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CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA (UNIFAMAZ)

AIDA ALMEIDA SERRÃO


CARLOS HIDEO KAJITANI

FABRICAÇÃO DE BIOFILMES COMESTÍVEIS E BIODEGRADÁVEIS COMO ALTERNATIVA


DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Belém - PA
2020
AIDA ALMEIDA SERRÃO
CARLOS HIDEO KAJITANI

FABRICAÇÃO DE BIOFILMES COMESTÍVEIS E BIODEGRADÁVEIS COMO


ALTERNATIVA DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Trabalho de conclusão de curso, apresentado


ao Centro Universitário Metropolitano da
Amazônia (Unifamaz), como parte das
exigências para a obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária.
Orientadora: Prof. Msc. Elane Lemos.

Belém - PA 2020
AIDA ALMEIDA SERRÃO
CARLOS HIDEO KAJITANI

FABRICAÇÃO DE BIOFILMES COMESTÍVEIS E BIODEGRADÁVEIS COMO


ALTERNATIVA DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Trabalho de conclusão de curso, apresentado


ao Centro Universitário Metropolitano da
Amazônia (Unifamaz), como parte das
exigências para a obtenção do título de
bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária.

Belém-PA, de de

Prof.
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia

Prof.
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia

Prof.
Centro Universitário Metropolitano da Amazônia
1. INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento urbano e crescimento econômico, novos padrões de produção e
consumo se consolidaram, demandando cada vez mais recursos da natureza, e assim,
destacando a importância de repensar as práticas de consumo da sociedade na esfera
ambiental, ecológica e social (RODRIGUES, 2015). Minghua et al. (2009), ratifica a preocupação
mundial com os resíduos, afirmando que a produção vem aumentando em uma escala
considerável, gerando inúmeros problemas à saúde pública e ao meio ambiente, ocasionado
pela economia em expansão, aumento populacional, rápida urbanização, desperdícios de
alimentos e o aumento dos padrões de vida.
Segundo a Abrelpe, em 2018, foram gerados, no Brasil, 79 milhões de toneladas de
resíduos. Desse montante, 92% (72,7 milhões) foi coletado, todavia evidencia que 6,3 milhões
de toneladas de resíduos não foram recolhidos junto aos locais de geração. Dessa forma, a
destinação adequada em aterros sanitários recebeu 59,5% dos resíduos e o restante 40,5% foi
despejado em locais inadequados por 3.001 municípios.
Diante desse desperdício, a busca por boas práticas e pelo manejo correto dos resíduos
tem se tornado indispensável, principalmente, na prática da reutilização dos resíduos
alimentícios. Com isso, a dificuldade de reciclagem da maioria das embalagens tem incentivado
a desenvolver materiais biodegradáveis a partir dos resíduos de alimentos (Mali et al., 2010).
Nesse sentido, o Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevê a redução de produção
de resíduos, reaproveitamento e a disposição correta em caso de resíduos não recicláveis.
Dessa forma quando desenvolvido os biofilmes, visam substituir polímeros que se tornam
poluentes quando inadequadamente descartados (ALTMANN et al., 2017).
Assim, a PNRS estabelece metas e programas de ações para permitir o avanço
necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos, desde a produção até o destino final, assim como, propõe a redução dessa
geração (DESSBESELL et al., 2019). Em vista disso, Machado (2012), afirma que o resíduo
sólido reutilizável e reciclável tem valor econômico, acrescenta ainda que esse bem tem um
valor social, que gera trabalho, renda e que a reutilização e a reciclagem são promotoras de
cidadania.
Ademais, Machado (2012), ressalta que a obrigação legal prioritária de não gerar resíduo
mostra fortemente a reutilização e a reciclagem como as opções da Política Nacional de
Resíduos Sólidos. Nesse sentido, reutilização é processo de aproveitamento dos resíduos
sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico-química e a reciclagem é o processo de
transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-
químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos.
Segundo Mali et al. (2010), como emprego de matérias-primas provenientes de recursos
renováveis para a produção de embalagens a partir de alimentos, destaca-se a produção de
biofilmes provenientes de amidos (batata, trigo, arroz, mandioca, dentre outros), que são
biodegradáveis, de custo baixo e disponíveis em todo o mundo. Os plastificantes mais indicados
para serem empregados em filmes de amido são os polióis, como o glicerol, quitosana e o
sorbitol, que vão proporcionar a estes materiais uma melhoria nas suas propriedades
mecânicas. Outros tipos de aditivos geralmente utilizados são as vitaminas, antioxidantes,
aromatizantes e pigmentos.
Com a extrusão do amido juntamente com um plastificante (água, quitosana, sorbitol,
glicerol), obtém-se um material que é denominado amido termoplástico. Este material, por suas
características, pode ser depois empregado na produção de biofilmes, por diferentes processos
(CURVELO et al., 2001). Kuutti et al. (1998) produziram biofilmes por extrusão a partir do amido
termoplástico, enquanto que outros pesquisadores empregaram a prensagem deste material
para a obtenção de estruturas semirrígidas (CURVELO et al., 2001).
Portanto, a finalidade desse trabalho é desenvolver biofilmes comestíveis e
biodegradáveis, devido à demanda por alimentos e preocupações ambientais sobre o descarte
de materiais não renováveis (FAKHOURI et al., 2007). Assim, podendo garantir a redução e o
desperdício de resíduos alimentícios, e também proporcionar a sustentabilidade ambiental
através desse trabalho.

2. OBJETIVOS
2.1 Geral
 Apresentar protocolo de produção de biofilmes comestíveis e biodegradáveis a partir do
uso de amidos, como alternativa para sustentabilidade ambiental.

2.2 Específicos
 Identificar a concentração ideal de cada amido para a produção de biofilmes;
 Verificar o efeito dos biofilmes em estado líquido e sólido na conservação de frutas,
realizando avaliação sensorial;
 Comparar o tempo de durabilidade das frutas com e sem biofilmes até o início da
degradação das mesmas.

3. PROBLEMATIZAÇÃO
Os polímeros sintéticos são a principal matéria-prima para embalagens e por muitos anos
tem sido a solução mais prática. Entretanto, não são totalmente recicláveis, nem
biodegradáveis, sem contar que os resíduos podem causar sérios problemas ambientais como
poluição do solo, ar, água superficial e lençol freático.
Por dia, 25 mil toneladas de resíduos vão para o lixo no Brasil, um terço de resíduo
doméstico é composto por embalagens e cerca de 80% das embalagens são descartadas após
usadas apenas uma vez, todavia nem todas seguem para reciclagem, este volume ajuda a
superlotar os aterros e lixões, exigindo novas áreas para depositar o lixo que é gerado. Isso
quando os resíduos seguem mesmo para o depósito de lixo (PRIMOS, 2016). Dessa forma,
estes são os que mais geram impactos ao meio ambiente, além de que muitas vezes, não é
possível a utilização desses materiais na fabricação de novas embalagens para alimentos,
devido apresentarem componentes químicos e aditivos remanescentes do processo, podendo
migrar e afetar os produtos alimentícios, farmacêuticos ou cosméticos.
Ademais, essa dificuldade na eliminação de componentes químicos se deve ao fato deles
serem incorporados durante a fabricação da embalagem, para garantir maior durabilidade e
resistência aos microrganismos e fatores ambientais (chuva, sol, vento), em consequência
disso, ao serem descartados de forma inadequada podem afetar o meio ambiente por anos.
Segundo a Revista Istoé (2008), foi descoberta uma grande quantidade de lixo boiando
no meio do Oceano Pacífico, uma área correspondente a dois Estados Unidos. Este grande
depósito se formou com os resíduos jogados por barcos, plataformas petrolíferas e vindos dos
continentes, sendo reunido devido às correntes marítimas. Acredita-se que exista em torno de
100 milhões de toneladas de detritos no local e boa parte desse lixo é composta por
embalagens e sacolas plásticas. Estima-se que 46 mil resíduos plásticos provoquem
anualmente a morte de mais de um milhão de aves e de outros 100 mil mamíferos marinhos.
Nesse sentido, o referido projeto buscará formas sustentáveis que possam ajudar na
redução ou eliminação desses resíduos plásticos que chegam de forma incorreta no meio
ambiente e acabam degradando. Com isso, a produção de filmes biodegradáveis a partir de
amido de mandioca e batata será uma boa alternativa para a substituição de embalagens de
alimentos? Assim, será realizado a produção de biofilmes líquido e sólido, onde será analisado
os efeitos de biofilmes nas frutas, quanto a avaliação sensorial e o tempo de durabilidade das
mesmas, com e sem biofilmes, assim como o tempo de degradação do biofilme sólido no meio
ambiente, sendo submetido a fatores ambientais.

4. JUSTIFICATIVA
As indústrias de bens de consumo estão cada vez mais atribuindo importância ao setor
de embalagens. Com o mercado em transformação e contínuo crescimento, as embalagens se
destacam como elemento essencial de diversos produtos, sejam alimentícios, farmacêuticos,
cosméticos, higiene e limpeza. Dessa forma, as precauções com meio ambiente e mudanças
climáticas são fatores determinantes para se encontrar alternativas ao uso de filmes derivados
do petróleo.
Os biofilmes apresentam inúmeras vantagens, das quais podem ser citadas, possuem
características renováveis, facilidade no processo de decomposição, boas características
mecânicas, que aumentam a flexibilidade e resistência, além da capacidade de embalar
alimentos para a comercialização, oferecendo contribuições importantes na redução dos
impactos ambientais.
Segundo os estudos de Mali et al. (2010), Viégas (2016) e Ugalde (2014), referentes a
produção de biofilmes à base de amidos, confirmaram o aumento da vida de frutas, verduras e
carnes. Por isso, a utilização de amidos para desenvolver biofilmes para embalagens de
alimentos tem sido considerada.
Neste contexto e na ênfase pela contribuição para o desenvolvimento sustentável e a
melhoria na qualidade de vida das gerações futuras é que este trabalho foi feito, onde os
diversos amidos de alimentos, juntamente com o sorbitol ou glicerol, mostram-se uma boa
alternativa para a utilização de filmes biodegradáveis para embalagens de alimentos (VIÉGAS,
2016).

5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
A sustentabilidade ambiental é o uso dos recursos naturais de forma responsável, sem
que exista o esgotamento do mesmo e também que as próximas gerações possam se beneficiar
desses recursos. Nesse sentido, a problemática da sustentabilidade assume um papel central
na reflexão em torno das dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram
(JACOBI, 1994). Segundo Roos e Becker (2012), a sustentabilidade é um processo que deve
ser estabelecido em longo prazo, pois é fato que para haver um desenvolvimento sustentável é
necessário trocar o atual modelo de desenvolvimento capitalista-industrial, uma vez que este
desenvolvimento não leva em consideração a conservação e preservação do meio ambiente.
Por isso, é preciso encontrar uma alternativa de ter o desenvolvimento com sustentabilidade, ou
seja, considerando o pleno desenvolvimento dos seres humanos, animais, plantas e de todo o
planeta Terra.
Assim, no Brasil, houve demora das empresas nacionais em internalizarem o conceito de
desenvolvimento sustentável (TEIXEIRA; BESSA, 2009). As pesquisas sobre o desenvolvimento
sustentável foram impulsionadas, no Brasil, somente na década de 1990, em decorrência da
evolução da discussão e preocupação com a preservação do meio ambiente e com as
condições sociais e econômicas da sociedade. Mesmo com os avanços que o tema
sustentabilidade vem alcançando, há uma pluralidade de termos utilizados para evidenciá-lo, ou
até mesmo das ações necessárias para alcançá-lo (SOUZA&RIBEIRO, 2013).
Nesse contexto, a tendência é, cada vez mais, as questões ambientais estejam no foco
das discussões, entre os países, entre as empresas e na sociedade, tornando-se então
importante que os gestores de hoje tenham um pensamento holísticos para essas questões,
pois elas podem ser um diferencial para a empresa, basta analisarmos a história e a evolução
do pensamento do consumidor (MIRANDA; MORETO, 2019). Assim, os benefícios da
implementação da sustentabilidade dentro de uma empresa podem trazer grandes lucros e o
selo, empresa sustentável, fica reconhecida no mercado nacional e internacional.
5.2 UTILIZAÇÃO DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO DE PRODUTOS RECICLÁVEIS E
BIODEGRADAVEIS
Os produtos feitos a partir de insumos biodegradáveis são uma alternativa sustentável
para a redução do impacto ambiental causadas por polímeros sintéticos. Assim, as vantagens
desses produtos em comparação com outros tipos que não são biodegradáveis estão no
processo de fabricação, envolvendo somente substâncias atóxicas, utilização de matéria-prima
proveniente de fontes renováveis, e possuem alta biodegradabilidade, ou seja, por volta de 30
dias se degradam sem deixar resíduos (THARANATHAN, 2003).
Dessa maneira, inúmeros produtos já foram criados, por exemplo, a Colgate encontrou
uma maneira de tornar o tubo de creme dental realmente reciclável, usando o polietileno de alta
densidade (CICLOVIVO, 2019). Além da garrafa biodegradável, que é feita com polpa de papel
reciclável e substâncias atóxicas, se decompondo em apenas três semanas, caso descartada no
meio ambiente (CAMARGO, 2018).
Entre os insumos que podem ser utilizados como matérias-primas para a produção de
embalagens biodegradáveis, estão os materiais de origem agrícola, que são os mais utilizados,
por serem disponíveis o ano todo e provenientes de fontes renováveis. Dentre os produtos
desse segmento, o amido recebe especial atenção, pois é um polímero natural que possui a
propriedade de formar filmes quando gelatinizado e seco, dependendo do processo utilizado.
Dos produtos agrícolas nacionais, a mandioca e batata se destacam por serem uma boa fonte
de amido, possuindo uma grande quantidade desse polissacarídeo em sua composição (MALI et
al., 2010).
5.3 O CONSUMO DAS EMBALAGENS BIODEGRADÁVEIS PARA A REDUÇÃO DE
RESÍDUOS
As embalagens produzidas com os polímeros convencionais de fonte petroquímica
degradam lentamente no meio ambiente, devido serem bastante resistentes às radiações, calor,
vento, água e ao ataque de microrganismos, gerando assim problemas ambientais, visto que a
degradação desses materiais leva centenas de anos (ARVANITOYANNIS et al., 1999). Assim,
inúmeras alternativas têm sido pesquisadas para reduzir o impacto ambiental dos polímeros
convencionais, incluindo a utilização de polímeros biodegradáveis, pois esses polímeros
naturais sendo utilizados como material principal para produção de embalagens tem as
vantagens da biodegradabilidade, obtido a partir de recursos renováveis e são comestíveis
(QUINTERO et al., 2012).
Dentre os elementos investigados, os biopolímeros naturais, como os polissacarídeos
(amidos) e proteínas, são os mais promissores, devido ao fato de serem abundantes e
renováveis (GONTARD; GUILBERT, 1993). Dessa forma, biofilmes obtidos a partir dessas
matérias-primas são econômicos, devido ao baixo custo das mesmas e ao fato de serem
biodegradáveis, também apresentam outras vantagens, como podem ser consumidos em
conjunto com o produto, reterem compostos aromáticos, possuir aditivos alimentícios e/ou
componentes antioxidantes (PRANOTTO et al., 2005).
Os diversos biopolímeros que ocorrem naturalmente e que podem ser utilizados na
produção são de origem animal e vegetal (gelatina, glicerina), resíduos do processamento de
alimentos marinhos (quitosana), polissacarídeos (amidos, fibras), proteínas (soja, milho), dentre
outros (THARANATHAN, 2003).
Por esse motivo, a permanência de embalagens biodegradáveis no meio ambiente é
menor do que a permanência das embalagens não biodegradáveis, o que diminui as chances de
efeitos nocivos como sufocamentos, entrada na cadeia alimentar, contaminação e poluição da
água e solo, além de que a biodegradação é realizada por microrganismos como bactérias,
algas e fungos, que convertem o material em biomassa (HENRIQUE, 2020).

5.4 UTILIZAÇÃO DE CASCAS DE FRUTAS PARA FABRICAÇÃO DE EMBALEGENS


BIODEGRADAVEIS
As frutas são oriundas da frutificação de plantas, principalmente in natura (BRASIL,
2005). Inúmeros elementos fazem parte de sua composição química, que conferem as
características de cor e sabor, além dos efeitos nutricionais, os quais colaboram para que sejam
consideradas as principais fontes de vitaminas, minerais e fibras, necessários à dieta humana
(HARDISSON et al., 2001).
Assim, o consumo de frutas está relacionado às características sensoriais atrativas, pela
crescente preocupação dos consumidores em relação à saúde e pelo reconhecimento do valor
nutricional e terapêutico que apresentam no estado de saúde dos indivíduos. (AYALA-ZAVALA,
et al., 2011; SILVA et al., 2014). Em muitos casos, somente a polpa da fruta é consumida, já as
cascas e sementes normalmente não são utilizadas, sendo assim desperdiçados e descartados
(AJILA; BHAT; RAO, 2007). Todavia, a grande quantidade de compostos apresentados nessas
partes pode contribuir positivamente no impacto econômico e ambiental (AYALA-ZAVALA et al.,
2011).
Com isso, as cascas de frutas, que geralmente são descartadas, podem ser reutilizadas
para fazer compostagem caseira como adubo para plantas (FREGMAQ, 2017). Entretanto,
extrair as cascas já é algo automático que a maioria das pessoas fazem, todavia, muitas cascas
de frutas são ricas em nutrientes, vitaminas e antioxidantes que ajudam no bom funcionamento
do corpo, por exemplo, a casca da batata, que tem mais vitamina C que uma laranja, além
disso, as cascas do abacaxi possuem fibras, vitamina C, bromelina e enzimas que protege o
estômago e ajuda na digestão das proteínas, já as cascas de frutas cítricas como laranja,
tangerina e limão, possuem 20% mais antioxidante que a polpa, além de fibras, diminuindo o
colesterol. Dessa forma, as cascas podem ser utilizadas como ingrediente principal para
produção de biofilmes comestíveis e biodegradáveis (G1, 2012).

5.5 FILMES BIODEGRADAVEIS A PARTIR DE AMIDO DE BATATA E MANDIOCA


A busca por novas opções para a substituição dos plásticos convencionais vem
mobilizando cientistas e ambientalistas há algum tempo. Neste contexto, o interesse na
utilização de produtos que tenham origem vegetal e a produção de materiais plásticos com
caráter biodegradável tem se intensificado como política em diversos setores da sociedade
(DIAS, 2008). O amido após a sua conservação em um material termoplástico, tem sido
considerado um polímero com alto potencial para estes fins, principalmente no setor de
embalagens. Dessa forma, seu perfil atrativo possui características tais como: boas qualidades
sensoriais, estabilidade microbiológica, físico química e bioquímica, ausência de componentes
tóxicos ou prejudiciais à saúde, tecnologia simples, baixo custo, e não poluentes (SPADA,
2011).
Assim, diante do exposto o amido de batata e de mandioca são abundantes no meio
ambiente, o Brasil é o segundo produtor mundial de mandioca, a relevância econômica dessa
cultura vem crescendo nos últimos anos decorrentes, principalmente, dos processos que
procuram agregar valor ao seu beneficiamento, como por exemplo, sua utilização na elaboração
de produtos biodegradáveis (ROCHA et al., 2014). Por outro lado, o Brasil consegue garantir o
plantio de batatas o ano todo, sendo que a produção varia entre 3 milhões e 3,5 milhões de
toneladas, assim 250 mil toneladas são destinadas à indústria de chips (GRILLI, 2020).
Portanto, a produção de biofilmes de amido de batata e mandioca é uma alternativa para
minimizar o problema de descarte descontrolado de plásticos. Assim, esse projeto possui tais
objetivos quanto a caracterização dos biofilmes de amido de batata e mandioca como uma
forma de redução desses materiais oriundos do petróleo.

6. METODOLOGIA
A abordagem metodológica do referido projeto consiste na pesquisa descritiva
exploratória de cunho quantitativo, pois se trata de uma pesquisa experimental no laboratório
(MATHIAS, 2016). Segundo Triviños (1987), a pesquisa descritiva é o tipo de estudo que
pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade, como: estudos de caso,
análise experimental. Além disso, as pesquisas exploratórias concentram importantes
descobertas científicas, muitas originadas pelo acaso quando da constatação de fenômenos
ocorridos durante experimentos em laboratórios (JUNG, 2004).
Portanto, a produção dos biofilmes será elaborada de acordo com a experiência realizada
pela Almeida (2020) e Calisto (2015) no laboratório de materiais da UNIFAMAZ.
6.1 PREPARAÇÃO DE BIOFILME SÓLIDO
Para obtenção do biofilme, utiliza-se cascas de 5 batatas e talos de 4 mandiocas. Em
seguida, em um liquidificador coloca as cascas e talos com um 1,3 L de água, para a sua
trituração e mistura completa. Após esta mistura, coa-se com uma peneira e o líquido será
depositado em um recipiente para que ocorra a decantação do amido por um período de uma
hora. Após o período de repouso, extrai-se o amido e coloca em uma frigideira juntamente com
200 mL água, 25 mL glicerina, 25 mL de ácido acético e adição de corante alimentício verde
para dar cor ao biofilme, assim será misturado sem pausa até que se torne uma liga gelatinosa,
que será transferida para um recipiente para que o ocorra a secagem em temperatura ambiente.
6.2 PREPARAÇÃO DE BIOFILME LÍQUIDO
Para produção do biofilme em estado líquido, mistura-se 1 L de água com 1/4 de amido
de mandioca em uma panela e será aquecida por 5 minutos para que a solução fique
transparente. Em seguida, coloca-se 1 colher de chá de gelatina incolor e agita-se até a
completa dissolução da gelatina. Após o processo, espera-se esfriar a solução em temperatura
ambiente para depois borrifar o biofilme líquido nas frutas e verduras.

7. CRONOGRAMA
Etapas do 2020 2021
Projeto Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out
Levantamento X X X
Bibliográfico
Verificação da X X
Metodologia
Métodos de X X
Extração de
Amidos
Produção de X X X
Biofilmes
Análise dos X X X
dados e
Elaboração do
Artigo
Participação X X X
em Evento
Científico
Submissão do X X X
Artigo para
Publicação

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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