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FACULDADE INTEGRADA DE BAURU

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA CLÍNICA

Glaucilene Caires de Oliveira

O TRATAMENTO DO LIXO DOMÉSTICO ATRAVÉS DA BIORREMEDIAÇÃO

Bauru
2011
GLAUCILENE CAIRES DE OLIVEIRA

O TRATAMENTO DO LIXO DOMÉSTICO ATRAVÉS DA BIORREMEDIAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Pós Graduação


apresentado à Faculdade Integrada de
Bauru, para obtenção do título de
Especialista em Microbiologia Clínica sob a
orientação do Profº Manuel.

Bauru
2011
GLAUCILENE CAIRES DE OLIVEIRA

O TRATAMENTO DO LIXO DOMÉSTICO ATRAVÉS DA BIORREMEDIAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Pós Graduação


apresentado à Faculdade Integrada de
Bauru, para obtenção do título de
Especialista em Microbiologia Clínica.

Bauru, de de 2011.

Banca Examinadora:

Presidente/Orientador:

Instituição:

Prof. 1
Instituição:

Prof. 2
Instituição:
Dedico esse trabalho a toda a minha família, pelo amor e cuidado

incondicionais, desde o meu primeiro dia de vida!


AGRADECIMENTO

Primeiramente a Deus, por ter me dado o dom da vida e a oportunidade de

chegar até aqui, Sem Ti Pai nada disso seria realidade, ficaria apenas num sonho!

As pessoas que me atribuíram amor, carinho e apoio durante o tempo

acadêmico. Muito Obrigado!

Por fim, agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a

chegada deste momento em minha vida, contudo.


“Nenhum problema pode ser resolvido com o
mesmo nível de consciência que o gerou”.
Albert  Einstein
RESUMO

O meio ambiente não é constituído apenas do meio físico e biológico, mas


também do meio sócio-cultural e sua relação com os modelos de desenvolvimento
adotados pelo homem. A questão ambiental tem sido bastante argumentada não só
pelos veículos de comunicação, mas também os governanates do mundo todo,
universidades e sociedade. Esta situação tem demonstrado, não só a preocupação com
o meio ambiente, mas também a qualidade de vida do homem. Esse estudo vem refletir
o grande avanço da população com o aumento do lixo domiciliar que a cada dia
prolifera a passos largos. Dessa forma tem por objetivo mostrar as vantagens de se
utilizar a técnica da bio-remediação para o tratamento do lixo doméstico. Pois já esta
agredindo em demasia o meio ambiente, então é preciso procurar diminuir essa
agressão através da técnica da bio-remediação. Essa técnica é caracterizada como
aquela que consiste na aplicação de processos biodegradáveis no tratamento de
resíduos para recuperar e regenerar ambientes (principalmente água e solo) que
sofreram impactos negativos, mantendo o equilíbrio biológico em ecossistemas.
Também é chamada de biotecnologia ambiental, por usar, de forma controlada,
processos microbiológicos que ocorrem normalmente na natureza para remover
poluentes. Dessa forma é preciso realmente se valorizar e difundir essa técnica para
que ela seja utilizada e assim diminua e amenize a agressão ao meio ambiente. E como
afirma Marchioro , o certo é que a biorremediação é uma alternativa ecologicamente     
correta do ponto de vista da destinação final de resíduos e rejeitos. Mas com certeza,
melhor que a biorremediação é a prevenção.

Palavras Chave: Meio Ambiente – Lixo - Biorremediação


ABSTRACT

The environment consists not only of the physical and biological, but also the socio-
cultural environment and its relation to the development models adopted by man. The
environmental issue has been widely argued not only by the media, but also
governanates around the world, universities and society. This has shown not only
concern for the environment but also the quality of human life. This study elaborates the
great advance in population with the increase of household waste each day that
proliferates at a rapid pace. Thus it aims to show the advantages of using the technique
of bio-remediation to treat household waste. Because too much is already hurting the
environment, then we must seek to mitigate this attack by the technique of bio-
remediation. This technique is characterized as that which involves the application of
procedures in the treatment of biodegradable waste to recover and regenerate
environments (mainly water and soil) that suffered the negative impacts, while
maintaining the biological balance in ecosystems. Also called environmental
biotechnology, for use in a controlled manner, microbiological processes that normally
occur in nature to remove pollutants. Thus it is necessary to really appreciate and
disseminate this technique so that it is used and thus lessen and soften the damage to
the environment. And as stated Marchioro, the fact is that bioremediation is an
ecologically correct in terms of disposal of waste and tailings. But surely better that
bioremediation is prevention.

Keywords: Environment - Waste - Bioremediation


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principio de duas fases, segundo Kaplovsky....................................... 26

Figura 2 – Esquema de contaminação do meio ambiente..................................... 27

Figura 3 – A Biorremediação................................................................................. 28
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Vantagens e Desvantagens da técnica............................................... 31


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 11

2 O HOMEM E O MEIO AMBIENTE................................................................ 13


2.1 Meio ambiente e seus problemas................................................................. 14
2.2 O homem e sua intervenção no meio ambiente........................................... 16
2.3 O meio ambiente e os resíduos sólidos urbanos.......................................... 19
2.3.1 O lixo.......................................................................................................... 20
2.4 A disposição e tratamento desses resíduos................................................. 22

3 A TÉCNICA DA BIORREMEDIAÇÃO............................................................ 25
3.1 A metodologia empregada............................................................................ 29
3.2 aplicando o sistema...................................................................................... 29

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 33

REFERENCIAS................................................................................................... 34
1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento acelerado de todos os setores da sociedade gera


quantidades cada vez maiores de resíduos, que comprometem o equilíbrio da natureza.
Dessa forma, o presente trabalho tem por finalidade abordar um tema de
extrema relevância tanto no âmbito social, como político e ambiental, que é tratamento
dos efluentes domésticos e seu tratamento, ou seja, um dos meios de preservação do
meio ambiente,

Os problemas ambientais que caracterizam os tempos modernos são


numerosos e bem documentados. As causas são variadas e envolvem
praticamente todas as atividades humanas. O crescimento exacerbado da
população, por exemplo, acarretou o estabelecimento de conglomerados de alta
densidade populacional, o que colabora, significativamente, para o aumento da
quantidade de resíduos produzidos (lixo doméstico, esgoto etc.). Por sua vez, a
atividade industrial contribui com grandes volumes de efluentes e resíduos
sólidos de natureza diversa, os quais, geralmente, carregam espécies químicas
de caráter tóxico (BRITO, apud OLIVEIRA, 2008, p. 02).

No entanto, se faz necessário analisar então fatos já ocorridos para se traçar


diretrizes em busca de se compreender melhor o presente. Assim se dá a razão pela
escolha do tema; deve-se ao fato de se ter uma preocupação com as gerações futuras,
visto que, hoje, o lixo e demais agentes poluentes tornou-se um indicador do padrão de
vida e dos costumes de um povo.
Atualmente, grandes áreas são utilizadas para descarte do lixo e muitas das
vezes se usam procedimentos ecologicamente inadequados que deixam seqüelas
ambientais irreparáveis.
Diversas situações hoje são de extrema preocupação, principalmente a
contaminação das águas, entre outros tipos de degradação ambiental, que nos levam a
repensar que todos esse descaso com o meio ambiente.
Percebe-se que a problemática do lixo no meio urbano abrange alguns aspectos
relacionados a sua origem e produção, assim como o conceito de inesgotabilidade e os
reflexos de comprometimento do meio ambiente, principalmente do solo, do ar e dos
recursos hídricos (LIMA, 2004).

O fato mais preocupante é que a população mundial esta crescendo em ritmo


acelerado, esperando-se que duplique nos próximos vinte ou trinta anos. Isso
implica na expansão automática da industrialização – pois maiores quantidades
de alimentos e bens de consumo serão necessárias para atender a esta nova e
surpreendente demanda – o que irá gerar inevitavelmente consideráveis
volumes de lixo. O não tratamento dessa massa pode contribuir
significativamente para a degradação da biosfera, em detrimento da qualidade
de vida em nosso planeta (LIMA, 2004, p. 09).

Portanto é preciso procurar soluções que possam contribuir para a diminuição


desse problema, e como nos relata Lima (2004), ou tratamos dele ou vivemos com ele
até o dia que nos for permitido.
E uma das formas interessantes de se tratar esses tipos de resíduos domésticos,
ou seja, uma das técnicas utilizadas e recomendadas é a da remediação desses meios
contaminados é o tratamento biológico, que é um processo natural e ainda promove um
tratamento adequado ao meio, e seu custo é relativamente baixo frente a outras
técnicas.

A técnica de bio-remediação aqui descrita é baseada na lixiviação microbiana,


particularmente no principio da decomposição em duas fases preconizado por
Mc Carty. Inicialmente , bactérias acidófilas acetogênicas, são utilizadas para
produzir ácido acético e outros ácidos a partir da matéria orgânica, e solubilizar
a carga orgânica e metais pesados presentes nos resíduos sólidos . Em
seguida, bactérias metanogênicas e acetróficas são usadas para consumir a
carga de ácidos produzindo biogás e um composto biogênico. Após a fase
metanogênica, em função das reações bioquímicas e da mudança do PH, os
metais pesados são precipitados e encapsulados, ou seja levados a formas
mais estáveis, menos solúveis, finalizando o tratamento biológico e físico-
químico dos resíduos sólidos e líquidos (LIMA, 2004, p. 241).

Assim sendo, tem-se por objetivo mostrar as vantagens de se utilizar a técnica


da bio-remediação para o tratamento do lixo doméstico. Pois já esta agredindo em
demasia o meio ambiente, então é preciso procurar diminuir essa agressão através da
técnica da bio-remediação.
Sendo assim, o trabalho consistirá em pesquisa numa bibliográfica de caráter
comparativo, e crítico, onde será traçado um paralelo entre o seu caráter teórico e
prático diante a realidade social.

2 O HOMEM E O MEIO AMBIENTE

A humanidade vem crescendo em proporções assustadoras, e aumentando junto


com ela, a capacidade de intervir na natureza para a satisfação de necessidades e
desejos crescentes, surgindo dessa forma, tensões e conflitos quanto ao uso do espaço
e dos recursos em função da tecnologia disponível.
Dentro de todas as espécies existentes no mundo, o ser humano, é o que
apresenta a maior capacidade de adaptação ao ambiente natural, e pode ser
encontrado no deserto mais causticante, no frio continente antártico, nas profundezas
da floresta amazônica, sob o oceano ou voando na atmosfera e além dela. Essa
capacidade de adaptação só foi possível porque o homem sempre criou no seu entorno
um meio ambiente próprio, diferente do meio circundante – natural – que denominamos
cultural (DIAS, 2009).
A construção pelos seres humanos de um espaço próprio de vivência, diferente
do natural, se deu sempre a revelia e com a modificação do ambiente natural. Então o
ser humano resolveu para a sua sobrevivência, de um modo ou de outro, modificar o
ambiente natural em que vive.
Assim o homem aprendeu a criar ferramentas que multiplicavam suas
capacidades limitadas, e ao mesmo tempo compreendeu que a sua resistência ao meio
ambiente hostil era mais facilmente superada com a formação de grupos, que,
organizados em torno de um objetivo, multiplicavam suas capacidades individuais.
Assim, através dessas capacidades que aos poucos o ser humano foi ampliando
suas conquistas e modificando o meio em que vive. Algumas atividades interferem na
natureza de modo a transformá-la para melhor satisfazer as suas necessidades que se
caracteriza pelo trabalho, onde em sua essência, tem como objetivo maior a
manutenção da espécie humana no ambiente natural, melhorando as suas condições
de existência na sua qualidade de vida.
Foi a partir da Revolução Industrial, que o homem se abriu a novas perspectivas
de maior geração de riqueza, que na concepção da época traria prosperidade e melhor
qualidade de vida.

O problema é que o crescimento econômico desordenado foi acompanhado de


um processo jamais visto pela humanidade, em que se utilizavam grandes
quantidades de energia e de recursos naturais, que acabaram por configurar um
quadro de degradação contínua do meio ambiente. A industrialização trouxe
vários problemas ambientais, como: alta concentração populacional, devido à
urbanização acelerada, consumo excessivo de recursos naturais, sendo que
alguns não renováveis (petróleo e carvão mineral, por exemplo); contaminação
do ar, do solo, das águas; e desflorestamento, entre outros (DIAS, 2009, p.06).

Dessa forma, as transformações foram ocorrendo e a tecnologia empregada


evoluiu rapidamente com conseqüências indesejáveis que se agravam com igual
rapidez. A exploração dos recursos naturais passou a ser feita de forma
demasiadamente intensa. De onde se retirava uma árvore, agora se retiram centenas.
Onde moravam algumas famílias, consumindo alguma água e produzindo poucos
detritos, agora moram milhões de famílias, exigindo imensos mananciais e gerando
milhares de toneladas de lixo por dia. (BRASIL, 2001).

Essas diferenças são determinantes para a degradação do meio onde se insere


o homem. Sistemas inteiros de vida vegetal e animal são tirados de seu
equilíbrio. E a riqueza, gerada num modelo econômico que propicia a
concentração da renda, não impede o crescimento da miséria e da fome.
Algumas das conseqüências indesejáveis desse tipo de ação humana são, por
exemplo, o esgotamento do solo, a contaminação da água e a crescente
violência nos centros urbanos (BRASIL, 2001, p. 19-20).

2.1 Meio ambiente e seus problemas

As causas das agressões ao meio ambiente são de ordem política, econômica e


cultural. A sociedade ainda não absorveu a importância do meio ambiente para sua
sobrevivência. O homem branco sempre considerou os índios como povos “não
civilizados”, porém esses “povos não civilizados” sabiam muito bem a importância da
natureza para sua vida. O homem “civilizado” tem usado os recursos naturais
inescrupulosamente priorizando o lucro em detrimento das questões ambientais.
Todavia, essa ganância tem um custo alto, já visível nos problemas causados pela
poluição do ar e da água e no número de doenças derivadas desses fatores (GIODA,
2009, p.01).
É preciso perceber, que os problemas ambientais atuais, são bem vastos e
abrangem diversas áreas importante, principalmente em nosso país: Brasil, como a
fauna, em que uma grande parte de animais já se encontram em extinção e outras
ainda ameaçadas de ser extinguidas, entre outros fatores que se apresentam nesse
meio.
Outro fator importante também é o caso da nossa flora, onde se fazem
derrubadas sem freio de árvores e muitas delas nativas, como também as queimadas,
que representam atualmente um dos principais fatores que contribuem para a redução
da floresta em todo o mundo, além de aumentar a concentração de dióxido de carbono
na atmosfera, agravando o aquecimento do planeta.

O fogo afeta diretamente a vegetação, o ar, o solo, a água, a vida silvestre, a


saúde pública e a economia. Há uma perda efetiva de macro e micronutrientes
em cada queimada que chega a ser superior a 50% para muitos nutrientes.
Além de haver um aumento de pragas no meio ambiente, aceleração do
processo de erosão, ressecamento do solo entre vários outros fatores. A
queimada não é de todo desaconselhada desde que seja feita sob orientação
(GIODA, 2009, p. 02).

Além da flora, existe um outro recurso que está preocupando mais do que os
outros dois recursos citados acima, que são os recursos hídricos, mas principalmente a
água; mais da metade dos rios do mundo diminuíram seu fluxo e estão contaminados,
ameaçando a saúde das pessoas. Esses rios se encontram tanto em países pobres
quanto ricos. Os rios ainda sobreviventes são o Amazonas e o Congo.

Apenas 2% da água do planeta é doce, sendo que 90% está no subsolo e nos
pólos. Cerca de 70% da água consumida mundialmente, incluindo a desviada
dos rios e a bombeada do subsolo, são utilizadas para irrigação [...] Atualmente
a água já é uma ameaça a paz mundial, pois, muitos países da Ásia e do
Oriente Médio disputam recursos hídricos. Relatórios da ONU apontam que 1
bilhão de pessoas não tem acesso a água tratada e com isso 4 milhões de
crianças morrem devido a doenças como o cólera e a malária. A expectativa é
de que nos próximos 25 anos 2,76 bilhões de pessoas sofrerão com a escassez
de água.A escassez de água se deve basicamente à má gestão dos recursos
hídricos e não à falta de chuvas. Uma das maiores agressões para a formação
de água doce é a ocupação e o uso desordenado do solo (GIODA, apud DIAS,
2009, p. 02).

Tem-se também a preocupação, com a ocupação do solo, o crescimento


populacional e o lixo; por termos apresentado um crescimento desorganizado, ou seja,
sem uma política de controle de natalidade, então vai aumentando o número de
pessoas, sem ter as mínimas condições básicas de moradia, saneamento básico, assim
aumentando consequentemente também o lixo produzido por ela.
Dessa forma, é possível, então perceber o grande número de problemas
ambientais, que ameaçam não só o equilíbrio ecológico do planeta, como a vida de sua
biodiversidade, inclusive a vida humana. Isso nos impõe uma reflexão mais cuidadosa
sobre algumas questões existenciais de crucial importância.

O problema ambiental, dentre aqueles mais graves, que talvez mais se


evidencie, é o problema do lixo. Cada brasileiro produz, em média, quatrocentos
e quarenta mil quilos de lixo por ano, sendo que o Brasil é responsável pela
produção de oitenta e oito milhões de toneladas por ano, ou duzentos e
quarenta mil toneladas por dia. Habitualmente, na grande maioria, o lixo
recolhido pelos serviços públicos de limpeza, vai para os chamados lixões e
para os aterros sanitários. Muitos detritos, por outro lado, acabam sendo
jogados a esmo, pela própria população, diretamente no ambiente. Os materiais
que compõem o lixo envenenam e poluem terra, água e ar. Vários, mesmo
aterrados, chegam a demorar anos, ou até séculos para se decompor...
(ROMANELLI, 2009, p.03).

2.2 O homem e sua intervenção no meio ambiente

Hoje o ser humano age no meio em que vive de forma negativa ou positiva mais
do que antigamente e intervem nesse meio, segundo os seus interesses e na busca de
ganhos econômicos, conforto ou por imposição de leis (GATTÁS et. al. 2004).

Com intuito de controlar os efeitos nocivos das atividades humanas e incentivar


ações positivas, foram realizadas algumas reuniões mundiais como Estocolmo
– Suécia 1972, Rio de Janeiro – Brasil 1992 e Johanesburgo – África do Sul
2002 que, propiciaram a elaboração e promulgação de diversas leis de âmbito
nacionais entre os países participantes. No Brasil, em 1981 foi estabelecida a
Política Nacional de Meio Ambiente que, culminou com a inclusão na
Constituição Federal do Brasil de 1988 do artigo 225 Meio Ambiente e,
posteriormente outras Leis complementares de caráter protetivo aos recursos
naturais.Trata-se de uma conquista sem precedentes da população brasileira
que, se assumida na íntegra por outras nações pode resultar em um processo
afetivo de re-valoração da Vida através da utilização sustentável dos recursos
naturais (GATTÁS, et.al. 2004, p. 91).

Percebe-se que todos os povos e nações exercem uma interferência entra elas
sobre as ações relacionadas ao meio ambiente, a questão ambiental – isto é o conjunto
de temáticas relativas não só à proteção da vida selvagem no planeta, mas também à
melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida das comunidades e assim podendo
passar a compor a lista dos temas de relevância internacional.
Dessa forma em todos os lugares o tema meio ambiente e os recursos naturais
tornam-se uma prioridade, um dos componentes mais importantes para o planejamento
político econômico e em todos os níveis e sentidos de todos os governos. Percebe-se
então que todos estão imbuídos no mesmo espírito: cuidar do meio ambiente, sem
contar no potencial econômico e os fatores estratégicos, pois os países de grande
porte econômico, detém o maior poderio dos grandes empreendimentos transacionais
que governos e ambiente capazes de influir fortemente nas decisões ambientais que
governos e comunidades deveriam tomar, especialmente quando envolvem o uso dos
recursos naturais (BRASIL, 2001).
Assim sendo, reconhece-se o empenho de todos os governos, autoridades,
comunidades em busca de uma solução para melhorar o meio ambiente.

De qualquer forma, é fundamental a sociedade impor regras ao crescimento à


exploração e à distribuição dos recursos de modo a qualidade de vida daqueles
que deles dependam e dos que vivem no espaço do entorno em que são
extraídos ou processados. Portanto, deve-se cuidar, para que o uso econômico
dos bens da Terra pelos seres humanos tenha caráter de conservação, isto é,
que gere o menor impacto possível e respeite as condições de máxima
renovabilidade dos recursos. Nos documentos assinados pela grande maioria
dos países do mundo, incluindo-se o Brasil, fala-se em garantir o acesso de
todos aos bens econômicos e culturais necessários ao desenvolvimento
pessoal e a uma boa qualidade de vida, relacionando-se com o conceito de
sustentabilidade (BRASIL, 2001, p. 177).

Apesar de todas as pessoas serem hoje alertadas que o maior bem estar não
esta ligado diretamente proporcional à maior quantidade de bens consumidos. Mas
mesmo assim, o atual modelo econômico estimula um consumo crescente e
irresponsável condenando a vida na Terra a uma rápida destruição. No entanto há uma
necessidade grande de se estabelecer um limite a esse consumo (BRASIL, 1998).
Uma das principais conclusões e proposições assumidas em reuniões
internacionais é a recomendação de investir numa mudança de mentalidade,
conscientizando os grupos humanos da necessidade de investir numa mudança de
mentalidade, conscientizando os grupos humanos da necessidade de adotar novos
pontos de vista e novas posturas diante dos dilemas e das constatações feitas nessas
reuniões.
Assim para se pensar em mudança e transformação dessa realidade, é preciso
que todos reconheçam a grande importância da educação, principalmente a dos
brasileiros, para que possam agir de modo responsável e com sensibilidade, para que
possam estar conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro; saibam
então exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a comunidade, tanto local
como internacional; e se modifiquem tanto interiormente, como pessoas, quanto nas
suas relações com o ambiente.

A preocupação em relacionar a educação com a vida do aluno seu meio, sua


comunidade – não é novidade. Ela vem crescendo especialmente desde a
década de 60 no Brasil. Exemplo disso são atividades como os “estudos do
meio”. Porém, a parir da década de 70, com o crescimento dos movimentos
ambientalistas, passou-se a adotar explicitamente as expressões: “Educação
Ambientais” para qualificar iniciativas de universidades, escolas, instituições
governamentais por meio das quais se busca conscientizar setores da
sociedade para as questões ambientais. Um importante passo foi dado com a
Constituição de 1988, quando a Educação Ambiental se tornou exigência a ser
garantida pelos governos federal, estaduais e municipais (artigo 225, § 1º, VI)
(BRASIL, 2001, p. 181).

A conscientização ambiental ao longo da segunda metade do século XX ocorreu


paralelamente ao aumento das denúncias sobre os problemas de contaminação do
meio ambiente. O processo desencadeado gerou um grande número de normas e
regulamentos internacionais que foram reproduzidos nos Estados Nacionais e, ao
mesmo tempo, surgiram inúmeros órgãos responsáveis para acompanhar a aplicação
desses instrumentos legais, como secretarias, departamentos etc (DIAS, 2009, p.29).
Entretanto essa nova realidade implica numa radical mudança de atitude por
parte das organizações do setor privado e público da economia, que tem cada vez mais
de levar em conta a opinião quando se trata de questões ambientais, principalmente
num dos pontos principais, como é o caso dos resíduos sólidos.

2.3 O meio ambiente e os resíduos sólidos urbanos

Com o aumento da população urbana e a não conscientização sobre os resíduos


sólidos que são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos) resultantes das
atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados,
gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de recursos
naturais, esses materiais vêem crescendo vertiginosamente sem controle, passando a
constituir problemas sanitário, ambiental, econômico e estético (AMBIENTE BRASIL,
2009).
Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs) é o nome que recebe uma classe de lixos
que é produzida pelos utilizadores finais ou quase-finais dos bens de consumo. Apesar
do nome “urbano”, esses resíduos não são hoje em dia praticamente um exclusivo das
populações "urbanas", pois que os padrões de consumo das populações rurais tendem
a urbanizar-se (BRUNA, 2004).
Compreende-se que principalmente ao longo do nosso século, todo este
panorama se altera. Desenvolve-se todo um potencial tecnológico e científico que
permite sintetizar uma enorme variedade de novos materiais. Corre-se a utilizar esse
potencial em larga escala sem avaliar as conseqüências que tal utilização poderia
trazer em longo prazo. Algumas vezes avaliou-se, mas ignoraram-se os resultados, em
nome de interesses imediatos.
Atualmente toda a comunidade se vê envolvida na preocupação de se ter conta
do destino do lixo gerado.
Os resíduos sólidos urbanos provenientes principalmente das residências têm
uma variedade grande e associada aos resíduos do comércio (restaurantes, lojas,
bares, hotéis entre outros), escolas, prédios públicos, hospitais e indústrias, formam a
composição dos resíduos sólidos urbanos que serão tratados separadamente.
2.3.1 O lixo

O lixo se caracteriza por resíduo sólido urbano. A palavra resíduo deriva do latim
“resíduu”, que significa resto. Por resíduos sólidos entende-se o resto que é lançado
fora sem ser pelos esgotos domésticos ou pelas chaminés das indústrias (SISSINO,
2000).
Do ponto de vista econômico, pender-se-ia dizer que o lixo é o resto sem valor
enquanto que resíduo é simplesmente o resto. Todavia, esses institutos não são
tratados dessa maneira, não existe, portanto, uma distinção jurídica.
É de extrema importância o conhecimento das características do resíduo sólido,
principalmente suas propriedades, origem e sua composição, visto que serão lançados
no ambiente, e do cuidado com os mesmos, depende a não degradação do meio
ambiente como um todo (SISSINO, 2000).
Quanto à sua origem, os resíduos sólidos podem ser classificados com:
residencial, comercial, institucional, de construções e demolições, serviços municipais,
industriais e agrícolas.
O destino destes resíduos deve ser controlado pelos órgãos de saúde ambiental
das cidades, visto que muitos são objetos de depósito em aterros sanitários comuns, e
a não regulamentação, causaria danos ao meio ambiente e às famílias que hoje vivem
à margem destes aterros (BRUNA, 2004).

Resíduo no estado sólido e semi-sólido que resultam de atividades da


comunidade de origem industrial domestica hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços de varrição [...], bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou
corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente
inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível (BRUNA, apud NBR
10004/87, 2004, p.158).
É comum definir como lixo todo e qualquer resíduo urbano que resulte das
atividades diárias do homem na sociedade. Estes resíduos compõem-se
basicamente de sobras de alimentos, papéis, papelões, plásticos, trapos,
couros, madeiras, latas, vidros, lamas, gases, vapores, poeiras, sabões,
detergentes e outras substâncias descartadas pelo homem no meio ambiente
(LIMA, 2004, p. 11).

Também de acordo com Fadini; Fadini (2001), o lixo pode ser caracterizado
através de uma grande diversidade de resíduos sólidos de diferentes procedências,
dentre eles o resíduo sólido urbano gerado em nossas residências.
O lixo apresenta algumas características físicas e químicas, e é através delas
que se pode calcular a capacidade e o tipo dos equipamentos de coleta e tratamento e
o destino final. Propriedades como o volume podem determinar as dimensões dos
locais de descarga ou estações de transbordo, além do tempo de vida de um aterro
sanitário (LIMA, 2004).

A composição serve para mostrar as potencialidades econômicas do lixo,


subsidiando informações para escolha do melhor e mais adequado sistema de
tratamento e disposição final. Podemos dizer ainda que a eficiência dos
sistemas de coleta e disposição final esta fundamentada numa analise criteriosa
das características físicas e químicas dos resíduos (LIMA, 2004, p. 15).

Com o aumento da população e consequentemente o de lixo, tem trazido muita


preocupação, não somente higiênica mas sim com as medidas paliativas e impactantes
adotadas, como a de afastar dos olhos e das narinas esse incomodo e apresentar uma
falsa solução à população, ou seja, as doenças advindas desse fator, como também o
aumento de urubus, insetos entre outros (FADINI; FADINI, 2001).

[...] gerenciar o lixo é adotar um conjunto articulado de ações normativas,


operacionais, financeiras e de planejamento, com base em critérios sanitários,
ambientais e econômicos para coletar, tratar e dispor o resíduo sólido municipal
urbano. A execução de ações pla planejadas, de forma racional e integrada,
leva ao gerenciamento adequado do lixo, assegurando saúde, bem-estar e
economia de recursos públicos, além de ir ao encontro de um desejo maior que
é a melhoria da qualidade de vida das gerações atuais e futuras. Para o
gerenciamento do lixo, é necessária a existência de um programa de educação
ambiental que contemple a recusa de consumo de produtos com alta
capacidade de geração de resíduos, redução do consumo, reuso e reciclagem
(conforme será discutido no item “O Programa R3 – Redução de Consumo,
Reutilização e Reciclagem do Lixo”) (IPT/CEMPRE, apud FADINI; FADINI,
2001, p. 11).
Portanto outro ponto que também preocupa é que 75% do lixo coletado no Brasil
é jogado em lixões a céu aberto, contaminando o solo e conseqüentemente poluindo
lençóis subterrâneos de água.
Mesmo se construindo aterros sanitários que servem como uma forma de
segurança diminuindo o contato das pessoas com o lixo, ainda assim o risco de
contaminação ainda é grande, mesmo possuindo sistemas de drenagem e tratamento
de resíduos (SCHIAVON, 2011).

2.4 A disposição e tratamento desses resíduos

A maior parte dos resíduos sólidos produzidos no Brasil, são destinados aos
lixões, que são considerados uma espécie de prática condenável de destinação final de
resíduos, onde há a simples disposição do lixo sobre o solo, sem cobertura com terra e
sem controle dos líquidos e gases gerados.
Em 1989, de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, apenas 24% do lixo urbano produzido no Brasil recebiam o tipo
de tratamento adequado. Ou seja, 76% eram jogados em lixões a céu aberto.
Hoje, 78,8% do lixo urbano produzido no Brasil recebem o tipo de tratamento
adequado e 21,2% são jogados em lixões (IBGE, 2000)
E isso é mais percebido, nos grandes centros urbanos do país a junção da alta
densidade demográfica e a escassez de áreas para tratamento e disposição adequada
de resíduos domiciliares cria pressões das mais diversas magnitudes nos diferentes
setores da sociedade bem como ao meio ambiente.
Já esclarecido a disposição e tratamento dos resíduos, passa-se a seguir a uma análise
da política dos resíduos sólidos (IBGE, 200).
Sabe-se que a maior parte dos resíduos sólidos produzidos no Brasil, são
destinados aos lixões, que são considerados uma espécie de prática condenável de
destinação final de resíduos, onde há a simples disposição do lixo sobre o solo, sem
cobertura com terra e sem controle dos líquidos e gases gerados.
De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, em 1989, apenas 24% do lixo urbano produzido no Brasil recebiam o tipo de
tratamento adequado. Ou seja, 76% eram jogados em lixões a céu aberto (IBGE, 2000).
Hoje, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada em
2000 e divulgada em 2002 pelo instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, das
228.413 toneladas de lixo produzidas no Brasil, 180.091,3 são tratadas adequadamente
e 48.321,7 são jogadas em lixões a céu aberto.
Dessa forma , 78,8% do lixo urbano produzido no Brasil recebem o tipo de
tratamento adequado e 21,2% são jogados em lixões.
E nos grandes centros urbanos do país a junção da alta densidade demográfica
e a escassez de áreas para tratamento e disposição adequada de resíduos domiciliares
cria pressões das mais diversas magnitudes nos diferentes setores da sociedade bem
como ao meio ambiente (IBGE, 2000).

2.5 Política dos resíduos sólidos

A organização sobre o Meio ambiente, nos aponta a gravidade da situação em


nível mundial e procura medidas para deter e inverter os efeitos da degradação do meio
ambiente no contexto da intensificação dos esforços nacionais e internacionais para
promover desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável em todos os países.
Essa conferência, dispõe também que o manejo ambientalmente saudável
desses resíduos deve ir além do simples depósito ou aproveitamento por métodos
seguros dos resíduos gerados e buscar resolver a causa fundamental do problema,
para tanto, procura mudar os padrões não sustentáveis de produção e consumo, mas
com certeza isso implica na utilização do conceito de manejo integrado do ciclo vital, o
qual apresenta oportunidade única de conciliar o desenvolvimento com a proteção do
meio ambiente (BRUNA, 2004).
Em conseqüência, a estrutura da ação necessária deve apoiar-se em uma
hierarquia de objetivos e centrar-se nas quatro principais áreas de programas
relacionadas com os resíduos, a saber:
Redução ao mínimo dos resíduos;
b) Aumento ao máximo da reutilização e reciclagem ambientalmente saudáveis dos
resíduos;
c) Promoção do depósito e tratamento ambientalmente saudáveis dos resíduos;
d) Ampliação do alcance dos serviços que se ocupam dos resíduos.
Entende-se que como as quatro áreas de programas estão correlacionadas e se
apóiam mutuamente, devem também estar integradas a fim de constituir uma estrutura
ampla e ambientalmente saudável para o manejo dos resíduos sólidos municipais. A
combinação de atividades e a importância que se dá a cada uma dessas quatro áreas
variarão segundo as condições sócio-econômicas e físicas locais, taxas de produção de
resíduos e a composição destes. Todos os setores da sociedade devem participar em
todas as áreas de programas (AGENDA 21, 1997).
A existência de padrões de produção e consumo não sustentáveis vem aumentar
a quantidade e variedade dos resíduos persistentes no meio ambiente em um ritmo
sem precedente. Essa tendência pode aumentar consideravelmente a quantidade de
resíduos produzidos até o fim do século e quadruplicá-los ou quintuplicá-los até o ano
2025. Uma abordagem preventiva do manejo dos resíduos centrada na transformação
do estilo de vida e dos padrões de produção e consumo oferece as maiores
possibilidades de inverter o sentido das tendências atuais.
Os Governos devem iniciar programas para manter a redução ao mínimo da
produção de resíduos. As organizações não-governamentais e os grupos de
consumidores devem ser estimulados a participar desses programas, que podem ser
elaborados com a cooperação das organizações internacionais, caso necessário
(AGENDA 21, 1997).
E para que ocorra essa redução, ou então um melhor acompanhamento no que
diz respeito ao tratamento dos resíduos em principal o lixo é necessário procurar a
melhor maneira para trata-lo. Uma das alternativas apontadas seria através da técnica
da bio-remediação.
3 A TECNICA DA BIORREMEDIAÇÃO

A técnica de remediação que utiliza microorganismos ou suas enzimas, fungos


ou plantas verdes na degradação, redução, eliminação e transformação de poluentes
presentes em solos, sedimentos e água (ANTONIOL, et.al. 2010, p. 02).

A técnica de bio-remediação aqui descrita é baseada na lixiviação microbiana,


particularmente no principio da decomposição em duas fases preconizado por
Mc Carty. Inicialmente , bactérias acidófilas acetogênicas, são utilizadas para
produzir ácido acético e outros ácidos a partir da matéria orgânica, e solubilizar
a carga orgânica e metais pesados presentes nos resíduos sólidos . Em
seguida, bactérias metanogênicas e acetróficas são usadas para consumir a
carga de ácidos produzindo biogás e um composto biogênico. Após a fase
metanogênica, em função das reações bioquímicas e da mudança do PH, os
metais pesados são precipitados e encapsulados, ou seja levados a formas
mais estáveis, menos solúveis, finalizando o tratamento biológico e físico-
químico dos resíduos sólidos e líquidos (LIMA, 2004, p. 241).

O procedimento utilizado nessa técnica consiste na aplicação de processos de


biodegradação no tratamento de resíduos para recuperar e regenerar ambientes,
principalmente água e solo que sofreram impactos negativos, mantendo o equilíbrio em
ecossistemas. Também é chamado de biotecnologia ambiental por usar, de forma
controlada, processos microbiológicos que ocorrem normalmente na natureza para
remover poluentes (LIMA, 2003).

A biorremediação é a tecnologia que utiliza agentes biológicos, particularmente


os microrganismos, para remover poluentes tóxicos do ambiente,
principalmente do solo e da água. Os poluentes são decompostos então, em
substancias atóxicas por meio do metabolismo microbiano. Não oferece riscos
ao ambiente e às populações habitantes próximas. Três aspectos devem ser
considerados:
A existência de microorganismos com capacidade catabólica para degradar o
contaminante.
O contaminante tem que estar disponível ou acessível ao ataque microbiano
ou enzimático.
Condições ambientais adequadas para o crescimento e atividade do agente
biorremediador (BIORREMEDIAÇÃO, 2011, p. 01).

Para se compreender melhor como ocorre esse fenômeno, é preciso analisar


como acontece a decomposição do lixo em aterro sanitário, ou seja, ele ocorre em
fases distintas como relata Lima (2004), que no inicio do processo, ácidos orgânicos
são produzidos e, que no final resultam gases como dióxido de carbono e metano. O
primeiro a observar esse fenômeno foi Kaplovsky.

Figura 1 – Principio de duas fases, segundo Kaplovsky

Orgânicos Bactérias formadoras Ácidos Bactérias formadoras CH4


Complexos De ácidos Orgânico de Metano CO2
s
Fonte – Lima (2004, p. 242)

Como se observa, inicialmente a matéria orgânica do lixo é atacada por


bactérias formadoras de ácidos. Como resultado dessa primeira fase, ácidos
graxos, açúcares e outros compostos orgânicos de baixo peso molecular são
produzidos. Em segunda fase, os ácidos são consumidos por bactérias
formadoras de metano, onde CH4CO2 são os produtos finais (LIMA, 2004, p.
242).

Com o passar do tempo essa técnica foi ganhando espaço e foi-se ampliando os
estudos em torno desse processo.

Nesses estudos, Lima apresentou a metodologia de aplicação do sistema


integrado na remediação de áreas degradadas, onde as fases do processo
foram implementadas de forma seqüencial, permitindo a completa remediação
do sítio e sua transformação em local permanente de manejo e tratamento de
resíduos, bem como a consolidação de seu modelo (LIMA, 2004, p. 248).
Assim nasceu a técnica de se utilizar a ocorrência natural de microrganismos
para degradar substâncias toxicamente perigosas transformando-as em substâncias
menos ou não tóxicas.

Também é chamada de biotecnologia ambiental, por usar, de forma controlada,


processos microbiológicos que ocorrem normalmente na natureza para remover
poluentes. Especificamente, a biorremediação atua através da introdução de
processos biológicos adicionais para a decomposição dos resíduos que
favorecem e incrementam a velocidade do processo natural de degradação. A
grande maioria dos compostos orgânicos conhecidos, de origem animal ou
vegetal, bem como muitos agentes químicos tóxicos, podem ser biodegradáveis
através de técnicas de biorremediação (ALAVARCE, 2011, p. 03).

Figura 2 – Esquema de contaminação do meio ambiente

Fonte – OLIVEIRA (2008, p. 12).

O objetivo da biorremediação, quando usada como técnica de tratamento em


áreas contaminadas, é induzir ou acelerar os processos biológicos naturais de
reciclagem de compostos de interesse, incluindo compostos orgânicos ou
inorgânicos. Assim, o desafio principal é utilizar a capacidade intrínseca dos
microorganismos de degradar matéria orgânica para degradar compostos
orgânicos tóxicos, tanto de origem natural como compostos sintéticos (DIAS,
apud OLIVEIRA, 2008, p. 15).

Dessa forma entende-se que a biorremediação é uma técnica é baseada na


lixiviação microbiana, particularmente no princípio da decomposição (LIMA, 2003).
Contudo em sua metodologia pode se considerar que esta pode ser dividida em dois
estágios:

- Estágio acetogênico. As reações de hidrólise iniciam o estágio não-


metanogênico pela redução da matéria orgânica complexa a compostos
solúveis menores através de enzimas extracelulares. Os produtos da hidrólise
incluem ácidos graxos, açúcares simples, aminoácidos e outros compostos
orgânicos de baixo peso molecular. Durante a hidrólise, os microorganismos
que participam do processo despendem mais energia do que conseguem
ganhar. Apesar disso, aumenta a disponibilidade energética do meio em função
das alterações sofridas pela matéria orgânica, fonte de energia a ser utilizada
nas reações subseqüentes. Atividades adicionais neste estágio complementam
as modificações da matéria orgânica, como a captura de energia, a formação de
ácidos orgânicos, a produção de amônia, água e de gases como o H2 e o CO2.
- Estágio metanogênico. Segundo o pensamento da época, os
microorganismos atuantes no estágio metanogênico são geralmente bactérias
do gênero Methanobacterium, habitante comum do solo, do rúmen e dos
esgotos domésticos, como tentaram demonstrar os pesquisadores Alexander, e
Teorien e Hatting. Esses microorganismos obtêm energia a partir de duas
reações principais: redução do CO2 pela adição de H2 para formar CH4 e H2O,
e a partir da quebra do CH3COOH formando metano e dióxido de carbono.
Segundo Alexander, outros gases são também produzidos neste estágio, como
por exemplo N2 e H2S. O nitrogênio é produzido a partir do processo
microbiano de denitrificação, no qual, o íon nitrato é reduzido ao mesmo tempo
em que atua como aceptor de elétrons. Informações posteriores desse mesmo
autor revelam que a denitrificação ocorre imediatamente após a depleção do
oxigênio. O H2S é produzido por microorganismos, redutores de sulfato com o
íon sulfeto agindo como aceptor de elétrons. Segundo o autor, essa reação
ocorre em pH neutro ou ligeiramente alcalino. Também durante este estágio
outros gases são produzidos, CH3CH3, CH3 CH2 CH3 e PH3, porém em
quantidades insignificantes como demonstrou Stadtman (LIMA, 2003, p. 03).

Figura 3 – A biorremediação
Fonte: http://www.estre.com.br/br/servicos03.html, 2011, p.01

3.1 A metodologia empregada nessa técnica

Para se utilizar a técnica da biorremediação é necessário conhecer e


compreender todo o seu processo, que na verdade envolve quatro fases distintas e
sequenciais: a primeira fase são os estudo preliminares, ou seja uma pesquisa e
estudo técnico-científico para o levantamento necessário para uma elaboração de uma
estratégia para solução do problema. Já na fase segunda, tem-se a aplicação dos
processos físicos que não alteram as características químicas e biológicas dos resíduos
e dos contamimantes; na terceira fase, encontra o tratamento secundário, que consiste
na aplicação dos processos biológicos capazes de alterar as características dos
resíduos e seus contaminantes; e na quarta fase que se denomina tratamento terciário
é a destinação final dos resíduos e na sua inertização. Esta fase é dividida em dois
passos. O primeiro ocorre na própria célula de aterro, ou seja, tratamento in situ, e o
segundo passo, fora da célula, ex situ, na unidade de segregação como afirma Lima
(2004).

O processo de biorremediação é eficiente quando ele é capaz de mudar a


concentração dos poluentes, reduzindo-a, e alterar as caraterísticas dos
resíduos. O processo envolve dois importantes dispositivos da bioengenharia:
aterramento celular e reatores anóxicos, [...] Inicialmente, na fase acetogênica,
o chorume é drenado da célula e introduzido nos dois reatores anóxicos, físico-
químicos, e em seguida, no terceiro reator, o biológico, que consiste de um
vaso de fluxo misto, descendente-ascendente, preenchido com meio poroso
onde os microorganismos são fixados. Durante cinco dias o líquido é recebido
através dos três reatores para produzir o inoculo com características
acetogênicas. Após esse período, o inoculo é injetado no aterro celular,
iniciando a fase acetogênica. Com a partida do sistema, a matéria orgânica é
rapidamente convertida em ácidos voláteis. O ácido acético representa a maior
porção de todos os ácidos presentes. O pH decrece para a faixa de 4 a 6,5. [...]
A duração dessa fase é de 180 dias (LIMA, 2004, p. 257-258).
É durante as duas fases distintas que se percebe a ocorrência da produção de
dois grupos de microorganismos, que são formadores de ácidos e os formadores de
metano.
De acordo com Lima em todo esse processo, a metodologia se dá através de
quatro fases que colaboram que ocorra um efetivo tratamento do sítio contaminado e
dos resíduos respectivamente (LIMA, 2003).
Fase I: Estudos preliminares. Consistem na pesquisa e estudos técnicos-
científicos e no levantamento de parâmetros necessários à elaboração de uma
estratégia para solução do problema, ver anexo.
Ações de remediação:
- levantamento topográfico plani-altimétrico
- prospecção hidrogeológica e geotécnica
- avaliação preliminar de impacto ambiental
- ensaios de tratabilidade
- diagnóstico
- formulação de modelo
- projeto técnico
Fase II: Tratamento primário. Consiste na aplicação dos processos físicos que
não alteram as características químicas e biológicas dos resíduos e dos
contaminantes. Ver anexo.
Ações de remediação:
- preparação de acessos
- drenagem de águas pluviais
- escavação e remoção de resíduos velhos
- drenagem e retenção de percolados
- drenagem e retenção de gases
- isolamento e divisão em células
- aterramento celular de resíduos velhos e novos
- aumento de nutrientes
FASE III: Tratamento secundário. Consiste na aplicação dos processos
biológicos capazes de alterar as características dos resíduos e seus
contaminantes. Esta fase é também conhecida como biorremediação.
Ações de remediação:
- controle de fatores físico-químicos influentes no processo;
- inoculação e partida dos reatores;
- lixiviação bacteriana acetogênica;
- lixiviação bacteriana metanogênica.
FASE IV: Tratamento terciário. Consiste no tratamento e destinação final dos
resíduos e na sua inertização. Esta fase é dividida em dois passos. O primeiro
passo ocorre na própria célula de aterro, ou seja, tratamento in situ, e o
segundo passo, fora da célula, ex situ, na unidade de segregação.
(LIMA, 2003, p. 04-05).

Assim é necessário que para que haja uma boa biorremediação do local,
obedecer todas as fases necessárias, pois essa técnica se mostra eficiente sendo
capaz de mudar a concentração dos poluentes, reduzindo-a, e alterar as características
dos resíduos.

Tabela 1 – Vantagens e Desvantagens da técnica

Fonte: HOWSTUFFWORKS apud ANTONIOL, 2010, p. 04

3.2 Aplicando o sistema

Pode-se compreender que essa técnica é muito importante apesar de não ser
muito difundida, mas que irá contribuir e muito para a preservação do meio ambiente.
Existem diversos fatores que demonstram sua importância. Como relata
Schiavon (2011) ela é uma estratégia apropriada onde quem a utiliza, beneficia-se dos
processos biogeoquímicos que ocorrem naturalmente; Destrói ou imobiliza
contaminantes, ao invés de transferi-los de um meio para outro; e Preserva os recursos
financeiros se comparados a outras tecnologias de remediação.
Portanto Lima (2004, p. 260) que:

A aplicação prática desse sistema é recomendada na minimização de impactos


ambientais causados pela disposição inadequada de resíduos sólidos,
domésticos, industriais e hospitalares, particularmente aqueles contaminados
com metais pesados. Além disso, é possível remediar áreas degradadas e já
exauridas, ou seja, com a aplicação do sistema há possibilidade de ampliar a
vida útil dos processos convencionais de manejo, tratamento e destino final de
resíduos sólidos.

A utilização dessa técnica pode colaborar e muito para diminuir a degradação do


meio ambiente, apesar de não ser uma solução imediata, pois os locais a serem
tratados devem estar preparados para suportar a ação dos microrganismos, como
também Para cada tipo de contaminante, indicam-se espécies diferentes de
microrganismos para o processo de biorremediação.
Esse processo requer muito conhecimento, pois essa técnica não significa
apenas um procedimento simples e sim um ato muito importante de para poder diminuir
os impactos ambientais. Portanto é preciso reconhecer que existem diversos fatores
que podem afetar biorremediação.

- Biodisponibilidade inadequada de contaminantes para os microrganismos –


incorporação ao húmus.
- Nível de toxicidade dos contaminantes.
- Preferência microbiana, população presente no local.
- Degradação incompleta de contaminantes –metabólitos tóxicos.
- Incapacidadee de remover contaminantes em baixa concentração.
- Esgotamento de substratos preferenciais, e escassez de nutrientes.
- Disponibilidade de aceptores de elétrons, potencial de redox.
- Difusão de oxigênio e solubilidade (SCHIAVON, 2011, p.24).

Então se deve procurar compreender que esse sistema deve ser bem planejado,
por profissionais capacitados, que realmente entendam de como essa técnica
realmente funciona, e que ela dá certo levando em consideração as grandes vantagens
que ela traz ao meio ambiente, ou seja de sua grande ajuda na preservação.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao findar esse trabalho pode-se perceber que o homem o qual deveria contribuir
para que o meio ambiente seja preservado, continua com seu consumo desenfreado, e
com isso poluindo ainda mais o meio ambiente, e o pior lixo que mais degrada o nosso
meio é o lixo doméstico, que precisa ser diminuído ou então se procurar uma forma de
se amenizar essa situação por uma melhor qualidade de vida.
Dessa forma procurou-se então mostrar que existem diversas técnicas que
podem ajudar a amenizar essa situação do lixo, e uma delas pode-se denominar por
biorremediação, ou seja, como nos afirma Lavarce (2011), onde caracteriza essa
técnica como aquela que consiste na aplicação de processos biodegradáveis no
tratamento de resíduos para recuperar e regenerar ambientes (principalmente água e
solo) que sofreram impactos negativos, mantendo o equilíbrio biológico em
ecossistemas. Também é chamada de biotecnologia ambiental, por usar, de forma
controlada, processos microbiológicos que ocorrem normalmente na natureza para
remover poluentes.
Sabe-se que existem, essas técnicas e que elas podem ser utilizadas para o
aproveitamento físico-químico e biológico do lixo, sendo assim de grande utilidade para
amenizar os problemas ambientais.
O que ainda nos coloca em desapontamento, é o fato de que essas técnicas
serem muito pouco difundida, como é o caso da biorremediação, não se sabe se é por
ainda não ter muita gente capacitada que possa realmente ajudar a realizar todo esse
sistema, ou pura falta de interesse.
E como afirma Marchioro (2010), o certo é que a biorremediação é uma
alternativa ecologicamente     correta do ponto de vista da destinação final de resíduos
e rejeitos. Mas com certeza, melhor que a biorremediação é a prevenção.

 
 
 

REFERENCIAS

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