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SUPERVISÃO GERAL
Claudete Morandi Romano
Chefe da Divisão de Saúde, Promoção Social, Esporte e Lazer do SENAR-AR/SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Isabela Pennella
Divisão de Saúde, Promoção Social, Esporte e Lazer do SENAR-AR/SP
AUTORA DIAGRAMAÇÃO
Maria de Fátima Padoan Thais Junqueira Franco
Artista Plástica Diagramadora do SENAR-AR/SP
AGRADECIMENTOS
REVISÃO GRAMATICAL
Sindicato Rural de Divinolândia
André Pomorski Lorente
Associação dos Moradores do Bairro Campestri-
nho
FOTOS
Marcos Vinícius Cordeiro
Bibliografia
ISBN 978-85-99965-61-0
CDD 745.5
Direitos Autorais: é proibida a reprodução total ou parcial desta cartilha, e por qualquer processo, sem a ex-
pressa e prévia autorização do SENAR-AR/SP.
Material impresso no SENAR-AR/SP
APRESENTAÇÃO..............................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................9
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................46
O
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL – SENAR, criado em 23 de
dezembro de 1991, pela Lei n.º 8.315, e regulamentado em 10 de junho de 1992
como Entidade de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, teve
a Administração Regional do Estado de São Paulo criada em 21 de maio de 1993.
Nesta cartilha, são descritas técnicas artesanais para confecção de artefatos decorativos
utilizando como matéria-prima as folhas, galhos, cascas e grãos de café.
Mesmo considerando as técnicas descritas e suas respectivas peças, pode-se obter objetos
diferenciados feitos com essa matéria-prima, variando de artesão para artesão, conforme
sua criatividade.
Trata, também, dos cuidados necessários para evitar acidentes e ainda informa sobre os
aspectos de preservação do meio ambiente e assuntos que possam interferir na melhoria
da qualidade dos artefatos produzidos.
No meio rural, a atividade artesanal faz parte do cotidiano das pessoas. São confeccionados
artefatos de utilidade doméstica e/ou para a lida rural, ou ainda objetos para decoração,
utilizando, muitas vezes, matéria-prima obtida na natureza. O artesanato rural proporciona
renda extra no orçamento familiar do homem do campo. É desenvolvido de forma sustentável,
com vistas à preservação ambiental, e permite a difusão cultural. Com o advento da atividade
de Turismo Rural, o artesanato rural ganhou destaque na confecção de peças, promovendo
a cultura e a tradição locais.
As peças artesanais possuem diversos elementos de arte. Ao ser confeccionado, cada novo
objeto é recriado, dependendo das condições do material a trabalhar e dos instrumentos
empregados. Cada nova forma surge como recriação, com o toque pessoal do artesão.
A produção de café arábica se concentra em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e
parte do Espírito Santo, enquanto o café robusta é plantado principalmente no Espírito
Santo e Rondônia.
Historicamente, a semente do café só foi utilizada para produzir bebidas após o século
X, quando o seu consumo passou a se disseminar pelo Oriente Médio. A Europa teve
contato com o produto em larga escala a partir do século XVII por meio do comércio no
Mediterrâneo. No século XVIII cafeterias se espalharam pela Europa e o fruto ficou muito
conhecido.
A semente do cafeeiro (café) é uma pequena esfera verde, a qual se torna vermelha
quando atinge o estado maduro para a colheita. O fruto possui duas pequenas sementes
semiesféricas com seus lados planos virados para si. A semente possui grande importância
comercial, sendo usada para produzir o café (bebida) e constituindo-se em produto de
exportação significativo para muitos países.
Com a planta do café e seus produtos confeccionam-se diversas peças, como topiarias,
arranjos, quadros, porta-retratos, caixas, pulseiras, etc.
Vale ressaltar que, mesmo considerando uma idêntica técnica, é comum existirem maneiras
diferenciadas de se confeccionar as peças, as quais variam de artesão para artesão, podendo
conduzir ao mesmo resultado, com o mesmo nível de qualidade. Além disso, cada pessoa
deve explorar, ao máximo, a sua criatividade.
Para este artesanato são utilizados subprodutos da lavoura de café, bem como os seguintes
equipamentos e utensílios:
• Borrifador de plástico
• Broca
• Caixas de papelão
• Colher de pau
• Estilete
Atenção: Após o uso, limpe e guarde as ferramentas, para que mantenha uma boa condição
de uso.
1.1. Retire as folhas dos galhos com 1.2. Deixe as folhas de molho
as mãos ou, se necessário, utilize uma
tesoura de poda 1.3. Lave-as em água corrente
1.4. Corte os troncos com o serrote 1.5. Retire os galhos menores com a
tesoura de poda
Para tratamento dos grãos de café são necessárias duas etapas: choque térmico e tratamento
com ácido bórico. Para tratar os galhos é feito apenas o procedimento com ácido bórico.
No choque térmico ocorre o congelamento dos grãos de café, matando os ovos e larvas
que estão na parte interna.
3.1.1.2. Coloque as sementes, grãos, folhas 3.1.1.3. Leve ao freezer ou congelador por
e cascas dentro de um saco plástico fechado no mínimo 3 dias
• Água
3.1.2.2.5. Reserve
3.1.2.4. Coe o extrato de pimenta, carqueja 3.1.2.6. Coloque os grãos de café a serem
e etanol tratados num recipiente com tampa
Precaução: Mantenha longe do alcance de crianças, pois o produto pode causar intoxicação.
• Água
Atenção: O ácido bórico é utilizado na proporção de 1 colher de sopa para cada litro de água.
3.2.5. Coloque os galhos e troncos no tonel 3.2.6. Cubra os galhos com água fria
Essa técnica consiste em amolecer a camada de celulose e outras substâncias que formam
o corpo da folha. Consiste em soltar a camada da folha presa aos veios, sem estragar sua
estrutura.
1. SEPARE O MATERIAL
• Água
• Cloro:1 litro
• Folhas de papel
• Vinagre: 1 frasco
7. DESLIGUE O FOGO
8. DEIXE ESFRIAR
Atenção: O uso do vinagre é necessário para que a soda cáustica deixe de agir, fazendo
com que a folha se mantenha com qualidade.
12. ACRESCENTE MAIS ÁGUA FRIA 14. LAVE BEM AS FOLHAS EM ÁGUA
PARA DILUIR A SODA CÁUSTICA CORRENTE
13. RETIRE AS FOLHAS DA PANELA, Alerta ecológico: Essa mistura deve ser
COM AUXÍLIO DE UM PEGADOR jogada diretamente na terra, longe do
leito dos rios. O solo absorve a mistura e
colabora com a preservação ambiental.
Precaução: Ao trabalhar com soda cáustica, use luvas para evitar queimaduras.
1. SEPARE O MATERIAL
Precaução: O uso da máscara ao triturar a casca de café evita que se aspire o pó produzido.
Precaução: O uso da máscara ao manipular a casca de café triturada evita que se aspire
o pó produzido.
2.4. Deixe secar apoiando a flor em um 2.5. Retire o palito de churrasco após a
recipiente secagem
Precaução: O estilete deve ser utilizado de dentro para fora, garantindo a segurança de
quem o utiliza.
Atenção: Esse procedimento evita que a cola se acumule na ponta do revólver, entupindo-o
ou queimando o fio que o liga à tomada.
2.9. Coloque cola quente na fenda 2.10. Introduza a ponta mais fina do galho
na fenda
2.12.6. Cole os grãos de café torrado em volta do miolo, até completar a bola de isopor
1. SEPARE O MATERIAL
• Broca: 1 unidade
• Folhas esqueletizadas
6.3. Torça as duas para o mesmo lado 6.4. Passe o lado direito por baixo do
esquerdo
8. DÊ UM NÓ
12.1.2. Coloque um pingo de cola quente 12.1.3. Fixe um grão de café torrado
na ponta da folha dobrada
12.1.4. Enrole a folha em torno deste grão, franzindo quando necessário, formando a flor
12.1.5. Cole o final da folha um pouco antes 12.1.6. Dobre a ponta para cima
de chegar à ponta
12.1.7. Incorpore uma nova folha para fazer
uma flor maior, se necessário
12.4. Cole três grãos de café verde no lado maior da peça, formando as folhas da flor
1. SEPARE O MATERIAL
• Porta-retrato: 1 unidade
9. DECORE O PORTA-RETRATO
9.1.1. Cole, com cola branca, um grão torrado, que será o miolo da flor
9.2. Corte os galhos no tamanho desejado, 9.3. Corte um galho ao meio, no sentido
utilizando a tesoura de poda do comprimento, utilizando estilete
9.4. Cole, com cola branca, os galhos 9.5. Corte dois galhos do mesmo
próximos à flor tamanho, utilizando a tesoura de poda
12.1.1. Dissolva uma parte de cola em uma 12.1.2. Adicione uma parte de álcool etílico
parte de água
1. SEPARE O MATERIAL
• Estopa: 1 pacote
Atenção: Caso a qualidade da peça deixe a desejar, deve-se lixar e aplicar a tinta novamente.
8. DEIXE SECAR
9. I M P E R M E A B I L I Z E A C A I X A
PASSANDO GOMA LACA POR TODA
A PEÇA
16.3. Limpe a superfície com um pincel 16.6. Limpe a superfície com um pincel
macio para receber a colagem macio
16.4. Cole as peças com cola quente ou 16.7. Coloque a peça num local bem
cola branca, seguindo o planejamento nivelado, para receber o vidro líquido
17.1. Dissolva, num utensílio de plástico, uma porção de purpurina na goma laca
Atenção: Essa mistura não deve ser guardada pois sofre oxidação.
Para fazer o cadastro, o artesão passa por uma entrevista e o seu trabalho é avaliado por
uma Comissão Técnica que classifica o produto, a matéria-prima e a produção.
Caso não seja possível executar a técnica no local da entrevista, deve-se trazer peças
em três fases diferentes do processo de confecção, ou seja: uma no início, uma na fase
intermediária e uma na fase final. Contudo, o artesão deverá completar uma das fases na
presença da Comissão Técnica, preferencialmente.
O artesão que pretende comercializar seu produto por intermédio da Sutaco deve entregar
junto à Seção de Comercialização e Exportação um portfólio com fotos do trabalho
desenvolvido e uma lista de preços para análise.
CUSTOS VARIÁVEIS
Unidade de
medida Quantidade Preço Unitário de VALOR TOTAL
Material
(kg, gramas, litro, (1) Mercado (2) (3)=(1) x (2)
unidade)
Tinta frasco 3 R$ 0,50 R$ 1,50
Refil de cola quente unidade 2 R$ 0,50 R$ 1,00
Goma laca frasco 1 R$ 1,00 R$ 1,00
Pincel 1 unidade 1 R$ 0,50 R$ 0,50
TOTAL R$ 4,00
3.2. Considere o custo de transporte, embalagem, energia elétrica, gás, água, aluguel,
telefonia, impostos, etc. que devem ser somados ao custo inicial (obtido na coluna
3). Por exemplo:
CUSTOS FIXOS
3.3. Considere o valor do tempo gasto na confecção da peça. Apesar de ser difícil de
calcular, deve ser incluído no cálculo do custo, inclusive considerando a experiência
do artesão. Por exemplo:
3.3.1. Determine um valor que deseja receber por mês, por exemplo: R$ 1.000,00
3.3.3. Divida o valor obtido por 8 horas de trabalho diário: R$ 45,45 ÷ 8 = R$ 5,68
3.4. O custo da peça é o resultado da soma dos itens 3.1, 3.2, 3.3 = R$ 36,90 mais 50%
de margem de lucro = R$ 55,35
3.6. Pesquise no mercado o preço de produtos similares, para serem usados como
referência na determinação do preço final de venda, não esquecendo que ele deve
ser competitivo.
Comprar em grupo é uma forma de organização por meio da qual se pode adquirir produtos,
ferramentas e outros materiais para serem usados de maneira coletiva, facilitando o acesso
de todos os envolvidos na produção artesanal.