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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema:

A importância da participação comunitária na gestão de recursos florestais na


localidade de Maciamboza, distrito de Cheringoma, província de Sofala

Nome do estudante: Domingos Meio-dia Dequerene Chimbatata Comane

Código: 708184348

Monografia a ser entregue no Departamento


de ensino de Geografia, curso de Ensino de
Geografia como requisito parcial para
conclusão do curso, a ser apresentado a
supervisora Luísa Luís Jemuce, Delegação
da Beira para efeito de avaliação.

Beira, Janeiro de 2023


CONTEÚDOS _Toc133431844

Declaração…………………………………………………………………………………….. I

Agradecimentos ......................................................................................................................... II

Abstract ..................................................................................................................................... III

CAPÍTULO I .............................................................................................................................. 1

1.1. Considerações iniciais .................................................................................................. 1

1.2. Problematização ........................................................................................................... 2

1.3. Delimitação do tema .................................................................................................... 2

1.4. Justificativa da escolha do tema................................................................................... 2

1.5. Hipóteses ...................................................................................................................... 3

1.6. Objectivos ........................................................................................................................ 4

1.6.1. Geral .......................................................................................................................... 4

1.6.2. Específicos ................................................................................................................ 4

1.7. Delimitação do tema ........................................................................................................ 4

1.8. Relevância académica ...................................................................................................... 5

1.9. Relevância social ............................................................................................................. 5

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 7

2.1. Conceitos ..................................................................................................................... 7

2.1.2. Gestão participativa .............................................................................................. 7

2.1.2. Recursos florestais ................................................................................................ 7


II
2.2. Gestão participativa dos recursos florestais Moçambique ........................................... 8

2.2.1. Modelos de gestão comunitária de recursos naturais em Moçambique ............... 8

2.2.2. Áreas protegidas (parques nacionais, reservas florestais) .................................... 8

2.3. Importância da Gestão participativa dos recursos florestais ...................................... 10

CAPÍTULO III: METODOLOGIA .......................................................................................... 13

3.2. Tipo de pesquisa ............................................................................................................ 13

3.2.1. Quanto à abordagem................................................................................................ 13

3.2.2. Quanto aos objectivos ............................................................................................. 13

3.3. População e Amostra ..................................................................................................... 14

3.4. Técnicas de colecta de dados ......................................................................................... 14

3.4.1. Entrevista................................................................................................................. 14

3.4.2. Técnicas de análise de dados ................................................................................... 15

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS .......... 16

4.1. Principais problemas ambientais na localidade de Maciamboza ................................... 16

4.2. Percepção dos intervenientes sobre as causas de desmatamento na área de estudo ...... 17

4.3. A perceção de diferentes atores sobre a participação da comunidade na gestão dos


recursos florestais na localidade de Maciamboza ................................................................. 20

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................... 25

5.1. Conclusões ..................................................................................................................... 25

5.2. Recomendações ............................................................................................................. 26

III
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 28

IV
Declaração

Declaro, por minha honra, que o presente trabalho académico foi elaborado por mim própria.
Não se recorreu a quaisquer outras fontes, para além das indicadas, e todas as formulações e
conceitos usados, quer adotados literalmente ou adaptados a partir das suas ocorrências
originais (em fontes impressas, não impressas ou na internet), se encontram adequadamente
identificados e citados, com observância das convenções do trabalho académico em vigor.

Mais declaro que esta tese não foi apresentada, para efeitos de avaliação, a qualquer outra
entidade ou instituição, para além da(s) diretamente envolvida(s) na sua elaboração, e que os
conteúdos das versões impressa e eletrónica são inteiramente coincidentes.

Declaro, finalmente, encontrar-me ciente de que a inclusão, neste texto, de qualquer falsa
declaração terá consequências legais.

O autor:

________________________________________________

Domingos Meio-dia Dequerene Chimbatata Comane


Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter me dado saúde e sabedoria para a realização do
presente trabalho de licenciatura.

A minha esposa Lúcia Manuel Machava, ao meu primo Mário Félix chapungo, ao meu sobrinho
Gerente Ricardo Gerente

A minha supervisora Luísa Luís Jemuce, pela disposição e pelo empenho na orientação e
realização deste trabalho.

A comunidade da localidade de Maciamboza pela sua recepção calorosa e a todos amigos aqui
não mencionadados e conhecidos que fiz ao longo desta caminhada.
Dedicatória

Dedico este trabalho em memória da lúcia Manuel Machava, esposa, Mário Félix Chapungo,
primo, joana domingos, filha, maria domingos, filha, Rosa Domingos, filha, Dulce Domingos,
filha, meio dia domingos, filho.
Gráficos

Gráfico 1: Principais problemas ambientais da localidade ………………………………..16

Gráfico 2: Causas de desmatamento na localidade de Maciamboza…………………..........18

Gráfico 3: Destino dos recursos após a exploração…………………………………………19

Gráfico 4: Nível de participação das comunidades locais na gestão dos recursos florestais..21
Abreviaturas

SDAE……………………………………….Serviço Distrital de Actividades Económicas


Resumo

Esta pesquisa pretende analisar o processo de participação comunitária na gestão de recursos florestais
e seus benefícios na localidade de Maciamboza, Distrito de Cheringoma, Província de Sofala. Nos
últimos anos, a localidade de Maciamboza vem sendo afectado negativamente pela exploração ilegal e
insustentável dos recursos florestais, facto este que levou a se desenvolver este estudo. A perspetiva
teórico-metodológica adotada consistiu na abordagem qualitativa, com carácter explicativo. A pesquisa
é bibliográfica. A pesquisa envolveu 8 pessoas, das quais 4 inquiridas e 4 entrevistadas. Os resultados
da pesquisa indicam que, a participação das comunidades locais na gestão das florestas na localidade de
Maciamboza é fraca. Esta realidade contraria um dos preceitos do Decreto nº 12/2002, de 6 de Junho,
que aprova o Regulamento da lei nº 10/99, de 7 de Julho, lei de Florestas e Fauna Bravia, que prevê a
participação da comunidade local através de dois mecanismos, nomeadamente: conselho de gestão de
recursos naturais e o da consulta comunitária, este último como um dos requisitos para a tomada de
decisão sobre os pedidos de licenças de exploração florestal ou para a implantação de projetos com
impactos na floresta que se encontra na área de jurisdição dessas comunidades. Assim, o estudo
constatou ainda que, entre os fatores que condicionam a plena participação das comunidades locais na
gestão dos recursos florestais na localidade de Maciamboza, os seguintes: a centralização na tomada de
decisões, os conflitos de interesse entre as comunidades locais e os operadores florestais licenciados e
ilegais. Nesse sentido, recomenda-se o reforço dos mecanismos de participação das comunidades locais
na gestão e conservação dos recursos florestais, através de ações de sensibilização e canalização regular,
rápida e transparente dos benefícios resultantes da exploração dos recursos florestais.

Palavras-chave: Gestão florestal; Comunidade local; Recursos naturais, Degradação ambiental;


Sustentabilidade
Abstract

This research intends to analyze the process of community participation in the management of forest
resources and its benefits in the locality of Maciamboza, District of Cheringoma, Province of Sofala. In
recent years, Maciambiza has been negatively affected by the illegal and unsustainable exploitation of
forest resources, a fact that led to the development of this study. The theoretical-methodological
perspective adopted consisted of a qualitative approach, with an explanatory character. The research is
bibliographical. The research involved 8 people, of which 4 were surveyed and 4 were interviewed. The
research results indicate that the participation of local communities in the management of forests in
Maciamboza is weak. This reality goes against one of the precepts of Decree nº 12/2002, of 6th of June,
which approves the Regulation of law nº 10/99, of 7th of July, Law of Forests and Wildlife, which
foresees the participation of the local community through two mechanisms, namely: natural resources
management council and community consultation, the latter as one of the requirements for decision-
making on applications for forest exploitation licenses or for the implementation of projects with impacts
on the forest that is found in the area of jurisdiction of these communities. Thus, the study also found
that, among the factors that condition the full participation of local communities in the management of
forest resources in Maciamboza, the following are: centralization in decision-making, conflicts of
interest between local communities and operators licensed and illegal forestry. In this sense, it is
recommended to reinforce mechanisms for the participation of local communities in the management
and conservation of forest resources, through awareness-raising actions and regular, rapid and
transparent channeling of the benefits resulting from the exploitation of forest resources.

Keywords: Forest management; local community; Natural resources, Environmental degradation;


Sustainability
CAPÍTULO I

1.1. Considerações iniciais

A desflorestação e degradação das florestas são das questões ambientais globais mais relevantes
da actualidade, principalmente com o crescente reconhecimento do papel destes ecossistemas
no ciclo de carbono e possível mitigação das mudanças climáticas (Macauze, 1990). Em
Moçambique, a Participação da Comunidade nos Projectos de Gestão de Recursos Naturais está
a ganhar uma importante dimensão, e em alguns Projectos têm se mostrado promissores. Vários
Projectos procuram na medida do possível envolver diferentes Instituições desde instituições
Governamentais e não Governamentais, e a Comunidade Beneficiária.

De um modo geral, pretende-se que os Recursos Naturais sejam acessíveis a todo o cidadão
interessado em particular as Comunidades Rurais e aqueles que do seu uso dependem
fundamentalmente para satisfação das suas necessidades essenciais, promovendo a sua
utilização racional de modo a assegurar a sua sustentabilidade e valorização permanente
(Zucula, at al, 1995).

Pretende se com este trabalho analisar o processo de gestão de recursos naturais e os benefícios
das comunidades assim como poderá contribuir por um lado para a compreensão das formas
de interacção ser humano-recursos florestais, por outro, proporcionar informação que poderá
ser útil não só para os debates académicos, ONG’s e potenciais actores de desenvolvimento,
mas também para as autoridades locais e nacionais, na concepção de instrumentos de apoio à
decisão, respeitando as diferentes realidades representativas ao nível do País.

Este primeiro capítulo está estruturado da seguinte forma: introdução, onde se fará a
Problematização (Pergunta de partida); Objectivos: objectivo geral e objectivos específicos; de
seguida apresentar-se-à Questões de pesquisa (ou hipótese/s) seguida da Relevância do estudo
(motivação e contributos).

No segundo capítulo, referente a revisão da literatura, iremos fazer a revisão da literatura teórica
onde serão discutidos alguns aspectos relativos ao processo de gestão de recursos naturais e os
benefícios das comunidades e outras definições que fazem parte do quesito como forma de
perceber melhor o tema em causa.

1
No terceiro capítulo serão apresentados os procedimentos metodológicos que irão orientar a
elaboração do trabalho: Metodologia: Tipo de Pesquisa, Participantes (Universo e Amostra),
Instrumentos de Recolha de Dados, Modelo de análise de dados seguida de Cronograma e
Orçamento.

1.2. Problematização
Têm sido realizados alguns esforços a nível internacional para reconhecer a importância das
florestas e promover a sua gestão sustentável. Estes esforços remontam à Conferência de
Estocolmo, realizada em 1972. Esta reconheceu as florestas como o maior, mais complexo e
mais durável de todos os ecossistemas. Alertou ainda para o facto de grande parte da cobertura
florestal já ter sido derrubada.

O País deu um passo fundamental no sentido de criar um quadro legal de suporte à participação
das comunidades locais na gestão das florestas. Por outro, estes avanços baseiam-se numa série
de suposições teóricas que necessitam de uma análise no contexto das localidades e
comunidades locais em Sofala, Distrito de Cheringoma, na localidade de Maciamboza, tais
como: o contexto local da implementação das políticas e instrumentos legais promovendo a
participação das comunidades na gestão das florestas; o papel exercido pelas instituições e
estruturas de poder locais; os impactes sócio ambientais resultantes da utilização das florestas;
os padrões de uso da terra e recursos naturais, entre outros.

Face a situação de exploração constante dos recursos florestais, o distrito de Cheringoma,


localidade de Maciamboza, a pesquisa busca responder a seguinte questão: Quais são os
factores que condicionam a participação das comunidades locais na gestão das florestas?

1.3. Delimitação do tema

O presente trabalho de pesquisa aborda sobre “A importância da participação comunitária na


gestão de recursos florestais na localidade de Maciamboza, distrito de Cheringoma, província
de Sofala”, a ser realizado de Outubro de 2022 a Março de 2023.

1.4. Justificativa da escolha do tema

Ao analisar a participação das comunidades locais na gestão dos recursos florestais em


Moçambique, pretende considerar esta abordagem como um dos factores que poderá
2
impulsionar o desenvolvimento das comunidades através de ganhos financeiros vindos de
exploração florestais, assume-se que a participação comunitária poderá garantir o uso
sustentável dos recursos florestais.

É de fundamental interesse reconhecer que as comunidades locais que representam uma parcela
significativa da população mundial, têm uma relação histórica com as suas terras e, em geral,
descendem dos habitantes originais dessas mesmas terras. Durante muitas gerações, elas
desenvolveram um conhecimento tradicional dos seus territórios, dos seus recursos naturais e
do seu ambiente.

A necessidade de estudar a participação das comunidades locais na gestão das florestas, surge
na medida em que as constatações documentadas por vários estudos, tais como de CDD (2019)
e Biofund (2008), sustentam que a exploração dos recursos florestais no País tem sido realizada
de uma forma que ameaça a sua conservação e perpetuação a médio e longo prazo.

Existe a convicção de que é necessário identificar os obstáculos ao nível local e criar condições
para removê-los, de forma a que as comunidades locais se possam tornar agentes, na exploração
sustentável e conservação das florestas e dos serviços ecossistémicos que estas proporcionam.

Neste sentido o autor pretende informar as populações sobre o impacto da participação das
comunidades de Cheringoma, através deste estudo, na localidade de Maciamboza, na gestão
dos recursos florestais. Com base nesta pesquisa poderão surgir conhecimentos com vista a
ajudar tanto as comunidades assim como o governo local, a adoptar políticas sustentáveis de
envolvimento das comunidades naquela localidade, estas razões, justificam a importância e
actualidade do tema.

1.5. Hipóteses

Hipótese básica:

✓ É provável que a incrementação dos programas que promovam a alfabetização das


comunidades e seus líderes, capacitação contínua e permanente destas comunidades
para que a médio e longo prazo possam beneficiar da informação disponível sobre as
boas práticas na utilização dos recursos florestais, pode em contrapartida dar uma série

3
de benefícios pecuniários para as próprias comunidades no presente assim como para as
gerações futuras.

Hipótese secundária:

✓ Provavelmente, se a comunidade participar na gestão florestais, podem ajudar na


preservação destas.

1.6. Objectivos

Pretende-se com a realização deste trabalho atingir os seguintes objetivos:

1.6.1. Geral

✓ Analisar o processo de participação comunitária na gestão de recursos florestais e os


benefícios para as comunidades.

1.6.2. Específicos

✓ Explicar os factores que influenciam na participação comunitária na gestão de recursos


florestais;

✓ Descrever as formas actuais da participação comunitária na gestão de recursos


florestais, em Cheringoma, Localidade de Mazamba;

✓ Propor estratégias sustentáveis de participação comunitária na gestão de recursos


florestais.

1.7. Delimitação do tema

Portanto, actualmente, Moçambique apresenta uma cobertura florestal ainda extensa, mas a área
de floresta tem registado uma diminuição a um ritmo acelerado. O mais recente inventário
florestal nacional indica uma perda anual de cerca de 217000 hectares, o que equivale a um
índice de desflorestação anual de 0,58 por cento (Serra, 2012). Tudo indica, que esse valor tenha
tendência a aumentar devido ao crescimento económico que actualmente se regista no país, ao
crescente interesse na exploração comercial da madeira para exportação, à expansão da
agricultura comercial, bem como ao crescimento da população.

4
1.8. Relevância académica

O tema ora em destaque tem grande contribuição no mundo académico e para a sociedade. No
campo científico, o tema tem grande importância, visto que, a gestão participativa dos recursos
florestais são um dos factores predominante para o equilíbrio ecológico sustentável, que é uma
situação em que as comunidades vêem os benefícios da preservação das florestas, através de
incentivos provenientes da exploração dos recursos florestais.

Existe a convicção de que é necessário identificar os obstáculos ao nível local e criar condições
para removê-los, de forma a que as comunidades locais se possam tornar agentes, na exploração
sustentável e conservação das florestas e dos serviços ecossistémicos que estas proporcionam.

1.9. Relevância social

Este tema é de extrema importância, no entanto, a sociedade tem enfrentado sérios problemas
do ambiente por causa de impactos que tem havido com a exploração dos recursos florestais e
queimadas. Segundo estatísticas do governo, Moçambique perde anualmente entre 25 a 40
milhões de hectares de terra devido as queimadas que destrói a flora e a fauna, arruinando
colheitas e acelerando o empobrecimento dos solos.

O autor acredita que este tema trará resultados positivos na sociedade moçambicana ajudando
a minimizar os problemas do impacto ambiental, assim como as perdas humanas e materiais
trazidas pela exploração dos recursos florestais, fazendo com que haja o bem-estar na
sociedade, através da participação das comunidades locais na gestão dos recursos florestais.

Este trabalho despertará interesse na população com vista a combater a incluir as comunidades
locais na gestão dos recursos florestais e criar motivação a sociedade em geral a tomar medidas
de preservação do meio ambiente.

A gestão participativa dos recursos florestais dos quais fazem parte as florestas, é hoje uma via
recorrente para o auto-sustento, combate à pobreza, uso racional e conservação dos recursos
naturais e ainda da biodiversidade em geral (CNUMAD 1992, IPCC 2007, Macucule 2006).
Tais factos devem-se ao reconhecimento crescente de que os diferentes intervenientes incluindo
o Estado, o sector privado e as comunidades locais, desempenham melhor o seu papel quando

5
vêm os seus esforços conjugados, comparando aos resultados obtidos por cada um destes
actores separadamente (Teixeira, 2009).

A pesquisa poderá ser uma contribuição para a compreensão de alguns problemas da gestão
florestal no País em geral e em particular o papel que as comunidades desempenham neste
processo. Adicionalmente, esta pesquisa, ao analisar a participação das comunidades locais na
gestão dos recursos florestais em Cheringoma, localidade de Maciamboza pretende considerar
esta abordagem como um dos factores que poderá impulsionar o desenvolvimento do meio rural
sem que isso implique o recurso a grandes investimentos do Estado e, ao mesmo tempo,
assume-se que a participação comunitária poderá garantir o uso sustentável dos recursos
florestais.

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CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Conceitos
2.1.2. Gestão participativa

De acordo com Macauze (1990), Gestão participativa pode ser definido como ‟um modelo de
administração estruturado na confiança entre os profissionais de diferentes níveis hierárquicos.
Por meio dela, os colaboradores participam do processo decisório e cultivam a livre interação
visando atingir os objetivos da organização” (p.45).

Em um sentido amplo, podemos dizer que gestão participativa são processos de diálogo que
procuram incluir todos os sectores e grupos que estão envolvidos em uma questão, seja para
compartilhar conhecimentos sobre um tema, seja para a identificação colectiva de desafios, seja
para planear acções e tomar decisões colectivamente.

Não é um processo essencialmente novo ou “moderno”. Existiram vários povos antigos e


existem várias comunidades tradicionais que, em seu dia a dia, praticaram ou ainda praticam
“gestão participativa”: grupos, aldeias, cidades pequenas que compartilham conhecimentos e
tomam decisões em conjunto, em processos nos quais todos participam.

2.1.2. Recursos florestais

Os recursos são os bens ou as matérias-primas que têm utilidade em função de algum objectivo.
O conceito também se refere àquilo que é necessário para a subsistência. Florestal, por sua vez,
é um adjetivo que qualifica aquilo que está relacionado com a floresta e a extração ou
exploração das suas árvores, plantas, etc (Zucula & Matlombe, 1995).

Ainda de acordo com os mesmos autores, é denominada como floresta ‟qualquer vegetação que
tenha mais elementos lenhosos, onde as copas das árvores estejam tão próximas que formem
uma cobertura a qual dá-se o nome de dossel. É comum também chamar uma floresta de mata,
mato, selva ou bosque” (p.34).

Um recurso florestal, por conseguinte, é aquele que se obtém das florestas e que permite
satisfazer alguma necessidade humana, seja de forma dirceta ou indirecta. A partir dos recursos
florestais podem gerar-se diferentes produtos (Macauze,1990).

7
Na gestão participativa, se sobressai a democracia participativa ou direta, na qual seus
conselhos gestores são legalmente reconhecidos e instituídos a regulamentar obrigações e
direitos, bem como actuar na disseminação de informações, mediação de conflitos e
participação nas tomadas de decisão (Santos,2008).

Dessa forma, a participação popular na gestão de áreas protegidas tornou-se não apenas um
princípio norteador da política de criação, implantação, administração e desafetação, como
também instituiu direito subjetivo público em favor do cidadão, segundo o qual a esse deve ser
garantido à possibilidade de participação efetiva nos processos decisórios que envolvam os
destinos desses espaços (Santos, 2008 apud Macauze,1990).

Considerando a participação como o envolvimento dos diferentes agentes no processo de


tomada de decisão, através de acções voluntárias e activas dos membros de uma colectividade,
deve ser considerada como sendo a forma mais eficaz para se atingir a gestão racional das
florestas em Moçambique bem como para o desenvolvimento rural em geral.

2.2. Gestão participativa dos recursos florestais Moçambique


2.2.1. Modelos de gestão comunitária de recursos naturais em Moçambique

De acordo com Sitoé et.al. (2007) é possível identificar cinco modelos de gestão comunitária
de recursos naturais em Moçambique, com base nas experiências de gestão existentes e de
acordo com o modo de participação da comunidade, arranjos institucionais, regime de uso e
propriedade florestal. Estes são resumidos a seguir.

2.2.2. Áreas protegidas (parques nacionais, reservas florestais)

As áreas protegidas são constituídas, nos termos da Lei nº 10/99, a Lei Florestas e Fauna Bravia,
por formações vegetais localizadas nas zonas de protecção e sujeitas a um regime de utilização
especial, incluindo parques nacionais; reservas nacionais, florestas localizadas dentro das
coutadas de caça e zonas de uso e valor histórico cultural.

Nos termos da Lei de Florestas e Fauna Bravia, os recursos existentes nas áreas protegidas
podem ser utilizados, mediante licença, desde que não prejudiquem a finalidade específica da
sua criação e que estejam de acordo com os respectivos planos de gestão.

8
Segundo Sitoé et.al. (2007), as Áreas Protegidas são estabelecidas por Decreto e têm o objectivo
de garantir a protecção de espécies e ecossistemas. O principal gestor destas áreas é o Estado,
embora empresas privadas, ONGs e instituições de investigação e ensino, bem como as
comunidades locais possam participar na cogestão segundo termos a acordar entre as partes.
Entre os exemplos de sucesso deste modelo, os autores apontam o Parque Nacional do
Arquipélago de Bazaruto, o Parque Nacional do Limpopo, e a Reserva de Mecuburi.

O Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia, determina que o Estado deve definir,
claramente sobre que taxas deve cobrar cada uma das instituições ou organizações
intervenientes na gestão, incluindo questões afins relacionadas com a dedução e canalização às
comunidades, dos 20% das taxas de exploração dos recursos nestas áreas.

No exemplo da Reserva Florestal de Mecuburi, vigora um esquema de gestão que inclui o


Estado e a comunidade. Merece destaque, neste exemplo, o apoio prestado por algumas ONGs
como a CLUSA e a OLIPA, na planificação das actividades nos diferentes grupos de interesse
identificados e na organização da estrutura local. As comunidades dentro e em redor da reserva
florestal de Mecuburi possuem um comité de gestão de recursos naturais estabelecido no âmbito
do projecto GCP com o apoio da Unidade Provincial de Gestão Comunitária de Nampula. No
entanto, é de ressaltar que devido à falta de um plano de gestão da reserva, acrescido à
deficiência de meios para a fiscalização, as comunidades têm dificuldades de garantir a
eficiência desejada na gestão comunitária (Sitoé et.al., 2007).

De acordo com os autores anteriormente citados, apesar de as comunidades envolvidas na


gestão da reserva florestal terem o acesso directo aos recursos naturais nas reservas, é necessário
criar incentivos como o melhoramento da cadeia de comercialização dos produtos agrícolas
gerados pelo grupo de interesse das mulheres, fornecimento de microcréditos, construção de
infra-estruturas que possam atrair investidores para a região com vista a reduzir as actividades
ilegais na reserva.

Os autores consideram que existe uma vontade das comunidades locais em participar na gestão
dos recursos naturais, visto que estas têm participado activamente nos encontros locais que
servem para discutir assuntos comunitários e também participam na disseminação de leis e
regulamentos para promover a gestão comunitária de recursos naturais.

9
No entanto, considera-se como principais desafios, neste modelo, os mecanismos de resolução
de conflitos entre os parceiros relativamente ao acesso dos recursos naturais, a distribuição dos
benefícios, a presença de caçadores furtivos das aldeias vizinhas e a rivalidade entre os
membros do comité de gestão e os membros das comunidades locais.

2.3. Importância da Gestão participativa dos recursos florestais

A gestão participativa dos recursos naturais, dos quais fazem parte as florestas, é hoje uma via
recorrente para o auto-sustento, combate à pobreza, uso racional e conservação dos recursos
naturais e ainda da biodiversidade em geral (CNUMAD 1992, IPCC 2007, Macucule 2006 apud
Macauze, 1990). Tais factos devem-se ao reconhecimento crescente de que os diferentes
intervenientes incluindo o Estado, o sector privado e as comunidades locais, desempenham
melhor o seu papel quando vêm os seus esforços conjugados, comparando aos resultados
obtidos por cada um destes actores separadamente (Teixeira, 2009).

A pertinência da participação na gestão de recursos naturais foi destacada na Agenda 21, ao


preconizar a integração entre o ambiente e o desenvolvimento nos planos políticos, de
planeamento e de gestão, recomendando sobretudo, a promoção da participação do público em
todas as esferas da vida, de forma a garantir um desenvolvimento sustentável. Neste contexto,
urge promover-se a capacitação dos pobres para a obtenção de meios de subsistência
sustentáveis. Considera-se, igualmente, que uma política de gestão florestal voltada para a
conservação e a protecção dos recursos deve considerar devidamente aqueles que dependem
desses mesmos recursos para a sua sobrevivência, ademais de gerir os recursos de forma
sustentável (Agenda 21, 1992).

É de fundamental interesse reconhecer que as comunidades locais que representam uma parcela
significativa da população mundial, têm uma relação histórica com as suas terras e, em geral,
descendem dos habitantes originais dessas mesmas terras. Durante muitas gerações, elas
desenvolveram um conhecimento tradicional dos seus territórios, dos seus recursos naturais e
do seu ambiente (Barbieri, 2005 apud Mcauze 1990).

Os factores anteriormente mencionados são mais uma das razões pelas quais as comunidades
locais devem ser actores centrais em processos de conservação e gestão sustentável de recursos
florestais.

10
Acredita-se que a participação e o controlo das comunidades locais, sobre a gestão das florestas,
sejam factores importantes tanto para garantir legitimidade às políticas e acções do Estado,
como para garantir que sejam concebidas e executadas, para atender os interesses da população
(Johnstone et.al. 2004 apud Sitoe et.al. 2007).

Considerando a necessidade de envolvimento dos diferentes agentes no processo de tomada de


decisão através de acções voluntárias e activas dos membros de uma colectividade, pode se
considerar a participação das comunidades locais como sendo a forma mais eficaz para se
atingir a gestão racional das florestas, assim como para o desenvolvimento rural em geral,
devido à incorporação de conhecimentos e valores dos diferentes agentes no uso e conservação,
com vista ao melhoramento da qualidade e disponibilidade dos recursos florestais (Sitoé et.al.,
2007).

A participação comunitária na gestão das florestas pode acontecer através da agregação do


conhecimento tradicional ao conhecimento científico ou por meio do envolvimento das
comunidades locais em todas as etapas de execução das actividades, mas também, na
determinação de que a população autóctone tem prioridade na apropriação dos recursos naturais
(ou ao acesso a eles) e na partilha dos benefícios gerados pela biodiversidade.

Adicionalmente, tal envolvimento também se observa por meio do poder de decisão que as
comunidades possuem sobre a gestão dos seus recursos. Todo este processo participativo deve
ser baseado num sistema de capacitação e fortalecimento das comunidades e de lideranças
locais, que pode ser realizado através de oficinas de cidadania, cursos de capacitação de
liderança e de intercâmbios com outras áreas e instituições para partilha de experiências (Cunha,
1999 apud Macauze, 1990).

A participação das comunidades locais pressupõe a redistribuição de benefícios resultantes da


co-gestão, a compatibilização na definição de objectivos (singulares versus múltiplos) e a
clareza no processo de tomada de decisões relativas ao processo. Os intervenientes
complementam-se na identificação de acções necessárias para a gestão sustentável dos recursos.

A adopção da descentralização e participação em Moçambique não só funciona como


ferramenta para promover o uso sustentável e conservação das florestas, mas também está
associada à necessidade de garantir a melhoria das condições de vida da comunidade rural,

11
assegurando a gestão participativa e sustentável dos recursos naturais com vista à redução da
pobreza.

12
CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Neste capítulo serão apresentados os procedimentos metodológicos que vão orientar a


elaboração do trabalho. Tipo de abordagens usadas na pesquisa bem como o tipo de estudo,
amostra da população e técnicas de recolha de dados.

3.2. Tipo de pesquisa

Os objectivos a alcançar com o tema sugere-se que se faça um estudo do tipo descritivo (estudo
de caso), em que serão identificados e descritos os impactos da gestão participativa dos recursos
florestais tem para as comunidades locais (Lakatos, 2009).

3.2.1. Quanto à abordagem

Quanto à abordagem ou ao enfoque, a pesquisa obedecerá o enfoque qualitativo. Porque se


baseará numa argumentação lógica de ideias. De acordo com Vilelas (2009), a investigação
qualitativa é a forma de estudo da sociedade que se centra no modo como as pessoas interpretam
e dão sentido ou privilegiam as suas experiências, e ao mundo em que elas vivem. Portanto,
segundo esta abordagem, o estudo se baseará na interpretação dos fenómenos. Portanto, a
pesquisa qualitativa implica o uso de valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e
opiniões e serve para explicar situações referentes a um determinado grupo.

Lakatos (2009) acrescenta que os estudos qualitativos têm como características de recolha de
dados a observação participante, entrevista não estruturada, análise documental técnica,
pesquisa bibliográfica.

3.2.2. Quanto aos objectivos

Portanto neste trabalho o tipo de pesquisa quanto aos objectivos se baseará nos estudos
exploratórios: é o procedimento adaptado para se obter maiores informações sobre determinado
tema, até mesmo com a finalidade de se chegar a problemas específicos e estabelecer hipóteses,
com vista a estudos posteriores” (Markesetal. 2006, p.52).

Deste modo esse estudo irá procurar explorar o fenómeno actual que se vive nesta localidade e
entender os reais motivos que fazem com que a gestão participativa dos recursos tenha impacto
para as comunidades locais.
13
3.3. População e Amostra

Tendo em conta que o trabalho se centrará nos estudos qualitativos, segundo Sampierietal.
(2006), em geral a população ou universo não é delimitado apriori. A população em estudo são
todos os líderes comunitários e os funcionários dos Serviços Distritais Actividades económicas
do distrito de Cheringoma.

Portanto, nesta pesquisa considerar-se-á um universo de pelo menos 4 líderes comunitários das
localidades de Maciamboza, no distrito de Cheringoma e 4 funcionários dos Serviços Distritais
de florestas e fauna do distrito. O processo de amostragem usado foi não probabilístico, pois, é
amostragem por conveniência estruturada pois cada grupo terá perguntas diferentes consoante
a área da sua actividade e especialidade sendo o método indutivo, pois partirá do particular para
geral

3.4. Técnicas de colecta de dados

Gil (2008, p. 26) diz que “técnicas são procedimentos operacionais que servem de medição
prática ou de recolha e análise de dados para a realização das pesquisas”. Portanto as técnicas
para a recolha de dados primários serão: entrevista e questionário, e as técnicas de colecta de
dados secundários basear-se-á na consulta às publicações bibliográficas e entre outros artigos
científicos disponíveis, que versam sobre as áreas abrangidas e nas reflexões de especialistas e
peritos publicadas em diferentes fontes de informação, e outras não publicadas.

3.4.1. Entrevista

O presente estudo se baseará numa entrevista não estruturada que, conforme Marconi e Lakatos
(1996), é o tipo de entrevista em que as perguntas são abertas e podem ser respondidas numa
conversa não formal.

Segundo Gil (2008, p.107), a entrevista é uma técnica de colecta de informação sobre um
determinado assunto directamente solicitados aos sujeitos pesquisados. O mesmo autor
acrescenta referindo que a entrevista é uma técnica que o investigador apresenta ao entrevistado
e lhe formula perguntas, com objectivo de obtenção de dados que sustentem a investigação.

14
Conforme Marconi e Lakatos (1996), a entrevista é feita entre duas pessoas com finalidade de
que uma delas obtenha informação de acordo com o assunto mediante uma conversa
profissional, é uma conversa de frente a frente de uma forma sistemática.

Segundo Quivy e Campenhoudt (1998), as entrevistas contribuem para descobrir os aspectos a


ter em conta e alargam ou rectificam o campo de investigação das leituras.

Elas têm uma função principal que é revelar determinados aspectos do fenómeno estudado em
que o investigador não teria espontaneamente pensado por si mesmo, permitindo averiguar
factos, obter opiniões sobre os factos, obter sentimentos entre outros aspectos. Por essa razão,
é essencial que a entrevista decorra de uma forma muito aberta e flexível e que o investigador
evite fazer perguntas demasiado numerosas e demasiado precisas.

3.4.2. Técnicas de análise de dados

Para dar suporte ao trabalho iremos apresentar alguns dados qualitativos, na qual os dados
qualitativos serão adquiridos através de questionários, entrevistas, em que as entrevistas serão
dirigidas aos líderes das localidades de Mazamba, no distrito de Cheringoma e 4 funcionários
dos Serviços Distritais Actividades Económicas, no distrito de Cheringoma.

Na recolha de material para o suporte do trabalho no campo consideramos algumas questões


éticas como o anonimato dos entrevistados, e respeitar os entrevistados que não queriam falar
por diversos motivos.

Durante o estudo houveram algumas limitações no que diz respeito a matéria como historial da
instituição porque o corpo diretivo era novo e não sabia descrever e não tinha a ideia de como
como a instituição antes e fazer uma comparação com a dinâmica actual.

15
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

As principais categorias a serem tratadas no estudo estão relacionadas com as causas de


desmatamento na floresta de Maciamboza, partindo da compreensão dos principais
problemas ambientais da localidade, analisa-se a participação das comunidades locais
na gestão dos recursos florestais, sua entreve e os desafios e analise das estratégias a
serem implementadas para efectiva participação das comunidades locais na gestão dos
recursos florestais.

4.1. Principais problemas ambientais na localidade de Maciamboza

As comunidades são assoladas por uma variedade de problemas ambientais, muitos deles são
provocados por diversas acções humanas, isto é, são consequências diretas da intervenção
humana nos diferentes ecossistemas da Terra, causando desequilíbrios no ambiente e
comprometendo a qualidade de vida. O que significa que as suas consequências, em última
instância, comprometem a existência do próprio Homem.

No entanto, como forma de saber estes factos e problemas ambientais alarmantes na área de
estudo, foi feita, a pergunta sobre os principais problemas ambientais da região. Em resposta,
dos 8 inquiridos, 6 responderam ter sido queimadas descontroladas (75%) e 2, erosão dos solos
(25%), como mostra a figura 1.

Figura 1: Principais problemas ambientais da localidade

25%
3

75%

Queimadas descontroladas Erosão

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.

De igual modo, foi colocada a questão aos entrevistados “quais são os principais problemas
ambientais na área de estudo?” os entrevistados foram unânimes em afirmar que os principais
16
problemas ambientais da região são as queimadas descontroladas em grande escala e só depois
assinalam o problema do desmantamento intensifica o processo de erosão na localidade.

Assim, com base nas respostas dos inquiridos e entrevistados, chega-se à conclusão de que o
principal problema ambiental do local em estudo deriva das queimadas descontroladas. É assim
considerada como o principal problema porque, ela está associada à prática da agricultura de
subsistência e à caça. Por outro lado, apesar de não ser evidenciada pelos inquiridos. Os nossos
resultados corroboram com os verificados no estudo feito por Macanze et al (2016) que realça
que a taxa bruta de desmatamento na localidade de Maciamboza nos últimos anos foi de 1,23%,
correspondendo a uma redução da área florestal de 2165,49 ha/ano. A taxa líquida situou-se
nos 0,72% equivalente a redução da área florestal de 1231,86 ha/ano. No entanto, devido ao
intenso problema de desmatamento é urgente a criação de medidas exequíveis para combater
tal feito.

4.2. Percepção dos intervenientes sobre as causas de desmatamento na área de


estudo

Dependendo do meio em que a vegetação se encontra, várias podem ser as causas do


desmatamento, nomeadamente naturais ou antropogénicas. De modo a compreender a perceção
das comunidades sobre as causas de desmatamento na localidade de Maciamboza, dos 8
inqueridos, 4 identificam a agricultura itinerante (50%), 1 indicam a produção de lenha e carvão
(12,5%) e os restantes 3 identificam a exploração da madeira (37,5%), conforme ilustra a figura
2.

17
Figura 2: Causas de desmatamento na localidade de Maciamboza

12,5%

37,5% 50%

Exploração da madeira

Produção de Lenha e Carvão

Agricultura itenerante

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.

Segundo os entrevistados, a degradação da floresta resulta de três usos principais:


agricultura itinerante recolha de lenha, produção de carvão e exploração da madeira. No
entanto estes abortaram que:

A maior parte da nossa comunidade devido a falta de condições de


trabalho pratica a agricultura de subsistência, como forma de
sobreviver com a vida. O processo de agricultura que vem se
realizando é sobre queimadas, o que desrespeita muitas vezes os
planos de maneio e de gestão dos recursos florestais locais (Entrevista
com MMX, Maciamboza, 2023).

Na verdade, entre vários fatores que causam direta e indiretamente o desmatamento e a


degradação das florestas, na localidade de Maciamboza, a agricultura itinerante que é uma
prática predominante desta área tende a ser a principal causa, pois implica a ação humana na
sua execução, são destruídas árvores e são feitas queimadas descontroladas no processo de
preparação de áreas para o cultivo.

De acordo com Michaque (2006), a atividade agrícola é de maior importância na economia


nacional, sendo uma das principais fontes de rendimento para o Estado, garante emprego e a
subsistência de cerca de 80% da população rural. Outro factor de desmatamento está
relacionado a produção de carvão e lenha. O elevado nível de recolha de lenha e a produção de
carvão, cuja consequência imediata é o desmatamento, justifica-se pelo fato de as outras
alternativas de energia disponíveis no país, nomeadamente o carvão mineral, o gás natural e a

18
energia elétrica não serem acessíveis para todos os consumidores, devido ao seu elevado custo;
tendo em conta o fraco poder de compra.

Outro fator que contribui para o desmatamento resulta da exploração da madeira. De acordo
com os dados da pesquisa, dos 8 inqueridos 6 pessoas (75%) assinalaram que os recursos são
explorados para fins de comercialização, as restantes 2 pessoas (25%).

Figura 3: Destino dos recursos após a exploração

25%

75%

Comercialização Consumo familiar

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023

Na mesma perspectiva, os entrevistados revelam que, partes significativas dos recursos


retirados da localidade destinam-se à comercialização. Sendo que esta é realizada de
modo furtivo, isto é, por operadores que não possuem licença de exploração. Segundo o
Diretor dos Serviços de Actividades Económicas do distrito de Cheringoma as espécies
mais comercializáveis são Dalbergia melanoxylon (pau-preto), Swartzia
madagascariensis (pauferro), Combretum imberbe (mondzo), Pterocarpus angolensis
(umbila), Millettia stuhlmannii (jambire) e Afzelia quanzensis (chanfuta).

Entretanto, apesar da comercialização dos recursos florestais ser uma das atividades
mais lucrativas, é também uma das mais destruidoras dos ecossistemas florestais. A
observação feita durante o trabalho de campo mostra que não é somente a pobreza ou a
subsistência da população local que é responsável pela degradação das florestas, mas
que a maior responsabilidade recai sobre a “mini empresários” no que concerne à
delapidação de recursos florestais e à poluição, cujas consequências, em longo prazo
não se podem comparar qualitativamente com as práticas de sobrevivência da pobreza
(Macanze, et al. 2016).

Nos últimos anos, o corte de madeira é impulsionado principalmente pelas exportações para o
continente asiático. Apesar de não ser o único, a China é apontada como sendo o maior mercado
para a madeira de Moçambique. De acordo com um dos nossos entrevistados, a exportação da
19
madeira e a fragilidade na regulamentação actual e/ou a fraca aplicação da legislação tem sido
o factor determinante no desmatamento e degradação das 86 florestas, conforme se deduz do
seguinte depoimento:

Atualmente o corte ilegal da madeira tem-se intensificado, pois nós


herdamos a floresta. No passado, quem fosse encontrado a cortar ou a
queimar a floresta era preso e proibido. Devia haver pousio, o corte
devia ser em períodos determinados, principalmente a madeira para
exportação. De 5 em 5 anos ou de 10 em 10 anos, mantendo apenas o
consumo doméstico (Entrevista com XPY, Novembro de 2023).

O impacto da exploração e do comércio ilegal de madeira que atualmente é uma prática


preocupante na localidade de Maciamboza traduz-se na perda significativa de receitas e
na degradação das florestas, o que conduz a uma série de implicações para uma gestão
florestal sustentável a todos os níveis (Estado, sector privado, comunidades locais e
sociedade em geral). De acordo com os entrevistados, o comércio ilegal de produtos
florestais é, na sua maioria praticado por cidadãos estrangeiros com a participação ou
conivência de moçambicanos residentes nas áreas de exploração, que atuam como guias
para os operadores ilegais em troca de algum pagamento.

4.3. A perceção de diferentes atores sobre a participação da comunidade na gestão dos


recursos florestais na localidade de Maciamboza

Visando atingir o objetivo da pesquisa, durante o trabalho de campo buscou-se compreender


dos inqueridos e entrevistados como as comunidades locais são envolvidas na gestão florestal
na localidade de Maciamboza.

Desse modo, questionaram-se os inqueridos se haviam participado em alguma atividade


de gestão dos recursos florestais. Dos 8 inqueridos, somente 2 haviam participado nas
atividades de gestão dos recursos florestais (25%) e os restantes 6 não haviam
participado de nenhuma atividade (75%), conforme ilustra a figura 5.

Figura 4: Nível de participação das comunidades locais na gestão dos recursos florestais

20
25%

75%

Sim Não

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.

De modo a aprofundar a situação da participação foi colocado a seguinte questão aos


inqueridos: quais são as formas que têm participado na gestão dos recursos florestais
na localidade de Mociamboza? Em resposta da questão, dos 2 inqueridos que haviam
participado da gestão dos recursos florestais,1 destacou que trabalhou na restauração da
floresta através do processo de reflorestamento (50%), 1 afirmou ser envolvido como
membros do Comité de Gestão dos Recursos Naturais – CGRN (50%), e os restantes
50% representam aqueles que nunca haviam participado.

Um dos entrevistados corrobora com os inqueridos, este salienta que os poucos


intervenientes envolvidos fazem parte de pequenas organizações comunitárias,
conforme podemos analisar o seguinte depoimento: “as comunidades participam através
dos CGRN, que zelam pela fiscalização” (Entrevista, Dezembro de 2022).

Na mesma perspectiva, um dos entrevistados concorda que a maior parte das


comunidades locais não tem participado na gestão dos recursos florestais na localidade
de Maciamboza o que concorre ao intenso desmatamento da região.

O entrevistado explica que a falta de adesão nas ações conjuntas com o propósito de
objetivar a preservação dos recursos naturais registra-se porque os elementos integrantes
dos comites de gestão exigem remuneração, o que não se tem verificado (Entrevista,
Dezembro 2022).

Ressaltando a perspectiva do entrevistado anteriormente citado, outro entrevistado referiu que


em geral as comunidades locais não se sentem suficientemente estimuladas, pelo facto de não
receberem os benefícios previstos na lei, principalmente nos casos em que as multas não são

21
pagas, ou porque os beneficiários não possuem conta bancária único de identificação tributária
(NUIT), condições exigidas para a canalização dos referidos valores (Entrevista, Dezembro de
2022).

O técnico do SDAE apesar de reconhecer os esforços na aplicação dos instrumentos


reguladores do sector florestal, aponta as fraquezas na aplicação dos mesmos e apresenta
os seus pontos de vista nos seguintes termos:

As comunidades locais, com a sensibilização que tem sido feita, têm


um papel na prevenção das queimadas, tendem a aderir a iniciativas
ambientais. Um dos obstáculos na gestão comunitária é a pobreza,
porque as comunidades não têm alternativa. O analfabetismo também
é um factor importante. Além disso, há problema de acomodar
interesses obscuros por parte dos decisores e/ou utilizadores das
florestas. O que deveria ser feito é promover iniciativas e projetos de
rendimento nas comunidades de acordo com o seu nível local,
campanhas de alfabetização e educação de adultos. A gestão podia
passar para um organismo único como o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Sustentável (CONDES) para permitir boa gestão
(Entrevista com XPY, Janeiro de 2023).

Um estudo realizado por Teixeira (2018) aponta os principais fatores de destaque que
condicionam o envolvimento comunitário na gestão florestal na maior parte das unidades
territoriais florestais em Moçambique e agrupa em quatro categorias, entre as quais: (i) A
centralização na tomada de decisões; (ii) As fragilidades na aplicação da legislação do sector;
(iii) Oportunismo dos líderes comunitários e (iv) Conflitos de interesse entre as comunidades e
os operadores florestais.

Na verdade, esses aspetos são bem notáveis na reserva de Matibane, área de estudo deste
trabalho. Em relação a centralização na tomada de decisões, por exemplo, apesar de se
registar uma tendência crescente para a descentralização e desconcentração no país,
regra geral, ainda prevalece certa resistência à mudança por parte dos governos,
principalmente quando se trata de tomada de decisões sobre os recursos naturais.

Na localidade de Maciamboza os entrevistados entendem que a participação das


comunidades locais no processo decisório é dificultada pelo facto de os pedidos de
autorização e emissão de licenças para a exploração florestal ser do estilo topo-base. Ou
seja, a prática corrente consiste em que os pedidos de licenciamento sejam submetidos
às autoridades florestais ao nível da província, seguidamente é que passam pelo SDAE,

22
posteriormente pelo Posto Administrativo de Inhaminga e só depois é que são
socializados ao nível das Localidades.

A preocupação a este respeito prende-se com o facto de as opiniões das comunidades


locais, regra geral não serem consideradas nos processos de tomada de decisão,
conforme relata um dos entrevistados:

A falta de comunicação entre o Governo e os líderes comunitários é um dos


entraves à participação. Tal procedimento tem incentivado a tomada de atitudes
intrigantes no seio das comunidades locais e dos seus líderes ao nível das aldeias
e localidades, protagonizadas por agentes e operadores florestais com licenças
de exploração concedidas ao nível superior. Tais atitudes são caracterizadas,
inúmeras vezes, por uma exacerbada falta de respeito pelas comunidades e suas
lideranças, por parte dos exploradores florestais, que protagonizam desmandos
nas florestas, como por exemplo, o corte de espécies não previstas nas suas
licenças de exploração, o abandono de toras nas florestas, a prática de
queimadas com o objetivo de facilitar a localização das espécies pretendidas na
floresta, etc., desacatando qualquer intervenção dos residentes, alegadamente
porque o explorador já pagou as taxas de exploração e não presta contas na
localidade (Entrevista com XPX, Fevereiro de 2023).

As preocupações apresentadas pelo entrevistado, são reveladoras da prevalência de


certas fragilidades na prática da recomendada gestão participativa no sector florestal,
requerendo acima de tudo uma mudança de atitude por parte dos responsáveis pelas
tomadas de decisão de nível mais elevado, e, sobretudo uma emenda nos instrumentos,
que aparentam abrir espaço para estes procedimentos.

Na opinião de alguns entrevistados, a exemplo de representantes de ONG’s que operam


na área de estudo, ainda se nota uma fraca inclusão das populações locais nas ações de
gestão florestal, no entanto aponta para uma atitude discriminatória dos usuários
tradicionais da floresta, por parte dos intelectuais e dos agentes do poder, uma atitude
que é apontada como sendo a que tem contribuído indiretamente para o uso desregrado
e insustentável dos recursos florestais por parte dos residentes, porque se sentem
excluídos na tomada de decisões que os afetam no seu quotidiano.

23
Os entrevistados sublinharam o facto de nunca terem sido convocados para consultas
comunitárias, principalmente nas zonas onde o Governo permite a exploração dos
recursos – zona tampão.

Na localidade, os mecanismos de participação na gestão dos recursos florestais ainda


assentam em princípios tradicionais, ou seja, assume-se que os líderes tradicionais
representam as suas comunidades em todos os processos de tomada de decisões e, por
isso, inúmeras vezes dispensa-se a auscultação da opinião pública ao nível local, o que
põe em causa a Lei de Florestas e seu respetivo regulamento que preconiza a participação
das comunidades locais na tomada de decisões deste sector, através da consulta
comunitária com vista a colher consensos na tomada de decisões.

24
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusões

A presente monografia pretende contribuir para a compreensão dos factores determinantes da


boa governância dos recursos florestais e diagnosticar o potencial para a participação das
comunidades locais na gestão e na partilha dos benefícios económicos gerados, numa
perspectiva de proteger, gerir e usar as florestas com a finalidade de impulsionar o
desenvolvimento local e de forma a contribuir para a luta contra o aquecimento global.

A área de estudo foi selecionada, intencionalmente, porque apesar de apresentar uma taxa anual
de desflorestamento relativamente mais baixa e área florestal relativamente maior (Marzoli,
2007), ainda não tem estudos que revelem os factores determinantes desta realidade.

Um dos objectivos desta investigação Foi de avaliar a participação das comunidades locais na
gestão das florestas e na partilha dos benefícios económicos nos locais de estudo, com a
finalidade de compreender o grau de implementação dos dispositivos legais relacionados com
a participação e identificar os principais entraves a uma aplicação mais eficaz.

À semelhança do que tem sido prática comum em diferentes pontos do país, na área de estudo,
a participação das comunidades locais na gestão das florestas é fraca. Atente-se que esta
evidência contraria um dos preceitos da Lei e Regulamento de Florestas e Fauna Bravia, que
prevê a participação através de dois mecanismos: o dos conselhos de gestão de recursos naturais
e o da consulta comunitária, este último como um dos requisitos para a tomada de decisão sobre
os pedidos de licenças de exploração florestal ou para a implantação de projectos com impactes
na floresta que se encontra na área de jurisdição dessas comunidades.

Ao longo da investigação procurou-se aferir os entraves à partilha dos benefícios económicos


gerados pelo sector florestal. Entre os entraves à partilha dos benefícios, identificaram-se os
seguintes: o baixo nível de escolaridade das comunidades e dos líderes locais, que se traduz na
insuficiência de informação adequada sobre as práticas de gestão sustentável das florestas
nativas; a falta de tecnologias e de recursos financeiros; a centralização na tomada de decisões,
o oportunismo dos líderes comunitários e, o excesso de burocracia na canalização das
contrapartes legalmente previstas para as comunidades locais.

25
Os resultados deste estudo podem contribuir para as abordagens sobre o envolvimento das
comunidades locais na tomada de decisões que poderão ser usadas na actualização da legislação
de diferentes sectores através da inclusão de novas abordagens. Isto, no sentido de reduzir as
assimetrias entre as populações dos 297 diferentes quadrantes ao nível nacional, através da
diversificação de estratégias rumo a uma melhoria do autosustento das comunidades locais no
meio rural. Sustenta-se, por exemplo, a necessidade de uma abordagem que tome em
consideração a heterogeneidade das comunidades dos distintos espaços territoriais ao nível
nacional, a fim de evitar que certos habitantes sofram a exclusão no usufruto de seus direitos
constitucionalmente previstos.

5.2. Recomendações

Após um estudo intensivo acerca desta temática e atentando em toda a complexidade que gira
em torno da sustentabilidade das florestas e do seu grau de importância, nomeadamente para as
comunidades que dependem destas para o seu sustento, seguem-se algumas sugestões ou
recomendações:

Recomenda-se investigação a longo prazo, sobre fontes alternativas de rendimento, com


enfoque sobre os produtos florestais não-madeireiros e seus derivados, especialmente para as
comunidades cuja sobrevivência depende exclusivamente da utilização das florestas. É
sobretudo importante advertir para a realização de estudos multidisciplinares, a longo prazo,
sobre as dinâmicas e os efeitos do nomadismo das comunidades da área de estudo, através de
um plano de gestão das suas necessidades, a fim de assegurar o preenchimento das lacunas
existentes nos modelos de gestão sugeridos no presente estudo.

É urgente a revisão da Lei e do Regulamento de Florestas e Fauna Bravia, no sentido de permitir


que os órgãos Locais do Estado se envolvam na gestão florestal na área de sua jurisdição. Isso
poderá assegurar que na elaboração dos instrumentos de Apoio à decisão, nomeadamente os
programas, políticas e planos de desenvolvimento ao nível nacional, sectorial e local se possam
incluir, prioritariamente, acções concretas com vista à gestão inclusiva e sustentável das
florestas e de outros Recursos Naturais.

Recomenda-se o reforço dos mecanismos de participação das comunidades locais na gestão e


conservação dos recursos florestais, através de acções de sensibilização e canalização regular,

26
rápida e transparente dos benefícios resultantes da exploração dos recursos florestais e
faunísticos, conforme o previsto na legislação deste sector.

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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Agenda 21. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
(1992) - Rio de Janeiro. Brasília: Senado Federal, 1996. 585pp
2. Gil, A. C. (1996). Como elaborar projectos de pesquisa, 3ª ed. São Paulo: Atlas.
3. Lei nº 10/99 de 7 de julho, Lei de Florestas e Fauna Bravia, Maputo
4. Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica, 5ª
ed. São Paulo: Atlas.
5. Macauze, S (1990). Florestas e Fauna Bravia. Maputo, Moçambique: INDE
6. Macanze, S. E; Silva, J. N.; Vasconcelos, M. J. P (2006). Quantificação do
desmatamento na reserva florestal de Mecuburi – Moçambique. Sociedade e Território
– Natal. v. 28
7. Michaque, M. A. A (2006). Contribuição do sector Florestal e Faunístico Para a
economia do País. Maputo, Mocambique: DNTF.
8. Santos, A. A. B (2008). Conselhos gestores de Unidades de Conservação. Tese de
Doutoramento – Universidade de Brasília, Brasília, Brasil
9. Sitoe, A. Guedes B. e Maússe S. (2007). Avaliação dos modelos de maneio comunitário
de recursos naturais em Moçambique. Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal,
Universidade Eduardo Mondlane. Maputo, Moçambique: DNTF- FAO.
10. Zucula, P.& E. Matlombe (1995). Enquadramento Geral do Desenvolvimento Agrário
e Pesqueiro. Maputo, Moçambique: INDE
11. Teixeira, J. (2009). A Participação das Comunidades na Gestão das Florestas em
Moçambique: Caso do Distrito de Inharrime, Dissertação de Mestrado. Universidade
Eduardo Mondlane, FCSH, Maputo, Moçambique.

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