CONTAMINAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS POR MEIO DE POLÍMEROS
SINTÉTICOS
SÃO PAULO 2020
INTRODUÇÃO
Em meio a tanta tecnologia, ainda vivemos com um grande problema à
nossa sociedade, embora os polímeros possam nos ajudar em alguns aspectos, porém, podem impactar diretamente no meio em que vivemos. Lançados de forma direta ou indireta no ambiente, os polímeros vêm da consequência do consumo de produtos manufaturados que é gerada em grandes quantidades de resíduos, sendo então nem sempre reciclados ou reutilizados. Por consequência do uso de diversos setores, bem como da resistência a tratamentos químicos, térmicos e pela degradação por processos naturais os plásticos podem ser encontrados nos mais variados ambientes, tais como água, ar, solo, lodo de esgoto, sedimentos e até mesmo em água tratada (DEKIFF et al., 2014; CARR et al., 2016; CARVALHO; BAPSTISTA NETO, 2016). Quanto a sua classificação temos o microplástico primário e o secundário, sendo o primeiro definido por sua fabricação já em tamanho reduzido (pallets) para serem comercializados em forma diminuto, como por exemplo matéria prima para outros produtos derivados. O segundo é o que surge da degradação de objetos plásticos maiores, por efeito do tempo, uma garrafa pet por exemplo que vai se fragmentando com o decorrer do tempo e gerando micropartículas de plásticos que se misturam ao meio ambiente, quase que imperceptivelmente (OLIVATTO, G.P. et al., 2019). Nos dias de hoje temos mais de 10 tipos de polímeros existentes como Borracha Sintética (SBR), Resina Epóxi, Policarbonato (PC), Poliamidas (PAs), Poliuretanos (PUs), Polimetilmetacrilato (PMMA), Poliestireno (PS), Poli-isopreno, Neoprene, Etil Cloreto de Vinila (EVA), Aramida (Kevlar), Resina Fenólica, Poliésteres, Silicones. Dentre eles os polímeros mais comuns, destaca-se o polietileno tereftalato (PET), polipropileno (PP), poliestireno (PS), polietileno (PE) e policloreto de vinila (PVC) que correspondem a 90% da demanda de plásticos no mundo (ANDRADY;NEAL,2009), e o motivo é por esses materiais ter alta durabilidade, baixo custo, e também por resistência a produtos químicos, radiação, pressão e dentre outros. Como vimos na figura acima cerca de 6,3 bilhões de polímeros foram descartados desde 1950, sendo que 4,9 bilhões acumulam-se em aterros e na natureza, esses polímeros que foram descartados em meio a natureza podem ser degradados por fatores abióticos ou bióticos, sendo a radiação UV, a ação mecânica e a hidrolise, de fundamental importância na fragmentação e disponibilização dos mesmos, aos microrganismos. Assim o processo de degradação gera partículas em escalas como, meso, micro e nano, os quais são classificados em mesoplásticos, microplásticos e nanoplásticos, (COSTA et al.,2016). Os nanoplásticos e os microplásticos, por apresentarem uma alta área de superfície, acaba promovendo uma forte sorção de compostos tóxicos, como hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs), bifenilos policlorados (PCBs) e dicloro difenil tricloroetano (DDTs) (BERGAMI et al., 2017). O microplástico ingerido por animais afeta toda cadeia alimentar causando bloqueio intestinal ou úlceras no estomago, reduzindo a absorção de nutrientes, criando falsa sensação de saciedade enfraquecendo o crescimento, a reprodução e a sobrevivências das espécies, prejudicando todo o ecossistema (Pereira, F C. 2014). Mason, S. A. et al.22 pesquisaram a presença de plásticos em diferentes marcas de água engarrafada, e encontraram pequenos fragmentos e fibras plásticas com tamanhos maiores que 100 µm. Schymanski et al. (2018) verificaram a presença de microplásticos em amostras de água potável, armazenadas em garrafas plásticas, garrafas de vidro e caixas de bebidas, com partícula de dimensões variando entre 5 e 20 μm, sendo os tipos de polímeros predominantes o polietileno tereftalato (PET), seguidos de polietileno (PE), poliestireno (PS) e polipropileno (PP). Por outro lado, Imhof et al. (2016), verificaram a alta incidência de microplásticos em sedimentos obtidos do Lago de Garda na Itália, com tamanhos que variaram entre 50-500 µm. Em 24 marcas de cervejas alemãs também foram detectadas a presença de microplásticos (Liebezeit, G; Liebezeit, E. 2014). Segundo Ali Karami, 16 das 17 marcas de sal industrial possuem grãos de plásticos. Um estudo feito pela Orb Media (2017) verificou-se que em cidades ao redor do mundo a água da torneira está contaminada. No Brasil das 10 amostras coletadas na cidade de São Paulo 9 continham a presença de microplásticos. Foi detectado a presença dos fragmentos em água engarrafada, pelo menos em 93% das amostras em todo o mundo. Podemos absorver essas micropartículas de diversas maneiras, respirando, deglutindo, bebendo, conforme estudos que já comprovaram a presença de microplásticos em fezes humanas por exemplo (Silva, J A. J 2018). Convivemos com essa intoxicação de micropartículas nocivas o tempo todo, quando nos alimentamos dos mais variados cardápios, até mesmo quando respiramos ou quando passamos um creme esfoliante, absorvendo os aditivos químicos como corantes e antioxidantes, composição das resinas e metais pesados que são agregadas em células e tecidos (Pereira, F C. 2014). OBJETIVO
O objetivo deste trabalho consiste na estimativa da presença de polímeros
sintéticos em águas pluviais tendo aspectos negativos para a saúde, com alguns estudos que analisam a existência de polímeros em águas tratadas e mostrando o impacto que nos causam em modo geral, tanto na saúde humana quanto no meio ambiente, por meio de revisão de literatura.
JUSTIFICATIVA
Nossa intenção é mostrar o quanto o plástico está presente em nossas
vidas, e o quanto isso pode impactar nossa saúde e meio ambiente, mostrando o quanto não damos a devida importância e o que isso pode acarretar futuramente, e até onde o plástico pode contaminar, como solo, ar, água e os organismos multicelulares.
MATERIAIS E MÉTODOS
Revisão de literatura por meio de:
• Leitura de Livros; • Leitura de Artigos científicos. • Revista
CRONOGRAMA
• JULHO – pesquisar mais artigos para adaptação do atual projeto.
• AGOSTO – fazer um levantamento mais aprofundado dos assuntos que tem maior relevância da bibliografia encontrada. • SETEMBRO – comparação de micro, meso e nano partículas encontradas de polímeros. • OUTUBRO – pegar dados de impacto ambiental por polímeros, ar, água, solo e organismos multicelulares. • NOVEMBRO – pegar dados de impacto por polímeros sintéticos na saúde. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Armando C. Duarte, Teresa A.P. Rocha-Santos; Characterization and
AnalysisofMicroplastics. ANDRADY, A. L.; NEAL, M. A. Aplicações e benefícios sociais dos plásticos. Transações Filosóficas Royal Society, v. 364, n. 1526, p. 1977-1984, 2009. BOUCHER, J; FRUIT, D. Microplásticos primários nos oceanos: uma avaliação global das fontes. Glândula, Suíça: IUCN, 2017. BARROS, R. M. Resíduos Sólidos. Ciências Ambientais para Engenharia. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p.157-191, 2014. BERGAMI, E.; PUGNALINIA, S., VANNUCCINIA, M. L.; MANFRA, L.; FALERI, C.; SAVORELLI, F.; DAWSON, K. A.; CORSIA, I. Toxicidade a longo prazo de nanoplásticos de poliestireno de superfície carregada para espécies planctônicas marinhas Dunaliella tertiolecta e Artemia franciscana. Toxicologia aquáticac, v. 189, p.159-169, 2017. COSTA, M. F.; COSTA, J. P.; DUARTE, A. C. Amostragem de micro (nano) plásticos em compartimentos ambientais: como definir procedimentos padrão?. Opinião Atual em Ciência e Saúde Ambiental, v. 1, p. 36-40, 2018. COSTA, J. P. SANTO, P. S. M., DUARTE, A. C.; ROCHA-SANTOS, T. (Nano) plásticos no meio ambiente - Fontes, destinos e efeitos. Ciência do Meio Ambiente Total, v. 566–567, p. 15-26, 2016. DEKIFF, J. H.; REMY, D.; KLASMEIER, J.; FRIES, E. Ocorrência e distribuição espacial de microplásticos em sedimentos de Norderney. Poluição Ambiental, v. 186, p. 248-256, 2014. FREIRE, Amanda Espíndola. Identificação de microplásticos em águas residuárias do Distrito Federal: uma nova classe de contaminantes de interesse emergente. 2019. 56 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Química Tecnológica) - Universidade de Brasília, Brasília, 2019. G. F. Brito*, P. Agrawal, E. M. Araújo, T. J. A. Mélo; Biopolímeros, Polímeros Biodegradáveis e Polímeros Verdes. KaramI, A et al. A presença de microplásticos em sais comerciais de diferentes países. Relatórios Científicos, v. 7, p. 46173, 2017. Liebezeit, G; Liebezeit, E. Partículas sintéticas como contaminantes em cervejas alemãs. Aditivos e contaminantes alimentares: Parte A, v. 31, n. 9, p. 1574-1578, 2014. ORBMEDIA ONE WORDL ONE STORY (https://orbmedia.org/stories/cont%c3%a9m-pl%c3%a1stico/). Olivatto, G. P. et al. Microplásticos: Contaminantes de Preocupação Global no Antropoceno. Rev. Virtual Quim, v. 10, n. 6, p. 1968-1989, 2019. Pereira, F C. Microplásticos no ambiente marinho: mapeamento de fontes e identificação de mecanismos de gestão para minimização da perda de pellets plásticos. 2014. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. Silva, J A. J Sem Canudos: dando o primeiro passo para reduzir o consumo de plástico em João Pessoa. 2018. SOUZA, Gleice Rodrigues de. Avaliação da poluição por microplásticos nas águas do Igarapé do Mindu, no ambiente urbano de Manaus. 2020. 112 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2020. SCHYMANSKI, D.; GOLDBECK, C.; HUMPF, H-U.; FURST, P. Análise de microplásticos em água por espectroscopia micro-Raman: Liberação de partículas plásticas de diferentes embalagens em água mineral. Pesquisa de água, v. 129, p. 154-162, 2018. Wotson Rodrigo Teixeira, Leandro Dioni Teixeira; Aspectos Negativos dos Microplásticos na Saúde Humana. Yuri Vasconcelos Edição 281 jul. 2019 Revista Fapesp https://revistapesquisa.fapesp.br/planeta-plastico/