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DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS – CESCAGE – ADRIANE


GUIMARÃES
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS – CESCAGE – FERNANDA
CHRISTINE GONÇALVES DA SILVA
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS – CESCAGE – MARIANA
KONOFAL

RESUMO: Direito subjetivo pode ser entendido como pretensão de alguém, caso concreto e
faculdade de agir (facultas agendi). São seus elementos: o sujeito, objeto de direito e vinculo
jurídico. Há três teorias que explicam a sua origem: a Teoria de Vontade (Friedrich Carl Von
Savigny e Bernhard Windscheid) é aquela que se tem vontade e esta prevista em lei, a Teoria
de Interesse (Rudolf Von Ihering) que aquela que defende o fato juridicamente protegido que
se tenha um ressarcimento e por fim a Teoria Mista (Geog Jellinek) que é aquela que junta a
ideia da vontade com a de que deve haver benefícios. Direito objetivo pode ser entendido como
o que está previsto em lei, regrando o comportamento da sociedade (normas agendi) para
prevenir e resolver conflitos. Com o passar do tempo sociedades foi tendo a necessidade da
positivação das normas. Com isso, entende-se que, apesar de suas diferenças, não são opostos
e estão correlacionados entre si.
PALAVRAS-CHAVE: lei, direito, vontade, diferença, sociedade.

INTRODUÇÃO
Você já se perguntou o que é direito objetivo e direito subjetivo?
Muitos alunos de direito tentam durante o curso encontrar a diferença. O presente resumo
discorre sobre os conceitos de direito objetivo e subjetivo exibindo seus elementos, suas
espécies, sua origem e suas teorias para assim entender quais as principais diferenças entre eles.
O trabalho inicia com o conceito de direito subjetivo expondo seus elementos, sua
origem e teorias. Em seguida, o conceito de direito objetivo, sua origem e espécies. Por fim, as
diferenças e a correlação entre eles.
O direito procura responder necessidades de ordem e justiça, por isso, utiliza-se de
elementos como o direito objetivo e subjetivo.

DIREITO SUBJETIVO
O direito subjetivo pode ser definido como o direito de exigir que permite a cada pessoa
efetuar ou deixar de efetuar (facultas agendi) algum comportamento dentro da sociedade,
condicionando a todo direito subjetivo um dever.
É a forma concreta da relação sujeito versus as situações presentes no dia a dia, por
exemplo, em trocas e acordos e sua liberdade de conduta nessas circunstâncias.
Em suma, é a capacidade que a pessoa possui de fazer valer ou não um direito individual
que está previsto e é garantido por lei.
Esse direito garantido por lei pode ser entendido como o direito objetivo, que é previsto
abstratamente no ordenamento jurídico, a norma jurídica incide e a pessoa passa a ser sujeito
ou titular de direito. Sendo sujeito um dos elementos presentes no direito subjetivo, que pode
ser você, eu, um grupo de pessoas, uma associação, sindicato entre outros. A doutrina o divide
em ativos (beneficiários da relação) e passivos (devedores de uma prestação). Ou seja, para
cada direito nasce uma obrigação.
Outro elemento é o objeto de direito é aquilo pelo que reclamamos o direito que pode
ser mediato, que se refere a um bem, e o imediato, que se refere a uma ação. O vínculo jurídico
entra também como outro elemento na medida em que relaciona o sujeito e o objeto do direito.
A origem do direito subjetivo pode ser explicada por 3 teorias: a da vontade elaborada
por Friedrich Carl Von Savigny e Bernhard Windscheid onde relatam que através da lei pode
ser reconhecido a existência de um determinado direito que se tem vontade.
A teoria de interesse criada por Rudolf Von Ihering que defende o fato prático que traga
vantagem, e que seja útil para aquele que reclama seu direito.
E, a teoria mista ou eclética desenvolvida por Geog Jellinek junta a ideia da vontade
estabelecida no ordenamento jurídico com a de que deve trazer benefícios práticos para os
interesses do detentor do direito.

PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES

Público: É aquele quando ocorre uma preferência de interesses que afetam a sociedade em geral;
Está relacionado com os direitos que devem ser garantidos pelo Estado;
Exemplo: direito a educação, direito a saúde, entre outros.
Privado: É aquele quando ocorre uma preferência de interesse individual; Independente; Está
relacionado com o direito privado; Direitos patrimoniais e não patrimoniais;
Exemplo: pagamento de pensão alimentícia, direito sobre um bem, direito a herança, entre
outros.
Outras classificações:
Acessório: É aquele quando depende do Direito Principal;
Disponíveis: É aquele quando, por vontade própria, o titular direito ter a possibilidade de dispor
do mesmo;
Indisponível: É aquele quando, mesmo que haja vontade própria, o titular do direito é
impossibilitado de dispor do mesmo;
Reais: É aquele quando aborda um direito sobre alguma coisa;
Pessoais: É aquele quando possibilita a cobrança de uma prestação.
DIREITO OBJETIVO
Pode ser entendido como aquilo que está previsto no ordenamento jurídico, para prevenir
e solucionar os conflitos, regrando a forma de agir (normas agend) da sociedade, ancorado nas
leis, jurisprudências, costumes devendo ser respeitados sob pena de sanções correspondentes
que também estão positivadas, gerando assim um dever para cada direito.
Para alguns autores sua origem está relacionada ao Estado como Hans Kelsen, a
espiritualidade do povo como o Savigny, outros aos fatos históricos, mas o fato é que com o
passar do tempo e com todas as mudanças nas sociedades foi havendo a necessidade da
positivação das normas até chegarmos nos dias atuais onde nos baseamos pelas fontes do direito
que são em sua espécie:
Legislação: Silvio Venosa a define como “ a regra geral de direito, abstrata e permanente,
dotada de sanção, expressa pela vontade de autoridade competente, de cunho obrigatória e de
forma escrita “.
Costume: prática constante aderida de forma pública e geral que se tem convicção de sua
necessidade juridicamente
Jurisprudência: a grosso modo seria o conjunto de decisões tomadas de forma pacífica sobre
um mesmo assunto nos tribunais.
Doutrina: opinião dos juristas sobre determinado assunto. Não é uma fonte de direito
formalmente pois não há uma imposição para que seja seguida.
Princípios gerais do direito: diretrizes éticas que estão na consciência de cada um mas são
aceitos universalmente sem precisar estar devidamente escrito.
Equidade: que se torna fonte do direito quando a lei diz que o Juiz tem autonomia para julgar o
caso conforme seus princípios.
Exemplos: Constituição Federal, leis do Direito Civil, leis do Direito Penal, leis de Defesa do
Consumidor, entre outras.

DIREITO SUBJETIVO VERSUS DIREITO OBJETIVO

O direito objetivo e subjetivo são formas distintas de relações jurídicas. Para facilitar
ainda mais o entendimento podemos usar os termos em inglês correspondentes. Para direito
subjetivo Right (tradução literal: direito) e para o direito objetivo Law (tradução literal: lei).
Eles não são opostos, apesar das particularidades de cada um, eles compõem um ao
outro, ou seja, estão interligados/relacionados entre si. A relação e também a principal diferença
entre eles é que o direito objetivo é a norma que garante a existência do direito subjetivo.
Assim temos:
1. Direito Objetivo:
 Abstrato;
 Norma/Lei;
 Normas agendi;
 Law;
 Vontade geral;
 Norma escrita;
 Garantia do direito subjetivo.
2. Direito Subjetivo:
 Concreto;
 Pretensão;
 Facultas agendi;
 Right;
 Vontade individual.

CONCLUSÃO
O direito objetivo e subjetivo caminham de mãos dadas. Sujeito, objeto e relação jurídica
integram o direito subjetivo, formando uma figura triangular essencial a sua existência, não
existe direito sem sujeito nem direito se não houver um bem a ser almejado (o objeto) de igual
forma um meio para a conquista final (vinculo juridica).
Com isso concluímos que, ao esquematizarmos as principais diferenças que se perfaz
através do qual o direito subjetivo se personifica em direito objetivo, um não existe sem o outro
embora sejam conceituados diferentemente. Ambos nos dão a segurança jurídica que o operador
do direito precisa para executar a sua função com maestria, assim proporciona uma sociedade
mais equilibrada.

REFERÊNCIAS
JR., Tércio Sampaio Ferraz. Introdução ao Estudo do Direito. 6. Ed. São Paulo. Atlas. 2008.
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de Direito Civil: Parte
geral 1. 19º edição. Saraiva, 2017.
NOVA, Felipe d’Oliveira Vila. Considerações gerais acerca do direito subjetivo. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 9, n. 513, 2 dez. 2004. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/6004. Acesso em: 18 set. 2019.
JR., Tércio Sampaio Ferraz. Introdução ao Estudo do Direito: Tecnica. Decisao. Dominaçao.
10ª edição. Atlas. São Paulo, 2018.
LENZI, Tié. Significado de Direito subjetivo. 2019. Disponível em:
<https://www.significados.com.br/direito-subjetivo/>. Acesso em: 11/09/2019.

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