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Um critério que delimita o direito publico e o direito privado é a teoria dos interesses.
Norma de direito publico – o fim da norma fosse a tutela de um interesse publico, ou
seja da coletividade.
Norma de direito privado – visa tutelar ou satisfazer interesses individuais.
Ponto 8 – pag. 47
O direito privado rege as relações entre particulares. Ora, o direito civil constitui o
núcleo fundamental do direito privado. No entanto, constituir não significa ser todo o
direito privado, mas apenas o direito privado comum ou geral. Historicamente, o
direito privado confunde-se com o direito civil. O desenvolvimento da sociedade fez
surgir necessidades especificas de determinados setores da vida dos homens. Dai que
fossem surgindo reras especiais para esses setores particulares.
Dentro do direito privado surgiram assim por especialização relativamente às normas
do direito civil, ramos autónomos de direito.
Estes são o direito comercial e o direito de trabalho. Estes são de direito privado
especial enquanto o direito civil é direito privado comum.
O direito civil vigente não está dotado de uma validade eterna e universal. Nem sequer
os seus princípios fundamentais se podem pretender, com segurança, validos para
todos os ordenamentos jurídicos e em todas as épocas.
Princípios:
Ser sujeito de direito, ser pessoa significa ser sujeito de direitos. A suscetibilidade de
direitos e obrigações implica a titularidade real e efetiva de alguns direitos e
obrigações.
Toda a pessoa jurídica não só pode ser titular de alguns direitos e obrigações. Mesmo
que lhe não pertençam quaisquer direitos, a pessoa é sempre titular de um certo
número de direitos absolutos incidindo sobre vários modos de ser físicos ou morais da
sua personalidade. São chamos direitos de personalidade (art. 70º e ss. do CC)
Os direitos de personalidade incidem sobre a vida da pessoa, sua saúde física, a sua
integridade física, a sua honra, a sua liberdade física e psicológica, seu nome, a sua
imagem ou a reserva sobre a intimidade da sua vida privada. É este um circulo de
direitos necessários; um conteúdo mínimo e imprescindível da esfera jurídica de cada
pessoa.
Negocio unilateral:
Negocio bilateral:
Perfaz-se com uma
É constituído por 2 ou +
só declaração de
declarações de vontades, tendentes à produção de um
vontade
resultado jurídico unitário.
Esta é a mais visível manifestação da autonomia privada. Esta consagrada no art. 405º
do CC.
(....)
As partes podem:
a) Realizar contratos com as características dos contratos previstos e regulados na
lei
b) Celebrar contratos típicos ou nominados aos quais acrescentam as clausulas
que lhes convêm.
c) Concluir contratos diferentes dos contratos expressamente disciplinados na lei.
A obrigação ou direito de credito é o vinculo jurídico por virtude do qual uma pessoa
fica adstrita para com outra à realização de uma prestação.
As obrigações são veiculo jurídico-privado por excelência da movimentação dos bens e
serviços e da cooperação entre os homens; são os instrumentos da dinâmica da vida
jurídica-privada.
O CC regula as fontes das obrigações, isto é, os factos jurídicos que dão origem ao
vinculo obrigacional. Considera como tais o contrato, o negócio unilateral, a gestão de
negócios, o enriquecimento sem causa e a responsabilidade civil.
Ao lado da garantia geral dos credores, podem alguns credores beneficiar de garantias
especiais, concedidas por lei, por negócio jurídico ou por sentença.
As principais garantias especiais das obrigações são a fiança, a consignação de
rendimentos, o penhor, a hipoteca, os privilégios creditórios e o direito de retenção.
Toda a obrigação tem como causa natural de extinção o cumprimento. É ele o objetivo
da obrigação. A obrigação é um programa de prestação, um processo dirigido ao
cumprimento.
A lei civil regula vários aspetos ligados ao cumprimento das obrigações. O não
cumprimento imputável ao devedor importa para o devedor a obrigação de reparar os
danos causados ao credor.
Além do cumprimento a lei prevê outras causas de extinção das obrigações. São elas: a
dação em cumprimento, a consignação em deposito, a compensação, a novação, a
remissão e a confusão.
A boa fé
É ainda a boa fé que conforma a relação contratual pois é ela um dos critérios a que se
recorre para determinar o âmbito da vinculação negocial.
Nesta linha é importante sublinhar o papel decisivo da boa fé no enriquecimento do
conteúdo do contrato.
Responsabilidade Civil
O direito civil português manda atender na fixação da indemnização aos danos não
patrimoniais que, pela sua gravidade, merecem a tutela de direito (art. 496º, nº1).
Estes danos não patrimoniais (ou danos morais) resultam da lesão de bens estranhos
ao património do lesado (ex.: integridade física, a saúde, tranquilidade, bem estar
físico e psíquico, a liberdade, a honra e a reputação). A sua verificação tem lugar
quando são causados sofrimentos físicos ou morais etc.
A culpa pode resultar da existência de uma intenção de causar um dano violando uma
proibição (dolo) ou da emissão dos deveres de cuidado, diligência ou perícia exigíveis
para evitar o dano (negligência ou mera culpa).
O nosso sistema jurídico admite alguns casos de responsabilidade por atos lícitos. O
direito ainda impõe ao seu autor a obrigação de indemnizar outrem.
Exemplos de atos lícitos: a responsabilidade emergente em casos de estado de
necessidade (art. 339º, nº2), de escavações (art. 1348º, nº2), da passagem forçada ou
momentânea (art. 1349º, nº3), da apanha de frutos (art.1367º) etc.
A propriedade privada
O homem serve-se das coisas, utilizando-as para satisfaze as suas necessidades e para
conseguir os seus fins.
Enquanto as pessoas são fins em si mesmas, as coisas são meios ao serviço dos fins das
pessoas, meios desprovidos de valor autónomo, isto é, de um valor que abstraia da sua
aptidão para satisfazer necessidades de se servir das coisas como condição da sua
sobrevivência e do seu progresso.
Em suma, o domínio e o uso das coisas permite ao homem talhar para si um espaço de
liberdade.
No art. 82º a CRP refere a existência de três setores de propriedade dos meios de
produção:
a) O setor público
b) O setor privado
c) O setor cooperativo e social
O código civil não define o direito à propriedade, mas caracteriza-o no art. 1305º.
Como 2ª nota, podemos dizer que o direito à propriedade é elástico, é dotado de uma
certa elasticidade, de uma força expansiva.
A 3º caraterística a referir será a sua qualificação como um direito perpetuo, o que
significa que não se pode extinguir pelo não uso.
A propriedade é o direito real máximo. Em confronto com ele podem ser considerados
os direitos reais limitados.
Os direitos reais não conferem a plenitude dos poderes sobre uma coisa. Conferem
apenas a possibilidade de exercer certos poderes sobre uma coisa. São, portanto,
direitos sobre coisas que em propriedade pertencem a outrem.
NOTA: existe uma conexão entre os direitos reais de garantia e os direitos de credito.
Os primeiros estão ao serviço do pagamento ou da satisfação do interesse do credor.
A família é uma realidade natural e social, cuja existência material, psicológica e moral
que se manifesta em planos da vida estranhos ao plano jurídico.
O surgimento e a vida da família realizam-se e assentam numa serie de
comportamentos pessoais e realidades psicológicas e morais que o direito considera
relevantes, isto é, que reconhece, aceita e considera ao formular a sua
regulamentação da instituição familiar.
Sucessão legal – pode ser legitima ou legitimária consoante possa ou não ser afastada
pela vontade da pessoa falecida, o chamado autor da sucessão; as normas reguladoras
da sucessão legitima são normas supletivas, as de sucessão legitimaria são normas
imperativas.
A legitima do cônjuge, se não concorrer com filhos nem pais, é de metade da herança.
A expressão de relação jurídica pode ser tomada no sentido amplo e sentido restrito
ou técnico.
Relação jurídica em sentido restrito é a relação da vida social disciplinada pelo direito
mediante atribuição a uma pessoa de um direito subjetivo e a imposição a outra
pessoa de um dever jurídico ou de uma sujeição.
Os direitos potestativos são os poderes jurídicos de, por um ato livre de vontade, só de
per si ou integrado por uma decisão judicial, produzir efeitos jurídicos que
inelutavelmente se impõe à contraparte.
A sujeição é uma situação de necessidade que se encontra o adversário de ver
produzir-se forçosamente uma consequência na sua esfera jurídica por mero efeito do
exercício do direito pelo seu titular.
Ativo:
Passivo:
Facto jurídico: é todo o facto produtivo de efeitos jurídicos. Pode tratar-se de uma
eficácia constitutiva, modificativa ou extintiva de relações jurídicas.
Esta capacidade é reconhecida aos indivíduos que atingem a maioridade (art. 130º).
Nem só os menores são incapazes para o exercício de direitos (art. 123º). Há outras
incapacidades de exercícios consagradas na lei como por exemplo a incapacidade de
interditos (art. 139º) e a incapacidade de inabilitados (art. 152º e ss). Quanto às
pessoas coletivas, a afirmação da existência da sua capacidade de exercício repousa na
conceção da relação entre a pessoa coletiva e as pessoas que agem em seu nome
como uma relação de organicidade.
Pessoas singulares
Personalidade jurídica é a aptidão para ser titular autónomo de relações jurídicas. Nas
pessoas singulares esta qualidade é uma exigência do direito à dignidade e ao respeito
que se tem que reconhecer a todos os seres humanos.
Nos termos do nº 1 do art. 68º do CC, a personalidade jurídica cessa com a morte.
O art. 79º reserva o direito à imagem, por força do qual o retrato de uma pessoa não
pode ser exposto, reproduzido ou lançado no comércio sem o consentimento dela.
O código civil disciplina o direito ao nome (art. 72º) e o direito ao pseudónimo (art.
74º). tutela o bem da identidade pessoal.
Quanto ao direito à liberdade, parece deve ter-se por nula qualquer limitação
voluntaria à liberdade física, mas já são validas, desde que conformes à ordem publica.
O consentimento do lesado, quando nulo ou ilegal, não faz perder ao ato violador do
direito o seu caracter de ilicitude e não isenta o autor da obrigação de indemnizar o
lesado pelos danos causados.
Capacidade negocial
Restrições:
incapacidades nupciais (arts. 1601º e 1602º);
incapacidade de testar dos menores não emancipados e dos interditos por anomalia
psíquica (art.2189º)
incapacidade para perfilhar dos menores de 16 anos, dos interditos por anomalia
psíquica e dos notoriamente dementes no momento da perfilhação (art. 1850º)
As doações, quando feitas por essas pessoas são nulas por força dos artigos 953º,
2192º e 2198º.
Poder paternal – o conteúdo do poder paternal está nos art 1878º, nº1. Pertence aos
pais (art. 1901º).
No domínio do poder paternal relativamente à pessoa dos filhos temos o poder de
educar os filhos (art. 1885º, 1886º, 1878º), o poder de custódia (art. 1887º) e o direito
ao respeito mútuo (art.1874º).
No domínio do poder paternal relativamente aos bens dos filhos temos o poder de
administração dos bens (arts. 1878º, nº1 e 1897º) e o reciproco dever de alimentos
(art. 1874º e 1878º, nº1).
Consequências:
anulabilidade no casamento e na perfilhação (art. 1631º e 1861º)
nulidade para o testamento (art.2190º)
anulabilidade no caso de incapacidade acidental (art. 2199º)
Capacidade e legitimidade
Domicílio
O conceito de domicílio voluntário geral é-nos fornecido pelo artigo 82º e concide com
o lugar da residência habitual.
Em regra, o estabelecimento do domicílio, bem como o seu termo, resulta de um ato
voluntário.
Domicílio eletivo: (artigo 84º) é um domicílio particular, estipulado, por escrito, para
determinar de negócios. As partes convencionam que, para todos os efeitos jurídicos,
se tem por domiciliadas em certo local, diferente do seu domicílio geral ou
profissional.
Ausência
Medidas legais:
curadoria provisória (artigo 89º)
Tanto o Ministério público como qualquer interessado têm legitimidade para requer
curadoria provisória e as providências cautelares indispensáveis (artigo 91º), a qual
deve ser deferida a uma das seguintes pessoas: conjuge, algum ou alguns dos
herdeiros presumidos ou algum dos interessados na conservação dos bens (artigo 92º).
O curador funciona como um simples administrador (artigo 94), devendo prestar
caução (art 93º) e apresentar contas anualmente ou quando o tribunal exigir (art 95º).
Curadoria definitiva
Visto que a lei só possibilita o recurso à justificação da ausência no caso de já terem
decorrido 2 anos sem se saber do ausente ou 5 anos no caso de ele ter deixado
apresentante legal ou procurador bastante (artigo 99º)
Morte presumida
decorridos 10 anos sobre a data das últimas notícias, ou passados 5 anos, se,
entretanto, o ausente tiver completado 80 anos de idade. (art. 114º, nº1).
Contudo se a pessoa ausente for menor, é necessário que ocorram 5 anos sobre a data
que ele completaria a maioridade (artigo 114 nº2).
O artigo 115º afirma que a morte presumida tem os mesmos efeitos que a morte, mas
não cessa o casamento. O art. 116º dá ao cônjuge a possibilidade de contrair novo
casamento.
O art. 117º afirma que os sucessores são agora proprietários dos bens.