ⋅ 10–19 C.
●● Se dois elétrons são retirados ou fornecidos, a carga do corpo será, respectivamente,
Q = +3,2 ⋅ 10–19 C ou Q = –3,2 ⋅ 10–19 C.
●● Caso três elétrons sejam retirados ou fornecidos, a carga do corpo será, respectivamente,
Q = +4,8 ⋅ 10–19 C ou Q = –4,8 ⋅ 10–19 C.
●● Se quatro elétrons são retirados ou fornecidos, a carga do corpo será, respectivamente,
Q = +6,4 ⋅ 10–19 C ou Q = –6,4 ⋅ 10–19 C.
Observe que não se pode obter, por exemplo, uma carga elétrica com valor de ±2,5 · 10 –19 C,
pois somente é possível retirar ou fornecer ao corpo um número inteiro de elétrons. Por esse motivo,
a quantidade de carga elétrica de um corpo é sempre um número inteiro (positivo ou negativo) de
cargas elementares.
EM21_2_FIS_B_01

EM21_2_FIS_B_01

Q  ne

Nessa expressão, n = 1, 2, 3, 4, ... e e = ±1,6 ⋅ 10 –19 C. Dizemos, então, que a carga elétrica é uma
grandeza quantizada.

FIS B 351

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Condutores, isolantes e semicondutores
stock
demarcomedia/shutter

Semicondutores
O físico inglês Stephen Gray foi o cientista
que primeiramente classificou os materiais em
condutores de eletricidade ou em isolantes.
Os materiais semicondutores têm conduti-
vidade elétrica baixa para serem considerados

Condutores condutores e alta para serem considerados iso-


lantes elétricos, ou seja, têm comportamento in-
Atualmente, explica-se a condutividade termediário entre condutores e isolantes.
elétrica dos metais pela maneira como seus Os semicondutores são usados atualmente
átomos se ligam. Nos átomos de um metal, os em diversos dispositivos eletroeletrônicos,
O cobre é um condutor bastante elétrons mais afastados do núcleo – aqueles como rádios, televisores, computadores e até
utilizado em instalações elétricas. em sistemas elétricos automotivos. Os diodos
da camada mais externa da eletrosfera – são
fracamente atraídos pelo núcleo e, por esse semicondutores, os LED, os transistores, as fo-
Saiba mais motivo, podem migrar para a eletrosfera de tocélulas e os circuitos integrados são fabrica-
A figura a seguir mostra a um átomo vizinho. Esses elétrons são denomi- dos com materiais semicondutores.
dopagem do germânio (Ge) nados elétrons livres. Nos materiais semicondutores, como o ger-
com ­antimônio (Sb). Cada
átomo de Sb estabelece Os metais, como regra geral, têm uma quan- mânio (Ge) e o silício (Si), os átomos possuem
uma ligação covalente com tidade muito grande de elétrons livres. O cobre, quatro elétrons na camada de valência (última
quatro átomos de Ge. Dos por exemplo, apesar de ter um único elétron li- camada). Entretanto, para formar o sólido, cada
cinco elétrons de valência átomo necessita de oito elétrons nessa camada.
vre por átomo, apresenta cerca de 1022 elétrons
dos átomos de Sb, restará
um fracamente ligado ao livres em cada 1 cm3. Esses elétrons ocupam o Assim, quatro elétrons adicionais são ne-
núcleo, que é o elétron livre que chamamos de banda de condução. cessários ao átomo, e esses quatro elétrons são
de condução. Essa “nuvem eletrônica” é o que explica a li- compartilhados com átomos vizinhos (figura a
Ligação covalente Elétron livre gação entre os átomos de um metal e a possibi- seguir). Esse compartilhamento de elétrons entre
lidade de uma carga elétrica se conduzir de um os átomos é denominado ligação covalente.
Ge Ge Ge
corpo para outro através de um fio metálico. Ligação covalente
Se um corpo condutor de eletricidade receber
Ge Sb Ge
carga elétrica, essa carga espalha-se pela su-
Ge Ge Ge
perfície externa do corpo. Isso pode ser expli-
cado pelo princípio da atração e da repulsão.
Ge Ge Ge

Isolantes
Ge Ge Ge
Elétrons ligados

Germânio dopado com ­antimônio.


Os materiais isolantes elétricos, ao contrá-
O germânio (Ge) também rio dos metais, têm pouco ou nenhum elétron
pode ser dopado com Ge Ge Ge
índio (In), o qual possui livre na banda de condução e, por esse motivo,
três elétrons na camada de as cargas elétricas transferidas para o corpo
Cada átomo de germânio compartilha quatro
valência, como mostrado a ficam restritas à região em que foram coloca- elétrons com átomos vizinhos.
seguir. das. O vidro, a resina, a lã, a seda, a borracha,
Esses elementos formam cristais extrema-
Ligação covalente as cerâmicas, os plásticos, os óleos e muitos
mente rígidos, de modo semelhante ao car-
outros materiais são isolantes elétricos.
Ge Ge Ge bono que forma o diamante.
VEERASAK KOMSANSAI/Shutterstock

Os semicondutores puros têm conduti-


vidade elétrica muito baixa, por isso usa-se
Ge In Ge
o processo denominado dopagem (doping )
do semicondutor, que consiste em inserir um
Ge Ge Ge átomo “estranho” (com um número diferente
de elétrons na camada de valência) na rede
Lacuna cristalina do semicondutor, criando assim por-
Elétrons ligados
tadores de corrente que aumentam a conduti-
Germânio dopado com índio. vidade do material.
Ao se dopar Ge com In, cada Os semicondutores dopados que apresen-
átomo de In estabelece tam elétrons livres na rede cristalina são semi-
ligações covalentes com três
condutores tipo n (n: negativo, por ter excesso
EM21_2_FIS_B_01

EM21_2_FIS_B_01

átomos de Ge. Nesse caso,


sobra um “lugar” livre para de elétrons livres).
um elétron, isto é, surge Os semicondutores dopados que apresen-
uma lacuna que pode vir
a ser preenchida por um Isolantes elétricos de cerâmica, utilizados para isolar as linhas de tam lacunas na rede cristalina são semicondu-
elétron. transmissão das torres que as sustentam. tores tipo p (p: positivo, pois podem receber
elétrons).

352 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 352 22/09/2020 15:43:12


FÍSICA E TECNOLOGIA
Descargas eletrostáticas
Você já levou um choque eletrostático ao tocar uma pessoa ou um objeto? O atrito entre
diferentes tecidos das roupas, entre nossos pés e o piso ou mesmo o simples atrito entre nosso
corpo e a cadeira onde estamos sentados pode fazer com que cargas elétricas sejam acumuladas
em nossos corpos.
Enquanto essas descargas geram apenas um pequeno desconforto em nossos corpos, sua
incidência nos componentes eletrônicos pode causar danos irreparáveis. Um simples toque com
os dedos pode significar um grande prejuízo.
A ocorrência das ESD – electrostatic discharge – está relacionada a alguns fatores, como a umi-
dade do ar e os tipos de materiais presentes no ambiente. Ambientes com alta umidade relativa
do ar são menos propícios a descargas eletrostáticas, pois as gotículas de água são capazes de
neutralizar o excesso de carga dos corpos. Por outro lado, a baixa umidade do ar dificulta esse
processo e, portanto, torna mais frequentes as ESD. Curiosidade
A quantidade de carga acumulada em um corpo eletrizado está diretamente relacionada ao

voylodyon/Shutterstock
potencial elétrico (tensão elétrica) adquirido por esse corpo, e é a diferença entre o potencial da
pessoa e o potencial dos objetos ligados à Terra (em potencial de 0 V) que determina a ocorrência
de uma descarga.

10% de umidade 40% de umidade 55% de umidade


Evento
relativa (V) relativa (V) relativa (V)
Caminhar em carpete 35 000 15 000 7 500
Caminhar em piso de vinil 12 000 5 000 3 000
Movimentos individuais sem Descargas elétricas em
6 000 800 400 uma bobina de Tesla.
­aterramento
Abrindo um saco plástico 25 000 20 000 7 000
BRAGA, Newton. Cuidados com a ESD (ART1084). Disponível em: www.newtoncbraga.com.br/index.
php/eletronica/52-artigos-diversos/7375-cuidados-com-a-esd-art1084. Acesso em: 18 jul. 2018.

Pesquisas mostram que o prejuízo financeiro causado pela ESD à indústria é altíssimo. O ar-
tigo a seguir descreve a implicação da ocorrência de uma ESD em um produto.

[...] Não é preciso ir muito longe numa pesquisa para se verificar que as descargas eletrostáticas (ESD)
causam prejuízos anuais de milhões à indústria. Um estudo feito mostra que 60% das falhas em componen-
tes é causada pela ESD.
Quando falamos em ESD, não nos referimos simplesmente às descargas que podem danificar um compo-
nente isolado, mas que podem danificá-lo em diversas fases de uso na fabricação de um produto.
[…] dependendo da fase do uso do componente, os prejuízos causados por um dano devido à ESD po-
dem variar do custo do componente quando ele é afetado antes do uso a mais de 1 000 vezes esse custo, se
ele ocorrer quando o componente já estiver sendo usado numa aplicação instalada.

BRAGA, Newton. Cuidados com a ESD (ART1084). Disponível em: www.newtoncbraga.com.br/index.php/


eletronica/52-artigos-diversos/7375-cuidados-com-a-esd-art1084. Acesso em: 18 jul. 2018. Adaptado.

1. Como a umidade relativa do ar pode afetar os componentes eletrônicos?


Apesar de a elevação da umidade relativa do ar diminuir os efeitos das descargas eletrostáticas, caso ela seja alta 1000
Custo relativo da falha

demais, há risco de os materiais utilizados sofrerem oxidação. 100

10
2. Você sabe quais são as medidas tomadas pelas empresas para prevenir os efeitos das
EM21_2_FIS_B_01

EM21_2_FIS_B_01

ESD em componentes eletrônicos? 1

Para evitar tais problemas nos componentes eletrônicos, alguns exemplos de prevenções dos efeitos da ESD
e

ca

fin ão
a
nt

em
a

ç
al
ne

Pl

ica
st
po

Si

adotadas pelas empresas são o uso de mantas isoladoras, pontos de aterramento, pulseiras de aterramento e até
Ap
m
Co

Nível
mesmo a substituição de materiais para evitar a eletrização.

FIS B 353

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 353 22/09/2020 15:43:18


Resolvidos Ao todo, os raios causam um prejuízo de R$1 bilhão anual à eco-
nomia do Brasil, apurou o ELAT.
1. Um sistema eletricamente isolado é constituído por dois corpos, ECO4U. Conferência internacional discute pesquisas sobre raios:
A e B, com cargas elétricas, respectivamente, iguais a QA = 10 µC 50 milhões atingem o Brasil por ano. Disponível em: https://eco4u.wordpress.
e QB = –2 µC. Por um processo adequado, as cargas elétricas são com/2011/08/07/conferencia-internacional-discute-pesquisas-sobre-
modificadas de tal modo que, ao final, a carga elétrica de B torna-se raios-50-milhoes-atingem-o-brasil-por-ano/. Acesso em: 25 set. 2017.
igual ao triplo da carga elétrica de A. Determine as cargas elétricas

Piotr Krzeslak/Shutterstock
finais de A e B.
99 Solução:
De acordo com o enunciado, temos ao final Q’A = Q e Q’B = 3Q.
Usando o princípio da conservação da carga elétrica, temos:
QA + QB = Q’A + Q’B ⇒ (+10) + (–2) = Q + 3 · Q ⇒ 8 = 4 · Q ⇒ Q = 2
Portanto, ao final do processo Q’A = +2 µC e Q’B = +6 µC.
2. Um sistema é constituído por dois corpos, A e B, com cargas elétricas
iniciais QA = 8 µC e QB = –20 µC. Por um processo adequado, ocorre
a passagem de elétrons de um corpo para o outro e, ao final, a carga
elétrica de A é igual ao dobro da carga elétrica de B. Qual é a carga
final de cada corpo? Elétrons passaram de A para B ou de B para A?
99 Solução: Considere que cada descarga elétrica transfere uma carga elétrica
De acordo com o enunciado, temos ao final Q’A = 2Q e Q’B = Q. de 32 C de uma nuvem para o solo. Determine a quantidade de
elétrons que é transferida no processo.
Usando o princípio da conservação da carga elétrica, temos:
Q = n · e ⇒ 32 = n · 1,6 · 10–19 ⇒ n = 2 · 1020 elétrons.
QA + QB = Q’A + Q’B ⇒ (+8) + (–20) = 2 · Q + Q ⇒ –12 = 3 · Q ⇒ Q = –4
Portanto, ao final do processo Q’A = –8 µC e Q’B = –4 µC.
Elétrons passaram de B para A.

4. (UEL) Uma partícula está eletrizada positivamente com uma carga


Praticando
elétrica de 4,0 · 10–15 C. Como o módulo da carga do elétron é
1,6 · 10–19 C, essa partícula
1. Um dos equívocos por vezes cometido pelos alunos na resolução
de exercícios de quantização da carga elétrica é em identificar a) ganhou 2,5 · 104 elétrons.
os elementos da equação |Q| = n · e. Identifique se a informação b) perdeu 2,5 · 104 elétrons.
fornecida corresponde ao n, e ou ao Q. c) ganhou 4,0 · 104 elétrons.
Informação Q e n d) perdeu 6,4 · 104 elétrons.
e) ganhou 6,4 · 104 elétrons.
Um bastão plástico tem carga de –10 C x
99 Anotações:
Um corpo inicialmente neutro ganha 1020 elétrons x
Q = n · e ⇒ 4,0 · 10–15 = n · 1,6 · 10–19
Um corpo apresenta um excesso de 12 prótons x
⇒ n = 25 000 = 2,5 · 104 elétrons

A carga elementar é igual à 1,6 · 10 -19


C x Eletrizado positivamente ⇒ cedeu elétrons.

Um bastão adquire carga de 10 µC x 5. A quantidade de carga elétrica será sempre um valor múltiplo da
carga elementar (e). Um elétron corresponde a 1,6 · 10–19 C de carga;
Em uma descarga, são transferidos 12 elétrons de cinco elétrons correspondem a uma carga de 8,0 · 10–19 C. Por que é
x
um corpo A para B impossível um corpo ter uma carga de 4,0 · 10–19 C?
Q = n · e ⇒ 4,0 · 10–19 = n · (1,6 · 10–19) ⇒ n = 2,5 elétrons.
Um raio transfere 12 C das nuvens para a Terra x

Porque é impossível ter “metade” de um elétron.


Uma partícula tem carga de 8,0 · 10–19 C x
6. Qual é a carga resultante de 1 mol (6,02 · 1023) de elétrons?
2. Uma esfera isolante está eletrizada com uma carga de –3,2 µC. a) –5,48 · 10–7 C
Sabendo que a carga elementar vale 1,6 · 10 C, responda ao que
–19 b) 5,48 · 10–7 C
se pede. c) –6,02 · 103 C
a) Essa esfera apresenta um excesso (excesso/falta) de d) –9,63 · 104 C
elétrons.
e) 9,63 · 104 C
b) O número de elétrons em excesso ou em falta que o corpo
99 Anotações:
possui é de |Q| = n · e ⇒ |–3,2 · 10 | = n · 1,6 · 10 ⇒ n = 2,0 · 10 elétrons .
–6 –19 13

3. O Brasil é o país no qual mais se registra o acontecimento de Q = n · e ⇒ Q = 6,02 · 1023 · (–1,6 · 10–19) = –9,63 · 104 C
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raios em todo o mundo. Por ano, cerca de 50 milhões de raios


atingem o território brasileiro, estima o ELAT (Grupo de Eletrici-
dade Atmosférica), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
É o dobro da incidência nos Estados Unidos, por exemplo. Cada
descarga representa um prejuízo de R$10 para o setor de energia.

354 FIS B

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7. Um corpo inicialmente neutro perde 5 · 1013 elétrons. Sabendo 3. C5:H17 (PUCPR) Um corpo possui 5 · 1019 prótons e 4 · 1019 elétrons.
que a carga elementar vale 1,6 · 10 –19
C, determine a carga final Considerando a carga elementar igual a 1,6 · 10–19 C, este corpo está
adquirida pelo corpo. a) carregado negativamente com uma carga igual a 1 · 10–19 C.
Como inicialmente o corpo estava neutro, ao perder elétrons, ficará positivamente eletri- b) neutro.
zado. Sua carga final será: Q  n  e  Q  5  1013  1, 6  1019  Q  8, 0  106 C c) carregado positivamente com uma carga igual a 1,6 C.
d) carregado negativamente com uma carga igual a 1,6 C.
Portanto, a carga final do corpo é Q = +8 · 10–6 C ou Q = 8,0 mC.
e) carregado positivamente com uma carga igual a 1 · 10–19 C.
4. C5:H17 (FGV-2015) Deseja-se eletrizar um objeto metálico de
8. Um corpo com carga elétrica inicial +5 µC recebe 2 · 1013 elétrons. maneira a obter uma quantidade de carga negativa de 3,2 µC. Sa-
Sabendo que a carga elementar vale 1,6 · 10–19 C, determine a carga bendo-se que a carga elementar vale 1,6 ∙ 10–19 C, para se conseguir
final do corpo. a eletrização desejada será preciso
Inicialmente, a carga elétrica é igual a Q = +5 · 10–6 C. Ao receber 2 · 1013 elétrons, recebe
a) retirar do objeto 20 trilhões de prótons.
b) retirar do objeto 20 trilhões de elétrons.
uma carga correspondente a Q’ = n · e ⇒ Q’ = 2 · 1013 · (–1,6 · 10–19) = –3,2 · 10–6 C = –3,2 μC
c) acrescentar ao objeto 20 trilhões de elétrons.
(ao receber elétrons, o corpo fica negativamente carregado). d) acrescentar ao objeto cerca de 51 trilhões de elétrons.
e) retirar do objeto cerca de 51 trilhões de prótons.
Assim, a carga final é Q + Q’ = 5 μC + (–3,2 μC) = 1,8 μC.

Complementares
Desenvolvendo Habilidades
1. (UFPE) Considere os materiais:
1. C1:H3 (UECE – adap.) A matéria, em seu estado normal, não mani- 1. Borracha
festa propriedades elétricas. No atual estágio de conhecimentos da
estrutura atômica, isso nos permite concluir que a matéria 2. Porcelana
a) é constituída somente de nêutrons. 3. Alumínio
b) possui maior número de nêutrons que de prótons. 4. Nylon
c) possui quantidades iguais de prótons e elétrons. 5. Vidro
d) é constituída somente de prótons. 6. Ouro
e) é constituída somente de elétrons. 7. Mercúrio
2. C1:H3 (UFJF-2016) Em uma experiência realizada em sala de 8. Madeira
aula, o professor de Física usou três esferas metálicas, idênticas e Assinale a alternativa seguinte, na qual os três materiais citados
numeradas de 1 a 3, suspensas por fios isolantes em três arranjos são bons condutores.
diferentes, como mostra a figura. a) 5, 7 e 8. c) 3, 4 e 6.
b) 3, 5 e 6. d) 3, 6 e 7.
2. (FEI) Considerando os princípios da eletrostática, é correto afirmar
que
a) cargas elétricas de mesmo sinal se atraem.
1 3 2 1 2 3 b) cargas elétricas de sinais diferentes se repelem.
Inicialmente, o professor eletrizou a esfera 3 com carga negativa. c) cargas elétricas são compostas de nêutrons.
Na sequência, o professor aproximou a esfera 1 da esfera 3 e elas d) cargas elétricas positivas são compostas de elétrons.
se repeliram. Em seguida, ele aproximou a esfera 2 da esfera 1 e e) em um sistema eletricamente isolado a soma algébrica das
elas se atraíram. Por fim, aproximou a esfera 2 da esfera 3 e elas se cargas positivas e negativas é constante.
atraíram. Na tentativa de explicar o fenômeno, 6 alunos fizeram os
seguintes comentários: 3. (AFA) Na figura a seguir, a esfera A, suspensa por um fio flexível e
João – A esfera 1 pode estar eletrizada negativamente e a esfera 2, isolante, e a esfera B, fixa por um pino também isolante, estão em
positivamente. equilíbrio.
Maria – A esfera 1 pode estar eletrizada positivamente e a esfera 2,
negativamente.
Letícia – A esfera 1 pode estar eletrizada negativamente e a es-
fera 2, neutra.
Joaquim – A esfera 1 pode estar neutra e a esfera 2 eletrizada
positivamente.
Marcos – As esferas 1 e 2 podem estar neutras.
Marta – As esferas 1 e 2 podem estar eletrizadas positivamente. É correto afirmar que
Assinale a alternativa que apresenta os alunos que fizeram comen- a) é possível que somente a esfera A esteja eletrizada.
tários corretos com relação aos fenômenos observados. b) a esfera A pode estar neutra, mas a esfera B certamente estará
a) Somente João e Maria.
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EM21_2_FIS_B_01

eletrizada.
b) Somente João e Letícia. c) as esferas A e B devem estar eletrizadas com cargas de mesma
c) Somente Joaquim e Marta. natureza.
d) Somente João, Letícia e Marcos. d) as esferas devem estar eletrizadas com cargas de mesmo
e) Somente Letícia e Maria. módulo.

FIS B 355

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 355 22/09/2020 15:43:29


4. (FURG) Sobre os núcleos atômicos e seus constituintes, são feitas 9. (UERJ) Prótons e nêutrons são constituídos de partículas chamadas
quatro afirmativas. quarks: os quarks u e d. O próton é formado de 2 quarks do tipo u
I. Os núcleos atômicos são constituídos por prótons, nêutrons e 1 quark do tipo d, enquanto o nêutron é formado de 2 quarks
e elétrons. do tipo d e 1 do tipo u. Se a carga elétrica do próton é igual a
1 unidade de carga e a do nêutron igual a zero, as cargas de u e d
II. O próton é uma partícula idêntica ao elétron, porém de carga
valem, respectivamente,
positiva.
a) 2/3 e 1/3.
III. Nos núcleos atômicos está concentrada a quase totalidade da
massa do átomo. b) –2/3 e 1/3.
IV. As forças nucleares são as responsáveis por manter unidas as c) –2/3 e –1/3.
partículas que compõem os núcleos atômicos. d) 2/3 e –1/3.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas II
b) Apenas I e II
c) Apenas III e IV
d) Apenas I, II e IV
e) I, II, III e IV
5. Uma partícula está eletrizada positivamente com uma carga elétrica
de 8,0 · 10–15 C. Como o módulo da carga do elétron é 1,6 · 10–19 C,
essa partícula
a) ganhou 5,0 · 104 elétrons.
b) perdeu 5,0 · 104 elétrons.
c) ganhou 4,0 · 104 elétrons.
d) perdeu 6,4 · 104 elétrons.
e) ganhou 6,4 · 104 elétrons.
6. Dois corpos possuem cargas iniciais de Q1 = –2 µC e Q2 = 4 µC e
estão em um sistema eletricamente isolado. Depois de interagi-
rem trocando cargas, as cargas finais são Q1 = 1 µC e Q2 = 7 µC.
Podemos dizer que o princípio de conservação da carga elétrica
foi respeitado?
7. (Unesp) Em 1990 transcorreu o cinquentenário da descoberta dos
“chuveiros penetrantes” nos raios cósmicos, uma contribuição da
Física brasileira que alcançou repercussão internacional.
O Estado de São Paulo, 21/10/90, p. 30.

No estudo dos raios cósmicos são observadas partículas chamadas


píons. Considere um píon com carga elétrica +e se desintegrando
(isto é, se dividindo) em duas outras partículas: um múon com
carga elétrica +e e um neutrino. De acordo com o princípio de
conservação da carga, o neutrino deverá ter carga elétrica
a) +e.
b) –e.
c) +2e.
d) –2e.
e) nula.
8. (UFLA) No modelo atômico atual, o nêutron tem a composição (u, d, d),
no qual (u) representa o quark up e (d) representa o quark down.
2
O quark up (u) tem carga elétrica positiva e igual a do valor da
3
carga elétrica do elétron, em módulo. A alternativa que apresenta
corretamente a carga elétrica do quark down (d) é:
1
a) Carga positiva e igual a do valor da carga elétrica do elétron.
3
2
b) Carga positiva e igual a do valor da carga elétrica do elétron.
3
1
EM21_2_FIS_B_01

c) Carga negativa e igual a do valor da carga elétrica do elétron. ONLINE


3 GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
Façaoodownload
1. Faça downloaddodo aplicativo
aplicativo SAE SAE Questões
Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
de leituradeQRleitura
aplicativo Code.QR Code.
d) Carga negativa e igual a 2 do valor da carga elétrica do elétron. Abraooaplicativo
2. Abra aplicativo e aponte
e aponte parapara o QRQRCode
um dos Codesaoaolado.
lado
3 3. para acessardeste
O gabarito o gabarito ou o será
módulo solucionário
exibidodeste módulo.
em sua tela.
e) Carga nula.

356 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 356 22/09/2020 15:43:44


E
EE
PPP

Processos de eletrização

EEE
PP
PPP
P

EEE
EEE

PP
PP
EEE

PPP
PPP
e força elétrica

PPPPP
PPPPP
Processos de eletrização • Eletroscópio • Lei de Coulomb
Física
mód. 02/16

02
Processos de
eletrização e
força elétrica
B
START

Clima seco intensifica “choque” entre pessoas, diz professor de Física


Sites
Professor de Física explica que ar seco é isolante elétrico.
Algumas simulações que
Energia estática acumulada costuma deixar os cabelos arrepiados
ilustram o processo de
O clima seco intensifica a eletricidade de atrito, que provoca a sensação de choque entre as pessoas, e a umi- aquisição de cargas elétricas
dade relativa do ar tem ficado bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e eventuais descargas:
na região noroeste paulista nos últimos dias. <https://phet.colorado.edu/
sims/html/john-travoltage/
O professor de Física Bruno Pagliarani Mattiazzo explica que o tempo seco, o ar seco, é um isolante elétrico. latest/john-travoltage_pt_
“Como isolante elétrico o corpo acumula as cargas elétricas devido à eletrização e não descarrega em nenhum BR.html>.
outro ponto. Já quando o tempo está úmido, a água retira os elétrons em excesso do corpo e não o deixa eletri- <https://phet.colorado.edu/
zado, o ar seco evita a perda dos elétrons e os descarregamos de uma vez em outro corpo”, diz. sims/html/balloons-and-s-
tatic-electricity/latest/bal-
[...] A faxineira Zaine da Silva Almeida diz que ao encostar em uma amiga até escutou um barulho seguido loons-and-static-electricity
pelo choque. “Ela relou em mim e deu um tipo de estralo, a gente riu da situação porque foi até engraçado, mas _pt_BR.html>.
fiquei com medo”, conta. (Acesso em: 18 jul. 2018.)
Para evitar os choques é preciso descarregar a energia acumulada. Para isso basta encostar a mão na parede
por alguns segundos ou tirar os sapatos e ficar em contato com a terra. “Ao ficar descalça a pessoa descarrega os
elétrons na terra, a gente chama de aterrar”, diz Mattiazzo.
Neste momento é interessante
explorar as concepções prévias
Disponível em: http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2016/09/ dos estudantes e ouvir os relatos
sobre as situações vivenciadas
clima-seco-intensifica-choque-entre-pessoas-diz-professor-de-fisica.html. Acesso em: 18 jul. 2018.
por eles sobre o assunto. Isso
poderá nortear o trabalho daqui
Como afirmado no texto, há diversas situações do cotidiano em que sentimos pequenos choques, em especial para frente.
nos dias frios. Sobre esse fenômeno, responda.
1. Um dos maiores “inimigos” do cabelo é o frizz. O que é o frizz e como ele pode ser explicado pelo acúmulo de carga?
O frizz ocorre quando os cabelos ou pelos não permanecem na posição desejada pela presença de carga em seu comprimento. Pela ação de

repulsão, eles tendem a se afastar, criando aquele aspecto de cabelo armado.

2. Por que é recomendado utilizar pentes de madeira em vez de pentes de plástico no cabelo ou ainda para escovar
a barba?
Os pentes de plástico potencializam a concentração de cargas. Eles podem promover eletrização por atrito. Já os pentes de madeira remo-

vem esse excesso de carga, recuperando a forma original do cabelo.

3. Por que ouvimos pequenos estalos ao retirarmos uma blusa de lã?


A lã acumula muita carga elétrica, em especial ao ser atritada com peças de roupa que contêm tecido sintético. Ao retirarmos a blusa, ocor-

rem pequenas descargas elétricas, gerando aqueles estalos característicos.


EM21_2_FIS_B_02

rstock
Shutte
Nivens/
Sergey

FIS B 357

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Saiba mais
Atenção: após a eletrização
Processos de eletrização
por atrito, os corpos ficam
com carga de sinais opostos. No módulo anterior, você estudou dois prin- também é possível eletrizar por atrito um iso-
cípios: o princípio da atração e da repulsão, em lante e um condutor.
Pele humana seca
que os corpos com cargas de sinais opostos se Ao realizar o processo de eletrização por
Couro
atraem e cargas de mesmo sinal se repelem, e atrito de um corpo condutor de eletricidade,
Pele de coelho o princípio da conservação da carga elétrica, em uma pessoa deverá segurá‑lo por um cabo iso-
Vidro que as cargas elétricas se conservam em um lante. Se isso não for feito, as cargas do corpo
Cabelo humano sistema isolado. Também estudou que a carga condutor passarão para o corpo da pessoa,
Náilon
elétrica é uma grandeza física quantizada e a que também é condutor, e daí para todos os
diferença entre os materiais condutores de ele- materiais condutores com os quais ela estiver
em perder elétrons


tricidade e os isolantes elétricos. Agora, você vai em contato, como a terra. Ao final, o corpo fi-
Maior tendência

Chumbo estudar os processos pelos quais se pode eletri- cará descarregado e dizemos que o corpo foi
Pele de gato zar um corpo: atrito, contato e indução. ligado à terra ou aterrado.
Seda A figura a seguir mostra a representação
esquemática do aterramento de um condutor
Eletrização por atrito ou
Alumínio
eletrizado.
Papel
Algodão (neutro)
Madeira
triboeletrização Elétrons Elétrons

Considere dois corpos (A e B) feitos de


Âmbar
­ ateriais diferentes (por exemplo: vidro e lã) ini-
m
Borracha dura
cialmente neutros e constituindo um sistema ele- Aterramento de condutor eletrizado.
Níquel e cobre tricamente isolado. Se estiverem eletricamente Observe que:
em receber elétrons

neutros, em cada um deles o número total de pró-


Maior tendência

Latão e prata
●● se o corpo estiver eletrizado positiva-
tons será igual ao número total de elétrons.
Ouro e platina mente, os elétrons passarão da terra
Poliéster Se o corpo A for esfregado em B, ou seja, se para o corpo até que sua carga elétrica
atritarmos um dos corpos contra o outro, elé- se anule;
Isopor
trons migrarão de um corpo para o outro, como ●● se o corpo estiver eletrizado negativa-
Filme de PVC
mostrado no esquema a seguir. mente, os elétrons passarão do corpo
Polietileno
para a terra até que a carga elétrica do
PVC Vidro Lã Vidro Lã
A
corpo
+Q se anule.
B +
Teflon A + + ponto, -você
Nesse - –Q deve estar se pergun-
- + ++ - - - -
Série triboelétrica. tando: como saber qual dos corpos perderá
B A
Neutro Neutra B
elétrons para o outro corpo? Para responder a
essa pergunta, devemos conhecer uma série
Vidro Lã Vidro Lã triboelétrica que inclui os materiais atritados.
Exemplo
B uma A
+
+Q Uma série triboelétrica é uma lista de
A Uma pessoa atrita ++ –Q
- + - - materiais, previamente testados, que indica
barra de madeira com um ++ -- - -
tecido de lã. Depois, atrita B A quando dois desses materiais são atritados en-
Neutro um bastão B
de vidro em uma
Neutra tre si, qual deles tem maior tendência a perder
borracha dura. Após esses Eletrização por atrito de vidro com lã. elétrons, eletrizando-se positivamente, e qual
procedimentos, o bastão de
vidro e o bastão de madeira tem maior tendência a receber elétrons, ele-
Como A e B constituem um sistema eletrica-
vão se atrair ou se repelir trizando-se negativamente. A figura disposta
mente isolado, os elétrons perdidos por um dos
um ao outro? no Saiba mais na coluna ao lado mostra a série
corpos serão, necessariamente, recebidos pelo
Solução: triboelétrica.
outro. Em outras palavras, após a eletrização, os
Usando a série triboelétrica, No exemplo anterior, atritamos vidro com
observamos que, ao atritar
corpos adquirem cargas elétricas de mesmo va-
lor em módulo, porém, de sinais opostos. lã. Observe, na série triboelétrica, que o vidro
madeira com lã, a madeira
se eletrizará negativamente está acima da lã e, portanto, tem maior tendên-
e a lã, positivamente. cia a perder elétrons que a lã. Assim, ao serem
QA = +Q e Q B = –Q
Usando a mesma série tri- atritados entre si, o vidro se eletrizará positiva-
boelétrica, constatamos que, mente e a lã se eletrizará negativamente.
quando há atrito de vidro Observe que, se os corpos forem feitos de
com borracha dura, o vidro materiais isolantes, então, durante o processo,

Eletrização por contato


eletriza-se positivamente e as cargas elétricas permanecerão na região atri-
a borracha dura eletriza-se tada. Entretanto, se o material for condutor de
EM21_2_FIS_B_02

EM21_2_FIS_B_02

negativamente. Então, ao
final dos processos, o bastão eletricidade, a carga adquirida pelo corpo se es- Na eletrização por contato, um corpo neu-
de madeira e o de vidro se palhará pela sua superfície externa. tro é simplesmente colocado em contato com
atrairão mutuamente por
Na maioria das vezes, a eletrização por outro previamente eletrizado. Esse processo
terem cargas elétricas de
sinais opostos. atrito ocorre entre materiais isolantes, mas de eletrização é particularmente importante

358 FIS B

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no caso de os corpos serem condutores de Antes do contato Após o contato Atenção
eletricidade.
A B A B Na eletrização por contato,
Após o contato entre os corpos, observa-se os corpos adquirem cargas
que o corpo neutro acaba por se eletrizar com QA QB (QA + QB)/2 (QA + QB)/2 de mesmo sinal.
carga elétrica de mesmo sinal da do corpo pre-
viamente eletrizado. A B A B

Para melhor entender como se desenvolve +2 · Q --4 · Q --Q --Q


esse processo de eletrização, vamos considerar
um corpo A, inicialmente neutro, e um corpo B,
A B A B

previamente eletrizado com carga elétrica ne- Neutro Q Q/2 Q/2


gativa, conforme mostra a figura a seguir. Na eletrização por contato, a carga elétrica total permanece constante.

Neutro
e– Observação

Eletrização por indução


A B A B A B
O fenômeno de indução
eletrostática é mais evidente
Depois quando o induzido é um
Antes Durante A indução eletrostática consiste em uma condutor.
“separação” de cargas elétricas em um mate-
Eletrização de corpo neutro por contato com corpo eletrizado rial quando este é aproximado de um corpo
negativamente.
eletrizado, ou seja, as cargas do material de si-
Quando o corpo B, eletrizado negativa- nal oposto ao do corpo eletrizado são atraídas,
mente e, portanto, com excesso de elétrons, é e as cargas de mesmo sinal são repelidas.
colocado em contato com o corpo A, eles pas- Considere um experimento em que uma
sam a se comportar como um único condutor. bexiga é atritada com um casaco de lã. A bexiga
Por esse motivo, elétrons passam de B para adquire cargas negativas e o casaco, cargas po-
A e a carga elétrica total se distribui pela su- sitivas. A bexiga fica eletrizada negativamente,
perfície externa dos corpos. Ao se desfazer o pois o látex está abaixo da lã na série triboelé- Resolva
contato entre os corpos, o corpo A, por ter re- trica. Ao aproximar a bexiga de uma parede Um estudante atrita um bas-
cebido parte dos elétrons de B, fica eletrizado neutra, as cargas da parede se separam por tão de madeira com isopor
com carga elétrica negativa. indução. Esse fenômeno pode ser observado e, depois, um de vidro com
seda. Os bastões de madeira
Se o corpo B estivesse inicialmente ele- a seguir. e de vidro se atrairão ou se
trizado com carga elétrica positiva (com falta repelirão um ao outro?
de elétrons) e A neutro, durante o contato,
elétrons passariam de A para B e, ao final do Eles vão se repelir, pois o bastão
de madeira tem maior tendência
processo, o corpo A ficaria eletrizado positiva- a perder elétrons que o isopor, e
mente, como mostrado a seguir. o bastão de vidro também tem
maior tendência a perder elétrons
que a seda. Portanto, o bastão de
Neutro madeira e o de vidro terão cargas
e–
de mesmo sinal e, com isso, vão
A B A B A B Bexiga eletrizada distante da parede. se repelir.
Bexiga eletrizada próxima à parede
(sem ocorrer contato).
Exemplo
Antes Durante Depois
Considere três esferas
Eletrização de corpo neutro por contato com corpo eletrizado metálicas idênticas (A, B e
positivamente. C). Inicialmente, a esfera
A tem carga elétrica de
Observe que, em qualquer caso, como os +8 µC, ao passo que B e C
corpos constituem um sistema eletricamente estão neutras. A esfera A é
isolado, pelo princípio da conservação da colocada em contato com a
Bexiga eletrizada distante da parede. Bexiga eletrizada próxima à parede esfera B e, em seguida, com
carga elétrica, a carga elétrica total do sis- (sem ocorrer contato). a esfera C. Quais as cargas
tema permanece constante. Desse modo, na finais dessas esferas?
Processo de indução eletrostática.
eletrização por contato: Solução:
Observe que, quando a bexiga eletrizada
Após o primeiro contato
Q total antes do contato = Q total depois do contato negativamente é aproximada da parede neutra, entre as esferas A e B, cada
sua carga elétrica negativa repele elétrons da uma delas adquire carga
É importante ressaltar que, na eletrização parede. O resultado é que a parede, naquela re- elétrica de +4 µC, já a esfera
gião próxima à bexiga, apresentará uma falta de C permanece neutra. Após
por contato, as cargas elétricas dos corpos o contato entre A e C, tanto
condutores dependem das dimensões e da elétrons e, portanto, eletriza-se positivamente. a esfera A quanto a C ficam
EM21_2_FIS_B_02

EM21_2_FIS_B_02

forma desses corpos. Essa é a explicação da atração entre a bexiga com carga elétrica de +2 µC.
eletrizada e a parede. É importante compreen- Portanto, as cargas finais
Considere que os corpos têm as mesmas das esferas A, B e C serão,
der que se a bexiga for afastada da parede, os
dimensões e forma, sendo, por exemplo, duas respectivamente, +2 µC, +4 µC
elétrons da parede retornam às suas posições
esferas (A e B) de mesmo raio. Nesse caso, e +2 µC. Observe que a carga
originais e ela permanece neutra. total se conserva.
após o contato, ambas terão a mesma carga
elétrica, como mostrado a seguir.

FIS B 359

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 359 22/09/2020 15:44:35



Dessa forma, para eletrizar por indução um elétrons podem migrar do induzido para a
Resolva
corpo inicialmente neutro, deve-se dispor de terra ou da terra para o induzido, dependendo
Dispõe-se de três esferas
um corpo previamente eletrizado. Esse corpo apenas do sinal da carga do indutor, como in-
metálicas idênticas e isoladas
uma da outra. Duas delas (A previamente eletrizado é denominado indu- dicado a seguir.
e B) estão neutras, ao passo tor, pois provocará indução eletrostática no
que a terceira (C) contém corpo neutro. O corpo neutro que deve ser ele- Induzido Indutor Induzido Indutor
carga elétrica Q. Faz-se a e– e–
trizado é denominado induzido, pois sofrerá
esfera C tocar primeiro a B A B B
esfera A e, depois, a esfera B. indução eletrostática.
No final desse procedimento, Para visualizarmos uma situação mais com-
a carga elétrica da esfera B é pleta desse processo, considere um indutor A
igual a –4 µC. Qual era a carga
inicial Q da esfera C?
(uma esfera previamente eletrizada) e um in-
Aterramento do induzido.
duzido B (também esférico, inicialmente neu-
Solução:
A ⇒ Neutra; B ⇒ Neutra; tro) apoiados por suportes isolantes. Observe que, se o indutor for eletrizado ne-
C⇒Q
Quando essas esferas estão próximas uma gativamente, os elétrons migram do induzido
Quando C toca na esfera A,
da outra, mas sem que haja contato entre elas, para a terra, ao passo que, se ele for eletrizado
inicialmente neutra, tem-se:
elétrons da esfera neutra são atraídos ou repe- positivamente, os elétrons migram da terra
Q Q
QQ  para o induzido. Ainda com o indutor próximo
2 2 lidos, dependendo da carga do indutor, nega-
Logo, a nova carga da esfera C tiva ou positiva, como mostrado a seguir. ao induzido, desfaz-se a ligação do induzido à
terra e só depois afasta-se o indutor. O resul-
é Q/2. Quando C toca na esfera
Induzido Indutor Induzido Indutor tado é que o induzido, inicialmente neutro, fica
B, inicialmente neutra, tem-se: eletrizado com carga elétrica de sinal oposto
Q Q Q
0  B A B B ao da carga do indutor.
2 4 4
Como o enunciado diz, ao
Induzido Induzido
final, tem-se:

B = –4 µC. Substituindo na
B B
Redistribuição das cargas elétricas no induzido com a aproximação
última equação para obter o do indutor.

valor de Q, tem-se: Após ter ocorrido a separação de cargas


elétricas (indução eletrostática), é feito o ater-
Cargas dos induzidos após se desfazer o aterramento e afastar o
ramento do induzido, ligando-o à terra. Assim indutor.
Portanto, a carga inicial da que é feito o aterramento, elétrons fluem por
esfera C é Q = –16 µC. meio do contato de ligação com a terra. Os

Eletroscópio
O eletroscópio é um dispositivo capaz de partes metálicas e, desse modo, a esfera con-
detectar a presença de cargas elétricas em dutora e as lâminas ficam com cargas elétricas
dado corpo. Seu funcionamento baseia-se de sinais opostos. Entretanto, as duas lâminas
Observação
no fenômeno da indução eletrostática em metálicas do eletroscópio vão ficar eletrizadas
O eletroscópio pode verificar um corpo neutro quando na presença de um com cargas elétricas de mesmo sinal e, conse-
se um corpo está eletrizado corpo eletrizado. quentemente, elas vão se repelir mutuamente
ou não, entretanto, não é
possível determinar qual é Os dois tipos mais comuns são: o eletroscó- e se afastar uma da outra.
o sinal da carga do corpo pio de folhas e o pêndulo elétrico. Pêndulo elétrico
eletrizado.
Eletroscópio de folhas O pêndulo elétrico consiste em uma pe-
Saiba mais É constituído de uma esfera metálica condu- quena esfera metálica suspensa por um fio
tora ligada a uma haste condutora e duas lâmi- isolante preso a um suporte, como mostrado
As cargas elétricas se movi-
mentam ao serem atraídas ou nas (folhas), bastante finas e flexíveis. na figura.
repelidas. O movimento das Seu funcionamento é bem simples. Quando
cargas ocorre em virtude da
força eletrostática entre elas. o eletroscópio está descarregado, portanto,
neutro, e afastado de cargas elétricas, suas fo- Suporte
Fio
Esfera
lhas permanecem em equi- isolante
condutora ++++ líbrio na posição vertical e ++++
Haste metálica próximas umas das outras.
Esfera
Quando um corpo ele- metálica

trizado é ­ aproximado da
EM21_2_FIS_B_02

EM21_2_FIS_B_02

Pêndulo elétrico neutro e na presença de uma carga elétrica.


esfera condutora, ocorre
indução eletrostática nas O funcionamento do pêndulo elétrico
partes metálicas do ele- também se baseia na indução eletrostática: a
Lâminas metálicas leves
troscópio. As cargas elé- aproximação de um corpo eletrizado faz com
Eletroscópio de folhas neutro e na presença de um corpo eletrizado. tricas se redistribuem nas que a esfera pendular, neutra, seja atraída.

360 FIS B

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A explicação desse comportamento é simples. sujeita, então, a duas forças eletrostáticas:
Com a aproximação do corpo eletrizado, uma de atração e outra de repulsão, como
F2 + F1
ocorre indução eletrostática e a redistribuição mostra o esquema ao lado. +


+ —
das cargas da esfera pendular. Na região mais Observe que a força de atração é mais in- — + —

próxima do corpo eletrizado, a esfera passa a tensa que a de repulsão, pois a distância entre
d1

apresentar uma carga elétrica de sinal oposto as cargas que se atraem é menor que a distân-
d2

ao da carga do corpo eletrizado e, na região cia entre as cargas que se repelem. Por esse Forças de atração e repulsão que agem
sobre a esfera pendular.
mais afastada, uma carga elétrica de mesmo motivo, a esfera pendular é atraída pelo corpo
sinal que o do corpo eletrizado. A esfera fica eletrizado.
Biografia

Image by © Bettmann/CORBIS
Lei de Coulomb
Vamos agora fazer um estudo quantitativo Matematicamente, a Lei de Coulomb é ex-
da força eletrostática que atua entre cargas pressa por:
elé­tricas puntiformes. A denominação carga Charles Augustin de
Q1  Q2 Coulomb
elé­trica puntiforme é usada quando a carga F k
­elétrica se distribui sobre um corpo de dimen- d2 (1736-1806)
sões desprezíveis se comparadas às distâncias Físico e engenheiro militar,
sendo que
que o separa de outros corpos eletrizados. Coulomb foi um cientista
●● F é a intensidade da força de interação de destaque tanto no de-
No módulo anterior, vimos que cargas elé- elétrica entre as cargas e medida, no SI, senvolvimento da Mecânica
tricas de mesmo sinal se repelem e que cargas em newton (N); quanto da Eletricidade e do
elétricas de sinais opostos se atraem. Além ­Magnetismo. Em 1779, ele
●● |Q1| e |Q2| são os módulos das cargas elé- publicou uma importante
disso, as forças elétricas que atuam sobre as tricas e medidas, no SI, em coulomb (C); investigação das leis de
cargas devem obedecer ao princípio da ação ●● d é a distância entre as cargas, medida, atrito. Em 1785, publicou
e reação, ou seja, devem ser forças de mesma no SI, em metro (m); ­Recherches théoriques et
intensidade e mesma direção, porém, de senti- ­expérimentales sur la force
●● k é uma constante de proporcionalidade de torsion et sur l’élasticité
dos opostos, como mostrado a seguir. que depende do meio em que as cargas des fils de metal (Investiga-
→ Q1 Q2 →
estão situadas, denominada constante ção teórica e experimental
F F eletrostática do vácuo, ou simplesmente sobre a força de torção em
constante e ­letrostática, medida, no SI, um fio elástico de metal),
Q1 em Nm2/C2. na qual descrevia diferentes
Q2
formas de sua balança de
→ →
F F
O valor da constante eletrostática do vá- torção, um instrumento
cuo, k, é: usado por ele com grande
Q1 → → Q2 sucesso para a investigação
F F
k = 9 ⋅ 109 Nm2 /C2 experimental da força de
d interação elétrica entre
Para os meios materiais, a constante ele- cargas elétricas.
trostática assume valores menores que o valor Em 1787, publicou o trabalho
As forças eletrostáticas que atuam em duas cargas puntiformes têm
mesma direção, mesma intensidade e sentidos opostos. no vácuo. no qual provou sua famosa
lei. A unidade de medida da
Por volta de 1785, o físico francês Charles Para o ar, considera-se que a constante ele-
quantidade de carga elétrica
Augustin de Coulomb, utilizando uma balança trostática é, aproximadamente, igual à cons- no SI, o coulomb, símbolo C,
de torção, estabeleceu uma relação entre a in- tante eletrostática no vácuo. é uma homenagem a esse
k ar ≈ k = 9 ⋅ 109 Nm2 /C2 grande cientista francês.
tensidade da força F, o módulo das cargas elé-
Fouad A. Saad/Shutterstock
tricas, Q1 e Q 2 , e a distância d entre elas. Observe que, na Lei de Coulomb, as cargas
A relação estabelecida por Coulomb é co- elétricas são tomadas em módulo; os sinais
nhecida como Lei de Coulomb e pode ser das cargas elétricas apenas são considerados
enunciada como: para determinar o sentido das forças: atração
entre cargas de sinais opostos e repulsão entre
cargas de mesmo sinal. Graficamente, temos:
A intensidade da força de interação
entre duas cargas elétricas puntiformes F
é diretamente proporcional ao produto
dos módulos das cargas elétricas e inver- F
samente proporcional ao quadrado da
distância que as separa. F/4 Hipérbole
EM21_2_FIS_B_02

EM21_2_FIS_B_02

F/9

F/16 Balança de torção de Coulomb.


d 2d 3d 4d d
Gráfico da força (F) em função da distância (d)

FIS B 361

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FÍSICA E SOCIEDADE

Resolva
São dadas três esferas Detergente: de herói na cozinha para vilão das águas dos rios
iguais e condutoras (A, B e
C) apoiadas em suportes Todos os produtos de higiene causam algum impacto, entenda
isolantes. A esfera A está quais são os impactos dos sabões e detergentes
eletrizada positivamente; Você já se perguntou o que acontece com a espuma do detergente que vai para o ralo depois que você lava
B e C estão neutras. Sem
alterar a ­quantidade de a louça? Diariamente, sabões, detergentes e os mais variados produtos de higiene usados nas residências e
carga da esfera A, é possível, indústrias atingem o sistema de esgotos e, sem o devido tratamento, acabam indo parar em rios e lagos. Lá,
por indução eletrostática, causam diversos efeitos nos corpos hídricos e na vida aquática.
eletrizar B e C com cargas
iguais e de sinais contrários, Assim como os sabões, os detergentes sintéticos são substâncias constituídas por longas cadeias carbônicas
sem a intervenção da terra e (apolares) com um grupo polar em uma de suas extremidades. Da mesma forma que o sabão, o detergente
de outros condutores? é um tensoativo – quem dá a ele essa propriedade costumam ser os sais de ácidos sulfônicos. Atualmente,
Sim, é possível eletrizar B
existem muitos outros tipos de detergentes com estruturas diferentes, mas que, invariavelmente, possuem
e C com cargas iguais e de uma longa cadeia apolar e uma extremidade polar.
sinais contrários. Para isso,
colocamos as esferas neutras, No caso do detergente, os tensoativos sintéticos vêm do petróleo e podem ou não ser biodegradáveis, po-
B e C, em contato. A seguir, rém, no Brasil, devido à determinação legislativa, todos os detergentes comercializados devem conter ten-
aproximamos a esfera A de soativo biodegradável, desde 1982, de acordo com as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
uma das outras duas esferas.
Ocorrerá indução eletrostática (Anvisa). [...]
no condutor constituído pelas
Em sistemas que dependem do oxigênio, como rios e lagos, os agentes tensoativos interferem nas taxas
esferas B e C, e a
esfera mais próxima de A de aeração, pela redução da tensão superficial do meio, que faz com que as bolhas de ar permaneçam um
perderá elétrons para a esfera menor tempo que o previsto em contato com o meio. Além disso, a formação de espuma na superfície com
mais afastada. Ainda na pre-
sença da esfera A, separam-se
o movimento das águas impede a entrada de luz nos corpos d'água, essencial para a fotossíntese dos orga-
as esferas B e C. As esferas B nismos subaquáticos. [...]
e C estarão eletrizadas com
cargas elétricas de mesmo
valor em módulo, mas de Disponível em: www.ecycle.com.br/component/content/article/67-dia-a-dia/2288-saboes-sabao-detergentes-o-que-
sinais contrários. sao-impactos-meio-ambiente-tensoativo-sequestrante-quelante-limpeza-saponificacao-sinteticos-cadeia-de-carbono-
consequencias-eutrofizacao-poluicao-aves-aquaticas-alternativas-bicarbonato-de-sodio-vinagre.html. Acesso em: 18 jul. 2018.

•• A poluição de rios e córregos é uma triste realidade de muitas cidades. Além de um problema político, há
uma questão social envolvida, já que a falta de informação leva as pessoas a descartarem lixo e esgoto
de forma irregular. Então, imagine que sua turma foi convidada para produzir um material informativo
sobre a poluição de detergentes que será distribuído em sua comunidade. Nas linhas abaixo, crie uma
sequência para este material, com informações sobre como funciona o detergente, em especial sobre as
forças atrativas das moléculas, os prejuízos causados pelo descarte em rios e quais poderiam ser formas
alternativas para limpeza, como os detergentes biodegradáveis ou a utilização de outros produtos.

humphery/Shutterstock Rio poluído em Xangai, China.

Pode-se separar a turma em


grupos para produzir este
material. O panfleto pode
ser feito com papel sulfite
dobrado em três partes na
horizontal. As partes mais
importantes são sobre o fun-
cionamento do detergente,
como as forças atrativas
EM21_2_FIS_B_02

EM21_2_FIS_B_02

que capturam a gordura


(conceito relacionado a
este módulo), os impactos
ambientais e o uso dos
produtos biodegradáveis.

362 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 362 22/09/2020 15:45:03


Resolvidos Sobre as afirmativas anteriores, assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
1. Duas cargas puntiformes de 2 · 10–6 C e –4 · 10–6 C, situadas no vácuo b) Apenas as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
(k0 = 9 · 109 N · m2/C2), estão separadas por uma distância de 20 cm.
Determine a intensidade da força elétrica de atração entre elas. c) Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
99 Solução: d) Apenas as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
Do enunciado, temos: |Q1| = 2 ⋅ 10 C; |Q2| = 4 ⋅ 10 C; d = 20 cm =
–6 –6 e) Apenas as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
­ 0,20 m e k0 = 9 ⋅ 109 N ⋅ m2/C2.
= 99 Anotações:
Com a Lei de Coulomb, obtemos: I. Correta.
II. Incorreta. Para estar eletrizado, um corpo deve possuir cargas negativas ou positivas
Q1  Q2 2 10 6  4 10 6
F  k0   F  9 10 9
 F 1, 8 N em excesso.
 0 , 20 
2
d2 III. Incorreta. Tem cargas elétricas, mas elas se anulam.
IV. Correta.
Portanto, a intensidade da força elétrica de atração entre elas é 1,8 N. V. Correta.

2. (PUCRS) Quando aproximamos, sem encostar, um corpo eletrizado


de um corpo neutro, podemos verificar que o corpo neutro 3. Considere duas esferas condutoras, idênticas, A e B. A esfera A está
inicialmente neutra, enquanto a esfera B possui carga elétrica Q.
a) se eletriza com carga de sinal contrário à do eletrizado. A é colocada em contato com B e, na sequência, separada. Então B é
b) se eletriza com carga de mesmo sinal que a do eletrizado. colocada em contato com A e separada. Se o procedimento todo for
c) permanece neutro. repetido infinitas vezes, qual deve ser a carga final da esfera A?
d) é repelido pelo eletrizado. A ⇒ 0 (neutra); B ⇒ Q
0Q Q
e) não é atraído nem repelido pelo eletrizado. Quando colocadas em contato:
2

2
99 Solução: C Ao colocá-las em contato novamente:
Q Q
Trata-se de eletrização por indução, em que o eletrizado (indutor) pro- 
2 2 Q
voca uma separação de cargas no induzido (neutro), mas ele continua 2 2
neutro, pois o número de prótons e de elétrons continua o mesmo. E assim sucessivamente. Ao final, a carga de A é
Q
.
2

Praticando 4. (Fuvest) Existem 3 esferas condutoras idênticas: A, B e C. As esferas


A (positiva) e B (negativa) estão eletrizadas com cargas de mesmo
1. (UNIUBE) Uma aluna de cabelos compridos, num dia bastante seco, módulo Q, e a esfera C está inicialmente neutra. São realizadas as
percebe que depois de penteá-los o pente utilizado atrai pedaços seguintes operações:
de papel. Isto ocorre porque I. Toca-se C em B, com A mantida a distância, e, em seguida,
a) o pente se eletrizou por atrito. separa-se C de B;
b) os pedaços de papel estavam eletrizados. II. Toca-se C em A, com B mantida a distância, e, em seguida,
c) o papel é um bom condutor elétrico. separa-se C de A;
d) há atração gravitacional entre o pente e os pedaços de papel. III. Toca-se A em B, com C mantida a distância, e, em seguida,
separa-se A de B.
e) o pente é um bom condutor elétrico.
Podemos, então, afirmar que a carga final da esfera A vale
99 Anotações:
a) zero. d) + Q/6.
Ao passar o pente nos cabelos, acontece eletrização por atrito, fazendo com que o b) + Q/2. e) – Q/8.
cabelo e o pente fiquem com cargas de sinais contrários, por isso o pente passa a atrair
pedaços de papel.
c) – Q/4. A ⇒ +Q; B ⇒ –Q; C ⇒ 0 (neutra)
99 Anotações: 0  ( Q) Q
I.  (Nova carga de B e C.)
2 2

2. (UEL) Campos eletrizados ocorrem naturalmente no nosso co- Q


Q
II. 2 Q
tidiano. Um exemplo disso é o fato de algumas vezes levarmos  (Nova carga de C e A.)
2 4
pequenos choques elétricos ao encostarmos em automóveis. Tais
Q  Q 
choques são devidos ao fato de estarem os automóveis eletrica-  
4  2  Q (Nova carga de A e B.)
mente carregados. Sobre a natureza dos corpos (eletrizados ou III. 
2 8
neutros), considere as afirmativas a seguir.
−Q
I. Se um corpo está eletrizado, então o número de cargas elétricas A carga final de A é igual a
8
.
negativas e positivas não é o mesmo.
5. (PUC-Campinas – adap.) Uma esfera condutora eletricamente neutra
II. Se um corpo tem cargas elétricas, então está eletrizado. encontra-se suspensa por um fio isolante. Essa esfera é colocada em
III. Um corpo neutro é aquele que não tem cargas elétricas. contato (e depois afastada) com outras três esferas cujas cargas elé-
IV. Ao serem atritados, dois corpos neutros, de materiais diferentes, tricas são de Q, 3Q/2 e 3Q, respectivamente e uma de cada vez. Após
tornam-se eletrizados com cargas opostas, devido ao princípio tocar na terceira esfera eletrizada, a carga da primeira esfera é igual
de conservação das cargas elétricas. a _____________.
0Q Q
V. Na eletrização por indução, é possível obter-se corpos eletri- No primeiro contato: 
EM21_2_FIS_B_02

EM21_2_FIS_B_02

2 2
zados com quantidades diferentes de cargas. Q 3Q

No segundo contato: 2 2  Q
2
Q  3Q
No terceiro contato:  2Q
2
Ao final, a carga da esfera suspensa no fio é de 2Q.

FIS B 363

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 363 22/09/2020 15:45:28


6. Considere três esferas metálicas idênticas R, S e T com as seguintes 2. C1:H3 (PUCRS-2013) Uma esfera metálica neutra é suspensa por
cargas elétricas iniciais: R com +5 C, S com –1 C e T inicialmente um fio isolante. Quando um bastão feito de material isolante e
neutra. As três esferas são colocadas em contatos sucessivos da positivamente carregado é posicionado perto da esfera metálica
seguinte forma: primeiro R toca em S e depois de separadas colo- sem encostar nela, observa-se que a esfera
ca-se a esfera S em contato com T. Determine a carga final de cada a) é repelida pelo bastão, porque a esfera se torna positivamente
uma das esferas. carregada.
Inicialmente, R ⇒ +5 C; S ⇒ –1 C; T ⇒ 0 C (neutra). b) é atraída para o bastão, porque a esfera se torna negativamente
( 5)  ( 1) carregada.
Primeiro R toca em S:  2 (Novas cargas de R e S, após o contato).
2 c) é atraída para o bastão, porque o número de prótons na esfera
( 2)  ( 0)
Depois S toca em T:  1 (Novas cargas de S e T, após o contato). é menor que no bastão.
2
A carga final de R = +2 C, de S = +1 C e de T = +1 C.
d) é repelida pelo bastão, porque ocorre um rearranjo de prótons
na esfera.
7. Qual é a intensidade da força eletrostática na esfera de carga –4 µC? e) é atraída para o bastão, porque ocorre um rearranjo dos elé-
2 cm 6 cm trons na esfera, que continua neutra.
3. C1:H3 (ENaval-2016) Analise a figura.

fio metálico

5 µC –4 µC 10 µC
A B
a) 550 N para a esquerda. d) 350 N para a direita. C

b) 350 N para a esquerda. e) 550 N para a direita. – +



c) 0. ∅
99 Anotações:
aterramento
| 5  106 |  | 4  106 |
F1  9  109   450 N (para a esquerda)
0, 022 Na figura anterior temos uma esfera AB, maciça, de material isolante
| 4  106 |  | 10  106 | elétrico, dividida em duas regiões concêntricas, A e B. Em B há um
F2  9  109   100 N (para a direita) excesso de carga elétrica Q, de sinal desconhecido. A região A está
0, 062
FTOTAL = (450) – (100) = 350 N (para a esquerda). eletricamente neutra. No pêndulo eletrostático temos a esfera
metálica C aterrada por um fio metálico. Ao se aproximar a esfera
8. Duas pequenas esferas condutoras idênticas estão eletrizadas com isolante AB da esfera metálica C pela direita, conforme indica a
cargas Q e –2Q e se atraem com uma força elétrica de ­intensidade F, figura, qual será a inclinação ∅ do fio metálico?
quando estão separadas por uma distância d. Cuidadosamente a) Negativa, se Q < 0.
colocamos as duas esferas em contato e, em seguida, as reposicio- b) Nula, se Q < 0.
namos a uma distância d/2 uma da outra. Determine a intensidade
da nova força de interação elétrica entre as esferas. c) Positiva, independente do sinal de Q.
Q  2Q | Q || Q | d) Negativa, se Q > 0.
Inicialmente: F  k 0   2  k0 
d2 d2
Após diminuir a distância entre as cargas, a intensidade da força aumenta, pois é inversa- e) Nula, independente do sinal de Q.
mente proporcional ao quadrado da distância. Além disso, pelo fato de as cargas terem
4. C5:H17 (PUC-Rio) Três cargas elétricas estão em equilíbrio ao longo
entrado em contato, a carga delas passa a ter o mesmo valor – Q. Portanto:
de uma linha reta de modo que uma carga positiva +Q está no
F’  k0 
QQ
 F’  k0 
QQ QQ
 F ’  4  k 0  2  2F
centro e duas cargas negativas –q e –q estão colocadas em lados
 d
2
d2 d opostos e à mesma distância d da carga Q. Se aproximamos as duas
  4
cargas negativas para d de distância da carga positiva, para quanto
2
Comparando a primeira equação com a última, notamos que a intensidade aumentou 2
em 2 vezes com a nova distância entre as cargas. Também, a força passou a ser repulsiva.. temos que aumentar o valor de Q (o valor final será Q’), de modo
que o equilíbrio de forças se mantenha?
Q
Desenvolvendo Habilidades a) Q’ = 1Q c) Q’ = 4Q e) Q ’ =
4
Q
b) Q’ = 2Q d) Q ’ =
1. C1:H3 (UDESC-2013) A interação elétrica entre partículas eletri- 2
camente carregadas não necessita de contato entre as partículas, 5. C5:H17 (UNINOVE-2013 – adap.) Dois condutores idênticos, inicial-
ou seja, ela pode ocorrer a distância. A interação ocorre por meio mente com cargas 2Q e 4Q, exercem entre si uma força de repul-
de campos elétricos, que dão origem a uma lei de força conhecida são F1 a uma distância d um do outro. Após contato físico, eles são
como Lei de Coulomb. A magnitude da força, que atua entre duas afastados até a mesma distância d anterior, de modo que a nova
partículas eletricamente carregadas, depende apenas força de repulsão entre eles é F2. As dimensões dos condutores são
a) das cargas das partículas e da distância de separação entre elas. desprezíveis comparadas com d. A razão F1/F2 é
b) da distância de separação entre elas e do meio em que estão a) 12. c) 8/9. e) 16.
imersas. b) 1. d) 13.
c) da carga de uma das partículas, da distância de separação entre
6. C5:H17 (UDESC-2012) Duas cargas puntiformes +4q e +q estão
elas e do meio em que estão imersas.
EM21_2_FIS_B_02

EM21_2_FIS_B_02

dispostas ao longo de uma linha reta horizontal e separadas por


d) da carga de uma das partículas e da distância de separação uma distância d. Em que posição x, ao longo da linha horizontal, e
entre elas. em relação à carga +4q, deve-se localizar uma terceira carga +q a
e) das cargas das partículas, da distância de separação entre elas fim de que esta adquira uma aceleração nula?
e do meio em que estão imersas. a) 2d/3 c) 5d/4 e) 3d/4
b) 3d/2 d) d/3

364 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 364 22/09/2020 15:45:49


Complementares (2) A esfera a estará eletrizada com carga igual a Q/2.
(3) As esferas c e d estarão eletrizadas com cargas iguais a Q/8.
1. (PUC Minas – adap.) Em dias secos e com o ar com pouca umidade, (4) As esferas a, b e c estarão eletrizadas com cargas iguais a Q/3.
é comum ocorrer o choque elétrico ao se tocar em um carro ou
na maçaneta de uma porta em locais onde o piso é recoberto por (5) A esfera b estará eletrizada com carga igual a Q/4.
carpete. Pequenas centelhas elétricas saltam entre as mãos das Soma ( )
pessoas e esses objetos. A esse respeito, marque a opção correta. 7. (CFTMG-2018) Duas esferas condutoras idênticas, inicialmente ele-
a) A pessoa toma esse choque porque o corpo humano é um bom tricamente neutras, encontram-se suspensas por fios inextensíveis
condutor de eletricidade. e isolantes. Sobre elas, um jato de ar perpendicular ao plano da
b) Esse fenômeno é um exemplo de eletricidade estática acumu- figura é lançado durante um determinado tempo.
lada nos objetos.
c) Esse fenômeno só ocorre em ambientes onde existem fiações
elétricas como é o caso dos veículos e de ambientes residen-
ciais e comerciais.
d) Se a pessoa estiver calçada com sapatos secos de borracha, o
fenômeno não acontece, porque a borracha é um excelente
isolante elétrico.
2. (UFSCar) Atritando vidro com lã, o vidro se eletriza com carga positiva Após esse procedimento, observa-se, então, que ambas as esferas
e a lã com carga negativa. Atritando algodão com enxofre, o algodão estão fortemente eletrizadas, e, quando o sistema alcança nova-
adquire carga positiva e o enxofre, negativa. Porém, se o algodão for mente o equilíbrio estático, as tensões nos fios __________ e as
atritado com lã, o algodão adquire carga negativa e a lã, positiva. esferas se __________.
Quando atritado com algodão e quando atritado com enxofre, o A alternativa que completa, respectivamente, as lacunas acima é
vidro adquire, respectivamente, carga elétrica
a) diminuíram – atraíram c) aumentaram – repeliram
a) positiva e positiva. d) negativa e negativa.
b) diminuíram – repeliram d) aumentaram – atraíram
b) positiva e negativa. e) negativa e nula.
c) negativa e positiva. 8. (PUC-Rio) O que acontece com a força entre duas cargas elétricas
(+Q) e (–q) colocadas a uma distância (d) se mudarmos a carga (+Q)
3. (UESPI) Duas pequenas esferas metálicas idênticas, A e B, localiza- por (+4Q), a carga (–q) por (+3q) e a distância (d) por (2d)?
das no vácuo, estão carregadas com cargas QA = –2Q e QB = +2Q.
As esferas são postas em contato através de pinças isolantes ideais a) Mantém seu módulo e passa a ser atrativa.
e, após atingirem o equilíbrio eletrostático, são separadas. Após b) Mantém seu módulo e passa a ser repulsiva.
a separação, os valores de QA e QB são respectivamente iguais a c) Tem seu módulo dobrado e passa a ser repulsiva.
a) zero e zero. c) +2Q = –2Q. e) +Q = –Q. d) Tem seu módulo triplicado e passa a ser repulsiva.
b) –2Q = +2Q. d) –Q = +Q. e) Tem seu módulo triplicado e passa a ser atrativa.
4. (UEM-2018) Em relação a conceitos de eletrização, de materiais condu- 9. (Mackenzie-2014) Duas pequenas esferas eletrizadas, com cargas
tores e de materiais isolantes de eletricidade, assinale o que for correto. Q1 e Q2, separadas pela distância d, se repelem com uma força de
(1) O eletroscópio é um dispositivo que permite verificar se um intensidade 4 · 10–3 N. Substituindo-se a carga Q1 por outra carga
corpo está eletrizado. igual a 3Q1 e aumentando-se a distância entre elas para 2d, o valor
(2) Em um material condutor de eletricidade, cargas podem se da força de repulsão será
movimentar por todo seu interior. a) 3 · 10–3 N. d) 5 · 10–4 N.
(3) Comumente, o ar comporta-se como isolante, mas se torna b) 2 · 10–3 N. e) 8 · 10–4 N.
condutor ao ser ionizado.
c) 1 · 10–3 N.
(4) Se um corpo condutor eletrizado estiver apoiado em um su-
porte isolante e for aterrado por meio de um fio condutor, 10. (UEG-2012) Duas partículas de massa m1 e m2 estão presas a uma
todas as cargas livres do corpo se deslocarão para a Terra. haste retilínea que, por sua vez, está presa a partir de seu ponto
(5) Os conceitos de material condutor e de material isolante de médio a um fio inextensível, formando uma balança de equilíbrio.
eletricidade são relativos, ou seja, a classificação em relação As partículas estão positivamente carregadas com carga Q1 = 3,0 µC
à condução ou ao isolamento elétrico depende da quanti- e Q2 = 0,3 µC. Diretamente acima das partículas, a uma distância d,
dade de cargas livres disponíveis no material e do contexto estão duas distribuições de carga Q3= –1,0 µC e Q4 = –6,0 µC, conforme
em que ele está sendo considerado. descreve a figura.
Soma ( )
Q3 Q4
5. (UFJF) Três esferas de metal idênticas A, B e C estão carregadas
com cargas –3Q, 2Q e 8Q respectivamente. A esfera C é colocada d
em contato com a esfera B e depois afastada. A seguir, a esfera C
é colocada em contato com a esfera A e depois afastada. Qual a
carga final nas esferas A, B e C respectivamente? Q1m1 Q2m2
a) 3Q, 2Q e 8Q c) 1Q, 2Q e 6Q e) 3Q, 2Q e 6Q Dado: k0 = 9,0 · 10 N · m / C
9 2 2

b) 1Q, 5Q e 1Q d) 1Q, 5Q e 5Q
Sabendo que o valor de m1 é de 30 g e que a aceleração da gravi-
6. (UEPG-2011) Considere quatro esferas metálicas idênticas e isoladas dade local é de 10 m/s2, determine a massa m2.
uma da outra. Três esferas (a, b, c) estão, inicialmente, descarregadas
EM21_2_FIS_B_02

EM21_2_FIS_B_02

e a quarta esfera (d) está eletrizada com carga igual a Q. A seguir a


ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
esfera d é posta sucessivamente em contato com as esferas a, b e c.
1. Faça
Façaoodownload
downloaddodo aplicativo
aplicativo SAE SAE Questões
Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
No final todas as esferas estão eletrizadas. Sobre as cargas adquiri- de leituradeQRleitura
aplicativo Code.QR Code.
das pelas esferas, ao final do processo, assinale o que for correto. Abraooaplicativo
2. Abra aplicativo e aponte
e aponte parapara o QRQRCode
um dos Codesaoaolado.
lado
(1) As quatro esferas estarão igualmente eletrizadas. 3. para acessardeste
O gabarito o gabarito ou o será
módulo solucionário
exibidodeste módulo.
em sua tela.

FIS B 365

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EE
EEE
EEE
Campo elétrico

EEE
EEE
E
Aspectos históricos • Vetor campo elétrico
Física
mód. 03/16

03 B
START

Para que servem as abelhas?


“Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos
de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há
animais, sem animais não haverá raça humana.”

Albert Einstein (1879-1955)

EUA incluem abelha em lista de espécies ameaçadas pela primeira vez


Autoridades americanas anunciaram a inclusão de uma espécie de abelha que desempenha um papel impor-
tante na polinização na lista de espécies em risco de extinção.
É a primeira vez que uma espécie de abelha é objeto de tal medida no território continental dos Estados
Unidos, informou na quarta-feira (12/01/2017) o Serviço Americano de Pesca e Fauna Selvagem (USFWS).
A decisão, que entrará em vigor em 10 de fevereiro, prevê medidas de proteção em nível nacional e a elabora-
ção de um plano para fazer com que a população desses insetos cresça, através de fundos federais para os estados
que contam com colônias destas abelhas, cujo nome científico é Bombus affinis.
A população destas abelhas – uma das cinco espécies norte-americanas – diminuiu 88% desde o ano 2000,
coincidindo com uma perda ou degradação de 87% de seu hábitat, combinada com os efeitos nocivos dos pes-
ticidas e os patógenos.
Atualmente, esta espécie está presente em apenas 13 estados do país e na província canadense de Ontário,
enquanto que no final da década de 1990 estava em 31 estados americanos e em várias províncias do Canadá,
segundo a USFWS, cuja decisão foi publicada no Diário Oficial.
O Canadá incluiu a Bombus affinis na sua lista de espécies em risco de extinção já em 2012.

Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/eua-incluem-abelha-em-


lista-de-especies-ameacadas-pela-primeira-vez.ghtml. Acesso em: 18 jul. 2018.

Sobre esse tema, responda às questões.


1. Qual é a importância das abelhas no processo de polinização?
Como o texto indica, as abelhas têm papel fundamental na polinização, já que carregam pólen de uma flor a outra, garantindo as

novas gerações.
JJJJJJJJJ
JJJJJJJJ
JJJJJJ 2. Você sabia que a polinização depende de processos de eletrização? Qual a relação com o tema
“campo elétrico”? Faça uma pesquisa e escreva abaixo uma breve explicação sobre isso. É válido
buscar informações com o professor de Biologia.
O corpo da abelha sofre eletrização pelo contato com o ar, perdendo cargas para o meio. Assim, seu corpo terá carga resul-
tante positiva. Ao chegar às flores, o pólen tem carga induzida pelo corpo da abelha, até o ponto em que o pólen gruda no
inseto. Depois, a estrutura do estigma de outra flor, que está isolado eletricamente e tem carga negativa em excesso, atrai
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

o pólen iniciando o processo de fecundação.


É importante ressaltar aos estudantes que esse processo ocorre sem contato, ou seja, deve existir um ente físico que
propaga a força elétrica: o campo elétrico.

366 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 366 22/09/2020 15:46:27



Aspectos históricos Biografia
Michael Faraday (1791-1867)
A ideia de forças atuando a distância não foi “algo” continuamente distribuído pelo espaço

Everett Historical/Shutterstock
bem aceita pelos físicos do século XVIII. Isaac entre elas, a que se podia atribuir valor, direção
Newton, por exemplo, não se sentia confortá- e intensidade. A quantidade relativa de força,
vel com ela, mesmo depois de publicada sua em dado espaço, seria indicada pela maior ou
Lei da Gravitação Universal. Alguns atribuíam a menor concentração das linhas. Para Faraday,
transmissão da força a uma espécie de tensão as linhas de força formavam tubos (tubos de
ou pressão do meio. força), de maneira que o produto da intensi-
Tais dificuldades, contudo, foram supera- dade da força pela área de seção transversal
das após os estudos desenvolvidos pelo físico do tubo permanecia constante ao longo do
inglês Michael Faraday (1791-1867), conside- comprimento deste. Essa ideia foi matematica-
rado um dos maiores experimentalistas de to- mente comprovada, em 1835, pelo matemático
Fotografia de Faraday em 1852.
dos os tempos. e físico alemão Carl F. Gauss (1777-1855). Desse
modo, uma maior concentração de linhas (tubo Nascido em uma família
Para explicar como as forças entre cargas
mais fino) implicaria uma força mais intensa e pobre, Faraday tornou-se um
elétricas, ou entre ímãs, eram transmitidas de importante físico e químico
uma para a outra, Faraday imaginou que o es- vice-versa. inglês. Ainda muito jovem,
paço entre elas estava repleto de “algo” capaz No caso das forças eletrostáticas, de com 13 anos, começou a
de empurrar ou puxar as cargas. acordo com Faraday, um campo elétrico se trabalhar como mensageiro
de um encadernador e co-
Baseando-se na disposição que a limalha estende por todo o espaço que envolve uma merciante de livros francês
de ferro assume ao ser espalhada sobre um carga elétrica. Dessa maneira, é possível con- que imigrou para Londres.
ímã, Faraday propôs que o espaço entre as car- cluir que: Após um ano, foi promovido
gas elétricas estava repleto de linhas de força, a aprendiz de encadernador
e, durante seus sete anos de
que seriam responsáveis pela transmissão das O campo elétrico desempenha o papel treinamento, leu muitos dos
forças elétricas. de transmissor de interações entre car- livros que encadernou, um
Essa ideia o levou a substituir a ação de uma gas elétricas. dos quais descrevia experi-
mentos de Química. Com o
força a distância entre duas cargas elétricas por
dinheiro que economizou,
comprou equipamentos sim-
ples e passou a reproduzir

Vetor campo elétrico as experiências relatadas


nos livros.
A partir de 1820, Faraday
É possível detectar a presença de um também, que as forças que agem em cargas de passou a se interessar mais
campo elétrico originado por uma carga elé- prova negativas têm sentidos opostos. por Física e a investigar a
trica com o auxílio de outra carga elétrica q, relação entre campo magné-
Uma última verificação, tanto experimental tico e corrente elétrica. Em
denominada carga de prova. quanto teórica, mostra que a relação entre a 1831, demonstrou que era
força elétrica e a respectiva carga de prova é possível converter energia
Se em determinada região do espaço constante. mecânica em energia elé-
existir um campo elétrico, então uma trica, criando o dínamo.
   
carga de prova nela colocada em repouso F1 F 2 F 3 Fn
= = = ...= = cons tan te
ficará sujeita a uma força elétrica. q1 q2 q3 qn

Para definir quantitativamente a grandeza Essa constante é denominada vetor


campo elétrico, considere um ponto P do es- campo elétrico, está associada ao ponto P e
paço em uma região em que existe um campo será representada por E. Analiticamente, pode-
elétrico. Coloque no ponto P uma carga de mos escrever:
prova q1, que ficará sujeita a uma força elétrica 
 F  
F 1. Substituindo-se a carga de prova q1 por E= ou F  qE
outra q2 , observa-se que a nova força elétrica q
será F 2 . Substituindo-se q2 por outra q3 , a nova
força elétrica será F 3 . Repetindo a experiência No SI, a intensidade do vetor campo elé-
para outras cargas de prova, constata-se que trico é medida em newton/coulomb (N/C).
em cada carga de prova qn surge uma força Observamos que as relações anteriores são
elétrica F n . vetoriais, ou seja, o vetor força elétrica F, por
Observa-se, então, que todas as forças exemplo, é obtido pelo produto de uma gran-
elétricas, F 1, F 2 , F 3 , ..., F n , têm a mesma direção deza escalar (a carga elétrica q, que pode
ser positiva ou negativa) por um vetor (vetor
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

e que as forças que agem sobre as cargas de


prova positivas têm determinado sentido, campo elétrico E).

FIS B 367

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 367 22/09/2020 15:46:40


Supondo-se absurdamente que as linhas de campo se cruzassem, poderiam existir dois vetores campo elétrico em um mesmo ponto. Mas isso não


pode acontecer, pois, de acordo com a propriedade fundamental, em cada ponto só existe um vetor campo elétrico (determinado por intensidade,
direção e sentido).
Exemplo Das propriedades de operações com veto- Apesar de não fornecer diretamente a inten-
Uma carga de prova res (produto de um número real por um vetor), sidade E do campo elétrico, as linhas de força
q = +8 μC é colocada em um é possível estabelecer que: nos permitem ter uma ideia da intensidade do
ponto do espaço e fica su- campo, pois elas se tornam mais próximas (ou
jeita a uma força elétrica de Se a carga de prova for positiva (q > 0), mais concentradas) na região de campo elétrico
direção vertical, orientada
para baixo e de intensidade
então F e E terão mesmo sentido. mais intenso e mais afastadas (ou menos con-
0,4 N. Caracterize o vetor   centradas) na região de campo elétrico menos
F E intenso. No caso de um campo ­ elétrico uni-
campo elétrico E naquele
ponto do espaço. forme, quando o vetor campo elétrico é cons-
Solução: q>0 tante, as linhas de força são retas paralelas e
Para caracterizar o vetor igualmente espaçadas, como mostrado nos es-
Se a carga de prova for negativa (q < 0),
campo elétrico, é preciso quemas a seguir.
fornecer sua direção, seu então F e E terão sentidos opostos. 
sentido e sua intensidade   E
ou módulo. F E   
E1 E3 
O vetor campo elétrico tem E2 E
a mesma direção da força 
elétrica e, nesse caso, é q<0
E
vertical.
O sentido do vetor campo A relação anterior pode ser escrita, consi- Representação de linhas de força e vetor campo elétrico.
elétrico depende do sinal derando a intensidade F da força elétrica e a Observe que duas linhas de força nunca
da carga de prova. Nesse
caso, como a carga de prova intensidade E do vetor campo elétrico, como: se cruzam. Você saberia justificar isso?
é positiva, então, o sentido
do vetor campo elétrico é o F = |q| · E
mesmo da força elétrica, ou
seja, orientado para baixo.
Apesar de termos trabalhado com o con-
Carga puntiforme
A intensidade, ou módulo, ceito de força elétrica antes de introduzirmos Agora, vamos determinar as característi-
do vetor campo elétrico é cas do vetor campo elétrico originado por uma
calculada por: o de campo elétrico, é importante ressaltar
que o campo elétrico é a causa da existência carga elétrica puntiforme Q colocada em um
F  q  E  0 ,4  8  10 6  E  da força elétrica. ponto O qualquer no vácuo. Para a completa
 E  5  10 4 N / C caracterização do vetor campo elétrico, é pre-
ciso conhecer sua intensidade (ou módulo), sua
Linhas de força
Portanto, o vetor campo
elétrico é vertical, orientado direção e seu sentido.
para baixo e com módulo Para determinar a intensidade, devemos
5 · 10 4 N/C. Para melhor visualização de um campo usar uma carga de prova q, colocada em um
Resolva elétrico, em dada região do espaço, usaremos ponto P, a uma distância d da carga Q geradora
Uma partícula eletrizada o recurso das linhas de força, sugeridas por do campo. Pela Lei de Coulomb, temos:
com carga q = +2 μC, Faraday.
colocada em um ponto P do Qq
espaço, sofre a ação de uma A linha de força é uma linha imaginária F  k0 
força elétrica que equilibra orientada que indica a direção e o sentido do d2

seu peso. Sabendo-se que vetor campo elétrico E em cada ponto do Logo:
a partícula tem massa de espaço.
8 g e considerando g = 10 F  q E
m/s2, caracterize o vetor Por definição, a linha de força, em cada ponto
campo elétrico existente no do espaço, tem a direção e o sentido do vetor Comparando essas relações, obtemos:
ponto P. campo elétrico ou,
 em outras palavras, o vetor
Como a carga elétrica é campo elétrico E é sempre tangente à linha de Qq Q
força e com mesmo sentido que ela naquele q  E  k0   E  k0 
positiva, os vetores força d 2
d2
elétrica e campo elétrico têm a ponto, como é possível observar no esquema a
mesma direção da força peso, seguir.
A força elétrica tem sempre a mesma dire-
portanto é vertical, e sentido 
E3 ção do campo. Como a direção da força entre
contrário ao do peso (que
sempre é orientado para baixo,
as cargas puntiformes é a direção da reta que
 passa pelas cargas, é possível concluir que a di-
sentido radial ao centro da E2 P3 reção do vetor campo elétrico gerado pela carga
Terra), portanto se orienta
radialmente para cima. Em puntiforme Q será a da reta OP. Assim, basta de-
módulo, temos: Linha de força terminar o sentido do vetor campo elétrico.
F=P P2
O esquema a seguir mostra cargas Q, co-
|q| ∙ E = m ∙ g 
E1 locadas em um ponto O, geradoras do campo
(2 ∙ 10–6 C) ∙ E = (8 ∙ 10–3 kg) ∙
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

(10 m/s2)
elétrico no ponto P; e cargas de prova q, colo-
E = 4 ∙ 104 N/C cadas em P. As cargas elétricas de mesmo sinal
Portanto, o vetor campo P1 se repelem e as de sinais opostos se atraem. Em
elétrico é vertical, orientado uma carga de prova positiva, a força e o campo
para cima e com módulo 4 ∙ Representação do campo magnético em relação às linhas de força. têm mesmo sentido e, em uma carga de prova
10 N/C.
4
negativa, força e campo têm sentidos opostos.

368 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 368 22/09/2020 15:47:04


Considere o esquema a seguir.
E Gráfico E x d
Q   Q  
q F E E F q
E
O P O P
E/4 Hipérbole

E/9
Q   Q  
q q
F E E F
O O d 2d 3d d
P P

Observação
Assim, concluímos que:
É importante destacar que o
●● cargas elétricas Q positivas geram campo elétrico com direção radial e sentido de afasta- campo elétrico não depende
mento, da mesma forma que suas linhas de força – campo divergente; da carga de prova q. Ele
●● cargas elétricas Q negativas geram campo elétrico com direção radial e sentido de aproxima- depende apenas da carga
geradora Q.
ção, da mesma forma que suas linhas de força – campo convergente.
As figuras a seguir mostram as linhas de força do campo elétrico de uma carga puntiforme Q.

Resolva
 A figura a seguir mostra
 E as linhas de força de um
E
campo elétrico e três
pontos, A, B e C, em que
se deve colocar uma carga
elétrica q.

A B C

Em qual dos pontos a carga


q ficará sujeita a uma força
elétrica mais intensa?
Justifique sua escolha.
No ponto B, pois nas proximi-

dades desse ponto as linhas

estão mais próximas umas das

outras.

Campo gerado entre duas cargas puntiformes Campo gerado entre duas cargas puntiformes
de mesmo módulo e de sinais opostos. de mesmo módulo e de mesmo sinal.

Sistema de cargas puntiformes



Vamos agora determinar o vetor campo elétrico E gerado por um sistema de várias cargas
elétricas puntiformes, Q1, Q 2 , ..., Qn , em um ponto P do campo. Como cada carga contribuirá para
criar o campo elétrico em P, é possível afirmar que:

O vetor campo elétrico resultante em  


P é a soma vetorial dos vetores campo E1 E
 
elétrico produzidos individualmente pe- E  E1
P
las cargas elétricas Q1, Q 2 , ..., Qn . E2
P

O esquema ao lado mostra o vetor campo elé- E2
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

trico resultante em um ponto P de um sistema cons-


tituído de duas cargas elétricas puntiformes (dipolo
elétrico), nos casos em que o dipolo é constituído
de duas cargas elétricas pontuais Q1 e Q2 de sinais
contrários, e um dipolo constituído de duas cargas Q1 Q2 Q3 Q4
elétricas pontuais Q3 e Q4 positivas.

FIS B 369

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 369 22/09/2020 15:47:11



Condutor eletrizado
Os valores obtidos para o campo elétrico
Exemplo
gerado por um condutor esférico eletrizado
Determine o módulo do
são válidos tanto para a esfera maciça quanto
vetor campo elétrico em um Considere uma esfera condutora de raio R
ponto situado a 30 cm de para a esfera oca, uma vez que as cargas se dis-
eletrizada com carga Q. Os condutores esfé-
uma carga puntiforme de tribuem apenas na superfície externa.
ricos apresentam simetria perfeita, portanto,
5 μC. Considere
k = 9 · 109 N · m2/C2. a distribuição de carga ocorre de maneira ho-
Solução: mogênea nesses condutores. Vamos definir
alguns pontos, na figura a seguir, para anali-
Gaiola de Faraday
Do enunciado, temos:
sarmos o campo elétrico. Michael Faraday, físico inglês, descobriu a
Q = 5 μC = 5 · 10–6 C; d =
30 cm = 0,3 m e E blindagem eletrostática elaborando um expe-
k = 9 · 109 N · m2/C2. Epróx rimento que ficou conhecido como gaiola de
Então: Faraday. O que esse cientista queria provar é
que o campo elétrico no interior de um condu-
Q
E  k0   Eext tor eletrizado é nulo.
d2

SAE DIGITAL S/A


5 10 6
 E  9 10 9   Q
( 0 ,3 )2
 E  5 10 5 N/C d
R

Resolva Os módulos do vetor campo elétrico ge-


No vácuo, uma carga elétrica rado por um condutor esférico eletrizado em
puntiforme Q gera um equilíbrio eletrostático (situação em que os
campo elétrico de módulo E portadores de carga acomodam-se na super-
em um ponto a uma distân-
cia d. Qual é o módulo do fície externa do condutor, ou seja, não existe
vetor campo elétrico gerado movimento ordenado de cargas elétricas) são:
por outra carga 2 · Q em um ●● Pontos internos da esfera
ponto situado a distância Gaiola de Faraday.
2 · d?
Eint = 0 O experimento realizado por Faraday con-
Temos:
Q
sistia em uma grande gaiola, construída com
E  k0  2 telas metálicas, eletricamente isolada da Terra.
d ●● Pontos próximos à superfície da esfera
O outro campo (E’) é Ele próprio entrou na gaiola e seus assistentes a
Q’ eletrizaram intensamente. Faraday nada sentiu,
E ’  k0  Q
d ’2 Epróx = k embora faíscas tenham saltado da gaiola.
Como Q’ = 2Q e d’ = 2d R2
Esse princípio tem grande aplicação na
2Q
E ’  k0  tecnologia da eletrônica e é utilizado sempre
 2d ●● Pontos externos à esfera
2

Logo,
que se deseja isolar dispositivos sensíveis a
2 Q E campos elétricos. Esses dispositivos são envol-
E  k 0  2  Q vidos por uma blindagem eletrostática, na
4  d 2 Eext = k
Portanto, o campo E’ tem metade d2 qual as cargas se distribuem, não afetando o
da intensidade do campo E. funcionamento do aparelho.

Apresentação artística utilizando-se do


princípio da blindagem eletrostática.
Pavel L Photo and Video/Shutterstock

EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

370 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 370 22/09/2020 15:47:46


FÍSICA E CULTURA

O sentido elétrico dos tubarões


Um detector surpreendentemente sensível de campos
elétricos ajuda o tubarão a mirar a presa
[...] receptores táteis na área. Então, observou que o
A história começa em 1678, quando o anatomista peixe ainda assim reagia quando os tubos expostos
italiano Stefano Lorenzini descreveu poros que eram tocados suavemente. Essa resposta sugeriu
pontilham a parte dianteira da cabeça de tubarões e que os órgãos poderiam responder ao movimento
arraias, dando aos peixes a aparência de barba mal- da água ou talvez à sua pressão, mas ele não sabia
feita. Ele notou que os poros se concentravam ao re- ao certo.[...]
dor da boca do tubarão e, ao remover a pele vizinha, Em 1938, Alexander Sand, da Marine Biological
que cada poro levava a um longo tubo transparente, Association em Plymouth, Inglaterra, com a ajuda
cheio de um gel cristalino. [...] do amplificador a válvula, teve sucesso em ampliar
As coisas começaram a se esclarecer em meados e registrar os pulsos nervosos que iam das ampolas
do século XIX, com a descoberta da função da linha de Lorenzini ao cérebro. [...]
lateral dos peixes, um órgão que partilha algumas No início dos anos 60, o biólogo R. W. Murray,
semelhanças com o sistema de poros e tubos de da University of Birmingham, Inglaterra, repetiu as
­Lorenzini. A linha lateral, que se estende pelo lado experiências de Sand com instrumentos eletrofisioló-
de muitos peixes e anfíbios, das guelras à cauda, de- gicos modernos e confirmou a resposta a mudanças
tecta o deslocamento de água. [...] de temperatura e diferenças de pressão e toque, mas
No final do século XIX, o microscópio revelou também observou que os órgãos eram sensíveis a li-
que os poros no focinho do tubarão e as estruturas geiras variações de salinidade. Além disso, quando
incomuns sob eles, atualmente chamadas ampolas ele ativou por acaso um campo elétrico perto da
de Lorenzini, deviam ser órgãos sensoriais. Cada abertura de um tubo ligado a uma ampola, o padrão
tubo terminava em uma bolsa bulbosa, ou ampola. de ativação mudou. E mais: o padrão se alterava de
Um nervo fino emergia da ampola e se juntava a acordo com a intensidade e a polaridade do campo.
ramificações do nervo da linha lateral anterior. Os [...]
cientistas rastrearam essas fibras nervosas da base Murray determinou que os órgãos podiam res-
do crânio, onde elas entram no cérebro pela super- ponder a campos tão fracos quanto 1 milionésimo
fície dorsal da medula, um destino característico de de volt aplicado à distância de 1 cm na água do mar.
nervos que levam informação sensorial ao cérebro. Esse efeito equivale à tensão gradiente produzida
Os observadores discerniram uma única célula ci- por uma pilha AA de 1,5 volt com um polo mer-
liar minúscula, semelhante às do ouvido interno hu- gulhado no estuário de Long Island Sound, no nor-
mano e do sistema da linha lateral do peixe, dentro deste dos EUA, e o outro nas águas além da costa
de cada ampola. [...] de Jacksonville, Flórida, ao sul. Teoricamente, um
Eletrorrecepção confirmada tubarão nadando entre esses pontos poderia facil-
mente dizer quando a pilha foi ligada ou desligada.
[...] Em 1909, o biólogo G. H. Parker, da Harvard
[...] Nenhum outro tecido, órgão ou animal exibe
University, removeu a pele ao redor das aberturas
essa sensibilidade extrema à eletricidade.
ampolares de um cação para eliminar quaisquer

COLE, Brandon. O sentido elétrico dos tubarões. Disponível em: www2.uol.com.br/


sciam/reportagens/o_sentido_eletrico_dos_tubaroes.html. Acesso em: 18 jul. 2018. Tubarão-dos-recifes.

●● Identifique nesse texto os conceitos científicos estudados e os relacione nicolas.voisin44/Shutterstock

com sua ciência de origem. Em seguida, converse com os cole-


gas e o professor sobre a importância do conhecimento
interdisciplinar para o desenvolvimento da ciência.
Cite outros exemplos de casos em que são utilizados
conhecimentos de duas ou mais disciplinas (assun-
tos interdisciplinares) para explicar algum fenômeno
ou desenvolver um projeto.
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

Os estudantes devem identificar conceitos relacionados à Biologia e à Física. É


importante destacar que o conhecimento científico não é algo limitado a apenas
um conhecimento. Pelo contrário, implica uma gama de estudos bastante
ampla. Ressalte que a ciência foi construída ao longo do tempo e ainda continua
sendo, tendo intervenções de diversas pessoas. Outro exemplo, por abranger
conhecimentos interdisciplinares, é o desenvolvimento de um projeto espacial
em que são envolvidos profissionais de diversas áreas (Astronomia, Biologia, Física,
Química etc.) e também da esfera política.

FIS B 371

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 371 22/09/2020 15:49:05


Resolvidos d) A intensidade do campo elétrico no interior de qualquer
superfície condutora fechada depende da geometria desta
1. (UFPI) Uma carga de prova q, colocada num ponto de um campo superfície.
elétrico E = 2,0 · 103 N/C, sofre ação de uma força F = 18 · 10–5 N. e) O sentido do campo elétrico independe do sinal da carga Q,
O valor dessa carga, em coulombs, é de geradora do campo.
a) 9 · 10–8. 99 Anotações:
b) 20 · 10–8.  F

E=
c) 36 · 10 . –8
q
d) 9 · 10–2.
e) 36 · 10–2.
99 Solução: A
4. (PUC-Rio) Duas esferas metálicas contendo as cargas Q e 2Q estão
A partir da equação: separadas pela distância de 1,0 m. Podemos dizer que, a meia dis-
F 18 10 5 tância entre as esferas, o campo elétrico gerado por
E   2 10 3   q  9 ,0 10 8 C a) ambas as esferas é igual.
q q
b) uma esfera é 1/2 do campo gerado pela outra esfera.
c) uma esfera é 1/3 do campo gerado pela outra esfera.
Praticando
d) uma esfera é 1/4 do campo gerado pela outra esfera.
1. (UFBA) De que maneira você consegue detectar a presença de um e) ambas as esferas é igual a zero.
campo elétrico em determinada região do espaço?
99 Anotações:
Pode-se colocar uma carga de prova na região desejada e verificar se sobre ela surge
Como o campo elétrico é diretamente proporcional ao módulo de cada carga, se uma
uma força elétrica. Se sim, há um campo elétrico; se não houver força, não há campo
carga tiver o dobro da intensidade da outra, o campo elétrico por ela gerado será duas
elétrico.
vezes o campo originado pela outra.
2. (Fuvest) Em um ponto do espaço:
I. uma carga elétrica não sofre ação da força elétrica se o campo
nesse local for nulo.
II. pode existir campo elétrico sem que aí exista força elétrica.
III. sempre que houver uma carga elétrica, esta sofrerá ação da
força elétrica.
Use: C (certo) ou E (errado).
5. (UEPG) Uma carga elétrica puntiforme Q gera um campo elétrico
a) C C C numa determinada região do espaço. Considerando um ponto P a
b) C E E uma distância r da carga Q, assinale o que for correto.
c) E C E (1) A intensidade do vetor força elétrica que age sobre a carga
d) C C E de prova q0 é inversamente proporcional à intensidade do
vetor campo elétrico.
e) E E E
(2) O sentido do vetor campo elétrico é o do vetor força elétrica
99 Anotações: que age sobre a carga de prova q0, colocada no ponto P, se
I. Certo. A carga somente sofrerá força se existir campo elétrico. q0 > 0.
(3) A intensidade do vetor campo elétrico é inversamente pro-
II. Certo. Se não houver carga em uma região de campo elétrico, não haverá força (a porcional ao quadrado da distância r.
força depende da existência de carga elétrica). (4) O campo elétrico será nulo no ponto P se a carga de prova
q0 tiver sinal contrário ao da carga Q.
III. Errado. Sem campo elétrico não há a ação da força sobre a carga elétrica.
(5) Se o sentido do vetor campo elétrico for de afastamento da
carga Q, então a carga de prova q0 tem sinal contrário ao da
carga Q.
3. (UEL) Revistas de divulgação científica ajudam a população, de Soma (06 ) (02 + 04)
um modo geral, a se aproximar dos conhecimentos da Física. No
99 Anotações:
entanto, muitas vezes alguns conceitos básicos precisam ser com-
preendidos para o entendimento das informações. Nesse texto, (01) Incorreta. O campo elétrico é diretamente proporcional à força elétrica e inversa-
estão explicitados dois importantes conceitos elementares para
a compreensão das informações dadas: o de campo elétrico e o mente proporcional à carga.
de corrente elétrica.
(02) Correta.
Assinale a alternativa que corretamente conceitua campo elétrico.
a) O campo elétrico é uma grandeza vetorial definida como a (04) Correta.
razão entre a força elétrica e a carga elétrica.
(08) Incorreta. O campo elétrico terá sentido contrário ao da força elétrica.
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

b) As linhas de força do campo elétrico convergem para a carga


positiva e divergem da carga negativa. (16) Incorreta. Se a carga de prova é afastada da carga Q, as duas possuem o mesmo

c) O campo elétrico é uma grandeza escalar definida como a razão sinal.


entre a força elétrica e a carga elétrica.

372 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 372 22/09/2020 15:49:09


6. (Fuvest) Duas pequenas esferas, com cargas elétricas iguais, ligadas 8. (Fatec) Uma carga q = 2,0 · 10–6 C é colocada num ponto M do
por uma barra isolante, são inicialmente colocadas como descrito espaço e fica sujeita a uma força elétrica F = 10 N, para o norte.
na situação I. Em seguida, aproxima-se uma das esferas de P, Nesse ponto, calcule a intensidade e o sentido do campo elétrico.
reduzindo-se à metade sua distância até esse ponto, ao mesmo
tempo em que se duplica a distância entre a outra esfera e P, como 
na situação II. FF

P P q

F 10
E  E   E  5  106 N / C
q 2  10 6

O vetor campo elétrico aponta para o mesmo sentido que a força, desde que a carga
Situação I Situação II
seja positiva. Nesse caso, o vetor campo elétrico aponta para cima (norte).
O campo elétrico em P, no plano que contém o centro das duas
esferas, possui, nas duas situações indicadas, 9. (UFRGS) O módulo do vetor campo elétrico produzido por uma
carga elétrica puntiforme em um ponto P é igual a E. Dobrando-se
a) mesma direção e intensidade.
a distância entre a carga e o ponto P, por meio do afastamento da
b) direções diferentes e mesma intensidade. carga, o módulo do vetor campo elétrico nesse ponto muda para
c) mesma direção e maior intensidade em I. a) E/4. c) 2E. e) 8E.
d) direções diferentes e maior intensidade em I. b) E/2. d) 4E.
e) direções diferentes e maior intensidade em II. 99 notações:
99 Anotações:
De acordo com a equação:
Pela equação E  k  2Q , podemos notar que, para o campo elétrico ser alterado, a E 2
k Q
d d
distância entre as cargas também deve sofrer variação, mas como isso não ocorre, a
E é inversamente proporcional ao quadrado da distância, então, se a distância é dobrada:
intensidade do campo elétrico é a mesma nas duas situações. k Q k Q
E’  
(2d)2 4d2
Em relação a P, as cargas tiveram suas distâncias alteradas, ou seja, a força sobre as cargas E
E’ 
4
sentida em P se modificou, portanto o campo elétrico tem direções diferentes.
Desenvolvendo Habilidades
7. (UCBA) Qual dos gráficos a seguir melhor representa o módulo
do campo elétrico em função da distância d até a carga elétrica 1. C5:H17 (UEA-2014) Duas cargas elétricas puntiformes, Q e q, sendo
puntiforme geradora? Q positiva e q negativa, são mantidas a uma certa distância uma
a) E d) E da outra, conforme mostra a figura.

Q>0 q<0
A força elétrica F, que a carga negativa q sofre, e o c­ ampo ­elétrico E,
presente no ponto onde ela é fixada, estão corretamente repre-
sentados por:
d d F
a) q
b) E e) E E

b) F q E

c) F q

d
d
c) E
E
d) E q F

F
e) q
E
d
2. C2:H5 (Enem-2010) Duas irmãs que dividem o mesmo
quarto de estudos combinaram de comprar duas caixas
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

99 Anotações:
com tampas para guardarem seus pertences dentro de
K Q
Pela equação E  , podemos verificar como o campo elétrico E se relaciona com a suas caixas, evitando, assim, a bagunça sobre a mesa de
d2
estudos. Uma delas comprou uma metálica, e a outra, uma caixa de
distância d. O campo elétrico é inversamente proporcional ao quadrado da distância. madeira de área e espessura lateral diferentes, para facilitar a identifi-
cação. Um dia as meninas foram estudar para a prova de Física e, ao
Logo, o gráfico que melhor determina essa relação é o E.
se acomodarem na mesa de estudos, guardaram seus celulares ligados

FIS B 373

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 373 22/09/2020 15:49:22


dentro de suas caixas. Ao longo desse dia, uma delas recebeu ligações ficam sujeitas a uma força elétrica, que desvia seu movimento e faz
telefônicas, enquanto os amigos da outra tentavam ligar e recebiam com que se depositem na superfície da placa 2. Investigando o campo
a mensagem de que o celular estava fora da área de cobertura ou elétrico produzido no interior de um desses filtros, obteve-se o gráfico
desligado. Para explicar essa situação, um físico deveria afirmar que o mostrado a seguir (figura 2), no qual está representado o módulo do
material da caixa cujo telefone celular não recebeu as ligações é de campo E em função da distância x entre um ponto P e a placa 1.
a) madeira, e o telefone não funcionava porque a madeira não é Ar filtrado
um bom condutor de eletricidade. Figura 1
b) metal, e o telefone não funcionava devido à blindagem ele-
trostática que o metal proporcionava. Placa 2

c) metal, e o telefone não funcionava porque o metal refletia todo


tipo de radiação que nele incidia.
d) metal, e o telefone não funcionava porque a área lateral da Placa 1
caixa de metal era maior.
Figura 2
e) madeira, e o telefone não funcionava porque a espessura desta Ar com
caixa era maior que a espessura da caixa de metal. E (V/m) poluentes
3. C5:H18 (EsPCEx-AMAN-2017) Uma partícula de carga q e massa 10-6
kg foi colocada num ponto próximo à superfície da Terra onde existe
2,0 · 105
um campo elétrico uniforme, vertical e ascendente de intensidade
E = 105 N/C.
q
g E
2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 x (mm)
Com base no gráfico, a força elétrica que age sobre uma partícula de
carga q = 3,2 · 10–6 C situada dentro do filtro e 3,0 mm da placa 1 é
TERRA a) 0,64 N. c) 0,24 N. e) 0,48 N.
b) 1,82 N. d) 6,00 N.

DESENHO ILUSTRATIVO FORA DE ESCALA


Complementares
Sabendo que a partícula está em equilíbrio e considerando a
intensidade da aceleração da gravidade g = 10,0 m/s2, o valor da 1. (CEFET-MG) Quatro cargas puntiformes de mesmo valor +q são
carga q e o seu sinal são respectivamente colocadas nos vértices de um quadrado de lado L.
a) 10-3 μC, negativa. d) 10-4 μC, positiva.
b) 10 μC, positiva.
-5
e) 10-4 μC, negativa.
c) 10-5 μC, negativa.
L
4. C5:H17 (ITA) Uma esfera condutora de raio R possui no seu interior duas
cavidades esféricas, de raio a e b, respectivamente, conforme mostra a
figura. No centro de uma cavidade há uma carga puntual qa e no centro
da outra, uma carga também puntual qb, cada qual distando do centro
da esfera condutora de x e y, respectivamente. É correto afirmar que O vetor campo elétrico resultante no centro do lado assinalado
com é:
a) b) c) d)
qa qb
θ
a b
x y
2. (UFV) Duas cargas, de sinais opostos e de mesmo módulo, estão
dispostas próximas uma da outra, conforme representado na
figura a seguir.
O par de vetores que representa o campo elétrico resultante nos
a) a força entre as cargas qa e qb é k0qaqb / (x2 + y2 – 2xy cos θ). pontos 1 e 2 é:
d d
b) a força entre as cargas qa e qb é nula.
c) não é possível determinar a força entre as cargas, pois não há
- +
dados suficientes. 1

d) se nas proximidades do condutor houvesse uma terceira carga,


qc, esta não sentiria força alguma. 2
e) se nas proximidades do condutor houvesse uma terceira carga, a) b) c) d) e)
qc, a força entre qa e qb seria alterada. 1 1 1 1 1
5. C2:H5 (UFPR) Atualmente, podem-se encontrar no mercado filtros de 2 2 2 2 2
ar baseados nas interações eletrostáticas entre cargas. Um possível
esquema para um desses filtros é apresentado na figura a seguir (fi- 3. (ACAFE-2016) Em uma atividade de eletrostática, são dispostas
gura 1), na qual a placa circular 1 mantém-se carregada negativamente quatro cargas pontuais (de mesmo módulo) nos vértices de um
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

e a placa 2 positivamente. O ar contendo os poluentes é forçado a quadrado. As cargas estão dispostas em ordem cíclica seguindo o
passar através dos furos nos centros das placas, no sentido indicado perímetro a partir de qualquer vértice. A situação em que o valor
na figura. No funcionamento desses filtros, as partículas de poeira ou do campo elétrico no centro do quadrado não será nulo é
gordura contidas no ar são eletrizadas ao passar pela placa 1. Na região a) + | q |, – | q |, + | q |, – | q |. c) + | q |, + | q |, – | q |, – | q |.
entre as duas placas existe um campo elétrico E, paralelo ao eixo x, de b) + | q |, + | q |, + | q |, + | q |. d) – | q |, – | q |, – | q |, – | q |.
modo que, quando as partículas carregadas passam por essa região,

374 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 374 22/09/2020 15:49:24


4. (UNIRIO) “Como é que um corpo interage com outro, mesmo a distân- Se E for o módulo do campo elétrico no ponto P, centro do qua-
cia?”. Com o desenvolvimento da ideia do Campo Gravitacional criado drado, devido à carga Q1, o campo elétrico resultante no ponto P,
por uma massa, passou a se explicar a força de atração gravitacional devido à presença das quatro cargas, terá módulo
com mais clareza e melhor entendimento: uma porção de matéria a) zero. d) 2 ⋅ 2 ⋅E.
cria em torno de si um campo gravitacional, onde a cada ponto é
associado um vetor aceleração da gravidade. Quando um outro b) 4E. e) 4 ⋅ 2 ⋅E.
corpo é colocado neste ponto, passa a sofrer a ação de uma força c) 2 ⋅E.
de origem gravitacional. Ideia semelhante se aplica para o campo
elétrico gerado por uma carga Q, com uma carga de prova q colocada 6. (Unimontes-2011) Duas cargas puntiformes Q e q são separadas
num ponto P, próximo a Q, que sofre a ação de uma força elétrica F. por uma distância d, no vácuo (veja figura). Se, no ponto P, o campo
Primeira Figura elétrico tem módulo nulo, a relação entre Q e q é igual a:
(Dado: ko = 9 · 109 Nm2/C2.)
m P
Q q
P d x
g

 x  d  x  d
2 2

a) Q  q c) Q  q
d2 x2
 x  d  x  d
2 2

b) q  Q d) Q  2q
x2 x2
Terra Terra
7. (UCSal) Os pontos assinalados na figura a seguir estão igualmente
espaçados.
Segunda Figura
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
P F E –4Q Q

q O vetor campo elétrico resultante, criado por Q e –4Q, localizados


nos pontos 7 e 4 indicados na figura, é nulo no ponto
Terceira Figura
a) 10. d) 5.
F P E b) 8. e) 1.
q c) 6.
Com relação às três figuras, na ordem em que elas aparecem e, ainda 8. (IFSul-2017) As cargas elétricas puntiformes q1 = 20 μC e q2 = 64 μC
com relação ao texto enunciado, analise as afirmativas a seguir. estão fixas no vácuo (k0 = 9·109 Nm2/C2), respectivamente nos pon-
I. Para que o corpo de massa m seja atraído pela Terra, é neces- tos A e B, conforme a figura a seguir.
sário que ele esteja eletrizado. q1 q2
P
II. Para que a carga elétrica q da segunda figura seja submetida à força A B
indicada, é necessário que ela esteja carregada positivamente.
III. Se o corpo de massa m, da primeira figura, estiver negativa- 20 cm
mente carregado, ele sofrerá uma força de repulsão. 1m
IV. Não importa a carga do corpo de massa m, da primeira figura,
matéria sempre atrai matéria na razão inversa do produto de O campo elétrico resultante no ponto P tem intensidade de
suas massas. a) 3,0 · 106 N/C. c) 4,0 · 106 N/C.
V. A carga elétrica de q, na terceira figura, com toda certeza é b) 3,6 · 106 N/C. d) 4,5 · 106 N/C.
negativa.
Pode-se afirmar que 9. (UFPE-2011) Uma carga elétrica puntiforme gera campo elétrico nos
pontos P1 e P2. A figura a seguir mostra setas que indicam a direção
a) somente IV é verdadeira.
e o sentido do vetor campo elétrico nestes pontos.
b) somente II e V são verdadeiras.
c) somente I, II e V são verdadeiras.
d) somente I e IV são verdadeiras.
P1
e) todas são verdadeiras.
5. (FAMERP-2017) Quatro cargas elétricas puntiformes, Q1, Q2, Q3
e Q4, estão fixas nos vértices de um quadrado, de modo que P2
|Q1| = |Q2| = |Q3| = |Q4|. As posições das cargas e seus respectivos
sinais estão indicados na figura.
+ Q1
Contudo, os comprimentos das setas não indicam os módulos
destes vetores. O módulo do campo elétrico no ponto P1 é 32 V/m.
Calcule o módulo do campo elétrico no ponto P2 , em V/m.
Q2 Q4
+ –
EM21_2_FIS_B_03

EM21_2_FIS_B_03

P
ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
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1. Faça downloaddodo aplicativo
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Questões ou qualquer aplicativo
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2. Abra aplicativo e aponte
e aponte parapara o QRQRCode
um dos Codesaoaolado.
lado
3. para acessardeste
O gabarito o gabarito ou o será
módulo solucionário
exibidodeste módulo.
em sua tela.
– Q3

FIS B 375

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 375 22/09/2020 15:49:40


EE
EEE
EEE
Potencial elétrico

EEE
HH

EEE
H
HHH

E
HHHH
HHHHHHHH

Potencial elétrico • Condutor eletrizado em equilíbrio • Campo elétrico uniforme


Física
mód. 04/16

04 B
START

Curiosidade
Dedo do Cristo Redentor Os raios e a origem da vida
é danificado por raios
durante temporal no Rio Relâmpagos provavelmente estavam presentes durante o surgimento da vida na Terra e podem mesmo ter
[...]
participado na geração das moléculas que deram origem à vida. Há cerca de três bilhões de anos atrás, a atmos-
fera da Terra era bem mais quente que atualmente e ainda continha uma grande quantidade de moléculas de
Um dos mais conhecidos
pontos turísticos do Brasil, diversos gases, tais como amônia, metano e hidrogênio. Nesta atmosfera, as tempestades provavelmente eram
o Cristo Redentor, foi dani- muito mais carregadas eletricamente do que as tempestades de hoje e, em consequência, havia relâmpagos em
ficado depois do temporal maior quantidade e com maior intensidade que os relâmpagos de hoje, em uma situação similar à que hoje existe
que atingiu o Rio [...]. Parte em Júpiter.
do dedo polegar da mão di-
reita do Cristo quebrou [...]. Evidências indicam que os relâmpagos podem estar relacionados à formação dos primeiros compostos de-
(G1. Disponível em: <http:// nominados aminoácidos, que teriam ocorrido nestes estágios iniciais da evolução da atmosfera terrestre. Tais
g1.globo.com/rio-de-janeiro/
noticia/2014/01/dedo-do-cristo- aminoácidos, que teriam se formado a partir da quebra pelos relâmpagos de moléculas de amônia, metano,
redentor-e-danificado-por-
raios-durante-temporal-no-rio. hidrogênio e vapor d'água, abundantes naqueles tempos, são estruturas básicas para a formação de todas as
html>. Acesso em: 25 set. 2017.)
proteínas e indispensáveis a todas as formas de vida em nosso planeta. Experimentos em laboratório, utilizando
descargas induzidas em uma mistura de amônia, metano, hidrogênio e vapor d'água, indicam que tal processo
Para verificar os conhecimentos
prévios dos alunos, instigue-os é, em princípio, possível, embora haja muitas incertezas em relação às condições durante os estágios iniciais da
a conversar sobre as questões evolução da atmosfera terrestre.
propostas. Ressalte a importância
de se proteger durante uma tem-
pestade com raios, por exemplo Disponível em: www.inpe.br/webelat/homepage/menu/el.atm/os.raios.e.a.origem.da.vida.php.
ficar em lugares mais baixos,
Acesso em: 18 jul. 2018.
não ficar dentro da água e evitar
lugares abertos.
•• Por que ocorrem essas descargas elétricas na atmosfera? Como podemos nos proteger delas? Qual é o melhor
lugar para se abrigar durante uma tempestade com raios?
Devido à diferença de potencial elétrico entre a Terra e a nuvem, o melhor lugar para se abrigar seria no interior de um automóvel.
Balazs Kovacs Images/Shutterstock

EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

376 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 376 22/09/2020 15:49:53



Potencial elétrico Exemplo
Uma carga elétrica q = +5 μC
é colocada em um ponto

Trabalho da força elétrica


Você já estudou que uma carga de prova q, P de um campo elétrico
ao ser colocada em um ponto P de um campo cujo potencial elétrico é de
elétrico E, fica sujeita a uma força F. Se essa 600 V. Determine a energia
Você estudou em Mecânica o Teorema potencial elétrica adquirida
carga for abandonada, ela se deslocará e des-
Trabalho-energia, ou Teorema da Energia pela carga q.
creverá um movimento acelerado, como mos-
Cinética, o qual estabelece que o trabalho Solução:
trado no esquema a seguir. Em outras palavras,
da resultante de um sistema de forças em um Da definição de potencial
quando abandonada, a carga vai adquirir ener-
dado deslocamento é igual à variação da ener- elétrico,
gia cinética. Mas de onde terá se originado tal
gia cinética nesse deslocamento, ou seja: Ep
energia cinética? Vp = , temos:
q
v0 = 0 F  Ec  Ec
v res 2 1

Ep
q q Além disso, estudou o princípio da conser- 600  
5 10 6
vação da energia. De acordo com ele, em um Ep  6  10  5  10 6 
2

sistema conservativo a energia mecânica não


 Ep  3  10 3 J  3 mJ
pode ser criada nem destruída, apenas trans-
formada de energia cinética para potencial ou Resolva
Pelo princípio da conservação da energia, de energia potencial para cinética. Assim, em Uma carga elétrica q = +3 μC,
esta não pode ser criada ou destruída, apenas um sistema conservativo, temos: ao ser colocada em dado
convertida de um tipo para outro. ponto de um campo elétrico,
Ec  Ep  Ec  Ep adquire uma energia
A energia cinética adquirida pela carga de 1 1 2 2
potencial elétrica de 12
prova é proveniente da energia potencial elé- Observe que, da relação anterior, podemos mJ. Determine o potencial
trica Ep que a carga passou a ter ao ser colo- escrever: Ep  Ep  Ec  Ec
1 2 2 1
elétrico do ponto no qual foi
cada no ponto P do campo. Se a c­ arga de prova colocada a carga elétrica.
Por esse motivo, podemos calcular o traba-
q for substituída por outra carga q’, a energia lho da força resultante também em função da Da definição de potencial elétrico,
Ep
potencial passará a ser E'p. Experimentalmente, variação da energia potencial do sistema. VP = ,
q
observamos que: temos:
12  10 3
Ep E F  Ep  Ep Vp   Vp  4  103 J / C
 p res 1 2
3  10 6
q q

Esse quociente é um valor constante para Mas como estudamos há pouco, a energia
aquele ponto P do campo elétrico, e não de- potencial elétrica de uma carga elétrica q é co-
pende da particular carga de prova colocada locada em um campo elétrico Ep  q  V .
no ponto. Esse quociente é, por definição, o Consideremos, então, uma carga de ­prova q
potencial elétrico VP do ponto P. que se desloca em um campo elétrico passando
Então, por definição, o potencial elétrico VP de um ponto 1 para um ponto 2, sujeita apenas
em um ponto P de um campo elétrico é a gran- à força elétrica, como ilustra o esquema a seguir.
deza escalar dada por: 1 2
q q
Ep  Ep  Ec Ep Ec Ep  Ec  Ec
1 2 2 1 1 2 2 1

Ep
VP =
q

No Sistema Internacional de Unidades,


O trabalho da força elétrica que atua na
o potencial elétrico é medido em joule por
carga q será, portanto:
­coulomb (J/C) e recebe o nome de volt (V), em
homenagem ao físico italiano Alessandro Volta F  Ep  Ep  q  V1  q  V2
1 2

(1745-1827), conhecido por ter inventado a pi-


lha elétrica.
Assim, quando o potencial elétrico em dado F  q  ( V1  V2 )
ponto de um campo elétrico vale, por exemplo,
30 V, isso equivale a dizer que cada 1 coulomb Será comum chamarmos a diferença
de carga elétrica colocada naquele ponto ar- (V1 – V2) de diferença de potencial ou, sim-
mazenará uma energia potencial elétrica de plesmente, ddp ou, ainda, tensão elétrica e
30 J, isto é, 30 J/C. representá-la por U. Então:
EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

F  q  U

FIS B 377

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 377 22/09/2020 15:50:15



Carga puntiforme
●● Uma superfície na qual todos os pon-
tos têm um mesmo potencial elétrico é
denominada superfície equipotencial.
Consideremos uma carga puntiforme Q,
Assim, para uma carga elétrica punti-
geradora de um campo elétrico, e uma carga
forme Q, as superfícies equipotenciais
de prova q, colocada em um ponto P desse
são cascas esféricas, conforme mostra o
campo elétrico a uma distância d da carga ge-
esquema a seguir.
radora, conforme o esquema seguinte.
Q
P
Q
q

●● As linhas de força de um campo elétrico


O cálculo da energia potencial elétrica Ep do são sempre perpendiculares às superfí-
sistema constituído por Q e q envolve conhe- cies equipotenciais (tracejadas em ver-
cimentos mais avançados de Matemática. Por melho), como mostrado no esquema a
isso, admite-se sem demonstrar que: seguir.

Qq
Ep  k 
d

Nessa expressão, k é a constante eletros-


tática do meio, a mesma utilizada na Lei de
Coulomb. No vácuo, k = k0 = 9 · 109 N · m2 /C2.
Essa energia é, também, a energia potencial
elétrica da carga Q ou da carga q. ●● As fórmulas apresentadas para a ener-
Já sabemos que a energia potencial elé- gia potencial e para o potencial elétrico
trica Ep adquirida por uma carga de prova q, são válidas em relação a um ponto de
ao ser colocada no campo elétrico, é dada por referência infinitamente afastado. Nesse
Ep = q · V. ponto, a energia potencial e o potencial
são nulos.
Então, é possível escrever:
Saiba mais Os gráficos (V x d) para cargas positivas e
Qq Q negativas, respectivamente, são:
O gráfico do potencial q V  k   V k
elétrico V(r) localizado na d d V
origem de um plano xy tem
o seguinte aspecto: Pelo fato de o potencial elétrico ser uma
V(r) grandeza escalar, a carga elétrica positiva gera
+Q
potencial elétrico positivo e a carga elétrica ne-
gativa gera potencial elétrico negativo.
Observações:
●● Percebe-se que, no esquema a seguir,
uma linha de força do campo elétrico é d
y sempre orientada no sentido dos poten-
ciais decrescentes.
x Q>0 V
Por convenção, o potencial +V +V/2 +V/3 +V/4 No infinito: V = 0
da Terra é nulo.
x=d x=2·d x=3·d x=4·d d

–Q
EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

Q<0
–V –V/2 –V/3 –V/4 No infinito: V = 0
x=d x=2·d x=3·d x=4·d

378 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 378 22/09/2020 15:50:30



Sistema de cargas elétricas puntiformes
Considere o campo elétrico criado por De modo semelhante, o potencial elétrico
um sistema de cargas elétricas puntiformes resultante, no ponto considerado, é dado pela
Q1, Q 2 , Q 3 , ..., Qn . Lembre-se de que o campo soma das contribuições de cada uma das car-
elétrico resultante em dado ponto P é obtido gas do sistema. Portanto, é possível calcular o
pela soma vetorial dos campos elétricos cria- potencial elétrico resultante V em dado ponto
dos por cada uma das cargas do sistema, con- do campo pela soma algébrica dos potenciais
forme consta a seguir. elétricos gerados em cada uma das cargas do
     sistema.
E  E1  E2  E3  ...  En

V  V1  V2  V3  ...  Vn

Condutor eletrizado em equilíbrio Curiosidade


Algumas pessoas com
Como estudado no módulo anterior, um Compare no esquema a seguir como varia problemas cardíacos pre-
corpo condutor, eletrizado ou não, está em o módulo E do campo elétrico e o potencial elé- cisam utilizar um aparelho
equilíbrio eletrostático quando não existir trico V em pontos a uma distância d do centro chamado marca-passo, con-
uma movimentação ordenada de cargas elé- da esfera. forme o esquema a seguir.
O marca-passo possui uma
tricas nesse corpo. Nesse caso, é possível con-
“capa” metálica que serve
cluir que: de blindagem eletrostática
●● as cargas elétricas em excesso distri- para campos externos.
O R
buem-se pela sua superfície externa e aí

Alexonline/Shutterstock
permanecem em repouso;
●● o campo elétrico em todos os pontos in-
ternos do corpo é nulo;
●● o potencial elétrico em qualquer ponto E
do corpo, interno ou de sua superfície,
Q
é constante; k⋅
R2 Q
●● a concentração de cargas na super- k⋅
d2
fície do corpo é maior em regiões
pontiagudas;
●● o vetor campo elétrico em pontos pró- R
0 d
ximos à superfície é perpendicular à su-
perfície do corpo.
O esquema a seguir ilustra essas caracte- V
rísticas para um condutor eletrizado positiva-
mente e em equilíbrio eletrostático.
Q Q
k⋅ k⋅
R d

  
E Eint = 0
0 R d
Dentro do condutor, o campo elétrico é
nulo. Em um ponto externo e muito próximo
da superfície, o campo elétrico tem o dobro da
V(em qualquer ponto) = constante intensidade do campo em um ponto da super-
Vamos analisar de modo detalhado o caso fície. O potencial elétrico nos pontos internos e
particular de um condutor esférico eletri- da superfície é constante e não nulo. Observe
zado, por exemplo, com carga positiva. Para ainda que, para os pontos externos, tanto o
isso, considere um condutor esférico de raio R módulo do campo elétrico quanto o potencial
EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

eletrizado com carga elétrica positiva Q, em elétrico são calculados como se a carga fosse
equilíbrio eletrostático, e um ponto P a uma puntiforme e estivesse localizada no centro da
distância d do centro da esfera. esfera.

FIS B 379

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 379 22/09/2020 15:50:41



Campo elétrico uniforme
É uma configuração especial do campo vermelho correspondem às de campo e as em
elétrico: uma região entre dois condutores em azul, às de potencial elétrico. Nesse caso, qual
que as linhas de campo elétrico são paralelas, o será o trabalho elétrico para movimentar uma
vetor campo elétrico apresenta o mesmo valor carga do ponto A até B?
de intensidade, a mesma direção e o mesmo
+ –
sentido em todos os pontos. + –
+ –
+ –
– + –
+ + –
– + –
+ – + –
+ + –

+ VA d VB

+ Em campos elétricos uniformes, as equipotenciais (linhas traceja-
– das azuis) são perpendiculares a todas as linhas de campo. O valor
+ da diferença de potencial é o produto do campo pela distância das
equipotenciais.
Considerando que as linhas de campo serão sempre paralelas, teremos a
configuração de campo elétrico uniforme.
O trabalho para levar uma partícula de
Para efetuar o cálculo do campo elétrico em carga q de A para B será:
uma região uniforme, usamos o valor do campo AB  F  d
elétrico calculado para uma placa plana.
Sendo F a força elétrica (F = q · E) atuante
 sobre a partícula, temos:
E
2
AB  q  E  d
O valor do σ corresponde à distribuição su-
perficial da carga, e o valor do ε, à per­missividade A diferença de potencial, nesse caso, pode
absoluta do meio. O valor da permis­sividade está ser escrita como:
ligado à forma como as cargas se distribuem no
condutor. Quando temos duas placas próximas, U  Ed
carregadas com o mesmo valor de carga, mas de
sinais opostos, um ponto central apresenta o va- sendo essa uma equação característica para o
lor de módulo do campo elétrico dobrado e na campo elétrico uniforme.
direção da placa negativa, como indica a figura
a seguir.

∞ ∞ Movimentação de cargas
+ – Uma aplicação do campo elétrico uniforme
+ –
+ E+ – é a movimentação de cargas dentro dele. Ao
+ – inserir uma carga nessa região, haverá uma
+ E– –
+ – movimentação que pode tender para a placa
+ – positiva ou para a negativa, dependendo do si-
∞ ∞ nal da carga. Observe o esquema a seguir.
Em uma região entre as placas, o campo elétrico é o dobro do gerado v0
em cada placa. –q
E
a
O campo resultante terá intensidade de:
F Dy
    
ER EREEE E     E ER 
R 
2 22 2  
Considerando que uma carga elétrica adentre uma região de campo
elétrico uniforme, haverá deflexão em função da força elétrica que
atuará sobre a carga.

Diferença de potencial Nesse caso, a força elétrica atua sobre a


partícula com carga negativa e tende a movi-
O principal resultado que se obtém da confi- mentá-la para baixo, no sentido contrário às li-
guração de um campo é com relação à diferença nhas do campo elétrico. No geral, considerando
EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

de potencial entre pontos situados dentro da re- as configurações de cada situação-problema,


gião do campo. Pela definição de equipotenciais, pode-se utilizar a 2.ª Lei de Newton aplicando
temos que as linhas perpendiculares às linhas de todas as forças atuantes sobre a partícula para
campo apresentam o mesmo valor de potencial se obter a expressão para a força resultante e
elétrico. Como ilustrado na figura, as linhas em tirar as conclusões necessárias.

380 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 380 22/09/2020 15:50:48


FÍSICA E TECNOLOGIA
Converse
Reúna-se com seus colegas e juntos elaborem um guia rápido de como se proteger de descargas elétricas, sempre
levando em conta os conceitos físicos envolvidos, já que eles serão importantes para justificar as medidas que elencarão.
Em seguida, compartilhem o trabalho com toda a classe e conversem sobre os pontos em comum e em desacordo.

Aplicações práticas
•• A blindagem eletrostática •• Para-raios
O físico inglês Michael Faraday percebeu que o fato de o campo O fato de a concentração de cargas na superfície de um corpo
elétrico ser nulo nos pontos internos de um condutor metálico condutor eletrizado ser maior em regiões pontiagudas é conhe-
eletrizado origina uma importante aplicação prática, conhecida cido como poder das pontas e explica, por exemplo, por que os
genericamente como blindagem eletrostática. raios caem de preferência sobre objetos pontiagudos. Por isso é
Para demonstrar o fenômeno, Faraday mandou construir tão perigoso carregar guarda-chuva ou abrigar-se sob uma árvore
uma gaiola metálica, que passou a ser conhecida como gaiola de alta durante tempestades. A utilização dos para-raios está funda-
Faraday. Ao entrar na gaiola e gerar descargas elétricas externas mentada nesse fato. Como o para-raios é provido de pontas, ele é
que a atingem, mostrou que, em um condutor metálico, as cargas o alvo “prioritário” para a queda dos raios, protegendo, dentro de
se distribuem apenas em sua superfície externa, não exercendo ne- certos limites, o que está ao seu redor.
nhuma ação nos pontos internos. Assim, constatou-se que dentro

Atomazul/Shutterstock
da gaiola não há nenhum efeito de descargas elétricas externas.
Desde então, para manter um aparelho, equipamento elétrico ou
eletrônico a salvo das interferências elétricas externas, basta envolvê-
-lo com uma “capa” metálica denominada blindagem eletrostática.
É por essa razão que, ao serem fabricados, aparelhos de rádio,
reprodutores de DVDs, CDs players etc. são montados em gabi-
netes metálicos. Por igual motivo, fios elétricos e cabos coaxiais
usados na transmissão de sinais de TV e telefonia são envolvidos
por uma tela metálica.
Logo, é possível concluir que, durante uma tempestade com
raios, o melhor lugar para se abrigar é dentro de um condutor, o
interior de um carro, por exemplo.

•• Após essa discussão, montem um manual em comum com a turma e se possível divulguem para familiares e para a comunidade de
sua escola. Na divulgação, questione os envolvidos: vocês já conheciam esses cuidados com descargas elétricas? Acham importante
a divulgação desse tipo de material? (Lembre-se de argumentar a razão do ponto de vista da Física para os procedimentos presentes
no manual). Pesquise também se já há algum material oficial em sua cidade que faça esse tipo de divulgação. Se tiver, compare-o
com o feito por vocês. Caso não tenha, que tal tentar ampliar a divulgação do material elaborado por sua turma?
Retome os conhecimentos levantados no começo do módulo e faça uma verificação da aprendizagem, pois para a elaboração do material proposto, os estudantes deverão

estar pautados em conhecimentos estudados ao longo de todo o módulo. Se for o caso de divulgarem o material mais amplamente, ajude-os a contatar órgãos oficiais que

poderão oficializar esse processo.


EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

FIS B 381

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 381 22/09/2020 15:50:50


Resolvidos 3. (UFPI) Uma partícula, com carga elétrica q = 2 · 10–9 C, é liberada
do repouso numa região onde existe um campo elétrico externo.
1. (PUC Minas) A diferença de energia potencial elétrica existente Após se afastar alguns centímetros da posição inicial, a partícula
entre duas cargas puntiformes separadas por uma certa distância já adquiriu uma energia cinética, dada por EC = 4 · 10–6 J. Qual a
ficará inalterada se diferença de potencial (U = Vf – Vi) entre essas duas posições?
a) as cargas forem mantidas e a distância dividida por dois. a) –2 kV
b) cada carga for dobrada e a distância também. b) –4 kV
c) uma das cargas for dobrada e a distância multiplicada por c) 0
quatro.
d) +4 kV
d) cada carga for quadruplicada e a distância dividida por dois.
e) +2 kV
e) cada carga for dobrada e a distância multiplicada por quatro.
99 Anotações:
99 Solução: E A energia cinética entre as duas posições é dada por:
Q q
Ep  k EC = q · U
d
Observe que, se você dobrar cada carga, Ep ficará quadruplicada e, se 4 · 10–6 = 2 · 10–9 · U
multiplicar a distância por 4, Ep ficará 4 vezes menor.
U = 2 · 103 V = 2 kV

Praticando
1. (Unifesp) Na figura, as linhas tra- V 4. (PUCRS) A condução de impulsos nervosos através do corpo hu-
cejadas representam superfícies mano é baseada na sucessiva polarização e despolarização das
equipotenciais de um campo IV membranas das células nervosas. Nesse processo, a tensão elétrica
elétrico; as linhas cheias I, II, III, IV entre as superfícies interna e externa da membrana de um neurô-
e V representam cinco possíveis nio pode variar de –70 mV – chamado de potencial de repouso,
trajetórias de uma partícula de situação na qual não há passagem de íons através da membrana
III
carga q, positiva, realizadas entre – até +30 mV – chamado de potencial de ação, em cuja situação
dois pontos dessas superfícies, há passagem de íons. A espessura média de uma membrana desse
por um agente externo que realiza II tipo é da ordem de 1,0 ∙ 10–7 m. Com essas informações, pode-se
trabalho mínimo. estimar que os módulos do campo elétrico através das membranas
A trajetória em que esse trabalho I dos neurônios, quando não estão conduzindo impulsos nervosos e
é maior, em módulo, é quando a condução é máxima, são, respectivamente, em newton/
a) I. coulomb,
b) II. a) 7,0 ∙ 105 e 3,0 ∙ 105.
c) III. b) 7,0 ∙ 10–9 e 3,0 ∙ 10–9.
d) IV. c) 3,0 ∙ 105 e 7,0 ∙ 105.
e) V. d) 3,0 ∙ 108 e 7,0 ∙ 108.
99 Anotações: e) 3,0 ∙ 10–6 e 3,0 ∙ 10–6.
99 Anotações:
O trabalho é dado por:
Para um campo uniforme temos: U = E ∙ d
t=q·U
Então, para o potencial de repouso: U = E ∙ d
O trabalho será maior onde a ddp for maior. Nesse caso, a ddp é maior na trajetória V.
70 ∙ 10–3 = E ∙ 1 ∙ 10–7 → E = 7 ∙ 105 N/C

Para o potencial de ação: U = E ∙ d


2. (Mackenzie) Ao abandonarmos um corpúsculo, eletrizado positi-
vamente com carga elétrica de 2,0 µC, no ponto A de um campo 30 ∙ 10–3 = E ∙ 1 ∙ 10–7 → E = 3 ∙ 105 N/C
elétrico, ele fica sujeito a uma força eletrostática que o leva para o
ponto B, após realizar o trabalho de 6,0 mJ. A diferença de potencial 5. (Unicamp) Uma carga de –2,0 · 10–9 C está na origem de um eixo X.
entre os pontos A e B desse campo elétrico é A diferença de potencial entre x1 = 1,0 m e x2 = 2,0 m (em V) é
a) 1,5 kV. a) +3.
b) 3,0 kV. b) –3.
c) 4,5 kV. c) –18.
d) 6,0 kV. d) +18.
e) 7,5 kV. e) –9.
99 Anotações: 99 Anotações:
O trabalho da força elétrica é dado por:
Q ( 2, 0  109 )
EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

V1  k  9  109 
d 1
t = Q · (VA – VB) = Q · UAB V1  18 V
Q ( 2, 0  109 )
V2  k  9  109 
6,0 · 10–3 = 2,0 · 10–6 · UAB d 2
V2  9 V
VAB = 3,0 kV U12  V1  V2  ( 18)  ( 9)
U12  9 V

382 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 382 22/09/2020 15:50:55


6. (ENaval) Uma partícula eletrizada, possuindo carga elétrica positiva 3. C6:H22 (Enem-2009) As células possuem potencial de
igual a 2,0 · 10–9 C e massa 10 · 10–10 kg, é abandonada do repouso membrana, que pode ser classificado em repouso ou
num ponto P de um campo elétrico uniforme, horizontal e de ação, e é uma estratégia eletrofisiológica interessante
módulo igual a 400 V/m. Desprezando-se a ação gravitacional, e simples do ponto de vista físico. Essa característica
a perda de energia potencial no deslocamento de 4,0 m até um eletrofisiológica está presente na figura a seguir, que mostra um
outro ponto Q é potencial de ação disparado por uma célula que compõe as fibras
a) 2 · 10–7 J. de Purkinje, responsáveis por conduzir os impulsos elétricos para
b) 16 · 10–7 J. o tecido cardíaco, possibilitando assim a contração cardíaca.
­Observa-se que existem quatro fases envolvidas nesse potencial
c) 8 · 10–7 J.
de ação, sendo denominadas fases 0, 1, 2 e 3.
d) 32 · 10–7 J.
Fase 1
e) 16 · 10–6 J.

Potencial de membrana (mV)


0 Fase 2
99 Anotações:
Qq
A equação da energia potencial elétrica é dada por: EP  k  Fase 3
d
k Q –50 Fase 0
O campo elétrico é dado por: E  2  400  d2  k  Q
d
Substituindo na equação da energia potencial elétrica, temos:
400  d  q
2
EP   400  4  2  10 9
d –100
EP  32  10 7 J
200 400 600
Tempo (ms)
Desenvolvendo Habilidades
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV, e quando ocorre
1. C5:H18 (UPE-2013) Considere a Terra como uma esfera condutora, influxo de íons Na+ e Ca2+, a polaridade celular pode atingir valores
carregada uniformemente, cuja carga total é 6,0 μC, e a distância entre de até +10 mV, o que se denomina despolarização celular. A mo-
o centro da Terra e um ponto P na superfície da Lua é de aproximada- dificação no potencial de repouso pode disparar um potencial de
mente 4 · 108 m. A constante eletrostática no vácuo é de aproximada- ação quando a voltagem da membrana atinge o limiar de disparo
mente 9 · 109 Nm2/C2. É correto afirmar que a ordem de grandeza do que está representado na figura pela linha pontilhada. Contudo,
potencial elétrico nesse ponto P na superfície da Lua vale, em volts, a célula não pode se manter despolarizada, pois isso acarretaria a
a) 10–2. d) 10–5. morte celular. Assim, ocorre a repolarização celular, mecanismo
b) 10–3. e) 10–12. que reverte a despolarização e retorna a célula ao potencial de
repouso. Para tanto, há o efluxo celular de íons K+.
c) 10 . –4
Qual das fases, presentes na figura, indica o processo de despola-
2. C5:H17 (UFMS) O vento desloca uma nuvem, carregada, com veloci- rização e repolarização celular, respectivamente?
dade V constante e horizontal, próximo da superfície da Terra (veja a a) Fases 0 e 2
figura). A nuvem está carregada negativamente com uma distribuição
de cargas uniforme. Suponha que, devido à evaporação de água, b) Fases 0 e 3
moléculas de água estejam flutuando próximo à superfície da Terra. c) Fases 1 e 2
Como o centro de cargas positivas dos dois átomos de hidrogênio d) Fases 2 e 0
não coincide com o centro de cargas negativas do átomo de oxigênio
e) Fases 3 e 1
que constituem cada molécula d’água, podemos considerar cada
molécula d’água como um dipolo elétrico com cargas +2e e –2e, onde 4. C5:H17 (EsPCEx-AMAN-2013) Duas esferas metálicas de raios RA
e é a carga do elétron. Esses dipolos estão inicialmente em repouso e e RB, com RA< RB, estão no vácuo e isoladas eletricamente uma da
com orientações aleatórias. Considere sempre uniformes os campos outra. Cada uma é eletrizada com uma mesma quantidade de carga
gravitacional, produzido pela Terra, e elétrico, produzido pela nuvem. positiva. Posteriormente, as esferas são interligadas por meio de um
Com relação aos fenômenos físicos que ocorrerão quando a nuvem fio condutor de capacitância desprezível e, após atingir o equilíbrio
passar sobre os dipolos, assinale a alternativa correta. eletrostático, a esfera A possuirá uma carga QA e um potencial VA, e
Nuvem a esfera B uma carga QB e um potencial VB. Baseado nas informações
anteriores, podemos, então, afirmar que
V
a) VA < VB e QA = QB.
Dipolos b) VA = VB e QA = QB.
Superfície c) VA < VB e QA < QB.
– Região de campo
– da Terra
+

+ + elétrico uniforme d) VA = VB e QA < QB.


+

+



– – +
+

e) VA > VB e QA = QB.

– – +
+ + + +

5. C6:H20 (Mackenzie) Um corpúsculo dotado de carga elétrica nega-


a) O vetor que representa o campo elétrico produzido pela nuvem tiva é abandonado, a partir do repouso, no interior de um campo
possuirá sentido da nuvem para a superfície da Terra. elétrico uniforme, gerado por duas placas metálicas, paralelas
b) Os dipolos serão alinhados pelo campo elétrico, atraídos e entre si e carregadas com cargas iguais e de sinais diferentes. O
arrastados até a nuvem. movimento adquirido por esse corpúsculo, em relação às placas, é
c) A força elétrica resultante em cada dipolo será nula. a) retilíneo e uniforme.
EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

d) Durante o alinhamento dos dipolos, a força elétrica não realiza b) retilíneo uniformemente retardado.
trabalho nos dipolos. c) retilíneo uniformemente acelerado.
e) Os dipolos ficarão alinhados predominantemente na direção d) circular uniforme.
horizontal. e) acelerado com trajetória parabólica.

FIS B 383

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 383 22/09/2020 15:51:04


6. C5:H17 (Fuvest-2013) Um raio proveniente de uma nuvem transpor- II. O potencial elétrico no ponto D é menor que no ponto C.
tou para o solo uma carga de 10 C sob uma diferença de potencial III. Uma partícula carregada negativamente, abandonada no
de 100 milhões de volts. A energia liberada por esse raio é ponto B, se movimenta espontaneamente para regiões de
a) 30 MWh. menor potencial elétrico.
b) 3 MWh. IV. A energia potencial elétrica de uma partícula positiva diminui
c) 300 kWh. quando se movimenta de B para A.
d) 30 kWh. É correto o que se afirma apenas em
e) 3 kWh. a) I.
b) I e IV.
Complementares c) II e III.
d) II e IV.
1. (PUCRS) A figura a seguir mostra três linhas equipotenciais em torno e) I, II e III.
de uma carga positiva que pode ser considerada puntiforme (as
dimensões da carga são muito menores que as distâncias consi- 4. (UESPI) Uma carga pontual Q está fixa no vácuo. A linha tracejada
deradas no problema). na figura corresponde a uma circunferência de raio R e centro em Q.
Uma outra carga pontual q é levada da posição A à posição B atra-
C vés da trajetória mostrada na figura em linha sólida. A constante
B elétrica no vácuo é denotada por k. O trabalho da força elétrica
entre as posições A e B é igual a
B

6,0 V
A
3,0 V q
Q
1,0 V R A
O trabalho realizado por uma força externa ao deslocar, com velo-
cidade constante, a carga de prova de 1,0 · 10–6 C de A até C através
do caminho indicado ABC, em joules, é
a) –5,0 · 10–6.
a) zero.
b) –3,0 · 10–6.
b) kQq/R.
c) –2,0 · 10–6.
c) kQq/(2R).
d) 1,0 · 10–6.
d) kQq/(R 2 ).
e) 2,0 · 10–6.
e) kQq/(2R 2 ).
2. (UFLA) O diagrama de potencial elétrico versus distância de uma
carga elétrica puntiforme Q no vácuo é mostrado a seguir. Con- 5. (Fuvest-2018) Na figura, A e B representam duas placas metálicas;
sidere a constante eletrostática do vácuo k0 = 9,0 · 109 Nm2/C2. a diferença de potencial entre elas é VB – VA = 2,0 · 104 V. As linhas
V (volt) tracejadas 1 e 2 representam duas possíveis trajetórias de um
elétron, no plano da figura.
B

30
2
1
3 r (cm)
Pode-se afirmar que o valor de Q é
a) +3,0 · 10–12 C.
A
b) +0,1 · 10–12 C. X

c) +3,0 · 10–9 C. Considere a carga do elétron igual a –1,6 · 10–19 C e as seguintes


afirmações com relação à energia cinética de um elétron que sai
d) +0,1 · 10–9 C. do ponto X na placa A e atinge a placa B:
e) –3,0 · 10–12 C. I. Se o elétron tiver velocidade inicial nula, sua energia cinética,
3. (IFSP-2011) Na figura a seguir, são representadas as linhas de força ao atingir a placa B, será 3,2 · 10–15 J.
em uma região de um campo elétrico. A partir dos pontos A, B, C e II. A variação da energia cinética do elétron é a mesma, indepen-
D situados nesse campo, são feitas as seguintes afirmações: dentemente de ele ter percorrido as trajetórias 1 ou 2.
D III. O trabalho realizado pela força elétrica sobre o elétron na traje-
tória 2 é maior do que o realizado sobre o elétron na trajetória 1.
C Apenas é correto o que se afirma em
EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

B a) I.
A b) II.
c) III.
I. A intensidade do vetor campo elétrico no ponto B é maior d) I e II.
que no ponto C. e) I e III.

384 FIS B

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 384 22/09/2020 15:51:06


6. (UFRGS) A figura a seguir representa a vista lateral de duas placas 10. (ITA) Três esferas condutoras, de raio a e carga Q, ocupam os vér-
metálicas quadradas que, em um ambiente desumidificado, foram tices de um triângulo equilátero de lado b > a, conforme mostra
eletrizadas com cargas de mesmo valor e de sinais contrários. As a ­figura (1). Considere as figuras (2), (3) e (4), em que, respectiva-
placas estão separadas por uma distância d = 0,02 m, que é muito mente, cada uma das esferas se liga e desliga da Terra, uma de cada
menor do que o comprimento de seus lados. Dessa forma, na região vez. Determine, nas situações (2), (3) e (4), a carga das esferas Q1,
entre as placas, existe um campo elétrico praticamente uniforme, Q2 e Q3, respectivamente, em função de a, b e Q.
cuja intensidade é aproximadamente igual a 5 ∙ 103 N/C. Para se Q Q
transferir uma carga elétrica positiva da placa negativamente
carregada para a outra, é necessário realizar trabalho contra o
campo elétrico. Esse trabalho é função da diferença de potencial
existente entre as placas.
+Q
Q Q Q1 Q
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
d
– – – – – – – – – – – – –
–Q
Fig. (1) Fig. (2)
Quais são, respectivamente, os valores aproximados da diferença
de potencial entre as placas e do trabalho necessário para transferir
uma carga elétrica de 3 ∙ 10–3 C da placa negativa para a positiva? Q Q3
a) 15 V e 0,2 J
b) 75 V e 0,2 J
c) 75 V e 0,3 J
d) 100 V e 0,3 J
Q1 Q2 Q1 Q2
e) 100 V e 0,4 J
7. (EPCAr-AFA-2017) Um sistema é composto por quatro cargas elé-
tricas puntiformes fixadas nos vértices de um quadrado, conforme Fig. (3) Fig. (4)
ilustrado na figura.
l
+Q q1

O
l l
E

–Q q2
l

As cargas q1 e q2 são desconhecidas. No centro O do quadrado o


vetor campo elétrico E, devido às quatro cargas, tem a direção e o
sentido indicados na figura.
A partir da análise deste campo elétrico, pode-se afirmar que o
potencial elétrico em O
a) é positivo.
b) é negativo.
c) é nulo.
d) pode ser positivo.
8. Sabe-se que uma carga puntual Q = –4 µC cria no ar, em um ponto
situado a uma distância x da mesma, um campo elétrico de módulo
9,0 · 105 N/C. O potencial elétrico criado pela mesma carga no ar,
num outro ponto situado a uma distância 4x desta, em volts, vale
(Dado: k0 = 9,0 · 109 N · m2/C2)
a) 1,8 · 105.
b) 4,5 · 104.
c) –4,5 · 104 .
d) 9,0 · 106 .
e) Faltam dados para calcular o potencial elétrico.
EM21_2_FIS_B_04

EM21_2_FIS_B_04

ONLINE
GABARITO E SOLUCIONÁRIO ONLINE
9. Três cargas idênticas, Q1 = Q2 = Q3 = +1,0 mC, situam-se nos vértices de Façaoodownload
1. Faça downloaddodo aplicativo
aplicativo SAE SAE Questões
Questões ou qualquer aplicativo
ou qualquer
um triângulo equilátero, cujo lado mede L = 5 3 m. Considerando de leituradeQRleitura
aplicativo Code.QR Code.
que o meio é o ar, com k0 = 9,0 · 109 N · m2/C2, determine o potencial Abraooaplicativo
2. Abra aplicativo e aponte
e aponte parapara o QRQRCode
um dos Codesaoaolado.
lado
3. para acessardeste
O gabarito o gabarito ou o será
módulo solucionário
exibidodeste módulo.
em sua tela.
elétrico criado no baricentro do triângulo pelo conjunto das cargas.

FIS B 385

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 385 22/09/2020 15:51:12


MATRIZ DE REFERÊNCIA
Conteúdos: Condutores e isolantes
Eixos: II, IV e V
Competência: 5 e 6
Habilidades: 17 e 20

ISOLANTES NA
ALIMENTACÃO

Condutores e isolantes Na vida real...


U
ma dieta balanceada é muito importante para o bom funcionamento do nosso Magda, depois de ler sobre gorduras
organismo, por isso precisamos nos alimentar com carboidratos, proteínas, e obesidade, percebeu que a sua
vegetais e até mesmo lipídios. Os lipídios são muito importantes para o corpo alimentação não era saudável e
dos seres vivos e a Física explica o porquê!
que ela consumia muitos alimentos
Depois que ingerimos as gorduras e o nosso corpo faz a sua digestão, um processados. Então, ela resolveu
dos destinos da gordura é embaixo da nossa pele e nos proporciona uma excelente ir a um nutricionista. Chegando ao
proteção térmica, protegendo o nosso corpo e mantendo a nossa temperatura corporal, consultório, Magda relatou sobre a
exercendo a importante função de isolante térmico. sua alimentação e a falta de exercícios
Claro que, por mais que precisemos de gordura para obtenção de energia, controle físicos, antes de lhe passar uma dieta
hormonal e de colesterol, a gordura é uma das causadoras do alto índice de obesidade no e falar sobre o perigo do sedentarismo,
mundo. O Brasil possui números alarmantes dessa doença que cresce cada vez mais, por o nutricionista realizou um exame
isso é muito importante que tenhamos uma dieta completamente balanceada. chamado BIOIMPEDÂNCIA.

Balança para a realização do exame bioimpedância


O exame de bioimpedância é realizado com o auxílio de uma balança específica que possui placas de metal e, com isso, uma baixa
corrente elétrica (1,7 mA) circula pelo seu corpo, através do líquido do tecido muscular, pois a água é um excelente condutor elétrico.
Mas como isso é capaz de calcular o índice de gordura, a massa magra, o IMC (Índice de Massa Corpórea), entre outras coisas?

Quando essa corrente circula pelo seu corpo ela encontra uma barreira, que é o seu tecido adiposo, ou seja, a parte isolante: a gordura.
Assim, através da mudança de velocidade da corrente elétrica ao encontrar a gordura comparada com os tecidos, é possível fornecer
sete parâmetros: a hidratação; a gordura visceral; a massa magra; a massa gorda; a densidade óssea; a taxa metabólica basal; e a
massa corporal.

598

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 598 22/09/2020 15:51:34


Análise da composição corporal Análise músculo-gordura
Abaixo Normal Acima
Quantidade total
Água corporal total  (L) 28,2 (28,5~34,9)
de água no corpo 55 70 85 100 115 130 145 160 175 %
Peso (kg) 63,4

Para a construção Massa muscular 70 80 90 100 110 120 130 140 150 %
Proteína  (kg) 7,6 (7,7~9,4) esquelétira (kg)
de músculos 21,0

Massa de 40 60 80 100 160 220 280 340 400 %

Para fortalecer ­gordura (kg) 24,8


Minerais  (kg) 24,8 (11,2~18,0)
os ossos
Análise de obesidade
Para armazenar Abaixo Normal Acima
Peso  (kg) 63,4 (47,7~64,5)
energia extra
10,0 15,0 18,5 21,5 25,0 30,0 40,0 45,0 50,0 %
IMC (kg/m2)
Índice de massa corporal 24,3

A soma acima Peso  (kg) 63,4 (47,7~64,5) PGC (kg) 8,0 13,0 18,0 23,0 28,0 33,0 38,0 48,0 53,0 %

Porcentual de gordura 39,1

Análise de massa magra segmentar Análise da gordura segmentar

1,89 kg 1,89 kg 1,8 kg 1,8 kg


88,8% 88,5% 189,4% 190,2%
Normal Normal Alto Alto
Esquerdo

Esquerdo
Direito

Direito
6,20 kg 6,15 kg 3,8 kg 3,8 kg
92,1% 91,3% 159,1% 159,3%
Normal Normal Normal Normal

Pontuação InBody Controle de peso Avaliação de obesidade


64/100 pontos Peso ideal 56,1 kg IMC Normal Abaixo
* Pontuação total, que reflete a avaliação da composição corporal. Controle de peso –7,3 kg
Uma pessoa musculosa pode marcar mais de 100 pontos. Levemente acima Acima
Controle de gordura –11,9 kg
Controle muscular +4,6 kg PGC Normal Abaixo Acima

Relação cintura-quadril Nível de gordura visceral Dados adicionais


Abaixo 10 Acima Massa livre de gordura 38,6 kg
0,75 0,85 Taxa metabólica basal 1204 kcal
0,92 Nível 12 Grau de obesidade 113 % (90~110)
Ingestão calórica recomendada 1652 kcal

Impedância
BD BE TR PD PE
Z(Ω)20kHz 480,2 478,8 29,9 362,2 354,3

Analise o exame de bioimpedância da Magda e responda às b) A gordura visceral é a gordura localizada na região
seguintes perguntas: do abdômen. De acordo com o resultado, Magda
a) Analise a composição corporal da Magda e indique está acima ou abaixo do normal para o seu corpo?
quais são os pontos em que ela precisa melhorar. Está acima, o normal seria 10 e o dela está 12.

O seu nível de hidratação está baixo e de proteínas está abaixo do

normal, já a gordura está acima do normal. Os minerais e o peso estão c) Com relação aos dados de obesidade de Magda, o
que você acredita que será a recomendação do nu-
dentro da faixa esperada. Mas Magda não está no seu peso ideal,
tricionista para ela?
precisando perder 7,3 kg, 11,9 kg de gordura e ganhar 4,6 kg de massa Como o grau de obesidade da Magda está um pouco acima do normal, e

magra. o seu PGC (porcentual de gordura) está bem acima do normal, a possível

recomendação do nutricionista é evitar alimentos gordurosos e indus-

trializados, além da inclusão de alimentos mais nutritivos e saudáveis.

CIÊNCIAS DA NATUREZA 599


FIS

YARUNIV Studio, Aleshin_Aleksei/Shutterstock

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 599 22/09/2020 15:51:36


É ÓLEO OU
MATRIZ DE REFERÊNCIA
Conteúdos: Unidades
de concentração;
Capacidade de formar

Gordura?
cadeias; classificação
do átomo de carbono
Eixos: II, III e IV
Competência: 5 e 7
Habilidades: 17 e 24

As•Gorduras•Saturadas•e•as•Insaturadas

V
Você já parou para pensar apenas ligações simples
sobre a diferença entre as entre si e são encontradas
gorduras e os óleos? Quais nos alimentos de origem
são suas diferenças? São animal e seus derivados:
bons ou maus para a nossa manteiga, queijo, leite integral,
saúde? E por que são importantes gema de ovo, entre outros, e
na nossa alimentação? também em alguns alimentos
A primeira diferença que podemos de origem vegetal, como a
notar é o seu estado físico, pois gordura de coco e palmito.
enquanto algumas gorduras são Já as cadeias carbônicas dos
sólidas, outras são líquidas a óleos possuem pelo menos
temperatura ambiente. Quando uma ligação dupla entre os
são sólidas, chamamos de átomos de carbono, e são
gorduras saturadas, já quando são encontradas em gorduras
líquidas, chamamos de gorduras de origem vegetal, ou seja,

ck
rsto
insaturadas ou de óleos. os óleos de milho, soja, oliva,

utte
/Sh
entre outros.

ring
A diferença entre os dois tipos

tsp
Ligh
é totalmente química, pois Os óleos ainda podem ser
as gorduras possuem ácidos classificados em gorduras
graxos saturados, enquanto os monoinsaturadas e gorduras
óleos possuem ácidos graxos poliinsaturadas, de acordo com
insaturados. o número de duplas ligações
As gorduras possuem longas que possuem ao longo da
cadeias carbônicas onde os seus cadeia carbônica.
átomos de carbono realizam

NÓS DEVEMOS CONSUMIR GORDURA?


Como podemos observar nos rótulos dos alimentos, todos possuem
SIM! mais de um tipo de gordura, mas devemos optar primeiramente pelos
alimentos que possuem uma maior quantidade de gordura insaturada,
sendo essas as melhores para o nosso organismo, pois aumentam o
colesterol bom (HDL) e reduzem o colesterol ruim (LDL), prevenindo doenças
cardíacas. Depois as gorduras saturadas, que já não são tão boas para o nosso
corpo e devem ser moderadas. Por fim, evitar as gorduras trans, pois essas,
assim como as saturadas, podem causar obesidade, aumentam o colesterol ruim
e diminuem o colesterol bom, entre outros danos.

600

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 600 22/09/2020 15:51:39


TESTE SUAS CONEXÕES
(ENEM 2018) O colesterol total de uma pessoa é obtido pela soma O paciente, seguindo as recomenda-
da taxa do seu “colesterol bom” com a taxa do seu “colesterol ruim”. ções médicas sobre estilo de vida e
Os exames periódicos, realizados em um paciente adulto, apresen- alimentação, realizou o exame logo
taram taxa normal de “colesterol bom”, porém, taxa do “colesterol após o primeiro mês, e a taxa de LDL
ruim” (também chamado LDL) de 280 mg/dL. O quadro apresenta reduziu 25%. No mês seguinte, rea-
uma classificação de acordo com as taxas de LDL em adultos. lizou novo exame e constatou uma
redução de mais 20% na taxa de
Taxa de LDL (mg/dL) LDL.
De acordo com o resultado do se-
Ótima Menor do que 100
gundo exame, a classificação da
Próxima de ótima De 100 a 129 taxa de LDL do paciente é

Limite De 130 a 159 a) ótima.


b) próxima de ótima.
Alta De 160 a 189
c) limite
Muito alta 190 ou mais d) alta.
e) muito alta.
Considerando a taxa inicial igual a 280 mg/dL e a redução, em um mês, de 25%, a taxa irá para (280 · 0,75 = 210 mg/dL). No segundo mês, houve
redução em 20%. Assim, a taxa final corresponde a (210 · 0,8 = 168 mg/dL). Assim, a taxa pode ser considerada alta.
Nessa etapa final de Conexões e contextos sobre os Alimentos – Gorduras saturadas e insaturadas, é possível iniciar o assunto mostrando aos
estudantes exemplos de óleos e gorduras presente no cotidiano deles, você também pode solicitar para que os estudantes tragam rótulos desses
alimentos de casa. Para trabalhar com as cadeias carbônicas é interessante levar modelos para construí-los juntamente com os estudantes.

utterstock /Sh
Sergiy Kuzmin

Por que a A N S
R D U R
GO à saúde?A T R
faz mal m óleo ve
getal é
Quando u industrialmente
ado
transform rdura sólida, ela é
u m a g o ans, e se
em gordura tr ordura
m a d a d e
cha ag
cida com
torna pare . É normalmente
saturada em alimentos
a
encontrad como, biscoitos,
d o s , .
processa olachas recheadas
s e b
sorvete

CIÊNCIAS DA NATUREZA 601


QUI

PG21LP321SDF0_MIOLO_EM21_2_FIS_LP_2.indb 601 22/09/2020 15:51:53


MATRIZ DE REFERÊNCIA
Conteúdos: Sistema
digestório humano,
processo de digestão
Eixos: II, III e V
Competência: 4, 5 e 8
Habilidades: 14, 17
e 29

PELO SISTEMA DIGESTÓRIO


A viagem dos alimentos pelo nosso corpo é fantástica, tudo funcionando e metabolizando
para nos manter com energia e saudáveis. Cada etapa que ocorre no nosso sistema digestivo é
essencial para que o nosso corpo se mantenha vivo e é particular para cada tipo de alimentos
que consumimos.

De todos os alimentos que nós consumimos o nosso corpo consegue aproveitar alguma
fonte de energia, nutrição ou minerais, pois os alimentos possuem uma composição química
complexa, formados por uma parte orgânica e uma parte inorgânica. Leia mais

Como as calorias viram gordura no corpo?


A
Ao ingerir mais calorias do que as que são gastas nas atividades diárias, a tendência é
que o excesso seja armazenado como gordura pelo organismo. Mas atenção: caloria –
ou quilocaloria – não é uma substância que vem dentro da comida, e sim uma unidade
de medida de energia. O valor calórico de um alimento serve, portanto, para indicar
quanta energia ele fornece para o corpo. Um ser humano precisa consumir todo dia,
em média, 30 calorias por quilo de seu peso. Se a pessoa ingere mais calorias do que isso, o
corpo estoca como gordura. Ao ingerir menos calorias, o corpo emagrece, queimando essas
reservas para atender à necessidade diária de energia.
1. Os alimentos contêm três tipos de nutriente: carboidratos (comum em pães e massas),
proteínas (abundante nas carnes) e triglicerídeos (óleos e gordura). Ao fim da digestão, o
alimento é quebrado em glicose (vinda dos carboidratos), aminoácidos (que formam as
proteínas) e ácidos graxos (vindos dos triglicerídeos)
2. O intestino delgado absorve os nutrientes para jogá-los na corrente sanguínea. Ao entrar
no fígado, os triglicerídeos voltam a ser ácidos graxos. Lá dentro, são reprocessados para
formar lipoproteínas que voltam ao sangue para abastecer as células do corpo todo
3. Se sobram triglicerídeos, eles são absorvidos pelo tecido adiposo – formado por 30
bilhões de células que armazenam gordura – por meio das lipoproteínas. Esse tecido
aparece sob a pele (gordura subcutânea), ao redor dos órgãos (gordura visceral), na medula
óssea e no tecido do peito
4. A glicose, principal fonte de energia do corpo, é usada pelas células ou armazenada
como glicogênio no fígado e nos músculos. Se for ingerida em excesso, porém, pode ser
processada pelo fígado para gerar mais triglicerídeos, que serão estocados, ou seja, gordura.
A gordura subcutânea se acumula em coxas, quadril e braço. A visceral – que aumenta o
nobeastsofierce/Shutterstock

risco de doença cardiovascular – é estocada na barriga


5. Os aminoácidos viajam pela corrente sanguínea e são usados pelas células de todo o
corpo para sintetizar proteínas e usá-las para reconstituir várias estruturas, como o tecido
muscular. O excesso é eliminado pelos rins em forma de ureia, na urina.
BIANCHIN, V. Superinteressante. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-as-
calorias-viram-gordura-no-corpo/ . Acesso em: 29 jun. 2019.

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Macronutrientes

Double Brain/Shutterstock
Carboidratos Proteínas Lipídios

Nessa etapa final de conexões e conceitos sobre os Alimentos – Sistema digestório, é possível iniciar o assunto com um exemplo
de uma dieta balanceada, identificando proteínas, carboidratos e lipídios, após isso, mostre aos estudantes o caminho percorrido
por todos os alimentos no sistema digestório humano.
Habilidades da BNCC: EM13CNT207.

TESTE SUAS CONEXÕES


(Enem-2013)
Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos
A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento da
silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Elinger,
presidente da sociedade brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas
mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer
menos frutas e feijão.
Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da
nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que participam do programa não praticavam nenhum
esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias.
Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. “E
não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da asso-
ciação brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos
projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte
da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”, exemplifica Claudia.
DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012. Adaptado.
Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as informações
apresentadas no texto indicam que
a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constitui fato-
res relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes.
b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo de
alimentos ricos em proteínas contribuiu para o aumento da obesidade entre os adolescentes.
c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescente
tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico.
d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de ali-
mentação, enquanto que na população adulta os fatores hereditários são preponderantes.
e) a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes entre a população
adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica.

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BIO

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Anotações

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