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Para se ter uma ideia da parcialidade na condução da CPI, vale destacar que a Comissão
aprovou quase o dobro de requerimentos da oposição do que de requerimentos da base
do Governo ou dos independentes. Além disso, restringiu o acesso de vários documentos
aos membros da CPI, medida que prejudicou consideravelmente a investigação, em
especial, das possíveis fraudes cometidas por estados e munícipios com recursos federais.
Vale destacar, ainda, os abusos cometidos pela CPI durante oitivas e depoimentos, como
a violação às prerrogativas dos advogados e as ameaças de prisão aos depoentes feitas
sob o argumento de que eles estariam mentindo durante suas oitivas, mas que na verdade
apenas não corroboravam para as narrativas da oposição. No caso, do ex-Diretor de
Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, as ameaças de prisão
redundaram em efetiva determinação de prisão pela CPI, que posteriormente, foram
anuladas pela Justiça Federal por falta de elementos que a justificassem.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Em segundo lugar, a decisão exarada pelo STF que assegurou aos Governos Estaduais,
Distrital e Municipais a competência para a adoção ou manutenção de medidas restritivas
durante a pandemia da covid-19 é suficiente para afastar a tese que defende
responsabilizar o Governo Federal por suposta omissão no combate à pandemia, já que a
competência nessa matéria, conforme o entendimento da Suprema Corte, é concorrente
entre todos os entes federados.
Em terceiro lugar, cabe destacar que mesmo diante da decisão proferida pela Suprema
Corte, o Governo Federal deu suporte financeiro e logístico aos estados e municípios. Até
o dia 14 de outubro de 2021, o Governo Federal:
TRATAMENTO IMEDIATO
Em relação a Prevent Senior, em que médicos alegaram ter sido obrigados à receitarem
determinados medicamentos, o fato não possui qualquer conexão com o Governo Federal,
não houve repasse de recursos federais a essa rede nem qualquer subvenção ou
relacionamento do Governo Federal, tratando-se, assim, de relação privada entre a
empresa e os beneficiários.
Considero, contudo, que as ações do Ministério da Saúde, assim como dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, foram feitas no afã de enfrentar a pandemia e salvar o
maior número possível de vidas de brasileiros. Aliás, não se pode afirmar quantas vidas
tenham ou não sido salvar em função de diferentes protocolos adotados, os quais, sem
exceção, tiveram que considerar medicamentos sem comprovação científica comprovada,
pelo chamado tratamento off label.
Logo, o que se conclui é que o trabalho desenvolvido pelo Governo Federal teve como
objetivo o combate à pandemia do novo coronavírus em todas as frentes, seja na
prevenção, para evitar que as pessoas se contaminassem, seja na oferta do melhor
tratamento disponível para os pacientes acometidos pela doença, sem interferir na
autonomia médica de prescrever o tratamento mais adequado a cada caso.
IMUNIDADE DE REBANHO
GABINETE PARALELO
Foram duas ondas de Covid em Manaus. A primeira entre abril e maio de 2020 e a
segunda entre dezembro e início de 2021.
Em relação ao oxigênio medicinal, vale salientar que, apesar de não fazer parte da Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais, durante a pandemia o Ministério da Saúde passou
a fornecer o insumo para auxílio à estados e municípios.
Mesmo assim, tão logo demandado, o Ministério da Saúde agiu, assegurando novos
estoques do insumo. Verdade é, todavia, que a crise já estava instalada. Mas não foi uma
crise surgida de um dia para o outro, ou que poderia ser contornada também de um dia
para o outro. Foram vários meses de inércia administrativa, que, agora, demandava uma
série de medidas de urgência para devolver normalidade ao fornecimento.
AQUISIÇÃO DE VACINAS
A CPI realizou uma série de inquirições para apurar supostos casos de corrupção no
processo de aquisição de vacinas pelo Governo Federal. Entretanto, não foi possível
comprovar, nem pelos depoimentos e nem pelos documentos recebidos pela CPI, o
cometimento de ilícitos e de corrupção na aquisição de vacinas por parte do Governo
Federal.
Já em relação à denúncia feita pelo servidor do Ministério da Saúde, Luís Ricardo, e seu
irmão o deputado federal, Luís Miranda, sobre supostas irregularidades na compra da
Covaxin, entre o Governo Federal e a Precisa Medicamentos, não foi encontrada qualquer
ilegalidade pelos órgãos de controle e fiscalização. As inconsistências nas invoices, tão
faladas durante a CPI, foram corrigidas assim que detectadas. Assim, não houve qualquer
tipo de superfaturamento, ou pagamento antecipado como supunha as denúncias. Ou seja,
não obstante ter havido um contrato firmado, em nenhum momento foi realizada qualquer
tipo de entrega de vacinas, sendo certo que o próprio contrato previa que o pagamento
somente ocorreria após a efetiva entrega. Assim, não tendo havido qualquer tipo de
dispêndio pelo Governo Federal e, posteriormente, tendo sido esse contrato suspenso e,
ao final cancelado, não há que se falar em qualquer tipo de corrupção envolvendo agente
público.
Por fim, o caso da CanSino em que não foi realizada a contratação de compra de vacinas,
nem foi concedida autorização de uso pela Anvisa, e, portanto, não houve irregularidade
administrativa ou financeira do Governo Federal.
Caso emblemático a ser citado foi o do Consórcio Nordeste, formado pelos Estados de
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e
Sergipe, que contratou a Empresa Hempcare Pharma para a aquisição de 300 ventiladores
hospitalares e realizou pagamento antecipado no valor de R$ 48.700.000,00. Cabe
ressaltar que nenhum equipamento foi entregue, nem o dinheiro ressarcido.
Assim, pode-se verificar que o combate à pandemia no Brasil foi – sem sombra de dúvidas
– prejudicado, e por vezes comprometido, pelo cometimento de crimes por Governadores,
Prefeitos e demais gestores públicos e agentes privados nos estados e municípios.
CONCLUSÃO
Durante investigação da CPI da Pandemia, ficou claro que o foco da maioria dos membros
sempre foi atacar o Presidente da República, num claro jogo político e eleitoral. Porém,
as narrativas criadas pela oposição para enfraquecer e condenar o Governo Federal não
foram sustentadas em provas, não restando comprovado em atos, ou omissões ilegais
praticados por autoridades e servidores da Administração Pública Federal no
enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Por outro lado, inúmeros casos de
corrupção nos estados e municípios, investigados pela Polícia Federal e CGU, foram
deliberadamente negligenciados pela CPI.
Assim, não restam maiores dúvidas de que a CPI não se ocupou em apurar as verdadeiras
causas das milhares de mortes de brasileiros, quando do combate à pandemia do Covid-
19, mas apenas taxar o presidente da República como culpado.
Diante todo o exposto, é que apresento esse voto em separado, solicitando à Comissão a
rejeição do Voto do Relator e a adoção integral deste Voto em Separado como Parecer da
CPI da Pandemia, com encaminhamento: