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ECOLOGIA E

ANÁLISES
AMBIENTAIS

Alana Maria Cerqueira de Oliveira


Saúde humana e
educação ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os principais efeitos da degradação ambiental na saúde


humana.
 Listar os impactos a longo prazo da degradação ambiental na saúde
e no desenvolvimento humano.
 Descrever as metas de educação ambiental.

Introdução
Saúde humana e degradação ambiental são dois temas globais em
ampla discussão no momento. Nesse contexto, é importante examinar
as diversas conexões potenciais entre esses dois tópicos. Teoricamente,
quanto mais rica a biodiversidade, maior a variedade de patógenos
que circulam na fauna, aumentando a probabilidade de infectarem
o ser humano. Entretanto, pesquisas têm demonstrado o contrário,
que mais espécies significam menos doenças, como se diluíssem os
vetores. Assim, uma vasta biodiversidade é garantia de proteção para
espécies que evoluem juntas; o problema surge apenas quando há
um desequilíbrio ou perturbação do sistema natural, resultando em
novas patologias, com saltos interespécies, passando a incluir muitas
vezes o ser humano.
Neste capítulo, você vai ter a oportunidade de entender as estreitas
relações entre degradação ambiental e saúde humana e suas consequên-
cias a curto e longo prazos, além da importância da educação ambiental
na redução do problema.
2 Saúde humana e educação ambiental

1 Degradação ambiental e a saúde humana


A degradação ambiental não é uma preocupação recente, mas tem aumen-
tado de forma rápida e contínua, resultando em redução da biodiversidade,
poluição atmosférica e alterações climáticas, além de redução dos serviços
ecossistêmicos, com consequências para a saúde humana, podendo reduzir
nossa expectativa de vida. A redução da biodiversidade tem consequência
direta na saúde, principalmente decorrente do transbordamento de patologia
antes exclusivamente selvagem, passando a zoonoses e adaptando-se para
transmissão homem–homem. Por sua vez, a redução de serviços ecossistêmicos
afeta indiretamente a saúde, já que atinge o fornecimento e a qualidade de
água, ar limpo e alimentos.
O desmatamento, na maioria das vezes, é seguido de incêndios. Mudanças
climáticas, incluindo aumento da temperatura, contribuem para condições mais
quentes e secas, o que aumenta o risco de incêndios florestais. “Os efeitos
dos incêndios florestais sobre a saúde variam de lesões térmicas diretas à
exacerbação de sintomas respiratórios agudos e crônicos devido à exposição
à fumaça” (WATTS et al., 2019, p. 1842, tradução nossa).

Redução da biodiversidade
A degradação ambiental tem nítido efeito sobre a saúde humana e, portanto,
tem sido uma preocupação eminente. Os biomas estão sendo devastados em ve-
locidade ascendente e as áreas de preservação que restam acabam sendo muito
simplificadas. A degradação do ecossistema resulta em extinção de diversas
espécies e, como agravante, em extinção de predadores de topo, abalando a
cadeia alimentar e consequentemente privilegiando espécies mantenedoras
de patógenos. Tais espécies, facilmente adaptáveis às mudanças ambientais,
aproximam-se mais facilmente do ser humano, que passa a fazer parte de um
ciclo, tornando-se hospedeiro acidental de um ciclo originalmente silvestre.
Muitas patologias emergentes e reemergentes estão ligadas diretamente ao
desmatamento e ocorrem onde áreas suburbanas se espalham para terras
recém-desmatadas. Também podem ser causadas pela caça e por associação
a mercados de vida selvagem e criação intensiva de animais. Alguns vetores
aumentam a incidência em terras recentemente desmatadas, como aqueles
que causam patologias como malária, dengue, a doença de Lyme e o vírus
do Nilo Ocidental.
“Ao conduzir estradas para florestas, fragmentar ecossistemas, minerar em
áreas remotas e incentivar o comércio global, não estamos apenas destruindo
Saúde humana e educação ambiental 3

a vida selvagem, mas criando as condições perfeitas para que novas doenças
surjam e se voltem contra nós” (VIDAL, 2020, tradução nossa). Para Johnson et
al. (2020), os elementos de risco associados ao transbordamento e surgimento
de novas patologias são os mesmo desencadeantes da redução da população
silvestre e do risco de extinção, tais como: domesticação de animais, invasão
humana em habitats ricos em biodiversidade selvagem e caça de animais
silvestres. O risco de propagação de vírus em larga escala é sustentado pela
probabilidade de interações animal–humano.

A redução da biodiversidade também é gerada por sistemas agrícolas de alta intensi-


dade. A pecuária e a avicultura são constantemente o produto final de uma perda de
biodiversidade. Ao serem selecionados exemplares geneticamente semelhantes, que
geralmente vivem em condições intensivas, caso sejam susceptíveis a determinado
patógeno a doença acabará se espalhando de maneira acelerada (VIDAL, 2020).

Quase 75% de todas as doenças infecciosas emergentes que afetam ou


ameaçam a saúde humana são zoonóticas. Muitas transbordam de reservatórios
de vida selvagem diretamente para seres humanos ou por meio de animais
domésticos e depois humano–humano. O desequilíbrio do habitat natural
silvestre por expansão agrícola, desmatamento e urbanização aumenta a
taxa de contato entre populações humanas, animais domésticos e animais
selvagens, criando maiores oportunidades para a ocorrência de eventos de
transbordamento (FIELD, 2009).
Johnson et al. (2020) relatam que a quantidade de vírus zoonóticos detecta-
dos em espécies de mamíferos aumenta com a abundância global de espécies,
sugerindo que o risco de transmissão de vírus é maior em espécies animais
que se proliferaram e até expandiram seu alcance, adaptando-se a paisagens
dominadas por humanos. Os pesquisadores enfatizam que a detecção do trans-
bordamento de patógenos selvagens para o ser humano não é fácil, pois existe
muita subnotificação, além de algumas patologias incluírem sintomas leves,
inespecíficos ou semelhantes a outra patologia já comum ao ser humano. Para
muitos especialistas, a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade é a
única alternativa de evitar novas doenças fatais e com potencial de pandemia
como a Covid-19.
4 Saúde humana e educação ambiental

Apesar de um recente aumento na preocupação entre degradação am-


biental e saúde humana, esse não é um tema novo. Em 1997, incêndios na
ilha de Bornéu devastaram uma área de floresta tropical intocada e com
grande biodiversidade. Como consequência, milhões de pessoas sofreram
graves doenças respiratórias. O incêndio só foi eliminado meses depois, com
a chegada da temporada de chuvas. Entretanto, com os incêndios, as espécies
que sobreviveram tiveram que migrar para poder garantir sua alimentação,
incluindo uma espécie de morcegos frutíferos, que migrou centenas de qui-
lômetros até as proximidades da cidade de Sungai Nipah, na Malásia, onde
foram observados pousando nas árvores e jogando pedaços de frutas meio
comidas sobre a criação suína local. Segundo cientistas, foram responsáveis
por uma doença misteriosa altamente infecciosas que atingiu porcos e depois
humanos, cujos sintomas característicos eram convulsões e dores de cabeça,
o que resultou na morte de 105 pessoas e sacrifício de milhões de porcos. Em
2004, os cientistas concluíram que a transmissão para os porcos se deu por
frutas e urina do tal morcego (VIDAL, 2020).
O caso de Sungai Nipah chama a atenção, já que morcegos são reservatórios
de diversos vírus e importantes hospedeiros zoonóticos, já tem sido vincu-
lados ao surgimento de doenças mortais como ebola e febre hemorrágica de
Marburg, na África. A lista de patologias que podem ser fatais para o homem
e que são decorrentes da ação antropogênica não é pequena: incluem algumas
das doenças mais mortais já encontradas pelos seres humanos, como HIV,
ebola, febre de Lassa, doença de Chagas, machupo, hantavírus, síndrome
respiratória do Oriente Médio (MERS), síndrome respiratória aguda grave
(SARS) e Covid-19 (VIDAL, 2020).
A transmissão da doença de Chagas também tem sido relacionada à degra-
dação ambiental. Com o desmatamento para o plantio de açaí, os animais de
topo da cadeia alimentar (predadores) somem, ocasionando uma proliferação
de gambás e roedores, que são bons vetores de Trypanosoma cruzi e têm grande
capacidade de adaptação a ambientes alterados. Outra questão é a preferência
dos barbeiros pelas palmeiras, que são muito comuns em áreas degradadas.
Com o surgimento de populações nas proximidades, estabelece-se o elo de
aproximação com o ser humano, gerando novos ciclos em localidades onde
até então a doença não existia.
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Na doença de Lyme, uma espécie de veado é o reservatório da doença. Também


conhecida como borreliose de Lyme, é uma zoonose emergente transmitida por
carrapatos Ixodes ricinus (carrapatos dos veados), inicialmente identificada em 1975,
na cidade de Old Lyme, Estados Unidos. A doença é causada por espiroquetas Borrelia
burgdorferi. O paciente pode apresentar dores nas articulações e nos músculos, dor de
cabeça, febre, erupção cutânea, fadiga, inchaço nas articulações, entre outros sintomas.
Com o desaparecimento de seus predadores naturais por ação do ser humano, os
veados que são reservatório da doença começaram a se proliferar. Com o povoamento
humano nas redondezas das florestas onde vivem essas populações, criou-se o elo
necessário para a transmissão ao ser humano.

Figura 1. Eritema migratório, um dos sintomas da doença de Lyme.


Fonte: Santos et al. (2010, documento on-line).

Poluição atmosférica
O sistema respiratório superior é o primeiro a responder negativamente à
poluição atmosférica, apresentando inativação do batimento ciliar e alteração
do olfato. Assim, doenças se desenvolvem e enfermidades pré-existentes são
agravadas. Uma das mais comuns nesse caso é a asma brônquica, que ocorre
devido à resistência das vias aéreas. Assim, crises asmáticas se devem ao
estreitamento dos bronquíolos decorrente do aumento da mucosa e do espes-
samento das secreções. Após a crise, os bronquíolos retornam ao tamanho
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original. Na bronquite crônica, por sua vez, manifesta-se uma inflamação


das vias aéreas, com presença elevada de muco nos bronquíolos e tosse por
pelo menos três meses, até dois anos consecutivos. Já no enfisema pulmonar
ocorre a ruptura dos alvéolos, responsáveis pela troca de oxigênio. Por fim,
os efeitos da poluição podem levar até mesmo a câncer dos brônquios, uma
doença agressiva em que ocorre o crescimento celular anormal e desordenado
das células da membrana brônquica, obstruindo os bronquíolos e sendo muitas
vezes fatal.
Afora o sistema respiratório, poluentes atmosféricos perigosos ainda são
responsáveis por diversas outras patologias, como danos ao sistema nervoso
central e imunológico e malformação congênita. O mercúrio, por exemplo,
liberado na combustão do carvão, atinge o rim, o intestino e o cérebro, e
a exposição de gestantes a esse elemento leva a problemas na criança, tais
como mau desempenho em tarefas neurocomportamentais (manutenção da
atenção), em motricidade fina, em competência linguística, em habilidades
visuais e espaciais e em memória verbal. Por sua vez, o benzeno, o amianto
e o arsênico podem resultar em câncer.
No organismo humano, o monóxido de carbono (CO), um dos poluentes
atmosféricos mais comuns, compete com o oxigênio, pois a afinidade da he-
moglobina é maior pelo CO, formando carboxihemoglobina (COHb). Quando a
carboxihemoglobina atinge 5 a 10%, prejudica os reflexos, a visão e a atenção.
São mais sensíveis pessoas com patologias cardiovasculares e pulmonares
crônicas e os fetos (DAVIS; MASTEN, 2016).
Já o chumbo tem o agravante de ser cumulativo. Além de poder ser ina-
lado, também é ingerido nos alimentos e na água. Seu acúmulo no organismo
resulta em fadiga, irritabilidade, cefaleia, palidez, anemia, redução do quo-
ciente de inteligência (QI), constipação e câimbras abdominais, encefalopatia,
convulsões, coma e parada cardiorrespiratória, podendo levar à morte.
Os oxidantes fotoquímicos também são nocivos ao organismo humano,
com destaque para o ozônio (O3), o nitrato de peroxiacetila (PAN), a acroleína,
os nitratos de peroxibenzoila (PBzN), os aldeídos e os óxidos de nitrogênio.
O ozônio é utilizado como indicador da quantidade total de oxidantes pre-
sentes. Pequenas concentrações de ozônio causam irritação nos olhos, tosse
e desconforto no tórax. Os óxidos de enxofre (dióxido de enxofre, trióxido de
enxofre e seus respectivos ácidos) elevam os sintomas da bronquite crônica.
Níveis elevados de material particulado aumentam as hospitalizações,
elevando a incidência de asma, perda de função pulmonar e pneumonia, além
de aumentar o risco de morte por câncer e por complicações respiratórias e
cardiovasculares (DAVIS; MASTEN, 2016).
Saúde humana e educação ambiental 7

Poluição hídrica
A poluição hídrica afeta diretamente a saúde humana. São diversas as atividades
humanas que prejudicam a qualidade da água, como atividade agrícola, indus-
trial e mineradora, o despejo de efluentes domésticos, o deposito inadequado
de resíduos sólidos, entre outros.
O efeito direto da poluição hídrica na saúde humana não é recente. Em 1854,
o médico britânico John Snow investigou as causas de uma epidemia de cólera
na região central da cidade de Londres. Ele observou que no seu bairro havia
duas empresas fornecedoras de água diferentes, a Southwark e a Lambert.
Assim, relacionou os doentes com o local de abastecimento e demonstrou
que a cólera era transmitida pela água fornecida pela empresa Southwark,
que captava água do rio Tâmisa na parte mais poluída, enquanto a Lambert
captava água do rio Tâmisa antes da ejeção de excrementos (JOHNSON, 2008).
As patologias transmitidas pela água aos seres humanos decorrentes da
poluição hídrica podem ser classificadas conforme a forma de transmissão:

 ingestão de água, o que inclui a transmissão fecal-oral;


 contração durante o banho;
 por contato com água e decorrente do aumento de reprodução de vetores
que se reproduzem na água.

Assim, essas doenças resultam da baixa qualidade da água utilizada para beber,
para a higiene e outras finalidades. Entre as patologia estão diversas doenças
entéricas e diarreicas, doenças parasitarias, virais e bacterianas. Além disso,
altas concentrações de nutrientes, como nitratos, podem resultar em patologias
como metemoglobinemia infantil (síndrome do bebê azul), câncer de estomago,
distúrbios de tiroide, defeitos congênitos e distúrbios reprodutivos (BRASIL, 2013).
Diversos contaminantes orgânicos e inorgânicos também exercem impac-
tos na saúde humana, como os metais mercúrio, cobre e zinco, encontrados
naturalmente no meio ambiente. A longa exposição a elevados teores desses
metais pode resultar em consequências diretas aos seres humanos. O cádmio
está relacionado a distúrbios de função renal e fragilização óssea, o que resulta
em fraturas. O mercúrio inorgânico tem sido relacionado a doenças coronárias,
danos renais e distúrbios imunológicos. O chumbo tem sido relacionado com
problemas no desenvolvimento de fetos, vômitos, lesões celebrais, lesões nos
rins, danos ao sistema nervoso, distúrbios sanguíneos e morte. O arsênio, por
sua vez, pode resultar em cânceres e lesões na pele, enquanto o cobre provoca
irritação estomacal, náusea, vômito e diarreia (BRASIL, 2013).
8 Saúde humana e educação ambiental

Poluição do solo
A contaminação do solo afeta direta e indiretamente a saúde humana, seja
pela contaminação decorrente de dejetos humanos, diferentes resíduos sólidos
e utilização de agrotóxicos. O acúmulo de agrotóxicos tem o potencial de
promover a absorção de elementos minerais, sobretudo em solos expostos,
o que reduz seu grau de fertilidade. Se estiverem presentes no solo, nos
alimentos, na água ou no ar, podemos absorvê-los por ingestão, contato
com a pele ou inalação.
No Brasil, a Lei nº. 11.936, de 14 de maio de 2009, proibiu a fabricação, a
importação, a exportação, a manutenção em estoque, a comercialização e o uso
de diclorodifeniltricloretano (DDT) (BRASIL, 2009). Um questão preocupante
era a bioacumulação e biomagnificação do DDT na cadeia alimentar. Inseticidas
organoclorados podem permanecer no solo por mais de três décadas após sua
aplicação. Um dos efeitos no organismo humano é decorrente da atuação no
sistema nervoso central, o que pode resultar em distúrbios sensoriais e da
atividade da musculatura involuntária, perda de equilíbrio e depressão dos
centros vitais, particularmente da respiração. A intoxicação aguda pode levar
a cloracne, cefaleia, doença de Alzheimer, tonturas, convulsões, insuficiência
respiratória, câncer de pâncreas, potencialização de tumores cancerígenos
pré-existentes, câncer de próstata, câncer de mama, câncer de pâncreas e
óbito (GOBBO, 2019).

2 Impactos a longo prazo


Segundo o Ministério da Saúde ([201-?]), a poluição atmosférica afeta a saúde
em proporção à exposição (crônica ou aguda), agravando problemas respirató-
rios, cardíacos e oftalmológicos e potencializando patologias pré-existentes.
Portanto, a poluição atmosférica pode resultar em óbito e hospitalização re-
corrente por patologias respiratórias e cardiovasculares, além de problemas de
fertilidade, congênitos, câncer, restrição do crescimento fetal, etc. Além disso,
esse tipo de poluição pode levar a restrições de crescimento intrauterino quando
o primeiro trimestre da gestação ocorre no período mais seco da temporada.
E quanto maior o nível de poluição, maior a probabilidade de nascimentos de
meninas do que de meninos, devido ao estresse oxidativo gerado que reduz a
motilidade e altera a morfologia dos gametas).
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O Ministério da Saúde ([201-?]) divide os efeitos da poluição na saúde


humana em:

 Problemas de curto prazo (nos dias de alta concentração de poluentes)


— irritação nas mucosas do nariz e dos olhos; irritação na garganta
(com presença de ardor e desconforto); problemas respiratórios com
agravamento de enfisema pulmonar e bronquite.
 Problemas de médio e longo prazos (15 a 30 anos vivendo em locais
com muita poluição) — desenvolvimento de problemas pulmonares e
cardiovasculares; desenvolvimento de cardiopatias (doenças do cora-
ção); diminuição da qualidade de vida; diminuição da expectativa de
vida (em até dois anos); aumento das chances de desenvolver câncer,
principalmente de pulmão.

O relatório de 2019 “Countdown on health and climate change” da revista


Lancet (WATTS et al., 2019) sobre saúde e mudança climática relata efeitos
diversos das alterações climáticas, enfatizando que na última década ocorreram
8 dos 10 anos mais quentes já registrados, com 9 dos 10 anos mais propícios
para a transmissão da dengue registrados desde 2000 e com aumento de 9,9%
na adequação global para difusão de cólera. O aumento da temperatura já re-
sultou em mudanças climáticas e ambientais extremas, com fortes tempestades
e inundações, ondas de calor e secas prolongadas e doenças infecciosas novas
e emergentes, o que trará reflexos à saúde humana, de crianças a idosos. As
consequências fisiopatológicas do aumento de temperatura incluem lesão renal
aguda, exacerbação de insuficiência cardíaca congestiva, estresse, insolação
e, em crianças pequenas, doença renal, desequilíbrio eletrolítico, doença
respiratória e febre (WATTS et al., 2019).
As crianças são as primeiras a sentirem o impacto dessas mudanças devido
a desnutrição ( decorrente da queda da produção), vulnerabilidade a diarreia
e efeitos mais graves da dengue. Já na adolescência, a poluição do ar — prin-
cipalmente causada por combustíveis fósseis e exacerbada pelas mudanças
climáticas — tem reflexo direto na saúde, danificando o coração, os pulmões
e todos os demais órgãos vitais, com efeitos acumulativos que se refletem na
vida adulta em mortes decorrentes da poluição atmosférica. Com o aumento
da frequência e severidade das condições climáticas extremas, as mulheres
estão entre os mais vulneráveis em uma variedade de contextos sociais e
culturais. Em decorrência disso, em 2018, 133,6 bilhões de horas potenciais de
trabalho foram perdidas globalmente. A Índia e a China sofreram os maiores
10 Saúde humana e educação ambiental

aumentos na exposição diária da população a incêndios florestais. Há maior


vulnerabilidade a extremos de calor por populações com 65 anos e condições
médicas pré-existentes (WATTS et al., 2019).
Os efeitos das mudanças climáticas variam de acordo com a localização
geográfica. Efeitos positivos do aumento da temperatura são controversos e,
mesmo que ocorram, são de curto prazo, como na Austrália, onde o benefício
da fertilização com CO2 é pequeno e torna-se inexistente, porque com as fre-
quentes secas a produção agrícola é interrompida e as altas concentrações de
CO2 prejudicam a qualidade dos grãos. A seca prolongada é um determinante
ambiental determinante para a mortalidade prematura, afetando a higiene e o
saneamento, além de resultar em redução da produção agrícola, insegurança
alimentar e desnutrição (WATTS et al., 2019).

3 Educação ambiental
A educação ambiental é uma necessidade em todos os segmentos. Nos noticiários
atuais e recentes — brasileiros ou mundiais — pelo menos um dos temas a seguir
estará presente: epidemia, queimadas, desmatamento, seca e/ou desabasteci-
mento, tráfico de espécies exóticas ou animais silvestres, extinção de espécies,
poluição atmosférica, doenças emergentes ou reemergentes, entre outras ações
antropogênicas que são consequências da exploração irrestrita e irresponsável
do meio ambiente. Isso deixa ainda mais clara a necessidade de se falar sobre as
alterações decorrentes da ação antrópica, com o intuito de formar uma mentalidade
sustentável. No Brasil, a legislação que determina as metas da educação ambiental
é a Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), o que demonstra que a
preocupação em reverter as ações antropogênicas não é recente. Em seu artigo
5º, ela estipula como os objetivos fundamentais da educação ambiental:

I — o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em


suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psico-
lógicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
II — a garantia de democratização das informações ambientais;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a proble-
mática ambiental e social;
IV — o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e respon-
sável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa
da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;
V — o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro
e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente
Saúde humana e educação ambiental 11

equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade,


democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI — o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII — o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solida-
riedade como fundamentos para o futuro da humanidade (BRASIL, 1999,
documento on-line).

Além disso, a legislação divide a educação ambiental em duas vertentes:

 Ensino formal — “Entende-se por educação ambiental na educação


escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de
ensino públicas e privadas” (BRASIL, 1999, documento on-line).
 Ensino não formal — “Entendem-se por educação ambiental não formal
as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade
sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa
da qualidade do meio ambiente” (BRASIL, 1999, documento on-line).

A preocupação com o meio ambiente, a conscientização da relevância da


conservação e as consequências da degradação para a própria saúde humana só
são possíveis com a educação. Portanto, a educação ambiental passou a ser tema
obrigatório e interdisciplinar na educação escolar, sendo enquadrado como matéria
transversal, e não como disciplina específica no ensino formal da educação básica.
Na educação ambiental não formal, as diretrizes, aplicações, normas e crité-
rios ficam no âmbito dos governos estaduais e municipais. A educação ambiental
é um processo contínuo e dinâmico de conscientização, que envolve diversas
instâncias administrativas visando a consolidação no coletivo. De acordo com
o Art. 15 da Lei nº. 9.795 (BRASIL, 1999, documento on-line), são atribuições
do órgão gestor de coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental:

Art. 15 [...]
I — definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;
II — articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e projetos
na área de educação ambiental, em âmbito nacional;
III — participação na negociação de financiamentos a planos, programas e
projetos na área de educação ambiental.

A educação ambiental é de grande relevância em muitas comunidades


ribeirinhas (Figura 2), muitas das quais ocupam as redondezas de nascentes
e áreas de preservação. Nesses locais, a escola pode ser atuante na mudança
de hábitos e valores ambientais.
12 Saúde humana e educação ambiental

Figura 2. Nas comunidades ribeirinhas, a conscientização ambiental é


de extrema importância, pois somente assim seus moradores entendem
a importância de cuidar do meio ambiente ao seu redor.
Fonte: Cruz e Barros (2017, documento on-line).

A Figura 3 retrata a poluição hídrica, que pode ser evitada pela conscien-
tização da importância da água e os efeitos negativos à saúde da população.
Novamente, a educação ambiental pode ser um instrumento eficaz para evitar
ou reduzir a poluição da água.

Figura 3. Exemplo de poluição hídrica.


Fonte: Soffiati (2020, documento on-line).
Saúde humana e educação ambiental 13

Um exemplo de projeto educação ambiental pode ser encontrado na escola rural


municipal Maria Flora Guimarães da Silva, no Pará. A comunidade não entendia a
importância da água filtrada ou fervida e de preservação do rio local, por acreditar
que o rio jamais seca. Assim, foi realizado um trabalho de conscientização tanto
no âmbito de educação ambiental formal quanto não formal (escola e comunidade),
com o projeto Água, um Bem Finito. Toda a comunidade foi convidada a participar,
e as crianças, juntamente com professores, montaram um herbário. Durante seis
meses, estudantes coletaram amostras de água em diversos pontos espalhados
pelo igarapé e relacionaram a cor, a poluição local e o ponto de coleta, facilitando
o entendimento da qualidade da água para o consumo. A comunidade contribuiu
transmitindo conhecimento tradicional e cultural da região, enquanto os especia-
listas ambientais realizaram palestras para moradores, abordando diversos tema,
como água, erosão, assoreamento e poluição (IBRAHIN, 2014).
Outro exemplo interessante foi promovido pela Empresa Brasileira de Pes-
quisa Agropecuária (Embrapa). Em 2010, a entidade criou o Espaço de Educação
Ambiental (EEA), proporcionando à população de Londrina e região, no Paraná,
uma oportunidade de interagir com a natureza e de aprender e se conscientizar
sobre os valores ambientais, vivenciando a história da região. Entre as atividades,
pode-se passear por uma trilha ecológica interpretativa (Figura 4).

Figura 4. Estrutura do espaço EEA da Embrapa em Londrina, Paraná.


Fonte: Embrapa (2017, documento on-line).
14 Saúde humana e educação ambiental

Em agosto de 2015, foi concluído pela Organização das Nações Unidas


(ONU) o plano de ação global para mudar o mundo até 2030, com as negocia-
ções da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),
resultando em 17 objetivos com 169 metas definidas, envolvendo temáticas
diversificadas, com destaque para a educação ambiental (ITAMARATY,
s.d., p. 5–13).

[...] até 2030, garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilida-
des necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre
outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de
vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma
cultura de paz e não violência, cidadania global, e valorização da diversidade
cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.
[...] até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando
despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos,
reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas, e aumentando
substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente.
[...] até 2025, prevenir e reduzir significativamente a poluição marinha de
todos os tipos, especialmente a advinda de atividades terrestres, incluindo
detritos marinhos e a poluição por nutrientes.
[...] reforçar a parceria global para o desenvolvimento sustentável complementa-
da por parcerias multissetorias, que mobilizem e compartilhem conhecimento,
experiência, tecnologia e recursos financeiros para apoiar a realização dos
objetivos do desenvolvimento sustentável em todos os países, particularmente
nos países em desenvolvimento.

Recentemente, ocorreram no Brasil dois eventos de rompimento de barragens, ambos


em Minas Gerais: em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019, na barragem de rejeitos
da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale S.A.; e em Mariana, em no dia 5 de
novembro de 2015, na Barragem do Fundão, da mineradora Samarco, subsidiária da
Vale S.A.
Em Brumadinho, os impactos foram além das mortes, ferimentos e traumas humanos
imediatos, incluindo também alterações e contaminações ambientais, com imensuráveis
impactos sobre a biodiversidade e sobre o ciclos de vetores, hospedeiros e reservatórios
de doenças. Rios inteiros foram atingidos, perturbando toda a organização social e os
tradicionais modos de vida e de trabalho locais, com claros efeitos sobre a saúde das
populações (FREITAS et al., 2019). Na Figura 5, por sua vez, pode ser observada uma
sistematização dos potenciais efeitos relacionados à saúde decorrentes dos impactos
e riscos ambientais causados pelo desastre de Mariana.
Saúde humana e educação ambiental 15

Figura 5. Sistematização dos potenciais efeitos na saúde relacionados aos impactos e riscos
ambientais causados pelo desastre de Mariana.
Fonte: Freitas et al. (2019, documento on-line).

BRASIL. Cuidando das águas: soluções para melhorar a qualidade dos recursos hídricos.
2. ed. Brasília: ANA, 2013. (E-book).
BRASIL. Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui
a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, 27 abr. 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
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Leituras recomendadas
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