Você está na página 1de 34

REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO MÉDIO TÉCNICO SÃO BENEDITO

PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL (P.A.P)

ESTUDO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO POLIETILENO

Orientador

_________________________

Prof. Milton Pereira

LUANDA

2023/2024
INSTITUTO MÉDIO TÉCNICO SÃO BENEDITO

COORDENAÇÃO DO CURSO DE PETROQUÍMICA

PROVA DE APTIDÃO PROFISSIONAL (P.A.P)

CASO DE ESTUDO: FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

ORIENTADOR:

Prof. Milton Pereira

LUANDA

2023/2024
FOLHA DE ROSTO

Nome completo N˚ Foto


Alberto Lucas

Amélia Salonombo

Arcanjo Mendes

Aristóteles Cristovão

Arnaldo Artur

Celio Lungoma
EPÍGRAFE

I
DEDICATÓRIA

II
AGRADECIMENTOS

III
INTRODUÇÃO

Actualmente é impossível pensar no desenvolvimento da sociedade sem uso dos plásticos, são
um dos materiais mais usados na sociedade como também o mais descartado atualmente. O
polietileno é um dos plásticos mais comuns também no cotidiano, usado na indústria para
fabricar diversos produtos como: embalagens de alimentos líquidos e sólidos, embalagens
para produtos farmacêuticos e hospitalares, fraudas descartáveis, absorventes, brinquedos,
baldes, bacias e outros produtos.

O processo de produção do polietileno é muito poluente pois durante processo há emissão dos
gases metano e etileno em grandes quantidades na atmosfera o que tem contribuído para a
poluição atmosférica e o efeito estufa.

De modo geral o polietileno é de origem fóssil, obtido a partir do petróleo, mas actualmente
devido o conceito de sustentabilidade tem surgido outras maneiras de obter diversos produtos
ocasionando assim o surgimento do polietileno verde obtido de através da cana-de-açúcar,
existem diferenças na matéria e processo de obtenção do polietileno podendo gerar polietileno
com características diferentes, por serem obtidos de maneiras diferentes podem surgir
comparações de custos económicos como também de questões ambientais para saber qual dos
métodos é mais viável para sociedade.

Com um estudo ou uma análise das metodologias de obtenção poderia se ter uma noção de
custos económicos de cada processo e uma análise de matérias descartados como também de
emissões na atmosfera durante os processos de obtenção do polietileno.

IV
CAPÍTULO - I

PROBLEMATIZAÇÃO DO PROJECTO

V
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

VI
1.2 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES

VII
1.3 JUSTIFICATIVA

VIII
1.4 OBJECTIVOS DE ESTUDO

1.4.1 Objectivo Geral


Comparar os métodos de produção do polietileno.

1.4.2 Objectivos Específicos


 Apresentar os conceitos gerais do polietileno;
 Identificar as propriedades dos diferentes tipos de polietileno;
 Descrever as diferentes metodologias de obtenção do polietileno;
 Determinar quais metodologias de obtenção dispõe de menos custos económicos e
repercussões ambientais.

IX
X
CAPÍTULO - II

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1
2.1 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS

2
2.2 REFERNCIAL TEÓRICO

2.2.1 ESTUDO DOS POLIETILENOS

2.2.1.1 História do polietileno

Entre os muitos desenvolvimentos importantes na tecnologia química durante o último século,


um dos mais importantes é o uso em larga escala de materiais sintéticos poliméricos, ou mais
popularmente conhecidos como plásticos, e o polietileno é um deles. Em menos de cinco
anos, e mais precisamente a partir de 1930, três novos materiais poliméricos que desde então
tiveram um grande impacto em nossa existência, foram descobertos como resultados
inesperados de um projeto de pesquisa. Eles são:

• Policloropreno (nome comercial Neoprene), 17 de abril de 1930, o primeiro projeto de


pesquisa sintética elastômero mais semelhante à borracha natural produzida industrialmente
(E. I. DuPont de Nemours e Co., U.S.A.);

Polietileno, 27 de março de 1933 (Imperial Chemical Industries Ltd., Reino Unido);

Nylon, 1º de março de 1934, a primeira fibra totalmente sintética produzida industrialmente


(E. I. DuPont de Nemours and Co., U.S.A.).

O uso em tantos campos de materiais poliméricos deu à indústria de plástico um importante


lugar na economia de qualquer nação industrializada.

O primeiro polímero sólido de etileno (polímeros líquidos de etileno eram conhecidos desde
1869), que é o primeiro e o mais simples membro da família dos polímeros vinílicos, a
chamada alta de polietileno sob pressão, foi descoberto como o resultado inesperado de
pesquisas iniciadas sem tal objetivo.

Estas pesquisas foram realizadas por uma equipe que não tinha nenhum conhecimento
particular do campo macromolecular. O mesmo se aplica no caso da descoberta do campo
macromolecular de baixa pressão polietileno vinte anos mais tarde.

3
O polietileno sólido que é vendido como produto industrial e que utilizamos hoje em nossos
produtos foi descoberto em 1933, por Eric W. Fawcett e Reginald Oswald Gibson, enquanto
faziam experimentos onde colocavam várias combinações de elementos em diferentes
condições, como alta pressão, altas temperaturas, etc.

A história do polietileno começa no início da década de 1930 na Grã-Bretanha, onde, como


em todo mundo industrializado, houve o tempo de profunda recessão devido à queda de Wall
Street do ano anterior e a gestão da pesquisa dos laboratórios de pesquisa do I.C.I. em
Winnington (Cheshire), aberta em 1928, sugeriu ao grupo de físico-química a realização de
trabalhos envolvendo técnicas especiais. Esta sugestão levou a um projeto para investigar o
que acontece em alta temperaturas, sob alto vácuo ou a altas pressões.

Dois pesquisadores, Eric William Fawcett e Reginald Oswald Gibson, começaram a


investigar, sob a direção de John Cuthbert Swallow, os fenômenos que ocorrem no campo da
alta pressões, ou seja, pressões de 1000 atm e superiores e, entre elas, o possível efeito de alta
pressão sobre as reações químicas.

As reações a serem estudadas não foram selecionadas porque elas poderiam ser fortemente
afetadas pela pressão por motivos teóricos, mas, ao invés disso, esperava-se que os
compostos, que normalmente não reagem, podem reagir ou que reações, que normalmente
necessitam catalisadores, podem ocorrer sem eles a altas pressões.

Cinquenta reações químicas diferentes foram estudadas sem sucesso, mas um dos fracassos
resultou, através de uma série de coincidências, em a descoberta do polietileno. Em uma
experiência envolvendo tolueno e etileno, o tolueno tornou-se visivelmente turvo e Fawcett
conseguiu isolar vestígios de um pó branco, mas só alguns meses depois ele soube disso era
polietileno. No dia 24 de março de 1933, Fawcett e Gibson iniciaram uma reação de etileno
com benzaldeído. A temperatura era de 170 °C, a pressão de 1900 atm e o aparelho era
deixado de um dia para o outro.

Na manhã do dia 25, a pressão era superior a 1800 atm, e como havia o suspeito de alguma
perda de gás, ele foi elevado novamente para mais de 1900 atm e o aparelho foi deixado no
final de semana. No dia 27 de março de 1933, pela manhã, descobriu-se que a pressão caiu
porque um vazamento e todo o benzaldeído explodiu do reator no óleo do termostato.

4
Quando a bomba foi desmontada, Fawcett observou que a ponta do tubo em U de aço foi
revestido com um material ceroso e Gibson gravou em seu caderno: “Sólido ceroso
encontrado no tubo de reação.”. É esta nota simples e curta foi reconhecida como a primeira
observação registrada da formação do polietileno.

Fawcett, que era um químico orgânico, coletou esta substância (cerca de 0,4 g). Por duas
microanálises foi estabelecida a fórmula empírica CH ₂ e por determinação da elevação do
ponto de ebulição do benzeno foi encontrado um peso molecular de 3700 ou mais. A
substância não continha oxigênio e, como consequência, o benzaldeído não reagiu com
etileno. Esta substância foi de fato o primeiro polietileno sólido obtido.

5
2.2.2 POLIETILENO

O etileno ou eteno é o hidrocarboneto alceno mais simples da família das olefinas, constituído
por dois átomos de carbono e quatro de hidrogênio (C2H4). Existe uma ligação dupla entre os
dois carbonos. A existência de uma ligação dupla significa que o etileno é um hidrocarboneto
insaturado.

O polietileno é uma resina de consistência flexível, polímero termoplásticos, possui aparência


cristalina, é amplamente utilizado no nosso dia-a-dia, aparecendo em uma grande variedade
de produtos, de embalagens de alimentos até brinquedos. Atualmente, este é um dos materiais
mais utilizados do mundo, tendo visto um enorme crescimento em seu uso desde a Segunda
Guerra Mundial. A fórmula do polietileno é (C₂H₄) n, e este possui algumas variações, é
encontrado em várias cores e também formas diferentes, entre elas líquida, sólida e em pó

Figura 1- Fórmula estrutural do polietileno.

Fonte:

As principais características do polietileno (PE) são:

Parcialmente cristalino.

Flexível.

Propriedades influenciadas pela quantidade relativa da parte amorfa e cristalina.

Lamelas, menores partes cristalinas, são planares, consistem em cadeias perpendiculares ao


plano principal e são dobradas em zig e zag para cada 5 a 15nm (MARK, 1987).

A célula unitária do polietileno (PE) é ortorrômbica (forma de paralelepípedo)


(CANEVAROLO, 2010).

6
O Polietileno (PE) é um polímero cujo monômero formador da macromolécula é o etileno, a
macromolécula é obtida através da reação de poliadição. As matérias primas utilizadas para
obtenção do etileno são etanol, o gás natural ou nafta.

O polietileno mais comumente obtido é o vindo da nafta, um dos derivados do petróleo. O


polietileno vindo do etanol, mais conhecido como “polietileno verde” está ganhando destaque
no mercado, um dos motivos é a sustentabilidade. A figura a seguir mostrará a reação de
poliadição do monômero eteno para polietileno:

Figura 2 - Reação de obtenção do polietileno.

Fonte:

Polietileno (PE) é um hidrocarboneto saturado e apresenta em geral características como alto


peso molecular e natureza parafínica. Ele é inerte, ou seja, possui baixa reatividade química
em temperaturas baixas, mas possui impurezas, tais como fragmentos residuais de catalisador,
que podem provocar ataque oxidativo ou formar radicais livres em altas temperaturas. Para
evitar a oxidação e formação de radicais livres são utilizadas pequenas quantidades de
antioxidantes (MARK, 1987).

Segundo Neves (2009) o polietileno é inerte a maioria dos produtos químicos, devido a sua
natureza parafínica, sua estrutura parcialmente cristalina, alto peso molecular e grande
quantidade de fase amorfa.

O polietileno (PE) por ser inerte e atóxico é muito utilizado para fabricação de embalagens
para indústria farmacêutica e alimentícia. Antigamente classificava-se o polietileno devido a
sua densidade e método de obtenção. Tipos de Polietileno

Antigamente classificava-se o polietileno devido a sua densidade e pelo tipo de processo.


Atualmente, além de classificação do polietileno devido a sua densidade, classifica-se também

7
pelo tipo de catalisador utilizado na reação de polimerização, existência ou não de
ramificações, pelo tipo de cadeia e pelas condições reacionais (MARK, 1987).

2.2.2.1 Tipos de Polietileno

Os diferentes tipos de polietileno mais usados actualmente pela indústria e petroquímica


química são;

 Polietileno de baixa densidade (PEBD ou LDPE);


 Polietileno linear de baixa densidade (PELBD ou LLDPE);
 Polietileno de alta densidade (PEAD ou HDPE);
 Polietileno de ultra alto peso molecular (PEUAPM ou UHMWPE);
 Polietileno de ultrabaixa densidade (PEUBD ou ULDPE).

2.2.2.1.1 Polietileno de Baixa Densidade

O Polietileno de baixa densidade (PEBD) foi o primeiro termoplástico utilizado


comercialmente. Ele foi descoberto por acaso em 1933 e foi rapidamente utilizado em
revestimento de cabos para radares durante a segunda guerra mundial. Depois da guerra
devido a ser quimicamente inerte, ter baixo custo de fabricação, fácil processamento e boas
propriedades física e química, foi utilizado em diversas aplicações.

A obtenção do polietileno (PE) é feita em pressões elevadas entre 1000 a 3000 atm. e
temperaturas entre 100 e 300 °C. Em temperaturas acima de 300 °C o polietileno (PE) tende a
degradar-se (MARK, 1987).

A polimerização do polietileno (PE) é do tipo reação em cadeia, essa reação necessita de um


iniciador. Os iniciadores utilizados na obtenção do PE são da família dos peróxidos orgânicos,
porem o oxigênio é o mais utilizado (Coutinho et al., 2003).

O PEBD é um polímero parcialmente cristalino e possui uma temperatura de fusão (Tm) de


110 °C. Devido à temperatura de fusão (Tm) de 110 °C e por ser atóxico esse polímero é
muito utilizado para produção de embalagens, pois ele começa a degradar-se acima de 110
°C, abaixo dessa temperatura ele encontra-se no estado solido (Coutinho et al., 2003).

A reação de obtenção do PEBD é altamente exotérmica e assim uma das principais


dificuldades do processo é a retirada do excesso de calor do meio reacional. A alta
8
temperatura, natureza exotérmica e alta pressão fazem com que surjam ramificações na cadeia
do polímero. Essas ramificações irão ter forte influência nas propriedades do polímero
(Coutinho et al., 2003). A seguir temos a figura da cadeia ramificada do PEDB.

Figura 3 - Cadeia ramificada do PEBD.

Fonte:

2.2.2.1.2 Propriedades

O polietileno de baixa densidade tem as seguintes propriedades:

 Tenacidade;
 Alta resistência ao impacto;
 Alta flexibilidade;
 Boa estabilidade;
 Boas propriedades isolantes;
 Alta resistência química;
 Fácil permeabilidade.

2.2.2.1.3 Aplicações

O PEBD, é aplicado como filmes para embalagens industriais e agrícolas, filmes destinados a
embalagens de alimentos líquidos e sólidos, filmes laminados e plastificados para alimentos,
embalagens para produtos farmacêuticos e hospitalares, brinquedos e utilidades domésticas,
revestimento de fios e cabos, tubos e mangueiras.

9
2.2.2.2 Polietileno linear de baixa densidade (pelbd ou lldpe)

O polietileno linear de baixa densidade (PELBD) foi comercializado pela primeira vez no
final da década de 70 pela Union Carbide e Dow Chemical. Atualmente, é o principal tipo de
polietileno produzido comercialmente (MARK, 1987).

Segundo Mark (1987) “PELBD convencional difere de PEBD por ter uma distribuição de
peso molecular estreita e por não conter ramificações de cadeia longa. O PELBD é feito por
copolimerização de etileno e α-olefinas”. A figura a seguir mostra a cadeia do PELBD.

Figura 4 - Cadeia ramificada do PELBD.

Fonte:

O monômero utilizado para obtenção do PELBD é o etileno e qualquer αolefinas de C 3 até C20
pode ser utilizada como comonômeros. Apesar dessa grande variedade de comonômeros, os
quatro comumente utilizados são: 1-Buteno, 1Hexeno, 4-Metil-1-Penteno e 1-Octeno
(MARK, 1987).

A reação de obtenção do PELBD é feita na presença de catalisadores do tipo metal de


transição, sob pressão de 145 MPa, temperatura de 200 °C e solventes do tipo carboneto
(MARK, 1987).

2.2.2.3 Polietileno de alta densidade (pead ou hdpe)

10
O polietileno (PE) é o plástico mais utilizado no mundo e o polietileno de alta densidade
(PEAD) é o tipo mais utilizado de polietileno. É o produto da polimerização do polietileno
com densidades entre 0.91g/cm³ e 0,94g/cm³ (MARK, 1987).

O PEAD surgiu na década de 1890, com a síntese do “polimetileno” resultante da


decomposição do diazometano. O “polimetileno” assim obtido era um polímero linear de peso
molecular elevado, tendo ponto de fusão de 137° C e densidade de 0,970 g/cm3. Pode
afirmar-se que, apesar da não utilização comercial do PEAD, ele foi inicialmente descoberto
muito antes do PEBD (MARK, 1987).

A utilização do PEAD depende do método de produção. O PEAD abrange vários segmentos


da indústria do plástico e pode ser obtido por moldagem por sopro, extrusão, e moldagem por
injeção (Coutinho et al., 2003). A figura a seguir mostra a cadeia não ramificada do PEAD.

Figura 5 - Cadeia não ramificada do PEAD.

Fonte:

2.2.2.3.1 Aplicações

O PEAD é utilizado para a confeção de baldes e bacias, bandejas para pintura, banheiras
infantis, brinquedos, conta-gotas para bebidas, jarros d’água, potes para alimentos, assentos
sanitários, bandejas, tampas para garrafas e potes, engradados, boias para raias de piscina,
caixas d’água, entre outros.

Na confeção de tanques e tambores de 60 a 250 litros, onde são exigidas principalmente


resistência à queda, ao empilhamento e a produtos químicos, frascos de 1 a 60 litros, onde são
embalados produtos que requeiram alta resistência ao fissuramento sob tensão.

Também é utilizado na confeção de frascos como: embalagens para detergentes, cosméticos e


defensivos agrícolas, tanques para fluido de freio e outros utilizados.

11
2.2.2.4 POLIETILENO DE ULTRA-ALTO PESO MOLECULAR (PEUAPM ou
UHMWPE)

Os polietilenos com peso molecular de três a seis milhões de grama por mol são chamamos
de polietileno de ultra alto peso molecular (PEUAPM).

O polietileno de ultra alto peso molecular (PEUAPM) quando adquiri a forma de plástico
possui características impressionantes, que o torna um polímero de engenharia. Suas
características o fazem superior aos outros termoplásticos em relação à resistência a abrasão,
resistência à fratura por impacto, inércia química, baixo coeficiente de atrito, auto lubrificação
e não absorção de água (WIBECK, HARADA, 2005).

A aplicabilidade do PEUAPM em:

Indústria do papel e celulose: Transportadores de correntes empregados para movimentação


de toras de madeira;

Portos: Defensas marítimas;

Indústrias alimentícias: Roscas e estrelas nas áreas de envasamento, buchas, cortadores, etc.;

Mineração: revestimentos de silos, calhas, bicas, etc.

2.2.2.5 Polietileno de ultrabaixa densidade (PEUBD ou ULDPE)

O polietileno de ultrabaixa densidade (PEUBD) é a resina de polietileno mais nova. É um


polietileno com baixa densidade 0.825g/cm³. Este oferece maior resistência, flexibilidade e
melhores propriedades ópticas em relação ao polietileno linear de baixa densidade (PELBD).

A principal aplicabilidade do PEUBD é como resina modificadora para polímeros de maior


densidade como: PEAD, PEBD, PP, etc. Quando adicionado a esses polímeros o PEUBD
fornece maior flexibilidade e resistência (COUTINHO et al., 2003).

2.2.2.6 Polietileno verde

O polietileno é um tipo de plástico, o mais utilizado mundialmente, especialmente pelas


indústrias automotiva, de cosméticos, de embalagens, de brinquedos, de higiene e limpeza.
Porém, a principal fonte de matéria-prima para a produção do polietileno é proveniente de

12
combustíveis fósseis, que são reconhecidamente recursos naturais esgotáveis e não
renováveis, fato que se contrapõe aos princípios da sustentabilidade.

Desta forma, há um movimento para o desenvolvimento de tecnologias para a fabricação


deste produto a partir de fontes renováveis. Uma opção que tem se destacado é o Polietileno
Verde, ou Plástico Verde, oriundo do etanol.

Este Polietileno Verde vem ganhando valor no mercado por ser obtido a partir de fonte
renovável ao invés de combustíveis fósseis, o etanol da cana-de-açúcar, além de preservar as
características de desempenho de um Polietileno tradicional, podendo ter utilização imediata
nas mais variadas aplicações. O produto foi anunciado ao mercado em 2007, quando recebeu
validação do laboratório internacional Beta Analytic e mais recentemente foi certificado pelo
instituto belga Vinçotte (BRASKEM, 2012).

A tecnologia empregada pela Braskem utiliza o etanol proveniente da cana-de-açúcar em suas


unidades de Crackers, ao invés da nafta ou gás natural, para produção de eteno, que é
posteriormente utilizado em suas plantas de segunda geração para produção de polietileno,
denominado I’m green™ PE que, por ser produzido a partir de fontes renováveis, captura gás
carbônico, colaborando para a redução da emissão dos gases causadores do efeito estufa.

O uso de etanol para produção de eteno é uma técnica relativamente antiga. Na década de
1970, quando o Brasil implantou o Programa Nacional do Álcool (o Pró Álcool), a Petrobras
desenvolveu uma tecnologia1 que foi utilizada para projetar uma fábrica no Brasil (ex-
Salgema, que agora pertence à Braskem). Esta foi considerada a maior usina de etanol para
eteno na época, porém foi desativada na década de 1990, como consequência da baixa
competitividade em comparação com o eteno à base de matéria prima fóssil.

A mudança de posicionamento começou em 2007, quando a indústria petroquímica mundial


passou a buscar alternativas à nafta face ao alto custo do barril do petróleo que, atingiu
patamar recorde de USD 147/barril em 2008 (BBC Brasil, 2008). A Braskem não foi a única a
anunciar investimentos no etanol e nos seus derivados, porém foi a única a permanecer, já
que, em 2008 (ano em que irrompeu a crise financeira nos Estados Unidos da América), o
preço do barril despencou para aproximadamente USD 37/barril.

1
13
A Braskem começou a explorar novas possibilidades de uso de biopolímeros em 2001 e,
desde então, fez avanços significativos para obtenção de um produto competitivo para o
mercado. De um lado, havia uma grande preocupação da terceira geração (nossos clientes) de
ter que adequar seus equipamentos e processos para processar o PE Verde e/ou obter a
qualidade final desejada de seus produtos. Do nosso lado, havia alguns desafios técnicos
claros, dentre eles:

2.2.2.6.1 Vantagens do polietileno verde

Sua fonte de matéria-prima (cana-de-açúcar) é renovável, ao contrário do petróleo, que é


finito;

Não contribui para o acréscimo de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Esse gás é o principal
causador do aquecimento global e é produzido pelos combustíveis fósseis. Já no caso do
plástico verde, ele pode contribuir para a redução do aquecimento global, tendo em vista que
as plantações de cana-de-açúcar realizam fotossíntese, absorvendo o CO2 da atmosfera;

Mesmo quando incinerado, o polietileno do etanol da cana-de-açúcar é praticamente neutro


em relação ao CO2. Assim, depois de usados e descartados, esses plásticos podem ser
incinerados para geração de energia, economizando no uso de combustíveis fósseis.
Infelizmente, o polietileno verde não é biodegradável. Mas pode ser classificado como um
bioplástico, pois, de acordo com a definição da European Bioplastics Association, plásticos
produzidos a partir de fontes renováveis e/ou plásticos biodegradáveis são classificados como
bioplásticos ou biopolímeros.

14
CAPÍTULO – II

METÓDOS DE OBTENÇÃO DE ETILENO

15
3.1 Produção do etileno a partir do petróleo

O etileno é convencionalmente obtido através do petróleo. atualmente a maior parte do etileno


é proveniente do petróleo por meio do craqueamento da nafta, que é oriunda do refino do
petróleo, porém também pode ser obtido do gás natural.

O petróleo é formado a partir da transformação da matéria orgânica. Esse processo é lento e


leva milhões de anos para ocorrer. Por isso dizemos que é um material não renovável. No
petróleo se encontram inúmeros compostos, sendo os hidrocarbonetos os mais abundantes.
Quando é cru, ou bruto, não tem grande utilidade, assim, sofre tratamentos físicos e
transformações químicas, para obtenção de frações necessárias para consumo no nosso dia a
dia. O petróleo passa por três processos essenciais para obtenção do etileno como mostra a
figura a seguir:

Extração Destilação Craqueamento Polimerização

3.1.1 Extração do petróleo

Depois de identificar a presença, quantidade e qualidade de petróleo nas rochas ricas em


petróleo e feitos todos processos para garantir segurança e eficácia do processo, começa a
extração do petróleo que pode ser feita em terra ou no mar como mostra figura().

16
3.1.2 Destilação

O petróleo em seu estado puro possui um valor tecnológico restrito, assim para se tornar útil
ele é separado em fracções ou em grupos, ou seja, ele é refinado através do processo de
destilação atmosférica.

Antes do petróleo entrar na torre de destilação ele é aquecido em uma fornalha onde passa
dentro de uma serpentina alcançando uma temperatura de em torno 400 graus, depois entra na
torre num ponto chamado de zona de vaporização, a separação é feita pelas características dos
hidrocarbonetos possuírem diferentes pontos de ebulição.

As fracções entra na torre em forma gasosa, a medida que sobem entram em contactos com
os pratos que vão diminuindo de temperatura, as fracções quando vão entrando em contacto
com os borbulhadores, os vapores condensão, mudando de estado, do gasoso para o líquido
sendo assim separado das outras fracções que seguem no estado gasoso, no topo da torre são
separadas as fracçõs mais leves que é a parte gasosa, e as mais pesadas na base da torre como
mostra a figura a baixo:

17
3.1.3 Craqueamento catálico

3.2 Produção do eteno a partir da cana-de-açúcar

A obtenção do eteno por meio da cana-de-açúcar passa pelo processo convencional de


produção de álcool que posteriormente sofre uma desidratação intramolecular em meio ácido:

Plantação Colheita Moagem Fermentação Destilação Desidratação Polimerização

18
3.2.1 Colheita

A colheita da cana-de-açúcar é feita quando a mesma se encontra pronta para o corte, o


canavial chega a alcançar uma altura entre 2 e 3 metros cada área de plantio suportar de 5 a 6
ciclos de colheita. Já picada a cana é despejada em caminhões que as levam até a uma usina
de etanol.

3.2.2 Lavagem

A cana de açúcar, chegando às usinas em sua forma pura, é colocada em uma esteira rolante.
Lá, ela é submetida a uma lavagem que retira sua poeira, areia, terra e outros tipos de
impurezas. Na sequência, a cana é picada e passa por um eletroíman, que retira materiais
metálicos do produto.

3.2.3 Moagem

Nesse processo, a cana é moída por rolos trituradores, produzindo um líquido chamado
melado. Cerca de 70% do produto original viram esse caldo, enquanto os 30% da parte sólida
se transforma em bagaço. Do melado, continua-se o processo de fabricação do etanol,
enquanto o bagaço pode ser utilizado à geração de energia na usina.

3.2.4 Eliminação de impurezas

Para eliminar os resíduos presentes no melado (restos de bagaço, areia, etc.), o líquido passa
por uma peneira. Em seguida, ele segue a um tanque para repousar, fazendo com que as
impurezas se depositem ao fundo – processo chamado decantação. Depois de decantar, o
melado puro é extraído e recebe o nome de caldo clarificado. O último processo de extração
de impurezas é a esterilização, em que o caldo é aquecido para eliminar os micro-organismos
presentes.

3.2.5 Fermentação

Após estar completamente puro, o caldo é levado a domas (tanques) no qual é misturado e
eles um fermento com leveduras (sendo mais comum a levedura de Saccharomyces cerevisia).
Esses microrganismos se alimentam do açúcar presente no caldo. Nesse processo, as
leveduras quebram as moléculas de glicose, produzindo etanol e gás carbônico. O processo de

19
fermentação dura diversas horas, e como resultado produz o vinho, chamado também de
vinho fermentado, que possui leveduras, açúcar não fermentado e cerca de 10% de etanol.

3.2.6 Destilação

Estando o etanol misturado ao vinho fermentado, o próximo passo é separá-lo da mistura.


Nesse processo, o líquido é colocado em colunas de destilação, nas quais ele é aquecido até se
evaporar. Na evaporação, seguida da condensação (transformação em líquido), é separado o
vinho do etanol. Com isso, fica pronto o álcool hidratado, usado como etanol combustível,
com grau alcoólico em cerca de 96%.

3.2.7 Desidratação do Etanol

Os passos da desidratação são os seguintes:

O Etanol é misturado inicialmente com uma corrente de vapor aquecida, essa mistura segue
para o forno para elevação da temperatura.

Após o aumento de temperatura, essa corrente vai para o reator onde ocorrerá a desidratação
catalítica (Catalisadores de Alumina). Geralmente são usados dois ou três reatores de leito
fixo em série com fornos intermediários para reaquecimento das correntes. Vapor de água é
utilizado como fluído inerte de aquecimento para o transporte do etanol como processo é
endotérmico, esse vapor faz com que a temperatura do reator seja controlada, esse controle é
importante, pois a formação do etileno é favorecida acima de 360 graus.

A reação principal que ocorre na desidratação do etanol é a seguinte:


20
CH3-CH2-OH →CH2=CH2 + H2O

Posterior a reação se desidratação, tem-se o etileno bruto que é purificado em uma sequência
de operações iniciando com um resfriamento rápido da corrente de reação em uma torre de
condensação, remover a maior parte da água formada e as substâncias condensáveis polares,
como o etanol não-reagido e pequenas quantidades de acetaldeído e ácido acético.

A corrente de etileno que deixa o topo da torre, contendo outros contaminantes menores, é
tratada de acordo com a pureza desejada para o produto final: etileno grau químico, possui
uma pureza de no mínimo 90% e o etileno grau polímero, no mínimo 99%.

Para obtenção do etileno grau polímero a corrente segue o processo de purificação entrando
numa torre de lavagem com solução de NAOH, para retirada de CO2 e, após isto passa por
um leito dessecante para obtenção de etileno grau químico. A ultima etapa de purificação
consiste em fraccionar esta corrente através de destilação criogênica, obtendo-se monômero
grau polímero. Os efluentes gerados nesse processo contêm principalmente acetaldeído, dietil
éter e etanol não-regido.

21

Você também pode gostar