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ÍNDICE

PÁGINA

 O Direito – Fundamentos e Origem ....................................................................... 03


 Moral e Direito ........................................................................................................ 04
 Direito Público e Privado ........................................................................................ 06
 Definições ................................................................................................................ 07
 Noções sobre Estado e Nação .................................................................................. 07
 Os Bens e o Patrimônio ........................................................................................... 09
 Fatos Jurídicos – Aquisição, Defesa e Perecimento dos Direitos ........................... 10
 Atos Jurídicos .......................................................................................................... 10
 As Pessoas – O Direito das Coisas e a Posse .......................................................... 13
 Direito das Coisas .................................................................................................... 14
 Propriedade – Direitos e Obrigações ....................................................................... 18
 Direitos Reais sobre Coisas Alheias ........................................................................ 21
 Obrigações ............................................................................................................... 21
 Contrato ................................................................................................................... 24
 Títulos e Agentes de Crédito ................................................................................... 26
 Direito e Legislação ................................................................................................. 29
 A Prevenção é um Direito ....................................................................................... 33
NOÇÕES BÁSICAS

O DIREITO – FUNDAMENTOS E ORIGEM

A questão de saber o que é Direito e qual é sua essência, pertence à filosofia. Transcende o objeto de
um curso de Direito Civil. Apresentamos então, cinco escolas ou correntes doutrinárias, que procuram
explicar a origem do Direito:

I – Escola de Viena: Chefiada por Hans Kelsen, afirma que o Estado é a


personificação do Direito ou da Ordem Jurídica.

II – Escola Alemã (Hegel e Lhering): Pretende a supremacia do Estado sobe o Direito.

III - Escola do Direito Natural: Criada pelos pensadores dos séculos XVII e XVIII, sustenta
a idéia de que existe um Direito não escrito, com base na
natureza do homem.

IV – Escola Histórica de Savigny: Cuida de demonstrar que o Direito é um produto da história e


não do raciocínio que nasce das relações sociais.

V – Teoria do Direito Divino: Segundo a qual, a lei humana vem a ser uma decorrência ou
uma inspiração de lei de Deus.

Não há dúvida de que o Direito nasceu com o homem e, com ele, evoluiu, apesar de Hegel e de
Lhering ensinarem que o Direito decorre da criação do Estado e somente existe a partir do dia em que o
Estado constituído o tornou obrigatório.
A teoria do Direito Natural, segundo a qual o homem nasce livre, com direitos individuais inerentes à
sua personalidade, sofreu sérias restrições, em fase da necessidade da existência de um poder maior que
imponha a limitação recíproca dos direitos individuais.
A jurista francês, Léon Duguit, classifica em dois grupos as doutrinas do Direito Individual e as
doutrinas do Direito Social. Al lado do fato natural de que o homem nasce com direitos à vida e a uma
existência condigna, a realidade presente é a de que direito é produto da sociedade e existe em virtude dela e
para protegê-la, assegurando-lhe o respeito aos direitos individuais de seus membros.
As chamadas doutrinas do Direito Social são as que predominam, dado o fato incontestável de que o
processo legislativo se apóia mais no direito de todos do que no Direito Individual.
A liberdade segundo Duguit, “é um direito, mas não uma prerrogativa que acompanha o homem pelo
fato de ser homem. a liberdade é um direito porque o homem tem o dever de desenvolver a sua vitalidade
individual tão complemente quanto lhe seja possível, porque sua atividade individual é fator essencial da
solidariedade por divisão do trabalho. Tem, por conseguinte, o direito de desenvolver livremente a sua
atividade, mas, ao mesmo tempo, só possui esse direito na medida em que consagra a sua própria atividade à
realização da solidariedade social. A liberdade, assim compreendida, recebe um fundamento inabalável, pois
ela, estão, só consiste na liberdade de se cumprir o dever social”.
MORAL E DIREITO

O Direito Moral coincide em que ambos destinam-se a regular a conduta humana, são constituídos por
normas que se dirigem à atividade do homem. a moral é unilateral e o direito bilateral. A moral impõe ao
sujeito apenas direitos para com ele mesmo, subjetivos e, por isso, unilaterais. O direito, pelo contrário, põe
sempre dois sujeitos frente a frente, no sentido de que o permitido a uma não pode ser impedido pelo outro.
Diz-se que a moral respeita a vida interior dos indivíduos e o direito a vida exterior.
A moral e o direito, embora realidades distintas, estão internamente ligados, já porque tem um mesmo
fundamento na ordem deontológica ou de dever ser, já que tem como objeto regular a conduta humana:
coincidência parcial visto que a moral regula toda a conduta humana e o direito quando se relacionam peo
menos dois sujeitos.

DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

O Direito Público regula as relações entre diferentes órgãos do estado ou entre os estados, refere-se ao
direito do grupo.
O Direito Privado dirá respeito às relações dos cidadãos entre si ou entre eles e o estado, mas fora do
exercício do poder do império, refere-se ao direito do indivíduo. Suas normas são imperativas ou coativas,
contem uma ordem a que todos devem sujeitar-se e são absolutas, não podendo ser derrogadas pela vontade
das partes.
A intervenção do estado, na vida econômica e social, vai alargando as fronteiras do Direito Público,
substituindo a atividade privada, regulamentando-a ou até modificando a situação de bens patrimoniais
privados.

DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO

O Direito Subjetivo protege o indivíduo, os seus direito pessoais, como o autor, da propriedade e o de
ir e vir. Ao contrário, o Direito Objetivo visa a disciplinar as relações do homem vivendo em sociedade,
aplicando sanções aos que se desviarem da norma jurídica, inclusive daquelas que protegem o Direito
Subjetivo.
O Direito Subjetivo é um interesse de ordem material ou moral, reconhecido pelo Direito Objetivo, o
qual garante, ao seu titular, o poder de praticar os atos necessários para protegê-lo ou para obter a satisfação
deste interesse. É o poder da ação. É o conjunto de prerrogativas de que uma pessoas é titular, no sentido de
obter certo efeito jurídico, em virtude da regra de direito.
Direito Objetivo é a regra do Direito, a regra imposta ao proceder humano, a norma de comportamento
a que o indivíduo deve submeter-se, o preceito que deve inspirar sua atuação.

FONTES DO DIREITO

São os meios pelo quais se formam ou estabelecem as normas jurídicas.


Podem ser classificadas d várias formas. Entre elas citamos:

Fontes Diretas (ou imediatas): Aquelas que pela sua própria força são suficientes para gerar a regra
jurídica. São a Lei e o Costume.
Fontes Indiretas (ou mediatas): Não possuem a virtude das fontes diretas porém, encaminham os
espíritos, mais cedo ou mais tarde, à elaboração da norma. São a Doutrina e a Jurisprudência.

DEFINIÇÕES

Lei: É a fonte primordial do direito. É a norma imposta pelo estado e tornada obrigatória na sua
observância, assumindo forma coativa.
Ela deve emanar do poder competente sob pena de perder a obrigatoriedade e deixar de ser direito.
Este poder competente é legislativo, a quem cabe a sua formulação que tem a colaboração do poder
executivo através da sanção, da promulgação e da publicação.
Sanção: É o ato pelo qual o executivo manifesta sua aquiescência à lei elaborada pelo legislativo.

Promulgação: É o ato pelo qual o chefe de estado atesta, perante o corpo social, a existência da lei
ordenando o cumprimento dela.

Publicação: É o meio adotado para tornar a lei conhecida.


CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS

Quanto à sua Natureza: Podem ser substantivas (leis de fundo) ou adjetivas (as de forma). Ex.: as
leis de processo em relação às leis de processo em relação às leis de fundo são chamadas de adjetivas.

Quanto à sua Origem Legislativa: Federais, estaduais e municipais.

Quanto a quem se dirigem: Podem ser gerias (código civil, código de processo civil, etc.), especiais
(código comercial, CLT, etc.) ou individuais (a lei que concede pensão a alguém, por exemplo).

Quanto aos efeitos: Imperativas, proibitivas, facultativas e punitivas.

Quanto à Natureza do Direito: Constitucionais, administrativas, penais, civis e comerciais.

De Conformidade com a Lei Básica: Constitucionais ou inconstitucionais.

O COSTUME

Deriva da longa prática uniforme da geral e constante repetição de determinado comportamento.


Sua legitimidade vem dessa reiteração, que produz a tendência à conformidade geral, transformando-
se em ordem autoritária do ente coletivo.
São condições indispensáveis à vigência do costume:

a) Sua continuidade;
b) Sua uniformidade;
c) Sua diuturnidade;
d) Sua moralidade;
e) Sua obrigatoriedade.

A DOUTRINA

Nos dias atuais, a doutrina conserva apreciável valor. Torna-se ela através dos pareceres dos
jurisconsultos, dos ensinamentos, dos professores, das opiniões dos tratadistas e dos trabalhos forenses. Por
seu intermédio, depura-se e cristaliza-se o melhor critério, interpretativo, a servir de guia para o julgado e de
boa orientação para o legislador.

A JUSRISPRUDÊNCIA

Conjunto dos princípios de Direito seguidos num país em certa matéria, numa determinada época;
maneira especial de interpretar e aplicar as leis...

A HIERARQUIA DAS LEIS

É a Constituição o diploma maior, também chamada de Carta Magna, que organiza o estado,
estabelecendo as suas funções próprias.
Chamamos leis constitucionais aquelas que emendam a Carta Magna, versando matéria que lhe diz
respeito.
As demais leis são ordinárias. Sua característica primordial é o respeito ao sistema estabelecido pela
lei maior. Sua inspiração é a utilidade e a conveniência. Seus momentos criadores são: a iniciativa, as
discussões, a votação, a sanção, a promulgação e a publicação.

NOÇÕES SOBRE ESTADO E NAÇÃO

Estado é a nação politicamente organizada.


Sempre que numa sociedade surge um poder encarregado de estabelecer a ordem jurídica, o estado
aparece.

Elementos que constituem o estado:

1 – Território: Compreendido pelo Solo, Subsolo, Águas Territoriais e Espaço Aéreo, é a base física
do estado. As propriedades dos solo e do subsolo são distintas, quando este possui riquezas minerais. Certas
riquezas estão sob o monopólio estatal, como o petróleo no Brasil, e outras somente podem ser exploradas
mediante concessão ou autorização do poder público. Águas Territoriais: compreendem uma faixa partindo
da costa, mar adentro, suficiente para a defesa e segurança do estado. Seu conceito é dado pelo Direito
Internacional, mediante convenção entre os Estados. Também o conceito de Espaço Aéreo é dado pelo
mesmo ramo do Direito.

2 – Povo: É o grupo social que vive em determinado território, unificado pela mesma origem étnica.
Povo e Nação se distinguem. No conceito de nação prevalece o fato de possuírem, aqueles que a constituem,
as mesmas tradições e os mesmos ideais.

3 – Governo: É o órgão ao qual compete exercer a soberania nacional.

4 – Ordem Jurídica: É representada pelo direito.

Há uma moderna tendência do uso como sinônimas as expressões “Corpo Político” e “Estado”,
chegando inclusive a Segunda a suplantar a primeira.
O corpo político ou sociedade política é o todo. O estado é uma parte, parte principal deste todo. O
objetivo específico do estado é a manutenção da lei, o fomento do bem-comum e da ordem pública e a
administração dos negócios públicos.
Na realização do seu objetivo, o estado recebe do corpo político e do povo a autorização para usar o
poder e a coação.

GOVERNO: NOÇÕES E FORMAS

Formas de governo:

Monarquia: É o governo de um só, com lei (tirania).

Aristocracia: É o governo de uma classe social, escolhida pela sua bravura, inteligência, cultura ou
condição social (oligarquia).

Democracia: É o governo constituído pelo povo e exercido em seu nome (demagogia).

Nas repúblicas podemos encontrar os sistemas:

Presidencial: O Presidente da República exerce o poder executivo, auxiliado pelos ministros de


estado. Tem mandato certo.
Parlamentar: O poder executivo é exercido por um conselho de ministros ou gabinete chefiado pelo
Primeiro Ministro. Este gabinete é aprovado pelo parlamento e deixa de governar, se o parlamento aprovar
contra ele um voto de desconfiança.

OS BENS E O PATRIMÔNIO

Bem é todo valor material ou imaterial que serve de objeto a uma relação jurídica.
Bem e Coisa não se confundem. Certos bens imateriais não tem avaliação econômica (vida, honra,
liberdade, etc.).
A coisa é sempre material, podendo ser fixada em termos monetários.

Classificação dos bens:

Bem Móvel: É todo aquele que, sem destruição ou dano, se desloca de um lugar para outro por força
própria ou alheia. O bem móvel que tem movimento próprio chama-se movente (os animais, por exemplo).

Bem Imóvel: Aquele que não pode ser deslocado de um lugar para outro sem destruição, fratura ou
dano.

Bem Imóvel por Acessão Física: Aquele que se incorpora ao solo de modo permanente. Ex.: as
construções.

Bem Imóvel por Acessão Intelectual: Tudo quanto o homem incorpora ao imóvel para sua
comodidade, aformoseamento ou exploração industrial.

Bem Imóvel por Disposição Legal: Aquele assim considerado em lei. Ex.: as apólices da dívida
pública gravada com a cláusula da inalienabilidade.

Bem Consumível: Todo aquele cuja utilização acarreta a imediata perda da substância. Ex.: os
gêneros alimentícios.

Bem Divisível: Todo aquele que pode ser dividido em todo perfeito. Ex.: um terreno loteado.

Bem Fungível: Todo aquele que pode ser substituído por outro da mesma espécie, quantidade ou
qualidade. Ex.: o dinheiro.

Bem Público de Uso Comum: Todo aquele que pertence à coletividade, tendo o estado sobre ele
simples poder de administração. Ex.: ruas, praças, estradas, avenidas, etc.

Bem Público de Uso Especial: O que possui uma destinação específica. Ex.: edifícios públicos.

Bem Público Dominical: O que à União, aos estados e aos municípios. Ex.: fábricas, fazendas
agrícolas, terrenos da marinha, etc.

Bem Coletivo: Uma reunião de coisas singulares. Ex.: discoteca, rebanho, etc.

Bem Principal: Aquele que existe independentemente do outro.

Bem Acessório: Aquele cuja existência depende de um Bem Principal. Ex.: os frutos que ainda não
foram colhidos.

Bens corpóreos e incorpóreos.


Corpóreos: Bens dotados de existência física.
Incorpóreos: Os que, embora de existência abstrata ou ideal, são reconhecidos pela ordem jurídica,
tendo para o homem valor econômico.
As coisas corpóreas são objetivo de compra e venda, enquanto que as incorpóreas susceptíveis de
cessão.

Bens de Família: o bem de família é a relação jurídica de caráter específico, já que a finalidade do
instituto é a proteção da família, proporcionando-lhe abrigo seguro.
A ocupação e o uso para residência são essenciais ao bem da família; este há de ser um prédio
residencial, urbano ou rural. O bem da família é inalienável e impenhorável.

Fatos Jurídicos – Aquisição, Defesa e Perecimento dos Direitos.

Fato Jurídico: É acontecimento natural, independentemente da vontade interna.


São os acontecimentos em virtude dos quais nascem, subsistem e se extinguem as relações jurídicas.

Todos os direitos, seja qual for sua natureza, procedem de algum fato, positivo ou negativo, normal ou
anormal, instantâneo ou de elaboração progressiva.
Subsistem, através do seu exercício, ou de sua defesa. Extinguem-se, quando ocorre alguma
circunstância, prevista em lei, capaz de acarretar-lhes o procedimento. Pois bem, esses acontecimentos em
lei, capaz de acarretar-lhe o perecimento. Pois bem, esses acontecimentos, de que decorrem o nascimento, a
subsistência e a perda dos direitos, contemplados em lei, denominam-se Fatos Jurídicos.
Dentre esses fatos, dos quais uns são de ordem natural, alheios à vontade humana, ou, para os quais,
essa vontade apenas concorre de modo indireto, podemos destacar o nascimento, a nacionalidade, a
interdição, e a morte, em relação à pessoa natural; o desabamento de um edifício, o abandono do álveo pelo
rio, a aluvião e a avulsão em relação às coisas; o decurso do tempo, o caso fortuito e a força maior, em
relação aos direitos em geral.

Nota

Álveo: Superfície que as água cobrem sem transbordar para o solo natural-enxuto-leito do rio.

Aluvião: Acréscimo que sucessiva e imperceprivelmente se formam para a parte do mar ou rio,
podendo formar ilhas-inundação-enxurradas-depósito de cascalho, areia de argila deixados pelas águas.

Avulsão: quando uma força súbita da corrente arrasta parte considerável e reconhecível do prédio
arrojando-a sobre outro prédio-extração violenta-arranco.

Classificação dos Fatos Jurídicos

Quanto a sua natureza: São positivos ou negativos. Ex.: positivo a morte de uma pessoa. Negativo a
inexistência de uma dívida, a qual, entretanto, foi paga pelo suposto devedor, dando assim, origem à
repetição do indevido (Código Civil, art. 964).

Quanto a maneira pela qual se produzem.


Instantâneos: Como o caso fortuito ou força maior.
De Elaboração Progressiva: como o usucapião e a prescrição extintiva.

Quanto a sua normalidade são .


Naturais Ordinários: Como o decurso do tempo.
Naturais Extraordinários: Como o inesperado desabamento de um edifício.

Aquisição dos Direitos

I – Adquirem-se os direitos mediante ato do adquirente ou por intermédio de outrem.


II – Pode uma pessoa adquiri-los para si, ou para terceiros.
III – Dizem-se atuais os direitos complemente adquiridos em futuros os cuja aquisição não se acabou
de operar.

Classificam-se os vários meios aquisitivos dos direitos em:

Ordinários: onde a aquisição e independente de interposição de outra pessoa; o adquirente faz seu
bem, que lhe não é transmitido por quem quer que seja. São modos originários de aquisição a ocupação e a
acessão.

Derivados: a aquisição tem como pressuposto um ato de transmissão por via do qual o direito
transfere do transmitente para o adquirente, como a transcrição e a herança.

Defesa dos Direitos através de Ação Judicial:

Outra resultante dos fatos jurídicos é a substância ou conservação dos direitos. Subsistem estes através
de seu exercício pelo respectivo titular. Normalmente esse exercício não sofre impugnação. Contestado,
porém, aí estará o germe daquela doença, que se chama lide.
Dispõe o Código, no art. 75: “A todo direito corresponde uma ação, que o assegura”.
Não há direito sem ação.
O meio normal para fazer respeitar o direito violado ou simplesmente ameaçado, é a Ação Judicial,
por via da qual se recorre à autoridade judiciária competente para restabelecer o direito violado, ou proteger
o direito ameaçado, reprimindo assim o atentado cometido, ou em vias de cometer-se.

São condições essenciais para o exercício da ação: o direito, o interesse, a qualidade e a capacidade
(art. 76 do Código Civil).
O interesse moral diz respeito à honra, à liberdade, ao estado da pessoa, ao decorro e à profissão.
O interesse moral só autoriza a ação quando toque diretamente ao autor, ou à sua família (Cód. Civil,
art. 76, parágrafo único).
O interesse deve ser legítimo, direto e imediato.

Perecimento dos Direitos:

Numa vez adquiridos, perduram os direitos enquanto não sobrevem causa capaz de eliminar algum ou
todos os seus Elementos Constitutivos (sujeito, objeto e tutela legal).
O direito não se extingue pelo não-uso, salvo na hipótese prevista pelo art. 710, nº III, do Código
Civil.

Esclarece o art. 78 que entende-se que pereceu o objeto do direito:

I) Quando perde as qualidades essenciais, ou o valor econômico. Ex.: o campo invadido pelo
mar.
Quando o objeto perde o valor econômico. Ex.: é o que sucede com as cédulas de dinheiro,
quando recolhidas.

II) Quando se confunde com outro, de modo que não se possa distinguir. Ex.: mistura de líquidos
e sólidos, bem como a justaposição de uma coisa à outra.

III) Quando fica em lugar de onde não possa ser retirado. Ex.: no caso da pérola que cai no fundo
do rio ou do animal selvagem, que, depois de apreendido, retorna à liberdade primitiva.
Parte Especial

Na parte especial, o Código prevê diversos casos particulares de extinção:

a) A perda da posse (art. 520).


b) A perda da propriedade imóvel (arts. 589 e 590).
c) A resolução do domínio (art. 647).
d) A extinção das servidões (arts. 708 e 710).
e) A extinção do usufruto (art. 739).
f) A extinção do penhor (art. 802).
g) A extinção da hipoteca (art. 849).

A todos eles podemos acrescentar a prescrição, que extinguindo a ação, faz desaparecer o direito, pela
inexistência da tutela legal, para não falar na caducidade, que atinge o próprio direito.

Decadência e Prescrição

A finalidade destes institutos é estabelecer a segurança nas relações jurídicas, esses atingem o
exercício dos direitos por decurso do tempo, fazendo parecer os direitos.
Opera-se a decadência quando, se a lei marca um prazo para o exercício de determinada faculdade
jurídica e ela não é exercida dentro deste prazo.
A prescrição consiste no impedimento irrogado a um titular, pelo decurso do tempo, de axigir a
prestação decorrente de lesão de direito. A prescrição sempre é antecedida por uma lesão de direito, que
defere ao titular a faculdade, o direito subjetivo, de compor o prejuízo. Se não faz dentro de determinado
tempo, a lesão convalesce (art. 177 código civil).

Atos Jurídicos

Ato Jurídico é o acontecimento voluntário, fruto da inteligência e da vontade, querido e desejado pelo
interessado.

Tipos de Atos Jurídicos

1 – Atos Lícitos: são aqueles praticados em conformidade com a lei, resultados de:
a. Simples ações humanas: positivas ou negativas.
b. Declarações de vontade: negócios jurídicos.

2 – Atos Ilícitos: são aqueles que se praticam em descompasso com o direito positivo e podem incidir
na órbita cível, penal ou ambas, ao mesmo tempo. Classificam-se em:
a. Ilícitos Cíveis.
b. Ilícitos Penais: delitos ou quase delitos.

Os Atos Jurídicos também podem ser classificados:


a. Quanto ao tempo: inter-vivos ou causa mortis.
b. Quanto às vantagens: gratuitos ou onerosos.
c. Quanto à vontade: bilaterais ou unilaterais.
d. Quanto à forma: solenes ou informais.

Explicando cada classe temos:

Atos inter-vivos: Aqueles que se praticam para produzir efeitos em vida dos contratantes. Ex.: o
mútuo ou a locação de imóvel.
Atos causa mortis: aqueles que projetam a vontade do agente além de seu falecimento. Ex.: o
testamento, o legado, etc.
Atos gratuitos: aqueles que concedem vantagens sem impor ônibus ao sujeito ativo da relação
jurídica. Ex.: o reconhecimento de filho ou comodato (empréstimo de imóvel).
Atos onerosos: aqueles que incluem deveres recíprocos, ao lado das faculdades que criam. Ex.:
compra e venda, locação e mútuo.
Atos unilaterais: os que procedem de declaração unipessoal de vontade ou plural, mas dirigida em um
mesmo sentido. Ex.: promessa de recompensa ou renúncia à herança.
Atos bilaterais: aqueles que demandam declarações contrastantes de vontade, como nos contratos, de
um modo geral.
Atos solenes: aqueles que se praticam em estrita observância à liturgia processual ou legal, sob pena
de nulidade.
Atos informais: aqueles outros que atingem seus objetivos sem necessidade de estrita atenção à
forma.

Direitos dos Atos Jurídicos

O ato jurídico pode Ter comprometida sua perfeição por defeitos que ora incidem sobre a vontade dos
declarantes, ora fazem com que o mesmo se desvie do caminho legal ou da boa fé, em prejuízo de terceiros.
Arrolamos entre os primeiros: o erro e a ignorância, o dolo e a coação.
Entre os segundos, a simulação e a fraude contra credores.
O erro é a noção falsa que vicia a manifestação da vontade. Na ocorrência do erro, este torna o ato
passível de anulação.
A ignorância seria o completo desconhecimento.
Em ambos os casos, a iludida vontade do agente leva-o à prática de ato que não praticaria se
devidamente ciente da circunstância real, ou ele o prestaria por outra forma.
Dolo é um artifício que leva alguém a praticar um ato que lhe é, na verdade, prejudicial, embora
aparentemente proveitoso, e vai beneficiar o autor do dolo, a um terceiro.
No dolo, a má fé está sempre presente.
Coação pode ser física ou psíquica. A primeira impede que a vontade se manifeste, anulando-se
completamente. Havendo coação física, o ato é nulo.
A coação psíquica age apenas sobre o espírito, pelo que, na sua apreciação, leva-se em conta a maior
ou menor possibilidade de resistência da parte do agente.
Simulação, nela funciona duas vontades: uma ostensiva e outra oculta. A vontade oculta, que é real,
não é manifestada, sendo substituída pela vontade ostensiva, que é enganosa (art. 102 do Código Civil).
Fraude é todo ato prejudicial a credor, porque acarreta a insolvência do devedor ou já é praticado em
estado de insolvência.

As Pessoas – O Direito das Coisas e a Posse

Das Pessoas

 Capacidade Civil
 Capacidade Jurídica

Somente as Pessoas podem ser sujeitos de direito.


Este sujeito divide-se em:

Ativo: é o titular do direito.


Passivo: é aquele que deve cumprir a obrigação.

A Personalidade (a Capacidade de Direito) é atribuído essencial das pessoas e é definida como a


aptidão para adquirir direitos e obrigações na ordem jurídica.
A Capacidade de Fato consiste na aptidão do indivíduo para exercer, por si mesmo direitos e
obrigações na ordem jurídica. É atingida com a maioridade ou com emancipação, portanto, o indivíduo pode
possuir a capacidade de direito sem que haja adquirido a capacidade de fato.
Embora a personalidade civil do homem comece com o nascimento com vida e termine com a morte, a
lei protege os interesses do nascituro, que é o ser gerado, mas que ainda não nasceu.
As pessoas se dividem em dois grupos (Código Civil, Livro I, títulos e II):
Pessoas Naturais e/ou Físicas (Cap. 1, art. 2 a 12).
Arts. 2 e 3 – Todo homem é capaz de direitos e obrigações civis independente de sua nacionalidade.
Art. 4 – No nascimento com vida, começa a personalidade civil do homem.
Art. 5 – Absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
a) Menores de 16 anos;
b) Loucos de qualquer espécie;
c) Surdos-mudos que não possam se comunicar;
d) Ausentes, declarados por ato do Juiz.
Art. 6 – Relativamente incapazes:
a) Maiores de 16 anos e menores de 21 anos;
b) Pródigos: (não podem emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar e ser
demandado sem curador);
c) Silvícolas.
Art. 7 – A capacidade absoluta ou relativa é suprida pela forma do Art. 84, ou seja: As pessoas
absolutamente incapazes serão representadas pelos pais, tutores ou curadores. As relativamente incapazes
serão pela forma dos Artigos 7, 233, 242, 248 nº V, 426 nº I, 459 e 463.
Art. 9 – Aos 21 anos completos, termina a menoridade, passando o indivíduo a ser plenamente capaz.
A menoridade cessará para o menor, nos seguintes casos:
a) Concessão do pai;
b) Concessão da mãe, se o pai for morto;
c) Sentença do Juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 18 anos;
d) Casamento;
e) Exercício de emprego público efetivo;
f) Colação de grau científico em curso de ensino superior;
g) Com estabelecimento comercial ou civil com economia própria.

Pessoas Jurídicas (Cap. II, art. 13 e 42)


Art. 13, 14 e 16 – As pessoas jurídicas são de Direito Público Interno (União, Estados, Municípios e
Distrito Federal) ou Externo; e Direito Privado (1 – Sociedades Civis, Religiosas, Morais, Científicas ou
Literárias, Associações de Utilidade Pública e as Fundações. 2 – Sociedades Mercantis).
Art. 15 – As pessoas jurídicas Direito Público são civilmente responsáveis por atos de seus
representantes que, nessa qualidade, causem danos a terceiros.
Art. 17 – A quem os estatutos designaram, caberá representar, ativa e passicamente, as pessoas
jurídicas, em caso contrário pelos seus diretores.
Art. 18 – A existência da pessoa jurídica privada começa com a inscrição dos contratos, atos
constitutivos, estatutos com compromissos no registro peculiar regulado por lei especial, ou com autorização
do Governo.
Art. 19 – Deve constar no registro:
a) Denominação, fins e sede;
b) Modo de Administração e Representação;
c) Possibilidade de reforma do estatuto;
d) Grau de responsabilidade dos membros pelas obrigações sociais;
e) As condições de extinção e o destino do patrimônio, nesse caso.
Art. 20 – As pessoas jurídicas tem existência distinta da dos seus membros. As sociedades, agências,
estabelecimentos de seguros, montepios e caixas econômicas só podem se constituir com prévia autorização
estadual, se funcionarem em um só Estado e Federal, se funcionarem no Distrito Federal ou em mais de um
Estado.
As pessoas jurídicas privadas, que, por falta de autorização ou de registro, não poderem assim, ser
reconhecidas, não podem acionar a seus membros nem a terceiros mas estes, podem acioná-las.
Art. 21 – Fim da existência da pessoa jurídica pela dissolução:
a) Deliberado entre seus membros, salvo direito da minoria e de terceiros;
b) Quando a lei determinar;
c) Por ato do Governo que lhe casse autorização, quando incorra em atos opostos aos seus fins ou
nocivos ao bem público.
Art. 22 e 23 – Destino dos bens após a dissolução:
a) Sociedade de fins econômicos – sócios ou herdeiros;
b) Sociedade de fins não econômicos – se o estatuto não dispuser quanto ao destino ulterior e não
tendo os sócios deliberado eficazmente sobre o assunto.
Devolve-se o patrimônio a um estabelecimento municipal, estadual ou federal.
Art. 24 – Da criação. O seu instituidor, por escritura pública ou testamento, faz-lhe doação especial de
seus bens livres, especificando o fim a que se destina e declarando opcionalmente a maneira de administrá-
la.
Art. 25 – Se os bens doados forem poucos para constituírem a fundação, serão convertidos em títulos
da dívida pública, se outra coisa não dispuser o instituidor, até que, somados aos rendimentos ou novas
dotações perfaçam o capital bastante.
Art. 26 – As instituições são veladas pelo Ministério Público Local.
Art. 27 – A pessoa designada pelo instituidor para aplicar deve formular logo, de acordo com suas
bases, os Estatutos da Fundação projetada.
Art. 28 - É mister para se alterar os estatutos da fundação:
a) Seja deliberado pela maioria absoluta dos componentes para gerir e representar a fundação;
b) Que não contrarie o fim deste;
c) Que seja aprovado pela autoridade competente.
Art. 29 – A minoria vencida na modificação dos estatutos poderá, em um ano, promover-lhe a
nulidade, recorrendo ao juiz competente, salvo direito de terceiros.
Art. 30 – Sendo nociva ou impossível a manutenção de uma fundação ou vencido o prazo de sua
existência, o patrimônio será incorporado a outras fundações de fins iguais ou semelhantes, salvo disposição
em contrário.
Art. 31 – O lugar onde a pessoa natural se estabelece com ânimo definido é o domicílio civil.
Art. 32 – Se a pessoa natural tem diversas residências ou vários centros de ocupação habitual, qualquer
um deles é considerado seu domicílio.
Art. 33 – “O local onde for encontrado” é o domicílio da pessoa natural que não tenha residência
habitual ou viva viajando sem ponto centrar de negócios.
Art. 34 – Muda-se o domicílio, transferindo a residência com intenção manifesta de o mudar.
Art. 35 – O domicílio da pessoa jurídica é:
a) Da União – Distrito Federal;
b) Dos Estados – respectivas capitais;
c) Do município – local onde funciona a administração municipal;
d) Demais pessoas – local onde funcione a respectiva diretoria e administração as que elejam
domicílio especial, nos estatutos e atos constitutivos.
Art. 36 – Os incapazes tem por domicílio o do seu representante e da mulher casada o domicílio do
marido, salvo se estiver desquitada ou lhe competir a administração do casal.
Art. 37 – Os funcionários públicos tem domicílio onde exercem suas funções.
Art. 38 – O militar em serviço ativo tem domicílio no lugar onde servir.
Art. 39 – Oficiais e tripulantes da Marinha Mercante tem o domicílio no lugar onde estiver
matriculado o navio.
Art. 40 – O preso ou desterrado tem domicílio no local onde cumpre a sentença ou desterro.
Art. 41 – O ministro ou agente diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito
Federal ou no último porto do território brasileiro, onde esteve.

Direito da Coisas

As coisas constituem o domínio ideal do objeto de direito. Tudo aquilo de ordem material sobre o qual
o homem exerce seu domínio na satisfação de suas necessidades, quer pelo uso direto, quer mediante troca
pode ser objeto de direito. Constitui bem material, tudo aquilo que possa ser delimitado no espaço, sujeito à
vontade humana e suscetível de avaliação monetária.

Divisão Tradicional de Coisas

Corpóreas: Dotadas da existência física, perceptíveis pelos sentidos.


Incorpóreas: Tem existência abstrata ou ideal, mas reconhecidas pela ordem jurídica.
Móveis: Podem ser removidas por movimento próprio, ou por força alheia.
Imóveis: O solo com sua superfície, seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores
e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo; tudo quanto o homem possa incorporar permanentemente ao
solo, como a semente lançada, os edifícios e construções, de modo que não possa retirar sem destruição,
modificação, fratura ou dano. Há também imóveis por disposição de lei, como os direitos reais sobre
imóveis, as apólices de dívida pública oneradas com a cláusula de inabilidade e o direito à sucessão aberta.
Tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver intencionalmente empregado em sua exploração industrial,
aformoseamento ou comodidade, são coisas imóveis por natureza.
Divisíveis: Podem se partir em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito.
Indivisíveis: As que não suportam o fracionamento das divisíveis.
Consumíveis: As que se extinguem com o primeiro uso.
Inconsumíveis: As qie proporcionam uso reiterado, sem destruição da sua substância.
Fungíveis: Os móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade.
Infungíveis: Os que não podem ser substituídos da mesma forma que os fungíveis.
No Comércio: São as susceptíveis de apropriação e as legalmente inalienáveis.
Presentes: As que já existem.
Faturas: As que dependem de condição resolutiva ou fato futuro.

Posse

É o exercício de fato, pleno ou não, de algum dos poderes do domínio, ou da propriedade. Pode ser
justa ou injusta, violenta, clandestina, precária, de boa fé ou de má fé. A posse é um poder de fato protegido
juridicamente, que se exerce sobre uma coisa.
A posse corresponde a um estado de fato e pode o possuidor usar a coisa e dela fruir prescindindo,
para sua defesa, de qualquer título. A posse é um poder de fato e a propriedade um poder de direito.

Propriedade – Direitos e Obrigações

A Propriedade

É o poder de dispor da coisa e utilizá-la livremente e de usufruir os seus frutos.


O conteúdo do direito de propriedade consiste no conjunto de poderes que o proprietário tem sobre a
coisa.
A propriedade, que é o mais amplo dos direitos reais, em geral, atribui ao seu titular, principalmente,
as faculdades de usar, gozar e dispor da coisa. Mas, essas faculdades podem sofrer limitações de tal ordem
que o conteúdo do direito de propriedade se reduz a mero título jurídico. Apesar disto, o direito de
propriedade persiste, e, extinta a causa destas limitações, ele automaticamente readquire o seu conteúdo. A
esse fenômeno dá-se o nome Elasticidade do Domínio.
Essas limitações podem decorrer da vontade do proprietário, de causa natural ou da lei.
A propriedade é o direito mais amplo ou extensivo que se possa imaginar a cerca de uma coisa. Deve-
se proceder reconhecendo que a coisa tem uma conotação econômica que lhe é peculiar.
O direito de propriedade é essencialmente econômico. Distinguem-se dois elementos ou duplo aspecto
na propriedade:
- Elemento externo ou econômico: uso, fruição e disposição.
- Elemento externo ou jurídico: a defesa.

A coisa pode ser encarada no ponto de vista jurídico e econômico (senhoria).


A coisa tem uma finalidade econômica que logo é reconhecida. Adequar a coisa a essa destinação
econômica é usar.
Se da coisa se extraírem frutos ou produtos dá-se a Fruição.
Se dispõe da coisa (alienando a coisa) há a Disposição.

Usar, Fruir e Dispor compõem a Senhoria

Condomínio

É o direito de propriedade comum, exercido por duas ou mais pessoas.


Diz-se que há comunhão jurídica, quando um direito pertence a duas ou mais pessoas.
Essa comunhão ou surge sem que haja interferência da vontade dos sujeitos ou deriva da vontade
deles. No condomínio há uma pluralidade de direitos de propriedade, tendo cada condômino uma cota ideal
da coisa indivisa.

Direitos Reais sobre Coisas Alheias

Enfiteuse: É o contrato pelo qual o proprietário transfere o domínio útil da propriedade a outrem,
mediante pagamento de um aluguel, chamado foro.

Servidão Predial: É do direito real sobre coisa alheia, inalienável e limitado no tempo, que atribui ao
seu titular as faculdades de uso e fruição de coisa alheia inconsumível, permanecendo inalterada a sua
substância e destinação econômico-social.

Uso: É um direito real, intransferível concedido a alguém (o usuário). Para a utilização de coisa alheia
inconsumível, sem alteração de sua substância ou de sua destinação econômico-social.

Habitação: É um direito real autônomo, intransferível, que atribui ao seu titular, temporariamente, no
máximo, pela duração de sua vida, a faculdade de habituar casa alheia ou de alugá-la a terceiro.

Hipoteca: É a sujeição de bens imóveis do devedor a favor do credor, em garantia do pagamento de


uma dívida, sem, contudo, tirá-la da posse de seu legítimo dono.

Penhor: É a garantia constituída em favor do credor sobre coisa imóvel ou mobilizável do devedor.

Anticrese: É a cessão de direitos de perceber frutos e rendimentos de um imóvel que o devedor faz em
favor do credor, em garantia de uma dívida.

Obrigações

O Direito da obrigação está previsto no Livro III do Código Civil Brasileiro.


As obrigações dividem-se em:
a) Obrigação de Dar Coisa Certa: significa a não obrigatoriedade do credor de receber outra coisa,
ainda que mais valiosa, que não seja a que lhe é devida.
b) Obrigação de Dar Coisa Incerta: que será indicada, ao menos, pelo gênero e quantidade.
c) Obrigação de Fazer: quando o credor não é obrigado a aceitar de terceiro a prestação, quando dor
convencido de que o devedor o faça pessoalmente.
d) Obrigação de Não Fazer: que se extingue desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do fato, que se obrigou a não praticar.
e) Obrigações Alternativas: nas quais a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
f) Obrigações Divisíveis e Indivisíveis: nas quais ainda que a obrigação tenha por objeto prestação
divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim
não se ajustou.
g) Obrigação Solidária: em que a solidariedade não se presume, pois resulta da lei ou da vontade das
partes.

Contrato

O contrato faz lei entre as partes.


Contrato é o acordo de vontades, expresso ou tácito, manifestado por duas ou mais pessoas, tendo
como fim o mesmo objeto.
Podem ser:
Públicos: quando o Estado é uma das partes contratantes.
Particulares: quando é feito por pessoas de direito privado.

Podem ser Civis ou Comerciais de acordo com as pessoas interessadas.


Dividem-se em:
Compra e venda, doação, troca, locação, empréstimo, depósito, gestão de negócios, de sociedade, da
constituição de renda, de seguro, da fiança, de trabalho e outros.

Contrato de Compra e Venda

Quando um dos contratantes se obriga a transferir para outro o domínio de certa coisa e outro a pagar-
lhe certo preço em dinheiro por este domínio.
Dentre as causas especiais à compra e venda destacamos:
a) Retrovenda: permite ao vendedor reservar-se o direito de recobrar, em certo prazo, o imóvel que
vendeu, restituindo o preço mais as despesas feitas pelo comprador.
b) Da Venda a Contento: que se reputará feita sob condição suspensiva, se no contrato não se lhe
tiver, dado expressamente o caráter de condição resolutiva. As obrigações do comprador, que
recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são de comandatário, enquanto não manifeste
aceitá-lo. Se o comprador não fizer declaração alguma dentro do prazo, reputar-se à perfeita a
venda, quer seja suspensiva a condição ou resolutiva, havendo-se, no primeiro caso, o pagamento
do preço como expressão de que aceita a coisa vendida.
c) Preempção ou Referência: que impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa
que aquele vai vender ou dar em pagamento para que este use de seu direito de preleção na
compra.
d) Pacto de Melhor Comprador: que consiste no fato de que o contrato pode ser desfeito se, dentro
de certo prazo, aparecer quem ofereça maiores vantagens.
e) Do Pacto Comissório: que consiste em poder o vendedor exigir, caso não seja pago o preço até
certo dia, a dissolução do contrato.

Comodato-Mútuo-Empréstimo

Comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.


Perfaz-se com a tradição do objeto. Opera-se o comodato quando alguém recebe de outrem poderes
para, em seu nome, praticar atos, ou administrar interesses.

Mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutante o que dele
recebeu em coisas do mesmo gênero, quantidade e qualidade. Pelo depósito voluntário, alguém recebe como
depositário um objeto móvel, para guarda, até que o depositante o reclame.

Fiança é um contrato através do qual uma pessoa se obriga por outra a cumprir certa obrigação,
perante o seu credor, caso o devedor não o faça.

Títulos e Agentes de Crédito

Títulos de Crédito

São os instrumentos que viabilizam uma operação de crédito sem a circulação de numerário ou que
concedem esse numerário, numa necessidade presente, contraída uma obrigação futura.
São, portanto, títulos especiais, representativos de direitos creditários e transmissíveis de pessoa para
pessoa, constituindo direitos certos e determinados, revestidos de garantias jurídicas.
Portanto intermédio desses instrumentos é que grande quantidade de riquezas futuras passam a circular
antecipadamente, sob a forma de títulos negociáveis.
Dentre os vários títulos de crédito, enumeramos alguns diretamente ligados à utilização pela pessoa
física, na obtenção ou operação de crédito:
a) Duplicata de Fatura: funciona como instrumento na venda mercantil a prazo. Sua existência está
vinculada à confiança depositada na pessoa do comprador, seu natural sacado.
b) Letra de Câmbio ou Cambial: é uma ordem de pagamento, à vista ou à prazo, que uma pessoa ou
instituição dirige a outra para pagar a terceiro.
c) Nota Promissória: é uma promessa de pagamento emitida a favorecido certo. Como instrumento
de crédito, vincula diretamente o devedor ao credor, constitui compromisso solene pelo qual
alguém se obriga a pagar a outrem, certa soma em dinheiro.
d) Cheque: ordem de pagamento à vista de quem o emite a quem o porta (portador). Se nominal,
restringe o pagamento à pessoa em favor da qual foi emitido. Pressupõe um depósito prévio de
numerário disponível. Principais espécies de cheque: nominativo, ao portador, cruzado, visado e
administrativo.
e) Debênture: é um título de crédito ao portador. Emitido em séries uniformes, por sociedades
anônimas, contra garantia do seu ativo. Vencem juros e possuem prazo certo para resgate.
f) Letra Hipotecária: representa os empréstimos hipotecários de longo prazo, cuja soma
corresponde à soma nominal dos títulos.
g) Certificado de Depósitos Bancários: são títulos negociáveis representativos de um depósito a
prazo fixo. Vence juros e correção monetária entre a compra e a venda. Emitidos tanto por bancos
comerciais, como de investimentos. Como promessa de pagamento à ordem, podem ser
transmitidos por endosso, datado e assinado pelo seu titular com indicação do nome e com a
qualificação do endossatário.

Muitos outros títulos de utilização mais específica, como os Certificados de depósito de ações, títulos
de crédito à exportação, cédula de crédito industrial, entre outros, figuram nas diversas modalidades de
transações creditícias operadas em nosso país.

Classificação Geral dos Títulos de Crédito

Em função dos vários critérios oferecidos pela doutrina para classificação dos títulos de crédito, pode
ser apresentado o seguinte quadro geral:

a) Quanto à Relação Fundamental: causais e abstratos.


b) Quanto ao Titular: ao portador, nominativos e à ordem.
c) Quanto à Prestação: contra dinheiro e contra mercadorias.
d) Quanto ao Prazo: à vista e a prazo (médio, longo e curto).
e) Quanto à Nacionalidade: nacional e estrangeiro.
f) Quanto ao Emitente: públicos e privados.
g) Quanto ao Campo de Atuação: mercado de capitais e extra-mercado.
h) Quanto à Ordem: principais e acessórios.
i) Quanto à Emissão: definitivos e provisórios.
j) Quanto ao Número: individuais r seriados.

Agentes ou instituições de crédito

Dentre vários agentes e instituições, destacamos:


I. Instituições financeiras públicas;
II. Instituições financeiras privadas bancárias;
III. Instituições financeiras privadas não bancárias;
IV. Particulares (pessoas físicas e sociedade comerciais).

Endosso

É forma particular de alienação de coisa móvel. Trata-se de forma específica de transferência dos
títulos de crédito, feita pelo dono legítimo do crédito para outrem.
Processa-se pela oposição da assinatura do endossante.
Quando o endosso menciona o nome da pessoa do novo credor (endossatário), chama-se endosso em
preto, e quando não o menciona, endosso em branco.
É uma declaração unilateral de vontade e tem, como efeito, transferir o título.

Aval

É a garantia de pagamento que uma pessoa assume, de solver o título, na falta de cumprimento por
parte do devedor.
Avalista é aquele que garante o pagamento de um título, assinando-o também.
Avalizado é a pessoa em favor de quem foi dado o aval.
Aceitante é a pessoa que reconhece uma dívida representada por um título de sua responsabilidade.
Emitente é o que emite um documento e é sempre o credor, exceto na promissória.

Aceite

É uma declaração cambial do sacado de concordância com a ordem e a promessa que se contém na
letra de câmbio, proveniente do saque feito sacador. É, assim, uma declaração do sacado. Só ele pode ser
aceitante, lançada no próprio título, geralmente, no anverso da letra, consistente, apenas na sua assinatura ou
antecedida de uma expressão significativa. As fórmulas são expressas pelas palavras aceito, aceitamos,
pagarei, honrarei, etc.

DIREITO E LEGISLAÇÃO

Direito: “Conjunto de normas gerais e positivas que regulam a vida social”.

Normas: Regras, preceito.

Direito Objetivo: É a regra de direito, a regra imposta ao proceder humano, a norma de


comportamento a que o indivíduo deve se submeter, o preceito que deve inspirar sua atuação. A respectiva
observância pode ser compelido mediante coação. O direito objetivo designa o direito enquanto regra (Just.
Est. Norma agendi). O direito é a norma ditada aos particulares e pela qual a estes se impõe certa atuação,
que pode consistir num comportamento positivo, ou preceito, por exemplo: o pagamento de uma dúvida, ou,
negativo, por exemplo: o impedimento matrimonial (artigo 183 do código civil).
Direito Subjetivo: É o poder. São prerrogativas de que uma pessoa é titular, no sentido de obter certo
efeito jurídico, em virtude da regra de direito. A expressão designa apenas uma faculdade reconhecida à
pessoa, pela lei e que lhe permite realizar determinados atos. É a faculdade que, para o particular, deriva da
norma. (Jus est. Facultas agendi).

Público Constitucional
Internacional Administrativo
Privado
Eleitoral
Positivo Penal
Público
Tributário
Ambiental
Trabalhista
DIREITO Penal
Nacional Processual
Civil
(ou Interno)

Civil
Privado
Natural Comercial
Lei Conceito
“É um Preceito comum obrigatório emanado do poder competente e provido de sanção”.
(Washington de Barros Monteiro)
Fato Social
Todos os processos de interação humana são fatos sociais. São ações e reações que se realizam entre
as consciências dos indivíduos, visando as finalidades comuns.
Os acontecimentos de que decorrem o nascimento, a substância e a perda dos direitos, contemplados
em lei, denominam-se Fatos Jurídicos.

CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO

Artigo 442 CLT: “Contrato Individual de Trabalho é o acordo tácito ou expresso correspondente à
relação de emprego.
Único: qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo
empregatício entre elas e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.

Necessidades Básicas com o Salário Mínimo.


Habitação
Alimentação
Transporte
Vestuário
Higiene
Saúde
Educação
Necessidades Primárias
Necessidades Secundárias
Necessidades Terciárias

Artigo 170 CLT: “As edificações deverão obedecer os requisitos técnicos que garantam segurança
aos que trabalhem”.

Artigo 171 CLT: “Os locais de trabalho deverão Ter, no mínimo 3 (três) ,etros de pé direito, assim
considerada a altura do piso ao teto.
Obs: Menos, se obedecidas as condições de iluminação”.

Artigo 175 CLT: “Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada natural ou
artificial, apropriada à natureza da atividade.

DO CONFORTO TÉRMICO

Artigo 176 CLT: “Os locais de trabalho deverão Ter ventilação natural, compatível com o serviço a
ser realizado”.

Artigo 178 CLT: “As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas
dentro dos limites fiscalizados pelo ministro do trabalho”.
DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Artigo 179 CLT: “O ministério do trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas
especiais a serem observadas relativamente às instalações elétricas, em qualquer das fases de produção,
transmissão e distribuição ou consumo de energia”.

Artigo 180 CLT: “Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar
instalações elétrica”.

Artigo 181 CLT - Socorro: “Os que trabalham em serviços de eletricidade ou instalações elétricas
devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico”.

Artigo 177 CLT – Agasalhos (Frio e Calor): “Se as condições de ambiente se tornarem
desconfortáveis em virtude de instalações geradoras de frios ou de calor, será obrigatório o uso de
vestimenta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas anteparos, parede dupla, isolamento
térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as irradiações térmicas”.

Artigo 184 CLT – Máquinas e Equipamentos: “As máquinas e equipamentos deverão ser dotados
de dispositivos de partida e parada e outros que se fizeram necessários para a prevenção de acidentes do
trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental”.
Obs: reparos, limpeza e ajustes somente com máquinas paradas.

Artigo 6º XXVII – Constituição Federa: “Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do


empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado quando incorrer em dolo ou culpa”.

Artigo 72 CLT: “Nos serviços permanente de mecanografia (datilografia, escrituração e cálculo) a


cada período de 90 minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 minutos reduzidos da
duração normal do trabalho”.

C.F

CLT

PORTARIAS

A PREVENÇÃO É UM DIREITO

Existe uma frase famosa: “Prevenir acidentes é dever de todos” – que sinaliza todo um processo de
conceitos equivocados. O correto é pensar que a segurança do trabalho é um direito inalienável de todo
trabalhador. O trabalhador, do mais especializado ao operário mais humilde, tem direito – que não pode ser
suprimido por ninguém – a um trabalho seguro que não ofereça riscos à sua vida ou integridade. A vida, a
saúde e a integridade não podem estar à disposição do operário, até porque os salários, em geral, mas
remuneram os serviços prestados pelo trabalhador. Essa é a base das idéias que quero expor.
Atuando em equipe, na Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho da CPFL, recorri a profissionais
de outras formações como pedagogos, psicólogos, estatístico e sociólogos, para conseguir efetivamente
perceber e entender todos os ângulos do assunto. Acredito sinceramente que aprendi muito e que muito
ainda existe para ser aprendido.
A preocupação em continuar aprendendo e discutindo o assunto, no momento em que estou afastado
de uma atuação direta na área de saúde ocupacional, fez com que me dispusesse a expor sua idéias e
experiências vividas. Surgiu assim a idéia deste livro. Pretendo, com ele, ampliar a discussão de um assunto
que, além de apaixonante, tem uma importância muito grande, ainda não descoberta e considerada no mundo
do trabalho.
É importante considerar que, para todos nós, o ser humano acaba sendo quase uma abstração, pois,
exceto nos cursos de Antropologia, Psicologia e Estudos Sociais, estudamos o ambiente, os minerais, a
fauna, a flora, as máquinas, a matemática, a física, a química, a biologia etc, mas nunca o homem como ser
social e sua integração com isso tudo. Assim, a preservação da vida, da saúde e da integridade humana é
confiada ao mero instinto de sobrevivência; sobreviver, para o trabalhador, algumas vezes significa arriscar
a vida na busca de um salário que lhe permita acesso aos meios mínimos para permanecer vivo.
Geralmente, a postura dos profissionais especializados em segurança do trabalho (engenheiro e
técnico), fruto da própria filosofia dos cursos de formação, tem sido a de colocar como dever, para os
trabalhadores, a prevenção de acidentes. Entendo que a segurança do trabalho deve ser vista de forma
sistêmica no processo de organização e administração do trabalho, isto é, a questão deve ser tratada de todos
os ângulos – da empresa, os técnicos das diversas profissões e dos empregados – e, mais, a segurança deve
ser pensada desde a concepção e o planejamento de um projeto até o seu funcionamento. Além disso, o
trabalhador deve ser o centro das atenções no processo de envolvimento necessário, para efetivamente
produzir com segurança.
A regulamentação legal é o instrumento mais usado para garantir a observação e o cumprimento de
qualquer costume. No caso segurança do trabalho, o papel da lei é fundamental, em especial nos países
subdesenvolvidos. O tema das condições de trabalho envolve, todavia, uma série de dados técnicos, que
devem ser introduzidos na própria lei ou em normas técnicas às quais a lei faz referência.
A presença de dados técnicos na lei cria mais uma dificuldade para o entendimento da legislação. A
interpretação da lei, normalmente, requer o concurso de advogados; neste caso, também o de médicos e
engenheiros. Com isso, a segurança no trabalho que, por ser do interesse de todos, deveria ser facilmente
entendida e praticada com base no instinto de preservação da saúde, acaba virando assunto para especialista.
Em conseqüência, existe grande dificuldade para sua assimilação por parte de empresários, gerentes,
dirigente sindicais, pelos próprios trabalhadores e mesmo pelos fiscais do ministério público incumbidos de
verificar o ser cumprimento. No Brasil, essa dificuldade coloca a lei de prevenção de acidentes entre aquelas
muitas que não “colocam”, isto é, aquelas que são total ou quase totalmente ignorada, fator que acaba
colaborando para que as condições de trabalho sejam ruins.

BOMBEIRO NO BRASIL

BOMBEIRO: Pessoa treinada e capacitada que presta serviços de prevenção e atendimento a emergências,
atuando na proteção da vida, do meio ambiente e do patrimônio.
NBR: 14608/07

No Brasil o serviço de bombeiro mais conhecido é o mililtarizado. Porém também existe o bombeiro civil; o
qual é empregado nas empresas (normalmente nas brigadas de incêndio) ou participa de atendimento público
como voluntário ou contratado, ou ainda como funcionário municipal. No Brasil existem mais de 5.500
municípios e, destes, menos de 350 possuem bombeiros militares. A solução, principalmente na região sul
do país, tem sido os bombeiros civis, que atuam como voluntários em ONGs. No Estado do Paraná existe o
Projeto Bombeiro Comunitário, que é uma parceria entre o Estado do Paraná e os municípios, onde o
governo estadual fornece viaturas, o financiamento para a construção dos Postos de Bombeiros e coloca à
disposição um bombeiro militar (sargento), pertencente ao Corpo de Bombeiros, que será o responsável pelo
treinamento do efetivo, realização de vistorias técnicas e organização geral do posto; e as prefeituras
municipais colocam à disposição funcionários municipais, denominados Agentes de Defesa Civil. O projeto
se destina aos municípios que possuem um índice menor de ocorrências, para dar uma primeira resposta no
combate a incêndios à população destes municípios. Para se tornar um bombeiro militar é preciso prestar
concurso público e passar por um curso de formação. Já para ser bombeiro voluntário faz-se necessário
procurar um Corpo de Voluntários e submeter-se a um treinamento básico para poder desempenhar as
atividades.
Na maioria dos estados do Brasil o Corpo de Bombeiros Militar é autônomo. Somente nos estados de São
Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia são vinculados administrativamente ao Comando da Polícia
Militar e à Secretaria Estadual de Segurança Pública. No estado do Rio de Janeiro o Corpo de Bombeiros
Militar está vinculado à Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil.
O Bombeiro Civil existe como profissional nos grandes centros desde os idos anos de 1960, principalmente
nas grandes montadoras automobilísticas e metalúrgicas.Como voluntário desde 1835. Para ser um
Bombeiro Civil a pessoa precisa ser aprovada em um curso de formação regido preferencialmente pela NBR
14608 da ABNT e recentemente pela Lei 11.901 de 12 de Janeiro de 2009. Existem várias escolas em todo
pais e poucas sérias, mas ainda não existe regulamentação aprovada (alguns projetos de lei são expressivos),
dando margem a ilegalidades pouco ou nada combatidas. Certo é que o Bombeiro Profissional Civil, já
conquistou muitos avanços, entre eles a NBR 14608 da ABNT e sua Menção na IT 17 Item 5 do Decreto
Estadual 46076 de 2001 que culminou com a Lei 11.901 acima mencionada. Um dos grandes desafíos do
bombeiro profissional civil no Brasil é a união, bem como ser dotado de aparelhamento e especilaizações
como o bombeiro militar, uma vez que ao contrário daquele, este tem que pagar por sua especialização. Não
a obtem às custas do estado. Há grande referência no apoio ao Bombeiro Civil, está no trabalho feito pelo
Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, que passou a avaliar e credenciar o Bombeiro
Civil em atuação naquele estado.

Bombeiros Profissionais Civis

São bombeiros privativos de grandes empresas industriais, portuárias, aeroportuárias, ou florestais; os quais
são vocacionados para a actuação especializada no seu ramo de actividade. Exemplos disso são: ANA
Aeroportos; Auto Europa; Hotel Meridien Lisboa; TAP;dentre outros. Lei dispõe sobre a profissão de
bombeiro civil Diário Oficial da União traz publicada, a lei nº 11.901 que trata sobre o exercício dessa
ocupação Brasília, 13/01/2009 - Foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (13) a lei nº
11.901, que trata do exercício da profissão de bombeiro civil. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, ela traz em seu texto a definição do cargo, suas classificações e também direitos, tais como jornada
de trabalho de 36 horas semanais, seguro de vida e uniforme especial.. Desde a publicação, passou a ser
considerado bombeiro civil o profissional que habilitado "exerça, em caráter habitual, função remunerada e
exclusiva de prevenção e combate a incêndio". Os bombeiros civis podem ser contratados pela iniciativa
pública ou privada, sociedades de economia mista ou empresas especializadas na área. Também podem atuar
em conjunto com o Corpo de Bombeiros Militar. Este é o ponto mais importante da aprovação desta lei, na
opinião de Francisco Gomes, coordenador de identificação e registro profissional do Ministério do Trabalho
e Emprego. "É pertinente a criação da categoria principalmente quando a lei submete à área militar a
competência em áreas de situação de risco e acidentes mais graves. Os militares são chamados a tomar a
frente no processo", esclarece. De acordo com a nova lei, o bombeiro civil é classificado em 'Nível Básico'
quando combatente direto ou não do fogo; 'Líder', aquele "formado como técnico em prevenção e combate a
incêndio, em curso similar a nível médio" para ser comandante de guarnição; e 'Mestre', aquele graduado
"em engenharia com especialização em prevenção e combate a incêndio, a ser responsável pelo
Departamento de Prevenção e Combate a Incêndio". Direitos e deveres - A jornada de trabalho do bombeiro
civil é definida em 36 horas semanais. A lei ressalta, entre outros benefícios, que os bombeiros civis têm
direito a uniforme especial pagos pelo empregador, seguro de vida e adicional de periculosidade de 30% do
salário mensal. Esse cálculo não inclui gratificações, prêmios ou participação nos lucros, caso existam.
"Como há a corporação de bombeiros civis que exerce essa atividade, passou a ser quase que uma exigência
a presença deles em grandes empresas e órgãos públicos. Por isso, se procurou ter o cuidado na
manifestação positiva quanto à criação da lei". O coordenador reforçou a importância desse profissional.
"Essa categoria é realidade no mercado e são eles quem cuidam da preservação de vidas e prevenção de
acidentes. Espalhados em hospitais, prédios públicos e comerciais, os bombeiros civis são treinados para
prevenir incêndios e comandar os procedimentos iniciais nos momentos de emergência, como isolamento da
área e atendimentos às vítimas. É uma prevenção de maneira geral em favor do trabalhador" . Empresas
especializadas e cursos de formação que infringirem o disposto na lei ficam sujeitos a advertência, proibição
temporária e cancelamento de autorização e registro para funcionar. CBO - Esses trabalhadores já estavam
registrados na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) sob o código 5171. Na Classificação,
bombeiros e salva-vidas estão na mesma família e entre suas responsabilidades estão salvamentos terrestres,
aquáticos e em altura; proteção de pessoas e patrimônios de incêndios, explosões, vazamentos, afogamentos
ou qualquer outra situação de emergência, com o objetivo de salvar e resgatar vidas; realização de primeiros
socorros e de cursos e campanhas educativas, formando e treinando equipes, brigadas e corpo voluntário de
emergência. 5171 :: Bombeiros e salva-vidas Títulos 5171-05 - Bombeiro de aeródromo Bombeiro de
aeroporto 5171-10 - Bombeiro de segurança do trabalho Agente de investigação de incêndio, Bombeiro de
empresas particulares, Bombeiro de estabelecimentos comerciais, Bombeiro de estabelecimentos industriais
5171-15 - Salva-vidas Guarda-vidas, Salva-surf Descrição Sumária Previnem situações de risco e executam
salvamentos terrestres, aquáticos e em altura, protegendo pessoas e patrimônios de incêndios, explosões,
vazamentos, afogamentos ou qualquer outra situação de emergência, com o objetivo de salvar e resgatar
vidas; prestam primeiros socorros, verificando o estado da vítima para realizar o procedimento adequado;
realizam cursos e campanhas educativas, formando e treinando equipes, brigadas e corpo voluntário de
emergência. Condições gerais de exercício Atuam no comércio, indústria, serviços e agropecuária. São
empregados com carteira assinada, organizam-se em equipe, trabalhando em locais fechados e abertos, em
períodos diurnos e noturnos e em revezamento de turnos. Estão, conforme a especialidade das ocupações,
expostos a materiais tóxicos, radiação, ruído intenso, umidade e altas temperaturas. Formação e experiência
Requer-se do bombeiro de segurança do trabalho e do salva-vidas o ensino fundamental completo, do
bombeiro aeródromo, o ensino médio completo. Exige-se curso básico de qualificação de duzentas a
quatrocentas horas-aula para todos. Os salva-vidas civis que atuam na orla marítima costumam receber
treinamento dado por salva-vidas da polícia militar. A(s) ocupação(ões) elencada(s) nesta família
ocupacional, demandam formação profissional para efeitos do cálculo do número de aprendizes a serem
contratados pelos estabelecimentos, nos termos do artigo 429 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
exceto os casos previstos no art. 10 do decreto 5.598/2005.

BOMBEIRO VOLUNTARIO

Bombeiro pertecente a uma Organização Não Governamental (ONG) ou Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (OSCIP), que presta serviço de atendimento a emergências publicas. (NBR 14608/07 |
NBR 14023 | NBR 14276)

Lei 10.220/99 Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo


Os municípios poderão, através de lei, criar organizar corpos voluntarios de combate a incêndio, socorro em
caso de calamidade pública ou de defesa permanente do meio ambiente.

BOMBEIRO PÚBLICO

Bombeiro Pertecente a uma corporação governamental militar ou civil de atendimento a emergencias. (NBR
14608/07)

Constituição Federal Art. 144.


A Segurança pública, dever do Estado, Direito e Responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
- polícia federal;
- polícia rodoviaria federal;
- polícia ferroviaria federal;
- polícias civis;
- policias militares;
- corpo de bombeiros militares.

Inc.IV § 5º - Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a prevenção da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
civil.

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