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FATEC – Jacareí

Faculdade Tecnológica do Estado de São Paulo

Meio Ambiente e Recursos Hídricos

2° Nível

ALINI MARIA DALBETO ESTEVAM

THAIS GAROFALO

Prof.ª FERNANDA SILVEIRA BUENO

MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

BIORREMEDIAÇÃO

MAIO/2023

JACAREÍ – SP

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1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------ 3

2. OBJETIVO ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 4

3. ETAPAS PARA ANÁLISE DO PROBLEMA ------------------------------------------------------------ 6

4. CARACTERÍSTICA: QUANTITATIVA, QUALITATIVA E EXTENSÃO DA CONTAMINAÇÃO


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7

5. TÉCNICAS DE BIOREMEDIAÇÃO ----------------------------------------------------------------------- 8

6. CONCEITO DE ALELOPATIA ----------------------------------------------------------------------------- 10

7. EXEMPLOS DE PROJETOS DE PESQUISA ATUAIS SOBRE BIORREMEDIAÇÃO E


INOVAÇÃO TECNOLOGICA NO SETOR --------------------------------------------------------------- 12

8. INOVAÇÕES TECNOLOGICAS NA BIORREMEDIAÇÃO ------------------------------------------- 14

9. CONCLUSÃO ---------------------------------------------------------------------------------------------------16

10. REFERÊNCIA ------------------------------------------------------------------------------------------------- 18

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1. INTRODUÇÃO

DEFINIÇÕES SOBRE A BIORREMEDIAÇÃO

A biorremediação é o uso de processos biológicos para degradar, transformar e


remover contaminantes do meio ambiental, como água ou solo. A biorremediação é um
processo que ocorre naturalmente pela ação de bactérias, fungos e plantas, onde os
organismos que crescem nesse ambiente, são capazes de utilizar estes contaminantes como
fonte de carbono e energia. A redução natural monitorada é um conceito pelo qual uma área
contaminada é recuperada por biodegradação natural. É feita uma avaliação destes processos
e uma combinação de métodos químicos e biológicos é normalmente utilizada. Os processos
de redução natural podem ser iniciados ou acelerados através da manipulação das condições
ambientais deixando esse ambiente favorável para que a comunidade presente no local
degrade o poluente, seja através da adição de nutrientes específicos ou pela adição de
comunidades especificas. Muitos compostos, tóxicos, têm sido introduzidos no meio
ambiente por nós humanos e isso causa muitos danos ao meio ao ambiente como à saúde
humana. Por esta razão, precisamos entender os riscos e desenvolver técnicas de remediação
que se tornam de extrema importância para a recuperação do meio ambiente. Komesu et al.
[s.d.]

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2. OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral Realizar revisão bibliográfica sobre a aplicação da
técnica de biorremediação no lixo.
2.2 Objetivos Específicos - Apresentar microrganismos envolvidos na
técnica de biorremediação na atualidade

O uso de micro-organismos como ferramentas para a remediação de


ambientes contaminados é chamado de biorremediação. Este processo pode ser
realizado por meio de um ou mais consórcios microbianos, indígenas ou não, para a
degradação de contaminantes orgânicos poluentes (PEREIRA; LEMOS, 2003)
Nas últimas décadas, a utilização de fungos filamentosos e seus metabólitos
nos processos de biorremediação vem crescendo, em virtude do alto potencial
degradativo, biossortivo (metais e corantes) e dos mecanismos de resistência em
condições ambientais adversas (CONCEIÇÃO et al., 2005).
Os fungos apresentam uma série de características que os tornam
interessantes para aplicação em sistemas de biorremediação. São elas: capacidade de
crescer sob as condições de estresse ambiental que podem limitar o crescimento
bacteriano; seu modo de crescimento, induzido quimiostaticamente em direção à
fonte de carbono orgânico, por meio do alongamento e ramificação das hifas, que
permitem a colonização de grandes áreas e o sistema de biodegradação fúngico,
realizado por enzimas extracelulares. Dessa forma, o contato superficial com o
contaminante é otimizado, aumentando sua biodisponibilidade e, consequentemente,
sua biodegradação (CHANDER; ARORA; BATH, 2004). Os fungos da podridão
branca são degradadores naturais de lignina, celulose e hemicelulose. Tanto
moléculas de lignina como alguns poluentes contêm compostos fenólicos, diésteres
e bifenilas e, assim, o sistema enzimático destes organismos tem sido estudado na
degradação de outras moléculas recalcitrantes (BALAN; MONTEIRO, 2001).
Muitos fungos e bactérias têm sido utilizados na remoção de metais pesados de
efluentes industriais e do ambiente. Sabe-se que um grande número de compostos
ligantes de metais é produzido por estes micro-organismos, tais como os ácidos
orgânicos simples, álcoois e macromoléculas, polissacarídeos, ácido húmico e
fúlvico, alguns polissacarídeos, mucopolissacarídeos e proteínas. Além disso, esses

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micro-organismos podem adsorver estes metais a componentes presentes na
superfície da parede celular (processo denominado biossorção, bioacumulá-los em
organelas ou ligá-los a proteínas de seu interior celular. O uso de fungos
filamentosos tem se destacado em relação aos outros micro-organismos na remoção
de metais do ambiente, pois eles apresentam maior resistência a metais tóxicos, o
que proporciona seu crescimento e desenvolvimento em meios que contenham altas
concentrações desses poluentes. Segundo Gadd e White (1989), uma levedura muito
utilizada para a remoção de metais tóxicos do ambiente é a levedura Saccaromyces
cereviseae. Provavelmente, o mecanismo de remoção desses elementos por este
fungo se dá por meio do processo de bioacumulação. A biomassa dos fungos dos
gêneros Penicillium, Aspergillus, Rhizopus, Mucor, Saccaromyces e Trichoderma
têm se mostrado muito eficientes na remoção de metais pesados de soluções aquosas.

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3. ETAPAS PARA ANÁLISE DO PROBLEMA

Avaliação da natureza da contaminação;

O aumento populacional e o consumo de bens observado pós revolução industrial


acarretou em um aumento considerável de resíduos, nisso o meio ambiente vem sendo
drasticamente contaminado.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos


Especiais (ABRELPE) (2016), os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo
com a sua origem em:

• doméstico ou residencial: gerado nas residências e composto em sua maioria


por resíduos orgânicos e recicláveis. Dentro dessa categoria há também resíduos
considerados especiais com normas específicas que regulamentam o correto descarte,
como resíduos da construção civil - RCC, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes,
pneus, medicamentos vencidos e perfurocortantes;

• comercial: gerados nos estabelecimentos comerciais e compostos em grande


maioria por papel/papelão;

• público: composto pelos resíduos de limpeza pública em ruas, praças, feiras,


eventos e provenientes das podas de árvores;

• de fontes especiais: gerado nas pequenas indústrias, em terminais rodoviários,


em aeroportos, repartições públicas, a partir de atividades agrícolas, além de resíduos de
serviço de saúde.

A compostagem é uma degradação biológica de substratos orgânicos sólidos


através da ação de diferentes populações microbianas, produzindo um composto estável
e úmido. A maior parte dos resíduos de lixo recebido nos aterros brasileiros são
substratos orgânicos sólidos, que sofrem o processo de compostagem em seu interior.
Dessa forma, o tipo de substratos orgânicos sólidos pode determinar a comunidade
microbiana dominantes nas várias fases de biodegradação no interior de um aterro.

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4. CARACTERÍSTICA: QUANTITATIVA, QUALITATIVA E EXTENSÃO DA
CONTAMINAÇÃO;

Planejamento do tipo de Remediação a ser aplicado: Físico-químicos,


Biorremediação ou ambos.

O ponto principal para uma biorremediação bem-sucedida é a caracterização da área


contaminada, o que ajuda a determinar a técnica (in situ ou ex situ) mais adequada ou viável.
Características do meio contaminado e do poluente, a localização do contaminante em
relação a habitações humanas e as características de desempenho de cada técnica devem ser
levado em conta na decisão do método mais eficiente a ser escolhido (AZUBUIKE et al.,
2016). Os micro-organismos assimilam os poluentes existentes em um meio contaminado
para obterem nutrientes, principalmente carbono e energia para o seu crescimento. Assim,
realiza-se a quebra de compostos orgânicos em metabólitos de menor complexidade e/ou
massa. Produtos inorgânicos, como CO2, H2O e sais minerais, e biomassa são gerados
quando a quebra desses compostos é completa, alcançada nas vias catabólicas aeróbias.
Quando a quebra é incompleta, os subprodutos devem ser atóxicos e passíveis de serem
oxidados em outras reações sequenciais, sejam bióticas ou abióticas. No processo de
assimilação de poluentes pelos micro-organismos, as partículas e macromoléculas devem
atravessar a sua membrana citoplasmática. Em função da alta massa molecular, o transporte
transmembrana de alguns compostos requerem uma hidrólise prévia pela ação de
exoenzimas. Esses compostos são fracionados por hidrólise com o auxílio de exoenzimas
(JEON & MADSEN, 2013). A engenharia genética pode ser utilizada na melhoria de
processos de biorremediação ao gerar micro-organismos mais aptos para degradar os
contaminantes de interesse. Algumas linhagens bacterianas podem abrigar plasmídeos
catabólicos auto transmissíveis que codificam enzimas necessárias para a degradação de
contaminantes alvo. A escolha do melhor processo de biorremediação a ser aplicada no meio
contaminado, deve ser precedida de estudos em escala de bancada ou em escala piloto. Os
estudos laboratoriais devem buscar respostas sobre a biodegradabilidade dos contaminantes
existentes e os micro-organismos autóctones capazes de degradá-los, bem como quais as
condições ambientais ótimas de crescimento populacional. Além disso, deve analisar a
velocidade de degradação dos contaminantes, se subprodutos tóxicos são produzidos e qual
a concentração aceitável deles no ambiente. Deve-se avaliar também a possibilidade de
permanência dos microrganismos alóctones inoculados, após o contaminante ser degradado

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completamente e a sua consequente competição com microbiota nativa do meio, causando
impacto ambiental e desequilíbrio ecológico. Deve-se avaliar também o risco das espécies.

5. TÉCNICAS DE BIOREMEDIAÇÃO

Considerando o local de aplicação, as técnicas de biorremediação podem ser ex situ


ou in situ. As técnicas ex situ envolvem a retirada do meio contaminado com os poluentes,
transportando-os para outro local onde serão tratados de maneira controlada. O custo do
tratamento, o grau, a profundidade ou a área da poluição, os tipos de poluentes, a localização
geográfica e a geologia do local contaminado são importantes considerações a fazer na
escolha das técnicas ex situ, além de critérios de desempenho. Quando se utiliza técnicas no
próprio local para o tratamento do meio poluído, sem a sua retirada, denomina-se
biorremediação in situ. Por isso, nenhuma perturbação acontece ao ambiente, além de serem
técnicas de menor custo em comparação com as técnicas de biorremediação ex situ. Em
situações em que há a necessidade de realizações de obras de engenharia, alterações
topográficas do local, introdução de novos micro-organismos, adição de nutrientes e uso de
biorreatores, a biorremediação é definida como engenhada, que pode ser in situ ou ex situ.
A bioventilação é um exemplo de biorremediação in situ que envolve o fornecimento
controlado de oxigênio (ar) para estimular a microbiota existente no meio a ser tratado.
Nutrientes e água também podem ser fornecidos para melhorar o processo. Essa técnica é
muito utilizada na restauração de ambientes contaminados por produtos de origem de
petróleo. A atenuação natural ou biorremediação intrínseca é também uma técnica in situ,
porém sem intervenção humana. Por ser uma remediação passiva, deve-se ater a um
monitoramento constante afim de verificar a continuidade do processo. Além disso, algumas
limitações podem ser observadas como o tempo para a degradação do poluente a um nível
aceitável de concentração e o tempo estimado para a exposição do poluente às populações
humanas e animais mais próximas. Uma desvantagem é que alguns compostos químicos
após biodegradação podem gerar um produto com maior toxicidade, resultando em
contaminantes residuais ainda mais tóxicos. A biorremediação ex situ envolve a retirada do
meio poluído para ser remediada em uma outra área. Algumas técnicas ex situ se destacam,
como a compostagem, que consiste em uma técnica de biorremediação ex situ usada no
tratamento de resíduos sólidos com alta carga orgânica, como restos de alimentos e podas de
plantas, por meio de micro-organismos aeróbios. Os principais processos envolvem a

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formação de pilhas estáticas, pilhas aeradas ou reatores de alimentação contínuo com o
substrato a ser tratado. Devido à intensa atividade microbiana, há uma fase caracterizada
pela alta temperatura, promovendo tratamento térmico ao substrato. Para um processo de
biorremediação satisfatório é necessário ter microrganismos capazes de transformar os
poluentes alvos, além de outros parâmetros que devem ser considerados como a
disponibilidade adequada de água, oxigênio e fontes de nitrogênio e fósforo utilizáveis. A
falta desses parâmetros torna sob condições naturais o processo ineficiente.

Vantagens

 Custo relativamente baixo;


 Baseada em processos naturais,
 Gera menos resíduos;
 Promove a redução dos poluentes a níveis muito mais baixos.

Desvantagens

 Técnicas consideradas lentas;


 Desiquilíbrio biológico (pode trazer um microrganismo que
não habita naquele local)

LIXO VERDE

 Conceito - Este tipo de lixo é composto por galhos e cascas de árvores,


troncos, gramas, folhas verdes ou secas, flores e outros materiais orgânicos de
origem vegetal.
 Destino: No Brasil, em grande parte dos casos, o lixo verde tem como
destino os aterros sanitários ou terrenos. Logo, não há um destino útil para este
tipo de lixo. Um rico material orgânico é descartado na natureza e, portanto,
desperdiçado.
 Destino correto e importância: No Brasil, em grande parte dos casos,
o lixo verde tem como destino os aterros sanitários ou terrenos. Logo, não há um
destino útil para este tipo de lixo. Um rico material orgânico é descartado na
natureza e, portanto, desperdiçado.

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6. CONCEITO DE ALELOPATIA

O fenômeno da alelopatia é definido como o “processo que envolve metabólitos


secundários produzidos por plantas, algas, bactérias e fungos que influenciam o
crescimento e desenvolvimento de sistemas biológicos. ” Essas interações podem ocorrer
direta ou indiretamente. Segundo Molisch, alelopatia é “a capacidade das plantas,
superiores ou inferiores, produzirem substâncias químicas que, liberadas no ambiente de
outras, influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento”.

COMO OCORRE A ALELOPATIA?

A relação antagônica entre duas ou mais plantas acontece, principalmente, como


resultado de exsudatos expelidos pelas raízes. A palavra exsudatos vem do
latim exsudare, que significa fluir para fora; se refere a saída de líquidos orgânicos por
meio das paredes e membranas celulares, tanto de animais quanto de plantas, por lesão
ou por inflamação.

Quando a alelopatia entre duas ou mais plantas é favorável, elas são chamadas
de plantas companheiras.

Ao observar as relações de alelopatia entre as plantas, é preciso tomar cuidado


para não confundir as condições de manejo com a própria alelopatia.

Às vezes, local inapropriado podem ser os fatores desencadeantes de prejuízos


para as plantas, e não a relação entre elas. Alguns exemplos incluem:

 Vasos muito pequenos;


 Solos ácidos ou alcalinos demais para determinadas espécies;
 Exposição a muito ou pouco sol;
 Exposição ao vento;
 Umidade excessiva.

O QUE SÃO EFEITOS ALELOPATICOS?

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Os efeitos da alelopatia podem se manifestar tanto pelo mau desenvolvimento nos
tecidos vegetais quanto pela impossibilidade de germinação de sementes.

Entretanto, vale ressaltar que não existe planta má ou boa. A excreção de substâncias
tóxicas que prejudicam outros vegetais é uma mera estratégia de sobrevivência da planta. Da
mesma forma, não existem ervas daninhas, e sim, ervas indicadoras. Se no seu jardim estiver
crescendo algum tipo de vegetal que você não gosta, é preciso observar as condições do
ambiente que proporcionam o crescimento dessa planta e o não desenvolvimento de outras
plantas do seu interesse.

QUAIS OS TIPOS DE ALELOPATIA?

Exemplos de alelopatia favorável


São exemplos de alelopatia favorável (plantas companheiras) o milho com a
batatinha, o espinafre com o moranguinho, o alho com a ervilhaca, a beterraba com a couve
e a alface, a cenoura com a ervilha, entre outros.

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7. EXEMPLOS DE PROJETOS DE PESQUISA ATUAIS SOBRE
BIORREMEDIAÇÃO E INOVAÇÃO TECNOLOGICA NO SETOR

Os estudos dos processos de biorremediação vêm sendo desenvolvidos visando uma


série de benefícios para o meio ambiente. Vários são os poluentes e os mecanismos
necessários para a recuperação de áreas degradadas, porém, os micro-organismos e plantas
possuem maneiras específicas para remoção, imobilização ou transformação de poluentes
específicos.

Uma maneira de implementar este processo é buscar e isolar novos micro-


organismos potencialmente capazes de degradar poluentes. Sabe-se que, no planeta, há uma
grande diversidade de micro-organismos ainda não identificados e classificados, que vivem
em ambientes extremos (extremófilos), apresentando grande plasticidade adaptativa. A
busca por esses organismos é fundamental para abrir novas perspectivas com vistas aos
processos de recuperação de ambientes.

O advento da biotecnologia, seleção de genes e introdução de novos genes em micro-


organismos, pode ser uma estratégia eficaz nas etapas de isolamento, melhoramento e
obtenção de cepas e linhagens biorremediadoras.

O empenho da ciência, porém, não trará sozinha a solução para reverter os danos no
ambiente. O processo de biorremediação há que ser trabalhado em nível social e cultural,
visto que essa é ainda uma alternativa muito nova para o contexto das empresas poluidoras
e da sociedade como um todo.

Faz-se importante um trabalho informativo, educativo e de conscientização sobre as


vantagens no uso de micro-organismos em diversos processos de recuperação de ambientes
contaminados. Sabe-se que, popularmente, há uma forte associação de micro-organismo com
doenças infectocontagiosas e, para que haja uma mudança desse paradigma, é importante
incutir esse novo modelo na sociedade, usando para isso estratégias de divulgação dos
resultados obtidos no meio científico.

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Torna-se urgente uma busca por novas possibilidades nos processos de uso de
micoremediação, tanto pelos pesquisadores como pelos empresários e autoridades
governamentais.

Sabemos que nosso planeta nos oferece um rico potencial microbiano, basta investir
na busca de novas espécies e fazer uso da biotecnologia para tal.

Diante disso faz-se necessário a realização de mais estudos e pesquisas para


compreender os mecanismos de biorremediação mediada por micro-organismos, como
ferramenta biológica no combate à poluição.

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8. INOVAÇÕES TECNOLOGICAS NA BIORREMEDIAÇÃO

Um grupo de pesquisadores do Laboratório de Química Orgânica e Biológica


(CNPq) do Instituto de Biociências (Inbio), estavam em busca de uma enzima que fizesse
modificações estruturais em fenol.

Em química orgânica, modificar uma amina com uma enzima proveniente de um


fungo é de uma importância tremenda, já que diminuímos a utilização de catalisadores
químicos sintéticos”, conta o professor Edson dos Anjos.

“Em relação ao catalisador químico, que pode ser um metal, um ácido, é um processo
menos agressivo ao meio ambiente, por reduzir o uso de reagentes químicos e também menos
custoso.

E os microrganismos, necessitam em grande parte, de material orgânico para se


desenvolver, podendo ser utilizado até resíduos gerados na produção agroindustrial, como a
palha de arroz e o bagaço da cana-de-açúcar”, explica Edson.

Posteriormente, percebi também que havia processos relacionados ao uso de


microrganismos na acetilação do grupo amina em alguns pesticidas, o que reduzia a sua
toxicidade.

Quando livres elas têm muita facilidade em se ligar ao DNA provocando mutações
e, por isso, podem ser responsáveis pela proliferação de células defeituosas que venham a
gerar tumores no organismo, por exemplo.

Essa foi uma das questões que nos instigou bastante, já que ao se tratar uma lavoura
com pesticidas, pode haver a contaminação do solo, dos rios, agravada ao fato de eles se
acumularem e perdurarem no ambiente por muitos meses, já que são bastante resistentes,
gerando efeitos nocivos à saúde”, diz o pesquisador.

A acadêmica de doutorado em Biotecnologia Amanda Dal’Ongaro Rodrigues


também integra o projeto e desenvolve, atualmente, estudos com dois herbicidas muito
utilizados no estado tentando descobrir como os fungos podem contribuir para reduzir a sua
toxicidade em solos”, explica Edson.

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Uma empresa americana de bioenergia tem buscado uma solução interessante para o
lixo urbano. Ela promete produzir etanol, utilizável como biocombustível, por meio do
processamento do lixo urbano.

Com o processo, a empresa não promete apenas dar um destino rentável para o lixo,
como também reduzir em 75% as emissões de gás carbônico (quando comparado com as
emissões com o uso da gasolina). Em breve a empresa estima produzir 7 milhões de litros
de etanol por ano usando 90.000 toneladas de lixo.

Técnicas semelhantes já estão sendo usadas em Estocolmo, na Suécia, onde metade


da frota de ônibus municipal circula com combustível gerado a partir do lixo orgânico e
esgoto.

É uma experiência sensacional, pois Mato Grosso do Sul têm uma grande produção
agrícola e os resultados podem servir para melhorar a produção e contribuir para a
conservação do meio ambiente.

Os experimentos desenvolvidos no laboratório de pesquisa mostraram que em solos


contaminados com os dois herbicidas não houve germinação das sementes de alface.

Professora do Inbio Maria Rita Marques também participa dos estudos desde o início
e enfatiza a importância do trabalho tanto para a área econômica como para a saúde e meio
ambiente.

“Uma das questões levantadas no projeto do CNPq é a possibilidade de tratamento


do solo das plantações e água para consumo com microrganismos a fim de biorremediá-los,
contribuindo para o aumento da produtividade, já que o uso de pesticidas diminui a
capacidade de produção, além da questão da saúde, claro.

Acho que a iniciação científica aumenta nossos horizontes na graduação e deixa


muita gente apaixonada pela pesquisa”, conta Gabrielle que está no sexto semestre.

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9. CONCLUSÃO

Vários são os poluentes e os mecanismos necessários para a recuperação de áreas


degradadas, porém, os micro-organismos e plantas possuem maneiras específicas para
remoção, imobilização ou transformação de poluentes específicos.

Sabe-se que, no planeta, há uma grande diversidade de micro-organismos ainda não


identificados e classificados, que vivem em ambientes extremos (extremófilos),
apresentando grande plasticidade adaptativa.

A busca por esses organismos é fundamental para abrir novas perspectivas com vistas
aos processos de recuperação de ambientes.

Faz-se importante um trabalho informativo, educativo e de conscientização sobre as


vantagens no uso de micro-organismos em diversos processos de recuperação de ambientes
contaminados.

Sabe-se que, popularmente, há uma forte associação de micro-organismo com


doenças infectocontagiosas e, para que haja uma mudança desse paradigma, é importante
incutir esse novo modelo na sociedade, usando para isso estratégias de divulgação dos
resultados obtidos no meio científico.

Diante disso faz-se necessário a realização de mais estudos e pesquisas para


compreender os mecanismos de biorremediação mediada por micro-organismos, como
ferramenta biológica no combate à poluição.

Nesse mundo de inovações no tratamento de resíduos não existem apenas boas ideias
estrangeiras. Como exemplo de inovação brasileira no tratamento de resíduos, temos a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A UFRS tem realizado pesquisas
para transformar isopor em solventes utilizados em tinta.

O poliestireno expandido (EPS), popularmente conhecido pela marca Isopor, é de


difícil decomposição quando submetidos a condições naturais do ambiente. Por isso a
inovação traz um grande potencial de ganho ambiental.

O acúmulo de isopor pode causar diversos prejuízos ambientais. Além é claro de


gerar custos com sua destinação final, com aterros especiais, que são exigidos pela Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2001).

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Para tentar amenizar esse quadro, duas alunas de engenharia química no Rio Grande
do Sul buscaram uma solução inovadora: transformar em um novo produto um material
amplamente utilizado e descartado, mas pouco reciclável.

Com a tinta desenvolvida, um volume muito grande de Isopor se converte em um


filme fino de tinta.

Outra inovação, desse produto com patente brasileira, é a substituição de solventes


comuns, por solventes naturais.

Esses solventes naturais são extraídos da casca de frutas cítricas, e tem a vantagem
de serem biodegradável; o que não agride nem o meio ambiente, nem a saúde humana.

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10. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

AZUBUIKE, C. C.; CHIKERE, C. B.; OKPOKWASILI, G.C. Bioremediation techniques–


classification based on site of application: principles, advantages, limitations and prospects.
World J Microbiol Biotechnol 32:180, 2016.

BALAN, D. S. L.; MONTEIRO, R. T. R. Decolorization of textile índigo dye by ligninolytic


fungi. Journal of Biotechnology, Amsterdam, v. 89, n. 2-3, p. 141-145, Aug. 2001.

CONCEIÇÃO, D. M. et al. Fungos filamentosos isolados do rio Atibais, SP e refinaria de


petróleo biodegradadores de compostos fenólicos. Arquivos do Instituto Biológico, São
Paulo, v. 72, n. 1, p. 99-106, jan. /mar. 2005.

CHANDER, M.; ARORA, D. S.; BATH, H. K. Biodecolourisation of some industrial dyes


by white-rot fungi. Journal of Industrial Microbiology and Biotechnology, Hampshire, v. 31,
n. 2, p. 94-97, 2004.

GADD, G. M.; WHITE, C. Heavy metal and radionuclide accumulation and toxicity in fungi
and yeast. In: POLE, R. K.; GADD, G. M. (Ed.). Metal microbe interactions. Oxford: IRL,
1989. p. 19-38.

JEON, C.O.; MADSEN, E.L. In situ microbial metabolism of aromatic-hydrocarbon


environmental pollutants. Current Opinion in Biotechnology, Vol. 24(3), pp. 474-481, jun.
2013.

PEREIRA, A. R. B.; FREITAS, D, A, F. Universidade Federal de Lavras (UFLA – MG)


USO DE MICROORGANISMOS PARA A BIORREMEDIAÇÃO DE AMBIENTES
IMPACTADOS. Minas Gerais, 2003.

https://www.ufms.br/inovacao-em-pesquisa-grupo-utiliza-microrganismos-nativos-de-ms-
em-processos-de-biorremediacao/

https://www.unifesp.br/

https://www.vertown.com/blog/tecnologia-e-inovacao-no-tratamento-de-residuos-
preparado-para-o-futuro/

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