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QUADRO ESTRUTURAL
E SISTEMA MOTRIZ DA
MÁQUINA AGRÍCOLA
CARTILHA III
QUADRO ESTRUTURAL E
SISTEMA MOTRIZ DA MÁQUINA
AGRÍCOLA
CARTILHA III
SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo - 2020
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Andréia de Rezende Bittencourt
Divisão Técnica do SENAR-AR/SP
AUTORES
Carlos Roberto Ramos da Cruz – Administrador de Empresas
Edval Piatti - Engenheiro Mecânico
Marcelo Perrone Ribeiro - Engenheiro Mecânico
COLABORADORES
Sindicato Rural de Bragança Paulista - SP
Sindicato Rural de Ribeirão Preto - SP
REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente
DIAGRAMAÇÃO
Felipe Prado Bifulco
Thais Junqueira Franco
Diagramadores do SENAR-AR/SP
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 11
BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................................................72
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.
Do nosso lado, vamos tentar propor situações de aprendizagem que sejam estimulantes,
envolventes e prazerosas. Nelas, você terá a possibilidade de usar o que já sabe e aprender
com o saber dos seus companheiros de estudo.
Desejamos ardentemente que você realmente amplie sua capacidade de aprender e que
essas experiências sejam valiosas para você.
Boa Sorte!
A máquina agrícola é uma fonte de potência importante no meio rural, pois traciona e
movimenta implementos e equipamentos agrícolas com a finalidade de realizar diversas
operações no campo, a fim de facilitar e auxiliar as tarefas dos trabalhadores rurais. Para tanto,
é uma máquina complexa e composta de diversos sistemas. Os sistemas que estudaremos
inicialmente nesta cartilha são Quadro Estrutural e Motriz. O Quadro Estrutural abriga todos
os outros sistemas que são montados sobre ele, sendo um dos principais o Sistema Motriz,
que é o responsável pelo fornecimento de potência tanto para a movimentação da máquina
e todos os seus sistemas auxiliares como para o acionamento de outros equipamentos a
ela acoplados.
Motriz Freios
Transmissão
Figura 01
Quadro estrutural
O quadro estrutural é uma estrutura metálica de suporte para todos os componentes que
constituem a máquina agrícola. Esta estrutura pode ser de aço, alumínio ou qualquer outro
material rígido. Sua aplicação é mais conhecida em veículos de passeio e de carga. Na
construção das máquinas agrícolas o quadro estrutural pode ser monobloco ou chassi.
Esta estrutura, além de suportar o peso de todos os componentes, deve absorver todos os
esforços a que a máquina fica submetida durante o trabalho. As máquinas agrícolas podem
ser montadas em quatro tipos de quadros estruturais: Monobloco, Chassi, Semichassi e
Chassi articulado.
1. CONHEÇA O MONOBLOCO
Figura 03
3. CONHEÇA O SEMICHASSI
A estrutura de semichassi é geralmente utilizada para montar máquinas entre 180 e 350 cv.
O objetivo da montagem neste conjunto é evitar que os esforços sejam aplicados diretamente
no motor. O semichassi apresenta características de trator rígido, fácil de realizar manobras
e de adequar implementos. Figura 04
Consideremos que os motores utilizados nas máquinas agrícolas são “máquinas térmicas”,
isto é, transformam calor em trabalho. O calor pode ser obtido de diferentes fontes:
combustão, energia elétrica, energia atômica, etc. No caso das máquinas agrícolas, o calor
é obtido pela queima do combustível, ou seja, a energia química se transforma em trabalho
mecânico. Especificamente a mistura ar-combustível, sendo queimada, transforma-se em
movimento.
Para melhor entendimento da classificação dos motores, segue abaixo um esquema com a
energia utilizada, a forma de utilização, o tipo de máquina e mais alguns detalhes importantes,
com ênfase nos motores ciclo Otto, ciclo Diesel e a vapor:
TABELA 01 – Classificação dos Motores
Energia Forma de Tipo de Características de
Denominação do motor
utilizada utilização máquina funcionamento
Corrente
Campo contínua
magnético Corrente
Elétrica
alternada
Campo
eletrostático
Nuclear
Rotativo
Alternativo de Ignição comandada Ciclo Otto
Volumétrica
pistão Ignição por compressão Ciclo Diesel
Orbital
Combustão
interna Turbo-motor
Turbina a gás
Turbo-jato
Térmica Contínua Pulso reator
Reator Auto-reator
Foguete
Rotativo
Combustão Volumétrica A vapor
Alternativo
externa A gás
Contínua Turbina a vapor
Mecânica
Química
Volante
Cilindro Pistão
Biela
Vapor
Calor
Figura 06
Estudaremos aqui os motores de combustão interna alternativos, que transformam o
movimento alternativo em rotativo.
Figura 07
O movimento dos pistões ligados às bielas (movimento alternativo), que por sua vez estão
O ciclo Otto é um ciclo termodinâmico criado pelo engenheiro alemão Nikolaus Otto em
1876, que implementou o funcionamento dos motores de combustão interna de ignição por
centelha (gasolina, álcool e GNV). Quanto ao funcionamento, os motores ciclo Otto podem
ser de 2 ou de 4 tempos.
O ciclo Diesel é um ciclo termodinâmico, criado pelo engenheiro alemão Rudolf Diesel em
1893, que patenteou e implementou o funcionamento dos motores de combustão interna
de ignição por compressão (óleo Diesel e biodiesel). Quanto ao funcionamento, os motores
ciclo Diesel podem ser de 2 ou de 4 tempos.
O motor do Ciclo Otto utiliza energia elétrica para dar início à reação de combustão. A
centelha (faísca elétrica) é produzida pela vela de ignição. O combustível é misturado com
o ar fora da câmara de combustão. Nos motores mais modernos somente o ar é admitido
na câmara de combustão e o combustível é injetado diretamente.
Motor rotativo é aquele que emprega rotor que gira em torno de seu próprio eixo produzindo
movimentos de rotação, diferentemente dos motores alternativos a pistão. Também é
conhecido como motor rotativo sem pistões ou motor de pistões rotativos.
Ciclo do motor Wenkel rotativo
Admissão Compressão Ignição Exaustão
Figura 08
1. Duto de admissão 1. Pinhão fixo
2. Duto de exaustão 2. Câmara de resfriamento (água)
3. Bloco 3. Câmara de combustão
3. Rotor T. Trajeto percorrido pela vértice
5. Eixo do motor (virabrequim) do motor
Figura 11
AR AR
Neste tipo de motor ocorre uma explosão a cada volta do virabrequim. As vantagens deste
motor são o menor peso e a maior rotação, porém possuem um consumo específico maior
de combustível. São mais utilizados em veículos leves como motocicletas e máquinas
manuais (roçadoras, motosserras, etc.).
AR Exaustão
Figura 12
Admissão Compressão Expansão Exaustão
São os motores utilizados nas máquinas agrícolas, portanto, foco principal de nosso estudo.
Podemos destacar que são motores relativamente rápidos e de grande torque, permitindo
acionar máquinas com grande capacidade de carga e tração.
Nos motores de combustão interna ciclo Otto de 4 tempos, os tempos também ocorrem
separadamente, ou seja, a cada subida ou descida do pistão acontece uma etapa diferente:
1ª admissão, 2ª compressão, 3ª expansão e 4ª exaustão ou escapamento.
Ciclo Otto 4 tempos
Ar e combustível Exaustão
Figura 13
2. CONHEÇA OS CILINDROS EM V
Nos motores em “V” os cilindros são montados em duas bancadas em linha, ou seja, como
dois motores em linha unidos pelo mesmo virabrequim com angulação variável (60° por
exemplo). Podem ser de 4, 6, 8, 12 ou 16 cilindros. Os motores são designados por um “V”
seguido de um traço, por exemplo, V-8.
Os motores opostos têm duas carreiras de cilindros diretamente opostos, com eixo de
manivelas no centro. Os pistões das duas carreiras de cilindros são conectados ao eixo de
manivelas. Normalmente é montado com os cilindros na posição horizontal.
Figura 14
Disposição cilindros motor em linha
Pistão
Bloco
Biela
Carter Árvore de
manivelas
Componentes fixos
Figura 15
Componentes móveis
1. CONHEÇA O CABEÇOTE
O cabeçote localiza-se na parte superior do motor, que tampa a cavidade dos cilindros
e contra a qual os pistões comprimem a mistura ar-combustível. É composto pela tampa
de válvulas, câmara de combustão, válvulas de admissão e de escape, molas, sedes de
válvulas, balancins, hastes ou varetas, tuchos, pastilhas e juntas.
São fabricados, em sua maioria, em ferro fundido e em alguns casos em ligas de alumínio,
quando se exige menor peso.
Tampa de válvulas
Figura 16
É um espaço vazio usinado na face do cabeçote que fica em contato com o bloco do motor
e que abriga a mistura ar-combustível quando comprimida. Pode englobar também o espaço
escavado na cabeça do pistão.
Figura 17
1.3. Conheça as válvulas de admissão e de escape
As molas se localizam nas hastes das válvulas de admissão e de escape e servem para
forçar o seu fechamento.
Molas das válvulas (admissão e escape)
Figura 19
1.5. Conheça a sede de válvula
Figura 20
Hastes / Varetas
Figura 22
1.8. Conheça o tucho
É uma peça que se localiza entre o comando de válvulas e a vareta que aciona o balancim
para a abertura da válvula. Pode ser fixo, roletado ou hidráulico.
O roletado possui um rolete que fica em contato com a árvore do comando de válvulas a fim
de reduzir o atrito e o ruído produzido pelo contato entre o ressalto da árvore do comando
de válvulas e o tucho.
O tucho hidráulico possui um cilindro com êmbolo e óleo lubrificante do motor sob pressão,
com a finalidade de eliminar as folgas do conjunto e amortecer esforços.
Figura 24
1.10. Conheça a Junta e o retentor
São montadas entre peças metálicas para vedação. São feitas de celulose, metal, cortiça,
borracha ou vedantes químicos.
Kit juntas e retentores
Figura 25
O bloco é a parte central do conjunto do motor, construído na maioria das vezes em ferro
fundido, podendo ser também em ligas de alumínio com o objetivo de redução de peso
e maior dissipação térmica. Possui galerias internas, bem como pontos de fixação dos
sistemas auxiliares do motor. Possui também cilindros, conjunto pistão, árvore de manivelas
(virabrequim), bronzinas, volante do motor, árvore do comando de válvulas, engrenagens
de distribuição e bomba de lubrificação.
Figura 27
2.1. Conheça a galeria interna
São perfurações cilíndricas no bloco do motor que abrigam os pistões. Os cilindros podem ser
constituídos por uma peça sobressalente denominada camisa. Neste caso são denominados
cilindros encamisados, com a vantagem de poderem ser substituídos sem a necessidade
de usinagem no bloco em caso de desgaste. O volume do cilindro é calculado conforme as
dimensões do diâmetro e do curso. Vide figura abaixo.
Diâmetro
Curso
Figura 28
Figura 29
2.4. Conheça o conjunto pistão
O conjunto pistão é composto por êmbolo, pino, anéis e biela, anéis elásticos, casquilhos/
bronzinas e anéis de segmento, conforme a figura 33, mais abaixo.
2.4.1. Êmbolo
Curso do pistão
O pistão se divide em cabeça, localizada na parte superior, onde abriga os anéis de segmento
e sofre o maior aquecimento e a saia, que fica na parte inferior do pistão, onde se aloja o
pino. O pino do pistão é o elemento que liga o pistão à biela.
Cabeça
Pino do pistão
Saia
2.4.2. Pino
É a peça metálica que liga o pistão à biela. É travado por anéis elásticos.
Anel de compresão
Figura 32
Par de anéis de óleo e mola (espaçador)
2.4.4. Biela
Haste que transmite o movimento linear alternativo do pistão para a árvore de manivelas. É
fixada em mancais móveis ou de bielas do virabrequim e não fica em contato direto com a
árvore de manivelas. Entre a biela e o virabrequim são colocados os casquilhos para evitar
desgaste do virabrequim. Mesmo assim, essas peças não são justas, existindo entre elas
uma folga, por onde circula o óleo lubrificante. A biela e os casquilhos são ilustrados na
figura abaixo.
Figura 33
Pino do pistão e
anéis elásticos
Biela
Casquilhos / Bronzinas
Também conhecidas como casquilhos, servem para revestimento dos mancais facilitando
a lubrificação, podendo ser substituídas em casos de desgaste. São fabricadas em dois
semicírculos, bipartidas ou “meias luas” e possuem ranhuras e furos que se alinham aos
furos da árvore de manivelas, com a finalidade de lubrificação.
Figura 34
Flange de ligação
ao volante
Extremidade do virabrequim
onde se fixa a polia
Também chamado de eixo de cames, possui um ressalto ou came para cada válvula e nos
motores de 4 tempos gira com metade da velocidade da árvore de manivelas, ou seja, para
cada duas voltas do virabrequim, a árvore de comando de válvulas completa uma volta.
Os ressaltos atuam sobre os impulsionadores das válvulas em tempos precisos. Os eixos
de cames são fabricados em aço forjado ou ferro fundido (ao níquel-cromo-molibdênio).
Passam por tratamentos como cementação e têmpera de maneira a oferecerem a máxima
resistência ao desgaste dos ressaltos.
Figura 36
Figura 38
Carcaça interna
Membrana
amortecedora
Carcaça externa
São mais utilizados, geralmente, dois tipos de bombas de óleo: a bomba de engrenagens e a
bomba de rotor. São acionadas por meio da árvore de comando de válvulas ou do virabrequim.
Quando o óleo está frio, a pressão necessária para impelir por meio das pequenas folgas
dos apoios poderá ser muito elevada, a ponto de danificar as bombas. Assim, quando a
pressão é excessiva, uma válvula de descarga existente no interior da bomba se abre com
a finalidade de permitir o retorno de parte do óleo para o cárter.
A bomba de rotor é constituída por um cilindro dentro do qual se movem dois rotores, um
exterior e um interior, sendo o espaço entre estes preenchido com óleo. Tal como acontece
com a bomba de engrenagens, o óleo é aspirado do cárter nesta bomba e depois enviado
para o motor.
Bomba engrenagens
Contém um par de engrenagens
alojadas em uma carcaça com folga
mínima, onde o óleo entra por um dos
lados e é forçado por estas saindo pelo
lado oposto sob pressão.
Bomba de rotor
Rotor interior engrena na parte interna
do rotor exterior, que apresenta mais
um ressalto. Uma vez que diferem os
eixos de rotação de ambos os rotores,
os espaços entre estes variam de
dimensões, fazendo com que o óleo
Figura 39
3. CONHEÇA O CÁRTER
Peça metálica fabricada em alumínio, ferro fundido ou chapa de aço, aletada ou não. Está
normalmente localizado na parte inferior do bloco do motor e possui um bujão de dreno
magnetizado na sua parte mais baixa para que o óleo lubrificante do motor possa ser drenado
juntamente com as impurezas que possa conter. Tem a finalidade de proteger o virabrequim
e conter o óleo lubrificante do motor. Existem dois tipos de cárter diferentes.
É o cárter mais comum e contém todo o óleo lubrificante do motor quando este está desligado.
É um cárter pouco utilizado, em que o óleo lubrificante do motor fica armazenado em outro
reservatório e que durante o funcionamento circula entre o reservatório e o cárter por meio
de bombas de sucção e pressão.
Sistema cárter úmido e cárter seco
Figura 40
Reservatório de óleo
lubrificante
O circuito de ar tem como função conduzir e filtrar o ar do meio ambiente até o interior dos
cilindros e depois eliminar os resíduos da combustão. É constituído por: pré-filtro, filtro de
ar, coletor de admissão, coletor de descarga e abafador.
As flechas azuis mostram a circulação do ar; as flechas
vermelhas mostram o caminho dos gases queimados
Pré-filtro
Abafador
Coletor de
descarga
Válvula de
Válvula de descarga
Filtro admissão
Coletor de
admissão
Cilindro
Figura 41
1.1.1. Pré-filtro
O pré-filtro está localizado antes do filtro de ar. Tem como função reter partículas maiores
contidas no ar.
Figura 42
Figura 43
Pré-filtro AR COMBUSTÍVEL Tanque
Copo de
Filtro Primário
Sedimentação
Filtro Bomba
Secundário Alimentadora
Turbina Filtro
(turbocharger) Combustível
Resfriador
Bomba Injetora
(intercooler)
Coletor de Cilindro do
Bico Injetor
Admissão Motor
Coletor de
Abafador Resíduos da combustão
Descarga
O filtro de ar tem a função de reter pequenas partículas contidas no ar. Podem ser de três
tipos: em banho de óleo, seco ou misto.
Nos filtros em banho de óleo o ar passa por uma camada de óleo antes de atravessar
o elemento filtrante. Este é fabricado em palha de fibras naturais ou metálicas e não é
substituível, devendo ser limpo periodicamente conforme orientação do fabricante. Este
tipo de filtragem não tem sido mais utilizado devido a sua menor eficiência de filtragem, por
volta de 70% quando em boas condições de manutenção (limpeza).
Fluxograma sistema filtragem ar - Banho óleo
Ar com impurezas
Elemento filtrante
Cuba com óleo
Figura 44
b) Filtro de ar tipo seco
Os filtros de ar do tipo seco são constituídos por dois elementos filtrantes descartáveis: o
elemento primário de papel e o elemento secundário de feltro. Sua eficiência de filtragem
fica muito próxima de 100%, sendo o mais utilizado atualmente.
Figura 45
O elemento primário de papel pode e deve ser limpo sempre que for avisado pelo indicador
de restrição. Em alguns casos a recomendação do fabricante é apenas a substituição sem
realização de manutenção de limpeza. O indicador de restrição é um dispositivo mecânico
e/ou elétrico do circuito de ar do sistema de alimentação de máquinas agrícolas que avisa
ao operador da necessidade de limpeza do elemento primário do filtro de ar. A restrição da
passagem de ar pelo filtro reduz a eficiência do elemento filtrante e pode causar perda de
potência, aumento do consumo e superaquecimento do motor.
Figura 46
c) Filtro de ar misto
Figura 47
O coletor de admissão é uma peça metálica que vai aparafusada ao cabeçote. Normalmente
é fabricado em alumínio e é composto por dutos por onde o ar passa já filtrado para ser
levado ao cabeçote, onde entra na câmara de combustão.
Coletor de Admissão
Figura 48
O coletor de escapamento também é uma peça metálica que vai aparafusada ao cabeçote.
É fabricado em ferro fundido para suportar altas temperaturas, pois é ele que conduz por
meio de seus dutos os gases queimados, que são o resultado da combustão do ar com o
combustível dentro do cilindro do motor.
Figura 49
1.1.5. Abafador
É um sistema que trabalha com pressão positiva, isto é, maior que a pressão atmosférica,
buscando um melhor “enchimento” do cilindro do motor com o objetivo de obtenção de
maiores potências.
Figura 51
Caracol frio
Caracol quente
Ar para câmara de combustão
Gases do escape
Turboalimentador
Entrada ar do Saída ar do
sistema filtragem para escape
Ar pós-turbo aquecido
Radiador do intercooler
Ar pós-intercooler refrigerado
entrando para câmara combustão
Figura 53
compressor de acionamento mecânico
Compressor volumétrico
Ar
Gases do
escapamento
Correia de
acionamento
Este circuito tem como função levar o combustível do tanque até o interior dos cilindros. É
responsável pela limpeza, dosagem e injeção do combustível que é pulverizado no interior
dos cilindros segundo a ordem de ignição do motor. A pressão de injeção é em torno de 2000
kgf/cm² ou duas mil atmosferas. É constituído das seguintes partes: tanque de combustível,
copo de sedimentação, bomba alimentadora, filtros de combustível, tubulações: de baixa e
de alta pressão e também de retorno, bomba injetora e bicos injetores.
Bomba alimentadora
Tanque
Figura 54
Copo de sedimentação
São atualmente fabricados de polietileno de alta densidade, na sua maioria. O uso desse
material se deve a sua resistência ao calor, a solventes, à baixa permeabilidade, à facilidade
de processar e ao baixo custo. Podem também ser fabricados em chapa de aço. Podemos
encontrar o tanque de combustível em locais diferentes nas máquinas agrícolas. Atualmente
existe uma tendência de se colocar o tanque em local protegido do calor e menos sujeito a
impactos acidentais. Os tanques dessas máquinas agrícolas devem apresentar capacidade
suficiente para autonomia de uma jornada de trabalho sem a necessidade de reabastecimento.
O tanque possui filtros de malha metálica tanto na entrada como na saída, dependendo do
fabricante.
O copo de sedimentação está localizado entre o tanque e a bomba alimentadora. Tem como
principal função decantar a água e as impurezas contidas no combustível. Apresenta na
parte inferior um parafuso com cabeça borboleta ou recartilhado para permitir a soltura e o
aperto manual para a drenagem.
Figura 56
Figura 57
2.3. Conheça a bomba alimentadora
Figura 59
Bomba alimentadora elétrica Bomba alimentadora elétrica Bomba alimentadora elétrica
com acionamento de escorva com acionamento de escorva com acionamento de escorva
mecânico manual elétrico manual eletrônico
Têm a função de transportar o combustível e podem ser fabricadas com tubos metálicos
ou mangueiras de borracha reforçadas com tramas de materiais diversos. As tubulações
entre o tanque de combustível e a bomba injetora, assim como as tubulações de retorno,
são de baixa pressão. As tubulações entre a bomba injetora e os bicos injetores são de
alta pressão. Esta tubulação de alta pressão apresenta paredes espessas para suportar
as altas pressões promovidas pelo sistema de injeção. A Figura abaixo ilustra a localização
das tubulações de baixa e alta pressão do sistema de alimentação diesel.
Bico injetor
Baixa pressão
Filtros
Média pressão
Alta pressão Bomba injetora
Sentido fluxo
Tanque
Figura 61
combustível
Bomba alimentadora
Os tipos mais usuais de bombas injetoras, em função das especificações operacionais dos
motores, podem ser em linha ou rotativa.
Tubo de pressão
Válvula
Cilindro
Elemento
Pistão
Cremalheira
Manga de regulagem
Asa do pistão
Mola do pistão
Prato de mola
Tucho de roletes
Eixo de comando
Ressalto
Figura 62
Bomba alimentadora
Inserir:
FIGURA DO AVANÇO CENTRÍFUGO DA BOMBA INJETORA
onde está esta foto????
Os bicos injetores estão localizados no cabeçote e têm como principal função pulverizar o
combustível sob pressão na massa de ar quente dentro da câmara de combustão. Após a
injeção o bico fecha-se rapidamente, impedindo o retorno de gases da combustão.
UI
Filtro combustível
Acelerador
Unidade injetora
ECU
Sensor posição bomba
Figura 66
Tanque combustível Controladora Sensor posição virabrequim
A bomba de alta pressão, anteriormente conhecida como bomba injetora, tem a função de
pressurizar o combustível no tubo Common Rail.
Componentes da bomba de alta pressão
Válvula de
Escorvador sobre fluxo
manual
Sensor de
posição
Entrada da
bomba de Entrada da
transferência bomba de alta
pressão
Saída da Lubrificação
bomba de da bomba
transferência
Figura 67
O tubo Commom Rail tem a função de conduzir o combustível da bomba de alta pressão
até as UIs.
Figura 68
Filtro final
A UI, anteriormente conhecida como bico injetor, tem a função de pulverizar o combustível
na câmara de combustão em alta pressão.
Entrada de Saída de
combustível combustível
Câmara de Pistão
controle
Figura 63
Injetor Mola
O sistema de exaustão é responsável por conduzir e tratar os gases tóxicos gerados pela
combustão no motor, além de colaborar na redução de ruído na máquina. Após o processo,
os gases estão prontos para serem lançados na atmosfera pelas ponteiras do modo menos
prejudicial possível. Por isso, é importante a manutenção do sistema exaustor somada ao
uso de peças de qualidade. É muito importante tanto para o bom funcionamento da máquina
agrícola quanto para a preservação do meio-ambiente. Ele é composto por duas peças
principais, o coletor e o abafador, conectadas pelos tubos de escape, dispostas entre o
motor e a ponteira.
Com legislações de restrição às emissões de poluentes cada vez mais rígidas, as montadoras
e fabricantes de motores estão sempre em busca das últimas tecnologias para desenvolver
propulsores que ofereçam o melhor conjunto de potência, economia e baixo nível de poluição.
A legislação brasileira, por meio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), criou
o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) em 1986,
tendo como base as normas europeias (Euro). Atualmente, o programa chegou à sétima fase,
chamada P7 (equivalente à Euro V), que determina que a tecnologia utilizada deva diminuir,
além do enxofre, a emissão de outras substâncias e partículas poluentes em até 80%.
O sistema EGR faz a recirculação de parte dos gases de exaustão, daí vem seu nome,
“EGR”, sigla inglesa para “Exhaust Gas Recirculation”, o que significa que parte do gás que
sai pelo coletor de escape é recirculado e misturado junto com ar da atmosfera admitido
pelo motor, entrando novamente em combustão. Esse processo, aliado à utilização de um
catalisador de oxidação do diesel e um filtro para material particulado, faz com que o veículo
atinja tanto os níveis exigidos de óxido de nitrogênio (NOx) quanto os de material particulado
emitido para a atmosfera. Dependendo do regime de trabalho do motor, cerca de até 10%
dos gases de escape são enviados para um “radiador de gases”, chamado de resfriador
do EGR. O resfriador compartilha o mesmo fluido de arrefecimento utilizado pelo motor. Os
gases, menos quentes, então passam pela válvula EGR que funciona como uma borboleta,
dosando a quantidade ideal de gases de escape que deve ser readmitida pelo motor.
Turbocompressor
Filtro partículas
Entrada de ar
Válvula EGR
Figura 71
Saída gases exaustão
Essa fuligem acumulada no filtro particulado pode ser regenerada passivamente quando os
gases de escape atingem a temperatura mínima para sublimação ou ativamente, quando,
por meio de injeção secundária ou outros meios, a temperatura dos gases de escape é
elevada até atingir o ponto de sublimação da fuligem.
Como o sistema EGR utiliza o mesmo líquido de arrefecimento do motor para resfriar os
gases de escape, a temperatura do fluido de arrefecimento fica ainda mais elevada. Por isso
é necessário que o sistema de arrefecimento seja muito bem dimensionado, a fim de evitar
superaquecimento do motor. A válvula termostática fica localizada na saída do resfriador do
EGR, sendo este o ponto mais quente de saída do líquido de arrefecimento.
O sistema SCR, que significa redução seletiva catalítica ou Selective Catalytic Reduction
na sigla em inglês, reduz o óxido de nitrogênio (NOx) em nitrogênio diatômico (N2) + água
(H2O), que são gases inertes para o meio ambiente. Sua principal característica é a utilização
de um reagente químico para atender a legislação de emissões. O reagente químico em
questão é o Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo, também conhecido como AUS 32,
DEF ou Adblue), que é adicionado à trajetória dos gases de escape. A solução é produzida
à base de ureia técnica, ultrapura, que ao reagir com os gases de escape reduz os níveis de
óxido de nitrogênio (NOx). O produto não é tóxico, inflamável e nem nocivo à saúde ou ao
meio ambiente. O número 32 é uma referência à quantidade de ureia na sua composição:
32,5%, diluída em água desmineralizada.
O sistema SCR tem um funcionamento, à primeira vista, menos complexo que o EGR.
A começar pela sua área de atuação, que se concentra somente direto na tubulação de
escape, na saída da “carcaça quente” do turbocompressor. Os gases expelidos seguem
normalmente pelo sistema, passam pelo sensor de temperatura do SCR e recebem, por
meio de um bico injetor, a pulverização de Arla 32. Existem bicos injetores que pulverizam
somente Arla 32 e existem bicos injetores que pulverizam Arla 32 + ar. A quantidade do Arla
32 a ser injetada nas duas configurações é controlada por uma central eletrônica dedicada
chamada DCU (Dosing Control Unit). A DCU é responsável por controlar todo o sistema
de pós-tratamento. Dentro da DCU existem diversos componentes que operacionalizam e
viabilizam a sua dosagem. Internamente na DCU, o Arla 32 é sugado por uma bomba, passa
por um filtro e então passa por um sensor de pressão.
De lá, segue direto para o bico injetor por meio de tubulações externas. Todo o sistema é
controlado pelo módulo dedicado da DCU, que se comunica com o módulo do motor. O
sensor de temperatura de gases de escape está localizado pouco antes do injetor de Arla
32, acoplado diretamente à tubulação de escape. O objetivo é medir a temperatura dos
gases expelidos para que a DCU calcule a quantidade necessária de Arla 32 para que a
reação química ocorra satisfatoriamente.
Os gases de escape se misturam ao Arla 32 injetado e seguem para o catalisador, que tem
a função de acelerar o processo de reação química entre os gases de escape e o Arla 32.
A lógica é simples: quanto maior a temperatura dos gases de escape, mais eficiente será
a reação química, demandando assim uma menor quantidade de Arla 32. Por outro lado,
se a temperatura dos gases do escape estiver mais baixa, a reação química será menos
eficiente, sendo necessário uma maior injeção de Arla 32.
Ao final do processo de redução catalítica, o gás expelido passa pelo sensor de óxido de
nitrogênio (NOx), que somente mede o nível de NOx que está sendo emitido. O sensor de
NOx tem função somente de informar a quantidade de NOx emitido, e não de controlar a
quantidade de Arla que está sendo injetada. Ao contrário do que muitos pensam, o Arla 32
jamais deve ser misturado com o Diesel, por isso possui um tanque independente que deve
ser reabastecido conforme a necessidade. Caso o Arla seja misturado ao Diesel, haverá
avarias no sistema de injeção de óleo diesel do motor. Para evitar enganos na hora de
abastecer, o bocal do tanque de Arla 32 tem diâmetro menor que o de Diesel.
Reservatório
ureia líquida
Dosador
Nitrogênio
Gases dos escape e água
Catalisador
Amônia + Gases + NOx
Figura 72
Os motores equipados com sistema de pós-tratamento SCR são reconhecidos pela sua
robustez e maior tolerância quanto à qualidade do óleo Diesel, além de não sobrecarregarem
o sistema de arrefecimento do motor. A maior simplicidade de manutenção comparada ao
sistema EGR é outro ponto a ser considerado, uma vez que não é necessária nenhuma
modificação mecânica no motor base.
Circuito do sistema EGR + SCR
Figura 73
Injetor ureia
Sensor temperatura
Sensor NOx
Sensor temperatura
Sensor NOx
Ar fresco
EGR
Intercooler
Tanque de ureia
Ar direto do turbo
1. CONHEÇA A CONDUÇÃO
É o processo de transferência de calor com o movimento molecular por meio dos sólidos e
dos fluidos em repouso. Esse é o mecanismo pelo qual o calor flui pela estrutura do motor.
2. CONHEÇA A RADIAÇÃO
É o processo de transmissão de calor por meio do espaço. Ele tem lugar não apenas no
vácuo, mas também por meio de sólidos e fluidos transparentes aos comprimentos de onda
na faixa espectral visível e infravermelha. Uma pequena parte do calor transmitido para as
paredes dos cilindros pelos gases quentes flui por esse processo.
3. CONHEÇA A CONVECÇÃO
É o processo de transmissão de calor por meio dos fluidos em movimento, e entre um fluido
e uma superfície sólida com movimento relativo. Esse tipo de transmissão de calor envolve
a condução e o movimento do fluido.
É a expressão usada para indicar o processo de transmissão de calor entre o fluido e uma
superfície sólida com movimento relativo, quando ele é provocado por forças que não
decorrem da gravidade. A maior quantidade de calor que flui entre o fluido de trabalho e as
peças do motor, e entre estas e o fluido de refrigeração, é transmitida por este processo.
UÇÃO
COND
CONVECÇÃO
IRRADIAÇÃO
Figura 74
Arrefecimento
28,5%
Calor
total da Gases do escape
combustão 25%
100%
Perdas por atrito
6,5%
Radiação direta
5%
Hélice
Radiador
Dreno líquido
das câmeras
Bomba d’água
Figura 75
Existem alguns motores com arrefecimento direto ou arrefecimento forçado a ar. Nesses
motores, o calor é expelido diretamente do motor pelo ar que o circunda. Se, por algum motivo,
acontecer uma falha no sistema de arrefecimento do motor, ocorrerá um superaquecimento
e, com isso, as peças do motor se dilatarão excessivamente, causando vários tipos de
anomalias, principalmente o desgaste excessivo com maior rapidez. Sabemos que os
elementos naturais, ar e água, são excelentes dissipadores de calor e que com mecanismos
simples e econômicos esses elementos conseguem trocar o calor com o meio exterior com
facilidade.
No arrefecimento a água, como o nome já diz, a água ou o líquido apropriado são utilizados
como condutor de calor entre o motor e o ar atmosférico. O forte calor específico da água
permite obter um excelente arrefecimento pelo simples contato com o exterior dos cilindros
e do cabeçote. Desse fato, resulta uma maior estabilização da temperatura do motor e,
consequentemente, condições de funcionamento mais regulares.
Figura 77
A bomba d’água é responsável pelo auxílio nesta circulação de água em todo o sistema
de arrefecimento do motor. Seu acionamento é realizado pela árvore de manivelas por
intermédio de correia ou engrenagens.
Figura 78
Movimento do fluido refrigerante com motor frio
Termostática fechada
Figura 79
Termostática aberta
É a bomba centrífuga de baixa pressão e alta vazão que recalca a água do radiador para
o bloco do motor. Costuma-se colocar o ventilador e a bomba sobre o mesmo eixo, a meia
altura do sistema de arrefecimento. Portanto, a bomba atua apenas como acelerador de
circulação.
Rotor
Válvula termostática
fechada
Tubo de
retorno
Válvula termostática
Rolamentos aberta
Figura 82
Composição válvula termostática
Pino de Válvula
inox
Corpo do
Retentor
cilindro
Mola
Válvula
bypass
Quando a água do arrefecimento está fria, a válvula termostática impede sua circulação pela
colmeia do radiador, permitindo somente sua circulação pelo interior do bloco e cabeçote do
motor por meio da passagem de derivação para a bomba d’água, conforme a figura abaixo.
Figura 84
A tampa do radiador possui dois elementos de válvulas. Um maior e outro menor: o maior
limita a pressão formada pelo aquecimento da água, e o menor, localizado no centro da
tampa, limita a depressão que se forma com o esfriamento da água (exemplo: uma parada
prolongada do motor após um período de funcionamento).
Figura 86
3.6. Conheça o ventilador
Câmara de água localiza-se em volta dos cilindros, dos assentos das válvulas e dos
cabeçotes e possui na sua parte inferior uma entrada de água fria e na parte superior uma
saída de água quente. Frequentemente, coloca-se um bujão de esvaziamento no local mais
baixo da câmara de água.
Figura 88
Galerias de
lubrificação
A bomba de óleo do motor faz circular o óleo lubrificante sob pressão, levando-o para todos
os pontos que requerem lubrificação, por meio de galerias existentes no bloco e cabeçote do
motor. Os cilindros são lubrificados pelo óleo que extravasa dos colos das bielas e mancais.
As hastes das válvulas, as articulações esféricas das varetas de acionamento dos balancins,
os tuchos e as engrenagens da distribuição também são lubrificados pelo óleo vazado dos
mancais, que são lubrificados sob pressão. O sistema de lubrificação insere o lubrificante
entre as partes metálicas móveis do motor para diminuir o atrito e dilatações excessivas
entre elas. A bomba possui um duto de captação de óleo que na maioria dos modelos é
sistema pêndulo, ou seja, tende a acompanhar o nível do óleo quando a máquina agrícola
está operando em terrenos irregulares. Este também possui uma tela (filtro) que impede
a sucção de impurezas de maiores diâmetros, impedindo a saturação prematura do filtro.
Figura 89
Detalhe interno
A válvula reguladora de fluxo de óleo do motor tem a função de controlar a vazão do fluido
em diversas temperaturas, mantendo a pressão estabilizada em todos os pontos do motor.
Válvula reguladora do fluxo óleo lubrificante
Figura 90
O filtro de óleo é posicionado após a saída da bomba de óleo, para que as impurezas sejam
retidas pelo elemento filtrante antes da passagem do óleo lubrificante para o motor. O filtro
do óleo é composto por uma carcaça contendo um papel especial. A carcaça é fabricada
em chapa de aço, oferecendo grande resistência a pressões internas. Já o papel especial
é tratado, resinado, corrugado e plissado homogeneamente, proporcionando alta eficiência
na retenção dos contaminantes e baixa restrição ao fluxo do óleo.
Junta
Tubo central Retentor
Membrana exterior
anti-retorno
Válvula
BYPASS
Retentor
Tampão rosqueável
Válvula anti-dreno
Elemento filtrante
Carcaça Guia Papel especial
INSERIR FOTO:
RADIADOR DE ÓLEO - CABEÇOTE DO FILTRO
Indicador pressão
Figura 93
Sensor pressão (Pressostato)
Nível máximo
Nível intermediário
Nível mínimo
Figura 94
Seja qual for o sistema, a lubrificação dos cilindros é assegurada, unicamente, pelo óleo
projetado pelas bielas em rotação. Quando se põe o motor frio em funcionamento, o óleo
circula com dificuldade, e a lubrificação dos cilindros é insuficiente, por isso justifica o
aquecimento do motor em baixa rotação e sem carga. Em motores de lubrificação sob
pressão, não circula nenhum óleo nos primeiros minutos de funcionamento. O salpico e a
projeção efetuam com maior rapidez essa lubrificação dos cilindros.
Além das questões relativas à lubrificação, a circulação de óleo deve garantir o arrefecimento
das bielas e do virabrequim. Partindo do reservatório com aproximadamente 50°C, o óleo,
em aquecimento pleno do motor, atinge de 80 a 120°C quando passa pelas bielas.
Em motores novos ou ajustados, as folgas estão no seu mínimo. O óleo circula com mais
dificuldade e, portanto, arrefece mal as peças, havendo maior risco de engripagem ou de
fusão do metal antifricção por falta de lubrificação.
Figura 95
Balancins Eixo balancim
Turbo compressor
Hastes balancins
Válvulas
Tuchos
Cilindros
Galerias de circulação Eixo comando
Figura 96
Em função das exigências dos óleos lubrificantes, bem como seus incrementos, determina-
se o período de troca. Cada vez mais são utilizados óleos sintéticos ou semissintéticos com
inúmeros aditivos.
A bomba de óleo alimenta as cubas colocadas perto da passagem de cada biela; estas são
munidas de uma colher (pescador) que apanha o óleo que passa pela cuba; por inércia, o óleo
penetra em seguida na biela e lubrifica o moente. Os mancais são diretamente alimentados
O virabrequim possui condutos especiais. O óleo chega aos mancais sob pressão, e daí é
canalizado até aos moentes para lubrificar as bielas. Os mancais e as bielas não possuem
ranhuras de lubrificação, exceto algumas câmaras de óleo curtas que não desembocam
no exterior.
Neste sistema de lubrificação, o óleo é contido num reservatório independente. Uma bomba
leva o óleo do reservatório ao motor, introduzindo-o com pressão nos elementos a lubrificar.
Uma segunda bomba, chamada bomba de retorno, aspira o óleo que tende a acumular-se
no fundo do cárter e remete-o ao reservatório.
Contudo, na prática, não é exatamente este o resultado que se alcança. Sob a pressão
das peças, o óleo é expulso, a película desgasta-se e as superfícies entram em contato
acontecendo o atrito úmido.
A passagem do atrito líquido ao atrito úmido é tanto mais fácil quanto maiores forem as
pressões e as temperaturas e quanto pior for a qualidade do óleo lubrificante.
Quando duas superfícies de contato se deslocam uma em relação a outra, ocorre o fenômeno
de atrito, que pode ser classificado segundo três tipos.
O atrito seco ocorre quando as superfícies estão em contato sem a interposição de lubrificante.
Ocorre quando uma pequena película de lubrificante favorece a fricção sem impedir que as
superfícies entrem em contato pela crista das suas rugosidades.
Noções Básicas de Motores Diesel – Varella & Santos – Julho 2010 – Universidade Federal
do Rio de Janeiro
Motores de Combustão Interna e seus Sistemas – Carlos Antonio da Costa Tillmann – 2013 –
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL-RIO-GRANDENSE
Campus Pelotas – Visconde da Graça – Pelotas – RS
- http://omecanico.com.br/ed-264-especial-diesel-motor/