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UNIASSELVI

CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI


CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL (GAM0514) SEMINARIO III

RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO DE
RESÍDUOS

Acadêmicos
Eduardo Mueller
Marcelo Ventura
Fabio dos Santos
Luís Guilherme Rios Bezerra

Tutor Externo: James Peixer

BLUMENAU, 2020
1. Introdução

O acúmulo de lixo é um fenômeno exclusivo das sociedades humanas. Em um sistema


natural não há lixo: o que não serve mais para um ser vivo é absorvido por outros, de
maneira contínua. No entanto, nosso modo de vida produz, diariamente, uma quantidade
e variedade de lixo muito grande, ocasionando a poluição do solo, das águas e do ar
com resíduos tóxicos, além de propiciar a proliferação de vetores de doenças. (HESS,
2002).A reciclagem ou reutilização de materiais de uma forma geral ainda é um setor
deficitário no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a taxa de reciclagem teve um aumento mínimo
passando de 2% para 3% de 2016 para 2017.. Se calcularmos o prejuízo em reais, o país
perde entre R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões por ano com falhas na reciclagem de resíduos
sólidos urbanos, sem considerar os resíduos industriais. Um dos pontos que ainda gera
muitas dúvidas é qual a melhor prática a se utilizar na hora de descartar os resíduos
gerados, reciclagem ou reutilização? Apesar de terem o mesmo objetivo, combater o
desperdício, os processos são diferentes.A reciclagem é um método que consiste em
transformar um resíduo em algo novo. Ou seja, o propósito aqui é que o material seja
reprocessado e inserido novamente em um novo ciclo de produção. Quando o assunto é
a reutilização, é preciso entender que o material é transformado em um novo produto
que pode ser reaproveitado em diversas possibilidades. Boa parte das pessoas sabe quais
são os tipos de materiais que podem e devem ser reciclados. Em muitas residenciais e
comercios é possível encontrar diversos pontos de coletas identificados como,vidro,
papel, metal, plástico, componentes eletrônicos,entre outros.Quando fazemos nossa
parte na hora de descartar nosso resíduo, contribuímos para um mundo mais sustentável
e econômico, sem desperdícios.

2. Formulação do problema e objetivo da pesquisa

O mercado para os materiais recicláveis já existe, necessitando de ações que viabilizem a


segregação dos resíduos na fonte e a otimização da cadeia produtiva da reciclagem, permitindo a
inclusão social. Este artigo procura situar a reciclagem industrial e doméstica de materiais e os
programas de coleta seletiva de lixo numa abordagem integrada da gestão de resíduos sólidos
urbanos no Brasil

3. Objetivo geral

O presente artigo tem como objetivo identificar os principais meios de coleta,


reutilização e reciclagem de materiais largamente utilizados pela indústria bem como a
melhor forma de descarte por meio do consumidor final.

4. Objetivos Específicos
Mostrar de maneira sucinta os processos de reciclagem e reutilização de materiais, utilizando
pesquisas, dados e exemplos práticos de como lidar de forma correta com cada tipo de rejeito.
5. Coleta Seletiva

Gonçalves (2003, p.34) classifica em três etapas os processos da cadeia produtiva da


reciclagem: recuperação, que engloba os processos de separação do resíduo na fonte,
coleta seletiva, prensagem, enfardamento; revalorização, que compreende os processos
de beneficiamento dos materiais, como a moagem e a extrusão e, por fim, a
transformação; que é a reciclagem propriamente dita, transformando os materiais
recuperados e revalorizados em um novo produto.
A reciclagem impede o acúmulo de materiais em aterros sanitários, gasta menos
energia, gera renda e diminui o consumo de recursos naturais como água e madeira.
Veja como ocorre o processo de reciclagem industrial.

É necessário preservar a integridade dos resíduos para facilitar a coleta. A coleta


seletiva evita a contaminação do papel, plástico, papelão, metal, vidro entre outros,
aumentando seu valor, diminuindo os custos da reciclagem.
Editoras e gráficas trabalham basicamente com papel. O material que descartam é de
boa qualidade, por apresentar pouca contaminação e ser enfardado corretamente.
Hipermercados, Shoppings e comércio em geral descartam boas quantidades de caixas
de papelão e garrafas Pet de tamanhos diferentes.

6. Reutilização do Papel

Para que o papel possa ser reutilizado, ele passa basicamente por três etapas.
Triagem:Após a coleta, o papel sofre uma seleção retirando materiais perigosos para o
equipamento ou processo (metais, vidros, grampos,clips).
Classificação:É feita em função da sua qualidade, origem e presença de matérias
toleradas.
Trituração:Consiste na fragmentação, em dimensões pré-determinadas, de alguns lotes
de papel, como revistas, jornais e aparas.

O processo industrial de transformação de papel usado é semelhante ao de papel virgem,


mas menos intensivo. A reciclagem do papel é conseguida através do reaproveitamento
das fibras de celulose existentes nos papéis usados.
As fases do processo industrial de reciclagem de papel são:

Desagregação ou maceração: mistura do papel velho com água, de modo a enfraquecer


as ligações entre as fibras;
Depuração e lavagem: têm como objetivo eliminar os contaminantes. O processo é
semelhante a peneirar o papel, com peneiras cada vez mais menores.
Dispersão: são utilizadas temperaturas de 50ºC a 125ºC para dissolver os
contaminantes, que são depois dispersos;
Destintagem: consiste na remoção das partículas de tinta aderentes à superfície das
fibras;
Branqueamento: para a maioria dos produtos reciclados, a destintagem é suficiente para
obter um grau de brancura adequado. Se o intuito for obter produtos de alta qualidade,
pode ser feito um branqueamento a base de alvejantes. Nesta etapa, a pasta esta pronta
para o processo de refino, onde aditivos podem ser adicionados à massa como sulfato de
alumínio, amido de mandioca, etc. Após a obtenção da pasta, o processo de fabricação
de papel é semelhante ao da pasta de celulose virgem, podendo variar de acordo com o
produto que se pretende obter:

O papel reciclado pode ser transformado em diversos produtos como papel higiênico,
guardanapos, toalhas de rosto, papéis de embrulho, sacolas, embalagens para ovos e
frutas, papelões, caixas de papelão, papel jornal e até papel para impressão Offset (que
pode ser usado em cadernos, livros, materiais de escritório, envelopes, etc.).

6.1 Vantagens da reciclagem de papel

Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 metros cúbicos de madeira, conforme o


tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em evitar a derrubada de muitas.
Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2.000 litros de
água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a 100.000 litros
por tonelada;
Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de economia.
Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem impactos ambientais, pois
a fase crítica de produção de celulose já foi feita anteriormente. Estima-se que, ao
reciclar papéis, sejam criados muito mais empregos do que na produção do papel de
celulose virgem, contando com os processos de coleta, triagem e classificação,

7. Reutilização de Plástico

Grande parte dos produtos consumidos mundialmente atualmente é feitos de plástico:


embalagens, brinquedos, móveis, tecidos e automóveis são apenas alguns exemplos. O
uso do material revolucionou a indústria, mas também gerou um grande desafio para o
planeta: o acúmulo de lixo.
O reaproveitamento de resíduo plástico ainda apresenta um índice baixo quando
comparado com o reaproveitamento dos resíduos metálicos. A reciclagem do plástico
no Brasil gira em torno de 20%.
Como melhorar essa taxa e reduzir a quantidade deste resíduo?
Existem alguns métodos de reaproveitamento e destinação do plástico e conhecê-los se
é importante para melhorar o índice e diminuir a quantidade de lixo.

Esses plásticos podem ser divididos em três grupos, conforme determinação


do Ministério do Meio Ambiente:
1º grupo: as embalagens de PVC para alimentos, que devido a suas propriedades que
degradam o meio ambiente deveriam ser banidos gradualmente;
2º grupo: os plásticos PET e poliestireno que apresentam características tóxicas, porém
mais brandas que os plásticos do 1º grupo. A recomendação é que o consumo seja
reduzido no médio e longo prazo;
3º grupo: são os plásticos que apresentam características pouco tóxicas como o
polietileno e o polipropileno.
É possível reaproveitar o resíduo plástico devido a algumas características que o tornam
atrativos para a maioria dos métodos de reaproveitamento como Força, Durabilidade,
Baixo peso, Excelente barreira contra água e gases, Resistência à maioria dos agentes
químicos e Baixo custo.
7.1 Métodos de reaproveitamento e destinação do plástico

A utilização em sistemas de irrigação na agricultura que economizam água e até mesmo


as recentes iniciativas de pesquisa que buscam transformar os resíduos plásticos em
combustíveis líquidos são exemplos de reaproveitamento.
A reciclagem do plástico começa na separação e entrega das embalagens ou produtos
plásticos para a coleta seletiva ou aos Pontos de Entrega Voluntária – PEVs.
Nesses locais, o material que é recolhido pelos catadores e cooperativas e levado para os
Centros de Triagem, onde cada produto é separado pelo tipo.
Depois da triagem, cada grupo de material é levado para as Recicladoras.Nesse processo
os resíduos passam por quatro etapas:

Fragmentação (moagem)– os resíduos são levados para um moinho que reduzem o seu
tamanho.
Lavagem e Separação– os fragmentos (comumente chamados de flakes) são lavados
com água e a separação é feita pela diferença de densidades, ou seja, os materiais mais
densos afundam e os menos densos ficam na superfície da água.
Secagem– os flakes separados são secos em grandes secadores com ar quente.
Extrusão– os flakes secos são alimentados em uma máquina extrusora onde são
fundidos por aquecimento e levados por uma rosca sem fim a uma matriz onde são
formados os filamentos contínuos (comumente chamados de “espaguetes”). Esses são
resfriados em uma banheira com água a temperatura ambiente e são cortados em uma
granuladora.
7.2 Recuperação energética e incineração
O objetivo destes métodos é gerar calor, vapor ou energia através da queima do resíduo.
Na incineração de resíduos plásticos o volume do material plástico é reduzido 85 a 90%.

7.3 Reaproveitamento do plástico na indústria moveleira e de calçados


Alguns empreendimentos viram uma oportunidade de reaproveitar o plástico na
produção de móveis e calçados. Para produção de móveis é necessário uma grande
quantidade do resíduo plástico. Isso contribui para diminuir o seu impacto ao meio
ambiente. Na produção de calçados são utilizados 95% de plástico e 5% de poliéster e
algodão.

8. RECICLAGEM DO OLEO DE COZINHA

Muitos bares, restaurantes, hotéis e residências ainda jogam o óleo utilizado na cozinha
direto na rede de esgoto. Independente do destino, esse produto prejudica o solo, a água,
o ar e a vida de muitos animais, inclusive o homem. Dados apontam que com um litro
de óleo é possível contaminar um milhão de litros de água. Se acabar no solo, o líquido
pode impermeabilizá-lo, o que contribui com enchentes e alagamentos. Além disso,
quando entra em processo de decomposição, o óleo libera o gás metano que, além do
mau cheiro, agrava o efeito estufa.
8.1 Despejo correto de óleo

Para evitar que o óleo de cozinha usado seja lançado na rede de esgoto,organizações de
todo o mundo têm criado métodos de reciclagem. As possibilidades são
muitas: produção de biodiesel, resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, ração para
animais.

Esse tipo de combustível já está sendo largamente desenvolvido em todo o mundo. Aqui
no Brasil, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em parceria
com a Bayer premiou uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) sobre
produção de biocombustível a partir do óleo de cozinha. A premiação ocorreu em 2007,
durante o projeto Jovens Embaixadores Ambientais.

O projeto Biodiesel em casa e nas escolas também conta com a participação de


universitários, escolas e empresas que já ajudaram a coletar mais de cem toneladas de
óleo de cozinha para ser transformada em combustível 100% renovável.

8.2 Processo

Biodisel - A transformação do óleo de cozinha em energia renovável começa pela


filtragem, que retira todo o resíduo deixado pela fritura. Depois é removida toda a água
misturada ao produto. A depender do óleo, ele passará por uma purificação química que
irá retirar os últimos resíduos. Esse óleo "limpo" recebe então a adição de álcool e de
uma substância catalisadora. Colocado no reator e agitado a temperaturas específicas,
ele se transforma em biocombustível e após o refino pode ser usado em motores
capacitados para queimá-lo.

Sabão –Com água, óleo de cozinha e soda cáustica é possível produzir sabão para
limpeza doméstica.

Atenção: A soda cáustica pode causar queimaduras na pele. O ideal é usar luvas e
utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura.

Outros tipos de soluções podem servir para evitar que o óleo seja jogado nas redes de
esgoto. Um produto desenvolvido na Espanha promete solidificar o óleo e facilitar seu
armazenamento, coleta e reciclagem. Batizado de Frito Limpio, o produto deve ser
jogado no óleo ainda quente e após alguns minutos todo o liquido estará sólido. Basta
retirar da frigideira e guardar.

Caso essa solução esteja muito longe de você, basta armazenar a sobra da fritura em
uma garrafa PET e entregar em um posto de coleta.

9. CONCLUSÃO

Temos inúmeras possibilidades de reutilização de produtos. O que precisamos entender


é que quando se opta por reutilizar alguns materiais,colaboramos para a gestão do
resíduo, reaproveitamento da matéria-prima que seria descartada incorretamente nos
lixões espalhados pelo país.Independente do processo em que se opte por usar, a
mensagem que fica é entender a importância e o impacto de ambos para o meio
ambiente. Quando não utilizamos nenhum e nem outro, contribuímos negativamente
para o impacto ambiental urbano. Se cada um fizer a sua parte, iremos evoluir bastante
no quesito reciclagem e reutilização de resíduos.

10.REFERÊNCIAS
Reciclagem e reutilização de resíduos: quais são as diferenças?,ICNET,
Renato Paquet
11/09/2019 - 06h00. Consultado em 04/05/2020 às 20:30. Disponível na
Internet em
https://www.jcnet.com.br/opiniao/articulistas/2019/09/695704-reciclagem-e-reutilizacao-de--
residuos--quais-sao-as-diferencas.html

Reciclagem do óleo de cozinha , Só Biologia. Virtuous Tecnologia da


Informação, 2008-2020. Consultado em 05/05/2020 às 21:35. Disponível na
Internet
em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/reciclagem/reciclagem12.php

Conheça os melhores métodos de reaproveitamento e destinação do plástico, Vg Residuos, 4


de abril de 2018
Consultado em 05/05/2020 às 22:02. Disponível na Internet em
https://www.vgresiduos.com.br/blog/conheca-os-melhores-metodos-de-reaproveitamento-e-
destinacao-do-plastico/

Reciclagem industrial de papel,Setor Reciclagem, RICARDO RICCHINI, 20-03-2017.


Consultado em 06/05/2020 às 21:10. Disponível na Internet em
https://www.setorreciclagem.com.br/reciclagem-de-papel/reciclagem-industrial-de-papel/

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