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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AQUAPONIA -
INSTALAÇÃO DO
SISTEMA

“O SENAR-AR/SP está permanentemente


empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

JOSÉ CANDEO SERGIO ANTONIO EXPRESSÃO


Vice-Presidente Diretor 2º Secretário

EDUARDO LUIZ BICUDO FERRARO MARIA LÚCIA FERREIRA


Vice-Presidente Diretor 3º Secretário

MARCIO ANTONIO VASSOLER LUIZ SUTTI


Vice-Presidente Diretor 1º Tesoureiro

TIRSO DE SALLES MEIRELLES PEDRO LUIZ OLIVIERI LUCCHESI


Vice-Presidente Diretor 2º Tesoureiro

ADRIANA MENEZES DA SILVA WALTER BATISTA SILVA


Diretor 1º Secretário Diretor 3º Tesoureiro

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL


ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
CONSELHO ADMINISTRATIVO

FÁBIO DE SALLES MEIRELLES


Presidente

DANIEL KLÜPPEL CARRARA SUSSUMO HONDO


Representante da Administração Central Representante do Segmento das Classes Produtoras

ISAAC LEITE CYRO FERREIRA PENNA JUNIOR


Presidente da FETAESP Representante do Segmento das Classes Produtoras

MÁRIO ANTONIO DE MORAES BIRAL


Superintendente

SÉRGIO PERRONE RIBEIRO


Coordenador Geral Administrativo e Técnico
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AQUAPONIA -
INSTALAÇÃO DO SISTEMA

Jussara Sutani

Manuel dos Santos Pires Braz Filho

Diego Mendes

Cristiano Nicolau Psillakis


SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo - 2019
IDEALIZAÇÃO
Fábio de Salles Meirelles
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

SUPERVISÃO GERAL
Jair Kaczinski
Chefe da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

RESPONSÁVEL TÉCNICO
Teodoro Miranda Neto
Chefe Adjunto da Divisão Técnica do SENAR-AR/SP

AUTORES
Jussara Sutani – Proprietária da Aquanature
Manuel dos Santos Pires Braz Filho – Zootecnista
Diego Mendes – Engenheiro Agrônomo
Cristiano Nicolau Psillakis – Engenheiro Agrônomo

COLABORADORES FOTOS
Sindicato Rural de São Roque Marcelo de Oliveira
Sindicato Rural de Araraquara João Carlos dos Santos
Chácara Mesopotâmia – São Roque/SP
Aquanature Aquaponia LTDA– Araraquara/SP DIAGRAMAÇÃO
Nathália Karina da Cruz Faustino Felipe Prado Bifulco
Jair da Silva Diagramador do SENAR-AR/SP

REVISÃO GRAMATICAL
André Pomorski Lorente

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

Aquaponia – instalação do sistema / Jussara Sutani [et al.]. – São


Paulo : SENAR/AR-SP, 2019.
118 p. : il. color. ; 30 cm

Bibliografia
ISBN 978-85-7125-051-2

1. Aquaponia 2. Sistemas aquapônicos I. Sutani, Jussara II. Braz


Filho, Manuel dos Santos Pires III. Mendes, Diego IV. Psillakis,
Cristiano Nicolau V. Título

CDD 639.8

Elaborado por Carolina Malange Alves - CRB-8/7281

Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.

4 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................9

I - CONHECER A AQUAPONIA.................................................................................................................... 10

II - CONHECER OS COMPONENTES ­I MPORTANTES PARA FUNCIONAMENTO DO SISTEMA


AQUAPÔNICO......................................................................................................................................... 12
1. ÁGUA................................................................................................................................................. 12
2. ANIMAIS AQUÁTICOS..................................................................................................................... 17
3. MICRORGANISMOS........................................................................................................................ 19
4. PLANTAS.......................................................................................................................................... 21

III - CONHECER OS SISTEMAS AQUAPÔNICOS..................................................................................... 22


1. NFT (NUTRIENT FILM TECHNIQUE) OU AMBIENTE DE CULTIVO EM TUBOS
HIDROPÔNICOS.............................................................................................................................. 22
2. FLOATING OU JANGADA............................................................................................................... 24
3. WICKING BED OU AMBIENTE CAMA DE CULTIVO.................................................................... 25

IV - CONHECER A ESTRUTURA DE UM ­S ISTEMA AQUAPÔNICO........................................................ 27


1. CONHECER O TANQUE DE PEIXES............................................................................................ 28
2. CONHECER O DECANTADOR....................................................................................................... 29
3. CONHECER O CLARIFICADOR.................................................................................................... 29
4. CONHECER O BIOFILTRO............................................................................................................. 30
5. CONHECER O SISTEMA HIDROPÔNICO.................................................................................... 30
6. CONHECER O SISTEMA DE CAPTAÇÃO (SUMP)...................................................................... 31
7. CONHECER O SISTEMA DE CIRCULAÇÃO................................................................................ 31

V - PLANEJAR O SISTEMA AQUAPÔNICO............................................................................................... 32


1. DEFINA O TAMANHO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA........................................... 33
2. DEFINA A QUANTIDADE DE BANCADAS NO SISTEMA............................................................ 33
3. DEFINA A QUANTIDADE DE OLERÍCOLAS NA BANCADA........................................................ 33
4. DEFINA A QUANTIDADE DE BIOMASSA DO SISTEMA.............................................................. 36
5. DEFINA O TAMANHO DO TANQUE DE PEIXE............................................................................ 36
6. CALCULE A QUANTIDADE DE MÍDIAS BIOLÓGICAS DO FILTRO........................................... 36
7. DETERMINE A DIMENSÃO DOS FILTROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS (DECANTADOR),
CLARIFICAÇÃO E DE FILTRAGEM (BIOFILTRO) ....................................................................... 38
8. DETERMINE A DIMENSÃO DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO (SUMP).......................................... 39
9. DETERMINE A VAZÃO DE BOMBA SUBMERSA.......................................................................... 40

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VI - CONHECER OS MATERIAIS, ­F ERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PARA
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA AQUAPÔNICO............................................................................. 41

VII - MONTAR A BANCADA HIDROPÔNICA.............................................................................................. 49


1. CONHEÇA A ESTRUTURA DA BANCADA NFT............................................................................ 49
2. SELECIONE OS MATERIAIS NECESSÁRIOS............................................................................. 50
3. LIMPE O TERRENO QUANDO NECESSÁRIO............................................................................. 50
4. DEFINA O LOCAL DA INSTALAÇÃO DA BANCADA CONFORME PROJETO TÉCNICO........ 50
5. ESQUADREJE O LOCAL................................................................................................................ 51
6. DEFINA A DECLIVIDADE DA BANCADA....................................................................................... 54
7. CALCULE A ALTURA DOS PÉS DA BANCADA ........................................................................... 55
8. CALCULE O INTERVALO ENTRE OS PÉS DA BANCADA . ....................................................... 55
9. INSTALE OS PÉS DA BANCADA................................................................................................... 56
10. INSTALE OS PERFIS.................................................................................................................... 64
11. FAÇA UM CORTE NA PARTE INFERIOR DOS PERFIS............................................................ 67
12. COLOQUE O TUBO COLETOR NA PARTE INFERIOR DA BANCADA (SAÍDA DE ÁGUA).... 68
13. COLOQUE OS TAMPÕES NOS PERFIS (PARTE SUPERIOR)................................................ 68

VIII - MONTAR O SISTEMA PARA RECIRCULAÇÃO DA ÁGUA............................................................. 69


1. DEFINA O LOCAL DE INSTALAÇÃO DO TANQUE DE PEIXES, DECANTADOR E
BIOFILTRO........................................................................................................................................ 69
2. SELECIONE OS MATERIAIS NECESSÁRIOS............................................................................. 70
3. MONTE AS CONEXÕES DO SISTEMA DE ENTRADA E SAÍDA DE ÁGUA DO TANQUE
DE PEIXES, DECANTADOR E BIOFILTRO................................................................................... 70
4. MONTE AS CONEXÕES DO SISTEMA DE ENTRADA E SAÍDA DE ÁGUA DA BANCADA
HIDROPÔNICA................................................................................................................................. 95
5. MONTE O SISTEMA VENTURI..................................................................................................... 109
6. INSTALE O TIMER TEMPORIZADOR ANALÓGICO...................................................................111
7. TAMPE O TANQUE DE PEIXES, DECANTADOR E BIOFILTRO............................................... 113

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................ 116

6 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


APRESENTAÇÃO

O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR-AR/SP, criado em 23
de dezembro de 1991, pela Lei n° 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992,
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.

Instalado no mesmo prédio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São


Paulo - FAESP, Edifício Barão de Itapetininga - Casa do Agricultor Fábio de Salles
Meirelles, o SENAR-AR/SP tem, como objetivo, organizar, administrar e executar, em todo
o Estado de São Paulo, o ensino da Formação Profissional e da Promoção Social Rurais
dos trabalhadores e produtores rurais que atuam na produção primária de origem animal e
vegetal, na agroindústria, no extrativismo, no apoio e na prestação de serviços rurais.

Atendendo a um de seus principais objetivos, que é o de elevar o nível técnico, social e


econômico do Homem do Campo e, consequentemente, a melhoria das suas condições
de vida, o SENAR-AR/SP elaborou esta cartilha com o objetivo de proporcionar, aos
trabalhadores e produtores rurais, um aprendizado simples e objetivo das práticas agro-
silvo-pastoris e do uso correto das tecnologias mais apropriadas para o aumento da sua
produção e produtividade.

Acreditamos que esta cartilha, além de ser um recurso de fundamental importância para os
trabalhadores e produtores, será também, sem sombra de dúvida, um importante instrumento
para o sucesso da aprendizagem a que se propõe esta Instituição.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP

“Plante, Cultive e Colha a Paz”

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8 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo
INTRODUÇÃO

A aquaponia é um sistema inovador com grande crescimento no futuro, pois existem inúmeras
vantagens produtivas e ambientais, tais como a utilização da água no lugar da terra e com
baixo gasto, produção contínua de nutrientes que são transformados em produtos absorvíveis
para as plantas, uso zero de fertilizantes e agrotóxicos, ciclos de plantas mais rápidos que
os cultivos convencionais, produtos “ecológicos” e com valor agregado, entre muitas outras.

Aquaponia é um sistema de recirculação de água em um processo que integra piscicultura e


horticultura, que tem por princípio a produção de alimentos saudáveis, como peixes (valiosa
fonte nutricional) e hortaliças, com uma visão de respeito ao meio ambiente. Este tipo de
produção utiliza apenas 10% da água, que pode se tornar uma alternativa de produção
sustentável no Brasil, em lugares em que existe escassez de água e solos não férteis.

A dinâmica do sistema aquapônico inicia-se no fornecimento de ração aos peixes, que é a


entrada de insumo mais importante, juntamente com a amônia eliminada naturalmente pelos
peixes, pois ambos são convertidos em nutrientes, que posteriormente serão absorvidos
pelas plantas, tornando assim um sistema fechado de recirculação de água.

Figura 01

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I - CONHECER A AQUAPONIA

No passado, a aquaponia já era muito praticada pelos índios Astecas, no México, por
utilizarem estruturas flutuantes para plantio sob pequenos lagos rasos.

A palavra “aquaponia” vem da combinação entre “aquicultura” (produção de organismos


aquáticos) e “hidroponia” (produção de plantas sem uso de solo). Podemos dizer que há
um consórcio entre animais aquáticos que liberam amônia (peixes, camarões, rãs, entre
outros) e a produção de vegetais (ervas, verduras, flores, frutas, brotos, grãos e forrageiras).

Neste tipo de sistema, há uma oferta frequente de nutrientes, pois as chamadas bactérias
benéficas nitrificantes dos gêneros nitrosomonas e nitrobacter fazem a conversão da amônia
(NH3) liberada pelos animais aquáticos em nitrito (NO2-) e posteriormente em nitrato (NO3-),
transformando essas substâncias que são tóxicas para os peixes em nutrientes consumidas
pelas plantas, que por sua vez desempenham papel importante na filtragem da água,
garantindo a condição adequada para o desenvolvimento normal dos peixes.

O Sistema Aquapônico apresenta grande vantagem frente a outros tipos de sistemas


produtivos, pois trabalha com dois tipos de produtos simultâneos: peixes e hortaliças,
podendo ser implantado desde pequenos, médios e grandes sistemas de cultivo de produção.

As principais vantagens e benefícios do Sistema de Aquaponia são:

VANTAGENS:
• Produção de peixes e olerícolas sem geração de efluentes poluentes a serem descartados
no solo;

• Economia de 90% de água, pois se trata de um sistema de recirculação, sendo assim, a


única água reposta no sistema é a quantidade absorvida pela planta e pela atmosfera;

• Associa-se aos benefícios do cultivo hidropônico (precocidade, padronização de produto,


ergonomia no trabalho, maior qualidade sanitária, redução de defensivos, menor custo
de produção, utilização de áreas impróprias para cultivo em solo);

• Maior produção em uma menor de área;

• Tecnologia de biossegurança: baixíssima probabilidade de escape de peixes ou de


patógenos para ambientes aquáticos naturais;

• Redução de custos com mão de obra;

• Possibilidade de alimento no meio urbano, próximo do consumidor final;

BENEFÍCIOS
• Crescimento das plantas é significativamente mais rápido;

• O sistema de produção é muito mais natural, pois não utiliza agrotóxicos, pesticidas e
herbicidas;

• Vegetais mais saudáveis com maior tempo de durabilidade;

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• Reduzidos prejuízo e dano resultante de pragas e ervas daninhas;

• Maior frescor dos alimentos.

• Maximização do uso de recursos e aproveitamento de dejetos produzidos pelos peixes,


através da mineralização, aumentando a potencialidade dos nutrientes.

• Diversificação da produção e geração contínua de renda.

Para um bom funcionamento do sistema é necessário obedecer a uma dinâmica de


recirculação, sendo:

Tanque Filtro
de Peixes Decantador
1 2

Filtro de
Biofiltro
Retorno
5 3

Hidroponia
4

1. Tanque de Peixes - inicia o processo

2. Filtro decantador - efetua a decantação do resíduo sólido como resto de ração e dejetos
dos peixes.

3. Biofiltro - conhecido como coração do sistema de Aquaponia, pois contém as mídias


biológicas para agregação das bactérias nitrificantes, onde acontece toda conversão da
amônia em nutrientes para as plantas.

4. Hidroponia - produção de olerícolas de todo os tipos de variedades que irão absorver


todo o nutriente e auxiliar na filtragem da água.

5. Filtro de retorno - é importante que toda água que chegue da hidroponia passe por um
filtro para que retorne aos peixes sem nenhum tipo de sujidade.

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II - CONHECER OS COMPONENTES
­I MPORTANTES PARA FUNCIONAMENTO DO
SISTEMA AQUAPÔNICO
De uma maneira bem simples, o sistema aquapônico funciona na integração da criação
de animais aquáticos produzidos em alta concentração, cujos excrementos (fezes, gás
carbônico e amônia) e resíduos (restos de ração, escamas, peixes mortos e algas) servirão
de alimento para microrganismos (bactérias do filtro biológico), os quais transformarão essa
matéria orgânica, tóxica para os animais aquáticos, em nutrientes para as plantas, as quais
podem ser cultivadas em diferentes modelos de estrutura.

Figura 03

O sucesso da criação de peixes e produção de olerícolas depende basicamente da:

• Qualidade da água de abastecimento

• Qualidade e quantidade dos alimentos fornecidos aos peixes

• Qualidade dos resíduos sólidos dentro dos sistemas de recirculação

• Espécies criadas

• Densidade de estocagem e da biomassa (peixes) versus produção (hortaliças).

1. ÁGUA

Os peixes vivem no meio aquático e necessitam de uma alta qualidade de água.

Os parâmetros de qualidade de água são fundamentais para o bem-estar dos animais


criados no viveiro, devendo ser monitorados diariamente, fazendo-se as correções quando
necessárias.

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1.1. pH

O pH mede a concentração de íons de hidrogênio na água, variando de 0 a 14, podendo


ser neutro (7), ácido (abaixo de 7) ou alcalino (acima de 7)

Observações:

• Águas que apresentam elevada Acidez ou elevada Alcalinidade exigem controle cuidadoso
do pH para garantir o desenvolvimento dos peixes, embora a mudança do pH seja muito
difícil.

• Os valores entre 7,0 e 8,3 são considerados ótimos para a criação dos peixes.

• Os pontos de Acidez ou Alcalinidade da água que causam mortalidades em viveiros de


peixes são, aproximadamente, <4 e >11, respectivamente.

• Alcalinidade indica a presença de sais minerais dissolvidos na água, tais como os


carbonatos (CaCO ) e bicarbonatos (HCO), medidos em mg/L. Se ao analisar a água forem
encontrados valores entre 20 e 300 mg/L de Alcalinidade, isso indica boas quantidades
daqueles sais minerais para a piscicultura orgânica, pois ajudam na formação do plâncton.

1.2. Temperatura da água

A temperatura da água é um dos fatores mais importantes nos fenômenos biológicos


exigentes em um tanque de peixes.

Todas as atividades fisiológicas dos peixes (respiração, digestão, excreção, alimentação,


movimentos) estão intimamente ligadas à temperatura. Quanto mais alta a temperatura,
maior a atividade dos peixes e, consequentemente, maior o consumo de oxigênio. É
extremamente prejudicial aos peixes, sobretudo na fase de ovos, larva a alevinos, uma
variação na temperatura da água entre 3 e 4°C.

Onde predomina o clima subtropical, as preocupações são maiores no verão, quando a


temperatura da água pode gerar um consumo exagerado de Oxigênio Dissolvido e uma
produção excessiva do gás carbônico livre.

O monitoramento da temperatura deverá ser feito com o uso de termômetro de aquário de


máxima e mínima, que auxilia no registro da variação da temperatura no dia. O registro da
temperatura deve ser efetuado diariamente e anotado em uma ficha apropriada.

Ao detectar o aumento da temperatura deve-se aumentar a taxa de arraçoamento, e fazer


o contrário (diminuir) se a temperatura estiver em queda.

Se a temperatura sair da faixa de conforto do peixe, pode ocorrer mortalidade.

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1.3. Amônia

A amônia (NH3) e o amônio (NH4+) são gerados pela degradação de restos de ração,
organismos mortos e metabolismo dos peixes. As células do peixe eliminam a amônia
através da corrente sanguínea e a excreção é feita principalmente pelas brânquias e, em
menor escala, pela urina.

A amônia é uma substância tóxica que, em pH acima de 7, passa para a forma de amônio,
que é ainda mais tóxico, podendo causar nos peixes:

• Lesões nas brânquias, dificultando a respiração.

• Redução no transporte de oxigênio no sangue, provocando asfixia.

• Modificações letais e subletais no baço, fígado e tireoide, reduzindo o ganho de peso e


afetando a conversão alimentar.

• Bloqueio nos processos de fosforização oxidativa, causando letargia.

• Desequilíbrio na produção de hormônios de crescimento (corticosteroide).

As bactérias nitrificantes oxidam a amônia e a transformam em compostos menos tóxicos.

CICLO DA AMÔNIA

Figura 04

Em caráter emergencial podemos acidificar a água com ácidos orgânicos a fim de evitar a
intoxicação dos peixes pela amônia enquanto implementam-se as ações corretivas, ou seja,
suspensão do arraçoamento e aumento da renovação de água e aeração.

1.4. Nitrito

A amônia é transformada em nitrito pelas bactérias nitrosômonas. O nitrito é menos tóxico,


mas em quantidades elevadas concorre com o oxigênio para se ligar à molécula de
hemoglobina, transformando-a em meta-hemoglobina, estrutura incapaz de transportar o
oxigênio, provocando a morte dos peixes.

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Oxidação
NH4 + O2 NO2 + H20
Nitrosômonas
Se observarmos peixes “boqueando” (procurando respirar na superfície) no tanque de
criação, mesmo com boa concentração de oxigênio dissolvido na água, devemos monitorar
o pH e a amônia.

Caso o sangue dos peixes mortos esteja com cor escura, como chocolate, a intoxicação
certamente é proveniente do nitrito. Nesse caso é necessário fazer uma troca parcial da
água do tanque e suspender o arraçoamento dos peixes.

1.5. Nitrato

O processo de transformação de nitrito em nitrato também é realizado por bactérias, que


no caso são as nitrobacter. O nitrato é bem menos tóxico, porém em concentrações acima
de 100mg/litro pode inibir o crescimento dos peixes.
Oxidação
NO2 + O2 NO3 + H20
Nitroacter

A presença de nitrato no sistema de aquaponia refere-se ao ótimo ciclo biológico formado


dentro do tanque de biofiltragem.

O aparecimento do nitrato nos testes indica um bom funcionamento das bactérias nitrificantes,
ou seja, a conversão da amônia do sistema em nitrito e nitrato, bem como o início da
introdução das plantas no sistema. É o que chamamos de primeiro start do Sistema de
Aquaponia.

1.6. Gás Carbônico – CO2

O gás carbônico é proveniente da transformação do alimento dos peixes em energia (oxidação


das proteínas, açúcares e gordura). Nesse processo, moléculas grandes são transformadas
em substâncias simples como H2O (água), CO2 (gás carbônico) e NH-4 (amônia).

Tanques de peixe com alta concentração de CO2 reduzem a eliminação desse gás pelas
brânquias, acarretando no aumento da concentração de CO2 na corrente sanguínea dos
peixes. Esse aumento provoca a queda do pH do sangue (acidose sanguínea), estimulando
o hipotálamo a ampliar a frequência respiratória, o que obriga os peixes a subirem na
superfície a fim de procurar maior concentração de oxigênio dissolvido. Isso ocorre mesmo
que se tenha uma boa concentração de O2.

C6H12O6 CO2 + H20 + Energia

Outro efeito importante nas concentrações elevadas do CO2 é o de reduzir a absorção de


nutrientes pelo intestino, comprometendo o crescimento e a conversão alimentar.

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1.7. Oxigênio – O2

É o gás mais importante para a sobrevivência e bem-estar dos peixes e plantas. Também
é responsável pelos processos de degradação das substâncias tóxicas na água e redução
do material orgânico (oxidação).

Sua concentração varia de 0 a 13 mg/litro, sendo o ideal para a criação de peixes de 4 a


10 mg/litro. Concentrações abaixo de 4 mg/litro já comprometem a conversão alimentar, e
acima de 10 mg/litro podem provocar embolia, principalmente em larvas e alevinos.

Existem vários fatores que podem influenciar a concentração do oxigênio na água, como a
temperatura, a salinidade e a altitude. À medida que esses fatores caem, a concentração
do oxigênio sobe.

As fontes naturais de oxigênio no viveiro são a fotossíntese das algas e plantas aquáticas
submersas, as trocas diretas com a atmosfera e a renovação da água.

A importância do oxigênio nas raízes das plantas está ligada à absorção de nutrientes e ao
funcionamento adequado das raízes, além da metabolização da amônia e do crescimento
das bactérias dentro do tanque de biofiltragem, pois quanto mais oxigênio presente melhor
seu resultado.

1.8. Alcalinidade Total (mg/litro)

É a medida total das substâncias presentes na água, que proporcionam um equilíbrio entre
ácidos e bases dentro do tanque de criação (efeito tampão), impedindo a variação do pH
ao longo do dia.

No monitoramento mede-se o equivalente ao CaCO3 (mg de carbonato de cálcio por litro).


É resultante do total de bases tituláveis em solução, sendo a maioria composta por íons de
bicarbonatos (HCO3) e de carbonatos (CO3-2). A alcalinidade mínima deverá ser de 100 mg/
litro e a máxima, de 200 mg/litro. Devem-se fazer aplicações periódicas de cal ou gesso a
fim de elevar esse parâmetro e servir de fonte de cálcio para os peixes.

1.9. Dureza Total (mg/litro)

A dureza total representa a concentração dos íons de determinados minerais na água: cálcio
(Ca+2) e magnésio (Mg+2). Uma água é considerada “dura” quando contém na sua composição
valores significativos destes sais, e “macia” quando os contém em pequenas quantidades.

Os valores devem variar entre 100 mg/litro e 300 mg/litro, de acordo com a espécie de peixe.
As correções são feitas da mesma maneira que para a alcalinidade.

16 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


1.10. Transparência

A transparência da água nos indica até que profundidade a luz está chegando dentro do
tanque de criação de peixes. A medida é feita utilizando o disco de Secchi, o qual possui
cerca de 20 centímetros de diâmetro e é pintado de preto e branco de forma intercalada,
cada cor preenchendo um quarto do aparelho. O disco de Secchi possui uma corda graduada
que nos permite medir a que profundidade ele deixa de ser visível.

Em viveiros revestidos, transparências entre 30 e 40 centímetros são bem adequadas para


proporcionar um ambiente confortável para os peixes. Quando a luz penetra em profundidades
maiores, muitos peixes ficam receosos de subir à superfície para se alimentar e algumas
espécies como os bagres podem se estressar e ter problemas de pele. Transparências
muito pequenas geralmente estão associadas à grande quantidade de partículas orgânicas
em suspensão, o que amplia o consumo de oxigênio e aparecimento de bioflocos. Essas
partículas podem não ser prejudiciais à criação, mas podem se fixar na raiz das plantas a
serem comercializadas e prejudicar sua aparência.

1.11. Cor

A cor da água do viveiro é proveniente da luz refletida. A cor é em função da qualidade


das partículas em suspensão. Por exemplo, um tanque com água de coloração verde
provavelmente é em função das algas que aparecem (alta carga orgânica presente no tanque)
e em presença de luz (UV). Essas algas não oferecem perigo aos peixes; pelo contrário, as
larvas e alevinos se beneficiam destas algas como forma de alimentação.

2. ANIMAIS AQUÁTICOS

Podemos trabalhar com qualquer animal aquático na aquaponia. O princípio básico é que
possam ser alimentados e esses alimentos, por sua vez, sejam excretados na água do
tanque, a fim de proporcionar nutrientes para as plantas, após terem sido convertidos em
um filtro biológico. Dessa maneira, também é possível fazer a consorciação entre animais
aquáticos, como por exemplo a criação de peixes com camarão de água doce ou rãs.

O peixe é o animal mais utilizado na aquaponia. A densidade de peixes na aquaponia é de


30 a 45 kg/m3 de água, independentemente da espécie. Os principais são: tilápia, carpa,
lambari e vários peixes ornamentais.

ATENÇÃO!!!
O importante é que a espécie escolhida tenha mercado na região de produção,
seja adaptada ao clima local, tenha tolerância à alta densidade e seja resistente ao
manejo.

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Seguem abaixo algumas espécies de peixe com potencial para cultivo no sistema aquapônico:

- Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

• E s p é c i e d e o r i g e m a f r i c a n a d e r á p i d o
desenvolvimento.

• Possui carne de excelente qualidade, adequada


para filé (rendimento de 33%).

• Peso de abate a partir das 500 gramas (4 a 5


meses).

• Adequada para regiões quentes (temperatura acima de 22º C).

• O macho se desenvolve mais rápido que a fêmea (cerca de 2,5 vezes mais), por isso
criam-se tilápias monossexo (só machos), que são obtidas pelo processo de reversão
sexual.

- Carpa (Cyprinus Carpio)

• Peixe asiático muito resistente.

• Atinge mais de um quilo no primeiro ano.

• Tolera temperaturas entre 12º e 33º C e níveis de


oxigênio de até 2 mg por litro.

• As variedades coloridas são comercializadas


como peixes ornamentais, atingindo ótimos valores.

- Pacu (Piaractus mesopotamicus)

• Peixe brasileiro de excelente qualidade de carne.

• Rendimento de carcaça superior aos 42%.

• Peso de abate é de mais de 1 quilo com cerca de


10 a 12 meses.

• Tolera temperaturas entre 18º e 35º C.

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- Lambari (Astyanax bimaculatus)

• Atinge peso de 20 a 50 gramas em 4 meses

• Origem na América do Sul ocorre em praticamente


todas as bacias hidrográficas do Brasil

• Utilizado na gastronomia e como isca para peixes

• Tamanho médio é entre 10 e 15 cm comprimento.

3. MICRORGANISMOS

O papel dos microrganismos é fundamental no processo de oferecer a biologia necessária,


imitando o meio aquático em que os peixes naturalmente vivem.

É necessário, antes de inserir os peixes no tanque de criação, proporcionar a biologia do


ambiente. Após o término da montagem de todo o sistema, é importante deixá-lo ligado,
circulando a água por todo o sistema (tanque de peixes, tanques decantadores, biofiltros
e hidroponia) por uma semana. Por meio dessa circulação a água será oxigenada e o
aparecimento da biologia pelo sistema se dará naturalmente.

Após ter circulado o sistema, é chegada a hora de colocar os peixes no tanque de criação,
sendo importante ser aos poucos, pois não existem ainda no biofiltro as bactérias nitrificantes,
o que pode promover o aumento da amônia em pico e a morte dos peixes.

3.1. Maturação do biofiltro

O surgimento das bactérias dá-se de forma natural dentro do filtro biológico. São necessários
20 a 40 dias após a introdução dos peixes para que um sistema aquapônico apresente seu
ciclo de nitrificação em equilíbrio e seja possível o início da introdução das plantas.

É necessário acompanhar a maturação do biofiltro com a realização de testes de água a


cada 7 dias, visualizando os seguintes parâmetros:

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 19


Observações:

• A diminuição do nitrato do sistema significa que as plantas já estão absorvendo todo


nutriente do sistema;

• O acúmulo de nitrato no sistema sinaliza que poderão ser inseridas mais plantas no
sistema, e um ótimo funcionamento do biofiltro;

• O acúmulo de nitrito significa ótimo funcionamento das bactérias trabalhando na conversão


da amônia;

• A amônia deverá se manter no parâmetro de 0,25 a 0,50; seu aumento sinalizará que há
pouca área de agregação de bactéria, necessitando de mais mídias biológicas dentro
do biofiltro;

• É aconselhável a colocação dos peixes em números gradativos para se evitar pico elevado
de amônia dentro do tranque, pois todo o ciclo biológico dentro do biofiltro ainda não está
totalmente formado.

3.2. Equalização do sistema

Pelo fato da aquaponia envolver três organismos distintos (peixes, plantas e bactérias) é
necessário conhecer as necessidades de cada um deles.

Para as bactérias nitrificantes o pH ótimo será entre 7,0 e 8,0; por outro lado, a maioria das
plantas cultivadas cresce melhor em pH entre 5,5 e 6,5. Já a maioria dos peixes de água
doce podem ser cultivados em pH 7,0 até 9,0. É recomendado manter o pH entre 6,5 e 7,0.

Vale ressaltar que é normal observar redução contínua dos valores de pH no equilíbrio de
um sistema aquapônico. Essa observação é importante, pois indica o bom funcionamento
do filtro biológico e equalização do sistema de aquaponia.

3.3. Análise da qualidade da água para acompanhamento do sistema

A análise da água deve ser realizada regulamente.

Seguem abaixo os testes importantes para interpretação do biofiltro.

AMÔNIA DUREZA EM NITRITO


PH
TÓXICA CARBONATOS (NO-2)

NITRATO O2 FERRO
(NH3 / NH4) DISSOLVIDO (FE)

20 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


4. PLANTAS

Pode-se produzir qualquer tipo ou espécie vegetal, desde que haja água e nutrientes
essenciais para que possam absorver e crescer.

As olerícolas são classificadas em:

• folhosas - alface, rúcula, salsinha, cebolinha, etc.

• raiz, tubérculo e bulbo - gengibre, cenoura, beterraba, etc.

• frutos - tomate, berinjela, pepino, etc.

• flores - couve-flor, brócolis, etc.

A quantidade de plantas suportadas no sistema aquapônico está diretamente relacionada à


quantidade de ração ofertada ou quantidade de biomassa de peixes (kg) por plantas. Sendo
assim, conforme os animais aquáticos vão se desenvolvendo, o fornecimento de ração
aumenta e a quantidade de plantas aumentará proporcionalmente, até atingir o máximo de
plantas dentro do planejamento/dimensionamento desejado.

Produção de folhosas – 20 unidades


1 kg biomassa de peixe
Produção de frutos – 10 unidades

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 21


III - CONHECER OS SISTEMAS AQUAPÔNICOS

Podemos classificar a aquaponia em três tipos de sistemas:

• NFT (nutrient film technique) ou ambiente de cultivo em tubos hidropônicos

• Floating ou jangada

• Wicking bed ou ambiente cama de cultivo

1. NFT (NUTRIENT FILM TECHNIQUE) OU AMBIENTE DE CULTIVO EM TUBOS


HIDROPÔNICOS

O sistema NFT é uma técnica de cultivo em água, pela qual as plantas crescem tendo o
seu sistema radicular dentro de um canal ou canaleta, através do qual circula uma lâmina
d’água que passa por suas raízes.

Figura 05

Os canais de cultivos podem ser feitos com diversos tipos de materiais. Contudo, o material
utilizado deve ser impermeável ou impermeabilizado. Utilizam-se para a montagem dos
canais tubos de PVC, que é um material muito usado, fácil de encontrar e com preços
razoáveis. Os tubos de PVC são uma alternativa econômica para construção de uma horta
hidropônica, contudo existem no mercado estruturas próprias para hidroponia no sistema
NFT. Outros produtos que podem ser utilizados são: garrafas PET, bambu, etc.
Figura 06

Figura 07

22 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Figura 08

Figura 09
1.1. Aeroponia

Essa técnica surgiu com a necessidade de otimizar espaços, ter maior produtividade e
eficiência. É um sistema muito similar ao NFT, diferindo basicamente na disposição espacial
dos canais de cultivo.

O espaço de cultivo é otimizado, pois na aeroponia as plantas são cultivadas suspensas no


ar, tendo como sustentação canos de PVC que podem ser dispostos no sentido horizontal
ou vertical, permitindo um melhor aproveitamento de áreas e a instalação de um número
maior de plantas por metro quadrado de superfície, obtendo-se, assim, um aumento direto
de produtividade.

Aeroponia vertical

A água entra pelo alto da coluna, passa ao longo dela, é recolhida na parte inferior já filtrada
e retorna ao reservatório dos animais aquáticos.
Figura 10

Figura 11
Figura 12

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 23


Os tubos são colocados com inclinação de 1-3%. A água entra pela parte mais alta do tubo,
saindo pela outra extremidade. As mudas são colocadas nos tubos de PVC em perfurações
de 3-4 cm de diâmetro e no espaçamento indicado à cultura. Os tubos de PVC são colocados
um em cima dos outros, a 1 m de distância, paralelamente.

Figura 13

Figura 14
2. FLOATING OU JANGADA

Também chamado de leito inundado ou sistema flutuante, trata-se de uma canaleta cheia
de água do viveiro e bandejas flutuantes que dão suporte às plantas. Pode ser construído
com tábuas, blocos ou escavado no solo, formando valetas de 5 a 20 cm de profundidade,
com cerca de 1 metro de largura e comprimento variável.

O ambiente flutuante geralmente apresenta canais longos, sendo normalmente utilizado na


produção de folhosas (alface, rúcula, ervas aromáticas, etc.).

As plantas são apoiadas em placas de poliestireno com orifícios espaçados entre si de acordo
com as necessidades de crescimento de cada espécie. Suas raízes ficam submersas o
tempo todo na água; para tanto, é necessário haver um grande nível de oxigênio dissolvido
na água.

A água do viveiro entra por um lado e sai na outra extremidade, onde há um reservatório,
e de lá é bombeada para o viveiro. Essa técnica exige um excelente sistema de aeração.
São próprios para regiões de calor intenso.
Figura 15

Figura 16

24 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Figura 17

Figura 18
Figura 19

Figura 20
3. WICKING BED OU AMBIENTE CAMA DE CULTIVO

Dentre os ambientes de cultivo apresentados, este é o mais comum de ser utilizado em


aquaponia.

É semelhante ao DFT, mas a canaleta é preenchida por algum substrato (fibra de coco) ou
material inerte (brita, zeolita, argila expandida, caco de telha).

A água entra nesse ambiente pela parte superior (na base) através de canos de PVC
perfurados que, com auxílio de um dreno, mantêm uma lâmina d’água de aproximadamente
5 cm de altura. Com ajuda de uma bomba submersa, essa água sobe por cerca de 20 cm
até a superfície, levando consigo os nutrientes necessários para o crescimento dos vegetais
ali enraizados.

Devido ao uso de substratos, como por exemplo a argila expandida, esse ambiente é muito
propício para o cultivo de raízes como cenoura, beterraba, rabanete, cebola, entre outras,
servindo também como biologia para agregação das bactérias. Possui um sistema de Sifão
de Bel, como timer e sistema de drenagem da água de volta para o tanque dos peixes,
oxigenando assim a água.
Figura 21

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 25


A vantagem desse sistema é que o substrato e o material inerte servem de filtro biológico.
A produção vegetal também pode ser obtida em modelos de produção vertical.

Figura 22

26 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


IV - CONHECER A ESTRUTURA DE UM
­S ISTEMA AQUAPÔNICO
A estrutura de um Sistema Aquapônico partilha de vários componentes simples e pode ser
construído com materiais encontrados no mercado.

De uma forma geral, a estrutura do sistema tem como componentes básicos:

• Tanque de criação de peixes

• Decantador (filtro de sólidos)

• Clarificador

• Biofiltro

• Sistema hidropônico

• Sistema de captação

Decantador Clarificador

Tanque
Biofiltro
de Peixes

Captação Sistema
(Sump) Hidropônico

ATENÇÃO!!!
Os componentes do projeto deverão estar de acordo com o tamanho do sistema a
ser instalado. O Clarificador e a Captação (Sump) são componentes instalados em
sistemas de médio a grande porte (a partir de 4 bancadas), devido à quantidade de
resíduos e ao maior volume de água.
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 27
1. CONHECER O TANQUE DE PEIXES

Tanque de peixes é um componente crucial em qualquer sistema aquapônico. No tanque, os


peixes necessitam de condições favoráveis de sobrevivência e desenvolvimento, portanto
deve ser escolhido com sabedoria e de acordo com sua necessidade de produção.

Existem vários aspectos importantes a serem considerados, incluindo sua forma e o material.

Tanques redondos com fundo plano são recomendados, pois permitem que a água circule
uniformemente e transporte todo resíduo sólido para o centro do tanque por força centrípeta
(que se dirige para o centro), facilitando sua saída pela tubulação.

Figura 23
Em geral, os tanques de polietileno de baixa
densidade são preferíveis pela sua alta
resistência, sendo facilmente encontrado no
mercado.

Figura 24
Os tanques de cimento ou de lona (PVC/
geomembrana) são muito mais aceitáveis por
ser uma opção barata com grande capacidade
produtiva.

Outras opções incluem contêineres de


Figura 25

segunda mão, barris ou recipientes para


granéis intermediários.

É muito importante certificar-se de


que o recipiente não tenha sido usado
anteriormente para armazenar material tóxico
ou contaminante, como produtos químicos à
base de solventes, pois terão penetrado no
plástico poroso, tornando-se impossível sua
remoção com lavagem; portanto, não são
recomendados.

Já as lagoas naturais ou tanques escavados são muito difíceis de manejar para a aquaponia,
pois os processos biológicos naturais que já ocorrem dentro do substrato e lama no fundo
podem ser difíceis de manipular, e os nutrientes são frequentemente usados pelas plantas
aquáticas.

28 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


Saída de água do tanque

Para a saída da água do tanque utiliza-se o


Sistema Overflow, em que a água é retirada
do fundo.

O Overflow é um sistema simples. Consiste


numa junção de tubos e conexões de PVC.

2. CONHECER O DECANTADOR

Decantador é o recipiente utilizado para separar os sólidos sedimentáveis como resto de


ração e dejetos dos peixes, que estão contidos na água.

O decantador é construído de forma que as partículas se concentrem no fundo e possam


ser removidas posteriormente, por um registro.

A água entra pela parte inferior do decantador através de um cano posicionado


tangencialmente ao recipiente, forçando assim a água a girar em movimento circular. A força
centrípeta criada pelo movimento circular da água força os resíduos sólidos na água para
o centro e o fundo do recipiente.

O resíduo sólido decantado no fundo permite que a água clarificada saia na parte superior,
através de um tubo de saída com fenda grande coberto com um filtro de malha secundária,
e flui para dentro do biofiltro ou para os leitos de mídia.

A filtragem mecânica é sem dúvida um dos aspectos mais importante do projeto. A filtragem
mecânica é a separação e remoção de resíduos

Figura 26
de peixe sólidos que estão suspensos nos
tanques de peixes. É essencial remover
esses resíduos para a saúde do sistema, pois
eles podem obstruir tubulações do sistema e
interromper o fluxo de água, prejudicando a
saúde das raízes das plantas.

Para definir o recipiente a ser usado como


decantador é preciso calcular a quantidade de
água que será filtrada de todo sistema. O mais
comum é utilizar bombona ou caixa d’água.

3. CONHECER O CLARIFICADOR

O clarificador é um recipiente conectado após o decantador, geralmente utilizado em sistema


de médio e grande porte, que tem a finalidade de deixar a água mais límpida, ou seja, o
objetivo é diminuir a quantidade de resíduos sólidos que irão para o biofiltro, eliminando
as chances de entupimento de conexões, saída de bomba e as conexões da hidroponia,
evitando também resíduos sólidos nas raízes das plantas.

O mais comum é utilizar bombona. O tamanho será igual ao do decantador.


Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 29
4. CONHECER O BIOFILTRO

A biofiltragem consiste na conversão da amônia e nitrito em nitrato pelas bactérias vivas.


Essas moléculas são dissolvidas diretamente na água e processadas diretamente por
bactérias nitrificantes.

O biofiltro é essencial na aquaponia, pois a amônia e o nitrito são tóxicos mesmo em baixas
concentrações, enquanto as plantas precisam do nitrato para crescer.

Em uma unidade aquapônica, o biofiltro é um componente essencial para abrigar a maioria


das bactérias vivas. Além disso, o movimento dinâmico da água dentro de um biofiltro
quebrará sólidos muito finos não capturados pelo decantador, o que previne ainda mais o
acúmulo de resíduos nas raízes das plantas.

É necessário que o biofiltro seja projetado para ter uma grande área de superfície para
agregação de bactérias e uma ótima oxigenação, pois, além dos peixes, as bactérias e as
raízes das plantas usufruem desse oxigênio.

Para definir o recipiente a ser usado como biofiltro é preciso calcular a quantidade de água
que será filtrada de todo sistema, bem como a quantidade de mídias biológicas. O mais
comum é utilizar caixa d’água para facilitar a dinâmica das mídias dentro do biofiltro.

5. CONHECER O SISTEMA HIDROPÔNICO

Hidroponia, do grego: água + trabalho, é o nome dado a um sistema de cultivo de plantas


caracterizado por não precisar de terra. São usados tubos de PVC ou Polietileno, chamado
de perfis, como substrato para as raízes das plantas, onde terão contato direto com a água.

Este sistema deve preferencialmente ser cultivado em um ambiente protegido (estufa),


principalmente quando se tem interesse comercial e de produção em grande escala.

Existem no mercado vários tipos de perfis hidropônicos produzidos especialmente para


cultivo de plantas em meio líquido (hidroponia). É necessário fazer a escolha de acordo com
o tipo de cultura a ser cultivada, pois há tamanhos específicos para cada tipo de olerícolas,
de acordo com tamanho das raízes e plantas.

Alguns exemplos:

• Tubo de 1.1/2” ou 40mm - indicado para berçários

• Tubo de 2” ou 50mm - indicado para rúcula, agrião e temperos

• Tubo de 2.1/2” ou 63mm - indicado para alface sem uso de berçário

• Tubo de 4” ou 100mm - indicado para tomate, pepino, berinjela e outros

• Tubo de 3” ou 75mm - indicado para alface, almeirão, couve, morango e outros

ATENÇÃO!!!
Para cada tubo hidropônico é necessário calcular uma quantidade de água nutrida
de 1,5 a 2,0 litros passando pelos tubos por minuto.

30 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


6. CONHECER O SISTEMA DE CAPTAÇÃO (SUMP)

O sistema de captação é um recipiente adicional usado em sistema de médio e grande porte.


É o recipiente de necessária instalação, aonde toda água chegará do sistema hidropônico
(bancadas), retornando aos tanques dos peixes. Sua aplicação se dá na captação da água,
possibilidade de limpeza da água (restos de substratos e raízes de plantas) e melhora da
oxigenação de retorno da água para os tanques. Pode-se usar bombona ou caixa d’água.
Seu tamanho é definido de acordo com a quantidade de água que retornará das bancadas.

7. CONHECER O SISTEMA DE CIRCULAÇÃO

Para um ótimo funcionamento do sistema, é necessário obedecer a uma dinâmica que


acontece através da recirculação de água, que envolve o tanque de criação dos peixes
(iniciando o processo), o decantador (decantando os resíduos sólidos), o biofiltro (contendo
as mídias biológicas para agregação das bactérias nitrificantes) e a hidroponia (produção
de hortaliças e vegetais que irão absorver todo o nutriente e filtrar a água).

Para sistemas de pequeno porte, o mais comum é utilizar uma bomba de água submersa.
Já as bombas externas podem ser usadas, mas elas requerem mais encanamentos e são
mais apropriadas para projetos maiores.

Os sistemas de pequena escala necessitam de uma bomba de 2.000 litros/hora a uma altura
de coluna de 1,5 metro, sendo que uma bomba submersível dessa capacidade consome 25
a 50 W/h. Uma aproximação útil para calcular a eficiência energética em bombas submersas
é que uma bomba pode mover 40 litros de água por hora para cada watt por hora consumido,
embora alguns modelos reivindiquem o dobro dessa eficiência.

Ao projetar o encanamento para a bomba, é importante perceber que a potência de


bombeamento é reduzida em todos os encaixes de tubulação, onde até 5% da vazão total
pode ser perdida em cada conexão de tubulação quando a água é forçada a passar. Assim,
é preciso usar um número mínimo de conexões entre a bomba e os tanques de peixes.

Também é importante notar que quanto menor o diâmetro dos tubos, maior a perda de fluxo
de água. Um tubo de 30 mm, por exemplo, tem o dobro do fluxo de um tubo de 20 mm,
mesmo se for servido de bombas com a mesma capacidade. Além disso, um tubo maior não
requer manutenção para remover o acúmulo de sólidos acumulados no interior. Em termos
práticos, isso resulta em economias significativas em eletricidade e custos operacionais.

Ao instalar um sistema aquapônico, certifique-se de colocar a bomba submersa em um local


acessível, pois é necessário efetuar uma limpeza periódica. De fato, o filtro interno precisará
de limpeza a cada 2 a 3 semanas, situação de perigo em queimá-la se forem executadas
sem água; portanto, nunca deixe a bomba secar.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 31


V - PLANEJAR O SISTEMA AQUAPÔNICO

Para iniciar a produção de um sistema aquapônico é necessário planejar, ter conhecimento


da área que irá implantar o sistema, definir a espécie de peixes que se pretende trabalhar
e as plantas que serão cultivadas.

Antes de iniciar os cálculos é preciso verificar:

Qual tamanho da área disponível para implantação do sistema?


Importante verificar a disponibilidade de área, pois irá definir qual o tamanho do sistema a ser
implantado, ou seja, quantas bancadas caberão na área desejada e quantos kg de peixes
serão necessários para suprir a quantidade de plantas (quantos tanques serão necessários
e o tamanho da área que eles irão ocupar).

Qual a declividade do terreno?


O sistema de aquaponia tem a vantagem de poder trabalhar a favor da gravidade, e isso se
dá de acordo com a declividade da área em que o sistema será implantado. Dê preferência
para áreas de bancadas no local mais alto do terreno, pois toda água que retornará da
bancada será por gravidade, fazendo com que toda água do retorno do sistema caia dentro
dos tanques dos peixes (área mais baixa).

Quanto tempo de luz solar esta área tem por dia?


Em toda a produção vegetal é necessário que ela seja exposta à luz solar diretamente,
pelo menos 6 horas contínuas do dia, pois a radiação solar influencia diretamente no
desenvolvimento da planta como um todo.

Qual a qualidade da água disponível na propriedade?


Conhecer as características da água a ser utilizada no sistema é muito importante, pois ela
influencia diretamente na produção dos peixes, plantas e microrganismos. É fundamental
fazer os testes de água periodicamente e corrigir os parâmetros quando necessário,
mantendo sempre alta a qualidade da água.

Local tem disponibilidade de energia elétrica?


A energia elétrica é de extrema necessidade, uma vez que no sistema aquapônico utiliza-se
bombeamento de água para as plantas e oxigenação para os peixes. É necessário adquirir
um sistema específico (gerador) para que não falte energia em nenhum momento, caso
contrário os peixes e plantas irão morrer.

Qual a capacidade produtiva do meu sistema?


Com a quantidade total de bancada que caberá na área do terreno, será crucial fazer o cálculo
da capacidade total de hortaliças a serem produzidas; diante do resultado, é importante
calcular a quantidade de biomassa (kg de peixes) que será necessário obter para nutrir
todas as hortaliças produzidas. Após o cálculo de biomassa necessária, é hora de calcular a
quantidade de tanques para produção dos peixes; a partir daí, saber-se-á qual a quantidade
de mídias biológicas é necessária para a agregação de todas as bactérias nitrificantes do
sistema. Essa é a parte mais importante.

32 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


1. DEFINA O TAMANHO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA

Para efeito de cálculo, utilizaremos dados e valores aleatórios disponíveis em uma


propriedade.

• Área = 3 metros x 10 metros = 30m²

3m

10 m

2. DEFINA A QUANTIDADE DE BANCADAS NO SISTEMA

As bancadas são construídas, normalmente, com largura de 1,90 metro e comprimento de


até 12 metros, tamanho máximo para uma boa oferta de nutrientes para o crescimento das
plantas.

A quantidade de bancadas será determinada pelo tamanho da área disponível.

Comprimento x Largura

10 m x 3 m

30 m2

Em 30m2 disponíveis será possível instalar apenas 01 bancada de 1,90 x 6m

Bancada Hidroponia 3m

10 m

3. DEFINA A QUANTIDADE DE OLERÍCOLAS NA BANCADA

A quantidade de plantas por bancada dependerá do espaçamento de plantio entrelinhas e


entre plantas que o perfil possui.

3.1. Defina o que será cultivado

Ao definir o que será produzido, será possível calcular qual quantidade poderá ser produzida
na bancada 1,90 x 6m.

• Olerícola escolhida: Alface

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 33


3.2. Defina o espaçamento de plantio

O espaçamento de plantio para qualquer espécie é diferente quando plantado na terra e


em sistema hidropônico. Deve-se pesquisar qual o espaçamento ideal para cada olerícola.

• Espaçamento: 20 x 20 cm

3.3. Defina o tipo de perfil a ser utilizado

• Tubo de 2.1/2” ou 63 mm - indicado para alface sem uso de berçário

3.4. Calcule o número de perfis na bancada

• Largura do perfil – 6,3 cm

• Espaçamento entre perfis – 20 cm (entrelinhas)

Largura do perfil + Espaçamento entrelinhas

6,3 cm + 20,0 cm

26,3 cm

• Largura da bancada – 1,90 m ou 190 cm

Largura da bancada / Espaçamento

190 cm / 26,30 cm

7,22 perfis

Aproximadamente 08 perfis por bancada

34 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


A distribuição dos perfis na bancada deverá ser uniforme, ou seja, a mesma medida quanto
ao espaçamento entrelinhas.
Largura da bancada - Espaço dos
Largura do perfil * Quantidade perfil
perfis
6,3 cm * 8 perfis
190 cm - 50,4 cm
50,4 cm
139,6 cm
139,6 cm é o espaço que sobra para
Os perfis ocuparão 50,4 cm
dividir os perfis

Espaço que sobra / nº de vãos

139,6 cm / 7

19,94 cm

Aproximadamente 20,0 cm entre


perfis.

20,0 cm 20,0 cm 20,0 cm 20,0 cm 20,0 cm 20,0 cm 20,0 cm

1,90 m

3.5. Calcule o número de plantas por bancada

• Perfil para alface (63 mm) – possui 24 furos (6 m) ou 48 furos (12m)

A medida padrão do perfil é de 6 metros.

Nº Perfis * nº furos por perfil

08 x 24 furos

192 plantas/bancada

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 35


4. DEFINA A QUANTIDADE DE BIOMASSA DO SISTEMA

A quantidade de biomassa (peso médio * Nº de peixes) será calculada a partir da quantidade


de olerícolas que caberá na bancada.

• Bancada: 192 mudas

• 1 kg biomassa de peixe = 20 unidades de produção de folhosas

1 kg biomassa --------------20 alfaces

X kg biomassa ------------ 192 alfaces

X= 192 * 1 = 192 = 9,6


20 20
9,6 kg peixes no sistema

5. DEFINA O TAMANHO DO TANQUE DE PEIXE

O tamanho do tanque será baseado na quantidade de biomassa de peixes no sistema.

Na aquaponia é recomendado utilizar uma densidade de 25 a 45 kg peixe/m3, com ótima


aeração.

• Biomassa: 9,6 kg

• Densidade de estocagem: 30 kg por m3 (30 litros)

1 kg biomassa --------------30 litros

9,6 kg biomassa ------------ X litros

X= 9,6 * 30 = 288 litros


1
Será necessário um tanque de 288 litros

ATENÇÃO!!!
Utilizaremos um tanque com 500 litros devido ao maior conforto dos peixes.

6. CALCULE A QUANTIDADE DE MÍDIAS BIOLÓGICAS DO FILTRO

A filtragem biológica é responsável pela degradação da amônia da água do tanque. Para


que esse processo ocorra, as bactérias devem estar fixadas em uma superfície adequada,
ou seja, na mídia biológica, na qual as bactérias se desenvolverão formando colônias para
“consumir” toda a amônia produzida pelo sistema.

Para o cálculo da quantidade de mídias biológicas a ser utilizada no sistema, é preciso se


basear em três aspectos:

36 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


a) Área de agregação de bactéria

b) Quantidade de litros que será necessário filtrar

c) Quantidade de biomassa de peixes x quantidade de ração (produção de amônia).

Pode-se utilizar como mídia biológica: argila expandida; pedra brita; cacos de tijolos; areia
grossa; Biomedia alfa, etc.

Os testes científicos estimam que para cada metro quadrado de superfície de agregação de
bactéria são removidos entre 1 e 4 gramas de amônia por dia. Essa diferença de quantidade
de amônia removida depende de vários fatores, tais como: oxigenação dentro do biofiltro,
quantidade de matéria orgânica (sujidade) presente no filtro, presença de luz solar e
quantidade de m² de capacidade de agregação de bactéria existente na mídia biológica.

A média geral de remoção de amônia fica por volta de 1 grama de amônia por m2. Limpar a
matéria orgânica do sistema de filtragem e do tanque é importante para ajudar as bactérias
nitrificantes a vencerem a guerra por nutrientes e espaço, porém corre-se o risco de eliminar
algumas bactérias também. Não é recomendado lavar biofiltro com água que contenha cloro,
sendo prejudicial às bactérias biológicas.

Diferença de área de agregação de bactérias e as mídias biológicas


Figura 27

K1 0,5 m²/l
Figura 28

Areia grossa 6 m²/l


Figura 29

Argila expandida 0,7 m²/l


Figura 30

Biomedia alfa 0,7 m²/l

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 37


É necessário relacionar todos os fatores acima citados para se ter a quantidade de litros de
mídia filtrante para um sistema de aquaponia. Geralmente usa-se a porcentagem padrão
para a quantidade de litros que se quer filtrar, ou seja:

Argila expandida 30% da capacidade total do tanque

Biomedia Alfa 2% da capacidade total do tanque

Assim, para o sistema aquapônico com uma caixa de 500 litros d’água serão necessários
2% de biomédica alfa.

500 l ------------100%

X l ------------- 2%

X= 500 * 2 = 1.000 = 10,0


100 100

Serão necessários 10 litros de biomedia alfa

7. DETERMINE A DIMENSÃO DOS FILTROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS (DECANTADOR),


CLARIFICAÇÃO E DE FILTRAGEM (BIOFILTRO)

Para determinar o volume dos filtros é necessário definir o tempo de detenção hidráulica e
quantidade de volume.

Tempo de detenção hidráulica = tempo de passagem da água no filtro biológico

7.1. Converta o volume por hora em volume por minuto

• Volume do tanque: 500 litros d’água

• Tempo: 1 hora = 60 minutos

Taxa recirculação = litros d’água / tempo


500 / 60
8,33 litros d’água/min

Taxa de recirculação será de aproximadamente


9 litros de água por minuto

38 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


7.2. Estabeleça o tempo de detenção hidráulica

• Tempo de detenção hidráulica: 15 minutos (é recomendado de 5 a 15 minutos)

Volume = taxa recirculação * tempo de detenção


9 litros/min * 15 min
135 litros/15 min

O volume dos filtros deve ser de 135 litros

Então, os filtros terão a capacidade de 100 litros:

• Decantador – bombona de 100 litros

• Clarificador – bombona de 100 litros

• Biofiltro – bombona de 100 litros

8. DETERMINE A DIMENSÃO DO SISTEMA DE CAPTAÇÃO (SUMP)

A dimensão do Sump será definida de acordo com a quantidade de litros que será
disponibilizada para cada perfil hidropônico, ou seja, de 1,5 a 2,0 litros de água/ minuto/perfil.

O sistema de circulação de água é ditado por um dispositivo (timer analógico ou digital). O


tempo de acionamento deste dispositivo é de acordo com a temperatura média do local de
instalação do sistema.

O tempo será determinado pelo produtor, pois não existe um padrão para o funcionamento
do timer. Normalmente, o tempo mínimo para o acionamento deve ser de 15 em 15 minutos,
ou seja, 15 minutos circulando a água e 15 minutos de descanso.

Sendo assim

• Bancada: 8 perfis

• Quantidade de água por perfil – 2,0 litros/min

• Timer – 15 em 15 min
1 perfil ------------2,0 litros/min

8 perfis ------------- X litros/min

X= 8 * 2 = 16 = 16,0
1 1

Será necessário 16 litros/min para 8 perfis

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 39


15 min * 16 litros água/min

240 litros

O volume mínimo do Sump deve ser de 240


litros

• Sump – Bombona de 240 litros

ATENÇÃO!!!
É necessário verificar a quantidade de filtros que será utilizada de acordo com o
tamanho de sistema. Em sistemas de médio e grande porte é aconselhável incluir o
filtro clarificador e de captação (Sump).

9. DETERMINE A VAZÃO DE BOMBA SUBMERSA

Ao criar peixes em alta densidade deve-se estar atento à recirculação de água, pois toda
água do tanque deve ser filtrada pelo menos dentro de 1 a 2 horas.

Neste caso, recomenda-se usar uma bomba com vazão 100% superior ao tamanho do
volume total de água que deseja recircular.

Tanque = 500 litros d’água

Bomba = 1.000 litro/hora

ATENÇÃO!!!
É necessário verificar na bomba a quantidade da vazão de litros/hora, coluna e
pressão, pois nem sempre a bomba atinge a necessidade para distribuir a água nos
8 perfis; sendo assim, será necessário aumentar a potência desta bomba.

40 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


VI - CONHECER OS MATERIAIS,
­F ERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO DO
SISTEMA AQUAPÔNICO

Abraçadeira náilon 540 mm (c) x 13 mm (e) Abraçadeira rosca sem fim 30 mm

Adaptador curto de rosca soldável 50mm Alicate

Arame revestido PVC nº 18 Arco de serra

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Balança Balde plástico graduado transparente 10 L

Biomedia Bombas submersas de 2700L/H


Figura 26

Bombonas 120 L Broca


Figura 23

Caixa d’água 500 L Alicate torques

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Caneta permanente Cap soldável 25 mm

Cavadeira articulada com cabo Chave de grifo

Coletor da bancada hidropônica Conectores para mangueira 7 mm

Curva soldável 25 mm Curva soldável 40 mm

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Vaselina (embalagem 100 g) Enxada com cabo

Estacas 1,0 m Estufa

Fita veda rosca 18 mm (l) x 50 m (c) Flange soldável 25 e 50 mm

Folha de lixa Furadeira

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Joelho 90º soldável 50 mm Juvenis de tilápia

Kit análise de água Linha de pedreiro

Luva de correr 20mm Luva de redução 25x20 mm

Mangueira cristal transparente (1/4” x 1 mm Martelo


para nível e ¾”)
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 45
Microtubo PVC flexível 7 mm Muda de alface

Nível de pedreiro 30 cm Pano de chão alvejado 40 cm (l) x 70 cm (c)

Peneira de plástico com cabo com tela de


Perfis da bancada – 6 m
náilon (20 cm diâmetro)

Pés da bancada - 1,20 m Puçá

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Ração peletizada para juvenil Recipiente de plástico 1 L

Regador de plástico 5 L com crivo fino Registro esfera soldável 25 mm

Sal grosso Serra copo

Sistema venturi (aerador) Tampões dos perfis

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Tê soldável 50 mm Termômetro analógico aquário

Timer temporizador analógico Travessas da bancada - 1,80 m

Trena 5 m Tubo polietileno 20 mm

Tubo PVC soldável 20, 25 e 50 mm

48 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


VII - MONTAR A BANCADA HIDROPÔNICA

A instalação do modelo NFT proporciona uma facilidade na implantação, pois se adapta


facilmente a terrenos irregulares, é modular e de fácil manejo.

ATENÇÃO!!!
Uma bancada de NFT deve ser instalada conforme os parâmetros do projeto
técnico do fabricante em questão, pois as medidas das bancadas variam entre os
fabricantes.
Antes de instalar a bancada é necessário verificar se o terreno é muito irregular. Se
for o caso, será necessário consultar um profissional especializado para a devida
adequação.

1. CONHEÇA A ESTRUTURA DA BANCADA NFT

As bancadas de NFT são compostas de: pés, travessas, tubos (perfil), coletor e tampas do
tubo.

1 - Pés 2 - Travessas 3 - Perfil 4 - Coletor

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2. SELECIONE OS MATERIAIS NECESSÁRIOS

Material Qtidade Material Qtidade


Alicate 01 un Mangueira de nível 10 m 01 un
Arame revestido PVC nº 18 1/2 kg Martelo 01 un
Caneta permanente 01 un Nível de mão 01 un
Cavadeira 01 un Perfis da bancada - 6 m 08 un
Coletor da bancada 01 un Pés da bancada - 1,2 m 06 un
Enxada 01 un Tampões dos perfis 08 un
Estacas 1,0 m 16 un Travessas da bancada - 1,8 m 06 un
Estufa 01 un Trena 5 m 01 un
Linha de pedreiro 01 un Vaselina 01 un

3. LIMPE O TERRENO QUANDO NECESSÁRIO

Retire pedras, tocos e restos de culturas do local.

4. DEFINA O LOCAL DA INSTALAÇÃO DA BANCADA CONFORME PROJETO


TÉCNICO

Após o terreno estar preparado para a instalação da bancada, é necessário marcar os locais
onde serão fixados os pés da bancada. É importante que a marcação seja feita de acordo
com o tamanho da área da estufa ou terreno, obedecendo a uma distância que facilite a
circulação e manejo no local.

• Distância entre pés da bancada – deve-se obedecer a um padrão de distância entre


1,10 a 1,50 metro, evitando assim a curva para baixo nos perfis, o que pode ocasionar
o acúmulo de água nas raízes.

• Distância entre as travessas da bancada - em média 1,20 a 1,40 metro.

50 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


5. ESQUADREJE O LOCAL

Esquadrejar é o mesmo que colocar dentro de um esquadro, isto é, fazer a planta usando
ângulos retos (90°). Existem várias técnicas para se fazer o esquadrejamento.
0,55 m

Bancada Hidroponia
3m
3m 6m 1m

0,55 m

10 m

5.1. Encontre os pontos “A”, “B”, “C” e “D” no terreno

1m 1m 1m 1m 1m 1m

A 1m A 1m C 1,8 m
A 1m C 1,8 m A 1m

6m 6m 6m 6m

B 1m B 1m D 1,8 m B 1m

5.2. Passe a linha de pedreiro entre os quatro pontos – “A”, “B”, “C” e “D”

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 51


5.3. Confira se as medidas estão corretas com auxílio de uma trena

5.4. Tire o nível dos quatro pontos com auxílio de uma mangueira de nível

5.4.1. Marque um ponto na estaca “A” com auxílio da trena e caneta permanente – 0,40m

5.4.2. Estique a mangueira de nível até o ponto “C”

5.4.3. Marque com a caneta permanente o local do nível na estaca “C”

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5.4.4. Verifique com a trena a medida da marcação (nível) no ponto “C”

5.4.5. Proceda aos mesmos passos para os pontos “D” e “B”

5.4.6. Verifique o desnível do terreno após a verificação do nível em cada ponto

Essas medições são importantes para verificar a altura em que os buracos dos pés da
bancada deverão ser abertos.

C=43cm A=40cm

D=52cm B=51cm

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6. DEFINA A DECLIVIDADE DA BANCADA

Dentro de um padrão da construção da bancada hidropônica, é necessário construí-la com


uma declividade, da cabeceira para o retorno da água, obedecendo a um limite de 2 a 4%.

ATENÇÃO!!!
Há dois aspectos importantes quanto à declividade:
1º) é quanto a altura da cabeceira precisa estar de acordo com a altura de quem irá
manejar o sistema.
2º) é quanto a altura do retorno da água deve ser maior que a altura do tanque.
Assim, é necessário calcular qual a melhor declividade para o seu sistema.

6.1. Defina a altura da cabeceira

• Altura desejada para a cabeceira – 1,00

6.2. Calcule a altura da outra extremidade da bancada baseado na declividade

Após definir a altura da cabeceira, deve-se calcular qual a declividade para encontrar a
altura da outra extremidade da bancada (retorno).

É recomendada uma declividade de 2 a 4% nos tubos para a passagem da água.

Declividade = 2% dH (distância) = 6,00 dh (diferença altura) = ?


D = dh * 100
dH
2 = dh * 100
6
6 * 2 = dh * 100
12 = dh * 100
dh = 12
100
dh = 0,12
A diferença de altura das extremidades da
bancada será de 0,12 m (12 cm)

Altura da cabeceira = 1,00m


Declividade = 0,12 m
1,00 m - 0,12 m
0,88 m
A altura da parte final da bancada será de 0,88
m (88 cm)

54 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


ATENÇÃO!!!
A altura dos pés do retorno da bancada deverá ser maior que a altura da caixa
d’água (tanque de peixes) para que a água retorne em gravidade do coletor para o
tanque.

7. CALCULE A ALTURA DOS PÉS DA BANCADA

1,00 m (cabeceira) – 0,88 m (retorno) = 0,12 m


0,12 m / 6 pés = 0,024m ou 2,4cm

A partir da parte final (0,88m) cada pé será


enterrado em 0,025m ou 2,5cm

Obs.: Cada pé tem 1,20 m de altura

8. CALCULE O INTERVALO ENTRE OS PÉS DA BANCADA

• Bancada de 6 m - 12 pés (6 cada lado).

• Distância a ser deixada em cada extremidade da bancada – 0,20 m


6,00 m (bancada) – 0,40 m (extremidades)
= 5,60 cm
5,60 m / 5 intervalos
= 1,12 m

Intervalo entre os pés será de 1,12 m

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9. INSTALE OS PÉS DA BANCADA

Os pés da bancada deverão ser instalados conforme o cálculo do intervalo dos pés.

9.1. Estique a trena entre os pontos “C” e “D”

9.2. Coloque as estacas nas marcações dos pés

0,20m 1,32m 2,44 3,56m 4,68m 5,80

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9.3. Proceda aos mesmos passos entre os pontos “A” e “B”

9.4. Retire a linha de pedreiro das estacas

9.5. Retire as estacas das pontas que foram usadas para demarcar o local da bancada

9.6. Cave os buracos dos pés da bancada com auxílio de uma cavadeira

9.6.1. Retire as estacas

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9.6.2. Abra os buracos

9.7. Verifique, com auxílio de uma trena, se as profundidades dos buracos estão corretas

9.8. Instale os pés das extremidades da bancada (Pontos “A”, “B”, “C” e “D”)

9.8.1. Coloque o pé em um das extremidades – Ponto “A”

9.8.2. Verifique a altura com auxílio da trena

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9.8.3. Nivele o pé da bancada com auxílio de um nível de mão

9.8.4. Encha o buraco com terra com auxílio de uma enxada

Conforme for jogando terra no buraco, deve-se proceder à compactação com auxílio de um
cabo de madeira.

9.8.5. Verifique o nivelamento do pé da bancada com auxílio do nível de mão

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 59


9.8.6. Verifique, com auxílio de uma trena, se a altura do pé da bancada ficou de acordo
com a medida desejada

9.8.7. Coloque o pé na outra extremidade - Ponto “C”- atentando-se para a medida de


distância entre eles (1,80m)

9.8.8. Siga os mesmos passos para fixá-lo

9.8.9. Repita os mesmos passos para fixar os pés na outra extremidade (Pontos “B” e “D”)

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9.9. Coloque a travessa nos pés de uma das extremidades da bancada (Pontos “A”
e “C”)

O encaixe dos pés ficará a 5 cm de cada lado da travessa.

9.9.1. Marque na travessa, nas duas pontas, o local exato onde será feito o encaixe (5 cm)

9.9.2. Encaixe a travessa no local marcado

9.9.3. Verifique o nível da travessa

Caso haja algum desnível, deve-se arrumar um dos pés.

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9.10. Coloque os pés e a travessa na outra extremidade da bancada (Pontos “B” e
“D”), seguindo os mesmos procedimentos.

9.11. Passe uma linha de pedreiro sobre as duas travessas para servir de base na
colocação das demais travessas

9.12. Monte o 2º par de pés da bancada


9.12.1. Encaixe as travessas nos pés da bancada

62 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


9.12.2. Coloque os pés da travessa montada no buraco

9.12.3. Tampe parcialmente os buracos destes pés

Coloque pouca terra nos buracos, pois os pés precisam ser alinhados e nivelados.

9.12.4. Verifique a distância dos pés com auxílio da trena

9.12.5. Verifique o nível dos pés

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9.12.6. Cubra totalmente os buracos

9.13. Monte os demais pés da bancada, seguindo os mesmos procedimentos

9.14. Retire a linha de pedreiro da bancada

10. INSTALE OS PERFIS

10.1. Coloque os perfis sobre a bancada

Os perfis ficarão distribuídos sobre a bancada seguindo as marcações (furos) nas travessas
já definidas pela empresa. Caso a bancada adquirida não venha com as marcações para
amarração dos perfis, deve-se seguir a distância calculada no planejamento.

ATENÇÃO!!!
Observe os furos dos perfis, pois eles não devem ficar alinhados. É importante que
eles fiquem dispostos em zigue-zague para melhor crescimento das plantas.

64 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


10.2. Una os perfis

Caso os perfis sejam entregues pela empresa com 3 metros, deverão ser unidos.

ATENÇÃO!!!
O encaixe deve ser efetuado da forma correta (boca sempre em baixo); assim, não
haverá obstrução na descida da água nos perfis
10.2.1. Passe vaselina na bolsa de encaixe do perfil

10.2.2. Encaixe os perfis

ATENÇÃO!!!
Se desejar, os perfis podem ser colados com auxílio da cola PVC ou vedacalha.

10.3. Coloque os perfis sobre a bancada

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 65


ATENÇÃO!!!
Nesta etapa é preciso estar atento à localização dos furos dos perfis. Eles não
podem ficar alinhados. É importante que eles fiquem dispostos em zigue-zague
para melhor crescimento das plantas

10.4. Meça 0,20 m na ponta do perfil com auxílio da trena

Essa distância, 0,20 m, é para ser deixada em cada uma das extremidades da bancada.

10.5. Marque todas as travessas com caneta permanente

10.6. Alinhe todos os perfis na travessa superior da bancada

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10.7. Amarre os perfis na primeira travessa com o arame

10.8. Amarre os demais perfis nas travessas

11. FAÇA UM CORTE NA PARTE INFERIOR DOS PERFIS

Com um alicate Torques armador, faça um corte na parte inferior do perfil para melhorar o
escoamento da água no coletor

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12. COLOQUE O TUBO COLETOR NA PARTE INFERIOR DA BANCADA (SAÍDA DE
ÁGUA)

Com um alicate Torques armador, faça um corte na parte inferior do perfil para melhorar o
escoamento da água no coletor

13. COLOQUE OS TAMPÕES NOS PERFIS (PARTE SUPERIOR)

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VIII - MONTAR O SISTEMA PARA
RECIRCULAÇÃO DA ÁGUA
Após a montagem da estrutura da bancada hidropônica, deve-se montar os demais
componentes do Sistema Aquapônico: tanque de peixes, decantador, clarificador, biofiltro
e Sump, bem como a entrada de água na bancada e o tanque de peixe.

ATENÇÃO!!!
Em Sistema Aquapônicos de pequeno porte não será necessário montar o
Clarificador e Sump.

1. DEFINA O LOCAL DE INSTALAÇÃO DO TANQUE DE PEIXES, DECANTADOR E


BIOFILTRO

D B
Bancada Hidroponia 3m
T

10 m
• O Tanque (T) de peixe deve ficar alinhado com o retorno da bancada.

• O Decantador (D) deve ficar ao lado do tanque de peixe a aproximadamente 60 cm de


distância. A água passará por gravidade.

• O Biofiltro (B) seguirá o mesmo processo do decantador e clarificador.

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2. SELECIONE OS MATERIAIS NECESSÁRIOS

Material Qtidade Material Qtidade


Abraçadeira náilon 50 cm 20 un Lixa nº 100 1 un
Abraçadeira rosca sem fim 30 mm 1 un Luva de correr 20 mm 1 un
Adaptador curto de rosca soldável 4 un Luva de redução 25 x 20 mm 1 un
Alicate 1 un Mangueira cristal 3/4 1 metro
Arco de serra 1 un Microtubo PVC flexível 7mm 4 metros
Bombas submersa de 2700 L/H 2 un Nível de mão 1 un
Bombonas 120 L 2 un Pano de chão 60 x 45 cm 2 un
Broca 1 un Registro esfera soldável 25 mm 4 un
Caixa d’água 500 L 1 un Serra copo nº 50 mm 1 un
Caneta permanente 1 un Sistema venturi (aerador) 1 un
CAP soldável 25 mm 1 un Tê soldável 50 mm 1 un
Chave de grifo 1 un Timer temporizador analógico 1 un
Conectores para mangueira 7mm 8 un Trena 5 m 1 un
Curva soldável 25 mm 2 un Tubo polietileno 20 mm 1 metro
Curva soldável 50 mm 2 un Tubo soldável 20 mm 1 metro
12
Enxada 1 un Tubo soldável 25 mm (registro)
metros
Flange soldável 25 mm 3 un Tubo soldável 50 mm 6 metros
Flange soldável 50 mm 4 un Vaselina 1 un
Furadeira 1 un Veda rosca 1 un
Joelho soldável 50 mm 5 un Tubo soldável 40 mm 3 metros

3. MONTE AS CONEXÕES DO SISTEMA DE ENTRADA E SAÍDA DE ÁGUA DO


TANQUE DE PEIXES, DECANTADOR E BIOFILTRO

O tanque de peixes, decantador e biofiltro precisam ser montados juntos, respeitando o


posicionamento e espaçamento entre si.

3.1. Nivele o local de instalação do tanque de peixes

3.1.1. Verifique se o tanque (caixa d’água) está no nível

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3.1.2. Nivele o terreno, se necessário

3.1.3. Confira se o tanque (caixa d’água) ficou no nível

3.2. Verifique o nível da saída de água do tanque de peixe para o decantador

A saída de água do tanque será realizada próxima à superfície. Geralmente, as caixas


d’água já possuem local determinado para esta saída.

A entrada de água no decantador (bombona) será feita na sua lateral, abaixo da tampa.
Importante lembrar que a água do tanque passará por gravidade para o clarificador, portanto
deverá ter uma pequena caída (2 a 3 cm).

ATENÇÃO!!!
A escolha da bombona é muito importante para o sistema. Prefira bombonas com
suas laterais retas e não curvas, para facilitar a instalação dos tubos e conexões de
PVC.

3.2.1. Verifique o nivelamento entre o tanque e o decantador

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 71


3.2.2. Faça ajustes, quando necessários (abaixar ou elevar a bombona), de acordo com o
nível

a) Marque o local onde as bombonas deverão ser instaladas

b) Faça os ajustes necessários

72 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


3.3. Verifique o nível da saída de água do decantador para o filtro biológico

Proceda da mesma forma conforme item 3.2. Verifique o nível da saída de água do tanque
de peixe para o decantador.

3.4. Faça a interligação da saída de água do tanque de peixe com a entrada de água
no decantador

A flange do decantador deverá ser instalada de 2 a 3 cm abaixo da altura da flange do tanque


de peixe. A medida poderá ser realizada com a trena ou mangueira de nível.

3.4.1. Identifique o local onde será feita a abertura da entrada de água no decantador

3.4.2. Faça um furo na caixa d’água utilizando furadeira e serra copo 54 mm

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 73


3.4.3. Coloque a flange na abertura do tanque de peixes

3.4.4. Coloque o adaptador de rosca soldável na flange

a) Passe fita veda rosca no adaptador

b) Coloque o adaptador na flange

74 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


3.4.5. Faça um furo na bombona (decantador) utilizando furadeira e serra copo

3.4.6. Coloque a flange na abertura do decantador

3.4.7. Coloque o adaptador de rosca soldável na flange

a) Passe fita veda rosca no adaptador

b) Coloque o adaptador na flange

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 75


3.4.8. Verifique a altura entre as duas flanges

Neste momento, quando as duas flanges foram colocadas (tanque de peixe e clarificador),
verifique se sua altura está de acordo com o planejado. Caso necessite, acerte o terreno
ou coloque apoio (tijolos, por exemplo) para deixá-las na altura correta, ou seja, do tanque
de peixe deve haver uma leve caída para o decantador.

3.4.9. Interligue o tanque de peixes com o decantador

Esta ligação será feita com um tubo de 50 mm soldável.

a) Meça o tamanho de tubo a ser cortado

A medida deve ser feita da parte interna dos adaptadores, onde o tubo será encaixado.

b) Meça um pedaço de tubo soldável

c) Corte o tubo com auxílio de uma serra

76 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


d) Lixe as pontas do tubo

e) Lixe as partes internas dos adaptadores das flanges

f) Passe vaselina na parte interna dos adaptadores

g) Encaixe o tubo nos dois adaptadores de rosca soldável

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3.5. Faça a interligação da saída de água do decantador com a entrada de água no
biofiltro

O sistema de saída de água do decantador está diretamente relacionado com o nível da


água do tanque de peixes.

Ela deve ficar a 5 cm abaixo da entrada de água. Caso haja algum impedimento para que
a flange seja instalada nesta medida (bombona ovalada, por exemplo), pode ser instalada
mais abaixo; porém, deverá haver um tubo na parte interna que atinja a altura desejada,
onde a água que sai do decantador seja a de superfície.

ATENÇÃO!!!
Nas fotos a seguir, a saída do decantador e a entrada do biofiltro será feita na
mesma altura, pois a bombona é baixa e ovalada.
Caso a lateral da bombona seja reta, deverá ser utilizado o mesmo esquema usado
do tanque de peixe para o decantador, ou seja, saída 5 cm abaixo da entrada e uma
caída de 2 a 3 cm, para a água descer por gravidade.

3.5.1. Marque o local de instalação da flange na entrada do filtro biológico

3.5.2. Faça um furo na bombona (filtro biológico) utilizando furadeira e serra copo

78 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


3.5.3. Coloque a flange na entrada do filtro biológico

3.5.4. Coloque o filtro biológico próximo ao decantador

3.5.5. Marque, com uma caneta permanente, o local a ser furado (saída do decantador)

3.5.6. Faça um furo na bombona (saída do decantador) utilizando furadeira e serra copo

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 79


3.5.7. Coloque a flange na saída do decantador

3.5.8. Coloque os adaptadores de rosca soldável nas duas flanges (saída do decantador
e entrada do filtro biológico)

a) Passe fita veda rosca no adaptador

b) Coloque os adaptadores nas flanges

3.5.9. Interligue o decantador com o filtro biológico

Esta ligação será feita com um tubo de 50 mm soldável.

a) Meça o tamanho de tubo a ser cortado

80 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


A medida deve ser feita da parte interna dos adaptadores, onde o tubo será encaixado.

b) Meça um pedaço de tubo soldável

c) Corte o tubo com auxílio de uma serra

d) Lixe as pontas do tubo

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e) Lixe as partes internas dos adaptadores das flanges

f) Passe vaselina na parte interna dos adaptadores

g) Encaixe o tubo nos dois adaptadores de rosca soldável

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3.6. Monte o overflow no viveiro de peixe

3.6.1. Meça a parte superior interna da caixa d’água (tanque de peixe)

• Medida: 1,11 m

3.6.2. Calcule o tamanho do tubo a ser cortado

O Overflow deve ficar no centro do tanque de peixe

Medida da parte superior interna do tanque / 2


1,11 m / 2
0,55 m

O tubo de PVC deverá ser cortado com 0,55 m ou 55 centímetros

3.6.3. Meça o tubo PVC

3.6.4. Corte o tubo com auxílio de uma serra

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 83


3.6.5. Lixe as pontas do tubo

3.6.6. Passe vaselina nas pontas do tubo

3.6.7. Passe vaselina na flange

3.6.8. Encaixe o tubo na flange

84 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


3.6.9. Passe vaselina no “Te”

Passe vaselina nas partes central e inferior.

3.6.10. Encaixe o “Te” no tubo

3.6.11. Meça a distância do fundo do tanque até o “te”

• Medida = 0,48m

3.6.12. Calcule o tamanho do tubo a ser cortado

O overflow deve ficar a 5 cm acima do fundo da caixa.

0,48 m - 5
0,43 m

O tubo de PVC deverá ser cortado com 0,43 m ou 43 centímetros

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3.6.13. Meça o tubo PVC

3.6.14. Corte o tubo com auxílio de uma serra

3.6.15. Passe vaselina em uma das pontas do tubo

3.6.16. Encaixe o tubo no “te”

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3.6.17. Verifique a medida do espaço do fundo do tanque até o início do overflow

Caso a medida esteja menor que 5 cm deve-se fazer os ajustes necessários.

3.7. Monte as conexões internas do decantador

3.7.1. Coloque um pedaço de tubo na flange de entrada de água (20 cm aproximadamente)

3.7.2. Meça o tamanho do tubo a ser cortado (aproximadamente 8 cm)

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3.7.3. Corte o tubo com auxílio da serra

3.7.4. Lixe as pontas do tubo

3.7.5. Passe vaselina em uma das pontas do tubo

3.7.6. Encaixe o tubo na flange

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3.7.7. Passe vaselina nas duas aberturas do joelho soldável

3.7.8. Conecte o joelho no tubo

3.7.9. Meça o tamanho do tubo a ser cortado

O tubo de PVC encaixará no joelho já fixado e em outro joelho que ficará no fundo do
decantador, aproximadamente a 5 cm do fundo.

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3.7.10. Corte o tubo com auxílio de uma serra

3.7.11. Encaixe o joelho soldável no tubo cortado

3.7.12. Conecte o tubo no joelho já fixado no decantador

3.7.13. Monte as conexões da saída de água do decantador, seguindo os mesmos passos


da montagem das conexões de entrada de água

a) Coloque um pedaço de tubo pequeno na saída do decantador (aproximadamente 6 cm)

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b) Conecte o joelho no tubo

O joelho deverá ficar com a boca para cima.

c) Conecte um tubo no joelho

A medida deste tubo será de 5 cm abaixo da flange de entrada.

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3.8. Monte as conexões internas do filtro biológico

Seguir os mesmos passos da montagem da entrada do decantador.

O joelho deverá ficar a 5 cm do fundo.

3.9. Instale o registro no tanque, decantador e filtro biológico

O processo de instalação do registro é exatamente igual para o tanque, decantador e filtro


biológico.

Eles devem ser instalados na parte inferior, pois são utilizados para limpeza.

3.9.1. Defina o local onde serão instalados os registros

3.9.2. Faça o furo nos locais marcados com auxílio da furadeira e serra copo

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3.9.3. Instale as flanges

A rosca do flange deve ficar para o lado externo da caixa d’água.

3.9.4. Corte 6 pedaços de tubo PVC

a) Marque no tubo os locais a serem cortados

Cada tubo terá aproximadamente 5 cm.

b) Corte os tubos com auxílio de uma serra

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3.9.5. Conecte os tubos nos registros

a) Lixe os tubos

b) Passe vaselina na boca dos registros

c) Coloque os tubos nos registros

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d) Coloque os registros nas flanges

3.9.6. Retire a sujeira do tanque, decantador e filtro biológico com um pano limpo

4. MONTE AS CONEXÕES DO SISTEMA DE ENTRADA E SAÍDA DE ÁGUA DA


BANCADA HIDROPÔNICA

Após a montagem das conexões do tanque de peixe, decantador e filtro biológico, o próximo
passo é montar as conexões de saída de água do filtro biológico (bomba), entrada de água
na bancada (flauta) e saída de água da bancada para o tanque de peixe.

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4.1. Identifique o local, dentro do filtro biológico, onde será fixada a bomba

4.2. Instale a bomba no filtro biológico

A bomba deverá ficar próxima ao fundo do filtro biológico.

4.3. Conecte uma curva no tubo PVC

4.3.1. Passe vaselina na curva

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4.3.2. Encaixe a curva no tubo PVC

4.4. Identifique o local de corte de outro tubo PVC que irá encaixar na bomba e na curva

O tubo (com a curva) deverá estar alinhado com a lateral superior da bancada.

4.5 Corte o tubo

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4.6. Conecte o tubo à bomba

Como está sendo usado PVC em todas as conexões do sistema aquapônico, deverá ser
feita uma conexão que se encaixe na bomba, pois a saída da bomba não permite que o
tubo PVC se encaixe diretamente nela.

4.6.1. Monte a conexão para encaixar na bomba

Para esta conexão será usado um pedaço de tubo PVC (5 cm), uma luva de redução e uma
luva de correr (possui anéis de borracha para a vedação)

a) Passe vaselina em uma das pontas do tubo

b) Conecte o pedaço de tubo na luva de redução

c) Conecte a luva de correr na outra ponta do tubo

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4.6.2. Encaixe a conexão montada na bomba

4.6.3. Passe vaselina na luva de redução

4.6.4. Encaixe o tubo na luva de redução

4.7. Conecte a bomba no filtro biológico

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4.8. Conecte o tubo na curva

4.9. Prenda a ponta do tubo PVC na bancada com auxílio de uma abraçadeira plástica

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4.10. Conecte uma curva na outra ponta do tubo de PVC 6 m fixado ao lado da bancada

4.10.1. Passe vaselina na curva

4.10.2. Conecte a curva no tubo

4.11. Monte a flauta (entrada de água da bancada)

4.11.1. Coloque um tubo PVC sobre a bancada

Uma das pontas do tubo deve estar ligeiramente encaixada na curva

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4.11.2. Marque o local a ser cortado

4.11.3. Corte o tubo com auxílio de uma serra

4.11.4. Coloque um tampão (“cap”) na ponta do tubo

4.11.5. Encaixe o tubo na curva

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4.11.6. Marque no tubo de PVC o centro de cada perfil

4.11.7. Retire o tubo

4.11.8. Fure o tubo PVC no local marcado com auxílio de furadeira e broca

O furo deve ser feito em apenas uma das faces do tubo, tomando-se o cuidado para não
perfurá-lo por completo.

ATENÇÃO!!!
Os furos devem ser efetuados seguindo um mesmo alinhamento

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4.11.9. Lixe os buracos abertos no tubo

4.11.10. Coloque os conectores para mangueira nos furos do tubo

4.11.11. Coloque o tubo com os conectores na bancada

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4.12. Fure os tampões da bancada com auxílio da furadeira e broca

4.12.1. Retire os tampões da bancada

4.12.2. Fure os tampões da bancada

Os furos devem ser feitos na parte central do tampão.

4.12.3. Coloque os tampões furados na bancada

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4.13. Encaixe as mangueiras nos conectores e no furo do tampão

4.13.1. Encaixe a mangueira no conector

4.13.2. Verifique o local a ser cortada a mangueira

4.13.3. Corte a mangueira com auxílio de uma tesoura

4.13.4. Encaixe a mangueira no furo do tampão

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4.13.5. Encaixe as demais mangueiras nos furos dos tampões

4.14. Fixe a “flauta” (entrada de água) na bancada com uma abraçadeira plástica

4.15. Monte a saída de água da bancada hidropônica (entrada no tanque de peixes)

4.15.1. Passe vaselina em ambas as bocas da curva

4.15.2. Coloque a curva na saída do coletor

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 107
ATENÇÃO!!!
Esta peça não deve ser colada na saída do coletor, pois poderá ser removida a
qualquer momento para limpeza ou manutenção.

4.15.3. Marque no cano PVC o local a ser cortado, com auxílio da caneta permanente

O cano PVC deve passar aproximadamente 10 cm para dentro do viveiro.

4.15.4. Corte o cano PVC no local marcado com auxílio de uma serra

4.15.5. Passe vaselina na ponta do cano

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4.15.6. Conecte o tubo à curva no coletor

4.15.7. Passe vaselina em uma das bocas da curva

4.15.8. Encaixe a curva no tubo

A curva deverá ficar voltada para baixo, ou seja, para o fundo do tanque

5. MONTE O SISTEMA VENTURI

Venturi é o dispositivo usado para oxigenar o tanque dos peixes.

Em operação, a água é bombeada para o aerador, onde sofre uma pressão no bico de
aeração que succiona o ar de fora para dentro e o mistura com a água, transformando-os
em microbolhas.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 109
A velocidade da água e o ar dissolvido proporcionam boa mistura, homogeneização do
tanque e consequente aeração. O injetor de oxigênio pode funcionar a várias profundidades.

É de fácil instalação, sendo usados 30 cm de mangueira cristal de 3/4 e 20 cm de um tubo


de 25 mm de polietileno. A mangueira é conectada no bico de aeração e o tubo é conectado
na saída da bomba e entrada de água do aerador.

5.1. Conecte o tubo polietileno no aerador (conforme esquema acima)

5.2. Coloque a abraçadeira tipo rosca sem fim no tubo de polietileno

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5.3. Conecte o tubo na bomba

5.4. Aperte a abraçadeira com auxílio de uma chave de fenda

5.5. Encaixe a mangueira cristal no bico de aeração

6. INSTALE O TIMER TEMPORIZADOR ANALÓGICO

O temporizador funciona como um sistema preestabelecido que irá ligar ou desligar um


circuito de energia, no caso a bomba submersa de irrigação.

Seus intervalos serão programados de acordo com a temperatura ambiente dentro da estufa.
Seu funcionamento pode ser configurado em 15/15 – 15/30; esse tempo está respectivamente
relacionado em tempo de funcionamento, ligado e desligado.

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 111
ATENÇÃO!!!
É importante avaliar o tempo que a planta será exposta à água, sendo necessário
relacionar a temperatura ambiente (calor ou frio) com o tempo que a raiz precisa
para filtrar a água e se nutrir.

Muito tempo em contato com a água gera o risco de apodrecimento de raiz e aparecimento
de fungos.

6.1. Abaixe os slices nos horários em que se deseja acionar

6.2. Coloque no timer analógico na tomada, de preferência dentro de um quadro de


energia

6.3. Ligue o timer analógico quando o sistema estiver funcionando

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7. TAMPE O TANQUE DE PEIXES, DECANTADOR E BIOFILTRO

O tanque de peixes, decantador e filtro biológico devem ser tampados quando o sistema
estiver em funcionamento.

7.1. Cobertura do tanque de peixes


A cobertura do tanque de peixes trata-se da própria tampa da caixa d’água, a qual deve
ser colocada sobre a caixa após a montagem das conexões. Ela impede a incidência direta
da luz solar sobre a água, bem como auxilia na fuga dos peixes ou captura por pássaros.

7.2. Cobertura do decantador


Utilizar a tampa da bombona

7.3. Cobertura do filtro biológico


Utilizar a tampa da bombona. Ela, porém, deverá ter uma abertura para a passagem do tubo
de saída para a bancada. Para isso, faça um furo na tampa com a serra copo.

7.3.1. Desligue a bomba

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7.3.2. Meça a distância da borda da bombona até o tubo

7.3.3. Marque a medida encontrada na tampa da bombona

7.3.4. Faça um furo na tampa da bombona com auxílio da furadeira e serra copo

A medida do serra copo precisa ser um pouco maior que o diâmetro do tubo

7.3.5. Passe o fio da bomba pela abertura da tampa

114 Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo


7.3.6. Desconecte o tubo da curva

7.3.7. Passe o tubo de saída do filtro biológico pela abertura da tampa

7.3.8. Feche a tampa do filtro biológico

7.3.9. Conecte o tubo na curva

7.3.10. Ligue o sistema

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BIBLIOGRAFIA

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Relação de imagens

Figura 1 - Aquanature

Figura 3 - Ciclo biológico da aquaponia - http://www.jornaldaeconomiadomar.com/wp-content/


uploads/2015/02/ciclo09_1.png

Figura 4 - Aquanature

Figura 5 - http://g01.s.alicdn.com/kf/HTB1Cn4PKXXXXXbeXXXXq6xXFXXXZ/220324622/
HTB1Cn4PKXXXXXbeXXXXq6xXFXXXZ.jpg

Figura 6 - https://www.groho.pt/post/faca-voce-mesmo-um-sistema-nft-hidroponia

Figura 7 - https://i.pinimg.com/originals/6e/55/08/6e55082ee56f327c6d78c94aa0ff03a7.jpg

Figura 8 - http://www.ecoeficientes.com.br/new/wp-content/uploads/2013/12/cultivo-
hidroponico.jpg

Figura 9 - http://hidrogood.pt/media/wysiwyg/fotos_hidroponia/tomate1.jpg

Figura 10 - http://tudohidroponia.net/wp-content/uploads/2013/07/aeroponia.jpg

Figura 11 - http://tudohidroponia.net/wp-content/uploads/2013/07/aeroponia-raizes.jpg

Figura 12 - http://www.gamberorosso.it/it/food/1031504-idroponica-cos-e-e-perche-
rappresenta-il-futuro-delle-coltivazioni

Figura 13 - http://tudohidroponia.net/wp-content/uploads/2013/07/hydroponic-gardening-
how.blogspot.com_.br_.png

Figura 14 - https://tabloidpeluangusaha.com/wp-content/uploads/2016/10/sayuran-
hidroponik.jpg

Figura 15 - http://practicalaquaponics.com/blog/wp-content/uploads/2015/02/ArvindBarhrain-4.
jpg

Figura 16 - https://drwfxyu78e9uq.cloudfront.net/usercontent/loja-groho-hidroponia/media/
images/425c4af-floating_hidroponia.jpg

Figura 17 - https://qph.fs.quoracdn.net/main-qimg-ea1b5f17a6a2e46c0124a7d1f7633754

Figura 18 - http://www.wrongwayhome.com/wp-content/uploads/2012/05/aquaponic_plant_
production.jpg

Figura 19 - https://i.ytimg.com/vi/fzmyAmbu55Y/hqdefault.jpg

Figura 20 - http://www.aquaponiefrance.com/wp-content/uploads/2015/05/laitue-montreal-
serre-aquaponique-3-1.jpg

Figura 21 - https://gespianos.files.wordpress.com/2015/06/blog-1.jpg

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Figura 22 - http://www.aquaculturebrasil.com/wp-content/uploads/2016/05/Aquaponia-e-
derivada-da-combinacao-entre-Aquicultura-e-Hidroponia-Aquaculture-Brasil.jpg

Figura 23 - http://www.portalbarcelona.com.br/files/guia/40/limpeza-de-caixa-dagua.jpg

Figura 24 - https://imagens.mfrural.com.br/mfrural-produtos-us/294669-293582-1663682-
tanques-caixa-de-agua-e-reservatorios-flexivel-5-000-litros-direto-da-fabrica.jpg

Figura 25 - https://http2.mlstatic.com/continer-containers-ibc-1000-litros-D_NQ_NP_991432-
MLB27874182933_072018-F.jpg

Figura 26 - https://emplasul.com.br/wp-content/uploads/2018/10/200-lts-TR-Mauser-Nova.jpg

Figura 27 - https://cdn.simplo7.net/static/12166/sku/equipamentos-bio-midia-skrw-k1-11-7-
mm-flut-plast-10-litros-1-6kl--p-1522442782150.png

Figura 28 - https://empreendimentosww.com.br/uploads/produto_fotos/20180530170158_104.
jpg

Figura 29 - https://cdn.awsli.com.br/600x450/122/122162/produto/30565724/22206debae.jpg

Imagem 30 - Biomedia alfa

Figura 30 - http://aquanatureaquaponia.com.br/thumb.php?w=705&h=550&zc=2&src=images/
portfolio/1550409026.jpg

Figura 34 - https://s3.amazonaws.com/satelital-resources/products/18758_0_f4401823-
2003-442d-a267-c78471038523_Big.jpg

Figura 36 - https://http2.mlstatic.com/embalagens-para-verduras-alface-cx-com-4000-
33x17x30-D_NQ_NP_114505-MLB25030163443_092016-F.jpg

Figura 37 - http://www.solucoesindustriais.com.br/images/produtos/imagens_10313/p_
pallet_10313_43835_2.jpg

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