Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
24/06/2021
Número: 0704085-30.2021.8.07.0018
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 5ª Vara da Fazenda Pública e Saúde Pública do DF
Última distribuição : 24/06/2021
Valor da causa: R$ 500.000,00
Assuntos: Sistema Único de Saúde (SUS), Tratamento médico-hospitalar
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Advogados
DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL (AUTOR)
DISTRITO FEDERAL (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
95601665 24/06/2021 INICIAL ACP Polissonografia Petição
12:18
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DE
FAZENDA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL
SCN Q 1 - ASA NORTE, BRASÍLIA - DF, 70711-000 - ED. ROSSI ESPLANADA BUSINESS
SCN Q 1 - ASA NORTE, BRASÍLIA - DF, 70711-000 - ED. ROSSI ESPLANADA BUSINESS
j) Apesar da situação descrita, o Distrito Federal não tem logrado êxito no planejamento
e execução de políticas públicas voltadas para a normalização do atendimento de
polissonografia em proporção equivalente à demanda apresentada, mesmo com
ampla oferta do referido exame na rede privada de saúde.
SCN Q 1 - ASA NORTE, BRASÍLIA - DF, 70711-000 - ED. ROSSI ESPLANADA BUSINESS
A presente ação civil pública tem por objetivo garantir acesso aos
serviços de saúde pelo Sistema Único de Saúde do Distrito Federal, especificamente para
aqueles pacientes com indicação médica para realização de polissonografia.
• Vermelho: 09/05/2019
• Amarelo: 14/11/2018
• Verde: 17/11/2018
• Azul: 14/05/2019
10
Em que pese exista uma previsão para o retorno, não foi indicada data
para que isso ocorra. Ademais, não se pode deixar de observar que a solução apresentada
está longe de regularizar o atendimento, e é absolutamente incapaz de lidar com a
demanda reprimida atualmente regulada. Se imaginarmos a demanda reprimida não
regulada, ou seja, aquela que estou não inserida no sistema SISREG em razão da
interrupção de novas solicitações, a solução apontada é inócua.
Isto porque ainda que sejam realizados 3 (três) exames por noite, sem
que haja qualquer interrupção, seriam necessários mais de dois anos para o atendimento
de todas as solicitações registradas atualmente. Isto sem se computar as solicitações que
deixaram de ser inseridas no Sistema de Regulação no último ano e as prováveis novas
solicitações que deverão aparecer ao longo do mencionado período.
11
12
13
14
15
16
17
18
1
COELHO, I. M.. Intepretação Constitucional. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor,
1997, pp. 97-98.
2
DUTRA, Roberto; CAMPOS, Mauro Macedo. Por uma sociologia sistêmica da gestão de
políticas públicas. Conexão Política, Teresina, v. 2, n. 2, pp. 11-47, ago. dez., 2013, p. 34.
19
3
VIANNA, Luiz Werneck; BURGOS, Marcelo Baumann; SALLES, Paula Martins. Dezessete
anos de judicialização da política. Tempo Social, São Paulo, v. 19, n. 2, pp. 39-85, nov. 2007,
p. 43.
4
Ibidem, p. 44.
5
VIANNA, L. W. et al. A judicialização da política e das relações sociais no Brasil. Rio de
Janeiro: Revan, 2a ed., 2014, p. 43.
6
MENICUCCI, T.; MACHADO, J. Judicialization of health policy in the definition of acess to
public goods: Individual Rights versus Collective Rights. Revista Brasileira de Ciência
Política, v. 4, n. 1, pp. 33-68, 2010, p. 33.
7
SARLET, Ingo W.. Direitos Fundamentais a Prestações Sociais e Crise: Algumas
Aproximações. Espaço Jurídico Journal of Law, Editora UNOESC, Joaçaba, v. 16, n.2, pp.
459-488, jul. dez. 2015, p. 461-462.
20
8
SANTOS, Boaventura de S.. Para uma Revolução Democrática da Justiça. São Paulo:
Cortez, 2007, p. 20.
9
DUTRA, R.; CAMPOS, M. M.. Por uma sociologia sistêmica da gestão de políticas públicas.
Conexão Política, Teresina, v. 2, n. 2, pp. 11-47, ago./dez., 2013, p. 34.
10
SARLET, Ingo. W., op. cit., p. 483.
11
Ibidem, p. 483.
12
UNGER, R. M. The Left Alternative. Nova Iorque: Verso, 2009, p. 65.
21
13
Para estudo sobre a judicialização das políticas públicas educacionais, conferir: MIGUEL
FERREIRA, L. A.; JAMIL CURY, C. R.. A judicialização da educação. Revista CEJ, v. 13, n.
45, p. 32-45, 2009.
14
Para um amplo estudo da judicialização no âmbito da assistência social, conferir:
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. As relações entre o Sistema Único de Assistência Social -
SUAS e o Sistema de Justiça. Brasília: Ministério da Justiça, Secretaria de Assuntos
Legislativos (SAL): IPEA, 2015.
15
Boaventura de Souza Santos, ao se deparar com a judicialização, assevera que “as pessoas,
que têm consciência dos seus direitos, ao verem colocadas em causa as políticas sociais ou de
desenvolvimento do Estado, recorrem aos tribunais para as protegerem ou exigirem a sua
efectiva execução” (SANTOS, B. S.. Para uma Revolução Democrática da Justiça. São
Paulo: Cortez, 2007, p. 29).
16
DUTRA, R.; CAMPOS, M. M., op. cit., loc. cit..
17
BIEHL, J.. Patient-Citizen-Consumers: Judicialization of Health and Metamorphosis of
Biopolitics. Lua Nova, n. 98, pp.77-105, 2016, p. 94.
18
Ibidem, p. 94.
22
19
SARLET, I. W.; FIGUEIREDO, M. F.. Algunas consideraciones sobre el derecho fundamental
a la protección y promoción de la salud a los 20 años de la Constitución Federal de Brasil de
1988. In: COURTIS, C.; SANTAMARÍA, R. (Orgs.). La Protección judicial de los derechos
sociales. Quito: Ministério de Justicia y Derechos Humanos, 2009, p. 256.
23
20
Nesse sentido: MENICUCCI, T. M. G.. Público e privado na política de assistência à
saúde no Brasil: atores, processos e trajetória. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007, p. 292.
21
BRITNELL, M. In Search of the Perfect Health System. Londres/Nova Iorque: Macmillan
Education/Palgrave, 2015, p. 157.
24
22
UNGER, R. M.. Democracia realizada: a alternativa progressista. São Paulo: Boitempo,
1999, pp. 17-18.
23
TUOHY, C. et al. How Does Private Finance Affect Public Health Care Systems? Marshaling
the Evidence from OECD Nations. Journal of Health Politics, Policy and Law, Duke
University Press, v. 29, n. 3, pp.359-396, 2004, p. 388.
25
24
BAHIA, Ligia et al. Private health plans with limited coverage: the updated privatizing agenda
in the context of Brazil's political and economic crisis. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
32, n. 12, 2016, p. 3.
25
Para um exemplo, conferir: DALLARI, S. G. NUNES JÚNIOR, V. S. Direito Sanitário. São
Paulo: Verbatim, 2010, p. 93.
26
SARLET, I. W.. Direitos Fundamentais a Prestações Sociais e Crise: Algumas Aproximações.
In Espaço Jurídico Journal of Law, Editora UNOESC, Joaçaba, v. 16, n.2, p. 459-488, jul.
dez. 2015, p. 471.
27
SARLET, I. W.; FIGUEIREDO, M. F.. Algunas consideraciones sobre el derecho fundamental
a la protección y promoción de la salud a los 20 años de la Constitución Federal de Brasil de
1988. In: COURTIS, C.; SANTAMARÍA, R. (Orgs.). La Protección judicial de los derechos
sociales. Quito: Ministério de Justicia y Derechos Humanos, 2009, p. 252.
28
CIARLINI, A. L. de A. S.. Direito à Saúde: paradigmas procedimentais e substanciais da
Constituição. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 22-23.
26
“Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
27
28
(a) pelo art. 134, da Constituição Brasileira, com a redação que lhe foi
dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014, o qual afirma ser a
Defensoria Pública “instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação
jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de
forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV
do art. 5º desta Constituição Federal”;
(b) pelo art. 114, da Lei Orgânica do DF, segundo o qual “a Defensoria
Pública é instituição permanente e essencial à função jurisdicional do
29
(c) pelo artigo 5º, inciso II, da Lei da Ação Civil Pública (Lei Federal
nº 7.347, de 1985, com a redação dada pela Lei Federal nº 11.448, de
2007), que confere legitimidade à Defensoria Pública para ajuizar ações
civil públicas, cuja constitucionalidade já foi afirmada pelo STF (ADI
3943, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em
07/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-154 DIVULG 05-08-
2015 PUBLIC 06-08-2015);
(d) pelo artigo 4º, inciso VII, da Lei Complementar Federal nº 80, de
1994, que atribui à Defensoria Pública a função de “promover ação
civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a
adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais
homogêneos quando o resultado da demanda puder beneficiar grupo
de pessoas hipossuficientes”;
(e) pelo artigo 4º, inciso VIII, da Lei Complementar Federal nº 80, de
1994, que atribui à Defensoria Pública a função de “exercer a defesa
dos direitos e interesses individuais, difusos, coletivos e individuais
homogêneos e dos direitos do consumidor, na forma do inciso LXXIV
do art. 5º da Constituição Federal”; e
(f) pelo art. 2º, inc. IV, da Lei Complementar Distrital n. 828/2010, que
assegura a prestação de assistência jurídica, por intermédio da
30
31
32
Dizia eu: "Não cabe ao Estado indagar se há ricos ou pobres, porque o que
existe são acusados que, não dispondo de advogados, ainda que ricos sejam,
não poderão ser condenados sem uma defesa efetiva. Surge, assim, mais uma
faceta da assistência judiciária, assistência aos necessitados, não no sentido
econômico, mas no sentido de que o Estado lhes deve assegurar as garantias
do contraditório e da ampla defesa.
Da mesma maneira deve ser interpretado o inc. LXXIV do art.5º da CF: "O
Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos" (grifei). A exegese do termo constitucional não
deve limitar-se aos recursos econômicos, abrangendo recursos
organizacionais, culturais, sociais.
(...)
33
7. DA TUTELA DE URGÊNCIA:
34
35
7. DOS PEDIDOS
36
37
38
39
40
41