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LIBERTAS FACULDADES INTEGRADAS - CETN

EDINEIA APARECIDA DE MOURA

A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO

BAURU
2017
EDINEIA APARECIDA DE MOURA

A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Acupuntura pela Libertas –
Faculdades Integradas / CETN de Bauru,
como requisito parcial para obtenção do título
de Especialista em Acupuntura.

Orientador: Prof. Drª

BAURU
2017
EDINEIA APARECIDA DE MOURA

A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO

Aprovado em: ___/___/___.

Nota:_________________
BANCA EXAMINADORA

_____________________________
Prof. Dr.

_____________________________
Prof. Dr.

_____________________________
Prof. Dr.

Bauru
2017
Dedico esse precioso trabalho a Deus e a minha preciosa família
AGRADECIMENTO

Agradecemos primeiramente a Deus, “ Aquele que nunca vemos, mas


podemos sentir ao nosso lado, sempre nos zelando; nossa gratidão pôr ter nos dado
o Dom da vida e a possibilidade de completar mais uma etapa da nossa existência.”
Sei que sem ele nada eu poderia fazer!

Também agradecemos muito aos meus pais – “ as palavras nunca serão


suficientes para expressar a nossa gratidão e o respeito que tenho para com vocês
que não somente nos deram a vida, como também orientaram os nossos passos”.
Com certeza seguiremos em frente com muita coragem e dedicação, vocês foram a
peça chave para esse grande presente em nossa vida minha vida.

A nossa família, o nosso Obrigado, pelos momentos em que nos apoiaram,


pelas palavras de incentivo, de consolo. Obrigada pela compreensão nos tantos
momentos em que nos ausentamos.

A todos os nossos amigos de classe, professores pelos conhecimentos


transmitidos, pela dedicação, pela amizade. Obrigada por todo o apoio, as palavras
amigas e a presença ao nosso lado.
“Se queres acordar toda a humanidade, acorda-
te a ti mesmo, se queres eliminar o sofrimento do
mundo, então elimina a escuridão e o
negativismo em si próprio.
Na verdade a maior dádiva que podes dar ao
mundo é aquela da tua própria
autotransformação’.
Lao Tsé
RESUMO

A Acupuntura é uma técnica que consiste em estimular certas regiões anatômicas


denominadas pontos de acupuntura. O estímulo pode ser feito de várias formas, com
agulhas, com impulsos elétricos, com calor (moxa) ou com raio laser. Atualmente, a
utilização da acupuntura para o tratamento de doenças principalmente as neuro-músculo-
esqueléticas, vem se tornando cada vez mais comum. Sua utilização tende ao crescimento,
e visa a harmonização e o equilíbrio do organismo como um todo. Assim todos os
acupunturistas possuem um papel importante no desenvolvimento e na busca da
homeostase do Qi, gerando o bem - estar, físico e psicossocial para seus pacientes. A
depressão é um problema relevante de saúde pública e necessita de arsenal terapêutico
mais variado. Na prática clínica, a equipe de saúde tem centrado suas ações contra a
depressão, basicamente em reduzidas ofertas, como a medicamentosa e a psicoterapêutica.
Outras possibilidades terapêuticas devem ser buscadas, principalmente na área não
medicamentosa, reduzindo os efeitos colaterais gerados por tal intervenção, possivelmente
minimizando os gastos com saúde e favorecendo uma abordagem multidisciplinar para tal
problema. Nesta perspectiva, quatro técnicas - acupuntura foram estudadas, como
possibilidades de tratamento da depressão. Dessa forma este trabalho pretende abordar
como ocorre o mecanismo da acupuntura dentro do organismo humano, identificando todas
as possibilidades que essa técnica possa oferecer no tratamento das doenças e em
especial, e de importância no tratamento da depressão. Através do nosso estudo que se
refere a uma pesquisa, onde a metodologia empregada neste estudo será a da revisão
bibliográfica, utilizando uma metodologia histórica, através de livros, sites, jornais, revistas,
bem como o método descritivo-dedutivo, mostrando assim a realidade pesquisada.

Palavras-chave: Acupuntura – Depressão – Tratamento


ABSTRACT

Acupuncture is a technique that involves stimulating certain anatomical regions


called acupuncture points. The stimulus can be done in various forms, with needles,
with electrical impulses, with heat (moxa) or with laser. Currently, the use of
acupuncture for the treatment of diseases, especially neuro-musculoskeletal
disorders, is becoming more and more common. Its use tends to growth, and aims at
harmonizing and balancing the organism as a whole. Thus all acupuncturists play an
important role in the development and pursuit of Qi homeostasis, generating well -
being, physical and psychosocial for their patients. Depression is a relevant public
health problem and requires a more varied therapeutic arsenal. In clinical practice,
the health team has focused its actions against depression, basically on reduced
offers, such as medication and psychotherapy. Other therapeutic possibilities should
be sought, especially in the non-drug area, reducing the side effects generated by
such intervention, possibly minimizing health spending and favoring a
multidisciplinary approach to such a problem. In this perspective, four techniques -
acupuncture were studied as possibilities of treatment of depression. In this way, this
work intends to approach how the mechanism of acupuncture within the human
organism occurs, identifying all the possibilities that this technique can offer in the
treatment of diseases and especially, and of importance in the treatment of
depression. Through our study that refers to a research, where the methodology
used in this study will be the one of the bibliographical revision, using a historical
methodology, through books, websites, newspapers, magazines, as well as the
descriptive-deductive method, thus showing the reality researched.

Keywords: Acupuncture - Depression - Treatment


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 09
2. OBJETIVOS............................................................................................................ 11
3. METODOLOGIA...................................................................................................... 12

4 ACUPUNTURA......................................................................................................... 14
4.1 Acupuntura no Brasil............................................................................................. 14
4.2 Acupuntura e sua metodologia de tratamento.................................................... 15
4.2.1 Acupuntura Sistêmica....................................................................................... 17
4.2.2 Acupuntura Auricular......................................................................................... 18
4.2.3 Técnica de Eletroacupuntura............................................................................. 19
4.2.4 Moxabustão...................................................................................................... 20
4.2.5 Ventosaterapia................................................................................................. 21

5. TRATANDO A DEPRESSÃO COM ACUPUNTURA............................................... 22


5.1. Classificação........................................................................................................ 22
4.1.1. Outras classificações........................................................................................ 23
5.1.1.2. Estagnação de Qi no fígado........................................................................... 24
5.1.1.3. Estagnação do Qi que se converte em fogo.................................................. 24
5.1.1.4. Acúmulo de mucosidade................................................................................ 24
5.1.1.5. Ansiedade que prejudica a mente.................................................................. 25
5.1.1.6. Deficiência no coração e no baço.................................................................. 25
5.1.1.7. Deficiência de Yin e excesso de fogo............................................................. 25
5.2. Epidemiologia....................................................................................................... 26
5.3. Etiologia e Fisiopatologia..................................................................................... 26
5.3.1 Fatores Neurobiológicos..................................................................................... 26
5.3.2 Fatores genéticos............................................................................................... 27
5.3.3 Fatores psicossociais......................................................................................... 28
5.4 Tratamento.......................................................................................................... 28
5.5 A depressão e a acupuntura................................................................................ 29
5.5.1. Tratamento com acupuntura............................................................................. 29
5.5.1.1. Acupuntura sistêmica..................................................................................... 30
5.5.1.2. Crâniopuntura................................................................................................. 30
5.5.1.3. Eletroacupuntura............................................................................................ 30
5.5.1.4. Stiper.............................................................................................................. 31
5.5.1.5. Laserterapia.................................................................................................... 31
5.5.1.6. Injeção nos pontos......................................................................................... 31
5.5.1.7. Acupunturauricular......................................................................................... 31
5.5.2. Suas aplicações................................................................................................ 32

CONCLUSÃO............................................................................................................. 33

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 34
9

1. INTRODUÇÃO

A Acupuntura é uma terapêutica milenar que utiliza agulhas, moxas e outros


instrumentos para liberar substâncias químicas no organismo com efeito analgésico
e/ou antiinflamatório e assim, aliviar dor e outros sintomas decorrentes de
determinadas doenças. Sua denominação Acupuntura é atribuída a um jesuíta
europeu no século XVII que adaptou os termos chineses Zhen Jiu, juntando as
palavras latinas Acum (que significa agulha) e Punctum (picada ou punção). A
tradução literal, no entanto, é bem diferente. O correto seria Zhen (agulha) e Jiu
(moxa). A moxa ou mogusa (termo de origem japonesa) é confeccionada com as
folhas secas da planta Artemisia sinensis, usada na moxibustão, ou seja, queima de
pequenas porções desse vegetal associada ao tratamento com as agulhas (LONZI
NETO, 2017).
A Acupuntura é uma técnica que consiste em estimular certas regiões
anatômicas denominadas pontos de acupuntura. O estímulo pode ser feito de várias
formas, com agulhas, com impulsos elétricos, com calor (moxa) ou com raio laser.
Atualmente, a utilização da acupuntura para o tratamento de doenças principalmente
as neuro-músculo-esqueléticas, vem se tornando cada vez mais comum. Sua
utilização tende ao crescimento, e visa a harmonização e o equilíbrio do organismo
como um todo. Assim todos os acupunturistas possuem um papel importante no
desenvolvimento e na busca da homeostase do Qi, gerando o bem - estar, físico e
psicossocial para seus pacientes.
A acupuntura tem recebido grande destaque na mídia nas últimas décadas
como uma modalidade terapêutica alternativa aos tratamentos convencionais.
(LEVITT apud CHRIST & HSING, 2005).
Podem ser utilizados neste processo: agulhas, ventosas, massagens e até
calor proveniente da queima da moxa (moxabustão), preparada à partir da erva
Artemísia (FERREIRA, 1999). De grande eficácia e requerendo equipamento muito
simples, elas são muito populares na China e em outros lugares há milhares de
anos. A China foi o primeiro país a associar a Acupuntura à Medicina Convencional
ou Ocidental. As faculdades de Medicina Chinesa incluem e integram os
conhecimentos das “duas medicinas”, desde a época de 1960 (PAI, 2004).
Como a acupuntura vem sendo difundida em vários tipos de tratamento para
diversas doenças, muitas pessoas procuram tratar sua doença com as técnicas da
10

acupuntura; essas pessoas na certa querem fugir de remédios com as mais variadas
contra-indicações e seus paliativos contra a doença.
Dessa forma é possível analisar se toda e qualquer doença pode ser tratada
pela acupuntura, e até mesmo a depressão.
A Acupuntura pode tratar inúmeras doenças e aliviar muitas dores e deve ser
enfatizado que também é um tratamento preventivo, ou seja, a Acupuntura pode ser
aplicado no indivíduo sadio, para estimular seu sistema imunológico, suas energias,
permitindo assim prolongar seus períodos de bem-estar e de saúde. Assim,
explicamos que a circulação harmoniosa das correntes energéticas pelo corpo
impede o aparecimento das doenças. Nos casos de estresse, ansiedade, depressão,
é um excelente recurso, pois aumenta e equilibra o fluxo de energia, trazendo bem
estar, alívio e disposição em geral (FERREIRA, 1999).
Sendo assim, esse presente trabalho pretende mostrar que a acupuntura
pode ajudar no tratamento da depressão.
11

2. OBJETIVOS

A acupuntura deve favorecer através dos estímulos produzidos pelas agulhas,


que o organismo crie condições internas para retorno de seu equilíbrio e alivio de
suas desordens, sem o emprego da ingestão de drogas; isto leva a outras vantagens
que é a ausência de efeitos colaterais.

2.1. O objetivo geral:

 Realizar uma pesquisa bibliográfica demonstrando os conhecimentos da


medicina chinesa - acupuntura no tratamento da depressão e seus
benefícios

2.2. Objetivos específicos:

 Conhecer e analisar os princípios básicos da acupuntura;


 Identificar quais são as doenças tratáveis pela acupuntura;
 Compreender como se dá o tratamento dessas doenças;
 Demonstrar como ocorre o tratamento da depressão pela acupuntura;
 Reconhecer a importância da acupuntura no tratamento da depressão.
12

3 METODOLOGIA

Realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre o tema a acupuntura no


tratamento da depressão , onde acordo com Marconi e Lakatos (2001), foi
desenvolvido a partir de fontes secundárias, ou seja, de bibliografias publicadas
sobre a temática, após a construção do referencial teórico.
Esta pesquisa tem objetivo exploratório e procedimento monográfico,
considerando que se proporciona maior familiaridade com o problema, investigam-se
vários ângulos do tratamento da depressão através da acupuntura.
A localização dos artigos se deu a partir da articulação dos seguintes
descritores: Acupuntura ; depressão; tratamento.
Para a compilação foram utilizados, pertencentes à literatura nacional e
publicados a partir de 1993 a 2017, destacados no quadro abaixo:

Quadro I – Demonstrativo dos artigos selecionados, em ordem cronológica.

ANO TÍTULOS 1º AUTOR FONTE

1993 Acupuntura tradicional chinesa: a YAMAMURA, Y São Paulo: Rocca


arte de inserir
1995 Fundamentos Essenciais da ESCOLA DE São Paulo: Ícone
Acupuntura Chinesa MED. TRAD.
CHINESA DE
BEIJING
1997 Aspectos atuais das pesquisas FARBER, Paulo São Paulo: Sarvier
experimentais Luiz
1997 Segredos em psiquiatria JACOBSON, J. L.; Porto Alegre: Artes
JACOBSON, A. M Médicas
1997 Eletroacupunntura Ryodoraku IMAMURA, S.T São Paulo: Sarvier
1997 Aspectos atuais das pesquisas FARBER, Paulo São Paulo: Sarvier
experimentais Luiz
1999 Dor: Mecanismos e tratamento CAILLIET, René Porto Alegre:
Artmedicas
1999 Acupuntura FERREIRA, http:///
Marcos Vinícius www.acupuntura.org.
1999 Conceito e diagnóstico PORTO, José Rev. Bras.
Alberto Del Psiquiatr. vol.21
1999 Auriculoterapia GARCIA, Ernesto. São Paulo: Roca
2002 Psiquiatria: Ciência AY, J; TASMAN, Porto Alegre: Manole
comportamental e fundamentos A; LIEBERMAN,
13

clínicos JA
2002 Entendendo a acupuntura BIRCH, SJ; FELT.. São Paulo : Roca
2002 Psiquiatria: diagnóstico e EBERT, MH; Porto Alegre: Artmed
tratamento LOOSEN…
2002 Acupuntura Médica: Um enfoque FILSHIE, J São Paulo: Roca
Científico do Ponto de Vista
Ocidental
2003 Avaliação de Acupuntura CIEPH. Centro Integrado de
Estudos e Pesquisas
do Homem
2003 Compêndio de Psiquiatria KAPLAN, HI Porto Alegre: Artmed
2004 Auriculoterapia: Auriculomedicina DAL MAS, W. D São Paulo: Roca
na Doutrina Brasileira
2004 Acupuntura médica PAI, Hong Jin Clínica Hong
2005 Depressão diminui a capacidade MELLO, MF Jornal Tribuna
de vivenciar a afetividade
2009 Contribuição da acupuntura no AFONSO, Lilian Universidade de
tratamento da depressão. Aleixo Mogi das Cruzes
2011 Acupuntura no tratamento da PAIVA, Regiane Unisaude - FIRVAL
depressão do Carmo
2016 Depressão: visão ocidental/oriental CARVALHO, Zhen Jui News.
e uma proposta de tratamento com Reginaldo Silva
acupuntura de.
2016 Acupuntura FONG, Elaine Lilli Instituto União
2016 Histórico da Acupuntura no Brasil KWANG, Wu Tou http://
acupuntura.pro.br/
2016 Acupuntura e Dor Crônica LEVITT, E. E Medicina tradicional
chinesa
2016 Trabalhadores cada vez mais MOREIRA, Radio Criciúma
estressados com a correria do dia- Fernando
a-dia
2016 Acupuntura: métodos de aplicação SIMÕES, Yan Espaço Simões Yan
2017 O que é acupuntura LONZI, Neto Clínica Lonzineto

Estes artigos foram analisados com fundamentação na abordagem qualitativa,


por uma leitura sistemática e aprofundada que proporcionou subsídios para seus
fichamentos, tendo em vista a compreensão das principais ideias dos pesquisadores
e a busca de elementos que se relacionavam com os objetivos do estudo. Dessa
maneira, desenvolvemos reflexões críticas e análise interpretativa.
14

4. ACUPUNTURA

A palavra "acupuntura" origina-se do latim, sendo que acus significa "agulha"


e punctura significa "puncionar". A acupuntura se refere, portanto, à inserção de
agulhas através da pele nos tecidos subjacentes, em diferentes profundidades e em
pontos estratégicos do corpo para produzir o efeito terapêutico desejado (FONG,
2005).
Os chineses acreditam que o universo mantém-se num constante estado de
equilíbrio dinâmico entre polos de natureza oposta cuja essência é chamada de yin e
yang. Para a conquista e a manutenção da saúde, é fundamental um correto
equilíbrio entre as forças yin e yang no interior do microcosmo representando pelo
organismo humano.
A Acupuntura é resultante da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que tem
uma longa história. Segundo o Centro Integrado de Estudos e Pesquisa do Homem -
CIEPH (2003)1, desde a remota Antigüidade, os ancestrais chineses criaram uma
medicina primitiva durante suas lutas contra a natureza. Ao procurarem por alimento
descobriram que alguns tinham a propriedade específica de aliviar ou eliminar certas
doenças (E.M.T.C.B.1).
Este foi o começo do encontro e uso de plantas medicinais. Ao aquecerem-se
ao redor do fogo descobriram que o modo de aquecimento localizado com pedras
quentes ou terra envolta em casca ou pele de animais contribuía para aliviar ou
eliminar certos sintomas de doenças. Eles praticaram e melhoraram este método
repetidamente e então gradualmente deram à luz as terapias da compressa quente
medicamentosa e moxabustão (E.M.T.C.B.1).
A medicina tradicional chinesa atingiu atualmente um novo estágio de
desenvolvimento. Em 4 de janeiro de 1986 o Conselho de Estado da República
Popular da China decretou que fosse estabelecido o Departamento Administrativo
de Estado da MTC e Farmácia. Este corpo dominante exerce controle sobre MTC
(Medicina tradicional chinesa), a combinação passo-a-passo da medicina chinesa e

1 O material informativo foi compilado pelo Prof. Jorge de Morais Barbosa e revisado pelos Profs.
Sandro Kanzler e Marcia
Fumiko Enomoto; extraido, traduzido e adaptado do livro: "BASIC THEORY OF TRADITIONAL CHINESE MEDICINE" - A
PRACTICAL ENGLISH - CHINESE LIBRARY OF TRADITIONAL CHINESE MED Editor - In - Chief Zhang Enqin. 1990, e
apresentado pelo CIEPH - Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem. 2002.
15

ocidental, assim como a docência médica e trabalho de pesquisa da medicina


nacional e da farmácia em toda a China (CIEPH, 2003).
Acupuntura hoje está muito desenvolvida, até com a utilização de
equipamentos eletrônicos. Devido à sua grande eficácia, a Acupuntura propagou-se
em vários países, entre eles a Itália, Espanha, Inglaterra, EUA, URSS, Japão,
Coréia, e França.

4.1 Acupuntura no Brasil

Segundo Kwang (2006), os índios brasileiros já praticavam a Acupuntura


antes da chegada de Pedro Álvares Cabral. Mas também houve a influência de
imigrantes chineses, que em 1810 aportaram no Rio de Janeiro para cultivar a
lavoura do chá, trazendo também a Medicina Tradicional Chinesa - MTC.
Alguns anos depois, aproximadamente em 1898 vieram os imigrantes
japoneses que também trouxeram sua Acupuntura para o Brasil.
Posteriormente, o Professor Frederico Spaeth foi fazer curso de Acupuntura
na Alemanha, ficou lá 3 anos e em seu retorno começa a ensinar para os médicos e
acupunturistas brasileiros.
Somente em 1966 que a OIT (Organização Internacional do Trabalho)
colocou acupunturista como uma das profissões da CIUO (Classificação
Internacional Uniforme de Ocupações) (KWANG, 2006).
A luta não foi fácil, inclusive para os médicos, que sofriam censuras de seu
conselho, como o caso do Dr. Evaldo Martins Leite que sofreu censura pública pelo
CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) devido à
prática de Acupuntura.
Em 1972 foi fundada a ABA (Assoc. Brasileira de Acupuntura), mas na
Resolução 467/72, o Conselho Federal de Medicina (CFM) rejeitou a Reflexologia e
a Acupuntura como atividade médica (KWANG, 2006).
Assim com o passar dos anos, em 1985 o Conselho Federal de Fisioterapia
decidiu em 29/10/85, pela Resolução COFITO-60 habilitar os fisioterapeutas para a
prática de Acupuntura e no ano seguinte o Conselho Federal de Biomedicina
também passou a habilitar os seus profissionais no dia 3/2/86, pela Resolução
nº02/86. Porém, no parecer decorrente do processo consulta 1588-28/85, aprovado
em 11/3/86, o CFM rejeitou novamente a Acupuntura como atividade médica válida,
16

muito embora neste ano começaram a surgir cursos de Acupuntura dirigidos


somente para médicos (KWANG, 2006).
Em 1988, o médico Antônio Salim Curiati (PPB-SP) entrou com o PL852/88 a
favor dos acupunturistas. Mas neste mesmo ano, a CIPLAN, após realizar várias
reuniões com a presença única dos representantes da SMBA, baixou Resolução
CIPLAN nº. 5 normatizando o uso de nos Serviços Públicos Médicos Assistências,
restringindo sua prática nas instituições governamentais para médicos.
Em 1989 foi aprovado pelo Ministério do Trabalho o Sindicato de
Profissionais de Acupuntura, Moxabustão, Do-In e Quiroprática do Estado de São
Paulo (KWANG, 2006).
No ano de 1991 foi criada a Federação Nacional de Profissionais de
Acupuntura, Moxabustão, Do-In e Quiroprática, com registro no Ministério do
Trabalho e foram propostos os PL935/91 de Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-
SP) e o Nº337 de 1991 do senador Fernando Henrique Cardoso. Todos estes
projetos apresentam em comum o caráter democrático social estendendo o exercício
da acupuntura para todos os profissionais da área de saúde e exigindo boa
formação dos acupunturistas, determinam, por exemplo, curso de 3 anos com carga
horária de 1.600 horas (KWANG, 2006).
Em 2001 foi criado em São Paulo o Conselho de Regulamentação da
Acupuntura do Estado de São Paulo - CRAESP 1ª Região (Nacional). Visando
elevar ainda mais o nível da formação dos profissionais acupunturistas no país o
recém fundado Conselho só aceita filiações de acupunturistas aprovados pelo
concurso de especialistas em acupuntura clássica do CONBRAC (KWANG, 2006).
Em Maio de 2002 o CFP (Conselho Federal de Psicologia), através da
resolução CFP N° 005/2002 reconhece o uso da Acupuntura como recurso
complementar ao trabalho do psicólogo. O CFP é o oitavo conselho federal de saúde
a reconhecer a acupuntura como especialidade, o que só vem a ratificar a posição
de destaque conquistada pela milenar terapia das agulhas no Brasil. Foi em 2002
reativado o Sindicato dos Profissionais em Acupuntura, Moxabustão, Do-in e
Quiroprática do Estado do Paraná, que a partir de então passou a usar o nome
fantasia de SATOPAR - Sindicato dos Acupunturistas e Terapias Orientais do
Estado do Paraná (KWANG, 2006).
Também em 2002 foi fundada a Clínica e Escola Técnica CIEFATO - Centro
Internacional de Estudos de Fisioterapia, Acupuntura e Terapias Orientais, que
17

oferece cursos reconhecidos pelo MEC com 1450 horas teórico-práticas. Ainda no
ano de 2002, o projeto de Lei 67/95 que propõe regulamentação do exercício da
Acupuntura no Brasil, passou a ter um novo relator, o Senador médico Sebastião
Ferreira Rocha – PDT- Amapá.

4.2 Acupuntura e sua metodologia de tratamento

Ao se tratar de um tratamento que utiliza agulhas todo o trabalho ė realizado


dentro das normas estabelecidas pela vigilância sanitária com materiais
descartáveis. As técnicas aplicadas pelo profissional de acupuntura, geralmente são
indolor, inclusive  na utilização de agulhas (SIMÕES YAN, 2017).
Dentro da Medicina Tradicional Chinesa são utilizados os seguintes métodos:
 Acupuntura Sistêmica;
 Acupuntura Auricular
 Eletro-Acupuntura;
 Moxabustão;
 Ventosaterapia.

4.2.1 Acupuntura Sistêmica

A palavra "acupuntura" origina-se do latim, sendo que acus significa "agulha"


e punctura significa "puncionar". A acupuntura se refere, portanto, à inserção de
agulhas através da pele nos tecidos subjacentes, em diferentes profundidades e em
pontos estratégicos do corpo para produzir o efeito terapêutico desejado.
(www.satopar, 2006).
Cailliet (1999) explica que a medicina chinesa considerava a saúde humana
como o resultado de forças da natureza em conflito, denominados yin e yang.
Quando essas forças perdiam a harmonia, surgia a “doença”. A energia vascular e
neurológica fluía pelos meridianos. Esses meridianos pareciam obedecer a um ritmo
circadiano e cada um estava diretamente associado a um sistema orgânico. Os
meridianos estavam interligados dentro da energia vital chi. Acreditava-se que uma
deficiência de chi produzia a dor. Portanto, poder-se-ia modificar a dor pela inserção
18

de agulhas nos meridianos, reequilibrando os fluxos de energia. (CAILIET, 1999,


p.96)
Segundo Farber (1997), o ponto de acupuntura são terminações nervosas
que constituem acesso ao SNC (sistema nervoso central); as pesquisas recentes
mostram que o estímulo da acupuntura é um estímulo nervoso que resulta na
ativação de pelo menos duas (provavelmente várias) vias no Sistema Nervoso
Central.

4.2.2 Acupuntura Auricular

A acupuntura auricular ou aurículo-acupuntura é um dos métodos de


tratamento da acupuntura que se utiliza de pontos específicos localizados no
pavilhão auricular (GARCIA, 1999).
A estimulação desses pontos reflete diretamente no córtex cerebral, no
sistema nervoso central e atua no equilíbrio dos canais de energia do corpo,
restaurando e mantendo o fluxo energético no organismo.
A acupuntura auricular obteve maior aceitação no ocidente graças às
pesquisas e experimentos do médico Paul Nogier. Apesar de sua recente divulgação
e desenvolvimento, a aurículo-acupuntura obedece aos princípios milenares da
Medicina Tradicional Chinesa.
A Auriculoterapia é um microsistema, que se utiliza do Pavilhão auricular (ou
simplesmente orelha), para análise e tratamento das mais diversas enfermidades,
sejam elas físicas ou emocionais. O seu uso e difusão em nosso meio é bem
recente (GARCIA, 1999).
É uma técnica natural, eficaz nos resultados e indicada para os mais
diferentes problemas do corpo e da mente humana. No que se refere às contra-
indicações, é quase nula.
As aplicações auriculares são feitas com pequenas agulhas ou sementes de
implante que são fixadas na orelha em pontos específicos, onde permanecerão por
alguns dias. Às vezes são necessárias várias aplicações para se obter um resultado
eficaz. Orienta-se em torno de seis a dez sessões. Em alguns casos, duas ou três
sessões já amenizam o problema (DAL MAS, 2004).
Em si, a Acupuntura auricular é uma técnica completa. Porém, sempre que
associada a outras técnicas produzirá melhores resultados.
19

A Acupuntura assim como a auriculoterapia, tradicionalmente, não visa curar


a doença, mas equilibrar as energias da pessoa para que ela tenha uma vida mais
saudável (DAL MAS, 2004).

4.2.3 Técnica de Eletroacupuntura

De acordo com Imamura (1997) existem várias técnicas de aplicação de


acupuntura clássica, com agulhas, até a acupuntura feita com auxílio de raio laser,
eletricidade, raios infravermelhos e ultra-som, entre outros, o que importa é o
estímulo.
Segundo o autor, foi Yoshio Nakatani, médico e pesquisador japonês, que
estudou a acupuntura eletrofisiologicamente e descobriu que a maioria dos pontos
dos meridianos da acupuntura tradicional correspondia a pontos que apresentavam
baixa resistência elétrica cutânea em relação à superfície corpórea normal.
(IMAMURA, 1997, p.3).
Conforme Imamura (1997), as agulhas de acupuntura promovem a
estimulação mecânica de estruturas dérmicas e subdérmicas através de movimentos
manuais rotacionais. Com o intuito de aumentar a efetividade do estímulo, o uso de
eletricidade através das agulhas de acupuntura foi relatado pela primeira vez no
Japão por Nakatani, em 1950. A eletroacupuntura é um método terapêutico que
consiste em introduzir corrente elétrica através de agulhas metálicas esterilizadas
em determinados pontos da pele. Modernamente, em nosso meio, a
eletroacupuntura é aceita e utilizada para o tratamento da dor. Existem várias
pesquisas internacionais demonstrando o mecanismo de ação e seu efeito
terapêutico nas dores tanto em investigações em animais quanto no ser humano
(IMAMURA, 1997).
O processo terapêutico por eletroacupuntura é válido principalmente para a
síndrome dolorosa crônica.

Como todo tratamento médico, só deve ser empregado após o diagnóstico


correto, para que os resultados sejam satisfatórios. Constituindo-se de uma
terapêutica física devido ao efeito mecânico da introdução da agulha e ao
efeito elétrico da passagem de corrente elétrica, julgamos ser este método
um importante instrumento a integrar o arsenal terapêutico de Medicina
Física e Reabilitação (IMAMURA, 1997, p. 4).
20

Atualmente, mesmo na China recomenda-se que a estimulação seja realizada


em pontos localizados nos dermatômeros, onde a dor se localiza, ou em pontos
onde a resistência elétrica da pele está reduzida, e não necessariamente nos pontos
clássicos dos meridianos orientais (IMAMURA, 1997).
A melhora da dor, quando da aplicação de 4estímulos da acupuntura em
pontos distantes dos dermatômeros referidos, é explicada pela dispersão e
convergência de informação nociceptiva no sistema nervoso central e pelo
mecanismo de influências recíprocas, que ocorrem entre os centros moduladores da
nocicepção. É possível que os estímulos da acupuntura atuem sobre células de
certas regiões da formação reticular do tronco cerebral e bloqueiem a sensibilidade
dolorosa de grandes áreas do organismo e, não necessariamente, naquelas áreas
onde a estimulação foi realizada (IMAMURA, 1997).
Para Imamura (1997), a eletroacupuntura utilizada no Japão consiste em
pesquisar o ponto reativo eletropermeável – PREP, ou melhor, o ponto de menor
resistência da pele à passagem da corrente elétrica”. Foi Nakatani quem
demonstrou que os PREPs coincidiam com a maioria dos pontos dos meridianos
chineses. A Técnica de Nakatani se baseia na pesquisa dos PREPs, seguida da
introdução de agulha nos pontos encontrados e da estimulação por corrente
contínua ou alternada por pulsos elétricos. Este método, bastante prático, favoreceu
a divulgação da acupuntura no meio ocidental (IMAMURA, 1997).

4.2.4. Moxabustão

A palavra "moxa" em chinês é formada por dois ideogramas que significam


"longo tempo" e "fogo", portanto seria algo como "longo tempo de aplicação de fogo"
(HONG, 2006).
A moxabustão consiste no processo de cauterização de pequena quantidade
de uma erva medicinal conhecida como Artemísia, colocada sobre certos pontos de
acupuntura com produção de calor penetrante. Ela é utilizada geralmente como
complementação da acupuntura (HONG, 2006).

4.2.5 Ventosaterapia
21

O uso da Ventosaterapia e da Sangria como métodos terapêuticos se perde


na História. É a técnica que através de recipientes de vidro ou plástico promove a
sucção na pele e nos músculos superficiais. Esta sucção elimina as aderências entre
a pele e a musculatura, ativando a circulação, descongestionando e desobstruindo
assim o fluxo de energia nos meridianos (HONG, 2006).
A riqueza de variedades e de modos de estímulos na Acupuntura é
importante, tendo-se vista a diversidade de doenças e de respostas dos pacientes a
métodos e técnicas de tratamento.
Percebe-se então que o tratamento das doenças pela acupuntura e também
da diminuição das dores, deve consiste no estímulo de pontos específicos para
cada caso e para cada paciente. Este estímulo pode ser na introdução de agulhas,
com uso de raios laser ou na eletro-acupuntura, que é a  técnica mais indicada nos
casos de dores muito fortes entre outros (HONG, 2006).
Portanto existem vários tipos de problemas e doenças que podem ser
tratadas pela acupuntura; ela oferece inúmeras possibilidades de aplicação em
todas as idades, podendo ser associada a outras terapêuticas para a recuperação
mais rápida (PAIVA, 2011).

Diminui o uso de medicamentos evitando intoxicações, garantindo um


tratamento mais econômico evitando intoxicações, garantindo um
tratamento mais econômico em relação a alopatia. Seu material é simples e
de fácil transporte. É uma técnica segura quando aplicada com um bom
nível técnico e completa as lacunas da medicina moderna, garantindo assim
melhores resultados ( PAIVA, 2011, p. 15-16).

Dessa forma pode-se dizer que a doença apresenta-se através de agentes


comandada pelo sistema nervoso central. A acupuntura age sobre todo o sistema
nervosos para estimular e compensar, equilibrando todo o corpo para assim eliminar
a doença (WEN apud PAIVA, 2011).

5 TRATANDO A DEPRESSÃO COM ACUPUNTURA


22

De uma forma geral, as pessoas normalmente experimentam uma ampla faixa


de humores, que podem variar entre normal, elevado ou deprimido e têm um
repertório igualmente variado de expressões afetivas. Elas sentem-se no controle,
mais ou menos, de seus humores e afetos. Os transtornos do humor constituem um
grupo de condições clínicas caracterizadas pela perda deste senso de controle e
uma experiência subjetiva de grande sofrimento (KAPLAN, 2003).
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), através da Classificação
Internacional de Doenças (CID - 10), a depressão, em seus episódios típicos, implica
em um humor deprimido, perda de interesse e prazer nas atividades, energia
diminuída e processos de culpa ou negativismo (PORTO, 1999).

5.1. Classificação

As síndromes depressivas são constituídas por quadros de diversas


etiologias, como a depressão unipolar, a depressão recorrente, a depressão bipolar,
o transtorno distímico, entre outros; possuindo em sua maioria, como pano de fundo,
o humor triste (MELLO, 2005).
A depressão pode ser classificada de diversas maneiras e por diferentes
escalas de avaliação.
Segundo o CID - 10 (Classificação Internacional de Doenças), existem alguns
tipos de episódios depressivos: leve, moderado, grave sem sintomas psicóticos,
grave com sintomas psicóticos, episódio depressivo não especificado, entre outros.
Outra forma de classificar um episódio de depressão é por meio do DSM-IV
(“Diagnostic and Statistical Manual of Mental Desorders”). Segundo essa escala,
para uma pessoa ser classificada como portadora de um Episódio Depressivo Maior,
por exemplo, ela precisa apresentar cinco ou mais dos sintomas a seguir,
numerados de 1 a 9, sendo cada sintoma equivalente a 1 ponto, durante um período
de 2 semanas consecutivas. Lembrando que os ítens (1) ou (2) precisam,
necessariamente, estar presentes na contagem dos 5 pontos (MELLO, 2005).
(1) Humor deprimido;
(2) Perda de interesse ou prazer (anedonia);
(3) Significativa perda de peso, quando não está em dieta, ou ganho de peso /
diminuição ou aumento do apetite;
(4) Insônia ou hipersonia;
23

(5) Agitação ou retardo psicomotor;


(6) Fadiga ou perda de energia;
(7) Sentimento de desvalia ou inadequação, ou culpa excessiva;
(8) Diminuição da capacidade para pensar e se concentrar, ou indecisão;
(9) Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.
Apesar das inúmeras escalas de avaliação e das diversas ferramentas
classificatórias, a sintomatologia depressiva varia muito de um indivíduo para outro,
cabendo ao médico avaliar as suas diversas facetas. O diagnóstico é
fundamentalmente clínico, sendo poucos os exames complementares que acusam
alguma alteração. O clínico responsável por diagnosticar um quadro de depressão é
o Psiquiatra; sendo que as demais especialidades médicas e profissionais da saúde
devem, contudo, estar aptos para levantarem suspeitas e encaminharem o paciente
para um especialista, caso seja necessário (MELLO, 2005).

5.1.1. Outras classificações

De acordo com Carvalho (2008), pode identificar-se, também pela Medicina


Tradicional Chinesa , seis (6)  formas de classificar e tratar à Depressão, conforme
os sintomas referidos pelo enfermo.

5.1.1.2. Estagnação de Qi no Fígado

Sintomatologia: Depressão anímica, com instabilidade, pressão torácica,


tendência a suspiros, plenitude, distenção e dor no peito e hipocôndrio, dor fixa,
distenção abdominal, anorexia, acumulo de gases no estômago, vômitos, fezes
anormais, língua pálida, saburra fina e pegajosa, pulso em corda.
Estratégia: equilibrar a função do fígado assim eliminando a estagnação, regular o
Qi e recuperar a função do estômago ( AFONSO, CRUZES, 2009).
Pontos que podem ser utilizados: canal jueyin do pé (F) e da mão (PR) para
dispersão.
Pontos que podem ser utilizados:
Taichong (F.3)                                     Qimen (F.14)
Neiguan (PR.6)                                    Shanzhong (VC.17)
Sanyinjiao (BP.6)                                 Zusanli (E.36)
24

 
5.1.1.3. Estagnação do Qi que se converte em fogo

Sintomatologia: Irritabilidade, distenção e dor no peito e hipocôndrios,


regurgitação ácida, boca amarga e secura na garganta, prisão de ventre, pouca 
micção e escura, cefaléia, olhos roxos, língua com borda roxa, saburra amarela e
áspera, pulso tenso e rápido.
Estratégia: Limpar o fígado e eliminar o fogo, pode-se escolher pontos dos
canais jueyin do pé (F) e shaoyang  do pé (VB), em dispersão ( AFONSO, 2009).
Pontos que podem ser utilizados:
Taichong (F.3)                           Xingjian (F.2)
Yanglingquan (VB.34)                 Zusanli (E.36)
Tianshu (E.25)                           Qimen (F.14).
 
5.1.1.4. Acumulo de mucosidade

Sintomatologia: sensação de obstrução na garganta que não pode ser


eliminada a não ser através de cuspi-la, pois não pode ser engolida, sufoco no peito
distenção abdominal, anorexia, saburra branca e pegajosa pulso tenso e
escorregadio, os sintomas se agravam quando existe mudanças emocionais.
Estratégia: Canalizar e drenar o fígado, eliminar a estagnação,  fortalecer o
baço e diluir a mucosidade. Pode se escolher o ponto Shu  (costas) do fígado os
pontos do canal VC e os pontos do canal jueyin  do pé (F), em dispersão, também
pode-se coordenar com a moxa ( AFONSO, 2009).
Pontos que podem ser utilizados:
Ganshu (B.18)                                 Qimen ( F.14)
Shanzhong (VC.17) moxa               Tiantu (VC.22)
Neiguan (PR.6)                                Fenglong (E.40) moxa
Zusanli (E.36)                                  Sanyinjiao (BP.6)
 

5.1.1.5 Ansiedade que prejudica a mente


25

Sintomatologia: Inquietação, angustia, tristeza, vontade de chorar, sufocação


no peito, suspiros e bocejos freqüentes, preguiça constante, língua pálida saburra
branca e fina, pulso fino e tenso (quadro encontrado mais em mulheres).
Estratégia: Confortar o peito e fazer fluir o Qi, nutrir o coração e tranqüilizar a
mente. Pode-se escolher o ponto Shu do coração, pontos do meridiano RM e do
meridiano Shaoyin da mão (C) como principais, tonificando coordenado com moxa
( AFONSO, 2009).
Pontos que podem ser utilizados:
Xinshu (B.15)                    Juque (VC.14)
Shanzhong (VC.17) moxa   Gaohuangshu (B.43) moxa
Shenmen (C.7)                  Neiguan (PR.6)
 
5.1.1.6. Deficiência no coração e no baço

Sintomatologia: Excessiva meditação e preocupação, palpitação, insônia,


amnésia, face sem brilho, distensão abdominal, anorexia, tontura e vertigens, língua
pálida, pulso filiforme e débil.
Estratégia: Fortalecer o baço e nutrir o Qi, fortalecer o sangue, acalmar o
animo, podendo-se escolher pontos Shu  (costas) e os canais do baço e o
estomago, método de tonificação coordenado com moxa ( AFONSO, 2009).
Pontos que podem ser utilizados:
Xinshu (B.15) moxa                  Pishu (B.20) moxa
Zhongwan (VC.12)                   Zusanli (E.36) moxa
Sanyinjiao (BP.6)                     Shenmen (C.7)
Baihui (VC.20) moxa
 
5.1.1.7. Deficiência de Yin e excesso de fogo

Sintomatologia: Angustia, irritabilidade, tontura e vertigem, palpitação, insônia,


sudorese noturna, rubor nas faces, calor nas palmas das mãos e planta dos pés,
agulhada nos rins e joelhos, espermatorréia, irregularidade na menstruação, língua
roxa com pouca saburra, pulso fino e rápido ( AFONSO, 2009).
26

Estratégia: Tonificar Yin eliminando o calor, acalmar o coração e tranqüilizar o


animo. Pode-se escolher os pontos Shu (costas) e pontos do canal Shaoyin do pé
(R) e da mão (C) como principais aplicando-se o método de tonificação.
Pontos que podem ser utilizados:
Xinshu (B.15)                             Ganshu (B.18)
Shenshu (B.23)                           Pishu (B.20)
Taichong (F.3)                            Ligou (F.5)
Fulio (R.7)                                  Yinxi (C.6)

5.2. Epidemiologia

O transtorno depressivo é um quadro relativamente comum, com uma


prevalência durante a vida de aproximadamente 15%, chegando até 25% em
mulheres (KAPLAN, 2003).
A depressão é um grande problema de saúde pública que não deve ser
negligenciado. Um dado que demonstra a grandiosidade do problema é o valor
anual que os Estado Unidos chegam a gastar no combate à doença: U$ 44 bilhões.
Mesmo assim, aproximadamente metade dos pacientes com transtorno depressivo
não recebe nenhum tipo de tratamento específico (KAPLAN, 2003).

5.3. Etiologia e Fisiopatologia

Sua etiologia geralmente é multifatorial, devendo ser considerados fatores


neurobiológicos, genéticos e psicossociais.

5.3.1 Fatores Neurobiológicos

Sabe-se que a grande causa dos transtornos depressivos ocorrem pelo


desequilíbrio bioquímico de alguns neurotransmissores centrais. Esses
neurotransmissores são substâncias que fazem a ligação entre uma célula nervosa
e outra, atuando como mediadores na condução de informações como, por exemplo,
mediando informações de alegria, prazer e tristeza (JACOBSON, 1997).
A noradrenalina e a serotonina são os dois neurotransmissores mais
envolvidos na fisiopatologia dos transtornos do humor. Há também alterações em
27

níveis dopaminérgicos, e evidências recentes apontam uma desregulagem, também,


da acetilcolina. Atualmente se sabe, por exemplo, que todos os antidepressivos
clinicamente eficazes aumentam a concentração dos neurotransmissores nos
receptores pós-sinápticos, inibindo a sua recaptura para dentro do neurônio pré-
sináptico. Essa observação levou a hipótese de que a depressão seja causada por
alguma deficiência em determinados neurotransmissores, sendo os antidepressivos
um recurso para tratar esse desequilíbrio (JACOBSON, 1997).
Com relação aos fatores neuroendócrinos, a literatura descreve diversas alterações.
Osprincipais eixos neuroendócrinos de interesse nos transtornos do humor
são o adrenal, da tireóide e do hormônio do crescimento. Outras anormalidades
descritas incluem secreção noturna diminuída de melatonina e níveis basais
diminuídos de hormônio folículo-estimulante. No que diz respeito ao eixo adrenal,
existe uma correlação entre hipersecreção de cortisol e depressão (uma das
observações mais antigas na psiquiatria biológica). Sabe-se, por exemplo, que
aproximadamente metade dos pacientes com depressão maior apresenta
hipersecreção de cortisol, que retorna ao normal quando a depressão se normaliza.
No eixo da tireóide, é notável a relação entre alterações de sintomas afetivos
quando presente um determinado transtorno da tireóide. Por fim, com relação ao
hormônio do crescimento, pesquisas apontam que pacientes deprimidos têm uma
estimulação embotada da liberação deste hormônio; liberação esta induzida pelo
sono, que muitas vezes apresenta-se desregulado nestes pacientes (JACOBSON,
1997).
Esses problemas relacionados ao sono (insônia inicial e terminal, despertares
múltiplos, hipersonia) são sintomas comuns e clássicos da depressão. Algumas
alterações do sono podem ser identificadas por meio do eletroencefalograma, que
geralmente aponta um início de sono atrasado e alterações nas fases do sono delta
anormal, latência encurtada dos movimentos oculares rápidos, entre outras
(JACOBSON, 1997).

5.3.2 Fatores genéticos

A genética é sem dúvida um fator significativo no desenvolvimento de um


transtorno do humor (KAPLAN, 2003). Porém, existe um componente genético mais
28

poderoso para a transmissão do transtorno bipolar I do que para a transmissão do


transtorno depressivo.
Algumas evidências recentes confirmam que eventos cruciais da vida, em
particular a morte ou a perda de uma pessoa amada, podem preceder o início da
depressão. No entanto, menos de 20% dos indivíduos que experimentam perdas
tornam-se clinicamente deprimidos. Estas observações falam fortemente a favor de
um fator predisponente: possivelmente genético ou psicossocial (EBERT; LOOSEN;
NURCOMBE, 2002).

5.3.3 Fatores psicossociais

Cada indivíduo, ao longo de sua vida, acumula diversas experiências


negativas e positivas. Uma pessoa que tenha perdido o controle sobre como lidar de
maneira equilibrada com suas experiências sócio-ambientais pode vir a manifestar
sintomas depressivos. Este é um modelo que afirma que o comportamento humano
e o ambiente podem influenciar o nosso estado de humor.
Uma observação clínica, já muito relatada, é que acontecimentos vitais estressantes,
muitas vezes, precedem episódios de transtornos do humor (KAPLAN, 2003).
Dentre as teorias psicossociais, existem correntes com diferentes visões,
como a teoria da psicanálise, teoria comportamental, teoria humanista, entre outras.

5.4. Tratamento

Segundo Kaplan (2003) o tratamento dos transtornos do humor deve ser


dirigido para os seguintes objetivos: em primeiro lugar, deve-se garantir a segurança
do paciente (propiciando um bom vínculo terapeuta – paciente); em segundo lugar,
uma completa avaliação diagnóstica; em terceiro, um plano de tratamento que
aborde não apenas os sintomas imediatos, mas também o bem-estar futuro do
paciente.
Os autores Kay e Tasman (2002) enfatizam que o tratamento deve voltar-se
para a redução e eliminação dos sintomas depressivos, com restauração integral do
funcionamento psicossocial. A melhoria do funcionamento adaptativo após o
episódio depressivo deve ser um dos objetivos associados. O estabelecimento de
uma relação funcional entre paciente, família e terapeuta, promove geralmente uma
29

melhor recuperação e fundamenta, além da conduta, o melhor tratamento para o


paciente.
Existem dessa forma, várias práticas de tratamento com relação ao paciente
com depressão, tais como: farmacoterapia, eletroconvulsoterapia, fototerapia e o
tratamento psicossocial e a acupuntura (KAY E TASMAN , 2002)

5.5. A depressão e a acupuntura

As doenças depressivas são causadas frequentemente pela fadiga mental


excessiva e pela depressão mental fazendo dessa forma que o Qi do fígado fique
reprimido e o baço/pâncreas falhe na função de transporte, assim, os líquidos
orgânicos se acumulam convertendo em Mucosidade que sobe causando doenças
mentais depressivas.
[...] o paciente é calado, indiferente, deprimido, às vezes murmurando,
algumas palavras e, outras vezes fala incoerente (parafasia e parafrenia),
anorexia, saburra delgada e pegajosa, pulso em corda e fino ou em corda e
escorregadio (YAMAMURA, 1993, p. 561-562).

Dessa forma dentro do tratamento sob o estímulo das agulhas promove a


liberação de substâncias do sistema nervoso central tais como a endorfina,
dopamina, encefalina e serotonina. A encefalina diminui a dor, age no sistema
límbico que controla as emoções, promove o bem-estar e o relaxamento mental
(MOREIRA apud PAMPLONA, 2008).

5.5.1. Tratamento com acupuntura

Além do método tradicional da acupuntura, realizado somente com agulhas,


existem outras técnicas que tem basicamente os mesmos princípios: eletro-
acupuntura (pequenas correntes elétricas são adicionadas às agulhas), aurículo
acupuntura (aplicação de sementes ou pequenas agulhas em pontos do pavilhão
auditivo), laser acupuntura (aplicação de laser terapêutico de baixa potência nos
pontos de acupuntura), Do-in (dígito pressão nos acupontos), entre outros.
Cada técnica pode ter objetivos específicos para cada um dos diferentes
quadros de depressão; a acupuntura estimula pontos específicos que ficam nos
canais de energia denominados meridianos, através de agulhas. Cada orgão e cada
30

sistema do organismo têm um meridiano correspondente. Existem, também,


microssistemas específicos onde estão mapeados os órgãos e sistemas do
organismo ( AFONSO, 2009).

5.5.1.1. Acupuntura sistêmica

Deve ser selecionados, os pontos dorsais e, os pontos-fonte e de união como


pontos secundários, fazendo-se a tonificação e a dispersão de cada vez.
Prescrição – Xinshu (B.15), Ganshu (B. 18), Pischu (B.20), Shenmen (C7),
Fenglong (E.40).
Esta doença é causada pela estagnação de Mucosidade no coração e no
Baço/Pâncreas, por isso, selecionando-se os pontos Xinshu (B.15), Pishu
(B.20) e Ganshu (B.18) para eliminar a estagnação de circulação de Qi do
Fígado e fazer recuperar a função de transporte do Baço/Pâncreas. O ponto
Shenmen (C.7) e o Fenglong (E.40) servem para eliminar a Mucosidade e
acalmar o Coração e a mente (YAMAMURA, 1993, p. 562).

5.5.1.2. Craniopuntura

Também denominada acupuntura escalpeana, é um método de acupuntura


onde as agulhas são aplicadas em áreas do crânio, sobre o couro cabeludo.
De acordo com Dr. Camargo (2008), “esta área  tem influência nas regiões do
cérebro, que comandam partes específicas do corpo humano, principalmente as
relacionadas ao movimento”. É utilizada principalmente nos casos de pacientes com
problemas neurológicos que sofreram paralisias causadas por derrames cerebrais.
Uma boa notícia para quem tem receio das agulhas, é que atualmente existem 
técnicas alternativas, tais como  eletroacupuntura, stiper e laserterapia ( AFONSO,
2009).

5.5.1.3. Eletroacupuntura

Os pontos utilizados são o Shuigou (VG. 26), Baihuí (VG. 20), Dazhuí (VG.
14), Fengfu (VG. 16), Yamen (VG. 15).
Então, em cada aplicação deve-se usar um destes dois grupos de pontos. E
depois de inserida a agulha conecta-se o aparelho durante 15 a 20 minutos
determinando-se o grau de estímulo de acordo com o caso ( YAMAMURA, 1993).
31

5.5.1.4. Stiper

Trata-se de um novo equipamento que está, em muitos casos, substituindo as


agulhas. O stiper é uma pastilha de dióxido de silício que, em contato com o ponto
de acupuntura, aumenta  a condução elétrica, e, este novo equipamento pode
promover uma estimulação mais intensa e duradoura do ponto de acupuntura e com
a vantagem de não utilizar agulhas ( AFONSO, 2009).

5.5.1.5. Laserterapia

É uma aplicação de radiação luminosa que intensifica e em muitos casos até


substitui a aplicação de agulhas ( AFONSO, 2009).

5.5.1.6. Injeção nos pontos

Já nesse tratamento, os pontos a ser utilizados são os Xnshu (B.15), Geshu


(B.17), Jianshi (CS.5), Zusanli (E.36), Sanyinjiao (BP.6).
Para a aplicação, injeta-se em 1 a 2 pontos declorpromazina, diariamente. Os
pontos alternam-se diariamente ( YAMAMURA, 1993).

5.5.1.7. Acupunturauricular

Na acupuntura auricular utiliza-se os pontos do subcórtex, coração, rim,


occipício, fronte. Em cada aplicação usam-se de 3 a 4 pontos, retendo as agulhas
durante 30 minutos, e se aplica também a Acupuntura sistêmica (YAMAMURA,
1993).
É importante lembrar, também, que talvez o efeito mais reconhecido da
acupuntura, em todo seu campo de atuação, seja o seu efeito analgésico,
amplamente demonstrado a partir da liberação de opiáceos como a endorfina. Estas
evidências de que a acupuntura liberaria substâncias químicas (com características
moleculares semelhantes às drogas analgésicas) naturalmente existentes no
organismo humano, passaram a ser descobertas na década de 70; e hoje em dia,
sabe-se que por meio da acupuntura é possível estimular a produção de algumas
32

monoaminas e neuropeptídeos, entre elas as endorfinas, as encefalinas, as


dinorfinas, a serotonina e a norepinefrina (BIRCH; FELT, 2002, p. 197).

5.5.2. Suas aplicações

De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o principal órgão que


regula as atividades mentais é o coração (FILSHIE; WHITE, 2002, p. 299), portanto,
muitas aplicações de acupuntura para o tratamento da depressão (conforme a MTC)
utilizam o meridiano do coração e o seu associado: o pericárdio (Circulação-Sexo),
além de um meridiano que se estende sobre o cérebro e a medula espinhal: o Vaso-
Governador. A MTC descreve diversos casos de depressão devido a uma
estagnação do Qi (energia vital que percorre o nosso organismo) e esta estagnação
pode ser oriunda de um mau bombeamento sanguíneo (do Shue) – função
específica do coração. Portanto, uma alternativa terapêutica pode ser a aplicação de
acupuntura ao longo destes meridianos.
Dois pontos muito utilizados em pesquisas para tratar síndromes depressivas
são o VG20 (ponto mais alto do meridiano Vaso Governador) e o Yintang (ponto
localizado entre as sobrancelhas).
Pode-se então de acordo com todas as técnicas e aplicações perceber a
importância e a ajuda da acupuntura no tratamento da depressão, sendo assim a
acupuntura pode ser um recurso que utilizado de forma associada à tratamentos
padrões e com certeza trazer benefícios terapêuticos adicionais, potencializando,
por exemplo, o efeito dos antidepressivos (BIRCH; FELT, 2002).
33

CONCLUSÃO

Com a pesquisa destes artigos e textos de livros pode-se concluir que a


acupuntura embora seja uma ciência milenar, principalmente na Medicina
Tradicional Chinesa, tem travado diversas lutas para ser validada no ocidente.
Porém, a cada dia sua expansão é maior, sendo considerada um ramo da
medicina alternativa.
Seus diversos métodos, (sistêmico, auricular, eletroacupuntura e moxobustão,
e a utilização da acupuntura em questão), dependem do conhecimento do
profissional, principalmente da área e localização correta dos pontos de acupuntura
da superfície do corpo para desobstruir os canais de energia.
O conhecimento das vias da acupuntura leva à desmistificação desta terapia,
ampliando as suas possibilidades terapêuticas na ciência médica, principalmente no
tratamento de diversas doenças, e em principal da depressão.
A depressão, sendo um problema tão relevante de saúde pública, devido a
sua alta incidência em todas as idades, sexos e classes sociais, necessita de
arsenal terapêutico mais variado. Na prática clínica a equipe de saúde tem centrado
suas ações contra a depressão basicamente em reduzidas ofertas, como a
medicamentosa e a psicoterapêutica. Outras possibilidades terapêuticas devem ser
buscadas, principalmente na área não medicamentosa – reduzindo os efeitos
colaterais gerados por tal intervenção, possivelmente minimizando os gastos com
saúde e favorecendo uma abordagem multidisciplinar para tal problema.
Conclui-se que a acupuntura pode com certeza, apresentar resultados
promissores no tratamento da depressão.
34

REFERÊNCIAS

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depressão. Monografia apresentada ao programa de pós graduação da
Universidade de Mogi das Cruzes, 2009.

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fundamentos clínicos. Rio de Janeiro: Manole, 2002.

BIRCH, SJ; FELT, RL. Entendendo a acupuntura. São Paulo: Roca; 2002.

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1999.

CARVALHO, Reginaldo Silva de. Depressão: visão ocidental/oriental e uma


proposta de tratamento com acupuntura. In: Zhen Jui News. 14/05/2008.
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depressao/ . Acesso em: 18 de julho de 2016.

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Homem. Santo Amaro da Imperatriz, 2003.

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EBERT, MH; LOOSEN, PT; NURCOMBE, B. Psiquiatria: diagnóstico e


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ESCOLA de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing; Escola de Medicina


Tradicional Chinesa de Shanghai; Escola de Medicina Tradicional Chinesa de
Nanjing; Instituto de Acupuntura da Academia de Medicina Tradicional Chinesa.
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FARBER, Paulo Luiz. Aspectos atuais das pesquisas experimentais. In:

IMAMURA, S.T.  Eletroacupunntura Ryodoraku. 1ª ed. São Paulo, Sarvier, 1997.


35

FERREIRA, Marcos Vinícius. Acupuntura. Rio de Janeiro, 1999. Disponível em:


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FILSHIE, J, WHITE, A. Acupuntura Médica: Um enfoque Científico do Ponto de


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