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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

TEMA:
Análise do Impacto da Auditoria Interna no Processo de Tomada de Decisão nas Pequenas e
Médias Empresas (PME’s)

Caso:
A WC Accountant Lda.
(2020-2022)

Estudante: Alice Francisco Mocuho

Tutor:

Maputo, Agosto, 2023


TEMA:
Análise do Impacto da Auditoria Interna no Processo de Tomada de Decisão nas Pequenas e
Médias Empresas

Trabalho de Monografia Científica apresentado


no Instituto Superior de Contabilidade e
Auditoria de Moçambique (ISCAM), como
requisito parcial para a conclusão do grau de
licenciatura em Contabilidade e Auditoria de
Moçambique.

Supervisor:

Maputo
2023
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha querida família, aos meus pais, pela paciência, por sua capacidade
de acreditar е investir em mim, a minha filha e aos meus amigos, a sua presença significou
segurança е certeza de que não estou sozinha nesta longa caminhada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter iluminado o meu caminho, por me ter dado saúde, força, fé e coragem
para superar as dificuldades.
Resumo

Com os avanços de mercado e as novas exigências conduzidas pela globalização, as empresas


procuram cada vez mais a eficácia nas suas decisões a fim de se diferenciarem da concorrência.
Actualmente, gerir uma empresa exige conhecimento, habilidade e atitude que inclui visão
estratégica e, fundamentalmente métodos que possibilitem a tomada de decisão acertada. O
presente trabalho de conclusão de curso versa pelo tema “Análise do Impacto da Auditoria
Interna no Processo de Tomada de Decisão nas Pequenas e Médias Empresas”, com estudo de
caso na WC Accoutant Lda, no período compreendido entre 2020-2022. A metodologia aplicada
foi de carácter qualitativo, com levantamento bibliográfico, documental, consulta em sites e
trabalho de campo. Tem como objectivo geral analisar o impacto da auditoria interna no
processo de tomada de decisão nas pequenas e médias empresas, em particular na WC
Accountant Lda. A pergunta de partida consiste em entender, “Qual é o impacto da auditoria
interna no processo de tomada de decisão nas PME’s”. Após a análise dos dados obtidos,
concluiu-se que a Auditoria Interna se bem estruturada e obedecendo as etapas do processo de
auditoria, torna a gestão empresarial mais competitiva, actuando como um instrumento de
acompanhamento e de promoção do aprendizado nas organizações. Na análise da empresa
objecto de estudo identificou-se a declaração de valores, missão e visão, juntamente com a
determinação das questões estratégicas e comparação dos resultados de campo com assertivas
teóricas da literatura científica sobre o tema. Através do processo de auditoria, as organizações
passam a ter um senso de direcção, focalizam os esforços dos indivíduos, orientam os planos,
influenciam na tomada de decisão, avaliam o risco e emitem relatórios de auditoria.

Palavras-Chave: Auditoria, Auditoria Interna e Tomada de Decisão


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AI - Auditoria Interna

COSO - Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission

PME`s – Pequenas e Médias Empresas

NIRF,s - Normas internacionais de relato Financeiro

SCI - Sistema de Controlo Interno

PAINT - Plano Anual de Actividade de Auditoria Interna

RAI - Relatório da Auditoria Independente


ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Diferenças entre Auditoria externa e Auditoria interna................................................17

Tabela 2: No Quadro nº 2, será destacado os vários tipos de Auditoria e suas diferenças...........18

Tabela 3: Características da Auditoria Interna vs Auditoria Externa...........................................20

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Etapas do processo de auditoria....................................................................................24

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Análise do nível de escolaridade da amostra...............................................................37

Gráfico 2: Análise da idade..........................................................................................................38

Gráfico 3: Contribuição das recomendações da auditoria............................................................38

Gráfico 4: Gestão de riscos..........................................................................................................39

Gráfico 5: Gestão de risco de auditoria em relação ao processo de tomada de decisão................40

Gráfico 6: Factores associados a qualidade do trabalho de auditoria...........................................41

Gráfico 7: Análise da informação de auditoria............................................................................42

Gráfico 8: Análise da informação de auditoria............................................................................43


ÍNDICE
DEDICATÓRIA...............................................................................................................................I

AGRADECIMENTOS....................................................................................................................II

Resumo..........................................................................................................................................III

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS...................................................................................IV

ÍNDICE DE TABELAS..................................................................................................................V

ÍNDICE DE FIGURAS...............................................................................................................V

ÍNDICE DE GRÁFICOS............................................................................................................V

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................1

1.1. Definição do Problema..........................................................................................................2

1.2. Hipóteses...............................................................................................................................2

1.3. Objectivos.............................................................................................................................3

1.3.1. Objectivo geral...................................................................................................................3

1.3.2. Objectivos específicos........................................................................................................4

1.4. Justificação............................................................................................................................4

1.4.1. Contribuição do estudo no âmbito académico...............................................................5

1.4.2. Contribuição do estudo no âmbito social e económico..................................................5

1.5. Delimitação Temporal e Espacial do Estudo........................................................................5

1.6. Estrutura do Trabalho...........................................................................................................6

2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................................7

2.1. Breve historial de Auditoria..................................................................................................7

2.2. Definição de Auditoria..........................................................................................................7


2.3. Definição de Auditoria Interna.............................................................................................8

2.4. Tomada de decisão................................................................................................................9

2.4.1. Elementos envolvidos na tomada de decisão.................................................................9

2.4.2. Tipos de decisão nas organizações...............................................................................10

2.5. Actividade de auditoria interna...........................................................................................10

2.6. Benefícios esperados...........................................................................................................11

2.7. Objectivos da Auditoria Interna..........................................................................................11

2.8. Planeamento de Auditoria Interna.......................................................................................12

2.9. Importância da Auditoria Interna nas organizações............................................................13

2.10. Vantagens da auditoria interna..........................................................................................14

2.11. Modalidades de Auditoria Interna.....................................................................................15

2.12. Estrutura da auditoria Interna............................................................................................16

2.13. Procedimentos de auditoria...............................................................................................16

2.14. Independência em auditoria..............................................................................................17

2.15. Auditoria Externa e Auditoria Interna..............................................................................17

2.16. Tipos de Auditoria e suas diferenças................................................................................18

2.17. Comparação e relação entre auditorias.............................................................................20

2.18. Informação e tomada de decisões.....................................................................................22

2.19. A influência da auditoria no processo de tomada de decisão...........................................23

2.21. Papéis de Trabalho............................................................................................................25

2.21.1. Finalidade dos papéis de trabalho..............................................................................25

2.21.2. Divisão dos papéis de trabalho...................................................................................25


2.22. Requisitos para o sucesso de uma auditoria interna..........................................................26

3. METODOLOGIA DE PESQUISA...........................................................................................27

3.1. Pesquisa quanto à abordagem.............................................................................................27

3.2. Pesquisa quanto à Natureza.................................................................................................27

3.3. Pesquisa quanto aos Objectivos..........................................................................................28

3.4. Método de abordagem.........................................................................................................28

3.5. Pesquisa quanto aos Procedimentos Técnicos....................................................................29

3.6. Modo de Selecção dos participantes...................................................................................30

3.6.1. Critério de Inclusão......................................................................................................30

3.6.2. Critério de Exclusão.....................................................................................................30

3.7. Instrumento de Recolha de dados.......................................................................................30

3.8. Considerações éticas...........................................................................................................30

3.9. Universo e Amostra............................................................................................................31

3.9.1. Universo.......................................................................................................................31

3.9.2. Amostra........................................................................................................................32

4. ESTUDO DE CASO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................33

4.1. Apresentação da Empresa...................................................................................................33

4.2. Visão, Missão e Valores......................................................................................................33

4.2.1. Estrutura Orgânica da empresa........................................................................................33

4.2.2. Controlo de frequência.................................................................................................35

4.2.3. Orçamento e Finanças..................................................................................................36

4.3. Análise e Interpretação de Resultados................................................................................36


4.3.1. Resultados obtidos a partir do questionário dos colaboradores...................................36

4.3.2. Resultados obtidos a partir do questionário dos colaboradores...................................37

5. CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES.......................................................44

5.1. CONCLUSÕES..................................................................................................................44

5.2. Recomendações...................................................................................................................45

5.3. Limitações...........................................................................................................................46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................47

APÊNDICES.................................................................................................................................51
1. INTRODUÇÃO

Considerando que actualmente nenhuma organização seja ela pública ou privada, pode exercer a
sua actividade operacional com eficiência e eficácia sem usar a auditoria. Dessa análise e diante
da necessidade de desenvolvimento e continuidade das empresas, é necessário que as mesmas
busquem ferramentas que as auxiliem em seu processo de gestão. Muitas delas adoptam modelos
de gestão deficientes, provavelmente por falta de conhecimento dos gestores que utilizam
modelos compatíveis com seus interesses ou pela utilização equivocada de determinados
mecanismos de Controlo Interno, deixando de lado os interesses da empresa.

Com o passar do tempo, as empresas normalmente vão expandindo as suas actividades e


automaticamente as operações vão ficando cada vez mais complexas, sendo assim, sente-se a
necessidade de dar maior ênfase às normas ou aos procedimentos internos, diante do facto de
que, de acordo com o desenvolvimento das organizações, os gestores de topo, não poderiam
supervisionar pessoalmente todas as fases das diversas actividades da organização.

A globalização das actividades económicas exige das empresas um maior pragmatismo e rigor na
gestão das suas actividades. A auditoria interna constitui uma função de apoio a gestão, podendo
o gestor recorrer para realizar verificações nas rotinas de trabalho.

A maioria dos negócios em Moçambique, são constituídos de pequenas e médias empresas e


devido a isso, são de vital importância em seus mais variados seguimentos com destaque para o
crescimento da economia, causando extrema relevância na geração de emprego e renda.

Entende-se que a finalidade para a realização de uma auditoria é a emissão de uma opinião
fundamentada por uma pessoa independente, mas com capacidade técnica e profissional para
emiti-la. A Auditoria Interna por sua vez pretende responder as expectativas dos gestores sobre
os riscos internos da instituição, observando, aconselhando e esclarecendo os responsáveis
envolvidos, possibilitando a implantação de novas acções correctivas e necessárias para o bom
funcionamento dos negócios, constitui ainda, uma função de apoio a gestão, podendo o gestor
recorrer para realizar verificações nas rotinas de trabalho e na confirmação da consistência física
e técnica.

1
1.1. Definição do Problema
Para Rudio (1980, p. 75), formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara,
compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos
resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. Desta forma, o objectivo da
formulação do problema é torná-lo individualizado, específico, inconfundível.

O aumento da competitividade exige das empresas, principalmente das PME’s, uma maior
eficiência, eficácia e economicidade na gestão e aplicação de seus recursos, e como parte
integrante do sistema empresarial, leva os gestores, a congregar suas decisões embaçadas em
informações transparentes e consistentes.

As PME`s têm negligenciado a existência e o impacto da auditoria interna no processo de


tomada de decisão, e este cenário pode desencadear a descapitalização da empresa e
consequentemente a falência. Os efeitos deste problema podem ainda resultar no despedimento
dos trabalhadores, diminuição do valor da empresa, entre outros aspectos, e para minimizar é
necessário, através da auditoria interna aumentar a prevenção para mitigar os riscos, aumentar a
transparência, comunicação e coordenação.

É a partir deste facto que surge a ideia e opção do tema de pesquisa em estudo, tentando
responder a seguinte pergunta de pesquisa:

 Qual é o impacto da auditoria interna no processo de tomada de decisão nas PME’s, em


particular na WC Accountant Lda?

1.2. Peguntas de Pequisa


 As recomendações da auditoria contribuem para melhorar o alinhamento entre o processo
de auditoria e a estratégia da empresa?
 Quais são os factores que mais associam à qualidade do trabalho de auditoria?
 Qual é o papel da auditoria interna no processo de desempenho para a tomada de
decisão?
 Qual é a importância da auditoria interna e quais são as suas implicações na WC
Accontant Lda?
2
 Quais são os objectivos da Auditoria Interna e que benefício se espera para a WC
Accontant Lda?

1.3. Objectivos
Segundo Marconi & Lakatos (1992, p. 102), por meio dos objectivos, indicam-se a pretensão
com o desenvolvimento da pesquisa, e quais os resultados que se busca alcançar, a especificação
do objectivo de uma pesquisa responde às questões tais como: para que? E para quem? O mesmo
autor defende que os objectivos estão relacionados com o conteúdo intrínseco dos fenómenos,
dos eventos ou das ideias estudadas.

Para Cervo & Bervian (2002, p. 83), os objectivos definem a natureza do trabalho, o tipo de
problema, o material a colectar, etc.

1.3.1. Objectivo geral


Cervo & Bervian (2002, p. 83), afirmam ainda que, no objectivo geral, “[...] procura-se
determinar com clareza e objectividade, o propósito do estudante com a realização da pesquisa,
defendem ainda que o objectivo geral, refere-se a uma visão global e abrangente do tema de
pesquisa.

Mediante o exposto, tem-se o seguinte objectivo geral:

 Analisar o impacto da auditoria interna no processo de tomada de decisão nas pequenas e


médias empresas, em particular na WC Accountant Lda.

1.3.2. Objectivos específicos


Marconi & Lakatos (1992, p. 103), defendem que, os objectivos específicos apresentam um
carácter mais concreto. A sua função é intermediária e instrumental porque auxilia no alcance do
objectivo geral e, ainda, permite aplicá-lo em situações particulares.
Para Cervo & Bervian (2002, p. 83), definir objectivos específicos significa aprofundar as
intenções expressas nos objectivos gerais, as quais podem ser: Mostrar novas relações para o

3
mesmo problema e identificar novos aspectos ou utilizar os conhecimentos adquiridos para
intervir em determinada realidade.

Diante do exposto, tem-se os seguintes objectivos específicos:

 Debruçar sobre a importância da auditoria interna nas organizações;

 Apresentar a influência da auditoria no processo de tomada de decisão;

 Debruçar sobre as etapas do processo de auditoria, na empresa objecto eestudo; e

 Partilhar o relatório de auditoria do sector de Recursos Humanos e as respectivas


recomendações, na WC Accoutant Lda, no período compreendido entre Janeiro/2022 à
Junho/2022.

1.4. Justificação
A principal motivação para sustentar o presente tema, reside na importância que o tema possui
para a autora e para a sociedade actual, sendo considerado um tema clássico para os países do
primeiro Mundo e contemporâneo para o nosso.

Para Cervo & Bervian (2002, p. 81), a escolha do tema é o primeiro passo em um trabalho
científico e um dos mais difíceis. Isso porque existem muitos temas para a pesquisa e a escolha
pode ser decisiva para a carreira profissional. Assim, “o tema de uma pesquisa é qualquer
assunto que necessite melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre o
mesmo”.

Outra motivação para a escolha do tema é a paixão pela disciplina de Auditoria pelos seus
princípios, pois, alguns se assemelham a minha personalidade, e sendo elas, fundamentais para o
meu desenvolvimento humano, tais como:
 Independência e Integridade;
 Imparcialidade;
 Neutralidade e Transparência;
 Ética e Justiça
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 Eficiência e eficácia;
 Objectividade e Criatividade; e
 Confidencialidade.

1.4.1. Contribuição do estudo no âmbito académico


No âmbito académico, esta pesquisa tem grande relevância para os estudantes, académicos,
utentes e profissionais de diversas áreas, em especial para área de Contabilidade e Auditoria,
uma vez que contribui tanto para o meio académico no geral e em particular para ISCAM.

1.4.2. Contribuição do estudo no âmbito social e económico


No âmbito social e económico justifica-se pelo facto de Auditoria Interna, estar a afirmar-se e a
assumir um papel cada vez mais importante no seio das organizações, como função de apoio à
gestão, com atribuições mais amplas e responsabilidades numa gestão eficaz e consequentemente
na sociedade em geral e considerando que actualmente o nosso país está passar por uma crise
política e económica sem precedentes, em que a Pandemia está a abalar o mercado nacional e
internacional e que casos de corrupção e saque de recursos públicos são noticiados diariamente,
serviços básicos fundamentais, como Educação, Segurança e Saúde, são prestados de forma
ineficiente.

1.5. Delimitação Temporal e Espacial do Estudo


Segundo Gil (2007) depois de escolhido o assunto de pesquisa é preciso ainda afunilá-lo,
circunscreve-lo. Para ajudar nesta etapa podem-se estabelecer alguns critérios para a delimitação
do tema, a saber:

 Critério Espacial: Delimita o ‘’locus’ da observação, ou seja, o local onde o fenómeno


em estudo ocorre;
 Critério Temporal: O critério temporal estabelece o período em que o fenómeno a ser
estudado será abordado. Podemos definir a realização da pesquisa situando o nosso
objecto no tempo actual ou recuar no tempo, procurando evidenciar a série histórica de
um determinado fenómeno.

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Portanto, a delimitação do estudo compreende as seguintes abordagens:
 Espacial que é a WC Accountant, Lda.
 Temporal, que é o período compreendido entre os anos, 2020 e 2022.

1.6. Estrutura do Trabalho


O trabalho é composto por cinco (05) capítulos, com a seguinte descrição:
 O primeiro capítulo apresenta a introdução do estudo;
 O segundo apresenta o referencial teórico do estudo;
 O terceiro apresenta a metodologia usada para a realização do estudo;
 O quarto apresenta o estudo de caso, Análise e Discussão dos Resultados; e
 Por último o quinto que apresenta as conclusões, limitações e recomendações do estudo.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Breve historial de Auditoria


Dias etal., (2011), reza que a expressão auditoria origina-se do latim audire (ouvir), sendo que o
termo pode ser mais bem elucidado pela palavra inglesa audit, que representa o acto de
examinar, corrigir e certificar.

Para Boynton etal., (2002), a prática da auditoria é tão remota quanto o início da actividade
contabilística, pois as evidências históricas revelam que desde o antigo Eito havia a necessidade
de ratificar a contabilização dos registos referentes à arrecadação de impostos

Em Moçambique, após a independência nacional em 1975, passou por um conjunto de


transformações político-económicas que culminaram com a aprovação da Constituição da
República de Moçambique (CRM) de 1990, que introduziu o Estado de Direito Democrático e
abertura da economia ao mercado. As mudanças tiveram influência no desenvolvimento de
instrumentos de regulação da actividade económica.

Como consequência, em 1990 aprovou-se o Decreto no 32/90 de 7 de Dezembro do Conselho de


Ministros de Moçambique (1990),que regulamenta a auditoria e certificação de contas, sendo o
primeiro instrumento a regulamentar a profissão do auditor. Principal Financiador do Fundo
Comum (Governos e organizações Internacionais)

No âmbito da melhoria das práticas da auditoria dentro das normas internacionais aprovou-se a
Lei no 8/2012 de 08 de Fevereiro da Assembleia da República de Moçambique (2012), que cria a
Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique (OCAM) e aprova o respectivo Estatuto,
com o objectivo de regular o exercício da profissão de contabilista e do auditor, e criar todas as
condições atinentes ao desenvolvimento destas profissões em Moçambique.

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2.2. Definição de Auditoria
Crepaldi (2010)define auditoria como um levantamento e avaliação sistemática das transacções,
dos procedimentos, das operações, das rotinas e das demonstrações financeiras da organização
que tem como objectivo a emissão do parecer sobre sua adequação, de acordo com os Princípios
Fundamentais da Contabilidade e legislações correlatas.

Cardozo (1997, p.30), assevera que, modernamente, a auditoria pode ser conceituada como: O
estudo e avaliação sistemáticos das transacções realizadas e das demonstrações contabilísticas
consequentes [...] sua principal finalidade são determinar até que ponto existe conformidade com
os critérios preestabelecidos, comunicando os resultados aos usuários interessados.

Arens et al (2012), a auditoria é a acumulação e a evolução de evidências sobre a informação


para determinar e comunicar o nível de correspondência entre a informação e os critérios
estabelecidos. “A auditoria deve ser exercida por alguém competente e independente”.

No nosso entender, as definições apresentadas neste estudo são convergentes e revelam que a
auditoria é um processo sistemático que confronta os factos observados pelos profissionais com
os critérios de auditoria preestabelecidos.

2.3.Definição de Auditoria Interna


Para Pamponet (2009), a Auditoria Interna que no início foi rotulada como actividade de
fiscalizar, passou a ser considerada um órgão de assessoria, com finalidade de auxiliar e facilitar
avaliação de normas, verificar controlos internos, tendo como objectivo auxiliar a administração.

Attie (2007)defende que auditoria interna pode ser conceituada como um procedimento a ser
seguido, formalizado tecnicamente, e que busca agregar valor a organização. A metodologia
consiste em aperfeiçoar os processos da empresa para além de dar apoio à administração,
minimizar a possibilidade de fraudes.

Através da melhoria de controlos internos, avaliação e fortalecimento de processos, a auditoria


interna pode ser conceituada como ferramenta de apoio a gestão (Pamponet, 2009).

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Pinho (2007) reforça que o seu objectivo é dar assessoria a administração da entidade. Mais que
ter como objectivo a melhoria de controlo interno e apoio a gestão, o auditor interno precisa ter
uma acção pró activa na gestão, identificando riscos operacionais, financeiros e os relacionados
com a tecnologia, gerência de informações e propriedade intelectual. E ainda deve propor
recomendações que possam aperfeiçoar os resultados da empresa.

Para Lima (2011), a auditoria interna também está voltada para identificação e prevenção de
erros, omissões e fraudes, verificação de demonstrações financeiras e operacionais se estas estão
correctas, estimular a eficiência dos funcionários, realizando através de análise e exame de
documentos, controlos e processos da organização.

2.4. Tomada de decisão


De acordo com Certo (2005), decisão é a escolha feita entre duas ou mais alternativas
disponíveis e que “...tomada de decisão é o processo de escolha da melhor alternativa,” ou a que
mais beneficiará a organização.

Para Robbins (2010, p.167), a tomada de decisão ocorre em reacção a um problema. Um


problema existe quando se verifica uma discrepância entre o estado actual das coisas e seu estado
desejável [...].

2.4.1. Elementos envolvidos na tomada de decisão


Chiavenato (2003, p.348), ressalta que toda decisão envolve seis elementos:

1) O tomador de decisão é a pessoa que faz uma escolha ou opção entre várias alternativas
futuras de acção;

2) Os objectivos são o que o tomador de decisão pretende alcançar com suas acções;

3) As preferências são os critérios que o tomador de decisão usa para fazer sua escolha;

4) A estratégia é o curso de acção que o tomador de decisão escolhe para atingir seus
objectivos dependendo dos recursos que pode dispor;

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5) A situação são os aspectos do ambiente que envolve o tomador de decisão, alguns deles
fora do seu controle, conhecimento ou compreensão e que afectam sua escolha;e

6) O resultado é a consequência ou resultado de uma estratégia.

2.4.2. Tipos de decisão nas organizações


Simon (1989) distingue dois tipos de decisão, sendo elas:
 Decisões programadas (previsíveis) e
 Não programadas (não previsíveis).

Para o autor, as decisões programadas são aquelas que acontecem com frequência, são as nossas
acções quotidianas vulgares, o espaço de tempo ocorrido entre o aparecimento do problema
(estímulo) e a sua solução (resposta) é rápido, uma vez que esses problemas são vulgares e fazem
parte da rotina. Estas decisões são normalmente informais e intuitivas, baseiam-se nas
experiências anteriores e no conhecimento de decisões que se tomaram em contextos similares.

Relativamente às decisões não programadas, o decisor tem, geralmente, que determinar qual, ou
quais, os objectivos mais importantes. Sabemos que nem sempre os objectivos são claros e pré-
determinados, como tal, a selecção, transformação ou definição de objectivos constituem um dos
aspectos mais importantes da tomada de decisão.

2.5. Actividade de auditoria interna


Segundo Morais &Martins (2003) a actividade de auditoria interna nasce dentro da organização
para dar resposta a determinadas necessidades, tais como:

 Dar a conhecer à Direcção se as metas planificadas estão a ser alcançadas;

 Dar a conhecer à Direcção se os controlos internos implantados são suficientes para


garantir a protecção dos activos e a sua adequada utilização;

 Analisar de forma contínua e permanente se todas as transacções registadas são as que se


verificaram e estão registadas de acordo com os princípios contabilísticos geralmente
aceites; e

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 Garantir à Direcção que as políticas, procedimentos, planos e controlos estabelecidos são
os adequados e foram postos em prática.

2.6. Benefícios esperados


De acordo com Marques(1997) as expectativas sobre os benefícios que dela se poderão esperar,
porém, devem atender e ser entendidas como função de um conjunto de variáveis que afectam o
seu funcionamento, eficácia, credibilidade, prestígio e imagem, de que se destacam:

 A posição da auditoria interna na estrutura organizacional relativamente aos demais


serviços da mesma unidade económica;

 O maior ou menor interesse que a gestão de topo lhe atribua;

 As manifestações de maior ou menor apreço e os “sinais” que os gestores de topo enviem


para o interior da organização sobre a auditoria, designadamente sobre as expectativas
criadas relativamente a esse serviço;

 A sua organização e a capacidade de liderança do seu responsável; e

 O número de pessoas e a formação, capacidade, profissionalismo, motivação, dedicação e


qualidade dos profissionais que o integram.

2.7. Objectivos da Auditoria Interna


Quanto aos objectivos, Attie(1992) sintetiza que a Auditoria Interna tem por objectivo:

 Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e operacionais e os


meios utilizados para auferir, localizar, classificar e comunicar essas informações;

 Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância, às políticas, planos,


leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operações e relatórios, e
determinar se a organização está em conformidade com as directrizes;

 Examinar os meios usados para a protecção dos activos e, se necessário, comprovar sua
existência real;
11
 Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e económica;

 Examinar operações e programas, verificar se os resultados são compatíveis com os


planos e se essas operações e esses programas são executados de acordo com o que foi
planeado e comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas
as providências necessárias a respeito de suas descobertas.

2.8. Planeamento de Auditoria Interna


Com o intuito de maximizar a qualidade de uma Auditoria Interna, deve-se realizar com
antecedência um planeamento, a fim de definir os caminhos a percorrer até que sejam alcançadas
as metas e objectivos estabelecidos inicialmente. Bem como desenvolver mecanismos
objectivando reduzir os erros e situações indesejadas no decorrer da auditoria, possibilitando
realizar um trabalho eficaz.

De acordo com Attie(1998) o planeamento é o alicerce sobre o qual todo trabalho deve ser
fundamentado e funciona como um mapa estrategicamente montado para atingir o alvo. A
montagem do planeamento, objectiva percorrer uma estrada predeterminada, num rumo
identificado, estabelecido e analisado.

Para Jund (2002) o planeamento é considerado a fase mais importante do processo de auditoria,
influi directamente no êxito do trabalho. É nesta etapa que o auditor define programas para
alcançar o objectivo, e ainda conhece o negócio da empresa, o funcionamento de práticas de
contabilidade, processos e controles.

Para Franco & Marra (2001),é também nesta fase que o auditor busca obter colaboração por
parte do cliente, para que consiga ter conhecimento seguro sobre a posição patrimonial e
financeira da organização. O planeamento deve definir programas diferentes para cada área
(caixa, bancos, clientes, estoques, imobilizado, fornecedores, património líquido, etc.).

Ainda para Jund (2002) no planeamento o auditor deve conhecer melhor a empresa para a qual
prestará o serviço, buscando informações sobre as actividades operacionais, e os locais de

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execução, também deve analisar factos importantes do exercício anterior que podem interferir e
ainda conhecer a administração da organização. O auditor irá definir o volume de informações
necessárias. A primeira área que deve analisar é a de controlo interno e revisão analítica, para
dimensionar e determinar a data de testes nas demais áreas da empresa.

2.9. Importância da Auditoria Interna nas organizações


Para Attie (2006), a importância que a auditoria interna tem em suas actividades de trabalho
serve para a administração como meio de identificação de que todos os procedimentos internos e
políticas definidas pela empresa, os sistemas contabilísticos e de controlos internos estão sendo
efectivamente seguidos, e todas as transacções realizadas estão reflectidas contabilisticamente
em concordância com os critérios previamente definidos.

Segundo Almeida (2003), a auditoria interna é de grande importância para as organizações, uma
vez que ajuda a eliminar desperdícios, simplificar tarefas, serve de ferramenta de apoio à gestão
e transmite informações aos administradores sobre o desenvolvimento das actividades
executadas.

Citando Barreiro (2007), um departamento de auditoria interna, competente e actuante pode


atempadamente evitar a eclosão de fraudes ou de outro tipo de comportamentos lesivos quer
morais quer materiais, antiéticos ou de natureza desviante.

Contudo, na opinião de Teixeira (2006), o auditor interno é visto como um sócio estratégico da
gestão, uma vez que exerce um papel de assessor e consultor na identificação dos riscos e deve
propor estratégias que possibilitem à organização melhorar o seu desempenho dentro do sector
económico.

No nosso entender, a auditoria interna beneficia uma organização em termos de liderança, e


eficácia na criação e manutenção de controlos internos e o sucesso da organização representa o
sucesso de toda a função de auditoria interna e de cada profissional em particular.

Segundo Almeida (2003), a auditoria interna é de grande importância para as organizações, uma
vez que ajuda a eliminar desperdícios, simplificar tarefas, serve de ferramenta de apoio à gestão
13
e transmite informações aos administradores sobre o desenvolvimento das actividades
executadas.

Citando Barreiro (2007), um departamento de auditoria interna, competente e actuante pode


atempadamente evitar a eclosão de fraudes ou de outro tipo de comportamentos lesivos quer
morais quer materiais, antiéticos ou de natureza desviante.

Contudo, na opinião de Teixeira (2006), o auditor interno é visto como um sócio estratégico da
gestão, uma vez que exerce um papel de assessor e consultor na identificação dos riscos e deve
propor estratégias que possibilitem à organização melhorar o seu desempenho dentro do sector
económico.

Assim, “o sucesso da organização representa o sucesso de toda a função de auditoria interna e de


cada profissional em particular” Miller (2008).

No nosso entender, efectivamente, a auditoria interna beneficia uma organização em termos de


liderança, e eficácia na criação e manutenção de controlos internos.

2.10. Vantagens da auditoria interna


O auditor fornece a garantia de que as demonstrações estão de acordo com os princípios e
normas de contabilidade geralmente aceites, segundo Franco & Marra (2000) é possível destacar
algumas das vantagens mais significativas da auditoria interna:
 Fiscaliza a eficiência dos controlos internos;
 Assegura maior correcção dos registos contabilísticos;
 Emite uma opinião sobre a adequação das demonstrações;
 Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas;
 Possibilita o apuramento de omissões no registo de receitas, na realização oportuna de
créditos ou na liquidação de débitos;
 Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação económica,
patrimonial e financeira das organizações;
 Aponta falhas na organização administrativa da Organização;

14
 Possibilita melhores informações sobre a real situação económica, patrimonial e
financeira da organização;
 Assegura maior exactidão dos resultados apurados.

Sintetizando, a actividade do auditor interno numa organização é essencial na medida em que


apoia o sucesso da organização, desta forma, é necessário que o auditor esteja inteirado de todas
as estratégias de negócio no crescimento da organização, de modo a actualizar os planos a aplicar
sendo que estes devem espelhar as condições actuais da organização. Pois, a auditoria interna é
benéfica numa organização na medida em que facilita a obtenção dos seus objectivos.

2.11. Modalidades de Auditoria Interna


Segundo Gass (2008) há várias modalidades de auditoria interna que foram sendo incorporadas
ao longo do processo de desenvolvimento das actividades:

 Contabilística/Financeira – A auditoria Contabilística focaliza prioritariamente as


demonstrações financeiras, examinando e avaliando as partes componentes dos
demonstrativos, bem como os procedimentos e registos, seguindo a legislação e os
Princípios Fundamentais da Contabilidade, como também às normas internas da empresa.

 Operacional – Esta verifica se a organização ou unidade submetida a exame e avalia de


forma eficiente. O auditor interno deverá avaliar as operações da empresa segundo o
escopo dos seus objectivos definidos no plano táctico ou operacional e verificar a
qualidade da versão impressa.

 Sistemas – Abrangem o exame e avaliação dos processos de desenvolvimento, testes


aplicativos e operações dos Sistemas, passam as informações à administração sobre a
adequação, eficiência, segurança, custos, documentação, etc.

 Qualidade – Foco especial da auditoria analisa a percepção do cliente e o ponto de vista


de contribuição de resultados da empresa. O objectivo da empresa é dotar os seus
produtos do mais alto padrão de qualidade. Porém é preciso verificar se o cliente está
disposto a pagar pelos custos adicionais incorridos para produzir com maior qualidade.

15
 Gestão – Utiliza-se de procedimentos dotados nas outras modalidades de auditoria,
focada na avaliação dos resultados obtidos pela unidade sob exame, confronta com
estratégias e o plano de acção, verifica possíveis ameaças e oportunidades para
consecução de resultados futuros.

2.12. Estrutura da auditoria Interna


Segundo Attie (2007) em linhas gerais a estrutura da auditoria pode ser considerada, a título
explicativo, de acordo com a seguinte divisão:

 Director – cargo destinado a dirigir toda a actividade da auditoria, principalmente


quando as divisões por especialização se tornem necessárias.

 Gerente– desenvolve completa programação de auditoria na divisão de sua


especialidade. Dirige os sectores sob sua responsabilidade, obtendo dos supervisores o
controlo e eficiência dos trabalhos.

 Supervisor – função determinada a promover o acompanhamento das actividades


exercidas pelos auditores de campo.

 Sénior – actividade referente a conduzir os trabalhos de campo e supervisionar


directamente os assistentes e auxiliares alocados ao trabalho.

 Assistente – actividade destinada a conduzir pequenos trabalhos ou assistir àqueles de


maior expressão.

 Auxiliar – actividade destinada a iniciantes da área de auditoria e que serve de suporte a


tarefas que não necessitem de técnicas ou julgamentos em grande escala.

2.13. Procedimentos de auditoria


Segundo Almeida (2009) os procedimentos de auditoria representam um conjunto de técnicas
que o auditor utiliza para colher as evidências sobre as informações das demonstrações
financeiras. Tem-se como exemplo os principais procedimentos de auditoria:

16
 Contagem física - esse procedimento é utilizado para as contas do activo e consiste em
identificar fisicamente o bem declarado nas demonstrações financeiras. Exemplo de
activos que normalmente são submetidos à contagem física pelo auditor: dinheiro em
caixa, títulos (acções) e bens do activo imobilizado;

 Confirmação com terceiros - esse procedimento é utilizado pelo auditor para confirmar,
por meio de carta, bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a
receber e obrigações, conforme o exemplo: dinheiro em conta corrente bancária, quotas a
receber de clientes, contas a pagar a fornecedores e empréstimos a pagar;

 Inspecções de documentos - existem dois tipos de documentos: os internos e os


externos. Os documentos internos são produzidos pela própria empresa, já os externos
são fornecidos por terceiros à empresa, normalmente comprovando algum tipo de
transacção. Esses documentos representam os comprovativos de algum tipo de
transacção.

2.14. Independência em auditoria


Para Attie (2007) a independência total e completa é impalpável, uma vez que implica a
liberdade de toda e qualquer dependência, incluindo a dependência financeira.
Consequentemente, a auditoria, sendo parte integrante da instituição e recebendo suporte desta,
necessita abrir mão de alguma independência.

Auditoria interna é uma actividade profissional e seu propósito é fazer julgamentos profissionais.
Ela necessita do mais alto grau de imparcialidade, integridade e objectividade, os quais se
atrofiam na ausência de independência, reportando-se a auditoria a um nível não adequado ou
comprometido dentro da organização.

17
2.15. Auditoria Externa e Auditoria Interna
Dada a sua diversidade, a actividade de Auditoria pode assumir diferentes funções, consoante os
objectivos pretendidos e os critérios adoptados, podendo divergir, de acordo com Morais &
Martins (2007), relativamente à sua amplitude, frequência, obrigatoriedade, âmbito, destinatários
e até mesmo quanto ao profissional que a realiza, conforme é explicado na tabela abaixo:

Tabela 1: Diferenças entre Auditoria externa e Auditoria interna

Descrição Auditoria Externa Auditoria Interna

Profissional Externo a entidade auditada Quadro da entidade

Atender às necessidades de Atender às necessidades do


terceiros, no que diz órgão de gestão, contribuindo
Objectivo respeito à credibilidade das para o fortalecimento do
informações financeiras Sistema de Controlo Interno,
Gestão de Risco e
Governance da entidade
Elementos Tem em conta os elementos
das Demonstrações
Financeiras Tem em conta as áreas
operacionais e as linhas da
responsabilidade
administrativa
Independência Deve ser independente em Deve ser independente no
relação à Administração; exercício da sua função;
Controlo Interno A opinião acerca do O Controlo Interno é
Controlo Interno focaliza-se avaliado a fim de poder
na segurança das operações expressar opinião acerca da
e o seu impacto nas eficácia e eficiência dos
Demonstrações Financeiras recursos da entidade
Acompanhamento Acompanhamento Acompanhamento
intermitente e em várias permanente da atividade da
entidades. entidade, o que lhe
proporciona um melhor
conhecimento do negócio.

Fonte: Morais & Martins, 2007.

18
2.16. Tipos de Auditoria e suas diferenças
Tabela 2: No Quadro nº 2, será destacado os vários tipos de Auditoria e suas diferenças.

Tipos Diferenças
Auditoria Financeira Esta é mais conhecida como auditoria das DFs, tem
como objectivo fazer com que o auditor expresse uma
opinião sobre as DFs estão razoavelmente
apresentadas de acordo com os princípios
contabilísticos geralmente aceites.

Auditoria Interna Têm as funções de salvaguardar os activos das


empresas, verificação do cumprimento dos
procedimentos estabelecidos pelo órgão de gestão e a
constatação acerca da credibilidade da informação
financeira.

Auditoria Operacional Esta auditoria preocupa-se, sobretudo com a eficácia


das operações e o cumprimento das políticas e se for o
caso com a adequação das mesmas.

Auditoria de Gestão Tem como objectivo de verificar em que medida é que


os recursos postos a disposição dos gestores estão a ser
aplicados com a maior economicidade eficiência e
eficácia.

Auditoria Informática O Objectivo da auditoria informática é verificar se


existem controlos apropriados, certificar que os
mesmos estão implementados e proceder a avaliação
da sua eficácia de forma a poder tirar-se conclusões
sobre a performance de todo o sistema informático.

Auditoria Social Este tipo de auditoria tem importância no que diz


respeito a responsabilidade social da empresa,
relacionadas com a deterioração que a empresa produz
na qualidade de vida (poluição), na qualidade dos seus
produtos, na confiança que inspira aos consumidores e
aos seus accionistas minoritários.

Auditoria Forense A Auditoria Forense pretende detectar possíveis


fraudes, confirmando não apenas o que está
contabilizado, apresentando e divulgando nas DFs,
mas tentando sobre tudo detectar o que não está
evidenciado nestes documentos e que devia estar.

Fonte: Morais & Martins (2007)

19
2.17. Comparação e relação entre auditorias
De modo a aprofundar as duas principais auditorias, serão estabelecidas algumas comparações e
a relação entre as duas vertentes. Iniciando pelos auditores externos, estes exercem uma função
essencial na avaliação dos controlos internos por via das suas práticas, facultando referências
para eventuais melhoramentos nomeadamente na eficiência e eficácia dos controlos internos.
Relativamente aos auditores internos, estes examinam e proporcionam uma salvaguarda de
gestão de risco e estabelecem os controlos internos a ser executados por forma a alcançar os
objectivos pré-definidos, devem ainda identificar as falhas existentes e indicar melhoramentos a
efectuar para combater as mesmas.

No Quadro-3, serão apresentadas as características das duas auditorias em análise, salientando


pontos divergentes e convergentes entre elas.

Tabela 3: Características da Auditoria Interna vs Auditoria Externa

Critério Auditoria Interna Auditoria Externa


Vínculo laboral Incluído nos quadros da Profissional Independente.
organização.
Quem delibera Órgão de gestão (processo de Assembleia-Geral de
recrutamento de pessoal) accionistas ou o conselho de
administradores.
Metas de procedimento Satisfazer os interesses da Certificação das demonstrações
entidade, melhorando o financeiras e avaliação do
desempenho dos restantes sistema de controlo interno,
serviços relativamente a aspectos
contabilísticos.
Destinatários de trabalho Órgão de gestão Accionistas e outros
utilizadores externos.
Âmbito de auditoria Alargado, estendendo-se a todos A verificação é focada nas
as funções da organização questões que determinam a
situação financeira e o
desempenho da empresa.
Actividade no tempo Permanente e contínua Periódica, de forma intermitente
e em momentos adequados para

20
a certificação de contas.
Remuneração do auditor Definida pelo órgão de gestão, Estabelecida contratualmente,
de acordo com a tabela de com mínimos estipulados na lei.
remunerações da entidade
Relação entre auditorias Utiliza técnicas e processos de Adapta o seu plano de trabalho
auditoria externa conforme a qualidade e
dimensão do trabalho da
auditoria interna.
Produto final Recomendações de controlo Emitir uma opinião sobre as
interno e eficiência demonstrações financeiras
administrativa materialmente relevantes
Fonte: Mattos (2011)

Apesar de possuírem distintos níveis de complexidade, as duas auditorias têm interesses comuns,
levando a uma inter-relação de trabalho, sendo efectuadas habitualmente com recurso a técnicas
semelhantes distinguindo-se apenas quanto à sua extensão. Assim sendo, o trabalho
desenvolvido por ambas Auditorias deve ser conduzido de modo a completar-se e a impedir a
realização de funções repetidas, atingindo desta forma patamares de eficiência mais elevados.

Esta coordenação entre actividades é de grande relevância para ambos os auditores, observando a
óptica do auditor externo podemos verificar que a interacção é benéfica na medida em que
possibilita o aumento da eficiência da auditoria das demonstrações financeiras, na perspectiva do
auditor interno esta interligação constitui um aumento de informações fulcrais na avaliação dos
controlos de risco.

Deste modo, os dois auditores devem permanecer em constante contacto a fim de proporcionar
uma boa troca de informações.

2.18. Informação e tomada de decisões


A informação ostenta cada vez mais importância nos dias que correm, chegando a ser
considerada como um factor determinante de sucesso, sendo fundamental na descoberta de novas
tecnologias ou para aproveitar as oportunidades de investimento. Constitui assim um utensílio
imprescindível no processo de tomada de decisão, isto é, informações de qualidade diminuem as

21
inseguranças que o futuro representa, permitindo deste modo tomar decisões com maior
probabilidade de sucesso.

Para Oliveira (1992), a informação auxilia no processo de decisão, pois quando devidamente
estruturada é de crucial importância para a empresa, associa os diversos subsistemas e capacita a
empresa a atingir os seus objectivos, isto é, as vantagens obtidas com as decisões correctas
adquiridas através de informação pertinente, traduzem-se no sucesso da organização.

Segundo Beuren (2000), a produção de um sistema de informação que ajude o gestor a melhorar
as suas decisões não depende apenas da identificação dos modelos decisórios dos gestores e das
suas necessidades informativas. “Na maioria das vezes é necessário repensar o próprio modelo
de decisão, e utilizar informação adicional para determinar a probabilidade de ocorrência de cada
estado da natureza, a fim de reduzir o problema da incerteza”.

Esta informação referida por Beuren traduz-se na informação disponibilizada pela auditoria
interna considerada como suplementar no processo de construção de um modelo de decisão,
reduz o problema da incerteza uma vez que o auditor interno desenvolve a sua actividade com o
fim de promover a eficiência, disponibilizando informações fidedignas e apropriadas para uma
tomada de decisão.

2.19. A influência da auditoria no processo de tomada de decisão


De acordo com Prado (2010), a auditoria é consciente de modo directo por atentar circunstâncias
de riscos, evitando erros e fraudes, auxiliando os gestores da organização à tomarem qualquer
tipo de decisão, na qual possa beneficiar o desempenho organizacional.

O mesmo autor defende que actualmente, devido à complexidade do mercado, medidas são
tomadas quase que instantaneamente. Por isso, é de grande importância às informações
repassadas pela auditoria, por serem significativas, verdadeiras, oportunas, onde se ampara a
gestão a chegar a seus objectivos dentro de um planeamento organizacional.

22
No nosso entender, a auditoria é um instrumento que assessora a gestão organizacional,
propiciando que todas as actividades internas estejam competentemente realizadas, dando
credibilidade às informações contabilistas.

Para Silva (2005), a Auditoria é uma ferramenta usada pelos gestores da organização para um
sistema eficaz de controlo interno e influencia directamente no processo de tomada de decisão no
controlo administrativo de uma organização. Diante das complexidades de naturezas estruturais
das empresas, determina auditoria como factor essencial de modo a evitar erros, dissipação dos
recursos sempre limitados, colocando a instituição em delicadas situações.

2.20. Processos de Auditoria


De acordo com Lélis & Pinheiro (2012), o trabalho de auditoria é dividido em diversas etapas,
nas quais são determinados procedimentos a serem seguidos, baseados em normas e padrões

Para Almeida (2010), os procedimentos de auditoria são técnicas utilizadas pelo auditor para
obter as informações necessárias para emitir opinião sobre as demonstrações contabilísticas.

Jund (2002) defende que para atingir o objectivo proposto, e emitir o relatório o auditor precisa
planear o trabalho, revisar controlos internos, analisar contas do balanço patrimonial, para que
possa determinar a extensão do trabalho, os procedimentos a serem utilizados na auditoria.

Figura 1: ETAPAS DO PROCESSO DE AUDITORIA

1ª AUDITOR;

2ª PLANEIA O TRABALHO DE AUDITORIA;

3ª AVALIA OS CONTROLOS INTERNOS;

4ª ANALISA E DEFINE OS RISCOS;

5ª ELABORA O PROGRAMA DE AUDITORIA;

6ª EFECTUA A REVISÃO ANALÍTICA;

23
7ª EXECUTA OS DEMAIS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA PREVISTOS NO
PROGRAMA;

8ª COLHE E AVALIA AS EVIDENCIAS;

9ª ORGANIZA E FECHAR OS PAPÉIS DE TRABALHO; e

10ª EMITE O PARECER/RELATÓRIO.

Fonte: Jund (2002)

O processo de auditoria é planeado e dividido em etapas que seguem normas e padrões. O


auditor ao realizar o trabalho irá seguir cada etapa como foi determinado no planeamento. Ou
seja, cada passo do auditor tem um objectivo e segue uma lógica, e está escriturado no seu
planeamento.

2.21. Papéis de Trabalho


Segundo Almeida (2009) existem três tipos de papéis de trabalho utilizados pelo auditor:
 Programas de auditoria - normalmente, as firmas de auditoria preparam programas
padrões, a serem preenchidos pelos auditores, para todas as áreas das demonstrações
financeiras e também para outros assuntos relacionados com o exame de auditoria
(planeamento, supervisão, riscos em auditoria).
O programa de auditoria é dividido basicamente em três partes, que são as seguintes:
Listagem dos procedimentos de auditoria, espaço para o auditor assinar ou rubricar, a fim de
evidenciar que o serviço foi feito e quem o fez e espaço para comentários, observações,
referências.

 Papéis elaborados pelo auditor - representam os papéis de trabalho que o auditor


prepara à medida que vai analisando as diversas contas da razão geral da contabilidade,
com o objectivo de ter um registo de serviço executado.

 Outros papéis de trabalho - compreendem cartas de confirmação de terceiros: Contas


correntes bancárias, contas a receber e empréstimos a pagar; Cópias de documentos
importantes: Estatuto social, contratos e manuais de procedimentos internos.
24
2.21.1. Finalidade dos papéis de trabalho
Segundo Dal Mas (2000), os papéis de trabalho constituem um registo permanente dos trabalhos
do auditor e da documentação em que este baseia seu certificado ou parecer. Isso significa que
eles deverão conter todos os factos materiais, demonstrar a extensão dos trabalhos realizados e as
fontes de informações e fundamentar as conclusões.

2.21.2. Divisão dos papéis de trabalho


Os papéis de trabalho devem ser divididos em duas partes principais que são:
 Dossiers permanentes e
 Correntes.

Segundo Taborda (2006), dossier permanente compreende o arquivo que integra todas as
informações consideradas relevantes pelo auditor e que possam ter de ser consultadas no
presente ou no futuro.

Para o mesmo autor o dossier corrente, compreende a informação relativa a cada auditoria
específica, englobando os programas de trabalho, documento que serve de guia à execução dos
testes de controlo e dos procedimentos substantivos.

2.22. Requisitos para o sucesso de uma auditoria interna


Segundo Marques (1997) o sucesso de um serviço de auditoria interna depende de uma
multiplicidade de aspectos, muitos dos quais lhe são exógenos e que não controla, tais como:

 Ser criada e existir por vontade da própria Administração;

 Reportar directamente à Administração, com quem deve procurar ter bons canais de
comunicação e as melhores relações;

 Dispor de uma liderança forte e actuante e de uma boa organização;

 Dispor de meios humanos e materiais adequados;

25
 Ser exigente e perseverante no processo de recrutamento;

 Conseguir a participação dos seus colaboradores em acções de formação e


aperfeiçoamento profissional que sejam adequadas e oportunas, procurando depois
avaliar o seu resultado e as consequências que daí advieram quer para a melhoria do nível
de conhecimentos e das capacidades individuais quer para os resultados e a qualidade do
serviço prestado; e

 Procurar ter boas relações com o auditor externo.

26
3. METODOLOGIA DE PESQUISA

A metodologia engloba o tipo de pesquisa e o instrumento utilizado para o desenvolvimento do


trabalho.

Silva, (2001, p.55), afirma que a metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e
exacta de toda acção desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. A partir da
necessidade de caminhos que possam ser comprovados, surge a base para a ciência, por meio da
qual se procura aumentar o conhecimento ou aperfeiçoar a compreensão de determinado objecto
de estudo.

Segundo Demo apud Fonseca (2009), metodologia trata das formas de se fazer ciência. Cuida
dos procedimentos, das ferramentas e dos caminhos para se atingir a realidade teórica e prática,
pois essa é a finalidade da ciência.

3.1. Pesquisa quanto à abordagem


Segundo Silva & Menezes (2001) existem dois tipos de abordagem: Qualitativa e Quantitativa.

Pesquisa qualitativa: Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito,
isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não
pode ser traduzido em números, onde a interpretação dos fenómenos e a atribuição de
significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.

Pesquisa quantitativa: Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.

Portanto para esta pesquisa usou-se a pesquisa qualitativa complementada da quantitativa.

3.2. Pesquisa quanto à Natureza


Quanto à natureza a pesquisa é básica, que no entender de Prodanov & Freitas (2013) objectiva
conhecimentos novos e úteis para o avanço das ciências sem prática prevista. Envolve verdades e
interesses universais.

27
3.3. Pesquisa quanto aos Objectivos
Para Gil (2008), os tipos de pesquisa quanto aos seus objectivos são: Pesquisa Exploratória,
Descritiva e Explicativa.

Pesquisa exploratória: essa pesquisa tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.

Pesquisa descritiva: este tipo de pesquisa tem como objectivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenómeno ou estabelecimento de relações entre
variáveis.

Pesquisa explicativa: é aquela pesquisa que têm como preocupação central identificar os
factores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenómenos.

Para a elaboração deste trabalho, usou-se a pesquisa exploratória, que de acordo com Silva &
Menezes (2001), por um lado tem a finalidade de ampliar o conhecimento a respeito de um
determinado fenómeno, e por outro a pesquisa visa proporcionar maior familiaridade com o
problema com vista a torná-lo explícito ou a construir hipóteses, com a finalidade de comprava-
las, isto é, envolve o levantamento bibliográfico, e ainda análise de exemplos que estimulem a
compreensão. Em suma, assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudo de
Caso.

3.4. Método de abordagem


De acordo com Lakatos & Marconi, (2010), o método é o conjunto das actividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança economia, permite alcançar o objectivo, conhecimentos
válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista.

Método dedutivo: De acordo com Gil (2008) o método dedutivo e aquele que parte do geral e, a
seguir, desce ao particular.

28
Método indutivo: O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e
coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de colecta de dados particulares.
Gil (2008).

Método hipotético-dedutivo: De acordo com Demo (2000), este método parte da constatação de
um problema, constrói-se a hipótese pelo processo de inferência dedutiva e com base nesta
inferência, testa-se a ocorrência do fenómeno levantado pela hipótese.

Para elaboração do trabalho final, usou-se o método hipotético-dedutivo.

3.5. Pesquisa quanto aos Procedimentos Técnicos


Pesquisa bibliográfica: A pesquisa bibliográfica é de livros e publicações relacionados a gestão
de riscos de uma forma geral, para entender os conceitos e enquadrá-los adequadamente no
desenvolvimento do trabalho de pesquisa.

Pesquisa documental: A pesquisa documental é elaborada através de material que não recebeu
tratamento analítico. A consulta documental consistirá na verificação de práticas adoptadas por
algumas firmas as quais se encontram evidenciadas em seus relatórios.

Estudo de caso: Segundo Boaventura (2004), estudo de caso possui uma metodologia de
pesquisa aplicada, na qual se busca aplicação prática de conhecimentos para a solução de
problemas sociais.

Segundo Zanella (2009), estudo de caso é uma forma de pesquisa que aborda com profundidade
um ou poucos objectos de pesquisa, por isso tem grande profundidade e pequena amplitude,
procurando conhecer em profundidade a realidade de uma pessoa, de um grupo de pessoas, de
uma ou mais organizações, uma política económica, um programa de governo, um tipo de
serviço público, entre outros. Assim, a característica principal é a profundidade do estudo.

Quanto aos Procedimentos Técnicos, para o presente trabalho usou-se a Pesquisa bibliográfica,
documental e Estudo de caso.
29
3.6. Modo de Selecção dos participantes

3.6.1. Critério de Inclusão


De modo descritivo, como critério de inclusão foram pré-definidos os materiais em língua
portuguesa, inglesa e espanhola, artigos teses e dissertações que podiam ser pesquisados nas
bases de dados como, Google Scholar, contendo informações inerentes ao tema em estudo, com
relação directa e indirecta, que abordam sobre a Análise do Impacto da Auditoria Interna no
Processo de Tomada de Decisão nas Pequenas e Médias Empresas.

3.6.2. Critério de Exclusão


Os critérios de exclusão utilizados foram os artigos fora do período escolhido, os de outras
línguas que não foram mencionadas anteriormente e aqueles que não podiam ser lidos na íntegra,
e foram excluídas todas as pesquisas que não fazem parte deste grupo populacional em
específico.

3.7. Instrumento de Recolha de dados


No presente trabalho foi usado o questionário que de acordo com Gil, (2008), pode se definir
como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a
pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos,
valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado, etc.

3.8. Considerações éticas


De acordo com os princípios básicos da ética perante investigação que envolva seres humanos,
esta pesquisa assenta em três pilares básicos:
 O respeito pelas pessoas;
 A beneficência e
 A justiça.

Com vista a garantir o respeito pelas pessoas, neste trabalho, os participantes foram tratados
como agentes autónomos, ou seja, indivíduos capazes de deliberar acerca de objectivos pessoais

30
e actuar sobre tal deliberação e garantimos ainda, que pessoas com qualquer tipo de debilidade
ou diminuição de autonomia, foram automaticamente protegidas e responderam em anónimo.
Relativamente à beneficência, as pessoas envolvidas na investigação, os inqueridos foram
tratados de forma ética não só respeitando as suas decisões e protegendo-as do perigo, bem como
garantindo o seu bem-estar.

O pilar da justiça assentou-se essencialmente no tratamento igualitário, o que significa que o


conhecimento e os benefícios alcançados foram partilhados de forma justa e tendo sempre em
conta o mérito.

Relativamente a este trabalho, todos os participantes na amostra foram voluntários e previamente


convidados para a realização da mesma. Aquando do convite foi entregue um documento com
explicação detalhada do objectivo do estudo, e a respectiva ficha de inquérito.

Desta forma, foram garantidas as considerações éticas referidas, e nenhuma pessoa, correu risco
de reputação ou de perca do seu emprego, pois a sua participação foi no anonimato.

3.9. Universo e Amostra

3.9.1. Universo
Entende-se por população ou universo, na óptica de Vergara (2000), como um conjunto de
elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as mesmas características
que são objectivos de pesquisa.

Enquanto Gil (2002), diz que Universo ou População em estudo é constituído por todas as peças
produzidas pela fábrica durante aquele período de tempo. A característica estatística tem apenas
duas modalidades: Peça defeituosa e Peça não defeituosa.

Considerando o Universo de trinta (30) funcionários da empresa objecto de estudo, serão


seleccionados vinte (15) participantes.

31
3.9.2. Amostra
Entende-se por amostra, segundo Marconi & Lakatos (2010) uma parcela conveniente
seleccionada do Universo (população).

Vergara (2000), define amostra como sendo a parte do universo ou da população seleccionada
pelo critério de representatividade.

Portanto, dessa base atribuiu-se um número aleatório a cada um dos sujeitos da população
identificados na base e utilizou-se números aleatórios para seleccionar a amostragem necessária,
reordenando a base de forma ascendente ou descendente tendo por referência a coluna com
números aleatórios e seleccionou-se para a amostra quinze (15) participantes.

32
4. ESTUDO DE CASO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. Apresentação da Empresa


A WC Accountant Lda, sita no bairro da Malanga, rua conjunto Djambo, rua 102, R/c, têm por
principal missão actuar como uma empresa líder em prestação de serviços de consultoria, em
contabilidade e auditoria, oferecendo aos seus clientes uma melhor segurança e confiabilidade
dos serviços prestados, e tem como valor institucional a prestação de serviços por excelência e o
comprometimento institucional a seus clientes, querendo satisfazer cabalmente as necessidades
de quem os procura em qualidade e criando relações valiosas de confiança com cada um dos
clientes.

4.2. Visão, Missão e Valores


Visão: Ser uma Consultoria de referência nacional e internacional em excelência e qualidade na
prestação de serviços, em contabilidade e auditoria.

Missão: prestar serviços de consultoria, em contabilidade e auditoria oferecendo aos seus


clientes uma melhor segurança e confiabilidade dos serviços prestados.

Valores: Valorização dos colaboradores, Qualidade, Inovação, Segurança em tudo que


executamos Integridade moral e ética, Respeito pelas opiniões, Valores e culturas diferentes.

4.2.1. Estrutura Orgânica da empresa


A estrutura orgânica baseia-se num regulamento orgânico que define e regula toda a estrutura da
WC Accoutant Lda., fixando as atribuições e as competências, estabelecendo os princípios gerais
da organização e funcionamento dos serviços.

A empresa está subdividida em três sectores a seguir citados:

 Órgão de Direcção;
 Sector de Auditoria;
 Sector de Contabilidade e
 Sector de Recursos Humanos.

33
Órgão de Direcção

Sector de Sector de Sector de


Auditoria Contabilidade Recursos Humanos

Fonte: WC Accoutant, Lda (2020)

a) Órgão de Direcção
O órgão de Direcção tem como atribuições e competências conceber, dirigir, controlar e executar
medidas de políticas relativas às diversas funções da Empresa.

b) Sector de Auditoria
O Sector de Auditoria tem como objectivo responder às necessidades da administração,
contribuindo para o fortalecimento do sistema de controlo interno da organização;

 Subdivide o trabalho tendo em conta as áreas operacionais e as linhas de responsabilidade


administrativa; e

 Acompanha permanentemente a actividade da organização, o que lhe proporciona um


melhor conhecimento do negócio, conferindo-lhe maior sensibilidade em relação a tudo o
que se refere à entidade onde trabalha.

c) Sector de Contabilidade
Este sector tem como responsabilidade proceder através do “Programa de Contabilidade Sorte” o
controlo e tratamento contabilísticos da documentação de acordo com os procedimentos
específicos de contabilidade, proceder a elaboração de balancetes e balanços trimestrais,
semestrais e anuais, fecho contabilístico e elaboração de relatórios e contas de exercício,
reconciliações bancárias e efectuar os mapas de salários.

34
d) Sector de recursos humanos
O Sector de recursos humanos tem como função zelar pela organização, controlo e direcção do
pessoal afecto a empresa, desde o topo até a base, zelar pelo modelo eficaz de gestão e de
desenvolvimento do capital humano e do talento na empresa, dando desde modo, respostas as
necessidades da organização e na motivação de recursos.

É neste sector que se destacam os processos de competências, nomeadamente: planeamento,


formação, avaliação, selecção e o recrutamento, e modelos de compensações e incentivos.
Também neste sector faz-se o processamento e pagamento de salários bem como o controlo de
assiduidade dos trabalhadores.

Itens para exame no sector:

a) Ficha funcional - verificar se é adoptadoo modelo adequado para registo dos dados
funcionais dos colaboradores;

b) Registos funcionais - verificar se os dados funcionais são criteriosamente registados, e se


estão actualizados.

c) Documentos referentes à vida funcional dos colaboradores - Deve ser observado se os


documentos referentes à vida funcional dos colaboradores são arquivados em pastas
adequadas; e

d) Pastas específicas para o arquivo - Verificar se há pastas específicas para o arquivo das
declarações de bens dos servidores, principalmente dos ocupantes de cargo sem
comissão, e observar se são arquivados nas pastas funcionais os processos que tratam de
interesses de cada servidor.

4.2.2. Controlo de frequência


Itens para exame:

a) Há controlo de frequência em conformidade com as normas de execução permanente?

b) São tomadas as medidas previstas em lei, quando registadas faltas injustificadas por mais de
30 dias?

35
4.2.3. Orçamento e Finanças

a) A Receita Prevista e a Despesa Fixada estão em consonância com o Orçamento anual


aprovado.

b) O registo contabilístico da receita e da despesa foi realizado de acordo com os critérios


constantes da Lei de orçamento?

c) Há realização de despesas sem o prévio empenho?

d) Houve início de programas ou projectos não incluídos na Lei Orçamentária anual?

4.3. Análise e Interpretação de Resultados

4.3.1. Resultados obtidos a partir do questionário dos colaboradores


Neste capítulo, apresentam-se os resultados obtidos a partir do inquérito feito aos colaboradores
da WC Accountant Lda, numa amostra de quinze (15) elementos. Neste âmbito, importa referir
que durante o inquérito foram colocadas algumas questões aos inqueridos tais como: níveis de
escolaridade dos funcionários em amostra, idade média e informações sobre a empresa. Assim
sendo, é de referir que essas questões não serão analisadas de forma mais profunda, visto que a
sua elaboração consistia em fazer perceber ao pesquisador a quem estava a inquerir.

Na análise dos dados procura-se estabelecer as articulações existentes entre os dados teóricos
com os dados extraídos dos relatórios pesquisados. Desta forma, poderemos produzir, à título de
considerações finais as conclusões, limitações e recomendações.

O método utilizado baseia-se nas transformações dos dados colectados. Os objectivos descritos
neste trabalho foram alcançados, e demonstrados principalmente onde se abordou a sistemática
de periodização das actividades de Auditoria Interna por intermédio da elaboração das técnicas
da auditoria, e identificou-se à área de recursos humanos juntamente com suprimento de bens e
serviços às áreas que apresentam maiores níveis percentuais de irregularidade e inconformidade
administrativa, configurando-se um indicador de alerta para os tomadores de decisão da WC
Accountant Lda.

36
Para facilitar a análise final dos dados, tivemos que categorizar os membros com vista a
organizar, separar, unir, classificar e validar as respostas encontradas pelos nossos instrumentos
da colecta de dados.

4.3.2. Resultados obtidos a partir do questionário dos colaboradores


Gráfico 1: Análise do nível de escolaridade da amostra

Fonte: Autora (2021)


Segundo os resultados que os gráficos acima ilustram a respeito dos inquéritos elaborados,
constatou-se que maior percentagem dos inqueridos, neste caso 50% tem o ensino superior, 25%
nível médio, 20% ensino básico e 5% são pós-graduados, diante do exposto pode-se crer que a
instituição promove a educação dos seus colaboradores.

37
Gráfico 2: Análise da idade

Fonte: Autora (2021)

Segundo os resultados que o gráfico abaixo ilustra acerca da média de idade dos colaboradores
verificou-se que a maior percentagem dos inquiridos (50%) tem acima de 45anos de idade, 25%
tem a idade compreendida de 36-44anos e 20% está no intervalo de 27-35anos e os restantes 5%
estão no intervalo de 18-26anos. Da análise concluiu-se que a instituição em análise tem mais
funcionários adultos do que jovens.

Gráfico 3: Contribuição das recomendações da auditoria


1. As recomendações da auditoria contribuem para melhorar o alinhamento entre o
processo de auditoria e a estratégia da empresa?
A auditoria bem realizada possibilita o alinhamento dos objectivos estratégicos da organização.
O auditor interno deve analisar os processos, controlos internos e avaliar quais são os riscos
inerentes e como podem afectar a estratégia da empresa, para que possa fazer recomendações
que minimizem esses factores que prejudicam os objectivos da organização.
Analisando o gráfico-3 abaixo, é possível verificar que 80% dos inquiridos consideram
satisfatória a contribuição da auditoria com relação ao processo e estratégia da empresa, já
20%dos auditados consideram que auditoria interna colabora apenas algumas vezes para a
melhoria do alinhamento entre os processos e a estratégia.

38
Análise das recomendações de auditoria
Não Raramente Ás vezes Sim Sim, Muito

20%

80%

Fonte: autora (2021)

Gráfico 4: Gestão de riscos


1. Os trabalhos efectuados pela auditoria interna melhoraram a gestão de riscos?

Análise da gestão de riscos


90%

80%

70%

60%

50%

40% 80%

30%

20%

10%
15%
5%
0% 0%
Não Raramente Às vezes Sim

Fonte: Autora (2021)

39
Um dos objectivos da auditoria é melhorar e ajudar na gestão dos riscos, bem como verificar a
eficácia do controlo interno. Ao identificar os riscos, o auditor interno deve propor acções para
minimizá-los ao máximo.

Analisando o gráfico e o trecho ilustrado no gráfico acima, verifica-se que 80% dos inquiridos
acha que os trabalhos efectuados pela auditoria interna contribuem, “Sim”, significativamente
para minimizar os riscos inerentes a empresa. 15% Verifica que nem sempre, “Às vezes”, os
trabalhos de auditoria melhoram a gestão de riscos, e 5%defende que raramente os trabalhos
contribuem para diminuir riscos inerentes ao negócio da empresa.

Gráfico 5: Gestão de risco de auditoria em relação ao processo de tomada de decisão.


1. A gestão de risco de auditoria contribui no processo de tomada de decisão?

Análise da gestão de risco de auditoria no


processo de tomada de decisão
SIM NÃO

5%

95%

Fonte: autora (2021)

Analisando o gráfico acima, em relação a contribuição da gestão de risco de auditoria no


processo de tomada de decisão, 95% dos colaboradores inquiridos responderam afirmativamente
“Sim” pois gerir devidamente os riscos pode contribuir para a melhoria do desempenho
organizacional sendo este um benefício a organização, não obstante, um bom sistema de controlo
interno, monitoria e tratamento bem estruturado e organizado possibilita a concretização dos

40
objectivos organizacionais que possam influenciar no processo de tomada de decisão de qualquer
entidade e ainda Melhora a probabilidade de se atingir os objectivos, e 5% respondeu que não.

Gráfico 6: Factores associados a qualidade do trabalho de auditoria


1. Quais são os factores que mais associam à qualidade do trabalho de auditoria?

Análise dos factores associados a qualidade


do trabalho de auditoria
40%

20%

10% 10% 10%

Preparação do aud- Prazo de Qualidade das Orientação para Implementação dos


itor comunicação recomendações risco e orientação planos de acção
dos resultados da auditoria para a estratégia pela área auditada

Fonte: autora (2022)

Avaliando o gráfico acima, é possível verificar uma divisão de opinião entre os inquiridos. sendo
que 20% consideram que a preparação do auditor é o factor determinante para a qualidade do
trabalho da auditoria, 10% considera o prazo de comunicação dos resultados, de igual
percentagem, ou seja, os outros 10% consideram a qualidade das recomendações de auditoria
como factor associado, assim a maioria dos inquiridos, ou seja, 40% responderam que o factor
associado à qualidade do trabalho de auditoria é a orientação para risco e orientação para a
estratégia, ao passo que 10% considera factor associado à implementação dos planos de acção
pela área auditada.

41
Gráfico 7: Análise da informação de auditoria

A auditoria interna contribui para a


obtenção de melhores informações sobre
a real situação económica, patrimonial e
financeira da organização?
SIM
10% NAO

Fonte: autora (2022)

Dos resultados no gráfico abaixo se constatou que 90% dos inquiridos dizem que SIM, e
ressaltam que Auditoria Interna é um dos instrumentos que as organizações podem utilizar para
desenvolver suas actividades, para avaliar e examinar o desempenho em um determinado período
e também detectar áreas problemáticas sugerindo correcções e os restantes 10% dizem que a
auditoria não tem nenhuma importância, pois, ela só serve para perseguir os funcionários.

42
Gráfico 8: Análise da informação de auditoria
1. Quais são os objectivos da auditoria interna?

Análise dos objectivos da auditoria interna


30% 30%
30%
20% 20%
20%
10%
0%

Fonte: Autora (2021)

O auditor deve ter como objectivo avaliar os controlos internos e processos, para identificar erros
e fraudes que possam gerar riscos que comprometam o alcance dos objectivos da organização.

Na análise do gráfico e do excerto acima, é possível verificar novamente a divisão de opinião


entre os inquiridos, uma vez que 20% defende que a auditoria tem como objectivo identificar
responsáveis por erros e fraudes, na igual percentagem neste caso 20%, defende que o objectivo
é verificar o cumprimento de instruções e a correcta execução de controlos, é importante
observar que a maioria dos inquiridos defende que o objectivo é de avaliar a adequação das
instruções, procedimentos e controlos vigentes e corrigir situações que dificultem o alcance da
estratégia organizacional.

43
5. CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. CONCLUSÕES
Do estudo, verificou-se que actualmente, nenhuma organização seja ela pública ou privada, pode
exercer a sua actividade operacional com eficiência e eficácia sem usar a auditoria. Dessa análise
e diante da necessidade de desenvolvimento e continuidade das empresas, é necessário que as
mesmas busquem ferramentas que as auxiliem em seu processo de gestão.

Neste sentido, foi desenvolvido um enquadramento teórico da auditoria, que inclui o


planeamento e a importância, efectuando também uma comparação entre os vários tipos de
auditoria. Posteriormente surge uma abordagem aprofundada da auditoria interna e do seu
fundamental papel, através das etapas do processo de auditoria.

De um modo geral, após análise de vários estudos foi possível verificar e validar a primeira
hipótese "A auditoria interna desempenha um papel importante no processo de tomada de
decisão nas PME`s, em particular na WC Accoutant Lda", pois, a auditoria promove a
credibilidade das organizações onde actua, conferindo-lhes assim uma das suas principais
vantagens competitivas conduzindo-as ao sucesso, através do seu contributo significativo nas
mais diversas áreas, nomeadamente na supervisão do sistema de controlo interno, no
acompanhamento da implementação das acções correctivas e no importante apoio que confere à
gestão dentro das organizações.

Concluiu-se ainda, que a auditoria interna é um dos instrumentos que as organizações podem
utilizar para desenvolver as suas actividades, para avaliar e examinar o desempenho em um
determinado período e também detectar áreas problemáticas sugerindo correcções.

No geral, os objectivos deste trabalho foram cumpridos, verificou-se que a auditoria interna tem
funcionalidade, ajuda no aperfeiçoamento de processos, cumpre os objectivos propostos para a
área de actuação e tem impacto no processo de tomada de decisão nas PME’s, em particular na
WC Accountant Lda.

44
5.2. Recomendações
Toda organização, independente de seu tamanho ou segmento de mercado, deve ter, auditoria
interna como principal ferramenta de gestão de seus negócios, pois auxilia seus gestores no
processo de tomada de decisão, com visão sempre voltada para a sua sustentabilidade e
continuidade das Organizações.
Mediante o exposto, recomenda-se:

 Aos Gestores, que valorizem cada vez mais os sistemas de controlo interno e as suas
auditorias internas, pois seus serviços contribuem para o crescimento ordenado da
organização, evidenciando irregularidades na entidade e favorecendo uma gestão com
bases sólidas através da segurança oferecida;
 Que se mantenha um sistema de controlo que envolva um processo de planeamento
eficaz, de forma a garantir à gestão a integridade da organização;
 Que se adopte um sistema permanente de auditoria interna moderna e ágil voltada para
todos os aspectos da gestão administrativa;

 Que se implemente uma política de capacitação permanente e continuada aos seus


colaboradores em particular aos auditores internos, de forma a dar condições e
conhecimentos para efectuarem um bom trabalho;

 Que se crie uma Coordenação de Controlo Interno, cuja atribuição será de organizar os
sistemas de controlo interno propondo mecanismos eficientes de controlo de gestão, por
exemplo, manuais de procedimentos administrativos;

 Que se abandone a gestão de arquivos analógica e se emigre para a gestão de arquivos


digital;

 Que o sector de Recursos Humanos seja mais efectivo, para descentralizar o peso da
gestão sob a administração e ao contratar um novo trabalhador deve verificar os seus
antecedentes laborais, realizar concurso público no sentido de evitar o nepotismo;

45
5.3. Limitações
 Falta de independência do sector de auditoria em relação aos gestores de topo; e
 Reserva na transmissão e partilha de informação por parte dos inqueridos.

46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Lei no 8/2012 de 08 de Fevereiro da Assembleia da República de Moçambique (2012);
IFAC (IFAC, 2015).

SITES

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<http://ged.feevale.br/bibvirtual/Artigo/ArtigoAnaLima.pdf>. Acesso em: 15 set. 2021.

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2009. 15 p. Disponível em:
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set. 2021.

PRADO, Universidade Candido Mendes Instituto A Vez do Mestre Pós-graduação Lato Sensu
Abimagerson Portela. Auditoria interna e a sua importância no processo decisório das
empresas.[online] Disponível em WWW. URL: https://www.academia.edu/16523578/Auditoria-
interna-e-a-sua-importancia-no-processo-decisorio-das-empresas. Arquivo consultado em: 20 de
março 2021.

50
APÊNDICES

51
APÊNDICE A – Questionário aos colaboradores

N/O Perguntas Opções de respostas

01 Nome da Organização:

02 Existem organograma e definição clara das funções e da 1. Sim


hierarquia? 2. Não
3. Talvez
4. Opinião
03 O sector de Auditoria Interna funciona com 1. Sim
efectividade? 2. Não
3. Talvez
4. Opinião

04 Acredita que a Auditoria Interna seja um sector 1. Sim


indispensável para o crescimento da empresa? 2. Não
3. Talvez
4. Opinião

05 Considera a A.I uma área difícil de manter? 1. Sim


2. Não
3. Talvez
4. Opinião

06 Em caso de a empresa não executar a A.I no calendário 1. Sim


estipulado se torna elevado o risco de controlo? 2. Não
3. Talvez
4. Opinião

07 1. Sim
Em termos gerais pode-se afirmar que a A.I proporciona
2. Não
menos riscos de erros e desvios nas áreas de actividade
3. Talvez
na empresa?
4. Opinião

52
08 No actual mercado moçambicano acredita que a A.I é 1. Sim
relevante para competitividade e crescimento das 2. Não
organizações? 3. Talvez
4. Opinião

09 Acha que a o Departamento de A.I devia ser obrigatória 1. Sim


por lei em empresas de media e longa dimensão? 2. Não
3. Talvez
4. Opinião

10 Haverá dificuldades na execução e divulgação dos 1. Sim


resultados de A.I devido a independência que este 2. Não
departamento tem para com os gestores do Topo? 3. Talvez
4. Opinião

11 Como você analisa o comportamento do auditor interno 1. Mau


com relação a imparcialidade, moral, credibilidade e 2. Bom
outras características éticas e morais? 3. Razoável

12 Este comportamento do Auditor ajuda a disseminar 1. Sim


padrões éticos e morais na organização? 2. Não
3. Talvez
4. Opinião

53
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA O AUDITOR INTERNO (Colaboradores)
N/O Perguntas Opções de respostas
01 Nome da Organização:
02 Áreas auditadas
03 Os trabalhos de auditoria melhoraram o desempenho dos 1.Não
processos de sua empresa? 2.Raramente
3.Ás vezes Sim
4.Sim, Muito
5.Inapto a responder
04 Os trabalhos de auditoria melhoraram os controlos 1.Não
internos de sua empresa? 2.Raramente
3.Ás vezes Sim
4.Sim, Muito
5.Inapto a responder

05 Os trabalhos de auditoria melhoraram a gestão de riscos 1.Não


em sua empresa? 2.Raramente
3.Ás vezes Sim
4.Sim, Muito
5.Inapto a responder
06 Quais são os factores que mais associou à qualidade do 1.Preparação do auditor
trabalho de auditoria? 2.Prazo de comunicação dos
resultados
3.Número de pontos
encontrados
4.Qualidade das
recomendações da auditoria
4.Orientação para risco,
orientação para a estratégia
6.Implementação dos planos
de acção pela área auditada

54
07 Qual é o principal objectivo na condução dos trabalhos 1.Identificar os responsáveis
de auditoria? por fraudes e erros
2.Verificar o cumprimento
de instruções e a correcta
execução de controlos
3.Avaliar a adequação das
instruções, procedimentos e
controles vigentes
4.Identificar e reduzir riscos
relevantes não mitigados
5.Identificar e corrigir
situações que dificultem o
alcance da estratégia
organizacional
08 Os resultados reportados a área auditada ao final dos 1.Insignificantes
trabalhos são: 2.Pouco significantes
3.Razoavelmente
significantes 4.Significantes
5.Muito Significantes
6.Inapto a responder
09 As recomendações da auditoria para solução das 1.Péssimas
deficiências encontradas são: 2.Pobres Razoáveis
3.Boas
4.Ótimas
5.Inapto a responder
10 A emissão do relatório de auditoria à área auditada, 1.Extremamente tardia
quanto a tempestividade, é: 2.Tardia
3.Razoável
4.Geralmente adequada
5.Tempestiva
6.Inapto a responder

55
11 Há monitoria do cumprimento, pela área auditada, das 1.Nunca
acções acordadas para melhorias e correcções de 2.Raramente
processos? 3.Ás vezes
4.Com alguma frequência
5. Periodicamente
6.Inapto a responder
12 Como avaliam o seu comportamento dentro na
organização, com base nos padrões éticos e morais
exigidos do auditor interno?
O seu comportamento ajuda a disseminar os padrões
éticos e morais na organização?

56
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO PARA O AUDITADO
N/O Perguntas Opções de respostas
01 Nome da Organização:
02 Área em que trabalha:
03 As recomendações da auditoria contribuem para 1.Não
melhorar o alinhamento entre seu processo e a estratégia 2.Raramente
da empresa? 3.Ás vezes Sim
4.Sim, Muito
5.Inapto a responder
04 A auditoria interna contribui para a melhoria de 1.Não
desemprenho do seu processo? 2.Raramente
3.Ás vezes Sim
4.Sim, Muito
5.Inapto a responder
05 A auditoria interna contribui para a melhoria dos 1.Não
controles internos geridos em seu processo? 2.Raramente
3.Ás vezes Sim
4.Sim, Muito
5.Inapto a responder
06 A auditoria interna contribui para a melhoria da gestão 1.Não
dos riscos inerentes ao seu processo? 2.Raramente
3.Ás vezes Sim
4.Sim, Muito
5.Inapto a responder
07 Quais são os factores que mais se associa à qualidade do 1.Preparação do auditor
trabalho de auditoria? 2.Prazo de comunicação dos
resultados
3.Número de pontos
encontrados
4.Qualidade das
recomendações da auditoria
5.Orientação para risco,

57
orientação para a estratégia
6.Monitoria pela auditoria
dos planos de acção
acordados
7.Implementação dos planos
de acção pela área auditada
08 Como as auditorias são conduzidas pelos auditores? 1.Pessimamente conduzidas
(englobam objectivos como encontrar responsáveis por 2.Mal conduzidas
erros e fraudes e melhorar os processos da empresa) 3.Razoavelmente conduzidas
4.Bem conduzidas
5.De modo muito
profissional
6.Inapto a responder
09 Os resultados reportados pela auditoria são: 1.Insignificantes
2.Pouco significantes
3. Razoavelmente
significantes
4.Significantes
5. Muito Significantes
10 As recomendações da auditoria para solução das 1.Péssimas
deficiências encontradas são: 2.Pobres
3.Razoáveis
4.Boas
5.Óptimas
6.Inapto a responder
11 A emissão do relatório de auditoria à área auditada, 1.Extremamente tardia
quanto a tempestividade, é: 2.Tardia
3.Razoável
4.Geralmente adequada
5.Tempestiva
6.Inapto a responder

58
12 Sua área é monitorada pela auditoria interna em relação 1.Nunca
ao cumprimento das acções acordadas para melhorias e 2.Raramente
correcções dos processos? 3.Ás vezes
4.Com alguma frequência
5. Periodicamente
6.Inapto a responder

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APÊNDICE-D

RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA

Nº: 10.2022.06.30

ACTIVIDADE Nº 10 - MONITORIA DO CONTROLO DE GESTÃO

“Recomendações da Auditoria Interna”

REFERÊNCIA: Janeiro/2022 à Junho/2022

Junho/2022

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RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA Nº: 10.2022.06.30

Tipo de auditoria: Auditoria Ordinária de Monitoria

Unidade auditada: WC Accoutant Lda.

O presente relatório de auditoria tem como objectivo apresentar o resultado da monitoria das
recomendações da auditoria interna no sector de Recursos Humanos, no período compreendido
entre Janeiro/2022 à Junho/2022.

A análise foi realizada em cumprimento da Actividade de Auditoria nº 10, Monitoria do Controlo


de Gestão, Constantes da Matriz de Risco, do Plano Anual de Actividade de Auditoria Interna -
PAINT – Execução 2022.

Feitas as considerações iniciais sobre o tema abordado no presente relatório de auditoria, passa-
se à exposição do escopo, em seguida dos resultados dos exames e por último da conclusão e
recomendações.

I – ESCOPO:
Esta secção tem por foco apresentar o local de realização do trabalho, cronograma da auditoria
previsto e realizado, objectivo da auditoria, ferramentas de trabalho, etapas de trabalho,
metodologias de trabalho, equipe de auditores, capacitação, limitação de escopo,
contextualização da unidade auditada, processos avaliados.

O trabalho foi realizado em estrita observância ao Manual de Auditoria Interna, ao Processo


Padrão de Auditoria, ao PAINT/2022, às normas de auditoria aplicáveis, a matriz de
planeamento, solicitação de auditoria, correspondências electrónicas, reuniões com unidades
clientes e ferramentas de qualidade (gráficos, tabelas e planilhas electrónicas).

Os processos avaliados referem-se às recomendações atendidas (solucionadas) e em parte das


recomendações em atendimento (pendentes e em implementação), considerando as avaliações a
partir de respostas recebidas.

61
II – ÁREAS AUDITADAS
No âmbito do Plano de Auditoria de 2022, o Sector de Auditoria Interna auditou a área dos
Recursos Humanos, tomando como referência o intervalo de tempo o primeiro semestre do ano
2018, avaliando os seguintes procedimentos:
 Mapa de pessoal;
 Remunerações;
 Trabalho Extraordinário;
 Ajudas de custo;
 Abono para falhas.

1. MAPA DE PESSOAL
Anualmente, aquando da elaboração dos documentos previsionais, tendo em conta a missão,
atribuições, estratégia, objectivos superiormente fixados, competências das unidades orgânicas e
os recursos financeiros disponíveis, os órgãos e serviços planeiam as actividades a desenvolver
durante a sua execução. Em função dessa avaliação, verifica-se se a empresa auditada dispõe de
colaboradores em número suficiente, insuficiente ou excessivo e é elaborado o respectivo mapa
de pessoal.

1.1. PROCESSOS INDIVIDUAIS


1. Cadastro;
2. Avaliação;
3. Assiduidade;
4. Requerimentos e Petições;
5. Formação;
6. Diuturnidades;
7. Diversos.

Os processos verificados estão, na generalidade, actualizados e encontram-se numerados para


permitir uma procura mais fácil, cada processo é acompanhado de um índice e é feito de forma
continuada a supervisão de dados actualizáveis tais como formações, datas de validade do
Bilhete de Identidade e registo do agregado familiar, entre outros.
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2. REMUNERAÇÕES
As remunerações verificadas enquadraram-se nos níveis correctos relativos às funções, a folha de
vencimentos detalha os movimentos e os valores auferidos, bem como os descontos obrigatórios
e opcionais.

2.1. AJUDAS DE CUSTO


Desta forma, auditoria incidiu numa amostra de trabalhadores que receberam ajudas de custo no
vencimento de Março. Assim, os trabalhadores foram escolhidos com base em vencimentos
distintos, situando-se em oito intervalos de níveis remuneratórios diferentes, com o objectivo de
testar a aplicação de cálculos.

O preenchimento do mapa de ajudas está devidamente executado e assinado por todos eles, bem
como as respectivas autorizações para pagamento. O processamento e a introdução dos cálculos
foram implementados de forma exemplar, quer nas percentagens atribuídas, quer nos valores a
pagar, quer nos subsídios de alimentação a deduzir.

3. ABONO DE TRANSPORTE
No que concerne ao abono de transporte, a auditoria verificou que só é pago quando o
colaborador efectua o trabalho no domicílio do cliente e foi pago apenas a dois trabalhadores,
este pagamento foi devidamente fundamentado e comprovado. Existiu a apresentação dos
documentos comprovativos da despesa, o preenchimento do mapa de despesa e a respectiva
autorização de pagamento.

4. ABONO PARA FALHAS


Entendendo-se que o manuseamento de dinheiro se apresenta como uma condição exigente, e
têm direito ao suplemento remuneratório designado “abono para falhas”. Os trabalhadores que
ocupem postos de trabalho que, de acordo com a caracterização constante do mapa de pessoal, se
reportem às áreas de tesouraria ou cobrança que envolvam a responsabilidade inerente ao
manuseamento ou guarda de valores, numerário, títulos ou documentos. Constatou-se que este
abono não é devidamente remunerado.

63
5. RECOMENDAÇÕES
O maior problema da Auditoria Interna não é o sistema de controlo interno, mas sim as pessoas
que fazem parte dele. O conluio dos empregados na apropriação de bens, bem como, a
negligência e falta de instrução de funcionários na realização de suas tarefas constituem
preocupações de qualquer organização. Pode-se dizer que mesmo tendo implementado um
sistema de controlo interno efectivo, não significa que esteja operativo, ou que a organização
esteja imune aos constrangimentos do meio envolvente.

Recomenda-se que ao contratar um novo trabalhador devem-se verificar os seus antecedentes


laborais, as pessoas não devem ser contratadas por indicação de pessoas conhecidas do chefe,
mas sim, devem realizar concurso público através de avaliação dos currículos para evitar certos
benefícios que poderão prejudicar a empresa.

64
APÊNDICE-E

1. Tendência da evolução das actividades e processos auditados


O âmbito da auditoria descreve a extensão e os limites do trabalho do auditor que incluem o
planeamento e a execução com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável e a descrição
sucinta do trabalho realizado. A sua análise permitiu verificar a tendência da evolução das
actividades e processos auditados.

Período de Análise Evidência obtida nos Relatórios de


Auditoria
-Conduziu-se a auditoria de acordo com as
normas internacionais;
-Os procedimentos dependem do juízo do
auditor, incluindo avaliação dos riscos de
2021-2022 distorção material da área auditada, avaliação
da adequação das políticas contabilísticas,
bem como a avaliação da apresentação das
Demonstrações Financeiras.
-Executar uma auditoria de acordo com as
Normas Internacionais de Auditoria de forma
a expressar uma opinião sobre se as
2018-2019 demonstrações financeiras do exercício findo,
-Avaliar o desenho dos controlos internos
sobre fluxos de transacções chave e
confirmar se os controlos estiveram
efectivamente operacionais durante o ano.
-Avaliar se as demonstrações financeiras
estão em conformidade com o NIRF,s.
-Executar uma auditoria de acordo com as
Normas Internacionais de Auditoria para

65
2016 expressar opinião sobre as demonstrações
financeiras do exercício findo;
-Avaliar o desenhoe cumprimento dos
controlos internos e confirmar se estiveram
operacionais durante o período em análise;
-Avaliar se as demonstrações financeiras
estão de acordo com as NIRF’s.
Fonte: Sector de auditoria interna

1.1. Âmbito da evolução da auditoria de acordo com os relatórios analisados


Os nossos resultados indicam que em 2016, a auditoria interna esteve focada em expressar
opinião sobre as demonstrações financeiras do exercício anterior, avaliar o desenhoe
cumprimento dos controlos internos e avaliar se as demonstrações financeiras estão de acordo
com as NIRF’s.Referir que, neste período a auditoria não se focou nos níveis de prestação de
contas.

Os resultados revelam que a partir do exercício económico de 2016 houve alteração do âmbito
do trabalho do auditor interno, passando a incluir o exame do desenho e cumprimento dos
controlos internos e o exame da conformidade das demonstrações financeiras de acordo com as
NIRF’s. Esta situação permanece até ao último ano da análise (2018).

1.1.1. Análise
Foi possível também concluir que as recomendações da auditoria interna são normalmente sobre
a eficácia do controlo interno e conformidade legal das demonstrações financeiras. Acresce que
existe grande preocupação da gestão em integrar a implementação das recomendações da
auditoria interna em planos anuais de actividades.

66
APÊNDICE-F

1. Tendência dos tipos de opinião e reservas identificadas


Apresenta-se a análise das conclusões do trabalho da auditoria que abarcam todo o período de
análise, e opinião sobre a avaliação das DF’s e dos controlos internos e, que abarca o período
compreendido entre 2020-2022.
Ano Tipo de Opinião Reservas identificadas
Reserva por limitação de
âmbito relativo a falta de
evidência de
controlosincluindo avaliação
2021-2022 Opinião com reservas dos riscos de distorção
material da área auditada,
avaliação da adequação das
políticas contabilísticas, bem
como a avaliação da
apresentação das
Demonstrações Financeiras.
Reserva por limitação de
âmbito devido a falta de
controlo adequado e se os
controlos estiveram
2019-2018 Opinião com reservas efectivamente operacionais
durante o ano bem como a
conformidade das DF’s.
Reserva por limitação de
âmbito devido a falta de
2016 Opinião com reservas reconciliações das contas
bancárias.

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Do quadro acima, podemos verificar que durante o período em análise, a opinião do auditor
sobre o Sistema de Controlo Interno e sobre as demonstrações financeiras foi com reserva.

2. Conclusão do trabalho da Auditoria Interna


No que se refere à avaliação dos controlos internos a opinião do auditor manteve-se constante
desde 2016-2022, anos em que esta análise começou a fazer parte do seu programa de trabalho,
no geral, os controlos internos desenhados são adequados e funcionais. No entanto, foram
sempre identificadas algumas situações não materialmente relevantes e que foram incluídas no
relatório de conclusões e recomendações da auditoria por não colocarem em causa o desenho e
cumprimento dos controlos internos.

Em relação às demonstrações financeiras, estas, estão em conformidade com os NIRF’s e a


opinião do auditor desde 2016-2022, é de ter encontrado ao longo do seu trabalho situações que
revelaram incumprimento. No entanto, trata-se de situações que não tiveram impacto relevante
sobre as demonstrações financeiras. Nos exercícios subsequentes, o auditor não encontrou
nenhuma situação que indicasse incumprimento das NIRF’s.

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