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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACULDADE DAS AMÉRICAS - FAM

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO

PATRICIA DE SOUZA VITORIA

PATRICIA MENDES BRESCIANE

CONTAMINAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS POR MEIO DE POLÍMEROS


SINTÉTICOS

SÃO PAULO 2020


INTRODUÇÃO

Em meio a tanta tecnologia, ainda vivemos com um grande problema à


nossa sociedade, embora os polímeros possam nos ajudar em alguns aspectos,
porém, podem impactar diretamente no meio em que vivemos. Lançados de forma
direta ou indireta no ambiente, os polímeros vêm da consequência do consumo de
produtos manufaturados que é gerada em grandes quantidades de resíduos, sendo
então nem sempre reciclados ou reutilizados. Por consequência do uso de diversos
setores, bem como da resistência a tratamentos químicos, térmicos e pela degradação
por processos naturais os plásticos podem ser encontrados nos mais variados
ambientes, tais como água, ar, solo, lodo de esgoto, sedimentos e até mesmo em
água tratada (DEKIFF et al., 2014; CARR et al., 2016; CARVALHO; BAPSTISTA
NETO, 2016).
Quanto a sua classificação temos o microplástico primário e o secundário,
sendo o primeiro definido por sua fabricação já em tamanho reduzido (pallets) para
serem comercializados em forma diminuto, como por exemplo matéria prima para
outros produtos derivados. O segundo é o que surge da degradação de objetos
plásticos maiores, por efeito do tempo, uma garrafa pet por exemplo que vai se
fragmentando com o decorrer do tempo e gerando micropartículas de plásticos que
se misturam ao meio ambiente, quase que imperceptivelmente (OLIVATTO, G.P. et
al., 2019).
Nos dias de hoje temos mais de 10 tipos de polímeros existentes como
Borracha Sintética (SBR), Resina Epóxi, Policarbonato (PC), Poliamidas (PAs),
Poliuretanos (PUs), Polimetilmetacrilato (PMMA), Poliestireno (PS), Poli-isopreno,
Neoprene, Etil Cloreto de Vinila (EVA), Aramida (Kevlar), Resina Fenólica, Poliésteres,
Silicones. Dentre eles os polímeros mais comuns, destaca-se o polietileno tereftalato
(PET), polipropileno (PP), poliestireno (PS), polietileno (PE) e policloreto de vinila
(PVC) que correspondem a 90% da demanda de plásticos no mundo
(ANDRADY;NEAL,2009), e o motivo é por esses materiais ter alta durabilidade, baixo
custo, e também por resistência a produtos químicos, radiação, pressão e dentre
outros.
Como vimos na figura acima cerca de 6,3 bilhões de polímeros foram
descartados desde 1950, sendo que 4,9 bilhões acumulam-se em aterros e na
natureza, esses polímeros que foram descartados em meio a natureza podem ser
degradados por fatores abióticos ou bióticos, sendo a radiação UV, a ação mecânica
e a hidrolise, de fundamental importância na fragmentação e disponibilização dos
mesmos, aos microrganismos. Assim o processo de degradação gera partículas em
escalas como, meso, micro e nano, os quais são classificados em mesoplásticos,
microplásticos e nanoplásticos, (COSTA et al.,2016).
Os nanoplásticos e os microplásticos, por apresentarem uma alta área de
superfície, acaba promovendo uma forte sorção de compostos tóxicos, como
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs), bifenilos policlorados (PCBs) e dicloro
difenil tricloroetano (DDTs) (BERGAMI et al., 2017). O microplástico ingerido por
animais afeta toda cadeia alimentar causando bloqueio intestinal ou úlceras no
estomago, reduzindo a absorção de nutrientes, criando falsa sensação de saciedade
enfraquecendo o crescimento, a reprodução e a sobrevivências das espécies,
prejudicando todo o ecossistema (Pereira, F C. 2014).
Mason, S. A. et al.22 pesquisaram a presença de plásticos em diferentes
marcas de água engarrafada, e encontraram pequenos fragmentos e fibras plásticas
com tamanhos maiores que 100 µm. Schymanski et al. (2018) verificaram a presença
de microplásticos em amostras de água potável, armazenadas em garrafas plásticas,
garrafas de vidro e caixas de bebidas, com partícula de dimensões variando entre 5 e
20 μm, sendo os tipos de polímeros predominantes o polietileno tereftalato (PET),
seguidos de polietileno (PE), poliestireno (PS) e polipropileno (PP). Por outro lado,
Imhof et al. (2016), verificaram a alta incidência de microplásticos em sedimentos
obtidos do Lago de Garda na Itália, com tamanhos que variaram entre 50-500 µm. Em
24 marcas de cervejas alemãs também foram detectadas a presença de
microplásticos (Liebezeit, G; Liebezeit, E. 2014). Segundo Ali Karami, 16 das 17
marcas de sal industrial possuem grãos de plásticos.
Um estudo feito pela Orb Media (2017) verificou-se que em cidades ao
redor do mundo a água da torneira está contaminada. No Brasil das 10 amostras
coletadas na cidade de São Paulo 9 continham a presença de microplásticos. Foi
detectado a presença dos fragmentos em água engarrafada, pelo menos em 93% das
amostras em todo o mundo.
Podemos absorver essas micropartículas de diversas maneiras,
respirando, deglutindo, bebendo, conforme estudos que já comprovaram a presença
de microplásticos em fezes humanas por exemplo (Silva, J A. J 2018). Convivemos
com essa intoxicação de micropartículas nocivas o tempo todo, quando nos
alimentamos dos mais variados cardápios, até mesmo quando respiramos ou quando
passamos um creme esfoliante, absorvendo os aditivos químicos como corantes e
antioxidantes, composição das resinas e metais pesados que são agregadas em
células e tecidos (Pereira, F C. 2014).
OBJETIVO

O objetivo deste trabalho consiste na estimativa da presença de polímeros


sintéticos em águas pluviais tendo aspectos negativos para a saúde, com alguns
estudos que analisam a existência de polímeros em águas tratadas e mostrando o
impacto que nos causam em modo geral, tanto na saúde humana quanto no meio
ambiente, por meio de revisão de literatura.

JUSTIFICATIVA

Nossa intenção é mostrar o quanto o plástico está presente em nossas


vidas, e o quanto isso pode impactar nossa saúde e meio ambiente, mostrando o
quanto não damos a devida importância e o que isso pode acarretar futuramente, e
até onde o plástico pode contaminar, como solo, ar, água e os organismos
multicelulares.

MATERIAIS E MÉTODOS

Revisão de literatura por meio de:


• Leitura de Livros;
• Leitura de Artigos científicos.
• Revista

CRONOGRAMA

• JULHO – pesquisar mais artigos para adaptação do atual projeto.


• AGOSTO – fazer um levantamento mais aprofundado dos assuntos que tem maior
relevância da bibliografia encontrada.
• SETEMBRO – comparação de micro, meso e nano partículas encontradas de
polímeros.
• OUTUBRO – pegar dados de impacto ambiental por polímeros, ar, água, solo e
organismos multicelulares.
• NOVEMBRO – pegar dados de impacto por polímeros sintéticos na saúde.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AnalysisofMicroplastics.
ANDRADY, A. L.; NEAL, M. A. Aplicações e benefícios sociais dos plásticos.
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BERGAMI, E.; PUGNALINIA, S., VANNUCCINIA, M. L.; MANFRA, L.; FALERI, C.;
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Yuri Vasconcelos Edição 281 jul. 2019 Revista Fapesp
https://revistapesquisa.fapesp.br/planeta-plastico/

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