FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU

ANÁLISES TOXICOLÓGICAS E AMBIENTAIS

CURSO: BIOMEDICINA

CLAUDIA ELIAS – 3276223

ISABELLE KARINE – 7326940
KEITH SOUSA – 3246730
MARIANA CAVALCANTE – 8237377
YASMIN CARDOSO – 6889210
THAINARA REGINA –3250748

Avaliação A1.2 - Análises Toxicológicas e Ambientais

SÃO PAULO
2022
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1. RESENHA CRÍTICA

Gerado pela indústria têxtil, o retalho é um dos principais resíduos

decorrentes da produção onde normalmente é eliminado como lixo comum o que
acarreta inúmeros prejuízos ambientais. Os retalhos são classificados conforme
Resolução CONAMA n. 313/02 (CONAMA, 2002) como classe II A, possuindo a
característica de não inertes devida sua propriedade como combustibilidade,
biodegrabilidade ou solubilidade em água, salvo em casos de contato com algum
contaminante como, por exemplo, óleo lubrificante proveniente de máquinas.

Caso descartados de maneira correta é possível afirmar que os resíduos

resultantes dos processos têxteis poderiam em muitos casos se tornar matéria prima
para a própria indústria, o que, infelizmente, na grande maioria das produções não
ocorre, levando toneladas remanescentes de roupas à adversidades ambientais
tendo em vista que até mesmo tecidos que possuem decomposição considerada
rápida como, por exemplo, a base de algodão, podem demorar 20 anos para este
processo, enquanto materiais sintéticos possuem esta estimativa preocupantemente
elevada, chegando ao prognóstico entre 100 a 300 anos para decomposição.

Os impactos ambientais causados por estes produtos têm início na

extração e no processamento das matérias-primas que se baseiam na produção dos
plásticos provenientes da refinação de petróleo, onde é necessário um consumo
considerável de energia além de produzir resíduos de longa duração, assim como a
utilização da celulose que, decorrente das arvores, requer fiscalização para garantia
de origem sustentável não causando danos maiores ao ambiente. Ambas as matérias-
primas causam diferentes impactos socioambientais seja por consequência da
produção, consumo, descarte ou distribuição, destacando sobretudo a poluição
ocasionada por substâncias toxicas emitidas no meio-ambiente, provocando
contaminação principalmente associada ao solo e água por conta de resíduos. Não
apenas se tratando dos produtos descartáveis de forma unitária, mas também
analisando de forma geral os componentes extras associados como embalagens,
serviços e transporte tanto das matérias-primas quanto dos produtos fazem parte do
ciclo de vida do mesmo e influenciam diretamente nos impactos ambientais.
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Assim como as calcinhas “normais”, ou seja, de uso contínuo, as calcinhas

descartáveis são fabricadas com diferentes tipos de tecidos onde as mais populares
são produzidas com base em polímeros, sendo este um material de considerável
tempo para degradação o que contribui para impactos nocivos em diversos
seguimentos. Pode-se dizer que a maioria dos produtos plásticos descartáveis possui
em sua formulação aditivos químicos que podem ocasionar os fenômenos chamados
de biomagnificação e bioacumulação.

A biomagnificação é um fenômeno que ocorre quando há acúmulo

progressivo de substâncias ou compostos químicos ao longo da cadeia alimentar
onde, por exemplo, produtores contaminados por alguma substância tóxica são
consumidos por consumidores primários, que vão servir de alimento para
consumidores secundários. Sendo assim, os organismos que estão no topo da cadeia
alimentar apresentam mais acúmulo de substâncias, uma vez que acumulam também
a substância presente nos organismos que serviram de alimento.

Existem também substâncias que são sujeitas aos processos de

bioacumulação e biomagnificação, como os Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs)
que são considerados altamente tóxicos à seres vivos já que não são eliminados com
o passar do tempo. Atualmente uma grande quantidade do lixo produzido é composto
por plástico, muitas vezes utilizado apenas uma vez e que não possui destinação
correta. É estimado que estes resíduos provoquem anualmente centenas de mortes
de aves e mamíferos em todo o planeta já que o lixo plástico pode viajar por longas
distancias.

O uso de materiais e objetos provenientes do plástico se estende à diversos

seguimentos das indústrias sendo um deles produto da atividade têxtil. Sabe-se que
o uso de calcinhas descartáveis agride em abundância o meio ambiente, porém, além
do já conhecido risco ambiental também é necessário expressar os riscos à saúde
humana como pelo uso do com tecido de confecção utilizando o TNT do qual acaba
por abafar a região intima levando a alteração do pH vaginal que pode desencadear
infecções como candidíase e vaginose.

Outros riscos à saúde estão diretamente relacionados a produção têxtil

como a intoxicação por polipropileno que é o principal componente da calcinha
descartável, dos quais partículas e fibras de plástico podem acabar sendo inaladas
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ou ingeridas assim como outros químicos e contaminantes presentes já que segundo

Lourenço et al. (2021) “No meio ambiente, os microplásticos podem funcionar como
vetores e se ligar a outros poluentes, como metais pesados ou compostos orgânicos,
ou mesmo a microrganismos como vírus ou bactérias”.

Perante os fatores de contaminação e riscos a saúde humana

apresentados, alternativas de caráter ambiental se tornam necessárias para intervir
no agravante. A Biorremediação é um processo de tratamento no qual organismos
vivos, geralmente microrganismos como fungos e bactérias, são utilizados
tecnologicamente para remover ou reduzir poluentes no ambiente. Os mesmos podem
ser administrados em águas superficiais e subterrâneas, bem como em solos e
resíduos industriais, em aterros, áreas de contenção. Esta técnica utiliza de formas de
tratamento denominadas In situ e Ex situ, onde em definição um visa tratar o solo no
local de contaminação, com introdução de oxigênio, nutrientes e microrganismos em
galerias e poços de infiltração e o outro apresenta aplicação onde o resíduo é
transportado a outro local, não correndo riscos de danos ao meio ambiente. O
processo se inicia com a redistribuição do solo em camadas e irrigado com nutrientes
e bactérias, respectivamente.

Os contaminantes por apresentarem características especificas são

suscetíveis a degradação perante a certos tipos de biorremediações específicos. Em
contaminantes que possuem derivação de petróleo, por exemplo, como polietileno e
polipropileno (macromolécula), algumas espécies podem ser utilizadas como
Pseudomonas, Proteus, Bacillus, Penicillum e Cinninghamella.

A Biorremediação não é a única técnica que pode ser empregada pois

também é possível a utilização de plantas para remediação de solos e águas
contaminadas através de remoção, degradação, armazenamento ou imobilização de
contaminantes orgânicos ou metálicos. Esta outra alternativa chama-se
Fitorremediação onde apresenta descontaminação in situ utilizando plantas como
agentes de descontaminação, removendo, imobilizando ou tornando os
contaminantes inofensivos ao ecossistema. Este método possui vantagens
significativas como o custo relativamente baixo, benefícios estéticos em função da
melhoria da paisagem, natureza não invasiva, cobertura sobre a vida animal e redução
do transporte de contaminantes no solo.
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2. REFERENCIAS
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Análise sobre descarte e reaproveitamento nas indústrias de confecção [...]. [S. l.: s. n.], 2015.
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RESOLUÇÃO CONAMA N. 313/02. 2002. ANEXO 6 - RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS, [S. l.],
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ZARPELON, Leonardo. CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DE TECIDO NÃOTECIDO (TNT) A BASE

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