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SPAs e Terapias

Alternativas
Prof.ª Roseane Leandra da Rosa
Prof.ª Sabrina Hochheim

Indaial – 2021
3a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021

Elaboração:
Prof.ª Roseane Leandra da Rosa
Prof.ª Sabrina Hochheim

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

R788s
Rosa, Roseane Leandra da
SPAs e terapias alternativas. / Roseane Leandra da Rosa; Sabrina
Hochheim. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
211 p.; il.
ISBN 978-65-5663-610-8
ISBN Digital 978-65-5663-609-2
1. Corpo e mente. - Brasil. I. Hochheim, Sabrina. II. Centro
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610

Impresso por:
Apresentação
Olá, caro Acadêmico! Seja bem-vindo ao caderno de Spas & Terapias
alternativas. Aqui nesta disciplina você será apresentado às diversas técni-
cas e procedimentos utilizados nos serviços de spas e clínicas de bem-estar.
Esses locais oferecem serviços a um público diferenciado, e por diferenciado
podemos dizer também exigente. Ainda que hoje os Spas estejam acessíveis
a todas as classes econômicas, uma vez dentro de um Spa, qualquer pessoa
quer sentir como se estivesse recebendo o melhor cuidado do mundo. Você
irá entender isso a partir da leitura deste livro!

Para começar, na Unidade 1, você vai aprender sobre como deve ser
um ambiente ideal para uma sala de massagem, e poderá perceber o quão
delicado e especial esse espaço pode se tornar. Iremos abordar temas como
a biossegurança e a ergonomia que devem ser cuidados constantes em qual-
quer serviço oferecido.

Aprofundando ainda mais os conhecimentos, você será introduzido à


temática da medicina tradicional chinesa e suas teorias, e irá perceber o quanto
essa sabedoria milenar influencia nossos dias até hoje. Além disso, aprenderá
sobre as diversas técnicas utilizadas para gerar saúde e bem-estar em clientes de
Spas. Muitas dessas técnicas tiveram sua origem no oriente e foram adaptadas
para a cultura ocidental tornando-as ricas fontes de promoção de bem-estar.

Dando continuidade aos estudos, na Unidade 2 do livro você aprenderá


sobre as Práticas Integrativas Complementares, conhecidas também como PICs.
Essas práticas vêm ajudando muitas pessoas a recuperarem sua saúde de forma
integral. Muitas delas vêm sendo oferecidas pelo Sistema Único de Sáude (SUS),
gratuitamente em nosso País, por isso a importância de aprender sobre elas.

Para finalizar os estudos, na Unidade 3 deste livro, você aprende-


rá sobre a história dos Spas. Ao longo do percurso, você perceberá como
a balneoterapia está intimamente ligada ao que hoje chamamos de Spas.
Abordaremos, ainda, sobre a aromaterapia, cristaloterapia, algoterapia,
massoterapia e suas técnicas, e muito mais. Você conhecerá profundamente
a infinidade de técnicas que podem tornar o Spa um verdadeiro centro de
bem-estar. E para que isso tudo funcione muito bem, apresentaremos alguns
importantes passos administrativos que podem te ajudar a garantir o suces-
so e sustentabilidade do seu negócio.

Espero que aproveitem a jornada, e bons estudos!

Prof.ª Sabrina Hochheim


NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!
LEMBRETE

Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela


um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro


que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


Sumário
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL,
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM............................................................. 1

TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA,


ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO....................................................... 3
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 3
2 A SALA DE MASSAGEM................................................................................................................... 4
3 BIOSSEGURANÇA NA MASSAGEM............................................................................................. 5
4 ERGONOMIA....................................................................................................................................... 8
5 ÉTICA.................................................................................................................................................... 10
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 16

TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL


CHINESA (MTC).......................................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 19
2 HISTÓRIA E INTRODUÇÃO DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA........................ 19
3 TEORIAS QUE FUNDAMENTAM A MTC.................................................................................. 21
3.1 TEORIA YIN E YANG................................................................................................................... 22
3.1.1 A energia vital e as substâncias vitais................................................................................ 23
4 TEORIA DE WU SHING OU TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS OU TEORIA
DOS CINCO MOVIMENTOS......................................................................................................... 24
4.1 TEORIA DE ZANG FU................................................................................................................. 29
5 ENTENDENDO OS MERIDIANOS............................................................................................... 30
6 SURGIMENTO DAS DOENÇAS.................................................................................................... 32
6.1 CAUSAS INTERNAS.................................................................................................................... 32
6.2 CAUSAS EXTERNAS . ................................................................................................................. 33
7 DIAGNÓSTICO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ............................................... 34
7.1 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO ................................................................................................ 35
8 TÉCNICAS ENVOLVIDAS NA CURA DO CORPO SEGUNDA A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA.............................................................................................................. 35
8.1 FITOTERAPIA................................................................................................................................ 35
8.2 ACUPUNTURA............................................................................................................................. 36
8.3 AURICULOTERAPIA................................................................................................................... 37
8.4 REFLEXOLOGIA PODAL............................................................................................................ 39
8.5 TERAPIAS MANUAIS – TUI NA, SHIATSU, DO-IN, QUICK MASSAGE............................ 40
8.6 PRÁTICAS FÍSICAS – TAI CHI CHUAN, CHI KUNG.............................................................. 41
8.7 MOXABUSTÃO............................................................................................................................. 42
8.8 VENTOSATERAPIA...................................................................................................................... 43
8.9 FENG SHUI.................................................................................................................................... 44
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 47
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA......................................................... 49
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 49
2 HISTÓRIA DA MASSAGEM.......................................................................................................... 49
3 TIPOS DE MASSAGEM CLÁSSICA.............................................................................................. 52
3.1 EFFLEURAGE................................................................................................................................ 52
3.2 PETRISSAGE – AMASSAMENTO E COMPRESSÃO.............................................................. 53
3.3 TAPOTAMENTO........................................................................................................................... 53
3.4 TÉCNICAS DE FRICÇÃO............................................................................................................ 54
3.5 TÉCNICAS DE VIBRAÇÃO E AGITAÇÃO............................................................................... 55
4 COMPONENTES DA MASSAGEM............................................................................................... 56
4.1 O USO DO CORPO DO PROFISSIONAL NAS MANOBRAS DE MASSAGENS............... 56
5 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MASSAGEM CLÁSSICA......................................................... 59
6 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DAS MASSAGENS............................................... 64
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 66
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 68
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 71

UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.................................... 75

TÓPICO 1 — FUNDAMENTANDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E


COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) NO BRASIL...................................... 77
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 77
2 OBJETIVOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.................................................................................... 78
2.1 OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS
E COMPLEMENTARES .............................................................................................................. 79
2.2 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS
E COMPLEMENTARES .............................................................................................................. 79
3 ONDE ENCONTRAMOS AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES................. 80
3.1 COOPERAÇÃO ENTRE O BRASIL E O MÉXICO................................................................... 81
4 COMO IMPLANTAR AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES................... 81
5 PREPARO DOS SERVIÇOS E DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE PARA
A REALIZAÇÃO DAS PICS............................................................................................................. 82
5.1 PRINCIPAIS AVANÇOS NO USO DAS PICS E DESAFIOS FUTUROS............................... 83
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 84
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 85

TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E


COMPLEMENTARES.................................................................................................. 87
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 87
2 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES INSERIDAS NO SUS..................... 87
2.1 APITERAPIA.................................................................................................................................. 87
2.2 AROMATERAPIA......................................................................................................................... 88
2.3 ARTETERAPIA.............................................................................................................................. 88
2.4 AYURVEDA.................................................................................................................................... 88
2.5 BIODANÇA.................................................................................................................................... 89
2.6 BIOENERGÉTICA......................................................................................................................... 89
2.6.1 Componentes da massagem................................................................................................ 90
2.7 CONSTELAÇÃO FAMILIAR....................................................................................................... 91
2.8 CROMOTERAPIA......................................................................................................................... 91
2.9 DANÇA CIRCULAR..................................................................................................................... 91
2.10 GEOTERAPIA.............................................................................................................................. 92
2.11 HIPNOTERAPIA......................................................................................................................... 92
2.12 HOMEOPATIA............................................................................................................................. 92
2.13 IMPOSIÇÃO DE MÃOS............................................................................................................. 93
2.14 MEDICINA ANTROPOSÓFICA............................................................................................... 93
2.15 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)..................................................................... 93
2.16 MEDITAÇÃO............................................................................................................................... 99
2.17 MUSICOTERAPIA..................................................................................................................... 100
2.18 NATUROPATIA......................................................................................................................... 100
2.19 OSTEOPATIA............................................................................................................................. 100
2.20 OZONIOTERAPIA.................................................................................................................... 100
2.21 QUIROPRAXIA.......................................................................................................................... 101
2.22 REFLEXOTERAPIA................................................................................................................... 101
2.23 REIKI............................................................................................................................................ 101
2.24 SHANTALA................................................................................................................................ 106
2.25 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA......................................................................... 106
2.26 TERAPIA FLORAL.................................................................................................................... 106
2.27 TERMALISMO SOCIAL........................................................................................................... 107
2.28 YOGA.......................................................................................................................................... 107
2.29 FITOTERAPIA............................................................................................................................ 107
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 111
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 113

TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES....................................................... 115


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 115
2 MINDFULNESS................................................................................................................................. 115
3 BARRAS DE ACCESS / ACCESS CONSCIOUSNESS................................................................ 116
3.1 O QUE DIZ A NEUROCIÊNCIA SOBRE A BARRA DE ACCSES....................................... 117
4 THETAHEALING®........................................................................................................................... 117
5 TERAPIA COM PEDRAS QUENTES, FRIAS, CRISTAIS....................................................... 120
6 RADIESTESIA................................................................................................................................... 120
7 DIETOTERAPIA CHINESA........................................................................................................... 121
LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................................................... 130
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 135
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 136

REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 138

UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA,


CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA................... 143

TÓPICO 1 — HISTÓRIA DOS SPAS.............................................................................................. 145


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 145
2 ANTIGUIDADE................................................................................................................................ 145
2.1 GRÉCIA ANTIGA E IMPÉRIO ROMANO.............................................................................. 146
2.2 DO SÉCULO XIII AO SÉCULO XVI – RENASSENÇA . ....................................................... 147
2.3 SÉCULO XIX E XX . .................................................................................................................... 147
2.4 USO DAS ÁGUAS TERAPÊUTICAS NO BRASIL................................................................. 148
3 PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DAS ÁGUAS TERMAIS – BALNEOTERAPIA............... 150
4 ÁGUAS TERMAIS COM FINALIDADES COSMÉTICAS...................................................... 152
5 TIPOS DE ÁGUAS TERMAIS....................................................................................................... 154
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 156
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 157

TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS.......................................................... 159


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 159
2 OS CHAKRAS................................................................................................................................... 159
3 AROMATERAPIA............................................................................................................................ 161
3.1 O QUE É AROMATERAPIA E A QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS........................... 162
3.1.1 Óleo Essencial x Essência ................................................................................................. 163
3.1.2 Formas de uso da aromaterapia....................................................................................... 164
3.1.3 Dosagens dos óleos essenciais.......................................................................................... 166
3.1.4 Toxicidade de óleos essenciais.......................................................................................... 167
3.1.5 Os óleos essenciais – alguns exemplos importantes...................................................... 168
3.1.6 Óleos vegetais – exemplos................................................................................................. 169
4 HIDROTERAPIA.............................................................................................................................. 170
5 GEOTERAPIA E ARGILOTERAPIA............................................................................................ 172
6 CROMOTERAPIA............................................................................................................................ 173
7 PEDRAS QUENTES E PEDRAS FRIAS....................................................................................... 175
8 CRISTALOTERAPIA....................................................................................................................... 176
9 ALGOTERAPIA................................................................................................................................ 179
10 MASSOTERAPIA........................................................................................................................... 180
10.1 MASSAGEM COM VELAS...................................................................................................... 181
10.2 MASSAGEM COM BAMBU.................................................................................................... 181
10.3 MASSAGEM COM PANTALAS.............................................................................................. 182
10.4 MASSAGEM COM PINDAS.................................................................................................... 182
10.5 MASSAGEM AYURVEDA........................................................................................................ 183
10.6 MASSAGEM TIBETANA ........................................................................................................ 185
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 188
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 189

TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA,


ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA......................................................... 191
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 191
2 CLASSIFICAÇÃO DE SPAS .......................................................................................................... 191
3 ESTRUTURA FÍSICA DE UM SPA............................................................................................... 193
4 ESTRUTURA TÉCNICA DE UM SPA.......................................................................................... 194
5 ADMINISTRAÇÃO DE SPAS....................................................................................................... 195
5.1 FLUXO DE CAIXA ..................................................................................................................... 198
5.2 CAPITAL DE GIRO..................................................................................................................... 199
5.3 CUSTOS . ...................................................................................................................................... 200
LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................................................... 202
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 205
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 206

REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 208
UNIDADE 1 —

AMBIENTE PARA A MASSAGEM E


POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES
BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA
INTRODUÇÃO A MASSAGEM.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• entender o funcionamento de uma sala de massagens, cumprir


os pré-requisitos relativos à biossegurança, ergonomia e ética da
prática de massagens;

• conhecer a história da Medicina Tradicional Chinesa, seus concei-


tos, suas teorias fundamentais, bem como as principais técnicas
utilizadas para estabelecer a saúde;

• adquirir conhecimentos teóricos e práticos introdutórios em relação


à massagem clássica, também conhecida como massagem sueca;

• compreender os mecanismos fisiológicos envolvidos na massa-


gem clássica e suas indicações e contraindicações.

1
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL,


BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO
ATENDIMENTO

TÓPICO 2 – NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA


TRADICIONAL CHINESA (MTC)

TÓPICO 3 – INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1

AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL,


BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO
ATENDIMENTO

1 INTRODUÇÃO

Olá, acadêmico! Iniciaremos este tópico com a seguinte pergunta: O que


você considera um ambiente ideal para massagem? Antes de iniciar a leitura,
pare por um minuto e se imagine como um cliente. Você agendou uma sessão de
massagem com um esteticista e está ansioso esperando por esse momento. Um
momento em que você se deitará em uma maca e irá finalmente relaxar e se sentir
cuidada, ou melhor, cuidando de si mesma.

Frequentemente, quando pensamos numa massagem relaxante imagens


vem a nossa mente, como essa:

FIGURA 1 – SALA DE MASSAGEM

FONTE: <https://bit.ly/3n1WhlR>; <https://bit.ly/3gk1Vyl>. Acesso em: 9 abr. 2021.

Um cenário muito belo e delicado, que só de olhar já causa uma boa sen-
sação. Nas duas imagens apresentadas na Figura 1, temos um cenário claro com
luz natural, uma maca aparentemente confortável e vários elementos, como ve-
las, plantas, flores, toalhas claras e aromas que induzem ao conforto e relaxam-
ento. Para alcançarmos o objetivo de ter um ambiente de massagem adequado
e que verdadeiramente deixe o cliente confortável, alguns cuidados devem ser
tomados. Esses cuidados envolvem tanto a parte estrutural do ambiente como
também cuidados de higiene, biossegurança, ergonomia, ética e comportamento
durante a sessão. Vamos falar de cada um desses itens em mais detalhes.

3
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

2 A SALA DE MASSAGEM
Anteriormente, citamos alguns elementos que devem aparecer numa sala
de massagem. Vamos, agora, falar de um elemento central na massagem: a maca.
Se você já foi cliente de massagem alguma vez na vida, sabe que deitar em uma
maca que não é confortável pode levar toda a experiencia de relaxamento por
água abaixo. Os braços começam a doer, a cabeça começa a pesar e o pescoço con-
trai e pode te deixar muito desconfortável depois de uns poucos minutos.

Observe a maca da Figura 2. Essa maca possui um encaixe especial para a


cabeça do cliente, pois permite um perfeito alinhamento da coluna vertebral, sem que
seja necessário apoiar a cabeça nos braços ou virar o pescoço para poder respirar. Além
disso, essa maca é acolchoada, o que gera mais conforto. A estrutura em madeira dá
mais firmeza, o que permite à pessoa se mexer sem medo de cair. E a largura também é
importante, pois macas muito finas podem dar muita insegurança, especialmente se o
cliente tiver um tamanho maior. Macas de alumínio precisam ser muito bem avaliadas
para garantir que possam dar a mesma segurança. Tudo isso torna a experiência da
massagem muito melhor. Por isso, quando você for adquirir uma maca para a sua sala
de massagens, pense nela como um elemento central. De nada adianta ter um ambiente
todo enfeitado e harmonizado, se a maca não oferecer conforto.

FIGURA 2 – A MACA IDEAL PARA A SALA DE MASSAGENS

FONTE: <https://bit.ly/3uRb4mi>. Acesso em: 9 abr. 2021.

Agora, vamos falar dos demais elementos da sala de massagem?

• Pense no ambiente com muito carinho, ele será um acolhimento para seu
cliente. É um momento muito esperado e deve atender as expectativas, prepa-
re tudo com calma e antecedência para não esquecer nenhum material. Assim
você evita interromper o fluxo depois que já tiver iniciado a massagem.
• A temperatura da sala deve ser agradável. Nem muito fria e nem muito quen-
te. Na dúvida, pergunte ao cliente como ele se sente melhor. Lembre-se que o
cliente irá relaxar, logo poderá sentir mais frio que o normal. O ambiente deve
ser ventilado, sem corrente de ar e jamais sufocante.

4
TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO

• Uma iluminação natural remete natureza e deixa o cliente mais relaxado. Se não
for possível luz natural, invista em luminárias de baixa intensidade ou em velas.
• A aromaterapia pode auxiliar muito, visto que os óleos essenciais, além de
perfumarem o ambiente, auxiliam no relaxamento e dão oportunidade de
ampliar o efeito terapeutico.
• Hoje em dia, é difícil termos locais totalmente silenciosos. Se sua sala tiver mui-
to ruído externo você pode colocar uma música calma, ou então, investir em
fontes de água que reproduzem o som de uma cachoeira. Nunca deixe o rádio
ou televisão ligados. As notícias e propagandas podem arruinar a experiencia.
• As toalhas devem ser brancas ou de cores claras e devem estar sempre limpas
e cheirosas.
• Rolinhos ergonômicos para colocar em baixo dos joelhos quando o cliente
estiver deitado de costas são objetos a serem considerados, pois alivia muito
a pressão na região lombar.
• É comum utilizar óleos e cremes de massagem para fazer o deslizamente ideal. Lem-
bre-se sempre de perguntar sobre possíveis alergias que o cliente possa ter. Após a
aplicação, faça uma obervação sobre vermelhidões e coceira que possa surgir. Afinal,
você não quer que seu cliente saia da sessão pior do que entrou, não é mesmo?

Ao tomar esses cuidados básicos, a terapia de massagem torna-se muito


mais eficaz e é um portal para fidelizar seus clientes.

3 BIOSSEGURANÇA NA MASSAGEM
A biossegurança é definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) como: “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destina-
das a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que pos-
sam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente” (LESSA, 2014, s. p.)

Esse conceito é primordial para qualquer área da saúde, e não é a toa que
existe uma disciplina inteiramente dedicada ao estudo da importancia e aplica-
bilidade da biossegurança em todas as áreas da saúde. Desde hospitais, clínicas,
farmácias, até salões de beleza e estéticas, todos precisam cumprir as normas de
biossegurança para poderem atuar.

Vamos abordar, então, alguns detalhes da biossegurança aplicada à mas-


sagem. Para começar, vamos pensar em alguns itens que são indispensáveis:

Qual a vestimenta ideal para a massagem? A esteticista deve sempre estar


de jaleco, utilizando máscara, de cabelos presos e também vestindo um confortável
sapato fechado. Especificamente, para a massagem, é importante que as unhas es-
tejam muito bem cortadas, para evitar arranhar o cliente e, de preferência, sem es-
malte ou esmalte claro. Esses itens demonstram assiduidade do profissional.

5
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

FIGURA 3 – VESTIMENTAS DE SEGURANÇA PARA O ESTETICISTA (JALECO, MÁSCARA E


CABELOS PRESOS)

FONTE: <https://bit.ly/3wbRxxd>. Acesso em: 9 abr. 2021.

É importante, como já mencionamos, que o ambiente esteja limpo e prepa-


rado antes de cada sessão. Para isso, utilize o álcool 70% para higienizar a maca
e os utensílios que serão utilizados. Após higienizar a maca, forre-a com o lençol
descartável e disponha as tolhas limpas sobre ela.

E
IMPORTANT

Você sabia que a concentração de 70% é a ideal para matar microorganismos pre-
sentes nas superfícies e produtos? Nessa concentração, o produto tem a quantidade ideal de
água para facilitar a entrada do álcool no interior do microorganismo. Isso porque, 30% de água
junto ao etanol impede a rápida evaporação do álcool, permitindo maior tempo de contato para
que haja a penetração do álcool no interior do microorganismo, resultando na sua destruição.

FONTE: <https://bit.ly/3tsXYLk>. Acesso em: 9 abr. 2021.

É comum a utilização de cremes e óleos de massagem. Muitas vezes nos es-


quecemos que esses itens, se não forem muito bem conservados e limpos, podem ser
vetores para uma possível contaminação por fungos ou bactérias entre os clientes.

Vamos relembrar alguns tipos de fungos e doenças de pele que podem


acometer as pessoas e ser transmitidos num ambiente mal higienizado. Segundo
Barbieri e Ischida (2021), as micoses são doenças de pele causadas por fungos, e
podem ser classificadas da seguinte maneira: superficiais, cutâneas, subcutâneas
e sistêmicas e oportunistas.

As micoses superficiais são aquelas em que o fungo acomete camadas mais su-
perficiais da córnea da pele, ou a haste livre dos pelos, geralmente do gênero Trichosporon
e Malassezia. Essa infecção se manifesta por manchas pigmentares descamativas na pele,
distribuídas pelo tórax, abdome e membros superiores (BARBIERI; ISCHIDA, 2021).

6
TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO

FIGURA 4 – MICOSES DE PELE

FONTE: <https://bit.ly/3tSDpre>. Acesso em: 9 abr. 2021.

Nem sempre as manchas são evidentes, e podem acabar passando desper-


cebidas pelo profissional. Para evitar maiores problemas, quando você for com-
prar produtos para massagem perceba as embalagens, aquelas que apresentam
válvula tipo “pump” são ideiais. Elas impedem o contato das mãos do manip-
ulador com o conteúdo, e, dessa forma, conservam melhor o produto. Quando
perceber que as embalagens estão melecadas, passe um pano com alcool 70%.
Isso também deve ser feito entre um cliente e outro. Quando não for possível
adquirir embalagens com válvula, adquira espátulas descartáveis para pegar o
produto. O produto deve ser retirado com espátula e ser colocado em cubeta. Se
sobrar o produto na cubeta, deve ser descartado. Jamais coloque as mãos dentro
dos potes. Isso contamina o produto, e pode propagar fungos entre os pacientes.

FIGURA 5 – EMBALAGENS TIPO PUMPS OU ESPÁTULAS DEVEM SER USADAS PARA IMPEDIR A
CONTAMINAÇÃO CRUZADA

FONTE: A autora

7
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

4 ERGONOMIA
A ergonomia pode ser entendida como a ciência que estuda a forma do
trabalho humano, no sentido de adaptar o trabalho, o aspecto da organização e
os elementos constituintes do seu envolvimento ao indivíduo, de acordo com as
suas características físicas, fisiológicas, psicofisiológicas, biomédicas e psicológi-
cas (MARTINS; PEREIRA, 2019). Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia
(ABERGO), a ergonomia pode ser dividida em física, cognitiva e organizacional:

• Ergonomia física: inclui o estudo da postura no trabalho, manuseio de ma-


teriais, movimentos repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados
ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.
• Ergonomia cognitiva: estuda a carga mental de trabalho, tomada de decisão,
interação homem computador, stress e treinamento.
• Ergonomia organizacional: inclui as estruturas organizacionais, políticas e de
processos das empresas. Estuda a comunicação, gerenciamento de recursos,
projetos de trabalho, organização de tempo, trabalhos em grupo, novos para-
digmas do trabalho, cultura organizacional, gestão da qualidade dentre outros.

Com isso, vê-se que a ergonomia é uma ciência séria e que deve ser levada
a sério durante a sessão de massagem. Para melhor performance do profissional,
é muito importante prestar atenção na ergonomia. A má postura do profissional
durante a sessão de massagem será facilmente percebida pelo cliente e pode gerar
tensão. Os benefícios de uma postura correta ajudam o profissional de estética
a direcionar melhor a sua energia em relação ao cliente. A direção, pressão e o
ritmo das manobras são facilmente controlados, evita a tensão mecânica sobre
o corpo do profissional, as mãos ficam mais relaxadas, a respiração ocorre sem
esforço e o profissional mantém os pés bem apoiados (CASSAR, 2001).

O requisito mais importante para uma massagem eficaz é uma boa téc-
nica, aplicada com esforço mínimo. Na maior parte dos movimentos
de massagem a posição do terapeuta é um aspecto essencial da técnica.
A posição, em relação tanto à maca de tratamento quanto ao paciente,
influencia a eficácia e o fluxo das manobras; consequentemente o tera-
peuta precisa assumir a postura adequada antes de tocar a pessoa que
receberá a massagem (CASSAR, 2001, p. 58).

FIGURA 6 – ALINHAMENTO IDEAL DO PROFISSIONAL DURANTE A MASSAGEM

FONTE: A autora
8
TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO

É importante o bom posicionamento da coluna em qualquer trabalho ou


labor, pois é dela que são emanadas todas as ramificações do sistema nervoso e por
isso a postura correta é extremamente importante durante qualquer atividade física
(PUERARI; CIAPPINA, 2011). Veja um exemplo de como ficam as articulações da
coluna vertebral sobre pressão intervertebral com a inclinação para frente. A má
postura somada ao esforço repetitivo pode causar muita dor ao profissional.

FIGURA 7 – DESTAQUE PARA AS ARTICULAÇÕES PREJUDICADAS DURANTE A MÁ POSTURA

FONTE: (BRASIL, 2001, p. 11)

Outro ponto a ser considerado é a má postura, que, ao longo do tempo, pode


gerar as doenças conhecidas como ‘lesões por esforço repetitivo’ (LER) ou distúr-
bios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). O que pode ser a causa de
afastamento ou encurtamento de tempo de trabalho dos profissionais. Segundo um
boletim lançado pelo Ministério da Previdência Social, no período de 2000 a 2011:
As doenças motivadas por fatores de riscos ergonômicos e a sobre-
carga mental têm superado os traumáticos – como fraturas. Enquanto
as primeiras, responsáveis pelos afastamentos por doenças do traba-
lho, alcançaram peso de 20,76% de todos os afastamentos, aquelas do
grupo traumático, responsáveis pelos acidentes típicos, representaram
19,43% do total. Juntas elas respondem por 40,25% de todo o universo
previdenciário (BRASIL, 2020, s. p.).

Puerari e Ciappina (2011) realizaram um extenso trabalho de revisão sobre


ergonomia e profissionais da área de massoterapia com o intuito de desenvolver um
novo modelo de macas ergonômicas e que protegessem profissionais de diferentes
alturas contra lesões causadas por má postura. Chegaram ao seguinte modelo:

Determinou-se o comprimento final do móvel baseando-se na média de


altura do homem brasileiro (1,73 m). Sendo assim, definiu-se a medida de 1,80
m para o comprimento, a fim de atender o maior número possível de usuários.
A largura de 0,75 m foi utilizada para abranger mais confortavelmente os braços
dos diferentes padrões corporais. E os dois níveis de regulagem de altura foram
estabelecidos em 0,70 m e 0,80 m (PUERARI; CIAPPINA, 2011, p. 79).

9
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

DICAS

Quer aprender mais sobre ergonomia e modelos de maca dis-


poníveis no mercado? Este trabalho é muito interessante e você pode ler
na íntegra em:

Para evitar que o profissional sofra com esse tipo de problema, o ideal é
cuidar também do seu próprio corpo. A prática de exercício físico ajuda a fortale-
cer a musculatura e melhorar a postura. Além disso, fazer alongamentos entre as
sessões de massagem pode ser uma boa ideia para que o profissional não chegue
ao final do dia com dores corporais. Veja as dicas:

FIGURA 8 – ALONGAMENTOS PARA SEREM FEITOS ENTRE AS SESSÕES DE MASSAGEM

FONTE: <https://bit.ly/2SYrpHV>. Acesso em: 12 abr. 2021.

5 ÉTICA
Caro acadêmico, vamos iniciar este subtópico do Tópico 1 com algumas
perguntas simples: ‘Você sabe o que é ética profissional?’. Talvez você já tenha
ouvido falar muito desse termo. Na prática, você sabe como ele se aplica? Co-
nhece exemplos de profissionais éticos? E conhece exemplos de profissionais que
não foram éticos? Talvez conheça até alguém que já sofreu ação judicial por ter
descumprido o Código de Ética da sua profissão.

10
TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO

A ética profissional é constituída por um conjunto de fatores, os quais po-


demos nomear o caráter da pessoa, os valores e princípios, o comportamento, o
relacionamento no ambiente de trabalho. A ética profissional é aplicada para toda
e qualquer profissão, seja ela formal ou não. Bons relacionamentos com a equipe
de trabalho, sejam chefes ou subordinados, e com os clientes contribuem para o
crescimento profissional, e isso reflete diretamente na qualidade de vida de todas
as pessoas envolvidas. Afinal, quem não gosta de cultivar boas amizades no local
de trabalho? E saber que pode contar com seus colegas quando precisar?

O Código de Ética é um documento oficial, publicado pelos conselhos e sindica-


tos de quaisquer profissões existentes, ou seja, ele não é único, mas sim particular a cada
profissão separadamente. O principal objetivo de um Código de Ética é normatizar e
delimitar a atuação dos profissionais de cada área, dizendo assim, o que é permitido ao
profissional e o que foge do seu espectro de ação. Para ilustrar mais profundamente este
tema, iremos abordar agora o “Código de Ética dos Profissionais de Estética”.

No Brasil, ainda não existe um sindicato nacional oficial para os esteticis-


tas, ao qual poderiam se associar os sindicatos estaduais. Portanto, vamos tomar
como exemplo o Código de Ética publicado pelo Sindicato dos Empregadores
em Empresas e autônomos em Estética e Cosmetologia do Estado de São Paulo
(Sindestética). Vamos detalhar e discutir aqui alguns tópicos:

No Capítulo I, Artigo 3º, parágrafo VIII: “Indicar, sempre que necessário ou


quando detectar patologia que não esteja ao alcance de seus conhecimentos técnicos
e científicos, o serviço de profissionais especializados” (ASSOCEMSP, 2018, p. 1).

No Código, podemos ver claramente que o profissional de estética não


deve fazer nenhum tipo de diagnóstico e deve indicar ao cliente que ele procure
um médico ou outro profissional da saúde, como fisioterapeuta ou psicólogo,
para solucionar o problema.

No Capítulo II, Artigo 5º, parágrafo IV: “Selecionar a técnica, tipo de terapia,
recurso de trabalho assim como o estímulo a ser feito, de acordo com a ficha de ava-
liação e as necessidades do cliente” (ASSOCEMSP, 2018, p. 2). Aqui fica claro que o
profissional de estética precisa ter conhecimento técnico para avaliar o seu cliente e
definir qual o melhor tratamento para o caso, registrando tudo em uma ficha de ava-
liação. É muito importante esse registro, uma vez que algumas informações podem
se perder ao longo do tempo. Lembre-se que isso traz segurança a você também.

Ainda no Artigo 5º, parágrafo V: “Orientar o cliente sobre condutas de


prevenção de afecções estéticas” (ASSOCEMSP, 2018, p. 2).

Vê-se que o profissional de estética deve orientar seu cliente com cuidados
fora da clínica de estética. Isso é importante, pois assim os seus resultados ten-
dem a ser melhores. Não podemos deixar o cliente sem orientação com o intuito
de que ele volte para corrigir eventuais problemas causados por falta de conhe-
cimento. Agora vamos analisar mais cautelosamente o Artigo 6º, veja o que diz:

11
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

Art. 6º – É vedado ao Esteticista, no exercício de suas funções:


I- Prescrever ou aplicar medicamentos.
II- Induzir pessoas a recorrerem aos seus serviços.
III- Prolongar desnecessariamente as sessões de procedimento estético.
IV- Divulgar resultados e métodos de pesquisas não realizadas por si.
V- Atrair cliente mediante a propaganda falsa, que ponha em risco a
credibilidade da classe.
VI- Utilizar ou divulgar produtos que não estejam cientificamente
comprovados (ASSOCEMSP, 2018, p. 2).

Infelizmente, vemos muito esse tipo de conduta por aí. Indicar tratamen-
tos desnecessários, prolongar o tempo de atendimento, indicar mais sessões ou
mesmo diminuir o intervalo entre sessões são questões muito graves e que põe
em xeque a credibilidade do profissional.

O cliente, mais dia menos dia, pode perceber que há algo errado. Ele é
livre para pesquisar e recorrer a outros profissionais. Então sempre tenha em
mente o melhor para seu cliente.

Continuando, o Capítulo III do Código de Ética fala sobre o respeito ao


cliente. Gostaríamos de destacar alguns parágrafos para você, caro acadêmico:
III- Respeitar as convicções religiosas, políticas e filosóficas do cliente.
V- Manter comportamento ético, incluindo o sigilo profissional.
XIV- Manter senso estético social em seu local de atendimento,
ambiente de trabalho e sobre si mesmo.
XVI- Relacionar com cuidados de biossegurança e zelar pela saúde
(ASSOCEMSP, 2018, p. 2-3).

Muitas vezes os profissionais de estética são verdadeiros ouvintes dos


problemas de seus clientes. As pessoas, além de procurarem serviços de beleza,
gostam de conversar, contar seus problemas, e desabafar.

Claramente, o profissional de estética não é psicólogo, mas pode sim, ser


um amigo. Só que alguns cuidados precisam ser tomados nessa relação, de forma
que os princípios éticos não sejam feridos. Assim, quando perceber que o seu
cliente tem um problema mais grave, você pode indicar a ele outro profissional.
Ou, se este não for o caso, você pode apenas ouvir e aconselhar como amigo, sem,
no entanto, tentar impor suas crenças e filosofias. No entanto, lembre-se sempre
do sigilo profissional. Nunca se deve comentar com outras pessoas os problemas
do cliente, nem mesmo os tratamentos que ele está fazendo.

Se você trabalha em um ambiente com mais pessoas, também precisa ter


cuidado com os assuntos abordados no dia a dia, e na medida do possível sua
vida pessoal deve ser resguardada.

O último artigo destacado é o Artigo 16, o qual fala sobre a biossegurança


do cliente. Nunca devemos reaproveitar quaisquer materiais contaminados em
outros clientes. Isso inclui luvas, toalhas, espátulas e demais utensílios. Mesmo
que o cliente não esteja vendo esse compartilhamento, devemos nos colocar no
lugar do cliente e pensar eticamente em relação a isso.
12
TÓPICO 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM: LUGAR IDEAL, BIOSSEGURANÇA, ERGONOMIA E ÉTICA NO ATENDIMENTO

Já o Capítulo V trata da relação com outros profissionais. Veja o que diz o


Artigo 8º, III: “Manter comportamento ético com seus pares evitando críticas ou
praticando atos que prejudiquem seu trabalho ou sua reputação” (ASSOCEMSP,
2018, 3). Este item é um ponto crítico e requer uma reflexão. A realidade que
percebemos hoje, são muitos profissionais que tentam desabonar a imagem de
algum colega de classe com a finalidade de se enaltecer a ganhar mais clientes.

Partindo, agora, para o Capítulo VI do Código de Ética, podemos ver que


ele trata da “Divulgação e Publicidade”. Este é outro item que requer muito cui-
dado. Hoje em dia, com o grande acesso às redes sociais, temos uma verdadeira
vitrine de procedimentos estéticos à disposição.

Os profissionais utilizam as redes para divulgar o seu trabalho, e não há nada


de errado com isso, porém, temos que tomar cuidado com o tipo de informação di-
vulgada. Por exemplo, deve ser evitado publicar fotos comparativas de antes e depois
de tratamentos estéticos fazendo a utilização de filtros digitais, ou, ainda, enaltecen-
do certas partes do corpo que já eram mais bonitas sem mesmo receber tratamento.

Deve-se ter cuidado também com a divulgação de fotos não autorizadas


pelos clientes. Muitos clientes não gostam de divulgar que passaram por procedi-
mentos estéticos, quem dirá colocar suas fotos nas redes. Lembre-se que qualquer
divulgação de foto deve ser autorizada pelo cliente, o qual deverá assinar um
termo autorizando. Isso evitará constrangimentos e possíveis processos judiciais.

NOTA

Reconhecimento e regulamentação do profissional de estética: regulamen-


tação profissional é o ato de regulamentar, normatizar uma profissão. Trata-se da redação
e da publicação de regras e normas para o exercício profissional. Consequentemente,
acontece a formação de um Conselho Profissional e a elaboração de um Código de Ética.
A profissão de esteticista é reconhecida e foi regulamenta. Sob a Lei nº 13.643/2018, a qual
“regulamenta as profissões de esteticista, que compreende o esteticista e cosmetólogo, e
de técnico em estética” (BRASIL, 2018, s. p.).

Por fim, caro acadêmico, leia atentamente o Código de Ética indicado a seguir.
Sugerimos fortemente que esse tema seja debatido em detalhes nos seus encontros
de grupo. Guiar-se pela ética é um grande pilar para o sucesso profissional. Esteja
seguro das suas ações profissionais e nenhum obstáculo será capaz de lhe perturbar.

13
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

DICAS

O Código de Ética do Sindicato dos Empregadores em Empresas e autônomos


em Estética e Cosmetologia do Estado de São Paulo pode ser encontrado na íntegra em:
https://bit.ly/3frmkzg.

14
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• O ambiente ideal para a realização de massagens e terapias é uma sala limpa,


organizada, perfumada e relaxante.

• A prática de alongamentos, o cuidado com a postura e a escolha da maca


ideal são fatores importantes para que a terapia tenha máxima qualidade ao
cliente e evitem lesões ao profissional.

• A higiene e a biossegurança do ambiente e utensílios utilizados nas massa-


gens são alguns cuidados básicos a serem tomados.

• É preciso conhecer a fundo o Código de Ética do profissional de estética.

15
AUTOATIVIDADE

1 A preparação antecipada do ambiente de massagem é essencial para um


atendimento de sucesso. Isso demonstra cuidado com o cliente que virá.
Pensando nisso, cite cinco itens que não podem faltar no preparo da sala:

2 As normas de biossegurança são importantes para evitar a propagação de


doenças e a contaminação do profissional e do paciente com possíveis mi-
crorganismos. Em relação à biossegurança, descreva como deve ser a más-
cara ideal e a importância de usá-la durante os atendimentos.

3 Manter uma postura adequada durante o atendimento de massagem é im-


portante, pois, além de oferecer conforto ao profissional, irá resultar numa
melhor técnica aplicada ao cliente. Sobre o exposto, analise as afirmativas a
seguir e classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A altura ideal da maca de massagens deve ser de 1 metro e 20 centímetros.


( ) Os pés devem se manter alinhados ao limite da maca e os joelhos leve-
mente flexionados.
( ) Os braços devem se manter retos e mais rígidos para que a manobra seja
mais eficaz.
( ) A flexão exagerada da coluna pode lesionar os discos intervertebrais.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – F – V.

4 O Código de Ética é um documento oficial que descreve diretrizes que


orientam os profissionais quanto posturas e atitudes ideais, moralmente
aceitas ou toleradas pela sociedade. Pensando nisso, descreva três condutas
ideais para seus clientes.

5 Hoje em dia, ainda não existe um Código de Ética do profissional de estética


que seja unificado para todo o Brasil. Contudo, podemos tomar por exemplo
o Código de Ética do Estado de São Paulo, para guiarmos nossas ações. Pen-
sando nisso, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Se uma cliente pedir indicação de remédios para emagrecimento, posso


indicar sem problema algum.
b) ( ) Se uma cliente relatar que está com um problema familiar, o melhor
jeito de ajudá-la seria contar sobre o problema para sua vizinha, pois ela
poderia ajudar melhor.

16
c) ( ) Se uma cliente relatar problemas, dizer que se sente muito triste e de-
seja sumir do mundo, é possível auxiliá-la indicando um terapeuta ou
psicólogo, por exemplo.
d) ( ) Se uma cliente contar que acabou de descobrir que está grávida, o me-
lhor a fazer é indicar sessões de drenagem linfática para início imediato.

17
18
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1

NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA


TRADICIONAL CHINESA (MTC)

1 INTRODUÇÃO

Caro acadêmico, neste tópico aprenderemos sobre a Medicina Tradicional


Chinesa, a qual vamos abreviar como MTC. A MTC é um sistema de medicina
muito amplo, que difere muito do sistema de medicina ocidental.

Por ser totalmente diferente, aprender sobre a MTC requer profundos es-
tudos e uma ampla formação complementar. Isso deve ficar claro desde o início,
pois o objetivo aqui será introduzir esse assunto a você, acadêmico, porém, não
temos a intenção de esgotar o assunto. Para aqueles que decidirem trabalhar com
o sistema de MTC, sugerimos aprofundar os conhecimentos.

2 HISTÓRIA E INTRODUÇÃO DA MEDICINA TRADICIONAL


CHINESA
A MTC tem uma longa história, e sua teoria médica, única e sistemática,
é a cristalização de milhares de anos de experiência do povo chinês em sua luta
contra as doenças. É um dos elementos centrais da cultura chinesa, considerada
patrimônio histórico, e tem contribuído significativamente para a saúde chinesa.

Com seus notáveis efeitos terapêuticos, características únicas e filosofia


oriental, a MTC foi bem recebida pelo mundo em geral e desempenha um papel
importante na promoção da saúde, bem-estar e longevidade da humanidade.

QUADRO 1 – RESUMO DA HISTÓRIA DA MTC

Sete etapas da história da medicina chinesa

Antiguidade
Origem da acupuntura e da fitoterapia.
remota ao
Teoria Yin Yang – Yi Jing [Livro das Mutações] – o mais anti-
início do século
go clássico na China.
V a.C.

19
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

Século V a.C. ao O Huang Di Nei Jing [O Clássico da Medicina do Imperador


século III a.C. Amarelo] – o trabalho de referência mais influente para os
(Período dos praticantes da MTC.
Estados O famoso médico Bian Que – o primeiro a confiar principalmen-
Combatentes) te no pulso e no exame físico para o diagnóstico de doenças.
Os médicos famosos Chun Yu Yi, Zhang Zhong Jing e Hua
Tuo viveram nesse período.
Hua Tuo – A primeira pessoa na China e no mundo a usar
221 a.C. a 264 d.C.
anestesia.
– dinastias Qin
Chun Yu Yi – deu um exemplo para médicos posteriores em
e Han, início dos
escritos de casos médicos.
Três Reinos
Zhang Zhong Jing – Escreveu Shang Han Lun [Tratado sobre
Dano de Frio e Doenças Diversas], que estabeleceu os princí-
pios de diferenciação e tratamento da síndrome.
Os médicos de destaque nesse período foram os seguintes:
Wang Shu He-Mai Jing [The Pulse Classic], a primeira mono-
grafia sobre esfigmologia, classificou as condições de pulso em
24 tipos. Possui grande influência da esfigmologia no mundo.
Ge Hong – Zhou Hou Bei Ji Fang [Manual de prescrições para
emergências]. Muitos tratamentos de doenças, valiosos, po-
265-959 d.C. –
rém simples e eficazes, foram registrados.
dinastias Jin, Sui
Cao Yuan Fang – Zhu Bing Yuan Hou Lun [Sobre Etiologia
e Tang
e Síndromes da Doença], a primeira monografia sobre etiolo-
gia e síndromes
Sun Si Miao — Bei Ji Qian Jin Yao Fang [Fórmulas essenciais
para emergências que valem mil moedas de ouro]. Suas enor-
mes contribuições para a medicina chinesa o tornaram “Rei
da Medicina da China”.
Os médicos desse período estudaram extensivamente as teo-
rias médicas e desenvolveram-se diferentes escolas de pensa-
mento, principalmente Zhu Dan Xi e Li Dong Yuan.
Li Dong Yuan — Pi Wei Lun [tratado sobre o Baço e o Estô-
960-1368 –
mago], o livro final é considerado sua maior obra-prima. Um
Dinastias Song,
dos quatro grandes mestres das dinastias Jin-Yuan.
Jin e Yuan
Zhu Dan Xi — Seguindo Liu He Jian [Resfriamento], Zhang Zi He
[atacando] e Li Dong Yuan [Terra], como o mais jovem dos quatro
grandes mestres da Dinastia Jin/Yuan, ele teve a oportunidade de
estudar e refinar todas as outras três escolas de pensamento.
Sistematização e expansão da teoria e literatura médica.
Teoria das doenças quentes.
Li Shi Zhen – Ben Cao Gang Mu [Grande Matéria Médica] in-
1368-1840 –
cluiu discussões sobre substâncias de 1892 e, entre seus tópicos,
Dinastias Ming e
descreveu o uso de algas e tireoides animais para tratar o bócio.
Qing
Zhang Jing Yue – Seus ensinamentos são conhecidos como
a escola da Tonificação Quente. Ele defendeu que o frio ou
drogas frias devem ser usadas com cautela.

20
TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

1840-1949 – Desenvolvimento adicional da teoria das doenças quentes.


Dinastia Qing, Guerras do ópio.
República Chinesa Medicina ocidental introduzida na China, modernização
FONTE: Adaptado de Wang (2019)

A MTC foi desenvolvida na China e os primeiros registros datam de mais


de 10 mil anos atrás. A base de diagnóstico da MTC envolve muitas partes do
corpo e pode ser feita a partir da análise de língua, do pulso, da íris, do pavilhão
auricular, fazendo palpação, entre outros. A análise dessas partes visa detectar
como está o padrão de energia vital do corpo, a qual na MTC é chamada de ‘Qi’
ou ‘Chi’. O Chi envolve a essência e a alma do corpo, quando o Chi está desequili-
brado temos as doenças e quando o Chi se esvai, segundo a MTC, o corpo morre.
O Chi circula através do corpo por canais chamados meridianos e as diversas
técnicas da MTC buscam harmonizar e equilibrar esses meridianos (KING, 2020).

A prática da Medicina Tradicional Chinesa é baseada na experiência. O


sistema teórico é construído por meio de uma filosofia materialista simples e anti-
ga, o método da "diferenciação da síndrome" e o uso de meios naturais para tratar
doenças, é preferido ao invés de enaltecer a ciência e tecnologia contemporâneas
(DONG, 2013). O foco da MTC é a prevenção e manutenção da saúde, por isso
a MTC trata a raiz do problema e não apenas os sintomas. Alguns exemplos das
técnicas trabalhadas na MTC são:

• Fitoterapia.
• Acupuntura.
• Auriculoterapia.
• Terapias Manuais – Tui Na, Reflexologia, Shiatsu, Do In, Quick Massage.
• Práticas Físicas – Tai chi chuan, Chi kung.
• Moxabustão.
• Ventosaterapia.
• Feng Shui.

Agora que já apresentamos uma breve introdução sobre a MTC, iniciare-


mos os estudos de algumas de suas teorias fundamentais.

3 TEORIAS QUE FUNDAMENTAM A MTC


A MTC costuma fazer muitas associações e metáforas com a natureza e com a
civilização chinesa, dessa maneira surgem as suas teorias. Agora serão apresentadas
algumas de suas principais teorias: Yin & Yang; teoria Wu Shing e a teoria Zang Fu.

21
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

3.1 TEORIA YIN E YANG


A teoria da MTC afirma que a patogênese de todas as doenças é causada
pelo desequilíbrio de yin e yang do corpo. Registros antigos afirmam que “Se
yin e yang estão em um equilíbrio relativo, as atividades da vida serão mantidas
normalmente; se yin e yang forem separados, o esgotamento da essência vital
acontecerá” (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013).

A Teoria Yin-Yang é baseada no fato de que a estrutura básica do ser hu-


mano é a mesma do universo. Na MTC todos os fenômenos da natureza são clas-
sificados em dois polos opostos: o yin (negativo) e o yang (positivo). Essas duas
forças são inseparáveis e devem estar em constante harmonia, são forças opostas
e complementares (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013).

O yin e yang são representados pela figura do TAO – o absoluto, o infinito, a


essência, a suprema realidade, a divindade, a inteligência cósmica, a vida universal,
a consciência invisível, o insoldável. Nunca representa um indivíduo, uma pes-
soa, como Deus nas teologias ocidentais (RIBEIRO; SILVA, 2013). Segundo KING
(2020), o símbolo do TAO dá uma ideia de movimento, transformação e equilíbrio.

FIGURA 9 – SÍMBOLO DA TAO

FONTE: King (2020, p. 7)

O equilíbrio de yin e yang se correlaciona com a harmonia das funções con-


juntas de cada sistema. Se o corpo humano estiver equilibrado, as pessoas perma-
necerão saudáveis. Caso contrário, ocorrerão doenças ou mesmo a morte. Assim
como a origem de todas as doenças, a causa do câncer também é induzida pelo de-
sequilíbrio de yin e yang, que se manifesta como estagnação de Qi/Chi, coagulação
de catarro, estagnação de sangue e acúmulo de calor tóxico. Se o desequilíbrio de
yin e yang continuar, “yin pode separar-se de yang” e a “essência vital” se exaurir,
levando ao estágio final do câncer. Portanto, o princípio do tratamento, segundo a
MTC, é restaurar o equilíbrio yin-yang (RIBEIRO; SILVA, 2013).

Para a MTC os fenômenos da natureza, sentimentos, habilidade, compor-


tamentos, entre outras características, são classificados de acordo com a energia
yin-yang e é comum encontrarmos tabelas de classificação:

22
TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO CONFORME A ENERGIA YIN-YANG

FONTE: <https://bit.ly/3ftvsn9>. Acesso em: 12 abr. 2021.

A teoria do yin e yang classifica fenômenos e manifestações segundo


vários critérios, entre eles:

• Caracteres físicos – tudo o que é animado, em movimento, exterior, ascen-


dente, quente, luminoso, funcional e que corresponde à ação é yang. Tudo o
que está em repouso, tranquilo, interior, descendente, frio, sombrio, material
e que corresponde a uma substância (matéria) é yin.
• Natureza da manifestação – o céu está no alto, assim é yang; a terra por baixo,
então é yin. A água é de natureza fria, escorre, é yin. O fogo é de natureza
quente, suas chamas se elevam, é yang.
• Transformações – a princípio, o yang transforma-se em Qi/Chi, e o yin torna-
-se forma, matéria.

3.1.1 A energia vital e as substâncias vitais


Vamos ver agora alguns conceitos dentro da teoria yin-yang. O Qi/Chi,
Jing e Shen são chamados de “os três tesouros”. Juntos, eles formam a base para
a compreensão do corpo humano e das práticas de cura da Medicina Tradicional
Chinesa. Os conceitos a seguir foram formulados por Wang (2019).

23
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

• Qi ou Chi: é a mais básica das substâncias fundamentais, é a energia. Geral-


mente é traduzido como “força vital” e flui através dos Jing-luo (meridianos),
que corresponde a pontos específicos do corpo. Se o fluxo de Qi ficar obstruí-
do, o corpo não poderá realizar as Cinco Funções Cardeais e, como resultado,
poderá ocorrer a doença. Por exemplo, se houver deficiência de Qi, podem
ocorrer problemas como fadiga, baixa imunidade, má digestão e problemas
respiratórios. Da mesma forma, o excesso de Qi também pode resultar em
doenças, como estresse, insônia e boca seca.
• Jing: se traduz em “essência”, é a substância responsável tanto pelo imaterial
essencial (alma) quanto pelo ser físico essencial (corpo) de uma pessoa. É da
natureza yin e é armazenada nos rins. É considerada a matéria física mais
densa dentro do corpo e circula pelos Oito Vasos Principais, onde ajuda a criar
o sêmen, o sangue menstrual e a medula óssea. O Jing regula o crescimento
e o desenvolvimento do corpo e trabalha com o Chi para ajudar a proteger o
corpo de fatores externos prejudiciais. O Jing e Chi têm uma relação próxima.
Juntos, acredita-se que formam a base do shen, ou espírito.
• Shen: é a porção yang do Chi. Muitas vezes é traduzido como “espírito” e é
responsável por regular as emoções. Shen é armazenado no coração e entra
em um estado de repouso durante o sono. É nutrido por xue e armazenado
nos vasos sanguíneos. Os sintomas de desequilíbrio podem incluir doenças
mentais, como ansiedade e depressão extrema, mas também insônia.
• Xue: conhecido como o sangue é a força vital líquida do corpo, e seu propo-
nente principal é a nutrição. É de natureza yin e é considerado um subconjun-
to do Chi. O Chi dá origem ao sangue, que nutre os órgãos Zang-fu, que pro-
duzem mais Chi. O estômago e o baço são órgãos essenciais para a produção
de sangue e suas funções saudáveis. A circulação é uma função primordial de
Xue. Quando o sangue é insuficiente, podem surgir problemas com ansieda-
de, privação de sono e irritabilidade.
• Jin Ye: Jin Ye é uma palavra composta traduzida como fluidos corporais. Jin
se refere aos fluidos finos, claros e aquosos que nutrem a pele e os músculos,
como lágrimas e suor. Ye se refere aos líquidos viscosos e espessos que lubri-
ficam órgãos, como o cérebro e o fluido da medula espinhal. Jin Ye é yin por
natureza, e é produzido através do consumo de alimentos e bebidas, quando,
então, separa e distribui a nutrição por todo o corpo.

4 TEORIA DE WU SHING OU TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS


OU TEORIA DOS CINCO MOVIMENTOS

A Teoria dos Cinco Elementos, nos mostra que o homem primitivo para
sobreviver, tinha a necessidade de observar. Após séculos de estudos os chineses
sabiamente relacionaram cada símbolo com os órgãos e vísceras (zang fu) (RI-
BEIRO; SILVA, 2013). A Medicina Tradicional Chinesa incorpora tanto o Yin-Yang
quanto a teoria dos cinco elementos, chamada Wu Xing (LONGHURST, 2010).

24
TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

O Wu Shing estabelece um conjunto de interações entre cinco elementos


naturais. De acordo com a teoria, fogo, água, metal, madeira e terra são fases de
transformação que ocorrem em todos os fenômenos químicos, físicos, biológicos
ou psicológicos. A teoria dos cinco elementos – ou movimentos – foi estabelecida
por Zou Yan entre 350 a 270 a.C. (LONGHURST, 2010).

• MADEIRA: representa o início da mudança (o crescimento, o desenvolvimen-


to e a ascensão). É o elemento original, do qual os outros quatro evoluíram.
Esse elemento representa: yang-yin / fígado / vesícula / raiva / primavera /
ligamentos e tendões / olhos / azedo / grito / germinação/ nascimento.
• FOGO: representa o aquecimento e a expansão. É responsável pela qualidade
de relacionamento e criação de laços entre as pessoas. Esse elemento repre-
senta: yang-yang / coração / intestino delgado / euforia ansiedade / verão /
vasos sanguíneos / língua / amargo / riso / crescimento.
• TERRA: representa estabilidade. Tem a função do nascimento, da transforma-
ção, da aceitação e da contenção. Corresponde ao centro. Esse elemento repre-
senta: neutro / estômago / baço pâncreas / preocupação / canícula / músculos
/ boca / doce / canto / transformação.
• METAL: representa a mudança. Tem as funções de limpeza, clarificação,
restrição e declínio. Esse elemento representa: yin-yang / pulmão / intestino
grosso / tristeza / outono / pele / nariz / picante / choro / colheita.
• ÁGUA: tem as funções de umidade, de movimento para baixo, de noção de
frio, inércia, perda de forma. Esse elemento representa: yin-yin / rim / bexiga /
medo / inverno / ossos / orelhas / salgado / gemido / estocar armazenar.

O Quadro 3 apresenta a correlação dos órgãos e vísceras, as emoções e


demais características que envolvem os elementos da natureza:

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UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

QUADRO 3 – CARACTERÍSTICAS DOS CINCO ELEMENTOS

FONTE: <https://bit.ly/2Rp2Ovn>. Acesso em: 12 abr. 2021.

A interação entre os cinco elementos forma um ciclo criativo, no qual um


elemento gera o outro, mas, também, um restritivo (destrutivo), onde um ele-
mento controla o outro. Formando, então, o Ciclo de Geração e o Ciclo de Domi-
nação. Os elementos geradores são chamados de mãe, e os que são gerados são
chamados de filho. Já no ciclo da dominância, quer dizer que um elemento tem
domínio pelo outro elemento, conhecido como avô-neto (RIBEIRO; SILVA, 2013).

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TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

FIGURA 10 – CICLO GERAÇÃO E DOMINÂNCIA DOS CINCO ELEMENTOS

FONTE: <https://bit.ly/3eUj0xB>. Acesso em: 12 abr. 2021.

Os processos que envolvem o Wu Shing se dividem em estimulação/gera-


ção (representado pelo movimento circular) e inibição/dominância (que segue o
movimento do pentagrama) do Qi (chamado também de Chi).

No primeiro ciclo, a madeira alimenta o fogo, que produz terra com suas
cinzas, que reúne o metal, que origina a água, que ao se aquecer e dissolver, dá
vida à madeira. No segundo ciclo, a madeira nutre a terra, que retém a água, que
apaga o fogo, que funde o metal, que corta a madeira (RIBEIRO; SILVA, 2013)

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UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

QUADRO 4 – CICLO GERAÇÃO E DOMINÂNCIA

FONTE: A autora

Na MTC, cada elemento se relaciona com uma parte do corpo humano.


O fogo está ligado à cabeça e à região cardiorrespiratória; a terra está ligada à
região gastrointestinal; a água à região genital e o sistema urinário; a madeira
relaciona-se com o lado esquerdo do corpo, e o metal com o lado direito. Assim,
dependendo do desequilíbrio diagnosticado, um tipo diferente de elemento pode
ser trabalhado a fim de harmonizar a pessoa (RIBEIRO; SILVA, 2013).

Quando os ciclos, geração e/ou dominância estão em desequilíbrio, esta-


dos patológicos podem surgir.

Por exemplo, no Ciclo de Geração: o fígado (mãe) afetando o coração (filho),


isso acontece quando o fígado falha ao nutrir o coração. Especificamente, quando o
sangue do fígado for deficiente, frequentemente afeta o sangue do coração, o qual
se torna deficiente, podendo ocorrer sintomas de palpitação e insônia. Há outro
modo particular pelo qual a madeira afeta o fogo, sendo este o caminho pelo qual
a vesícula biliar afeta o coração. Isso acontece em nível psicológico. A vesícula bi-
liar controla a capacidade de tomar decisões, não tanto no sentido de distinguir e
avaliar o que é certo ou errado, mas no sentido de ter coragem para tomar decisão.
Assim, diz-se na Medicina Chinesa que uma vesícula biliar forte faz a coragem.
Esse traço psicológico da vesícula biliar influencia o coração, assim como a mente
(abrigada pelo coração necessita do suporte de um objetivo forte e coragem, então
a vesícula biliar deve ser forte. Se uma vesícula biliar for deficiente, ela pode afetar
a mente (o coração) causando debilidade emocional, timidez e insegurança).

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TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

4.1 TEORIA DE ZANG FU


A Teoria de Zang Fu mostra a concepção da Medicina Chinesa sobre os
órgãos internos. Consideram-se três aspectos distintos: o energético, o funcional e
o orgânico. O nome chinês para órgãos internos é simplesmente Zang Fu. Assim,
para cada elemento da MTC, há um órgão (zang) e uma víscera (fu) associados
(KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013).

Na Teoria dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu), estuda-se de forma profunda


e detalhada a fisiologia energética, os possíveis desequilíbrios e a influência dos
cinco sabores (salgado, azedo, amargo, doce e picante) sobre os órgãos internos,
obtendo, assim, uma visão do organismo como um todo e a repercussão de seu
processo nutricional (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013).

Na Teoria Zang Fu é comum encontrarmos tabelas que descrevem o órgão


e a víscera com o elemento associado (Teoria dos Cinco Elementos). Esses órgãos
e vísceras estão integrados funcionalmente e no caso de desequilíbrio, há o início
do processo de doença, que pode ser tratada com as técnicas da MTC (KING,
2020; RIBEIRO; SILVA, 2013).

QUADRO 5 – CORRELAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS DA NATUREZA E OS ÓRGÃOS E VÍSCERAS


SEGUNDO A TEORIA ZANG FU DA MTC

Elemento Órgão (Yin) Órgão (Yang)


Madeira Fígado Vesícula
Fogo Coração Intestino Delgado
Terra Baço Estômago
Metal Pulmão Intestino Grosso
Água Rim Bexiga
FONTE: Adaptado de King (2020); Ribeiro e Silva (2013)

Os Zang (os órgãos) têm a função de produção e armazenamento de subs-


tâncias essenciais, inclusive a essência vital, Qi (energia vital), sangue e fluidos
corporais. O coração, pulmão, baço, fígado, rim e pericárdio fazem parte dos
Zang (órgãos) (KING, 2020; RIBEIRO; SILVA, 2013).

Os Fu (as vísceras) têm função de receber e digerir o alimento, absorver subs-


tâncias nutrientes e transmitir e excretar os excessos. O intestino delgado, intestino
grosso, estômago, vesícula, bexiga e triplo aquecedor fazer parte dos Fu (vísceras).

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UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

5 ENTENDENDO OS MERIDIANOS
Os meridianos são conceitos centrais para a prática da MTC e foram descritos
pela primeira vez no livro clássico Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo.
Os meridianos são linhas (imaginárias) de energia que passam por todo o corpo con-
duzindo o Qi (energia) para todo o organismo e fortalecendo-o (KING, 2020).

E
IMPORTANT

O livro clássico Princípios de Medicina Interna do Imperador Amarelo é consi-


derado um pilar para o entendimento da MTC. Ele foi escrito por Huang Di ou Huang-Ti,
conhecido como o Imperador Amarelo, que governou a China cerca de 2600 anos antes de
Cristo. Nele estão contidas concepções sobre patologia humana, suas causas e tratamentos e
prescrições sobre a vida e "adaptação" do ser humano de acordo com o sexo e faixas etárias,
distinguindo diferentes ciclos: sazonais (cinco estações), ciclos circadianos (Yin/Yang) e ciclos
infra e ultradianos ("a grande circulação da energia" que obedece aos cinco elementos e ao
ciclo vital) que delimitam a relação dos órgãos internos com as fases do dia, ou períodos co-
muns da vida humana, envolvendo o nascimento, maturação sexual e envelhecimento.

FIGURA 11 – O IMPERADOR AMARELO QUE GOVERNOU A CHINA ENTRE OS ANOS DE 2697


a.C. A 2597 A.C.

FONTE: <https://bit.ly/3bA0x7D>. Acesso em: 12 abr. 2021.

Anatomicamente, existem doze meridianos regulares ou principais asso-


ciados ao nome dos órgãos. Coração, pericárdio, pulmão, baço, fígado, rim (ór-
gãos yin). Estômago, vesícula biliar, (vísceras yang).

30
TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

Na MTC os órgãos não têm a mesma representação que os órgãos do


modo como conhecemos no ocidente. Além dos doze principais meridianos, que
são bilateralmente simétricos, existem também outros dois meridianos localiza-
dos na linha média do corpo, são ímpares, ou seja, assimétricos: Meridiano Vaso
do Governo e Vaso da Concepção, esses se localizam na linha média do corpo,
anterior e posteriormente (LONGHURST, 2010).

Os doze meridianos principais são agrupados em pares, e seu par é cha-


mado de meridiano acoplado. Na prática, quando um meridiano se encontra de-
sequilibrado, frequentemente seu Acoplado o acompanha

Os doze meridianos principais e seus acoplados:

• Pulmão (Fei) e intestino grosso (Da Chang).


• Estômago (Wei) e baço pâncreas (Pi).
• Coração (Xin) e intestino delgado (Xiao Chang).
• Rim (Shen) e bexiga (Pangguang).
• Pericardio (Xin Bao Luo) e triplo aquecedor (Sanjiao).
• Fígado (Gan) vesícula biliar (Dan).

Essa teoria foi baseada em tratados médicos antigos que se referiam aos
vasos sanguíneos. Muitos estudiosos concordam que essas descrições anteriores
dos vasos sanguíneos influenciaram o desenvolvimento dos meridianos.

Pesquisadores chineses modernos trabalharam por mais de cinquenta anos


na busca de saber como os antigos descobriram os vasos e gradualmente construíram
a teoria dos meridianos, mas sem uma conclusão definitiva (HUANG et al., 2017).

Caro acadêmico, devido à natureza introdutória deste tópico, não vamos


adentrar no tema de pontos de acupuntura. No entanto, é interessante que você
saiba que existem mais de 300 pontos (também conhecidos como tsubos) distri-
buídos ao longo de todo o corpo, e eles podem tanto estar diretamente acima dos
meridianos, como também em outras partes do corpo (RIBEIRO; SILVA, 2013).

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UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

FIGURA 12 – OS MERIDIANOS SEGUNDO A MTC

FONTE: <https://bit.ly/2S4uQMw>. Acesso em: 12 abr. 2021.

6 SURGIMENTO DAS DOENÇAS


Para a Medicina Tradicional Chinesa o surgimento das doenças e seus sin-
tomas indica desequilíbrio de energia no organismo, nos órgãos e vísceras. Esse
desequilíbrio pode ter causas internas ou externas.

As causas internas estão relacionadas aos impactos emocionais, a quali-


dade da alimentação, a qualidade do sono, a prática de atividade física, o ritmo
de trabalho. Já as causas externas estão, basicamente, relacionadas aos impactos
climáticos sobre nosso organismo. Ao identificarmos as causas dos desequilíbrios
e agirmos sobre elas, podemos restabelecer um melhor estado de saúde.

6.1 CAUSAS INTERNAS


As emoções estão associadas aos órgãos Yin. Em geral, emoções fortes al-
teram o fluxo de energia vital, bloqueando-o. Para a MTC, o corpo, a mente e as
emoções estão integrados como um todo, um influenciando o outro. As emoções
se transformam em patologias quando geram sentimentos como raiva, ansiedade,
preocupação, mágoa e medo, esses sentimentos quando prolongados e especial-
mente se não expressados/reconhecidos, se traduzem em patologias no organismo.

A Medicina Chinesa não ignora as emoções como causa patológica, porém


também não as enfatiza excluindo outras possíveis causas (MARTINELLO, 2020).

Normalmente, são consideradas emoções na Medicina Chinesa (MARTI-


NELLO, 2020):

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TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

• Raiva: emoção que ascende a energia de meridiano de fígado e vesícula biliar.


Quando em desequilíbrio, gera no corpo físico tensões crônicas acumuladas
em braços, ombros, pescoço e maxilares podem estar vinculadas a raiva repri-
mida, causando sintomas como dor de cabeça na região temporal, dores nos
olhos, nas pernas, nos ombros, falta de determinação, irritação e problemas
digestivos. Pode ter uma descarga emocional através do choro, ou através de
movimentos vigorosos que canalizem a raiva, como correr.
• Instabilidade emocional (ansiedade/euforia): a emoção ascende a energia de
meridiano de coração e intestino delgado. Quando em desequilíbrio pode gerar
palpitações, falta de ar, tensão e dor nos braços, tensão em abdômen, afetando o
diafragma. Essa emoção mostra um fluxo de Qi desordenado, gerando um riso
sem razão ou desesperado, choro com facilidade, oscilação emocional.
• Preocupação: emoção que paralisa o Qi do meridiano de baço, pâncreas e
estômago. Quando em desequilíbrio os pensamentos consomem a energia,
retardando a ação, bloqueando o espaço para as novas informações. A tensão
se localiza mais na testa, na cabeça, nos ombros.
• Mágoa: emoção que dissolve o Qi de meridiano de pulmão e intestino grosso. Na
MTC a tristeza simboliza um movimento de olhar para dentro e de recolhimento.
Quando em desequilíbrio, a tristeza crônica leva a pessoa a depressão e diminuição
de Qi, essa energia se dissipa, a pessoa perde a vontade de viver, tem pensamentos
obsessivos, podendo causar insônia e perda de apetite. Os sintomas incluem difi-
culdade de respirar, sensação de desconforto no peito, depressão ou choro.
• Medo: emoção que descende a energia de meridiano de rim e bexiga. Quan-
do em desequilíbrio, o medo instiga a fuga, fugir das ameaças. Essa energia
estagnada gera dor nas costas, ombros se retesam, o corpo se contrai, a pessoa
se preparamos para a dor, seja ela física ou emocional. Pode haver ainda sin-
tomas, como sudorese noturna, boca seca, zumbido ou tontura.

6.2 CAUSAS EXTERNAS


Quando a energia está equilibrada, as mudanças climáticas mais ou me-
nos bruscas não afetam muito porque rapidamente o organismo se adapta, porém
se a imunidade está baixa, se o corpo energético e o físico não estão em equilíbrio,
apenas uma pequena variação climática vai afetar o corpo, gerando desequilíbrio
na circulação de Qi e ocasionando o aparecimento de doenças. Cada um dos fa-
tores climáticos está associado a uma determinada estação e pode causar uma
manifestação clínica típica de um clima específico (HORITA, 2019):

• Vento (elemento madeira) – primavera: pode causar sintomas espasmos, co-


ceiras, espirros, tremor, resfriado, coriza, febre, dor nas articulações, dor de ca-
beça, aversão ao vento e ao frio. Os distúrbios causados pelo
​​ vento têm energia
yang e aparecem repentinamente. Influenciando fígado e vesícula biliar.

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UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

• Calor e fogo (elemento fogo) – verão: o calor afeta as partes superiores do


corpo. O calor seca e prejudica o yin, o Sangue e os fluidos corporais, e afeta o
espírito (Shen). Provoca inquietação, irritabilidade, nervosismo, distúrbios do
sono, insônia, hiperatividade, delírio, coceira, erupções cutâneas vermelhas,
febre, sede, boca e lábios secos, garganta avermelhada e dolorida. Influen-
ciando coração e intestino delgado.
• Umidade (elemento terra) – fim do verão (canícula): as doenças associadas
à invasão da umidade têm característica yin, com sensação de peso, edema,
fluxo do Qi lento. O indivíduo sente fadiga crônica, sensação de peso na ca-
beça e nos membros, tontura, edema, dispneia, muito muco, náusea, vômito,
diarreia. Influenciando estômago, baço e pâncreas.
• Secura (elemento metal) – outono: a secura é um fator patogênico de carac-
terística yang. A secura danifica o pulmão e o intestino grosso, prejudicando
o yin e os fluidos corporais. No corpo apresenta pele seca e escamosa; lábios
rachados, tosse seca, presença de pouca saliva, sede e constipação. Influen-
ciando pulmão e intestino grosso.
• Frio (elemento água) – inverno: o frio é um fator patogênico com qualidade
yin. Pode se manifestar por frio externo ou interno. Externo é quando há exposi-
ção exagerada a temperaturas frias, interno é quando há consumo exagerado
de alimentos frios. O frio bloqueia o fluxo de energia, causando contrações,
extremidades frias, dor nas articulações, artrite, dores em facadas/pontadas,
resfriados, gripes, urina clara e abundante. Influenciando rim e bexiga.

7 DIAGNÓSTICO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA


O princípio básico para a MTC é encontrar a causa de uma doença, pois
tratando a causa e não apenas a doença em si, o risco dessa doença/desequilíbrio
surgir novamente é menor. Sendo assim, para os chineses, um diagnóstico bem
feito é primordial. O diagnóstico chinês baseia-se em uma entrevista (anamnese),
como também utiliza muito da observação, avaliando a constituição da pessoa,
suas condições psicológicas e físicas, relacionando-as à sua dieta, ao seu estilo de
vida e às condições climáticas de onde vive (IMES, [201-]).

Um diagnóstico chinês observa praticamente tudo (pele, compleição,


olhos, ossos, odores, sons, estado mental, emoções, língua, pulso, meridianos,
preferências, hábitos, fluidos corpóreos), pois acreditam que os sistemas internos
refletem o estado externo (MACIOCIA, 1996). A correlação entre os sinais ex-
ternos e os sistemas internos está resumida na expressão: “Inspecione o exterior
para examinar o interior”.

As diversas técnicas da Medicina Chinesa podem tratar doenças, mas o


principal para os chineses é a prevenção, minimizando as chances de as patolo-
gias atingirem o organismo (IMES, [201-]).

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TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

7.1 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO


O diagnóstico chinês inclui quatro métodos muito antigos:

• BO SHIN: diagnóstico feito pela observação visual (postura, atitude, aparên-


cia geral, cor e expressão do rosto, boca e lábios, língua, forma de caminhar,
aperto das mãos, como se senta etc.).
• BUN SHIN: diagnóstico pela audição e olfação (tom da voz e respiração, odores).
• MON SHIN: diagnóstico por perguntas (entrevista em geral).
• SETSU SHIN: diagnóstico pelo toque – é importante que se faça e é o passo
definitivo, pois já faz parte do próprio tratamento (= “diagnóstico-terapia”).
Na China, usa-se o diagnóstico do pulso e da língua. No Japão, desenvolveu-
-se o diagnóstico pelo HARA (AMPUKU).

Caro acadêmico, agora que você já aprendeu as principais teorias que re-
gem toda a MTC, vamos falar especificamente das técnicas de cura envolvidas
nessa ciência milenar. Aqui vamos detalhar algumas técnicas e, em seguida, na
Unidade 2, aprenderemos ainda mais técnicas quando forem abordados os as-
suntos de Práticas Integrativas Complementares (PIC).

8 TÉCNICAS ENVOLVIDAS NA CURA DO CORPO SEGUNDA


A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Como já explicado nas teorias, a MCT busca sempre atender a teoria da
energia vital do corpo (chi ou qi) que través de canais, chamados de meridianos,
se conectam aos órgãos. Para isso, diversas técnicas são utilizadas, as quais abor-
daremos as principais a seguir.

8.1 FITOTERAPIA
A abordagem tradicional chinesa é muito diferente da nossa abordagem.
Para classificar essas informações a abordagem chinesa usa o conceito de yin e
yang e as cinco fases para construir uma concepção energética do homem. Por-
tanto, a abordagem chinesa é difícil de entender e avaliar pelo mundo ocidental.
Em 1995, aproximadamente 8.000 medicamentos diferentes foram listados na
Enciclopédia da Matéria Médica Chinesa. As fontes dessas drogas são plantas, teci-
dos animais e minerais. Para aplicar os medicamentos tradicionais chineses com
eficiência e segurança, é fundamental estar informado sobre as pesquisas atuais
(PACH; WILLICH; BECKER-WITT, 2002).

As plantas são miraculosas, a fitoterapia é a utilização de plantas medi-


cinais ou bioativas, ocidentais e/ou orientais, in natura ou secas, plantadas de
forma tradicional, apresentadas em suas diferentes formas farmacêuticas, prepa-
radas de acordo com experiências populares tradicionais ou métodos modernos
científicos. A fitoterapia teve início na China, por volta de 3000 a.C., quando o
35
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

Imperador Cho-chin-Kei, descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora.


Como temos cinco sabores, seus sabores também estão relacionados aos cinco
elementos (RIBEIRO; SILVA, 2013).

• O azedo está relacionado com o fígado.


• O amargo com o coração.
• O doce com o baço.
• O picante com o pulmão.
• O salgado com o rim.

FIGURA 13 – GINSENG, UMA DAS MAIS FAMOSAS PLANTAS MEDICINAIS NA MTC

FONTE: <https://bit.ly/3eWPE1K>. Acesso em: 12 abr. 2021.

8.2 ACUPUNTURA
A acupuntura, um dos mais antigos tratamentos médicos reconhecidos
no mundo, é usada há milhares de anos para tratar doenças, aliviar a dor e man-
ter uma boa saúde. Os acupunturistas utilizam agulhas muito finas, sólidas e
filiformes, que deslizam sobre os meridianos a serem tratados, sem cortar a pele,
com pouco ou nenhum sangue é encontrado após a remoção. Os acupunturistas
geralmente conseguem inserir a agulha com pouca ou nenhuma dor, embora os
pacientes possam sentir sensações como dormência ou dor durante a manipula-
ção. Diversos estudos científicos comprovaram que a acupuntura é eficaz para
tratar não só a dor, mas também impacta positivamente em outros sintomas re-
lacionados. A acupuntura também demonstrou ter eficácia comparável à terapia
medicamentosa para o controle dos sintomas da ansiedade, bem como náuseas e
vômitos pós-operatórios. Para formar-se acupunturista, o profissional precisa fre-
quentar programas que exigem de dois a quatro anos de treinamento incluindo o
trabalho do curso didático em anatomia, fisiologia, patofisiologia e farmacologia,
bem como Medicina Tradicional Chinesa (MALLORY et al., 2016).

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TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

FIGURA 14 – TÉCNICA DE ACUPUNTURA

FONTE: <https://bit.ly/3uX5qit>. Acesso em: 12 abr. 2021.

8.3 AURICULOTERAPIA
Na China Antiga, o clássico livro médico Cânon de Medicina, do Imperador
Amarelo, descreveu pela primeira vez a complexa ligação entre orelhas e órgãos
internos e indicou que quaisquer mudanças fisiológicas ou patológicas dentro do
corpo podem ser refletidas na parte externa das orelhas.

Na década de 1950, o médico francês, Paul Nogier (1908-1996), desenvol-


veu e refinou a moderna teoria da acupuntura auricular, que se baseava no con-
ceito de um mapa fetal invertido na orelha externa, sugerindo um sistema reflexo
útil para o diagnóstico e tratamento de doença. Na prática são utilizados pellets
para fornecer estímulos perfeitos às orelhas sem perfurar a pele.

Os pellets vêm em diferentes materiais, geralmente em pérolas magnéticas,


cristais de ouro ou prata, agulhas semipermanentes ou sementes de plantas. Uma
vez que a orelha é ricamente inervada os estímulos feitos ali promovem a neuror-
regulação feita pela acupuntura auricular.

Ao aplicar pressão, um impulso nervoso pode ser recebido tanto pelo sis-
tema nervoso autônomo quanto pelo sistema nervoso central trazendo inúmeros
benefícios aos pacientes.

Na teoria da MTC, esse efeito pode promover a circulação do Chi e do san-


gue, melhorando assim a condição fisiológica do corpo. Alguns estudos provam
que a combinação da acupuntura corporal com a auriculoterapia gera benefícios
ainda maiores (LAN et al., 2015).

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UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

FIGURA 15 – A AURICULOTERAPIA SE BASEIA NO CONCEITO DE UM MAPA FETAL INVERTIDO


NA ORELHA EXTERNA

FONTE: <https://bit.ly/3gnbvR5>; <https://bit.ly/3an6LqP>. Acesso em: 12 abr. 2021.

Veja, na Figura 16, um mapa auricular mais detalhado, no qual os pellets


podem ser posicionados a fim de estimular a cura em órgãos específicos:

FIGURA 16 – MAPA AURICULAR

FONTE: <https://bit.ly/3x8EZbe>. Acesso em: 12 abr. 2021.

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TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

8.4 REFLEXOLOGIA PODAL


A reflexologia podal tem sido considerada uma importante terapia
complementar para muitos sintomas relacionados à saúde, especialmente para
algumas condições crônicas, como ansiedade, estresse, dor e fadiga. A reflexologia
podal é uma terapia não invasiva de pressão e toque. Yaqi et al. (2020) afirmam
que, exercer pressão com o polegar com técnicas de dedo e mão em qualquer
ponto ou zona particular dos pés pode estimular a parte relacionada do corpo,
o que gera um efeito reflexo nas glândulas, órgãos e sistemas correspondentes
do corpo. Atualmente, a reflexologia podal tem sido considerada como uma
intervenção complementar para melhorar a ansiedade, o estresse, a dor e a fadiga
induzidas por doenças, cirurgias e gravidez (YAQI et al., 2020),

Algumas teorias apoiam o mecanismo da reflexologia podal. A primeira é


a teoria da bioolografia baseada na MTC. Isso sugere que cada parte relativamente
independente do corpo é uma projeção holográfica de todo o corpo, logo a projeção
de todos os órgãos do corpo nos pés é válida. A segunda é a teoria dos meridianos
e colaterais, afirmando que na reflexologia podal cada parte do corpo humano
tem uma zona correspondente nos pés e essas zonas reflexas são consistentes com
os meridianos ou linhas de energia do corpo humano.

Acredita-se que abrir ou bloquear esses meridianos de linhas de energia


mantém a homeostase e otimiza o potencial de cura dos próprios pacientes. A
terceira teoria acredita que a reflexologia podal estimula o sistema circulatório,
melhora a circulação sanguínea nos órgãos relacionados e dá aos pacientes uma
sensação de relaxamento. A quarta teoria acredita que a reflexologia podal pode
funcionar estimulando o sistema nervoso (YAQI et al., 2020).

FIGURA 17 – O MAPA DO CORPO NOS PÉS É A BASE DA REFLEXOLOGIA PODAL

FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3v4DQQc>; <https://bit.ly/3tCPxx6>. Acesso em: 12 abr. 2021.

39
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

8.5 TERAPIAS MANUAIS – TUI NA, SHIATSU, DO-IN, QUICK


MASSAGE
A massagem Tui Na é baseada em pontos de acupressão e tem sido usado
por milhares de anos para ajudar a tratar dores musculares ou rigidez no corpo. A
massagem Yin Tui Na é uma forma da MTC que inclui movimentos estruturados har-
monicamente aplicados em áreas corporais específicas, a fim de remover bloqueios,
equilibrar e restaurar o fluxo de Chi para aliviar problemas de saúde comuns.

A técnica Yin Tui Na envolve segurar firme e gentilmente a parte do corpo


de um paciente com as palmas das mãos do praticante, até o subconsciente de
o paciente começa a se sentir seguro e começar a mover a parte do corpo lesada
(ANGELOPOULOU et al., 2020; LI et al., 2020)

O shiatsu foi desenvolvido no Japão, mas tem suas raízes na China. Seme-
lhante à acupressão, o shiatsu usa a pressão dos dedos, manipulações e alonga-
mentos, ao longo dos meridianos da MTC e abraça também a filosofia do Yin e do
Yang, os meridianos de energia, os cinco elementos e o conceito de Chi.

‘Shiatsu’ significa literalmente "pressão do dedo", mas usa manipulações


suaves, alongamentos e pressão usando dedos, polegares, cotovelos, joelhos e pés.

O shiatsu incorpora acupressão em pontos específicos nos meridianos, po-


rém por mais tempo e por todo o corpo, chegando a utilizar mais de 150 pontos
de pressão. O diagnóstico do shiatsu é principalmente por meio do toque. Para
praticar o shiatsu são necessários treinamentos sobre anatomia e funções dos pon-
tos ao longo do corpo.

Do-in é uma técnica de automassagem em que a pessoa pressiona os pon-


tos dos meridianos energéticos do corpo humano conforme a necessidade para
desenvolver a saúde física e mental.

A massagem nos pontos corretos melhora a distribuição do Chi. A auto-


massagem traz diversos benefícios e aumenta a sensação de bem-estar e autocui-
dado, podendo auxiliar na manutenção da saúde, no alívio de dores, no relaxa-
mento muscular e no tratamento de algumas enfermidades como sinusite, rinite,
dores de cabeça, alergias entre outras.

A quick massage é uma alternativa prática e rápida de proporcionar bene-


fícios à saúde e que ganhou popularidade entre as empresas, por trazer benefício
aos colaboradores. Esta técnica é também chamada de “massagem sentada” e
surgiu com David Palmer no início da década de 1980, com a adaptação de técni-
cas e criação de rotinas de massagem sentada.

O advento da cadeira portátil criada pelo autor, junto com Serge Bouys-
sou, fez com que houvesse maior popularização e disseminação deste tipo de
massagem. Sua atuação se dá nas regiões cervical, torácica, lombar, ombros e
40
TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

membros superiores e, dessa forma, oferece ótimos resultados terapêuticos no


alívio de dores e desconfortos. O tempo ideal para essa massagem varia entre
quinze e vinte minutos.

Os principais benefícios da quick massage são o alívio da dor, de descon-


fortos e tensão muscular, ativação da circulação sanguínea e linfática, melhora
do movimento articular, redução da ansiedade e irritação, proporciona estado de
bem-estar e conforto, melhora o humor, aumento da concentração e motivação e
promoção do relaxamento (BRAZ et al., 2014)

FIGURA 18 – TÉCNICA TUI NA, SHIATSU, DO-IN E QUICK MASSAGE

FONTE: <https://bit.ly/3edha9v>; <https://bit.ly/3grn7Cr>; <https://bit.ly/32yx4pn>; <https://bit.


ly/3tIWMUt>. Acesso em: 19 abr. 2021.

8.6 PRÁTICAS FÍSICAS – TAI CHI CHUAN, CHI KUNG


O Tai Chi Chuan, também chamado de Taiji, é uma forma de exercício men-
te-corpo originária da China. Combina artes marciais chinesas e movimentos medi-
tativos que promovem o equilíbrio e a cura da mente e do corpo, envolvendo uma
série de posturas dançantes executadas lentamente que fluem uma para a outra.

Por incluir concentração mental, equilíbrio físico, relaxamento muscular e


respiração relaxada, o Tai Chi mostra um grande potencial para se tornar amplamen-
te integrado na prevenção e reabilitação de uma série de condições médicas e psicoló-
gicas. Muitas pesquisas sugerem que o Tai Chi pode estar associado a benefícios para
a saúde, incluindo melhorias na força física, equilíbrio/flexibilidade, funções cardio-
vasculares e respiratórias, função imunológica e redução da dor (WANG, 2014).

O Chi Kung (ou Qi Gong) é uma prática ligada ao exercício do cultivo de


energia. Ela visa conservar uma mente sadia e promover a saúde. Igualmente ao
Tai Chi, os exercícios de respiração e alongamentos do Chi Kung ajudam a manter
o corpo mais flexível e a reduzir o estresse.

41
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

O objetivo é ajudar o praticante a perceber seu corpo, alinhamento, pos-


tura, articulações e órgãos. Depois vem o ajuste da respiração. Isso porque para a
medicina tradicional chinesa, respiração e energia são sinônimos.

Nesse sentido, essa prática diz ser capaz de alterar e controlar o movimen-
to do Chi dentro do corpo do praticante.

Dessa forma, se alcança a longevidade física. Através deles, seus pratican-


tes buscam melhorar a própria saúde e prevenir doenças através da combinação
de disciplina da mente, do corpo e do controle da “força vital” presente no Chi.
Em sua versão terapêutica, a prática está ligada à medicina tradicional chinesa
assim como a acupuntura e a fitoterapia (KUK, 2019).

FIGURA 19 – PRÁTICAS FÍSICAS DE TAI CHI CHUAN E CHI KUNG

FONTE: <https://bit.ly/3aiqIPt>; <https://bit.ly/3sxWmyF>. Acesso em: 12 abr. 2021.

8.7 MOXABUSTÃO
A moxabustão é uma terapia externa que usa um bastão ou cone de moxa
para produzir uma sensação de calor e fumaça nos pontos de acupuntura. Era
considerado o principal tratamento na China Antiga, no entanto, não é tão popu-
lar como acupuntura hoje (HUANG et al., 2017).

A moxa cura doença e pacifica o pensamento; ativa os tecidos dos corpos


enfraquecidos (má circulação, má nutrição etc.) e estagnados, através dos princí-
pios ativos da Artemísia processada, os quais ativarão a vitalidade intrínseca do
corpo (energia Chi) e restaurar a saúde (RIBEIRO; SILVA, 2013).

42
TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

FIGURA 20 – TÉCNICA DE MOXABUSTÃO

FONTE: <https://bit.ly/3orz1hx>. Acesso em: 12 abr. 2021.

8.8 VENTOSATERAPIA
A terapia de ventosa é uma técnica antiga de cura, existem registros de seu
uso no papiro de Éber (1550 a.C.) do Egito. A terapia com ventosas faz parte de vá-
rios sistemas de cura antigos, como o chinês, o unani, a tradicional coreana, a tibe-
tana e a medicina oriental. Seu uso consiste na aplicação de cúpulas sobre a pele em
pontos que podem ser os mesmos da acupuntura, e então segue-se a aplicação de
vácuo criando uma pressão subatmosférica (ABOUSHANAB;ALSANAD, 2018).

Existem dois tipos de métodos de sucção: seco e úmido. A sucção a seco


não é invasiva, sem derramamento de sangue. Ventosas úmidas são invasivas e
incluem sangria. As ventosas úmidas tradicionais são comumente usadas na Chi-
na, Coréia e Alemanha (BOKHARI; FURHAD, 2020).

As ventosas também podem ser deslizadas sobre a pele a fim de promo-


ver a liberação miofascial e relaxar a musculatura, para isso é necessário o uso de
óleos ou cremes na pele para promover o deslizamento das ventosas. Para o tra-
tamento da dor lombar crônica, os resultados indicaram, em média, cinco sessões
de terapia de ventosa, com intervalos de três a quatro dias entre as sessões, e com
aplicação por cerca de oito minutos (BOKHARI; FURHAD, 2020).

Muitas teorias, explicam o mecanismo de ação. A teoria da imunomodu-


lação sugere que a mudança do microambiente pela estimulação da pele pode se
transformar em sinais biológicos e ativar o sistema imunológico neuroendócrino.
A teoria genética sugere que a pele sob estresse mecânico (devido ao vácuo) e o
metabolismo anaeróbio local (privação parcial de O2), durante a ventosa, produ-
zem sinais fisiológicos e mecânicos que podem ativar ou inibir a expressão gênica
(ABOUSHANAB; ALSANAD, 2018).

A terapia com ventosas tem sido usada para fins terapêuticos, preventivos
e de promoção da saúde e possui como principais indicações: tratamento de dor
lombar, dor no pescoço e ombro, dor de cabeça e enxaqueca, dor nos joelhos, dentre
43
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

outras. Em geral, a ventosaterapia é contraindicada diretamente nas veias, artérias,


nervos, inflamação da pele, qualquer lesão cutânea, orifícios corporais, olhos, nó-
dulos linfáticos ou veias varicosas. Também é contraindicada em feridas abertas,
fraturas ósseas e locais de trombose venosa profunda. É absolutamente contraindi-
cada em pacientes com câncer, insuficiência renal, hepática e cardíaca. Também é
absolutamente contraindicado em pacientes que usam um marca-passo e aqueles
que sofrem de hemofilia ou condições semelhantes. As contraindicações relativas
à terapia de ventosa incluem infecção aguda, uso de anticoagulantes, doenças crô-
nicas graves (como doenças cardíacas), gravidez, puerpério, menstruação, anemia,
sessão de ventosa úmida recente, doação de sangue recente, emergências médicas
e recusa do paciente do procedimento (ABOUSHANAB; ALSANAD, 2018).

O principal efeito adverso relacionado à ventosaterapia é o aparecimento


de hematomas que podem perdurar durante dias após a aplicação da técnica.

FIGURA 21 – TÉCNICA DE VENTOSATERAPIA

FONTE: <https://bit.ly/3oqRfzI>. Acesso em: 12 abr. 2021.

8.9 FENG SHUI


Veja o que a arquiteta e urbanista, docente da UNIASSELVI e especialista
em Feng Shui, Andressa Kessler (CAU A63134-5), escreveu sobre o Feng Shui
especialmente para este livro:

NTE
INTERESSA

FENG SHUI

Temos, nos ambientes, o reflexo do que habita dentro de nós mesmos, os pensamentos
que cultivamos, as músicas que ouvimos e os locais que frequentamos emanam suas vi-
brações. Eles têm a capacidade nos deixar tristes e baixar nossa imunidade, ou trazer-nos
alegria, saúde e bem-estar. Tudo depende do padrão da energia que está sendo emitido.

44
TÓPICO 2 — NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)

Partindo do princípio de que tudo o que há no universo é energia, o Feng Shui é um


conjunto de conhecimentos baseados na observação da natureza e tem como objetivo
harmonizar os ambientes. Na antiguidade, eram escolhidos os melhores lugares de uma
região para enterrar seus mortos, pois se acreditava que, se eles estivessem num local
auspicioso, seus descendentes teriam boa sorte.

Depois, levaram esses conhecimentos para as áreas de cultivos, locais com água para irri-
gar as plantações, locais protegidos de ventos, solo fértil, tudo isso seria importante para a
prosperidade. E, com o passar do tempo, percebeu-se a importância dessas observações
para os locais que as pessoas habitariam. Assim, casas e empresas deveriam ser harmo-
nizadas partir da materialização dos cinco elementos da natureza: madeira, fogo, terra,
metal e água. Além, da disposição dos móveis, portas e janelas, objetos, intenções, cores e
texturas que representem tais elementos podem deixar um local ainda mais aconchegante
e ajudar os seus usuários a atrair benefícios para diversas áreas da vida.

Existem algumas escolas de Feng Shui, as mais conhecidas são a Escola da Forma, da
Bússola e a Escola do Chapéu Negro. Esta última, é uma escola bastante difundida no
Ocidente, que tem como principal ferramenta o Baguá. É formado por oito trigramas, que
são a representação de tudo que existe. A lenda mais popular sobre a descoberta do Baguá
diz que o imperador (Fu Hsi) viu os trigramas desenhados no casco de uma tartaruga, às
margens do Rio Amarelo, e com eles desvendou o segredo de todas as coisas. Suas linhas
inteiras ou partidas trazem a energia Yin e Yang, a energia dos opostos complementares.

Todos os ambientes construídos tem influência sobre as pessoas que os habitam, e com o
Feng Shui é possível avaliar o nível de desenvolvimento dessas pessoas em cada setor da
sua vida. Utilizando essa ferramenta é possível melhorar a criatividade, a prosperidade e os
relacionamentos das pessoas.

FIGURA – O BAGUÁ, INSTRUMENTO DO FENG SHUI

FONTE: <https://bit.ly/3hH0laa>. Acesso em: 12 abr. 2021.

45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• A Medicina Tradicional Chinesa é um sistema de medicina muito amplo, que


difere muito do sistema de medicina ocidental.

• A MTC tem uma longa história, e sua teoria médica, única e sistemática, é a
cristalização de milhares de anos de experiência do povo chinês em sua luta
contra as doenças.

• O foco da MTC é a prevenção e manutenção da saúde, por isso a MTC trata a


raiz do problema e não apenas os sintomas.

• Para a Medicina Tradicional Chinesa o surgimento das doenças e seus sinto-


mas indica desequilíbrio de energia no organismo, nos órgãos e vísceras. Esse
desequilíbrio pode ter causas internas ou externas.

• O princípio básico para a MTC é encontrar a causa de uma doença, pois tra-
tando a causa e não apenas a doença em si, o risco dessa doença/desequilíbrio
surgir novamente é menor. Sendo assim, para os chineses, um diagnóstico
bem feito é primordial.

• A abordagem tradicional chinesa é muito diferente da nossa abordagem. Para


classificar essas informações a abordagem chinesa usa o conceito de yin e yang
e as cinco fases para construir uma concepção energética do homem.

46
AUTOATIVIDADE

1 As práticas da MTC visam preservar, restabelecer e melhorar a circulação


da energia vital ou Chi no corpo humano. Sobre essas práticas, associe os
itens utilizando o código a seguir:

I- Acupuntura
II- Do-in
III- Tai Chi Chuan
IV- Auriculoterapia

( ) Técnica que utiliza pellets para gerar pontos de pressão nas orelhas e estimu-
lar a circulação sanguínea para melhorar a condição fisiológica do corpo.
( ) Atividade corporal que utiliza movimentos coordenados e fluídos que
auxiliam na concentração e acalmam a mente.
( ) Autoprática de acupressão em pontos determinados que melhoram a cir-
culação de energia.
( ) Prática que utiliza agulhas finas para estimular pontos e/ou meridianos
ao longo do corpo e que visam recuperar a saúde da pessoa.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) IV – III – II – I.
b) ( ) III – IV – I – II.
c) ( ) I –III – II – IV.
d) ( ) II – I – IV – III.
e) ( ) IV – II – I – III.

2 Uma das práticas da MTC é a Fitoterapia. A Fitoterapia utiliza-se de plan-


tas para promover a cura e o equilíbrio dos indivíduos. Sobre esta prática,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A Fitoterapia Ocidental e a Oriental são muito similares, utilizam as


mesmas plantas e os mesmos sistemas de diagnósticos.
b) ( ) Cerca de 500 plantas e minerais são utilizados na Fitoterapia da MTC.
c) ( ) Apenas plantas e minerais possuem propriedades de cura, segundo a MTC.
d) ( ) A Fitoterapia chinesa é uma das principais e mais antigas práticas cura-
tivas utilizadas na China.

3 A MTC utiliza-se muito dos elementos da natureza para relacionar os dis-


túrbios que ocorrem no corpo físico. Pensando nisso, e na teoria Zeng Fu,
faça a relação quanto aos elementos e órgãos:

47
I- Metal. ( ) Fígado.
II- Terra. ( ) Estômago.
III- Madeira. ( ) Rim.
IV- Fogo. ( ) Pulmão.
V- Água. ( ) Coração.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – IV – III – II – I.
b) ( ) III – II – V – I – IV.
c) ( ) I – III – II – IV – V.
d) ( ) II – I – V – IV – III.
e) ( ) IV – V – II – I – III.

4 O sistema de diagnóstico da MTC é bastante diferente do diagnóstico mé-


dico utilizado em nosso país. Assinale a alternativa em que aparecem os
principais órgãos analisados na MTC:

a) ( ) Barriga, pernas e cabelos.


b) ( ) Pele, estomago, rins.
c) ( ) Língua, olhos e pulsação.
d) ( ) Unhas, língua e cabelos.

5 Na MTC, podem ser utilizadas diversas práticas para melhorar a circulação


do Chi da pessoa. Uma delas é a acupuntura. Sobre esta técnica, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) As agulhas utilizadas são grossas e podem machucar o paciente.


b) ( ) Não é necessário especialização para trabalhar com acupuntura
c) ( ) As agulhas são finas, mas ainda assim podem provocar leves sangramentos.
d) ( ) A acupuntura trata apenas distúrbios psicológicos.

48
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1

INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

1 INTRODUÇÃO

Olá, acadêmico, chegamos ao último tópico da Unidade 1 do seu livro de


Spas e Terapias Alternativas. Esperamos que vocês estejam aproveitando os ensi-
namentos até aqui. Nesta unidade daremos continuidade ao estudo das práticas
relacionas a spas, falaremos de um tema muito gostoso: a massagem. Iremos in-
troduzir brevemente a massagem clássica falando de sua história, das manobras
e movimentos da massagem, de alguns tipos de massagem, dos efeitos fisiológi-
cos causados no corpo e suas indicações e contraindicações. Ao final deste tópi-
co, você terá adquirido conhecimentos básicos sobre a massagem, os quais serão
aprofundados no decorrer da sua jornada na disciplina de Teoria e Técnica de
Massagem, quando serão abordados todos os tipos de massagem.

2 HISTÓRIA DA MASSAGEM
A massagem é a manipulação dos tecidos do corpo por meio de técnicas,
como esfregar, amassar, pressionar e rolar para manter um estado de saúde e
bem-estar. A origem da palavra massagem remonta às raízes em diferentes idio-
mas, como da palavra grega masso, que significa “amassar”, ou da palavra árabe
(massa para tocar) e latim (manus – mão). A massagem é uma das técnicas de cura
mais antigas e naturais em humanos na história. As civilizações antigas usavam
a massagem, não apenas para aliviar a dor, mas também para melhorar a aparên-
cia física e o estado de bem-estar (ÇETKIN; BAHŞI; ORHAN, 2019; FIELD, 2014;
FIELD; DIEGO; HERNANDEZ-REIF, 2007; GOATS, 1994).

Os primeiros conhecimentos escritos sobre massagem como procedimen-


tos de cura da humanidade, podem ser encontrados em escritos chineses. O fa-
moso livro “O Cong-Fou” de Tao-Tse, um dos livros mais antigos da cultura chi-
nesa, descreve os efeitos dos exercícios e da massagem no tratamento de doenças
e na manutenção da saúde. A história da massagem na Índia remonta a 3000 a.C.
As técnicas de massagem são descritas na peça chamada Ayur Veda, escrita em
hindi, em 1800 a.C. (ÇETKIN; BAHŞI; ORHAN, 2019; FIELD, 2014; FIELD; DI-
EGO; HERNANDEZ-REIF, 2007; GOATS, 1994).

A reflexologia data de mais de 4000 anos atrás, no Antigo Egito. Na Antiga


Assíria e Babilônia há descrições de que os órgãos afetados foram massageados e
esfregados com óleo e pomadas por “asu” (médico). A massagem também pode
ser vista no xamanismo. As práticas de cura xamânica evocam emoções e cura

49
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

por meio de tratamentos físicos, incluindo massagem. Um médico importante da


civilização grega antiga, Asclépio (1200 a.C.), usava quantidades moderadas de
exercícios combinados com massagem para sustentar o bem-estar, tratar doenças
e aliviar dores. Na famosa obra de Homero: Odisséia, dizia-se que a massagem era
usada para tratar feridos nas guerras. Hipócrates (460-370 a.C.), conhecido como
o pai da medicina, mencionou os efeitos da massagem dizendo: “A fricção forte
liga, a fricção excessiva faz com que as partes se desperdicem e a fricção modera-
da as faz crescer” (ÇETKIN; BAHŞI; ORHAN, 2019; FIELD, 2014; FIELD; DIEGO;
HERNANDEZ-REIF, 2007; GOATS, 1994).

Os romanos aprenderam os efeitos terapêuticos da massagem com os gregos


e a usaram para se livrar da tensão e da dor nos músculos. Celsus (42 a.C.-37 d.C.)
afirmou que esfregar a área da cabeça alivia dores de cabeça e esfregar as extremida-
des fortalece os músculos e melhora sua função na paralisia (ÇETKIN; BAHŞI; OR-
HAN, 2019; FIELD, 2014; FIELD; DIEGO; HERNANDEZ-REIF, 2007; GOATS, 1994).

FIGURA 22 – DESENHO DEMONSTRANDO A TÉCNICA DE MASSAGEM NA ANTIGUIDADE DA CHINA

FONTE: <https://bit.ly/2S1N01J>. Acesso em: 13 abr. 2021.

Galeno (129-210 d.C.) incluiu a aplicação de massagem, além de exercícios


e caminhada, entre os fatores que afetam o bem-estar e os estados de doença.
Obras escritas na Europa, sobre massagem e desenvolvimento científico, foram
revitalizadas após a Idade Média, com o Renascimento (1450-1600 d.C.).

O médico francês, Ambroise Paré (1517-1590), um dos pioneiros da cirur-


gia moderna, relatou os efeitos positivos da massagem no processo de recupe-
ração. Ele descreveu os movimentos usados na​​ massagem como fricções suaves,
médias e vigorosas (ÇETKIN; BAHŞI; ORHAN, 2019; FIELD, 2014; FIELD; DI-
EGO; HERNANDEZ-REIF, 2007; GOATS, 1994).

O fisiologista sueco, Per Henrik Ling (1776-1839), conhecido como o pai


da massagem e fisioterapia moderna, sistematizou os movimentos usados ​​na gi-
nástica médica utilizando os avanços da fisiologia.

Os movimentos foram categorizados como ativos, duplicados e passivos


no protocolo de Ling. Dentre os movimentos passivos, a massagem foi utilizada
como ferramenta de tratamento aplicada por um terapeuta.
50
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

O sistema de tratamento de Ling foi posteriormente usado no resto da Eu-


ropa e na Rússia e passou a ser conhecido como massagem sueca ou massagem
clássica, sendo hoje mundialmente conhecido (ÇETKIN; BAHŞI; ORHAN, 2019;
FIELD, 2014; FIELD; DIEGO; HERNANDEZ-REIF, 2007; GOATS, 1994).

A terminologia da massagem no sentido moderno foi definida por Johan


Mezger (1839-1909), que utilizou a massagem como elemento científico no trata-
mento de doenças. Com o esforço de Mezger, a massagem ganhou popularidade
como tratamento médico científico e um lugar significativo na fisioterapia e re-
abilitação (ÇETKIN; BAHŞI; ORHAN, 2019; FIELD, 2014; FIELD; DIEGO; HER-
NANDEZ-REIF, 2007; GOATS, 1994).

Avicena (980-1037) ganhou uma posição muito importante no mundo mé-


dico com sua obra mais importante O Cânone da Medicina, conhecido como o livro
sagrado da medicina no mundo ocidental. É uma obra em cinco volumes usada
como livro didático no Oriente, até o século XVII.

Avicena sistematizou as informações médicas dispersas acumuladas na


Grécia Antiga até aquele período, sintetizando-os e, em seguida, atualizando-os
com suas observações pessoais. A influência geral dos ensinamentos de Galeno e
Hipócrates pode ser vista na obra de Avicena.

A massagem é descrita em detalhes em um capítulo separado na seção Pre-


servação da Saúde no Volume 1 (CASSAR, 2001; ÇETKIN; BAHŞI; ORHAN, 2019).

FIGURA 23 – O LIVRO CANON DA MEDICINA ESCRITO POR AVICENA

FONTE: <https://bit.ly/3oCGmeB>; <https://bit.ly/2RjyUZD>. Acesso em: 13 abr. 2021.

51
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

3 TIPOS DE MASSAGEM CLÁSSICA


A massagem pode ser definida como a manipulação sistemática dos tecidos
moles do corpo para redução da dor ou outros fins terapêuticos. A palpação manu-
al envolvida pode ser usada para fins diagnósticos. A massagem 'clássica', também
chamada de massagem sueca (swedich massage), compreende diversas categorias
que serão apresentadas a seguir. A massagem clássica possui manobras básicas que
servem para muitas outras técnicas, lembrando que serão aprendidas mais profun-
damente na disciplina de Teoria e Técnica de massagem. As várias manobras po-
dem, então, ser combinadas entre si para provocar os efeitos fisiológicos desejados.

3.1 EFFLEURAGE
Os movimentos lentos e rítmicos das mãos, moldados ao formato da pele,
frequentemente iniciam e encerram uma sessão de tratamento. Os movimentos
passam de distal para proximal e paralelos ao longo eixo do tecido. A compressão
gradual reduz o tônus muscular e induz um estado geral de relaxamento que ali-
via o espasmo muscular e prepara o paciente para um tratamento mais vigoroso.
A pressão aplicada não é muito leve nem suficientemente pesada para fazer com
que as mãos afundem nos tecidos (CASSAR, 2001).

A pressão firme acelera o fluxo sanguíneo e linfático, melhora a drenagem do


tecido e, portanto, reduz o inchaço recente (GOATS, 1994), além disso os receptores
nos tecidos superficiais quando estimulados pelo toque, produzem uma resposta de
relaxamento por meio do sistema nervoso parassimpático (CASSAR, 2001).

FIGURA 24 – MOVIMENTO GERAL DE DESLIZAMENTO APLICADO COM AMBAS AS MÃOS


SIMULTANEAMENTE

FONTE: Cassar (2001, p. 77)

52
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

3.2 PETRISSAGE – AMASSAMENTO E COMPRESSÃO


É uma técnica vigorosa que só pode ser aplicada em regiões carnudas do
corpo. Uma prega de pele, tecido subcutâneo e músculo é pressionada, levantada
e rodada contra os tecidos subjacentes em um movimento circular contínuo.

A cada ciclo, as mãos avançam para o tecido adjacente, tomando cuidado


para não arrastar desconfortavelmente na pele. A petrissage é particularmente útil
para alongar o tecido fibroso contraído ou aderente e irá aliviar a contratura mus-
cular. Com ação mais profunda, a petrissage também promove o fluxo de fluidos
corporais e pode resolver o inchaço de longa data. Na torção, os tecidos superficiais
são agarrados com ambas as mãos e torcidos em direções opostas. O ato de pegar
envolve levantar e esticar os tecidos moles dos tecidos subjacentes. Essas variantes
da técnica original representam uma aplicação mais localizada e permitem o tra-
tamento de lesões em tecidos moles delicados sobre o osso superficial, como, por
exemplo, uma distensão do músculo tibial anterior (CASSAR, 2001; GOATS, 1994).

FIGURA 25 – AMASSAMENTO OS DEDOS DE UMA MÃO COMPRIMEM OS TECIDOS CONTRA O


POLEGAR DA MÃO OPOSTA

FONTE: Cassar (2001, p. 86)

3.3 TAPOTAMENTO
Tapotamento é o nome dado às técnicas de massagem percussiva. O ob-
jetivo dessas aplicações vigorosas, muitas vezes mal compreendidas, é vibrar
tecidos, desencadear reflexos cutâneos e causar vasodilatação. Assim, o tônus
muscular aumenta e o fluido intersticial retido resultante de lesão e inflamação é
disperso, reduzindo o inchaço. Existem várias técnicas de tapotamento, sendo, a
mais simples, 'bater palmas'. O terapeuta coloca as mãos em concha e dá batidas
fortes contra a pele do paciente. Com o impacto, o espaço oco prende uma almo-
fada de ar próxima à pele que reduz a sensação de ardor e dispersa o choque de
forma mais uniforme pelos tecidos (CASSAR, 2001; GOATS, 1994).

53
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

FIGURA 26 – MOVIMENTOS DE PERCUSSÃO COM OS DEDOS ABERTOS UTILIZANDO A FLE-


XÃO DOS PUNHOS, OU COM AS MÃOS EM CONCHA

FONTE: Cassar (2001, p. 92 e 95)

3.4 TÉCNICAS DE FRICÇÃO


As fricções são uma pressão penetrante aplicada com precisão através das
pontas dos dedos. O movimento é principalmente circular ou transversal em re-
lação ao alinhamento das estruturas subjacentes, com movimento lateral mínimo.

Os atritos são direcionados diretamente ao local do dano. Os tendões e


ligamentos são tratados sob leve tensão, enquanto os músculos são mais bem ma-
nipulados em uma posição relaxada, evitando danos excessivos às células mus-
culares. A pressão firme necessária para as fricções é transmitida através do dedo
indicador reforçado pelo dedo médio. As áreas maiores são tratadas com os de-
dos indicador, médio e anular de uma das mãos apoiados pelos dedos da outra.

A massagem de fricção começa com movimentos transversais suaves que


gradualmente penetram mais profundamente no tecido e continuam por cinco a
quinze minutos. As fricções não tentam acalmar, mas causam uma leve perturba-
ção do tecido, uma hiperemia local marcada e uma reação inflamatória.

As fricções são muito úteis na terapia esportiva, especialmente para o tratamen-


to de tecido conjuntivo aderido ou contraído. O alongamento localizado e a degrada-
ção do colágeno causados por
​​ fricções podem restaurar um alinhamento mais normal
das fibras durante a fase de remodelação da cicatrização tecidual após lesão esportiva.
A função geralmente melhora muito, desde que a massagem seja acompanhada por
um correto posicionamento das articulações e exercícios leves (GOATS, 1994).

54
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

FIGURA 27 – MASSAGEM POR FRICÇÃO TRANSVERSAL SOBRE OS MÚSCULOS INTERCOSTAIS

FONTE: Cassar (2001, p. 99)

3.5 TÉCNICAS DE VIBRAÇÃO E AGITAÇÃO


Este tipo de massagem produz uma vibração de tecido ainda mais forte
e energética. 'Vibrações' são emitidas pelo tremor de ambas as mãos mantidas
firmemente em contato com a pele. Ao contrário da effleuragem, este método com-
prime o tecido inchado e pode reduzir o edema com menos risco de disseminação
de infecções nos vasos linfáticos do corpo.

As 'vibrações' também são usadas na fisioterapia respiratória para melho-


rar a função respiratória, e produzem efeito sobre os órgãos viscerais. Além de ser
administrada como uma técnica de massagem e, portanto, ser digna de participar
da rotina da massagem, a vibração é obtida de forma muito eficiente com os dis-
positivos elétricos atuais (GOATS, 1994).

FIGURA 28 – MOVIMENTO DE AGITAÇÃO SOBRE O CÓLON

FONTE: Cassar (2001, p. 103)

55
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

E
IMPORTANT

O tratamento por massagem assume uma variedade de formas e pode durar


entre quinze e noventa minutos. É recomendado coletar um histórico do caso, que, no geral,
é relativamente curto em comparação a outras terapias complementares, mas varia em
duração dependendo da condição do paciente e do tipo de massagem que será realizada.
Enquanto fazem uma massagem padrão, os profissionais também coletam informações que
ajudam a adequar o tratamento às necessidades individuais. Por exemplo, o praticante dedica
tempo extra para massagear uma área de maior tensão muscular (VICKERS; ZOLLMAN, 1999)

4 COMPONENTES DA MASSAGEM
Para Rosa Filho e seus colaboradores (2003), uma boa massagem deve
conter os seguintes componentes:

• Direção: a direção deverá ser sempre no sentido dos nódulos linfáticos ou do


coração, favorecendo o retorno da circulação.
• Pressão: a pressão não deve ser muito leve, sendo interpretada como um cari-
nho pelo paciente, e não muito forte a ponto de causar desconforto ao pacien-
te. A força de intensidade dos movimentos deve variar segundo as condições
do paciente e suas características estruturais.
• Velocidade e ritmo: a velocidade deve ser constante durante todo o momen-
to, isso promove relaxamento maior, já que o cliente se “acostuma” àquele
ritmo. O ritmo será alternado, de acordo com a região e com o estímulo a ser
dado. As manobras em baixa velocidade produzem efeito calmante e analgé-
sico; as manobras rápidas produzem efeito estimulante e desintoxicante.
• Meio: os principais meios utilizados são os óleos e os cremes.
• Posicionamento do paciente: tanto o paciente quanto o terapeuta deverão
estar em posições cômodas, confortáveis e práticas, por isso a importância da
maca já mencionada anteriormente.

4.1 O USO DO CORPO DO PROFISSIONAL NAS MANOBRAS


DE MASSAGENS
Dependendo da manobra, da área e do objetivo, diferentes partes do cor-
po do terapeuta podem ser usadas para manipular o tecido. As principais “ferra-
mentas do corpo” que podemos utilizar são:

Palma da mão: podem ser usadas para aplicar uma compressão bastante
ampla. São especialmente proveitosas nos músculos maiores, como os do mem-
bro inferior, os glúteos, os do ombro e os para espinhais. Também são ótimas para
trabalhar sobre áreas ósseas amplas, como a crista ilíaca.

56
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

Colocadas em movimento, as eminências comprimem uma faixa relativa-


mente larga de tecido. Ao usá-las, evite a hiperextensão do punho. Sinta o tecido
enquanto o comprime e preste atenção nas áreas rígidas e endurecidas. Use essas
informações para determinar se outro movimento, mais localizado, deve ser apli-
cado em áreas determinadas (CASSAR, 2001).

FIGURA 29 – USO DAS PALMAS DAS MÃOS DURANTE A MASSAGEM

FONTE: Cassar (2001, p. 331)

Mão fechada: é outra maneira de realizar a compressão ampla. Uma van-


tagem é a habilidade de alterná-la, aplicada com todo o comprimento das falan-
ges próximas (os ossos dos dedos) ou com uma compressão mais concentrada
com as articulações dos dedos (as articulações interfalângicas proximais). Nesse
caso, também se deve evitar a hiperextensão do punho (CASSAR, 2001).

FIGURA 30 – MASSAGEM COM OS PUNHOS FECHADOS

FONTE: Cassar (2001, p. 337)

Articulações dos dedos: as articulações interfalângicas proximais, ou nós


dos dedos indicador e médio, também podem ser usadas na compressão. Elas
são ótimas alternativas às pontas dos dedos, para evitar o esforço constante. Uma
vez que essas articulações são superfícies mais rígidas e menos sensíveis que as
pontas, os tecidos devem ser apalpados primeiro com as pontas dos dedos antes
de usar os nós para a compressão. Nas áreas sensíveis, como a face, o pescoço e as
costelas, é preferível usar as pontas dos dedos (CASSAR, 2001).
57
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

FIGURA 31 – MASSAGEM COM OS NÓS DOS DEDOS

FONTE: Cassar (2001, p. 451)

Pontas dos dedos: a compressão fixa ou deslizante com as pontas dos


dedos é ideal para o tratamento de áreas delimitadas e pequenas, como pontos-
-gatilho ou outros pontos de dor à palpação. É importante lembrar-se da biome-
cânica corporal durante a aplicação da pressão com os dedos, uma vez que ela
pode exercer uma força considerável sobre os músculos da mão e do antebraço,
especialmente em pontos profundos do corpo. Portanto, é aconselhável apoiar os
dedos ou o polegar na outra mão para impedir a hiperextensão das articulações
e para exercer uma pressão adicional. Em cada caso, o terapeuta deve decidir se
usará ou não o apoio, de acordo com a necessidade (CASSAR 2001).

Lembre-se de colocar as articulações em uma linha reta e de usar o peso


do corpo em vez da força muscular sempre que praticável. Quando não for pos-
sível usar o peso do corpo, como na abordagem dos músculos posteriores do
pescoço em um paciente em decúbito dorsal, deve-se procurar alinhar as articu-
lações, pausando e alternando as mãos frequentemente (CASSAR, 2001).

Embora possam ser usadas em qualquer lugar do corpo, as pontas dos


dedos são empregadas exclusivamente em algumas áreas, como a face, o pescoço,
a axila, o abdômen, a virilha e em regiões internas, onde o toque deve ser contro-
lado e sensível (CASSAR, 2001).

FIGURA 32 – MASSAGEM UTILIZANDO AS PONTAS DOS DEDOS

FONTE: Cassar (2001, p. 324)

58
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

O antebraço: a região ulnar do antebraço é uma superfície ampla, adequa-


da para a compressão deslizante profunda dos músculos longos e retos, como o
eretor da espinha e alguns do membro inferior. Como o cotovelo, ela é insensível,
por isso faça a palpação da área antes de tratar com o antebraço (CASSAR, 2001).

FIGURA 33 – MASSAGEM UTILIZANDO O ANTEBRAÇO

FONTE: Cassar (2001, p. 297)

5 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA MASSAGEM CLÁSSICA


A massagem é usada principalmente para promover relaxamento, tratar con-
dições musculares dolorosas e reduzir a ansiedade (geralmente descrita em termos de
“alívio do estresse”). Pesquisas afirmam trazer melhorias de curto prazo nos distúrbios
do sono e na dor, condições conhecidas por serem exacerbadas pela ansiedade (VICK-
ERS; ZOLLMAN, 1999). Primeiramente, vamos entender brevemente o que é o estresse?

O estresse e as suas manifestações têm recebido uma atenção cada vez


maior pela morbilidade e mortalidade a que são associados. Nos últimos anos
tornaram-se um verdadeiro problema de saúde pública devido ao grande nú-
mero de pessoas acometidas. Em última instância, o estresse é responsável por
causar muitas doenças, abaixamento da imunidade, afastamentos do trabalho,
depressão, síndrome do pânico e até mesmo suicídio.

O estresse pode ser definido como um conjunto de respostas adaptativas,


ou seja, a resposta orgânica que surge face a um estímulo físico ou psíquico. A
ocorrência de estresse é tão remota como a existência humana. Para os nossos
antepassados primitivos residentes em locais inóspitos, o reflexo de luta ou fuga
seria a principal e a mais desenvolvida forma de defesa, face a um agente preda-
dor (TAVARES; LEITE-MOREIRA, 2000).

O problema é que este padrão, conhecido como “luta e fuga” ficou gra-
vado em nosso cérebro primitivo (o sistema límbico), e, atualmente, reagimos
da mesma forma que nossos antepassados, porém para estímulos bem menores,
que, geralmente, não colocam nossa vida em risco, como, por exemplo, um en-
garrafamento, ou um celular que parou de funcionar. A falta de tempo e a vida
agitada faz com que lentamente as pessoas se acostumem com o estresse, dando
origem ao estresse crônico.
59
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

NOTA

O sistema nervoso simpático estimula o organismo a responder às situações


de estresse, como a reação de lutar ou fugir. Essas ações envolvem a aceleração dos bati-
mentos cardíacos, aumento da pressão arterial, o aumento da adrenalina, a concentração
de açúcar no sangue, ativação do metabolismo geral do corpo. Já o sistema nervoso pa-
rassimpático é a parte do sistema nervoso autônomo responsável por estimular ações que
permitem ao organismo responder a situações de calma e relaxamento. Essas ações são:
a desaceleração dos batimentos cardíacos, a diminuição da pressão arterial, a diminuição
da adrenalina e a diminuição do açúcar no sangue.

FIGURA 34 – EFEITOS DO SISTEMA SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO NO ORGANISMO

FONTE: <https://bit.ly/3fttVgU>. Acesso em: 13 abr. 2021.

Por exemplo, o estresse acadêmico é uma forma de estresse psicológico


comumente encontrado em estudantes universitários, porque o ensino se dá prin-
cipalmente por meio de aprendizagem ativa. Se eles não conseguem lidar com o
estresse de maneira adequada, eles podem enfrentar muitos sintomas relaciona-
dos ao estresse, como enxaqueca, hipertensão e depressão.

O corpo reage ao estresse ativando o ramo simpático que resulta na esti-


mulação do eixo hipotálamo-pituitário-adrenocortisol (HPA) ou hipotálamo-hipó-
fise-adrenal (HHA). Isso, consequentemente, ativa a liberação de hormônios rela-
cionados ao estresse, como cortisol e adrenalina tanto no sangue quanto na saliva
(BENNETT, 2015). O cortisol, quando em excesso, é um dos hormônios responsá-
veis pela retenção hídrica. Além disso, o cortisol aumenta os estados inflamatórios.
Tanto a retenção hídrica como a inflamação podem dar origem à obesidade. Já a
adrenalina é o neurotransmissor responsável pelo aumento da pressão arterial.

60
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

FIGURA 35 – FISIOLOGIA E HORMONIOS ENVOLVIDOS NO ESTRESSE

FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3v08OsS>; Santos e Almeida (2018, p. 10)

61
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

Recentemente, houve um aumento nos tratamentos não farmacológicos


para aliviar o estresse, como aromaterapia, musicoterapia, técnicas de relaxamen-
to e massagem sueca. Entre eles, a massagem sueca parece fornecer evidências de
uma diminuição do estresse global. Profissionais e pacientes relatam que a mas-
sagem melhora a autoimagem em condições como deficiências físicas e doenças
terminais (BENNETT, 2015).

O toque em si é muito terapêutico, particularmente em pessoas com opor-


tunidades limitadas de contato físico, como pacientes sem amigos íntimos ou fa-
mília ou com condições físicas dolorosas. A massagem também ajuda os pacien-
tes a se sentirem bem cuidados. A massagem tem sido usada para promover a
comunicação e os relacionamentos em vários outros ambientes. No trabalho com
crianças com deficiências profundas, quando o toque pode ser o principal meio
de comunicação, as técnicas de massagem foram incorporadas às atividades coti-
dianas dos cuidadores. (VICKERS; ZOLLMAN, 1999).

Para comprovar a verdadeira eficácia da massagem e seus efeitos fisiológicos,


muitos estudos precisam utilizar grupos de controle (grupos que não irão receber tra-
tamento) e compará-los com grupos que receberão a massagem. A falta de grupos de
controle foi outro problema metodológico dos estudos mais antigos, e por isso pouco
crédito é dado para os impactos benéficos que a massagem pode ter na vida das pes-
soas. Vamos agora, estudar mais profundamente alguns mecanismos fisiológicos que
são ativados ou desativados quando os indivíduos recebem a massagem.

Quanto a mensurar os benefícios da massagem, poderão ser feitas avalia-


ções dos efeitos imediatos após a sessão de terapia, e os efeitos de longo prazo
que são avaliados no final do período de tratamento (ADIB-HAJBAGHERY; RA-
JABI-BEHESHTABAD; ARJMAND, 2013; BENNETT, 2015; FIELD; DIEGO; HER-
NANDEZ-REIF, 2007). Alguns exames envolvem:

• Avaliação do nível de ansiedade e estado de humor através de questionários.


• Medidas do hormônio cortisol (hormônio elevado em condições de estresse).
• Medidas do neurotransmissor adrenalina na corrente sanguínea/urina.
• Medidas de neurotransmissores como serotonina e dopamina (responsáveis
pela sensação de bem-estar).
• Frequência cardíaca, pressão arterial e eletrocardiogramas.
• Tolerância a dor.
• Análise da qualidade do sono.

Veja, na Figura 36, a sistemática da massagem no alívio do stress e ansiedade.

62
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

FIGURA 36 – ELEMENTOS ENVOLVIDOS NA PRÁTICA DE MASSAGEM

FONTE: A autora

Os importantes efeitos da massagem estão relacionados também com a


estimulação do nervo vago. Este nervo corresponde ao 10º par de nervos crania-
nos. Seu nome vem do latim e significa “o nervo que vagueia”, representando o
longo percurso que ele apresenta no corpo. O nervo vago apresenta fibras tanto
aferentes (sensitivas) quanto eferentes (motoras e parassimpáticas); é essencial-
mente visceral e é o maior de todos os nervos cranianos.

Pesquisas relacionam que o nervo vago também pode ser responsável por
mediar os efeitos da massagem terapêutica. O nervo vago tem uma ramificação
para o coração e retarda de forma efetiva a frequência cardíaca.

O aumento da atividade vagal é acompanhado por diminuição da frequ-


ência cardíaca e da pressão arterial, isso gera a sensação de relaxamento e pode
impactar também na capacidade de concentração da pessoa (FIELD, 2014; FIELD;
DIEGO; HERNANDEZ-REIF, 2007). Estão explicados, então, os inúmeros benefí-
cios que uma massagem clássica pode gerar no indivíduo.

63
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

FIGURA 37 – HARMONIZAÇÃO DOS NEUROTRANSMISSORES PARA GERAR DIFERENTES CON-


DIÇÕES NO ORGANISMO

FONTE: <https://bit.ly/3ymUOLS>. Acesso em: 13 abr. 2021.

6 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DAS MASSAGENS


Na massagem clássica, o uso é determinado pelas indicações e deve ser
avaliado particularmente para o fim terapêutico específico e de acordo com as
expectativas do cliente. Não existem contraindicações absolutas devido ao baixo
risco associado a esta prática. Os casos relatados na literatura são extremamente
raros. Usualmente, a massagem clássica tem a finalidade de relaxamento. Para
objetivos como, por exemplo, liberação miofascial, eliminação de toxinas, reabi-
litações pós-cirurgia, podem ser abordados outros tipos de massagens, as quais
você aprenderá futuramente.

As contraindicações à massagem baseiam-se amplamente no bom senso,


como evitar atrito em queimaduras ou massagem em um membro com trombose
venosa profunda. A massagem após o infarto do miocárdio é controversa, embora
estudos tenham mostrado que a massagem suave é apenas um estímulo fisiológi-
co moderado que não causa tensão indevida no coração (VICKERS; ZOLLMAN,
1999). Veja, a seguir, alguns exemplos de possíveis contraindicações, lembrando
novamente, que eles precisam ser avaliados caso a caso:

• Gravidez.
• Alterações circulatórias graves (trombose, varizes, úlceras varicosas).
• Câncer (a ser avaliado).
• Pacientes cardíacos, diabéticos ou hipertensos apenas se descompensados.
• Problemas ósseos ou articulares (artrite, artrose, osteoporose).
• Processos infecciosos (febre, secreção).
• Inflamações agudas ou crônicas.

64
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

• Áreas de sepse, feridas abertas, cortes, ferimentos.


• Cirurgias recentes.

Deve-se ter cuidado com os óleos e cremes utilizados durante as sessões


de massagem para evitar problemas de irritação e alergias. Para isso, é sempre
bom, durante a avaliação do cliente, perguntar sobre possíveis alergias. Você verá
mais para frente, neste Livro Didático, que muitos óleos essenciais podem desen-
cadear processos alérgicos e devem ser usados com cautela.

Leia, a seguir, a tradução de alguns trechos do artigo intitulado Pesquisa


de Revisão sobre Terapia de Massagem, publicado por Tiffany Field, em 2014, no qual
ela explica detalhadamente os principais benefícios da massagem terapêutica.

65
UNIDADE 1 — AMBIENTE PARA A MASSAGEM E POSTURA PROFISSIONAL, NOÇÕES BÁSICAS SOBRE A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA E UMA INTRODUÇÃO A MASSAGEM.

LEITURA COMPLEMENTAR

PESQUISA DE REVISÃO SOBRE TERAPIA DE MASSAGEM

Tiffany Field

A massagem terapêutica é uma das terapias alternativas mais eficazes e am-


plamente utilizadas. Embora a maioria das sessões de massagem terapêutica seja para
a dor, pesquisas recentes sugerem que é eficaz para outras condições, incluindo o cres-
cimento de bebês prematuros, TDAH, depressão e condições imunológicas, mais es-
pecialmente o câncer. Neste artigo, dados recentes são revisados sobre os efeitos da
massagem terapêutica e os potenciais mecanismos subjacentes para esses efeitos. [...]

SÍNDROMES DE DOR

A massagem resultou na redução da dor em todos os estudos que realizamos


em condições de dor crônica, desde dor lombar durante a gravidez até dor de parto,
enxaqueca, síndrome pré-menstrual, fadiga crônica, fibromialgia, síndrome do túnel
do carpo e artrite reumatoide. Na maioria desses estudos, a massagem de pressão
moderada foi focada na área dolorida, como a parte inferior das costas, e as sessões
de vinte minutos foram dadas duas vezes por semana durante cinco semanas. Esses
autores relataram reduções consistentes de tratamento único no cortisol da saliva e
frequência cardíaca e redução de tratamento múltiplo na pressão arterial diastólica.

A massagem também foi eficaz para dor aguda e humor em um estudo


com pacientes com câncer. Nesta pesquisa, adultos com câncer avançado e dor
moderada a grave e que foram internados receberam seis massagens de trinta
minutos ou sessões de toque simples por duas semanas. A massagem foi mais
eficaz do que o simples toque para o alívio imediato da dor e para tratar o humor.
Dados semelhantes foram relatados para pacientes com câncer de mama.

O mecanismo que tem sido usado com mais frequência para explicar os
efeitos da massagem terapêutica nas síndromes de dor é a Teoria do Controle do
Portão. De acordo com essa teoria, acredita-se que a dor estimule fibras nervosas
mais curtas e menos mielinizadas (isoladas), de modo que o sinal de dor requeira
mais tempo para chegar ao cérebro do que os sinais de pressão que são transpor-
tados por fibras nervosas mais mielinizadas e mais longas e, portanto, capazes de
transmitir o estímulo de pressão mais rápido do que o estímulo de dor pode ser
transmitido. O estímulo de pressão chega ao cérebro antes da mensagem de dor e
“fecha a porta” para o estímulo de dor. Essa metáfora tem sido usada para as mu-
danças elétricas e bioquímicas que ocorrem após um estímulo de dor. No entanto,
essa teoria é controversa. Outra teoria relaciona a dor à privação de sono profundo.
No sono profundo, menos substância P é liberada e, portanto, ocorre menos dor
porque a substância P causa dor. Testamos a teoria do “sono profundo aprimorado
leva menos substância P” em nosso estudo em pacientes com fibromialgia. Após

66
TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO À MASSAGEM CLÁSSICA

o período de um mês de massagem terapêutica, mais tempo foi gasto em sono


profundo e níveis mais baixos de substância P foram observados em amostras de
saliva [...]. Ainda, outra teoria é que com o aumento dos níveis de serotonina, a dor
diminui, visto que a serotonina é o neurotransmissor antidor natural do corpo. Os
níveis de serotonina aumentam com a massagem terapêutica e estão relacionados
à redução do cortisol e à depressão, que também são efeitos importantes da massa-
gem terapêutica. A serotonina também está relacionada à diminuição da substância
P. Mais pesquisas são necessárias para testar esses modelos [...].

A MASSAGEM DE PRESSÃO MODERADA AUMENTA A ATIVIDADE


VAGAL E DIMINUI O CORTISOL

O modelo que temos explorado para os efeitos da massagem é que a


pressão moderada (como na estimulação dos receptores de pressão sob a pele)
aumenta a atividade vagal que, por sua vez, reduz o cortisol levando a muitos
efeitos, incluindo redução da dor e aumento da função imunológica. A atividade
vagal aumenta consistentemente após a massagem de pressão moderada. Isso
pode ocorrer por meio da estimulação dos receptores de pressão, que em última
análise sinalizam o sistema límbico, incluindo as estruturas hipotalâmicas envol-
vidas na secreção de cortisol.

FONTE: FIELD. T. Massage therapy research review. Tradução: Sabrina Hochheim. Complement
Ther. Clin. Pract., [S. l.], v. 20, n. 4, p. 224-229, nov. 2014. Doi: 10.1016/j.ctcp.2014.07.002.

67
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• A massagem é a manipulação dos tecidos do corpo por meio de técnicas,


como esfregar, amassar, pressionar e rolar para manter um estado de saúde
e bem-estar.

• A massagem é uma das técnicas de cura mais antigas e naturais em humanos


na história. As civilizações antigas usavam a massagem, não apenas para ali-
viar a dor, mas também para melhorar a aparência física e o estado de bem-
-estar. Seu uso é milenar e, portanto, seus benefícios estão bem estabelecidos.

• A massagem clássica, ou massagem sueca é uma terapia antiga que é usada


até hoje para induzir o relaxamento e melhorar as condições de saúde das
pessoas. Possui manobras básicas que servem para muitas outras técnicas,
as várias manobras podem ser combinadas entre si para provocar os efeitos
fisiológicos desejados.

• A massagem Clássica ou Suéca compreende diversas categorias: effleurage, petrissa-


ge, tapotamento, técnicas de fricção, técnicas de vibração e agitação. Algumas téc-
nicas dessa massagem possuem indicações e contraindicações bem estabelecidas.

• A massagem causa efeitos fisiológicos que comprovadamente podem melho-


rar a saúde do indivíduo. Conforme Vickers e Zollman, é usada principal-
mente para promover relaxamento, tratar condições musculares dolorosas
e reduzir a ansiedade, além do que, Pesquisas afirmam trazer melhorias de
curto prazo nos distúrbios do sono e na dor, condições conhecidas por serem
exacerbadas pela ansiedade.

CHAMADA

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68
AUTOATIVIDADE

1 A massagem é uma das ferramentas de cura mais antigas da humanidade.


Há registros de seu uso para finalidades terapêuticas de milhares de anos
antes de Cristo. Sobre a história da massagem, analise as afirmativas e
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) O famoso livro chamado Cong Fou foi o primeiro a registrar oficialmente


o uso da massagem para finalidades terapêuticas.
( ) Dr. Ling é considerado o pai da fisioterapia moderna. Ele criou o método
que hoje é conhecido mundialmente como massagem nórdica ou clássica.
( ) Avicena, que viveu cerca de 1000 anos depois de Cristo, teve um
importante papel na medicina, sistematizando em livros milhares de
anos de conhecimentos sobre a saúde humana.
( ) Somente recentemente foram descritos os benefícios da massagem para
auxiliar na recuperação de pacientes pós-cirúrgicos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – V – F – V.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) F – V – V – F.

2 A massagem clássica consiste em movimentos delicados, ritmados, com


pressão leve a moderada, e que tem por finalidade promover um enorme
relaxamento para o cliente. Referente aos nomes das principais manobras
utilizadas na massagem clássica, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Effleurage, tamponamento, tremedeiras.


b) ( ) Effleurage, tapotamento e pretissage.
c) ( ) Pretissage, torções, tamponamento.
d) ( ) Deslizamento, pretissage e amassamento.

3 Existem diversos estudos científicos que comprovam a eficiência da


massagem clássica para melhorar diversas condições patológicas como o
estresse, dor e insônia. Os mecanismos fisiológicos são complexos, mas,
basicamente, envolvem o uso do sistema simpático e parassimpático. Sobre
o exposto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O sistema simpático é responsável por acalmar o corpo, relaxando os


vasos sanguíneos e desacelerando os batimentos cardíacos.
b) ( ) O sistema parassimpático encontra-se muito ativado em situações de estresse.
c) ( ) O relaxamento pode ser causado pela liberação de serotonina.
d) ( ) A dopamina é o neurotransmissor responsável pela retenção de líquidos.

69
4 O estresse é considerado um problema de saúde pública devido aos enormes
prejuízos que ele pode causar em uma pessoa, desencadeando doenças
sérias e, até mesmo, seu afastamento do trabalho. Assinale a alternativa que
traz o nome do principal hormônio relacionado ao estresse:

a) ( ) Dopamina.
b) ( ) Serotonina.
c) ( ) Histamina.
d) ( ) Cortisol.

5 A massagem clássica é uma técnica terapêutica que possui o toque com


leve a moderada pressão como instrumento principal. Embora sejam raras
as contraindicações, existem algumas situações em que se deve evitar a
massagem. Assinale a alternativa que traz essas contraindicações:

a) ( ) Gravidez e inchaço.
b) ( ) Câncer e feridas abertas.
c) ( ) Diabetes e hipertensão.
d) ( ) Dor de cabeça e estresse.

70
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74
UNIDADE 2 —

PRÁTICAS INTEGRATIVAS E
COMPLEMENTARES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conceituar as Práticas Integrativas e Complementares, contextua-


lizando sua aplicação no Sistema Único de Saúde;

• descrever as legislações que envolvem as práticas e suas formas


de inserção no Sistema Único de Saúde, bem como todos os atores
envolvidos e sua responsabilidade no processo;

• expor as vertentes envolvidas nas práticas e sua ampla aplicabili-


dade (promovendo saúde e tratando doenças);

• ampliar os conceitos e aplicabilidade das Práticas Integrativas e


Complementares à novas práticas que ainda não foram inseridas
na política brasileira.

75
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – FUNDAMENTANDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS


E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) NO BRASIL

TÓPICO 2 – DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E


COMPLEMENTARES

TÓPICO 3 – OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

76
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2

FUNDAMENTANDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E


COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) NO BRASIL

1 INTRODUÇÃO

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são recursos


terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir di-
versas doenças, além de ser usado como tratamento paliativo e recuperação da saú-
de, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e
na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade (BRASIL, 2015).

As práticas foram institucionalizadas por meio da Política Nacional de


Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) sendo que entre as prin-
cipais diretrizes desta política está o aumento da resolutividade dos serviços de
saúde, realizada a partir da integração entre os modelos de cuidado, de raciona-
lidades com olhar e atuação mais ampliados, atuando de forma integrada e/ou
complementar no diagnóstico, na avaliação e no cuidado (BRASIL, 2015).

Fazendo uma retrospectiva, no Brasil, o debate sobre as PICS iniciou no


final da década de 1970, após a declaração da Alma Ata e validada, e, nos anos
1980, com a 8ª Conferência Nacional de Saúde, onde se discutiu as demandas e
necessidades da população por um olhar que questionasse o modelo hegemôni-
co de ofertar cuidado, sem legitimar saberes e práticas.

Nesse momento, foi iniciado o movimento de busca por outras formas de


autocuidado e cuidado nos âmbitos do bem-estar físico, mental e social, quando
o Governo Federal em conjunto com gestores de saúde, entidades de classe, con-
selhos, academia e usuários do SUS instituiu uma política pública permanente
que considerasse não só os mecanismos naturais de prevenção de agravos e
recuperação da saúde, mas a abordagem ampliada do processo saúde-doença e
a promoção global do cuidado humano (BRASIL, 2015).

Nesse contexto, embasado pelas diretrizes da OMS, o Ministério da Saúde


aprova, através da Portaria GM/MS nº 971, de 3 de maio de 2006, a Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS (BRASIL, 2006).

As práticas foram sendo institucionalizadas por meio da PNPIC, ao longo


dos anos, conforme Figura 1. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece,
de forma integral e gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Comple-
mentares (PICS) à população, sendo: Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura,
Medicina Antroposófica, Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Termalis-
77
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

mo Social/Crenoterapia, Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Medi-


tação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki,
Shantala, Terapia Comunitária Integrativa, Yoga, Apiterapia, Aromaterapia, Bioe-
nergética, Constelação Familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Hipnoterapia, Imposi-
ção de mãos, Ozonioterapia e Terapia de Florais (BRASIL, 2015).

FIGURA 1 – LINHA DO TEMPO DA IMPLANTAÇÃO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLE-


MENTARES NO SUS

FONTE: <https://bit.ly/3bAJQsy>. Acesso em: 14 abr. 2021.

Em sua maioria, os atendimentos começam na Atenção Básica, principal por-


ta de entrada para o SUS. Todavia, são práticas transversais e podem estar presentes
em todos os pontos da Rede de Atenção à Saúde, já que, conforme comentamos ante-
riormente, as PICS compõem uma abordagem de visão ampliada do processo saúde/
doença e da promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado.

Evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento inte-


grado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares.
Além disso, há um crescente número de profissionais capacitados e habilitados
e maior valorização dos conhecimentos tradicionais de onde se originam gran-
de parte dessas práticas (BRASIL, 2015).

2 OBJETIVOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE


PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são recur-
sos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais direcionados à escuta
acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser
humano com o meio ambiente e a sociedade.

78
TÓPICO 1 — FUNDAMENTANDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) NO BRASIL

2.1 OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS


INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares formulou
como objetivos a serem aplicados:

• Incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Comple-


mentares no SUS, na perspectiva da prevenção de agravos e da
promoção e recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica,
voltada ao cuidado continuado, humanizado e integral em saúde.
• Contribuir ao aumento da resolubilidade do Sistema e ampliação
do acesso à PNPIC, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e se-
gurança no uso.
• Promover a racionalização das ações de saúde, estimulando al-
ternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvi-
mento sustentável de comunidades.
• Estimular as ações referentes ao controle/participação social,
promovendo o envolvimento responsável e continuado dos usu-
ários, gestores e trabalhadores nas diferentes instâncias de efeti-
vação das políticas de saúde (BRASIL, 2015, p. 28).

2.2 DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS


INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
Da mesma forma, foram elaboradas as diretrizes da PNPIC, descritas a seguir:
• Estruturação e fortalecimento da atenção em PIC no SUS.
• Desenvolvimento de estratégias de qualificação em PIC para pro-
fissionais o SUS, em conformidade com os princípios e diretrizes
estabelecidos para educação permanente.
• Divulgação e informação dos conhecimentos básicos da PIC para
profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS, considerando
as metodologias participativas e o saber popular e tradicional.
• Estímulo às ações intersetoriais, buscando parcerias que propi-
ciem o desenvolvimento integral das ações.
• Fortalecimento da participação social.
• Provimento do acesso a medicamentos homeopáticos e fitoterápi-
cos na perspectiva da ampliação da produção pública, asseguran-
do as especificidades da assistência farmacêutica nestes âmbitos,
na regulamentação sanitária.
• Garantia do acesso aos demais insumos estratégicos da PNPIC,
com qualidade e segurança das ações.
• Incentivo à pesquisa em PIC com vistas ao aprimoramento da
atenção à saúde, avaliando eficiência, eficácia, efetividade e segu-
rança dos cuidados prestados.
• Desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação da
PIC, para instrumentalização de processos de gestão.
• Promoção de cooperação nacional e internacional das experiên-
cias da PIC nos campos da atenção, da educação permanente e da
pesquisa em saúde.
• Garantia do monitoramento da qualidade dos fitoterápicos pelo
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2015, p. 29).

79
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

E como são indicadas? As indicações são embasadas no indivíduo como um


todo, considerando-o em seus vários aspectos: físico, psíquico, emocional e social.

DICAS

Conheça a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no


SUS: atitude de ampliação de acesso. Livro que define as abordagens da PNPIC no SUS.
Tratando da necessidade de conhecer, apoiar, incorporar e implementar experiências já
desenvolvidas na rede pública estadual e municipal, dentre as quais a Medicina Tradicional
Chinesa – acupuntura, homeopatia, fitoterapia, medicina antroposófica o termalismo ou
crenoterapia. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpic.pdf.

3 ONDE ENCONTRAMOS AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E


COMPLEMENTARES
No Brasil, as PICS estão presentes em quase 54% dos municípios, dis-
tribuídos pelos vinte e sete estados e Distrito Federal. Considerando a atenção
básica e os serviços de média e alta complexidade, existem atualmente 9.350
estabelecimentos de saúde no país ofertando 56% dos atendimentos individuais
e coletivos em Práticas Integrativas e Complementares nos municípios brasi-
leiros, correspondendo a 8.239 (19%) estabelecimentos na atenção básica que
ofertam PICS, distribuídos em 3.173 municípios (BRASIL, 2021a).

Com relação à distribuição dos serviços de PICS por nível de complexidade


tem-se: 78% de atendimentos na atenção Básica; 18% da média complexidade e 4%
na alta complexidade. Em números, é representada por dois milhões de atendi-
mentos das PICS nas UBS, com mais de um milhão de atendimentos na Medicina
Tradicional Chinesa, incluindo acupuntura, (85 mil) fitoterapia, (13 mil) homeopa-
tia, (926 mil) e outras práticas integrativas que não possuíam código próprio para
registro, que com a publicação da Portaria nº 145/2017 passaram a ter (BRASIL,
2021a). Nesse sentido, percebe-se que o Brasil é referência mundial na área de prá-
ticas integrativas e complementares na atenção básica (BRASIL, 2021a).

E
IMPORTANT

Com o objetivo de qualificar a gestão em Práticas Integrativas e Complementares


no SUS e promover educação permanente aos profissionais de saúde que compõem a
Atenção Primária à Saúde, o Ministério da Saúde oferta os seguintes cursos:

80
TÓPICO 1 — FUNDAMENTANDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) NO BRASIL

• Curso Introdutório em Práticas Integrativas e Complementares: Práticas Corporais e


Mentais da Medicina Tradicional Chinesa.
• Curso Introdutório em Práticas Integrativas e Complementares: Medicina Tradicional
Chinesa.
• Curso Introdutório em Práticas Integrativas e Complementares: Antroposofia Aplicada
à Saúde.
• Uso de Plantas Medicinais e Fitoterápicos para Agentes Comunitários de Saúde.
• Gestão de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde – PICS.
• Curso de Qualificação em Plantas Medicinais e Fioterápicos na Atenção Básica.

Os cursos estão disponíveis na página da AVSUS e podem ser acessados a qualquer


momento, de qualquer lugar e de qualquer equipamento, inclusive tablet e celular. Para
maiores informações acesse: https://avasus.ufrn.br/.

3.1 COOPERAÇÃO ENTRE O BRASIL E O MÉXICO


As PICS ampliaram o acesso aos serviços antes restritos à área privada e
trouxeram o desafio de integrar saberes e práticas para o desenvolvimento de pro-
jetos humanizados, integrais e transdisciplinares, contemplando entre suas diretri-
zes, a promoção de cooperação nacional e internacional para troca de experiências
nos campos da atenção, da educação permanente e da pesquisa em saúde.

O projeto de cooperação Brasil/México foi idealizado em 2009, com a


proposta de intercâmbio de experiências sobre PICS e competência intercultural
na oferta dos serviços de saúde, destacando a missão técnica brasileira ao Méxi-
co para troca de experiências, o curso à distância de Competência Intercultural na
oferta de serviços de saúde e o seminário de capacitação presencial sobre compe-
tência intercultural, promovido pelo DAB, com a presença dos representantes
mexicanos (BRASIL, 2021a). Já, em 2011, teve início a pactuação de um novo
termo de cooperação incluindo as áreas demandadas, pois, levantou-se a neces-
sidade de aprofundamento e intercâmbio junto às áreas de saúde da mulher,
humanização, alimentação e nutrição e saúde do homem (BRASIL, 2021a).

4 COMO IMPLANTAR AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E


COMPLEMENTARES
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), publi-
cada em 2006, a qual instituiu no SUS as abordagens de cuidado integral à população
por meio de outras práticas que envolvem recursos terapêuticos diversos, traz as dire-
trizes gerais para a incorporação das práticas nos serviços, destacando que compete ao
gestor municipal elaborar normas para inserção da PNPIC na rede municipal de saúde.

Em relação aos recursos para as PICS, integram o Piso da Atenção Básica


(PAB) de cada município, podendo o gestor local aplicá-los de acordo com sua prio-
ridade, sendo que estados e municípios também podem instituir sua própria políti-

81
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

ca, considerando suas necessidades locais, sua rede e processos de trabalho. Ainda,
destaca-se que alguns tratamentos específicos, como acupuntura, recebem outro tipo
de financiamento, compondo o bloco de média e alta complexidade (BRASIL, 2021a).

O fluxo inicia com o gestor municipal que deve elaborar normas técnicas
para inserção da PNPIC na rede de Saúde e definir recursos orçamentários e
financeiros para a implementação das práticas integrativas, ficando na compe-
tência do município a contratação dos profissionais e definição das práticas a
serem inseridas no serviço (BRASIL, 2021a).

DICAS

Leia o Manual de Implantação de Serviços de Práticas Integrativas e Comple-


mentares no SUS. Disponível no site do Ministério da Saúde, possui como objetivo sugerir aos
gestores do SUS um modelo de Plano de Implantação das PICS, facilitando o desenvolvimento
dessas práticas de cuidado em seu território, além de descrever os passos de cadastramento
dos serviços. É válido ressaltar que não se trata de um modelo rígido e obrigatório, pois os
municípios que se encontram em fases diversas de implantação poderão ajustá-lo às suas
necessidades, especificidades e realidade do território. Na íntegra em: https://bit.ly/3tYl9MQ.

5 PREPARO DOS SERVIÇOS E DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE


PARA A REALIZAÇÃO DAS PICS
Como em todas as práticas realizadas no sistema de saúde, para as PICS os re-
cursos humanos também são essenciais, sendo importante a formação profissional para
o sucesso da implementação do processo (ISCHKANIAN; PELICIONI, 2012). Destaca-se
que o desconhecimento da PNPIC e das terapias dificulta a adesão, tanto de profissionais
quanto dos serviços, na oferta das práticas (GALHARDI; BARROS; LEITE-MOR, 2013).

Além de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, psicólogos e


outros profissionais são habilitados para as práticas estimuladas pela política, toda-
via, há uma baixa adesão às especializações na área, assim como é deficiente o ensino
nas graduações do uso das PICS, dificultando o aperfeiçoamento dos profissionais
da saúde, embora muitos demonstrem interesse na capacitação e concordância com o
uso das práticas nos serviços (THIAGO; TESSER, 2011). Gestores apontam que uma
das principais dificuldades encontradas no processo para a implementação das tera-
pias é a resistência de alguns profissionais de saúde, sendo, portanto, um problema,
já que a atitude dos profissionais em relação a essas práticas é relevante para o estí-
mulo no uso das PICS pelos usuários (SILVA; TESSER, 2013). Com isso, a ampliação
dos saberes sobre as PICS, e o incentivo aos profissionais, por meio de educação per-
manente, pode ser uma estratégia eficaz na implantação e concretização da PNPIC e
melhoria do acesso às práticas nos serviços de saúde no âmbito do SUS.

82
TÓPICO 1 — FUNDAMENTANDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS) NO BRASIL

Santos e Tesser (2012), em seu estudo, apresentaram um método de im-


plantação e promoção de acesso às PICS na ABS, baseado em experiências, cons-
tituído de quatro fases sequenciais, as quais listaremos a seguir:

• Primeira fase: estabelecer as pessoas responsáveis, que conduzirão o processo.


• Segunda fase: realizar uma análise situacional, em que os profissionais são
mapeados e acionados para realizarem um levantamento de questões que di-
ficultam o acesso às PICS, elaborar estratégias de organização das ações, fluxo
de atendimento e formalização das ações desenvolvidas, fazendo uma análise
situacional local das PICS.
• Terceira fase: regulamentar as normas e adequações para o desenvolvimento
das PICS em consonância com a política vigente.
• Quarta fase: implantar, de modo cíclico e contínuo, a prática que será influen-
ciada pela capacidade produtiva do pessoal responsável.

Mediante a realização dessas fases é provável que sejam necessários in-


vestimentos e capacitação contínua dos profissionais da rede, atendendo a de-
manda de modo qualificado e resolutivo (SANTOS; TESSER, 2012).

5.1 PRINCIPAIS AVANÇOS NO USO DAS PICS E DESAFIOS


FUTUROS
Apesar do aumento no uso das PICS e do potencial terapêutico dessas
práticas, suas contribuições para a saúde, ainda são pouco explorados/pesqui-
sadas no SUS. Ainda, o modelo biomédico atual somado à tendência na área da
saúde, infelizmente mercadológica, tem transformado os saberes e práticas em
mercadorias, representando uma limitação nos avanços esperados para essas
práticas, havendo o desafio de aprofundar o cuidado em um modelo integral de
assistência, superando a supremacia/hegemonia da lógica de serviços.

Destacam-se outros desafios importantes relacionados à capacitação e


ao incentivo da equipe de saúde, assim como, a percepção e a compreensão das
perspectivas das PICS. Esses fatores são essenciais para o sucesso da inserção das
PICS no SUS (RUELA et al., 2019).

83
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são recursos terapêu-


ticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas do-
enças, além de serem usadas como tratamento paliativo e recuperação da saúde.

• Embasado pelas diretrizes da OMS, o Ministério da Saúde aprovou, através


da Portaria GM/MS nº 971, de 3 de maio de 2006, a Política Nacional de Prá-
ticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC).

• As práticas foram sendo institucionalizadas por meio da PNPIC ao longo dos


anos. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma inte-
gral e gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares
(PICS) à população, sendo: Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Me-
dicina Antroposófica, Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Terma-
lismo Social/Crenoterapia, Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular,
Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexo-
terapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa, Yoga, Apiterapia,
Aromaterapia, Bioenergética, Constelação familiar, Cromoterapia, Geotera-
pia, Hipnoterapia, Imposição de mãos, Ozonioterapia e Terapia de Florais.

• Evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado


entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares. Além
disso, há um crescente número de profissionais capacitados e habilitados e
maior valorização dos conhecimentos tradicionais de onde se originaram
grande parte dessas práticas.

• Para implantação das PICS no SUS, o fluxo inicia com o gestor municipal,
que deve elaborar normas técnicas para inserção da PNPIC na rede de Saú-
de e definir recursos orçamentários e financeiros para a implementação das
práticas integrativas, ficando, como competência do município, a contrata-
ção dos profissionais e definição das práticas a serem inseridas no serviço.

84
AUTOATIVIDADE

1 No Brasil, as PICS estão distribuídas pelos 27 estados e Distrito Federal. Consi-


derando a atenção básica e os serviços de média e alta complexidade, existem,
atualmente, 9.350 estabelecimentos de saúde no país ofertando 56% dos aten-
dimentos individuais e coletivos em Práticas Integrativas e Complementares
nos municípios brasileiros, correspondendo 8.239 (19%) estabelecimentos na
Atenção Básica que ofertam PICS, distribuídos em 3.173 municípios. Conside-
rando os objetivos das PICS e sua distribuição a nível nacional, em termos de
aplicabilidade nos níveis de complexidade, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Em relação à distribuição dos serviços de PICS por nível de complexi-


dade, tem-se: 78% de atendimentos na atenção Básica; 18% da média
complexidade e 4% na alta complexidade.
b) ( ) Em relação à distribuição dos serviços de PICS por nível de complexi-
dade, tem-se: 18% de atendimentos na atenção Básica; 78% da média
complexidade e 4% na alta complexidade.
c) ( ) Em relação à distribuição dos serviços de PICS por nível de complexi-
dade, tem-se: 30% de atendimentos na atenção Básica; 40% da média
complexidade e 30% na alta complexidade.
d) ( ) Em relação à distribuição dos serviços de PICS por nível de comple-
xidade, tem-se: 78% de atendimentos na atenção Básica; 4% da média
complexidade e 18% na alta complexidade.
e) ( ) Em relação à distribuição dos serviços de PICS por nível de comple-
xidade, tem-se: 7% de atendimentos na atenção Básica; 13% da média
complexidade e 80% na alta complexidade.

2 As práticas foram sendo institucionalizadas por meio da PNPIC ao longo


dos anos. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma
integral e gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Comple-
mentares (PICS) à população, estando entre elas:

a) ( ) Reiki; acupuntura; auriculoterapia; thetahealing®.


b) ( ) Geoterapia; aromaterapia; terapia floral; reiki.
c) ( ) Imposição de mãos; barra de acces; medicina antroposófica.
d) ( ) Ayuverda; medicina antroposófica, cromoterapia; mindfullnes.
e) ( ) Reiki; auriculoterapia; thetahealing®; barra de acces.

3 As práticas foram sendo institucionalizadas por meio da PNPIC ao longo


dos anos, iniciada em 2006, com 5 procedimentos de Práticas Integrativas
e Complementares (PICS) à população. Assinale a opção que remete às
práticas inicialmente implementadas no SUS:

a) ( ) Acupuntura, fitoterapia e homeopatia.


b) ( ) Acupuntura, cromoterapia e aromaterapia.
c) ( ) Antroposofia, fitoterapia e reiki.
85
d) ( ) Bioenergética, auriculoterapia e terapia floral.
e) ( ) Fitoterapia, cromoterapia e geoterapia.

4 Considerando que as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)


são recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados
para prevenir diversas doenças, além de ser usado como tratamento paliativo
e recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento
do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente
e a sociedade, descreva os objetivos desenvolvidos pela Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares para serem aplicados no SUS.

5 Santos e Tesser (2012) apresentaram um método de implantação e promo-


ção de acesso às PICS na Atenção Básica à Saúde, baseado em experiências,
constituído de quatro fases sequenciais, liste e descreva essas fases.

86
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2

DESCREVENDO AS PRÁTICAS
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

1 INTRODUÇÃO

Como vimos no tópico anterior, as Práticas Integrativas e Complemen-


tares em Saúde (PICS) são recursos terapêuticos baseados em conhecimentos
tradicionais direcionados à escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo
terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade.

Nesse sentido, a seguir, serão listadas e brevemente comentadas as 29 Prá-


ticas Integrativas e Complementares oferecidas no Sistema Único de Saúde (SUS).

2 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES INSERIDAS


NO SUS
As práticas foram institucionalizadas por meio da Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), representando um mo-
vimento pela busca por outras formas de autocuidado e cuidado nos âmbitos do
bem-estar físico, mental e social.

Reflete uma ação conjunta do Governo Federal com gestores de saúde, en-
tidades de classe, conselhos, academia e usuários do SUS, que após vários debates
instituiu uma política pública permanente que considerasse não só os mecanismos
naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde, mas a abordagem amplia-
da do processo saúde-doença e a promoção global do cuidado humano (BRASIL,
2015). A seguir têm-se descritas as práticas instituídas no SUS até o ano de 2020.

2.1 APITERAPIA
A apiterapia é uma prática terapêutica mencionada por Hipócrates, utili-
zada desde a antiguidade. Descrita também em textos chineses e egípcios. Con-
siste em usar produtos derivados de abelhas – como apitoxinas, mel, pólen, geleia
real, própolis – para promoção da saúde e fins terapêuticos (BRASIL, 2021a). 

87
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

2.2 AROMATERAPIA
A aromaterapia abrange um conhecimento secular, consistindo em uma
prática terapêutica que utiliza as propriedades dos óleos essenciais, concentra-
dos voláteis extraídos de vegetais, na recuperação do equilíbrio e da harmonia
no organismo, com objetivo de promoção da saúde e bem-estar físico e mental.
Representa uma terapia que frequentemente é associada com outras práticas
– como terapia de florais, e cromoterapia, potencializando os resultados do tra-
tamento. Tem sido adotada por diversos profissionais de saúde como enfermei-
ros, psicólogos, fisioterapeutas, médicos, veterinários, terapeutas holísticos, na-
turistas, e empregada em diferentes setores da área auxiliando no reequilíbrio
físico e/ou emocional dos indivíduos (BRASIL, 2021a). 

2.3 ARTETERAPIA
A arteterapia é uma atividade milenar, praticada com expressividade artística
e visual, agindo como elemento terapêutico na análise do consciente e do inconscien-
te, possibilitando a união dos universos, interno e externo, de cada indivíduo através
da simbologia, contribuindo na saúde física e mental. A arte livre, quando conectada
a um processo terapêutico, transforma-se em uma técnica especial, sendo usada com
fim em si mesma (foco no processo criativo, no fazer) ou na análise/investigação de
suas simbologias (arte como recurso terapêutico) (BRASIL, 2021a).

Nessa prática, são usados instrumentos como pintura, colagem, modelagem,


poesia, dança, fotografia, tecelagem, expressão corporal, teatro, sons, músicas ou cria-
ção de personagens, no processo terapêutico, o qual pode ser individual ou em gru-
po, numa produção artística que viabiliza a recuperação da saúde (BRASIL, 2021a).

2.4 AYURVEDA
O ayurveda significa ciência ou conhecimento da vida, é uma terapia de
origem indiana, considerada uma das mais antigas abordagens do cuidado. Surgiu
da observação e uso de recursos naturais para desenvolver um sistema único de
cuidado, o que gerou um conhecimento estruturado, abrangendo princípios rela-
tivos à saúde do corpo físico, considerando os campos energético, mental e espi-
ritual. Para o ayurveda, indivíduo saudável é aquele que tem os doshas (humores)
em equilíbrio, os dhatus (tecidos) com nutrição adequada, os malas (excreções) eli-
minadas adequadamente, e apresenta uma alegria e satisfação na mente e espírito.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aborda sucintamente o ayurveda, reco-
nhecendo sua utilização para prevenir e curar doenças. Além disso, reconhece que
perpassa um sistema terapêutico, sendo uma maneira de viver (BRASIL, 2021a).

No ayurveda, o corpo humano é composto por cinco elementos – éter,


ar, fogo, água e terra –, os quais compõem o organismo, os estados energéticos e
emocionais, os quais, em desequilíbrio, induzem o surgimento de doenças. Para

88
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

o processo de investigação diagnóstica considera os tecidos corporais afetados,


humores, local em que a doença está localizada, resistência e vitalidade, rotina
diária, hábitos alimentares, gravidade das condições clínicas, condição de di-
gestão, detalhes pessoais, sociais, situação econômica e ambiental da pessoa.
Em sua maioria, os tratamentos ayurvédicos compõem a singularidade de cada
pessoa utilizando de técnicas de relaxamento, massagens, plantas medicinais,
minerais, posturas corporais (ásanas), pranayamas (técnicas respiratórias), mu-
dras (posições e exercícios) e cuidados dietéticos (BRASIL, 2021a).

2.5 BIODANÇA
A biodança é uma prática de expressão corporal que proporciona vi-
vências integradoras por meio da música, do canto, da dança e atividades em
grupo, com intuito de promover o equilíbrio afetivo e a renovação orgânica para
o desenvolvimento humano. Consta de exercícios e músicas organizados que
atuam na coordenação e equilíbrio físico e emocional, aumentando a resistência
ao estresse, promovendo renovação orgânica e melhora na comunicação e o re-
lacionamento interpessoal (BRASIL, 2021a).

2.6 BIOENERGÉTICA
A massagem não pode ser considerada uma habilidade única, pois abran-
ge vários métodos usados pelos vários sistemas. Em se tratando de conceito, o
mais apropriado é que a massagem é uma coleção de habilidades.

Segundo a terapeuta Dreher (2009), a bioenergética provém da compreen-


são do ser humano e o fenômeno da vida, a partir de uma visão energética – bio
(vida) energética.

O objetivo dessa terapia é conduzir o indivíduo a entrar em contato consigo


mesmo, através da linguagem do seu próprio corpo e de seus registros psicofísicos,
fazendo com que ele mesmo perceba como inibe ou bloqueia o fluxo energético no
seu corpo, como limita sua respiração, restringe seu movimento e reduz sua autoe-
xpressão, contribuindo para entender o porquê dessas inibições. Com isso, a massa-
gem bioenergética tem sido utilizada com intuito de auxiliar na dissolução de cou-
raças energéticas através de manobras e toques com ritmos e respiração consciente,
pressão controlada e toques suaves para dissolver, relaxar e energizar as muscula-
turas contraídas, mudando o próprio circuito energético e disposição, qualificando,
nutrindo e potencializando seu estado vibracional, melhorando a qualidade de vida.

O estado das mãos do terapeuta é de extrema importância, devem estar


limpas e bem cuidadas, as unhas devem ser mantidas razoavelmente curtas com
pontas arredondadas, devendo expressar sensibilidade, suavidade, firmeza e for-
ça. Qualquer indivíduo que busque aprender e praticar assimilará o modo de
fazer contato e o ritmo, adquirindo uma boa técnica (DREHER, 2009).

89
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

A técnica da massagem bioenergética estimula a circulação sanguínea e lin-


fática, o relaxamento, a consciência do respirar, a consciência do corpo, a redução
dos sintomas de depressão e ansiedade, a redução das dores de cabeça e enxaque-
cas, o alívio das dores físicas, a melhora das funções intestinais, a melhora da auto-
estima, a ativação do fluxo energético, além de reduzir cansaços e insônias.

2.6.1 Componentes da massagem


Para o terapeuta executar essa prática é necessário se atentar aos passos
direcionados a seguir.

• Direção, pressão, frequência do ritmo e veículos

A direção é focada ao centrípeto, vai para o centro do coração, sentido das


fibras, inicialmente. A pressão varia conforme a técnica, o paciente, estado mus-
cular, patologias associadas e, objetivos do cliente.

Os ritmos e frequência também são variáveis conforme objetivos, poden-


do ser leve, lenta, suave (início e fim), não parando de forma abrupta, sendo que
os meios/veiculos que podem ser utilizados são óleo, cremes, pomadas, talco en-
tre outros (DREHER, 2009).

• Manobras básicas da massagem

As manobras básicas da massagem bioenergética consistem em: desliza-


mentos; amassamentos; pinçamentos; torções; rolamentos; sucussão, fricções e
percussões como tapotagem, palmadas, cutelada, vibração e tamborilamento.

Veremos cada um mais detalhadamente:

Quanto aos deslizamentos, abrangem o effleurage, que consiste em alisar; o


superficial, input sensorial que auxilia na drenagem venosa e linfática, aumentando a
temperatura local, removendo células e desobstruindo poros; deslizamento unidire-
cional, sendo distal para proximal ou proximal para distal (deslizamento) com mãos
espalmadas; e, por fim, o deslizamento profundo, que atinge músculos mais profun-
dos, eliminando ácido lático do músculo, é normalmente usado após o superficial.

Entre os amassamentos destaca-se a petrissage, que consiste em amassar


os músculos, comprimindo contra o osso ou si próprio; o pinçamento, quando se
eleva e “espreme” o músculo, mão em C ou V e o rolamento, gancho, elevando
e rolando os tecidos subcutâneos ou músculos superficiais entre polegar e indi-
cador. Ainda, têm-se as fricções, manobras com ritmo mais intenso, unidirecio-
nal, com profundidade e repetitiva, úteis para ligamentos, junções aponeuróticas,
aderências do tecido conjuntivo, utilizando dois ou três dedos e/ou toda a mão.

90
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Por fim, descrevem-se os movimetos de percussão, com palmadas, usando a


mão aberta, a cutelada, usando bordo cubital de mão e iniciando com movimentos
leves (com dedos), depois com movimentos mais fortes (borda de mão), sendo aqui
necessário velocidade. A vibração, que consiste nas mãos espalmadas (bolsa de água
quente), contribuindo no afrouxamento das contraturas e o tamborilamento, com pu-
nho cerrado (grande massas) ou na face com leve “dedilhar” (DREHER, 2009).

2.7 CONSTELAÇÃO FAMILIAR


A constelação familiar é uma terapia breve que pode ser feita em grupo,
durante workshops, ou em atendimentos individuais, abordando um tema a
cada encontro. Consiste em um método psicoterapêutico de abordagem sistêmi-
ca, energética e fenomenológica, a qual busca reconhecer a origem dos proble-
mas mencionados pelo usuário, assim como o que está encoberto nas relações
familiares e por meio do conhecimento e das forças que atuam no inconsciente
familiar e das leis do relacionamento humano, encontrar a ordem, o pertenci-
mento e o equilíbrio, possibilitando ao usuário reorientação ao seu movimento
em direção à cura e ao crescimento (CONSTELAÇÃO FAMILIAR, 2021).

A constelação familiar foi desenvolvida, na década de 1980, pelo psico-


terapeuta alemão Bert Hellinger (1925-2019), que apontou a existência de um
inconsciente familiar, além do inconsciente individual e coletivo. Bert Hellinger
denomina as “ordens do amor” como as leis básicas do relacionamento humano
– a do pertencimento ou vínculo, a da ordem de chegada ou hierarquia, e a do
equilíbrio, sendo que as ações realizadas em consonância com essas leis favore-
cem que a vida flua de modo equilibrado e harmônico; as quais, quando trans-
gredidas, ocasionam perda da saúde, dos bons relacionamentos e consequente-
mente fracasso nos objetivos de vida (CONSTELAÇÃO FAMILIAR, 2021).

2.8 CROMOTERAPIA
A cromoterapia é uma prática que utiliza as cores do espectro solar – verme-
lho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta – para restaurar o equilíbrio físico e
energético do corpo. As cores são classificadas em quentes (luminosas, com vibrações
que causam sensações mais físicas e estimulantes – vermelho, laranja e amarelo) e
frias (mais escuras, com vibrações mais sutis e calmantes – verde, azul, anil e violeta),
sendo que a cor violeta é a de vibração mais alta no espectro de luz, com sua frequên-
cia atingindo as camadas mais sutis e elevadas do ser (campo astral) (BRASIL, 2021a).

2.9 DANÇA CIRCULAR


A dança circular é uma prática corporal expressiva, normalmente realizada
em grupo. Utiliza a dança de roda tradicional e contemporânea, canto e ritmo
para compor a aprendizagem e a interconexão harmoniosa do corpo humano.

91
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

As pessoas dançam em conjunto, em círculos, acompanhando com can-


tos e movimentos de mãos e braços, internalizando os movimentos, liberando
mente e coração, corpo e espírito (BRASIL, 2021a).

Essa prática é baseada em culturas de danças mundiais tradicionais co-


letadas e ressignificadas pelo bailarino polonês/alemão Bernard Wosien (1976),
que acrescentou novas coreografias e ritmos, estimulando os integrantes da
roda a respeitar, as diversidades do grupo.

2.10 GEOTERAPIA
A geoterapia é uma prática baseada na utilização de argila, barro e/ou
lamas medicinais, além de pedras e cristais (frutos da terra), com objetivo de
cuidar de desequilíbrios físicos e emocionais por meio dos diferentes tipos de
energia e propriedades químicas desses elementos.

As pedras e os cristais são muito utilizados como ferramentas de equilíbrio


dos centros energéticos e meridianos do corpo, promovendo o contato com o “eu
interior” e atuando nas zonas reflexológicas, amenizando desequilíbrios físicos e
emocionais. A energia dos raios solares ativa os cristais promovendo um processo
dinâmico e vitalizador que viabiliza benefícios ao corpo humano (BRASIL, 2021a).

2.11 HIPNOTERAPIA
A hipnoterapia consiste em um conjunto de técnicas que induzem intenso
relaxamento e concentração, direcionando a pessoa a um estado de consciência
aumentado, o qual permitirá que altere condições ou comportamentos indeseja-
dos, como medos, fobias, insônia, depressão, angústia, estresse, dores crônicas.

Em combinação com outras formas de terapia, auxilia na condução de


uma série de problemas físicos e emocionais (BRASIL, 2021a).

2.12 HOMEOPATIA
A terapia com homeopatia reflete em uma abordagem de caráter holísti-
co e vitalista que vê a pessoa como um todo. O método terapêutico envolve três
princípios fundamentais:

• lei dos semelhantes;


• experimentação no homem sadio;
• ultra diluição de medicamentos.

92
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Os tratamentos são realizados com base nos sintomas específicos de


cada indivíduo, utilizando substâncias altamente diluídas que buscam desen-
cadear o sistema de cura natural do corpo. Os medicamentos homeopáticos da
farmacopeia homeopática brasileira estão incluídos na Relação Nacional de Me-
dicamentos Essenciais (Rename) (BRASIL, 2021a).

2.13 IMPOSIÇÃO DE MÃOS


A imposição de mãos é uma prática terapêutica de origem secular que con-
siste no aplicador estar em estado meditativo para a transferência de energia vital
(Qi, prana) por meio das mãos com intuito de reestabelecer o equilíbrio do campo
energético humano, auxiliando no processo saúde-doença (BRASIL, 2021a).

2.14 MEDICINA ANTROPOSÓFICA


Esta abordagem terapêutica é baseada na antroposofia, que integra as te-
orias e práticas da medicina moderna com conceitos específicos antroposóficos,
os quais avaliam o ser humano a partir da trimembração, quadrimembração e
biografia, contribuindo com recursos terapêuticos específicos (BRASIL, 2021a).

A medicina antroposófica atua de maneira integrativa e utiliza diversos


recursos terapêuticos conciliando medicamentos e terapias convencionais com
outros específicos, como aplicações externas, banhos terapêuticos, terapias físi-
cas, arteterapia, aconselhamento biográfico, quirofonética.

É fundamentada em um entendimento espiritual-científico do ser humano,


considerando bem-estar e doença como eventos ligados ao corpo, mente e espírito
do indivíduo, realizando abordagem holística (salutogenesis) com foco em fatores
que sustentam a saúde por meio de reforço da fisiologia do paciente e da individu-
alidade, ao invés de apenas tratar os fatores que causam a doença (BRASIL, 2021a).

2.15 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)


A abordagem terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é mi-
lenar, e é baseada na teoria do yin-yang e dos cinco elementos, usadas como
bases fundamentais na avaliação do estado energético e orgânico do indivíduo,
com objetivo de tratar quaisquer desequilíbrios em sua integralidade. Foi trans-
mitida, inicialmente, de forma verbal, do mestre para o discípulo, de geração para
geração. Já, durante o período da dinastia dos Han, em 220 a.C., o conhecimento
foi transcrito para o livro: Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo que, na
literatura chinesa, é denominado de Huang Di Nei Jing, hoje considerado o pai das
terapias tradicionais chinesas (PINHEIRO, 2008).

93
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Os pilares filosóficos da MTC se concentram no budismo, taoísmo e con-


fucionismo, nos quais as doenças são apenas caminhos para a transformação pes-
soal. Desde então, muitos métodos foram desenvolvidos no ocidente, e incor-
porados às técnicas antigas, devido à inovação tecnológica. A associação com a
medicina ocidental é vista como sendo o ideal, possibilitando que os profissionais
tenham uma visão mais abrangente, e com maior número de ferramentas visando
à saúde integral do indivíduo (PINHEIRO, 2008).

Considera-se os três pilares básicos da MTC a teoria do yin-yang, a dos cinco


elementos (madeira, fogo, terra, metal e água) e a dos Zang (órgãos) Fu (vísceras).
A energia Yin é passiva, tranquila, e representa a escuridão, o frio e umi-
dade e a contração. A energia Yang é agressiva, estimulante e representa
a luz, o calor, a secura e a expansão. O desequilíbrio entre Yin e Yang
causa doenças e dores. Yang em excesso pode provocar dor súbita, in-
flamação, espasmo, dor de cabeça e elevação da pressão arterial. Yin
em excesso pode causar dores difusas, arrepios, retenção de líquidos e
cansaço. Contudo, a obesidade está relacionada com desequilíbrio ener-
gético, onde há uma alta ingestão alimentar e baixo gasto calórico, ou
seja, a energia consumida fica armazenada, acometendo um acúmulo
de tecido adiposo (SEBOLD; RADUNZ; ROCHA, 2006, p. 236).

Afirma-se que nada é totalmente yin ou yang, à medida que um aumen-


ta o outro diminui, sempre buscando o equilíbrio. Quanto aos cinco elementos,
segundo a MTC, esses, se relacionam entre si, assumindo o papel de dominância
e contradominância. Cada elemento corresponde a uma estação do ano, a um
órgão, uma víscera e demais propriedades (Figura 2).

94
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

FIGURA 2 – OS CINCO ELEMENTOS

FONTE: <https://bit.ly/3ouY6se>. Acesso em: 14 abr. 2021.

Por sua vez, a teoria dos Zang Fu abrange a fisiologia energética dos órgãos
e das vísceras. A MTC utiliza como procedimentos na anamnese integrativa, palpa-
ção do pulso, inspeção da língua e da face, entre outros; e, contempla como proce-
dimentos terapêuticos a acupuntura, ventosaterapia, moxabustão, plantas medici-
nais, práticas corporais e mentais, dietoterapia chinesa (AMBRÓSIO; PENA, 2013).

• Acupuntura

Fazendo parte da MTC, a acupuntura tradicional parte da prerrogativa


de que o ser humano é pura energia e constituído por uma rede de canais energé-
ticos denominados de meridianos, os quais permitem o fluxo dessa energia por
todo o corpo de forma harmônica. A circulação livre dessa energia é responsável
pelo equilíbrio do indivíduo. Quando ocorre alguma disfunção nesse fluxo ener-
gético, há um desequilíbrio que resulta nas doenças (SOUZA, 2007).

95
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Segundo Reickmann (2002) a acupuntura é o nome ocidental dado ao


procedimento que trata disfunções ou promove analgesia através da inserção de
agulhas em pontos específicos do corpo, localizados em canais energéticos cha-
mados de meridianos, estimulando fibras sensitivas do Sistema Nervoso Perifé-
rico (SNP) fazendo com que ocorra uma transmissão elétrica via neurônios para
produzir alterações no Sistema Nervoso Central (SNC), o qual passa a liberar
substâncias (exemplo: cortisol, endorfinas, dopamina, noradrenalina, serotonina)
que promovem bem-estar, prevenção e tratamento de doenças, sejam elas psico-
lógicas, biológicas e/ou comportamentais.

É um dos tratamentos mais antigos do mundo e pode ser de uso isolado


ou integrado com outros recursos terapêuticos da MTC, ou com outras formas de
cuidado (BRASIL, 2021a).

• Auriculoterapia

A auriculoterapia, por sua vez, faz parte de um conjunto de técnicas


terapêuticas que têm origem nas escolas chinesa e francesa, onde a brasileira
representa a fusão de ambas.

É uma técnica que promove a regulação psíquico-orgânica do indivíduo


por meio de estímulos nos pontos energéticos localizados na orelha, onde todo
o organismo encontra-se representado como um microssistema, por meio de
agulhas, esferas de aço, ouro, prata, plástico, ou sementes de mostarda, previa-
mente preparadas para esse fim. Provavelmente, foi desenvolvida juntamente
com a acupuntura sistêmica (corpo), que é, atualmente, uma das terapias orien-
tais mais populares em diversos países e tem sido amplamente utilizada na as-
sistência à saúde (BRASIL, 2021a).

De acordo com Garcia (1999), os chineses foram os primeiros a apontar a re-


lação entre o pavilhão auricular, os canais colaterais, os Zang Fu e o restante do corpo
humano, formulando as bases teóricas para o diagnóstico e tratamento através da
auriculoterapia (GARCIA, 2006). Estudos têm mostrado que a prática da MTC, em
especial, a acupuntura, tem sido cada vez mais difundida e utilizada no Ocidente.

No Brasil, a prática da acupuntura e da auriculoterapia já era vivencia-


da pelos indígenas, antes mesmo da época do descobrimento. Os guerreiros in-
dígenas perfuravam o lóbulo da orelha com estiletes de madeira no local que
corresponde ao ponto da agressividade. Júnior (1994 apud SOUSA; TRINDADE;
PEREIRA, 2014) relatou que encontrou, na prática da auriculoterapia, pacientes
previamente tratados na acupuntura primitiva no Brasil, e que foram submetidos
à cauterização e à ablação parcial da antélice para tratar dores craniofaciais.

A orelha é uma estrutura anatômica que faz parte da orelha externa, cuja
função primordial é de captar as ondas sonoras como uma espécie de funil e en-
caminhá-las em direção ao meato acústico externo. É constituída por cartilagem
elástica revestida por pele e apresenta alguns músculos que fazem parte do grupo

96
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

de músculos da mímica, e são inervados pelo sétimo par de nervos cranianos, o


nervo facial. Entretanto, esses músculos da orelha sofreram involução e não apre-
sentam relevância do ponto de vista funcional (SOBOTTA, 2006).

Na superfície da orelha, existem estruturas anatômicas cujo conhecimen-


to é de fundamental importância para o profissional que vai atuar na área da au-
riculoterapia. Entre elas, destacam-se: a hélice, parte curva e mais externa da ore-
lha; a raiz da hélice, parte inicial da hélice; o tubérculo auricular, uma eminência
localizada na parte póstero-superior da hélice; e antélice, situada na parte interna
da hélice e que apresenta dois ramos para estudo: os ramos superior e inferior
da antélice; a fossa triangular, situada entre os dois ramos da antélice; a escafa,
uma fossa delimitada, anteriormente, pela antélice, e posteriormente, pela hélice;
a cimba da concha, uma fossa delimitada, inferiormente, pela raiz da hélice, e
supero lateralmente, pela antélice; a cavidade da concha, a qual é uma depressão
delimitada acima, pela raiz da hélice; inferiormente, pelo antítrago e pela incisura
antitrágica; póstero lateralmente, pela antélice, e antero lateralmente, pelo meato
acústico externo; o trago, eminência situada diante do meato acústico externo; o
antitrago, eminência situada por trás da incisura antitrágica; a incisura antitrági-
ca, uma depressão situada entre o trago e o antitrago; e o lóbulo da orelha, uma
porção e o lóbulo da orelha, uma porção inferior e livre da orelha (Figura 3).

Todos os termos empregados para descrever os acidentes anatômicos da


orelha foram descritos de acordo com a Terminologia Anatômica Internacional (SBA,
2001), adotada pela Sociedade Brasileira de Anatomia.

FIGURA 3 – ANATOMIA DA FACE ANTERIOR DA ORELHA

FONTE: Schunke, Schulte e Schumacher (2007, p. 141)

97
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

O conhecimento da localização e da função dos pontos na orelha é funda-


mental para a formação do profissional que vislumbra atuar nessa área de conhe-
cimento. Serão demonstrados os principais pontos auriculares através do mapa
da MTC, a distribuição dos pontos será realizada de acordo com a anatomia da
orelha e a concepção da analogia da morfologia auricular com um feto em posi-
ção intrauterina (SÁEZ, 1992) (Figura 4).

FIGURA 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS AURICULARES

FONTE: Garcia (1999, p. 115)

98
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

2.16 MEDITAÇÃO
A arte da meditação é o método mais antigo para tranquilizar a mente
e relaxar o corpo. A meditação é uma prática mental milenar, que em essên-
cia consiste no treinamento sistemático da atenção, de modo não analítico ou
discriminativo, promovendo com isso, a redução do pensamento repetitivo e a
reorientação cognitiva, proporcionando maior integração entre mente, corpo e
mundo exterior (GOLEMAN, 1999).

Ela tem como objetivo desenvolver a capacidade de concentração e enriquecer


nossa percepção. Talvez o principal efeito da meditação seja proporcionar ao seu corpo
um repouso profundo, enquanto sua mente se mantém alerta. Isto faz baixar a pressão
sanguínea e diminuir o ritmo do coração, ajudando seu corpo a se recuperar do estresse.

Muitos médicos usam a meditação como parte do tratamento de distúr-


bios como a hipertensão, dores de cabeça, dores nas costas, problemas de ansie-
dade, e para controlar ou diminuir dores crônicas. O repouso profundo propicia-
do pela meditação traz outro benefício: ele reforça o sistema imunológico, que se
trata da defesa do seu organismo contra bactérias, vírus e câncer. Talvez o efeito
mais importante da meditação seja a paz interior, um refúgio onde você pode
escapar da turbulência do seu dia a dia. O hábito de meditar diariamente vai lhe
ajudar a desligar-se do estresse e trará calma e energia para você enfrentar me-
lhor os desafios que vêm pela frente (BRASIL, 2021a).

Também, a meditação aumenta a capacidade de observação, atenção,


concentração e a regulação do corpo-mente-emoções, desenvolvendo habilida-
des para lidar com os pensamentos e observar os conteúdos que emergem da
consciência; facilitando o processo de autoconhecimento, autocuidado e auto-
transformação; e aprimora as inter-relações – pessoal, social, ambiental – incor-
porando a promoção da saúde a sua eficiência.

Ainda, Daniel Goleman (1999), o autor de Inteligência Emocional, ensina a al-


cançar esses benefícios através de quatro tradicionais técnicas de meditação adapta-
das à vida moderna. Meditar respirando: uma das mais simples e divulgadas técnicas
de meditação, encontrada em quase todas as antigas tradições espirituais. Meditar
relaxando o corpo: um instrumento poderoso para promover o relaxamento, soltan-
do e suavizando os músculos. Meditar concentrando: uma técnica que enriquece a
percepção, fazendo descobrir os mecanismos e processos de nossa mente. Meditar
caminhando: um antigo método especialmente útil para quem tem dificuldade em
manter-se imóvel ou em se concentrar enquanto medita (GOLEMAN, 1999).

99
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

2.17 MUSICOTERAPIA
A musicoterapia é uma prática integrativa realizada individualmente ou em
grupo, utilizando a música e seus elementos, como som, ritmo, melodia e harmonia,
facilitando e promovendo a comunicação, a relação, a aprendizagem, a mobilização
e expressão, entre outros objetivos terapêuticos, no sentido de atender necessidades
físicas, emocionais, mentais, espirituais, sociais e cognitivas (BRASIL, 2021a).

2.18 NATUROPATIA
A naturopatia é uma prática terapêutica com visão ampliada e multidi-
mensional do processo vida-saúde-doença, utilizando um conjunto de métodos
e recursos naturais no cuidado e na atenção à saúde. Representa um processo
educativo, tanto preventivo, quanto reequilibrador, no tratamento dos distúrbios
já instalados no organismo (BRASIL, 2021a).

O naturopata, também conhecido como um terapeuta holístico é quem


deve estar atento ao todo, pronto para perceber as reais necessidades do inte-
ragente – uma pessoa composta por várias dimensões e diversas faces, alguém
que tem um organismo físico, um corpo emocional e outro espiritual. O tera-
peuta deverá aliar o uso de uma ou mais terapias, dependendo do momento de
cada indivíduo. Entre as terapias mais usadas encontramos a fitoterapia, acu-
puntura, cromoterapia, terapia floral, ozonioterapia, reflexologia, magnoterapia,
aromaterapia, massoterapia, musicoterapia, geoterapia, a Medicina Tradicional e
Chinesa (MTC) e a ayurveda, entre tantas outras técnicas que demonstram tam-
bém sua eficácia no campo da Naturopatia (BRASIL, 2021a).

2.19 OSTEOPATIA
A osteopatia é uma prática terapêutica que adota uma abordagem integral
no cuidado em saúde que utiliza várias técnicas manuais para auxiliar no tratamen-
to de doenças, como a manipulação do sistema musculoesquelético (ossos, múscu-
los e articulações), do stretching, dos tratamentos para a disfunção da articulação
temporo-mandibular (ATM), e da mobilidade para vísceras (BRASIL, 2021a).

2.20 OZONIOTERAPIA
A ozonioterapia é uma prática integrativa comprovada e reconhecida,
que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, por diver-
sas vias de administração, com finalidade terapêutica.

100
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

O ozônio medicinal pode ajudar a recuperar de forma natural a capaci-


dade funcional do organismo humano. Alguns setores de saúde adotam regu-
larmente esta prática em seus protocolos de atendimento, como a odontologia,
a neurologia e a oncologia (BRASIL, 2021a).

2.21 QUIROPRAXIA
A quiropraxia é uma prática terapêutica que atua no diagnóstico, trata-
mento e prevenção das disfunções mecânicas do sistema neuromusculoesque-
lético e seus efeitos na função normal do sistema nervoso e na saúde geral. É
baseada em tratamento manual, como a terapia de tecidos moles e a manipu-
lação articular ou "ajustamento", levando a ajustes na coluna vertebral e outras
partes do corpo, resultando na correção de problemas posturais, alívio da dor e
na capacidade natural do organismo de auto cura (BRASIL, 2021a).

2.22 REFLEXOTERAPIA
A reflexoterapia é baseada no princípio de que o corpo se encontra atra-
vessado por meridianos que o dividem em diferentes regiões, as quais têm o seu
reflexo, principalmente nos pés ou nas mãos, que, quando massageados, têm a
reativação da homeostase e do equilíbrio nas regiões com algum tipo de bloqueio.

Dessa forma, representa uma prática terapêutica que usa de diferentes


estímulos em áreas reflexas nos microssistemas e pontos reflexos do corpo exis-
tentes nos pés, mãos e orelhas, auxiliando na eliminação de toxinas, na sedação
da dor e no relaxamento. Também recebe as denominações de reflexologia ou
terapia reflexa por trabalhar com os microssistemas, áreas específicas do corpo
(pés, mãos, orelhas) que se conectam energeticamente e representam o organis-
mo em sua totalidade (BRASIL, 2021a).

2.23 REIKI
O reiki é uma prática terapêutica que utiliza a imposição das mãos com
objetivo de canalização da energia vital para promover o equilíbrio energético
necessário ao bem-estar físico e mental.

Fortalece os locais onde se encontram bloqueios chamados nós energéti-


cos/chakras (centros energéticos), eliminando as toxinas e equilibrando o pleno
funcionamento celular, restabelecendo o fluxo de energia vital (Qi), equilíbrio
físico, mental e espiritual, tratando o ser como um todo e, dessa forma, tratar mui-
tas enfermidades agudas e crônicas sem contraindicações nem restrições (FREI-
TAG; ANDRADE; BADKE, 2015).

101
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

A prática do reiki responde perfeitamente aos novos paradigmas de


atenção em saúde, que incluem dimensões da consciência, do corpo e das emo-
ções. Representa uma das PICS mais utilizadas no SUS, com um percentual de
25,6%, com maior prevalência de uso na atenção básica. Importante destacar que
as evidências sobre o efeito no aplicador do reiki têm mostrado que o mesmo não
tem parâmetros fisiológicos alterados após as sessões, o que corrobora que o tera-
peuta possa ser apenas um canal, interferindo minimamente no efeito da técnica
(HAMMERSCHLAG; BALDWIN, 2014).

Faz-se necessário, para aprimorar o conhecimento do reiki, desmembrar


um pouquinho mais os chakras/centros energéticos que temos no corpo (Figura
5), em que captam a energia vital e a distribuem para todo o organismo, são os
responsáveis pelo equilíbrio e harmonia no nosso corpo físico, pois, quando de-
salinhados ou bloqueados, acabam por não fluir, provocando problemas físicos,
mentais ou até emocionais, falta de conexão com a vida, falta de entusiasmo,
dificuldade nos relacionamentos, ansiedade, depressão, síndrome do pânico, de-
sequilíbrio emocional, baixa imunidade, pensamentos acelerados, falta de criati-
vidade, confusão mental, memória ruim, entre outros.

FIGURA 5 – CHAKRAS: CENTROS ENERGÉTICOS DENTRO DO NOSSO CORPO HUMANO

FONTE: <https://bit.ly/3v27PIP>. Acesso em: 14 abr. 2021.

Possuímos em nosso corpo sete principais chakras, os quais são responsáveis


por regular os demais e também por cuidar de várias funções específicas na nossa
vida. Veremos, a seguir, os sete principais e suas representações:
 
• Chakra Básico/Chakra Raiz

Esse chakra é representado pela cor vermelha, é situado na base da nossa co-
luna e atua na glândula suprarrenal, ligado ao elemento terra. Indica a nossa conexão
com a vida e a nossa estabilidade e segurança para lidar com os nossos desafios.

Dessa forma, quando esse centro energético está equilibrado, o indivíduo possui
aterramento, firmeza, segurança e conexão com o momento presente. Por sua vez, em de-
sequilíbrio, existe a dificuldade em lidar com as coisas materiais e também em tomar de-
cisões e se posicionar perante os desafios da vida (FREITAG; ANDRADE; BADKE, 2015).

102
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO DO CHAKRA BÁSICO

FONTE: <https://bit.ly/3hzBzJ7>. Acesso em: 14 abr. 2021.

• Chakra Umbilical/Chakra Sacral

O chakra umbilical é um centro energético localizado aproximadamente qua-


tro dedos abaixo do umbigo, sendo representado pela cor laranja e também pelo ele-
mento água (Figura 7). Age na região dos ovários e testículos e representa a nossa re-
lação com a nossa família, com as pessoas ao nosso redor e também com nós mesmos.

Quando em equilíbrio e harmonia, tem-se a abertura para a sexualidade e tam-


bém a intimidade, já que também é o responsável pela energia sexual e satisfação dos
prazeres. Por sua vez, quando há desequilíbrio tem-se dificuldade nos relacionamen-
tos, falta de poder perante a vida, baixa autoestima, deficiência no sistema linfático,
descontrole no fluxo menstrual, entre outros (FREITAG; ANDRADE; BADKE, 2015).

FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO DO CHAKRA UMBILICAL

FONTE: <https://bit.ly/3v28fyT>. Acesso em: 14 abr. 2021.

• Chakra Plexo Solar

O plexo solar é representado pelo elemento fogo, cor amarela, e também


está localizado na altura do estômago. Atua na região do pâncreas, sendo o cen-
tro energético que capta emoções densas e fortes como mágoa, ansiedade, medo,
dificuldade em falar não, e também ausência de poder pessoal.

No desequilíbrio deste chakra pode haver instabilidade nervosa, insegu-


rança, compulsão alimentar, obesidade, depressão, oscilação de humor, entre ou-
tros. Já em equilíbrio, proporciona autossuficiência, autoestima elevada e faz você
se sentir no controle do fluxo da vida (FREITAG; ANDRADE; BADKE, 2015).

103
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO DO CHAKRA PLEXO SOLAR

FONTE: <https://bit.ly/3u3WFlK>. Acesso em: 14 abr. 2021.

• Chakra Cardíaco

O chakra cardíaco está situado no centro do peito, ou seja, no coração. É repre-


sentado pela cor verde e pelo elemento ar. Em equilíbrio, representa o amor, a bonda-
de. Além disso, atua no timo, e, em desequilíbrio, pode acarretar sentimento de vazio,
tristeza, materialismo em excesso, falta de sensibilidade, dores relacionadas à perda e
também falta de compreensão perante à vida (FREITAG; ANDRADE; BADKE, 2015).

FIGURA 9 – REPRESENTAÇÃO DO CHAKRA CARDÍACO

FONTE: <https://bit.ly/2QudYi3>. Acesso em: 14 abr. 2021.

• Chakra Laríngeo

O chakra laríngeo está localizado no centro da região da garganta, representa-


do pela cor azul claro e pelo elemento éter. Em equilíbrio, há facilidade de se expressar
e de se comunicar com clareza. Por atuar na tireoide, seu desequilíbrio pode provocar
dificuldade em opinar, em expor ou expressar os sentimentos, além de dores de gar-
ganta, fadiga, herpes e aftas na boca (FREITAG; ANDRADE; BADKE, 2015).

104
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

FIGURA 10 – REPRESENTAÇÃO DO CHAKRA LARÍNGEO

FONTE: <https://bit.ly/33UBveY>. Acesso em: 14 abr. 2021.

• Chakra Frontal (Terceiro olho)

O chakra frontal está localizado entre os olhos, no meio da testa, por isso,
também é conhecido por “terceiro olho” ou “olho da alma”. É representado pela
cor azul índigo, atuando na hipófise e representa a forma de enxergar a realidade
conforme ela é. Em equilíbrio, proporciona intuição aguçada, forte criatividade,
além de visualização e introspecção, já, em desequilíbrio, pode provocar preocu-
pação excessiva, falta de foco, pensamentos acelerados, dores de cabeça, sinusite,
dificuldade de concentração, entre outros (FREITAG; ANDRADE; BADKE, 2015).

FIGURA 11 – REPRESENTAÇÃO DO CHAKRA FRONTAL

FONTE: <https://bit.ly/3yn0llG>. Acesso em: 14 abr. 2021.

• Chakra Coronário

O chakra frontal está localizado no topo da cabeça, sendo representado pela


cor violeta, indica conexão com o mundo espiritual e também se refere à ligação
com a essência. Em equilíbrio, proporciona plena consciência do ambiente e das
pessoas ao nosso redor. Por atuar na pineal, o desequilíbrio pode provocar falta
de fé, falta de aceitação com o mundo, desequilíbrio no relógio biológico e no
sono, desarmonia nos vínculos entre o corpo físico e os corpos sutis, entre outras
alterações (FREITAG; ANDRADE; BADKE, 2015).

105
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

FIGURA 12 – REPRESENTAÇÃO DO CHAKRA CORONÁRIO

FONTE: <https://bit.ly/2S5ozjX>. Acesso em: 14 abr. 2021.

2.24 SHANTALA
A shantala representa uma prática terapêutica composta por uma série
de movimentos que favorecem o vínculo entre pais e filhos e proporcionam
uma série de benefícios decorrentes do alongamento dos membros e da ativa-
ção da circulação, consistindo na manipulação (massagem) em bebês e crianças
pelos pais, conforme mencionado (BRASIL, 2021a).

Além disso, promove saúde integral, harmonizando e equilibrando os


diferentes sistemas: imunológico, respiratório, digestivo, circulatório e linfático;
estimulando as articulações e a musculatura; auxiliando de forma significativa no
desenvolvimento motor; facilitando movimentos como rolar, sentar, engatinhar e
andar. Importante destacar que reforça vínculos afetivos, cooperação, confiança,
criatividade, segurança, equilíbrio físico e emocional (BRASIL, 2021a).

2.25 TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA


A terapia comunitária integrativa atua como instrumento de promoção da
saúde e autonomia do cidadão, consiste em uma prática coletiva que atua em es-
paço aberto, destinada aos membros da comunidade, consistindo em atividades
de construção de redes sociais solidárias para promoção da vida utilizando dos
recursos e competências dos indivíduos, famílias e comunidades. Nela, o saber
produzido pela experiência de vida de cada um e o conhecimento tradicional são
elementos fundamentais na construção de laços sociais, apoio emocional, troca de
experiências e diminuição do isolamento social (BRASIL, 2021a).

2.26 TERAPIA FLORAL


A terapia floral é uma prática que utiliza essências derivadas de flores para
atuar nos estados mentais e emocionais. A terapia de florais de Bach, criada pelo
médico inglês, Edward Bach (1886-1936), é o sistema precursor desta prática. Exem-
plos de outros sistemas de florais: australianos, californianos, de Minas, de Saint
Germain, do cerrado, Joel Aleixo, Mystica, do Alaska, do Hawai (BRASIL, 2021a).

106
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Devido a sua natureza específica, a terapia floral ainda não é integral-


mente compreendida nem explicada de maneira satisfatória pela visão cientí-
fica. Porém, pesquisas recentes sobre psiconeuroimunologia mostram que há
uma relação fundamental entre a atitude psíquica e o poder da resistência física.
Portanto, quando a harmonia entre o espirito, a mente e o corpo se rompem,
surgem os mais diversos estados emocionais negativos, os conflitos, que prepa-
ram terreno para a doença física (SANTOS, 2018).

2.27 TERMALISMO SOCIAL


O termalismo social é uma prática terapêutica que consiste no uso da
água com propriedades físicas, térmicas, radioativas e outras como agentes em
tratamentos de saúde. O recurso à água como agente terapêutico remonta aos
povos que habitavam nas cavernas, que o adotavam depois de observarem o que
faziam os animais feridos.

Destaca-se que a eficiência do termalismo no tratamento de saúde está as-


sociada à composição química da água (que pode ser classificada como sulfurada,
radioativa, bicarbonatada, ferruginosa etc.), à forma de aplicação (banho, sauna
etc.) e à sua temperatura (BRASIL, 2021a).

2.28 YOGA
A yoga é uma prática corporal e mental de origem oriental, utiliza de téc-
nicas corporais para controlar corpo e mente associada à meditação. Entre os prin-
cipais benefícios obtidos por meio da prática do yoga estão a redução do estresse,
a regulação do sistema nervoso e respiratório, o equilíbrio do sono, o aumento da
vitalidade psicofísica, o equilíbrio da produção hormonal, o fortalecimento do sis-
tema imunológico, o aumento da capacidade de concentração e de criatividade e
a promoção da reeducação mental com consequente melhoria dos quadros de hu-
mor, o que reverbera na qualidade de vida dos praticantes (BRASIL, 2021a).

Apresenta técnicas específicas, como hatha-yoga, mantra-yoga, laya-yo-


ga, que se referem a tradições especializadas, e trabalha os aspectos físico, men-
tal, emocional, energético e espiritual do praticante com vistas à unificação do
ser humano em si e por si mesmo (BRASIL, 2021a).

2.29 FITOTERAPIA
O termo “fitoterapia” tem origem nas palavras gregas Phython (planta)
e Therapeia (terapia), ou seja, terapia com as plantas, visando o estudo das es-
pécies consideradas medicinais e as suas aplicações no tratamento de doenças
(CARVALHO, 2004 apud ROSA, 2013). São utilizadas a muito tempo, na China,
há registros de cultivo de plantas medicinais desde 3000 a.C., com elas eram pro-

107
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

duzidos vermífugos, purgantes, cosméticos, diuréticos e gomas que serviam para


embalsamar múmias. Hipócrates (460-377 a.C.), em sua obra Corpus Hipocraticum,
escreveu sobre doenças e os respectivos remédios elaborados com plantas, ressal-
tando o interesse pelas espécies vegetais desde a antiguidade (NOLLA; SEVERO;
MIGOTT, 2005 apud ROSA, 2013).

As plantas fazem parte da vida do ser humano, desde o início das civi-
lizações, como fonte de alimentos, de materiais para o vestuário, habitação, uti-
lidades domésticas, defesa e como meio de restaurar a saúde. No Brasil, os pri-
meiros europeus que chegaram, se depararam com uma grande quantidade de
plantas medicinais usadas pelos indígenas que aqui viviam (NOLLA; SEVERO;
MIGOTT, 2005 apud ROSA, 2013).

Por intermédio dos Pajés, os conhecimentos das ervas foram transmitidos


e aprimorados de geração em geração, mas, infelizmente, com o início da indus-
trialização e subsequente urbanização do país, o conhecimento das plantas pas-
sou para segundo plano, o acesso à medicamentos sintéticos e a não preocupação
em comprovar as propriedades terapêuticas das plantas tornou o conhecimento
da flora medicinal um atraso.

O estudo das plantas medicinais mostrou uma resistência inicial a acompanhar


as grandes revoluções científicas do período, mas com o tempo e reconhecimento por
parte dos cientistas voltou a ganhar força (LORENZI; MATTOS, 2002 apud ROSA, 2013).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 65% a 80% da popula-


ção de países em desenvolvimento utilizavam como primeira opção de tratamen-
to as plantas medicinais, e essa alternativa tem ajudado no tratamento de diversas
patologias, considerando o vasto conhecimento popular (NOLLA; SEVERO; MI-
GOTT, 2005 apud ROSA, 2013).

As novas tendências globais de uma preocupação com a biodiversidade e


as ideias de desenvolvimento sustentável trouxeram novas áreas de estudos das es-
pécies vegetais, que acabaram despertando novos interesses na fitoterapia, os quais
criaram novas linhas de pesquisa em universidades brasileiras, que buscam validar a
utilização das plantas. Considera-se validada a espécie que responder positivamente
à aplicação do conjunto de ensaios capazes de comprovar a existência que lhe é atri-
buída, bem como sua toxicidade (LORENZI; MATTOS, 2002 apud ROSA, 2013).

Após várias discussões e grupos de trabalhos, o Ministério da Saúde pu-


blicou, em 2006, a Portaria nº 971, contendo a Política Nacional que recomendou
a adoção pelas secretarias de saúde dos estados e dos municípios, a introdução
das ações e serviços relativos às práticas integrativas e complementares para tra-
tamento das patologias nos serviços de saúde (BRASIL, 2006 apud ROSA, 2013).
Ainda, em 2006 o então presidente Luís Inácio Lula da Silva assinou
o Decreto nº 5.813, que aprovou a Política Nacional de Plantas Medi-
cinais e Fitoterápicos e instituiu o grupo de trabalho interministerial,
para elaborar o Programa direcionado a essa Política, a qual buscou

108
TÓPICO 2 — DESCREVENDO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

e busca nortear a ampliação das opções terapêuticas aos usuários do


SUS, a valorização e preservação do conhecimento tradicional unido
ao desenvolvimento científico e tecnológico (LOPES; COUTINHO,
2008). Levando em consideração que os medicamentos fitoterápicos,
de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em sua re-
solução nº 14 de 2010, são “os obtidos com emprego exclusivo de ma-
térias-primas ativas vegetais, cuja eficácia e segurança são validadas
por meio de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, docu-
mentações tecnocientíficas ou evidências clínicas” (ROSA, 2013, p. 30).

Mediante a relevância da fitoterapia e os efeitos adversos causados pela


gama de medicamentos sintéticos utilizados no tratamento da gastrite e princi-
palmente das úlceras pépticas, ressalta-se a importância de mais pesquisas vol-
tadas ao desenvolvimento de novos medicamentos e de terapias alternativas que
minimizem os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados tradicionalmente
(SANTIN et al., 2010 apud ROSA, 2013).

• Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

O objetivo da Política e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fito-


terápicos é garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plan-
tas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade,
o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional (BRASIL, 2021b).

Outra importante política que institui a Fitoterapia no SUS é a Política


Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Destaca-se que o
serviço de Fitoterapia é ofertado em 1.108 municípios, segundo dados de 2017 do
SISAB – Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica.A utilização de
fitoterápicos e plantas medicinais valoriza a cultura e o conhecimento tradicional,
fortalecendo o desenvolvimento da cadeia produtiva e é uma opção terapêutica
aos usuários do SUS (BRASIL, 2021b).

Atualmente o SUS oferta à população, com recursos de União, Estados


e Municípios, doze medicamentos fitoterápicos, os quais constam na Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e são indicados para diferentes
tratamentos, como por exemplo, para uso ginecológico, tratamento de queima-
duras, auxiliares terapêuticos de gastrite e úlcera, além de medicamentos com
indicação para artrite e osteoartrite.

O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos propõe: 


Inserir plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fito-
terapia no SUS, com segurança, eficácia e qualidade, em consonância
com as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Com-
plementares no SUS; Promover e reconhecer as práticas populares e
tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros; Promo-
ver a inclusão da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produ-
tivos das plantas medicinais, insumos e fitoterápicos; Construir e/ou
aperfeiçoar marco regulatório em todas as etapas da cadeia produtiva
de plantas medicinais e fitoterápicos, a partir dos modelos e experiên-
cias existentes no Brasil e em outros países, promovendo a adoção das

109
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

boas práticas de cultivo, manipulação e produção de plantas medici-


nais e fitoterápicos; Desenvolver instrumentos de fomento à pesquisa,
desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas medicinais e
fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia produtiva; Desenvolver es-
tratégias de comunicação, formação técnico-científica e capacitação no
setor de plantas medicinais e fitoterápicos; Promover o uso sustentável
da biodiversidade (BRASIL, 2021b, s. p.).

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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• Dentre as 29 práticas integrativas autorizadas pela PNPIC, tem-se: a apitera-


pia, prática terapêutica que consiste em usar produtos derivados de abelhas
– como apitoxinas, mel, pólen, geleia real, própolis – para promoção da saúde
e fins terapêuticos. Por sua vez, a aromaterapia consiste em uma prática tera-
pêutica que utiliza as propriedades dos óleos essenciais, na recuperação do
equilíbrio e da harmonia no organismo, com objetivo de promoção da saúde
e bem-estar físico e mental.

• A arteterapia é uma atividade praticada com expressividade artística e visual,


agindo como elemento terapêutico na análise do consciente e do inconsciente,
possibilitando a união dos universos interno e externo de cada indivíduo. Já
a Ayurveda, significa ciência ou conhecimento da vida, é uma terapia de ori-
gem indiana, que gera um conhecimento estruturado, abrangendo princípios
relativos à saúde do corpo físico, considerando os campos energético, mental
e espiritual. A Biodança é uma prática de expressão corporal que proporciona
vivências integradoras por meio da música, do canto, da dança e atividades
em grupo, com intuito de promover o equilíbrio afetivo e a renovação orgâni-
ca para o desenvolvimento humano.

• A massagem bioenergética tem sido utilizada com a intenção de auxiliar na


dissolução de couraças energéticas através de manobras e toques com ritmos
e respiração consciente, pressão controlada e toques suaves para dissolver,
relaxar e energizar as musculaturas contraídas, mudando o próprio circuito
energético e disposição, qualificando, nutrindo e potencializando seu estado
vibracional, melhorando a qualidade de vida.

• A constelação familiar é uma terapia que pode ser feita em grupo, durante
workshops, ou em atendimentos individuais, abordando um tema a cada en-
contro. Consiste em um método psicoterapêutico de abordagem sistêmica,
energética e fenomenológica, a qual busca reconhecer a origem dos proble-
mas mencionados pelo usuário.

• A geoterapia é uma prática baseada na utilização de argila, barro e/ou lama


medicinal, além de pedras e cristais (frutos da terra), com objetivo de cuidar
de desequilíbrios físicos e emocionais por meio dos diferentes tipos de ener-
gia e propriedades químicas desses elementos. Também há a hipnoterapia,
que consiste em um conjunto de técnicas que induzem intenso relaxamento e
concentração, direcionando a pessoa a um estado de consciência aumentado,
o qual permitirá alterar condições ou comportamentos indesejados, como me-
dos, fobias, insônia, depressão, angústia, estresse, dores crônicas etc.

111
• A medicina antroposófica integra as teorias e práticas da medicina moder-
na com conceitos específicos antroposóficos, os quais avaliam o ser humano
a partir da trimembração, quadrimembração e biografia, contribuindo com
recursos terapêuticos específicos. Por sua vez, a abordagem terapêutica da
Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é milenar, e é baseada na teoria do yin-
-yang e dos cinco elementos, usados como bases fundamentais na avaliação
do estado energético e orgânico do indivíduo, com objetivo de tratar quais-
quer desequilíbrios em sua integralidade.

• A acupuntura tradicional parte da prerrogativa de que o ser humano é pura


energia e é constituído por uma rede de canais energéticos denominados de
meridianos, os quais permitem o fluxo dessa energia por todo o corpo de for-
ma harmônica. Além dessas, destaca-se, ainda, a meditação, o método mais
antigo para tranquilizar a mente e relaxar o corpo, é uma prática mental mi-
lenar que, em essência, consiste no treinamento sistemático da atenção, de
modo não analítico ou discriminativo, promovendo, com isso, a redução do
pensamento repetitivo e a reorientação cognitiva.

• O reiki é uma prática terapêutica que utiliza a imposição das mãos com ob-
jetivo de canalização da energia vital para promover o equilíbrio energético
necessário ao bem-estar físico e mental.

• A fitoterapia consiste na terapia com as plantas, visando o estudo das espé-


cies consideradas medicinais e suas aplicações no tratamento de doenças. São
utilizadas a muito tempo, na China, há registros de cultivo de plantas me-
dicinais desde 3000 a.C., com elas eram produzidos vermífugos, purgantes,
cosméticos, diuréticos e gomas que serviam para embalsamar múmias.

112
AUTOATIVIDADE

1 Faz parte de um conjunto de técnicas terapêuticas com origem nas escolas


chinesa e francesa, onde a brasileira representa a fusão de ambas. É uma
técnica que promove a regulação psíquico-orgânica do indivíduo por meio
de estímulos nos pontos energéticos localizados na orelha, onde todo o or-
ganismo encontra-se representado como um microssistema, por meio de
agulhas, esferas de aço, ouro, prata, plástico, ou sementes de mostarda, pre-
viamente preparadas para esse fim. Sobre a terapia que corresponde a essa
caracterização, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Terapia Floral.
b) ( ) Acupuntura.
c) ( ) Auriculoterapia.
d) ( ) Reflexologia podal.
e) ( ) Bioenergética.

2 O reiki é uma prática terapêutica que utiliza a imposição das mãos com
objetivo de canalização da energia vital para promover o equilíbrio ener-
gético necessário ao bem-estar físico e mental. Fortalece os locais onde
se encontram bloqueios, chamados “nós energéticos/chakras (centros
energéticos), eliminando as toxinas e equilibrando o pleno funcionamen-
to celular, restabelecendo o fluxo de energia vital (Qi), equilíbrio físico,
mental e espiritual, tratando o ser como um todo, podendo, dessa forma,
tratar muitas enfermidades agudas e crônicas não havendo contraindicação
nem restrições. Considerando os centros energéticos (chakras), referente ao
chakra que promove a captação das emoções densas e auxilia no processo
de “digestão” delas, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Chakra do plexo solar, o qual é representado pelo elemento fogo, cor


amarela e também está localizado na altura do estômago. Atua na re-
gião do pâncreas, sendo o centro energético que capta emoções densas
e fortes como mágoa, ansiedade, medo, dificuldade em falar não, e tam-
bém ausência de poder pessoal.
b) ( ) Chakra cardíaco, o qual é representado pelo elemento terra, cor verme-
lha e também está localizado na altura do estômago. Atua na região do
pâncreas, sendo o centro energético que capta emoções densas e fortes
como mágoa, ansiedade, medo, dificuldade em falar não e também au-
sência de poder pessoal.
c) ( ) Chakra umbilical, o qual é representado pelo elemento fogo, cor ama-
rela e também está localizado na altura do estômago. Atua no timo e,
em desequilíbrio, pode acarretar sentimento de vazio, tristeza, materia-
lismo em excesso, falta de sensibilidade, dores relacionadas à perda e
também falta de compreensão perante à vida.

113
d) ( ) Chakra laríngeo, o qual está localizado no centro da região da garganta,
representado pela cor azul claro e pelo elemento éter. Em equilíbrio, há
facilidade de se expressar e de se comunicar com clareza.
e) ( ) Chakra frontal, o qual está localizado entre os olhos, no meio da testa,
por isso, também é conhecido por “terceiro olho” ou “olho da alma”. É
representado pela cor azul índigo, atuando na hipófise e representa a
forma de enxergar a realidade conforme ela é.

3 Dentre as PICs tem-se uma prática terapêutica composta por uma série de
movimentos que favorecem o vínculo entre pais e filhos e proporcionam
uma série de benefícios decorrentes do alongamento dos membros e da
ativação da circulação, consistindo na manipulação em bebês e crianças
pelos pais, promovendo saúde integral, harmonizando e equilibrando os
diferentes sistemas. Além de reforçar vínculos afetivos, cooperação, con-
fiança, criatividade, segurança, equilíbrio físico e emocional. Assinale a
prática compatível a esta descrição:

a) ( ) Massagem Bionergética.
b) ( ) Terapia floral.
c) ( ) Auriculoterapia.
d) ( ) Geoterapia.
e) ( ) Shantala.

4 Os pilares filosóficos da MTC se concentram no budismo, taoísmo e confu-


cionismo, nos quais as doenças são apenas caminhos para a transformação
pessoal. Desde então, muitos métodos foram desenvolvidos no ocidente, e
incorporados às técnicas antigas, devido à inovação tecnológica. Considera-
-se os três pilares básicos da MTC a teoria do yin-yang, a dos cinco elemen-
tos (madeira, fogo, terra, metal e água) e a dos Zang (órgãos) Fu (vísceras).
Descreva os princípios da energia yin e yang e o que o desequilíbrio pode
causar no organismo, conforme a MTC.

5 Considerando o objetivo da Política e do Programa Nacional de Plantas Medi-


cinais e Fitoterápicos, que é garantir à população brasileira o acesso seguro e o
uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso susten-
tável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria
nacional, descreva quais são as propostas desse importante programa.

114
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2

OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

1 INTRODUÇÃO

Para finalizar, neste Tópico 3 discutiremos as demais terapias também com-


preendidas como integrativas, com olhar holístico, mas que não foram incluídas
na PNPIC. Relembrando que as Práticas Integrativas e Complementares em Saú-
de (PICS) são recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, que
além de ser usadas como tratamento paliativo, promovem recuperação da saúde,
com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na
integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade (BRASIL, 2019).

Sendo que diversas práticas já foram institucionalizadas por meio da Po-


lítica Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), com
intuito de aumento da resolutividade dos serviços de saúde, realizada a partir da
integração entre os modelos de cuidado, de racionalidades com olhar e atuação
mais ampliados (BRASIL, 2019).

2 MINDFULNESS
O termo mindfulness é a tradução para o inglês do termo Sati, em Pali,
o qual significa recordar (ter presente o que acontece), reconhecimento, consci-
ência, intencionalidade da mente, mente vigilante, atenção plena, alerta, mente
lúcida, auto-detenção da consciência e a auto-consciência. Seu conceito é simples,
mas a sua descrição e caracterização não reúne consenso entre os vários investi-
gadores (BISHOP et al., 2004).

A definição do mindfulness varia em função do seu contexto (social, psico-


lógico, clínico ou espiritual), bem como em função da perspectiva de análise (de
investigador, clínico ou praticante) (SINGH et al., 2008).

É tratado como uma técnica, um método, um processo psicológico ou como


o próprio resultado de um processo psicológico em que os princípios que unem
essas diferentes perspectivas de investigação permanecem pouco esclarecidos.

De modo geral, a prática do Mindfulness (atenção plena) é primariamen-


te uma tomada de consciência do que está surgindo momento a momento, in-
cluindo naturalmente a prática da meditação. Quando se está consciente inten-
cionalmente, é possível perceber os pensamentos, sentimentos, comportamentos

115
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

e movimentos, sendo, portanto, o simples ato de prestar atenção, perceber e estar


presente em qualquer coisa que você esteja fazendo, já que no automático presta-
-se pouca atenção ao momento presente (HAYES; WILSON, 2003).

O mindfulness pode ser praticado informalmente (a qualquer hora/local) e


formalmente (durante a meditação sentada).

3 BARRAS DE ACCESS / ACCESS CONSCIOUSNESS


Criada em 1990 pelo norte-americano Gary Douglas (1950-), a terapia no-
meada Barras de Access consiste em uma ferramenta energética de expansão da
consciência. Representa a primeira dessas técnicas e a mais popular, propondo
uma mudança de vida através da liberação de energias acumuladas no campo
energético dos indivíduos, sendo que a maior parte delas atua em nível incons-
ciente. Atualmente, esta técnica está presente em 173 países e tem sido utilizada
por mais de 30 mil pessoas nos últimos 25 anos (CASTILHO, 2020).

Essa terapia é baseada em 32 pontos mapeados ao redor da cabeça por


onde percorrem as energias, sendo que cada um deles corresponde a um aspecto
do comportamento humano e o relacionamento que se tem com cada um. São
eles: dinheiro, controle, poder, criatividade, corpo, sexualidade, tristeza, alegria,
bondade, paz e calma, entre outros. Conforme Douglas (1990), o leve toque com
os dedos nesses pontos, libera o fluxo das energias e permite o acesso à consciên-
cia, num princípio de harmonização energético.

De acordo com Castilho (2020), esses pontos armazenam o componente


eletromagnético de todos os pensamentos, ideias, atitudes, decisões e crenças que
as pessoas têm sobre qualquer coisa. Um bom exemplo, pode ser verificado em
alguém que, apesar de trabalhar intensamente, possui dificuldades com sua pros-
peridade material e acaba se relacionando mal com dinheiro, tornando-se pouco
realizada nessa área. Isso pode acontecer porque muitas vezes, desde crianças,
ouvimos expressões como: “dinheiro é sujo!”, “seu pai não é rico!” ou “isso não é
para você!”, pensamentos que se acumulam no subconsciente, alterando a ener-
gia original da pessoa gerando crenças de não merecimento.

Destaca-se que processos semelhantes ao exemplo, abrangem também


crenças de quem tem dificuldades de emagrecer ou de se relacionar com o pró-
prio corpo, com a sexualidade, com a própria raiva, entre outros fatores. A cons-
ciência, conforme propõe a técnica nomeada como Access Consciouness, é o todo:
incluindo tudo e nada julgando, não existindo conceitos de certo e errado, bom e
mau em uma visão dualista da realidade como a maioria das pessoas enxergam a
vida. O ato de acessar a consciência é estar aberto a tudo, sem pontos de vista fi-
xos para saber receber. Nesse contexto, as barreiras energéticas são diluídas após
a aplicação da técnica, permitindo a livre circulação do fluxo de energia natural,
sem autojulgamentos. Na linguagem dos terapeutas, ao “correr as barras” de al-

116
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

guém, é como se os mecanismos de controle que ficam implantados nos pensa-


mentos fossem baixados e essas crenças limitantes fossem apagadas do banco de
memórias quando os pontos são tocados (CASTILHO, 2020).

Esse processo facilita a expansão da consciência e abre a percepção para


uma nova forma de ver as coisas, permitindo a iniciativa para mudança de vida
através do aumento do campo das escolhas iniciando o relacionamento com o
mundo de infinitas possibilidades da física quântica. Em média, a sessão dura
uma hora e meia e gera um profundo estado de relaxamento e, por muitas vezes,
o cliente chega a adormecer. Muitos terapeutas, profissionais de saúde mental e
áreas correlacionadas têm descoberto nas Barras de Access uma forma comple-
mentar aos tratamentos tradicionais (CASTILHO, 2020).

3.1 O QUE DIZ A NEUROCIÊNCIA SOBRE A BARRA DE


ACCSES
Nos últimos anos as Barras de Access começaram a ser estudadas pela comu-
nidade científica. De acordo com Castilho (2021), o neurocientista, Jeffrey L. Fannin,
analisou e mapeou, através de eletroencefalogramas, o comportamento das ondas
cerebrais antes e depois da aplicação das Barras de Access, no estudo, inicialmente,
o cérebro mapeado mostra uma atividade normal intensa, com frequências altas do
funcionamento da mente, com as chamadas ondas deltas, registradas em vermelho.
Logo após a sessão de Barras, os gráficos apresentaram uma redução dessa atividade
cerebral, em especial nas áreas de foco, concentração e atenção (CASTILHO, 2021).

Segundo o neurocientista, com a mente funcionando em baixa frequência,


após a aplicação das Barras de Access, é possível receber de forma mais livre as fre-
quências do Campo Quântico do universo, estado semelhante ao estado meditativo.
“Estas informações entram pelo cérebro através da porta talâmica e todas as frequên-
cias se distribuem ali, convertendo-se em ressonância. E as células do corpo ressoam
com essa mesma vibração. Ser capaz de fundir essa energia e uni-la, é absolutamente
possível com esse processo, garante o Dr. Fannin” (CASTILHO, 2021, s. p.).

É a ciência ajudando a mostrar o que está acontecendo e como acontece o


fluxo dessa energia dentro de um indivíduo (CASTILHO, 2020).

4 THETAHEALING®
O ThetaHealing® é uma terapia de cura energética, criada pela america-
na Vianna Stibal, em 1995, que atua acessando a onda cerebral Theta, dessa ma-
neira, se apresenta como uma técnica de meditação e filosofia espiritual, sem liga-
ção com uma religião específica, com o propósito de se aproximar do Criador. É
um método de treinamento para sua mente, corpo e espírito que permite clarear
crenças limitantes e viver a vida com pensamentos positivos, desenvolvendo vir-
tudes em tudo o que fazemos (O QUE É THETAHEALING®, 2019). 

117
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

De acordo com o Portal Healing (O QUE É THETAHEALING®, 2019), é


capaz de gerar cura instantânea para doenças de diversos tipos, sendo uma téc-
nica que identifica e muda crenças, sentimentos e padrões bloqueadores, criando
uma nova realidade para sua vida. Essa técnica é difundida em mais de quarenta
países, sendo utilizada por milhares de pessoas, pode ser aplicada em qualquer
indivíduo que tenha interesse em evoluir espiritualmente. Atualmente, são inú-
meras e crescentes as evidências científicas de que as crenças, emoções negativas,
doenças físicas, mentais e emocionais bloqueiam a realização de algo que pro-
move a plenitude e a felicidade (O QUE É THETAHEALING®, 2019). 

O ThetaHealing® deve ser direcionado para ser usado em conjunto com


a medicina convencional. Sua idealizadora ensina como usar a própria intuição,
contando com o amor incondicional do “Criador de Tudo O Que É” para fazer o
“tratamento” (GUERARD, 2021).

Acredita-se que, ao mudar o ciclo de ondas cerebrais para acessar o estado


Theta, é possível encontrar o “Criador de tudo o que existe” criando um bem-estar
físico e emocional. Com isso, percebe-se que essa filosofia se baseia em viver, trei-
nar e orientar outras pessoas sobre como alcançar uma vida melhor por meio da
pura essência do amor. O ser humano é conhecido pelos sete planos de existência,
nos quais, usando desse conceito, o praticante usa a técnica de meditação para se
conectar com um poder espiritual superior de sua própria crença e comanda uma
mudança conforme solicitado por aquele indivíduo (GUERARD, 2021).

A seguir, conheça a meditação diária do ThetaHealing®, por Vianna Stibal:

MEDITAÇÃO DIÁRIA DO THETAHEALING

Use diariamente essa meditação para praticar a conexão com Tudo


Que É. Quanto mais conseguir manter essa energia, mais fácil será criar boas
coisas em sua vida.

Imagine energia vinda do centro da terra subindo para dentro da sola


de seus pés, subindo para o topo da sua cabeça e indo acima de seu espaço
em uma linda bola de luz. Passando por todos os Planos de Existência, você
vai diretamente ao Sétimo Plano e, Pam! Você está lá. Quando você chega ao
sétimo Plano, a bola de luz que te envolve desaparece e a energia de Tudo
Que É envolve toda e cada molécula e átomo que faz de você quem você é, até
que finalmente, você se dissolve no amor do Criador de Tudo Que É. Não há
medo. Você simplesmente sente gentilmente essa energia se movendo através
de tudo. Você percebe que é parte de tudo e de todos.

É fácil manifestar nessa energia porque você percebe que você é parte
de todos e de tudo que é. Você pode sentir a energia por toda à sua volta e
enquanto você percebe isso o seu corpo toma posse de um equilíbrio perfeito.

118
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

Agora é hora de pensar sobre o que é que você quer para a sua vida. Imagine
que isso já está em sua vida e que você é parte disso. Respire profundamente,
abra os seus olhos, se sentindo totalmente conectado a “Tudo Que É’. É desse
lugar que você está conectado a “Tudo Que É”, sentindo e que você pode mu-
dar o resultado e energia em sua vida.

O Mapa do Caminho até o Criador

Vá acima, até o Criador de Tudo Que É, do Sétimo Plano.

O processo a seguir me foi dado pelo Criador para treinar “Tudo Que
Você É” a se conectar a e a entender “Tudo Que É”. Uma vez que isso for apren-
dido, você irá ao Sétimo Plano consistentemente e não precisará passar pelo pro-
cesso inteiro: você simplesmente estará lá. Imagine energia vinda do centro da
terra e subindo através da sola de seus pés e subindo para fora do topo de sua
cabeça na forma de uma linda bola de luz. Você está nessa bola de luz. Tome
tempo para perceber de que cor ela é. Agora imagine ir para o alto, acima do
Universo. Agora imagine estar indo para dentro da luz acima do Universo, é
uma linda e grande luz. Imagine ir acima através dessa luz, e você verá outra
luz clara, e outra, e outra, na verdade existem muitas luzes claras. Mantenha-se
indo. Entre as luzes existe um pouco de luz escura, mas isso é somente uma ca-
mada anterior à próxima luz, então continue indo. Finalmente há uma grande
Luz clara. Passe através dela. Quando você passar através dela, você verá uma
energia, uma substância de aspecto gelatinoso; e possui todas as cores do arco
íris nela. Quando você vai para dentro dela você vê que as cores mudam. Isso
são as Leis. Você verá toda espécie de formas e cores. A distância, há uma Luz
branca iridescente; é de uma cor branco-azulada, como uma pérola. Vá em dire-
ção a essa luz. Evite a luz azul escuro, porque essa é a Lei do Magnetismo. Con-
forme você chega mais perto, você poderá ver uma névoa de cor rosada. Mante-
nha-se indo até que você a veja. Essa é a Lei da Compaixão, e ela vai empurrar
você para dentro do lugar especial. Você verá que a luz perolada é da forma de
um retângulo, como uma janela. Essa janela é realmente a entrada para o Séti-
mo Plano. Agora passe por ela. Vá fundo dentro dela, veja uma incandescência
esbranquiçado e profunda passando através de seu corpo. Sinta-o. Faz se sentir
leve, mas tem essência. Você pode senti-la passando através de você; é como se
você não pudesse mais sentir a separação entre o seu próprio corpo e a energia.
Você se torna “Tudo Que É”. Não se preocupe. O seu corpo não desaparecerá.
Ele irá se tornar perfeito e saudável. Lembre-se que há somente energia aqui, e
não pessoas ou coisas. Então se você estiver vendo pessoas, vá mais alto. É desse
lugar, que o “Criador de Tudo Que É” pode executar curas imediatas e que você
pode criar em todos os aspectos de sua vida
FONTE: <https://bit.ly/3hx4j5m>. Acesso em: 20 abr. 2021.

119
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

5 TERAPIA COM PEDRAS QUENTES, FRIAS, CRISTAIS


A técnica da terapia com pedras consiste no uso de pedras vulcânicas, plu-
tônicas e/ou sedimentares, que possuem energia densa em sua constituição. Elas
são encaixadas de acordo com a região do corpo e a própria necessidade do in-
divíduo. Baseia-se no conceito de que o contato com a natureza pode renovar
as energias do corpo, aliviando a tensão e o estresse, melhorando as funções do
organismo (CORSINO, 2021).

A terapia pode estimular a circulação e promover uma sinergia entre os


órgãos. As pedras são dispostas ao longo dos músculos, promovendo uma esti-
mulação natural, podem estar frias ou quentes, dependendo das necessidades e
preferências de cada indivíduo. A terapia das pedras quentes possui um efeito
sedativo e relaxante, e pode, também, melhorar a regeneração celular e reduzir
inflamações, é bastante usada no tratamento de celulites e na redução de gordura
localizada (CORSINO, 2021).

No caso do uso de cristais, tem-se a cristaloterapia, é uma terapia em que


se utilizam cristais como principais ferramentas para o tratamento, cuja forma de
aplicação e duração serão determinadas pelo terapeuta, de acordo com a análise
realizada do cliente. Destaca-se que o uso dos cristais, quando indicado e prescri-
to por um profissional especialista na área, é seguro.

Os cristais podem ser utilizados em paralelo com outras ferramentas e


técnicas da naturopatia, como um escalda-pés com ervas ou banho fitoenergético
com óleos essenciais, principalmente em casos de ansiedade e outras dificuldades
emocionais presentes no dia a dia ou em cromoterapia, para os mais diversos
sintomas e tratamentos (CRUZ, 2020).

6 RADIESTESIA
Antes de ser nomeada com essa nomenclatura, a radiestesia era chamada
de rabdomancia, que significa “adivinhação por meio da varinha”, já que até o iní-
cio do século XX foi considerada apenas como mais uma forma de adivinhação uti-
lizada na procura de fontes de água e jazidas minerais. Em 1892, a palavra radieste-
sia foi criada pelo abade francês Alexis Bouly, composta por dois termos: radius, que
vem do latim e significa radiação, e aisthesis, de origem grega e que significa sen-
sibilidade, indicando, assim, a sensibilidade às radiações (CONHEÇA [...], 2018). 

A radiestesia funciona na forma de captação da energia cósmica, a qual é


a energia da vida universal e penetra no ápice da nossa cabeça, pelo chakra coro-
nário, e se distribui pelos chakras restantes do corpo humano, conforme já vimos
quando o assunto do Reiki foi explanado. É uma técnica que consiste em um meca-
nismo de captação das mais diversas frequências de energia que, por meio de nos-
sos biossensores, possibilita a percepção dessas energias (CONHEÇA [...], 2018). 

120
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

O princípio da radiestesia indica que as radiações energéticas nocivas ou


benéficas passam sobre os corpos e afetam da mesma forma que a radiação do sol,
da Lua, da Terra e, das outras pessoas, as quais ao criar os pensamentos geram
energias que se irradiam através de nossos corpos. Além disso, a radiestesia fun-
ciona, também, captando a energia telúrica, aquela que emana do centro da Terra
e é captada pelos chakras de nossos pés, tendo como meta a identificação de even-
tuais desequilíbrios nessas energias. Os instrumentos de prática da radiestesia
podem ser as varas, pêndulos, aurameter, dual-road, entre outros, sendo que o pên-
dulo é talvez o mais comum dos instrumentos e é formado por uma ponteira de
cristal, madeira ou metal suspenso por um fio (CONHEÇA [...], 2018). A radies-
tesista convencional, na maioria das vezes, observa a movimentação do pêndulo,
se girar no sentido horário, estará dando uma resposta afirmativa, se girar no
sentido anti-horário, será uma resposta negativa, mas as respostas não se limitam
a sim e não. Com o uso de gráficos e tabelas, pode-se chegar a outras respostas.
Destacando que o objetivo dessa técnica consiste em harmonizar os ambientes e,
por consequência, a vida das pessoas (CONHEÇA [...], 2018). 

7 DIETOTERAPIA CHINESA
Considerando a amplitude da MTC, estudar sua terapêutica na alimenta-
ção é de suma importância. Destaca-se incialmente que a alimentação chinesa é
totalmente diferente da nutrição ocidental, pois para a MTC a natureza bioquími-
ca não é o que determina a qualidade do alimento, mas sim, o equilíbrio energéti-
co total do alimento, desde seu cultivo ao momento do consumo (SANTOS, 2018).
Dessa forma, a alimentação é selecionada segundo suas qualidades energéticas,
como por exemplo: agentes de calor/frio; de harmonização; dispersão; lubrifica-
ção entre outras características.

Para poder compreender a influência dos alimentos na saúde, de acordo


com a MTC, é necessário rever, ou conhecer, a Teoria dos Cinco Elementos (Xing
significa caminhar), que representam a classificação de cinco tipos de processos
observados na natureza, descrevendo fenômenos. Nesse sentido temos:

• A madeira que representa o que está em fase ativa de crescimento.


• O fogo que representa o apogeu das atividades.
• O metal que representa a atividade que começa a declinar.
• A água se refere às funções que alcançaram o seu maior grau de reparo.
• A terra equilibra os processos.

Esses elementos fazem parte da lei do ciclo de geração e dominância, con-


forme Figura 13:

121
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

FIGURA 13 – CICLO DE GERAÇÃO E DOMINÂNCIA

FONTE: <https://bit.ly/3ygjgyN>.Acesso em: 15 abr. 2021.

As fases de energia mudam constantemente, nutrindo e controlando uma


à outra. As imagens dos elementos água, madeira, fogo, terra, metal representam
as forças naturais que juntas formam um ciclo dinâmico e se apoiam propiciando
harmonia: os ciclos de geração e de dominância ou controle (KAY, 2020).

“O primeiro ciclo, de Geração (flecha vermelha) trata-se de uma sequên-


cia em que cada elemento dá origem ao seguinte, da mesma forma como é gera-
do. Deste modo, tem-se que: madeira gera fogo, fogo gera terra, terra gera metal,
metal gera água e água gera madeira” (KAY, 2020, s. p.).

Para esse ciclo tem-se a seguinte lei: ao tonificar a mãe: tonificamos o filho;
ao sedar o filho, sedamos a mãe. Assim, quando tonificamos madeira (fígado), to-
nificamos fogo (coração) e ao sedarmos a terra (baço), sedamos o fogo (coração).

Nesse sentido, pensando na alimentação terapêutica, quando ingerimos


um alimento estamos automaticamente tonificando um elemento através de seus
sabores e características. Por sua vez, o ciclo de Dominância mostra como cada
elemento controla o outro, constituindo uma relação de controle e restrição mú-
tua. Dessa forma: madeira controla terra, terra controla água, água controla fogo,
fogo controla metal e o metal controla madeira (KAY, 2020).

Já para esse ciclo tem-se a seguinte lei: ao tonificarmos o avô, sedamos o neto e
ao sedarmos o avô, tonificamos o neto, ou seja, ao tonificarmos o metal (pulmão) seda-
mos a madeira (fígado) e ao sedarmos o fogo (coração) tonificamos o metal (pulmão).

122
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

As relações de geração e controle entre os elementos representam um pro-


cesso precioso de equilíbrio e regulação do corpo humano (SANTOS, 2018).

Pode-se perceber que cada um dos cinco elementos está associado a um


ponto cardeal (direção), a uma estação, a um sabor, a uma cor, a um órgão (yin),
a uma víscera (yang), a um meridiano, a uma emoção, estando intrinsecamente
ligados à personalidade de cada ser, influenciando o modo de agir, se alimentar
e relacionar (KAY, 2020).

“Assim sendo, um desequilíbrio energético pode causar mudanças no


nosso estado físico e emocional em relação ao mundo e a nossa personalidade”
(KAY, 2020, s. p.). No Quadro 1, constam as correspondências dos cinco elemen-
tos, considerando todas as variáveis que as envolvem.

QUADRO 1 – CORRESPONDÊNCIAS DOS CINCO ELEMENTOS


Madeira Fogo Terra Metal Água
Estação Primavera Verão 5ª estação* Outono Inverno
Clima Vento Calor Umidade Seca Frio
Etapa Nascer Crescer Transformar Colher Armazenar
Cor Verde Vermelho Amarelo Branco Preto
Coração e Baço –
Órgãos Fígado Pulmão Rim
Pericárdio Pâncreas
Vesícula Intestino
Vísceras I.D e T.A Estômago Bexiga
Biliar Grosso
Sabor Ácido Amargo Doce Pungente Salgado
Sentido Olho-visão Língua-fala Boca-gosto Nariz-olfato Orelha-audição
Tendões, Ossos, dentes,
Vasos
Tecido ligamentos, Músculos Pele, pelos medula,
sanguíneos
unhas cérebro
*5ª estação corresponde a um curto período situado no final de cada estação. Ao
final de cada estação a energia retorna ao centro para regenerar-se.
FONTE: Adaptado de Santos (2018)

A cada início de estação temos, em média, 15 dias de adaptação às caracte-


rísticas de temperatura da estação. Importante destacarmos que os cinco elemen-
tos também têm sua representatividade na psique humana, conforme Quadro 2.

123
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

QUADRO 2 – CORRESPONDÊNCIA DOS CINCO ELEMENTOS COM A PSIQUE HUMANA


Madeira Fogo Terra Metal Água
Psique HUAN SHEN I PO ZHI
Inconsciente, Espírito, Inteligência, Subconsciente, Força de
Imaginação, Vitalidade, Analítica, Reflexão vontade
Alma. Psiquismo Lógica
Qualidade Decisão Intuição Lógica Reflexão Vontade
Emoções Cólera/Raiva Alegria Preocupação Tristeza Medo
Sons Grito Riso Canto Pranto Gemido
Secreção Lágrimas Suor Saliva fluida Muco Urina
FONTE: Adaptado de Santos (2018)

Nesse sentido, um terapeuta pode usar dessas variáveis para realizar a terapia
com os alimentos de acordo com as suas naturezas, conforme será descrito a seguir. Os
alimentos quentes e mornos possuem natureza yang e promovem, quando consumidos:

• Esquentam.
• Tonificam o Qi.
• Secam.
• Movem, transformam.
• Ascendem o Qi e expelem ao exterior.
• Facilitam as funções corporais.
• Úteis em estados deficientes.
• Em excesso esgotam a energia e os fluidos corpóreos.

Por sua vez, os alimentos neutros causam:

• Equilíbrio.
• Estabilidade.
• Harmonia.
• Fortalecimento.

Já os alimentos frescos e frios, de natureza yin, causam:

• Refrescam.
• Tonificam o Yin.
• Hidratam, lubrificam.
• Acalmam, sedam.
• Nutrem.
• Levam o Qi para dentro.
• Fortalecem e formam as estruturas corpóreas.
• Úteis em casos de excesso, como febre, inflamação, calor, agitação, insônia e
ansiedade.
• O excesso causa a estagnação de Qi.

124
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

Com essa abordagem, pode-se compreender que conhecer a natureza


do indivíduo é possível, conhecendo a natureza do alimento, estabelecendo um
equilíbrio no organismo (KAY, 2020).

Ainda destaca-se que o método de cozimento dos alimentos influencia em


sua natureza, conforme Quadro 3.

QUADRO 3 – NATUREZA DO ALIMENTO E O MÉTODO DE COZIMENTO


Frio Fresco Neutro Morno Quente
Na brasa, forno,
Cru Escaldado Vapor fervido Frito/ refogado churrasqueira,
requentado
+ FRIO + QUENTE
Cozimento rápido Cozimento demorado
Fogo baixo Fogo alto
Menos pressão Mais pressão
Mais água Menos água
Menos sal Mais sal
FONTE: Adaptado de Santos (2018)

A terapêutica envolvida com a MTC é ampla e compõe outros contextos,


como a classificação dos alimentos de acordo com o seu local de ação no organis-
mo humano, pois cada alimento tem afinidade por um órgão, quer seja pela cor,
forma, sabor e movimento energético, como, por exemplo: pera tem afinidade
com o pulmão; arroz pelo rim; espinafre para o fígado; abóbora pelo baço-pâncre-
as; e as castanhas pelo coração. Veremos, a seguir, quadros com as classificações
gerais dos alimentos, o que contribui enormemente para a terapêutica voltada a
essa afinidade do alimento com o organismo humano (SANTOS, 2018).

QUADRO 4 – ELEMENTO MADEIRA: ALIMENTOS ÁCIDOS COM AFINIDADE POR FÍGADO E


VESÍCULA BILIAR
Frio Fresco Neutro Morno Quente
Iogurte Trigo Inhame Lichia Truta
Limão Maçã Abricó Vinagre Funcho
Toranja Tomate Abacaxi Groselha Camarão
Ruibarbo Mexerica Uva Vinho Alho
Açúcar Laranja Ameixa Cereja Pimenta preta
Banaa Pera Manga Coco
Caranguejo Pêssego Tâmara Alho poró
Algas de nori Amora Framboesa Anis-estrelado
Morango Pato Valeriana
Cerveja de trigo Geléia real Melado

125
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

Azeite de
Queijo fresco Cebola
oliva
Rabanete Cenoura
Centeio Açafrão
Semente de
Dente de leão
girassol
Peixe branco
Ovos
FONTE: Adaptado de Santos (2018)

QUADRO 5 – ELEMENTO FOGO: ALIMENTOS AMARGOS COM AFINIDADE POR CORAÇÃO E


INTESTINO DELGADO
Frio Fresco Neutro Morno Quente
Melão Espinafre Mamão Cereja Alho
Melancia Acelga Abricó Gengibre Gengibre seco
Pera Beterraba Canela Pimenta vermelha
Aipo Alfafa Alecrim Noz moscada
Alface Açafrão Vinho
Espargo Azuki Valeriana
Trigo Gema de ovo Castanhas
Centeio Leite de vaca Café
Chá preto Camomila Ginseng
Casca de
Chá verde Crisântemo
mexerica
Hortelã
Cerveja
Dente de leão
Genciana
Chicória
FONTE: Adaptado de Santos (2018)

QUADRO 6 – ELEMENTO ÁGUA: ALIMENTOS SALGADOS COM AFINIDADE POR RIM E BEXIGA
Frio Fresco Neutro Morno Quente
Caranguejo Cevada Ostra Camarão Alho
Polvo Trigo Lula Mexilhão Trigo
Gérmen Presunto de
Alga nori Peixe branco Funcho
de trigo parma
Sal Aipo Sardinha Missô Canela
Limão Aspargo Salmão Aveia Cravo
Melancia Soja verde Gema de ovo Alho poró Pimenta do reino
Amora Umeboshi Cebola
Marmelo Porco Ginseng
Mexerica Milho Cominho

126
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

Laranja Shitake Anis-estrelado


Cenoura Salsinha
Abóbora Basílico
Couve Alecrim
Soja negra Café
Lentilha Cereja
Uva Lichia
FONTE: Adaptado de Santos (2018)

QUADRO 7 – ELEMENTO TERRA: ALIMENTOS SABOR DOCE COM AFINIDADE PELO BAÇO-
-PÂNCREAS E ESTÔMAGO
Frio Fresco Neutro Morno Quente
Gérmen de
Milho Arroz Aveia Anis-estrelado
trigo
Banana Centeio Cevada Cebola Alcaçuz
Limão Salsão Nabo Alho poró Malte de cevada
Aspargo Abóbora Coco Erva-doce
Acelga Feijão verde Noz
Alface Inhame Castanhas
Agrião Batata Óleo de soja
Espinafre Cenoura Frango
Couve Couve Camarão
Couve de
Abobrinha Anchova
Bruxelas
Alcachofra Ervilhas Leite de cabra
Nabo Couve-flor Manteiga
Soja verde Brócolis Pêssego
Óleo de
Batata-doce Lichia
gergelim
Ovo cru Shitake Abacaxi
Pera Grão de bico Alecrim
Chá preto Gergelim Anis estrelado
Dente de Semente de
Orégano
leão girassol
Hortelã Amendoim Salsinha
Camomila Amêndoa Vinho
Raiz de Azeite de
Ginseng
lótus oliva
Berinjela Fígado Gengibre
Pepino Porco Pistache
FONTE: Adaptado de Santos (2018)

127
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

QUADRO 8 – ELEMENTO METAL: ALIMENTOS DE SABOR PICANTE COM AFINIDADE PELO


PULMÃO E INTESTINO GROSSO
Frio Fresco Neutro Morno Quente
Gérmen de
Hortelã Açafrão Alcaparra Cravo
trigo
Iogurte Manjerona Arroz Cominho Pimentas
Banana Rabanete Cenoura Gengibre Gengibre
Algas de nori Aipo Couve-flor Canela Canela
Pepino Azeitona Cebola Alho
Agrião Leite de vaca Funcho Ginseng coreano
Nabo Queijo Alho-poró
Aspargo Abricó Valeriana
Anis
Espinafre Figo
estrelado
Clara de ovo Uva Sálvia
Mexerica Papaia Tomilho
Laranja Mel Orégano
Pera Peixe Alecrim
Angélica
Maçã Amendoim
sinensis
Semente de
Morango Vinho
girassol
Chá verde Amêndoas Cebola
Tâmara
Café
FONTE: Adaptado de Santos (2018)

Ainda, além desses contextos que envolvem os cinco elementos, temos os


alimentos que se classificam para equilíbrio do yin e yang, conforme Quadro 9.

QUADRO 9 – ALIMENTOS YIN E YANG


YIN YIN/YANG YANG
Energia fria/fresca Energia neutra Energia quente/ morna
Água de coco Abacaxi Açúcar mascavo
Aipo Abóbora Alecrim
Alface Açúcar Alho
Alga Alcaçuz Café
Amêndoa Alga Caju
Banana Ameixa Camarão
Berinjela Amendoim Canela
Brócolis Arroz Carne de cordeiro
Carambola Aspargo Casca de laranja
Caranguejo Atum Casca de tangerina

128
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

Cenoura Aveia Castanha


Cevada Azeitona Cebola / cebolinha
Chá verde Batata Cereja
Chicória Beterraba Chocolate
Clara de ovo Carne de frango Cravo
Cogumelo Carne de porco Erva-doce
Couve-flor Carne de vaca Fígado de galinha
Espinafre Cereja Framboesa
Feijão preto Couve-flor Frituras
Funcho Feijão comum Gema de ovo
Gergelim Feijão azuki Gengibre
Hortelã Figo Goiaba
Batata doce Gergelim preto Leite de cabra
Iogurte Ginseng Manteiga
Laranja Grão-de-bico Noz
Leite de coco Leite de vaca Noz-moscada
Lúpulo Mamão papaia Óleo de gergelim
Maçã Mel Peixe defumado
Marisco Milho Peru
Melancia Moranga Pêssego
Melão Ovo Pimenta
Morango Pêra Queijo
Nabo Presunto Vinagre
Ostra Salmão Vinho
Pato Soja Uísque
Peixe Trigo
Pepino Uva
Pêra Uva-passa
Presunto
Rabanete
Sal
Soja
Tangerina
FONTE: Adaptado de Fernandes (2008)

Nesse sentido, observa-se que são diversas as variáveis que envolvem a


terapêutica da alimentação na MTC e que serão mais discutidas adiante.

129
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

LEITURA COMPLEMENTAR

TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SITUAÇÕES


EMOCIONAIS NA PANDEMIA DO COVID-19

Fernanda Pimentel de Oliveira


Maria Raquel da Silva Lima
Francisca Lucélia Ribeiro de Farias

RESUMO
Objetivo: Compreender o impacto das Terapias Integrativas e Complementares em
situações emocionais na pandemia do COVID-19. Desenvolvimento: Realizou-se
uma reflexão, havendo a análise e interpretação de artigos, livros, cartilhas de ins-
tituições sobre o COVID-19, além de publicações oficiais do Ministério da Saúde
que abordam a temática, embasando esta reflexão. A nova pandemia mundial (CO-
VID-19) tem colocado em pauta além da saúde física das pessoas, também a saúde
mental. Os transtornos comumente apresentados são decorrentes de ansiedade,
estresse, podendo ser aliviados com o uso das Práticas Integrativas e Complemen-
tares. Conclusão: Considerando que elas produzem aumento da autoestima, re-
dução dos agentes estressores, sensação de bem-estar, diminuição de sentimentos
negativos por vezes apresentados em decorrência da necessidade de se manterem
isolados, as PICS’s são sugeridas como um complemento ao cuidado do novo coro-
navírus. Descritores: COVID-19; Pandemia; Saúde Mental; COVID-19.

INTRODUÇÃO

As terapias Integrativas valorizam o sujeito em suas subjetividades, emo-


ções, pensamentos em suas peculiaridades, em todo o seu contexto. A Medicina
Tradicional e Complementar (MTC), principalmente a chinesa, possui um con-
junto de práticas terapêuticas que visualizam o indivíduo na sua integralidade:
corpo físico, mente e espírito. Buscam promover a saúde utilizando-se de meios
naturais de tratamento. As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) estão
incluídas nesse modelo de cuidado milenar (TELES JÚNIOR, 2016).

A utilização das Práticas Integrativas e Complementares está embasada


na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), com
abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agra-
vos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfa-
se na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integra-
ção do ser humano com o meio ambiente e a sociedade (BRASIL, 2015).

A PNPIC envolveu inicialmente as práticas no âmbito da Medicina Tradi-


cional Chinesa: Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia da Medicina Antroposófica e
do Termalismo (Crenoterapia) (BRASIL, 2006). Em resposta à demanda de municí-
pios brasileiros, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 849, de 23 de março de
2017, que incluiu novos procedimentos às práticas já regulamentadas pela Política:
130
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Natu-


ropatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comuni-
tária Integrativa e Yoga (BRASIL, 2017). Posteriormente, a PNPIC foi mais uma vez
atualizada a partir da publicação de nova Portaria nº 702, de 21 de março de 2018,
que ampliou a oferta com a inclusão de dez práticas: Apiterapia, Aromaterapia,
Bioenergética, Constelação familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Hipnoterapia, Im-
posição de mãos, Ozonioterapia e Terapia de florais (BRASIL, 2018).

Cuidar do corpo e da mente se torna complexo, pois não envolve só o orgâni-


co, mas o emocional, mental e espiritual. Períodos de pandemia fazem emergir senti-
mentos de angústias e incertezas que passam a interferir na saúde gerando doenças,
conflitos e medos, ocasionando um colapso mental, levando ao corpo a sensação de
exaustão. Desde o final do ano de 2019 na cidade de Wuhan (China) surgiram casos
de “gripe”, com rápida disseminação, comprometimento pulmonar e óbitos.

Neste contexto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) denominou o novo


coronavírus responsável por esse quadro (JIANG et al., 2020). A atual pandemia de CO-
VID-19 apresenta um inesperado desafio à saúde pública. Em todo o mundo, medidas
ambiciosas estão sendo implementadas por governos, organizações não-governamen-
tais e indivíduos com objetivo retardar a disseminação do vírus para evitar sobrecar-
regar o sistema de saúde (FRUHAUF et al., 2020). Reconhecemos que as repercussões
econômicas, sociais e psicológicas decorrentes do isolamento social serão grandes.

Para minimizar o impacto dessas medidas é necessária uma ampliação subs-


tancial dos gastos públicos para garantir a assistência à saúde e apoiar financeiramen-
te as amplas parcelas mais vulneráveis da população (MELLO et al., 2020). Assim, em
tempos de isolamento social e na ausência de auxiliares domésticos, as tarefas e cui-
dados cotidianos são intensificados, acarretando um montante maior de atividades
para as cuidadoras familiares, o que também se estende aos suportes moral e afetivo.
A situação de confinamento provocada pela conjuntura sanitária, incide diretamente
na família diante da recorrência de situações desgastantes que levam ao aumento do
estresse por conta das cobranças familiares sobre sua responsabilidade na execução
dos cuidados. É Importante lembrar que as cuidadoras familiares têm seu modo de
vida desestruturado, intensificando os conflitos familiares (HELBORN, et al., 2020).

Em situações emocionais desenvolvidas em períodos de pandemia, as Te-


rapias Integrativas e Complementares (PIC’s) em muito podem contribuir para o
restabelecimento das emoções, aliviando o estresse, a ansiedade que são viven-
ciados por muitas pessoas e que interferem negativamente na saúde. As PIC’s
surgem como possibilidade de enfrentamento ao isolamento social por meio da
vivência de práticas corporais que poderão ser disponibilizadas para o acompa-
nhamento por meio on-line, com instruções apropriadas para sua utilização em
seus domicílios de algumas técnicas realizadas individualmente.

Nesse contexto podemos incluir a arteterapia,, a meditação, o reiki, imposi-


ção das mãos, a musicoterapia, a yoga entre outras. Dessa forma, considerar as PIC’s
como apoio aos cuidados em saúde durante a pandemia do novo coronavírus pode

131
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

ser algo relevante, levantando a seguinte questão: Como as PIC’s podem contribuir
para a saúde mental da população diante do novo coronavírus? Dessa forma, este
artigo de reflexão apresenta como objetivo compreender o impacto das Terapias In-
tegrativas e Complementares em situações emocionais na pandemia do COVID-19.

Para embasar essa reflexão, houve a análise e interpretação de artigos,


livros, cartilhas de instituições sobre o COVID-19, além de publicações oficiais do
Ministério da Saúde que abordam a temática, fundamentando a reflexão.

DESENVOLVIMENTO

Implicações emocionais decorrentes da nova pandemia mundial (CO-


VID-19) têm colocado em pauta principalmente a saúde física das pessoas, como
também a saúde mental, visto que, para além de pensar nos efeitos psicológicos
do isolamento, estudiosos têm debatido sobre as estratégias de enfrentamento
para tornar o período de quarentena menos adoecedor (WANG et al., 2020).

Aspectos sociais e emocionais são modificados quando um indivíduo é


contaminado com uma doença infecciosa. Por estar vivenciando um novo mo-
mento, o paciente pode desenvolver impactos psicológicos que alterem seu com-
portamento habitual. Tais aspectos podem estar relacionados à ansiedade, à raiva,
à diminuição da concentração, ao desanimo e à perda de energia (PARK; PARK,
2020). Estudos têm sugerido que o medo de ser infectado por um vírus potencial-
mente fatal, de rápida disseminação, cujas origens, natureza e curso ainda são
pouco conhecidos, acaba por afetar o bem-estar psicológico de muitas pessoas
(ASMUNDSON; TAYLOR, 2020; CARVALHO et al., 2020).

Em situações como as de isolamento social, o organismo se encontra em esta-


do de exaustão prolongada, elevando de maneira sustentada os níveis de cortisol com
consequências que podem comprometer em menor ou maior grau a saúde mental do
indivíduo, como sintomas ansiosos, depressivos e distúrbios de memória (HERBERT,
2013; WEBER et al., 2019; SANTINI et al., 2020). Assim, a população geral e profissio-
nais da saúde também costumam experienciar estressores no contexto de pandemias,
a saber: risco aumentado de ser infectado, adoecer e morrer; possibilidade de infectar
outras pessoas; sobrecarga e fadiga; exposição a mortes em larga escala; frustração por
não conseguir salvar vidas, apesar dos esforços; ameaças e agressões propriamente di-
tas, perpetradas por pessoas que buscam atendimento e não podem ser acolhidas pela
limitação de recursos; e afastamento da família e amigos (TAYLOR, 2019).

Terapias integrativas e complementares na pandemia do covid-19: possi-


bilidades e desafios A recomendação nº 40, de 21 de maio de 2020 do Conselho
Nacional de Saúde, orienta o uso complementar das práticas integrativas e com-
plementares durante a pandemia da Covid-19, levando em consideração vários
parâmetros, entre elas a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que aborda a pro-
moção, recuperação da saúde, o funcionamento dos serviços do Sistema Único
de Saúde (SUS) e o documento “Estratégias da OMS sobre Medicina Tradicional
– 2014-2023”, que incentiva a regulamentação e a utilização das práticas tradicio-
nais como tratamento complementar no SUS.
132
TÓPICO 3 — OUTRAS PRÁTICAS COMPLEMENTARES

As terapias integrativas surgem como possiblidade terapêutica que bene-


ficiam a saúde no combate aos agentes estressores decorrentes de períodos de iso-
lamento social. Pesquisas mostram resultados positivo na redução dos níveis de
ansiedade, de sintomas depressivos, de estresse, de alívio da dor, e da compulsão
alimentar (KIM et al., 2013; KEMPER et al., 2011). Durante o período de quaren-
tena, o efeito psicológico negativo não é surpreendente, mas a evidência de que
um impacto negativo na saúde mental decorrente da quarentena ainda pode ser
detectado meses ou anos depois é mais preocupante. Sugere-se a necessidade de
garantir que medidas eficazes de cuidado sejam implementadas como parte do
processo de planejamento de quarentena (BROOKS et al.,2020).

As intervenções psicológicas junto aos profissionais da saúde podem


ocorrer em plataformas on-line, por ligações telefônicas ou, ainda, com cartilhas e
outros materiais informativos (CHEN et al., 2020; LI et al., 2020; ZHOU, 2020). As
terapias integrativas no período da quarentena imposta pela pandemia favore-
cem o reequilíbrio das emoções, a diminuição da ansiedade, o controle do medo.
Entre as aplicações tecnológicas para redução de estresse, temos a cromoterapia,
que é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1976 como
uma prática integrativa e complementar para restabelecer o equilíbrio emocional.

O reiki também é um tipo de terapia oferecida a indivíduos em situação


de saúde e de doença, ela aumenta a energia vital e fortalece o sistema imuno-
lógico (MAGALHÃES; ALVES, 2013; FREITAG et al., 2014; AZEEMI et al., 2019).
A musicoterapia com tratamento terapêutico alivia as tensões e produz sensação
de prazer. A arteterapia pode ser aplicada a indivíduos ou grupos, em variados
locais e contextos, e utiliza a expressão artística como processo terapêutico, sendo
capaz de promover a melhoria da qualidade de vida, o desenvolvimento pessoal
e contribuir com a saúde mental (BERNARDO, 2013). Temos, ainda, a aroma-
terapia que poderá ser utilizada como recurso terapêutico aos profissionais de
saúde como auxilio à população com ou sem COVID-19 no isolamento social. Os
difusores aromáticos geram um clima mais tranquilo, podendo trazer equilíbrio
emocional e fortalecer tanto o sistema respiratório como imunológico.

No sistema respiratório, melhoram as trocas gasosas e relaxam a muscu-


latura; Quanto a nossa imunidade, eleva a atividade protetora das células contra
agentes biológicos. (NASCIMENTO; PRADE, 2020). Na auricoloterapia há a es-
timulação de pontos auriculares, geralmente através de sementes, trabalhando
ansiedade, problemas de coração, fígado, respiratórios, entre outros (ENOMÓTO,
2015). Já a Yoga harmoniza a ligação do corpo com a mente, as emoções, a respira-
ção e também o lado espiritual. Além dessas, várias outras também podem contri-
buir para o bem-estar da população (PREFEITURA DE FLORIANOPÓLIS, 2020).

As PICS estimulam o autocuidado, o cuidado com o outro, a corresponsa-


bilização no processo saúde-doença e a ética humana, na integração com a socie-
dade e a natureza, em uma perspectiva criativa e participativa. Estudos mostram
que algumas PICS afetam positivamente a qualidade de vida, o sono, a dor, esta-
do emocional; o bem-estar, e o apoio social de seus praticantes (MCFEETERS et

133
UNIDADE 2 — PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES

al.,2016; FERREIRA et al., 2017; SILVA et al.,2016). O Instituto de Comunicação e


Informação em Saúde (ICICT), da Fiocruz, lançou no ano de 2020 a pesquisa mais
ampla no país sobre as PICS, durante a pandemia. O levantamento se realizar
por meio de um questionário on-line, podendo ser respondido por profissionais
de saúde e a população no geral, abrangendo diferentes regiões, idades, gêneros,
traçando como está a utilização das terapias no Brasil.

As perguntas coletam informações sociodemográficas, se teve ou não CO-


VID-19, existência de doenças crônicas, a utilização de PIC’S e medicamentos, en-
tre outros (NORONHA, 2020). O estado de Santa Catarina lançou nota técnica nº
10/2020 orientando os profissionais de saúde a respeito das PIC’S na pandemia do
COVID19. Ela ressalta que as PIC’s podem ser utilizadas de maneira a complementar
o cuidado, aliviando sintomas respiratórios, melhorando os aspectos emocionais, ou
seja, a saúde mental. Atividades coletivas devem ser suspensas de forma presencial
na atenção primária, podendo haver vídeos e/ou folders para orientar a comunidade.

As PIC’s não devem substituir o tratamento convencional, complementa o cui-


dado a partir de orientações de pessoas capacitadas para cada situação (BRASIL, 2020).
Boa parte das PIC’s podem ocorrer de maneira remota, de acordo com o isolamento
exigido no momento. Devendo ser utilizada diante do impacto emocional e físico de-
corrente da pandemia. É válido dizer que elas também apresentam baixo custo no SUS
(0,008% do total de recursos gastos) (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2020).

CONCLUSÃO

Através desta reflexão entendemos que os efeitos positivos apresentados


pela utilização das Práticas Integrativas e Complementares no período de isola-
mento social e/ou distanciamento social ocasionado pela pandemia é sugerida
como um complemento ao cuidado em relação ao novo coronavírus. Os transtor-
nos comumente apresentados são decorrentes de ansiedade, estresse, podendo
ser aliviados com o uso das PIC’s.

Considerando que elas produzem aumento da autoestima, redução dos


agentes estressores, sensação de bem-estar, diminuição de sentimentos negativos
por vezes apresentados em decorrência da necessidade de se manterem isolados.
O gerenciamento das emoções têm nas PIC’s uma grande ferramenta de cuidado
nesse período. Sugerimos mais estudos que possam evidenciar os benefícios dos
praticantes das Terapias Integrativas, principalmente em situações promotoras
de estresse observados em períodos pandêmicos.
FONTE:<https://bit.ly/3wjmuiT>. Acesso em: 25 abr. 2021.

134
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• A prática do mindfulness (atenção plena) é primariamente uma tomada de


consciência do que surge momento a momento, incluindo, naturalmente, a
prática da meditação. Quando se está consciente intencionalmente, é possível
perceber os pensamentos, sentimentos, comportamentos e movimentos, sen-
do, portanto, o simples ato de prestar atenção, perceber e estar presente em
qualquer coisa que você faça.

• A Barra de Accses é uma terapia baseada em 32 pontos mapeados ao redor da


cabeça por onde percorrem as energias, sendo que cada um deles corresponde
a um aspecto do comportamento humano e o relacionamento que se tem com
cada um. O leve toque com os dedos nestes pontos libera o fluxo das energias
e permite o acesso à consciência, num princípio de harmonização energético.

• O ThetaHealing® é uma terapia de cura energética que, ao atuar, acessa a


onda cerebral Theta, dessa maneira, se apresenta como uma técnica de me-
ditação e filosofia espiritual, sem ligação com uma religião específica, com o
propósito de se aproximar do Criador. É um método de treinamento para sua
mente, corpo e espírito que permite clarear crenças limitantes e viver a vida
com pensamentos positivos. 

• A radiestesia é uma técnica que consiste em um mecanismo de captação das


mais diversas frequências de energia que, por meio de nossos biossensores,
possibilita a percepção dessas energias.

• Na terapia baseada na MTC para obesidade, destaca-se que a alimentação chi-


nesa é totalmente diferente da nutrição ocidental, pois, para a MTC, a natureza
bioquímica não é o que determina a qualidade do alimento, mas sim, o equilí-
brio energético total do alimento, desde seu cultivo ao momento do consumo.

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

135
AUTOATIVIDADE

1 A terapia nomeada barra de acces consiste em uma ferramenta energéti-


ca de expansão da consciência, propondo uma mudança de vida através
da liberação de energias acumuladas no campo energético dos indivíduos,
sendo que a maior parte delas atua em nível inconsciente. Com relação a
sua conceituação, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) É uma terapia baseada em 32 pontos mapeados ao redor da cabeça por onde


percorrem as energias, sendo que cada um deles corresponde a um aspecto
do comportamento humano e o relacionamento que se tem com cada um. O
leve toque com os dedos nesses pontos libera o fluxo das energias e permite
o acesso à consciência, num princípio de harmonização energético.
b) ( ) É uma terapia baseada em 46 pontos mapeados ao redor da cabeça e nas
mãos, por onde percorrem as energias, sendo que cada um deles cor-
responde a um aspecto do comportamento humano e o relacionamento
que se tem com cada um.
c) ( ) É uma terapia baseada em 32 pontos mapeados ao redor da cabeça, nas
mãos e nos pés, direcionados aos meridianos da acupuntura, por onde per-
correm as energias, sendo que cada um deles corresponde a um aspecto do
comportamento humano e o relacionamento que se tem com cada um.
d) ( ) É uma terapia baseada em 12 pontos mapeados ao redor da cabeça por onde
percorrem as energias, sendo que cada um deles corresponde a um aspecto
do comportamento humano e o relacionamento que se tem com cada um. O
leve toque com os dedos nesses pontos altera o fluxo das energias.
e) ( ) É uma terapia baseada em 32 pontos mapeados no corpo, de acordo
com os meridianos, por onde percorrem as energias, sendo que cada
um deles corresponde a um aspecto do comportamento humano e o
relacionamento que se tem.

2 Terapia que funciona na captação da energia cósmica, que é a energia da


vida universal e penetra no ápice da nossa cabeça, pelo chakra coronário,
e se distribui pelos chakras restantes do corpo humano, é uma técnica que
consiste em um mecanismo de captação das mais diversas frequências de
energia que, por meio de nossos biossensores, possibilita a percepção des-
sas energias. Assinale a alternativa que corresponde à técnica descrita, lem-
brando que não faz parte das terapias incluídas na PNPIC:

a) ( ) Thetahealing®.
b) ( ) MTC.
c) ( ) Acupuntura.
d) ( ) Radiestesia.
e) ( ) Bioenergética.

136
3 O ThetaHealing® é uma terapia de cura energética, criada pela americana Vian-
na Stibal, em 1995, que atua acessando a onda cerebral Theta, com o propósito
de se aproximar do Criador. É um método de treinamento para sua mente,
corpo e espírito que permite clarear crenças limitantes e viver a vida com pen-
samentos positivos, desenvolvendo virtudes em tudo o que fazemos. Assinale
a opção que corresponde em que se baseia a técnica no ThetaHealing:

a) ( ) Técnica de meditação e filosofia espiritual.


b) ( ) Técnica de meditação com ligação religiosa específica.
c) ( ) Técnica de meditação não ligada a espiritualidade do ser.
d) ( ) Técnica religiosa e filosófica.
e) ( ) Técnica de meditação baseada na atenção plena.

4 Além das terapias integrativas e complementares implementadas pela


PNPIC, existem outras terapias com olhar holístico que têm sido ampla-
mente aplicadas, como a prática do mindfulness. Descreva brevemente em
que consiste essa prática:

5 A técnica da terapia com pedras consiste no uso de pedras vulcânicas, plutôni-


cas e/ou sedimentares que possuem energia densa em sua constituição. Elas são
encaixadas de acordo com a região do corpo e a própria necessidade do indiví-
duo. Descreva em que se baseia essa terapia e seus benefícios ao organismo.

137
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141
142
UNIDADE 3 —

SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS


OFERECIDOS POR UM SPA,
CONCEITOS, APLICAÇÃO E
TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer todas as etapas da história dos spas, desde a antiguida-


de até os tempos atuais;

• aprender sobre a balneoterapia, incluindo o conceito de águas


termais e suas propriedades terapêuticas;

• desenvolver conhecimentos técnicos das diversas opções tera-


pêuticas oferecidas num spa, incluindo: aromaterapia, geotera-
pia, cromoterapia, pedras quentes e frias, cristaloterapia, algote-
rapia e massoterapia;

• classificar os tipos de spas;

• entender o funcionamento administrativo e técnico de um spa.

143
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da
unidade,você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – HISTÓRIA DOS SPAS

TÓPICO 2 – TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

TÓPICO 3 – CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA,


ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

144
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3

HISTÓRIA DOS SPAS

1 INTRODUÇÃO

Olá, caros acadêmicos! Chegamos à última unidade do seu Livro Didático de


Spas & Terapias Alternativas. Esta unidade está dividida em três tópicos, nos quais você
aprenderá sobre o mundo dos spas e os tipos de técnicas mais utilizadas nesse ambiente.

Você irá aprender com detalhes o que diferencia um spa de uma clínica
de estética, ou de uma sala de massagens. Os spas são ambientes totalmente rela-
xantes, onde uma imersão num “mundo à parte” pode ser feita, deixando expe-
riências marcantes no seu cliente. Vamos iniciar contando a vocês um pouco da
interessante história do surgimento dos spas.

A origem da palavra spa pode ser derivada do valão (dialeto belga) “espa”
que significa fonte. A palavra espa, por sua vez, veio do nome da cidade belga Spa,
onde, no século XIV, foi descoberta uma fonte termal curativa.

Spa também pode se originar da palavra latina spagere (para espalhar, bor-
rifar, umedecer) ou pode ser um acrônimo da frase latina sanitas per aquas – SPA
(que significa “saúde através da água”).

Por causa da origem da palavra spa, o seu conceito está fortemente ligado às
terapias com água e banhos termais. Na verdade, spas e banhos são indissociáveis.
Você poderá perceber isso à medida que for lendo a história dos spas, descrita a
seguir. No Brasil, podemos encontrar a palavra spa traduzida como “serviço perso-
nalizado de atendimento”, que é um termo mais abrangente e que, justamente por
isso, envolve muito mais técnicas do que apenas os banhos (BENDER et al., 2002).

2 ANTIGUIDADE
A relação entre os humanos e a água sempre existiu, uma vez que a água
é indispensável para a manutenção da vida. O tratamento da água como algo
sagrado também existe desde os primórdios da humanidade.

Os babilônios se referiam a seus médicos como a-su, que significava “especia-


listas em água”. Os médicos eram responsáveis por um amplo sistema terapêutico que
incluía banho médico, aplicação de compressas quentes e frias e lavagem no rio. Na terra
dos faraós, os fazendeiros egípcios adoravam o Nilo, divinizando-o e atribuindo poderes
sobrenaturais à água. Aos padres era necessário purificar-se, banhando-se duas vezes ao
dia e duas vezes à noite para ser digno de entrar nos templos (ROUTH et al., 1996).
145
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

2.1 GRÉCIA ANTIGA E IMPÉRIO ROMANO


Na antiguidade, o uso das águas costumava ser um tratamento popular
para uma ampla gama de doenças. Os gregos preferiam o banho em água doce pro-
veniente de recursos naturais, embora também fosse aplicado o banho de mar (ta-
lassoterapia). Inicialmente, o banho era restrito às pessoas mais ricas, em banheiros
privados, mas logo os banheiros públicos foram abertos. Os banhos eram conside-
rados locais sagrados e eram dedicados a várias divindades (BENDER et al., 2002).

Hipócrates (460-370 a.C.), o pai da medicina, propôs que a causa de todas


as doenças residia no desequilíbrio dos fluidos corporais. Para recuperar o equi-
líbrio, foi aconselhada uma mudança de hábitos e ambiente, que incluía banhos,
transpiração, caminhadas e massagens. Por isso, nessa época, o banho foi consi-
derado mais do que uma simples medida higiênica, era saudável e benéfico para
a maioria das doenças (BENDER et al., 2002; ROUTH et al., 1996).

Influenciados pelos gregos, os romanos construíram seus próprios banhos em


fontes minerais e termais. Em Roma, os spas serviam não apenas para a recuperação
de soldados feridos, mas também como centros de descanso e recreação para soldados
saudáveis. Em contraste com os gregos, que tomavam as águas após exercícios físicos
intensos, os romanos consideravam os banhos mais importantes do que apenas para
a ginástica. O tratamento do spa consistia na aplicação de água nas partes afetadas do
corpo, imersão de todo o corpo na água (especialmente para doenças reumáticas e uro-
genitais) e ingestão de quantidades excessivas de água (BENDER et al., 2002).

Em Roma, desenvolveram-se três tipos diferentes de banhos: banhos em


casa (balnea), banhos privados (balnea privata) e banhos públicos (balnea publica),
que eram geridos pelo estado. Ao longo dos anos, a cultura balnear romana gra-
dualmente mudou em direção a um local de relaxamento e prazer, ao invés de
tratamento médico, embora este ainda fosse fornecido. Os banhos tornaram-se
centros de várias práticas sexuais. A deterioração da moral se manifestou, as in-
dicações higiênicas e médicas para o banho desapareceram e os banhos, como
refúgio de prazer, reinaram (ROUTH et al., 1996).

FIGURA 1 – ANTIGA TERMA ROMANA: HOJE ABERTA PARA TURISMO

FONTE: <https://bit.ly/2QsGcto>. Acesso em: 26 abr. 2021.


146
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DOS SPAS

2.2 DO SÉCULO XIII AO SÉCULO XVI – RENASSENÇA


Com a queda do Império Romano em 476 d.C. e a chegada do Cristianismo,
a cultura dos banhos decaiu, chegando até mesmo a ser proibida. A cura que antes
era feita através dos banhos, passou a ser substituída por meio da adoração e da
oração nas igrejas. A aversão ao banho permaneceu por muitos séculos. As pessoas
se abstinham de tomar banho o máximo possível, às vezes por anos. Somente no
século XIII os banhos foram retomados, especialmente, no sul da Europa.

Depois, no século XVI, a imagem dos banhos públicos deteriorou-se nova-


mente em muitos países, o que levou ao seu fechamento. Eles eram considerados
uma fonte de doenças contagiosas, como sífilis, peste e lepra, e os banhos torna-
ram-se perigosos locais de encontro para dissidentes políticos e religiosos.

Então, gradualmente, os banhos passaram a ocorrer em lugares com águas


correntes e frescas, ao invés dos duvidosos banhos públicos. Na Itália, vários mé-
dicos famosos recuperaram textos perdidos sobre tratamento médico do mundo
antigo, e o valor da balneologia como modalidade terapêutica foi reconsiderado.
Nessa época, alguns spas, como Lucca e Montecatini, ficaram famosos na Itália
(NUNES; TAMURA, 2012).

A nova cultura de banhos que se desenvolveu na Itália espalhou-se gra-


dualmente por outras partes da Europa e foi particularmente popular entre a
elite. Nos alpes Franceses, as águas nos spas era uma atividade séria.

Os médicos criaram centros de tratamento onde se faziam detoxificações,


dietas balanceadas e banhos. As águas de Vichy e Bourbon-Lancy tornaram-se
conhecidas na França durante esse período. No século XVIII, os banhos foram
reabilitados pela aristocracia, especialmente pelos franceses.

2.3 SÉCULO XIX E XX


Por volta de 1800, cresceu o interesse pela cultura de banhos. Foram feitas
análises das águas, visando melhorar seu uso na medicina, e preparar misturas
de água idênticas às águas minerais famosas por suas propriedades curativas.
Priessnitz e Kneipp desenvolveram, ainda mais, os princípios da balneoterapia e
da hidroterapia. Tratamentos individuais foram prescritos, com base na compo-
sição e temperatura da água. Além disso, foram desenvolvidas combinações de
tratamentos que consistem em banhos quentes e frios, banhos de ervas, banhos
de lama, exercícios físicos ativos, massagens e dietas.

No século XX, o uso de águas minerais e o desenvolvimento de hotéis e


pensões nas nascentes tornaram-se predominantes em toda a Europa e América
do Norte. Cada vez mais os spas tornaram-se locais de luxo e ostentação.

147
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

Atualmente, a importância terapêutica dos banhos de spas, é reconheci-


da especialmente por médicos reumatologistas e dermatologistas. O banho ge-
ralmente é combinado com muitos outros tratamentos, como exercícios físicos,
hidroterapia e lama. Os spas são diferenciados de acordo com sua localização
(litoral, área montanhosa) e a composição química de sua água mineral (sulfuro-
sa, bicarbonatada ou sulfatada). No entanto, um número substancial de resorts
de spa também direciona mais atenção para o lazer. Banhos de vapor, saunas, ba-
nheiras de hidromassagem e solários são equipamentos padrão de muitos desses
resorts de spa, com o objetivo principal de relaxar e fortalecer o corpo e a mente e
prevenir o desenvolvimento de doenças.

FIGURA 2 – SPAS &RESORTS LUXUOSOS NO BRASIL: ESPAÇOS QUE INDUZEM AO RELAXAMENTO

FONTE: <https://bit.ly/3hzklLU>; <https://bit.ly/3vbyjYg>. Acesso em: 26 abr. 2021.

2.4 USO DAS ÁGUAS TERAPÊUTICAS NO BRASIL


No Brasil, o uso das águas termais teve início em 1818, quando foi criado
o primeiro balneário brasileiro. Nesse ano, o rei D. João VI baixou um decre-
to ordenando a construção de um hospital termal que deveria ser regido pelos
mesmos estatutos do Hospital das Caldas da Rainha em Portugal, dando início,
oficialmente, à hidroterapia no Brasil. A prática termal surgiu e se desenvolveu
nas instituições médicas brasileiras durante o século XIX. Tudo começou com o
evento das análises químicas das águas na primeira metade do século XIX e a
construção de alguns balneários (Caldas do Cubatão, Caxambu e Poços de Cal-
das) na segunda metade desse século (NUNES; TAMURA, 2012).

As primeiras notícias sobre águas minerais publicadas em periódicos edi-


tados pela Academia Real de Medicina no século XIX (1839), referiam-se às fontes
termais de Goiás. Até aquela data, entretanto, poucas fontes termais haviam sido des-
critas em artigos. Foi somente a partir da segunda metade do século, com o desen-
volvimento da química e da medicina, que se espalharam as notícias sobre as águas
minerais, principalmente a partir de análises realizadas que descreviam suas pro-
priedades terapêuticas. O conhecimento e o uso das águas minerais foram, portanto,
vistos principalmente como um fator potencial para o desenvolvimento econômico.
No entanto, era preciso entender, em detalhes, as nascentes de água mineral existen-
tes no território brasileiro e desenvolver a ciência denominada hidrologia médica – o
que só aconteceu no final do século XIX. No século XX, as estâncias hidrominerais
foram reconhecidas como locais de cura e turismo (NUNES; TAMURA, 2012).

148
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DOS SPAS

Hoje em dia, o turismo de águas termais no Brasil já é muito famoso. Con-


fira, a seguir, alguns dos destinos preferidos dos turistas quando o assunto são as
águas curativas:

• Águas de Lindóia (SP): à 180 km de São Paulo, é considerada uma das capitais
termais do Brasil, as águas saem do solo a 28 °C, e vão para o balneário municipal.
• Águas de Santa Bárbara (SP): desde o século XIX. A cidade fica às margens do
Rio Pardo, suas propriedades terapêuticas são usufruídas no Balneário Muni-
cipal Mizael Marques Sobrinho e no Parque das Águas.
• Raposo (RJ): no município há dois parques de águas minerais “curativas”,
ou seja, com propriedades terapêuticas – o Parque das Águas Soledade e o
Fontanário Raposo. O primeiro é composto por água magnesiana, indicada
em tratamentos de doenças hepatobiliares, renais, pancreáticas, dispepsias
e gastrites. Já o segundo, possui três diferentes águas carbogasosas, de cor e
sabor diferenciados entre si.
• Poços de Caldas (MG): hidrologia, banhos, duchas, saunas, mecanoterapias,
entre outros, são algumas das opções, oferecidas dentro de resorts que lem-
bram os edifícios da Roma Antiga. Outra opção é Balneário, fundado em 1896,
onde há banhos de imersão com água a 37 °C.
• Rio Quente (GO): uma das mais conhecidas do Brasil, está a 27 km de Caldas
Novas. A cidade abriga o único rio de águas quentes do mundo, com tempe-
raturas que variam entre 26 °C e 47 °C.
• Santo Amaro da Imperatriz (SC): descoberta em 1813, a apenas 35 km de Flo-
rianópolis, Caldas da Imperatriz é tida como a primeira estância hidromineral
do Brasil e seu nome tem origem à visita de Dom Pedro II e da Imperatriz
Tereza Cristina, realizada no ano de 1845.

FIGURA 3 – HOTEL QUE RELEMBRA OS ANTIGOS BANHOS ROMANOS EM POÇOS DE CALDAS (MG)

FONTE: <https://bit.ly/33TSnCF>. Acesso em: 26 abr. 2021.

149
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

3 PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DAS ÁGUAS TERMAIS –


BALNEOTERAPIA
Como já mencionado, por volta de 1800, iniciou-se oficialmente a balneo-
terapia, após um interesse mundial crescente pela técnica.

A balneoterapia é definida como a utilização de banhos (em banheiras ou


piscinas) contendo água termal e/ou mineral de nascentes naturais ou poços per-
furados. Águas minerais são definidas como soluções naturais formadas sob con-
dições geológicas específicas e caracterizadas por um “dinamismo físico-químico”
(GHERSETICH; LOTTI, 1996). São originárias de nascentes, bacteriologicamente
puras e com potencial terapêutico (MATZ; ORION; WOLF, 2003). As águas mine-
rais ou termais possuem temperaturas naturais entre 20 °C e 40 °C e tem concentra-
ção mineral total de pelo menos 1 g/L (KARAGÜLLE; KARAGÜLLE, 2015).

ATENCAO

Para a caracterização e classificação das águas provenientes de fontes naturais é


necessário fazer um estudo químico dos minerais da sua composição. A área da química que
faz essas análises é chamada de ‘química analítica’ e combina-se com a ‘química inorgânica’. Esta
última estuda principalmente os elementos inorgânicos, ou seja, os minerais e suas propriedades.

Algumas formas de aplicações hidroterapêuticas são as duchas, jatos de


pressão subaquáticos e exercícios em piscinas de águas termais, bem como outras
terapias não farmacológicas (massagens e exercícios). Também podem ser combi-
nadas nos programas de terapia spa com outras técnicas como a aplicações de lama,
minerais, beber a água e inalar os vapores (KARAGÜLLE; KARAGÜLLE, 2015).

O banho em água com alta concentração de sal é seguro, eficaz e agra-


dável para a cura e recuperação. Esta abordagem não precisa de medicamentos
ou drogas potencialmente prejudiciais. Quase não há efeitos colaterais durante e
após o tratamento, e há um risco muito baixo para a saúde geral e o bem-estar do
paciente ( MATZ; ORION; WOLF, 2003).

150
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DOS SPAS

FIGURA 4 – BANHEIRA HIDROTERAPÊUTICA

FONTE: <https://bit.ly/3ylBK0Q>. Acesso em: 26 abr. 2021.

A balneoterpia feita em spas é uma das abordagens não farmacológicas


mais comumente usadas para doenças reumatológicas, dermatológicas e no con-
trole geral da dor.

Muitos estudos científicos buscaram elucidar os mecanismos de ação das


águas minerais. Alguns dados promissores incluem aumento dos níveis plasmá-
ticos de endorfina, ativação do eixo adrenal e redução dos níveis plasmáticos de
alguns mediadores inflamatórios como interleucinas (IL), prostagladinas (PGs) e
fatores de necrose tumoral (TNF).

Foi proposto que vários fatores, como efeitos mecânicos, térmicos e quí-
micos, desempenham um papel combinado. Os efeitos físicos foram atribuídos
ao calor e às massagens juntamente com os efeitos benéficos de um estilo de vida
relaxante e menos estressante fora de casa (MORER et al., 2017).

As principais doenças dermatológicas, frequentemente tratadas por balne-


oterapia com alto índice de sucesso, são psoríase e dermatite atópica. Nesse caso, a
absorção de sais pela pele parece ser limitada, mas não há dados precisos do assunto.

O efeito terapêutico seria, mais provável, por uma interação local entre a
água mineral e a estrutura da superfície da pele (MATZ; ORION; WOLF, 2003).

Os principais minerais contidos nas águas termais são alumínio, arsênio,


boro, cálcio, cloreto de sódio, cobre, enxofre, magnésio, selênio e zinco. Existe mui-
ta controvérsia sobre quais as concentrações ideias de cada elemento químico e
quais elementos precisam estar presentes na água para exercer o efeito terapêutico.

Diferentes doenças podem exigir concentrações variáveis para resultados


terapêuticos. A estimulação química está diretamente relacionada à composição
particular das águas minerais.

Sugere-se que os princípios ativos das águas minerais sulfurosas poderiam


desempenhar um papel na regulação imunológica da pele. A possível atividade
imunomoduladora do enxofre presente em águas de nascente sulfurosas foi estu-
dada para determinar seu efeito sobre a resposta proliferativa de células linfoides.

151
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

O enxofre é capaz de inibir a proliferação de linfócitos T e diminuir a produção


de citocinas inflamatórias em pacientes com atopia cutânea e problemas respiratórios.

Os estímulos causados pelos banhos de água mineral, ou banhos de lama


na pele humana, podem liberar quantidades significativas de peptídeos opioides,
modificando o limiar da dor e os sistemas cutâneo, neuroendócrino e imunológi-
co (GHERSETICH; LOTTI, 1996).

Além disso, os benefícios dos banhos estão ligados à produção das betas-
-endorfinas, normalmente produzidas no sistema nervoso central (hipófise e hi-
potálamo). Níveis crescentes de beta-endorfina podem ser detectados no sangue
após banhos de lama e terapia de banho termal.

As beta-endorfinas, como já mencionado, desempenham um papel notá-


vel na resposta ao estresse. Essas substâncias estão ligadas na percepção endó-
gena da dor, em sua regulação e na mediação de diferentes efeitos anestésicos.
Dessa forma, as beta-endorfinas desempenham um papel importante na função
do sistema imunológico (GHERSETICH; LOTTI, 1996).

4 ÁGUAS TERMAIS COM FINALIDADES COSMÉTICAS


Para quem não tem a disponibilidade de ir até os locais de águas termais
para realização dos Spas e Terapias – diga-se de passagem, a realidade da grande
maioria – tem-se a opção de adquirir as águas termais engarrafadas.

A indústria de cosméticos tem comercializado águas minerais termais


com alguns efeitos biológicos. As águas termais – in natura ou dispensadas em
produtos ou cosmecêuticos – têm sido indicadas em dermatologia como coad-
juvante na hidratação da pele; no tratamento do envelhecimento da pele, acne,
rosácea e outras dermatoses inflamatórias; e após procedimentos cosméticos,
como peelings químicos e laser, devido a todas as propriedades já mencionadas
(NUNES; TAMURA, 2012).

A água termal de Avène (Avène®, Paris, França) é uma água oligomine-


ral (<0,21 g/L) com alta concentração de silicatos e oligoelementos e pH neutro.
Estudos realizados em humanos mostraram que a água de Avène é capaz de re-
duzir o eritema, a descamação e as queimaduras em pacientes com pele sensível
(NUNES; TAMURA, 2012).

A água termal La Roche-Posay (La Roche-Posay®, Paris, França) contém


baixos níveis de minerais com efeitos dermatológicos (por exemplo, bicarbonato,
cálcio e silicato) e, em particular, uma alta concentração de selênio, essencial para
o metabolismo celular e tem efeito protetor nas células humanas, mantendo a in-
tegridade celular e neutralizando radicais livres e peróxidos orgânicos, atuando
no eczema, psoríase, acne e queimaduras (NUNES; TAMURA, 2012).

152
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DOS SPAS

A água termal de Vichy (Vichy®, Paris, França) foi estudada usando sis-
temas enzimáticos da pele. Os resultados dos primeiros estudos in vitro e in vivo
sugeriram um aumento estatisticamente significativo (pH<0,05) na atividade da
enzima catalase na presença dessa água termal.

A catalase é uma enzima que atua na defesa da pele contra os radicais


livres derivados do oxigênio, portanto, seu aumento de atividade pode explicar o
papel benéfico da água de Vichy observado no tratamento de várias dermatoses
(NUNES; TAMURA, 2012).

FIGURA 5 – AS ÁGUAS TERMAIS MAIS FAMOSAS DO MERCADO

FONTE: <https://bit.ly/3eXFPjZ>. Acesso em: 26 abr. 2021.

O Brasil também tem sua representação de águas termais. A Água Lin-


doya® Verão Termal é rica em sílica, minerais raros, magnésio e cálcio, ela hidrata
e tonifica sua pele, revitalizando de forma refrescante e suavizante.

FIGURA 6 – A ÁGUA TERMAL DO BRASIL

FONTE: <https://bit.ly/33S811t>. Acesso em: 26 abr. 2021.

153
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

E
IMPORTANT

Existem no mercado algumas marcas com formulações que podem conter


vários tipos de ativos, os quais dependem do objetivo da marca ao fazer o produto. São
feitos complexos de oligoelementos composto de sódio, magnésio, zinco e manganês,
como uma réplica dos efeitos das águas termais na pele. Algumas dessas marcas colocam
em seus rótulos que são águas termais, porém, devem ser consideradas como águas der-
matológicas. As águas termais são naturais e sem aditivos.

5 TIPOS DE ÁGUAS TERMAIS


As águas minerais podem ser classificadas de várias maneiras de acordo
com seus elementos químicos e físicos distintos, como temperatura, concentração
molecular, presença de oligoelementos e mecanismos de ação terapêutica. A
composição e as propriedades físicas das várias águas termais dão características
especiais a cada água, podendo ser: salgadas, sulfurosas, bicarbonatadas,
sulfatadas, carbônicas, arsênicas e ferruginosas com base em seu conteúdo
químico. Elas também são classificadas como hipotônicas (menos do que 0,2 g
de minerais por litro), isotônicas (entre 0,2 g/L e 1 g/L) ou hipertônicas (acima de
1g/L). A temperatura da água é descrita como “Fria” (<20 ° C), “hipotérmica” (20-
30 ° C), “térmica” (30-40 ° C) ou “hipertérmica” (> 40 ° C) (GHERSETICH; LOTTI,
1996).

Aqui no Brasil existe um Decreto de Lei nº 7.841, de 8 de agosto de 1945,


chamado de “Código de Águas Minerais”, o qual descreve e classifica as águas
termais do Brasil de acordo com suas características:

CAPÍTULO VII – DA CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DAS ÁGUAS


MINERAIS
Art. 35. As águas minerais serão classificadas, quanto á composição
química em:
I. Oligominerais, quando, apesar de não atingirem os limites estabe-
lecidos neste artigo, forem classificadas como minerais pelo dis-
posto nos §§ 2º e 3º do Art. 1º da presente lei.
II. Radíferas, quando contiverem substâncias radioativas dissolvidas
que lhes atribuam radioatividade permanente.
III. Alcalino-bicarbonatadas, as que contiverem, por litro, uma quan-
tidade de compostos alcalinos equivalente, no mínimo, a 0,200 g
de bicarbonato de sódio.
IV. Alcalino-terrosas as que contiverem, por litro, uma quantidade de
compostos alcalino-terrosos equivalente no mínimo a 0,120 g do
carbonato de cálcio, distinguindo-se:
a) alcalino-terrosas cálcicas, as que contiverem, por litro, no mínimo
0,048 g de cation Ca+2, sob a forma do bicarbonato de cálcio;
b) alcalino-terrosas magnesianas, as que contiverem, por litro, no míni-
mo, 0,30 g de cationte Mg, sob a forma de bicarbonato de magnésio.

154
TÓPICO 1 — HISTÓRIA DOS SPAS

V. Sulfatadas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,100 g do


ânion SO, combinado aos cationtes Na, K e Mg.
VI. Sulfurosas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,001 g do ânion S.
VII. Nitratadas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,100 g do
ânion NO, de origem mineral.
VII. Cloretadas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,500 g do ClNa.
IX. Ferruginosas, as que contiverem, por litro, no mínimo 0,500 g do
cation Fe.
X. Radioativas, as que contiverem radônio em dissolução, obedecen-
do aos seguintes limites [...].
XI. Toriativas, as que possuírem um teor em torônio em dissolução,
equivalente em unidades eletrostáticas, a duas unidades Mache
por litro, no mínimo.
XII. Carbogasosas, as que contiverem, por litro, 200 ml de gás carbônico li-
vre dissolvido, a 20º C e 760 mm de Hg de pressão [...] (BRASIL, 1945).

155
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• A história dos Spas é muito antiga e rica. Por causa da origem da palavra spa,
o seu conceito está fortemente ligado às terapias com água e banhos termais.

• Desde a antiguidade, passando por todos os séculos até chegar na era mo-
derna, você pode compreender que os Spas e terapias com águas estão tão
intimamente relacionados.

• A balneoterepia deu início à cultura de Spas que hoje é difundida por todo
o mundo. É definida como a utilização de banhos (em banheiras ou piscinas)
contendo água termal e/ou mineral de nascentes naturais ou poços perfurados.

• Existem diferenças entre os diversos tipos de águas e sua classificação: As


águas minerais podem ser classificadas de várias maneiras de acordo com
seus elementos químicos e físicos distintos, como temperatura, concentração
molecular, presença de oligoelementos e mecanismos de ação terapêutica.

• As águas termais têm muitos benefícios terapêuticos e sobre os mecanismos


de ação dessas águas para a saúde das pessoas incluem: aumento dos níveis
plasmáticos de endorfina, ativação do eixo adrenal e redução dos níveis plas-
máticos de alguns mediadores inflamatórios como interleucinas (IL), prosta-
gladinas (PGs) e fatores de necrose tumoral (TNF).

• No Brasil também temos muitos locais com águas termais e que são propícios para
a balneoterapia. Além de sua representação de águas termais; a Água Lindoya®.

• As águas termais estão disponíveis para toda a população na forma de cosméticos.

156
AUTOATIVIDADE

1 Desde os primórdios da humanidade, a água nunca foi apenas uma ne-


cessidade básica. Ela era tratada como algo sagrado. Por muito tempo foi
utilizada como um poderoso tratamento para doenças. Sobre a história dos
spas, assinale a alternativa CORRETA:

( ) Na Roma Antiga, existia escassez de água, e, por isso, os banhos eram


restritos à elite romana.
( ) Com a queda do Império Romano, a cultura dos banhos decaiu, ficando
bastante restrita às igrejas.
( ) Nos séculos XIX e XX os spas difundiram-se cada vez mais, tornando-se
um local luxuoso.
( ) Na Grécia, os banhos eram feitos principalmente para a recuperação de
soldados feridos.

a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – F.

2 Apesar de a água ser uma só, dependendo da sua composição química podem
receber diversas classificações. Para classificá-las são feitas análises de suas ca-
racterísticas físico-químicas. Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Uma água hipotérmica é aquela com temperatura menor que 30 °C.


b) ( ) No Brasil, a classificação das águas é feita por uma lei descrita como
“código das águas minerais”.
c) ( ) A água mineral deve ter menos do que 1 g/L de minerais na sua composição.
d) ( ) As águas sulfurosas são aquelas ricas no elemento selênio.

3 Os benefícios das águas termais já são comprovados pela ciência. Os ele-


mentos químicos presentes exercem diversas funções biológicas. Assinale a
alternativa que contém elementos químicos benéficos para a pele:

a) ( ) Selênio, flúor e cloro.


b) ( ) Selênio, potássio e cloro.
c) ( ) Selênio, enxofre e zinco.
d) ( ) Ferro, flúor e enxofre.

4 Sabe-se que as águas termais exercem diversos benefícios terapêuticos para


doenças e para alívio do stress. Sobre o exposto, assinale a alternativa que
traz o mecanismo de ação adequado para o combate de inflamações:

a) ( ) Supressão da liberação de endorfinas.


b) ( ) Diminuição da liberação de prostaglandinas.
157
c) ( ) Detoxificação do fígado.
d) ( ) Eliminação de flúor pelo suor.

5 No Brasil existe um Decreto de Lei nº 7.841, de 8 de agosto de 1945, chama-


do de “Código de Águas Minerais” que classifica as águas de acordo com
seu mineral predominante. Segundo a classificação determinada por Lei no
Brasil, as águas consideradas ferruginosas são ricas em:

a) ( ) Mineral selênio.
b) ( ) Mineral zinco.
c) ( ) Mineral Ferro.
d) ( ) Mineral cloro.

158
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3

TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

1 INTRODUÇÃO

Caro acadêmico, neste tópico você aprenderá as técnicas oferecidas em clínicas


de estética e spas. Serão abordados temas como aromaterapia, geoterapia, cromoterapia,
pedras quentes e pedras frias, usos de cristais, algoterapia, argiloterapia, dentre outras.

São técnicas que vêm ganhando cada vez mais espaço entre a população,
pois trazem um enorme bem-estar tanto para quem as recebe como também para
quem as aplica.

2 OS CHAKRAS
Vamos iniciar o nosso tema falando dos chakras. Um conceito holístico
intimamente relacionado a todas as terapias de spas. Por isso, mesmo que você
seja uma pessoa mais cética, é importante que você conheça esse conceito, uma vez
que vai ouvir falar muito em chakras toda a vez que estudar técnicas holísticas.

NOTA

O termo “Holístico” é um adjetivo que diz respeito a qualquer doutrina que


procura compreender os fenômenos na sua totalidade e globalidade. A palavra holística
foi criada a partir do termo holos, que em grego significa “todo” ou “inteiro”. No âmbito
da medicina, a holística é uma forma de terapêutica que tem metodologias distintas da
medicina convencional. Os tratamentos holísticos enxergam um problema de saúde não
apenas na sua vertente física, o sintoma, mas também como o resultado de desequilíbrios
energéticos e emocionais, ou seja, a raiz do problema.

A palavra chakra ou chacra é originaria do sânscrito, que significa “roda”,


“giro” ou cíclico. Os chakras são considerados centros de absorção, exteriorização e ad-
ministração de energias nos campos áuricos das pessoas. Os chakras são estudados por
diversas religiões, escolas espirituais e pesquisadores da área espiritualista e existem
alguns consensos acerca de suas funções, formas e funcionamento (BRENNAN, 2018).

159
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

No entanto, devido aos estudos provenientes de diversos grupos, é fun-


damental entender que existem informações muito variadas e algumas dessas
informações divergem umas das outras. Uma vez que o cunho deste Livro Didá-
tico é apenas informativo, será explicado o funcionamento básico dos chakras,
cabendo a você, caro acadêmico, se aprofundar no assunto, caso deseje.

Os chakras estão presentes em localizações específicas do corpo e se unem


nas Nadis (nome dado aos caminhos que não podem ser vistos dentro do organismo
humano, que funcionam como cursos que conduzem a nossa energia vital). Cada
um dos chakras está ligado a órgãos internos. Quando os chakras estão desequili-
brados, enfraquecidos ou bloqueados, ocorrem manifestações físicas nesses órgãos.
Para reestabelecer a saúde, existem diversas técnicas holísticas que irão tratar a raiz
do problema, isto é, o próprio chakra (BRENNAN, 2018). Algumas linhas de estudo
afirmam existir mais de sete chakras. No entanto, aqui, iremos estudar os principais.

FIGURA 7 – OS 7 CHAKRAS E ÓRGÃOS RELACIONADOS

FONTE: <https://bit.ly/3tZ29On>. Acesso em: 26 abr. 2021.

• Chakra básico ou primeiro chakra: chamado também de Muladhara, é o


chakra que conecta a pessoa ao mundo físico, faz o enraizamento, é o que per-
mite viver a vida na Terra. Anatomicamente está localizado na base na coluna,
perto no cóccix. É regido pela cor vermelha. Ansiedade, nervosismo, apego,
problemas financeiros, são manifestações do chakra básico em desequilíbrio.
Tranquilidade e bom relacionamento com coisas materiais são sintomas do
chakra equilibrado (MILLER, 2019).
• Chakra sacral ou chakra umbilical: também chamado de Svadhishana. É loca-
lizado na área do baixo ventre. É o chakra responsável pela energia sexual e
criativa. É regido pela cor laranja. Quando o chakra sacral está desequilibrado

160
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

a pessoa se sente sem energia criativa, bloqueada sexualmente e não se dá o


direto de relaxar e curtir a vida. Manifestações criativas e bons momentos
aproveitados sem exageros são sinais de equilíbrio (MILLER, 2019).
• Chakra do plexo solar: também chamado de Manipura. É localizado na área
do estômago. Esse chakra é responsável pela realização do propósito de vida
e realização pessoal. É regido pela cor amarela. Um chakra equilibrado traz a
sensação de bem-estar, de alinhamento com a realização pessoal e profissio-
nal. O chakra desequilibrado traz sensação de fúria, ganância, falta de com-
paixão e empatia e escassez de energia (MILLER, 2019).
• Chakra cardíaco: também chamado de Anahata. É o chakra do coração, regido
pela cor verde. É o chakra do amor, onde os sentimentos de carinho, com-
paixão e acolhimento são fortalecidos. Sintomas como palpitações, aperto no
peito, azia, falta de amor e carinho pelo próximo, são sintomas de um chakra
desequilibrado (MILLER, 2019).
• Chakra laríngeo: também chamado de Vishuddha. É o chakra da garganta, ligado
à tireoide. Esse chakra é regido pela cor azul. É o responsável pela comunicação
e manifestação da verdade. O chakra equilibrado reflete em clareza nas palavras,
expressão assertiva no dia a dia, e inspiração aos demais. Um chakra desequili-
brado reflete em dores de garganta, problemas na fala, voz muita alta ou estriden-
te e problemas em manifestar suas vontades de forma amena (MILLER, 2019).
• Chakra frontal: também chamado de chakra Ajna. É localizado entre as duas
sobrancelhas, no local conhecido como terceiro olho. Sua cor é a índigo. É
ligado à hipófise e sistema nervoso. Diz-se que são os olhos da mente, com
os quais podemos enxergar aquilo que não é manifestado fisicamente. Um
chakra equilibrado faz com que a pessoa receba informações provenientes
dos cinco sentidos, e saiba usá-las de maneira intuitiva. Foco e concentração
também vêm desse chakra. Já a falta de clareza, confusão mental, stress, falta
de concentração são sintomas de desequilíbrio (MILLER, 2019).
• Chakra coronário: também chamado de Sahaswara. É localizado no topo da
cabeça e é responsável pela vida espiritual da pessoa, independentemente
de sua crença. Sua cor é branca ou violeta. Um chakra equilibrado reflete em
clareza, consciência aberta, e tomada de decisões baseada na espiritualidade.
Um chakra desequilibrado desconecta a pessoa da vida, do universo. Este
chakra pode ser ativado facilmente por meio da meditação (MILLER, 2019).

3 AROMATERAPIA
Caro acadêmico, neste momento, você vai aprender mais profundamente
sobre a aromaterapia. Assim como as demais técnicas, a aromaterapia é milenar.
Nas últimas décadas ela vem ganhando cada vez mais prestígio e adeptos. Algo
muito interessante a respeito da aromaterapia é o enorme número de estudos
científicos que comprovam a cada dia a sua relevância clínica. Neste subtópico,
vamos falar também da aromaterapia aplicada para os spas.

Há alguma discussão sobre o significado exato da palavra aromaterapia


e, portanto, sobre como os óleos essenciais devem ser usados. A palavra aroma
vem do latim aroma (odor doce, tempero) e terapia, do latim terapia e do grego
161
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

therapeia (cura). Os puristas afirmam que a palavra significa que os óleos sejam
usados apenas de maneiras que estejam de acordo com o significado da palavra,
isto é, não por massagem ou outras formas de aplicação, mas apenas por inalação
(PRICE; PRICE, 2007). Entretanto, ao longo do tempo, inevitavelmente esse con-
ceito foi evoluindo, e hoje, muitas outras formas de aplicação dos óleos essenciais
são conhecidas e praticadas. Contudo, é imprescindível entender, que sempre a
inalação estará igualmente envolvida.

3.1 O QUE É AROMATERAPIA E A QUÍMICA DOS ÓLEOS


ESSENCIAIS
A aromaterapia é a técnica que utiliza os óleos essenciais (OEs) como fer-
ramenta de trabalho. É definida como “a arte e a ciência de utilizar essências
aromáticas extraídas naturalmente de plantas para equilibrar, harmonizar e pro-
mover a saúde do corpo, mente e espírito” (NASCIMENTO, 2021, s. p.). Os óleos
essenciais não são uma única molécula química, mas são misturas complexas de
compostos orgânicos, principalmente da classe química dos terpenos, que têm
uma estrutura básica de carbono e hidrogênio, com “grupos funcionais” adicio-
nados, incluindo álcoois, aldeídos, ésteres, éteres, cetonas e fenois (REIS; JONES,
2017). Na Figura 8, podemos ver dois exemplos de terpenos encontrados no óleo
essencial de lavanda, acetato de linalila e o linalol.

FIGURA 8 – TERPENOS ENCONTRADOS NO ÓLEO ESSENCIAL DE LAVANDA. (A) ACETATO DE


LINALILA E (B) LINALOL

FONTE: Bowles (2003, p. 67-91).

Grande parte da pesquisa de óleos essenciais concentra-se nos constituin-


tes químicos e não em todo o complexo do óleo. No entanto, muitos aromatera-
peutas afirmam que os óleos essenciais são mais do que a soma de suas partes,
e que todo o óleo é responsável pelas suas propriedades curativas e aplicações
clínicas. Caro acadêmico, a química dos óleos essenciais é muito interessante e
importante para o melhor entendimento da aromaterapia.

162
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

NOTA

Existem alguns conceitos distintos dentro da ciência dos óleos essenciais:


• Aromaterapia: ciência que trata da aplicação prática dos OEs para as diversas condi-
ções físicas, mentais e psicológicas.
• Aromacologia: ciência que estuda as interações dos OEs com os sistemas corporais
(psicologia e farmacologia).
• Aromatologia: ciência que estuda a composição química dos OEs.

As moléculas encontradas dentro do óleo essencial, são extremamente le-


ves, isto é, poucos átomos de carbono e hidrogênio são responsáveis pela sua for-
mação. Isso faz com que essas moléculas volatilizem muito facilmente a tempe-
raturas não muito altas. Por exemplo, a temperatura corporal, cerca de 36,5 °C, já
é suficiente para fazer com que o óleo em contato com o corpo volatilize. Por isso
é tão fácil sentir o seu aroma. Dessa forma os óleos essenciais são também cha-
mados de “óleos voláteis”. Devido a algumas diferenças na escala de evaporação,
os óleos podem conter: notas altas, ou topo (de fácil evaporação), notas médias
ou de corpo (de médias evaporação) e notas de fundo ou básicas (que demoram
a evaporar). A correta mistura de óleos com diferentes notas é considerada uma
arte e dá origem a diversos perfumes diferentes (CLARKE, 2008).

3.1.1 Óleo Essencial x Essência


Ao escolher um óleo essencial é importante ficar atento aos parâmetros
de qualidade deles, pois existem muitos produtos adulterados no mercado. Ao
adquirir um óleo, sempre pesquise sobre a qualidade da marca. Na descrição do
produto o óleo deve conter apenas o próprio óleo (100% puro) e não pode ter sido
adicionado conservantes, corantes, ou óleos vegetais e minerais, por exemplo.

Muitas pessoas acabam, de forma enganada, adquirindo essências no lu-


gar de óleos essenciais. A essência não tem as propriedades terapêuticas dos óle-
os, pois apenas algumas moléculas sintetizadas em laboratório estão presentes.
Além disso, contêm corantes e conservantes, que podem, inclusive, ser nocivos.

Os métodos de obtenção dos óleos essenciais é o que garante a sua pureza.


Eles são obtidos principalmente por hidrodestilação, prensagem ou enfleurage.
Há alguns poucos óleos obtidos pela técnica de extração por solvente ou extração
por CO2. Após a extração, eles devem ser imediatamente armazenados e não pas-
sam por nenhum outro processo químico.

163
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

FIGURA 9 – DIFERENÇA ENTRE ESSÊNCIA E ÓLEO ESSENCIAL

FONTE: A autora

3.1.2 Formas de uso da aromaterapia


Como discutido anteriormente, hoje em dia existem muitas formas de uti-
lizar a aromaterapia, além da inalatória. A seguir, você encontra as principais
formas de uso:

• Inalação

A inalação é a forma clássica de utilização da aromaterapia e a mais uti-


lizada. Devido à natureza volátil dos constituintes dos óleos essenciais, os com-
ponentes deixam o líquido e viajam até as narinas através da inalação. Ali, eles
estimulam o bulbo olfatório, o qual possui, anatomicamente, ligação direta com o
sistema límbico cerebral, fazendo a estimulação da hipófise e dando início a uma
série de sinalizações hormonais para todo o corpo. Dessa maneira, não há dúvi-
das da eficácia da aromaterapia utilizada. Os estímulos gerados dentro do siste-
ma límbico são capazes de ativar o sistema digestivo, reprodutor, imunológico,
nervoso, dentre outros. Os óleos essenciais também podem atingir a circulação
sanguínea via pulmões (BOWLES, 2003; CLARKE, 2008; PRICE; PRICE, 2007).

164
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

FIGURA 10 – MODO DE AÇÃO DOS AROMAS NO SISTEMA NERVOSO

FONTE: <https://bit.ly/3bDLud3>. Acesso em: 26 abr. 2021.

Os principais acessórios para praticar a aromaterapia inalatória são


os difusores de ambiente, os colares aromáticos, os aromasticks, ou a simples
inalação diretamente do frasco. Para clínicas de spas os difusores de ambiente
são os mais indicados, pois criam um ambiente aconchegante e saudável desde a
recepção até o tratamento em si.

FIGURA 11 – DIFUSOR ULTRASSÔNICO DE ÓLEOS ESSENCIAIS

FONTE: <https://bit.ly/3u4NIbS>. Acesso em: 26 abr. 2021.

• Uso em banhos

Uma maneira bastante relaxante de utilizar os óleos essenciais é durante o


banho ou escalda-pés. Numa banheira de água morna pode-se gotejar o óleo ade-
quado para cada caso. Geralmente os óleos com efeitos relaxantes são os preferidos.
Uma vez que água e óleo não se misturam, é indicado que o óleo essencial seja mis-

165
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

turado a uma pequena quantidade de leite ou mel e então dissolvido na banheira,


fazendo assim o emulsionamento do óleo e garantindo que ele atinja toda a água.
O efeito do óleo essencial dar-se-á tanto pela pele quanto pela inalação.

• Uso tópico

Existem muitas evidências de que os constituintes dos óleos essenciais


passem através da superfície da pele para o estrato córneo, depois para a derme
e a circulação sanguínea, exercendo, assim, seus efeitos terapêuticos (BOWLES,
2003; CLARKE, 2008; PRICE; PRICE, 2007).

A absorção dérmica do óleo essencial é aumentada pelo calor, massagem,


hidratação da pele e pela aplicação de óleos vegetais. A quantidade de óleo essencial
absorvida em uma massagem de corpo inteiro varia entre 0,01 ml e 0,15 ml. A absor-
ção dos óleos é aumentada na pele lesionada ou muito fina. E em qualquer tipo de
doença de pele, os óleos essenciais devem ser aplicados com cautela, pois aumenta
o risco de reações cutâneas (BOWLES, 2003; CLARKE, 2008; PRICE; PRICE, 2007).

Nas clínicas de spas o uso tópico dos óleos essenciais é feito principalmente atra-
vés das massagens. A indicação de cada óleo deve ser respeitada de acordo com a neces-
sidade do cliente. Para isso, é preciso investigar histórico de alergias e hipersensibilidade.

Outras formas de uso tópico dos óleos são nos cosméticos, como nos sabone-
tes artesanais, nos cosméticos naturais ou, então, misturando os óleos aos shampoos.
Para tratamentos caseiros utilizando a aromaterapia, as partes anatômicas mais indi-
cadas para aplicação são as solas dos pés, os punhos e a região ao redor do umbigo.

3.1.3 Dosagens dos óleos essenciais


Apesar de serem substâncias naturais, os óleos essenciais devem ser utilizados
com extremo cuidado. Muitas pessoas acreditam que, por serem naturais, os OEs não
possuem contraindicações, mas isso não é verdade. Existem muitos óleos contraindica-
dos para pessoas com doenças como asma, hipertensão, câncer, epilepsia, dentre outros.
Os óleos também devem ter suas doses adequadas para o uso em bebês, crianças e idosos.

Os OEs são tão concentrados, que se diz popularmente, que uma única
gota de óleo equivale a tomar 25 xícaras de chá daquela planta. Claro, isso é ape-
nas uma generalização para enfatizar os poderes dos óleos.

Para evitar complicações, eles nunca devem ser utilizados puros sobre a pele.
A seguir, você verá uma tabela com a forma geral de diluir os óleos essenciais. Para fa-
zer essas diluições utilizam-se os óleos vegetais, sobre os quais veremos mais adiante.

Em primeiro lugar é preciso saber que 1 ml de óleo essencial corresponde


a aproximadamente 20 a 25 gotas do líquido. Esse número pode variar de acordo
com a espessura do líquido e o gotejador do frasco. A partir daí, você pode calcular

166
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

as diluições que deseja fazer. Veja um exemplo na Figura 12, em que o volume final
do frasco é de 10 ml. Caso queira fazer 10 ml de um óleo a uma concentração de 3%,
indicado para as massagens nos spas, adicionam-se, no óleo vegetal, seis gotas do
óleo essencial. Homogeneizar o frasco, e então fazer a aplicação corporal.

FIGURA 12 – TABELA DE DILUIÇÕES DE ÓLEOS ESSENCIAIS EM ÓLEOS VEGETAIS

FONTE: <https://bit.ly/2RugTrh>. Acesso em: 26 abr. 2021.

À medida que você aprender mais sobre os óleos essenciais, desejará


misturar os óleos entre si. Todos eles possuem compatibilidade, ou seja, misturam-
se formando o que é chamado de sinergias. Nas sinergias, um OE potencializa a
ação do outro, ou ameniza as limitações do outro, de forma que o resultado é muito
mais eficaz do que se utilizados sozinhos. Para montar sinergias é necessário um
conhecimento mais profundo da composição de cada OE para que não ocorra a
mistura de óleos que anulem os efeitos uns dos outros.

3.1.4 Toxicidade de óleos essenciais


A aromaterapia é considerada uma prática muito segura. A maioria dos
casos de toxicidade relatados são devido ao mau uso dos óleos. A toxicidade de
qualquer componente químico é estudada pelo ramo na ciência chamado de “toxi-
cologia”. Muitas vezes, a toxicidade dos óleos é testada diretamente sobre células
ou em animais, e não em humanos. Por isso, é difícil transpor os resultados experi-
mentais para a prática clínica. A experiencia clínica é o que mais conta nesses casos.

167
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

A toxicidade depende da dose, concentração, frequência de uso, biodis-


ponibilidade e toxicidade intrínseca da substância, interações com outros xeno-
bióticos e suscetibilidade do indivíduo. As condições ambientais, como radiação
UV (ultravioleta), também podem ser importantes (TISSERAND; YOUNG, 2014).

Vamos ver alguns casos em que é necessário ter extremo cuidado com os
óleos (BUCKLE, 2015):

• Os óleos cítricos são ricos em substâncias chamadas furanocumarinas, conhe-


cidos por serem fototóxicos, isto é, causam queimaduras na pele se a pessoa
for exposta ao Sol. Os óleos cítricos devem ser evitados em massagens no spas.
• Óleos de tomilho e orégano são ricos em fenóis e aldeídos, o que os torna po-
tentes irritantes da pele.
• Os ésteres salicilato de metila e acetato de sabinila são potencialmente tóxicos
se utilizados de forma incorreta. Eles estão presentes em alguns óleos, como
o wintergreen e o bétula.

Estes são alguns exemplos, mas você sempre deve pesquisar e adequar os
OEs às necessidades de seus clientes. Os óleos de alecrim e hortelã pimenta, por
exemplo, não são tóxicos, mas são contraindicados para hipertensos.

3.1.5 Os óleos essenciais – alguns exemplos importantes


Você vai conhecer agora, mais profundamente, as características, aplica-
ções e contra-indicaões dos principais óleos essenciais utilizados no Spas e cen-
tros de estética. Esses óleos são os mais comuns e que encontram muitas aplica-
ções para cuidar da beleza e bem-estar.

• Lavanda: também conhecida como Lavanda Francesa ou Lavanda verdadei-


ra. É o óleo número um do mundo para tratar questões relacionadas à ansie-
dade, insônia e depressão. Devido ao seu alto teor de terpenos, como o linalol
e o acetato de linalila, que possuem, comprovadamente, ação calmante e se-
dativa. Cuidado! Existem outros tipos de lavanda com menores propriedades
calmantes, alguns até sendo mais estimulantes. É necessário se informar antes
de usar (BOWLES, 2003; CLARKE, 2008).
• Melaleuca: conhecida também como Tea Tree, embora o nome correto seja me-
laleuca. É um dos óleos mais vendidos no mundo todo devido às suas proprie-
dades antissépticas. Seus principais constituintes são os alfa-pinenos, terpinenos
e terpineóis, os quais são os responsáveis pelas atividades antimicrobianas, anti-
fúngicas e antivirais. Na cosmetologia, o óleo de melaleuca é muito utilizado para
tratamento de acne e fungos de unha. Já, na prática clínica, seus principais usos
são para tratamento de gripes, tosse e cândida (BOWLES, 2003; CLARKE, 2008).
• Alecrim: é um dos óleos mais conhecidos e mais usados no mundo. Seus
principais constituintes químicos são o cineol, pineno e cânfora. A canfora é
responsável pelo seu forte odor. O alecrim é utilizado na cosmetologia como
estimulante do crescimento capilar. Também é muito útil para problemas res-

168
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

piratórios e circulatórios. São atribuídas propriedades de aumento de clareza


mental e concentração. Cuidado! Por ser um óleo muito estimulante, é desa-
conselhado seu uso em pessoas hipertensas (BOWLES, 2003; CLARKE, 2008).
• Gerânio: esse óleo possui um aroma floral muito agradável, especialmente às
mulheres. Seus principais constituintes são o citronelol, geraniol e linalol. Na aro-
materapia, foram atribuídos efeitos benéficos em uma variedade de condições,
incluindo distúrbios menstruais e hormonais, como anti-inflamatório, diurético,
antisséptico, antidepressivo e calmante (BOWLES, 2003; CLARKE, 2008).
• Camomila: existem dois tipos de camomila, a germana (ou alemã) e a romana.
A camomila romana é um óleo particularmente útil para crianças pequenas,
adequado para problemas como erupções cutâneas, dentição, cólicas e pro-
move o sono natural. A camomila germana é um óleo rico em Camazuleno, o
que lhe confere a coloração azul, e alfa-bisabolol. Ela é particularmente útil na
estética por ter propriedades antialérgicas e anti-inflamatórias e ser benéfica
para as células (BOWLES, 2003; CLARKE, 2008)

3.1.6 Óleos vegetais – exemplos


Os óleos vegetais são também chamados de óleos fixos. Este nome lhes é
dado por conta da sua composição química, basicamente feita de ácidos graxos
de cadeia longa, como os ômegas. Essas cadeias de hidrocarbonetos são pesadas,
o que não lhes permite evaporarem como os óleos essenciais. Isso faz com que
os óleos vegetais sejam ideais para fazer a diluição dos OEs e, então, segurá-los
por mais tempo em contato com a pele aumentando a sua permeação. Os óleos
vegetais podem ser aplicados puros sobre a pele pois são 100% biocompatíveis.

Dependendo da sua constituição química os óleos vegetais têm indicações


específicas. Veja, a seguir, alguns exemplos segundo Ferraz (2017):

• Óleo de amêndoas doce: é considerado a base universal – aceita muitos OEs.


Pode ser usado em peles normais e sensíveis, crianças, idosos e gestantes. É rico
em ácido oleico (80%) sendo ideal para maciez da pele, estrias, umectação. Por
ter uma densidade mais alta e permeação lenta: não usar em cabelos e face.
O Composição: ácidos graxos: ácido oleico (62-86%) ômega 9, ácido linoleico (7-30%)
ômega 6, ácido palmítico (4-9%) saturado, ácido esteárico (0,5 – 3,5%) saturado.
O Tocoferóis: α-tocoferol: aproximadamente 390 mg/kg e outros em menor
quantidade.
O Esteróis: β-sitosterol, stigmasterol e campesterol: 2,6 g/kg.
O Pouca quantidade de vitaminas e esqualeno.

• Óleo de jojoba: é um óleo nobre, alta compatibilidade com a pele. Possui alto
teor de ácido esteárico e álcoois graxos. Promove limpeza dos poros e glândulas,
regula a oleosidade da pele e cabelos. Usado para tratamento de rosácea, acne
e terapias capilares. Possui um toque seco – sensação de maciez aveludada
podendo ser utilizado para tratamento faciais luxuosos e sofisticados.

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UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

O Composição: ácidos graxos: ácido gadoleico (65-80%), ácido palmítico (3%)


saturado, ácido oleico (5-15%) ômega 9, áerúcico (10-20%).
O Tofoferóis: gama (79%) e alfa-tocoferol (20%).
O Esteróis: β-sitosterol (68%), campesterol (18%), e outros.
O Ceras esterificadas (50%): extremamente hidratante e benéfica para pele.

• Óleo de rosa-mosqueta: rico em ácidos graxos de cadeia poli-insaturada, vi-


tamina C e carotenoides. É um excelente regenerador, cicatrizante, renovador
da epiderme. Possui efeito anti-aging, clareador, protetor labial.
O Composição: ácidos graxos: ácido palmítico (3%) saturado, ácido oleico (14%)
ômega 9, ácido linoleico (44%) ômega 6, ácido alfa-linolênico (33%) ômega 3.
O Tocoferóis: alfa-tocoferol.

• Óleo de semente de uva: possui elevado teor de vitamina E, ácidos linoleico,


oleico e palmítico. Atua na regeneração e manutenção da pele. Pode ser utili-
zado durante a gravidez (estrias) e é utilizado em muitos produtos cosméticos.
O Composição: ácidos graxos: ácido palmítico (6-8%) saturado, ácido esteárico (2-
6%) saturado, ácido oleico (15-25%) ômega 9, ácido linoleico (62-75%) ômega 6.
O Tocoferóis: alfa-tocoferol (100 mg/kg); gama e beta- tocoferol (20%).

4 HIDROTERAPIA
A hidroterapia consiste no uso externo ou interno da água em qualquer
uma de suas formas (água, gelo, vapor) para promoção da saúde ou tratamento
de várias doenças com várias temperaturas, pressões, duração e local. Como já
visto, é uma das modalidades de tratamento naturopático amplamente utilizada
desde as culturas antigas (MOOVENTHAN; NIVETHITHA, 2014).

Para a aplicação da hidroterapia em clínicas e spas podem ser utilizados


equipamentos como ofurôs, piscinas, jatos de água, duchas, saunas. Num aspecto
clínico a hidroterapia pode ser enquadrada como uma técnica de fisioterapia, e
pode ser utilizada para a reabilitação de pacientes ou para a prática de exercícios
físicos de baixo impacto, são realizadas por fisioterapeutas habilitados.

A técnica de hidroterapia mais conhecida em spas é o banho de ofurô, que


significa banheira, em japonês, é um tipo de banheira tradicional do Japão, geralmen-
te feitas em madeira. É caracterizada pelo seu formato bem mais profundo e curto do
que uma banheira ocidental, permitindo a seu usuário tomar banho com o corpo em
posição fetal – suficiente para que a água cubra os ombros de uma pessoa sentada.
Essa posição é relaxante, e junto com a água em temperatura agradável causa a libe-
ração de endorfinas que vão aliviar o estresse e ansiedade (OFURÔ, 2021).

O banho de ofurô pode ser enriquecido ainda com pétalas de flores, óleos
essenciais, velas aromáticas, música relaxante, tudo para criar um ambiente atra-
tivo e relaxante para os clientes.

170
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

A versão ocidental dos ofurôs japoneses podem ser consideradas as ba-


nheiras de hidromassagem ou jacuzzis, construídas em fibra e que apresentam
jatos de água massageadores.

FIGURA 13 – OFURÔ

FONTE: <https://bit.ly/3u0Scjz>. Acesso em: 26 abr. 2021.

Outro serviço de hidroterapia muito oferecido por spas são as saunas.


Existem basicamente dois tipos de saunas, que podem apresentar variações entre
si, dependendo do fabricante.

• Sauna a vapor ou sauna úmida: a temperatura pode chegar a 60 °C. Além do


relaxamento, é comprovado que o calor emitido estimula a circulação sanguí-
nea, e ajuda a combater hipertensão e estresse.
• Sauna seca: esse tipo de sauna teve sua origem na Finlândia. O calor é emitido
por pedras aquecidas, sendo que a temperatura chega a 100 °C. A umidade
nessa sauna é baixíssima e normalmente o revestimento é feito de madeira.

FIGURA 14 – SAUNA SECA E SAUNA A VAPOR

FONTE: <https://bit.ly/3orx2tL>; <https://bit.ly/3fwcsUO>. Acesso em: 26 abr. 2021.

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UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

5 GEOTERAPIA E ARGILOTERAPIA
A Geoterapia pode ser definida como todo o tipo de terapia que se utili-
za de materiais naturais provenientes da terra para promover a cura, como, por
exemplo, as argilas, as pedras, os cristais e as lamas terapêuticas. Esses materiais
terrosos são ricos em diversos minerais como silicatos lamelares de magnésio e
alumínio, quartzo, feldspato, carbonatos, óxidos metálicos e cálcio.

A geoterapia utiliza produtos de baixo custo, de fácil acesso e possui indi-


cações preliminares que sugerem benefícios para pessoas. É difícil encontrar tra-
balhos que descrevam a utilização da geoterapia de forma isolada para comprovar
os seus benefícios. Alguns estudos de terapias combinadas sugerem que o uso da
terra e lama associados com exercícios físicos adequados, podem trazer benefícios
como redução de dor para pacientes com osteoartrite (ALFIERI et al., 2020).

Dentro da Geoterapia, podemos encontrar a “Geoterapia estética”, a qual


conhecemos como Argiloterapia. Essa técnica pode ser aplicada tanto na preven-
ção como no tratamento da pele, do corpo e dos cabelos. Muitos estudos propõem
protocolos usando a argiloterapia combinando-os com óleos essenciais, águas
termais e extratos botânicos (MAKISHI, et al. 2015; LIMAS; DUARTE; MOSER,
2017) que podem ser simplesmente chás, como os de camomila. As principais
indicações da argiloterapia estética são:

• Tratamento de pele oleosa e acneica.


• Rejuvenescimento facial e renovação celular.
• Tratamentos capilares como seborreia, queda, psoríase.

Para que esses tratamentos sejam eficazes, é muito importante a correta


preparação da argila, bem como o tempo adequado de aplicação e o uso da argila
com a melhor indicação terapêutica. É importante, durante o preparo da máscara
utilizar as proporções corretas, para que se forme uma pasta homogênea e firme.

Os óleos essenciais devem ser utilizados conforme as diluições que você


aprendeu no item “aromaterapia”. E uma dica importante é não deixar a máscara
secar, isso impede o ressecamento da pele. Borrifar continuamente água ou o chá
faz com que a troca iônica seja contínua. Dependendo do local de onde é extraí-
da a argila, a sua composição química pode variar. De modo geral, os principais
componentes minerais encontrados na argila são os silicatos e oligoelementos
como: titânio, magnésio, cobre, zinco, alumínio, cálcio, potássio, níquel, manga-
nês, lítio, sódio e ferro (LIMAS; DUARTE; MOSER, 2017).

Através de análises químicas comprova-se a concentração de cada um


desses elementos para cada tipo de argila, dessa forma define-se a sua indicação
terapêutica. A sua coloração também muda com base na sua constituição química
e, a partir daí, tem-se os diferentes tipos de argila. As principais argilas utilizadas
nos tratamentos capilares são a branca, a verde e a vermelha (LIMAS; DUARTE;
MOSER, 2017; GOMES; DAMAZIO, 2013).

172
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

Fisiologicamente a argila promove uma limpeza profunda devido à esfo-


liação local que acaba por descongestionar, remover o excesso de células mortas
e impurezas. Além disso, devido à grande quantidade de minerais, as argilas
possuem o que chamamos de “energia iônica” pela presença de elétrons livres.
Quando hidratadas, as argilas tornam-se eletricamente carregadas, favorecendo
as trocas iônicas, e mesmo que não ocorra a troca de elementos químicos entre
argila e pele, ela causa uma estimulação das moléculas já existentes na pele, desta
forma promovem a homeostase das células (MAKISHI, et al. 2015; GOMES; DA-
MAZIO, 2013; MEDEIROS; LOPES, 2017).

Agora, caro acadêmico, vamos estudar as particularidades dos principais


tipos de argila utilizadas:

• Argila vermelha: é rica em óxido de magnésio (MgO), sódio (Na), óxido de


ferro (Fe2O3), óxido de cobre (CuO), óxido de potássio (K2O), ferro (Fe), co-
bre (Cu) e cromo (Cr). Os elementos responsáveis pela sua coloração aver-
melhada são principalmente o cobre e o ferro. A argila vermelha é indicada
principalmente na estimulação da circulação sanguínea, contração muscular,
tratamento de lesões e descamações, possui um efeito cicatrizante.
• Argila verde: é rica em óxido de sódio (Na2O), zinco (Zn), monóxido de po-
tássio (K2O), óxido de alumínio (Al2O3), magnésio (Mg), manganês (Mn), co-
bre (Cu), alumínio (Al), silício (Si), molibdênio (Mo), óxido de titânio (TiO2),
lítio, sódio e potássio. O alumínio e o potássio são os principais responsáveis
pela sua coloração verde. Os principais efeitos terapêuticos da argila verde
são devidos as suas propriedades descongestionante e adstringente, utilizada
principalmente no combate à oleosidade do couro cabeludo e pele (MEDEI-
ROS; LOPES, 2017; MAKISHI, et al. 2015).
• Argila branca: a argila branca é constituída principalmente por alumínio, óxido de
magnésio, óxido de cálcio, enxofre, ferro, boro, potássio, cálcio, silício, e óxido de
enxofre. A argila branca é uma argila suave que pode ser combinada com as outras
argilas para amenizar os efeitos delas. O silício, fisiologicamente, atua estimulando
a produção de colágeno e elastina. Além disso, é considerada higienizante, depu-
rativa, descongestionante e com efeito tensor suave (MEDEIROS; LOPES, 2017).

6 CROMOTERAPIA
A cromoterapia é a terapia que utiliza as cores do espectro solar como um
meio de cura. De uma maneira simples, porém muito eficiente e de fácil aplica-
ção, podemos fazer uso das cores presentes em nosso dia a dia para encontrar um
equilíbrio na saúde mental, física e energética dos indivíduos.

Na medicina holística, cada chakra do corpo humano tem uma cor corres-
pondente, as quais podem ser utilizadas para o equilíbrio.

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UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

A cromoterapia pode ser explorada em muitos aspectos. Pode-se aplicar


as cores nas casas, nas roupas e nos ambientes de trabalho. Nos ambientes de
spas e estéticas, pode-se utilizar as cores de forma a induzir relaxamento nos
clientes. É mais uma opção para que ele se sinta acolhido e tranquilo.

Fisiologicamente, a explicação da cromoterapia baseia-se no fato de que o


olho humano possui cerca de 137 milhões de fotorreceptores (células chamadas
de cones e bastonetes) que transformam a luz em impulsos elétricos e viajam até
o tálamo através de vias aferentes.

Uma vez no tálamo, os efeitos da informação eletroquímica contidas nes-


sas trajetórias neurossensíveis resultam em um aumento da ação de neurotrans-
missores, dentre eles, acetilcolina, noradrenalina e dopamina, que podem ter ação
de excitação ou inibição. Algumas cores específicas do espectro visível podem
ativar ou bloquear processos do complexo fisiológico, biológico e bioquímico do
cérebro humano, tal como a síntese de vários neuro-hormônios.

A utilização adequada das cores pode favorecer a criação de ambientes


terapêuticos e estimular o fluxo de energia curativa potencial do ser humano.
Conhecendo a ação de diferentes cores sobre órgãos e sistemas do corpo, pode-se
aplicar a cor correta que tende a harmonizar a ação de qualquer órgão ou sistema
(SANTIAGO; DUARTE; MACEDO, 2009).

Vamos, agora, entender quais os significados das cores e quais as respos-


tas que são capazes de induzir no corpo. Basicamente, as cores podem ser classifi-
cadas em cores quentes e cores frias. As cores frias são aquelas associadas ao gelo,
à água, à lua, as quais transmitem a sensação de frio, como, por exemplo, o azul,
violeta (roxo ou púrpura) e verde. Já as cores quentes remetem à alegria, ao calor,
à extroversão, ao verão, e são principalmente as cores derivadas do espectro ver-
melho, incluindo o amarelo e o laranja.

• Vermelho – intensa e estimulante, é indicada para afastar a depressão e o


desânimo. É a cor das paixões, conquistas e sexualidade.
• Amarelo – muito viva, age sobre a mente, ajudando a raciocinar e mandar
para longe os pensamentos obsessivos. É a cor da inteligência, do estímulo à
realização, do estudo e da criatividade.
• Laranja – é restauradora e regeneradora, ajudando na recuperação emocio-
nal. É a cor da coragem, da reconstrução e da melhora.
• Verde – é calmante e traz equilíbrio. O verde tem a capacidade de melhorar qualquer
condição física negativa e energiza o corpo e a alma. É uma cor ligada à saúde, e
exerce a função de antisséptico, anti-inflamatório e anti-infecciosa, isolante de área,
regenerador e dilatador. É a única cor que não possui nenhuma contraindicação.
• Azul – traz paciência e serenidade, ajudando a tranquilizar o corpo e a mente.
Funciona como regenerador, calmante, lubrificante e analgésico. É indicada
nos casos de insônia e estresse, pois ajuda a melhorar a qualidade do sono.
• Índigo – ajuda a equilibrar as energias e trabalha a intuição, além de contri-
buir para a limpeza e purificação de ambientes.

174
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

• Violeta ou lilás – é uma cor muito espiritual e mística, ajudando quem está
desequilibrado emocionalmente e descrente. Quando usada em casa, ela lim-
pa e isola os ambientes da má vibração.
• Rosa – faz parte do espectro vermelho. Traz afeto, amor e união. Ajuda parti-
cularmente no equilíbrio dos relacionamentos pessoais e profissionais.
• Ouro – é a cor da sabedoria e pode se relacionar com movimento e viagens.
É a cor da riqueza, realeza e conhecimento. Alguém que não gosta dessa cor
pode descobrir que seu campo de energia está esgotado e seu senso de auto-
estima pode piorar; consequentemente, suas finanças podem estar em mau
estado (DEMARCO; CLARKE, 2001).

Se você deseja harmonizar uma clínica de estética, um espaço terapêutico, uma


sala de massagens ou um spa, uma boa dica é consultar um profissional de arquitetura
ou design de interiores para que as melhores indicações de cores sejam feitas ao seu
ambiente. A intensidade das cores e a mistura é algo a que se deve prestar atenção.

7 PEDRAS QUENTES E PEDRAS FRIAS


A massagem terapêutica com pedras quentes incorpora a colocação de
pedras de basalto aquecidas em pontos específicos do corpo. Essa terapia é uma
forma de prática de massagem terapêutica tal, que o profissional pode segurar
as pedras aquecidas, aplicar óleo de massagem como um lubrificante e, então,
usá-los para administrar a massagem.

FIGURA 15 – PEDRAS QUENTES

FONTE: <https://bit.ly/2S2OAjU>. Acesso em: 26 abr. 2021.

Para essa terapia, as pedras podem ser aquecidas em panela elétrica em


temperatura entre 49 °C e 55 °C, por cerca de 60 minutos. O paciente fica deitado
em decúbito ventral e as pedras quentes são colocadas nos pontos principais dos
chakras, sem qualquer movimento, por 10 min. O calor armazenado nessas pe-
dras é gradualmente liberado. Pode então ser realizada uma massagem, utilizan-
do óleos vegetais para promover o deslizamento das pedras nas costas.

175
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

A massagem nas costas começa na região lombar e continua até o pescoço.


A massagem com pedras inclui várias etapas: (1) movimentos leves de acariciar;
(2) fricção regular; (3) fricção regular com amassamento; (4) fricção com fricção;
e (5) toque. Quando você encontrar pontos de tensão, retire uma nova pedra da
água e coloque sobre o ponto (GHAVAMI et al., 2019).

FIGURA 16 – TERAPIA COM PEDRAS QUENTES

FONTE: <https://bit.ly/3hGTaPD>. Acesso em: 26 abr. 2021.

Alguns estudos comprovam que, por meio do relaxamento, a massagem


com pedras quentes de basalto pode contribuir com sucesso na redução dos
distúrbios do sono, melhorando a qualidade do sono e aumentando o nível de
conforto das pessoas (GHAVAMI et al., 2019).

Para a terapia de pedras frias, o terapeuta utiliza pedras derivadas do


mármore. O mármore é uma rocha metamórfica, devido às mudanças químicas
do calcário. O mármore não é um bom condutor de calor, por isso ele passa a
sensação térmica de que está sempre frio, pois a taxa de transferência de calor é
muito rápida e ele mantém o calor longe da pele.

As pedras quentes podem ser alternadas com as pedras frias. Depois que
o calor das pedras relaxar os músculos, pode-se alternar para pedras frias para
estimular o organismo a regular a temperatura do local, melhorando assim a
circulação e devolvendo a tonicidade e revitalização.

8 CRISTALOTERAPIA
A palavra cristal vem do grego krustallos e significa tanto gelo quanto
quartzo. Antigamente, pensava-se que o quartzo incolor fosse gelo supercon-
gelado, de modo que nunca derretia. Afinal, o que é um cristal? Uma das pro-
priedades características dos minerais é a estrutura cristalina. Ao contrário das
substâncias amorfas, como madeira, plásticos e vidros, as substâncias cristalinas

176
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

possuem um arranjo ordenado dos átomos, íons ou moléculas que as constituem.


Esse empilhamento regular dos átomos é que explica as faces planas, dos cristais,
que parecem terem sido lapidadas pela natureza.

O estudo dos cristais é chamado de cristalografia. Os cientistas, através


de técnicas de raio-X conseguem determinar a estrutura molecular dos cristais e
detectar o seu padrão vibracional.

FIGURA 17 – ARRANJO MOLECULAR DE UM CRISTAL E CRISTAL

FONTE: <https://bit.ly/3fpJM00>; <https://bit.ly/3v0WAjZ>. Acesso em: 21 abr. 2021.

A Cristaloterapia é a terapia que se utilizam cristais como principais fer-


ramentas para o tratamento do cliente. O uso dos cristais, é uma maneira prática
e segura de alinhar o corpo vibracional do cliente, e isso irá refletir na sua saúde
mental, emocional e física. A escolha do cristal que auxiliará no tratamento não
deve ser feita de forma aleatória. Para isso, existem muitos livros que descrevem
a indicação de cada cristal. A escolha do cristal está associada ao padrão vibracio-
nal que se deseja alcançar (CECÍLIO, 2020).

O uso de cristais durante as sessões de spa podem agregar valor ao tratamento,


além disso, o cliente perceberá que está recebendo uma atenção especial. Você pode, por
exemplo, enquanto faz o preparo dos materiais, acomodá-lo na maca e deixá-lo relaxan-
do durante uns cinco minutos na presença de cristais que irão harmonizar o atendimen-
to. Os cristais também podem ser colocados sobre os chakras, e da mesma forma gerar
equilíbrio. É importante, após cada uso dos cristais, fazer a limpeza deles, podendo ser
com água corrente, de forma a remover as energias que o cristal acumulou.

177
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

FIGURA 18 – EXEMPLOS DE PEDRAS ADEQUADA PARA CADA CHAKRA

FONTE: <https://bit.ly/3yn0mpF>. Acesso em: 26 abr. 2021.

Veja a seguir, os principais cristais utilizados e suas indicações, segundo


Cecílio (2020):

• Ametista: emana paz e aumenta a conexão com a espiritualidade superior.


Também afasta vícios, ajuda a desenvolver a intuição, traz tranquilidade e
é ideal na meditação para acalmar e afastar o estresse e ansiedade.
• Água Marinha: assim como o mar, a pedra água marinha promete um efei-
to tranquilizante e reduz a ansiedade. Também aguça o poder da intuição
e inspira criatividade. Além disso, ajuda a regular os hormônios.
• Citrino: essa pedra costuma ser escolhida por quem procura ter prosperi-
dade, atrair o sucesso e abrir caminhos. Ela aumenta a vitalidade e o vigor,
e ajuda na regeneração e recuperação do corpo.
• Esmeralda: a pedra esmeralda é considerada eficiente na proteção contra
o mal, para trazer harmonia e ainda simboliza a fidelidade e a lealdade.
Também possui um efeito rejuvenescedor e ajuda a curar infecções.
• Lápis Lazuli: é uma pedra com forte conexão com a espiritualidade, que
facilita a aproximação com os seus guias espirituais e ótima para usar na
meditação por promover a concentração e a expansão espiritual.
• Ônix: mais conhecida na cor preta, considera-se que a pedra ônix concede forte
proteção espiritual contra inveja e energias negativas, e fortalece a autoconfiança.
• Quartzo Rosa: efeito calmante, melhora o sono e ajuda no combate à de-
pressão. É indicada também para curar carências, traumas e problemas
sentimentais, e leva boas energias para os relacionamentos amorosos.

178
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

• Rubi: a pedra rubi é procurada por pessoas que desejam atrair sucesso,
prosperidade, boa sorte e sabedoria. Também para neutralizar energias
negativas, aumentar o vigor, a vitalidade, a autoestima e a autoconfiança.
• Safira: a pedra safira promete aumentar o poder de concentração, e estimu-
lar a inteligência e a sabedoria, sendo boa aliada para os estudos. Também
pode atrair a prosperidade e nos conectar com a espiritualidade superior.
FONTE: <https://bit.ly/3bzpO1q>. Acesso em: 26 abr. 2021.

9 ALGOTERAPIA
A algoterapia é a terapia que emprega as algas marinhas como tratamen-
to. Macroalgas ou algas marinhas são os organismos aquáticos fotossintéticos e
se dividem em três grupos com base em seu pigmento, as Rhodophyceae (algas
vermelhas), Phaeophyceae (algas marrons) e Chlorophyceae (algas verdes). As al-
gas marinhas são consideradas vegetais do mar que também são utilizadas para
consumo. Desde a antiguidade, as algas também são utilizadas como remédio
alternativo para doenças relacionadas à pele (JESUMANI et al., 2020).

As algas são ricas em compostos bioativos únicos, que não estão presentes
em fontes de alimentos terrestres, incluindo diferentes proteínas (lectinas, peptí-
deos e aminoácidos), polifenóis e polissacarídeos, sendo assim, as algas marinhas
são uma nova fonte de compostos com potencial para serem explorados em apli-
cações de saúde humana (BROWN et al., 2014).

Muitos estudos revelaram a potencialidade das algas marinhas e seu impor-


tante papel como antioxidante, antitumoral, anti-inflamatório, antilipedêmico, anti-
microbiano e em suas propriedades antialérgicas. As amplas aplicações de algas ma-
rinhas são baseadas em compostos bioativos valiosos e bioatividade potente. Além
disso, os compostos derivados de algas marinhas têm recebido considerável impor-
tância no desenvolvimento de um produto cosmecêutico (JESUMANI et al., 2020).

Entre os muitos compostos fenólicos extraídos das algas marinhas, os flo-


rotaninos das algas marrons são os metabólitos secundários mais importantes,
com uma ampla gama de bioatividade funcional, que incluem antimelanogênese,
antienvelhecimento e antioxidante (JESUMANI et al., 2020).

Os polissacarídeos importantes são ulvana de algas verdes, fucoidan, al-


ginato e laminarina de algas marrons, ágar e carragenina de algas vermelhas. Eles
são responsáveis pela alta atividade anti-inflamatória e antioxidante das algas.

Devido a todas essas propriedades, as algas marinhas estão cada vez mais
presentes em produtos cosméticos, shampoos, peelings e nos spas. A algoterapia é
especialmente utilizada na reconstrução capilar por perda da estrutura do fio. Os
aminoácidos presentes nas algas podem auxiliar no processo de recuperação do fio.

179
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

FIGURA: 19 – ALGAS SECAS E HIDRATADAS PARA APLICAÇÃO NOS FIOS DE CABELO DANIFICADOS

FONTE: <https://bit.ly/3yoWuVd>; <https://bit.ly/3v0XqNs>. Acesso em: 26 abr. 2021.

Alguns praticantes da algoterapia, devido às propriedades das algas,


alegam os seguintes benefícios:

• eliminação de toxinas;
• reparador da pele;
• relaxamento natural;
• drenagem de líquidos;

FIGURA 20 – TÉCNICA DE ALGOTERAPIA CORPORAL

FONTE: <https://bit.ly/3v0XvRg>. Acesso em: 26 abr. 2021.

10 MASSOTERAPIA
Caro acadêmico, falamos brevemente dos diversos tipos de massagens
contidas dentro da medicina tradicional chinesa na Unidade 1 deste Livro Didá-
tico. Além disso, você irá aprender com mais profundidade sobre massagens na
disciplina de Teoria e Técnica de Massagens. Neste subtópico do Tópico 2, serão
detalhadas outras técnicas de massagens, contidas dentro da massoterapia e que
não foram abordadas na Unidade 1.

A massoterapia é um conjunto de diversas técnicas terapêuticas corporais,


que se utiliza de massagens para prevenir doenças ou melhorar algumas condi-
ções de saúde. As massagens relaxantes, estéticas ou terapêuticas mesclam téc-
180
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

nicas orientais e ocidentais, e é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde


(OMS). Para praticar a massoterapia não é obrigatório que se tenha a graduação
em Estética, mas é imprescindível uma boa formação teórica e prática, pois sabe-
mos que manipulações erradas podem ser bastante catastróficas.

10.1 MASSAGEM COM VELAS


A massagem com velas, também conhecida como candle massage, é uma
técnica americana que utiliza um tipo de vela especial. Essa vela cosmética, quan-
do aquecida a temperatura entre 38 e 40 °C, deixa verter seu líquido derretido
sobre o cliente. Iniciam-se então as manobras de deslizamento até que o produto
seja absorvido (MASSAGEM COM VELAS, 2021).

As velas são produzidas com um tipo especial de cera vegetal como a cera
de coco, nela são adicionados óleos essenciais, que confere às propriedades tera-
pêuticas. A sensação de um fio quente de vela derretida, escorrendo pelo corpo é
bastante agradável e relaxante.

FIGURA 21 – CANDLE MASSAGE – MASSAGEM COM VELAS

FONTE: <https://bit.ly/3tYoFqL>. Acesso em: 26 abr. 2021.

10.2 MASSAGEM COM BAMBU


A bambuterapia ou bamboo massage é uma técnica de origem francesa que
consiste na utilização de bambus de diferentes tamanhos, bem polidos e lisos,
utilizados nas manobras de deslizamento sobre o paciente. Além de relaxar, a
massagem pode trazer benefícios como redução de medidas, drenagem e remo-
delagem do corpo (ROMANELLI, 2021). A bambuterapia é indicada no combate
de celulite, flacidez e gorduras localizadas, por apresentar características mode-
ladoras, relaxantes, energéticas e drenantes.

181
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

FIGURA 22 – MASSAGEM COM BAMBU

FONTE: <https://bit.ly/3uYnUiQ>. Acesso em: 26 abr. 2021.

10.3 MASSAGEM COM PANTALAS


A técnica de massagem com pantalas é proveniente da Europa e seu gran-
de diferencial é por conta de seus acessórios em madeira de formato anatômico
que permite alcançar todas as partes do corpo (LIMARQUE, 2018). As manobras
feitas com as pantalhas visam principalmente à modelagem corporal, melhora
da circulação, a redução de medidas, eliminação de celulite e gordura localizada.

FIGURA 23 – MASSAGEM COM PANTALAS

FONTE: <https://bit.ly/3f0nRgW>. Acesso em: 26 abr. 2021.

10.4 MASSAGEM COM PINDAS


As pindas utilizadas nessa técnica são saquinhos confeccionados de teci-
do natural, como o linho, e que contém ervas aromáticas e sal marinho, podendo,
ainda, conter óleo essencial, flores e grãos. “As pindas são previamente aquecidas
e com o calor liberam o aroma das ervas. A massagem com pindas é realizada no
corpo todo, e é possível serem colocadas nos pontos dos chakras” (MASSAGEM
COM PINDAS, 2015, s. p.). Por serem feitas de tecido, não há como higienizá-las
e você pode entregar, ao final da sessão, para a cliente levá-la para casa, ou então,
descartá-la. “Cada pinda contém um tipo de erva escolhida para uma ou mais
funções no organismo” (MASSAGEM COM PINDAS, 2015, s. p.).

182
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

FIGURA 24 – MASSAGEM COM PINDAS

FONTE: <https://bit.ly/3fvwfUn>. Acesso em: 26 abr. 2021.

10.5 MASSAGEM AYURVEDA


A Índia, assim como a China, também possui o seu próprio sistema de
saúde milenar, conhecido mundialmente como a Medicina Ayurvedica. O Ayur-
veda emprega métodos personalizados em que os principais tratamento são fei-
tos à base de terapia nutricional, medicina mente-corpo, processos de limpeza,
terapias manuais e físicas, ioga e terapias à base de ervas (KESSLER et al., 2015).

O sistema médico completo Ayurveda tem experimentado o ressurgimento


da popularidade em seus países nativos (por exemplo, Índia e Sri Lanka) e no exte-
rior (por exemplo, Europa e América do Norte) e se tornou mais acessível e mais pro-
curado nos últimos anos. Na Índia, o Ayurveda é oficialmente reconhecido como um
amplo sistema de medicina. A Ayurveda também é reconhecida pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como uma ciência médica (KESSLER et al., 2015).

O Ayurveda acredita que tudo no universo é composto pelos cinco ele-


mentos ou Panchama-habhutas, inclusive nosso corpo físico, são eles: espaço ou
éter (Akasha), ar (Vayu), fogo (Agni), água (Jala ou Ap) e terra (Prithvi). Estes cinco
elementos se expressam na nossa fisiologia através dos três Doshas (humores): es-
paço e ar formam Vata, fogo e água geram Pitta e água e terra constroem Kapha. As
qualidades dos três Doshas relacionam-se com as características desses Elemen-
tos. Vata (espaço e ar) é seco, leve, sutil, móvel, claro e áspero, porém Pitta (fogo
e água) é quente, agudo, líquido, oleoso, azedo, picante e fluido, já Kapha (água e
terra) é pesado, lento, suave, claro, grosso, macio, oleoso, estável e viscoso.

183
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

FIGURA 25 – OS DOSHAS DA MEDICINA AYURVEDA

FONTE: <https://bit.ly/3yoYgpl>. Acesso em: 26 abr. 2021.

As ferramentas terapêuticas do Ayurveda são medicamentos naturais e sua


utilização depende da leitura do desequilíbrio vigente da pessoa. Esse diagnóstico
é realizado através da história detalhada e exame físico minucioso. Após, o pro-
fissional de Ayurveda pode utilizar os seguintes métodos naturais: oleação com
óleos vegetais, sudação, massagens, medicamentos ayurvedicos de origem animal,
mineral e vegetal, incluindo as plantas medicinais, dieta com alimentos da região e
estação do ano, biopurificação e desintoxicação, atividade física moderada, rotina
diária saudável com prática de yoga e meditação (AYURVEDA, 2021).

Nos casos de ataques, por exemplo, Abhyanga (palavra em sânscrito que


significa massagem com óleo) remove o Srothorodha (entupimento dos canais)
em virtude de sua qualidade de Vatahahara swabhava (qualidade pacificadora), e
Prabhava (qualidade imperceptível) dos medicamentos usados para o Abhyanga.
Swedana karma (banho de vapor) corrige o vathavaigunya (Vata viciado) e produz
srothosudhi (abre os canais), restabelecendo Doshasamyatha (estado equilibrado de
Doshas). O Virechana karma (purgação) e Vasthi karma (enema medicamentoso) que
seguem o Abhyanga, completa o sodhana (lavagem), de onde os medicamentos ad-
ministrados por via oral removem todos os fatores que levaram a Dhoshavaigunya
(desequilíbrio dos Doshas) que originalmente causou o Srothorodha (bloqueio ou
obstrução de canais) manifestando a doença (SANKARAN et al., 2019).

Existem alguns tipos de massagens ayurvedicas, como por exemplo:


Abhyanga (massagem com óleos), Pinda Sweda (massagem com trouxinhas e er-
vas), Shiroabhyanga (massagem na cabeça), Padabhyanga (massagem nos pés),
Garbhyni (massagem em gestantes), Kumara Abhyanga (massagem em crianças),
Udwartana (massagem a seco, com pós de ervas), Utsadana (massagem com óleos
e lepa-pasta), Garshana (massagem com luvas de seda, óleos, sal e ervas), Marma
Abhyanga (massagem nos pontos marmas).

Na massagem ayurvedica os óleos utilizados são de extrema importância e


seu uso deve ser criteriosamente observado pelo terapeuta. Alguns exemplos de
óleos indicados para cada Dosha:

184
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

• Vata – gergelim, rícino, amêndoa, mahanarayan, ashwagandha, bala.


• Pitta – coco, ghee (uso interno), girassol, brahmi.
• Kapha – linhaça, mostarda, vacha.

Alguns tipos e técnicas de Massagem Ayurvédica, segundo Instituto


Atmo Danai (MASSAGEM AYURVÉDICA, 2019), a massagem Ayurvédica alia
movimentos vigorosos e profundos em toda massa muscular junto com mano-
bras de tração e alongamento, faz a estimulação de pontos e órgãos vitais, visan-
do o equilíbrio físico, mental, psíquico, energético e espiritual. Os chakras são na-
turalmente abertos, de forma simples e progressiva, sem os perigos de aberturas
prematuras que provocam desequilíbrios. Por ser espiritual, a massagem obedece
rigorosamente a certos circuitos de energia e deve ser executada progressivamen-
te. Uma vez que o cliente opte por esta forma de terapia, é importante que a
sequência seja seguida, para que ocorra a movimentação correta da circulação
energética e sanguínea em todo corpo (SOUZA, 2008).

FIGURA 26 – MASSAGEM AYURVEDICA COM ÓLEOS

FONTE: <https://bit.ly/3uTRsOt>. Acesso em: 26 abr. 2021.

A massagem das oliveiras é uma técnica de massagem baseada na


medicina Ayurveda. Utiliza pré-esfoliações corporais e banhos de azeite de oliva
que revitalizam o cliente. A escolha do óleo é baseada no fato de que as árvores
de Oliva (produtoras de azeitonas) possuem uma alta capacidade de regeneração
ao longo dos anos. O azeite de oliva é muito famoso reconhecido mundialmente
devido as suas propriedades antioxidantes, além de ser rico em vitaminas A e E.

10.6 MASSAGEM TIBETANA


Assim como a China e Índia possuem seus sistemas de medicina, existe a
medicina tibetana. Vejamos a seguir, um pouco da história da medicina Tibetana
para, em seguida, entender sobre a massagem tibetana, que, no Brasil, enquadra-
mos como uma modalidade da massoterapia.

185
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

A medicina tibetana é baseada na cura apresentada nos Quatro Tantras, o


principal texto médico estudado pelos médicos tibetanos. No século XVIII, o rei
Trisong Deutsen (718-785 d.C.) convidou médicos da Índia, China, Pérsia, Tur-
questão Oriental, Mongólia e Nepal para o Primeiro Simpósio Médico Interna-
cional em Samye, Tibete, e ordenou a seu médico pessoal, Elder Yuthog Yonten
Gonpo, que viveu 125 anos, a participar dessa conferência.

Ao combinar todas as informações disponíveis e apresentadas durante esse


simpósio, ele compilou os Quatro Tantras. Ele fundou a escola de medicina Tanadug,
no sul do Tibete, em 763 d.C., e trabalhou para a propagação da medicina tibetana.

Ele é considerado uma emanação do Buda da Medicina, um símbolo de bem-


-estar físico e mental. Em sua mão esquerda, o Buda da Medicina segura uma tigela com
néctar de longa vida, significando a imortalidade, e em sua direita, o Haritaki, um símbolo
de boa saúde. Chebulic myrobalan, Belleric myrobalan e Emblic myrobalan são juntos chama-
dos de “três frutas” e são os ingredientes comuns dos medicamentos tibetanos.

De acordo com Dakpa (2014), Yoshiaki Omura, do NY Medical College,


avaliou essas “três frutas” e descobriu que uma delas, disponível como Haritaki,
tinha o maior efeito de aumento do telômero celular normal com a dose ideal,
melhorando, assim, a longevidade da circulação por todo o corpo, o que por sua
vez, inibe a atividade do câncer.

Durante um diagnóstico típico, o médico tibetano examina a língua dos pa-


cientes, os batimentos de pulso pelos dedos indicador, médio e anelar de ambas as
mãos e a urina para características como cor, vapor e bolhas (DAKPA, 2014).

FIGURA 27 – O BUDA DA MEDICINA DA TRADIÇÃO TIBETANA

FONTE: <https://bit.ly/3bDRUZH>. Acesso em: 26 abr. 2021.

186
TÓPICO 2 — TRATAMENTOS OFERECIDOS EM SPAS

A massagem tibetana é originalmente chamada de Massagem Kunye, estando


registrada nos tratados clássicos da medicina tibetana e tem sido ensinada por muitos
séculos. O termo Kunye vem de duas palavras tibetanas: ku, (óleo), e nye (massagem).
Portanto, Kunye fundamentalmente quer dizer “massagem com óleo” (COMO LI-
DAR COM A ANSIEDADE, 2018). A massagem Kunye está dividida em três estágios:

• Aplicação do óleo: uma quantia generosa de óleo é aplicada no corpo do pa-


ciente. Para melhores resultados são usados óleos mais espessos e de natureza
adocicada como oliva ou manteiga clarificada. Nas montanhas do Tibete, o
óleo tradicionalmente usado é a manteiga clarificada de dri (leite de iaque
fêmea). A tal óleo são atribuídas fantásticas propriedades terapêuticas. São
usadas também infusões com ervas. O tipo de óleo é escolhido com base na
constituição individual de cada pessoa e em seus sintomas. São considerados
ainda fatores como as estações do ano, o ambiente, entre outras condições.
• Massagem com óleo: mãos, pés, cabeça, entre outros pontos especiais são
explorados com maior detalhamento nos tratados teóricos da medicina ti-
betana. A massagem Kunye geralmente começa com movimentos lentos e
gentis, tornando-se, gradualmente, mais vigorosa e profunda em múscu-
los-chave e pontos específicos. Kunye também propõe técnicas assistidas
de mobilização articular e alongamento.
• Remoção do óleo: uma toalha umedecida com água morna é utilizada para remo-
ver o óleo. Contudo, o modo tradicional de remoção do óleo consiste em esfolia-
ção com farinha de grão-de-bico. Esse tipo de esfoliação abre os poros, absorve o
excesso de óleo, mas não resseca, deixando a quantia certa de oleosidade na pele.
O resultado é uma pele bem hidratada e nutrida, de compleição radiante.
FONTE: <https://bit.ly/2SVnGut>. Acesso em: 26 abr. 2021.

A massagem Kunye também pode ser combinada com outras terapias


leves, como o uso de pedras quentes, ventosas e preparações herbais, normalmente
muito relaxantes e prazerosas. Quando combinadas com a massagem, costumam
produzir um excelente resultado (COMO LIDAR COM A ANSIEDADE, 2018).

187
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• Os principais tratamentos oferecidos em spas são tratamentos ligados a uma maneira


holística de pensamento, ou seja, o tratamento integral do bem-estar do indivíduo.

• Os chakras são centros de absorção, exteriorização e administração de ener-


gias nos campos áuricos das pessoas.

• A aromaterapia é a arte e a ciência de utilizar essências aromáticas extraídas


naturalmente de plantas para equilibrar, harmonizar e promover a saúde do
corpo, mente e espírito.

• A argiloterapia, a hidroterapia, cromoterapia, pedras quentes e frias, cristalo-


terapia e a algoterapia são técnicas muitos utilizadas nos Spas para promover
a saúde e bem-estar de seu cliente.

• A massoterapia é um conjunto de diversas técnicas terapêuticas corporais,


que se utiliza de massagens para prevenir doenças ou melhorar algumas con-
dições de saúde.

• Dentro da massoterapia estão contidas técnicas como massagem com velas,


bambu, pantalhas e pindas.

• A massagem ayurveda é uma técnica milenar originária na Índia.

• No Tibet também tiveram origem algumas terapias, incluindo a massagem tibetana.

188
AUTOATIVIDADE

1 A massoterapia não é considerada como uma única técnica, mas sim um


conjunto de técnicas corporais que visam o relaxamento do cliente. Sobre a
massoterapia e suas divisões, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A massagem com bambus é feita com instrumentos roliços de qualquer


tipo de madeira.
b) ( ) As pindas devem ser confeccionadas com tecido de seda.
c) ( ) Uma das indicações da massagem com pantalas é o remodelamento corporal.
d) ( ) A massagem Ayurveda é uma técnica recente de tratamento.

2 Geoterapia é a utilização de produtos provenientes da terra para gerar o


bem estar nos clientes. Existem diversos tipos de argilas no mercado. Sobre
o exposto, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Argila vermelha.
II- Argila verde.
III- Argila branca.

( ) Rica em alumínio.
( ) Rica em ferro.
( ) Rica em silício.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) II – I – III.
b) ( ) I – III – II.
c) ( ) II – III – I.
d) ( ) III – I – II.

3 A aromaterapia é uma técnica milenar, que vem ganhando grande reco-


nhecimento nos últimos anos. Sobre essa técnica, analise as afirmativas e
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Os óleos essenciais, por serem naturais, não possuem contraindicações.


( ) Os óleos vegetais também são chamados de óleos voláteis.
( ) Os óleos vegetais são utilizados para diluir e facilitar a permeação dos
OEs na pele.
( ) O óleo de alecrim é utilizado para estimular o crescimento de cabelos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – F – V – V.

189
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – F – V – F.

4 A palavra “holístico” tem um significado muito importante para as técnicas


de Spas & Terapias. O tratamento integral do ser humano vem ganhando
cada dia mais importância. Sobre o holismo, analise as afirmativas e assina-
le a alternativa CORRETA:

a) ( ) Os chakras são pontos de entrada e saída de energia do corpo humano.


b) ( ) A harmonização do ser físico, mental e espiritual pode ser feita pelas
técnicas de spas.
c) ( ) A cor azul representa o chakra básico e remete ao aterramento do ser
humano no mundo físico.
d) ( ) A massagem Ayurveda deve ser utilizada somente para fins holísticos.

5 Os Spas contam com diversas técnicas para promoção de saúde e bem-es-


tar. Dentre as técnicas de spas encontra-se a algoterapia, sendo a manipu-
lação das algas o seu principal instrumento. Sobre a técnica de algoterapia,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) As algas são ricas em compostos químicos da classe dos terpenos.


b) ( ) As algas possuem atividade analgésica.
c) ( ) Os polissacarídeos e compostos fenólicos são um dos principais consti-
tuintes das algas.
d) ( ) Somente as algas de água doce podem ser utilizadas na algoterapia.

190
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3

CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA,


ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA

1 INTRODUÇÃO

Caro acadêmico, anteriormente você estudou e aprendeu a história dos


spas e sua relação com terapias ligadas às águas. No Brasil, como você já sabe, os
spas oferecem muito mais serviços além de banhos terapêuticos. À medida que
cresce a variedade das terapias ofertadas, cresce também a demanda administra-
tiva do spa, que deve ser pensada de uma maneira que garanta a sustentabilidade
do negócio. Por isso, vamos, agora, estudar a administração dos spas.

Iremos iniciar estudando a classificação dos spas, um tema que pode te


ajudar a direcionar melhor os esforços administrativos, uma vez que define qual
tipo de serviço você irá ofertar. Depois, estudaremos também a estrutura física
do spa e a estrutura técnica, que basicamente são as pessoas que irão compor o
quadro de profissionais do espaço terapêutico. Por fim, estudaremos brevemente
alguns conceitos como: fluxo de caixa, capital de giro, dentre outros.

2 CLASSIFICAÇÃO DE SPAS
As classificações dos spas apresentam variações de acordo com os países.
Na América Latina, por exemplo, o que é conhecido como Day Spa, em outros
países, como a Espanha, é conhecido como Spa de dia.

O que implica o conceito de Health Spa na América Latina, em alguns paí-


ses europeus se enquadra melhor no conceito de talassoterapia, embora as defini-
ções nem sempre impliquem que um conceito seja equivalente ao outro.

Não existe uma lei que defina o que é um spa ou não, e a classificação é
feita por convenções. Segundo a Associação Brasileira de Clínicas e Spas (MAR-
TINS, 2020) os spas são classificados quanto a sua destinação e sua especialidade.

• Quanto a sua destinação os spas são classificados em:


O Spa de Destino: estabelecimento com estrutura de hospedagem e alimentação
que apresente foco integral na promoção do bem-estar e qualidade de vida.
O Spa Resort/Hotel: estabelecimento independente, localizado dentro de es-
trutura fixa de resorts ou hotéis, que apresentem serviços de bem-estar e
qualidade de vida, lazer e entretenimento.

191
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

O Day Spa: estabelecimento sem estrutura de hospedagem, localizado em


áreas urbanas, seja em estrutura própria, shopping centers, centros comer-
ciais ou residenciais.
O Spa Passeio: estabelecimento localizado dentro de estruturas voltadas
para entretenimento ou transporte. Incluem estruturas fixas de entreteni-
mento ou veículos de passeio como clubes de campo, golfe, praia, clubes
de entretenimento, navios, aviões, trens.

• Quanto a sua especialidade, os spas são classificados em:


O Spa naturista: estabelecimento voltado para as práticas baseadas na Medi-
cina Naturista, tais como Homeopatia, Fitoterapia, Acupuntura e outros,
promovendo a saúde por processos naturais de tratamento e alimentação.
O Spa médico: estabelecimento que possua objetivos primários médicos ou
clínicos visando a promoção da saúde humana e qualidade de vida, apre-
sentando serviços completos na área da estética médica, terapias e trata-
mentos complementares com atividade física monitorada.
O Spa holístico: estabelecimento com foco na promoção da saúde humana
através de serviços baseados na Medicina Tradicional, direcionadas ao
bem-estar espiritual e equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
O Spa esporte e aventura: estabelecimento com serviços voltados para o la-
zer e entretenimento, com programas de qualidade de vida realizados atra-
vés de atividades físicas e de exercícios direcionados.
O Spa nutricional: estabelecimento com o objetivo de orientação nutricional,
desintoxicação e reeducação alimentar, apresentando cozinha especializa-
da em alimentação dietética e balanceada, bem como outros serviços tera-
pêuticos de promoção da saúde humana.
O Spa estético: estabelecimento que oferece serviços e tratamentos estéticos
faciais e corporais, com filosofia de beleza aliado à saúde e bem-estar, apre-
sentando variedade de equipamentos e mão-de-obra especializada.
O Spa termal: estabelecimento que proporciona saúde e bem-estar através de
tratamentos de hidroterapia e banhos termais, apresentando infraestrutura
adequada para tal.
O Spa wellness ou de bem-estar: estabelecimento que proporciona o bem-estar
físico, mental e espiritual através de variados programas e serviços especializa-
dos, seja através de terapias corporais, banhos ou atividades físicas específicas.

192
TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA, ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA

FIGURA 28 – DESINGS LUXUOSOS DE SPAS

FONTE: <https://bit.ly/3f0srvE>; <https://bit.ly/2Qt5urk>; <https://bit.ly/3ymoZTx>; <https://bit.


ly/3hGZ2Zb>. Acesso em: 26 abr. 2021.

E
IMPORTANT

Em 2002, foi fundada a Associação Brasileira de Clínica e Spas (ABC-Spas), uma


entidade sem fins lucrativos que busca congregar empresas do setor, estimular o desen-
volvimento do mercado dos spas no Brasil e levar conhecimento sobre saúde e qualidade
de vida a todos. Já é referência no meio e busca estabelecer diretrizes e padrões para o
mercado de spas em geral para concretizar seus objetivos de forma mais eficaz.

3 ESTRUTURA FÍSICA DE UM SPA


Claramente, a estrutura do spa deve estar adequada ao tipo de empreen-
dimento que se deseja montar. Na hora de construir ou reformar um local para o
Spa é muito interessante contar com a ajuda de um profissional da área de enge-
nharia ou arquitetura para que desde o início do projeto sejam tomadas decisões
mais assertivas acerca do local e dimensionamento estrutural.

O projeto deve estar adequado ao meio e de modo que os usuários se sin-


tam confortáveis no local, pois esse fator está ligado diretamente na qualidade de
vida. Para isso, é preciso conhecer a localização do lugar de projeto, as condições
ambientais, como ventos, iluminação e ruídos, assim como os materiais que serão
utilizados (MARTINS, 2020).

Segundo a cartilha do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas (SEBRAE, 2020, p. 9-10):

193
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

É importante prezar pelas instalações ideais e possuir uma área mí-


nima de 100m², com flexibilidade de expansão, conforme o empreen-
dimento for se desenvolvendo. É preciso ter bem em mente quais são
as atividades que serão oferecidas pelo SPA de beleza para entender
como irá dividi-lo. Entre os ambientes necessários estão:

• recepção;
• piscina;
• ofurô/banheira;
• sauna;
• salão de beleza;
• espaço de meditação;
• sala de exames;
• sala para massagens e terapias;
• vestiário;
• banheiro.

A sinergia de serviços é necessária para garantir a atratividade do ne-


gócio, criando um potencial competitivo. Contudo, é preciso ter foco
no resultado e não diversificar a ponto de perder a identidade do ne-
gócio. Por outro lado, ter apenas as instalações de praxe não é suficien-
te, pois o grande diferencial de um SPA além de oferecer diversas salas
de massagens e tratamentos diferenciados, é oferecer infraestrutura
física que permita oferecer muito conforto aos seus clientes e que os
atraia pela estética, sensação de bem-estar e bom gosto das instalações.

Cada sala deve estar adaptada ao tipo de atividade que vai ser desenvolvida:
uma aula de yoga deve acontecer em um espaço silencioso, com um piso confortável
e luz natural, por exemplo. Já um banho de ofurô deve permitir o relaxamento em
um lugar reservado, com espaço para trocar-se, guardar coisas, com toalhas à mão,
música suave, luz aconchegante, ou seja, o estímulo aos sentidos deve ser dosado de
acordo com o objetivo final da atividade e isso deve ser estudado em todos os de-
talhes. Todos os espaços precisam ter cores que transmitam tranquilidade, além de
uma decoração harmoniosa que leve os clientes para um estágio de paz.

4 ESTRUTURA TÉCNICA DE UM SPA


A quantidade de funcionários dependerá da estrutura do empreendimento
e dos serviços oferecidos. O foco dessa decisão é a qualidade do atendimento que
será oferecido ao cliente. Nesse caso, trata-se de uma mão de obra totalmente espe-
cializada em que o profissional deve possuir alto grau de conhecimento no serviço
a ser prestado, respeitando a carga horária estabelecida por lei e normativos.

Cabe ao dono do empreendimento se informar das modalidades de con-


tratação de cada um dos profissionais. Hoje em dia trabalha-se muito com as
opções de sublocações de salas dentro da construção, ou ainda com o pagamento
de comissões. Em outros lugares, opta-se por uma formalização de contrato via
Ministério do Trabalho e registro em carteira (SEBRAE, 2020).

194
TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA, ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA

Dentro de um spa, como você viu nos tópicos anteriores, podem ser ofere-
cidos inúmeros serviços. Então, além de esteticistas, outros profissionais também
podem atuar em spas. Veja alguns exemplos:

• Recepcionistas: são os profissionais que têm o primeiro contato com os clien-


tes. Precisam ser prestativos, cordiais, atenciosos e pacientes, garantindo um
bom atendimento.
• Fisioterapeuta: atua no tratamento e prevenção de doenças e lesões, decor-
rentes de fraturas ou má-formação ou vícios de postura.
• Nutricionista: faz um diagnóstico nutricional para elaborar uma dieta que
atenda às necessidades do paciente. Para isso, investiga o estado de saúde do
paciente, seus hábitos alimentares e seu estilo de vida.
• Psicólogo: são especialistas em comportamento humano e usam métodos cien-
tíficos para estudar os fatores que influenciam o modo como as pessoas sentem,
agem, aprendem e pensam, bem como estudam as estratégias e intervenções
baseadas em evidências para ajudar as pessoas a superar suas queixas.
• Terapeutas: muitas terapias holísticas não exigem diploma de graduação,
bastando os cursos técnicos e de formação. As terapias como aromaterapia,
massoterapia, acupuntura, fitoterapia, são algumas delas.

O empreendedor deverá ser criterioso na seleção dos profissionais, por se


tratar de atividades que envolvem um relacionamento muito próximo entre o pro-
fissional e o cliente. Fator importante na gestão de pessoas é a capacitação. A quali-
ficação dos profissionais aumenta o comprometimento com a empresa, além de ele-
var o nível de retenção dos funcionários e de melhorar a performance do negócio.

O treinamento deve desenvolver algumas competências como: capacida-


de de percepção para entender e atender as expectativas dos clientes; agilidade e
presteza no atendimento capacidade de explicar os procedimentos em questão;
motivação para crescer juntamente com o negócio.

5 ADMINISTRAÇÃO DE SPAS
A administração de spas envolve diversos itens como, por exemplo: con-
trole financeiro, marketing, recursos humanos, qualidade, ambiente, segurança,
compras, alvarás e licenças, organização do processo produtivo, gestão da equipe
de profissionais (programação das férias, contratação, demissão, escalonamento e
divisão das funções etc.), dentre tantos outros.

Por vezes, costuma ser difícil para um profissional da área de estética cui-
dar de tantos afazeres ao mesmo tempo. Os profissionais das áreas técnicas passam
muito tempo se aprimorando em cursos da sua área, que muitas vezes esquecem da
importância de se administrar corretamente o seu negócio. Uma má administração
pode ter consequências desastrosas, podendo culminar no fechamento do empreen-
dimento. Uma dica, caro acadêmico, é investir um tempo para fazer um breve curso
técnico de administração ou gestão financeira, ou mesmo ler alguns livros nessa área.
Quanto mais você souber, mais empoderado sobre seu negócio você vai ser.
195
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

NTE
INTERESSA

Uma dica bastante útil para você que deseja empreender com sucesso e
buscar o apoio do Sebrae. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) é uma entidade privada brasileira de serviço social sem fins lucrativos, criada em
1972, objetiva a capacitação e a promoção do desenvolvimento econômico e competitivi-
dade de micro e pequenas empresas, estimulando o empreendedorismo no país. Além do
trabalho de consultoria aos empresários, no que tange à diversas questões, como abertura
de empresas, formação de preço de venda, administração financeira, recursos humanos,
entre outros, o Sebrae também possui diversos projetos especiais. Dentre eles o Projeto de
Orientação para o Crédito, no qual, através de cursos realizados por instrutores que pas-
sam por rigorosa seleção, os empresários aprendem como utilizar, da melhor maneira, a
obtenção de crédito ou microcrédito. O Empretec, curso voltado para o desenvolvimento
de princípios empreendedores, também possui bastante êxito.

196
TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA, ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA

FIGURA 29 – ASPECTOS ADMINISTRATIVOS DE UM SPA

FONTE: <https://bit.ly/3bEf8yS>. Acesso em: 21 abr. 2021.

Vejamos, agora, alguns conceitos importantes no que diz respeito à


administração de um spa.

197
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

5.1 FLUXO DE CAIXA


O controle ideal das despesas da empresa é realizado por meio do acom-
panhamento contínuo da entrada e da saída de dinheiro através do fluxo de cai-
xa. Esse controle permite ao empreendedor visão ampla da situação financeira
do negócio, facilitando a contabilização dos ganhos e gestão da movimentação
financeira. À medida que a empresa cresce, tem mais dificuldade de fazer o con-
trole manual do fluxo de caixa, tornando difícil o acompanhamento de todas as
movimentações financeiras, neste caso, o empreendedor poderá investir na aqui-
sição de softwares de gerenciamento.

FIGURA 30 – ESQUEMA DE UM FLUXO DE CAIXA

FONTE: <https://bit.ly/2S5P0po>. Acesso em: 26 abr. 2021.

198
TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA, ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA

QUADRO 1 – EXEMPLO DE UM FLUXO DE CAIXA

FONTE: <https://bit.ly/2S8PrPN>. Acesso em: 26 abr. 2021.

5.2 CAPITAL DE GIRO


O capital de giro é uma parte do investimento que compõe uma reserva
de recursos que devem ser usados para necessidades financeiras. É o valor ne-
cessário para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girarem), é o dinheiro
necessário para bancar o funcionamento da empresa, suportar as oscilações de
caixa. Em suma, é a parte do patrimônio que sofre constante movimentação.

Então, suponha que em um determinado dia você teve muitos clientes e


que te deram um ótimo retorno financeiro. Em um primeiro momento você pode-
ria pensar: “que legal, vou poder comprar muitas coisas das quais estou querendo
há tempos e não tive dinheiro”. O correto é você primeiro pensar em todas as des-
pesas fixas (custos) do seu negócio. Após pagar todas as suas despesas, você terá o
dinheiro do lucro. Deste dinheiro, você deve guardar uma parcela para reinvestir
no seu negócio, ou apenas deixar guardado para um eventual gasto extra, como,
por exemplo, o conserto de algum equipamento. Você não deve gastar todo o seu
lucro líquido. Assim você garante que terá sempre um bom capital de giro.

199
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

5.3 CUSTOS
Conhecer os custos é imprescindível para o sucesso do negócio. Custo e
despesa são conceitos distintos. Custos são gastos que dizem respeito ao que é
produzido pela empresa, possuem relação direta com a atividade-fim, tais como
matéria prima, mão de obra, produtos para revenda. Já as despesas não possuem
ligação direta com a atividade central do negócio, são os gastos relativos à ad-
ministração: área de marketing, desenvolvimento de produtos, tais como água,
energia, internet, aluguel, materiais de escritório, impostos, contador. Para fazer a
diferenciação basta se perguntar se eliminando o gasto, a produção seria afetada.
Caso a resposta seja afirmativa, trata-se de um custo.

Para estimar os custos do SPA urbano, é preciso avaliar o tamanho da estru-


tura, o volume de serviços, a quantidade de funcionários, despesas fixas. É funda-
mental levantar esses valores totais para realizar um controle de todos os custos do
empreendimento. Isso ajudará a reduzir desperdícios, controlar as despesas internas.

A gestão de custos é o gerenciamento inteligente dos gastos de uma organi-


zação e é essencial para manter o bom funcionamento do negócio, tornando-o mais
competitivo, evitando prejuízos e permitindo um crescimento sustentável da empresa.

Existem também diversos sites que ensinam a montar planos de negócios.


O plano de negócios é um documento de planejamento capaz de demonstrar a
viabilidade de um empreendimento do ponto de vista da estratégia, do mercado,
das operações e da gestão financeira. “Tem como proposta descrever o que é ou
que pretende ser uma empresa. É uma forma de pensar o negócio sobre onde ir;
como ir mais rapidamente e o que fazer para diminuir incertezas e riscos” (ARA-
GÃO, 2018, s. p.). O plano de negócios possibilita ordenar e analisar as ideias com
o objetivo de avaliar a viabilidade da empresa. Caso seja inviável por motivos
financeiros, técnicos ou de mercado, chega-se a esta conclusão no papel e não na
prática, após meses de atividade, quando você já investiu todo o seu capital.

200
TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA, ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA

FIGURA 31 – PLANO DE NEGÓCIOS

FONTE: <https://bit.ly/2Qt82Wq>. Acesso em: 26 abr. 2021.

Um dos principais componentes do plano de negócios é a análise de mer-


cado. Ela ajuda você a compreender o mercado em que vai atuar. Afinal, é fun-
damental conhecer seus clientes, concorrentes e fornecedores. O primeiro passo é
identificar o segmento de clientes que você irá atender. Um segmento de mercado
é um conjunto de pessoas ou empresas com características em comum. Ao agru-
par clientes você satisfaz suas necessidades com eficácia.

Existem muitos sites com planilhas e questionários já prontos que podem


te dar uma boa ajuda na hora de idealizar seu negócio. O planejamento do negó-
cio é o primeiro passo para um empreendimento de sucesso.

201
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

LEITURA COMPLEMENTAR

ESTUDO DO IMPACTO DOS ESTÍMULOS SENSORIAIS NA


EXPERIÊNCIA EM SPAS

Carla Sofia Santos Souza Mesquita

CONCEITO DE MARKETING SENSORIAL

O marketing sensorial é uma técnica de marketing que visa surpreender


e seduzir constantemente o consumidor, apelando aos cinco sentidos de forma a
influenciar os sentimentos e comportamentos dos consumidores (SOARES, 2013;
WELLERT, 2013). O marketing sensorial é também a ação de adotar diferentes
sinais e estímulos sensoriais de forma a criar valor acrescentado na relação da
marca com os seus clientes [...].

Numa era em que os mercados estão saturados com a oferta de bens, pro-
dutos e serviços similares e sendo o marketing um processo social em constante
transformação, as marcas sentiram a necessidade de criar valor para o cliente, e
o relacionamento entre ambos tem de ser bem construído para que seja forte, au-
mentando o feedback para que o cliente fique fidelizado [...].

Surge assim a necessidade de criar uma estratégia que se torne uma vanta-
gem competitiva real para o mercado (VALENTI; RIVIERE, 2008), potencializan-
do um posicionamento único e diferenciado na mente dos consumidores. Assim,
as marcas têm a necessidade de apresentar inovação e diferenciação em relação às
concorrentes, mas precisam também apresentar música, comunicação visual, luz,
tecnologia, design, aroma próprio, ou seja, ter uma comunicação sensorial, onde
é inevitável a utilização dos cinco sentidos (DUARTE, 2013).

A estratégia sensorial pode ser aplicada a produtos, comunicação, even-


tos e espaços, desde que se perceba de que forma os sentidos se interligam e,
naturalmente a forma como afetam a relação com a marca e o comportamento do
potencial consumidor (RODRIGUES et al., 2011).

O marketing sensorial é, então, tudo o que esteja relacionado com as sensações


e emoções que oferece, proporcionando uma oportunidade de alcançar a mente e o co-
ração do consumidor de modo que ele tenha a melhor experiência sensorial possível no
ambiente de compra (SOARES, 2013). Essa experiência sensorial é mais positiva quan-
do a marca apela a todos os sentidos na mente humana (HULTÉN, 2011; RIMKUTE et
al., 2016), porque também a mensagem comunicada e transmitida é mais forte.

A experiência multissensorial da marca estimula dimensões sensoriais,


comportamentais, afetivas e intelectuais no consumidor (SANTOS, 2013; WEL-
LERT, 2013), tornando a experiência única e memorável que por sua vez cria emo-
ções positivas que fortalecem a lealdade do consumidor à marca (SANTOS, 2013).
202
TÓPICO 3 — CLASSIFICAÇÃO DE SPAS, ESTRUTURA TÉCNICA, ADMINISTRATIVA E FÍSICA DE UM SPA

EXPERIÊNCIA EM SPA

Spa é um estabelecimento que apresenta áreas específicas para proporcio-


narem ao cliente a reabilitação, a regeneração e a renovação do corpo, da mente e
do espírito através do tratamento de saúde, beleza e bem-estar (MAK et al., 2009;
PEHLIVANOĞLU, 2012).

Hoje em dia, esse tipo de estabelecimento oferece uma variedade incomensu-


rável de serviços, como por exemplo: aromaterapia, vários tipos de banhos de imer-
são, sauna, tratamentos de beleza, modalidades anti-stress como yoga, tratamentos de
limpeza faciais, manicure/pedicure, vários modelos de massagens como relaxante e
desportiva, tratamento de nutrição e personal training (BHARDWAJ; KUMAR, 2013).

O principal objetivo dos spas é obter a harmonia física e espiritual dos


clientes (LOUREIRO, ALMEIDA; RITA, 2013), por meio dos serviços prestados
nesse ambiente. Assim, o valor para o cliente não é criado apenas por um elemen-
to, mas pela experiência de todos os elementos presentes (GRÖNROOS, 2006;
HULTÉN, 2011). A experiência ocorre quando o spa utiliza os serviços como pal-
co de atuação e os bens como adereços para que os clientes desfrutem de uma
experiência memorável (PINE; GILMORE, 1998).

No caso dos spas, a experiência sensorial inserida na categoria de experi-


ência de escape, é caracterizada pela experiência em si, mas também pela envol-
vência dos cinco sentidos na criação de valor para o cliente e na criação da mar-
ca como imagem que desafia não só os sentidos, mas também a mente humana
(HULTÉN, 2011). A experiência tem que atender a uma necessidade sentida pelo
cliente (PINE; GILMORE, 1998), pode estar relacionada ao relaxamento, o stress
do dia a dia ou com a saúde e beleza (MAK et al., 2009). Assim, um estudo rea-
lizado, cujo objetivo era analisar a crescente importância do desenvolvimento e
melhoramento dos spas (JOHANSON, 2004), concluiu que os homens procuram
esses serviços devido ao stress, enquanto as mulheres são pela vontade de cui-
darem de si. Outra conclusão é que as mulheres valorizam mais a experiência e
apresentam uma maior intenção de voltar do que os homens.

MARKETING SENSORIAL NO SPAS

A exclusividade da criação de um ambiente de spa refere-se a localização


do estabelecimento,a respetiva arquitetura, ao design, a decoração, a harmonia
das cores utilizadas, ao aroma, a música ambiente, a textura do espaço, as expe-
riências de degustação e pôr fim ao sentimento despertado no cliente (PEHLIVA-
NOĞLU, 2012; LOUREIRO et al., 2013). Esse sentimento despertado deve ser de
tranquilidade e de paz, sendo criado através de cheiros agradáveis e suaves, sons
calmos, cores suaves e toque macio (PEHLIVANOĞLU, 2012). Tais elementos são,
muitas vezes, obtidos de recursos do mar, ricos em minerais, ou da natureza atra-
vés de flores, plantas e frutas (KERI et al., 2007; LOUREIRO et al., 2013).

203
UNIDADE 3 — SPA – HISTÓRIA, TRATAMENTOS OFERECIDOS POR UM SPA, CONCEITOS, APLICAÇÃO E TERAPIAS ATUAIS NA ÁREA

Nos spas, o marketing sensorial foca o impacto dos sentidos humanos na


experiência do cliente através da harmonia das sensações que expressam a ideia
de “health by all means” (STÃNCIOIU et al., 2013). É, então, o marketing sensorial
a expressão da alma da marca. De acordo com o estudo de Stãncioiu et al. (2013),
realizado na Roménia, a visão é o sentido que mais contribui para o bem-estar,
seguido do olfato, do paladar, da audição e por fim, do toque. Outra conclusão
pertinente que esse estudo chegou é que o olfato é o sentido que pode ser consi-
derado mais benéfico para o setor do bem-estar.

Os elementos intangíveis são aqueles que mais influenciam positivamente


as sensações despertadas nos clientes, por isso todos os elementos do ambiente
devem estar em consonância com o tipo de serviço prestado ao cliente (LOUREIRO
et al., 2013). Por exemplo, se um cliente recebe uma massagem relaxante, a música
ambiente deve proporcionar a sensação de calma, a luminosidade deve ser reduzi-
da para proporcionar sossego e o aroma deve ser muito suave para que toda essa
envolvência desencadeie a sensação de conforto e, consequentemente, relaxamento.

Os estímulos sensoriais influenciam o comportamento e a intenção de


compra dos clientes (LOUREIRO et al., 2013), por isso para apelar aos cinco sen-
tidos dentro de um spa é necessário ter em conta os estímulos sensoriais mais
apropriados para serem despertos com uma estratégia bem definida.
FONTE: <https://bit.ly/3bBtWOt>. Acesso em: 26 abr. 2021.

204
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• Os Spas possuem classificações de acordo com sua finalidade ou localidade.

• Um Spa é constituído de muitos ambientes, entre eles: recepção; piscina;


ofurô/banheira; sauna; salão de beleza; espaço de meditação; sala de exames;
sala para massagens e terapias; vestiário; banheiro.

• Um Spa precisa contar com uma equipe técnica qualificada tendo profissionais
como: recepcionista, fisioterapeuta, nutricionista, esteticista dentre outros.

• A administração de Spas deve ser feita com cuidado e com pessoas que enten-
dam de finanças para não acarretar o prejuízo dos negócios.

• O fluxo de caixa é o controle ideal das despesas da empresa que é realizado


por meio do acompanhamento contínuo da entrada e da saída de dinheiro.

• O capital de giro é uma parte do investimento que compõe uma reserva de


recursos que devem ser usados para necessidades financeiras.

• Custos são gastos que dizem respeito ao que é produzido pela empresa, pos-
suem relação direta com a atividade-fim, tais como matéria prima, mão de
obra, produtos para revenda.

• O Marketing é um importante aliado na hora de garantir uma marca forte e


fazer seu negócio ter sucesso.

CHAMADA

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205
AUTOATIVIDADE

1 O fluxo de caixa é muito importante para o administrador do spa ter consci-


ência da saúde financeira do seu empreendimento. Pensando nisso, monte um
fluxo de caixa com base no exemplo do subtópico “administração de Spas”.

Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4


Pagamento à vista
Entradas

Pagamentos crédito
Total de entradas

Água e luz
Aluguel
Material de consumo
Saídas

Total de saídas
Lucro líquido

2 Os spas apresentam variações de acordo com o país no qual se localiza.


Para entender melhor a proposta do Spa, eles podem receber diversas clas-
sificações de acordo com a destinação ou atividades oferecidas. Sobre a
classificação dos spas, ordene os itens a seguir:

I- Spa Resort/Hotel.
II- Spa Passeio.
III- Spa Naturista.
IV- Spa Holístico.

( ) Estabelecimento localizado dentro de estruturas voltadas para entrete-


nimento ou transporte.
( ) Estabelecimento com foco na promoção da saúde direcionadas ao bem
estar espiritual e equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
( ) Estabelecimento independente localizado dentro de estrutura fixa ho-
teleira que apresente serviços de bem-estar e qualidade de vida, lazer e
entretenimento.
( ) Estabelecimento voltado para práticas tais como: homeopatia, fitotera-
pia, acupuntura e outros, promovendo a saúde por processos naturais
de tratamento e alimentação.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) II – IV – I – III.
b) ( ) III – I – II – IV.

206
c) ( ) I – II – IV – III.
d) ( ) II – IV – III – I.

3 Dentro da parte administrativa de um Spa encontra-se a estrutura técnica.


A estrutura técnica de um spa diz respeito a pessoas que irão trabalhar
naquele espaço. Sobre os profissionais que podem atuar nos spas, assinale
a alternativa CORRETA:

a) ( ) Acupunturistas podem atuar em spas e não é necessária formação específica.


b) ( ) Fisioterapeutas não são capacitados para atuarem em spas.
c) ( ) Terapeutas podem atuar em spas desde que tenham a formação técni-
ca adequada.
d) ( ) Médicos não podem atuar em spas.

4 Para garantir que o Spa continue crescendo e se mantendo sustentável ao


longo dos anos, é necessário estar atento à sua administração. A adminis-
tração do spa pode ser muito complexa, mas é muito importante para a
continuidade do negócio. Sobre a área administrativa de um spa, descreva
o que é o “capital de giro”.

5 Os conceitos relacionados ao dinheiro em um negócio são importantes


para garantir a sua sustentabilidade. Pensando no seu lucro líquido e no
capital de giro, faça uma lista de alguns eventuais gastos não esperados
que você possa ter no seu spa:

207
REFERÊNCIAS
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