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Apontamentos 1ª Frequência de TAEL

Os recursos hídricos são caracterizados em função de:


• Qualidade - os requisitos de qualidade exigidos variam de acordo com a finalidade da utilização dessa
água. As principais atividades responsáveis pela alteração dos parâmetros de qualidade de uma
massa de água são:
o Atividade agrícola (irrigação)-70%;
o Atividade industrialc-22%;
o Atividade doméstica (traduzido em valores de consumo per capita, L/hab dia) -8%.
• Quantidade

Portugal é o segundo país onde se consome mais água per capita, em igualdade com os gregos, ficando só
atrás dos noruegueses. É na Noruega que se encontra a segunda maior reserva de água doce da europa. Em
Lisboa é onde se consome mais água per capita e Viana dp Castelo é a cidade em que menos se consome
água per capita.

Globalmente, os padrões de consumo de água têm aumentado de forma gradual e ininterrupta desde 1980,
aumentando a um ritmo anual de 1%, ou seja, desde 1980 já aumentou 40%. Prevê-se que continue a
aumentar ao mesmo ritmo até 2050.

As pessoas que vivem em países desenvolvidos gastam cerca de 10 vezes mais água que pessoas a viver em
países em desenvolvimento.

Pegada hídrica (PH) – é um indicador ambiental que mede o volume (L ou m3) de água utilizado na cadeia
de produção de um determinado produto ou serviço. (Para reduzir a pegada hídrica, pode-se trocar os
produtos de origem animal pelos de origem vegetal). Os EUA têm a maior pegada hídrica per capita do
mundo (2,483).

A propósito do excesso de consumo que se denota hoje em dia, começam a surgir movimentos de
“decrescimento”, ou seja, movimentos contra o crescimento económico. É importante RRR, diminuir o
consumo de recursos naturais e as repercussões que estes têm nos ecossistemas. Decrescimento – fase de
contração económica planeada e equitativa nas nações mais ricas de forma a alcançar um estado estável
que opera dentro dos limites biofísicos da Terra.

O stress hídrico e a escassez de água constituem uma ameaça para a humanidade que será agravada com o
impacto das alterações climáticas, crescimento da urbanização e aumento populacional. É necessário
equilibrar a necessidade da água entre a irrigação, produção de energia e abastecimento de habitações e
empresas. As secas prolongadas são cada vez mais frequentes na península ibérica e bacia do mediterrâneo,
provocando um impacto relevante nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

O problema da água, do seu uso e gestão dos recursos hídricos disponíveis, não é um problema apenas
quantitativo, enquadrado no seu ciclo biogeoquímico, é também um prolema qualitativo.

A água tem características físico-químicas próprias que afetam e condicionam o seu uso, não se encontra
num estado puro na natureza. A sua presença é indissociável de substâncias estranhas presentes em solução
ou suspensão, isto afeta as suas características e potenciais de utilização.

É importante conhecer as características que a água adquire quando contaminada com impurezas de origem
orgânica e/ou inorgânica para que seja possível determinar o tratamento ao qual é necessário submeter a
água para abastecimento público ou para avaliar os níveis de poluição das massas de água naturais, do ponto
de vista qualitativo.
Do ponto de vista qualitativo, uma massa de água pode ser avaliada em função de parâmetros
organolépticos:
• Cor
o A cor apresentada pela água deve-se às seguintes causas: origem natural inorgânica (devido
à presença de compostos metálicos Fe e Mn); origem orgânica (animal ou vegetal); origem
industrial (devido à descarga de efluentes industriais).
o Cor aparente – cor apresentada pela água antes da remoção das partículas em suspensão;
o Cor verdadeira – coloração que a água apresenta após a remoção, por centrifugação ou
filtração, das partículas em suspensão;
o A água estar límpida não significa que esteja isenta de produtos tóxicos ou perigosos.
• Turvação – característica física da água que traduz a penetração da luz na água, devido à presença
de partículas coloidais e/ou em suspensão de reduzida dimensão que interferem com a penetração
da luz ao absorverem e dispersarem os raios de luz incidentes;
o Pode ser causada por uma enorme variedade de matéria de origem orgânica e/ou inorgânica,
cuja dimensão pode variar desde partículas coloidais até sólidos de maiores dimensões;
o A turvação é medida em turbídimetros;
• Cheiro e sabor – podem resultar da presença de matéria orgânica nomeadamente substâncias
voláteis ou inorgânicas (ex. metais).

São também utilizados para a caracterização qualitativa de uma água os parâmetros físico-químicos:
o Sólidos totais ST – quantificam-se pela pesagem do resíduo seco obtido após evaporação de
um determinado volume de amostra e secagem na estufa a 103-105°C;
Sólidos suspensos SS (mg de peso seco/L) – sólidos que ficam retidos por filtração da
água por um filtro com poros de dimensão nominal de 0,45 a 2 µm. Na legislação
nacional o filtro deve ser de 0,45 µm, podem também ser separados por
centrifugação;
Sólidos dissolvidos SD (mg de peso seco/L) – fração da amostra de água que passa
através do filtro de 0,45 a 2 µm
Sólidos voláteis SV e sólidos fixos SF (mg de peso seco/L):
• SV – sólidos de natureza orgânica, volatizam-se a temperaturas de 550°C
• SF – resíduo que permanece após calcinação, parte inorgânica dos sólidos
presentes na água.
Sólidos suspensos que sedimentam (SSsed) (ml de SSsed/L)– sólidos suspensos que
sedimentam ao fim de 1h.
o pH – parâmetro que avalia a concentração de iões H+ na água, traduzindo assim o seu
carácter ácido, neutro ou alcalino. Considerado um parâmetro de qualidade muito
importante das águas naturais pois influencia o desenvolvimento de vida aquática;
o Dureza – varia geograficamente pela natureza geológica dos terrenos que a água atravessa e
tem contacto. Uma água dura está associada a zonas com solos de natureza calcária ou
dolomítica. A dureza resulta da presença de uma mistura de catiões e aniões, é causada pela
presença em solução de iões metálicos polivalentes. Uma água dura é prejudicial e pode
provocar incrustações e depósitos calcários em condutas, sendo um fator económico
desfavorável;
Dureza total – soma das concentrações de Ca2+ e Mg2+ expresso em mg CaCO3 /L
(Dureza Total = Ca2+ + Mg2+)
Classificação das águas em função da sua dureza:
o Oxigénio dissolvido – a solubilidade do oxigénio depende de diversos fatores, principalmente
a pressão atmosférica, temperatura e salinidade. À medida que a temperatura e salinidade
aumentam, a solubilidade do oxigénio diminui. Uma baixa solubilidade e/ou concentração de
oxigénio na água limita a autodepuração das águas naturais pois limita as reações de
degradação da matéria orgânica quer por via abiótica quer por via biótica (pois os organismos
que realizam a depuração da água não têm oxigénio suficiente para manter a atividade
metabólica). O oxigénio dissolvido varia consoante a origem da água, as águas superficiais
não poluídas podem conter quantidades apreciáveis de oxigénio, as águas subterrâneas
profundas têm menores concentrações. Uma água superficial de boa qualidade apresenta
8-9 mg/L de oxigénio dissolvido (DL 236/98). Pouco poluída (6,7-8), moderadamente poluída
(4,5-6,7), muito poluída (4-4,5), fortemente poluída (inferior a 4);
o Nutrientes vegetais (N, P, etc...)
Azoto (N) – a presença de compostos azotados numa água é geralmente indicadora
de poluição. Elevada concentração de azoto em massas de água está associado ao
excessivo desenvolvimento de algas, principalmente na primavera e verão como
consequência das temperaturas elevadas e forte luminosidade, podendo causar
graves problemas no tratamento das águas. Este problema é agravado se para além
do azoto, as águas tiverem também elevadas concentrações de fósforo. As águas têm
sido enriquecidas em nutrientes, direta ou indiretamente por atividades humanas,
levando à degradação dos sistemas aquáticos.

Ainda podemos caracterizar a água do ponto de vista qualitativo, avaliando os parâmetros microbiológicos:
• As águas naturais podem conter grande quantidade e diversidade de microrganismos, alguns podem
ser patogénicos, mas a grande maioria não apresenta riscos para indivíduos saudáveis. A
microbiologia de uma água é muito importante do ponto de vista de saúde pública, a monitorização
e deteção de alguns microrganismos é um teste qualitativo a realizar em águas naturais e/ou
tratadas.
• As principais fontes de contaminação microbiológica da água são matéria fecal de origem humana
ou animal. Esta contaminação pode ser o resultado de descargas em massas de água de efluentes
urbanos deficientemente tratados.

É necessário que haja legislação que defina e limite os parâmetros físico-químicos e microbiológicos ao qual
uma água deve obedecer, principalmente se a finalidade for o consumo público de forma a salvaguardar a
saúde pública e definir o tratamento a que essa água será sujeita antes da sua distribuição na rede pública.

A legislação deve refletir o progresso científico e técnico, pelo que a sua revisão periódica é fundamental,
foi necessário alinhar com as atualizações mais recentes, o modelo de regulação da qualidade da água em
Portugal, com novas diretivas europeias (diretivas 2013/51/EURATOM e 2015/1787).

• Decreto-Lei 152/2017 – define regras sobre o controlo da qualidade da água para consumo humano
(para beber, cozinhar, preparar alimentos, higiene pessoal e outros fins domésticos; indústria
alimentar para fabricar, transformar, conservar ou comercializar produtos para consumo humano,
ou limpar superfícies, objetos e materiais em contacto com alimentos), tendo como objetivo proteger
a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da contaminação da água com pesticidas e
respetivos metabolitos, e assegurar a disponibilidade de águas salubre, limpa e equilibrada na sua
composição. Concede maior importância ao controlo de parâmetros microbiológicos dado o seu
impacto na saúde pública.
o Parte I – Parâmetros microbiológicos
o Parte II – Parâmetros químicos (total de 26 parâmetros)
Acrilamida – usado na preparação das poliacrilamidas iónicas e não iónicas que são
adicionadas como adjuvantes nos processos de tratamento de águas (fonte principal
de contaminação da água com poliacrilamida). É carcinogénica.
Metais (Cd, Cu, Pb, Cr, Hg, Ni) – tóxicos em reduzidas concentrações para humanos,
vegetais e animais. Cu é muito tóxico para a vida aquática, é usado como algicida.
Metalóides (As, Sb, B) – o arsénio (As) é muito tóxico na sua forma inorgânica, pode
causar cancro, lesões na pele, doenças cardiovasculares e diabetes. O antimónio (Sb)
pode causar problemas respiratórios graves, problemas cardíacos e gastrointestinais.
O boro (B) provoca distúrbios gastrointestinais e irritabilidade.
Selénio (Se) – pode provocar distúrbios gastrointestinais e problemas de pele.
Nitratos – usado em fertilizantes inorgânicos, atinge as águas superficiais e
subterrâneas como consequência da atividade agrícola e descarga de águas residuais.
Nitritos - usado como conservante de alimentos. Causador de cianose e em
concentrações mais elevadas, asfixia. É particularmente perigoso para recém-
nascidos.
Trihalometanos (THMs) – são subprodutos da desinfeção por cloro. Incluem-se nos
THMs o clorofórmio (CHCl3), bromodiclorometano (CHBrCl2), dibromoclorometano
(CHBr2Cl2) e bromofórmio (CHBr3). Os THMs são potenciais cancerígenos.
Pesticida individual – 0,10 µg/L ; Pesticidas (total) – 0,50 µg/L.
Quando uma água é captada em zonas de prática agrícola extensa, deve ser feita uma
pesquisa dos pesticidas associados a essa prática, as entidades gestoras devem
controlar os pesticidas cuja presença seja provável numa determinada zona de
abastecimento. A lista de pesticidas a controlas pelas entidades gestoras é fixada em
articulação com a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e a APA.
o Parte III – Parâmetros indicadores (total de 28 parâmetros)
Recorre-se com frequência à contagem do número de colónias que se desenvolvem
em gelose nutritiva a 36°C e 22°C, pois este intervalo engloba um largo espectro de
microrganismos heterotróficos. Nas águas de origem bruta este tipo de
microrganismos é normalmente detetado em grande quantidade e varia muito com o
local de recolha da amostra.
Os microrganismos detetados neste espectro incluem organismos sensíveis aos
processos de desinfeção, bactérias coliformes, organismos resistentes a processos de
desinfeção (ex. formadores de esporos), organismos que rapidamente proliferam na
água tratada na ausência de desinfetante residual.
Alguns destes organismos têm a capacidade de se multiplicar na água e nos biofilmes,
os principais fatores para o seu crescimento são a temperatura, disponibilidade de
nutrientes, ausência de desinfetante e estagnação da água. Têm pouco valor como
indicador da presença de patogénicos, mas é útil na monitorização operacional como
indicador da eficiência do tratamento, desinfeção, higienização, integridade do
sistema de distribuição e monitorização da presença de biofilmes.
Microcistinas – substâncias químicas produzidas por cianobactérias, podem ser
altamente tóxicas para animais e humanos.
Oxidabilidade – permite a determinação indireta do teor de matéria oxidável.
Estimativa da matéria orgânica presente na água e da matéria inorgânica oxidável nas
condições do teste.
DI – deteção de radioatividade na água destinada ao consumo humano. As estratégias
podem incluir o rastreio de determinados radionuclídeos ou de um radionuclídeo em
particular sempre que possam estar presentes fontes naturais ou artificias de
radioatividade.
o Parte IV – Controlo da dose indicativa (deteção de radioatividade na água destinada ao
consumo humano)
Para assegurar o cumprimento dos valores paramétricos do decreto-lei 152/2017 a entidade gestora
da ETA é obrigada a cumprir ações de controlo denominadas controlo de rotina 1 (parâmetros
microbiológicos), controlo de rotina 2 (parâmetros microbiológicos, químicos e indicadores),
controlo de inspeção (mais completo). O número de ações anuais obrigatórias depende do caudal de
água produzida. A entidade fiscalizadora é a ERSAR e emite o Relatório Anual dos Serviços de Água e
Resíduos em Portugal (RASARP)

• Lei da Água (Diretiva 2000/60/CE) – estabelece um quadro de ação comunitária no domínio da


política da água, designada resumidamente por Diretiva-Quadro da Água (DQA). A DQA recomenda
uma abordagem abrangente e integrada de proteção e gestão sustentável dos recursos hídricos,
tendo em vista o alcance do bom estado de todas as águas da EU em 2027. Lei comunitária que
preserva todos os cursos de água da Europa (rios, ribeiros, lagos, zonas húmidas e águas
subterrâneas), mas que está a ser atualmente ameaçada por vários estados-membros que a querem
alterar. Nesta diretiva, a água deixa de ser encarada como um produto comercial e passa a ser
encarada como património que deve ser protegido, defendido e tratado como tal. Pretende evitar o
aumento da degradação dos ecossistemas naturais, proteger e promover consumos de água
sustentáveis, reduzir a contaminação de águas subterrâneas e mitigar os efeitos das alterações
climáticas.
o Na lei quadro da água tenta-se a nível do território europeu:
Definir a qualidade dos recursos hídricos e gerir a água da melhor forma;
Definir conjuntamente zonas protegidas;
Definir medidas para manter e melhorar a qualidade dos recursos hídricos;
Definir possíveis fontes de contaminação e reduzir ou anulá-las;
Definir incumprimentos e sanções respetivas.
Os estados-membros devem alcançar o objetivo de um bom estado das águas tendo em conta as
exigências comunitárias em vigor. Nos casos em que o estado da água já seja bom, esse estado deve
ser mantido.
Para as águas subterrâneas deverão identificar e reverter qualquer tendência significativa e
persistente do aumento da concentração de poluentes.
O DQA é o principal instrumento da Política da União Europeia relativa à água e estabelece um
quadro de ação comunitária para a proteção das águas de superfície interiores, das águas de
transição, das águas costeiras e das águas subterrâneas.

Conceitos para entender a legislação:

Qualidade da água para consumo humano – característica dada pelo conjunto de valores dos parâmetros
físicos, químicos e microbiológicos de uma água que permitem avaliar a sua adequação para determinados
usos diretos ou potenciais.

Norma ou padrão de qualidade da água – valores dos parâmetros físicos, químicas e microbiológicos que
definem uma qualidade da água aceite como adequada para determinado uso.

Controlo – conjunto de ações de avaliação da qualidade da água realizadas com carácter regular pelas
entidades gestoras, com vista à manutenção permanente da sua qualidade em conformidade com a norma
ou padrão estabelecido legalmente.

Entidade gestora de sistema de abastecimento público em alta – a entidade responsável por um sistema
destinado no todo ou em parte, ao represamento, à captação, à elevação, ao tratamento, ao
armazenamento e à adução de água para consumo público.
Entidade gestora de sistema de abastecimento público em baixa – entidade responsável por um sistema
destinado, no todo ou em parte, ao armazenamento, à elevação e à distribuição de água para consumo
público aos sistemas prediais, aos quais liga através de ramais de ligação.

ETA (estação de tratamento de águas) – estação de tratamento de água para consumo humano, na sua
forma mais simples é constituída apenas por desinfeção.

Parâmetros indicadores – os parâmetros cujo valor deve ser considerado como valor guia.

Parâmetros obrigatórios – parâmetros cujo valor não pode ser ultrapassado.

Valor paramétrico – o valor máximo ou mínimo fixado para cada um dos parâmetros a controlar, tendo em
atenção o disposto no respetivo decreto-lei.

Fiscalização – conjunto de ações que permitem verificar o cumprimento da legislação referente à qualidade
da água para consumo humano.

Autoridade competente – a Entidade Regulador dos Servições de Águas e Resíduos (ERSAR), é a entidade
competente para a coordenação e fiscalização da legislação aplicável a águas de consumo (DL 152/2017).

População servida – nº de habitantes ligados a um sistema de abastecimento, no âmbito de uma zona de


abastecimento.

Ponto de amostragem – local onde é efetuada a colheita da amostra de água para verificar a sua
conformidade, nos termos definidos no respetivo decreto-lei.

Microrganismos indicadores de poluição de uma água – podem estar presentes em grande número nas
fezes humanas e/ou de animais. Juntamente com microrganismos patogénicos são ainda libertados
microrganismos não patogénicos ou de patogenia limitada, pelo que a presença ou ausência desses
microrganismos numa amostra pode indicar se a água sofreu ou não contaminação de origem fecal, ou seja,
se apresenta o perigo de conter microrganismos fecais patogénicos. Tipicamente utilizam-se organismos
encontrados em elevadas concentrações no trato gastrointestinal e fezes de seres humanos, mamíferes
homeotérmicos e normalmente não são patogénicos.
• De acordo com o decreto-lei 152/2017, E. coli é usado no controlo da qualidade da água como
indicador de contaminação fecal, é um coliforme de origem fecal e habita no trato intestinal do
Homem e outros animais de sangue quente. Enterococos são bactérias muito robustas que se podem
colonizar em ambientes muito diversos, a maioria faz parte da flora intestinal de mamíferos, répteis,
pássaros e outros animais, por isso certas espécies de enterococos é utilizada para avaliar a presença
de contaminação fecal.
Critérios para que determinado organismo seja considerado como indicador ideal de poluição de uma
água – para além estarem presentes em grande número nas fezes humanas e/ou de animais a escolha dos
indicadores de qualidade microbiológica de uma água, tem de obedecer aos seguintes critérios:
1. A análise do microrganismo indicador deve ter uma metodologia padronizada e específica para o
microrganismo e suficientemente sensível para detetar níveis baixos do indicador;
2. A análise do microrganismo indicador deve ser rápida, inequívoca e de baixo custo;
3. O microrganismo indicador deve estar presente, sempre que microrganismos fecais patogénicos
possam estar potencialmente presentes, e em quantidade superior aos patogénicos;
4. O microrganismo indicador deve ser mais resistente aos agentes desinfetantes que os
microrganismos patogénicos (deve sobreviver mais tempo);
5. Não deve reproduzir-se na água (para não causar sobre-estimativas da poluição);
6. O microrganismo indicador deve ser não patogénico ou ter patogenia limitada.

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