Você está na página 1de 17

Resumo e Questões: História do Direito Comercial, Fontes,

Princípios e Atos de Comércio - Aula 1 e 2


História do Direito Comercial:

Fases:

1ª Fase (Séculos XII a XVI):

 Origem Italiana: Gênova e Veneza como centros do comércio europeu.


 Foco: Identificar quem era o comerciante (fase subjetiva).

2ª Fase (Séculos XVII e XVIII):

 Revolução Francesa: Início da fase francesa.


 Foco: Identificar o que faz o comerciante (fase objetiva).
 Marco: Código Comercial Francês de 1808.

3ª Fase (Século XIX):

 Código Civil Italiano de 1942: Mudança de paradigma.


 Foco: A empresa e quem a exerce (fase subjetiva-moderna).
 Teoria da Empresa: Alberto Asquini (perfil poliédrico).

Evolução no Brasil:

 Não vivenciou as três fases.


 Código Comercial Brasileiro de 1850 (inspirado no francês).
 Teoria da Empresa no Código Civil Brasileiro de 2002.

Fontes do Direito Empresarial:

Primárias:

 Constituição Federal (art. 22, I e 170).


 Legislação infraconstitucional:
o Código Comercial Brasileiro (apenas parte sobre direito marítimo).
o Código Civil (2002): Teoria da Empresa (art. 966 e ss.).
o Legislação esparsa: Lei das Sociedades Anônimas, Lei de Falências,
Lei do Cheque, etc.

Secundárias:
 Costumes, doutrina e jurisprudência.

Características do Direito Empresarial:


a) Cosmopolitismo (universalismo):

 Normas aplicáveis em qualquer lugar do mundo.


 Exemplo: títulos de crédito (Lei Uniforme de Genebra).

b) Individualismo:

 Objetivo de lucro.
 Lucro lícito e em conformidade com a lei.

c) Onerosidade:

 Atividade econômica com objetivo de lucro.


 Mensuração em valor pecuniário.

d) Informalismo (simplicidade):

 Poucas formalidades na atividade empresarial.

e) Fragmentarismo:

 Vinculado com outros ramos do direito.


 Completude através de outros ramos do direito.

f) Dinamismo:

 Adaptação às mudanças da sociedade.


 Exemplo: cheque em desuso.

Princípios do Direito Empresarial:


 Liberdade de iniciativa: livre iniciativa e livre concorrência.
 Empresa como unidade de produção: organização da atividade
econômica.
 Responsabilidade do empresário: pelos atos praticados no exercício da
atividade.
 Função social da empresa: atender às necessidades da sociedade.
 Boa-fé: conduta honesta e leal nas relações comerciais.
Atos de Comércio:
 Atos que caracterizam a atividade empresarial.
 Enumeração exemplificativa no Código Civil (art. 966).
 Atividade profissional, organizada para a produção ou circulação de bens e
serviços.

Questões:

1. Qual a importância de estudar a história do Direito Comercial?

A Importância do Estudo da História do Direito Comercial:


O estudo da história do Direito Comercial é crucial para a compreensão do
presente e do futuro do Direito Empresarial. Através da análise de sua evolução ao
longo do tempo, podemos entender:

1. Origens e fundamentos:

 Raízes do Direito Comercial no Direito Romano, Medieval e Consuetudinário.


 Influência de costumes, práticas mercantis e legislações específicas.
 Desenvolvimento de princípios e normas que regem o Direito Empresarial
moderno.

2. Evolução das instituições jurídicas:

 Transformações das sociedades empresariais ao longo do tempo.


 Surgimento e desenvolvimento de novas formas de organização empresarial.
 Adaptação do Direito às necessidades e desafios de cada época.

3. Interpretação e aplicação do Direito Empresarial:

 Compreensão das motivações por trás das normas jurídicas.


 Identificação dos valores e princípios que fundamentam o Direito Comercial.
 Interpretação das leis com base em seu contexto histórico e social.

4. Desafios e perspectivas futuras:

 Análise das mudanças no mundo dos negócios e na sociedade.


 Reflexão sobre os impactos da tecnologia, globalização e sustentabilidade.
 Identificação de tendências e desafios futuros para o Direito Empresarial.
Benefícios do estudo da história do Direito Comercial:

 Visão holística: Amplia a compreensão do Direito Empresarial como um


sistema em constante evolução.
 Pensamento crítico: Estimula a análise crítica das normas jurídicas e sua
aplicação prática.
 Capacidade de adaptação: Prepara o profissional para lidar com as
mudanças no mundo dos negócios.
 Base sólida: Fornece uma base sólida para a compreensão das complexas
relações jurídicas do mundo empresarial.

Conclusão:

O estudo da história do Direito Comercial é uma ferramenta essencial para a


formação de profissionais completos e preparados para os desafios do mercado.
Através da compreensão do passado, podemos construir um futuro mais sólido e
justo para o Direito Empresarial.

2. Quais as principais diferenças entre as três fases do Direito Comercial?

1ª Fase Foco: Identificar quem era o comerciante (fase subjetiva).

 2ª Fase : Foco: Identificar o que faz o comerciante (fase objetiva).

Marco: Código Comercial Francês de 1808

 3ª Fase : Código Civil Italiano de 1942: Mudança de paradigma.


 Foco: A empresa e quem a exerce (fase subjetiva-moderna).
 Teoria da Empresa: Alberto Asquini (perfil poliédrico).

3. Qual a relevância da Teoria da Empresa para o Direito Empresarial


brasileiro?

4. Quais as principais fontes do Direito Empresarial?

Primárias: Constituição Federal (art. 22, I e 170). Legislação infraconstitucional:


Código Comercial Brasileiro (apenas parte sobre direito marítimo).Código Civil
(2002): Teoria da Empresa (art. 966 e ss.).Legislação esparsa: Lei das Sociedades
Anônimas, Lei de Falências, Lei do Cheque, etc.

5. Cite e explique as características do Direito Empresarial.

a) Cosmopolitismo (universalismo):

 Normas aplicáveis em qualquer lugar do mundo.


 Exemplo: títulos de crédito (Lei Uniforme de Genebra).

b) Individualismo:

 Objetivo de lucro.
 Lucro lícito e em conformidade com a lei.

c) Onerosidade:

 Atividade econômica com objetivo de lucro.


 Mensuração em valor pecuniário.

d) Informalismo (simplicidade):

 Poucas formalidades na atividade empresarial.

e) Fragmentarismo:

 Vinculado com outros ramos do direito.


 Completude através de outros ramos do direito.

f) Dinamismo:

 Adaptação às mudanças da sociedade.

Exemplo: cheque em desuso.

6. Quais os princípios fundamentais do Direito Empresarial?

 Liberdade de iniciativa: livre iniciativa e livre concorrência.


 Empresa como unidade de produção: organização da atividade
econômica.
 Responsabilidade do empresário: pelos atos praticados no exercício da
atividade.
 Função social da empresa: atender às necessidades da sociedade.
 Boa-fé: conduta honesta e leal nas relações comerciais.

7. O que são atos de comércio?

 Atos que caracterizam a atividade empresarial.


 Enumeração exemplificativa no Código Civil (art. 966).
 Atividade profissional, organizada para a produção ou circulação de bens e
serviços.

8. Qual a relação entre empresa e atos de comércio?

Empresa: atividade econômica organizada para produção/circulação de


bens/serviços.

Atos de comércio: atividades específicas realizadas pela empresa (ex:


compra/venda de produtos).

Relação: complementar, empresa realiza atos de comércio, mas não se limita a


eles.

Importância: definir regime jurídico, direitos e obrigações do empresário.

9. Cite exemplos de atos de comércio.

Empresa de software:

Empresa: atividade econômica organizada.

Ato de comércio: desenvolvimento e venda de software.

10. Discuta a aplicação dos princípios do Direito Empresarial em casos


concretos.

1. Princípio da Liberdade de Empresa:


Exemplo:

Empresa de delivery de comida:

Liberdade para escolher o tipo de negócio.

Definir público-alvo, cardápio, forma de entrega.

Limitações: leis, regulamentos, ordem pública.

2. Princípio da Empresa como Entidade Autônoma:

Exemplo:

Sociedade Limitada:

Patrimônio da empresa separado do patrimônio dos sócios.

Sócios respondem apenas até o limite do capital social.

Exceções: fraude, má-fé, desvio de recursos.

3. Princípio da Boa-fé Objetiva:

Exemplo:

Contrato entre empresa e fornecedor:

Agir com honestidade e lealdade.

Cumprir obrigações contratuais.

Respeitar expectativas legítimas das partes.


4. Princípio da Função Social da Empresa:

Exemplo:

Empresa de energia renovável:

Buscar lucro, mas também benefícios para a sociedade.

Gerar emprego e renda.

Preservar o meio ambiente.

5. Princípio da Responsabilidade Social da Empresa:

Exemplo:

Empresa de cosméticos:

Adotar práticas sustentáveis.

Investir em ações sociais.

Promover a diversidade e inclusão.

Conclusão:

Princípios do Direito Empresarial norteiam a atuação das empresas.

Garantem o bom funcionamento do mercado e protegem os interesses dos


envolvidos.

Aplicação em casos concretos é complexa e depende das particularidades de


cada situação.
Importante:

Dicas para Responder Questões:

 Compreenda as características do Direito Empresarial.


 Analise os fatos do caso concreto com atenção.
 Identifique os princípios e normas aplicáveis ao caso.
 Utilize a legislação e a jurisprudência como base para sua
argumentação.
 Estude os princípios do Direito Empresarial e sua aplicação prática.

Relação do Direito Empresarial com outros ramos


do Direito:
Exemplos de Interdependência:

 Direito do Trabalho:
o Normas que aumentam custos: Impacto no cálculo do preço dos
produtos e serviços.
o Responsabilidade civil e contratual: Acidentes de trabalho e vícios
do produto.
 Direito Civil:
o Duração de patentes e marcas: Influência nos custos da empresa.
o Concorrência desleal e abuso de poder econômico: Proteção da
livre iniciativa.
 Direito do Consumidor:
o Relações transparentes: Proteção contra cláusulas abusivas e vícios.
 Direito Processual Civil:
o Normas sobre cobrança e arbitragem: Resolução de conflitos e
recuperação de crédito.

Atividade Avaliativa:
Teoria Poliédrica de Alberto Asquini:
 Conceito: A empresa é analisada por diversas perspectivas ou perfis.
 Perfis:
o Subjetivo: Sujeito que exerce a empresa.
o Objetivo: Bens utilizados pelo empresário.
o Funcional: Atividade exercida, dinâmica empresarial.
o Institucional: Colaboradores que exercem a empresa junto com o
empresário.
 Relevância: Permite uma visão mais completa do conceito de empresa.

Questões sobre Relação do Direito Empresarial com outros


ramos do Direito e Princípios Gerais do Direito Empresarial:
1. Relação com outros ramos do Direito:

 Exemplifique como o Direito Empresarial se relaciona com o Direito do


Trabalho, Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Processual Civil.
 Direito do Trabalho:
o Normas que aumentam custos: Impacto no cálculo do preço dos
produtos e serviços.

o
o Responsabilidade civil e contratual: Acidentes de trabalho e vícios
do produto.

o
 Direito do Consumidor:
o Relações transparentes: Proteção contra cláusulas abusivas e vícios


o Direito Processual Civil:Normas sobre cobrança e
arbitragem: Resolução de conflitos e recuperação de crédito.

2. Princípios Gerais do Direito Empresarial:


 Defina cada um dos princípios gerais do Direito Empresarial: liberdade
de iniciativa, livre concorrência, função social da empresa, preservação
da empresa e legalidade.

o Liberdade de Iniciativa: Permite a todos exercer a atividade
empresarial.
o Gera trabalho, renda e tributos.
 Livre Concorrência:
o Estimula a qualidade dos produtos e serviços.
o Combate práticas abusivas.
 Função Social da Empresa:
o Geração de empregos, tributos e riquezas.
o Práticas sustentáveis e respeito aos direitos dos consumidores.
 Preservação da Empresa:
o Protege os interesses dos diversos stakeholders (empregados,
investidores, consumidores etc.).
 Legalidade:
o Assegura a igualdade de condições competitivas.
o Evita distorções no mercado.

4. Discussão:
 Qual a importância da interdisciplinaridade no estudo do Direito
Empresarial?

A interdisciplinaridade no estudo do Direito Empresarial é crucial para:

 Compreender a complexa realidade dos negócios: O Direito


Empresarial se relaciona com diversas áreas, como economia,
contabilidade, finanças, marketing, administração e gestão. A
interdisciplinaridade permite ao profissional ter uma visão holística do
mundo dos negócios e tomar decisões mais acertadas.
 Atender às demandas do mercado: As empresas operam em um
ambiente dinâmico e globalizado, exigindo profissionais com
conhecimentos multidisciplinares para lidar com os desafios jurídicos,
econômicos e sociais.
 Desenvolver habilidades essenciais: A interdisciplinaridade contribui
para o desenvolvimento de habilidades como análise crítica, resolução
de problemas, comunicação eficaz e trabalho em equipe, fundamentais
para o sucesso na área jurídica.
 Aprofundar o conhecimento jurídico: A interdisciplinaridade permite ao
profissional do Direito Empresarial compreender como as normas
jurídicas se aplicam a diferentes áreas do conhecimento, possibilitando
uma análise mais profunda e especializada.

Em suma, a interdisciplinaridade no estudo do Direito Empresarial é


fundamental para a formação de profissionais completos, capazes de lidar
com os desafios do mercado de trabalho e contribuir para o
desenvolvimento do país.

 Como os princípios do Direito Empresarial podem ser utilizados para


promover a justiça social e o desenvolvimento sustentável?

Os princípios do Direito Empresarial podem ser utilizados para


promover a justiça social e o desenvolvimento sustentável através de
diversas medidas, como:

1. Fomento à livre iniciativa e à concorrência: Estimular a criação de


empresas e a competitividade no mercado, gerando mais
oportunidades de emprego e renda.
Combater práticas monopolísticas e cartelizadas que prejudicam os
consumidores e limitam o desenvolvimento econômico.
2. Proteção do consumidor:

Assegurar o acesso a produtos e serviços de qualidade, com


informações claras e precisas.
Garantir a defesa dos direitos dos consumidores em caso de vícios,
fraudes e abusos.
3. Valorização do trabalho e da função social da empresa:

Incentivar a criação de empregos decentes e com condições de


trabalho dignas.
Promover a responsabilidade social das empresas, com práticas que
contribuam para o bem-estar da sociedade e a preservação do meio
ambiente.
4. Defesa do meio ambiente:

Estimular a adoção de práticas sustentáveis pelas empresas, com foco


na redução da poluição, na eficiência energética e na utilização de
recursos renováveis.
Implementar mecanismos de controle e fiscalização para garantir o
cumprimento das normas ambientais.
5. Promoção da responsabilidade social e da governança corporativa:

Incentivar as empresas a adotarem práticas de gestão que considerem


os impactos sociais e ambientais de suas atividades.
Adotar mecanismos de controle e transparência para garantir a boa
gestão das empresas e evitar práticas abusivas.
6. Redução das desigualdades sociais e regionais:

Implementar políticas públicas que incentivem o desenvolvimento de


empresas em regiões menos favorecidas.
Promover o acesso ao crédito e à capacitação para empreendedores de
baixa renda.
7. Estímulo à inovação e à pesquisa:

Criar um ambiente legal propício à inovação tecnológica e à pesquisa


científica.
Incentivar a colaboração entre universidades, empresas e governo para
o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções para os desafios
da sociedade.
A aplicação dos princípios do Direito Empresarial de forma justa e
equilibrada pode contribuir para a construção de uma sociedade mais
justa, sustentável e próspera.

Pesquise e explique a aplicação do princípio da função social da


empresa em um caso concreto recente.
Contexto:

 Em 2023, a Natura &Co, empresa de cosméticos brasileira, foi multada


em R$ 50 milhões pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(CADE) por abuso de poder econômico.
 A empresa foi acusada de pressionar revendedoras a comprarem
produtos em quantidades excessivas, gerando endividamento e
inadimplência.

Aplicação do Princípio:

 O CADE considerou que a conduta da Natura &Co violou o princípio da


função social da empresa, previsto no art. 170 da Constituição Federal.
 Este princípio determina que a empresa deve buscar o lucro, mas
também deve considerar os interesses da sociedade, como a proteção
dos consumidores e a promoção do desenvolvimento sustentável.

Conclusão:

 A decisão do CADE demonstra a importância do princípio da função


social da empresa como instrumento de proteção dos consumidores e
de promoção da justiça social.A empresa deve buscar o lucro de forma
responsável, compatibilizando seus objetivos com os interesses da
sociedade.

 Analise a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do


Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um dos princípios do Direito
Empresarial.

Princípio:

O princípio da livre iniciativa, previsto no art. 170 da Constituição Federal,


garante o livre exercício de qualquer atividade econômica, lícita, individual
ou coletiva, sem interferência do Estado.

STJ:

 O STJ consolidou o entendimento de que o princípio da livre iniciativa


não é absoluto, podendo ser limitado por outros princípios e normas
constitucionais, como a defesa do consumidor, a proteção do meio
ambiente e a ordem pública.
 Em diversos julgados, o STJ reconheceu a legitimidade de leis e
regulamentações que impõem restrições à livre iniciativa para proteger
outros interesses relevantes da sociedade.

STF:

 O STF também reconhece a importância do princípio da livre iniciativa,


mas já proferiu decisões que limitaram sua aplicação em casos
específicos.
 Um exemplo é a decisão que declarou a inconstitucionalidade da Lei
das S.A. que permitia a realização de assembleias de acionistas por
videoconferência, por entender que essa medida violava o direito de
participação dos acionistas.

Conclusão:

 A jurisprudência do STJ e do STF demonstra que o princípio da livre


iniciativa não é absoluto, podendo ser limitado por outros princípios e
normas constitucionais.
 O papel do Estado é garantir o livre exercício da atividade econômica,
mas também zelar pela proteção dos demais interesses da sociedade.

 Elabore um artigo científico sobre um tema relacionado ao Direito


Empresarial e sua inter-relação com outros ramos do Direito.

Lembre-se:

 Utilize a legislação, a jurisprudência e os princípios jurídicos como base para


sua argumentação.
 Busque fontes confiáveis de informação e mantenha-se atualizado sobre as
novidades do Direito Empresarial.

A Inter-relação entre o Direito Empresarial e o Direito do


Consumidor: Uma Análise do Dever de Informação
Introdução:
O presente artigo científico tem como objetivo analisar a inter-relação entre o
Direito Empresarial e o Direito do Consumidor, com foco no dever de informação.
A relevância do tema reside na necessidade de garantir a proteção dos
consumidores no mercado de consumo, especialmente em um contexto de
constante evolução das relações de consumo.

Desenvolvimento:

O Direito Empresarial, como ramo do Direito Privado, disciplina a atividade


empresarial e as relações jurídicas entre empresas. Já o Direito do Consumidor,
como ramo autônomo do Direito, visa proteger os consumidores em suas relações
de consumo com fornecedores.

No âmbito das relações de consumo, o dever de informação assume um papel


fundamental. Este dever, previsto no art. 6º do Código de Defesa do Consumidor
(CDC), impõe ao fornecedor a obrigação de fornecer ao consumidor informações
claras, precisas e ostensivas sobre os produtos e serviços ofertados.

A importância do dever de informação se justifica por diversos motivos.


Primeiramente, permite ao consumidor tomar decisões de consumo conscientes e
adequadas às suas necessidades. Segundo, contribui para a prevenção de
práticas abusivas por parte dos fornecedores. Terceiro, incentiva a competitividade
no mercado, pois os fornecedores competem pela oferta de informações mais
completas e precisas.

O dever de informação não se limita à mera comunicação de dados sobre o


produto ou serviço. O fornecedor deve fornecer informações claras e precisas
sobre:

 Características do produto ou serviço;


 Preço;
 Condições de pagamento;
 Riscos à saúde e segurança;
 Garantia;
 Prazo de validade;
 Origem do produto;
 Instruções de uso;
 Condições de troca e devolução.
O CDC prevê diversas sanções para o caso de descumprimento do dever de
informação, como a inversão do ônus da prova, a rescisão do contrato e a
indenização por danos materiais e morais.

Jurisprudência:

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal


Federal (STF) consolidou o entendimento de que o dever de informação é um
direito fundamental do consumidor.

Em um caso concreto, o STJ decidiu que a falta de informação sobre os riscos de


um procedimento estético configura falha no dever de informação, gerando o
dever de indenizar o consumidor pelos danos sofridos.

Conclusão:

A inter-relação entre o Direito Empresarial e o Direito do Consumidor é


fundamental para garantir a proteção dos consumidores no mercado de consumo.
O dever de informação é um instrumento essencial para que os consumidores
possam tomar decisões de consumo conscientes e adequadas às suas
necessidades.

Você também pode gostar