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ARTESANATO III
ARTESANATO
EM ARGILA - BIJUTERIAS
MODELAGEM LIVRE, PLANA E DE ROLO
CONTRATO
“O SENAR-AR/SP está permanentemente
empenhado no aprimoramento profissional e
na promoção social, destacando-se a saúde
do produtor e do trabalhador rural.”
FÁBIO MEIRELLES
Presidente do Sistema FAESP-SENAR-AR/SP
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Gestão 2020-2024
ARTESANATO
EM ARGILA - BIJUTERIAS
SUPERVISÃO GERAL
Claudete Morandi Romano
Chefe da Divisão de Saúde, Promoção Social, Esporte e Lazer do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEIS TÉCNICAS
Claudete Morandi Romano
Chefe da Divisão de Saúde, Promoção Social, Esporte e Lazer do SENAR-AR/SP
Isabela Pennella
Divisão de Saúde, Promoção Social, Esporte e Lazer do SENAR-AR/SP
Bibliografia
ISBN 978-85-99965-15-3
CDD 745.5
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a
expressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
APRESENTAÇÃO..............................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................9
X. LIMPAR O LOCAL...................................................................................................................................... 40
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................44
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL – SENAR, criado em 23 de
dezembro de 1991, pela Lei n.º 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Nesta cartilha, serão descritos alguns passos para a confecção de bijuterias utilizando como
matéria-prima a argila.
Mesmo considerando as técnicas descritas e suas respectivas peças, pode-se obter objetos
diferenciados feitos com essa matéria-prima, variando de artesão para artesão, conforme
sua criatividade.
Trata, também, dos cuidados necessários para evitar acidentes e ainda informa sobre os
aspectos de preservação do meio ambiente e assuntos que possam interferir na melhoria
da qualidade dos artefatos produzidos.
No meio rural, a atividade artesanal faz parte do cotidiano das pessoas. São confeccionados
artefatos de utilidade doméstica e/ou para a lida rural, ou ainda objetos para decoração,
utilizando, muitas vezes, matéria-prima obtida na natureza. O artesanato rural proporciona
renda extra no orçamento familiar do homem do campo. É desenvolvido de forma sustentável,
com vistas à preservação ambiental e permite a difusão cultural. Com o advento da atividade
de Turismo Rural, o artesanato rural ganhou destaque na confecção de peças, promovendo
a cultura e a tradição locais.
As peças artesanais possuem diversos elementos de arte. Ao ser confeccionado, cada novo
objeto é recriado, dependendo das condições do material a trabalhar e dos instrumentos
empregados. Cada nova forma surge como recriação, com o toque pessoal do artesão.
A Argila, também conhecida como barro, é uma rocha “mole” que se forma através da
sedimentação de partículas (grãos muito finos) trazidas pelas águas de chuva ou de rios, e
depositadas no mesmo lugar durante milhares de anos.
Existem vários tipos de argila de acordo com a sua composição química (exemplo, quantidade
de óxido de ferro) e física tais como a quantidade de areia, restos de rochas ou pedras, restos
de folhas, troncos ou animais e água (grau de impureza). A quantidade destes componentes
influencia a cor, a textura e outras características da argila que irão influenciar nos materiais
e peças produzidos.
Existem várias técnicas para a produção artesanal utilizando a argila, tais como tornearia,
A técnica de modelagem em rolo consiste em fazer rolinhos com uma porção de argila e
transformá-los em peças.
Vale ressaltar que, mesmo considerando uma mesma técnica, é comum existirem maneiras
diferenciadas de se confeccionar as peças que variam de artesão para artesão, podendo
conduzir ao mesmo resultado, com o mesmo nível de qualidade. Além disso, cada pessoa
deve explorar, ao máximo, a sua criatividade.
Para este artesanato é utilizada a argila, bem como os seguintes equipamentos e utensílios:
• Alicate de bico chato
• Alicate de bico redondo
• Alicate de corte
• Estilete
• Luvas de procedimento
• Máscara
• Recipiente para colocar água • Tesoura
• Recipiente para preparar tinta • Vidro de boca larga com tampa (vazio)
• Rolo de madeira
2. COLETE A ARGILA
Precaução: Cuidados devem ser tomados no manuseio das ferramentas durante a coleta
para se evitar acidentes.
Alerta Ecológico: Deve-se evitar a extração da argila em locais que possam comprometer
o meio ambiente.
Dependendo do tipo da argila é necessário deixá-la envelhecer, antes do seu uso, para
melhorar sua plasticidade.
Atenção: As porções de argila devem ser bem sovadas para que fiquem homogêneas,
facilitando o manuseio e sem bolhas de ar, para que a peça não estoure durante a queima.
Atenção: A argila sovada deve ser acondicionada em sacos plásticos até o momento da
sua utilização, evitando o ressecamento.
A queima das peças feitas em argila deve ser em forno próprio para cerâmica, que pode
ser a lenha, a gás ou elétrico. Os fornos a gás e elétrico têm custo elevado. Quando não for
possível a construção de um forno, pode-se utilizar fornos de olarias para queimar as peças.
Existem vários modelos de fornos a lenha, sendo que as orientações abaixo mostram a
construção de um modelo simples. Para a queima específica de bijuterias de argila pode-se
construir forno de menor tamanho.
1. CONSTRUA O FORNO
• Água
• Carriola: 1 unidade
• Enxada: 1 unidade
• Pá: 1 unidade
Precaução: O local deve ser aberto e coberto com telhas, longe de árvores, de construções
e de locais onde sejam estocados produtos inflamáveis.
1 .5 . R e ba ixe a á re a delimitada em
aproximadamente 8 cm
1.7. Coloque uma camada de tijolos 1.8. Intercale as camadas de tijolos com
deitados (piso da fornalha) o reboco de argila
• Aguarrás: 1 frasco
• Argila sovada
• Betume: 1 frasco
1.4. Molhe o estilete na água 1.5. Corte a argila com estilete molhado
em água
Precaução: Cuidado ao manusear o estilete, evitando ferimentos.
1.15. Cubra as contas com papel filme 1.17. Passe as contas em um fio de arame
para que a secagem seja lenta para prendê-las
1.16. Deixe secar por 24 horas 1.18. Torça as pontas do arame formando
um círculo
1.20. Queime as peças (VER “IX. Executar 1.21.1. Agite os frascos das tintas
a queima”, na pág. 38)
1.21.2. Abra os vidros para observar se as 1.22. Pinte a peça com pintura a frio
tintas estão na consistência aquosa, ideal
para o trabalho 1.22.1. Coloque 1 conta num palito
1.22.2. Aplique com pincel a tinta azul em 1.22.4. Pinte a outra parte da mesma conta
uma das partes da conta com a tinta cor de palha
1.22.3. Deixe secar por 15 minutos 1.22.5. Deixe secar por 30 minutos
1.27. Passe levemente o pano pela peça 1.29. Aplique o verniz spray, a uma
a fim de retirar o excesso de betume, distância de 30 cm da peça, se desejar
dando o aspecto envelhecido
Precaução: Evite inalar o produto, utilizando
1.28. Coloque a peça espetada no palito, máscara e óculos de proteção durante a
sobre folhas de papel aplicação do verniz spray
1.31.3. Faça um nó próximo à dobra 1.31.4. Passe as pontas pelo furo, por
dentro da conta
1.31.9. Introduza 1 gancho para brinco (tipo 1.31.10. Feche a argola de junção utilizando
anzol) na argola de junção alicate
1.4. Misture as 2 argilas de forma que 1.5. Coloque a argila sobre 1 folha de
não se misturem inteiramente, atingindo papel dobrada em 4 partes
o aspecto de mármore
Atenção: Caso apareçam bolhas de ar na argila, elas devem ser furadas com um palito,
para evitar a quebra da peça durante a queima.
1.8.3. Recorte o molde com tesoura 1.9. Coloque o molde sobre a argila
Atenção: Para evitar que a argila grude no estilete durante o corte, molhe-o com água a
cada uso.
1.17. Dê polimento na peça utilizando 1.18. Deixe secar a peça coberta com
pedra ou semente de Guapuruvu papel filme por 24 horas
(Schizolobium parahyba(Vell.) Blake)
1.21.3. Passe a parte dobrada do fio pelo 1.21.4. Passe as pontas do fio por dentro
furo da peça, formando uma argola da argola
1.21.5. Puxe até formar um nó, prendendo 1.21.6. Passe a ponta do fio do lado direito
a peça por baixo e por dentro da parte esquerda
do fio
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Estado de São Paulo 29
1.21.7. Dê um nó 1.21.8. Passe a ponta do fio do lado
esquerdo por baixo e por dentro da parte
direita do fio
1.21.9. Dê um nó, formando o que se chama 1.21.10. Apare as pontas dos fios com a
nó de ajuste tesoura
1. CONFECCIONE A PULSEIRA
• Aguarrás: 1 frasco
• Betume: 1 frasco
• Elástico trançado: 20 cm
Atenção: A medida ideal para a espessura das peças é de 0,5 cm, porém, como a técnica
é de modelagem livre, a espessura, formas, tamanhos e cores variarão de acordo com a
criatividade de cada pessoa.
1.4. Dê forma à peça usando as mãos, 1.5. Crie detalhes retorcidos, vazados, de
molhando-as sempre que necessário alto ou baixo relevo ou com ranhuras etc.
1.6. Curve a peça para que fique côncava, 1.7. Revista uma base cilíndrica (de
dando o formato do pulso diâmetro similar ao de pau de macarrão)
com filme plástico
1.10. Retire a peça da base cilíndrica 1.11. Faça 2 furos nas laterais da peça
revestida, tendo o cuidado para não com um palito de churrasco molhado,
danificá-la deixando um espaço da borda lateral,
por onde passará o elástico
1.12. Dê polimento com pedra ou com a 1.13. Cubra com filme plástico
semente de Guapuruvu (Schizolobium
parahyba (Vell.) Blake) 1.14. Deixe secar por 24 horas
1.16.3. Adicione água nas tintas, caso não 1.17. Pinte a peça com pintura a frio
estejam na consistência desejada
1.17.1. Aplique a tinta azul com pincel por
toda peça (frente e verso)
1.17.3. Aplique a segunda demão de tinta 1.17.4. Passe a tinta branca na outra
azul na parte frontal da peça até a sua metade da peça, começando por uma
metade, tendo como referência as partes das extremidades, para que as tintas se
inferior e superior misturem no centro
Atenção: O betume é utilizado para dar aparência de envelhecimento às peças. Seu uso
é opcional.
Precaução: O preparo do betume não pode ser próximo ao fogo, pois se trata de substância
inflamável.
Precaução: Evite o uso do betume em local fechado, pois pode causar náuseas, dores de
cabeça e tonturas.
1.18.1. Coloque 2 partes de aguarrás para 1.18.2. Feche o vidro, guardando a mistura
1 parte de betume num vidro de boca larga para uso posterior
e com tampa
1.21. Umedeça um pedaço de tecido de 1.22. Passe o pano pela peça a fim
malha com aguarrás de retirar o excesso de betume e dar
aspecto envelhecido à peça
1.23. Coloque a peça sobre folhas de 1.24. Aplique o verniz spray, a uma
papel distância de 30 cm da peça, se desejar
Quando não se dispuser de forno próprio, a queima das peças poderá ser feita em fornos
de olaria. No caso de se ter disponível um forno a lenha, os procedimentos para a queima
estão descritos abaixo.
Atenção: A lenha a ser utilizada deve estar bem seca para que não produza fumaça.
1.7. Aumente a intensidade do fogo 1.8. Observe, pelas frestas das telhas,
gradativamente até completar a fornalha, se as peças estão completamente
nas últimas 3 horas, sendo que os incandescentes (da cor do fogo)
últimos 30 minutos sejam com a fornalha
cheia e fogo muito intenso
1.9. Pare de alimentar a fornalha com lenha quando as peças estiverem incandescentes
1.10. Tampe a boca da fornalha com 2 telhas comuns para evitar a entrada de ar frio
Atenção: O calor no interior do forno, durante a queima, deve ser mantido para que as peças
não sofram choque térmico, o que provoca rachaduras e trincas.
X. LIMPAR O LOCAL
Para fazer o cadastro, o artesão passa por uma entrevista e o seu trabalho é avaliado por
uma Comissão Técnica que classifica o produto, a matéria-prima e a produção.
Caso não seja possível executar a técnica no local da entrevista, deve-se trazer peças
em três fases diferentes do processo de confecção, ou seja: uma no início, uma na fase
intermediária e uma na fase final. Contudo, o artesão deverá completar uma das fases na
presença da Comissão Técnica, preferencialmente.
O artesão que pretende comercializar seu produto por intermédio da Sutaco deve entregar
junto à Seção de Comercialização e Exportação um portfólio com fotos do trabalho
desenvolvido e uma lista de preços para análise.
CUSTOS VARIÁVEIS
Unidade de
medida Quantidade Preço Unitário de VALOR TOTAL
Material
(kg, gramas, litro, (1) Mercado (2) (3)=(1) x (2)
unidade)
Tinta frasco 3 R$ 0,50 R$ 1,50
Refil de cola quente unidade 2 R$ 0,50 R$ 1,00
Goma laca frasco 1 R$ 1,00 R$ 1,00
Pincel 1 unidade 1 R$ 0,50 R$ 0,50
TOTAL R$ 4,00
3.2. Considere o custo de transporte, embalagem, energia elétrica, gás, água, aluguel,
telefonia, impostos, etc. que devem ser somados ao custo inicial (obtido na coluna
3). Por exemplo:
CUSTOS FIXOS
3.3. Considere o valor do tempo gasto na confecção da peça. Apesar de ser difícil de
calcular, deve ser incluído no cálculo do custo, inclusive considerando a experiência
do artesão. Por exemplo:
3.3.1. Determine um valor que deseja receber por mês, por exemplo: R$ 1.000,00
3.3.3. Divida o valor obtido por 8 horas de trabalho diário: R$ 45,45 ÷ 8 = R$ 5,68
3.4. O custo da peça é o resultado da soma dos itens 3.1, 3.2, 3.3 = R$ 36,90 mais 50%
de margem de lucro = R$ 55,35
3.6. Pesquise no mercado o preço de produtos similares, para serem usados como
referência na determinação do preço final de venda, não esquecendo que ele deve
ser competitivo.
Comprar em grupo é uma forma de organização por meio da qual se pode adquirir produtos,
ferramentas e outros materiais para serem usados de maneira coletiva, facilitando o acesso
de todos os envolvidos na produção artesanal.