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1. NOÇÃO DE DIREITO
O ser humano é um ser social, e o convívio em sociedade gera relações intersubjetivas que, por sua própria
natureza ocasiona conflitos. O convívio em sociedade, por sua vez é uma atividade que demanda um certo grau
de acordo entre os indivíduos a fim de que se mantenha a paz, ordem e segurança. Este conjunto de condições
mínimas com objetivo de manutenção do convívio social saudável entre os indivíduos é o que entendemos
comumente por direito em sentido amplo.
Somente as normas de direito podem assegurar as condições de equilíbrio imanentes à própria coexistência
dos seres humanos, possibilitando a todos e a cada um o pleno desenvolvimento das suas virtualidades e a
consecução e gozo de suas necessidades sociais, ao regular a possibilidade objetiva das ações humanas.
A sociedade impõe regras à convivência, seja uma sociedade moderna, seja uma sociedade antiga. Até
mesmo nas tribos indígenas há regras. Ao prever comportamentos a serem seguidos o direito tipifica condutas.
O fato típico (descrição legal de uma conduta), predetermina uma ação do indivíduo (permitir ou proibir
determinada ação).
2. DIREITO E MORAL
Entretanto é preciso distinguir aquilo que é direito em sentido estrito (normas jurídicas) e o que
chamaremos de normas morais.
Tanto as normas jurídicas quanto as normas morais são regras de conduta, entretanto, existe uma distinção
fundamental entre as normas jurídicas e as normas morais, a SANÇÃO.
As normas morais se traduzem na consciência individual de cada ser humano em relação à sociedade, logo
quando uma pessoa age em desacordo com um valor moral a sanção é interna e reflete o descontentamento
do próprio indivíduo com a conduta praticada, já nas normas jurídicas a transgressão da conduta prescrita
acarreta em uma sansão imposta pelo próprio Estado.
3. CLASSIFICAÇÕES DO DIREITO
Muitas são as classificações possíveis acerca do direito, as classificações mais abordadas pela doutrina são as
seguintes:
4. DIREITO CIVIL
O Direito Civil nos acompanha desde quando somos nascituros (antes do nascimento) até nossa sucessão
(após a morte), nossas relações jurídicas ocorrem sem que tenhamos sequer consciência de que o direito está
regulando, é o que se denomina OPACIDADE DO DIREITO.
O Direito Civil regula as relações entre os particulares, pessoas físicas ou jurídicas, relações estas do campo
do Direito Privado, dividindo-se em relações pessoais, familiares, patrimoniais e obrigacionais, sendo
disciplinadas pelo Código Civil.
4.1. CODIFICAÇÃO
A complexidade das relações privadas levou o homem a concluir pela necessidade de sua codificação, de
modo a tornar mais clara a aplicação do direito a cada caso concreto em particular.
A codificação do direito permitia que a norma jurídica gozasse de generalidade e abstração, tornando
possível a existência de norma antes do caso concreto e a prescrição de sanções para condutas previsíveis
embora ainda não materializadas, o que trouxe consigo a ideia de segurança jurídica.
7.2. SOCIALIDADE
O direito subjetivo permite exigir do ordenamento determinados comportamentos com o fim de satisfazer
aos interesses do indivíduo, no entanto, essa satisfação não pode lesar as expectativas legítimas coletivas que
lhe rodeiam.
Por força do paradigma da socialidade, a sociedade como um todo limita o exercício de direitos subjetivos,
buscando o equilíbrio entre autonomia da vontade e a solidariedade social (negada no período liberal).
Quando o ordenamento dá um poder (direito subjetivo), exige dele um dever (cumprimento de sua função
social). A função social busca pautar o exercício do direito subjetivo, valorizando e legitimando a atuação do
indivíduo. No código é possível identificar a presença deste paradigma em artigos como o 421 que dispõe que
“A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato”
Segundo Marina Celina Bodin “[a solidariedade] é a expressão mais profunda da sociabilidade que
caracteriza a pessoa humana. No contexto atual, a lei maior determina – ou melhor, exige – que nos ajudemos,
mutuamente, a conservar nossa humanidade, porque a construção de uma sociedade livre, justa e solidária
cabe a todos e a cada um de nós”.
7.3. OPERABILIDADE
Pelo paradigma da operabilidade se buscam as soluções simples que se estabeleçam de modo a facilitar a
interpretação e aplicação e dar maior efetividade ao operador do direito.
Por este paradigma o Código Civil se torna mais didático e prático permitindo, por conta dos conceitos vagos
utilizados pela norma, que questões cíveis sejam julgadas conforme cada caso concreto, obtendo uma melhor
aplicação diante de casos em que exista dúvida ou lacuna interpretativa, aplicando das cláusulas gerais e
observando aos princípios norteadores do Código Civil.