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Alves et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v.8, n.4, p.

259-283, out-dez, 2014

http://dx.doi.org/10.5935/1981-2965.20140148 Uma Revisão


http://www.higieneanimal.ufc.br

Considerações sobre manejo de pastagens na região semiárida do Brasil: Uma


Revisão 1
Considerations pasture management in the semiarid region of Brazil: A Review

Francisco Gleyson da Silveira Alves * ¹, Bruna Alves Felix ¹, Maria Simone Mendes Peixoto
¹, Patrícia Mirella dos Santos ¹, Raimundo Bezerra da Costa 3, Ronaldo de Oliveira Sales 2
______________________________________________________________________________

Resumo: Objetivou-se com essa revisão abordar alguns aspectos a serem considerados no
manejo das pastagens do semiárido nordestino. O manejo das pastagens tem como principal meta
obter uma maior produção de forragem e produtividade animal através do uso racional das
pastagens. O uso de capineiras também é interessante, pois constitui uma das alternativas para
aliviar o problema da falta de pasto na época seca. Existe ainda a estratégia em fornecer uma
suplementação protéica aos animais, através do cultivo de leguminosas como bancos de proteína.
Além da vantagem em fornecer leguminosas no período seco, é possível ainda usufruir da técnica
de banco de proteína na época chuvosa, pois as leguminosas ainda podem ser aproveitadas para a
fenação, ensilagem ou adubação verde. A técnica do diferimento de pastagem é outro recurso que
o produtor pode utilizar no período seco. Essa técnica consiste no adiamento do uso do pasto pelo
animal. No fim do período das águas, separa-se uma parte da pastagem, na qual os animais não
têm acesso, para que seja fornecido no período da seca, onde a oferta de alimento se torna
escassa. Pode-se ressaltar, contudo, os sistemas silvipastoris, que funcionam como modelos
alternativos de utilização e manejo do solo, e contribuem com a sustentabilidade do sistema
produtivo. Explorando eficientemente os recursos naturais, controlam o processo erosivo,
melhoram a estrutura do solo e equilibram a atividade dos microrganismos, promovendo a
formação de pastagens de melhor qualidade, além de que proporcionam ambiência animal em
função do sombreamento das pastagens.
Palavras-chave: alimentação animal, forragem, pecuária.
Abstract: The objective of this review to address some aspects to be considered in the
management of pastures in semiarid northeast. The pasture management has as main goal to

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achieve greater forage production and animal productivity through the rational use of pastures.
The use of fresh cultivation, is also interesting because it is an alternative to alleviate the problem
of lack of pasture during the dry season. There is also the strategy to provide a protein
supplement for animals, through the cultivation of legumes as protein banks. Besides the
advantage in providing legumes in the dry season, you can also take advantage of the technical
database of protein in the rainy season because legumes can also be harnessed for hay, silage or
green manure. The technique of deferred grazing is another feature that the producer can use the
dry period. This technique consists in postponing the use of pasture by the animal. At the end of
the rainy season, separate part of the pasture, where animals have no access to which is provided
in the dry season, where the supply of food becomes scarce. It may be noted, however,
silvopastoral systems, which act as alternative models for use and soil management, and
contribute to the sustainability of the production system. Efficiently exploiting natural resources,
control soil erosion, improve soil structure and balance the activity of microorganisms, promote
the formation of better quality pastures, and providing animal ambience depending on the shade
of pastures.
Keywords: feed, forage, livestock.
______________________________
¹ Trabalho apresentado pelos alunos da disciplina AF0732 - Sistemas de produção animal no
semiárido brasileiro - do curso de graduação em Zootecnia do DZ/CCA/UFC - E- mail:
gleysonufc54@gmail.com, brunia.flx@hotmail.com, simoneufc@hotmail.com,
patmirella@gmail.com
2
Professor Associado III do DZ/CCA/UFC – ronaldo.sales@ufc.br
3
Professor Adjunto da FAVET / UECE - raibezcosta@hotmail.com
Autor para correspondência - * gleysonufc54@gmail.com
Recebido em 10.7.2013. Aceito em 20.12.2014

Introdução região semiárida do Brasil abrange os

Segundo um estudo divulgado em estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,

2012 pelo Instituto Nacional do Semiárido, a Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,

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Sergipe e uma porção ao norte de Minas conservação de forragens como a fenação e a

Gerais, totalizando uma extensão territorial ensilagem, que são de suma importância na

de 980.133,079 km², na qual se situa 1.135 produção animal no semiárido nordestino.

municípios. Armazenar forragens de boa qualidade para

O tipo de vegetação predominante na utilização no período seco significa ir de

região semiárida nordestina é a Caatinga, encontro a um dos principais problemas da

que possui uma rica diversidade de espécies exploração pecuária regional, que é a

vegetais e animais com total capacidade extrema estacionalidade da produção

técnica de exploração. Porém, a produção forrageira (MARTINS et al., 2004

agrícola do semiárido brasileiro ainda é As limitações de oferta de nutrientes

caracterizada pela agricultura de sequeiro e pelo pasto nativo podem ser contornadas de

pela pecuária extensiva, condição que acaba diversas maneiras, entre elas: o

por dificultar o desenvolvimento da região. enriquecimento da caatinga com espécies

Com um enorme potencial agrícola e vegetais nativas e/ou adaptadas de alto

tendo como base a agricultura familiar, a potencial forrageiro; formação de pastos

produção de animais no semiárido cultivados com forrageiras adaptadas às

nordestino segue como sendo uma atividade condições locais; uso de bancos de proteína;

fundamental no segmento agropecuário. As uso de espécies com potencial de produção

técnicas de manejo, como utilização de na seca; suplementação alimentar (com

sistemas silvipastoris, pastagens misturas múltiplas, restolhos culturais e

consorciadas, bancos de proteína, capineiras agroindustriais); utilização de lavouras

e diferimento de pastagens, surgiram para xerófilas, principalmente na forma de

auxiliar os produtores no aumento da forragem conservada. (PEIXOTO, 1992).

produção. Existindo ainda, as técnicas de


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Cada vez mais os produtores rurais Revisão de literatura

têm acesso à informação e auxílios Formação e Manejo de pastagens

governamentais. Tal fato surge como um Segundo EVANGELISTA (2000),

incentivo aos produtores em empregar umas das formas mais baratas para alimentar

algumas técnicas que contribuem para o um animal ruminante é através de

desenvolvimento da região. Como o fornecimento de uma forragem de boa

exemplo de técnicas de conservação de qualidade, e é ainda mais barato quando o

forragem, manejo adequado da vegetação animal é criado a pasto, pois os custos com

nativa, aproveitamento dos recursos alimentação são reduzidos.

genéticos da região através da exploração de Para Martins et al. (2004) um manejo

raças adaptadas ao clima, utilização de correto do solo é o ponto de partida para se

subprodutos agroindustriais e até mesmo a ter uma boa pastagem. O próximo passo é a

simples técnica da compostagem. escolha da espécie forrageira, que dependerá

Outro fator importante é a adoção de da adaptação da espécie na região, da sua

animais mais adaptados ao clima o que de resistência a seca, pragas, doenças, pastejo e

certa forma assegura a permanência do corte (EVANGELISTA, 2000;

produtor no meio rural. Então o que fica CARVALHO, 1998). Além do mais, a

claro é que por mais que as condições espécie deve ser escolhida visando maior

climáticas não sejam tão favoráveis, o produtividade de matéria seca e conteúdo de

homem ao longo dos anos, mostrou-se capaz proteína bruta, com equilíbrio estacional e

de lidar com essas adversidades. Nesse aceitabilidade pelos animais

contexto, sabe-se que o semiárido brasileiro (NASCIMENTO JÚNIOR, et al., 1999).

possui um grande potencial na produção Sendo também de fundamental importância

agrícola e pecuária. que a planta seja adaptada as condições


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climáticas e solo da região, fatores que irá Para o rebanho do semiárido o

determinar o sistema de utilização da principal alimento são as pastagens, sendo

pastagem (EUCLIDES et al., 1990). que as pastagens nativas predominam sobre

O preparo da área e do solo propicia as pastagens cultivadas em todos os estados,

um bom estabelecimento das forrageiras, exceto no norte Minas Gerais (GIULIETTI

elimina e/ou reduz a competição com plantas et al, 2004).

invasoras além de melhorar as condições Apesar de que no semiárido os

ambientais do solo, facilitando a germinação sistemas de criação baseiam-se

e penetração da radícula no solo (Cruz Filho, principalmente nas pastagens nativas, o

1989; Cantarutti et al., 1999) e o plantio pasto nativo apresenta limitações tanto

deve ser levado alguns fatores em quantitativa como qualitativa,

consideração, tais como: método de plantio, principalmente na época de escassez de

duração da época chuvosa, ocorrência de aguas, sendo necessário, portanto, a

períodos secos durante a época chuvosa, sua introdução de plantas forrageiras exóticas

frequência e duração, entre outros (ALVIN para a formação de pastagens cultivadas.

& BROTEL, 1999). Essas pastagens são formadas, geralmente,

O método de plantio dependerá da por uma espécie forrageira, geralmente

espécie que pretende trabalhar, entre esses gramínea ou por mais de uma espécie sendo

métodos se destacam: sulcos, covas, a lanço, uma gramínea e uma leguminosa

pestana, que podem ser escolhidos (VALENTINI, 2001).

dependendo da espécie, do nível tecnológico Segundo Neiva & Santos (1998) o

e da quantidade de sementes (CÓSER, manejo correto de pastagens é uma tarefa

2006). árdua que os técnicos ou os produtores

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encontram na atividade pecuária. Para pastagens são relativos as práticas que levam

PAULINO & TEIXEIRA (2009) o manejo a rebrota rápido da parte aérea, a condução

das pastagens deve permitir a otimização da dos animais à pastagem, a manutenção da

produção forrageira e da eficiência de uso da perenidade e vigor das plantas forrageiras.

forragem produzida, visando o desempenho Devendo ser levado em consideração

animal, melhoria da distribuição estacional aspectos como: o sistema de pastejo, a

de forragem, garantir a persistência da intensidade, a frequência de pastejo, o teor

pastagem e taxa de lotação, essa taxa de de carboidratos de reserva, o percentual de

lotação pode ser definida como o número de meristemas apicais remanescentes, a

animais pastejando uma unidade de área por eficiência de colheita da forragem, a área

um determinado tempo. Com frequência, as foliar residual, o ajuste do número de

plantas forrageiras constituem a única fonte animais pela oferta de forragem e a

de nutrientes indispensáveis ao crescimento, utilização de fertilizantes (COUTINHO et

à saúde dos animais, assim como à al., 2013).

reprodução do rebanho. Por isso a Segundo (NASCIMENTO JUNIOR et

importância do manejo correto das al., 2014) os pastos que sofreram

pastagens, objetivando: maximização da superpastejo há uma quebra no equilíbrio

produção forrageira e da eficiência de uso da entre a reciclagem de nutrientes acumulados

forragem produzida, observada a no resíduo vegetal e o crescimento da

estabilidade da pastagem (GOMIDE & forrageira, constituindo-se numa porta aberta

GOMIDE, 1999). a degradação, pois há a eliminação de

Para Rodrigues et al. (2000) os muitos pontos de crescimento e quando

componentes práticos do manejo das novos perfilhos basais surgem, são

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rapidamente consumidos. O manejo de pastagens com caprinos e

Além disso, também, a diminuição das ovinos está relacionado com a espécie

reservas orgânicas da planta, com redução forrageira em questão, principalmente com

do vigor da rebrota; área fotossintéticamente relação ao porte e ao hábito de crescimento

ativa remanescente muito reduzida, diminui (QUADROS, 2005). Pela característica de

a produção de semente. hábito de pastejo gregário dos ovinos, não se

Essa última é o principal motivo pelo deve deixar a altura da pastagem atingir mais

qual o uso do fogo como estratégia de de 1 m, ou, na prática, a altura do focinho

manejo de pastagens provoca degradação dos animais, para ocorrer à visualização uns

(RODRIGUES et al., 2000). dos outros enquanto pastejam.

A exportação de minerais através do Capineiras

produto animal e a perda de nutrientes por Para diminuir os problemas causados

lixiviação, volatilização e fixação, má pela alternância de períodos de alta e baixa

distribuição dos excrementos em áreas de produção, é necessário estabelecer

corredores, currais e ao redor de saleiros, estratégias, tornando evidente a importância

bebedouros e sombras, contribuem para que do conhecimento quantitativo e qualitativo

a reciclagem de minerais não seja suficiente do ciclo estacional da forrageira. A melhor

para a manutenção da fertilidade do solo nas utilização da forragem depende das

áreas de pastagens. Dessa forma, a produção variações que ocorrem na composição

de massa seca tende a declinar e a adubação química e na digestibilidade durante o ciclo

de manutenção (Werner, 1986) necessária vegetativo da planta (ALCÂNTARA et al.,

para evitar a degradação da pastagem e 1981).

diminuição da fertilidade do solo pastagens Segundo alguns autores (AZEVEDO

(RODRGUES et al., 2000). et al., 1999) diversos trabalhos sobre


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capineiras consideram que essa alternativa é constituindo um alimento complementar da

uma boa estratégia para a suplementação pastagem na estação chuvosa e o principal

alimentar de animais ruminantes. O volumoso na época seca. Porém os

volumoso produzido na capineira pode ser resultados em termos de produção de leite

fornecido na forma verde picada ou como são bastante variáveis, (essas variações na

silagem, com o objetivo de atender as produção animal são causada pela utilização

necessidades em exigências de manutenção e de forragens com diferentes idades,

produção do rebanho durante o período de apresentando valores nutritivos diferentes e

escassez de forragem (BHERING, 2006). afetando o consumo diário do animal.

O manejo da capineira deve ser feito A escolha da espécie ou variedade

objetivando a obtenção de altos rendimentos forrageira a ser utilizada na formação da

de forragem com bom valor nutritivo, capineira deve ser feito com base na

melhor distribuição da produção ao longo do adaptabilidade as condições ambientais,

ano e a manutenção a condição de apresentar alta taxa de crescimento e relação

perenidade da capineira (GOMIDE & folha/colmo. As forrageiras mais utilizadas

GOMIDE, 1999; GOMIDE et al., 1985). na formação de capineira são as pertencentes

Para que esses objetivos sejam ao gênero Pennisetume algumas do gênero

alcançados devem ser tomadas algumas Panicum (AZEVEDO et al., 1999,

decisões com relação ao intervalo de corte, AZEVEDO et al., 2010). Quanto a

dosagens dos fertilizantes e irrigação necessidade de adubação para o capim

(BHERING, 2006). elefante (Pennisetumpurpureum), (Bhering,

Na maioria das propriedades leiteiras a 2006), constatou que os cortes desta

capineira é utilizada como forma de gramínea ocasiona retirada de nutrientes do

suplementação volumosa para o rebanho, solo, que precisam ser repostos afim de
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garantir a condição de perenidade e manter O tempo para o estabelecimento da

bons níveis de rendimento da capineira. capineira após o plantio é de 90 dias, e o

Um parâmetro que pode ser usado intervalo entre cortes após o estabelecimento

como base de cálculo para a adubação deve ser de 60 dias (AZEVEDO et al.,

nitrogenada é a quantidade de material 1999). O capim elefante deve ser cortado ao

removido na área cortada, assim para cada nível do solo ou até 10 cm acima. O corte

tonelada considera-se uma remoção de 3 a 4 pode ser manual, com o auxílio de uma

kg de nitrogênio que deve ser reposto foice, ou mecanizado (AZEVEDO et al., ,

(WERNER, 1986). 2010).

Cantaruttiet et al. (1999), Banco de proteína

recomendaram seguir as orientações para Banco de Proteína é um sistema de

sistemas de alto nível tecnológico, com produção integrado, onde uma porção da

aplicação de 200 kg de N/ha/ano, área de pastagem nativa ou cultivada é

fracionados durante o período chuvoso, após reservada para o plantio de leguminosas

o corte. forrageiras de alto valor nutritivo e de outras

Com relação a adubação orgânica, espécies (MORAIS, 2007).

todo esterco deve ser levado para a capineira O banco de proteína deverá ser

e distribuído de forma uniforme na área do implantado em áreas vizinhas ou adjacentes

capim recém-cortado. A quantidade a ser ao centro de manejo dos rebanhos, visando

aplicada depende da disponibilidade na facilitar o acesso dos animais e facilitar,

propriedade. Aplicações de 20-50 ton/ha/ano também, o uso do esterco e de sobras de

são comumente recomendadas (CÓSER. alimentos que deverão ser usados para

2006). melhorar e conservar algumas características

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do solo (SOUSA, 2005). complementar as deficiências dos animais

Os bancos de proteínas apresentam mantidos em pastagem tradicionais (Minson

duas principais vantagens: a primeira é que & Milford, 1976) ressalta ainda que na

as pastagens nativas não precisam ser escolha das leguminosas para a formação de

queimadas, pois com a carga animal bancos de proteínas deve-se considerar que

adequada não acontece o acúmulo de elas não sejam tóxicas aos animais,

forragem. A outra vantagem é que o maior apresentem boa palatabilidade e sejam

consumo de proteínas melhora o resistentes à “pragas” e doenças.

desempenho reprodutivo do rebanho A forragem produzida, no banco de

aumentando a produção dos animais proteína, no período chuvoso poderá ser

principalmente de caprinos e ovinos utilizada para fenação, silagem,

(MORAIS, 2007). enriquecimento de silagem de gramíneas ou

No semiárido nordestino tem-se adubação verde (SOUSA, 2005).

destacado o uso de leguminosas em cultivo As espécies mais utilizadas como

isolado como forma de reduzir a escassez de bancos de proteína no semiárido nordestino

forragem nas épocas secas do ano (SOUSA, são: Leucena, Feijão Guandu, Gliricídia,

2005). Sabiá, Catingueira, Maniçoba, Jurema-preta,

A leguminosa para formação do banco Mororó, Algaroba, Feijão-de-rolinha, Mata-

de proteína deve ser adaptada às condições pasto, Nim, Moringa e outras.

edafoclimáticas locais, tolerante à seca, ter Na formação de banco de proteína ou

elevado teor protéico, produzir forragem legumineira, a leucena é uma das forrageiras

satisfatoriamente, ter boa recuperação pós- mais promissoras para a região semiárida,

pastejo e, principalmente, ser bem principalmente pela capacidade de rebrota

consumida pelos animais, de forma a durante a época seca, pela adaptação as


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condições edafoclimáticas do Nordeste e meio de ações de manejo condizentes com o

pela excelente aceitação por caprinos, ovinos perfil do sistema de produção. Nesse

e bovinos (SOUSA, 2005). contexto, o diferimento da pastagem é

O guandu (cultivar Taipeiro) e a cunhã estratégia relativamente fácil, de baixo custo

também podem ser usadas na formação de e apropriada.

banco de proteína, e também para as outras O significado do verbo diferir é

formas de uso da leucena. As leguminosas “adiar”. Desse modo, o diferimento da

nativas, como o sabiá, a jurema preta, o pastagem, também denominado de pastejo

juazeiro, o carquejo, e a camaratuba podem protelado, pastejo diferido, “vedação” da

ser também usadas como bancos de proteína pastagem e “produção de feno em pé”, pode

e para produção de feno (SOUSA, 2005). ser entendido como o adiamento do uso do

Diferimento de pastagens pasto pelo animal. Com o diferimento da

A utilização de pastagens como pastagem, selecionam-se determinadas áreas

principal fonte de alimento para o rebanho é da propriedade e as excluem do pastejo,

uma das principais características dos geralmente no fim do “período das águas”,

sistemas pecuários brasileiros. Nestas como forma de garantir produção de

pastagens, devido às variações do clima, a forragem para ser pastejada durante o

produção das plantas forrageiras tropicais é “período de seca”.

desuniforme ao longo do ano. Com isso, Como a pastagem é a fonte de

observam-se dois períodos distintos durante alimentação dos animais, para a maioria dos

o ano: o “período das águas” e o “período de sistemas de produção brasileiros e o

seca”. Os efeitos negativos da baixa crescimento das forrageiras tropicais é

produção de forragem durante o “período de desuniforme, uma das alternativas

seca” podem e devem ser contornados por encontradas para reduzir os efeitos negativos
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na produção animal é o diferimento da nutritivo sofre redução lenta ao longo do

pastagem. Essa prática consiste em acumular tempo. As gramíneas mais indicadas são as

forragem no período de crescimento da do gênero Brachiária (decumbens, capim-

planta, para uso na época da seca. Esta marandu, capim-xaraés), Cynodon( capins

técnica é considerada de baixo custo e estrela, croastcross e tiftons) e Digitária

garante se feita da forma correta, o estoque (capim-pangola). As do gênero Panicum e

de forragem durante o período de escassez. Andropogon não são muito aconselhadas,

A técnica consiste em selecionar pois quando vedadas por muito tempo,

determinadas áreas da propriedade onde não apresentam acúmulo excessivo de colmos

serão pastejadas, geralmente no fim do grossos e baixa relação folha/colmo.

“período das águas”, como forma de garantir É aconselhável utilizar gramíneas de

produção de forragem para ser pastejada baixo porte, pois geralmente apresentam

durante o “período de seca”. Dessa maneira colmos mais finos, o que favorece o

será possível reservar forragem para pastejo aumento da relação folha/colmo no pasto

direto durante o período crítico (SANTOS & diferido. A Altura do pasto no início do

BERNARDI, 2005). diferimento pode ser controlada através do

Para que seja viável a aplicabilidade pastejo intensivo com animais menos

desta técnica se faz necessário algumas produtivos antes do diferimento da

ações de manejo para que se possa atender pastagem, pois remove as partes velhas e de

as necessidades de alimento do animal. baixa qualidade e melhora a rebrotação

A escolha da espécie forrageira mais subseqüente. Com o pasto mais baixo, há

indicada para essa prática é um dos penetração de luz até a superfície do solo e

primeiros pontos a ser observados. As mais estímulo ao aparecimento de novos perfilhos

aconselhadas são aquelas em que seu valor vegetativos (brotos) com melhor qualidade.
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Segundo Santos et al. (2009); Santos et Ações de manejo em pastagens diferidas

al. (2010), a adubação nitrogenada também Existem inúmeras possibilidades de

torna-se uma técnica que permite a interferência, via manejo, para melhorar a

flexibilização em relação ao início do produção animal em pastagens diferidas,

diferimento, pois altera a taxa de dentre as quais destacam-se:

crescimento da gramínea e  escolha da espécie ou cultivar de

consequentemente a quantidade de gramínea planta forrageira;

produzida.  altura do pasto no início do período

Em relação ao período em que deve de diferimento;

ser efetuado o pastejo diferido de acordo  adubação nitrogenada;

com a região, clima, solo e planta a ser  duração do período de diferimento;

implantada na propriedade. Outra técnica  subdivisão da área a ser diferida

utilizada para maximizar a qualidade do (diferimento parcial ou escalonado);

pasto é a sua suplementação. Esta estratégia  suplementação do pasto.

é efetuada para atender as exigências dos Escolha da espécie forrageira

animais e complementar o valor nutritivo da Recomenda-se usar gramíneas de

forragem disponível e, ou, melhorar a porte baixo, pois estas possuem, em geral,

conversão alimentar para atingir o colmos mais finos, o que favorece o

desempenho desejado. aumento da relação folha/talo no pasto

Para isso, é necessário caracterizar o diferido.

pasto diferido, bem como qualidade da dieta Maior relação folha/talo é desejável

dele proveniente para definir a quantidade e pelo fato da folha ser o órgão do pasto de

o tipo de suplemento a ser fornecido aos melhor valor nutritivo e preferencialmente

animais (FOSCECA & SANTOS, 2009). consumido pelo animal.


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As plantas forrageiras indicadas para pois no pasto diferido há formação de

o diferimento também devem possuir bom microclima mais favorável ao

potencial de produção de forragem durante o desenvolvimento desses insetos.

outono, época em que normalmente os Altura do pasto no início do diferimento

pastos permanecem diferidos. A realização de pastejo intenso, com

As gramíneas do gênero Brachiaria animais menos produtivos, imediatamente

(B. decumbens, B. brizantha cv. Marandu), antes do início do diferimento da pastagem,

Cynodon (capins-estrela, coastcross e tifton) é recomendada, porque reduz a altura do

e Digitaria (capim-pangola) são boas opções pasto, remove as partes velhas e de baixa

para o diferimento. Euclides et ali. (1990) qualidade da planta, e melhora a rebrotação

fez outras considerações: Brachiaria subsequente. Com o pasto mais baixo, há

humidicola tem grande capacidade de penetração de luz até a superfície do solo e

acúmulo de forragem, porém, seu valor estímulo ao aparecimento de novos perfilhos

nutritivo é baixo em comparação ao das vegetativos (brotos) com melhor qualidade.

outras espécies de Brachiaria; as gramíneas Como exemplo, Gomes (dados não

de crescimento cespitoso, como as do gênero publicados) avaliaram pastos de B.

Panicum, Pennisetum e Andropogon, decumbens cv. Basilisk diferidos com quatro

quando diferidas por períodos longos (acima alturas iniciais em Viçosa, MG. O autor

de 90 dias), apresentam acúmulo de colmos verificou que o rebaixamento do pasto para

grossos e baixa relação folha/colmo, 10 cm resultou em aumento do desempenho

portanto, não são indicadas para o dos bovinos em recria mantidos, durante o

diferimento. Também não se recomenda inverno, nesses pastos diferidos (Figura 1).

diferir áreas de B. decumbens com histórico Nesse experimento, os bovinos

de infestação de cigarrinhas-das-pastagens, consumiram cerca de 300 gramas de


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concentrado por dia. Com base nos avaliarem a produção de forragem em pastos

resultados, recomenda-se o de B. decumbens cv. Basilisk na região de

rebaixamento dos pastos de B. decumbens Viçosa, MG. Esses autores verificaram, por

para alturas entre 10 e20 cm antes do início exemplo, que o pasto diferido por maior

do período de diferimento. período (116 dias) e sem adubação

Adubação nitrogenada nitrogenada produziu semelhante massa de

A adubação nitrogenada permite forragem (4.979 kg/ha) quando comparado

maior flexibilização quanto à determinação àquele diferido por menor período (73 dias)

do início do diferimento da pastagem, e adubado com 80 kg/ha de N, que produziu

porque altera a taxa de crescimento da 4.901 kg/ha de massa seca. Dessa forma,

gramínea e, consequentemente, a quantidade pode-se obter produção de forragem

da forragem produzida. Esse benefício foi semelhante, mesmo adotando-se distintos

constatado por Santos et al. (2009), ao períodos de diferimento (Figura 2).

Figura 2 – Esquema demonstrando a possibilidade de obtenção de semelhante produção de forragem por meio das variações nas
épocas de diferimento e doses de nitrogênio.
Fonte: Dilermando Miranda da Fonseca & Manoel Eduardo Rozalino Santos, Revista AgroMinas, p. 20-22, setembro/2011.

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Duração do período de diferimento generalizadas, uma vez que cada região e

A duração do período de diferimento propriedade possuem clima, solo e planta

é um dos aspectos de manejo de maior efeito forrageira específicos.

sobre as características do pasto diferido Diferimento parcial ou escalonado

(Foto 2) e, consequentemente, sobre a Com essa estratégia, ao invés de

produção do animal. As principais diferir toda a área da pastagem em uma

desvantagens da utilização de períodos de única época e utilizá-la também em uma só

diferimento longos são o baixo valor data, realizam-se diferimentos em épocas

nutritivo da forragem, comprometendo o diferentes e, da mesma forma, utilizam-se as

desempenho animal. Por outro lado, áreas diferidas em épocas distintas durante o

períodos de diferimentos curtos resultam em período de escassez de forragem. Dessa

baixa produção de forragem, que pode ser forma, os animais têm acesso à forragem

insuficiente para alimentação dos animais, diferida de melhor qualidade por mais tempo

mas com melhores características e de forma menos heterogênea durante o

qualitativas (FONSECA & SANTOS, 2009). período de utilização dos pastos. Quando o

De modo geral, recomenda-se o pasto diferido tornar-se muito limitante ao

diferimento da pastagem no período de consumo e desempenho animal, os animais

dezembro a abril e sua utilização entre junho serão manejados para outra área diferida

e setembro (SANTOS & BERNARDI, mais tardiamente.

2005). Esta, por sua vez, apresenta forragem

Ressalta-se que as recomendações de de melhor qualidade, o que, em princípio,

épocas de diferimento e de utilização da poderia resultar em melhor desempenho dos

pastagem diferida não devem ser animais a partir desse período. Com base
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nesta proposta, para a região Centro-Oeste, o tipo de suplemento a ser fornecido aos

recomenda-se o diferimento das pastagens animais (FONSECA & SANTOS, 2009).

da seguinte forma: difere-se 40% da área da Uma estratégia para manter ou

pastagem no início de fevereiro para aumentar o desempenho de bovinos durante

consumo de maio a fins de julho; e diferem- o período de uso do pasto diferido é a

se os 60% restantes no início de março para alteração da quantidade e, ou, qualidade do

utilização em agosto a meados de outubro concentrado a ser fornecido aos animais.

(EUCLIDES et al., 1990). Como exemplo, pode-se aumentar a

Suplementação do pasto diferido quantidade ou ofertar um suplemento mais

Bovinos mantidos em pastagem concentrado em nutrientes nos meses finais

diferida expressam desempenho moderado de utilização da pastagem diferida com o

ou simplesmente mantêm seu peso corporal. objetivo de manter ou elevar o ganho de

Portanto, quando se deseja obter maior peso dos animais nesse período (FONSECA

desempenho animal em pastagens diferidas, & SANTOS, 2009).

adota-se a estratégia de suplementação do Vale ressaltar que, nesse caso, o custo

pasto para atender às exigências dos animais de produção se elevaria e, portanto, uma

e complementar o valor nutritivo da análise econômica criteriosa da

forragem disponível e, ou, melhorar a

conversão alimentar para atingir o suplementação seria conveniente.

desempenho desejado. Todas as técnicas abordadas

Para isso, é necessário caracterizar o anteriormente são aplicadas para melhorar a

pasto diferido, bem como qualidade da dieta qualidade do pasto diferido, para que seja

dele proveniente para definir a quantidade e fornecido um alimento que não tenha sua

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qualidade comprometida. combinando espécies florestais, culturas

Sistema Silvipastoril agrícolas e atividades pecuárias. Os sistemas

Em função da crescente silvipastoris são alternativas menos

conscientização sobre a importância da impactantes, auxiliam na reversão de áreas

preservação ambiental e da criação de leis alteradas e contribuem para elevar a

que disciplinem a ação humana sobre a biodiversidade. Nesses sistemas, ocorrem

floresta, aumenta o interesse em programas interações em todos os sentidos e em

que visem à revegetação de áreas diferentes magnitudes. Esse sistema

degradadas, o que implica geração de apresenta grande potencial econômico e

conhecimentos técnico-científicos, em ambiental para os produtores e para a

centros de pesquisas a fim de reduzir ou sociedade. São sistemas multifuncionais

amenizar problemas de ordem ecológica (existem) a possibilidade de intensificar a

(DUTRA et al., 2007). produção pelo manejo integrado dos

Na tentativa de reverter a degradação recursos naturais evitando sua degradação,

ambiental dos ecossistemas a Embrapa além de recuperar sua capacidade produtiva.

florestas define, Sistema Silvipastoril (SSP) Demostrando assim, a importância da

em uma a associação intencional de árvores, integração pecuária, agricultura e florestas

pastagem e gado numa mesma área ao

mesmo tempo e manejados de forma para o desenvolvimento sustentável.

integrada, com o objetivo de incrementar a De maneira a contemplar as questões

produtividade por unidade de área (PEZO & pertinentes a impactos no meio ambiente e

IBRAHIM, 1998). permitindo a máxima biodiversidade

Os sistemas agroflorestais são arranjos possível, o uso conservacionista do solo, a

de técnicas alternativas de uso de solo, produção e conservação da água.


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A compreensão da forma como o propriedade, além do paisagismo, que

componente florestal contribui ou poderia permite o ecoturismo (PEZO & IBRAHIM,

contribuir nos sistemas de produção 1998).

existentes permite o desenvolvimento de Os sistemas silvipastoris têm

trabalhos técnicos para a introdução e/ou despertado considerável interesse na

melhoramento de práticas florestais e/ou comunidade científica, em razão da

agroflorestais nas propriedades rurais necessidade de se conceber novas

(VANDERLEY, 2004). alternativas de exploração agrícola.

A adoção de sistemas silvipastoris, Para Pezo & Ibrahim, (1998), o uso de

com cultivos anuais, essências florestais, sistema silvipastoril apresenta algumas

pastagem e animais reduz os efeitos justificativas, tais como:

negativos dos rigores impostos pelo clima  Aumentar a diversidade de produtos

tropical aos animais e melhora a utilização – as arvores podem produzir

dos recursos naturais, com consequente madeira, forragem, frutos e outros

aumento na produtividade e redução de produtos industriais, e o componente

custos (CARVALHO, 1998; FALESI & animal produz carne, leite e couros;

GALEÃO, 2002; VEIGA & SERRÃO,  Promover a ciclagem de nutrientes e

1990; LOURENÇO JÚNIOR, 2002). água – as arvores promovem a

Assim, seu uso torna a agropecuária ciclagem de nutrientes e a água das

uma atividade intensiva e sustentável, com camadas mais profundas para as

rentabilidade, pela comercialização de camadas mais superficiais do solo,

produtos e derivados, agregando valor à por meio da decomposição de folhas,

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galhos e raízes, melhorando a fertilidade consequentemente, as taxas de

dos solos e a qualidade das pastagens; reprodução, crescimento e produção

 Promover a retenção de carbono – os animal;

SSPs participam para o aumento da  Produzir alimento suplementar –

retenção de carbono, contribuindo muitas espécies arbóreas

para minimizar o efeito estufa no leguminosas podem fornecer

clima global; nitrogênio ao solo e forragem

 Propiciar a conservação dos solos – suplementar para os animais;

as arvores concorrem para melhorar a  Propiciar a complementaridade entre

conservação dos solos, reduzido a os componentes – nos sistemas

erosão, a compactação dos solos e as silvipastoris as partes podem se

perdas de matéria orgânica e complementar, sendo o desempenho

nutrientes, pelo aumento a umidade do sistema como um todo melhor que

do solo e da melhoria as suas cada componente isoladamente.

propriedades físicas;  Algumas limitações tecnológicas

 Minimizar o estresse climático – as também são encontradas nos

arvores concorrem para diminuir o sistemas silvipastoris tais como:

estresse climático sobre os animais,  Danos as árvores provocadas pelos

caracterizado por grandes amplitudes animais, em virtude do pastejo

térmicas e umidade relativa do ar, precoce do sistema ou uso de tipo de

além de amenizar a radiação, a animal inadequado;

insolação, os ventos e a precipitação,  Diminuição da taxa de crescimento

com efeitos o consumo de pasto e, das arvores, decorrente de

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Alves et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v.8, n.4, p.259-283, out-dez, 2014

interferências por competição do Referências bibliográficas

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Considerações finais
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É fato que as várias técnicas de
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adotada em qualquer sistema de produção
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