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PAULISTA/PE
URGENTE
1. DOS FATOS
A parte autora é moradora de um imóvel situado na Cento e Cinco, nº 168, Jardim Maranguape,
Paulista-PE. CEP. 53.442-040, onde mantém relação de consumo com a parte ré (Contrato n. 7030039178)
(Doc.02), residindo com seu esposo SILVIO BATISTA e sua filha de 06 anos de idade MARIA
JÚLIA.
ADIMPLENTE COM TODAS AS SUAS CONTAS, conforme extrato de débitos, salvo
valor impugnado, atualizado de R$ 4.903,12 (quatro mil novecentos e três reais e doze centavos)
(Doc.04)!
Em meados de Agosto do ano de 2022 a autora foi surpreendida ao receber uma notificação em
que foi acusada injustamente de fraude no medidor de consumo de energia. Na notificação, a
Consecionária informava a realização de vistoria de rotina, da qual a autora jamais tomou conhecimento,
onde supostamente foi constatada LIGAÇÃO DIRETA – AUTO RELIGAÇÃO C/ PERDA. Ocorre
Douto Juízo que na residencia da autora nunca houve ligação direta e tão pouco eventual desligameneto
da energia que possibilitasse a Auto Religação suscitada na referida notificação!!!
Sem comunicação prévia, direito ao contraditório e com sua residência SEM ENERGIA
ELÉTRICA, a Autora e sua família se viu/se ver numa situação de GRAVE EMERGÊNCIA, pois
todos os produtos alimentícios como p. Ex., Carnes, lanches de sua filha etc... estão sem o devido
acondicionamento, além de ter ido dormir na casa de parentes(Doc.06).
2. DO DIREITO
In casu, o procedimento adotado não se aplica, pois o suposto fato gerador acorreu em 22/09/2020,
antes do públicação da RESOLUÇÃO NORMATIVA 1000/2021. Sendo assim, os valores não faturados
e cobrados com fundamento nos arts. 326, 595 e 596 da supracitada Resolução NÃO SE APLICA!
Cumpri destacar que todo processo de aferição da suposta ligação direta se deu SEM O
CONHECIMENTO da consumidora!!!
Resolução Normativa ANEEL nº 414, de 09.09.2010, mas vigente à época do suposto fato gerador,
determina em seu art. 72, II, que a concessionária deverá “promover a perícia técnica, a ser realizada por
terceiro legalmente habilitado, quando requerida pelo consumidor”. E em seu art. 38, §1.º, que “a
concessionária deverá informar, com antecedência mínima de 3 (três) dia úteis, a data fixada para a
realização da aferição, de modo a possibilitar ao consumidor o acompanhamento do serviço”.
Resta evidente que a norma deve ser interpretada de acordo com as disposições do Código de Defesa
do Consumidor, entre eles o direito à informação adequada quanto aos seus direitos (art. 6.º, CDC),
inclusive no que se refere ao acompanhamento da perícia técnica, essencial para o caso em comento
porquanto notória a hipossuficiência técnica da consumidora.
Vale ressaltar que a existência do TOI, por si só, não conduz ao reconhecimento de que o consumo
de energia não foi aferido de maneira regular. De outra banda, eventual teste realizado no laboratório da
concessionária é uma incógnita e não há prova de que consumidor tenha sido notificado para acompanhar os
trabalhos.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
No caso exposto, por se tratar de uma relação de consumo, a reparação se dará independentemente
de o agente ter agido com culpa, uma vez que nosso ordenamento jurídico adota a teoria da
responsabilidade objetiva (Art. 12 do CDC).
Sendo assim, é de inteira justiça que seja reconhecido ao polo ativo o direito básico (Art. 6, VI, do
CDC) de ser indenizado pelos danos sofridos e sua família, em face da conduta negligente da Ré em
INTERROMPER O FORNECIMENTO DE ENERGIA com base em PROCEDIMENTO ERRADO
na apuração regular de fraude no equipamento da Autora.
Em casos semelhantes, já se manifestou o Tribunal de Justiça de Pernambuco:
Nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, havendo elementos que evidenciam a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, será concedida a tutela de
urgência.
Nesse sentido, estando presentes os requisitos elencados no artigo 300 do CPC – probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo –, a parte interessada poderá requerer a
antecipação dos efeitos da tutela.
No caso dos autos, não há dúvida de que a probabilidade do direito resta demonstrada. O fumus
boni iuris consubstancia-se em todos os fatos já relatados e em todo o acervo probatório acostado aos autos,
especialmente diante da AVALIAÇÃO UNILATERAL DA CONCESSIONARIA DE ENERGIA
ELETRICA, não seguindo as normais aplicáveis quanto ao procedimento adotado para apurar suposta
fralde, além de NÃO TER ENVIADO CORRESPONDÊNCIA a usuária para acompanhar a perícia,
Por outro lado, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo também resta demonstrado.
O periculum in mora consubstancia-se especialmente em NÃO UTILIZAR SUA RESIDÊNCIA, diante
da ausência de energia elétrica, não podendo acondicionar seus alimentos sem geladeira, RETORNANDO
A ANTES DA DÉCADA DE 1910, onde em dias amenos de verão - digamos, a 25 graus Celsius -, peixe e
carne duram apenas algumas horas fora da geladeira. Frutas apodrecem em poucos dias e cenouras, com
sorte, talvez sobrevivam por três semanas.
Assim, diante de todo panorama já relatado, é inequívoco que a espera por uma decisão de mérito ao
final do processo gerará, certamente, gravíssimos danos à parte autora, mostrando-se a antecipação de tutela
como uma ferramenta hábil a evitar a ineficácia do provimento final, dada a probabilidade do direito
alegado e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, razão pela qual erguem-se os elementos
autorizativos da concessão da tutela de urgência em caráter liminar.
Destarte, pugna-se pela concessão da tutela de urgência de natureza antecipada, deferindo-se tal
medida liminarmente, para determinar que a parte Ré proceda com o reestabelecimento do fornecimento de
energia elétrica a Autora, sob pena de multa diária de R$ 1.000.00 (mil reais) caso descumpra a ordem.
3. DOS PEDIDOS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial, pericial,
juntada de documentos, oitiva de testemunhas e demais que se fizerem necessárias para o correto
deslinde da demanda.
Atribui-se à causa o valor de R$ 14.903,12 (quatorze mil novecentos e três reais e doze centavos).