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Assinado eletronicamente por MARIA DIORLANDA CASTRO NÓBREGA, em 06/02/2024 às 11:30:01, conforme art.

1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.


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Poder Judiciário do Estado de Sergipe


2ª Vara Cível de Socorro

Nº Processo 201888100288 - Número Único: 0002724-22.2012.8.25.0054


Autor: MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE SERGIPE
Réu: SAULO MENEZES CALASANS ELOY DOS SANTOS FILHO E OUTROS

Movimento: Despacho >> Mero Expediente

Considerando o teor da certidão retro, promovo a regularização da publicação da sentença, com o


afastamento do segredo de justiça.

SENTENÇA

I – RELATÓRIO

O MINISTÉRIO PÚBLICO DE SERGIPE ajuizou AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA em face de FÁBIO HENRIQUE SANTANA DE CARVALHO,
SAULO MENEZES CALASANS ELOY DOS SANTOS FILHO e da AMISE CLÍNICA E
LABORATÓRIO LTDA.

Aduziu que a Prefeitura Municipal de Nossa Senhora do Socorro, por meio da Secretaria Municipal de
Saúde, firmou convênio com a empresa AMISE CLÍNICA E LABORATÓRIO LTDA (CLÍNICA
AMISE), para que esta prestasse os serviços de exame médico nominado como “mamografia”, por meio
do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que no Município de Nossa Senhora Socorro não há
prestação direta, em hospitais ou clínicas próprios públicos ou em outros privados, sendo esta empresa a
prestadora exclusiva destes serviços, de acordo com o Ofício 0910/2012, de 04 de maio de 2012, da
Secretaria Municipal de Saúde.

Ocorre que houve má condução na prestação desses serviços, sendo que exames foram pagos à
prestadora de serviços sem que, de fato, fossem realizados.

Noticia que, em consulta ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES/NET, da


Secretaria de Saúde, a AMISE CLÍNICA E LABORATÓRIO LTDA (CLÍNICA AMISE) encontra-se
cadastrada, mas não há nenhum registro de ter firmado Convênio ou Contrato com o Município de Nossa
Senhora do Socorro, constando ainda que se encontra filiada ao Sistema Único de Saúde/SUS, por meio
de demanda espontânea ambulatorial de média complexidade municipal e também inexiste notícia acerca
da realização de licitação para a contratação da empresa.

Acrescenta que, ao descumprir a Lei n. 8.666/90, também descumpre as regras específicas na área da
saúde, eis que deixa de elaborar projeto básico, bem como de fazer as exigências previstas em institutos
específicos, tal como a Portaria n. 568, de 18 de outubro de 2.010, a qual determina um quadro mínimo
de profissionais para as empresas que desejem atuar na área de diagnóstico por imagem, especificamente
prestando serviços de mamografia.
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Segundo a exordial, os atos ilegais demonstram a conduta improba adotada pelo Prefeito FÁBIO
HENRIQUE SANTANA DE CARVALHO e seu Secretário da Saúde, SAULO MENEZES CALASANS
ELOY DOS SANTOS FILHO, que deveriam ter dirigido o procedimento licitatório e firmado o contrato
ou convênio, bem como fiscalizado a realização dos serviços de saúde prestados pela empresa AMISE
CLÍNICA E LABORATÓRIO LTDA (CLÍNICA AMISE), o que resultou na lesão ao erário municipal e
no locupletamento ilícito por parte dela.

Requereu sejam todos os requeridos condenados, cumulativamente: (i) ao ressarcimento integral do dano;
(ii) à suspensão dos direitos políticos, (iii) ao pagamento de multa civil; (iv) proibição de contratar com o
Poder Público; tudo em conformidade com o art. 12, da Lei n. 8.429/92, bem como seja o valor da
condenação à reparação de danos revertido em favor da entidade pública lesada, conforme disposição do
art. 18 da Lei 8.429/92. Juntou os documentos de fls. 34/1751.

Defesa prévia de AMISE CLÍNICA E LABORATÓRIO LTDA às fls. 866/868; de FÁBIO HENRIQUE
SANTANA DE CARVALHO às fls. 1006/1026 e de SAULO MENEZES CALASANS ELOY DOS
SANTOS FILHO às fls. 1753/1773.

Manifestação do Ministério Público às fls. 1781/1788.

Recebimento da inicial às fls. 1789.

Contestação da AMISE CLÍNICA E LABORATÓRIO LTDA às fls. 1842/1845, através da qual sustenta
que foram realizados 849 e não 1001 exames como afirma a representante do Parquet. Esses 1001
exames trazidos na exordial, decorre do erro de troca de vernáculos em uma informação equivocada da
municipalidade, pois trocou “exames autorizados” com “exames realizados”. Realmente foram
autorizados 1001 exames, porém, só foram efetivamente realizados e pagos 849 mamografias.

Contestação apresentada por FÁBIO HENRIQUE SANTANA DE CARVALHO às fls. 1847/1860


através da qual o requerido sustenta, que estão fora do âmbito da responsabilidade do Chefe do Executivo
todos aqueles atos administrativos que não estejam na esfera direta de fiscalização do gestor, ou ao
menos este tenha a obrigação de fiscalização direta. Afirma que não existe nenhum exame de
“mamografia” pago que não tenha sido efetivamente realizado, ressaltando que consta que foram
“realizadas 1001 (mil e um) exames tipo mamografia”, quando na realidade foi solicitada a realização de
1001 (mil e um) exames de mamografia. Sustenta que o credenciamento da empresa foi formalizado
mediante contrato de adesão, precedido do devido chamamento público, seguindo integralmente o que
determina a norma pertinente à matéria. Refuta a alegação de que houve improbidade administrativa por
violação das Portarias 568 e 531 do Ministério da Saúde.

Contestação de SAULO MENEZES CALASANS ELOY DOS SANTOS FILHO às fls. 1871/1883,
reiterando os argumentos colacionados por Fábio Henrique, no sentido de que não praticou ato ímprobo,
não havendo como afirmar que algum dos exames de mamografia não foi realizado. Alega que a celeuma
instaurada se deve à redação do ofício encaminhado pela Secretaria Municipal de Saúde ao Ministério
Público do Estado de Sergipe.

Réplica às fls. 1902/1911.


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Juntada do processo oriundo do TCE sob o nº 002159/2014 em 23.01.18, sendo as partes intimadas para
manifestação.
Termo de audiência, realizada em 12/12/2019, às fls. 2953.

Inexistindo interesse das partes na produção de outras provas, vieram os autos conclusos para sentença.

É o que importa relatar. Decido.

II – FUNDAMENTAÇÃO

Consta nos autos, em apertada síntese, que a Prefeitura Municipal de Nossa Senhora do Socorro, por
meio da Secretaria Municipal de Saúde, firmou convênio com a empresa AMISE CLÍNICA E
LABORATÓRIO LTDA (CLÍNICA AMISE), para que esta prestasse os serviços de exame médico
nominado como “mamografia”, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que no Município
de Nossa Senhora Socorro não há prestação direta, em hospitais ou clínicas próprios públicos ou em
outros privados, sendo esta empresa a prestadora exclusiva destes serviços.

Há informações, ainda, de que o serviço foi prestado de forma irregular, dada a ausência de licitação
devida, além do suposto pagamento por exames não realizados.

Diante disso, pretende o Ministério Público ver os requeridos condenados, cumulativamente: (i) ao
ressarcimento integral do dano; (ii) à suspensão dos direitos políticos, (iii) ao pagamento de multa civil;
(iv) proibição de contratar com o Poder Público; tudo em conformidade com o art. 12, da Lei n. 8.429/92.

Inicialmente, registro o julgamento do Tema 1199, cuja tese restou assim definida: 1) É necessária a
comprovação de responsabilidade subjetiva para a tipificação dos atos de improbidade administrativa,
exigindo-se - nos artigos 9º, 10 e 11 da LIA - a presença do elemento subjetivo - DOLO; 2) A norma
benéfica da Lei 14.230/2021 - revogação da modalidade culposa do ato de improbidade administrativa -,
é IRRETROATIVA, em virtude do artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, não tendo
incidência em relação à eficácia da coisa julgada; nem tampouco durante o processo de execução das
penas e seus incidentes; 3) A nova Lei 14.230/2021 aplica-se aos atos de improbidade administrativa
culposos praticados na vigência do texto anterior da lei, porém sem condenação transitada em julgado,
em virtude da revogação expressa do texto anterior; devendo o juízo competente analisar eventual dolo
por parte do agente; 4) O novo regime prescricional previsto na Lei 14.230/2021 é IRRETROATIVO,
aplicando-se os novos marcos temporais a partir da publicação da lei.

Assim, à luz das alterações da Lei 14.230/2021, passo a analisar o feito.

O demandado FÁBIO HENRIQUE SANTANA DE CARVALHO sustenta que estão fora do âmbito da
responsabilidade do Chefe do Executivo todos aqueles atos administrativos que não estejam na esfera
direta de fiscalização do gestor, ou ao menos este tenha a obrigação de fiscalização direta.

A despeito de suas alegações, entendo que a indevida dispensa ou inexigibilidade de licitação priva a
administração pública da escolha da melhor proposta, daí a presunção do dano e, por conseguinte, a
responsabilidade do então Prefeito sobre os fatos noticiados nestes autos.
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Nesse sentido:

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO


EM RECURSO ESPECIAL. CREDENCIAMENTO DE CLÍNICA NO SUS. PARTICIPAÇÃO DO
SECRETÁRIO DE SAÚDE. RESPONSABILIDADE DO PREFEITO. ATO ÍMPROBO
CARACTERIZADO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DISPENSA
O PREJUÍZO AO ERÁRIO. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE MULTA CIVIL.1. No que diz
respeito à matéria relativa à competência para o credenciamento perante o SUS, o Tribunal de origem
não se pronunciou quanto ao tema, apesar de instado a fazê-lo por meio dos competentes embargos de
declaração. Nesse contexto, caberia à parte recorrente, nas razões do apelo especial, indicar ofensa ao art.
535 do CPC/1973, alegando a existência de possível omissão, providência da qual não se desincumbiu.
Incide, pois, o óbice da Súmula 211/STJ.
2. Este Superior Tribunal tem reiteradamente se manifestado no sentido de que "o elemento subjetivo,
necessário à configuração de improbidade administrativa censurada nos termos do art. 11 da Lei 8.429
/1992, é o dolo genérico de realizar conduta que atente contra os princípios da Administração Pública,
não se exigindo a presença de dolo específico" (REsp 951.389/SC, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 4/5/2011).

3. Os atos de improbidade administrativa descritos no artigo 11 da Lei 8.429/1992, nada obstante


demandem a presença do dolo genérico, dispensam a demonstração da ocorrência de dano para a
Administração Pública ou enriquecimento ilícito do agente.
4. Segundo o arcabouço fático delineado no acórdão, restou demonstrado que o agravante teve
participação efetiva no credenciamento perante o SUS de clínica da qual o então Secretário de Saúde era
integrante. Diante dessas circunstâncias, a alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem, tal
como colocada a questão nas razões recursais, demandaria, necessariamente, novo exame do acervo
fático-probatório constante dos autos, providência vedada em recurso especial, conforme o óbice previsto
na Súmula 7/STJ.
5. A multa civil consubstancia sanção pecuniária de índole punitiva, sem qualquer cunho indenizatório.
Assim, a aplicação da penalidade não se confunde com a sanção relativa ao ressarcimento integral do
dano causado, motivo pelo qual independe da comprovação da existência de efetiva lesão ao erário.
6. Agravo interno improvido.
(AgInt no REsp 1438048/GO, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 20/04/2020,
DJe 24/04/2020 – grifei).

A seu turno, o demandado SAULO MENEZES CALASANS ELOY DOS SANTOS FILHO afirma que
não praticou ato ímprobo e não há como afirmar que algum dos exames de mamografia não foi realizado,
atribuindo a celeuma instaurada à redação do ofício encaminhado pela Secretaria Municipal de Saúde ao
Ministério Público do Estado de Sergipe.

Quanto à AMISE CLÍNICA E LABORATÓRIO LTDA, também atribui o ocorrido à informação


equivocada da municipalidade, pois trocou “exames autorizados” com “exames realizados”.

Extrai-se dos autos que, após instauração de procedimento administrativo perante o Tribunal de Contas
do Estado de Sergipe, concluiu-se que não há sequer previsão da contratação para realização do exame de
mamografia no instrumento entabulado entre as partes.

Há ainda a constatação das seguintes irregularidades:

- No Edital de Chamamento Público que originou o Contrato de adesão nº 43/2009: ausência do


comprovante de publicação, art. 38 da Lei nº 8.666/93 e do número de ordem em série anual, art. 40,
caput, da Lei nº 8.666/93.
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- No contrato de Adesão nº 043/2009: ausência de Termo Aditivo para acréscimo do exame de


mamografia, art. 65, caput, da Lei nº 8.666/93 e da fonte de recurso pelo qual correrá a despesa, art. 55,
V, da Lei nº 8.666/93; inexistência da informação do art. 3º termo aditivo ao SIASP (Resolução nº 187
/99 do TCE/SE) e de comprovante de publicação do 3º termo aditivo, art. 61, parágrafo único, da Lei nº
8.666/93.
- No contrato 32/2013: ausência de comprovante de publicação resumida do contrato, art. 61, parágrafo
único da Lei n° 8.666/93.

Os requeridos sustentam ter havido equívoco quando da informação de exames realizados e solicitados,
no entanto, além de trazerem informações desencontradas, não juntaram os comprovantes de pagamento
/recebimento individualizados (notas de empenho, fiscais etc) de todas as mamografias realizadas no
período descrito na inicial.

Os demandados não lograram êxito em comprovar que os fatos não se deram como narrados no caderno
processual, e provas anexadas. Portanto, as falhas no processo de contratação restaram evidenciadas.

Cumpre analisar, assim, se tal agir deve ser enquadrado como ato de improbidade administrativa,
passível das punições previstas na legislação correspondente.

Ao agente público impõe-se a estrita obediência aos princípios norteadores da administração pública,
devendo sempre, ao gerir a coisa pública, levar em conta o dever de probidade, lealdade, retidão,
honestidade, impessoalidade, imparcialidade, seriedade, diligência e responsabilidade, sob pena de
macular o princípio da boa-fé objetiva, chamando para si as sanções da Lei de
ImprobidadeAdministrativa.

Os princípios constitucionais são o conjunto de normas que alicerçam o sistema e garantem a sua
validade, são a síntese dos valores precípuos da ordem jurídica, consubstanciados em premissas básicas
que indicam o ponto de partida a ser percorrido.

Na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello: “Violar um princípio é muito mais grave do que
transgredir a uma norma. A desatenção a um princípio implica em uma ofensa não apenas a um
específico mandamento obrigatório, mas a todo um sistema de comandos. É a mais grave forma de
ilegalidade ou inconstitucionalidade, porque representa uma insurgência contra todo o sistema, subversão
de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura
mestra.”

Ao contratar empresa privada para prestar serviços sem a devida obediência à legislação pertinente, em
especial, à Lei de Licitações, feriram o administrador e o Secretário de Saúde os princípios
constitucionais basilares, dentre os quais destaca-se a moralidade, a legalidade e a impessoalidade,
cabendo ao Judiciário o reconhecimento desta violação aos princípios constitucionais da Administração
Pública e a imposição de sanções descritas pela lei de improbidade administrativa.

Violados, portanto, os deveres de probidade, o transgressor estará sujeito às sanções da Lei de


improbidade Administrativa, ainda que não tenha havido enriquecimento ilícito.

Registre-se, por oportuno, que os fatos narrados configuram as condutas descritas no caput do art. 10 da
Lei de Improbidade Administrativa.
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No que diz respeito aos tipos elencados no art. 10, certo é que, extinta a modalidade culposa com a nova
legislação, é preciso que o comportamento do agente público, além de ilícito, contenha o elemento
subjetivo do dolo e que tenha havido perda patrimonial ao erário.

No caso em apreço, inexistindo prova de que os exames de mamografia foram todos realizados (e não
apenas solicitados), houve pagamento em excesso em favor da clínica contratada.

Ao elaborarem contrato administrativo ou convênio, sem a observância da legislação de regência, ambos


os requeridos agentes públicos, de forma intencional, feriram de morte o princípio da legalidade,
incidindo, também, no que prevê o art. 11 da Lei de Improbidade.

Transcrevo as condutas previstas nos artigos 10 e 11, da Lei 8.429/92, com as alterações trazidas pela Lei
14.230/21:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão
dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao patrimônio particular, de
pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art.
1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer
das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço
inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de
mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz respeito à conservação
do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por
meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou
sem observar as formalidades previstas na lei.
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa
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física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a
entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fiscalização e na análise das prestações de
contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a
estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
XXI -revogado
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e
o § 1º, do art. 8º-A, da Lei Complementar 116, de 31/07/2003.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade,
caracterizada por uma das seguintes condutas:
I - revogado;
II -revogado;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco a segurança da
sociedade e do Estado;
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da
sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento ou
de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de
terceiros;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das condições para
isso, com vistas a ocultar irregularidades;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial,
teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas.
IX - revogado;
X -revogado;
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas;
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de publicidade que
contrarie o disposto no § 1º, do art. 37, da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de obras, de serviços ou de
campanhas dos órgãos públicos.

Sendo assim, ajustando-se às condutas dos requeridos às hipóteses previstas nos arts. 10 e 11 da Lei de
Improbidade Administrativa, mister se faz, por via de consequência, a aplicação das sanções cabíveis na
forma e gradação exigidas pela Constituição Federal e legislação de regência.

Ainda, estatuem o art. 37, §4o, da Constituição Federal e o art. 12, II e III da Lei no 8.429/92,
respectivamente:
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CF, Art. 37, § 4o - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Lei no 8.429/92, Art. 12- Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e
das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
(...)
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos,
pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou
de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos;
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos.
Entretanto, a análise do dispositivo constitucional em testilha, há de ser feita de forma sistêmica e
globalizada, com suporte nos princípios constitucionais.

Nessa planura, não se pode olvidar que os princípios constitucionais interligados da razoabilidade e
proporcionalidade, de natureza implícita, são de observância obrigatória na aplicação das medidas
punitivas em geral.

A imposição das sanções elencadas para os atos de improbidade administrativa deve ser razoável, isto é,
adequada, sensata, coerente em relação ao ato ímprobo cometido pelo agente público e suas
circunstâncias, e proporcional, ou seja, compatível, apropriada, pertinente com a gravidade e a extensão
do dano causado.

Nessa mesma linha de ideias, vem trilhando a jurisprudência do STJ, senão vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO CUMULATIVA DAS PENALIDADES PREVISTAS NO ART. 12
DA LEI 8.429/92. INADEQUAÇÃO. NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL
DESPROVIDO. 1. Na hipótese examinada, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul ajuizou
ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra Luiz Carlos Heinze (Prefeito do
Município de São Borja/RS), ora recorrido, com fundamento no art. 11, I, da Lei 8.429/92, em face de
desvio de finalidade de verba orçamentária. Por ocasião da sentença, o ilustre magistrado, após
reconhecer a configuração de ato de improbidade administrativa, aplicou pena de multa, afirmando que
"há de levar em conta a ausência de prejuízo material pelo desembolso do valor destinado à aquisição do
veículo, resumindo-se ele (prejuízo) na burla, que, ao final, não restou demonstrada se procedida de
forma intencional ou culposa" (fl. 179), a qual foi mantida pelo Tribunal de origem. 2. A aplicação das
penalidades previstas no art. 12 da Lei 8.429/92 exige que o magistrado considere, no caso concreto, "a
extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente" (conforme previsão
expressa contida no parágrafo único do referido artigo). Assim, é necessária a análise da razoabilidade e
proporcionalidade em relação à gravidade do ato de improbidade e à cominação das penalidades, as quais
não devem ser aplicadas, indistintamente, de maneira cumulativa. (...)4. Desprovimento do recurso
especial. (STJ, REsp 626204/RS, Rel. Min. Denise Arruda, DJ em 06/09/2007, p. 194)

A análise da intenção do agente é de fundamental importância nesta seara.


Assinado eletronicamente por MARIA DIORLANDA CASTRO NÓBREGA, em 06/02/2024 às 11:30:01, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
Esta comunicação judicial não possui anexos eletrônicos. A conferência de autenticidade do documento está disponível no endereço
www.tjse.jus.br/autenticador, mediante preenchimento do número de consulta pública 2024002471208-32. Fl: 9/10

A meu ver, havendo provas suficientes de que houve má-fé na contratação por parte dos requeridos,
cabível a aplicação das penas da ação de improbidade.

Estabelecidos os parâmetros para a escolha e aplicação das sanções, passo a ponderá-las concretamente.

Antes, porém, registro que as condutas imputadas aos réus são semelhantes, observando-se que, em
relação FÁBIO HENRIQUE, na condição de prefeito, e SAULO, Secretário Municipal de Saúde à época,
responsável pela definição e avaliação da Política Municipal de Saúde, de modo consciente e voluntário,
dispensaram indevidamente a licitação, além do que, embora ocupassem cargos diferentes, ambos
atuavam com elevado grau de responsabilidade dentro da Administração Pública Municipal, exercendo
funções de autoridade.

Assim, aplico a suspensão dos direitos políticos em relação aos denunciados Fábio Henrique e Saulo,
tendo em vista que a violação aos princípios da administração pública representa uma transgressão a todo
sistema jurídico e o ressarcimento do dano causado ao erário.

Em relação à pessoa jurídica, aplico a pena de ressarcimento ao erário e de proibição de contratar com o
Poder Público.

III – DISPOSITIVO

Posto isso, atenta à gravidade dos ilícitos praticados pelos demandados, bem como à finalidade educativa
e moralizadora da decisão judicial na espécie, JULGO PROCEDENTE a pretensão inaugural, para
CONDENAR FÁBIO HENRIQUE SANTANA DE CARVALHO e SAULO MENEZES CALASANS
ELOY DOS SANTOS FILHO pela prática dos atos de improbidade administrativa previstos no art. 10,
VIII e art. 11, V da Lei 8.429/92 e AMISE CLÍNICA E LABORATÓRIO LTDA pela prática dos atos de
improbidade administrativa previstos no art. 10, II da Lei 8.429/92, aplicando aos demandados as
seguintes sanções:

- FÁBIO HENRIQUE SANTANA DE CARVALHO:

1) Suspensão dos direitos políticos por 04 (quatro) anos, nos termos do art. 12, II da Lei 8.429/92;
2) Pagamento de multa civil de 10 (dez) vezes o valor da remuneração percebida por ele, nos termos do
art. 12, III da Lei 8.429/92, a ser atualizado pelo INPC a partir desta data e acrescido de juros moratórios
de 1% (um por cento) ao mês, a partir do trânsito em julgado desta decisão;
3) Ressarcimento ao erário dos valores referentes aos exames não realizados e pagos pelo Município de
Nossa Senhora do Socorro, solidariamente com SAULO MENEZES CALASANS ELOY DOS SANTOS
FILHO, nos termos do art. 12, caput da Lei 8.429/92.

- SAULO MENEZES CALASANS ELOY DOS SANTOS FILHO:

1) Suspensão dos direitos políticos por 03 (três) anos, nos termos do art. 12, II da Lei 8.429/92;
2) Pagamento de multa civil de 5 (cinco) vezes o valor da remuneração percebida por ele, nos termos do
art. 12, III da Lei 8.429/92, a ser atualizado pelo INPC a partir desta data e acrescido de juros moratórios
de 1% (um por cento) ao mês, a partir do trânsito em julgado desta decisão;
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3) Ressarcimento ao erário dos valores referentes aos exames não realizados e pagos pelo Município de
Nossa Senhora do Socorro, solidariamente com FÁBIO HENRIQUE SANTANA DE CARVALHO, nos
termos do art. 12, caput da Lei 8.429/92.

- AMISE CLÍNICA E LABORATÓRIO LTDA:

1)Proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 12, II da
Lei 8.429/92.

Condeno os demandados, solidariamente, ao pagamento das custas processuais.

Caso seja interposto Recurso de Apelação, intime-se a parte Apelada para, no prazo de 15 dias,
apresentar suas contrarrazões, nos moldes do art. 1.010, §1o do CPC.

Caso as contrarrazões do recurso principal ou do adesivo ventilem matérias elencadas no art. 1.009, §1o,
do CPC, intime-se a parte recorrente para se manifestar sobre elas no prazo de 15 dias, conforme o art.
1.009, §2o, do CPC. Se a parte apelada interpuser apelação adesiva, intime-se o ora apelante para
apresentar contrarrazões (art.1.010, §2o do CPC).

Em caso negativo, remetam-se os autos ao E. Tribunal de Justiça deste Estado (art.1.010, §2o do CPC).

Após o trânsito em julgado, dê-se conhecimento deste julgado ao Tribunal de Contas e ao Tribunal
Regional Eleitoral, ambos deste Estado de Sergipe, enviando-lhes cópia desta sentença, e arquivem-se os
autos.

P.R.I.

Documento assinado eletronicamente por MARIA DIORLANDA CASTRO


NÓBREGA, Juiz(a) de 2ª Vara Cível de Socorro, em 06/02/2024, às 11:30:01,
conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

O acesso aos documentos anexados bem como à conferência de autenticidade do


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