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Daniel Campinho, Francisca Silva,
Joana Falcão e Sofia Simões
MICRO
PLÁSTICOS
um macroproblema microscópico
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4
Para todos aqueles que ainda querem salvar o planeta.
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Prefácio
Ao longo dos últimos anos, os microplásticos tornaram-se
uma ameaça cada vez mais iminente aos nossos oceanos, à
nossa biodiversidade e, mais recentemente, à nossa saúde.
Apesar da sua pequena dimensão, estes pequenos poluentes
têm efeitos negativos inimagináveis, muitos dos quais
vamos expor neste livro.
O nosso objetivo com isto não é causar pânico nem muito
menos eliminar o plástico de forma absoluta do nosso
quotidiano, mas sim alertar os leitores para o impacto que
estas partículas podem ter nos ecossistemas e a crise
ambiental que estão a criar, algo que, mais cedo ou mais
tarde, irá resultar em consequências no nosso estilo de vida.
A escolha deste tema não foi fácil, mas pareceu-nos
acertada para este projeto. É um problema que vai afetar
maioritariamente a nossa geração, sendo um assunto cujo
impacto futuro e atual é, na nossa opinião, subestimado.
Assim sendo, não poderia ter sido mais do nosso interesse
tanto social como pessoal ter realizado esta pesquisa e criar
um livro que pudesse ser utilizado para educar tantos outros
como nós.
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No início do projeto, definimos objetivos sociais,
profissionais e pessoais que tínhamos a expectativa de
conseguir alcançar. Pudemos realizar experiências no
âmbito da degradação dos microplásticos, a partir das quais
tiramos conclusões e aprendemos mais acerca do tema
escolhido para assim produzir e fornecer um livro com
informação científica que consideramos rigorosa e fiável.
Conseguimos isto também devido à oportunidade que
tivemos de trabalhar em primeira mão e conversar com
cientistas e investigadores de grande reconhecimento
nacional.
Também alcançamos outro dos nossos objetivos, pois
tendo refletido sobre potenciais problemas e medidas
nacionais que podem ser tomadas, chegamos a alguns
recursos eficazes e projetos pioneiros que talvez possam
servir para abrandar a crise dos microplásticos.
Assim sendo, consideramos a investigação na área dos
microplásticos desafiante, inovadora e interessante.
E esperemos que o leitor, ao longo deste livro, sinta
precisamente isso.
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Índice
Introdução
Problemas
Resolução
- Inovação científica com o uso da genética
- Legislação
- Consumidor
- Reciclagem
- Conclusão
Produto
Parte Experimental
- Experiência das plantas
- Experiências realizadas em laboratório
- 1ª experiência : 60
- 2ª experiência: 65
- 3ª experiência: 75
- 4ª experiência: 79
Visitas efetuadas
Conclusão
Agradecimentos
Bibliografia
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1
Introdução
Os microplásticos podem ser definidos como polímeros
sintéticos que podem possuir dimensões de 5 milímetros
até 1 picómetro. Atualmente, no nosso planeta, o peso dos
microplásticos espalhados pelo mundo equivalem a 80
milhões de baleias azuis, a 1 bilião de elefantes ou a 25.000
Empire State Buildings. Estas pequenas partículas são
derivadas dos plásticos (considerado um recurso não
renovável) e surgiram com o propósito primordial de serem
as substâncias mais resistentes e menos biodegradáveis
possíveis, criando desde já um problema colossal na sua
biosustentabilidade.
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12
Apesar dos microplásticos serem um produto inevitável do
uso plástico, como é que estas partículas sintéticas
surgiram?
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restante, 12% foi incinerado e 79% acabaram em aterros e
no meio ambiente. A poluição que o plástico causa tem
provocado graves efeitos no nosso ambiente, na paisagem,
na biota e até mesmo na saúde humana, sendo inevitável o
reconhecimento da sua manifestação e das suas graves
consequências a nível global.
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Os microplásticos são um grande problema para o nosso
mundo, uma vez que são recursos não degradáveis, logo,
não são decompostos pelas bactérias e fungos de uma forma
rápida e "verde". Estes seres heterotróficos não contêm no
seu organismo enzimas que degradam/oxidam estas
micropartículas (formulações químicas) produzidas pelas
indústrias. A decomposição de plástico dura 400 anos, logo,
este processo físico e químico é muito demorado, sendo
exatamente por esse motivo que existe um excesso de
partículas em decomposição no ambiente, seja no biociclo
marinho, fluvial ou terrestre. A acumulação destas
partículas na cadeia alimentar faz com que haja um
desequilíbrio nas relações tróficas entre os seres vivos,
colocando o ecossistema em perigo e podendo levar à
extinção de inúmeras espécies.
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- Excesso de resíduos microplásticos em ambiente marítimo
(CNN News - Richard Miller)
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Na estrutura molecular, podemos dividir os polímeros em
três grupos: os termoplásticos, os termofixos e os
termorrígidos. Os termoplásticos são macromoléculas que,
sob aquecimento, não alteram a sua fórmula química,
apresentando uma viscosidade e podendo ser novamente
moldadas com o resfriamento. O polipropileno (PP), o
polietileno de alta densidade (PEAD), o polietileno de baixa
densidade (PEBD), o polietileno tereftalato (PET), o
poliestireno (PS) e o policloreto de vinila (PVC) são
exemplos de termoplásticos. Os termofixos são aqueles que,
quando submetidos a altas temperaturas e, após já terem
arrefecido, não fundem. As resinas fenólicas, epóxi e
poliuretanos são exemplos de termofixos. Já os
termorrígidos podem definir-se como polímeros cuja rigidez
não se altera com a temperatura.
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situação alerta, tendo em conta os danos que poderiam
causar à vida na Terra. Estas pequenas partículas podem ser
caracterizadas em dois tipos: os primários e os secundários.
Os microplásticos primários resultam de resíduos
industriais, residuais e de transporte marítimo. O seu
formato é de esferas (pellets) e são muito utilizados na
produção de produtos de higiene, como sabonetes,
esfoliantes e pastas de dentes, sendo posteriormente
acumulados nos nosso meio ambiente através dos esgotos e
das descargas residuais. Os secundários resultam da
fragmentação de plásticos de dimensões maiores e podem
chegar a tamanhos muito menores, através de processos
químicos, físicos e biológicos.
19
2
Problemas
Quando nos debruçamos sobre a problemática dos
microplásticos, são vários os dilemas que se erguem e,
apesar destes serem todos diferenciados, apresentam,
coletivamente, um risco catastrófico para o bem estar de
todas as comunidades vivas e para o planeta Terra.
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- Formação de microplásticos esquematizada (Unesp Jovens)
21
Mesmo assim, o maior problema associado a esta crise
surge com a criação de ainda mais substâncias
microplásticas, fomentada pela dependência das sociedades
modernas atuais neste tipo de polímeros, como já foi
mencionado através de estatísticas na Introdução.
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derivados puros do algodão (que acaba por libertar micro-
compostos ligeiramente e consideravelmente mais
biodegradáveis).
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- O abandono de material usado em atividades
piscatórias nas costas portuguesas pode ser também
uma grande causa de desperdício. Chamado de “pesca-
fantasma”, estes equipamentos podem ser desintegrados
e os seus constituintes serem libertados para os oceanos.
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“Esta crise microplástica já não é reversível. O
plástico já está no ambiente e não há uma forma
viável nem possível de retirarmos tudo. É, neste
momento, inegável que toda a gente possui
microplásticos no seu organismo”
- Dra Irina Moreira
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27
3
Resolução
- legislação
- consumidor
- reciclagem
28
3.1.
Inovação científica com
o uso da genética
29
Mas, qual é a explicação científica por detrás desta
inovação?
30
Aquando a realização desta, percebeu-se que a enzima
interage melhor com o polímero e tem,
subconsequentemente, muita facilidade a nível molecular
de deteriorar o plástico.
Eis a reação química:
31
plantas, é usada por certos organismos patogênicos para
romper a barreira de cutina presente nas mesmas folhas,
aumentando a taxa de aproveitamento de nutrientes da
plantas pelo agente patogénico.
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Porém, ao tentar suprimir a capacidade de degradação de
plástico que difere a PETase da cutinase, o que iria
supostamente diminuir a eficácia desse processo, acabou
por ser produzida uma PETase ainda mais ativa. Este fator é
explicado pela facilidade de ligação entre a enzima
modificada e o polímero e pelas interações químicas entre
ambos os componentes, o que acaba por favorecer esta
mutação à original enzima PETase.
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produz nenhuma substância que seja prejudicial. Devido ao
seu reduzido preço, também poderiam ser permitidas
legislações que impusessem a sua obrigatoriedade em todas
as produções com componentes plásticos, sendo assim
executada uma solução excelente (e até “milagrosa”) para a
destruição de resíduos microplásticos.
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60 microgramas, demorou seis semanas a ser degradado
por estes mesmos agentes.
35
3.2.
Legislação
36
- Em muitos países, incluindo os Estados Unidos, a
Inglaterra e a Escócia, foi proibida a utilização de
microplásticos em produtos de cuidados pessoais, como
cremes e esfoliantes.
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3.3.
Consumidor
- Exemplo e logótipo da
Microbead”
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4. Evitar usar palhinhas de plástico e usar alternativas
reutilizáveis como palhinhas de vidro ou metal, ou
simplesmente beber diretamente.
5. Utilizar recipientes de vidro ou aço inoxidável para
armazenar alimentos em vez de recipientes plásticos.
6. Evitar comprar alimentos e produtos embalados
excessivamente em plástico.
7. Escolher produtos com embalagens recicláveis ou
compostáveis.
8. Utilizar sacos de microfibras na lavagem de roupas
para evitar a libertação desta para o sistema de águas
e posterior deposição nos oceanos
9. Comprar roupas feitas de fibras naturais em vez de
sintéticas.
10. Reciclar sempre que for possível, e tudo o que for
possível.
40
3.4.
Reciclagem
41
No processo de reciclagem
existem três grandes fases: a
separação, a revalorização e a
transformação. Na separação
é feita uma certificação que o
material reciclado está em
- Esquema do ciclo do
condições para permanecer
plástico
no processo, e uma separação de resíduos de acordo
(Plastic in Sightings) com o
seu material. Na revalorização, o material anteriormente
selecionado sofre um conjunto de processos mecânicos,
químicos e/ou energéticos, que faz com que este se
transforme em matéria prima. Depois desta transformação,
esta matéria-prima é transformada num novo produto,
derivado de material sustentável.
42
- Ciclo de reutilização do plástico (Recicloteca)
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Assim, a reciclagem é uma atividade que deve ser feita por
todos nós e incentivada pelos meios de comunicação e
educação. Ao instruirmos e sensibilizarmos a população
sobre a importância de reciclar, estaremos a contribuir para
um mundo mais limpo e sustentável. Como resolução do
problema abordado, decidimos, enquanto grupo, assistir ao
processo de separação e trituração do plástico (processos
que fazem parte da reciclagem do plástico). Sendo assim, no
dia 27 de dezembro de
2022, fomos visitar a
Recuplás - Reciclagem
de Plásticos (à
esquerda), um centro de
reciclagem em Areias São
Vicente, Barcelos, que
aceitou fazer-nos uma
visita guiada pelas
instalações e explicar um
pouco desses dois processos que eram lá são feitos. A
responsável pela visita começou por nos mostrar como era
feita a recolha, separação e trituração do desperdício pós-
industrial limpo, ou seja, não contaminado, um processo
extremamente importante para garantir que o lixo não
acaba no nosso ambiente e, eventualmente, dentro do
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nosso organismo. À medida que a visita decorreu, houve
factos que nos deixaram um pouco chocados, como, por
exemplo, o facto de cada saco que lá estava presente pesar
entre 800 e 1000 kg, contendo milhões destas partículas
poluentes. A responsável pela visita começou por nos
mostrar como era feita a recolha, separação e trituração do
desperdício pós-industrial limpo, ou seja, não contaminado,
um processo extremamente importante para garantir que o
lixo não acaba no nosso ambiente e, eventualmente, dentro
do nosso organismo. À medida que a visita decorreu, houve
factos que nos deixaram um pouco chocados, como, por
exemplo, o facto de cada saco que lá estava presente pesar
entre 800 e 1000 kg, contendo milhões destas partículas
poluentes..
45
- Comparação do tamanho de um membro e de um
saco contendo plástico triturado
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depois de tudo o que faziam lá, este lixo tratado poderia ser
utilizado para produção de uma variedade de produtos,
como, por exemplo, paletes de plástico ou tubos de
pistoleiros. No final, deixaram-nos levar amostras dos
plásticos triturados, alguns já considerados microplásticos,
o que nos foi extremamente útil e necessário para as
experiências que serão mais tarde referidas.
47
Conclusão
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4
Produto
Quando soubemos que para este projeto era necessário
desenvolver um produto, surgiram diversas ideias em cada
elemento do grupo. Depois de muito debater, percebemos
que todos tínhamos uma ideia em comum: queríamos algo
sustentável e que fizesse com que cada pessoa ao nosso
redor se juntasse a este grande movimento humanitário que
tem o objetivo de salvar o nosso planeta. A partir daqui,
tentamos procurar todo o tipo de produtos usados no nosso
quotidiano que continham microplásticos para perceber se
tinham uma solução ou alternativa. Foi aqui que o nosso
grupo ficou muito chocado e sensibilizado pelo facto de, até
na higiene pessoal, como em esfoliantes, sabonetes, pastas
de dentes e etc. estarem presentes estas pequenas
partículas. Como anteriormente já foi referido, a utilização
destes produtos de higiene, que contêm microplásticos na
sua constituição, leva à contaminação dos esgotos e,
consecutivamente, dos mares e rios. Assim sendo, achamos
que seria uma boa ideia produzir algo tão simples que faz
parte do nosso quotidiano, mas que é dos maiores poluentes
49
para o planeta. Assim, no dia 3 de fevereiro de 2023,
deslocamo-nos ao Groupe GM - Cosmética Portugal, a
empresa de Neiva (Viana do Castelo) onde desenvolvemos o
nosso produto, o qual era um ponto essencial no trabalho.
50
Após entrarmos, forneceram-nos batas, luvas e toucas de
cabelo, pois íamos para uma zona de produção onde a
higiene é algo imprescindível.
51
- Réplica de produção de sabonetes
52
produzido), o que nos deixou extremamente aliviados e
satisfeitos com o que tínhamos criado.
53
Esta ideia baseou-se puramente no facto destas serem da
família de um dos membros deste grupo, por isso, fizemos
com que fosse incluída, em vez de água “normal”.
Obviamente, o outro aspeto que nos diferencia é o facto de
não possuir microplásticos, algo já mencionado. Deste
modo, segue-se a lista de ingredientes para o nosso sabão:
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Inicialmente, colocamos a base do sabão numa máquina
que o iria transformar em tiras compressas, uma vez que
este se encontrava granulado.
55
Após este processo, medimos cuidadosamente todos os
produtos que íamos utilizar e, no fim, juntamos ao sabão a
água termal, o perfume escolhido por nós, o dióxido de
titânio (substância composta que funciona como corante) e
ainda dissolvine (produto químico que controla a
reatividade dos iões metálicos).
56
A seguir, a mistura criada foi colocada novamente na
máquina que, desta vez, a transformou em tiras mais coesas
e ainda mais espessas.
- Máquina transformadora
57
Estas esferas que foram criadas são colocadas numa
máquina de compressão, para ficarem com a forma do
sabão. Para cada sabão final eram necessárias duas esferas
da mistura, as quais eram compressas em forma de sabão e,
posteriormente, colocadas em cima uma da outra na mesma
máquina - deste modo, o sabão final estaria completamente
consistente e sem espaços vazios.
- Máquina de compressão
58
5
Parte experimental
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(água da torneira num dos rebentos e água com
microplásticos no outro).
- Resultado da
experiência
. regada normalmente
(esquerda)
. regada com a solução de
microplásticos (direita)
60
5.2. Experiências realizadas em
laboratório
61
1ª experiência :
material utilizado:
- 2 copos de precipitação
- 1 espátula
- sal
- água filtrada
- microplásticos
- varetas
62
protocolo:
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3º - Mexer com a vareta, tentando dissolvê-los ou empurrá-
los para o fundo.
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- Conclusão:
Conseguimos perceber que não existe qualquer
miscibilidade ou dissolução das substâncias microplásticas
nas águas dos dois meios, apresentando até, de certa forma,
uma reação inesperada de hidrofobia (causado
maioritariamente pela incapacidade de submersão destas
pequenas estruturas).
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não deixavam passar a água, funcionando como uma
barreira, já que estas partículas não se dissolvem na água.
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2ª experiência:
material utilizado:
- microscópio (1)
- lupa (2)
- 28 g de sal (3)
- vareta (4)
- colher (5)
- placa de petri (6)
- recipiente (7)
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- proveta 100 ml (8)
- amostras de sedimentos recolhidos num local próximo da
escola (9)
- água (10)
- gobelé
- papel de filtro
- funil
protocolo:
1º - Com uma colher, dispor sedimentos numa placa de
Petri e observar a amostra ao microscópio.
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2º - Colocar sedimentos numa placa de petri e observar
com uma lupa.
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- Recipiente com sedimentos de areia
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- Colocar os 140 ml de água no recipiente com sedimentos
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5º - Verter parte do líquido que está acima dos resíduos
sólidos para uma placa de Petri.
- Observação ao microscópio
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7º - Com uma colher, adicionar 28 g de sal ao recipiente e
voltar a agitá-lo.
28 g de sal
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8º - Verter devagar o restante líquido que está acima dos
resíduos sólidos para um gobelé através de um funil com o
interior revestido de papel de filtro.
9º - Retirar o papel de filtro e o que este filtrou.
10º - Observar ao microscópio o papel de filtro.
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- Explicação:
Iniciamos com um recipiente com água, onde lhe é
adicionado sal para a tornar mais densa e diminuir o espaço
intermolecular. Quando foi adicionada a areia em análise,
esta fica depositada no fundo do recipiente, e os seus
microplásticos separam-se e ascendem para cima da água.
Este fenómeno pode ser explicado pelo facto de, ao ser
adicionado sal na água, este irá conferir mais densidade a
esta solução. Como os microplásticos são menos densos que
a água e que a areia, perante estas condições, acabam por
ascender. Foi fundamental para a sua identificação a
utilização do papel de filtro, isolando estas estruturas.
75
- Conclusão:
Esta experiência é uma fiel representação daquilo que
acontece nos oceanos, podendo concluir que os
microplásticos encontram-se sempre em cima de todas as
soluções aquosas.
É com este tipo de atividades laboratoriais que realmente
tomamos consciência da amplitude da problemática dos
microplásticos, que se encontram muitas vezes presentes
em locais deveras inesperados e que aparentam estar
despoluídos.
76
3ª experiência:
material utilizado:
- solução de esfoliante (2 g de esfoliante com 400 ml de
água quente)
- sistema de vácuo
- filtros adequados ao tamanho dos microplásticos
- pinça
- Sistema de vácuo
77
protocolo:
78
4º - Observar o filtro.
79
- Explicação:
O processo de remoção dos microplásticos foi facilitado
pela bomba de vácuo, que possui uma grande capacidade de
remover impurezas, e a utilização de um filtro, que permite
a separação das mesmas das outras substâncias presentes
no produto.
- Conclusão:
No final da experiência, foi possível analisar, no filtro da
bomba de vácuo utilizada, pequenos aglomerados de
microplásticos, anteriormente presentes nos artigos de
cosmética que foram sujeitos a esta atividade.
Mesmo que seja uma realidade inconcebível e
desconhecida para maior parte da população, pudemos
comprovar a presença de microplásticos em cosméticos e
produtos de higiene pessoal.
Com esta experiência, também nos foi possível
compreender de uma forma mais realista a quantidade de
microplásticos que realmente chega aos oceanos pelo
sistema de saneamento público, resultante do uso constante
destes produtos por quase todos os cidadãos.
80
4ª experiência:
material utilizado:
- 2 gobelés.
- água da torneira
- sal
- 2 cubos de gelo
- corante vermelho
- caneta de acetato
- colher
81
protocolo:
82
5º - Observar o que acontece
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- Explicação:
Ao colocar o cubo de gelo na água salgada, a água libertada
pelo cubo (corada de vermelho) tem tendência a ficar à
superfície (formando uma camada), porque é menos densa
do que a que se encontrava no gobelé. Por outro lado, no
gobelé de água “doce”, apenas vai haver a influência da
temperatura da água. A massa fria que vem do gelo vai
afundar (ou seja, a cor vermelha vai ficar no fundo), o que
explica as correntes frias de profundidade encontradas.
- Conclusão:
Esta experiência serviu de explicação para os grandes
aglomerados de resíduos plásticos, as denominadas “ilhas
de plástico”.
84
Ambos são compostos por uma grande quantidade de
plásticos, microplásticos e outros detritos flutuantes que se
acumulam nessas regiões devido maioritariamente às
correntes marítimas.
85
86
6
Visitas efetuadas
87
- visita à Escola Superior de Biotecnologia da
Universidade Católica do Porto
88
- Laboratórios da Universidade Católica do Porto
89
- Fotos tiradas na primeira visita à Universidade Católica do Porto
90
- 2ª visita à Escola Superior de Biotecnologia da
Universidade Católica do Porto
esfoliante)
91
- Fotos tiradas na 2ª visita à Universidade Católica do Porto
92
7
Conclusão
Apesar de algumas opiniões divergentes, é irrefutável que
os microplásticos apresentam uma ameaça gigante para
todas as facetas de funcionamento do planeta Terra. O que
é certo é que, como foi explorado ao longo deste livro, não
faltam soluções que, não resolvendo a totalidade do
problema, auxiliam numa atenuação do mesmo, sendo a
implementação destes mais que necessária.
Ao longo deste trabalho, acabamos por perceber que o que
falta não é progresso científico constante e produção de
novas ideias, mas sim vontade e ambição para executar
estas mesmas soluções.
Tendo isto em conta, cabe aos governos de todas as nações,
apesar dos diversos interesses económicos, priorizarem o
próprio ambiente em que habitam.
Cabe às indústrias, apesar de diversas poupanças e
convenientes associados à poluição, sobrepor o bem estar
do planeta e caminhar para uma produção mais verde.
E cabe a todos nós, como cidadãos, termos um
comportamento sustentável, sendo que, na maior parte das
93
vezes, este é adotado por pequenos hábitos ou recusa de
certos materiais, não se tornando difícil ou dispendioso.
Com este livro aprendemos muito enquanto habitantes
deste mundo. Aprendemos que os seus recursos são finitos
e limitados e que temos de respeitar aquilo que o nosso
planeta nos dá. Assustamo-nos e ficamos sem palavras para
os problemas que as nossas gerações futuras vão
ultrapassar, causadas pelo nosso egoísmo, ganância e
ambição desmedida. Estamos a erradicar a qualidade de
vida dos nossos futuros filhos, netos, bisnetos, etc. e,
verdadeiramente, estamos a matar o nosso planeta, aquele
nos acolheu e protegeu sempre durante toda a nossa vida.
Mais altruísmo.
Mais solidariedade.
Mais amor.
94
The greatest threat to our planet is the belief
that someone else will save it.
- Robert Swan
95
96
8
Agradecimentos
A execução deste livro não seria possível sem o
conjunto de pessoas a seguir apresentados, que merecem os
devidos agradecimentos:
97
experiência relacionada com o nosso projeto.
98
fornecendo informações a nível prático de grande
valor para este projeto.
99
100
9
Bibliografia
- BOTELHO, M. J., Silva, T. F. S., & Costa, M.
F. (2018) - “Microplastics in marine environment: a review
of the emerging threats, identification of knowledge gaps
and prioritization of research needs in Portugal”
101
microplastic pollution in the marine environment.
Marine Pollution Bulletin”
- MONTNAGER, Cassiana C -
“MICROPLASTICS: ENVIRONMENTAL OCCURRENCE
AND ANALYTICAL CHALLENGES”
102
aquatic environments: a review. Marine Pollution Bulletin,
133, 79-90"
103
104
Daniel Campinho, Francisca Silva,
Joana Falcão e Sofia Simões
105
106