Este documento é um pedido de falência movido contra a empresa AM Comércio de Alimentos LTDA pela empresa FM Restaurantes LTDA. A FM Restaurantes alega que a AM Comércio não cumpriu com o contrato de venda do restaurante "O Amigão", abrindo um novo restaurante concorrente que reduziu em 50% o faturamento do restaurante adquirido. Além disso, a AM Comércio figura como devedora em processo trabalhista no valor de R$150.000,00. Diante disso, a FM Restaurant
Este documento é um pedido de falência movido contra a empresa AM Comércio de Alimentos LTDA pela empresa FM Restaurantes LTDA. A FM Restaurantes alega que a AM Comércio não cumpriu com o contrato de venda do restaurante "O Amigão", abrindo um novo restaurante concorrente que reduziu em 50% o faturamento do restaurante adquirido. Além disso, a AM Comércio figura como devedora em processo trabalhista no valor de R$150.000,00. Diante disso, a FM Restaurant
Este documento é um pedido de falência movido contra a empresa AM Comércio de Alimentos LTDA pela empresa FM Restaurantes LTDA. A FM Restaurantes alega que a AM Comércio não cumpriu com o contrato de venda do restaurante "O Amigão", abrindo um novo restaurante concorrente que reduziu em 50% o faturamento do restaurante adquirido. Além disso, a AM Comércio figura como devedora em processo trabalhista no valor de R$150.000,00. Diante disso, a FM Restaurant
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FALÊNCIAS,
RECUPERAÇÕES JUDICIAIS, INSOLVÊNCIA CIVIL E LITÍGIOS
EMPRESARIAIS DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL – DF.
EMPRESA: FM Restaurantes LTDA -ME - adquirente, empreendedora do
“Restaurante Cozinha Mineira” em São Sebastião - Distrito Federal, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 02.004.005/0001-06 - DF, representada pelos (as) sócios (as) e proprietários (as), Sra. Vitória Ramos – RGM - 231831161, brasileira, maior, solteira, nascido em 12/10/1988, comerciante, e pelo (a) Sra. Natália Borges – RGM - 27983064, brasileira, maior, solteira, nascido em 25/11/2000, comerciante, com sede matriz na QND 47 Av. Comercial Norte Lote nº 01- Taguatinga Norte - Brasília, DF, Cep 72120-470, endereço eletrônico: fm_restaurantes@gmail.com, telefone: 3028- 2828, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de sua Advogada Anna Clara da Costa, OAB/DF – RGM – 1423203617, com escritório estabelecido no endereço SGAS 903 – s/nº LT 52 Ed. UDF, Brasília – DF, e-mail anna.clara.costa@hotmail.com, infra assinado, com fulcro no art. 94, incisos I, II e III, da Lei nº 11.101/2005, ajuizar o presente
PEDIDO DE FALÊNCIA
Em face de EMPRESA: AM Comércio de Alimentos LTDA – ME
(alienante), empreendedora do “Restaurante O Amigão” em São Sebastião - Distrito Federal, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.001.002/0001- 03 - DF, representada pelos sócios Sr. José da Silva- RGM 22760067, brasileiro, maior, casado, nascido em 15/01/1980, comerciante, e pelo Sr. Gabriel Carvalho – RGM - 23513128, brasileiro, maior, solteiro, nascido em 29/01/2001, comerciante, com sede matriz na Rua 70 - Avenida Comercial Lote 12 – São Sebastião - Brasília - DF, Cep 71619-050, endereço eletrônico: omigão@gmail.com, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos:
I – DAS RAZÕES DO PEDIDO
Frustrada, FM Restaurantes LTDA, empreendedora do “Restaurante
Cozinha Mineira”, alega que, AM Comércio de Alimentos LTDA, empreendedora do “Restaurante O Amigão”, não cumpriu com o estabelecido no Contrato de Trespasse ora firmado entre si, em abril de 2022, envolvendo todo o conjunto de bens necessários à GAJOVIAN _________ ________ ADVOCACIA & CONSULTORIA transmissão da funcionalidade do estabelecimento empresarial da alienante, inclusive e principalmente, o ponto de comércio, pelo valor de 1.000.000,00 (um milhão de reais). É fato, que em menos de 06 (seis) meses após assinatura do Contrato, em maio de 2022, AM Comércio de Alimentos LTDA, inaugura o “Bar do Amigão”, em um imóvel de sua propriedade, exatamente em frente ao imóvel onde passou a funcionar o “Restaurante Cozinha Mineira”, objeto do referido Trespasse. Além do que, é sabido que o mesmo cardápio, a equipe de cozinha, preços, logomarca e identidade visual que antes eram praticados no “Restaurante O Amigão” hoje se encontram presentes no “Bar do Amigão”. Diante dessa situação, o Adquirente do estabelecimento empresarial notificou extrajudicialmente o Alienante por suposta Concorrência Desleal, aduzindo até mesmo que tal conduta era inclusive tipificada como crime, conforme disposto no art. 195 da Lei n. 9.279/96 - Lei de propriedade Industrial. Alegou ainda, que tal comportamento da Alienante já gerou significativa queda de faturamento, na ordem de 50% (cinquenta por cento) do “Restaurante Cozinha Mineira”. Além do que, relatou que tinha meios suficientes de provas, por meios de vídeos, fotos, flyers, um exemplar de cardápio impresso e prints de cardápio digital de que a clientela que antes consumia no “Restaurante O Amigão”, e que após o Trespasse passou a consumir no “Restaurante Cozinha Mineira”, agora acompanha o “Bar do Amigão”. Em contra partida, o Notificado (AM Comércio de Alimentos LTDA) alegou que oferecia tais produtos apenas por plataformas de comercio eletrônico (como Ifood e Rappi), o que antes do trespasse não realizava, e que empreende em um novo segmento econômico, sendo ele o de "Bar com entretenimento", cuja Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) é distinta da de Restaurantes. Insatisfeito, em nova notificação, sentindo-se lesado por não poder aproveitar plenamente de sua concorrência, FM Restaurantes LTDA afirmou que não honraria as Notas Promissórias emitidas em favor de AM Comércio de Alimentos LTDA, como meio de pagamento do estabelecimento empresarial, com vencimentos para 08 e 12 meses após a assinatura, cada uma no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Em que pese, além da Alienante não ter notificado seus credores, para fins de consentimento destes, acerca da transação dos bens, objeto do Contrato de Trespasse, a Requerida figura como executada no Processo de nº 1234567-12.2015.8.00.0001, que tramita perante a Justiça do Trabalho. O valor desta execução alcança o montante de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), valor este não pago pela executada e nem mesmo foi depositado ou indicado bens à penhora para a solvência de sua dívida. Assim, não resta outra alternativa à Requerente senão requerer a falência da Requerida, com fulcro nas disposições constantes na Lei n° 11.101/2005, o que desde já se requer: GAJOVIAN _________ ________ ADVOCACIA & CONSULTORIA II – DA COMPETÊNCIA
A Requerente, de início, elege este como competente para decidir o presente
caso, atenta ao disposto no art. 3º, da Lei 11.101/05, eis que deixa evidente que a ação é proposta no foro da sede da empresa que se requer a falência, haja vista que o foro competente para julgar ações relativas à ação falimentar é o Juízo de onde se localiza o principal estabelecimento do devedor. E mais, aqui, no âmbito do Distrito Federal, a competência é exclusiva desta Serventia. Assim, estando a ação no foro competente, requer seja dado devido prosseguimento no feito.
III – DO DIREITO III.1 - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Precipuamente, cabe destacar que a decretação da falência ocorrerá
conforme o estabelecido no artigo 94 da Lei nº 11.101/05, reguladas em seus incisos I, II e III. Em conformidade com o disposto no referido art. 94, mais precisamente em seus incisos I, II, e alínea “c” do III, da referida Lei nº 11.101/05, será decretado a falência quando o devedor, sem razão relevante, deixa de pagar, no vencimento, obrigação líquida acima de 40 salários mínimos. Além disso, quando executado, não paga e nem nomeia bens para a penhora: Assim, considera-se falido o devedor que:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; GAJOVIAN _________ ________ ADVOCACIA & CONSULTORIA Nesse sentido, o professor, Marcelo Barbosa Sacramone, dispõe que:
“Além da impontualidade injustificada, pode a falência do devedor ser
decretada se houver frustração da execução. Nos termos do art. 94, II, da LF, o executado por qualquer quantia líquida que não paga, não deposita e não nomeia bens suficientes à penhora pode ter sua falência decretada. É a chamada tríplice omissão do devedor insolvente. (Manual de Direito Empresarial / Marcelo Barbosa Sacramone. – 3. ed. São Paulo : SaraivaJur, 2022.)”
Nesse sentido, ainda:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO DE FALÊNCIA.
DECRETO. TRANSAÇÃO. MENOR. CRÉDITO. NATUREZA INDENIZATÓRIA E ALIMENTAR. DIREITO INDISPONÍVEL E IRRENUNCIÁVEL. ART. 94, II, LEI 11.101 DE 2005. TRÍPLICE OMISSÃO. CONFIGURADA. CERTIDÃO DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. REQUISITOS PREENCHIDOS. DECISÃO MANTIDA. (...) 4. Nos termos do art. 94, inciso II e §4º, da Lei n.º 11.101/2005, possível processar e decretar a falência de devedor que, executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia bens dentro do prazo legal, devendo o pedido ser instruído com certidão expedida pelo juízo da execução. 5. Configurada a tríplice omissão diante do não pagamento, da ausência de depósito e de indicação de bens livres e desembaraçados, tanto nas execuções originárias quant nos autos da falência, deve o decreto falimentar ser mantido. 6. Recurso conhecido e não provido. (Acórdão 1236950, 07202395120198070000, Relator: ANA CANTARINO, 5ª Turma Cível, data de julgamento: 11/3/2020, publicado no PJe: 26/3/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada) (grifou- se)
EMPRESARIAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FRUSTADA. DECRETO DE FALÊNCIA. ADEQUAÇÃO. GAJOVIAN _________ ________ ADVOCACIA & CONSULTORIA 1. Adequado o decreto de falência por execução frustrada de sociedade empresária que, iniciado cumprimento de sentença de obrigação líquida e certa, incorre em tríplice omissão: ausência de pagamento, de depósito ou de indicação suficiente de bens à penhora para satisfazer, nos termos do art. 94, inciso II, da Lei nº 11.101/2005, e, na ação falimentar, não efetiva o depósito elisivo ou indica outros bens aptos a satisfação das execuções. 2. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (Acórdão 1238350, 07235660420198070000, Relator: GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA, 7ª Turma Cível, data de julgamento: 18/3/2020, publicado no PJe: 14/4/2020. Pág.:Sem Página Cadastrada) (grifou-se)
Dessa forma, comprovada a dívida inadimplida, visto que a Requerida, AM
Comércio de Alimentos LTDA, figura no polo passivo de uma execução perante a Justiça do Trabalho no montante de R$ 150.000,00, sendo líquida, certa e exigível, o qual tem valor superior a 40 (quarenta) salários mínimos. Assim como a omissão desta, de não ter notificado seus credores, para fins de consentimento destes, acerca da transação dos bens, objeto do Contrato de Trespasse, entre a Alienante e a Adquirente. Assim sendo, encontram-se presentes todos os pressupostos legais para esta Inicial, razões pelas quais, requer o recebimento e devido processamento do presente Pedido de Falência, com fulcro no art. 94, incisos I, II e III, alínea “c”, da Lei nº 11.101/2005, como medida que se impõe.
IV – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, reque-se que Vossa Excelência:
a) proceda à citação da Ré para, querendo, contestar a presente demanda dentro do prazo legal; b) julgue procedente o pedido, com a consequente decretação da FALÊNCIA da Ré para todos os efeitos jurídico-legais; c) condene a Ré ao pagamento do montante principal, acrescido de juros de mora e correção monetária, custas judiciais e honorários sucumbenciais; Requer-se provar o alegado por meio de prova em direito admitidos, especialmente os que acompanham esta inicial. Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).