Você está na página 1de 12

2 QUÍMICA DA ÁGUA

2.1 Abundância versus escassez

O planeta terra, também chamado de planeta azul, 71% da sua superfície é água. A água
está presente também na constituição dos seres vivos, pois, é o maior constituinte dos
fluidos dos seres vivos. O ser humano apresenta em média, 65% em massa de água, na
sua constituição, cuja distribuição varia conforme o tecido.

Embora o nosso planeta seja constituído maioritariamente por água, 97,4% dessa água é
salgada. Da água doce existente, 2,57% encontra-se em geleiras continentais e nas calotas
polares, com destaque para a Groenlândia e Antártida (que contêm juntas mais de 99%
de todo o volume de gelo do planeta) e águas subterrâneas, apenas 0,03% está disponível
para o consumo humano.

A quantidade de água absoluta no planeta é enorme e constante. Contudo, o factor


significativo que a torna tão importante é a distribuição da pequena fracção de água doce
disponível sobre o continente. Por fatores climáticos, várias regiões da Terra,
chamadas áridas, têm uma deficiência nos recursos hídricos causada pela baixa
precipitação. Diminuições temporárias na precipitação de uma determinada região, por
sua vez, caracterizam a seca que ocorre de forma imprevisível e causa diminuição
significativas na disponibilidade hídrica local. Por esses e outros factores, diz-se que a
água é abundante, mas escassa, não pondo a parte o facto de acções humanas que em geral
agravam a escassez hídrica.

2.2 Ciclo da água

A água circula pela atmosfera e litosfera através de um ciclo hidrológico. A radiação solar
incidente sobre os oceanos fornece energia suficiente para que ocorra a evaporação,
passando assim a formar parte da atmosfera e circular conforme os ventos dominantes.
Ao atingir camadas mais frias, o vapor se condensa, formando nuvens, aglomerações de
gotículas de água líquida ou mesmo gelo. O vento transporta as nuvens para outras
regiões, onde, sob certas condições, ocorre a precipitação sob a forma de chuva, granizo
ou neve. este é o ciclo da água.

P á g i n a 1 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

2.3 Poluição da água

A poluição é a libertação de elementos, radiações, ruídos, substâncias ou agentes


contaminantes que prejudicam a vida na terra.

Como já foi realçado, a água é abundante, mas somente uma pequena fração encontra-se
disponível para o uso e exploração direta. Nas últimas décadas, o problema da poluição
hídrica tem-se tornado cada vez mais significativo, de forma a comprometer parte dos
recursos já limitados. As características da água que a fazem tão essencial para a vida
também tendem a torná-la susceptível à poluição, quando por intermédio de causas
naturais e atividades humanas adquire substâncias, partículas e micro-organismos que a
tornam imprópria para o consumo humano, para a produção de alimentos e prejudicial ao
meio ambiente. A poluição das águas pode ser de varias origens, tais como:

Poluição biológica: é designada por contaminação e resulta da presença de micro-


organismos patogénicos causadores de morte, especialmente na água de beber. Causada
pela introdução de bactérias, vírus ou parasitas, bem como algas e plantas aquáticas no
bem precioso. A desinfecção com coro seguida de filtração, promove a purificação destas
águas.

Poluição sedimentar: causada pelo descarte de resíduos sólidos na água, ou seja resulta
da acumulação de material em suspensão, partículas de solos e químicos orgânicos ou
inorgânicos, insolúveis, arrastados pelas águas de escorrimentos ou pelas chuvas. Estes
poluentes de diversas maneiras, até pelo simples impedimento a passagem da luz solar.

Poluição térmica: é causada pelo descarte de fluidos a uma temperatura relativamente


alta ou baixa, em relação a temperatura ambiente. Ocorre também muitas vezes pelo
aquecimento local de um curso de águas residuais, usadas em processos de arrefecimentos
industriais ou de centrais térmicas.

Poluição química: causada pelo descarte de substâncias tóxicas e não só, capazes de
danificar o meio em questão.

 A poluição biológica pode ser eliminada uma simples fervura (nos casos mais
simples);
 A poluição sedimentar é facilmente detetável a vista desarmada. Já existem
técnicas sofisticadas e variadas, usadas para a remoção destes sedimentos, tais

P á g i n a 2 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

como filtração, sedimentação por gravidade, ou coagulação (por adição de


Al2SO4);
 A térmica tem pouco efeito na potabilidade da água;
 A química tem efeitos mais subtis e complexos, que podem levar muito tempo a
se fazer sentir com as consequências que daí advêm. Os poluentes químicos
incluem compostos inorgânicos, desde iões comuns até metais tóxicos,
e orgânicos, como detergentes e óleos.

2.3.1 Alguns efeitos da poluição

2.3.1.1 Efeitos da poluição em correntes de rios e lagos

É difícil imaginar o elevado número de alterações produzidas ao longo de uma corrente


de água, quando num certo ponto desta se despeja um material orgânico, como um esgoto
sem tratamento prévio.

A medida que os materiais orgânicos decompõem-se, a quantidade de oxigénio


consumida por esse processo eleva-se e consequentemente, baixa o teor de oxigénio
dissolvido.

Felizmente, na maioria dos casos, as correntes de águas incluindo os rios recuperam


rapidamente dessas condições de carência de oxigénio, combinando a diluição com o
decréscimo de bactérias. Isto só acontece se as concentrações de poluentes não for
excessivo e se o caudal não for reduzido.

Lentamente, poluentes degradáveis e não degradáveis são eliminados por estes processos
naturais: diluição e degradação. Mas, nem sempre a recuperação é tão fácil, porque “a
velocidade de rastejamento natural da água, por vezes, não consegue ser suficientemente
elevada para evitar uma total coerência de oxigénio”. Quando isso acontece diz-se que
a tornou-se anaeróbica.

Em qualquer das situações é fácil concluir que o tempo e a distancia de recuperação de


todo ecossistema depende:

 Do caudal da corrente;
 Da temperatura;
 Do pH.

P á g i n a 3 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

2.3.1.2 Efeitos da poluição em correntes de mares

Os oceanos têm concebido diluir, dispersar e degradar grandes quantidades de esgotos


não tratados, lamas, petróleo, e alguns efluentes industriais quando lançados em águas
profundas.

A vida marinha, embora afectada por essas adiçcões, tem recuperado melhor que do que
os cientistas esperavam. Este facto descansou os políticos que trocaram os aterros e as
queimas pelo lançamento de desperdícios, resíduos industriais tóxicos e/ou radioactivos
em zonas profundas dos oceanos. O mar era o receptor do esgoto por excelência.

A água salgada é um sistema químico-biológico complexo que em milhões de anos,


praticamente, não alterou a sua composição. Por esta razão os animais marinhos
tornaram-se mais sensíveis as agressões ambientais.

Além das descargas poluentes premeditadas, ocorrem acidentes como por exemplo,
derrames de petróleo e seus derivados, que produzem outros tipos de efeitos, desde a
morte de organismos aquáticos, de pequenos animais como caranguejos, moluscos,
corais, passando pelas aves marinhas que mergulham, até aos mamíferos como as baleias,
leões-marinhos, entre outros.

Estes acidentes assumem proporções de autênticos desastres ecológicos muito


dificilmente superados. O explorador francês Jaques Cousteau alertou frequentemente
para o seguinte:

“A verdadeira sobrevivência da espécie humana depende da manutenção de um oceano


vivo e limpo em toda sua extensão. O oceano é o sinto de segurança do planeta”

P á g i n a 4 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

2.4 Uso da água no mundo

A utilização da captada varia de região para região ou de país para país. Nos países
industrializados o consumo de água para fins domésticos é muito superior aos países em
via de desenvolvimento. Ao maior consumo corresponde ao maior aumento de água
desperdiçada e de água a necessitar de tratamento.

2.4.1 Categorias de águas

Segundo artigo 2 do decreto-lei nº 74/ 90 de 7 de Março, são definidas as seguintes


categorias de águas:

a) Água para consumo humano:

 Águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo humano;


 Águas doces subterrâneas destinadas à produção de água para consumo humano;
 Água de abastecimento para consumo humano;

b) Águas para suporte da vida aquícola:

 Águas doces superficiais para fins aquícolas - águas piscícolas;


 Águas do litoral e salobras para fins aquícolas - águas conquícolas;
 Águas doces e salobras de bacias naturais ou artificiais utilizadas para criação
extensiva, semi-intensiva ou intensiva de espécies aquícolas;

c) Águas para rega:

 Águas para rega de culturas hortícolas que possam ser ingeridas cruas e frutas que se
desenvolvam junto ao solo e sejam ingeridas cruas sem remoção de casca;
 Águas para rega de culturas arbustivas, cerealíferas e forrageiras;

d) Águas para utilização recreativa:

 Águas para utilização recreativa com contacto directo;


 Águas para utilização recreativa com contacto indirecto;
P á g i n a 5 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

e) Águas doces superficiais sem utilização especificada - qualidade mínima;


f) Águas de transporte e descarga de resíduos - águas residuais.

Água potável: é definida como sendo a água própria para o consumo humano, á água q
acarreta em si um conjunto de parâmetros físicos e químicos que a tornam própria para o
consumo humano.

As águas dos mares e rios que passa para atmosfera por transpiração é chamada se água
de superfície.

As ligações hidrográficas, também chamadas de bacias de drenagens, são áreas de terras


que drenam até água de superfície para grandes extensões. Água que corre da terra para
estas bacias é chamada água de escorrimento.

Parte da água de precipitação infiltra-se no solo e enche os poros das rochas e da terra,
acumulando – se na área superficial, a qual se chama zona de saturação, esta água
designa-se por águas de profundidade.

O lençol de água é a superfície superior da zona de saturação e reduz-se em tempos seco


e aumenta em tempo húmido.

Aquíferos: são solos porosos ou rochosos, semipermeáveis, através dos quais a água flui
em quantidades economicamente significativa. A maior parte destes aquíferos é
absorvido naturalmente pela precipitação, filtrando a água através do solo (água de
descarga natural).

2.5 ETAPAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA

O conceito de potabilidade implica o atendimento a padrões mínimos exigidos para que


a água a ser consumida não seja transmissora de doenças aos seres humanos. O tratamento
da água tem por finalidade melhorar a qualidade da água de abastecimento ao público,
atendendo diversas finalidades:

Higiênicas - remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros micro-organismos, de


substâncias nocivas, redução do excesso de impurezas e dos teores elevados de compostos
orgânicos;

Estéticas - correção da cor, sabor e odor;

P á g i n a 6 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

Econômicas - redução de corrosividade, cor, turbidez, ferro, manganês, sabor, odor.

Entende-se por água tratada como a água submetida a processos físicos, químicos ou
combinação destes, visando atender aos padrões de potabilidade.

Sistema de Abastecimento de Água

O sistema de abastecimento de água é composto por:

Manancial: fontes de água superficiais ou subterrâneas que são usadas para


abastecimento humano.

Captação: é a primeira unidade do sistema de abastecimento de água. Responsável por


coletar de modo adequado a água do manancial, também chamada de água bruta.

Adutora: é a tubulação de grande diâmetro usada para a condução da água do ponto de


captação no manancial até a Estação de Tratamento de Água (adutora de água bruta), e
da Estação de Tratamento de Água até os reservatórios de distribuição (adutora de água
tratada).

Estação Elevatória: é o conjunto das instalações e equipamentos de bombeamento,


destinados a transportar a água a pontos mais distantes ou mais elevados, ou para
aumentar a vazão de linhas adutoras.

 Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB): transporta água bruta do manancial até a
Estação de Tratamento de Água

 Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT): transporta água tratada da Estação de


Tratamento de Água até os reservatórios ou pontos mais elevados da rede de distribuição.

Estação de tratamento: unidade industrial responsável pela purificação da água bruta


coletada no manancial, seguindo critérios de qualidade especificados na legislação.

Reservatório: grandes caixas de concreto onde fica reservada a água após tratamento.

Rede de distribuição: adutoras, tubulações e encanamentos por onde se distribui a água


tratada para a população.

P á g i n a 7 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

Figura 1 - Ciclo de Tratamento da Água.

2.5.1 Etapas do Tratamento de Água e Produtos Químicos utilizados

A água antes de ser tratada (água bruta) possui um aspecto turvo e com coloração que vai
do amarelo ou marrom claro ao marrom escuro. Quem proporciona turbidez à água são
partículas de material que ficam em suspensão (argila, areia, micro algas, etc.). A
coloração da água é provocada por substâncias orgânicas dissolvidas ou finamente
divididas. Na estação de tratamento da água essas substâncias são removidas de maneira
a tornar a água própria para o consumo humano.

Figura 2 - Água Coletada/Tratada.

O tratamento da água está dividido em várias etapas, as quais, serão conhecidas abaixo:

1ª Etapa: Coagulação

Produto químico adicionado: Sulfato de Alumínio ou Cloreto de Polialumínio (PAC).


P á g i n a 8 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

Na etapa da coagulação o primeiro produto químico que entrará em contato com a água
é um coagulante, como o Sulfato de Alumínio ou o Cloreto de Polialumínio (PAC). Seu
objetivo é aglomerar as partículas para que, aderindo umas às outras, formem flocos. Essa
etapa ocorre no tanque de mistura rápida.

2ª Etapa: Floculação

Produto químico adicionado: polímero catiónico, aniónico ou neutro.

Após a coagulação, a água é direcionada ao floculador, onde é adicionado o polímero,


que é um auxiliar da floculação. É um composto químico de grande cadeia molecular que
auxilia a aumentar o tamanho dos flocos que ganham peso no floculador. Dependendo da
característica química da água, escolhe-se qual polímero será usado (catiónico, aniónico
ou neutro). Para algumas águas não é necessária sua adição no floculador. Esta etapa
ocorre num tanque de mistura, com agitação leve.

3ª Etapa: Decantação ou Flotação

Não é adicionado produto químico nessa etapa do tratamento.

Essa etapa promove a remoção dos flocos formados. A água floculada passa para um
próximo tanque onde ocorrerá o processo decantação em que esses flocos que cresceram
no floculador se depositarão no fundo do decantador pela ação da gravidade para depois
serem removidos.

Uma outra alternativa para a decantação é a flotação. Ao contrário da decantação, onde


os flocos vão para o fundo do tanque pela força da gravidade, na flotação os flocos são
arrastados para a superfície do tanque devido a adição de água com microbolhas de ar que
fazem os flocos flutuarem para depois serem removidos. A utilização de um decantador
ou de um flotador em uma ETA, depende das características da água bruta a ser tratada.

4ª Etapa: Filtração

Não é adicionado produto químico nessa etapa do tratamento.

Os filtros são tanques compostos por camadas de seixos (pedras), areia, e carvão antracito.
Na filtração, o restante dos flocos que não foram removidos na etapa de decantação (ou
flotação) será retirado.

P á g i n a 9 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

Essa etapa é importante não só para remover a turbidez da água, mas nela também inicia
a remoção de microrganismos patogênicos. A filtração é uma barreira sanitária do
tratamento, pois não se pode garantir uma adequada segurança da água com relação à
presença de patogênicos, se ela não passar pelo filtro.

Após a filtração a água seguirá para o tanque de contato onde ocorrerão as etapas finais
do tratamento.

5ª Etapa: Desinfecção

Produto químico adicionado: Cloro (Cl)

Após a filtração, alguns microrganismos patogênicos podem ainda estar presentes na


água. Para removê-los, utiliza-se cloro como desinfetante. Normalmente a água tratada
deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,2 mg/L.

Além do Cloro, há a possibilidade de utilização de outros agentes desinfectantes, citados


em ordem de frequência: Ozônio, luz ultra- violeta e iões de prata.

6ª Etapa: Fluoretação

Produto químico adicionado: Ácido Fluossilícico (H2SiF6)

O ácido fluossilícico libera na água o fluoreto, forma iônica do elemento químico flúor,
um dos responsáveis pelo declínio da cárie dentária.

As bactérias presentes na placa dental produzem ácidos que removem os minerais dos
dentes (desmineralização) deixando-os vulneráveis à cárie. Porém, quando ingerimos
água fluoretada desde a infância, esse fluoreto passa a fazer parte do organismo e aumenta
sua concentração no sangue e na saliva, participando do processo de recomposição dos
minerais dos dentes (remineralização) tornando-os resistentes à cárie. Normalmente o
teor de flúor utilizado na água é de 0,6 a 0,8 mg/L.

7ª Etapa: Neutralização ou correção do pH

Produto químico adicionado: Cal Hidratada (Ca(OH)2)

A Cal hidratada ou hidróxido de cálcio é um produto químico utilizado no tratamento de


água para correção do pH (potencial de hidrogênio). Durante o tratamento, a água entra
em contato com produtos químicos que conferem característica de acidez à água e isso
precisa ser corrigido.
P á g i n a 10 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

O pH é uma escala que varia de 0 a 14 sendo 7 o ponto neutro que indica que uma
substância não é ácida nem alcalina. Números acima de 7 indicam alcalinidade e abaixo
de 7 indicam acidez. O objetivo da adição da Cal no tratamento de água é estabilizar o
pH para que fique o mais próximo do indicador 7.

Segundo o artigo 25º do Decreto Presidencial de 16 de Outubro de 2011, foram definidos


os seguintes parâmetros de qualidade para água para consumo humano:

P á g i n a 11 | 12
QUÍMICA DA ÁGUA TÉCNICAS DE LABORATÓRIO

VMA: Valor máximo admitido.

VMR: Valor máximo Recomendado.

Classe A1: Tratamento físico e desinfecção.

Classe A2: Tratamento físico e químico e desinfecção.

Classe A3: Tratamento físico e químico de afinação e desinfecção.

P á g i n a 12 | 12

Você também pode gostar