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BIOACUMULAÇÃO POR MICROPLÁSTICOS E SEU

IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICA

Julia Brandão Martins1, Raquel da Graça Costa Ribeiro1, Sarah de Almeida Sanches1, Carlos
Eduardo Tolussi2.
1. Discente da Universidade Anhembi Morumbi, Campus Mooca, São Paulo, SP, Brasil.
2. Docente da Universidade Anhembi Morumbi, Campus Mooca, São Paulo, SP, Brasil.

RESUMO: O crescente grau de poluição por plástico nos oceanos, principalmente nas áreas
costeiras e no fundo do mar próximo à costa são comumente causados pelo uso generalizado e
pela má gestão de produtos derivados de plástico, que acabam se decompondo e impactando
principalmente a cadeia alimentar. Os plásticos se decompõem em partículas menores,
chamadas microplásticos, que poluem o oceano, contaminando a fauna marinha e que por meio
da cadeia alimentar prejudicando os seres humanos. O propósito é avaliar o impacto dos
microplásticos acumulados pela ingestão de alimentos e bebidas, enfatizando o impacto do
fluxo que ocorre entre organismos aquáticos marinhos na saúde humana. Em vista disso, este
trabalho propõe uma revisão bibliográfica a respeito dos trabalhos sobre micro partículas,
encontradas em oceanos brasileiros e suas possíveis causas para o corpo humano. Esta pesquisa
será baseada em um levantamento de dados científicos, pressupostos teóricos e dados obtidos
de instituições voluntárias e plataformas onlines, são elas: ScienceDirect, Google Acadêmico,
ResearchGate e Scielo, que serão utilizados para definir e construir os conceitos discutidos.
Será discutido os mecanismos de geração e de potenciais impactos dos microplásticos no corpo
humano. Avaliando os efeitos causados pelo acúmulo de microplásticos por ingestão e a
caracterização do fluxo entre organismos aquáticos e os seres humanos.

Palavras chaves: Microplásticos, Biomagnificação, Biomagnificação de Microplásticos,


Brasil, Saúde Humana.

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ABSTRACT: The increasing degree of plastic pollution in the oceans, especially in coastal
areas and on the seabed near the coast, is commonly caused by the widespread use and
mismanagement of plastic products, which end up decomposing and impacting mainly the food
chain. Plastics break down into smaller particles, called microplastics, which pollute the ocean,
contaminating marine fauna and harming humans through the food chain. The purpose is to
evaluate the impact of microplastics accumulated by the ingestion of food and beverages,
emphasizing the impact of the flow that occurs between marine aquatic organisms on human
health. In view of this, this work proposes a bibliographic review about the works on micro
particles found in Brazilian oceans and their possible causes for the human body. This research
will be based on a survey of scientific data, theoretical assumptions and data obtained from
voluntary institutions and online platforms, they are: ScienceDirect, Google Scholar,
ResearchGate and Scielo, which will be used to define and build the concepts discussed. The
generation mechanisms and potential impacts of microplastics on the human body will be
discussed. Evaluating the effects caused by the accumulation of microplastics by ingestion and
characterizing the flow between aquatic organisms and humans.

Keywords: Microplastics, Biomagnification, Biomagnification of Microplastics, Brazil,


Human Health.

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INTRODUÇÃO mm de tamanho (THOMPSON et al., 2004
Estima-se que milhões de toneladas apud XIANG et al., 2022) e posteriormente,
de plástico entrem no oceano todos os anos, em 2009, foi definido como menor que 5 mm
mas apenas uma fração dele é visível, (RYAN et al., 2009 apud XIANG et al.,
flutuando na superfície do oceano. 2022). Os MPs são resíduos produzidos pelo
Em 1907, Hendrik Baekeland homem que vêm se acumulando nos oceanos
identificou a Baquelite como uma resina pelo menos nas últimas quatro décadas
sintética quimicamente estável e resistente ao (THOMPSON et al., 2004, 2005 apud
calor, considerada o primeiro plástico ANDRADY, 2011). Os microplásticos
sintético, revolucionando a ciência dos primários são usados em transportadores
polímeros e a vida moderna, introduzindo farmacêuticos, produtos de higiene pessoal,
várias formulações de polímeros e plásticos abrasivos cosméticos (são esferas de
em nosso cotidiano (LUCIO et al., 2019). polietileno, polipropileno), agentes de
Esse material já é útil para a sociedade devido limpeza, etc. (AUTA et al., 2017 apud
a sua alta durabilidade, porém, vem sendo XIANG et al., 2022). Os microplásticos
descartado de forma inadequada, causando secundários se originam da quebra de
danos significativos e até irreversíveis ao macroplásticos por meio de vários fatores
meio ambiente (RYAN et al., 2009 apud complexos, como radiação UV, ondas, vento,
PONTES, 2019). temperatura, desgaste físico (desgaste nas
Sua comercialização começou na superfícies), etc. (COLE et al., 2011;
década de 1920, porém, a primeira evidência ROCHA-SANTOS e DUARTE, 2015 apud
de microplásticos (MPs) no meio ambiente XIANG et al., 2022). Alguns MPs,
foi relatada em 1972 por EJ Carpenter e KL especialmente micro e nanopartículas de
Smith, onde detectaram partículas de plásticos usados em produtos de consumo
polietileno (grânulos) na superfície existente (MAYNARD, 2006 apud ANDRADY,
no Atlântico Norte (CARPENTER; SMITH, 2011), entre eles estão partículas plásticas de
1972 apud PONTES, 2019). Porém, o tamanho micrométrico comumente usadas
conceito de MPs foi introduzido pela como esfoliantes em formulações cosméticas
primeira vez por Richard C. Thompson et al. (GREGORY, 1996; FENDALL e SEWELL,
em 2004, inicialmente sendo conceituados 2009 apud ANDRADY, 2011), aquelas
como pequenos fragmentos de partículas produzidas na indústria de desmantelamento
sólidas à base de polímeros com cerca de 20 de navios (REDDY e SHAIK, 2006 apud
ANDRADY, 2011) e abrasivos industriais
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em meios sintéticos "jateamento de areia" abordar o assunto de forma científica. Em
(esferas plásticas de acrílico e poliéster). uma revisão de literatura realizada pelo
De acordo com os dados da grupo, foram encontradas apenas 81
Associação Plastics Europe (2011), a publicações sobre microplásticos no país.
produção mundial de plásticos aumentou de Isso é alarmante, dado que o Brasil é o quarto
5 milhões de toneladas em 1950 para 265 produtor de plástico no mundo e recicla
milhões em 2010, a uma taxa regular de 6% apenas 2% dele. Com uma coleta seletiva
ao ano nos últimos 20 anos (SOBRAL et al., precária e alta produção do material, grandes
2011). Segundo o relatório da Ocean quantidades de plástico acabam nos rios e,
Conservancy e do McKinsey Center for portanto, nos oceanos (TREVISOL, 2020).
Business and the Environment (2015), o Atualmente, o Brasil ocupa a quarta posição
mundo produziu 260 milhões em 2015, e em geração de resíduo plástico (posicionado
juntamente com ele foi publicado uma tabela após os Estados Unidos, a China e a Índia),
cuja lista os 20 países que mais contribuem com aproximadamente 11 milhões de
para o lixo plástico. Os cinco principais toneladas desses resíduos sendo gerados por
poluidores de plástico incluem China, ano, o que equivale a cerca de 11% do total
Indonésia, Filipinas, Vietnã e Tailândia, que mundial (VEIGA, 2018).
respondem por 60% dos resíduos plásticos Os MPs podem chegar facilmente aos
que acabam no oceano (PARKER, 2020). oceanos através do escoamento
A América Latina representa 5%, (ANDRADY, 2011). Essas partículas
tendo o Brasil como responsável por quase a acabam sendo ingeridas por peixes, moluscos
metade desta produção, com 6,3 milhões de e outros animais marinhos e entram na cadeia
toneladas. Já em 2016, a produção mundial alimentar até chegarem ao consumidor final:
de plásticos foi crescente, produzindo cerca os humanos, e desde então, diversos estudos
de 300 milhões de toneladas desse material sobre os efeitos negativos do MP têm sido
(LUCIO et al., 2019). Em 2018, o número relatados (SOBRAL et al., 2011).
chegou a 359 milhões de toneladas, tendo a Em relação ao impacto dos MPs
Ásia como o maior produtor (PONTES, causam no ambiente, um relatório de 2016 da
2019). O primeiro artigo sobre o assunto foi Organização das Nações Unidas para
publicado no Brasil ocorreu em 2009, em Alimentação (FAO) coletou dados sobre a
Porto Alegre, onde a Universidade Federal do presença de MPs na vida marinha: cerca de
Rio Grande do Sul (UFRGS) é pioneira em 800 espécies de moluscos, crustáceos e
peixes já sabem o que é comer plástico. O
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estudo, liderado pelo Dr. Philipp Schwabl, mostrou que todas as marcas de sal analisadas
pesquisador do Departamento de continham polietileno (PE), polipropileno
Gastroenterologia e Hepatologia da (PP) e polietileno tereftalato menores que 5
Universidade Médica de Viena, Áustria mm de éster (PET). O MP pode conter dois
(2018), foi realizado em amostras de fezes de co-contaminantes químicos nocivos, muitas
8 pessoas de países distantes e diferentes vezes com efeitos de
(Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia, desregulação/perturbação endócrina. Estes
Rússia, Reino Unido e Áustria). O resultado incluem aditivos plásticos, como ftalatos e
encontrado apontou partículas de policloreto bisfenol A, cuja ingestão frequente aumenta
de polivinila (PVC), polipropileno, o potencial de toxicidade gastrointestinal,
polietileno tereftalato (PET) e até uma dúzia hepática, reprodutiva e neurotoxicidade nos
de plásticos diferentes, embora isso seja parte organismos (FALASCO e DE GUSMÃO,
do estudo piloto, mas a diversidade 2018).
geográfica dos participantes identificou o A passagem de MPs na cadeia trófica
tipo de plástico que permitiu aos autores do ocorre através de um processo de
estudo destacar o progresso e o impacto das biomagnificação, cujo conceito é: o aumento
MPs (VEIGA, 2018). na concentração de um contaminante (ou
No Brasil, um estudo realizado em seja, MPs ou aditivos) em um organismo em
quatro praias urbanas da Paraíba (Cabo comparação com a concentração em sua
Branco, Intermares, Formosa e Bessa) presa (MILLER et al.,2020). Assim, nós
mostrou que a quantidade de resíduos predadores de topo possuímos maiores
plásticos nesses locais triplicou nos últimos concentrações de MPs do que as presas. Os
anos, com partículas microscópicas MPs também estão presentes em diversos
detectadas tanto nas praias quanto nos alimentos da dieta humana, como mel, sal,
estômagos dos peixes. (IVAR DO SUL e cerveja, vinho, refrigerante, leite, etc
COSTA 2007 apud LIMA et al. 2019). Isso (MONTAGNER et al., 2021). Portanto, os
demonstra as consequências imprevisíveis do seres humanos estão constantemente
descarte inadequado desses materiais em expostos ao MP por meio de sua dieta, sendo
ambientes costeiros (DONOHUE e FOLEY estimada uma média de ingestão semanal de
2007 apud LIMA et al. 2019). 0,1 a 5 g de MP por pessoa (MONTAGNER
Em 2018, a avaliação do Brasil sobre et al., 2021). Uma vez que os MPs entram no
a presença de MPs no sal de origem marinha intestino, estes liberam monômeros
constituintes, bem como aditivos e toxinas
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absorvidos, que podem levar a deficiências em artigos recentes;
fisiológicas que variam de estresse a - Caracterizar o fluxo de micropartículas
comportamento cancerígeno (COX et al., plásticas entre organismos aquáticos e
2019). terrestres e a possíveis doenças na saúde
O propósito desse trabalho é avaliar o humana;
impacto dos MPs acumulados pela ingestão - Enfatizar perspectivas futuras com base em
de alimentos e bebidas, enfatizando o fluxo dados bibliográficos.
que ocorre entre organismos aquáticos e
humanos. Por fim, destacar perspectivas MATERIAL E MÉTODOS
futuras com base em dados bibliográficos. Será realizada uma pesquisa
bibliográfica para buscar dados e
OBJETIVO informações a respeito do processo de
Objetivo Geral bioacumulação de MPs, na qual serão
Diante o que foi exposto acima, o presente avaliados possíveis locais que esses MPs são
trabalho, se concentra em microplásticos, absorvidos pelos organismos tanto de forma
com objetivo de avaliar o impacto dos indireta (por exemplo, ingestão de alimentos,
microplásticos acumulados pela ingestão de ou estrutura de alta superfície de contato
alimentos e bebidas, enfatizando o impacto como as brânquias) que por consequência
do fluxo que ocorre entre organismos ocasiona a biomagnificação do mesmo, onde
aquáticos marinhos na saúde humana. há um acúmulo progressivo dessas
substâncias de um nível trófico para outro ao
Objetivos Específicos longo da teia alimentar. Outro ponto a ser
- Destacar o conhecimento sobre a analisado é o grau de absorção que varia de
diversidade de microplásticos existentes em acordo com a forma, tamanho, solubilidade e
organismos marinhos e principalmente em química de superfície de MPs.
humanos; Para a realização deste levantamento
- Avaliar os efeitos causados pelo acúmulo de serão selecionados artigos científicos, livros,
microplásticos por ingestão de alimentos e teses e dissertações consultados entre os
bebidas; meses de Outubro de 2021 a Junho de 2022,
- Apresentar dados estatísticos brasileiros, nas bases eletrônicas: Scielo, ScienceDirect,
sobre os produtores e os locais de maior ResearchGate e Google Acadêmico, no
incidência desses contaminantes, com base período de 2011 à 2022. A estratégia
utilizada par a seleção dos artigos foi a
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consulta manual em listas de referências, com As publicações aparecem em maior
base na leitura do título e do resumo que número nas revistas, dissertações e em
abordassem o tema proposto. As palavras- organizações não governamental
chave para a pesquisa utilizadas são tanto de internacional como: WWF e ONU
língua portuguesa quanto inglesa, sendo elas: (principalmente na UNEP, UNRIC)
microplásticos, biomagnificação, Brasil e evidenciando um maior interesse por parte
saúde humana e microplastics, dos pesquisadores/cientistas sobre os MPs e
biomagnification, Brazil and human health seu impacto na saúde pública. O descarte do
respectivamente. plástico tem se tornado uma das maiores
preocupações em relação à poluição aquática
DESENVOLVIMENTO é um problema crescente na escala global
A distribuição das publicações (Gregory 2009, Moore 2008). Devido à sua
apuradas, nota-se que, apesar do amplo baixa densidade, eles tendem a flutuar, se
espectro percorrido na varredura dispersar, se acumular lentamente e
bibliográfica que se iniciou em 2021, as permanecer no ambiente por longos períodos
publicações aparecem com mais frequência de tempo (Dixon & Dixon 1981, Gregory
apenas a partir de 2011. 1999).
É possível visualizar também um Uma preocupação atual com o uso de
crescente aumento de publicações, supondo- plástico é o aumento da concentração de MPs
se que, nas últimas décadas, a produção de no ambiente aquático, que já foram
plástico tem aumentado significativamente observados inicialmente na década de 1972,
em função da sua aplicabilidade em diversos na superfície existente no Atlântico Norte, e
itens diferentes. Os materiais plásticos vêm atualmente é detectada na maioria das
substituindo diversos tipos de materiais como grandes massas de água (oceanos, oceanos,
o aço, vidro e madeira. Os plásticos lagos e rios). A presença dessas partículas no
representam 37,47% no valor total da meio ambiente é preocupante, pois elas
produção de embalagens, por conta de seu interagem prontamente com a biota local,
baixo peso e custo, elevada resistência acarretando a possíveis danos ambientais e
mecânica e química. Aumentando sua consequentemente à saúde humana.
durabilidade no meio ambiente.
(Henningssonet al., 2004).

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LOCAIS DE MAIOR PRESENÇA DE MPs foram coletadas de sedimentos arenosos
MICROPLÁSTICOS NO BRASIL em diferentes praias e, além de analisar a
distribuição dessas partículas, também foram
O estudo sobre MPs no Brasil é ainda estudadas as interações das partículas como
recente na literatura científica. A ocorrência, poluentes orgânicos persistentes (POPs) e
distribuição e análise química dessas metais adsorvidos (OLIVATTO et al., 2018).
partículas em amostras de sedimentos Em 2014, um estudo do professor,
arenosos e ambientes aquáticos são mais Alexander Turra, do Instituto do Oceano da
aprofundadas nas áreas costeiras do nordeste USP encontrou pellets (pequenas esferas
e sudeste do país (OLIVATTO et al., 2018) usadas para produzir material plástico) na
No Nordeste, foram cidade de Santos, litoral de São Paulo,
caracterizadas e quantificadas amostras de enterradas a 2 metros de profundidade na
MPs de diferentes praias e também no areia da praia, o que sugere que o problema é
estuário de Goiânia, no Estado de muito maior do que se pensava
Pernambuco. No Arquipélago de Fernando anteriormente, sobre estarem limitados a
de Noronha, Arquipélago de Abrolhos e a superfície (JONES, 2019).
Ilha da Trindade, os MPs foram o foco da Na Baía de Guanabara, os MPs foram
amostragem em 4 expedições científicas relatados em amostras de sedimento arenoso
realizadas entre dezembro de 2011 e março coletadas em diferentes praias e em águas
de 2013, plásticos flutuantes foram superficiais, coletadas com rede de plâncton,
amostrados através de arrastos planctônicos em Niterói e Rio de Janeiro, os problemas da
nas áreas marinhas adjacentes a estes região são graves (OLIVATTO et al., 2018).
ambientes (SUL, 2014). Um total de 160 Segundo a pesquisa realizada pela Pontifícia
arrastos foi realizado. Em Trindade, mais de Universidade Católica do Rio de Janeiro
90% dos arrastos estavam contaminados por (PUC-Rio) demonstrou que o local é uma das
MPs e em Noronha e Abrolhos áreas mais poluídas por MPs no mundo. As
aproximadamente metade dos arrastos estava partículas, mesmo com tamanho inferior a
contaminada (SUL, 2014). cinco milímetros, representam enorme risco
No Sudeste, MPs foram relatados para o ambiente marinho e humano
ao longo do litoral, na região costeira, do (SAMPA, 2019). Também na praia da
Estado de São Paulo e na Baía de Guanabara, Barrinha, que está situada na costa sul do
Rio de Janeiro. Em São Paulo, amostras de município de Vila Velha (ES), foram
encontrados números significativos de
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fragmentos de redes de pesca por causa da acumulam e as concentrações obtidas nos
atividade pesqueira. (BISI JUNIOR et al., organismos refletem a quantidade dos
2011). elementos que foi ingerida e retida em seus
tecidos (TREVIZANI, 2018).
TRANSFERÊNCIA TRÓFICA DOS Na maioria dos casos, os MPs são
MICROPLÁSTICOS encontrados no trato gastrointestinal dos
peixes, de modo que raramente entram na
De maneira geral, os MPs são dieta humana porque são uma parte pouco
facilmente ingeridos pelos organismos direta consumida. No entanto, em peixes
ou indiretamente, através do consumo de processados, como a sardinha, essas
espécies de nível trófico inferior, como já partículas são mais propensas a serem
mencionado anteriormente. A sua ingestão ingeridas por humanos (MONTAGNER et
tem sido observada em organismos desde o al., 2021). Um estudo relatou a presença de
primeiro nível trófico, como fitoplâncton e partículas de MP em 20 marcas de produto de
zooplâncton, até espécies maiores, como sardinha originárias de diferentes regiões do
tartarugas e aves. Alguns fatores influenciam mundo, incluindo Canadá, Alemanha, Irã,
a biodisponibilidade de MP no ambiente, Japão, Letônia, Malásia, Marrocos, Polônia,
como: tamanho, densidade e coloração. Os Portugal, Rússia, Escócia, Tailândia e Vietnã.
MPs menos densos são ingeridos pelas Partículas de plástico estavam ausentes em 16
espécies que habitam superfícies dos corpos marcas, enquanto entre 1 e 3 partículas de
de água e os mais densos afetam as espécies plástico por marca foram encontradas nas
presentes na coluna d’água e sedimento. outras 4 marcas. Os polímeros plásticos mais
Devido à sua resistência aos processos abundantes foram o polipropileno (PP) e o
metabólicos, os MPs podem se bioacumular tereftalato de polietileno. (KARAMI et al.,
em diferentes organismos e, dependendo de 2018).
sua distribuição ao longo do nível trófico, Outra via de exposição humana aos
também podem ser biomagnificados MPs se dá através da inalação de partículas
(MONTAGNER et al., 2021). no ar durante a respiração. Estima-se que um
A bioacumulação é definida como a homem adulto inale 170 partículas por dia, no
transferência de metais a partir de uma fonte, entanto, os efeitos dessa exposição à saúde no
como a água, os sedimentos ou os alimentos, sistema respiratório permanecem
para um organismo. Estes elementos se desconhecidos (MONTAGNER et al., 2021).

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O IMPACTO NA SAÚDE HUMANA que a maioria das partículas inaladas será
ingerida (COX et al., 2019).
Microplásticos foram recentemente Uma vez que os MPs estão no
identificados como um importante problema intestino, eles podem liberar monômeros
global emergente que afeta a vida marinha e constituintes, o que pode levar a deficiências
até mesmo os seres humanos. fisiológicas que variam de estresse a
(SUTHERLAND et al., 2010; CARUSO, comportamento cancerígeno. O grau de
2015; WANG et al., 2016 apud AUTA et absorção irá variar de acordo com a forma,
al.,2017). tamanho, solubilidade e química da
A absorção de MPs pelo corpo superfície do MP (COX et al., 2019).
humano pode ocorrer por diversas vias de Contudo, os MPs têm o potencial de
exposição, como água potável, o consumo de causar muitos efeitos adversos em animais e
produtos alimentares aquáticos e terrestres humanos, como câncer, atividade reprodutiva
assim como por inalação de poeira (DRIS et prejudicada, diminuição resposta
al., 2017; VETHAAK e LESLIE, 2016; imunológica e deformidades. A poluição do
PRATA, 2018 apud XIANG et al., 2022). meio marinho por MPs é um potencial
Apesar das crescentes evidências de problema de saúde e econômico (AUTA et
que os MP contaminam uma grande al.,2017). Dados as limitações em torno das
variedade de alimentos e bebidas, tanto ao ar classes de tamanho de partículas
livre quanto em ambientes fechados, e podem microplásticas presente nos itens
ter efeitos prejudiciais à saúde humana após consumidos, ainda não está claro até que
ingestão e/ou inalação, uma investigação ponto nossa estimativa do consumo humano
sobre a exposição humana cumulativa a MPs de MPs representa um risco para a saúde
não foi investigada (COX et al., 2019). humana saúde (COX et al., 2019).
Existem preocupações se os MPs De acordo LESLIE et al. (2022)
inalados são realmente ingeridos; no entanto, publicado na revista "Environmental
a menos que tossido ou espirrado para fora da International" descobriram através de um
boca ou aberturas nasais, as partículas estudo pioneiro de biomonitoramento
inaladas entrarão no sistema digestivo humano que partículas plásticas estão
sistema através da limpeza mucociliar ou biodisponíveis para absorção na corrente
permanecem presos nos pulmões, sugerindo sanguínea humana. Foram analisados sangue
humano de 22 voluntários saudáveis. É
necessário compreender a exposição dessas
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substâncias em humanos e o risco associado, virgem que plástico reciclado (WWF, 2019).
para determinar se as partículas plásticas são Os relatórios dizem que até o ano de 2050,
ou não um risco para a saúde pública haverá mais MPs em nossos oceanos do que
(LESLIE et al.,2022). peixes (WORLD ECONOMIC FORUM,
Fezes humanas foram previamente 2016 apud AUTA et al.,2017).
analisadas, fornecendo evidências de que A pesca extensiva, usos recreativos e
partículas plásticas de tamanho micro pode marítimos do oceano, bem como mudanças
ser excretadas através do trato demográficas que favorecem a migração para
gastrointestinal (SCHWABL et al., 2019, áreas costeiras, aumentam os futuros influxos
ZHANG et al., 2021 apud LESLIE et de resíduos plásticos nos oceanos (RIBIC et
al.,2022). al., 2010 apud ANDRADY, 2011). Para
Como um todo, tais dados indicam a combater esse problema a Assembleia das
natureza onipresente das partículas plásticas Nações Unidas para o Meio Ambiente
e levantam a questão de como os seres (UNEA) aprovou neste ano um acordo para
humanos estão expostos a tais partículas, e se criar o primeiro tratado global para combater
a exposição realmente leva à absorção dentro a poluição causada pelo plástico. A resolução
do corpo humano (VETHAAK e LESLIE, é vista pela organização como o mais
2016 apud LESLIE et al.,2022). significativo pacto ambiental desde o Acordo
de Paris, assinado em 2015 (UNRIC, 2022).
PERSPECTIVAS FUTURAS Nele, 175 países votaram a favor de uma
resolução histórica que pretende acabar com
Os atuais esforços globais para a poluição do plástico. A votação aconteceu
melhorar a capacidade de gestão de resíduos durante a Assembleia das Nações Unidas do
em todo o planeta são insuficientes para Meio Ambiente, organizada pelo Programa
evitar as 104 milhões de toneladas métricas das Nações Unidas para o Meio Ambiente
de plástico projetadas até 2030. A trajetória (PNUMA), em Nairobi, no Quénia (UNRIC,
atual da poluição plástica é decorrente dos 2022).
padrões de consumo que apoiam modelos de A produção de plástico aumentou de
negócio para produtos plásticos de uso único, 2 milhões de toneladas em 1950 para 348
a má gestão de resíduos que joga o plástico milhões de toneladas em 2017, tornando-se
na natureza, e uma cadeia de suprimentos que uma indústria global avaliada em 522,6
produz atualmente cinco vezes mais plástico milhões de dólares que deverá dobrar sua
capacidade de produção até 2040 (UNRIC,
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2022). O impacto da produção de plástico e a global (UNRIC, 2022).
poluição resultante da tripla crise planetária A resolução visa a estabelecer um
de mudança climática, perda da natureza e acordo internacional juridicamente
poluição é um desastre iminente, são eles vinculante até 2024. Além disso, abrange
(UNEP, 2022): todo o ciclo de vida do plástico, incluindo sua
- A exposição ao plástico é prejudicial produção, design e descarte (UNEP, 2022).
à saúde humana e pode afetar a fertilidade, o Para impedir o crescimento do
metabolismo e a atividade neural, enquanto a plástico, as estratégias usadas devem incluir
queima de plástico a céu aberto causa a melhoria e a aplicação das iniciativas já
poluição do ar. existentes, como a proibição de produtos
- As emissões de gases de efeito plásticos descartáveis e problemáticos, além
estufa associadas à produção, uso e descarte da atualização dos planos nacionais de
de plástico representarão 15% das emissões gerenciamento de resíduos (WWF, 2019).
permitidas até 2050, conforme o objetivo de
limitar o aquecimento global a 1,5°C. CONCLUSÃO
- Mais de 800 espécies marinhas e Os artigos analisados apresentam
costeiras são afetadas por esta poluição informações de extrema importância sobre os
devido à ingestão, enredamento e outros aspectos negativos dos MPs, que agregados a
perigos novas pesquisas podem favorecer para uma
- Cerca de 11 milhões de toneladas de compreensão mais detalhada sobre o tema
resíduos plásticos entram nos oceanos abordado, podendo colaborar em novas
anualmente. Isso pode triplicar até 2040. propostas de políticas públicas para uma
As Nações Unidas estimam que uma melhor gestão desses resíduos, que trazem
mudança significativa para uma economia diversas consequências. Por meio da
circular poderá reduzir o volume de plásticos elaboração deste, observa-se que os estudos
que entram nos oceanos em mais de 80% até dos danos dos plásticos e MPs são voltados
2040. Além de reduzir a produção de plástico para a saúde animal e que a presença de MP
virgem em 55%, pode poupar 70 mil milhões no Brasil deve ser visto com preocupação.
de dólares aos governos até 2040. E por fim, Para os estudos referentes à saúde
se reduzir as emissões de gases de efeito humana, existem fortes suspeitas dos
estufa em 25%, é possível gerar 700 mil impactos negativos, entretanto os estudos já
novos empregos — principalmente no sul realizados se mostram insuficientes. As leis
restritivas em defesa do meio ambiente para
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o mercado do plástico no mundo atual ainda SALVIATO, J. T. Avaliação Quali-
Quantitativa E Espacial De
são insatisfatórias, não atentando para ações
Microplásticos Ao Longo Da Praia
mitigadoras aos seus danos. Da Barrinha, Vila Velha (ES).
Universidade Federeal do Espírito
Santo, Vitória, 2011
AGRADECIMENTOS 4. COX, K. D., COVERNTON, G. A.,
DAVIES, H. L., DOWER, J. F.,
Agradecemos primeiramente à nossa
JUANES, F., & DUDAS, S. E.
família, que sempre nos apoiou e incentivou, Human Consumption of
Microplastics. Environmental
apesar das dificuldades enfrentadas. E por
Science & Technology, vol. 53, no.
fim, mas não menos importante, agradeço a 12, June 2019, pp. 7068–74. DOI.org
(Crossref),
Universidade Anhembi Morumbi, a qual foi
https://doi.org/10.1021/acs.est.9b015
parte primordial da minha vida nos últimos 17.
5. DIXON T. R. & DIXON T. J. 1981.
quatro anos e aos meus professores, que
Marine litter surveillance. Marine
sempre se colocaram à disposição para Pollution Bulletin,12(9): 289-295
6. FALASCO, Carina Francisco; DE
prestar suporte sempre que lhes fora
GUSMÃO, Luiz Felipe Mendes. 163-
solicitado. Avaliação da Presença de
Microplásticos em Sais de Origem
Marinha do Brasil. 1ª. EDIÇÃO, p.
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