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BUBALINOCULTURA
Manaus
2013
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1 – Introdução
O búfalo é um animal versátil, com impressionante capacidade de adaptação e que já
era usado domesticamente desde o terceiro milênio aC. Sua origem é Norte da Índia e Sul da
China em 2.500 - 2.100 aC, onde sua domesticação ocorreu na Mesopotâmia - Atual Iraque.
Pode ser usado como montaria, caso da ilha de Marajó, onde até a polícia patrulha as
comunidades usando esses animais. Possui temperamento dócil, o que facilita sua criação e
manejo, são rústicos, adaptando-se bem às mais variadas condições ambientais.
A criação de búfalos representa uma alternativa para os solos pobres e acidentados,
várzeas ou pântanos, onde em geral a criação de bovinos é praticamente inviável. O elemento
característico desses animais é a forte resistência, em razão da qual, os búfalos são
frequentemente utilizados como animais de tração. Rústicos, tem capacidade de transformar
alimentos pobres e inferiores em leite, carne e trabalho.
Introduzidos no Brasil a partir do final do século XIX, usualmente em pequenos lotes
originários da Ásia, Europa (Itália) e Caribe, motivados muito mais pelo seu exotismo que
por suas qualidades zootécnicas. Sua grande adaptabilidade aos mais variados ambientes, sua
elevada fertilidade e longevidade produtiva, porém, permitiram que o rebanho
experimentasse uma evolução significativa e, dos pouco mais de 200 animais introduzidos no
país, resultaram num rebanho de 495 mil búfalos em 1980, com um crescimento anual médio
de 10,86% entre 1961 e 1980, destacando-se que, no mesmo período, o rebanho bovino
cresceu a taxas de 3,8% ao ano.
A expansão da bubalinocultura no Brasil segue tendências de mercado. A partir da
década de 90, os consumidores passaram a exigir produtos de melhor qualidade nutricional e
sanitária, por conseguinte, o governo passou a tomar medidas mais rigorosas em relação ao
modo de preparação dos alimentos. Além do aspecto da preservação de áreas destinadas a
reservas naturais ter se tornado um item fundamental na política de qualidade de vida. Por
essas razões acredita-se que o aumento desacelerado do número de animais no território
nacional deva-se ao fato da necessidade de adequação e ajuste de mercado, que engloba
desde a criação até o processamento dos produtos.
Observando as estimativas da FAO (Food and Agriculture Organization of the United
Nations), nota-se aumento do número de bubalinos no mundo de aproximadamente 98%,
passando de 88.505.407 em 1961, para 174.027.155 cabeças em 2005. No Brasil o
crescimento foi de aproximadamente 18 vezes este percentual no mesmo período, passando
de 63.000 para 1.200.700 cabeças. Os maiores acréscimos estão entre meados de 1980 a
1990, coincidindo com um período onde houve grande quantidade de publicações que
comprovavam por meio de dados científicos a produtividade e lucratividade da
bubalinocultura e até em alguns aspectos a sua superioridade em relação a bovinocultura.
O búfalo tem espaço garantido como opção pecuária. No que se refere aos produtos
(carne, leite e derivados), não restam dúvidas sobre a excelente qualidade, as características
sensoriais, as propriedades nutricionais e funcionais. Além disso, o búfalo tem
adaptabilidade, rusticidade para transformar gramíneas em derivados de alto valor agregado e
como componente em sistemas agrosilvipastoris. Quando praticada em pequenas
propriedades, a bubalinocultura gera ganhos substanciais às famílias agrícolas e, por isso,
tem-se mostrado relevante instrumento de progresso social.
Búfalos criados a pasto ou recebendo dietas com alto teor de matéria seca apresentam
rendimentos superiores em relação aos bovinos, para ganho de peso e produção para
derivados lácteos por litro de leite. Além da sua maior rusticidade, o que permite a sua
criação em regiões alagadas, que são inadequadas para bovinos. Esta espécie tem maior
resistência aos ectoparasitas, apresentam menor frequência de mastite, são menos exigentes
quanto à qualidade das pastagens e gramíneas, e consequentemente apresentam menor custo
de produção.
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O leite de búfala tem crescido no mercado consumidor através dos queijos. Rico em
gorduras (12%), mas com baixo teor de colesterol (20%) e maior de proteínas (34%) o leite é
garantia de renda para os produtores. Com apenas 3,5 litros se produz um quilo de queijo,
quando com o leite de um bovino comum só se consegue um quilo de queijo com 10 litros de
leite. Por isso, desde 1998, o leite de búfala representa 10% de todo o leite explorado no
mundo.
Na Amazônia, as pesquisas sobre ecofisiologia de bubalinos que envolvam o manejo
do ambiente físico para elevação do conforto e, como consequência, a produtividade desses
animais, são escassas.
A Amazônia possui a maior floresta tropical do mundo, com cerca de 5,5 milhões de
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km , sendo o maior reservatório de diversidade biológica do planeta. Até meados da década
de 60, a sua exploração era de forma extrativista, sem significativos impactos ambientais.
Entretanto, posteriormente, a exploração se intensificou para integrar a região ao processo
produtivo e econômico do país. A pecuária, uma das atividades econômicas que mais se
desenvolveram na ocupação e na utilização das terras, contribuiu para que grandes extensões
de florestas fossem desmatadas e cedessem lugar às pastagens cultivas.
O manejo inadequado da forrageira e do animal, além do uso de espécies de gramíneas
não-adaptadas às condições edafoclimáticas locais, reduziram a disponibilidade e o valor
nutritivo das pastagens, alcançando estádio de degradação e consequente invasão de plantas
indesejáveis. Nos trópicos úmidos, o ganho inicial da fertilidade dos solos se deve ao corte e
à queima da vegetação, com incorporação de grande quantidade de matéria orgânica,
originalmente componente da parte aérea dos vegetais. No entanto, essa fertilidade é
rapidamente reduzida, quando a vegetação original não é substituída por sistemas de uso da
terra, capazes de proteger o solo e reciclar nutrientes.
O principal problema das pastagens na Amazônia é a sua degradação. Esse fato se
deve, principalmente, à pressão de pastejo muito superior a sua capacidade de suporte,
reduzindo sua vida útil. Outros fatores estão relacionados à fertilidade do solo, que são
pobres e ligeiramente ácidos, além de pragas, doenças e invasão de plantas indesejáveis.
2 – A Bubalinocultura no Brasil
De acordo com as estatísticas do Instituto FNP, em 2008, o rebanho em 1999
totalizava 882.332 cabeças e em 2008, 846.469, uma redução de 35.863 cabeças,
representando 4%. Quando analisamos as tendências atuais dos sistemas de produção serem
voltados para modelos sustentáveis e com geração de um produto saudável, questionamos
porque o rebanho de búfalos cresce pouco no Brasil.
O Estado do Pará possui o maior rebanho, 341.933 cabeças, o Estado do Amapá tem
153.473 cabeças. Juntos representam 58% de todo o rebanho nacional. Nas regiões Norte e
Nordeste o rebanho teve aumento, porém nas demais regiões, Sul, Sudeste e Centro-Oeste,
diminuiu. A região Norte concentra a metade do rebanho nacional e representa 65% do total.
A produção de leite é maior na região Sudeste. Os estados que mais cresceram foram Pará,
Amapá e São Paulo, as maiores reduções foram nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
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A produção de leite de búfalos cresceu 6 milhões de litros em São Paulo e 1,7 milhões
de litros no Amazonas. Nos demais estados recuou, como exemplo em Minas Gerais em 14
milhões de litros, em 10 milhões no Pará e 3 milhões no Estado do Amapá.
De acordo com o Anualpec 2008, do Instituto FNP: “Os números sugerem que a
bubalinocultura brasileira tende a se concentrar cada vez mais na região Norte. As
condições ambientais são mais propícias para seu desenvolvimento e as características
fundiárias são mais compatíveis com uma atividade eminentemente extensiva.”
Quando comparamos os números e constatamos que o rebanho de búfalos gira em
torno de 1 milhão de cabeças e o de bovinos são 170 milhões, a produção de leite de búfalos
é de 35 milhões de litros por ano e a produção de leite dos bovinos é de 25 bilhões de litros
por ano. Estes dados indicam a dificuldade para a expansão da atividade, que depende do
aumento na demanda dos produtos e o seu preço no mercado. Com isto evidencia-se a
necessidade de estudar caminhos que permitam o crescimento do rebanho de búfalos pelo
aumento da demanda do mercado.
Este caminho pode ser explorado através dos atributos da criação dos búfalos e seus
produtos para atender os mercados atuais que exigem garantias de origem sobre o sistema de
produção e qualificação e segurança do produto final, carne e leite.
As características e a aptidão do búfalo são similar a do bovino, europeu e indiano,
como produtores que igualmente são de leite, de carne e de energia transformada em
trabalho. O búfalo também é amplamente utilizado em serviços no campo, seja para
montaria, aração de terras, tração em charretes e carroças. Sua capacidade de tração é bem
maior do que dos bovinos. Os búfalos possuem boas características de docilidade e de
longevidade para o trabalho e para a reprodução. O búfalo tem capacidade de conversão de
alimentos de baixa qualidade em produtos como leite e carne. Existem trabalhos há bastante
tempo que destaca a capacidade digestiva da celulose pelos búfalos quando comparados com
os bovinos.
A capacidade de adaptação a diferentes climas, mantendo sua sanidade, é comprovada
pela presença de búfalos nas diversas faixas climáticas existentes, das regiões tropicais e
quentes da África até regiões frias na Ásia.
Todos estes atributos são suficientes para sustentar a hipótese sobre o
desenvolvimento da criação de búfalos com bases nas suas características e vantagens
competitivas, adaptação ao ambiente natural e seus produtos que atendem nos novos anseios
do mercado consumidor, que é a saúde.
Para aprofundar a analise sobre o desenvolvimento de criação de búfalos com
objetivos de atender a demanda de mercado que exige a preservação do meio ambiente e a
conservação dos recursos naturais, além de um produto diferenciado. Para isto consideramos
os princípios da agroecologia como base para os sistemas de produção e a legislação dos
alimentos orgânicos como base legal para a expansão de mercado, com os conceitos dos
sistemas de garantias e avaliação da conformidade.
3 – Caracterização Animal
3.1. Classificação
Família: Bovinae
Espécie: Bubalus bubalis
Bubalus bubalis variedade bubalis
Pertencem à espécie Bubalus bubalis e em todo o mundo são conhecidos como
búfalos d’água (water buffalo), sendo descritas três subespécies:
a) Variedade bubalis – é o búfalo preto que apresenta cariótipo 2n = 50 cromossomos,
denominado de búfalo de rio (river buffalo), abrangendo os rebanhos da Índia, Paquistão,
China, Turquia e de vários países da Europa e América, inclusive os italianos. No Brasil, está
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representado pelas raças Jafarabadi, Mediterrâneo e Murrah, todas reconhecidas pela
Associação Brasileira de Criadores de Búfalos - ABCB;
b) Bubalus bubalis, variedade kerebao – é o búfalo da Malásia, Indonésia, Filipinas,
Tailândia, etc., apresentando cariótipo 2n = 48 cromossomos. No Brasil compõe a raça
Carabao ou Rosilha (como era denominado, no passado, na ilha de Marajó, como referência à
pelagem nesse tom). É conhecido na literatura mundial como búfalo de pântano (swamp
buffalo).
c) Bubalus bubalis, variedade fulvus – é o búfalo nativo da região Nordeste da Índia,
especialmente do Assam, vivendo geralmente em estado selvagem ou semi-doméstico, sendo
um animal de porte menor que os das subespécies anteriores. É de coloração pardacenta ou
avermelhada, tendo alguma semelhança com o tipo Baio do Brasil (MARQUES, 2000).
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ü Após o acidente nuclear em Chernobil, na antiga União Soviética, o leite de búfalo foi o
alimento que mais rapidamente eliminou os resíduos de radioatividade, a ponto de ser
considerado alimento estratégico para o caso de catástrofes nucleares?
ü O leite de búfalas contém mais proteínas e maior teor de vitaminas A, D e B2
(riboflavina) que o leite bovino?
ü A verdadeira mozzarella italiana é feita exclusivamente com leite de búfala, havendo
referências de sua produção naquele país desde os tempos bíblicos?
ü O que conhecemos como Mozzarella no Brasil é na verdade "queijo tipo Mozzarella"
fabricado com leite bovino e de qualidade inferior ao produto de leite de búfala?
ü O bravio e selvagem animal norte-americano dos filmes de western é, na verdade um
"bisão", de espécie totalmente diversa do búfalo?
ü O búfalo, assim como o cão, situa-se entre as espécies que mais se afeiçoam ao homem?
3.2. Raças
Ocorrem várias raças e diversos grupamentos sem definição racial, cerca de 19 raças
descritas na Índia, Paquistão, Europa, países asiáticos, etc. No Brasil: 4 raças, com padrão
definido e registro genealógico na ABCB (fundada em 1961 e ativa a partir de 1965).
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3.2.1.2 .Jafarabadi
Origem: Na Índia é encontrada nas florestas de Gir, península
Kathiavar oeste da Índia e está principalmente concentrada em
Kutch e distritos de Jamnagar no Estado de Gujarat.
Cabeça: de perfil ultra-convexo, a pelagem é preta e bem definida
Aptidões: Produção de leite e de carne.
Temperamento: manso ou dócil.
No Brasil distinguem-se duas variedades, não distinguidas na
Índia:
Ä Palitana à de grande porte e cabeça pesada.
Ä Gir, búfalo mais delicada e de ossatura leve, de perfil craniano semelhante a bovinos
Gir.
Ä Peso de 454 kg nas fêmeas e 590 kg nos machos adultos.
Ä Pelagem e pele pretas em todo o corpo, incluindo chifres, cascos; chifres longos,
fortes e grossos, de seção ovalada ou triangular, dirigidos para trás e para baixo, com
curvatura final para cima e para dentro.
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A raça Jafarabadi, apesar de possuir indivíduos com bom potencial leiteiro, é a mais
encontrada em propriedades cujo interesse maior reside na exploração de carne, porém
apresenta baixo rendimento de carcaça (por volta de 46%).
Pelo seu porte, no Ocidente, pode ser considerado pelos mais desavisados como um
animal produtor de carne, todavia, apresenta-se muito bem nos torneios leiteiros, a exemplo
do seu País de origem, a Índia, onde se pode encontrar excelentes reprodutoras, com bons
níveis de produção de leite.
Pode ser criada pura, pois é de aptidão mista, isto é, leite e carne, e/ou para
cruzamentos, com as raças Murrah e Mediterrâneo. Apresenta grande variabilidade no
fenótipo, mostrando variadas gradações na forma, quando submetido aos acasalamentos entre
as duas variedades, a Gir e a Palitana. Transmitem com grande força características
produtivas, principalmente, o porte e caixa óssea, “levantando” os rebanhos pouco
expressivos.
O rebanho bubalino da raça Jafarabadi no Brasil é pequeno, porém é uma raça
bastante utilizada em cruzamentos. Apresenta excelente performance produtiva, contudo, o
rendimento de carcaça é menor de 4 a 7%, dependendo da variedade, comparando-se com as
outras raças bubalinas. Em condições naturais de pastagens nativas de boa qualidade, em
terra inundável, pode atingir 500 ou mais quilos com idade entre 18 e 24 meses de idade.
Esta raça, devido ao seu grande porte, tem como principal inconveniente a
alimentação, em virtude de exigências quantitativas e qualitativas. Deve ser criada em
condições mais intensivas, em pastagens cultivadas ou em sistemas integrados de
várzea/alagados e terra firme, conquanto que sejam de boa qualidade. Deve ser mineralizada
e, se for o caso, quando se tratar de exploração leiteira, deve ser suplementada com ração
contendo 18 % de PB e, no mínimo, 70 % de NDT.
Não obstante a isso se adapta muito bem às áreas de campos naturais abertos, em
sistema extensivo, convivendo sem problemas com o ambiente natural. É de temperamento
bastante dócil e impressiona pelo tamanho e formato da cabeça.
3.2.1.3. Mediterrânea
Origem: Selecionada na Itália, esta raça apresenta características das
raças Murrah e Jafarabadi. No Brasil, é conhecida também como búfalo
“preto” ou “italiano”.
Aptidões: Embora tenha sido selecionada para a produção de leite, tem
aptidão mista, para leite e carne, devido ao seu porte. Todavia, no Brasil
tem sido utilizado para produção de carne.
Temperamento: manso ou dócil. Peso médio de 550 kg nas fêmeas e
750 kg nos machos. Porte médio a grande. Pelagem e pele: totalmente pretas, estendendo-se
também aos chifres, cascos. Chifres pretos, longos, fortes e grossos, de seção ovalada ou
triangular, dirigidos para trás, para fora e para o alto terminando em forma semicircular ou de
lira.
Por ter origem com base em várias raças apresenta grande variabilidade fenotípica,
mostrando grande adaptação aos processos de seleção natural, oriundos de vários conjuntos
gênicos introduzidos, há muitos séculos, nas regiões paludinosas do Sul da Itália. O rebanho
fundador no Brasil apresentou um número considerável de animais, demonstrado pelas
numerosas importações realizadas pelos criadores do Pará e, mais recentemente, de outros
estados, principalmente, conferindo uma variabilidade que muitas vezes está evidenciada na
conformação corporal e níveis de produção de leite, ou seja, aquelas que são resultantes de
fortes interações entre o genótipo e o ambiente. As introduções mais recentes da Itália, com
base em germoplasma conhecido, provocaram uma ampliação na variabilidade genética da
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base do rebanho brasileiro, permitindo, inclusive, a mensuração da produção através do
progresso genético das características produtivas, principalmente, carne e leite.
Pode ser criada pura, pois é de aptidão mista, isto é, leite e carne, e/ou para
cruzamentos, com as raças Murrah e Jafarabadi, visando leite e com a Carabao, quando a
intenção for produzir carne.
O rebanho de búfalos Mediterrâneo no Brasil é o maior dentre todos e tem participado
de vários cruzamentos, principalmente, com a raça Murrah, compondo a base do rebanho
brasileiro desta raça. Apresenta excelente desempenho produtivo.
3.2.1.4.Carabao
Origem: O búfalo Carabao ou "Rosilho" é originário da
Indochina, no Sudoeste da Ásia, onde é chamado o “trator do
Oriente". É a raça mais adaptada às regiões alagadas e
pantanosas e, por isto, apresenta pelagem mais clara. O "trator
vivo do oriente" foi uma das primeiras a serem introduzidas no
país. No Brasil, hoje, há poucos rebanhos desses animais, sendo
considerado um grupo genético com risco de extinção e/ou descaracterização. A maior
população dessa raça está concentrada na Ilha de Marajó, no estado do Pará. Foi introduzido
no Brasil, na Ilha de Marajó (PA), por volta de 1890. Suas características raciais segundo a
Associação Brasileira de Criadores de Búfalos são:
Cabeça: na posição fronto-nasal, perfil craniano retilíneo, com chanfro, também, reto.
Chifres: longos, grandes e fortes, de seção triangular, emergindo lateralmente da cabeça e
dirigindo-se em posição horizontal para fora e depois para trás e para cima. Olhos:
arredondados, grandes, projetados, vivos, límpidos e pretos. Orelhas: tamanho médio,
horizontais e via de regra cobertas de pêlos longos e claros. Pelagem e pele: cinza escura ou
rosilha. Chifres longos, grandes e fortes, de seção triangular, emergindo lateralmente da
cabeça e dirigindo-se em posição horizontal para fora e depois para trás e para cima.
Temperamento: nervoso sem ser bravio. Porte médio a grande. Aptidões: Devido à
rusticidade, bom desenvolvimento de massa muscular e membros fortes, a raça Carabao é
usada para corte e para trabalho, tanto de tração agrícola quanto de transporte de carga e de
sela. A raça Carabao é uma importante força de trabalho nos países pantanosos da Ásia, nas
plantações de arroz.
Após a introdução desta raça, através da ilha de Marajó, os animais multiplicaram-se
através de cruzamentos desordenados, principalmente com a raça Mediterrâneo,
predispondo-a a uma descaracterização que culminou com poucos animais considerados
puros (2n = 48). Quando em cruzamento com as outras raças bubalinas, o produto apresenta
fenótipo dominante em relação a algumas particularidades, como: pelos mais claros na região
das patas, lábios e no pescoço, bem como conformação corporal mais compatível com o
padrão da raça Carabao.
Deve ser utilizado para cruzamentos visando produção de carne, devido dada à alta
heterose, fato comprovado pela precocidade dos F1. É um conjunto gênico bem consolidado
e homogêneo e, mesmo nos rebanhos mais fechados, não se percebe grande variação
fenotípica, não havendo, inclusive, registros de surgimento de doenças hereditárias.
A criação de rebanhos puros deve ser considerada, pois a raça Carabao apresenta
excelente desempenho, quando submetida às provas de ganho em peso. Em condições
naturais de pastagens nativas de boa qualidade, em terra inundável, pode atingir 450 kg com
idade entre 18 e 24 meses de idade.
A raça Carabao se adapta muito bem às áreas abertas, alagadas e/ou pantanosas, em
sistema extensivo, sendo insuperável na movimentação nessas áreas em função da sua
anatomia já adaptada a essas condições, visto que possui uma articulação a mais na região do
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boleto e da quartela. Em condições naturais apresenta bom convívio com as espécies
silvestres e, apresar de possuir cornos longos e pontudos, não há registro de acidentes desses
animais por quaisquer tipos de ataques. Por ser bastante andarilha necessita de grandes áreas,
adaptando-se muito bem às criações extensivas, apresentado excelente desempenho na sua
eficiência reprodutiva.
Além destas há o tipo Baio, um búfalo que integra o trabalho de conservação de
recursos genéticos da Embrapa Amazônia Oriental, encontrando-se no Banco de
Germoplasma Animal da Amazônia Oriental – BAGAM, em Salvaterra, na ilha de Marajó,
no estado do Pará.
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O que ocorre geralmente no manejo de búfalos é que produtores o realizam de forma
como se búfalos fossem bovinos, sem levar em consideração particularidades da espécie.
Para que tais erros sejam evitados é de fundamental importância que conheçamos as
principais características orgânicas, comportamentais e de hábitos desses animais.
A idéia dominante a respeito da rusticidade desses animais leva novos criadores a não
se instruírem convenientemente e com isso levando ao desestímulo da criação/produção.
Desta forma, serão abordados os principais aspectos em que estes se diferem dos bovinos e as
consequentes implicações relativas ao manejo.
4.2. Verminose
O barro, a água, o brejo ou a várzea ajudam no controle dos parasitas externos como o
carrapato, o piolho e a mosca do chifre. Entretanto, tais locais úmidos favorecem a infestação
dos animais por vermes.
Animais jovens, ainda com baixa resistência no momento de alimentação os úberes
sujos de barro de suas mães, a infestação pode ser elevada. Desta forma, a importância da
evernimação deve ser ministrada nos primeiros dias de vida. Durante a fase de amamentação
várias doses deverão ser feitas, sendo que no início a intervalos mais curtos (30 dias) e no
final a intervalos mais longos (90 dias).
Em torno dos 18 meses de idade, caso os animais tenham sido bem criados, atingem
apreciável resistência física, e a verminose deixa de ser um problema.
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4.3. Bezerros - Cuidados com os recém-nascidos
O bezerro deve ficar com a mãe nos primeiros dias de vida para receber a maior
quantidade possível de colostro. O maior índice de mortalidade ocorre até o período da
desmama (6 a 8 meses de idade), por isso os bezerros devem estar sob rigorosa atenção.
4.3.2. Colostro
É o primeiro leite secretado pela mãe após o parto, em média, durante 3-5 dias. É
muito rico em imunoglobulinas (anticorpos) e matéria seca (proteínas, minerais e vitaminas).
Rico em proteínas e imunoglobulinas, o colostro não só aumenta a imunidade do bezerro às
doenças, como também contém poderosa substância que acelera seu crescimento, só
perdendo para o hormônio testosterona na capacidade de estimular a síntese protéica. Por ser
laxativo, eliminam o mecônio, fezes dos neonatos, de difícil eliminação. Quando consumido
por bezerros maiores, não funciona como imunizador e pode provocar diarréia se consumido
puro.
A placenta da búfala é do tipo endotélio-corial e não permite a passagem de
anticorpos para o feto durante a gestação. O sistema imune do bezerro recém-nascido é
funcionalmente imaturo. Assim, a ingestão de colostro após o nascimento é muito
importante. O colostro é rico em imunoglobulinas, principalmente da classe IgG. Porém, para
a absorção ser máxima, a primeira mamada deve ocorrer no máximo até as primeiras seis
(06) horas de vida, porque com o passar do tempo a absorção das imunoglobulinas pelas
vilosidades intestinais diminui gradualmente. Após 24 horas de vida, o intestino não absorve
mais as imunoglobulinas, que permanecem ativas no lúmen intestinal atuando como
mecanismo de defesa local contra agentes que possam ter sido ingeridos por via oral, como o
Rotavirus (QUIGLEY, 2003).
Além das imunoglobulinas o colostro possui na sua constituição, duas vezes mais
sólidos totais, três vezes mais minerais, e também altos concentrações de vitaminas A, D e E.
Além disso, possuem grande quantidade de fatores de crescimento e fatores não específicos
antimicrobianos em maiores concentrações, quando comparados ao leite comum
(MOWREY, 2001).
O colostro é rico em gordura, grande fonte de energia que promove a termo-regulação
do bezerro. Por isso, a ingestão de colostro nas primeiras oito (08) horas de vida é muito
importante, ajudando a manter o corpo aquecido nas primeiras horas de vida (Quigley, 2003).
Os anticorpos transmitidos pelo colostro podem proteger o bezerro por até seis semanas.
Nesse período, o animal entra em contato com os agentes infecciosos presentes no ambiente,
que estimulam gradualmente o desenvolvimento do seu próprio sistema imune (RADOSTITS
et al., 2000).
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Até o 3 °dia de nascidos, os bezerros deverão permanecer com suas mães em um
piquete separado. Esse manejo evita que bezerros mais velhos mamem todo o colostro,
tirando-o daqueles que necessitam.
4.3.4. Descorna
A descorna deve ser realizada até os sete dias de idade em rebanhos comerciais, com
a retirada do botão córneo e posteriormente com a utilização de um ferro quente no tecido
adjacente ao botão córneo. Os animais pertencentes a rebanhos comerciais devem ser
descornados, pois a ausência de chifres facilita o manejo na propriedade; ocupando menos
espaço no cocho, não causando feridas graves em outros animais e ocupando menos espaço
no caminhão de transporte.
Bezerros descornados deverão ficar no mínimo 12 horas sem contato com suas mães.
Isso evita que as mesmas retirem com lambidas, o ungüento cicatrizante que deverá ser
passado no local da descorna.
As vantagens desta prática são:
1. Reduzir os danos provocados nas cercas, currais e outras instalações.
2. Reduzir os danos provocados por brigas
3. Diminuir os riscos para o contratador
4. Facilitar a alimentação no cocho
5. Facilitar o transporte.
É importante salientar que o descorna elimina a principal característica de
diferenciação das raças. Deve-se evitar a mistura de animais com e sem chifres, pois os
animais descornados temem os animais com chifres. Por exemplo, um touro desprovido de
chifres dificilmente cobre uma fêmea na presença de um touro com chifres, além de dificultar
a alimentação uma vez que os com chifres não permitem a alimentação dos outros.
Métodos:
a) Faca (Primeiras semanas de vida)
b) Ferro (Primeiras semanas de vida)
c) Alicate de descorna (3-6 meses)
∗ Animais com mais de 1 ano recomenda-se o despontamento
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4.3.6. Identificação dos animais
Para o correto acompanhamento de desenvolvimento dos animais durante toda a sua
vida, é imprescindível à escrituração zootécnica. Deve-se anotar a data do nascimento, sexo e
paternidade do bezerro para auxiliar no manejo da propriedade e aplicação de programas de
melhoramento genético (Marques, 2003).
Os animais devem ser identificados na primeira semana de vida, recomendando-se a
aplicação de brincos nas duas orelhas, com o n° e/ou nome de mãe e pai na parte posterior do
brinco. A identificação dos bezerros pode ser feita também com ferro imerso em solução de
nitrogênio líquido. Para isso deve ser realizada a depilação da área onde será feita a marca. A
marcação deve ser realizada entre o 6º e 10º mês de vida, com a pele do bezerro bem
esticada. O ferro de marcação deverá estar frio o suficiente para marcar a epiderme até atingir
a derme.
29,6 68,8
4.3.8. Vacinações
Devem ser realizadas da maneira mais higiênica possível, com agulhas e seringas
novas ou pistolas bem lavadas e fervidas para evitar a formação de abcessos e feridas, entre
outros problemas. As principais vacinas são as seguintes:
ü Clostridiose: a primeira dose deve ser aplicada aos quatro (04) meses de idade.
Repetir após 30 dias e revacinar anualmente, se necessário.
ü Raiva: a partir dos quatro (04) meses de idade, com uma dose de reforço após 30 dias,
repetindo anualmente.
ü Brucelose: somente as fêmeas, entre 3 a 8 meses de vida, em dose única.
ü Aftosa: de acordo com a legislação regional.
4.3.9. Endoparasitas
Os gêneros de nematóides que acometem mais frequentes são: Strongiloides,
Toxocara, Cooperia, Haemonchus, Oesophagostomum, Ostertagia, Trichostrongilus e
Paracooperia. Os ovos destes helmintos podem ser detectados e identificados através de
exames de fezes, a partir de nove dias de idade. O nematóide mais importante de bezerros
bubalinos jovens é o Neoascaris vitulorum, que é transmitido através do colostro. O bezerro
parasitado fica apático, apresenta pelagem grosseira, perda de apetite e de condição corporal,
edema e desordens gastrintestinais com ou sem diarréia (Starke et al., 1983; Sukhapesna,
1992).
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A utilização de antihelminticos para o controle parasitário é indispensável, e deve
estar associada a exames parasitológicos preventivos.
O Fenbendazole é um antihelmintico de largo espectro, possuindo atividade ovicida e
larvicida. Tem apresentado grande eficiência no controle do Toxocara vitulorum (Ram Dev
et al., 1994). As doses indicadas variam de 5,0 a 7,5 mg/kg, segundo Swarup (1994).
Finalizando, os cuidados na criação de bezerros, por meio de uma boa colostragem e
controle sanitário eficiente, são os primeiros passos para um rebanho saudável. A idade em
que os animais alcançam a puberdade está diretamente relacionada à técnica de cria e recria
dos animais.
A redução da incidência de animais doentes diminui o gasto com medicamentos,
reduz a idade ao abate dos machos e a puberdade das fêmeas, resultando em maior
produtividade de carne e leite e consequentemente no lucro para o proprietário.
4.3.10. Desmama
É importante se efetuar a ordenha para que a búfala tenha um período seco de
restabelecimento até o próximo parto.
Em criações extensivas, onde é difícil a construção de cercas para facilitar a
desmama, ocorre que os bezerros mamam continuamente até a próxima gestação, impedindo
ou reduzindo a quantidade de leite mamada pelo bezerro mais jovem. Para sanar este
problema são utilizados instrumentos colocados no focinho ou no chanfro do bezerro para
evitar que ele mame.
a. Anel de plástico: segmento de 2 a 2,5 cm de largura de tubo de PVC rígido com 2-2.5
polegadas de diâmetro.
b. Desmamador de madeira com arame: apresenta como desvantagem o corte do úbere,
traumatiza a matriz para aleitamento.
c. Desmamador de madeira com pregos: apresenta como desvantagem o corte do úbere,
traumatiza a matriz para aleitamento.
d. Desmamador comercial de plástico.
Deve-se evitar o desmame com mais de 10 meses de idade. Devem somente
desmamar com menos de 7 meses quando as condições de alimentação compensem a
ausência de leite.
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• Depois de dias começarão a surgir os pelos brancos na área marcada. Com o avanço
da idade, os pelos tendem a desaparecer, inclusive os brancos.
c) Marcação com Tatuagem: processo de identificação que vem conseguindo êxito pelos
produtores, porém apresenta a desvantagem de não permitir leitura fácil, sendo necessária a
contenção dos animais para a leitura, às vezes necessitando de limpeza no local,
principalmente quando as marcas se localizam na orelha.
A tatuadeira provoca pontos de perfuração na orelha onde posteriormente se esfrega
tinta preta “Pelikan” Outro local utilizado para tatuagem é a prega caudal. Nesse caso a
leitura se dá apenas com o levantamento da cauda. No entanto, para obtenção de melhores
resultados é imprescindível utilizar animais com painel da prega desenvolvido, ou seja, o
animal deve ter mais de 6 meses.
d) Marcação com picotes: se dá através de cortes com ou sem furos na orelha de acordo com
o sistema convencional de representação numérica.
Desvantagens:
• Leitura somente a pequenas distâncias.
• Identificação sujeita a leitura errada.
• Mistura dos picotes com cortes realizados por peixe piranha, rasgos e cortes.
• Prejuízo a estética do animal.
O sistema de representação numérica tradicional é conhecido por marcação
australiana, muito usada em suínos.
O sinal de propriedade na orelha em condições extensivas é o mais freqüentemente
utilizado, que consiste na retirada de parte da orelha com faca ou alicate. Cada fazenda um
desenho de corte específico.
Desvantagens dos brincos
• Leitura a pequena distância.
• Desaparecimento do brinco, quando retirado por outro animal por perda por engate
em algum obstáculo.
• Enfraquecimento do brinco (sol, chuva, lama)
• Acúmulo de lama nos brincos.
Para sanear estes problemas costuma-se colocar brincos com a mesma numeração nas
duas orelhas do animal, possibilitando recolocar a numeração correta em caso de perda.
As chapas metálicas têm as mesmas desvantagens dos brincos, além de serem mais
caras.
Os colares são de custo mais elevado e além das desvantagens semelhantes aos
brincos chapas de metal, podem provocar asfixia quando engatam em objetos diversos.
4.3.12. Castração
Esta prática torna os animais mais calmos para engorda em confinamento e a campo e
evita a cobrição de fêmeas por touros inferiores. Animais castrados produzem carne mais
macia, com maior teor de gordura, conferindo melhor sabor. Os métodos de castração
utilizados podem ser burdizo, elástico, químicos ou incisão, assim como nos bovinos.
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quantidade de leite materno ingerida como utilização de alimentação suplementar a preço
compensador, sem comprometer significativamente o desenvolvimento ponderal das crias.
Em países de criação intensiva de búfalos para leite, os bezerros são aleitados com
leite em pó bovino reconstituído, cujo preço é bem inferior ao leite bubalino líquido. Estudos
revelam que bezerros bubalinos são menos propensos a aceitar o aleitamento artificial (balde,
mamadeira) do que os bovinos.
Em países onde não há disponibilidade de leite em pó para uso animal, há dificuldade
de aceitação do aleitamento artificial e as fêmeas não apojam sem a presença do bezerro,
prefere-se o sistema de aleitamento natural, reservando leite da mãe para a cria após a
ordenha parcial. Economiza-se assim em mão de obra e evitam-se riscos de rejeição de
consumo.
Um sistema de alimentação que permite expressiva economia de leite, superior
desenvolvimento ponderal das crias, facilidade de adoção e baixo custo, consiste no uso da
pastagem de boa qualidade, mistura mineral fornecida a vontade no cocho localizado na
pastagem, suplementação até 1 kg/cab/dia da mistura 98% de farelo de trigo e 2% de
minerais, até 1 ano de idade, bem como leite materno extraído diretamente pelo bezerro, após
ordenha parcial.
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5.3. Manejo de búfalas prenhes no período de transição
Nas três semanas que antecedem o parto, as búfalas deverão ir para um piquete
denominado de maternidade, de preferência perto do curral e que tenha água fresca à vontade
e de qualidade. Quando não dispõe de bebedouro, o produtor corre o risco de perder a cria
por afogamento, pois algumas búfalas gostam de parir dentro de córregos ou poças d’água.
Nas fazendas onde não há controle de parições, o produtor deverá observar o estado
físico das búfalas: úbere cheio, barriga volumosa e baixa, a vulva grande, flácida e lustrosa,
muitas vezes com eliminação de secreção mucosa pela vagina.
Diariamente, as búfalas prenhes deverão ser conduzidas ao curral. Esse manejo
proporciona adaptação das búfalas ao novo ambiente e o acompanhamento delas pelo
vaqueiro.
Após a ordenha das búfalas em lactação, as búfalas prenhes serão conduzidas com
muita paciência à sala de ordenha, onde permanecerão no mínimo por meia hora. Estando
contidas nas instalações de ordenha, os ordenhadores deverão tratá-las sem estresse. Com
essas medidas, as búfalas, principalmente as primíparas, condicionarão o novo ambiente
como um local de prazer, percebendo também que o ordenhador não lhes fará mal.
No dia seguinte à parição dessas búfalas, elas deverão ser conduzidas à sala de
ordenha, primeiro como amas e posteriormente, como búfalas de leite, quando, já
acostumadas com o ambiente, estarão menos estressadas, facilitando os trabalhos.
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A condição corporal (CC) se altera através da curva de lactação
ü Início da Lactação - Balanço Energético Negativo (despendem mais energia do que
ingerem), reduzindo sua CC (mobilizando as reservas corporais). As búfalas não
devem perder mais de 1 kg de PV/dia;
ü Final da Lactação - Balanço Energético Positivo ganham CC, repondo as reservas
perdidas no início da lactação. Portanto, a condição corporal ideal se altera de acordo
com os estágios de lactação.
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ü ECC = 5 (muito gorda): Búfala obesa com aparência de bloco. Muita gordura em
torno da inserção da cauda e costelas. Não é visível nenhuma estrutura óssea.
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nutricionais. O crescimento da produção de leite requer grande quantidade de nutrientes das
búfalas, uma vez que elas passam a consumir as suas reservas corporais. Para evitar esse
desequilíbrio e manter a produção, faz-se necessário uma suplementação alimentar com
concentrados. Estudos revelam que, durante uma mudança na dieta dos ruminantes, há uma
demora em média de 15 a 20 dias para que a flora bacteriana do rúmen se adapte totalmente a
esse novo alimento. Diante desse fato, é importante ir acostumando as búfalas recém-paridas
ao consumo de ração balanceada.
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5.7. Fases das búfalas como amas de leite
Do segundo ao quarto dia de paridas, as búfalas que ainda permanecem no piquete
maternidade com suas crias, deverão ir diariamente para o curral, onde será feita a esgota de
seus úberes. Primeiro mamarão as suas respectivas crias, depois os outros bezerros do lote
das amas de leite.
A partir do quarto dia de paridas, as búfalas passarão para o lote das amas de leite.
Nessa fase, elas estarão amamentando, além das suas crias, mais dois bezerros em média, ou
seja, haverá uma búfala para cada três bezerros convivendo em um único rebanho. Além das
recém paridas, poderão ser amas de leite as búfalas que estão com mastite clínica e as que
apresentam problemas na hora da ordenha.
Pela manhã, esse rebanho é conduzido do campo para o curral, onde os bezerros,
cujas mães já estão em lactação, serão apartados das amas e ficarão à espera de suas mães no
curral de reconhecimento. Nesse tempo, as amas receberão uma suplementação alimentar de
concentrados para compensar o balanço energético negativo e adaptar as bactérias do rúmen
ao novo alimento.
O lote que está em lactação, ao sair da sala de ordenha, passará obrigatoriamente pelo
curral de reconhecimento. Caso haja ainda interesse por suas crias, as búfalas colocarão suas
cabeças para dentro do referido curral, cheirando e acariciando as suas crias.
Terminada a ordenha matinal, bezerros e amas serão conduzidos a sala de ordenha, ou
outro local apropriado. Nessa ocasião, será feita a esgota do resto de leite que porventura
ainda haja nos úberes das amas.
É comum encontrar búfalas com os úberes cheios na hora da esgota, uma vez que
certas búfalas só permitem que seus bezerros mamem. Inicialmente deve-se colocar para
mamar os bezerros mais novos ou mais debilitados, depois o restante. Caso as amas não
deixem os bezerros mamarem, deve-se amarrar um pé dessas búfalas a um mourão.
Os bezerros permanecerão com as amas de leite até atingirem 70 a 80 kg, o que
ocorre em torno dos 60 a 70 dias de idade. Nessa época estarão ingerindo provavelmente em
torno de 800 gramas de ração balanceada e seus rumens deverão já estar funcionado
regularmente, fato percebido pela ruminação.
Como observação prática ressalta-se três situações:
1) Os úberes das búfalas completamente secos e os bezerros visivelmente com fome, são
indicativos de que se deve aumentar a relação ama/bezerro;
2) Os úberes das búfalas ainda com leite na hora da esgota e os bezerros de barriga cheia,
sem querer mamar, demonstram que se deve diminuir a relação ama/bezerro;
3) Fazer semanalmente a pesagem do leite das amas para calcular a relação ama/bezerro.
O ideal seria que o bezerro mamasse 10% de seu peso, o que é economicamente
inviável para bezerros acima de 50 kg. Como dieta fornecer direto das tetas das amas
de 4 a 5 kg de leite, mais ração balanceada à vontade e/ou um sucedâneo do leite.
Ao deixarem de ser amas de leite, as búfalas serão conduzidas ao lote de ordenha.
Esse manejo satisfaz tanto ao bezerro que mama o leite com resíduo de colostro, como
também ao produtor que fica com o leite sem resíduo de colostro.
É sabido que o leite de búfalas, com menos de 15 dias de paridas, contém ainda
resíduos de colostro, o que dificulta a fabricação de queijos de massa filada, como sejam a
Mozzarella, Provolone, Caccio-Cavalo, Bocconcini, etc...
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a produção média de leite das búfalas amas. Para se fazer essa proporção deve-se considerar
que um bezerro deve mamar em torno de 4 litros leite/dia. À medida que as búfalas vão
parindo, e a proporção ama / bezerro estiver excedendo em número de amas, a búfala que
tiver mais tempo de parida, deixa de ser ama e vai para o lote de ordenha. Estando na
ordenha, essas búfalas não amamentam mais os bezerros. Esse manejo tem aumentado muito
a produção de leite das búfalas, pois, suas glândulas mamárias são muito estimuladas. Esse
estímulo tem como consequência o desenvolvimento das células secretoras de leite desses
animais. É importante ressaltar que as amas de leite devem estar em boa condição corporal,
ser bem alimentadas com volumosos de qualidade e até concentrados caso haja necessidade.
Este sistema difere dos demais pela quase inexistência de óbitos em bezerros, maior
persistência nas lactações e consequentemente, aumento na produção de leite do rebanho. O
sistema rotativo de amas de leite e o curral de reconhecimento são peças importantes para se
fazer a ordenha sem bezerro ao pé.
23
quando fornecida em maior número possível de parcelas diárias, de acordo com a
conveniência.
Entre a distribuição de ração individual e a distribuição em lotes, a diferença de
aumento de produção é pequena, entretanto, comparando ambas com a distribuição
indiscriminada, observou-se um aumento de produção em torno de 20% a favor da
distribuição individual do que em lotes. Quando a ração não é distribuída individualmente,
certas búfalas ficam a dar cabeçadas nas outras, impedindo que se alimentem. Essa atitude
indesejável deve ser evitada com a contenção da búfala “encrenqueira”.
Deve-se dar atenção toda especial às primíparas, que, normalmente “tímidas”, sofrem
discriminação por parte das multíparas, não tendo, desta forma, acesso à ração.
6 – Tipos de ama
6.1. Amas primíparas
As primíparas, por não terem ainda autocontrole sobre os seus estímulos no que se
refere à glândula mamária, mesmo estando estressadas, apojam com mais facilidade que as
multíparas. Após ter sido adestrada, se por algum motivo desconhecido a búfala não apoja,
deve-se conduzi-la ao curral de espera. Será ordenhada por último ou será solta para ser
ordenhada na próxima ordenha, quando possivelmente apojará.
24
7.3. Boa produtora de leite
Uma búfala boa produtora de leite, geralmente apresenta seus úberes cheios na hora
da ordenha, portanto, recai no exemplo anterior. Vale salientar que búfalas que assim se
apresentam, normalmente têm uma maior estabilidade à produção diária e também se deixam
ordenhar com mais facilidade sem bezerro ao pé.
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8.1. Tratamento pré-natal
Sessenta dias antes de parirem, as búfalas devem ser separadas das demais em um
piquete perto do curral. Diariamente essas búfalas devem ser encaminhadas para o curral,
aonde vão se acostumando com o ambiente. Na oportunidade, esses animais receberão uma
ração balanceada apropriada para vacas gestantes e deverão ser avaliadas quanto ao seu
escore de condição corporal (ECC) e temperamental. O ideal é que a búfala venha a parir
com um ECC entre 3 e 4 e temperamental de 4 ou 5, conforme tabela abaixo. Búfalas dóceis
têm mais facilidade de aceitar a ordenha sem bezerro ao pé.
9.2. Aplicar ocitocina na búfala caso não queira apojar (não aconselhável)
Essa substância, ao cair na corrente sanguínea da búfala, é transportada até a glândula
mamária, provocando contrações e expulsando o leite dos alvéolos. Estudos tem
demonstrado que esse sistema não funciona, pelo contrário deixa as búfalas estressadas e
com raiva, pois a cada dose de ocitocina, ocorre uma nova picada.
9.3. Colocar o bezerro para estimular o apojo em sua mãe só nos primeiros dias
subsequentes à apartação (aconselhável)
Depois de ter experimentado os métodos acima mencionados, concluiu-se que esse
último é o que oferece as melhores condições de adestramento das búfalas para a ordenha
sem bezerro ao pé. Os três ou quatro primeiros dias subsequentes à apartação são
determinantes no sucesso desse método de ordenha. Por essa razão, é importante que no
início de apartação, se coloque o bezerro com sua mãe, caso ela não apoje. Quando são
transcorridos mais de cinco dias após a apartação e a búfala só libera o leite com a presença
do bezerro, fica definido que ela dificilmente dará leite sem o estímulo do filho. A
persistência no adestramento poderá causar o interrompimento na lactação. Nesse caso, o
bubalinocultor terá que decidir se fica com esse animal ou se o descarta. Tratando-se de uma
boa produtora de leite, aconselha-se trocá-la por uma ama de leite que tenha mais tempo de
parida.
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bezerros, até dois meses de idade, ainda não está apto a extrair dos volumosos os nutrientes
de que necessita. Há de se concluir que, quanto menos volumoso os bezerros consumirem
nos primeiros dois meses de suas vidas, maior será o seu desenvolvimento corporal.
No sistema de ordenha sem bezerro ao pé, os procedimentos na alimentação dos
bezerros devem ser rigorosamente cumpridos. Após a ordenha, as amas de leite deverão
entrar na sala de ordenha com seus bezerros. Na oportunidade, o ordenhador colocará
inicialmente os bezerros para mamarem em suas mães e posteriormente outros bezerros, os
menores e os mais debilitados, cujas mães já deixaram de ser amas e foram para a ordenha. O
procedimento distribui racionalmente o leite das amas para os que mais necessitam e evita a
desnutrição. Caso as búfalas não aceitem outros bezerros que não os seus, deve-se amarrá-las
por um pé. Contidas dessa forma, os bezerros mamam com mais facilidade. Esse manejo,
chamado de esgota, além de trazer um aumento de produção de leite das búfalas pelo
desenvolvimento das células secretoras, proporciona um grande benefício aos bezerros
pequenos e/ou mais debilitados.
Desde o dia em que nasce até sua apartação, o bezerro só se alimenta praticamente
com o leite materno, podendo eventualmente comer algum volumoso nas pastagens. Quando
sua mãe é apartada, esse bezerro fica à sua espera, no curral de reconhecimento, vendo-a
passar. No convívio com os bezerros maiores, aprende a comer ração balanceada. Terminada
a ordenha, os bezerros irão ter com as amas para a esgota, conforme foi exposto
anteriormente. Terminada a esgota das amas, todos os bezerros com idade inferior a 60 dias,
seguirão com as amas para o campo. Bezerros com até 30 dias de nascidos, ficam de dia e de
noite no lote de amas de leite. Só se separam desse lote na hora das ordenhas, quando ficam
no curral de reconhecimento. Bezerros com 31 à 60 dias de nascidos ficam no bezerreiro
após a ordenha da tarde até a ordenha da manhã do outro dia. É fornecido a eles ração
balanceada e água de boa qualidade, à vontade. O fato dos bezerros com menos de 30 dias
ficarem com as amas durante os dois horários, evita a concorrência com os bezerros maiores
e favorece o seu desenvolvimento.
Após dois meses de idade, os bezerros deverão estar com peso próximo de 70kg e
comendo em torno de 800g de concentrado por dia. Nessas condições, já se observa a
ruminação desses bezerros, pelo movimento da boca. Com esses dados, conclui-se que os
bezerros deverão sair do lote de amas de leite e irem para um outro lote, no qual serão
fornecidos volumosos de boa qualidade e concentrados, na razão de, no mínimo, 1kg/cabeça/
dia.
27
búfalas apresentam seus úberes secos logo após a ordenha e os bezerros estão de “barriga
cheia”, pois já mamaram em suas amas de leite.
Ao passarem pelo curral de reconhecimento, algumas búfalas colocam suas cabeças
para dentro desse curral e após terem a certeza de que suas crias estão bem, saem em direção
ao cocho, para evitar que as mesmas deitem e ocorra contaminação devido ao esfíncter
permanecer aberto por determinado período de tempo.
Búfalas que procuram as suas crias ao passarem pelo curral de reconhecimento são
exatamente as que cortariam ou reduziriam suas lactações, caso não houvesse esse manejo.
O progressivo desinteresse mútuo entre mãe e cria é o princípio básico para o aparte
sem estresse. A maior procura das búfalas por suas crias acontece nas três primeiras semanas
após saírem da condição de amas para entrarem para a ordenha.
Com o passar do tempo, vai diminuindo a atração das búfalas por suas crias e
consequentemente vai diminuindo a dependência da cria para o apojo. As búfalas vão se
adaptar ao novo sistema, de forma que, em poucos dias elas passam pelo curral de
reconhecimento com indiferença. Essa apartação espontânea faz com que as búfalas
persistam em suas lactações.
12 – Instalações
12.1. Bezerreiro
• Recomenda-se 1 a 1,5 m² de área livre pôr cabeça
• O piso pode ser suspenso ou não. Quando suspenso o estrado é de madeira e o
afastamento entre peças para passagem de excreções e resto de alimento deve ser ao
redor de 2 cm. No caso do piso ao nível do solo, este pode ser cimentado com declive
para escoamento de água de 2 %.
• Adotar pé direito é de 2,5 a 3,5 m.
• A cobertura usada pode ser telha de barro, amianto ou zinco.
• Pode ser colocado um ou mais cochos e bebedouros. O cocho para colocação de
concentrado e volumoso deve apresentar as seguintes medidas altura menor 0,3 a 0,4
altura maior 0,7 a 0,8, largura interna 0,4 a 0,5m; comprimento 0,4 m/cabeça. O
próprio cocho de alimentação poderá possuir pequena divisão para minerais variando
de 0,5 a 1,0 m de vão livre ou então será construído um cocho separado para
minerais.
• O bebedouro deve ter de 0,4 a 0,5 m de altura e largura interna de 0,5 a 1m.
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12.2. Abrigo para adultos
• Localizado no galpão no caso de criação de búfalos de corte e no estábulo no caso de
búfalos de leite.
• A área livre do abrigo por cabeça de animal adulto varia de 5 a 6 m² no caso de
reprodutores 12m².
• Quando o abrigo possuir área adicional a céu aberto cercada, com acesso para fonte
de água, a área total a céu aberto, cercada, incluindo as partes de terra firme e banho,
varia de 50 a 100 m² por cabeça, numa relação em torno de 2:1, respectivamente,
terra firme e espelho de água.
• O cocho deve possuir de 0,50 a 0,60 m de altura menor e 0,90 a 1,00 m de altura
maior, com largura interna variando de 0,50 a 0,60 m. O comprimento livre de cocho
por cabeça é de 0,90 a 1,00.
• O bebedouro deve possuir de 0,50 a 0,70 m de altura, com a largura interna variando
também de 0,50 a 0,70 m. O comprimento varia de 1 a 2 m.
• O cocho para sal mineral pode estar em pequena divisão do cocho para alimento,
variando de 0,5 a 1m. Caso o cocho seja independente as dimensões são: largura livre
menor 0,30m, largura livre maior 0,40 m altura do piso até a borda do cocho 0,60 m
altura da parte interna do fundo até a borda do cocho 0,20m.
• Recomenda-se pé direito de 2,50 a 3,50m.
12.3.2. Bebedouro
Para os bebedouros localizados nos pastos, o espaço linear por cabeça é em torno de
0,50 para animais adultos e 0,30 para bezerros.
A largura para bebedouro retangular simples é de 40 cm e para bebedouro retangular
duplo em torno de 80 cm. A altura deve ser de cerca de 60 cm para animais adultos e 50 cm
para animais jovens.
Os bebedouros devem ser constituídos em locais de terra firme, de boa drenagem e de
fácil acesso.
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A barragem pode ser considerada uma construção feita com objetivo de se obter uma
barreira, em um curso natural de água, preferencialmente em pequeno rio, para elevar o nível
de água, de modo a armazená-la.
CURRAL = É o componente para a contenção dos animais. Com relação a área livre
ocupada por cabeça adulta, ela varia de 2 a 3m². Para animais jovens, essa superfície é de 1 a
30
1,5m². Em regiões de terra inundável, os currais podem ser construídos em aterros feitos
preferencialmente com uso de máquinas.
TRONCO DE CONTENÇÃO = É destinado conter um animal de cada vez e pode ser fixo
ou móvel. Se encontra localizado depois da manga.
BALANÇA = Está situada depois da manga de vacinação, ou, quando existir, após o tronco
de contenção.
13 – Nutrição
Os animais são geralmente mantidos nas fazendas com o objetivo de produzirem leite,
carne e trabalho. Os valores das necessidades de manutenção, no entanto, servem como uma
31
linha básica para o cálculo da quantidade de energia necessária para satisfazer as várias
funções fisiológicas e os níveis de produção esperados. As necessidades de manutenção de
animais adultos podem frequentemente serem atendidas pelo uso de dietas contendo
forragens e outros alimentos de baixa qualidade acompanhadas de quantidade necessárias de
minerais.
Considerando que grande parte do sucesso produtivo dos animais repousa no
fornecimento de todos os nutrientes que o animal precisa, faz-se necessário em sistemas
intensivos de produção o fornecimento de concentrado adequadamente formulado segundo as
necessidades nutricionais.
32
Requerimentos nutricionais de búfalos
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condições de aporte excessivo, quando são capazes de manter estável o nível de uréia
sanguínea.
Um maior aporte protéico, principalmente durante a fase catabólica favorece uma
maior síntese de glicose e contribui para minimizar seus efeitos na búfala (perda de peso e
consumo de reservas corporais).
14 – Manejo alimentar
O búfalo e um animal doméstico ruminante, para que se possa alimentá-lo de maneira
satisfatória é necessário que conheçamos as suas exigências nutricionais.
Conversão alimentar = É medida pela quantidade ingerida de alimento para cada kg de PV. É
sabido que os búfalos necessitam de menor quantidade de ingestão de alimentos para ganho
de 1 kg de PV, quando comparado com os bovinos.
34
Índices de conversão alimentar para bubalinos e bovinos por raça e autor.
14.1. ALIMENTOS
14.1.1. Alimentos volumosos
Nas explorações leiteiras de búfalas no Brasil, mesmo diante da coexistência de
modelos mais ou menos intensificados de exploração, predominam as explorações baseadas
no consumo de altas proporção de volumosos, em geral pastagens cultivadas nas regiões
tropicais e nativas nas sub-tropicais, com animais submetidos a manejo relativamente
extensivo, sendo a suplementação de concentrados ainda prática pouco frequente.
14.2. Pastagem
A bubalinocultura dispõe de 3 tipos de área
ü Permanente inundada igapó;
ü Sujeita a inundações várzea;
ü Fora do alcance de inundações terra firme.
As pastagens utilizadas pelos bubalinos são constituídas principalmente de plantas da
família gramíneas e leguminosas.
Pastejo rotativo = Buscando otimizar a oferta e produção de forragens sob pastejo tem sido
preconizado o sistema de pastejo rotacionado, cujo princípio consiste em dividir a área de
pastagem em diversos piquetes menores oferecendo uma parcela de cada vez ao rebanho que
ali permanecem entre 1 e 3 dias quando passam à parcela seguinte e assim sucessivamente,
de maneira que retornam à mesma parcela em tempos variáveis (usualmente entre 21-45
dias), conforme o tipo de gramínea e época do ano, o que favoreceria a oferta da gramínea
num estádio vegetativo mais constante em cada estação.
Num trabalho efetuado no estado do Rio Grande do Norte, região caracteristicamente
de elevada temperatura média e baixos índices pluviométricos, com utilização do método em
pastagens de B. brizantha não adubadas observou-se a expressiva variação na composição
média da gramínea, conforme a estação do ano.
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Pastagem cultiva = Envolvem principalmente gramíneas. O consórcio pode ser feito e
quando eficaz, traz grande vantagem de fertilização do solo. O estabelecimento de consórcio
em proporção adequada é tarefa difícil, o que é agravado pela ação do pastejo do búfalo.
Essas dificuldades encontradas em terra firme torna-se extremas em terras alagadiças. Uma
alternativa é o uso dos “bancos de proteína”. O controle das invasoras é essencial para o
êxodo das pastagens. Existe possibilidade acentuada de ocorrência de cigarrinha das
pastagens.
14.3. Feno
14.3.1. Tecnologia da fenação
O feno é definido como a forragem que sofreu processo de desidratação até atingir o
teor de umidade que permite se manter estável nas condições ambientais. O teor de umidade
normalmente está na faixa de 12 a 20%.
O aquecimento do feno é sempre associado com a atividade microbiológica,
principalmente se a forragem for enfardada com umidade elevada (acima de 20%). Segundo
VAN SOEST (1994) quando os fardos são pequenos e o local é bem ventilado, o calor
produzido ajuda a eliminar o excesso de umidade, auxiliando na preservação da forragem.
No entanto, quando o calor é excessivo induz a reações não enzimáticas (Reações de
Maillard) com consequente perdas de carboidratos e proteínas digestíveis. Essas reações
normalmente provocam escurecimento da forragem e odor desagradável, reduzindo a sua
aceitabilidade. Fardos grandes (redondos ou retangulares) e com alta densidade são mais
susceptíveis aos danos pelo aquecimento.
O processo de fenação abrange quatro etapas principais: corte, secagem,
enfardamento e armazenamento.
1 - Corte
O corte deve ser realizado com equipamento apropriado, o que reduz as perdas à campo
e diminui o tempo de secagem. Quando a forrageira a ser fenada apresentar altos teores de
umidade (colmos grossos) deve-se utilizar segadora condicionadora. Isso aumentará
significativamente a velocidade de desidratação da planta, com melhora na qualidade do
feno, devido a redução nas perdas dos componentes digestíveis.
A operação do corte deve ser feita no período da manhã, logo após a secagem do
orvalho, proporcionando maior período de insolação já no primeiro dia de dessecação.
O momento do corte deve ser definido em função da espécie forrageira utilizada. Para
forrageiras que permitem vários cortes por ano (alfafa, coastcross, tifton, ...) o momento do
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corte pode ser em função da disponibilidade MS. Já para forrageiras anuais (azevém,
aveia,...), ou quando será realizado um único corte, esse deverá ser realizado no estádio de
pré-florescimento. O corte em estádios mais avançados poderá facilitar a desidratação, mas
produzirá feno de qualidade inferior.
3 - Enfardamento.
Ao atingir o teor de umidade ideal para armazenagem (12 a 20%), o feno deve ser
enfardado para facilitar o armazenamento, manuseio, e possível comercialização. O tamanho
e densidade dos fardos dependerão da enfardadeira utilizada (Ex.: móveis, estacionárias,
fardos redondos, fardo retangulares), dessa forma pode-se armazenar de 90 a 180 kg de
feno/m3 em fardos retangulares, ou de 90 a 300 kg/m3 em fardos redondos.
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É importante que antes do enleiramento e enfardamento seja observado
cuidadosamente a possível existência de qualquer material indesejável (pedras, madeira,
arame, plástico). Esses materiais podem contaminar o feno ou causar danos nos
equipamentos, ou mesmo para os animais que consumirão essa forragem.
Cuidadosa revisão do maquinário (ancinho enleirador, enfardadeira) a ser utilizado
nessa etapa é de fundamental importância. Esse procedimento evita transtornos e permite
operações com maior segurança.
4 - Armazenagem.
A armazenagem adequada é quase tão importante quanto às etapas precedentes na
confecção do feno. Se alguns cuidados não forem tomados poderá haver perdas significativas
de MS, e também de qualidade do feno, durante a estocagem.
O principal elemento é o teor de MS, relacionado à respiração dos microrganismos.
Com menos de 15% de umidade praticamente não ocorrem perdas pela respiração. As
maiores perdas normalmente são no primeiro mês de armazenagem. Consequentemente as
perdas são afetadas pelo tempo de estocagem.
Tanto para o feno armazenado a campo como em galpões deve-se tomar uma série de
cuidados, evitando-se assim perdas na qualidade do material e mesmo problemas sanitários
aos animais que vão consumi-lo.
Cuidados na armazenagem
No campo Em galpões
Escolher lugar alto e bem drenado. Não colocar em contato com fertilizantes
Fazer estrado de madeira Observar se existem goteiras
Não fazer pilhas muito altas Fazer pilhas amarradas e com circulação de ar
Cobrir com lona plástica e amarrar Não colocar junto com combustíveis
14.4. Silagem
14.4.1. Tecnologia de Ensilagem
Definição
Silo Þ Denominação dada à estrutura de armazenagem da silagem. Os silos podem ser
considerados como “câmaras” de fermentação e armazenagem da forragem.
Ensilagem Þ Processo que envolve as operações de confecção da silagem.
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Silagem Þ É o produto obtido pela fermentação anaeróbia da forragem.
A conservação de forragens como silagem envolve um complexo processo bioquímico
e microbiológico, da colheita até sua utilização na alimentação animal. A forragem ensilada é
conservada através de fermentações, passando por quatro fases principais.
1- Fase aeróbia: É o primeiro estágio, envolvendo a morte dos tecidos das plantas e
rápida exaustão do oxigênio, seguido pela proliferação de bactérias aeróbias.
Um dos fatores mais importantes na qualidade da silagem é a disponibilidade de
oxigênio, promovendo a respiração da planta, crescimento de fungos e, consequentemente,
grande liberação de calor aumentando os produtos da reação de Maillard. A respiração da
planta ajuda a criar ambiente anaeróbio no silo. No entanto, excessiva respiração é
indesejável porque reduz o conteúdo de energia da silagem com menor disponibilidade de
carboidratos solúveis para fermentação pelas bactérias ácido láticas, além de produzir calor
excessivo.
2 - Fase de colonização (lag-phase): Fase de curta duração (poucas horas) entre a fase
aeróbia e fase de fermentação ácida (fase anaeróbia). Nessa fase iniciam-se rápido
crescimento de microrganismos anaeróbios, principalmente bactérias ácido láticas, que
promoverão intensa produção de ácidos orgânicos, com consequente, queda no pH do meio.
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aborto, abscessos e lesões purulentas. Também com relação ao desenvolvimento de fungos,
deve-se tomar cuidado especial, pois uma série de esporos potencialmente patogênicos pode
causar doenças nos animais e nos tratadores. Cita-se como, por exemplo, a ocorrência de
aspergilose.
1 - Época de colheita.
A época de colheita da forrageira para produção de silagem deve obedecer aos
parâmetros de produtividade e qualidade acima de tudo. A qualidade da silagem está
diretamente relacionada com a composição química da forragem no momento da ensilagem.
Portanto, para cada espécie forrageira, o momento do corte não estará só em função do teor
de açúcares solúveis e da umidade, mas também da digestibilidade da matéria orgânica.
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que possam danificar a lona e provocar perdas acentuadas por penetração de ar e água na
silagem.
A cobertura da lona pode ser feita com terra. No entanto, apesar da sua eficiência em
relação ao peso, a evitar danos pela presença de roedores e de outros animais, no momento da
retirada da silagem para fornecimento aos animais normalmente ocorrem contaminações.
Esse aspecto é acentuado principalmente em dias de chuva. O uso de sacos de areia ou terra é
bastante eficiente, da mesma forma que a utilização de pneus. Uma ótima opção para
cobertura da lona plástica é o uso de bagaço de cana, apresentando excelente proteção,
facilidade de remoção e sem problemas de contaminação da silagem durante o
descarregamento do silo.
4 - ADITIVOS NA SILAGEM.
Quando a forrageira não apresenta condições ideais para ser ensilada (baixo teor de MS
e/ou baixo carboidratos solúveis) pode-se fazer uso de aditivos que favoreçam o processo
fermentativo. Os aditivos têm dois principais propósitos na silagem: influenciar o processo
fermentativo favorecendo a conservação, e melhorar o valor nutritivo.
2. Inibidores da fermentação.
2.1.Aeróbios (ácido propiônico, sulfatos, ácido acético, amônia).
2.2.Anaeróbio.
2.2.1.Ácidos (ác. fórmico, ác. lático, ác. minerais)
2.2.2.Outros (formaldeído, dióxido de enxofre, metasulfito de sódio).
14.5. Confinamento
O custo limita a utilização do confinamento, geralmente este é empregado quando o
produtor aproveita subprodutos disponíveis e de baixo preço existente na área.
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utilizados podem ser capim elefante triturado, feno, raspa de mandioca, farelo de algodão,
farelo de soja, farelo de trigo e grãos triturados de milho. O consumo de MS é na base de
2,5% do PV.
15 – Reprodução
15.1. Capacidade reprodutiva
A espécie bubalina manifesta uma marcada estacionalidade reprodutiva caracterizada
pelo aumento da fertilidade nos períodos em que diminuem as horas de luz do dia (no outono
e inverno no Centro Sul do Brasil), caracterizando-se, pois como poliéstrica estacional de dia
curto. Ao que parece, a natureza selecionou, em áreas tropicais ao norte do equador, as
búfalas que pariam em época favorável para a criação do bezerro e retorno da atividade
reprodutiva. Desta forma, na região norte do Brasil não ocorre estacionalidade reprodutiva,
por apresentar-se próxima a linha do equador, proporcionando quantidade de luz satisfatória
a manifestação de estro o ano todo.
As búfalas costumam apresentar menor período de lactação (cerca de um mês), maior
duração da gestação (em torno de 310 meses) e maior tempo de repouso entre as lactações
(período seco de cerca de 95 dias) que as bovinas, o permite à búfala acumular maior
quantidade de reservas corporais para utilizar na lactação seguinte. Os búfalos manifestam
estacionalidade mesmo quando estão em locais com disponibilidade de alimento durante todo
o ano sendo que o sinal endócrino que sinaliza para os búfalos a época do ano é a
concentração sanguínea do hormônio denominado melatonina. (Zicarelli, 1997).
a) Idade á puberdade
Apesar da importância sócio-econômica que o búfalo representa para vários países em
desenvolvimento, a literatura referente a idade à puberdade é bastante contraditória. Existem
na literatura internacional, várias citações que relatam ser a fêmea bubalina, no que se refere
ao estabelecimento da puberdade, bem mais tardia quando comparada as diferentes raças de
Bos taurus.
A puberdade na fêmea pode ser definida como o período em que se estabelece a
primeira ovulação, com a formação de um corpo lúteo de vida normal. Existe grande
variação com relação ao momento em que a fêmea bubalina atinge a puberdade, devendo-se
levar em consideração não somente os aspectos ligados ao manejo e alimentação, mas
também o fato de existirem variações entre búfalos do tipo leiteiro e do Carabao, sendo este
último mais tardio, mesmo quando comparado ao tipo leiteiro.
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Idade à puberdade (meses) de fêmeas bubalinas em diferentes países
b) Ciclo estral
A duração do ciclo estral na búfala varia entre 16 a 33 dias, com maior concentração
entre 21 a 24 dias. Esta amplitude e devido a vários fatores, tais como o clima, manejo,
alimentação e genética. Animais submetidos a manejo inadequado e com alimentação
deficiente em energia, proteína e minerais, têm tendência a apresentarem cios curtos ou
longos, da mesma maneira quando submetidos a estresse térmico. Nas regiões tropicais
próximas ao Equador o búfalo é um animal poliestral contínuo, ciclando durante todo o ano.
Entretanto, à medida que se afasta do Equador, no sentido norte ou sul, o búfalo torna-se um
animal poliestral sazonal de dias curtos Zicarelli e Vale, 2002). Na Índia, a expressividade do
cio é mais intensa e os sinais clínicos são mais evidentes durante o outono e inverno (estação
fria), quando comparado a primavera e o verão (estação quente).
Da mesma forma como se apresenta em bovinos, o ciclo estral da búfala apresenta
quatro fases – pró-estro, estro, metaestro e diestro. Entanto, a expressividade dos sinais
clínicos, dentro das diferentes fases, difere em alguns aspectos daqueles expressos pela vaca
taurina e zebuína.
A melhor forma de detecção do cio na búfala é a utilização de rufiões com buçal
marcador, além da frequente observação visual. Um dos sinais de estros mais seguros é a
aceitação de monta pelo rufião. Nas regiões tropicais úmidas ou mesmo em outras regiões de
clima mais ameno, durante o verão, sob temperaturas elevadas, a fêmea bubalina têm
tendência em apresentar sinais de estro à noite, quando a temperatura está mais amena.
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Características do estro de fêmeas bubalinas pluríparas, identificados por rufião
c) Período de Gestação
Trabalhos demonstram que as vacas Murrah e Mediterrâneo apresentam período de
gestação de 311 a 312 dias respectivamente. A raça Jafarabadi 315 e a raça Carabao 326.5
dias.
e) Intervalo de Partos
As médias de valores exibidos por diferentes fontes para as raças Mediterrâneo,
Jafarabadi, Murrah e Carabao foram, respectivamente, 418,6, 420,2 e 526,9 dias o que
evidencia que a raça Carabao apresenta maior IP.
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Tem-se observado o diferencial de até 76% quando escolhemos os caminhos dos pais
e mães de touros, contra apenas o diferencial de até 24% quando escolhemos os pais e mães
das vacas a permanecerem no rebanho. Dados de produção de leite através da seleção direta
nos bubalinos têm revelado que a escolha das mães dos touros proporcionam uma
superioridade de suas filhas em relação à média do rebanho sete vezes maior (88,13%) do
que quando selecionamos as mães das vacas (11,87%), independente de touros utilizados.
Quando usamos diferentes métodos de seleção (teste de progênie, pedigree e seleção
individual), o ganho genético total em kg de leite e o intervalo de geração em anos foram
maiores para as populações de maior tamanho.
Verifica-se que no quadro abaixo o teste de progênie é 13,85 vezes mais eficiente do
que os métodos de seleção pelo pedigree e individual para um rebanho de tamanho médio (N
= 1.600 animais).
Ganho genético total (DG) em kg e intervalo de geração (IG) em anos para diferentes
métodos de seleção e tamanho de rebanho.
Tamanho da População Método de Seleção
Teste de Progênie Pedigree Seleção Individual
DG1 IG2 DG IG DG IG
Pequena (N = 400) 295,0 7,16 17,8 5,51 20,8 5,51
Média (N = 1.600) 418,4 7,99 20,8 5,51 20,8 5,51
Grande (N = 10.000) 513,8 7,99 25,0 5,51 20,8 5,51
Fonte: BASU & SINGH (1988).
46
b. Cobertura em estabulação livre: manutenção do reprodutor e das fêmeas confinadas
em estabulação livre durante todo ano.
c. Monta controlada: as fêmeas são cobertas no momento em que o cio é identificado
pelo rufião.
16 – Manejo sanitário
Deve-se ter em mente que os búfalos, apesar de sua marcante rusticidade, não deixam
de exigir cuidados sanitários adequados para que possam produzir tudo aquilo que são
capazes.
Para isso, é necessário a adoção de práticas higiênico-sanitárias adequadas e
perfeitamente interagidas com um conjunto de outros fatores, de igual importância, tais como
alimentação, manejo e melhoramento genético dos animais.
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O manejo sanitário é fundamental para os resultados econômicos quando tratamos de
qualquer atividade relacionada com animais. Pois, toda a atividade depende do estado de
higidezde cada um dos animais que compõe o rebanho.
Podemos subdividir os procedimentos relacionados a sanidade dos animais basicamente em
dois: os de caráter preventivos e os de caráter curativos.
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b) Endo e Ectoparasitoses - Os bubalinos raramente são acometidos por enfermidades
graves. Apenas os bezerros costumam ter verminoses, o que é, no entanto, facilmente
controlado com aplicações periódicas de vermífugos.
Endoparasitas
A idade dos animais é um fator condicionante nas infecções helmínticas. O período
crítico da verminose nos búfalos começa no primeiro mês de vida, podendo prolongar-se até
aos dois anos de idade, quando os animais tomam-se naturalmente resistentes.
Espécie Localização no animal
Neoascaús vitulonrm Intestino delgado
Strongyloides papillosus Intestino delgado
Paracoopeíia nodulosa Intestino delgado
Cooperia sp Intestino delgado
Trichostrongylus sp Intestino delgado
Bunostomum phlebotomum Intestino delgado
Oesophagostomum radiatum Intestino grosso
Skabinagia boevi Abomaso
Haemonchus sp Abomaso
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bubalinos,utilizando com eles as mesmas técnicas empregadas aos bovinos,em decorrência
dos excelentes resultados obtidos, principalmente, na produção de leite, pela India e
Paquistão. Nestes países,especial atenção tem sido dispensada a mastite.
Controle da mastite
• Higienizaçáo das instalações e equipamentos;
•Teste da caneca de fundo negro ou telada, diariamente, para detectar mastites clínicas
agudas;
• Ordenhar primeiro os animais sadios;
• Lavar as tetas e enxugar com papel toalha ou pano limpo e desinfetado;
• Antes da ordenha, as tetas podem ser desinfetadas (pré-dipping);
• Após a ordenha, imergir as tetas numa solução desinfetante (pós-dipping);
• Realizar mensalmente o teste do Califomia Mastitis Test (CMT) - monitorar prevalência de
mastites subclínicas;
• Tratar os animais infectados com anti-mastíticos contendo antibiótico (tratamento
intramamário),1 vez ao dia, durante 3 dias consecutivos.
f) Higiene das instalações - Após a retirada do esterco às instalações devem ser lavadas. É
recomendável permitir as vacas e ao bezerro o banho durante 10-15 minutos antes da
ordenha. Os baldes, latões e outros utensílios utilizados na ordenha devem ser lavados e
desinfetados.
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17 – Desempenho em produção de leite
Os bubalinos são animais rústicos, aproveitam melhor a forragem de inferior
qualidade e resiste as mais adversas condições climáticas, com marcante resistência a
doenças. Em relação ao gado bovino europeu especializado em leite, os búfalos podem
superar sua produtividade quando estes estiverem fora de seu “habitat”, como por exemplo
num clima quente e chuvoso. Em alguns países a menor produtividade leiteira das búfalas é
compensada pelo preço superior pago por litro de leite, como na Itália para se fazer à
mozarela e na Bulgária onde produz iogurte. Há na realidade enormes possibilidades de
melhoramento para a produção leiteira, uma vez que atualmente são obtidas produtividades
muito superiores as décadas passadas.
É na qualidade que reside a maior vantagem do produto. É mais concentrado que o
leite bovino, apresentado menos água e mais matéria seca. Possui maiores teores de proteína,
gordura e minerais, permitindo que seja adicionado até cerca de 30% de água no leite
bubalino e ainda obter produto semelhante ao bovino integral, em valor nutritivo.
O leite de bubalino mostra-se branco, enquanto que o bovino exibe coloração
amarelada. Essa diferença decorre do elevado conteúdo de caroteno (pró-vit A) no leite
bovino. Entretanto o leite bubalino apresenta maiores quantidades de vit A que o bovino.
Em relação ao pH (grau de acidez) pode-se dizer que os valores de acidez do leite dos
bubalinos e bovinos são muito semelhantes (entre 6,6 e 6,7). A densidade do leite (usada para
verificação de possível adulteração) também não apresenta diferença significativa entre
bubalinos e bovinos.
O leite bubalino apresenta teor de gordura do leite médio de 7-8%, diferente do leite
bovino que possue em média 3%. Devido a esta maior concentração de gordura o rendimento
do leite de búfala é maior. Com 8 litros de leite de búfala se faz 1 kg de queijo. São
necessários 12 litros de leite de vaca para mesma finalidade. Para 1 kg de manteiga são
necessários 14 litros de leite de búfala e 20 de vaca.
É possível a produção de leite a menor custo por litro, uma vez que aproveita melhor
as forragens de inferior qualidade. Em sistemas de pastejo pode conseguir excelente
produção de 7 litros por animal por dia durante 270 dias em pastagem cultivada ou 5 litros
por animal por dia durante 250 dias em pastagem nativa.
Recomenda-se que:
• Fêmeas que produzem 7 litros de leite ou mais devem receber 1 kg de ração para cada
3 litros de leite produzido
• Bezerros de fêmeas ordenhadas duas vezes ao dia devem receber 1 kg de ração para
cada 100 kg de peso vivo, além de pastejar gramíneas de boa qualidade.
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SILÊNCIO!”; “BÚFALAS GOSTAM DE CARINHO!”, “FALEM COM AS BÚFALAS!”.
De tanto verem esses cartazes, os ordenhadores terminam aceitando-os.
É costume se ouvir a frase óbvia: - “Leite entra pela boca”. “Leite entra não só pela
boca, mais, pelos ouvidos, olhos, nariz e tato”. A harmonia desses sentidos, na sala de
ordenha, induz ao relaxamento na búfala e faz com que ela produza mais leite. Se possível,
de acordo com as condições físicas da sala de ordenha, deve-se fazer afago diariamente nas
costas das búfalas após ter colocado as teteiras. Esse procedimento é uma boa prática para a
descida do leite. De início, algumas búfalas poderão até resistir, entretanto em pouco tempo
já estarão levantando a cauda num sinal de satisfação. Vale salientar que toda regra tem
exceção. Búfalas que tiveram uma infância maltratada pelos vaqueiros dificilmente aceitarão
esse tratamento.
Não é fácil modificar a cultura rude dos vaqueiros, herdada de pai para filho. Eles não
têm culpa! Convencê-los de que as búfalas não são animais brutos e sem sentimentos, e que
se deve acariciar em vez de bater, falar em vez de gritar, tudo isso é tarefa muito difícil que
demanda paciência e tempo.
Foi instalado na entrada da ante-sala de ordenha da fazenda, um banho para as
búfalas. Ao passarem por um corredor com lâminas d’água sob pressão, as búfalas além de se
refrescarem, se limpam das sujidades e se livram das moscas de chifre. Estas normalmente as
acompanham, incomodam e causam diminuição no consumo de alimentos e consequente
redução da produção de leite. Entre o banho e o início da ordenha, deve-se deixar um tempo
suficiente para que as búfalas fiquem enxutas através da evaporação. Para que isso aconteça,
se faz necessário uma ante-sala de ordenha.
Sabendo-se da satisfação com que as búfalas se sentem na presença da água, foi
instalado um chuveirinho individual que, na hora da ordenha, faz fluir suavemente a água
pelas cabeças das búfalas, proporcionando-lhes bem-estar. Esta água suave na cabeça da
búfala resfria o hipotálamo, dando sensação de frescor ao resto do corpo. O hipotálamo é a
região do cérebro que tem, entre outras, a função da termo-regulação do organismo, o que
explica o acontecido. Completamente relaxadas, mediante tanto conforto e bem-estar, as
búfalas fecham os olhos, soltam as orelhas e ficam ruminando. Nesse estado, as búfalas
liberam todo o seu leite, o que contribui para o aumento da produção.
A percepção da ambiência (no caso, influência do ambiente sobre a produção do
leite), associada ao conforto do animal, ainda está muito incipiente na maioria dos
produtores. Quando o produtor compreender que investir no bem-estar dos animais traz
lucro, novos horizontes irão surgir e ele correrá atrás do tempo perdido.
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17.2.3. E quanto ao tempo de apojo
Em vacas bovinas, o tempo de apojo se dá entre 6 a 7 minutos. Em búfalas, existe
uma pequena variação em torno de 30%, dependendo da búfala. O estímulo para o apojo
poderá ser provocado pelo bezerro, pela lavagem dos tetos ou mesmo com o barulho
contínuo da ordenhadeira. A hipófise recebe a mensagem através do sistema nervoso, com
isso libera na corrente sanguínea ocitocina, essencial para a liberação do leite da glândula
mamária.
Entende-se por tempo de apojo o tempo em que o hormônio ocitocina atua na
glândula mamária, liberando dos alvéolos o leite armazenado. Esse mecanismo faz com que
esse leite seja conduzido, através dos ductos, para a cisterna mamária e daí para os tetos,
onde poderá ser extraído. Essa ação, chamada de apojo, é visivelmente percebida pelo
aumento do úbere e tetos.
Pesquisas realizadas com vacas bovinas relatam que, caso o ordenhador não inicie a
ordenha no começo do apojo, a ocitocina irá cessar a sua função antes de ter expulsado todo
o leite dos úberes. Os trabalhos relatam também que o leite residual que porventura venha a
ficar nos úberes dessas vacas, poderá causar mastite.
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17.3. Ordenhas manual e mecânica
A ordenha manual predomina na bubalinocultura brasileira, entretanto na Itália a
ordenhadeira mecânica já é consagrada. As búfalas aceitam bem a ordenhadeira mecânica
sendo utilizados os mesmos equipamentos desenvolvidos para o gado bovino devendo,
porém, ser respeitados os parâmetros do sistema adequados para espécie (pressão de vácuo,
ritmo e pulso).
17.4.2. Ordenha
Para obtenção higiênica do leite, prevenção de mastite e melhor produtividade, alguns
cuidados básicos deverão ser observados na ordenha.
Higiene do pessoal envolvido com a ordenha:
- Utilização de roupas limpas e preferencialmente de botas de borracha
- Manter unhas aparadas
- Lavar as mãos com água e sabão antes de iniciar a ordenha
- Não se alimentar ou fumar na sala de ordenha
- Evitar executar outros procedimentos (manuseio de ração, contenção de
animais,etc), durante a ordenha.
Procedimentos necessários para uma ordenha com higiene
- Limpeza do úbere e/ou tetos com água
- Secar o úbere e tetos com papel toalha
- Desprezar os primeiros jatos
- Efetuar o teste em caneca de fundo escuro para identificação de mastite
- Aplicação de solução desinfetante nos tetos após a ordenha
- Limpeza após a ordenha do equipamento e tubulação
- Limpeza dos latões e tanque de armazenagem após entrega do leite
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Sabe-se que em bovinos, a capacidade de sintetizar o leite é diretamente proporcional
à genética do animal. Em média, circulam pela glândula mamária em 24 horas, 400 a 500
litros de sangue para que seja extraído 1 litro de leite. Podem circular até 1000 litros de
sangue para cada litro de leite, em animais de baixa produção. Pelo alto teor de sólidos no
leite das búfalas, acredita-se que esses dados não poderão ser aplicados para elas.
A evolução que vem passando a pecuária bubalina de leite nas últimas duas décadas,
nos dá sinal de grande produção de leite num futuro muito próximo.
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- Funcionamento inadequado da ordenhadeira mecânica
- Sala de ordenha suja e condições de estreasse
- Problemas na ordenha (manual ou mecânica) devida à conformação dos tetos e
úbere
- Mastite e traumas
- Desequilíbrio alimentar e alimentos mal conservados
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derivado produzido e que poderia ser evitado através do melhor planejamento dos
acasalamentos.
18 – Produção de carne
O búfalo possui elevada capacidade de produzir carne, mesmo em condições
adversas. Em função da habilidade de seu organismo em digerir alimentos grosseiros e da
facilidade de locomoção em áreas alagadiças e atoladiças. A produção de carne em pastagem
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nativa em terra firme reduz a despesa de formação da pastagem e manutenção da mesma,
apresenta baixa capacidade de suporte, a utilização eficiente de forragem com qualidade
inferior. Este sistema permite a melhoria através da introdução de gramíneas e leguminosas
que aumentam a capacidade de suporte em até 1UA/ha. Em pastejo continuo utiliza-se de 3 a
6 ha/UA. O pasto pode ser dividido em piquetes menores (1 a 2 ha/UA)
Pesquisadores conseguiram atingir bons índices produtivos em sistema tradicional de
pastagem nativa, onde animais chegaram ao 374 kg em 24 meses. Quando introduzido
animais com melhor qualidade genética e adotou-se um sistema intensivo de produção, foi
possível produzir animais com 450 kg aos 30 meses de idade.
Em terra inundável pode-se utilizar aproximadamente 6 ha/UA, produzindo animais
com 400kg PC com aproximadamente 24m. Este sistema pode ser melhorado utilizando
pastagens nativas de terra inundável no período seco do ano e pastagem cultivada de terra
firme na época chuvosa.
A forrageira mais utilizada na região norte na alimentação dos animais em terra firme
é o quicuio-da-amazônia. Recomenda-se oferecer aos animais água em abundância e Sal
mineral à vontade. Neste caso o pastejo contínuo é o mais adotado (1UA/ha). Em condições
de bom manejo atingem 450kg de PC aos 20 meses. Em terra inundável recomenda-se o
pastejo contínuo ou rotacionado (1 a 3 UA/ha) com sal mineral à vontade. Os animais podem
atingir 450kg de PV aos 18 meses de idade. Nos sistemas integrados utilizar as pastagens
nativas de terra inundável no período seco e as áreas de terra firme com pastagem cultivada
durante a estação chuvosa. O pastejo pode ser sistema contínuo ou de preferência
rotacionado. A taxa de lotação de aproximadamente 3UA/ha/período e permite a
comercialização na entressafra.
A produção de carne em sistema intensivo rotacionado permite utilizar gramíneas de
elevada produtividade e bom valor nutritivo. Quando bem manejado permite uma taxa de
lotação de 3 a 4 UA/ha/ano. Deve-se ter sempre água disponível para banho paraq evitar a
destruição do pasto. Neste sistema pode-se atingir um ganho de peso de até 1000 kg por
hectare por ano.
Em confinamento os animais permanecem em currais divididos em grupos, com
acesso à mistura mineral e água. A alimentação de ser fornecida no cocho mantendo uma
relação Volumoso:Concentrado de 60: 40. Tal sistema permite uma maior produção em
menor tempo em menor área.
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19 – Animal de trabalho
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