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Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso

Reciclagem de Materiais Plásticos

Raquel Vieira dos Santos


Curso de Ciências Biológicas

Belo Horizonte – MG
2010
Raquel Vieira dos Santos

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso


Reciclagem de Materiais Plásticos

Trabalho de conclusão de curso


apresentado junto ao Curso de
Ciências Biológicas do Centro
Universitário Metodista Izabela
Hendrix, como requisito parcial
para obtenção do titulo de
licenciado no curso de Ciências
Biológicas.

Orientador: Maria Esther Macêdo

Belo Horizonte – MG.


2010

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Resumo

Este artigo aborda considerações sobre a reciclagem de embalagens plásticas, pois


constituem uma das classes de materiais com menor índice de reciclagem. No contexto
mundial é avaliado o crescente volume de utilização de embalagens plásticas em todos os
segmentos. São avaliadas como vias de reciclagem de embalagens plásticas em novos
materiais ou produtos, a recuperação de resinas, a transformação térmica, a reutilização de
embalagens e a degradação ambiental. O Brasil mostra potenciais características de
viabilidade sócio-econômica e empresarial para a reciclagem de embalagens plásticas,
sendo necessário uma conjunção de ações governamentais, empresariais e o alcance de
bons resultados depende, sobretudo, do investimento nos dois extremos da cadeia reversa:
na coleta seletiva e no mercado para o produto reciclado.
Palavra Chave: embalagem PET, reciclagem, plástico, reciclagem do PET, embalagens
plásticas.

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Introdução
As questões ambientais adquiriram nos últimos anos lugar central no discurso e na agenda
de trabalho de diferentes segmentos da sociedade. Isso devido ao impacto que os resíduos
causam ao meio ambiente e demonstrando como é preocupante a importância dos resíduos
sólidos para reciclagem, sendo que estes materiais demoram muito tempo para degradarem
no ambiente (COHEN, 2001 in apud DIAS & TEODOSIO, 2006).
Podemos observar a sociedade preocupada com as posturas e práticas ambientais e sobre
suas responsabilidades quanto aos impactos no meio ambiente.
Entre os diversos danos causados ao meio ambiente, um está relacionado aos resíduos
plásticos, pois, a maioria dos produtos que consumimos são fornecidos através deste
material, e por não realizarmos o descarte corretamente, este vem sendo acumulado no
ambiente.
O Brasil produz diariamente cerca de 149 mil toneladas de resíduos sólidos, mas apenas
13,4 mil, ou 9%, são recicladas, segundo o Informe Analítico da Situação da Gestão
Municipal de Resíduos Sólidos no Brasil, do Ministério das Cidades (IDEC, 2006). O
restante, 135,6 mil toneladas, é destinado a aterros sanitários (32%), aterros clandestinos
(59%) ou lançado diretamente nas ruas e terrenos baldios, causando problemas ao meio
ambiente e gerando sérios riscos à saúde pública (DIAS & TEODOSIO, 2006).
A embalagem plástica é o principal ponto de discussão de políticas públicas e grupos
ambientalistas rumo à solução do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos. De um
ponto de vista mais amplo, as embalagens não são somente o invólucro para um produto,
ela representa a filosofia ambiental da empresa. E as empresas precisam realizar o
marketing, e muitas delas realizam este, através das embalagens plásticas (PALHARES,
2003).
Os plásticos constituem uma das classes de materiais com menor índice de reciclagem,
muitas das vezes, relacionado com o valor pago pelo volume coletado, outras vezes pela
dificuldade de se coletar grandes quantidades. Os metais (latinhas, entre outros) coletados,
possuem um valor comercial melhor, e mais fácil de realizar o manuseio, e ser enviado para

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depósitos de reciclagem, por isso se torna um dos “preferidos” para coleta, e reciclagem
(CZAPSKI, 2003 in apud DIAS & TEODOSIO, 2006).
Outro problema relacionado aos resíduos plásticos é o tempo de degradação, estes resíduos
levam muito tempo para sofrerem degradação espontânea, e quando queimados, produzem
gases tóxicos. Por isso o excesso deste material no solo, prejudica muito o ambiente
(MANO, BONELLI, 1994; ZANIN, MANCINI, 2004).
A reciclagem surge como uma das vias para reduzir este tipo de material aterrado no solo,
causando sua poluição, prejudicando, inclusive, o tempo de vida útil dos aterros sanitários,
e consequentemente ocupando mais espaço físico urbano (DIAS & TEODÓSIO, 2006).

Objetivo
Discutir as possibilidades, os limites e os desafios para reciclagem de embalagens plásticas.

Metodologia
Foi realizada pesquisa de revisão bibliográfica, sendo os artigos concedidos através do site
Scielo. Foram encontrados seis artigos, sendo no período de 2002 a 2006. Esta pesquisa foi
realizada durante o último semestre de 2009.

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Desenvolvimento

Como descrito, a reciclagem de embalagens plásticas preocupa a sociedade, mundialmente,


face ao crescente volume de utilização e as implicações ambientais inerentes ao seu
descarte não racional pós-consumo (FORLIN & FARIA, 2002).
A disposição dos resíduos sólidos urbanos apresenta problemas relacionados à instalação
adequada dos mesmos, ao espaço físico ocupado pelos rejeitos e à proliferação de doenças
para parte da população que mora próximo e sobrevive da comercialização desses resíduos.
Uma característica peculiar do Brasil é a presença de uma classe de trabalhadores de baixa
renda que usufruem da atividade de coleta de resíduos recicláveis e acaba por inserir o país
entre os maiores recicladores mundiais (SANTOS et al. , 2004).
Essa parcela da população, de acordo com levantamento do Cempre (Compromisso
Empresarial para a Reciclagem), atualmente representa cerca de 200 mil trabalhadores
clandestinos. Além disso, a maior parte do suprimento de resíduos do setor produtivo é
proveniente da atividade de catadores. Dessa forma, a legalização, o incentivo e
profissionalização dos catadores pela formação de cooperativas, além de inserir essa
parcela da população dentro da sociedade economicamente ativa, pode contribuir como
uma forma de viabilização da coleta seletiva em âmbito nacional.
Normalmente, os três principais meios utilizados para reduzir os resíduos sólidos aterrados
em solo são: redução na fonte, reutilização, reciclagem de diferentes formas, incluindo a
energética. Essas iniciativas, além de contribuir para não esgotar a capacidade dos aterros
sanitários, contribuem para preservar os recursos naturais (energia elétrica, insumos
primários, etc.); reduzir o consumo de energia, educar e conscientizar ambientalmente a
população. Especificamente para os plásticos, ainda contribuem para minimizar sua
imagem de vilão ambiental causada por sua poluição visual nos grandes centros e sua taxa
de crescimento expressiva nos aterros sanitários (SANTOS et al. , 2004).
Como a incineração dos plásticos ainda está associada com riscos potenciais à saúde
humana, a redução e a reciclagem constituem os principais focos das políticas de
gerenciamento dos resíduos sólidos. O alto custo operacional dos sistemas de coleta dos

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plásticos também confere, algumas vezes, maior viabilidade às recomendações de redução
na fonte que a reciclagem em si desses resíduos.
Entre os meios de alcançar a redução na fonte destaca-se o uso de embalagens mais
duráveis e para maiores capacidades. No entanto, a redução na fonte pela substituição de
materiais constitui uma alternativa secundária para os plásticos devido seu menor custo,
praticidade, leveza e maior ganho em qualidade de vida em relação a potenciais materiais
substituintes. A natureza não inerte dos plásticos também inviabiliza o uso de embalagens
retornáveis devido o uso indevido das mesmas pelos consumidores, tornando necessário
processos de limpeza mais sofisticados e onerosos. Adicionalmente, pode-se levar em conta
ainda que o número de ciclos de vida de uma garrafa retornável é finito (SANTOS et al. ,
2004).

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Resultados

Possibilidades

Duas grandes possibilidades foram apontadas pela literatura: O primeiro é a reciclagem do


lixo dos produtos para que eles fossem reusados por outros usuários, para outros propósitos
ou como materiais secundários (PIETERS,1991). E a segunda possibilidade é em prevenir o
lixo em sua origem, usando, por exemplo, menos matéria prima no processo de produção e
desenhando materiais recicláveis, produzindo menos, ou dispondo menos lixo tóxico. Para
ter sucesso, ambas estratégias dependem do envolvimento e participação ativa do
consumidor (citado por DIAS & TEODOSIO, 2006).

Limites

Além de desafios de natureza sócio-econômica, a reciclagem tem também forte impacto nas
estratégias gerenciais, exigindo novas configurações das relações que se estabelecem na
cadeia de produção, consumo e reutilização de materiais, trazendo à tona uma necessidade
de repensar a atuação e o papel da empresa frente a este cenário (DIAS & TEODÓSIO,
2006).

Desafios

Os desafios envolvem maior investimento em informação e tecnologia. Levar ao grande


público o conhecimento sobre a reciclabilidade dos materiais, instruindo sobre como
proceder para o correto descarte das embalagens. Desenvolvendo tecnologias que permitam
materiais mais fáceis de reciclar, inofensivos e inertes, para proteção do meio ambiente e
conscientização das pessoas (DIAS & TEODÓSIO, 2006).

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Conclusão
A reciclagem no Brasil enfrenta grandes dilemas e, por essa razão, apesar do seu rápido
crescimento na última década, precisa superar alguns desafios de forma a atingir níveis
mais avançados em direção à sustentabilidade.
A reciclagem de embalagem pós-consumo, pela transformação em outros produtos, deve
ser uma opção melhor explorada nas condições brasileiras, face ao grande volume
disponível.
É necessário maior investimento em informação e tecnologia, para que as pessoas
conheçam mais sobre o impacto ambiental gerado por este material. Levar ao grande
público o conhecimento sobre a reciclabilidade, instruindo sobre como proceder para o
correto descarte das embalagens.
A importância da reciclagem de materiais plásticos está envolvida com a grande quantidade
deste material que consumimos e a falta de espaço em aterros sanitários, fazendo com que
haja um acumulo deste material em locais inadequados (rios, mares, esgoto). E a melhor
proposta observada foi à reutilização deste material.
A atuação conjunta do governo, universidades, organizações não-governamentais e
empresas podem criar um incentivo para o avanço da reciclagem no país.

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Bibliografia

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