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DECISÃO
O autor requereu a concessão de tutela de urgência para a determinar que o réu faça a imediata
estabelecimento de trabalho remoto de todos os servidores que se encontravam nesse regime de trabalho
em 2021, de modo a manter unicamente em regime de trabalho presencial as atividades essenciais assim
declaradas por ato motivado de cada uma das instâncias supervisoras dos trabalhos da CLDF (quais
sejam: Presidência, Vice-Presidência, Primeira-Secretaria, Segunda Secretaria e Terceira-Secretaria) por
um período não inferior a dois meses.
O artigo 12 da Lei nº 7.347 de 24/7/1985 estabelece que o juiz poderá conceder liminar, mas não dispõe
sobre os seus requisitos. No entanto, o artigo 19 estabelece a aplicação subsidiária do Código de Processo
Civil, portanto, além do risco de dano é imprescindível que haja um mínimo de plausibilidade no direito
invocado; requisitos presentes neste caso. Vejamos.
O autor se insurge contra os atos da Câmara Legislativa, quais sejam Ato da Mesa Diretora nº 134 de
2021 (ID 114505134 - Pág. 3) e nº 135 (ID 114505134 - Pág. 4) que revogaram as medidas de combate à
pandemia do coronavirus e, segundo o autor ficariam restabelecidas as normas do ato nº 85 de 2019 (ID
114506767 - Pág. 1).
Indiscutivelmente o país não logrou êxito no combate à pandemia e o número de casos aumentou
consideravelmente desde o final do ano passado gerando um colapso da rede pública de saúde, situação
que não é diferente no Distrito Federal, tanto que o documento de ID 114355107, datado de 20/1/2022,
firmado por medico do trabalho, recomenda a adoção do teletrabalho em razão da pandemia e “pela
elevação, também exponencial, no número de atestados médicos de servidores, estagiários e terceirizados
na CLDF motivados pela Covid-19 comprovados em testes positivos”.
Verifica-se dos atos impugnados que não há uma motivação expressa, portanto, não se sabe o motivo da
revogação das medidas preventivas justamente no período de recrudescimento da pandemia, mas o Estado
e o empregador devem adotar medidas para prevenir a saúde dos servidores e da população em geral (que
circulam ou podem circular pela câmara legislativa), mas esses atos não observaram esse comando
constitucional.
Em face das considerações alinhadas DEFIRO A LIMINAR para determinar a suspensão dos atos da
mesa diretora da Câmara Legislativa nº 134 e 135 de 2021, com restabelecimento dos atos anteriores, até
decisão final.
Citem-se e intimem-se.