Você está na página 1de 17

AS SEMENTES E O USO NA FORRAGEM PARA ANIMAIS

RESUMO
A produção pecuária baseada em pastagem significa menos dependência de
insumos fora da propriedade e tem maior eficiência econômica. Existe uma estreita
relação entre a pecuária e a produção agrícola, pois a produção de alimentos de
alta qualidade é essencial para o sucesso reprodutivo, principalmente quando se
utiliza pastagem. A degradação das pastagens leva à perda de vigor e produtividade
alimentar sem possibilidade de regeneração natural, impossibilitando a manutenção
dos níveis de produção. Neste sentido, o objetivo com essa revisão é reunir os
últimos trabalhos científicos sobre o a utilização de sementes na forragicultura e
servir como base para trabalhos futuros, com dados e informações atualizadas e
diversificadas sobre o tema. Os resultados evidenciaram que o Brasil possui o maior
rebanho bovino comercial do mundo e é um dos maiores produtores e exportadores
mundiais de carne bovina, sendo que a produção ocorre principalmente em
sistemas a pasto. A qualidade da semente é uma condição importante para o
estabelecimento de pastagens de alta produtividade livres de contaminação
indesejada de plantas. Os custos de produção da pecuária estão aumentando
atualmente devido ao preço dos principais grãos de ração, soja e milho, por isso os
produtores buscam alternativas mais baratas que atendam às necessidades
nutricionais de animais, para que a qualidade dos produtos que eles criam não
diminuir. O uso de alimentos alternativos fáceis de cultivar e baratos pode substituir
significativamente os alimentos tradicionalmente usados e também satisfazer as
necessidades nutricionais do gado leiteiro durante a seca principalmente em
fazendas familiares envolvidas na produção de leite em pequena escala. por
exemplo. A Cunhã (Clitoria ternatea L.) pertence à família Fabaceae e é nativa da
Ásia Equatorial tropical. É uma hortaliça perene com raízes profundas que é comum
nas zonas tropicais do mundo e se reproduz por sementes, uma planta herbácea
com caules finos e uma grande massa de folhas, feno de alta qualidade e saboroso.
Adapta-se bem aos trópicos brasileiros e, como a forragem tem alto valor nutricional
em comparação com a alfafa, também é tolerante à seca e pode prosperar em
áreas com apenas 380 mm de chuva por ano. Ou seja, independentemente das
plantas forrageiras utilizadas, os produtores devem respeitar as necessidades
fisiológicas, morfológicas e ecológicas da espécie, adquirindo conhecimento por
meio da divulgação de material disponível na literatura e na experiência de campo. é
possível obter mais animais de produção.
Palavras-chave: Forragem, pastagem, manejo.
INTRODUÇÃO

O sistema pecuário mais barato conhecido como é o sistema de pastagem,


que atualmente cobre aproximadamente 16 milhões de hectares de pastagem, com
o número de animais em 1,3 animais/ha, ou igual a 0,9 UA/ha. Esta média reduzida
deve-se à diversidade de climas nas diferentes áreas de produção do país e à falta
de manejo adequado e tecnologias que permitam maior produção de forragens, o
que se reflete na pecuária (PEREIRA et al., 2022).

No entanto, a maioria das regiões subtropicais pode produzir pastagens de


alta qualidade e quantidade quase o ano todo, porque as espécies de inverno
podem ser aplicadas em sistema de consórcio com pastagens permanentes de alto
rendimento, o que dá um período mais longo. sobre o uso de pastagens. Esse
período mais longo de pastejo, juntamente com o manejo adequado do pasto e do
gado, pode resultar em produção animal muito superior à média nacional atual
(PASQUINI NETO et al., 2022).
Os animais no pasto sempre selecionam espécies forrageiras, plantas
individuais e partes de plantas disponíveis no pasto, uma combinação de dois
fatores diferentes, gosto e preferência, que muitas vezes são confundidos. A
palatabilidade refere-se às características das plantas que as tornam aceitáveis
para. animais em pastejo, enquanto a preferência refere-se às respostas de animais
que determinam a aceitação ou não de certas plantas. ou suas partes (OLIVEIRA et
al., 2021).

A palatabilidade da forragem pode ser afetada por fatores físicos


(morfológicos), ambientais e químicos, e os fatores físicos que geralmente reduzem
a palatabilidade são: alto teor de matéria seca, baixa relação folha/caule,
abundância de florescimento, tecidos velhos, dureza das folhas, acessibilidade
precária, espinhos etc. fatores ambientais podem incluir: clima desfavorável ao
crescimento, presença de poeira ou excrementos nas plantas, danos causados por
insetos, secagem de herbicidas (LUZ et al., 2019).
Os fatores químicos que afetam o sabor são muito importantes, com foco em
alto teor de fibra, lignina e sílica, baixo teor de proteína bruta, açúcares, conteúdo
celular, magnésio e fósforo, baixa digestibilidade e presença de substâncias
secundárias, compostos como fenóis, taninos, monoterpenos e alcaloides. A
escolha alimentar afeta não apenas o valor nutricional dos animais, mas também as
relações competitivas da comunidade vegetal (POLA et al., 2018).

No manejo do bom desempenho da pastagem, há três componentes que não


podem ser negligenciados, o período de descanso, que é o tempo entre a saída e a
entrada dos animais no pasto, o tempo de utilização, que é o número de dias em
que os animais pastam e a época de pastejo, que é o tempo. os animais pastam no
território determinado. Dessas. unidades manejadas, a pressão de pastejo
desempenha o papel mais importante para pastagens e animais. Pressão de pastejo
(PP) é a relação entre disponibilidade de forragem e carga animal em pastagens
(BORGHI et al., 2018).

O plantio foi, portanto, muito pouco utilizado, porque a resposta animal está
mais relacionada à disponibilidade de alimento do que a área de pastagem. Quando
a pressão de pastejo é baixa, o animal prefere uma maior disponibilidade de matéria
seca e o opta pelo pastejo para forragem de maior qualidade. Os alimentos
consumidos nestas condições têm mais proteínas, minerais, baixo teor de fibras e
boa digestibilidade (POSSER et al., 2018).

Se a pressão de pastejo aumenta, seja aumentando o número de animais ou


reduzindo a disponibilidade de alimento, o animal perde a seleção, o que reduz sua
eficiência. Uma vez que uma certa quantidade de MS está disponível, os animais
não conseguem sequer cumprir sua capacidade de consumo e passam a comer o
que apenas satisfaz suas necessidades de manutenção (SILVA et al., 2021).
OFERTA E DEMANDA DE SEMENTES DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS NO
BRASIL

A pecuária baseada em pastagens significa menor dependência de insumos


fora da propriedade e maior eficiência econômica. Existe uma estreita relação entre
a pecuária e a produção agrícola, pois a produção de alimentos de alta qualidade é
essencial para o sucesso reprodutivo, principalmente quando se utiliza pastagem. A
degradação das pastagens leva à perda de vitalidade e produtividade alimentar sem
a possibilidade de regeneração natural, impossibilitando a manutenção dos níveis
de produção (CERON; FONSECA, 2018).

Por isso é necessário conhecer o solo, o ambiente e também os tipos de


alimentos. Não basta escolher tipos de forragem e utilizá-la na parcela, mas é
preciso conhecer as características de cada tipo e suas vantagens e desvantagens
para orientar satisfatoriamente produtores de terra. Existe uma grande variedade de
alimentos e variedades no mercado. Existem perenes e anuais, gramíneas e
leguminosas, espécies consorciadas e não consorciadas, espécies temperadas e
tropicais, altas e baixas, mudas ou mudas (AUACHE FILHO et al., 2020).

Cada espécie e/ou variedade tem características diferentes que as


descrevem, mas identificar cada espécie e/ou variedade é difícil, principalmente
porque esses ensinamentos são dados apenas teoricamente. Além disso, a
presença de espécies e/ou cultivares diferentes em uma determinada área facilita a
comparação de características como capacidade de crescimento, tipo de floração,
se o crescimento é peduncular ou racemoso, cor dominante, entre outras
características (SOBRAL et al., 2020).

As gramíneas formam a base nutricional dos ruminantes, pois são essenciais


para plantas forrageiras capazes de produzir grandes quantidades de biomassa com
alto teor de nutrientes e baixo teor de fibras para alta produtividade animal.
Atualmente, a diversificação de famílias e variedades de gramíneas leva ao
aumento de alimentos cujas características estão se tornando cada vez mais viáveis
do ponto de vista do produtor, pois o objetivo das pesquisas em melhoramento
genético é aumentar a produção e o valor nutritivo dessas gramíneas, adaptação a
diferentes condições edafoclimáticas e aceitabilidade pelo animal (ROSA et al.,
2019).

Dentre as espécies utilizadas para alimentação de ruminantes, o capim-


elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é uma planta perene com alto potencial
de produção de material. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) Gado de Leite iniciou um programa de melhoramento genético do capim-
elefante, com foco no desenvolvimento de variedades para roçada e pastejo. Para
tanto, foi criado o Banco de Germoplasma do Capim Elefante (BAGCE) com 110
associados de diversas regiões do Brasil e do exterior (OLIVEIRA et al., 2020).

O setor de pecuária bovina no país tem ganhado cada vez mais visibilidade,
considerando as necessidades do mercado externo e os entraves para a exportação
de carne. Dessa forma, diversas inovações e tecnologias são buscadas para
aprimorar os sistemas de produção e aprimorar a indústria qualitativa e
quantitativamente. A viabilidade econômica está intimamente ligada ao
aperfeiçoamento da pecuária (SOUSA et al., 2019).

O manejo correto do pasto, que leva em consideração os parâmetros


fisiológicos da planta, garante melhor controle da pressão exercida pelos animais
sobre o pasto e melhor controle da altura do manejo, além de garantir melhor
produtividade forrageira, pois os períodos de descanso promovem produção de
ração. Crescimento mais rápido e consistente de pastagens. Isso reflete melhor
qualidade do pasto, já que a rebrota fornece partes mais jovens para o pastejo
subsequente.

No entanto, fatores como a sazonalidade tornam-se limitantes nos sistemas


de produção a pasto, sejam eles cria, recria ou engorda. Uma possível alternativa
para o manejo do déficit hídrico sazonal é a utilização de sistemas de irrigação que
proporcionem melhor espaço hídrico para o desenvolvimento das espécies
forrageiras, garantindo a produção contínua de forragem e mantendo a carga animal
utilizada no campo.
UTILIZAÇÃO DE PASTAGENS EM REGIÕES SEMIÁRIDAS: ASPECTOS
AGRONÔMICOS E VALOR NUTRICIONAL

O uso de pastagens para alimentação do gado brasileiro é a maior fonte de


alimento. No entanto, em regiões semiáridas, o uso desse recurso natural pode ser
limitado, principalmente em áreas onde a irrigação não é possível. Nessas áreas,
atenção especial deve ser dada ao solo, pois durante as secas, a perda da
cobertura do solo pode aumentar a taxa de erosão (PAULA et al., 2020).

A produção de produtos de origem animal de populações localizadas em


regiões semiáridas é mais claramente afetada pela estiagem prolongada, não
apenas em termos de disponibilidade de nutrientes, mas também em termos de
deterioração da qualidade nutricional das pastagens. Assim, mudanças nas
pastagens e na pecuária podem ser feitas para promover melhor produtividade dos
rebanhos no semiárido em períodos de escassez de chuvas (NUENO; ROCHA,
2018).

A irrigação é necessária para aumentar o crescimento das plantas,


especialmente quando se considera aumentar o gado em pastagens. Portanto, é
preciso aproveitar os recursos disponíveis como a conservação de forragens,
aproveitamento da palma forrageira e aproveitamento de subprodutos agrícolas que
viabilizem o lucro da criação de animais (GAIVIZZO et al., 2019).

As áreas semiáridas são devastadas por secas periódicas, que reduzem


drasticamente a disponibilidade de pastagens para ruminantes domésticos e
aumentam a segurança alimentar da população dependente do gado. Devido à
propagação das mudanças climáticas, as secas tendem a se intensificar. Assim, a
produção de pastagens pode ser bastante influenciada, para que se alcance um alto
desempenho dos animais, é necessário consumir alimentos suficientes (SILVA et
al., 2020).

No entanto, nas regiões semiáridas isso só pode ser alcançado com a


suplementação da nutrição animal. não só pela sazonalidade da oferta de forragem
nos períodos de seca, mas também pela necessidade de tomar medidas de
proteção da vegetação e do solo para evitar a redução excessiva da diversidade
vegetal e a degradação do solo. O pastoreio deficiente, especialmente o sobre
pastoreio, tem sido identificado como uma das principais causas da degradação das
pastagens e desertificação em ambientes áridos e semiáridos em todo o mundo. A
precipitação média anual nestas áreas é de 300-800 mm, com concentração
ocorrendo durante dois a quatro meses do ano (JESUS et al., 2020).

Na estação seca, os microrganismos do rúmen apresentam baixo consumo


de energia e nitrogênio, o que se deve à diminuição da qualidade além da
diminuição da quantidade de nutrição; como resultado, a digestibilidade e os
compostos nitrogenados totais, que são os principais fatores limitantes para a
pecuária, diminuem rapidamente. Restrições na produção de ração resultantes de
chuvas irregulares também prejudicam o crescimento dos animais e, portanto, o
fornecimento de produtos à base de carne para o mercado australiano (FERREIRA,
2021).

A deterioração da disponibilidade e qualidade das pastagens no final da


estação seca leva à diminuição do peso e do estado geral dos animais. Os criadores
de gado usam a irrigação de pastagens sempre que possível para melhorar a
entrega de produtos às empresas de produção pecuária. No entanto, fazendas
localizadas em áreas com maior seca costumam deslocar ou vender animais para
empresas fora da área para que os animais cresçam em pastagens melhores ou em
espaço fechado (OLIVEIRA et al., 2019).

No Brasil, a produção de ruminantes é baseada em ração, o que torna a


operação muito mais competitiva devido ao baixo preço dos alimentos;
principalmente quando praticado na forma de pastejo. Em geral, as pastagens
utilizadas no semiárido do país são principalmente forrageiras domésticas, com
menor proporção de pastagens cultivadas em todos os estados, exceto no norte de
Minas Gerais (SANTOS PESSOA et al., 2022).
UTILIZAÇÃO DA CUNHÃ (CLITORES TERNATEA) COMO ALTERNATIVA
FORRAGEIRA

A Clitoria ternatea é conhecida como feijão-borboleta ou cunhã devido ao seu


formato de flor e é muito utilizada para decoração e recentemente passou a ser
também utilizada na culinária por ser comestível. É uma leguminosa forrageira
tropical de raízes profundas, distribuída pelas zonas tropicais do globo e propagada
por semente. É tolerante à seca e pode prosperar em locais com apenas 380 mm/
de precipitação anual (ALENCAR; GUSS, 2016).

A Cunhã (Clitoria ternatea L.) pertence à família Fabaceae e é nativa da Ásia


Equatorial tropical. É uma leguminosa perene de raízes profundas que se distribui
em todas as zonas tropicais do globo e se reproduz por sementes, uma planta
herbácea com caules finos e grande massa de folhas, com feno de alta qualidade e
de bom gosto, além disso, adapta-se bem aos trópicos brasileiros e, como a
forragem tem alto valor nutricional em relação à alfafa, também tolera a seca e pode
prosperar em áreas com apenas 380, mm/ano de precipitação (CUNHA et al.,
2016).

Essa leguminosa é cultivada em vários habitats diferentes e é


frequentemente usada em culturas secundárias para promover a recuperação do
nitrogênio do solo. Também é considerada uma das primeiras e mais produtivas
leguminosas cultivadas em regiões tropicais, sendo uma excelente opção para
alimentação de ruminantes. Além de seu bom sabor e valor nutricional, Cunhã está
bem adaptado ao clima semiárido quente do nordeste do Brasil devido à sua
adaptabilidade e resistência a condições de seca e seu potencial de recuperação
logo após o início da estação chuvosa (ASSIS et al., 2018).

Apesar de ser uma planta com alguma resistência e resistência ao pastoreio,


normalmente é recomendado o seu uso com frequência de corte, pois tende a
reduzir drasticamente a vegetação a longo prazo quando é pastoreada a
frequências elevadas. Ao avaliar o potencial alimentar de Clitoria ternatea L.,
relataram que a produção variou de 592 kg MS. Ha-1 35 dias e até 368 kg MS. Ha-1
90 com idade de dias (SILVA, 2021).

A cunha (Clitoria ternatea L.) pode ser muito compatível com o capim-elefante
principalmente devido ao seu hábito de crescimento variável, o que permite uma
forte associação dentro e entre as espécies. A Cunhã consegue produzir 2 ton/ha
mesmo com seis anos de pesquisa, chegando a 15 ton de matéria seca/ ha/ano em
região semiárida (OLIVEIRA et al., 2021).

Essa variabilidade depende do sistema de produção escolhido, número de


cortes e adubação. A Cunhã é simbiótica com vários gêneros de bactérias fixadoras
de nitrogênio, período em que a planta fornece às bactérias toda a energia de que
necessitam para o metabolismo. As leguminosas que apresentam esta combinação
podem fixar biologicamente concentrações de ± 290 kg N/ha/ano, a maioria das
quais está na faixa de - 1 0 kg N/ha/ano (ESTEVES, 2019).

Apesar da elevada importância das pastagens no país, estima-se que cerca


de 50% das pastagens cultivadas estejam danificadas em algum grau,
principalmente devido à baixa reposição de nutrientes (principalmente nitrogênio) e
erros na correção do plantio (sobrepastoreio). Como parte da solução desse
problema, tem-se incentivado a inclusão de leguminosas fixadoras de nitrogênio em
pastagens e a introdução de estratégias de manejo que garantam a persistência das
plantas forrageiras (ALVES et al., 2016).
UTILIZAÇÃO DE SEMENTES DE LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS COMO
ESTRATÉGIA DE MANEJO EM AMBIENTES PASTORIS

A introdução de leguminosas para formar pastagens em consórcio ou


exclusivamente é baseada na escolha da variedade que melhor se adapta às
condições ambientais e disponibilidade de recursos da área. Além do maior teor de
proteína bruta, as leguminosas tropicais geralmente têm menor fração da parede
celular e digestibilidade da matéria seca ou maior do que as gramíneas tropicais no
mesmo estágio de desenvolvimento, taxas de esvaziamento ruminal mais altas
levam a um maior consumo de ração que excede os benefícios do fornecimento da
proteína à atividade animal (RODRIGUES et al., 2022).

As leguminosas com capim cresceram e deram excelentes resultados aos


produtores da terra. A principal estratégia é a fixação biológica de nitrogênio, fósforo
e potássio, reduzindo o uso de adubação do solo. Uma característica importante das
leguminosas é também seu alto teor de proteína bruta, que é de 13-22% e atinge
um alto valor de matéria seca, o que resulta automaticamente em excelente peso
em animais, como forragem, produzido em pastagens cultivadas com leguminosas.
Em relação aos minerais, a diferença mais marcante entre as gramíneas tropicais e
as leguminosas é o maior teor de cálcio das leguminosas forrageiras, que pode ser
3 vezes maior (1,2 vs. 0, %) (ROVEDA et al. 2018).

O uso de leguminosas como forragem apresenta algumas vantagens, como o


aumento de nitrogênio (N) no solo o que reduz a necessidade de adubação na área,
pois foram gastos com fertilizantes, com sistemas de criação intensivos, podem
responder por mais de 60% dos custos de produção e aumentar a oferta e
qualidade alimentar em determinadas épocas e restaurar áreas degradadas. As
leguminosas sofrem mais de gramíneas no pasto, mas precisam de mais animais,
então para melhorar seu manejo, aproximadamente estratégias foram criadas no
consórcio (SANTOS et al., 2018).

Algumas leguminosas, como Desmodium ovalifolium, Calopogonium


caeruleum e Zornia brasiliensis, apresentam baixa palatabilidade e são pouco
consumidas pelo gado bovino ao longo do ano, o que pode levar à completa
dominância dependendo do pastejo. Os pesquisadores relatam que existem
pastagens médias para uso extensivo e que as leguminosas tendem a perder sob
cargas maiores (SANTOS et al., 2022).

Em geral, as leguminosas trepadeiras (Centrosema pubescens, soja perene,


siratra e pueraria) e as eretas (Stylosanthes guianensis) não toleram pastejo pesado
e raramente sobrevivem a 2,5 animais/ha. As leguminosas moídas (por exemplo,
Stylosanthes humilis, Desmodium heterophyllum e Arachis. pintoi), que podem
sombrear gramíneas altas, se beneficiam da alta pressão de pastejo, que permite
uma melhor penetração da luz no dossel (FIRMIAMO et al., 2021).

Estudos com plantas forrageiras mostraram que o acúmulo máximo de


forragem ocorre quando a interrupção da luz do dossel atinge 95%, proporcionando
a cada cultivar condições ótimas de manejo para expressar seu potencial produtivo.
O valor de intercepção refere-se às altitudes de entrada elevadas que são
consideradas muito fiáveis e mais fáceis e práticas para o controlo e vigilância do
em campo (KREIN et al., 2022).

Os valores de altura controlada para pastagens variaram entre espécies e/ou


cultivares, pois, essas estruturas atuais diferem muito em hábito de crescimento,
localização e ângulo de folha. trilhos guia que criam diferentes ambientes de
captação de luz e, portanto, valores de altura generalizados não são eficazes
(OJEDA et al., 2022).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na vegetação da Caatinga, a maior produção de biomassa forrageira ocorre
na estação chuvosa, e na estação seca os animais comem principalmente folhas
senescentes de plantas lenhosas. Embora a seca seja uma condição comum em
regiões semiáridas, muitas vezes falta planejamento forrageiro para produtores
tradicionalmente pecuários no Nordeste.

As características interessantes das forragens para uso no semiárido são:


rápida germinação e enraizamento, amadurecimento precoce dos frutos-semente,
dormência na estação seca. Devido à sua elevada produtividade e persistência,
várias gramíneas e figueiras têm vindo a ser valorizadas na implantação de
pastagens nestas áreas há vários anos.

A cunha (Clitoria ternatea L.) pode ser muito compatível com a palha de
elefante, principalmente devido ao seu hábito de crescimento variável, o que permite
uma forte associação dentro e entre as espécies. Cunhã pode produzir 2
toneladas/ha com até seis anos de pesquisa, chegando a 15 toneladas de matéria
seca/ha/ano em região semiárida. Essa diferença depende do sistema de produção
escolhido, número de cortes e adubação. A Cunhã é simbiótica com vários gêneros
de bactérias fixadoras de nitrogênio, de modo que a planta fornece às bactérias toda
a energia de que necessitam para o metabolismo.

O estabelecimento de pastagens com plantas forrageiras adaptadas


regionalmente tem sido uma opção para produtores que procuram reduzir custos
operacionais. Apesar de existirem. plantas forrageiras na pastagem o ano todo, as
plantas forrageiras produzem mais alimento para animais em uma determinada
estação.
REFERÊNCIAS

ALENCAR, J. A.; GUSS, A. Efeito da frequência de corte sobre a produção


de matéria seca e proteína bruta da Cunhã (Clitoria ternatea) e da Leucena
(Leucaena leucocephala). 2016.

ALVES, E.B.; MENEZES, R.C.; LARA, M.A.S. CASAGRANDE, D.R.;


BERNARDES, T.F. Residual effects of stylo on the morphogenetic and structural
characteristics of palisadegrass pasture. Grassland Science, v. 62, 151-159, 2016.

ASSIS, H. J. C. et al. Produção de Panicum maximum'Massai'consorciado


com cunhã (Clitoria ternatea) e em sistema silvipastoril. 2018.

AUACHE FILHO, Alexandre Augusto et al. Produção de forragem e


desempenho animal em pastagem de estrela africana sobressemeada com
gramíneas hibernais. 2020. Dissertação de Mestrado. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná.

BORGHI, Emerson et al. Recuperação de pastagens degradadas.


Agricultura de baixo carbono: tecnologias e estratégias de implantação. Brasília, DF:
Embrapa, v. 4, p. 105-138, 2018.

BUENO, L. G.; ROCHA, JE da S. Conservação, utilização e melhoramento


genético de gramíneas forrageiras para o Semiárido brasileiro. Embrapa Caprinos
e Ovinos-Documentos (INFOTECA-E), 2018.

CERON, Jéssica Irene Simionato; FONSECA, Isabela. Implantação de uma


área agrostológica para estudos de espécies forrageiras. 2018.

CUNHA, Amanda Lima; ALVES, Marília Layse; DOS SANTOS, Aldenir


Feitosa. ESTUDO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE NA CULTURA FORRAGEIRA
CUNHÃ. In: I Congresso Internacional da Diversidade do Semiárido. 2016.

DE JESUS, Antonieta Alexandrina et al. Ferramentas moleculares no


melhoramento genético de Megathyrsus maximus para o semiárido: uma
revisão. Research, Society and Development, v. 9, n. 10, p. e7839108675-
e7839108675, 2020.
DOS SANTOS PESSOA, Rosa Maria et al. Banco de sementes de áreas
submetidas ao pastejo de caprinos e ovinos no sertão paraibano. Conjecturas, v.
22, n. 6, p. 779-791, 2022.

ESTEVES, Saulo Henrique Dos Santos. Balanço hidrico no solo cultivado


com a cultura da cunhã (Clitoria ternatea L.) sob recarga natural. 2019.

FERREIRA, Murilo dos Santos. Potencial produtivo de genótipos de


milheto para o semiárido em diferentes idades de corte. 2021. Dissertação de
Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

FIRMIANO, Raquel Silva et al. Uso do milheto como alternativa para


alimentação de ruminates. 2021.

GAIVIZZO, L. et al. Resiliência à mudança climática em Comunidades de


Fundo de Pasto na região semiárida do Estado da Bahia, Brasil. Sociedade e
natureza, v. 31, 2019.

LUZ, Acacio da Rocha Guedes da et al. Qualidade de sementes de azevém


comercializadas na fronteira oeste do RS. 2019.

OJEDA, Aureliano Arevalo et al. Potencial uso de leguminosas forrageiras em


áreas de pastagens degradadas. Revista Magsul de Agronomia, 2022.

OLIVEIRA, Débora Maria Dutra et al. PRODUÇÃO DE FORRAGEM


HIDROPÔNICA USANDO AQUAPONIA. Revista Acta Kariri-Pesquisa e
Desenvolvimento, v. 2, n. 1, 2020.

OLIVEIRA, Fagner et al. DIFUSÃO DE FORRAGEIRAS ADAPTADAS À


CAATINGA: UMA ESTRATÉGIA PARA A PRODUÇÃO ANIMAL
SUSTENTÁVEL. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, v. 18, n. 38, 2021.

PASQUINI NETO, Rolando. Efeitos da intensificação e integração como


estratégia para o manejo sustentável das pastagens nos sistemas de
produção de bovinos de corte da raça Nelore: produtividade da forragem,
desempenho animal e consumo alimentar. 2022.

PAULA, Talita; DE ANDRADE FERREIRA, Marcelo; VÉRAS, Antonia


Sherlânea Chaves. Utilização de pastagens em regiões semiáridas: aspectos
agronômicos e valor nutricional–Revisão. Arquivos do Mudi, v. 24, n. 2, p. 140-162,
2020.

PEREIRA, José Marques et al. ALTURA DE PASTEJO, CARACTERÍSTICAS


DO PASTO E PRODUÇÃO ANIMAL. Centro de Pesquisas do Cacau, Ilhéus, Bahia,
Agrotrópica 34(1): 59 - 66. 2022.

POLA, Nicole da Silva Dala; DE CÓRDOVA GOBETTI, Suelen Tulio.


Forrageira de clima temperado–Trevo Branco (Trifolium repens L.). Ciência
Veterinária UniFil, v. 1, n. 2, 2018.

POSSER, Isadora Pastre; FINATTO, Maurílio Luiz; HASHIMOTO, Juliano


Hideo. Implantação de área demonstrativa com forrageiras utilizadas na alimentação
animal-campo agrostológico. In.: 3º MOSTRA DE ENSINO (PIBEN, PET, PIBID).
2018.

RODRIGUES, Gabriela Brito et al. Recuperação de pastagens degradadas no


Semiárido brasileiro. 2022.

ROSA, Patrícia Pinto et al. Características do Capim Elefante Pennisetum


purpureum (Schumach) e suas novas cultivares BRS Kurumi e BRS Capiaçu.
Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v. 25, n. 1/2, p. 70-84, 2019.

ROVEDA, Murilo Ascari et al. Leguminosas forrageiras: estratégia de manejo


em ambientes pastoris. Agroveterinárias, p. 228. 2018.

SANTOS, Gabriela Faria dos. Capacidade combinatória para


características de produção de sementes em genitores de Urochloa spp. 2022.

SANTOS, Sandra Aparecida et al. Recuperação de pastagem degradada


em áreas úmidas do Pantanal: manejo integrado para indução do banco de
sementes e/ou revegetação com espécies forrageiras nativas. 2018.

SILVA, Ana Karoline Carvalho Oliveira et al. Moringa Oleífera Lam como
forrageira alternativa na alimentação animal. Pesquisas agrárias e ambientais
Volume VII. 2021.

SILVA, Jullie Cryscele Leandro et al. Avaliação de acessos do gênero


Cenchrus para a produção de sementes. 2020.
SOBRAL, Acir José Santos; MUNIZ, Evandro Neves; SILVA, Camilla
Mendonça. Caracterização da Moringa oleifera Lam e sua utilização na
alimentação animal. 2020.

SOUSA, Marcos Murillo de Macedo. Produção de forragem verde de milho


hidropônico com uso de água salobra. 2019.

Você também pode gostar